mecanismos de transmissão da política monetária
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MECANISMOS DE TRANSMISSÃO DA POLÍTICA MONETÁRIA
PRIMEIRA PARTE: As evidências da transmissão
O PAPEL DAS EVIDÊNCIAS•Um cientista foi convidado a fazer uma palestra na Associação dos
Alcoólicos Anônimos. para demonstrar os malefícios do álcool nos humanos.
No momento culminante da palestra, o Cientista pede dois copos - um cheio
de água e outro cheio de álcool - e os coloca a sua frente, sobre uma mesa.
• Ele pega um verme vivo e o joga no copo cheio com água. O verme nada,
nada e escapole pela borda do copo.
•Volta a apanhar o verme e o jogar no outro copo (com álcool). O parasita se
contorce, não consegue nadar e morre.
• O Cientista, satisfeito com o êxito da demonstração, brada aos seus
ouvintes: Então, meus amigos, a que conclusão podemos chegar?
•Lá no fundo do auditório levanta-se um voz rouca que responde:
•Que quem bebe não tem vermes
Evidências de modelos Estruturais
• Interessa todo o caminho percorrido entre uma variável e outra. Preferida por keynesianos.
Ex: Keynesianos
• M –> i -> I -> Y
Evidências de modelos Reduzidos
• Não analisam os caminhos, somente como uma variável interfere na outra observando-as diretamente. Ex: M -> Y ; Café causa infarto ou...
Vantagens e desvantagens da análise Estrutural e Reduzida
• Estrutural:• Vantagem no
conhecimento dos caminhos de transmissão
• Desvantagem de reduzir as variáveis analisadas
• Reduzida:• Não limita a
análise a um conjunto de variáveis específico
• Desvantagem:• Ex: causalidade
reversa
UM CASE: A DEPRESSÃO E A PM
• Surpreendentemente, há quem pense que Keynes desse valor à Política Monetária. Keynes escreveu sua obra prima num momento em que os juros nominais estavam baixos e achava mesmo que não era possível baixar mais.
• Assim, ele não dava bola para a PM e os keynesianos mais ortodoxos nunca deram bola também. Somente os keynesianos desvirtuados é que passaram a das bola para a Pm expansiva e dizer que ela teria efeitos sobre Y.
KEYNES e as evidências da ineficácia da PM
Mas, como assim?
• Na obra original, Keynes disse que o Investimento era função da Eficiência Marginal do Capital (EMgK) e da taxa de juros. Mais especificamente, da comparação delas.
• Na Depressão, i estava muito baixa. Não parecia que falta de liquidez fosse a causa da crise. A evidência era i baixo.
• Por isso, o modelo M-> i-> I-> Y só é válido em condições em que a taxa de juros se encontre alta o suficiente para desencorajar a EMgK do momento. (esse, segundo Keynes, não era o caso na Deprê de 29, pois para ele a EMgK é que teria caido demais).
Então, tava perdido. Não dava para a PM fazer nada?
Keynes: Não, só a política fiscal é que salvaria o mundo da Depressão.
Friedman: Dava sim, e, aliás essa história do senhor Keynes não se passou bem assim. O que aconteceu foi algo bem diferente.
O quê aconteceu?
Nadaaaa, O Fed não fez nadaaaa...
• 1963: Friedman e Anna Schwartz publicam o “História monetária dos USA” (exemplar na biblioteca da UFPR em inglês) e apontam as falências das casas bancárias como evidências de falta de liquidez.
• Mishkin endossa Friedman (nossa! Por que não estou surpreso?) e diz que Keynes cometeu alguns erros. Se a taxa de juro estava baixa, essa era apenas a dos títulos bons; os “junks” estavam pagando juros exorbitantes. Mesmo a taxa dos títulos de primeira linha estava baixa apenas em termos nominais, pois se considerar a deflação da economia elas se encontravam altas como há décadas não ocorria e ocorreria.
Agora é a minha vez...
• Existem muitas evidências de que a moeda interfere nas decisões dos agentes econômicos, segundo os monetaristas.
• Vamos separá-las em: 1) Evidência Temporal 2) Evidência Estatística 3) Evidência Histórica
Segundo os monetaristas ...
Evidência Temporal: a história do lag da política monetária e das conseqüências no PIB. Primeiramente calculado em 16 meses, em 1963, hoje há um consenso entre os que acreditam nele em torno de 6 meses até 1 ano. É uma questão que varia , mas existe.
Evidência Estatística: Outra vez em 1963, M. Friedman e David Meiselman rodaram um modelo Y contra M (monetarista) e Y contra Y-A (keynesiano) e “descobriram” que o modelo monetarista ganhava todas as vezes.
Essas evidências ...
• Ainda sobre a Evidência Estatística: Albert Aldo e Franco Modigliani (keynesiano e Nobel de economia) atacaram a construção da variável A que o Friedman usou como sendo keynesiana, reconstruíram-na e rodaram o modelo outra vez. Advinhem: o modelo keynesiano venceu!
Evidência histórica
• Mishkin admira o trabalho de Friedman em “História monetária dos USA” e é sutil em concordar com a evidência do lag. Diz inclusive que há elementos para provar a exogeneidade da moeda lá.