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MÉTODO SITUACIONAL: Uma alternativa metodológica no processo de ensino-

aprendizagem-treinamento do Basquetebol no contexto da escola.

Autor: Giovani Rezende de Souza1

Orientador: José Carlos Mendes2

RESUMO

O presente artigo apresenta a conclusão do Programa de Desenvolvimento da Educação – PDE, ofertado pela Secretaria de Estado da Educação do Paraná, o qual buscou subsídios teóricos para a implementação de uma metodologia alternativa no processo de ensino do esporte, com características divergentes dos métodos tradicionais, centrados principalmente na técnica ou no jogo formal, ainda muito presentes nas aulas de Educação Física escolar, bem como aplicar uma proposta pedagógica utilizando o método situacional, como alternativa no ensino do Basquetebol nas aulas de Educação Física para os alunos da 8ª série matutina do Colégio Estadual Alberto Santos Dumont, no município de Cafelândia. Para tanto foi elaborada e aplicada uma produção didático-pedagógica que se iniciou com a aplicação de um questionário investigativo adaptado de Vasco Nuno Ricardo. A partir dos dados obtidos, foram abordados os conteúdos referentes à prática da modalidade de basquetebol por meio de aulas teóricas, com auxílio de leitura de textos, pesquisas no laboratório de informática e mostras de vídeos. Em seguida, as atividades teórico-práticas visavam o processo de ensino-aprendizagem-treinamento da modalidade Basquetebol de acordo com o método situacional, que buscavam estimular o desenvolvimento das capacidades cognitivas solicitando ações técnico-táticas dos alunos em situações análogas ao jogo formal, e também diagnosticar as possíveis vantagens do método situacional no processo de ensino-aprendizagem-treinamento do Basquetebol. As atividades propostas pelo método situacional demonstraram o aumento do interesse, da participação e da motivação dos alunos durante sua aplicação.

PALAVRAS-CHAVE: metodologia; método situacional; basquetebol; aprendizagem.

1 Professor da Rede Estadual de Educação do Estado do Paraná2 Docente da Unioeste.

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1. INTRODUÇÃO

De acordo com os dados pertinentes às Diretrizes Curriculares da Educação

Básica (DCEs), o professor de Educação Física tem a responsabilidade de

organização e sistematização do conhecimento sobre as práticas corporais,

possibilitando a comunicação e o diálogo com as diferentes culturas. E neste

processo pedagógico, a pesquisa e o senso de investigação podem transformar as

aulas de Educação Física ampliando os conjuntos de conhecimentos, inesgotáveis

nos conteúdos, nas metodologias, nas práticas e nas reflexões (PARANÁ, 2008).

Na proposta das atuais DCEs, o esporte é entendido como uma atividade

teórico-prática e um fenômeno social que, em suas várias manifestações e

abordagens, pode ser uma ferramenta de aprendizado para o lazer, de

aprimoramento da saúde e integração dos sujeitos em suas relações sociais. O

processo de ensino do esporte deveria propiciar ao aluno um entendimento crítico

das manifestações esportivas, e deve contemplar de forma ampla a sua condição

técnica, tática, seus elementos básicos, até o sentido da competição esportiva, mas

não se limitar a isso, é fundamental que o professor organize, em seu plano de

trabalho docente, estratégias que possibilitem a análise crítica das modalidades

esportivas e do fenômeno esportivo que, sem dúvida, é algo bastante presente na

sociedade atual (PARANÁ, 2008).

As atividades esportivas realizadas nas aulas de Educação Física,

aparentemente, não têm se caracterizado como ferramenta de aprendizado, pois

não mostra sinais de mudanças em relação às metodologias aplicadas, as

abordagens sobre seu ensino têm sido controversas e muito discutidas, tornando as

aulas descontextualizadas, sem motivação e com pouco ou nenhum valor educativo,

distante de aproveitar suas potencialidades.

Neste sentido, a ideia de superação da aprendizagem do ensino dos

fundamentos em suas execuções analíticas, ou do jogar por jogar é bem vinda e

necessária neste processo, possibilitando o aluno tornar-se o centro e construtor de

sua aprendizagem, permitindo-lhe ser mais autônomo, crítico e reflexivo em suas

ações, e o professor será o orientador na descoberta desse conhecimento.

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Nesta perspectiva, surgiu à necessidade de buscar subsídios teóricos para a

implementação de uma metodologia alternativa no processo de ensino do

Basquetebol nas aulas de Educação Física para os alunos da 8ª série matutina do

Colégio Estadual Alberto Santos Dumont, no município de Cafelândia, com

características capazes de superar os métodos tradicionais, ainda muito presentes

nas aulas de Educação Física, tendo em vista que, segundo Greco (1998, p. 39), “a

escolha que um professor faz por determinado método de ensino na Iniciação

Esportiva é de grande importância para o sucesso do praticante no processo de

ensino-aprendizagem-treinamento”.

Uma das alternativas para o ensino do esporte na escola é o método

situacional, e sua escolha se justificou por entender que seu conceito se baseia na

proximidade das ações e situações que são apresentadas em condições reais do

jogo formal, GRECO (1998) afirmou que estas ações acontecem por meio de

estruturas funcionais, isto é, situações de jogo semiestruturadas, onde o aluno se

depara com tarefas-problemas e inter-relaciona suas capacidades técnicas, táticas e

cognitivas na busca de soluções que a situação padrão demanda.

O Basquetebol é uma das modalidades esportivas pertencente aos conteúdos

da Educação Física Escolar e sua prática, segundo De Rose (1987) poderia

contribuir para o desenvolvimento físico, técnico, tático, psicológico, moral e social

dos praticantes, no entanto, aparentemente, sua prática não é muito presente nas

aulas de Educação Física em nossas escolas. Nas raras práticas do basquetebol

neste ambiente, invariavelmente, desenvolve-se de forma descontextualizada, sem

significação para os alunos e com pouco ou nenhum valor educativo que contribua

na formação do futuro cidadão.

Para Graça e Oliveira (1998, p. 61) “o ensino do jogo de Basquetebol tem

como objetivo o desenvolvimento de competências em três domínios: (1) social; (2)

estratégico e cognitivo–tático; (3) técnico”. Os autores ainda afirmam que o domínio

estratégico e cognitivo-tático assenta no desenvolvimento da capacidade de tomada

de decisões, demonstradas pela preferência das soluções mais adequadas para

resolver uma situação do jogo e com o tempo apropriado.

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De acordo com Garganta (1998, p. 13), o Basquetebol, assim como os

demais Jogos Esportivos Coletivos são modalidades coletivas ricas “em

acontecimentos cuja frequência, ordem cronológica e complexidade não podem ser

previstas antecipadamente”, levando seus praticantes a elaborar e operar respostas

adequadas a essas situações aleatórias e diversificadas que ocorrem durante o

jogo. Graça e Oliveira (1998) corroborando neste sentido ressaltaram a necessidade

desta forma modificada de jogo no ensino da modalidade, com regras simples,

número menor de jogadores e espaço reduzido, permitindo a continuidade das

ações e elevadas possibilidades de sucesso.

Portanto, a proposta do método situacional poderia ser uma alternativa no

ensino do Basquetebol, à medida que este método, segundo Greco (1998) privilegia

a prática em situações que o requerimento das capacidades técnico-táticas ocorre

simultaneamente de forma contextualizada, proporcionando aos alunos situações-

problemas que apresentem as principais características do jogo, sem restringir o

desenvolvimento dos processos cognitivos de percepção, antecipação e tomada de

decisão que são inerentes e imprescindíveis à ação tática nos jogos esportivos

coletivos.

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Metodologias de ensino dos Jogos Esportivos Coletivos

A Educação no Brasil passou, como ainda parece passar por constantes

mudanças de paradigmas, metodologias e tendências pedagógicas, ela evolui em

saltos desordenados e em diversas direções (BELLO, 2001). No entanto, pode-se

notar que durante todo esse processo sempre se buscou abordagens pedagógicas

que viessem ao encontro da compreensão e da orientação de práticas educacionais

sensatas, que atendessem aos anseios dos professores, permitindo-os situarem-se

teoricamente sobre suas opções (LUCKESI, 1994).

Na Educação Física escolar o quadro é semelhante, as primeiras

sistematizações sobre as práticas corporais foram baseadas nos conhecimentos

médicos e de instrução militar; em seguida a ginástica ocupou lugar de destaque, e

desde o final da década de 1930, o esporte começou a se popularizar e passou a

ser um dos principais conteúdos trabalhados nas aulas de Educação Física

(PARANÁ, 2008). Entre estes estão às modalidades individuais e os Jogos

Esportivos Coletivos, que para Garganta (1998, p. 11) “engloba, entre outras,

modalidades como o Basquetebol, o Andebol, o Futebol e o Voleibol”.

No ensino desses jogos alguns princípios se apresentaram com propostas

metodológicas divergentes, entre elas, de acordo com Dietrich (1984) os que se

comprovaram relativamente resistentes e expressivos são: o princípio analítico-

sintético e o princípio global-funcional.

De acordo com Greco (1998, p. 41) o princípio analítico-sintético se baseia no

ensino “realizado em partes, em etapas, com exercícios que apresentam uma

divisão dos gestos, das técnicas, da ação motora em seus mínimos componentes”.

O aluno é apresentado aos elementos técnicos do jogo no primeiro momento, e

submetido à realização de diversas repetições desses fundamentos; com a

assimilação dos mesmos, os exercícios passam a ter uma maior complexidade e o

aluno passa para a prática de novas sequências, sendo apresentado ao jogo formal

somente após esse processo.

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O método global-funcional por sua vez se caracteriza conforme Dietrich

(1984, p. 13) “pela criação de cursos de jogos, que partem da simplificação de jogos

esportivos de acordo com a idade, e através de um aumento de dificuldades na

formação de jogos em direção ao jogo final”. Nesta proposta os jogos esportivos

não são fragmentados durante a aprendizagem, e sim, vistos em sua totalidade, e

Greco (1998, p. 43) ainda afirma que esta metodologia procura em cada jogo ou

forma jogada aproximar-se da ideia do jogo formal ou que as estruturas básicas

estejam presentes.

Na busca pela superação desses modelos tradicionais de ensino e que

fortemente ainda influenciam a Educação Física Escolar, segundo Ricardo (2005),

algumas abordagens alternativas para o ensino dos Jogos Esportivos Coletivos têm

sido testadas e desenvolvidas, entre as quais podemos destacar o Modelo de

Ensino para Jogos de Compreensão (Bunker et al., 1982), o Modelo

Desenvolvimental (Rink, 1983b), o Modelo de Educação Desportiva (Siedentop,

1987) e o Modelo de Competência nos Jogos de Invasão (Musch e Mertens, 1991),

que propõe formas simplificadas de jogo com ênfase no aprendizado da ação tática.

O autor ao citar Graça e Oliveira (1998) e Greco e Benda (1998) afirmou que

estas propostas de ensino e aprendizagem são fundamentais e também defendem a

importância do aprendizado dos jogos esportivos coletivos serem oportunizados

através de situações de jogo, o que se denomina de método situacional. O método

segundo Greco (1998) se compõe de jogadas básicas extraídas de situações

padrões de jogo, estas situações podem, às vezes, não abranger a idéia total do

jogo, porém elas têm o elemento central do mesmo, incorporando o

desenvolvimento paralelo de processos cognitivos inerentes à compreensão das

regras (táticas) do jogo.

As estratégias mais adequadas para o ensino destes jogos, segundo

Garganta (1998) seria estimular o interesse do praticante, recorrendo-se então a

formas jogadas motivantes, o que implica em situações problema contendo as

características fundamentais do jogo e de forma mais acessível, isto é, regras

menos complexas, menor número de jogadores e espaço reduzido, permitindo a

continuidade das ações e elevadas chances de concretização.

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Graça e Oliveira (1998) ressaltaram que na proposta do método situacional

para o ensino dos jogos esportivos coletivos, são produzidas modificações

estruturais no jogo (estruturas funcionais), reduzindo substancialmente a sua

complexidade e favorecendo a aprendizagem; sem abandonar a manutenção do

objetivo do jogo e os elementos estruturais essenciais do jogo formal; as ações de

ataque e defesa devem estar sempre ligadas e os jogadores não devem ter suas

tarefas completamente determinadas.

2.2 O Basquetebol e o Método situacional

O Basquetebol é um dos jogos esportivos coletivos, e segundo Ferreira e De

Rose (1987) a modalidade esportiva foi criada pelo canadense James Naismith, em

1891, na cidade americana de Springfield (Estado de Massachussetts), e os motivos

que o levaram a criar o jogo foram:

• incentivar a prática de atividades físicas pelos alunos da ACM local, pois os

mesmos demonstravam desinteresse devido à monotonia das aulas;

• realização de uma atividade que pudesse ser realizada em local coberto, pois

o inverno era muito rigoroso naquela região;

• a necessidade de uma atividade que pudesse ser praticada por um grande

número de pessoas ao mesmo tempo.

De acordo com os autores, o principal objetivo do jogo era lançar a bola em

um alvo (cesto de pêssego) colocado horizontalmente e em plano elevado a uma

altura de aproximadamente 3 metros do solo. As primeiras regras foram publicadas

em 1891 na revista Triangle, da YMCA, com o título ‘Um Novo Jogo’. Ferreira e De

Rose (1987) afirmam que “as regras eram muito simples: não era permitido correr

com a posse de bola; os lançamentos deveriam ser feitos com as mãos, não

podendo utilizar os pés; era proibido segurar o adversário”.

O número de jogadores variava, de acordo com Ferreira e De Rose (1987),

inicialmente, entre três e quarenta jogadores em cada equipe. O número de cinco

jogadores por equipe foi estabelecido em 1897 devido aos problemas de espaços

onde o jogo era praticado. Os aspectos fundamentais das primeiras regras são

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mantidos até hoje, sendo que as modificações realizadas periodicamente procuram

adaptá-las à evolução técnica e tática da modalidade.

A modalidade é uma das mais praticadas em todo o mundo e de acordo com

Coutinho (2003) isso se deve às várias qualidades que lhe são conferidas, pois,

desenvolve diversas capacidades tanto de ordem motora e cognitiva quanto de

ordem social e afetiva, podendo ser praticada de forma recreativa ou competitiva, se

for praticado recreativamente poderá alcançar pessoas de quase todas as idades,

proporcionando alegria e motivação aos participantes.

Nas escolas paranaenses o basquetebol está inserido no Conteúdo

Estruturante Esporte. Segundo as Diretrizes Curriculares da Educação Básica, os

Conteúdos Estruturantes foram definidos como:

“os conhecimentos de grande amplitude, conceitos ou práticas que identificam e organizam os campos de estudos de uma disciplina escolar, considerados fundamentais para compreender seu objeto de estudo e ensino. Portanto, nestas diretrizes, o esporte é entendido como uma atividade teórico-prática e um fenômeno social que, em suas várias manifestações e abordagens, pode ser uma ferramenta de aprendizado para o lazer, para o aprimoramento da saúde e para integrar os sujeitos em suas relações sociais” (PARANÁ, 2008).

Apesar disso, aparentemente, as atividades esportivas realizadas nas aulas

de Educação Físicanão têm se caracterizado como ferramenta de aprendizado, pois

não mostra sinais de mudanças em relação às metodologias aplicadas, as

abordagens sobre seu ensino têm sido controversas e muito discutidas, tornando as

aulas descontextualizadas, sem motivação e com pouco ou nenhum valor educativo,

distante de aproveitar suas potencialidades. Desta maneira, defende-se a ideia de

que a aprendizagem deve ir além do ensino dos fundamentos em suas execuções

analíticas, ou do jogar por jogar, neste processo, o aluno deve ser o centro e

construtor de sua aprendizagem, permitindo-lhe ser mais autônomo, crítico e

reflexivo em suas ações, e o professor será o orientador na descoberta desse

conhecimento.

O método situacional poderia ser uma forma alternativa na busca desta

proposta de aprendizagem, tendo em vista que, segundo GRECO (1998) as

atividades propostas por este método expõe aos alunos situações de jogo

padronizadas, solicitando deles a resolução de tarefas/problemas com apoio de sua

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experiência motora anterior. Além disso, o autor ressaltou que, especificamente,

exige dos alunos a reflexão sobre a tarefa realizada com sua utilização no jogo

formal, permitindo ao professor adequar e apresentar as regras do regulamento do

jogo e as regras táticas desde o início do processo, favorecendo o entendimento

contextualizado do jogo final durante todo o processo.

No ensino do Basquetebol na escola, Graça e Oliveira (1998, p.65) prevêem

“a realização de uma sequência de unidades didácticas constituídas em torno de

formas de jogo progressivamente mais complexas”, e complementam afirmando ser

necessária essas modificações estruturais no jogo a fim de reduzir a sua

complexidade e favorecer a aprendizagem; e ressaltam ainda que “durante o

processo de ensino/aprendizagem é fundamental isolar os factores perturbadores do

sucesso nas tarefas, pelo que se torna essencial adaptar as condições de jogo”.

Garganta (1998, p. 22) propõe como estratégia para a diminuição dessa

complexidade ao praticante, “formas lúdicas com regras simples, com menos

jogadores e num espaço menor, de modo a permitir a continuidade das acções e

maiores possibilidades de concretização”. O autor ainda ressalta que essas formas

jogadas são motivantes, pois instiga o praticante a resolução de situações

problemas, que muitas vezes são imprevisíveis, e contêm as características

fundamentais do basquetebol.

Com o método situacional Greco (1998, p. 52) afirmou que seria possível que:

“o aluno trabalhe e desenvolva suas capacidades técnicas paralelamente às capacidades táticas, já que não será só exigida a execução de uma técnica (como fazer) como também tomar decisões (o que fazer). Desta forma, podemos dizer que o aluno “cresce”, constrói o jogo partindo da realidade do mesmo; e passo a passo vai compreendendo, assimilando e dominando as complexas exigências que os jogos esportivos lhe apresentam”.

O ensino do basquetebol pelo método situacional pode privilegiar as

capacidades táticas, à medida que permite ao aluno à iniciação nos processos de

percepção, antecipação e tomada de decisões, que são fundamentais na

modalidade que se caracteriza pela imprevisibilidade e celeridade em que as ações

acontecem, o autor ainda ressalta que o método possui as vantagens apresentadas

pelos métodos analítico e global e deixa de lados as desvantagens que ambos

apresentam.

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3. A INTERVENÇÃO: RELATO DA EXPERIÊNCIA

O projeto de implementação pedagógica foi desenvolvido no segundo

semestre de 2011 no Colégio Estadual Alberto Santos Dumont – Ensino

Fundamental e Médio, localizado no município de Cafelândia. A elaboração desse

projeto pretendia apresentar uma alternativa dinâmica, motivadora e contextualizada

no ensino e aprendizagem do Basquetebol e que pudesse favorecer o aprendizado

dos alunos da 8ª série do ensino fundamental matutino.

Anteriormente à implementação, foram realizadas pesquisas bibliográficas

apresentando um referencial teórico, a fim de aprofundar e fundamentar o presente

estudo, contribuindo para o desenvolvimento do projeto de implementação, da

produção didático-pedagógica e do artigo final.

As atividades desenvolvidas durante todo o período de implementação estão

presentes na unidade didática, composta de fundamentação teórica, além de

atividades exploratórias e investigativas envolvendo o conteúdo básico Basquetebol,

sob a perspectiva do método situacional. Conforme as orientações recebidas, a

unidade didática está completamente articulada com o projeto de

Intervenção/implementação na escola sob a orientação de um Professor Orientador

vinculado a Unioeste.

Para a intervenção propriamente dita, inicialmente foi agendada uma

apresentação para os responsáveis pela direção administrativa, equipe pedagógica

e professores da escola, durante a semana pedagógica, para exposição do referido

projeto e seus objetivos, esclarecendo as possíveis dúvidas e indagações, como foi

escolhida a turma, estrutura das aulas, dias, formas de atividades, entre outras.

A turma escolhida foi a 8ª série do ensino fundamental matutino, sendo que a

intervenção ocorreu durante as aulas de Educação Física da turma com frequência

de três vezes por semana no período de julho a setembro de 2011.

O processo metodológico teve início com a apresentação do projeto aos

alunos, discutindo-se cada fase e esclarecendo o que se pretendia e quais objetivos

deveriam ser alcançados, mostrando que o tema a ser abordado encontra-se no

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conteúdo estruturante esporte, pertencente às Diretrizes Curriculares da Educação

Física, e sua importância no processo de construção do conhecimento.

Em seguida, foi aplicado um questionário investigativo (pré-teste) para coleta

de dados, com o objetivo de identificar o nível de conhecimento dos alunos sobre a

modalidade de basquetebol (regras, técnicas e táticas), sendo inicialmente verificado

que os alunos já apresentavam bom conhecimento sobre o basquetebol, tendo em

vista que 69,75% das respostas assinaladas eram corretas e somente 30,25% das

respostas eram erradas. Este fato, talvez, ocorreu pela ênfase dada aos

embasamentos teóricos sobre a modalidade para os alunos em anos anteriores,

evidenciando as regras e as técnicas do jogo, porém as táticas foram aludidas e

abordadas por meio de outras metodologias.

A partir dos resultados obtidos foram identificados os aspectos de maiores

dificuldades dos alunos e ministrados os conteúdos referentes à prática da

modalidade de basquetebol por meio de seis aulas teóricas com auxílio de leituras

de textos e visualização de vídeos. Nestes momentos foram oportunizadas

informações aos alunos sobre a origem do Basquetebol e da sua evolução até os

dias atuais.

Além disso, foram oportunizados momentos para pesquisas no laboratório de

informática que proporcionaram a visualização do simulador sobre o Basquetebol,

do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), que apresentava muitas informações sobre

essa modalidade, tais como: objetivo do jogo, a quadra, a área restritiva, a cesta, a

bola, duração do jogo, pontuação, os jogadores, a arbitragem e alguns fundamentos

do basquetebol, e para um maior aprofundamento técnico e tático (tipos de ataque,

tipos de defesa, contra-ataque, planos de jogo), e mais algumas dicas de

especialistas sobre o Basquetebol, sites relacionados à modalidade foram

acessados.

Concomitantemente, foram ministradas dezesseis aulas práticas, nas quais

foram oportunizadas a vivência dos alunos em atividades pertinentes à prática de

Jogos para o Desenvolvimento da Inteligência e Criatividade Tática (JDIC),

caracterizados por Greco (2008), “como jogos com situações de oposição e

colaboração, mas que não apresentam uma relação direta com uma modalidade

específica, e se apoiam nos elementos comuns das modalidades”.

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Esses jogos eram aplicados algumas vezes anteriormente ou paralelamente

às atividades pertinentes ao do método situacional, tendo em vista que, segundo

Greco (2008), essas atividades solicitam a complexidade dos processos cognitivos

de atenção/percepção nas tomadas de decisões, exigindo do aluno a necessidade

de adaptação do repertório motor a situação de jogo.

Neste sentido, vale ressaltar que os JDIC podem ser utilizados nas aulas

como atividade prévia das atividades pertinentes as estruturas funcionais, tendo em

vista que na sua prática os jogadores têm elevadas exigências nos processos

cognitivos necessários às tomadas de decisões, que são fundamentais na realização

das atividades do método situacional, em que o aluno é estimulado a resolver uma

tarefa ou problema presentes nas diferentes estruturas funcionais, ou seja, deverá

decidir corretamente, com a técnica apropriada e no momento certo.

Neste contexto, nas atividades pertinentes aos JDIC, foi possível perceber

que os alunos, em sua maioria, apresentavam grandes dificuldades na execução

das ações exigidas nas atividades, aparentemente, o maior problema resumia-se

nos momentos das tomadas de decisões, em que a dúvida ou falta de vivência

destas ações não permitiram êxito no desenvolvimento desses jogos.

Nesses momentos, enquanto mediador das atividades foram necessárias

algumas intervenções para que as atividades pudessem ser realizadas de forma

mais adequadas, principalmente em relação às escolhas equivocadas, por exemplo,

questionar nas situações de “quando” e “para quem passar a bola”, em relação a

movimentação dos alunos sem posse de bola. No entanto, as ações exigidas pelo

JDIC pareciam muito além do que os alunos momentaneamente poderiam realizar o

que comprometeu a realização e o desenvolvimento de algumas atividades.

Neste sentido, Graça e Oliveira (1998, p. 63) alertaram que esses desacertos

acontecem devido a alguns motivos: alinhamento, “ausência de linhas de passe por

interposição dos defensores entre o atacante com bola e os atacantes sem bola”,

aglomeração, “todos os jogadores são atraídos pela bola; onde está à bola estão

todos” e passes, “bombeados, por vezes dirigidos de forma difusa ou à sorte”.

Ao perceber o surgimento destas dificuldades eram realizadas intervenções

para fornecer informações que pudessem auxiliar os alunos durante a prática, como

por exemplo, a opção do passe para o companheiro mais próximo nem sempre

atendia as expectativas que a atividade sugeria e que buscassem passar a bola para

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os colega sem melhores condições de recepção ou para os que apresentassem

maiores possibilidades de concretização da tarefa.

Além disso, foram orientados para que houvesse uma maior movimentação,

tanto dos alunos com ou sem a posse de bola, para que procurassem um melhor

posicionamento para a recepção do passe, quanto dos alunos defensores, para que

acompanhassem mais de perto seus oponentes, impossibilitando ou dificultando as

ações ofensivas, ao invés de ficarem parados, o que ocorreu muito no início, ou

correr de forma desordenada e confusa sem objetivo defensivo nenhum. Apesar de

nem sempre os alunos pudessem assimilar as orientações de forma imediata,

percebeu-se que a repetição das atividades propiciou uma melhor assimilação e

aprimoramento nas decisões cognitivas adotadas pelos alunos, diminuindo o número

de erros e elevando os jogos a níveis mais elevados, o que permitiu o aumento da

complexidade das atividades.

De modo geral, apesar das dificuldades iniciais, poderia se considerar que as

atividades pertinentes aos JDIC tiveram um impacto positivo no processo,

especialmente, em relação ao interesse e a motivação demonstrada pelos alunos

durante a prática das atividades. Além disso, outro fato relevante foi em relação à

participação dos alunos mais habilidosos, que frequentemente tendem a centralizar

as ações durante o jogo, e que na prática dos JDIC em determinados momentos

percebiam que não teriam um bom resultado se não acionasse os outros colegas

menos habilidosos, levando-os a jogar coletivamente, para que sua equipe obtivesse

sucesso ao final dos jogos.

Essas atividades oportunizaram a participação, cooperação e solidariedade

dos alunos, aspectos muito enfatizados nas propostas da DCE, superando a máxima

de que o esporte na escola vem sendo ministrado com ênfase na competição, na

técnica, no desempenho máximo e nas comparações absolutas e objetivas

transformando as aulas numa prática pedagógica potencialmente excludente, pois,

desta maneira, só os mais fortes, hábeis e ágeis conseguem viver o lúdico e sentir

prazer na vivência e no aprendizado desse conteúdo (PARANÁ, 2008).

Além das atividades pertinentes aos JDIC, foram ministradas atividades

pertinentes ao método situacional por meio de Estruturas Funcionais (EF), que “se

apoiam na ideia de jogos com situações reais do esporte, porém com número

reduzido de jogadores” (SPÄTE; SCHUBERT; ROTH et al apud GRECO, 2008). As

atividades foram desenvolvidas em pequenos grupos, com número reduzido de

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alunos e podiam variar de situações de 1 x 0, 1 x 1, 1 x 1 + 1, entre outras, na

expectativa que durante está prática fossem incorporados os momentos reais de um

jogo em situações de ataque contra defesa desenvolvendo assim o conhecimento

técnico-tático individual e de equipe.

Neste sentido, foram inicialmente ministradas atividades a partir da estrutura

funcional de 1 x 1, sempre priorizando e facilitando as ações do aluno em posse de

bola, atenuando algumas limitações aos alunos defensores, como por exemplo, não

era permitido tentar recuperar a bola dos alunos atacantes, sendo permitido somente

dificultar os deslocamentos do jogador com posse de bola. Assim, foi possível

identificar que a realização das tarefas era acessível para os alunos que

apresentavam um menor domínio de bola e até para aqueles que diziam não saber

jogar.

Nesta perspectiva, gradativamente proporcionou-se aumentos no grau de

complexidade e no número de alunos nas estruturas funcionais, consequentemente,

ocorreu um aumento na dificuldade de realização das atividades, ora por falta de

uma maior fundamentação técnica de alguns alunos, ora pela ansiedade e

precipitação nas tomadas de decisões de outros. Na expectativa de corrigir e

amenizar tais problemas optou-se pela inclusão de aluno coringa, ou seja, segundo

Greco (1998) um ponto de apoio para os jogadores no ataque, não sendo permitido

a ele fazer a cesta, oportunizando uma situação momentânea de superioridade

numérica no ataque, consequentemente, proporcionava uma maior segurança aos

alunos atacantes com a posse de bola durante suas ações.

Nas estruturas funcionais onde o número de alunos participantes era maior (3

x 3 ou jogo dos três setores), detectou-se que o rendimento esperado não foi

atingido como nas anteriormente trabalhadas. Greco e Benda (1998) afirmam que

nessas estruturas requer-se uma maior participação de todos os jogadores,

diminuindo a ocorrência de atitudes passivas, elevando a frequência de contatos

com a bola.

A turma com número elevado de alunos, demasiadamente heterogênea nos

níveis de aprendizagem e qualidade na execução dos elementos técnicos táticos

individuais da modalidade prejudicou as ações nas tarefas impostas pelas atividades

pertinentes à estrutura funcional 3 x 3. Nestas atividades, enquanto alguns alunos

executavam com facilidade as novas tarefas, grande parte dos alunos apresentava

dificuldades na execução dos fundamentos básicos, talvez, pelo fato de ter

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vivenciado poucas ou raríssimas vezes a modalidade de basquetebol, conforme

relatado por eles durante a implementação do projeto.

A pouca vivência de grande parte dos alunos com a modalidade influenciava

negativamente nas tomadas de decisões, tendo vista que a ansiedade e a falta de

confiança dos alunos menos habilidosos inibiam ações mais ousadas,

consequentemente, em posse de bola eles na maioria das situações procuravam o

jogador mais habilidoso para passar ou simplesmente se livravam da bola. Além

disso, por ser uma turma numerosa e a duração das aulas de 50 minutos, o tempo

disponível para a realização dessas atividades foi demasiadamente curto, impedindo

que as atividades fossem aplicadas conforme o desejado e planejado, o que reduziu

o número de participações dos alunos durante as atividades.

Por fim, foi possível constatar alguns aspectos positivos da intervenção em

relação ao conhecimento dos alunos sobre a modalidade de basquetebol, tendo em

vista que ao replicar o questionário (pós-teste) foi possível constatar que ocorreu

uma melhora nos percentuais de acertos, ou seja, 76,26% das respostas eram

corretas, enquanto 23,74% das respostas eram erradas, revelando uma evolução

diante dos bons resultados já apresentados no pré-teste. As atividades práticas

pertinentes ao método situacional se revelaram eficientes para o entendimento e

compreensão dos alunos da 8ª série matutina do Colégio Estadual Alberto Santos

Dumont, no município de Cafelândia, tanto dos conhecimentos técnicos quanto dos

conhecimentos táticos do basquetebol.

Durante o projeto de intervenção, o professor PDE coordenou o processo de

ensino-aprendizagem-treinamento e encaminhou a realização das atividades,

administrando as diferenças e divergências, suprindo as dúvidas e dificuldades que

surgiram, oportunizando o diálogo e valorizando as contribuições dos alunos de

forma a engrandecer a proposta. As atividades e tarefas propostas foram expostas

durante o Grupo de Trabalho em Rede (GTR), onde disponibilizei a produção

didático-pedagógica para receber críticas e contribuições de meus pares, também

professores.

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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O método situacional revelou-se ser uma metodologia alternativa no ensino

do basquetebol muito eficaz para os alunos para da 8ª série matutina do Colégio

Estadual Alberto Santos Dumont, no município de Cafelândia. Embora, muitos

alunos tivessem vivenciado poucas ou raríssimas vezes a modalidade de

basquetebol, o interesse e a motivação demonstrada durante a realização das

atividades, revelando que o método é atrativo e estimulante, apesar de todas as

dificuldades encontradas.

Talvez, o interesse e a motivação ocorram porque as atividades proporcionam

a prática das ações técnico-táticas dos alunos em situações análogas ao jogo formal

e sua realização com um número menor de jogadores e num espaço reduzido, com

regras mais simples permitindo a participação de todos por um período mais

prolongado, diferentemente do que acontece no jogo formal, como muitos alunos

puderam relatar, onde as ações do jogo eram centralizadas pelos mais habilidosos,

excluindo os que tinham pouca ou quase nenhuma experiência.

A contextualização dos alunos sobre as capacidades inerentes à prática da

modalidade de basquetebol observada durante a aplicação do método situacional

revelou-se ser vantajosa, tendo em vista que desde o início das atividades os alunos

perceberam o que estavam fazendo, a finalidade dos fundamentos, e quando

deveriam ser utilizados. As atividades exigiam resoluções de problemas, resoluções

estas que serão essenciais e recorrentes aos alunos ao longo de suas vidas, pois

em muitos momentos no seu dia-a-dia terão de tomar decisões, em suas vidas

pessoais, nas escolhas profissionais, em suas carreiras, no trânsito entre outras.

As atividades pertinentes ao método situacional se baseiam em ações

próximas a situações do jogo formal, o que requer do aluno o uso de suas

capacidades cognitivas, por meio de tomadas de decisões em jogadas básicas com

situações-problemas, por meio dessas ações, o objetivo proposto de estimular o

desenvolvimento dessas capacidades, e que os alunos se tornassem mais

autônomos, conscientes e críticos foi alcançado satisfatoriamente, à medida que

puderam compreender sua participação dentro do jogo, tomando suas próprias

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decisões, diferentemente das tradicionais aulas onde o aluno realiza tudo aquilo que

o professor indica, tornando-o dependente das ações, limitando sua perspectiva de

criatividade.

As vantagens diagnosticadas no processo de ensino-aprendizagem-

treinamento do Basquetebol, utilizando as atividades pertinentes ao método

situacional podem ser observadas nos números revelados no pré-teste e pós-teste,

que tinha o objetivo de identificar o nível de conhecimento dos alunos sobre a

modalidade de basquetebol (regras, técnicas e táticas). Além disso, vale ressaltar o

aumento do interesse, da participação e da motivação dos alunos durante a

aplicação das atividades, evidenciando os benefícios que sua prática proporcionou,

pois a contextualização das atividades com a modalidade praticada permitia aos

alunos a compreensão do processo desde o seu início, e a resolução dos problemas

enfrentados na execução das tarefas, permitia autonomia, consciência e criticidade

nas tomadas de decisões.

De modo geral, percebeu-se que o ensino do esporte na escola não deve ser

realizado de forma isolada, o professor deve buscar as vantagens que cada

metodologia pode oferecer, e adaptar suas funcionalidades de acordo com nível de

aprendizagem em que seu aluno se encontra, cabe ao professor identificar as

dificuldades que cada aluno apresenta e preparar suas aulas de acordo com essas

necessidades.

Neste contexto, os professores têm um novo desafio, romper com o

conservadorismo adotado em suas práticas pedagógicas, e reformular suas ações,

buscando a aquisição e o desenvolvimento de métodos que facilite a inserção de

seus alunos neste processo, proporcionando novas ferramentas pedagógicas que

contribuirão para o ensino e aprendizagem, tanto do aluno quanto do professor.

Em suma, acredita-se que a opção metodológica adotada no ensino dos jogos

esportivos coletivos deve ser a mediação pedagógica num processo em que todos

os envolvidos interajam de maneira igual, sendo o professor um orientador e

facilitador, e que o aluno seja um aprendiz ativo e participante, levando-o a aprender

e a mudar seu comportamento.

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