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• f C A R T A MENSAL D A S EQ.UIPES DE N O S S A SENHORA ANO II ni 8 São Paulo, Setembro de 1954 .. 11 0 SIM DA E, de V. Nas margens do lago de Genesareth, no dia seguinte ao de Sua Ressureição, endereçou a Pedro, por três vezes, esta pergunta: "Amas-me, Pedro? - h. qual Lhe respondeu êste três vêzes tamMm: - "Senhor, sabeis bem que eu Vos amo.Q. 1 a tradição, nêstes protestos de amor do ap6otolo, o resgate de sua tr!plice negação anterior. E possivel vêr aqui também a imagem dos três "Sim" que devem mar- car as etapas essenciais de nossa vida espiritual. X X X O primeiro 11 iim 11 , foi aquele de Pedro quand o o seu irmão André, numa bela tarde de primavera, apresentou-o ao Senhor, depois de lhe ter anunciado a grande nova: "Encontramos o Messias", Jesus, então, stlbre êle pousou seu olhar e deu-lhe um novo nome: - "Tu és Simão, filho d e tu te chamarás Céphas". Nada mais acrescentou J e sua, Seguiu-0 1 potém, Pedro, pronunciando dêste modo o seu pri- meiro "Sim 11 , Aquele da descoberta do dom espontâneo, no entuasiasmo da juventude, Este "Sim" corresponde ao nosso "Sim" do batismo - nosso primeiM encontro com o Cristo, no momento em que recebemos um novo nome, pois daí em dian- te somos filhos de Deus. Corresponde também ao nosso "Sim" dos esponsais quando se desco- briu o amor, a maravilhosa floração que êle proporcionou na comunhão de dois oora.çõ as, X X X O segundo 11 Sim", foi pronunciado por Pedro, não mais na prima- vera, mas em pleno estio, em Cesareia de Filipe, aos pés do H ermon - recoberto oom corOa de neve. As multidões haviam ab andonado o Senhor. Os diso!pulos também, Jesuu não tinha sen ã o os doze. Depo is da debandada geral, Ele lhes havia per-

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C A R T A MENSAL

D A S

EQ.UIPES DE N O S S A SENHORA

ANO II ni 8 São Paulo, Setembro de 1954 ..

11 0 SIM DA FRA~UEZA"

E, de V.

Nas margens do lago de Genesareth, C~isto, no dia seguinte ao de Sua Ressureição, endereçou a Pedro, por três vezes, esta pergunta: "Amas-me, Pedro? - h. qual Lhe respondeu êste três vêzes tamMm: - "Senhor, sabeis bem que eu Vos amo.Q.

1 Vê a tradição, nêstes protestos de amor do ap6otolo, o resgate de

sua tr!plice negação anterior.

E ~ possivel vêr aqui também a imagem dos três "Sim" que devem mar­car as etapas essenciais de nossa vida espiritual.

X X X

O primeiro 11 iim 11 , foi aquele de Pedro quand o o seu irmão André, numa bela tarde de primavera, apresentou-o ao Senhor, depois de lhe ter anunciado a grande nova: "Encontramos o Messias", Jesus, então, stlbre êle pousou seu olhar e deu-lhe um novo nome: - "Tu és Simão, filho d e João~ tu te chamarás Céphas". Nada mais acrescentou J e sua, Seguiu-0 1 potém, Pedro, pronunciando dêste modo o seu pri­meiro "Sim11 , Aquele da descoberta do dom espontâneo, no entuasiasmo da juventude,

Este "Sim" corresponde ao nosso "Sim" do batismo - nosso primeiM encontro com o Cristo, no momento em que recebemos um novo nome, pois daí em dian­te somos filhos de Deus.

Corresponde também ao nosso "Sim" dos esponsais quando se desco­briu o amor, com~ a maravilhosa floração que êle proporcionou na comunhão de dois oora.çõ as,

X

X X

O segundo 11 Sim", foi pronunciado por Pedro, não mais na prima­vera, mas em pleno estio, em Cesareia de Filipe, aos pés do H ermon - recoberto oom corOa de neve. As multidões haviam ab andonado o Senhor. Os diso!pulos também, Jesuu não tinha sen ã o os doze. Depo is da debandada geral, Ele lhes havia já per-

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guntado uma vez: "Também vés, quereis me abandonar?", tendo respondido Pedro: -"Se­nhor , a quem iremo s n6s? V6 s possuis palavras de vida eterna", Mas, não contente com esta r esposta, Je sus i nsiste : 11 Q,ue dizem quem sou eu?,., E v6s 1 que dizeis _quem sou eu?" Dá-se, então a grande proclamação de fé do Ap6stolo: "Sois o Cristo, o Filho de Deus vivo", e a grande consagração desta fé, 11 Tu és Pedro e sObre esta pedra, e­dificarei minha Igreja".

Est e seg1mdo 11 Sim 11 é o da convicção e np o mais o do entusiasmo i­nicial sbmente; 8 aquele que Cristo esperava para começar a edificar sObre Pedro.

É o ''S im" q_uo :prç.nunciamos qrcand.o , apercebido e q_ue }. nossa volt A. bem poucos s~o os fiéis às suas primeiras promessas, reentramos em nóu mesmos e opta­mos por aquilo que vale; é quando fazemos pas8ar no ssa fé do pl~o da senRibilidade para o da vontade,

É igualmente O nOSSO 11 Sim 1 ~ quando - vendo aLl d erredor tantos oa- e sais desunidos e o nosso própri o amo r ameaçado pela facilidade - compreendemos que o amor não é um perpétuo êxtase mútuo ligeiramente tinto de egoismo , xm mas antes de tudo um esquecimento de si , um dom de s i.

Nesse moment o é que começamos a aYalj_ar verdadeirament e as res­ponsabilidades - compreendendo que ninguem dentre n6s, que nenhum casal da equipe pode lealment e viver sua vida cristã se não colaborar na construção da cidade dos homens e da Igreja de Deus .

X

X X

:í!:stes dois primeiros IISim"parcuem r esumir a vida espiritual . Exis­te1 entretanto, um t erce iro, sem o qual os dois outros tornar-se-iam infinitamente precários.

O terceiro 11 Sim11 é aquele que s e segue à descoberta da pr6pria fr aqueza e provoca uma verdadeira saida de si e um abandono ilimitado nas mãos de Deus ,

e Isto se passou na quinta felra Santa, à noit e , dentro da no ite e

não mais om pleno dia (São Joãa anotara: 11 Erat nox"), Pedro havia prot es t ado com :u:-• veemência quando do aviso da prova por que haveria de passar juntamente com os seus companheiros. Ainda que todos tombassem, ê+e, homem fort e , haveria de ficar de pé, ("Ainda que fosse preciso morrer conVosco, não,S Vos renegarei"). E depositava sua conf~.ança numa espada que trazia consigo. O r esultado lamentavel desta fanfarr0nad a , todos n6s conhecemo s . Como tamb ém o arrependiment o de Pedro.,. "Saind'J ., chonou amar-gamont e 11 ,

A grande data de nossa vida espiritual á o momento em que -quando d (' ama falta grave , talvez, ou de uma med iocridade mais perigosa ainda - tomamos consciência que somos -vulneráveis, cessamos de orêr que somos mais fortes ou melho­r es do que os outros, e r esolvemos buscar apOio em Deus e não mais em n6s mesmos.

Nêst e doloroso instante, rodeados de trevas e inun_dados de humilha­ção é que pronunciamos nosso terceiro "Sim11 J o "Sim" da fraqueza- descoberta não para desesperar, como Judas, mas para dali em diante colocar nossa confiança em Deus unicamente.

t o momento que Cristo esperou para dizer a Pedr o - depois que a calma se rest~beleceu em sua alma • não mais no futuro 11 ,.,e sObre ti, edificarei minha Igreja", mas, desta vez, no presente: 11 Apacenta meus cordeiros, apacent.a mi­nhas ovelhas. "

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! êsta estado de alma que o Senhor espera d e n6s, êsto o encontro por Ele marcado, para que possa começar a fazer trabalho s6rio em nós, tondo em vis­ta os casais das equipes, as ~XH pessoas quo vivem ao redor de nós, até tão longe quanto nossa ação e nossa oração possam atingir,

X 11

X X

Uma última plicação para concluir. N essa entrada para as Equi~es de Nossa Senhora é, deveJ:>ia ser, um mod o de exprimir Oete terceiro "Sim", Não corres­pondo, com efeito, para muitos, a uma tomada de consciência de que não é bom para o casal fjcar só? E que é preciso recorrer~ força de Deus para perserverar e para a­vançar, que é preoiGo também apelar para a entreajuda fraterna - outra forma, aliás do A mor do Cristo por n6s?

Uma última o)servação. O "Sim.á da fraqueza" longo de substituir os dois primeiros, deve, peló contrário, basear-se nOles. A entrega, sem condições, de todo o sOr a Deus, muito longe de matar o entusiasmo da juventude e a convicção do adulto, tem o poder de os transfigurar.

X

X X

......

LEITURA ESPIRITUAL

"Q.uando atentam para certas exigências do Senhor, alguns homens fi­cam quase inquietos: "Ninguem, a não ser aquele que renascer no espírito, terá o rei­no de Deus ... O que nasceu da carne é carne; o que nasceu do espírito é espírito"; ou ainda: "Deus é espírito, e aqueles que o adoram devem adorá-lo em espí:d to e em verdade "•

Como aquilo que 6 carnal pode tornar-se espiritual? Como aquilo • que nasceu da carne pode renascer no esp!rito? Sem dúvida, o cristão tem fé na Graça da Deus, no dom de espírito recebido no batismo; mas êle sabe também que esta Graça exige nossa oooperaçã o, que, sem gran~es esforços de nossa parte, ela não nos fará passar da cane ao espírito, das trevas a luz; êle sabe que só os puros de co­ração verão a Deus e êle indaga como, engajado num mundo imundo, poderá algum dia chegar a esta pureza da coração.

O oamin ho está indicado: Jesus n·O-lo mostrou com sua vida terre­na a com a vida da todos os santos que o imitaram: Ela não nos pede para fugir pa­ra o dos~rto, longo dêsto mundo, que é obra de Deus que nela Se revela a todos quantos sabem compreende-la, mas que atravessemos êsta mundo como as crianças atra­vessam os domínios de seu pai, sem o saquear qual gatunos, sem nele vagar qual va­dios, mas oom um respeito filial e uma grande diligência, pois: o Pai os aguarda na Casa. 11

·~

~· J. Le breton, S.J.

11o I• . O 11 Tu solua aanotua" - pg. 54-55

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HERDEIROS OU TESTEMUNHAS?

Para preparar um "dia de estudos" regional, um questionário tinha. · sido envia~o a certo número de Equipes. Dªsse questionário retiraremos hoje a.s respos­ftas dadas a Última. questão:

nO fato de sermos herdeiros de uma tradição cristã.Ó assim como de um me io independente, não é um obstáculo a.o testemunho que podemos dar? (o ardor do convertido, o desprendimento das pessoas simples, surpreendem-nos). Como remediares­ta si tuaçã,o?".

As respostas abaixo subinham atitudes de espírito que são, muitas vêzes, a.s n~ssas - desde que à fé não tenhamos chegado pela conversão pessoal, mas sim que a tenha~os recebido como uma herança familiar.

Nãã há herança mais pr eciosa e nossa gratidão jamais será excessi-va. para aqueles que, pela sua fidelidade , no~la legaram.

Mas o fato de t er sido tran smitida de geração em geração, de pai pa­ra filho, sem riscos a enfrentar, som r edescobertas a fazer, nã o lhe atenuou o fervor, n ão a tornou rotineira não d eixou insípido o conteúdo mesmo da moncàrrom? Que a nossa imaginaç~o, remontando idades, procure evocar o p rimeiro da nossa linha que recebeu em pleno coraçã o o ~mpa.cto do Evangelho: e, lealmente, perguntemos se a vida cri stã leva­da pelos seus doscendent~s até nós - quantas tarefas re alizadas , sem dúvida com cone- • ciência! quantas orações pronunciadas e missas assistidas; quantas graças sacramentais · aoumulad as - se tudo is to não é verdadeiramente riqueza viva, nutriente, que nos for­tifica e nos conduz mais próximos do Senhor do que nossos pais o tenham estado, •• ou também se isto tudo n ão se tornou tesouro esteril, que pe sa sôbre n6s porque, a pou-co e pouco, deixou-se de o fazer fDutificar.

Em muitas famílias "burguesas", considera-se como um dever de jus­tiça. nã o dela.pidar o patrimonio, afim de o transmitir, aos filhos, intacto, senão acres­cido. Nãã é o caso também de transmitir ~~ido o patrimonio espiritual? (porque n ês­te domínio não se trata de transmitir um acervo sem o ter feito frutificar: o Mestre não nos pediu para "conservar" os talentos recebidos, mas que os valorizassemos),

.. -- ' De fato, sabemos que frequentemente aqueles que deveriam ajudar, o-põem obstáculos. Como e porque? m o que analisaremos através das respostas recebidas, procurando o que é imputavel:

- à 11 indàpendência" do meio e do gênero de vida - à rotina· religiosa.

• "Quando usufruimos situação estavel que garanta razoavelmente o futu.ro de nossa família, assim como uma certa bagagElm int electual, tornamo · ·nos individualistas, para não dizer esgoistas inconsci entes, a.pe gados mais ou menos ciumen tamenne às vantagens e prerrogativas, como conservadores ~s vêzes obstinados".

Porque não necessitamos de ninguem, fazemos uma regra de "convenien­, cia", de bom tom, de "não nos ocupar com os outros", bem como de "não nos importarmos com o que fazem os outros".

Proprietários, "n ão temos mais o esp!ri to de pobreza.", a simpli-cidade daqueles que conhecem a alegria de "dar" porque êles sabem, por experiência, o que é "não ter" e "receber~.

"Isolados de ntro da nossa classe", "ignoramos os problemas dos ou­u tros , e julgamO-las "com preconceitos egoistas e vaidosos".

"Não devemos nada a ninguem" - dizemos desconhecendo os dois sen­tidos da palavra "dever"; cremos não~ ter"d!vidas", quando exata.men te as van§agens que possuimos, em comparação com as de outros meios menos favorecidos, nos impõem obri­gações e responsabilidades, que nos foX1Jam, em consciência., a servir aos outros " nas agruras do mundo de hoje".

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... 5 - .. -O que chamamos "respeito ~liberdade" é na verdade "inércia"; é"oo­

looar a luz debai%o do alqueire". Dizemo-nos "independentes", mas "vivemos dentro de um quadro ~heio

de tradições, de constrangimentos q11e é dificil de remexer".

II - A tradioão religiosa

Face a face eon osco mesmos:

"Herdeiros, arriscamo-nos a não mais ver as riquezaà de nossa heran .. 9a"• N · ã o avaliamos mais o que hé de deeconcertante na mensagem evang61ica: oet~:Camoe nda - para empregar uma palavra que deveria nos fazer sobresaltar - EnL?stiados da re­ligião cristã?

sa medida". Em todo o caso, temos a tondOncia d a 11 redüzir as obrigações h nos-

nicamante "• "Tornamos rotina 11ma quantidade de atos que fazemos um tan to meca-

"~ preciso um esf~rço para repensarmos a nossa fé e agir de ac~rdo com ela: frequentemente adotamos atitudes que supomos cristãs",

Face a face com outros:

Não sabemos mais dar testemunho do ~risto". "Em nossa própria fam!lia, tememos revelar a profundidade da nossos

sentimentos religiosos". "Tal ato cristão de nossa parte não repercutirá em ninguem vindo de

um meio onde, pensam os descrente s; tudo é automaticamente cristão", 11 0 fato de sermos "catalogados como cristãos" nos expõe a um Julga ..

monto mais severo: "dificuldade de dar testemunho quando, em ra~ão das circunstâncias, parecemos menos generosos do que outros" - é a situação de um casal cujo marido, au­sento, por dever profissional, 5 ou 6 dias por seman a, nã o pode tR±t dedicar-se a uma ação exterior,

Mas, e1e o mais grave: habituados ~nossa fé desde gerações, "care­cemos do certo tempo para compreender os problemas que se apresentam aos cristãos de formação recente 11.

E eo~ret~do, "não temos mais coneci~ncia de que outros não receberam ou perderam o senso do Cristo~ curvados sObre nds mesmos, ignoramos frequentemente os remoinhos de pennamento em que se agitam outras classes sociais trabalhadas por dou­trinas anti-cristãs, 11

A ssim pois, o egoismo de possuidor~s~ incansciência das nossas res­ponsabilidades, sub-estima e desvalorização da mensagem cristã, a incapacidade de dar te s fi qmunho, a ~:a igno rê.ncia da inquietaQão espiritual dos outros e da confusão i­deológica dos nossos tempos! .. e is o diagnóstico,

E não há remédio?

Certamen te que sim, desde que o mal seJa reconhecido e lucidamente estudado,

Socialmen te, seria preciso: "Libertarmo-nos desta euforia li tdrgioa 1 desta beata satisfação de

homens bem colocados, para ir de encontro aos outros ••• desligarmo-nos daquilo que nos retem em nossa posição previlegiada, destruir as barreiras para comunicarmo-nos com ' aquo los que nos consideram estrangeiros no que tango aos seus problemas: cada casal imaginará e realizará do a~~rdQ com os recursos de que d1spõé 11 •

Não desconhecer que tomo s n osso caminho original; porém, descon­fiar som pro, do nosso isolaoionismo de classe; saibamos ~em que h~ um virus de olasse quo possur virulência permanente: uma vigilância constante ~ necessária,

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Certificar-se de que existe para nós o dever de nos colocarmos a ser­viç~ dos outros, nas instituiçõe s: cidade, sindicatos, contratos de trabalho, salário, aprendizagem, alojamento, cinema, irnpre nsa, organismos familiares, etc ••• Resolver os problemas pessoais, de acôrdo com as aptidões e possibilidades".

Espiritualmente: "Reexaminar nossa posição cristã considerando as posses terrestres ...

quer e atas posses s e jam materiais·, quer sejam valores de cultura, de oi vilização~. •" "Te ntar sempre vêr o Cristo no próximo, evitar julgar terceiros,

p8r a caridade em nossos atos", "Ainda mesmo que a herança cristã nos pareça uma juda no nosso me 1o

exteriormente será preciso cobri-la de alegria, humildade, simplicidade, disponibili .. dade e sobretudo de uma imensa generosidade amorosa",

"Podemos tudo com Cristo: Se t procurarmos pela meditação, nosso es­tado de esp!rito mudará e o fato de pertencermos a tal meio não será mais obstáculo ao t est emunho. E tle que n o s quer n êste meio: Ele nos dará a luz para o iluminar, s e a merecermos pelos nosso s esforços",

Que esforços? -Antes de tudo, interiores: "retiros, estudo do Evan-gelho , vontade, oração".

Cert ament e , "há um grande esforço a se fazer" mas cremos verdadeira-e mente que a Igrej a pode e deve no ·s ajudar".

X

X X

Estas not as não esgotam o assunto, Se houver p ossibilidade, cada Equipe, cada casal poderia a êle vol­

tar: procurar, num l eal exame de consciência, anotar o ~ e o passivo do seu meio, das t r adições famili ar es, ·

t essenci al é saber o que queremos ser, o que queremos para depois mo.à· s de nós, ; o que para n.ós , que s e jam nossos filhos se:

-he r de iros passivos, que tudo receberam? - ou t est emunhas vivas, prontas a tudo dar?

X X X

ORAÇõES para o mês de Setembro

1. Oração litúrgica

2. Meditação

N~s Vos suplicamos Senhor, concede! a vossos servos o dom da graça celesti al, e corno a Maternidade da B e m-aventurada Virgem Maria foi o início de noss a salvaçã o, assim também a piedosa solenidade de sua Natividade no s alcance um aumento de paz. Por N.S.

Evangelh o (s. Lucas, I, 26-28).

N aquel e t emp o, o Anjo Gabri~l foi enviado por Deus, a uma cidade da Galiléia, chamada N' azaré, a um~ Virgem desposada com um varão que se chamava José, da casa de Davi. E 0 no~e da Virgem era Maria, En~ trando o An~~ onde ala est·av~, disse: Ave, cheí .a de graça, o Senhor é con­tigo; benQita és tu entre as mulheres.

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S U P L E M E N T O --·---------

Das Equipes do Setor de São Paulo

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EQUIPES

Dias 24-26 de setembro

T E M A GERA L

" O ESP!RITO CRISTÃO NA VIDA CONJUGAL "

Pregador: Rv. Pe. Oscar Melanson, c.s.c

Encerramento das inscrições, dia 12 de setembro

VIDA DAS NOSSAS E~IPES

Reunião dos Responsáveis

Encontraram-se há dias, na residência do casal Geraldo e Celia Bourroul, tortos os Assistentes e Casais Responsáveis, para trocarem impressões sObre a vida das nossas equipes.

Ambiente de muita cordialidade, de muita franqueza tambem, o que permitiu que cada qual apresentasse com sinceridade as conquistas feitas, as dificuldades en­contradas.

Ficou bem patente a boa vontade e o esforço observados, em se porem os ca­sais das equipes om estreita consonância com as normas do nosso Movimento.

Assim é que, nas reuniões, a "mise-en-commun" vai se tornando gradativa­mente mais franca, ating indo os problemas que realmente falam ao coração o ~ alma. A oração em comum o a meditação se aprofundam e, !'Guco a pouco, vai sendo vencida a reserva que impod.ia alguns de abrirem a sua alma na oração meditada pessoal - indi­cio certo do uma simplicidade maior na reunião.

H~ dificuldades. Nem poderia ser de outra forma. Para vencer os ônpt&culos encontrados na caminhada para Deus é que as equipes foram feitas. Para avançar juntos e com mais segurança é que reunimos os nossos esforços. Portanto se, por exemplo, o "dever de sentar-se" deixa ainda a desejar ••• se por vezes as respostas aos temas de estudo são superficiais e indicam uma preparação feita de afogadilho ••• tambem é cer­to quo há em geral o desjo - mais do que isto, a decisão de fazer passar para a vida, de forma concreta, as verdades que vão sendo mais profundamente compreendidas no de­correr das atividades das equipes.

E' o que ficou bem patente no decorrer da reunião, durante a qual pudemos recolher interessantes experiências vividas pelas nossas equipes.

E', por exemplo, a senhora de um dos casais que, com toda a simplicidade e naturalidade foi residir com outro casal da equipe, durante a ausência de seu ma­rido, em viagem de alguns meses para o exterior.

E' aquele outro casal que resolveu convidar a empregada para tomar parte na oração da família. Consequência interessante a registar: o maior interesse da em­pregada• depois disto, no cumprimento de suas obrigações.

Numa das equipes, um oasal pOz ~ disposição dos companheiros do grupo, uma casa de campo de sua propriedade,

Anotamos outros fato·s interessantes. Não queremos entretanto deixar passar sem registro o seguinte, pela sua significação:

E' o aniversário de um dos filhinhos do casal. Circunstâncias fortuitas,

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impedem várias crianças convidadas de virem tomar parte na festinha íntima da família, Porque não se convidariam crianças estranhas? Os pais comunicam-se com um orfanato, escolhido ao acaso na lista telefônica. Mais tarde um grupo numeroso de crianças des­se estabelecimento se apresenta e é acolhido com alegria e satisfação,,, de todos,

RETIRO DOS DIAS 24 / 26

As inscrições para o retiro encerram-se no dia 12 pr6ximo, Devem elas ser feitas com o casal responsável de cada equipe que, por sua vez, deverá logo a seguir encaminhá-las para o casal Moncau.

Estamos certos que os casais que ainda tem pela frente qualquer obstáculo, saberão removê-lo e s6 deixarão de comparecer os que realmente estiverem impedidos,

Estamos certos, principalmente, que todos saberão distinguir aquilo que é impedimento real, daquilo que é simples pretexto, mais ou menos subconsciente.

Os detalhes sôbre o retiro serão enviados dentro de poucos dias a cada um dos membros das equipes,

ANO MARIANO

Ao ser distribuída a presente Carta Mensal, estará em pleno desenvolvi­mento o grandioso Congresso da Padroeira do Brasil, contribuição solene de S,Paulo e do B rasil às festas jubilares do 12 centenário da definição do dogma da Imacula­da Conceição,

Alem da participação particular doa nossos casais a estas solenidades, as equipes, como já foi noticiado nos meses anteriores, irão realizar em outubro pr6ci­mo uma

ROMARIA DE CASAIS, A APARECIDA

Será esta a contribuição principal das Equipes de Nossa Senhora, neste Ano Mariano.

As Equipes da França e dos paizes visinhos levaram a Lourdes, em junho ~­time, numa R~:~~:~~~2~~-~~-~-~~~~' 500 casais, quase todos membros do nosso Movimen­to. Foi uma demonstração magnífica de fé, Uma revista franceza (Actualité re­ligieuse), referindo-se a esta peregrinação, assinala como fato dominante, a atmos­fera de amizade que reinou desde a partida dos trens, O ambiente de oração foi pro­fundo, Pela primeira vez, a procissão do Santíssimo Sacramento, na esplanada da ba­sílica de Lourdes, foi acompanhada por 500 casais, lado a lado, o que causou profun­da impressão, O tempo foi consagrado a várias cerimonias, das quais se destacaram conferências, reuniões de equipe, uma grande vigília seguida de uma missa a meia­noite e, particularmente, a consagração das equipes à Vir~em e à Igreja.

E n6s ?

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