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Cofinanciado pela Direcção-Geral da Agricultura e do Desenvolvimento Rural da União Europeia www.newcapmountain.eu Melhorar o trabalho em rede e a cooperação entre os agentes da cadeia de abastecimento das zonas de montanha O desenvolvimento das cadeias de abastecimento das zonas de montanha, a nível local e regional, depende da organização dos vários agentes envolvidos. O trabalho em rede das cadeias de abasteci- mento irá permiƟr não só a ligação dos diferentes agentes como também irá melhorar a sua compe- ƟƟvidade através da adoção da menção de qualidade facultaƟva “Produto de Montanha”. As diferentes partes interessadas reforçaram a necessidade de estabelecer uma rede Europeia de cadeias de abastecimento de zonas de montanha. Esta rede deverá agir como um instrumento de união para os atores das cadeias de abastecimento destas zonas, de forma a reforçar a sua compeƟ- Ɵvidade, a explorar o potencial e a disseminar a compreensão da menção de qualidade facultaƟva “Produto de Montanha”. Também deverá ser um instrumento que permita que as partes interessa- das troquem opiniões sobre questões comuns e encontrem soluções para reforçar e melhorar as cadeias de abastecimento das zonas de montanha. Na sequência da adoção da nova menção facultaƟva europeia “Produto de Montanha”, a Euromon- tana acredita que o uso de uma abordagem mais alargada à questão dos produtos de montanha deve: ser inspirada pela Carta Europeia de produtos de montanha de qualidade – a nova legislação fornece a base legal para a implementação de dois dos princípios desta carta. É altura de rever esta carta para que a questão do desenvolvimento dos produtos de montanha seja amplamente abrangida e, além disso, é também necessário rever as principais ambições políƟcas; ter uma forte ligação aos indicadores de mercado – o desenvolvimento da cadeia de abasteci- mento das zonas de montanha deve ser conseguido de forma a providenciar mais lucro aos agri- cultores e às comunidades, evitando assim a perda de valor acrescentado, especialmente quan- do estão envolvidos os maiores grupos industriais; ser ancorada no território – o grande objeƟvo do desenvolvimento das cadeias de abastecimen- to das zonas de montanha é o desenvolvimento territorial, a permanência da aƟvidade econó- mica no território, a criação e permanência de empregos e o estabelecimento de ligações refor- çadas entre as aƟvidades de produção e as turísƟcas; ser holísƟca – ter em conta todos os instrumentos de qualidade e o seu interesse para a promo- ção dos produtos de montanha (indicação geográfica, marcas territoriais, marcas privadas, ven- das diretas...) e não só a menção de qualidade facultaƟva, a qual é apenas uma opção entre outras; todos os produtos e não apenas os produtos alimentares: água, bebidas espirituosas, madeira e até mesmo serviços que incluam todo o espectro das cadeias de valor das zonas de montanha, integrando também o turismo.

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Cofinanciado pela Direcção-Geral da Agricultura e do Desenvolvimento Rural da União Europeia

www.newcapmountain.eu

Melhorar o trabalho em rede e a cooperação entre os agentes da cadeia de abastecimento das zonas de montanha

O desenvolvimento das cadeias de abastecimento das zonas de montanha, a nível local e regional, depende da organização dos vários agentes envolvidos. O trabalho em rede das cadeias de abasteci-mento irá permi r não só a ligação dos diferentes agentes como também irá melhorar a sua compe-

vidade através da adoção da menção de qualidade faculta va “Produto de Montanha”.

As diferentes partes interessadas reforçaram a necessidade de estabelecer uma rede Europeia de cadeias de abastecimento de zonas de montanha. Esta rede deverá agir como um instrumento de união para os atores das cadeias de abastecimento destas zonas, de forma a reforçar a sua compe -

vidade, a explorar o potencial e a disseminar a compreensão da menção de qualidade faculta va “Produto de Montanha”. Também deverá ser um instrumento que permita que as partes interessa-das troquem opiniões sobre questões comuns e encontrem soluções para reforçar e melhorar as cadeias de abastecimento das zonas de montanha.

Na sequência da adoção da nova menção faculta va europeia “Produto de Montanha”, a Euromon-tana acredita que o uso de uma abordagem mais alargada à questão dos produtos de montanha deve:

ser inspirada pela Carta Europeia de produtos de montanha de qualidade – a nova legislação fornece a base legal para a implementação de dois dos princípios desta carta. É altura de rever esta carta para que a questão do desenvolvimento dos produtos de montanha seja amplamente abrangida e, além disso, é também necessário rever as principais ambições polí cas;

ter uma forte ligação aos indicadores de mercado – o desenvolvimento da cadeia de abasteci-mento das zonas de montanha deve ser conseguido de forma a providenciar mais lucro aos agri-cultores e às comunidades, evitando assim a perda de valor acrescentado, especialmente quan-do estão envolvidos os maiores grupos industriais;

ser ancorada no território – o grande obje vo do desenvolvimento das cadeias de abastecimen-to das zonas de montanha é o desenvolvimento territorial, a permanência da a vidade econó-mica no território, a criação e permanência de empregos e o estabelecimento de ligações refor-çadas entre as a vidades de produção e as turís cas;

ser holís ca – ter em conta todos os instrumentos de qualidade e o seu interesse para a promo-ção dos produtos de montanha (indicação geográfica, marcas territoriais, marcas privadas, ven-das diretas...) e não só a menção de qualidade faculta va, a qual é apenas uma opção entre outras; todos os produtos e não apenas os produtos alimentares: água, bebidas espirituosas, madeira e até mesmo serviços que incluam todo o espectro das cadeias de valor das zonas de montanha, integrando também o turismo.

Avaliação da situação atual

Existe uma grande variedade de tradições e conhecimento em relação à produção e transformação de alimentos nas zonas de montanha. Além disso, os consumidores associam a imagem da montanha a bens de determinado valor acrescentado. Os produtos de montanha combinam diferentes aspetos para os consumidores. Estes produtos evocam o ambiente das montanhas, a natureza, a auten cidade, a pureza e a qualidade. A nível da UE existe um potencial de mercado para os produtos alimentares de montanha, mas atualmente as cadeias de abastecimento não estão sufici-entemente organizadas para o explorar. Os agricultores e outros agentes locais deparam-se com várias dificuldades no âmbito do desenvolvimento local das cadeias de abastecimento das zonas de montanha. Os principais obstáculos são: Os retalhistas consideram que os preços elevados, o baixo volume de produção e a sazonalidade da produção dos

produtos de montanha de qualidade são os fatores mais importantes que inibem a distribuição e o sucesso destes produtos;

Capacidade reduzida para integrar os sistemas de cer ficação existentes pelo facto de estarem apenas acessíveis através de um processo demasiado longo e dispendioso para as cadeias de abastecimento de pequena-média esca-la (normalmente localizadas nas zonas de montanha) ou porque os seus critérios de produção são di ceis de cum-prir em condições de montanha;

Falta de formação, infraestruturas, conhecimento e competências. Uma das principais limitações para o desen-volvimento das cadeias de abastecimento das zonas de montanha é a falta de competências relacionadas com a comercialização de produtos e com a gestão de negócios. A chave para um processamento agrícola de sucesso e para a comercialização direta é fazer com que os agricultores adquiram fortes competências empresariais, comuni-ca vas e de comercialização.

A troca de informação ú l sobre produção, oportunidades de abastecimento ou comercialização e procura entre os agentes da cadeia de abastecimento das zonas de montanha poderia evitar estes problemas e originar soluções apro-priadas . Quando confrontados com estas dificuldades, os agricultores poderiam usar formas alterna vas de cadeias de abaste-cimento: aquelas que abrangessem diretamente os consumidores através do seu abastecimento numa área próxima e da venda local com poucos intermediários. Através das vendas diretas os produtos vão diretamente do produtor para os consumidores. O obje vo é permi r que os produtores de montanha ofereçam os seus produtos aos consu-midores a preços mais compe vos e aumentem a margem de lucro. As pessoas tornam-se mais conscientes da liga-ção que existe entre a agricultura e os produtos que consomem. Além disso, as cadeias de abastecimento curtas de alimentos contribuem para aumentar o acesso a alimentação fresca e sazonal e tornar clara a origem do produto . Além do mais, o estabelecimento de uma plataforma europeia de cadeias de abastecimento que atue como uma ex-tensão da rede da Euromontana, sendo capaz de mul plicar e consolidar a informação dos diferentes agentes das cadeias de abastecimento, é relevante no contexto do novo regulamento da menção faculta va “Produto de Monta-nha”. Atualmente, e depois de a Euromontana passar 15 anos a tentar obter uma nova menção de qualidade de mon-tanha, é essencial para a rede voltar a promover o trabalho em rede e incen var os agentes das cadeias de abasteci-mento a usar e a implementar a nova legislação relacionada com a menção de qualidade faculta va ou outros instru-mentos de qualidade e comercialização No sen do de facilitar o trabalho em rede e a cooperação entre os agentes das cadeias de abastecimento das zonas de montanha e a criação de uma plataforma europeia para a cadeia de abastecimento dessas mesmas zonas, devem ser incen vadas as seguintes ações: O envolvimento de todos os agentes da cadeia de abastecimento na plataforma: produtores e organizações de

produtores, transformadores, retalhistas, consumidores, restaurantes e cozinheiros, autoridades locais, escolas e universidades.

A definição clara da estratégia, obje vos e ações da plataforma que tenham impacto na economia, apoiando a exportação dos produtos de montanha ou a estruturação de coopera vas. A plataforma também deverá iden fi-car os líderes capazes de orientar todo o processo.

A catalogação das inicia vas existentes relacionadas com as cadeias de abastecimento das zonas de montanha no sen do de se definir o estado da arte, iden ficar as necessidades e limitações, evitar a mul plicação de inicia vas e criar sinergias.

Recomendações sobre polí ca e estratégia

www.newcapmountain.eu

Para facilitar o trabalho em rede e a cooperação entre os agentes das cadeias de abastecimento das zonas de montanha recomendamos:

Encorajar a organização, interna e entre empresas, de agricultores e transformadores de forma a promover a colaboração interna nas cadeias de abastecimento das zonas de montanha. A forma-ção empresarial poderá ser crucial para alterar a forma de pensar de todos os atores no sen do de alcançar uma maior mentalidade empresarial, adquirindo assim competências específicas para re-forçar o seu negócio.

A melhoria das competências de transformação através do apoio à modernização e à criação de unidades de pequena dimensão nas zonas de montanha.

Melhoria da cooperação entre os produtores e apoio às ações cole vas (por exemplo através de coopera vas) de forma a garan r não só volumes de abastecimento suficientes como também pro-dutos autên cos. Os pequenos produtores e transformadores das zonas de montanha devem ser mo vados a produzir produtos de qualidade, trabalhando cole vamente no sen do de conquistar mercados maiores a nível regional, nacional e Europeu e/ou novos pos de mercados (venda online ou cabazes de produtos em grande escala). Além disso, esta colaboração pode beneficiar um gran-de número de diferentes contextos, tal como negociações com retalhistas, fornecedores, transfor-madores, ou inves mentos tecnológicos, etc.

Os conteúdos desta ficha informa va são da única responsabilidade da Euromontana e não refletem as perspe vas da União Europeia.

www.newcapmountain.eu

Plano de ação

h ps://www.facebook.com/anewcapmountainsofopportuni es

h ps://twi er.com/NewCAPMountain

Para facilitar o trabalho em rede e a cooperação entre os agentes das cadeias de abastecimento das zonas de montanha foi pedido à Euromontana que implementasse algumas ações concretas:

Ação 1: Fazer pressão a nível europeu no âmbito das zonas de montanha e em especial dos produtos de montanha através da par cipação em grupos de conversação civis, em especial sobre Qualidade e Promoção, sobre a Polí ca Agrícola Comum e o desenvolvimento rural, e através da plataforma EIP-AGRI e da Rede Europeia de Desenvolvimento Rural. A Euromontana deve con nuar a desempenhar o papel de principal interlocutor perante as ins tuições euro-peias e fazer pressão no sen do de obter atenção específica para as zonas de montanha no âmbito das diferentes polí cas europeias.

Calendarização: a vidade em curso.

Ação 2 – Criação de uma rede Europeia de cadeias de abastecimento de zonas de montanha através da criação de uma plataforma que terá como obje vo a par lha de experiência, o debate de problemas comuns, a divulgação de informação, o desenvolvimento de projetos no sen do de melhorar a compe vidade dos produtos, a monitorização e o alargamento do âm-bito da menção de qualidade faculta va “Produto de Montanha”. Esta plataforma deverá inte-grar também os outros agentes da cadeia de abastecimento como universidades, empresas, comerciantes e consumidores, e deverá agir como um fórum de intercâmbio virtual interno da Euromontana através de uma abordagem “ascendente”.

Calendarização: desde 2015 e durante os próximos anos pelos colaboradores da Euromontana.

Ação 3: Revisão da Carta Europeia dos Produtos de Montanha de Qualidade tendo em con-ta a integração do novo quadro legisla vo e o envolvimento de outras partes interessadas (tal como a indústria, comércio, organizações de consumidores).

Calendarização: 2015.