módulo 7 ameaças & perdas2-7 8-28 8-14 15-18 19-28 resumo e avaliação do módulo 36 lista de...

44
Projecto Celeiro da Vida Manual de Facilitação de Práticas Agrárias e de Habilidades para a Vida Para os Facilitadores das Jffls Módulo 7 Ameaças & Perdas

Upload: others

Post on 15-Jul-2020

1 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Módulo 7 Ameaças & Perdas2-7 8-28 8-14 15-18 19-28 Resumo e avaliação do módulo 36 Lista de referências para este módulo 37-38 3 Introdução: A clima de confiança mútua e

Projecto Celeiro da Vida

Manual de Facilitação de PráticasAgrárias e de Habilidades para a Vida

Para os Facilitadores das Jffls

Módulo 7Ameaças & Perdas

Page 2: Módulo 7 Ameaças & Perdas2-7 8-28 8-14 15-18 19-28 Resumo e avaliação do módulo 36 Lista de referências para este módulo 37-38 3 Introdução: A clima de confiança mútua e
Page 3: Módulo 7 Ameaças & Perdas2-7 8-28 8-14 15-18 19-28 Resumo e avaliação do módulo 36 Lista de referências para este módulo 37-38 3 Introdução: A clima de confiança mútua e

0

Page 4: Módulo 7 Ameaças & Perdas2-7 8-28 8-14 15-18 19-28 Resumo e avaliação do módulo 36 Lista de referências para este módulo 37-38 3 Introdução: A clima de confiança mútua e

1

Page 5: Módulo 7 Ameaças & Perdas2-7 8-28 8-14 15-18 19-28 Resumo e avaliação do módulo 36 Lista de referências para este módulo 37-38 3 Introdução: A clima de confiança mútua e

2

Projecto Celeiro da Vida Manual de Facilitação de Práticas Agrárias e de Habilidades para a Vida

Módulo 7: Ameaças & Perdas

Índice

Introdução: Importância da reflexão sobre ameaças e perdas 1

Tópicos especiais

Agricultura

Página Tópicos especiais

Vida

Página

Tópico M7-3: GIP das

hortícolas e de outras

culturas

Tópico M7-4: Gestão de

perdas pós-colheita: Parte 1: Perdas pós-

colheita Parte 2: Selecção e

Conservação de grãos e

sementes

25-28

29-35

29-30

31-35

Tópico M7-1: Como enfrentar e

gerir ameaças, doenças e perdas

na vida?

Tópico M7-2: Proteger-nos

contra as doenças: Parte 1: O que é a doença? Parte 2: Lidando com o impacto

do HIV e SIDA Parte 3: Importância das plantas

medicinais

2-7

8-28 8-14

15-18

19-28

Resumo e avaliação do módulo 36

Lista de referências para este módulo 37-38

Page 6: Módulo 7 Ameaças & Perdas2-7 8-28 8-14 15-18 19-28 Resumo e avaliação do módulo 36 Lista de referências para este módulo 37-38 3 Introdução: A clima de confiança mútua e

3

Introdução: A Importância da Reflexão sobre Ameaças e Perdas

Este módulo surge numa altura em que os jovens já se sentem confortáveis e têm um

clima de confiança mútua e com os facilitadores. Contudo, neste módulo “Ameaças e

Perdas” serão abordados assuntos sensíveis. Os jovens serão levados a confrontar os

seus sentimentos sobre a sua vulnerabilidade e os acontecimentos traumáticos que os

levaram a fazer parte do programa. Por conseguinte, os facilitadores das JFFLS terão

de tratar os temas com muito cuidado e acompanhar com atenção o estado de espírito

dos jovens ao longo dos exercícios.

O aspecto central deste módulo consiste na aprendizagem das formas de lidar com as

ameaças, doenças e perdas, quer na agricultura, quer nas nossas vidas.

Os principais temas serão apresentados de acordo com a estrutura abaixo descrita.

Habilidades da Vida:

Nesta componente, os jovens irão discutir formas de gerir as ameaças, doenças e

perdas na vida. Serão usadas, sobretudo, metodologias de cómico-terapia, com

diferentes exercícios que ajudam no processo de fortalecimento do espírito de equipa

e de desenvolvimento da auto-estima.

Os jovens aprenderão o que são as doenças e como estas podem ser evitadas através

de uma boa higiene e alimentação saudável (com base nos conhecimentos adquiridos

nos Módulos 3 e 4), vacinação e cuidados apropriados, e como se pode usar a

medicina natural. Incluímos igualmente neste módulo a terceira parte do tema HIV e

SIDA, repetindo as mensagens principais e discutindo a necessidade de ter uma

alimentação nutritiva de forma a fortalecer o sistema imunitário, enfraquecido pela

doença.

Agricultura:

A componente de GIP, introduzida no Módulo 3, continuará este mês, mas centrando-

se apenas nas culturas de segunda época, ou seja, as hortícolas. Para além das pragas e

doenças, muitas perdas da produção agrícola acontecem no período pós-colheita,

devido a métodos inadequados de manuseamento e conservação. Será assim dada uma

sessão sobre formas de evitar perdas pós-colheita e sobre processos de conservação.

Assim como a medicina natural, que ajuda a manter as pessoas saudáveis,

complementando a medicina convencional, os pesticidas naturais desempenham um

importante papel no combate a pragas e doenças das culturas.

DURAÇÃO DO MÓDULO: 9 sessões para um total de 13 horas, MAIS sessões na

machamba, MAIS exercícios ao longo do módulo.

Page 7: Módulo 7 Ameaças & Perdas2-7 8-28 8-14 15-18 19-28 Resumo e avaliação do módulo 36 Lista de referências para este módulo 37-38 3 Introdução: A clima de confiança mútua e

4

Tópico M7-1: Como Enfrentar e Gerir Ameaças, Doenças e Perdas

na Vida?

OBJECTIVO: Ajudar os jovens a falarem

abertamente sobre problemas da

sua vida, de forma a criarem mais

confiança, apoio e força do grupo.

DURAÇÃO: Introdução: 2 h.

Outras sessões ao longo do mês.

MATERIAIS: Veja para cada exercício.

PASSOS:

1. Preparação antes da aula: o facilitador deverá ler a 1ª Ficha de Apoio para

compreender melhor a situação psicológica dos jovens, particularmente

quando têm de lidar com problemas e perdas nas suas vidas. Os facilitadores e

o resto da equipa de JFFLS podem dar um grande apoio aos jovens que

passam por este tipo de experiências, ao compreendê-los e ao representarem

modelos e referências de comportamento.

2. (40 min) Plenário: exercício “Criando a Auto-estima”

Comece a sessão com um exercício que ajuda a aumentar a auto-estima e a

confiança em relação aos outros membros do grupo:

Peça aos jovens para formarem duas linhas paralelas (A e B) de igual

número, colocando-se uns em frente dos outros.

Quando o facilitador der um sinal, os jovens da linha A deverão

aproximar-se do jovem em frente, na linha B, e segredar algo que gostam

nesse jovem (pode ser, por exemplo, “tens um cabelo bonito”, “’és

inteligente”, “’és muito simpática(o)”, etc.). Depois os jovens da linha B

fazem o mesmo para os jovens da linha A.

O facilitador dá um sinal para parar. Depois, peça aos jovens da linha B

para darem um passo para a direita e passarem a ficar frente a frente com o

jovem imediatamente a seguir ao anterior, na linha A. Repita os passos 2 e

3 até que todos os jovens tenham segredado uma qualidade a todos os

colegas.

Peça aos jovens para se sentarem em círculo e indicarem, um por um, algo

bonito que tenham dito sobre ele(a) durante o exercício.

3. (60 min) Plenário e aos pares: exercício “Pesadelos de Criança” Nota para o Facilitador: Neste exercício, os jovens vão interpretar, aos pares, uma pessoa ou

objecto que lhes mete medo. Posteriormente, eles irão reflectir em plenário, sobre formas de

ultrapassar os medos e de reagir perante eles, sem terem de falar sobre situações pessoais

traumáticas vividas no passado (e que talvez ainda vivam dentro delas).

Explique que o seguinte exercício serve

para reflectir sobre formas de lidar com o

sentimento de medo e situações traumáticas.

Divida os alunos aos pares.

Peça aos jovens para pensarem em

personagens ou coisas que possam aterrorizar o

colega. Explique que a escolha do personagem

Page 8: Módulo 7 Ameaças & Perdas2-7 8-28 8-14 15-18 19-28 Resumo e avaliação do módulo 36 Lista de referências para este módulo 37-38 3 Introdução: A clima de confiança mútua e

5

deve ser concreta: uma pessoa, um animal, um fantasma, etc. Por exemplo, em vez

do medo do escuro, devem interpretar a pessoa ou coisa de que têm medo, oculta

na escuridão.

(5 min) Aos pares: uma pessoa de cada vez faz a representação do

personagem escolhido, através de gestos.

(30 min) Em plenário, coloque as seguintes questões aos grupos:

1. Como se sentiram?

2. O que costumam fazer quando estão com medo?

3. O que poderemos fazer para nos ajudarmos uns aos outros quando

nos sentimos tristes e com medo?

3. (10-20 min) Em pares: exercício “Marionete sem Fio” ou “Hipnotismo

Colombiano” Nota: Estes exercícios ajudarão a fortalecer o sentimento de apoio mútuo e de espírito de

equipa no grupo.

Materiais: Se for possível, use um aparelho de música, um rádio ou um grupo de músicos, e

escolha uma música suave para ajudar a criar um ambiente relaxante.

Escolha um dos seguintes exercícios para concluir a sessão:

i. (15-20 min) Marionete sem Fio

Separe os jovens aos pares. Um jovem fica atrás do outro.

O jovem em frente tem de fechar os olhos.

O jovem em frente deverá fazer movimentos lentos com os

braços e mãos e o que ficar atrás deverá segui-los, como se

existisse um fio a ligar as mãos dos dois. O jovem atrás

deverá manter as suas mãos a uma distância de cerca de 15

cm acima das mãos do companheiro, como se fosse uma

marionete.

Ou:

ii. (10 min) Hipnotismo Colombiano

Aos pares: um jovem põe a mão a poucos centímetros do

rosto do outro.

Este, como que hipnotizado, deve manter o rosto sempre à

mesma distância da mão do hipnotizador, os dedos e os

cabelos, o queixo e o pulso.

O líder inicia uma série de movimentos com as mãos, rectos e

circulares, para cima e para baixo, para os lados, fazendo com

que o companheiro execute com o corpo todas as estruturas

musculares possíveis, a fim de equilibrar e manter a mesma

distância entre o rosto e a mão.

A mão hipnotizadora pode mudar, para fazer, por exemplo,

com que o jovem hipnotizado seja forçado a passar por entre

as pernas do hipnotizador.

Outros Exercícios, que se inserem no tema e que podem ser introduzidos ao

longo do mês:

(30 min) Sempre em Pé (repetição – pág. 23).

(20 min) Salto no Espaço (repetição – pág. 24).

Diversos exercícios para teatro: (20 min) Improvisando (pág. 9).

(30 min) Fazendo de conta (pág.8).

Page 9: Módulo 7 Ameaças & Perdas2-7 8-28 8-14 15-18 19-28 Resumo e avaliação do módulo 36 Lista de referências para este módulo 37-38 3 Introdução: A clima de confiança mútua e

6

Ficha de Apoio para o Tópico M7-1: Dando Apoio aos Adolescentes

para Enfrentarem e Gerirem Perdas na Vida (pág. 1)

Adolescentes: jovens entre os 13-18 anos

A missão de desenvolvimento de um adolescente é de criar um conceito sobre si

próprio. Ele tem de perceber quem é, qual o seu propósito de vida e aonde pertence.

Desenvolver uma identidade envolve desenvolver uma imagem física, um papel de

género e uma personalidade. Os adolescentes são inseguros. Estão preocupados com

as mudanças geradas no seu corpo e têm receio de que algo os possa magoar. As

doenças e a morte são ameaçadoras. Eles estão a preparar-se para ter uma vida própria

e a ideia de uma doença lhe pôr fim ameaça o conceito semi-desenvolvido de si

próprio e da vida.

Como os Adolescentes Compreendem a Morte

Os adolescentes já compreendem totalmente as consequências da morte e têm

consciência de que esta é final e irreversível. Eles têm tendência para ser egocêntricos

(concentrados em si mesmos e nos seus problemas) e, por isso, quando um dos pais

morre, eles podem culpar-se disso. Eles aplicam as consequências da morte dos pais à

sua vida e pensam, “Eu tenho que deixar a Escola” ou, “Eu tenho que tomar conta dos

meus irmãos” – e isto pode ser ameaçador para eles.

Os Adolescentes têm Atitudes Ambivalentes sobre o seu Corpo

Apesar de terem a consciência de que algo de mal lhes pode acontecer, os

adolescentes correm riscos, porque estão convencidos de que isso não lhes irá

acontecer. No entanto, quando confrontados com situações de vulnerabilidade, dor e

morte, receios profundos e insegurança são invocados e podem causar-lhes confusão e

descrença. Por isso, esses pensamentos são rapidamente rejeitados: “Isso não pode ter

acontecido comigo!”.

Há várias formas de comportamentos de risco. Alguns adolescentes começam com o

consumo de álcool, drogas e a fumar tabaco. Uma outra forma de comportamento de

risco relaciona-se com a atitude perante a ameaça do HIV e SIDA. A maioria dos

adolescentes conhece o HIV e SIDA e sabe que este se transmite através de relações

sexuais desprotegidas. Eles sabem que o vírus leva a uma doença fatal. No entanto, a

maioria dos adolescentes iniciam muito cedo a sua vida sexual, em parte, devido à

pressão dos pares. Frequentemente, não se protegem. No seu conceito de segurança,

eles acreditam que nada de mal lhes irá acontecer e que não serão infectados, porque

“foi só uma vez”, ou porque “foi só a primeira vez”.

A Transição da Infância para a Idade Adulta

A transição da infância para a idade adulta pode ser demonstrada pela reacção do

adolescente perante a morte. A sua compreensão cognitiva (intelectual) sobre a morte

é a mesma que a de um adulto. Mas, enquanto alguns adolescentes expressam o

sentimento de perda e dor através de emoções, tal como chorar, falar da morte e do

que sentem em relação a alguém, outros mostram aparentemente uma indiferença,

apatia ou sentimentos de raiva. É muito comum que os adolescentes reajam com a

negação, renegação de sentimentos e reacções extemporâneas.

Page 10: Módulo 7 Ameaças & Perdas2-7 8-28 8-14 15-18 19-28 Resumo e avaliação do módulo 36 Lista de referências para este módulo 37-38 3 Introdução: A clima de confiança mútua e

7

Ficha de Apoio para o Tópico M7-1: Apoiando os Adolescentes a

Enfrentar e a Gerir Perdas na Vida (pág. 2)

A Influência de um Grupo de Pares

O grupo de pares é essencial para um adolescente. Visto que um adolescente

ambiciona a independência, a orientação e direcção de um adulto é muitas vezes

rejeitada.

Um adolescente quer pertencer a um grupo e ser aceite é muito importante. A

aceitação é manifestada pela conformidade ao grupo, isto é, os adolescentes têm a

necessidade de mostrar que pertencem a um mesmo grupo, adoptando características

semelhantes, tais como a forma de agir, de se vestir, o tipo de actividades que fazem,

etc. Para eles é importante que não se distingam do grupo. Os adolescentes temem o

isolamento do grupo. Têm receio de serem discriminados. A perda de um dos pais

devido ao HIV e SIDA pode ser vista como uma ameaça a esta conformidade e por

isso a maioria dos jovens tendem a esconder a causa da morte, devido ao receio de

serem estigmatizados.

Solidão

O fenómeno do HIV e SIDA leva a que muitos adolescentes tenham de assumir a

responsabilidade de chefes de agregado familiar, tomar conta e providenciar o

sustento dos irmãos em tenra idade. Apesar de alguns jovens o fazerem com todo o

empenho e dedicação, esta responsabilidade acrescida ocupa a maior parte do seu

tempo e afasta-os do seu grupo de pares. Dado que é este grupo que dá a maior parte

do apoio durante esta fase de desenvolvimento, o adolescente perde o seu principal

suporte e passa a ficar isolado e inseguro. Para além de passar a assumir uma enorme

responsabilidade, passa a sentir-se só e sente-se traído pelos seus familiares

(incluindo, por vezes, os parentes perecidos).

O sentimento de solidão numa altura do desenvolvimento em que os jovens precisam

de muito apoio, pode torná-los vulneráveis ao abuso, especialmente quando do sexo

feminino. Para os adolescentes, em geral, torna-se difícil encontrar um lugar na

sociedade. Devido sobretudo à sobrecarga de responsabilidades, eles não têm a

possibilidade de participar em actividades colectivas, nos grupos da escola ou da

comunidade. Isto pode ter reflexos severos no que se refere à auto-estima e confiança,

e no desenvolvimento da sua identidade.

Visto que muitos adolescentes nesta situação acabam abandonando a escola para

tomar conta dos seus irmãos e para sustentar a casa, todos os seus sonhos e esperanças

sobre o futuro são destruídos. Por esta razão, muitos se sentem incrédulos e não

vislumbram quaisquer oportunidades quanto ao seu futuro.

Como Poderemos Ajudar um Adolescente

Os adolescentes têm mais experiência de vida e capacidades cognitivas do que as

crianças, mas na maioria dos casos (particularmente nos agregados chefiados por

crianças) o órfão adolescente tem que gerir muitas responsabilidades. Isto significa

que este tem de lidar com a perda dos pais, ou um dos pais, assim como com a

responsabilidade de sustentar uma família, numa altura em que passa por uma fase de

desenvolvimento muito difícil.

Page 11: Módulo 7 Ameaças & Perdas2-7 8-28 8-14 15-18 19-28 Resumo e avaliação do módulo 36 Lista de referências para este módulo 37-38 3 Introdução: A clima de confiança mútua e

8

Ficha de Apoio para o Tópico M7-1: Apoiando os Adolescentes a

Enfrentar e a Gerir Perdas na Vida (pág. 3)

Por isso, temos que tomar extrema atenção às questões, comentários e ao

comportamento de um adolescente e responder-lhe, oferecendo-lhe apoio psicológico

e compreensão.

Ao mesmo tempo, é preciso dizer-lhes claramente quais são os limites do

comportamento. Eles também precisam que se lhes diga quais são as suas

responsabilidades.

A situação destes adolescentes pode ser extremamente desgastante. Por exemplo, se

tiverem de deixar a escola, eles perdem a auto-confiança e a orientação relativamente

ao futuro. O adolescente precisa então de ajuda para continuar a acreditar que a sua

situação pode melhorar e que ainda pode ter esperança de prosseguir com os seus

sonhos e objectivos de futuro.

Page 12: Módulo 7 Ameaças & Perdas2-7 8-28 8-14 15-18 19-28 Resumo e avaliação do módulo 36 Lista de referências para este módulo 37-38 3 Introdução: A clima de confiança mútua e

9

Ficha de Apoio para o Tópico M7-1: Apoiando os Adolescentes a

Enfrentar e a Gerir Perdas na vida (pág. 4)

Como Apoiar os Jovens que Lidam com Perdas

Garanta que ele(a) continue a estudar. Procure a sua integração numa família

(pais substitutos, avós, tios) para o assistir nas responsabilidades familiares e

para lhe dar mais tempo para estudar ou fazer algum tipo de formação

profissional.

Os adolescentes lutam pela sua independência, mas ao mesmo tempo precisam

de apoio. Frequentemente, recusam conselhos dos pais ou dos encarregados,

mas também olham para eles como modelos. É importante que haja outras

pessoas de referência (como, por exemplo, professores, líderes e membros da

comunidade) com as quais o adolescente se possa identificar.

Quando tentar assistir um adolescente, procure saber do que ele precisa para

conseguir lidar melhor com a situação. Não presuma que o que lhe quer dar é

o melhor para ele. Tenha a consciência de que ele está a passar por uma

situação difícil. Ofereça ajuda, esteja presente, mas deixe-lhe algum espaço

para decidir.

Os adolescentes têm de compreender o conceito de “direitos” e

“responsabilidades”. Apesar de, nesta fase, eles terem mais independência e

liberdade, também têm mais responsabilidades, especialmente quando ambos

ou um dos pais morre e eles assumem a responsabilidade de cuidar e sustentar

os irmãos.

Como encarregado de educação, esteja claro sobre o que se pode esperar de

um adolescente. Crie um ambiente em que ele tenha a possibilidade de tomar

decisões, mas que conheça claramente os seus limites.

Quando um adolescente toma um comportamento de risco, discuta com ele as

consequências desse comportamento. Se esse comportamento se torna auto-

destrutivo, estabeleça normas claras.

Page 13: Módulo 7 Ameaças & Perdas2-7 8-28 8-14 15-18 19-28 Resumo e avaliação do módulo 36 Lista de referências para este módulo 37-38 3 Introdução: A clima de confiança mútua e

10

Tópico M7-2: Proteger-nos contra Doenças (em 3 partes)

OBJECTIVO GERAL: Compreender como ocorrem as

doenças e que medidas podem ser tomadas para nos

protegermos.

Parte 1: O que é a doença.

Parte 2: Componente final sobre HIV e SIDA.

Parte 3: Plantas Medicinais.

DURAÇÃO: Parte 1: 2he 30 min

Parte 2: 1 h e 15 min

Parte 3: 2 h e 30 min

Parte 1: O que é a Doença?

MATERIAIS: Papel gigante, marcadores.

Jogo de alimentos (use cartões ou alimentos como no Módulo 3

– Tópico M3-4).

PASSOS:

a. (15 min) Plenário: chuva de ideias

O que é a doença?

Que doenças ocorrem na comunidade?

Como é que as pessoas ficam doentes?

Como podemos proteger-nos das doenças?

Como podemos ajudar as pessoas doentes?

b. (80 min) Plenário: discussão sobre estas questões. Caso seja

possível: convide um médico ou uma enfermeira local

para falar com os jovens. [Veja as 1a–2

a Fichas de Apoio

nas páginas 9-12 para informação sobre estas questões].

c. (20 min) Plenário: revisão sobre a importância da

alimentação e nutrição para uma boa saúde.

(10 min) Jogo de alimentos (use os cartões ou alimentos

como no Módulo 3) para rever as aulas sobre “Alimentação e Nutrição”.

Peça a alguns jovens para fazerem receitas de refeições

equilibradas, seguindo os 4 grupos de alimentos.

Chuva de ideias: Qual é a importância de refeições equilibradas

para a saúde?

b. (10 min) Concluir, resumindo o valor nutritivo de cada grupo de

alimentos (com exemplos). Veja a 3a Ficha de Apoio, pág. 13.

d. (30 min) Plenário: canção sobre medidas de protecção contra doenças

Page 14: Módulo 7 Ameaças & Perdas2-7 8-28 8-14 15-18 19-28 Resumo e avaliação do módulo 36 Lista de referências para este módulo 37-38 3 Introdução: A clima de confiança mútua e

11

1a Ficha de Apoio para o Tópico M7-2: O que é a Doença?

O que é a Doença:

Tudo o que altera o equilíbrio interno de um ser vivo ou com o meio que o

circunda.

Uma deficiência que nos impede de ficarmos fortes e de nos desenvolvermos bem.

Muitas doenças vêm de micróbios (ou “microrganismos”) que atacam o corpo.

Recorde-lhes o que aprenderam no Módulo 6 (Tópico M6-3), que os micróbios

provocam as doenças quando entram no nosso corpo e, na maior parte das vezes,

por não observarmos cuidados básicos (como boas práticas de higiene e de

saneamento, por exemplo).

Há muitas espécies de micróbios (bactérias, fungos, vírus, parasitas, etc.): uns

provocam o Bem e, outros, o Mal nas pessoas (ou nos animais ou nas plantas...):

o Exemplo de micróbios “amigos”: bactérias que ajudam os nossos intestinos

na digestão da comida, bactérias que estimulam reacções imunes, para destruir

tóxicos, etc.);

o Exemplos de micróbios maus: os que provocam diarreias, constipações,

malária e outras infecções.

Micróbios na Agricultura

Como as Pessoas Apanham Doenças através de Micróbios?

Os micróbios são muitas vezes transmitidos através das fezes dos doentes e dos

“portadores” (que são pessoas que têm micróbios, mas não manifestam a doença).

As fezes contaminam a água, as mãos das pessoas (se não forem sempre bem

lavadas) e os alimentos (aqueles que são regados com águas dos esgotos ou

contaminadas – ou que são preparados com mãos contaminadas).

A água contaminada transmite micróbios: às pessoas, às

loiças, aos talheres e aos alimentos (peixes, amêijoas,

mariscos que vivem em águas contaminadas...).

As moscas (e outros animais como baratas, pulgas, ratos,

etc.) poisam nas fezes e no lixo e transportam os micróbios

para os alimentos e loiças.

É o Sistema Imunitário das pessoas que defende a saúde e combate os micróbios

que causam doenças. Em certos casos, porém, é necessário tomar remédios que

ajudem o sistema imunitário a combater ou prevenir a doença. Na 2a Ficha de

Apoio (págs. 10-12) discutimos medidas para nos protegermos contra as doenças.

“A nossa defesa mais importante contra os micróbios e as doenças é o conhecimento

de como nos podemos prevenir delas e assim evitarmos ficar doentes!”

Lembrar que durante AESA:

Observámos as plantas para detectar pragas, predadores e sinais de doenças.

Tal como com as pessoas, também há micróbios que provocam doenças nas

plantas.

Mas também há micróbios que são amigos do camponês... São eles que os

ajudam, por exemplo, a desenvolver um solo fértil, a decompor as folhas e os

restos orgânicos até obter um bom composto (bactérias e fungos –

decompositores).

Page 15: Módulo 7 Ameaças & Perdas2-7 8-28 8-14 15-18 19-28 Resumo e avaliação do módulo 36 Lista de referências para este módulo 37-38 3 Introdução: A clima de confiança mútua e

12

2a Ficha de Apoio para o Tópico M7-2:

Proteger-nos contra Doenças comuns em Moçambique

A. Diferentes Doenças e as suas Medidas Específicas

MALÁRIA

A Malária é uma doença grave provocada por parasitas (um tipo de micróbio) e é

transmitida através de picadas do mosquito. A Malária é a primeira causa de morte em

Moçambique. A Malária é um dos factores determinantes para a elevada taxa de mortalidade

das crianças com idade abaixo de 5 anos em Moçambique. É também um grave problema de

saúde para as mulheres grávidas, causando-lhes anemia aguda e sendo responsável pelo

baixo peso das crianças à nascença.

Como proteger-nos da Malária:

A melhor forma de evitar as picadas dos

mosquitos é dormir debaixo de uma rede

mosquiteira tratada com um insecticida

recomendado.

Assim que começar a escurecer, usar roupa que

cubra os braços e as pernas (mangas e calças ou

saias compridas).

Os mosquitos nascem em qualquer sítio onde

existam águas paradas (ex. covas, drenos, na

humidade de capins e arbustos) ou em montes e

depósitos de lixo a céu aberto e não tratado;

também podem nascer nas margens dos cursos de água, em recipientes de água,

em tanques e em campos de arroz. É possível prevenir a malária se as famílias e as

comunidades tomarem medidas para impedir a reprodução dos mosquitos, tais

como:

Boas práticas de Saneamento do Meio a. Cobertura ou drenagem dos locais onde a água se acumula.

b. Cobertura dos recipientes de água e tanques.

c. Pondo óleo queimado em cima das pequenas poças para que as larvas dos

mosquitos não consigam respirar.

d. Limpeza à volta das casas.

DIARREIA

A diarreia é uma das doenças mais comuns e perigosas para as

crianças. É a maior causa de morte nas crianças em Moçambique por

desidratação e malnutrição. A diarreia é causada por micróbios que

são engolidos, principalmente através das mãos sujas e de alimentos

mal lavados, em particular as hortaliças e os produtos do mar. A

contaminação acontece mais frequentemente quando a remoção das

fezes não é segura, quando há poucos hábitos de higiene ou falta de

água limpa para beber.

Caso especial: Cólera

Em Moçambique, registam-se anualmente surtos e epidemias de cólera que provocam

muitas mortes. É uma doença altamente contagiosa que provoca diarreia e vómitos

intensos e pode provocar a morte por desidratação grave, muito rapidamente, se não

forem garantidos cuidados de saúde urgentes à pessoa doente, numa unidade de saúde

adequada. A cólera é transmitida através das fezes humanas, quando se entra em

Page 16: Módulo 7 Ameaças & Perdas2-7 8-28 8-14 15-18 19-28 Resumo e avaliação do módulo 36 Lista de referências para este módulo 37-38 3 Introdução: A clima de confiança mútua e

13

contacto com água e alimentos contaminados que não tenham sido bem lavados e/ou

desinfectados.

2a Ficha de Apoio para o Tópico M7-2:

Proteger-nos contra Doenças Comuns em Moçambique (pág. 2)

Como Proteger-nos da Diarreia:

Primeiro, protegemo-nos da diarreia através de Boas

práticas de Higiene e Saneamento do Meio (Reveja também

as Fichas de Apoio para Tópico M3-5 no Módulo 3): a. Lavar bem as mãos com água limpa e sabão ou cinza

sempre depois de contacto com fezes e antes de se tocar em

alimentos ou dar de comer a pessoas.

b. Para prevenir a diarreia, todas as fezes devem ser

removidas para uma latrina ou retrete, ou enterradas. NB:

Não se deve tocar o doente com cólera, sobretudo nas suas

fezes e vómitos, sem proteger as mãos. Lavá-las bem em

seguida.

c. Garantir que as fezes de animais são mantidas longe das casas, poços e locais de

recreio dos jovens (ex. tapar bem os poços).

d. A comida deve ser preparada e cozida cuidadosamente antes de ser ingerida. Os

alimentos crus devem ser lavados em água limpa ou cozidos. Quando se guardam

restos de comida, eles podem ganhar germes, que podem causar diarreia. Duas

horas depois de cozidos, os alimentos já não são seguros, salvo se forem mantidos

muito quentes ou muito frios. Beber água tratada (filtrada, fervida ou com

“Certeza”).

e. Logo que a diarreia começa: os perigos da diarreia são a desidratação e a

desnutrição. Os jovens morrem de diarreia, porque, geralmente, o seu corpo

perdeu muitos líquidos (água). Esta perda chama-se desidratação. Beber muitos

líquidos (água, chás, etc.) ajuda a repor os líquidos perdidos. Também se deve

preparar a mistura SRO (“Sais de Reidratação Oral” – veja a receita no Módulo 6

– Tópico M6-3) se a diarreia e desidratação continuarem. Se a diarreia não parar

ao fim de uma semana, deve consultar um agente de saúde ou médico mais

próximo.

Assegure que não se dê a desidratação!

Page 17: Módulo 7 Ameaças & Perdas2-7 8-28 8-14 15-18 19-28 Resumo e avaliação do módulo 36 Lista de referências para este módulo 37-38 3 Introdução: A clima de confiança mútua e

14

2a Ficha de Apoio para o Tópico M7-2:

Proteger-nos contra Doenças Comuns em Moçambique (pág. 3)

HIV/SIDA

O HIV/SIDA é uma doença muito grave que existe no mundo,

incluindo Moçambique. Ainda não há vacinas para evitar o

SIDA e ainda não há cura para esta doença. (As sessões sobre HIV/SIDA apresentam mais explicações sobre

o assunto: Veja os Tópicos M3-5 e M5-1 nos Módulos 3 e 5; e a

sessão final deste módulo, nas págs. 15-18).

B. Medidas Gerais

Prevenção de algumas Doenças Graves com Vacinações

As vacinas ajudam a reforçar o nosso Sistema

imunitário (de defesa) contra diferentes doenças

graves, tais como: Hepatite B e Hib, BCG (contra

algumas formas de Tuberculose e Lepra), DPT

(Difteria, Pólio, Tétano), Tosse convulsa, Sarampo,

Febre-amarela, Papeira e Rubéola.

A vacinação é importante. Todas as crianças

precisam de uma série de vacinas durante o

primeiro ano de vida.

Para cada pessoa que esteja a ser vacinada, devem ser utilizadas agulhas ou seringas

novas. As pessoas têm de exigir isto e recusarem-se a ser picadas com

seringas/agulhas usadas.

Page 18: Módulo 7 Ameaças & Perdas2-7 8-28 8-14 15-18 19-28 Resumo e avaliação do módulo 36 Lista de referências para este módulo 37-38 3 Introdução: A clima de confiança mútua e

15

3a Ficha de Apoio para o Tópico M7-2: Importância de uma Boa

Alimentação para a Nossa Saúde

A alimentação é essencial para a nossa saúde, visto que,

através de processos físicos e químicos como a digestão,

permite ao nosso corpo:

Desenvolver, substituir e reparar as células;

Produzir energia para nos mantermos em movimento e

trabalharmos;

Fortalecer o nosso sistema imunitário para nos protegermos,

combatendo os micróbios que causam infecções e doenças.

Revisão dos 4 grupos de alimentos:

Nota Didáctica: Lembre-se de que no Módulo 3 (Tópico M3-4), falámos mais

profundamente dos grupos de alimentos e nutrientes. No Módulo 4 (Tópico M4-3),

discutimos a importância de uma dieta equilibrada.

Alimentos de Base: coma este tipo de alimentos em todas as refeições. Estes

alimentos são relativamente baratos e fornecem energia, proteínas e pequenas

quantidades de vitaminas e minerais.

Alimentos mais apropriados para Crescer: Se possível coma nozes ou grãos de

leguminosas todos os dias. Coma alimentos de origem animal e peixe sempre que

puder. Estes alimentos fornecem proteínas, vitaminas e minerais e energia de alta

qualidade. Insectos, como, por exemplo, lagartas ou gafanhotos também oferecem

bons nutrientes.

Alimentos mais apropriados para Proteger: Coma vegetais e fruta todos os dias.

Estes alimentos fornecem vitaminas importantes que garantem um crescimento

saudável e o combate a infecções.

Alimentos com mais Energia: fonte de alta energia em quantidades pequenas –

estes são importantes para manter ou recuperar o peso. Também adicionam sabor à

comida e estimulam o apetite. MAS estes alimentos não deverão ser ingeridos em

substituição de outros, visto que são pobres em nutrientes (ex.: não ingira doces e

refrescos, em vez de uma boa refeição, dado que não têm valor nutricional, apenas

dão energia de forma rápida).

Page 19: Módulo 7 Ameaças & Perdas2-7 8-28 8-14 15-18 19-28 Resumo e avaliação do módulo 36 Lista de referências para este módulo 37-38 3 Introdução: A clima de confiança mútua e

16

3a Ficha de Apoio para o Tópico M7-2: Importância de uma Boa

Alimentação para a Nossa Saúde (pág. 2)

Exemplos da Importância de Alimentos para a Nossa Saúde:

Alimentação e Doenças

Durante a doença: porque durante a doença

a pessoa perde muita energia, devido às febres,

vómitos e diarreia, deve alimentar-se bem:

comer muitas vezes ao dia pequenas quantidades

de alimentos e beber muitos líquidos.

Após a doença: a pessoa necessita de se

alimentar bem, deve aumentar a quantidade de

comida durante 1-2 semanas, comer nos

intervalos das refeições, ter uma alimentação

equilibrada em qualidade e quantidade de modo

a recuperar o peso perdido durante a doença.

Folhas verdes, feijões, amendoins, peixe, carne e fígado: contêm ferro que é

importante para evitar a anemia ou sangue fraco. Evite beber chá ou café durante a

refeição, dado que inibem o corpo de absorver o ferro contido nos alimentos.

Frutas e hortícolas de cor alaranjada (ex: papaia, manga, cenoura, abóbora,

batata-doce de polpa alaranjada): contêm vitamina A que ajuda a ter uma boa

visão e a proteger as pessoas contra diferentes doenças.

Limão, laranja, ananás, tangerina, toranja, feijão verde e pimento, contêm

vitamina C que é necessária para combater as infecções comuns, como a gripe.

Peixes e outros alimentos do mar, sal iodado: contêm Iodo que é uma substância

nutritiva produzida pela glândula tiróide, que regula o crescimento e o

desenvolvimento físico e mental do indivíduo ou animais.

Água: beba cerca de 8 copos de água potável e outros líquidos (ex.: sumos de fruta,

sopas, etc.), por dia e quantidades superiores, se sofrer de diarreia, vómitos ou febre.

Page 20: Módulo 7 Ameaças & Perdas2-7 8-28 8-14 15-18 19-28 Resumo e avaliação do módulo 36 Lista de referências para este módulo 37-38 3 Introdução: A clima de confiança mútua e

17

Tópico M7-2 (Parte 2): Lidando com o Impacto de HIV e SIDA

(pág. 1)

OBJECTIVO: Concluir a discussão sobre o HIV e SIDA,

concentrando-se no seu impacto sobre as

famílias e em formas de lidar com

situações de estigmatização.

DURAÇÃO: 1 h e 15 min.

MATERIAIS: Papel gigante e marcadores.

PASSOS:

1. (35 min) Plenário: exercício “A família Fulano”

(5 min) Leia a seguinte história para a classe e garanta que todos a percebem

(usando de preferência a língua local).

(20-30 min) Plenário ou em grupos: discussão. As seguintes questões são apenas algumas sugestões, mas sinta-se

livre de colocar outras que considere relevantes e apropriadas ao

tema (isto poderá ser feito em plenário ou em pequenos grupos, em

que cada um debate uma ou duas questões):

o Como acha que as crianças se sentiram depois da morte da mãe?

o O que acha da reacção das outras crianças da escola?

o Como acha que os filhos do Sr. Fulano se sentem na escola, depois

da morte da mãe? O que eles podem fazer em relação a esta

situação?

o Porque é que os vizinhos deixaram de comprar vegetais da família

Fulano?

o Quem poderia ajudá-los?

o Pense nas formas de a comunidade ajudar as famílias que têm este

tipo de problemas.

o Como é que podemos contribuir para acabar com o estigma

(discriminação)?

História: A Família Fulano

A família Fulano tinha um negócio rentável, que era a venda de vegetais. A família

tem 4 filhos (com 13, 11, 9 e 6 anos). Todos eles ajudavam a mãe no negócio de

produção e venda de vegetais quando voltavam da escola. Infelizmente, a Sra. Fulana

faleceu de SIDA há 6 meses. Agora as outras crianças na escola não brincam com os

filhos da Sra. Fulana e chamam-lhes nomes feios.

O Sr. Fulano é um motorista de camião: recentemente ele ficou doente e não tem tido

a possibilidade de ir trabalhar. Os seus filhos estão tristes e preocupados. Eles ajudam

o mais que podem: limpam a casa, tratam da horta, cozinham e cuidam do pai. Uma

das vizinhas ajuda-os, comprando-lhes vegetais e dando-lhes uma mão na cozinha. No

entanto, muitos vizinhos deixaram de comprar vegetais à família Fulano.

Page 21: Módulo 7 Ameaças & Perdas2-7 8-28 8-14 15-18 19-28 Resumo e avaliação do módulo 36 Lista de referências para este módulo 37-38 3 Introdução: A clima de confiança mútua e

18

Nota para o Facilitador: É importante lembrar que este exercício aborda assuntos muito sensíveis, particularmente

para os jovens que passaram por situações idênticas. Por isso, se pensa que não está

suficientemente preparado(a) para lidar com estes assuntos sozinho(a) convide alguém da

comunidade que tenha experiência de acompanhamento deste tipo de situações, para o(a)

assistir.

Page 22: Módulo 7 Ameaças & Perdas2-7 8-28 8-14 15-18 19-28 Resumo e avaliação do módulo 36 Lista de referências para este módulo 37-38 3 Introdução: A clima de confiança mútua e

19

Tópico M7-2 (Parte 2): Lidando com o Impacto de HIV e SIDA

(pág. 2)

2. (15 min) Trabalho em grupos: cuidar de pessoas vivendo com HIV Peça aos grupos para pensarem como podem ajudar a melhorar a saúde

de uma pessoa vivendo com HIV? (Veja a Ficha de Apoio na pág. 18

para ideias).

i. Em relação à sua Alimentação/Nutrição.

ii. Em relação às condições de Higiene, Saneamento e Meio.

iii. Outras ideias.

1. (20 min) Plenário: apresentações e discussão das conclusões

2. (10-15 min) Plenário: jogo “A minha Mensagem”

Este exercício ajuda os jovens a seleccionarem os aspectos mais

importantes aprendidos sobre o HIV, de forma a transmiti-los aos outros.

Solicite aos jovens que formem um círculo.

Peça para que pensem numa

mensagem (ou palavra) que

gostariam de transmitir a um amigo

ou amiga como informação

importante sobre o HIV e SIDA (por

exemplo, "Deixe o sexo para mais

tarde!", “O HIV e SIDA não se

transmitem através de um abraço”,

etc.).

Explique que cada um deverá dizer a

mensagem em que pensou a todo o grupo e fazer algum movimento ou

sinal a acompanhar a mensagem.

Depois de cada um dizer a mensagem, todos deverão repeti-la, fazendo

o mesmo movimento que este, até que todos no grupo tenham

transmitido as suas mensagens e movimentos. Peça aos jovens para não

repetirem mensagens já mencionadas pelos outros.

Notas para o Facilitador: Lembre-se que acabaram de mencionar algumas questões muito importantes

e que nesta última sessão seria importante pensar no modo como estes jovens

poderão influenciar os amigos e amigas a adoptar comportamentos

responsáveis e a melhorar as vidas deles e delas.

Este exercício deverá ser feito como forma de reter os aspectos que os jovens

lembraram mais e consideraram mais importantes para transmitir aos

amigos/ colegas/ família. Serve, assim, como uma avaliação final desta

componente. As mensagens poderão ser registadas e usadas em canções e

teatro.

3. Fazer uma peça de teatro sobre o que aprenderam sobre o HIV e SIDA Exemplos de temas possíveis:

Situação em que confrontamos o problema de estigmatização.

Situação numa família confrontada com a doença de SIDA.

Situação entre namorados, em que um queria ter relações sexuais e o outro

queria deixar para mais tarde, quando estivesse mais maduro.

Page 23: Módulo 7 Ameaças & Perdas2-7 8-28 8-14 15-18 19-28 Resumo e avaliação do módulo 36 Lista de referências para este módulo 37-38 3 Introdução: A clima de confiança mútua e

20

Ficha de Apoio para o Tópico M7-2: Cuidando de Pessoas Vivendo

com HIV e SIDA

HIV/SIDA e Nutrição

Uma boa nutrição e uma dieta

equilibrada são particularmente

importantes para uma pessoa

vivendo com HIV e SIDA.

Ajudam a proteger o corpo das

infecções, para manter o peso

estável e também reforçam o

efeito dos medicamentos

administrados.

No início da infecção por HIV é

muito importante ingerir mais

alimentos, para evitar a perda de

peso e doenças, como a tuberculose, anemia e diarreia.

Ganhar peso, aumentando o consumo dos seguintes alimentos: cereais e batata-

doce, amendoim, feijão, carne, peixe, galinha, ovos. Acrescentar óleo, se a pessoa

não tiver diarreia.

Aumentar a frequência das refeições, comer frutas e papas fermentadas nos

intervalos.

HIV e SIDA, Higiene e Saneamento do Meio

É necessário ter mais cuidados com boas

práticas de higiene e de saneamento do meio. As

pessoas com SIDA são mais susceptíveis e, por

isso, estão mais expostas, e o seu corpo não pode

combater as infecções. (Reveja Módulo 3: Tópico

M3-5).

Page 24: Módulo 7 Ameaças & Perdas2-7 8-28 8-14 15-18 19-28 Resumo e avaliação do módulo 36 Lista de referências para este módulo 37-38 3 Introdução: A clima de confiança mútua e

21

Tópico M7-2 (Parte 3):

Importância das Plantas Medicinais

OBJECTIVO: Explicar o uso e

aproveitamento de plantas

medicinais.

DURAÇÃO: 3 h (em 3 partes).

MATERIAIS: 1: Papel e marcadores.

2. Plantas medicinais locais.

2: Sementes e instrumentos da machamba.

3: Materiais para cozinhar mais ingredientes.

Nota Didáctica Importante: Trate este assunto com muito cuidado, para assegurar

um bom conhecimento do uso e dos perigos das plantas medicinais.

PASSOS:

Parte 1: Introdução às plantas medicinais

1. (30-45 min) Plenário: chuva de ideias e discussão

Convide uma pessoa da comunidade que tenha conhecimentos desta área.

Comece com uma caminhada pela comunidade e peça aos grupos de

jovens para recolherem as plantas medicinais que conhecem,

OU Peça aos jovens no dia anterior, para trazerem amostras de plantas

medicinais. [Baseie-se na 7a Ficha de Apoio nas próximas páginas para

orientar a discussão].

Pergunte aos jovens que plantas medicinais conhecem e o que as suas

famílias usam para tratar problemas de saúde em casa;

Discuta o papel de plantas medicinais: podemos confiar totalmente nelas?

Não: nós usamos plantas medicinais para tratar pequenas doenças e

sintomas de doenças (tais como diarreia, dores de cabeça, constipações –

mas precisamos de medicamentos convencionais, do hospital, para

tratarmos doenças mais severas – tais como cólera, malária, tuberculose ou

pneumonia).

Parte 2: Prática: semeando uma horta medicinal

2. (60 min) Prática na machamba de aprendizagem a. Usando os princípios já aprendidos sobre como fazer viveiros e canteiros,

semear sementes e plantas medicinais recolhidas do mato.

b. Pergunte aos jovens que conhecimentos têm sobre as plantas e

complemente com o seu conhecimento. Pode igualmente convidar alguns

idosos(as) da comunidade para transmitirem os seus conhecimentos.

Parte 3: Prática: preparando plantas medicinas

3. (1-2 horas dependendo das receitas): preparar alguns remédios simples,

dependendo do que é acessível localmente, seguir algumas das receitas

simples elaboradas na 8a Ficha de Apoio, págs. 23-24.

Page 25: Módulo 7 Ameaças & Perdas2-7 8-28 8-14 15-18 19-28 Resumo e avaliação do módulo 36 Lista de referências para este módulo 37-38 3 Introdução: A clima de confiança mútua e

22

5a Ficha de Apoio para o Tópico M7-2:

Informação sobre o Uso de Plantas Medicinais (pág. 1)

A. Cultivo e Colheita das plantas

O cultivo de plantas medicinais não requer

cuidados especiais, isto é, pode-se cultivar junto

às outras hortícolas.

Os procedimentos para colheita das plantas, são

os seguintes:

Não se deve colher as plantas à beira da

estrada.

Colher folhas inteiras e maduras.

Lavar a planta e secar à sombra.

Guardar em frascos de vidro ou sacos de

plástico ou papel.

Proteger da luz e da humidade.

B. Uso de Plantas Medicinais para Tratar Sintomas de Doenças

Orientações Importantes de Dosagem

1. Para se medir a planta fresca ou seca, utiliza-se como medida a colher de sopa.

2. A quantidade recomendada para a planta fresca deve ser o dobro da indicada para

a planta seca (uma colher de sopa de erva fresca picada pesa 5 g enquanto uma

colher de sopa de ervas secas pesa 2 g).

3. Na indicação da quantidade de folhas inteiras ou plantas inteiras deve-se

considerar valores médios, ou seja, folhas de tamanho médio e plantas de

tamanho médio, quando não especificado de outra forma.

4. Na indicação do volume, usualmente emprega-se a chávena como medida padrão,

ou o litro para quantidades maiores.

5. As doses, quando indicadas de modo genérico, dizem

respeito a um paciente adulto, para outras orientações as

doses recomendadas são as seguintes:

De 6 a 14 anos: ½ dose do adulto;

De 3 a 6 anos: ¼ dose do adulto;

Até três anos: ⅛ dose do adulto;

Abaixo de três anos: preparar a dose de ⅛ e dar em colherezinhas ou em

gotas a quantidade que o bebé aceitar.

Consulte pessoas com experiências e de confiança na zona.

6. Cuidado: Observar que existem plantas que não podem ser utilizadas por jovens,

ainda que em doses reduzidas (plantas que contêm hormonas, estimulantes,

calmantes, coca, haxixe, morfina, beladona) e outras plantas medicinais cuja dose

tóxica é muito próxima da dose curativa (Avelóz – muheji).

Page 26: Módulo 7 Ameaças & Perdas2-7 8-28 8-14 15-18 19-28 Resumo e avaliação do módulo 36 Lista de referências para este módulo 37-38 3 Introdução: A clima de confiança mútua e

23

5a Ficha de Apoio para o Tópico M7-2:

Informação sobre o Uso de Plantas Medicinais (pág. 2)

CHÁ ou INFUSÃO

A infusão é uma forma de extracção pelo calor, dos princípios

activos da planta, em que estas não são levadas ao fogo. É

utilizada para as partes moles da planta como folhas e flores. A

extracção dos princípios curativos realizada pela infusão é

menos severa e, portanto, usada para os princípios activos que

são facilmente libertados pela planta.

Os procedimentos para o preparo de uma infusão são os

seguintes:

i. Pique as partes das plantas indicadas e coloque-as num

recipiente.

ii. Ferva a quantidade de água indicada e verta sobre as partes picadas das

plantas.

iii. Tape a panela e deixe-a abafada durante 15-30 min.

iv. Coe e coloque num recipiente limpo, que não seja de ferro, alumínio ou de

esmaltado amachucado, evitando assim a oxidação.

v. Tome todo o chá durante o dia. Não deixe para o dia seguinte. Deite fora o que

restar.

DECOCÇÃO

A decocção é uma forma de extracção dos princípios

curativos das plantas pelo calor, diferindo da infusão por

levar ao fogo todos os componentes, ou seja, as partes da

planta picada e a quantidade de água. Normalmente é

empregada para as partes mais duras da planta, como,

casca, raízes, folhas secas, etc.

Os procedimentos para o preparo de uma decocção, são

os seguintes:

i. Pique as partes das plantas e coloque-as na panela.

ii. Acrescente a quantidade de água indicada.

iii. Leve a ferver pelo tempo indicado, cerca de 5-10 min.

iv. Tire do fogo, deixe a panela tapada por 15-20 min.

v. Coe e coloque o chá num recipiente limpo.

vi. Para um efeito mais rápido, tome quente ou morno.

XAROPE

Um extracto mais espesso retirado de uma mistura de

ingredientes cozinhados ou esmagados e que deve ser tomado

em pequenas doses.

Os procedimentos para o preparo de um xarope, são os

seguintes:

i. Pique as partes das plantas indicadas e coloque-as num

recipiente limpo ou numa panela.

ii. Siga as instruções individuais para cada xarope (veja a 8a Ficha de Apoio,

págs. 23-24).

Page 27: Módulo 7 Ameaças & Perdas2-7 8-28 8-14 15-18 19-28 Resumo e avaliação do módulo 36 Lista de referências para este módulo 37-38 3 Introdução: A clima de confiança mútua e

24

5a Ficha de Apoio para o Tópico M7-2:

Informação sobre o Uso de Plantas Medicinais (pág. 3)

POMADA

Para uso externo, as pomadas podem ajudar no tratamento

de feridas e borbulhas.

Os procedimentos para o preparo de uma pomada são os

seguintes: i. Pique em pedacinhos, 5 mãos de partes das plantas

(pode usar folhas, frutos, flores, casca e raízes) e

coloque-as numa panela.

ii. Frite a mistura com 1 litro de óleo ou outra gordura,

até ficar crocante.

iii. Retire do fogo e coe.

iv. Coloque vela ou cera de abelha, testando até chegar

ao ponto de ficar cremosa.

v. Deixe esfriar e coloque nos recipientes.

Ingredientes possíveis:

Aloé vera e férox (folha);

Erva gorda (folha);

Trapoeraba “Goche” (toda a planta);

Eucalipto (folhas);

Tansagem (folhas).

Page 28: Módulo 7 Ameaças & Perdas2-7 8-28 8-14 15-18 19-28 Resumo e avaliação do módulo 36 Lista de referências para este módulo 37-38 3 Introdução: A clima de confiança mútua e

25

6a Ficha de Apoio para o Tópico M7-2:

Receitas Básicas de Medicina Natural

Planta Benefícios medicinais Como usar Alho

Função antibacterial, antiviral e

antifungal, particularmente nos

intestinos, pulmões e vagina.

Ajuda a digestão e a superar a

fraqueza. Também é bom para

infecções da garganta, herpes e

diarreia.

Chá: (Adicione 3-4 de dentes de alho cortados numa

chávena de água a ferver. Ferva durante 10 min. Cubra e

deixe arrefecer. Adicione mel ou açúcar para dar melhor

sabor. (beba 3x por dia).

ou

use alho na comida (alho pilado em óleo).

Aloé Vera Alivia a constipação e

problemas de estômago, limpeza

do sangue.

Alivia as feridas.

Xarope: Bata no liquidificador com mel: 1/3 folha para

½ l de mel. Tome o xarope em quantidades limitadas;

pare imediatamente se lhe causar cãibras ou diarreia

(CUIDADO: pode causar aborto).

Dosagem: adultos - 1 colher de sopa 3 vezes ao dia;

crianças 1/2 colherzinha de chá 3 vezes ao dia

Pomada: Ver receita de pomadas

Banana Xarope de flor de bananeira,

para asma, tosse.

Chá ou Xarope: use as folhas do caule, fruto e raiz.

Batata-africana

(hypoxis)

“hikwi” ou

“chinangaboana”

Reforça o sistema imunológico e

ajuda a sarar as feridas.

A Batata -africana parece uma

cebola quase podre, tem cor

preta e fica coberta de fibras,

como um coco. Leva muito

tempo a crescer bem.

Chá: 1 batata média, tire bem a casca, pique e mergulhe

em 1 l de água. Após 2 h, consuma o sumo aos poucos e

adicione mais água. Até que a água mantenha a cor,

continue adicionando e consumindo (pode dar para 2-3

dias). Quando a água perder a cor, deite fora e prepare

outra. (Tomar durante 20 dias e parar por 10 dias; o

uso em excesso é tóxico. Continue até atingir 3 fases.

Dosagem: adultos – 3 copos por dia).

Beijo de mulata Para febre e dor Chá ou Xarope em pequenas quantidades

(CUIDADO: pode causar abortos)

Capim limão

(cympogon

citrafus)

“Chambalacate”

Tem um efeito calmante, ajuda a

digestão e a aliviar o stress.

Chá: faça uma infusão.

Cordão de frade Para febre e dor. Chá ou Xarope

Eufórbia

“chinyamukaka”

Para diarreia e para tosse. Chá ou Xarope: use a planta inteira.

Eucaliptus Alivia as dores de garganta.

Função antibacterial,

particularmente para os pulmões

e para bronquite. O óleo

estimula a circulação do sangue

e reduz os sintomas da

inflamação.

Xarope: encha uma garrafa limpa com folhas de

eucalipto. Pressione com um pau ou colher para que

fiquem bem compactadas no frasco e para que insira o

maior número possível de folhas. Adicione álcool (40%).

Pressione novamente para deixar sair o ar. Feche a

garrafa. Deixe num local escuro durante 2 semanas. Coe

antes de usar.

(Coloque 3 gotas do extracto na garganta, para

desinfectá-la. Continue a usar as gotas de 2-3 h até que a

dor desapareça).

Funcho Ajuda a aumentar o apetite,

combate a flatulência e excesso

de gases.

Chá ou Tempero: Adicione, como tempero, na comida

ou prepare chá a partir das sementes. Use em

quantidades limitadas.

Goaiabeira

“Maguiava”

Para diarreia e para tosse. Chá ou Xarope: Usar as folhas, em chá ou xarope.

NB: estas receitas baseiam-se em conhecimentos transmitidos por diferentes pessoas sobre tratamentos

e remédios naturais. Os seus efeitos podem não ser iguais para todas as pessoas. Seja cuidadoso e siga

a dosagem recomendada: o excesso pode causar problemas e provocar intoxicações.

Page 29: Módulo 7 Ameaças & Perdas2-7 8-28 8-14 15-18 19-28 Resumo e avaliação do módulo 36 Lista de referências para este módulo 37-38 3 Introdução: A clima de confiança mútua e

26

6a Ficha de Apoio: Receitas Básicas de Medicina Natural

Gengibre Melhora a digestão, dá energia,

alivia a diarreia e estimula o

apetite. Usado para tratar

constipações, gripes e náuseas.

Chá, Xarope ou Tempero: Use como tempero ou

prepare um chá (esmague o gengibre em água fria e

deixe ferver por 10 min. Coloque o chá num recipiente

fechado, coe e beba 3 chávenas do líquido por dia, antes

das refeições).

Limão Antibacterial e ajuda na digestão

Xarope: para gripes,

constipação, anemia

Adicione sumo de limão na comida ou nas bebidas.

Sumo ou Xarope: Sumo de 5 limões + ½ kg de mel + 3

folhas de couve pilada. Misture tudo e bata bem (não pôr

água, nem cozinhar).

(Adulto: 1 Colher de sopa 3 vezes ao dia, após as

refeições; Criança de 6-14: 1 colher média 3 vezes ao

dia; Criança < 6 anos: 1 colherzinha 3 vezes ao dia).

Margoza

Neem

Diminui a febre. Chá: corte um ramo fresco, retire as folhas e ferva-as

em água; beba como chá.

Dosagem: Adultos - 1 chávena por dia para 15 dias.

O ramo pode ser igualmente mastigado.

CUIDADO: pode causar aborto.

Mel Para cortes e feridas, e como

anti-séptico.

Para tosse

Anti-séptico: Ponha um pouco de mel directamente na

ferida, e cubra-a. Lave-a cuidadosamente e substitua o

penso em intervalos de quatro a cinco horas.

Chá: Junta-se com diferentes chás (limão, gengibre,

etc.).

Mil em rama Para febre e dor Chá ou Xarope: 5 ramos para 1 litro de água.

N’cacana

(Mamordica

Balsamina)

Para reforçar o sistema

imunológico

Esta planta tem várias vitaminas e minerais, incluindo

vitamina C, ferro, vitamina A, e alguns tipos de vitamina

B. Também contém proteínas e propriedades anti-

oxidantes.

Decocção: poucas folhas (ex.: 15 folhinhas) fervidas

com 1 litro de água (Dosagem: Adultos - tomar 1 litro

durante 24 horas – 3 vezes por dia 1/3 l).

CUIDADO: pode causar aborto.

Papaia Para tosse e constipação Chá, Sumo ou Xarope: Para fazer xarope: colha a

papaia antes de completar a maturação. Faça uma tampa

quadrada. Coloque 3-5 colheres de açúcar dentro da

papaia, feche a tampa. Coloque no forno ou em panela

ou pote (panela de barro) para assar. Quando assada

ficará de cor escura e mole. Retire do forno, tire a tampa

e despeje o xarope num recipiente limpo. (Adultos:

tomar 1 colher de sopa 3 vezes ao dia).

Pata de vaca

“masaquesa”

Para doenças renais Chá ou Xarope: use a folha e a casca.

Quebra pedra Para doenças renais Chá ou Xarope: use toda a planta

Page 30: Módulo 7 Ameaças & Perdas2-7 8-28 8-14 15-18 19-28 Resumo e avaliação do módulo 36 Lista de referências para este módulo 37-38 3 Introdução: A clima de confiança mútua e

27

Tópico M7-3: GIP das Hortícolas e de outras Culturas

OBJECTIVOS: 1. Rever a discussão sobre a GIP no

Módulo 3, concentrando-se, desta vez,

nas culturas de segunda época.

2. Fazer uma ligação entre a GIP das

plantas e o cuidado da saúde de

pessoas.

DURAÇÃO: 2 h , mais tempo para a sessão prática.

MATERIAIS: Papel e marcadores, instrumentos agrícolas.

PASSOS:

Revisão sobre GIP: Baseia-se nas fichas de apoio para o tópico M3-3 sobre GIP no

Módulo 3:

1. (10 min) Plenário: chuva de ideias Pergunte se os jovens acharam que a GIP é um bom método e porquê?

2. (40 min) Trabalho em grupos

a. Quais são os 4 princípios de GIP? Peça aos jovens para fazerem

ilustrações dos princípios.

b. Quais são os 5 métodos diferentes para controlar pragas e doenças

segundo a GIP? Peça aos jovens para fazerem ilustrações dos

métodos.

c. O que são os predadores (ou inimigos) naturais e dar 2 exemplos de

como podemos atrai-los (ou pelo menos evitar destrui-los)?

3. (30 min) Plenário: apresentações e discussão do trabalho

4. (40 min) Actividade cultural em plenário Faça um poema ou canção que ilustre as ligações entre GIP de plantas e os

cuidados com a saúde das pessoas.

Nota Didáctica para o Facilitador:

Se os jovens são capazes de ver a importância e o valor de manter a vida de

uma planta sempre sã, também poderão fazê-lo em relação à necessidade

de manter uma pessoa sempre sã. E isto pode ser aplicado à prevenção de

doenças, infecções diversas e particularmente ao SIDA.

5. Prática na machamba de aprendizagem Aplique a prática de GIP durante AESA: veja a Ficha de Apoio (págs. 26-

28).

Page 31: Módulo 7 Ameaças & Perdas2-7 8-28 8-14 15-18 19-28 Resumo e avaliação do módulo 36 Lista de referências para este módulo 37-38 3 Introdução: A clima de confiança mútua e

28

Tópico M7-3: GIP para as Principais Hortícolas de JFFLS (pág.1)

[Segundas Culturas na JFFLS]

Cultura Praga ou doença Descrição Estratégias de controlo

Tomate

Pimento

Beringela

Nota:

Todos têm

esses

problemas

porque são

da mesma

família

Solanáceas

Míldio (Queimado de frio)

(Phytoftera infestans)

DOENÇA: FUNGO

Nas folhas a doença manifesta-se por numerosas manchas

muito pequenas de cor purpúrea. Com boas condições

alargam com cor amarela e pequenas frutificações do

fungo e no conjunto têm aspecto pulverulento de cor

branca acinzentada. Nos viveiros a doença pode causar

grandes danos, provocando pontuações necróticas na

página superior da folha. Finalmente secam e caem.

Semear em lugares altos/secos, distante de outras Solanáceas;

Semear em linhas bem espalhadas, com compasso largo;

Fazer rotação de culturas, mas não incluir plantas da família

Solanáceas (ex. batata reno, tabaco, beringela, pimento, tomate);

Queimar os restolhos infectados;

Químicos (fungicidas).

Mancha Concêntrica

(Alternária solani)

DOENÇA: FUNGO

O fungo provoca lesões necróticas de cor parda escura,

com zonas concêntricas circulares e angulares por vezes

com um halo clorótico nas folhas bem desenvolvidas. No

caule e nos pecíolos formam-se lesões alongadas

especialmente graves quando ocorre na junção do caule ou

nos ramos, enfraquecendo os ramos que, a seguir, podem

partir com o peso dos frutos.

Usar sementes sãs;

Evitar fazer a cultura em zonas baixas;

Fazer rotação de culturas;

Arrancar as plantas doentes e queimar o material infectado;

Fazer adubação equilibrada e um compasso bastante largo;

Químicos (fungicidas).

Seca Apical do Tomateiro

DOENÇA FISIOLOGICA

Geralmente, os frutos são afectados quando atingem um

terço a metade do seu desenvolvimento. Aparece

inicialmente uma mancha aquosa no ápice do fruto que

depois se alarga e a sua superfície fica deprimida e escuro.

Regar com regularidade;

Aplicar cal nos solos deficientes em cálcio (porém, na forma de

superfosfato de cálcio);

Usar variedades resistentes.

Murchidão-das-plântulas

(Vários fungos como

Phytium, Rizhoctonia

sclerotium e fusarium)

DOENÇA: FUNGO

A doença pode manifestar-se antes ou depois da

emergência das plantas. Antes da emergência, o patogeno

ataca a radícula e o caulículo, logo no início da

germinação provocando a morte da planta. Nas plântulas

recém germinadas estes fungos provocam dificuldades no

crescimento e desenvolvem-se pouco; assim, no viveiro

pode haver muitas falhas e plantinhas fracas e mal

desenvolvidas.

Fazer um viveiro elevado, com boa drenagem – “solarização” antes

de pôr viveiro <O que é a Solarização?: Pôr plástico preto em cima

do viveiro por um tempo, para eliminar doenças (isto aquece o solo

para matar bactérias e fungos). Isto é uma alternativa em relação a

queimar o campo.>;

Mudar o local do viveiro (longe de outras Solanáceas);

Semear em linhas com compassos largos;

Regar com água limpa;

Arrancar as plantas atacadas e queimá-las.

Lagarta americana (Veja para Couve)

Page 32: Módulo 7 Ameaças & Perdas2-7 8-28 8-14 15-18 19-28 Resumo e avaliação do módulo 36 Lista de referências para este módulo 37-38 3 Introdução: A clima de confiança mútua e

29

Ficha de Apoio para o Tópico M7-3: GIP para as Principais Hortícolas de JFFLS (pág. 2)

Afídeos

PRAGA

Pequenos insectos de cor verde que ficam na parte inferior

da folha ou envolvem toda a bandeira em ninhadas. As

plantas muito atacadas ficam pequenas, com folhas mal

formadas. Liberta-se um líquido sacarino que convida as

formigas a impedirem o crescimento da planta, tornando-a

defeituosa.

Consociar com alho/cebola;

Regar bem;

Predadores naturais como joaninhas;

Predadores naturais contra afídeos .

Ácaro vermelho

(Tetranychus evansi)

PRAGA

Fazer rotação de culturas;

Regar para manter o solo húmido;

Predadores naturais como joaninhas;

Pesticidas naturais contra ácaros .

Couve

Repolho

Tsunga

(família das

Crucíferas)

Murchidão-das-plântulas (Veja nas Solanáceas)

Podridão-Preta

(Xanthomonas campestris)

DOENÇA: BACTERIA

Amarelecimento das folhas, começando das margens em

forma de V com o vértice virado para o centro da folha, as

nervuras da parte clorótica tornam-se pretas. No caule das

plantas doentes, em corte transversal, nota-se um anel

preto logo abaixo da casca.

Fazer rotação de culturas por 2 anos (e sem cucíferas ou

solanáceas);

Evitar fazer a cultura nos períodos quentes e húmidos;

Usar variedades resistentes a bactérias;

Fazer viveiros em solos não contaminados.

Broca-da-couve

(Hellula undalis)

Lagarta Americana

(Licoverpa armegera)

Lagarta da Couve

(Crocidolomia binotalis)

PRAGA: LAGARTA

Broca: O adulto é uma pequena borboleta nocturna de cor

castanha-cinzenta, as lagartas têm cor creme, com algumas

listras laterais de cor castanha avermelhada.

Lagarta Amer: de vários tamanhos encontra-se nos frutos

onde faz buracos redondos por onde penetra, mantendo a

cabeça no interior do fruto e a parte posterior de fora.

Lagarta de couve: Folhas completamente roídas e

cobertas por teias com excremento das lagartas que podem

viver agrupadas e destroem toda cabeça de repolho.

Tirar manualmente as lagartas e esmagar;

Observar cuidadosamente a cultura 5 a 5 dias e verificar os

sintomas;

Broca: Destruir os ápices e tirar todos os rebentos novos deixando

apenas um após a sua formação. Destruir o resto da cultura logo

após a colheita;

Fazer rotação de culturas;

Usar pesticidas naturais contra lagartas;

Usar químicos (Baithroyd).

Alface

Caracóis

PRAGA

Tirar os caracóis manualmente;

Usar pesticidas naturais (ex.: cinza, semente de ata...);

Usar tambores de água enterrados (com a abertura ao nível da terra),

abrindo valas para a água. Eles podem cair lá dentro e afogar-se.

Page 33: Módulo 7 Ameaças & Perdas2-7 8-28 8-14 15-18 19-28 Resumo e avaliação do módulo 36 Lista de referências para este módulo 37-38 3 Introdução: A clima de confiança mútua e

30

Ficha de Apoio para o Tópico M7-3: GIP para as Principais Hortícolas de JFFLS (pág. 3)

Cebola

Alho

Murchidão-das-plântulas (Veja nas Solanáceas).

Mancha Arroxeada

DOENÇA: FUNGO

Fazer rotação com ciclo de 3-5 anos;

Fazer uma boa drenagem;

Usar variedades resistentes (ex.: Cebola vermelha “Texas Grande”);

Usar pesticidas químicos.

Tripes-de-Cebola

(Tripes tabaci)

PRAGA

A intensidade moderada provoca manchas prateadas nas

folhas, as folhas tornam-se amarelas, nestes casos os bolbos

ficam pequenos.

Semear pouco antes da época fresca;

Estrumar bem o campo;

Usar pesticidas naturais (ex.: margosa, mutica);

Usar pesticidas químicos.

Feijão

verde

(Faça referência à Tabela da 3ª Ficha de Apoio do Tópico M3-3 no Módulo 3: sobre os Feijões – a 4ª página)

Cenoura

Moscas brancas

PRAGA

Consociar com cebola/alho;

Usar pesticidas naturais como margosa.

Page 34: Módulo 7 Ameaças & Perdas2-7 8-28 8-14 15-18 19-28 Resumo e avaliação do módulo 36 Lista de referências para este módulo 37-38 3 Introdução: A clima de confiança mútua e

31

Tópico M7-4: Gestão de Perdas Pós-colheita

OBJECTIVOS: 1. Aprender como evitar

perdas pós-colheita

(partindo do módulo Pós-

colheita – Tópico M6-4).

2. Aprender como

seleccionar e conservar as

sementes, grãos e feijões.

DURAÇÃO: 1a Parte: 60-65 min.

2a Parte: 55 min para

introdução.

Tempo adicional para sessões práticas: experiências na

machamba de aprendizagem.

MATERIAIS: Papel e marcadores.

PASSOS:

Parte 1: Perdas Pós-Colheita

1. (15-20 min) Plenário na machamba: chuva de ideias sobre perdas pós-

colheita Leve o grupo a observar o celeiro e secador construídos no mês

anterior, ou modelos melhorados que eventualmente existam na

comunidade. Comece com uma revisão dos pontos vistos no Tópico

M6-4: peça aos jovens para mostrarem:

o Aspectos que foram “melhorados” em relação aos modelos

usados na comunidade;

o O que procuramos evitar quando construímos estruturas

melhoradas.

Explique que há tipos diferentes de perdas pós-colheita (veja o 1º

ponto da 1ª Ficha de Apoio na página seguinte);

Pergunte aos jovens quando e porquê as perdas ocorrem;

Facilitador: Faça uma lista dos pontos apresentados pelos jovens e

adicione pontos que faltam, baseando-se no 2º ponto da 1a Ficha de

Apoio na página seguinte.

2. (20 min) Trabalho em grupos Explique que as principais perdas ocorrem depois da colheita,

afectando a nossa segurança alimentar e que por isso temos que

encontrar maneiras de as evitar.

Pergunte aos grupos: Como poderemos evitar os diferentes tipos de

perdas enumeradas durante a sessão anterior?

3. (25 min) Plenário: apresentação e discussão Depois das apresentações, resuma as conclusões sobre o que é preciso

para alcançar uma boa conservação pós-colheita (veja os bons

princípios de pós-colheita na 1a Ficha de Apoio).

Page 35: Módulo 7 Ameaças & Perdas2-7 8-28 8-14 15-18 19-28 Resumo e avaliação do módulo 36 Lista de referências para este módulo 37-38 3 Introdução: A clima de confiança mútua e

32

1a Ficha de Apoio para o Tópico M7-4: Perdas Pós-Colheita

O que são Perdas pós-colheita?

Perda completa de produtos;

Perda de peso no produto;

Perda de cor, cheiro ou sabor;

Perda de valor nutritivo (degradação de proteínas

e vitaminas);

Perdas qualitativas ao cozinhar, moer, ou cozer no

forno.

Quando e Porque ocorrem as Perdas depois

da Colheita

Durante a colheita: métodos de colheita inadequados, falta de cuidado;

Durante o transporte: transporte e carregamento inadequados, falta de cuidado;

Durante a secagem: secagem insuficiente antes do armazenamento, estrutura para

secagem inadequada;

Durante a malhada: manipulação, malhada, descasque, limpeza e separação

inadequadas;

Durante o armazenamento: estrutura inadequada, temperaturas/humidade

demasiado altas, limpeza insuficiente, protecção inadequada contra infestações;

Durante a transformação: métodos inadequados, higiene insuficiente.

Bons Princípios de Pós-Colheita

1. Limpar bem para evitar a infestação de pragas

ou doenças

Limpar cuidadosamente e secar ao sol os

sacos, cestos e o celeiro, de sujidade e grãos velhos

(queimar ou enterrar resíduos que podem estar

infestados), etc.

Usar fumo para espantar os insectos para fora

do celeiro ou armazém.

2. Manter o celeiro/armazém seco

Secar suficientemente o produto antes do armazenamento.

Impermeabilizar o armazém e armazenar sobre paletas.

Deixar espaço entre as pilhas de sacos.

3. Manter uma temperatura constante e fresca no celeiro/armazém

Providenciar sombra para os armazéns ou silos (celeiros).

Armazenar sobre paletas para melhorar o arejamento.

Deixar espaço entre as pilhas para melhorar o arejamento.

4. Tomar mais medidas para proteger o produto de infestações de pragas

Proteger com medidas naturais (veja a 3a Ficha de Apoio, págs. 34-35)

Page 36: Módulo 7 Ameaças & Perdas2-7 8-28 8-14 15-18 19-28 Resumo e avaliação do módulo 36 Lista de referências para este módulo 37-38 3 Introdução: A clima de confiança mútua e

33

Tópico M7-4 (Parte 2):

Selecção e Conservação de Grãos e Sementes

OBJECTIVO: Aprender como seleccionar e conservar as sementes

e grãos

DURAÇÃO: 55 min introdução, Sessões de experiências na machamba de

aprendizagem

MATERIAIS: Papel e marcadores,

instrumentos agrícolas.

PASSOS:

1. (5 min) Plenário: introdução Porque as pessoas conservam sementes?

Introduza o tópico de selecção e conservação de sementes para o ano

seguinte.

2. (30 min) Plenário na machamba de aprendizagem Chuva de ideias sobre os aspectos que os jovens deverão considerar ao

seleccionar as sementes.

Peça aos grupos para seleccionarem as plantas das quais irão tirar as

sementes e que expliquem a sua escolha.

Peça aos jovens para dizerem como e quando devem seleccionar as

sementes.

Resumir o processo de selecção (veja a 2a Ficha de Apoio, na pág. 33).

3. (10 min) Trabalho em grupos Que métodos de conservação as pessoas da nossa comunidade usam para

protegerem os grãos, culturas comestíveis, feijões e sementes contra as

pragas?

4. (15 min) Plenário: apresentações e resumo da sessão Resumir alguns destes métodos e introduzir outros que faltam (veja a 2

a

Ficha de Apoio, nas págs. 33-34).

5. (Ao longo dos meses) Prática na machamba de aprendizagem Experimentar diferentes métodos e combinações de métodos de

protecção, usando grãos, feijões e sementes de hortícolas (3a Ficha de

Apoio, nas pág. 34-35).

Page 37: Módulo 7 Ameaças & Perdas2-7 8-28 8-14 15-18 19-28 Resumo e avaliação do módulo 36 Lista de referências para este módulo 37-38 3 Introdução: A clima de confiança mútua e

34

2a Ficha de Apoio para o Tópico M7-4:

Conservação de Produtos e Sementes no Celeiro

Etapas na Conservação de produtos e sementes no Celeiro 1. Limpeza: Limpar bem os recipientes, sacos e o celeiro: se for necessário, fumar

para ajudar na desinfecção ou esterilização destes.

2. Sementes: Seleccionar sementes de plantas:

Que não tenham sido atacadas pelas pragas;

Que mostrem uma boa colheita;

Que estejam bem adaptadas ao ambiente local;

Que vão ter características similares na próxima geração (i.e., garanta que não

tenha havido polinização com outras culturas semelhantes ao redor da

machamba, dado que estas podem adquirir características indesejáveis na

geração seguinte);

Que não sejam híbridos (têm de ser de “polinização aberta” para produzirem

boas sementes).

3. Processar as sementes:

a. Para frutas carnudas com sementes molhadas (ex.: tomate, beringela,

pepino, abóbora):

i. Seleccione frutas bem maduras de plantas

saudáveis.

ii. Corte e retire todas as sementes e o sumo

para um recipiente limpo. Feche bem a

tampa. Deixe repousar durante 4-7 dias. A

mistura começará a fermentar ligeiramente.

iii. Agite ligeiramente o frasco com o sumo

fermentado e coloque o conteúdo num balde.

iv. Adicione água limpa. As sementes boas

afundarão e as sementes não viáveis

flutuarão.

v. Cuidadosamente, retire a água e as

sementes não viáveis, de forma a ficar

apenas com as sementes boas.

vi. Lave as sementes seleccionadas (com água limpa!) e coloque-as num pano

em cima de uma rede de arame, num local elevado e à sombra para

secarem, durante 2-4 dias.

Para frutas carnudas ou secas com sementes secas (ex.: piripiri, paprica,

feijão, repolho, couve, alface, cebolas): i. Frutas frescas: coloque toda a fruta num pano

seco.

ii. Todas as frutas: Coloque os frutos secos num

saco e triture-os até libertarem as sementes.

iii. Separe as sementes e coloque-as num saco ou

esteira e deixe-as a secar durante 2-3 dias.

iv. Peneire as sementes de forma a remover o que

não presta.

Page 38: Módulo 7 Ameaças & Perdas2-7 8-28 8-14 15-18 19-28 Resumo e avaliação do módulo 36 Lista de referências para este módulo 37-38 3 Introdução: A clima de confiança mútua e

35

2a Ficha de Apoio para o Tópico M7-4:

Conservação de Produtos e Sementes no Celeiro (pág. 2)

4. Armazenar as sementes

i. Reserve as sementes secas num frasco ou garrafa

que não deixe passar o ar, num local fresco e seco. Coloque

um rótulo na garrafa, indicando o tipo de planta e a data da

colheita.

ii. Para manter as sementes frescas, misture-as com

cinza arrefecida, retirada do fogão ou fogueira (0,5 kg de

cinza para 1 kg de sementes). Coloque as sementes ao sol de

vez em quando, para que mantenham um nível de humidade

baixo.

5. Proteger os grãos, sementes ou produtos conservados de pragas (veja a 3a

Ficha de Apoio, pág. 34).

6. Período de conservação: De preferência, semeie as sementes depois de as

conservar por 3-6 meses. Não conserve as sementes por mais de 2 anos, dado que

estas não irão germinar.

Page 39: Módulo 7 Ameaças & Perdas2-7 8-28 8-14 15-18 19-28 Resumo e avaliação do módulo 36 Lista de referências para este módulo 37-38 3 Introdução: A clima de confiança mútua e

36

3a Ficha de Apoio para o Tópico M7-4:

Medidas de Protecção contra Pragas

1. Usando camadas de areia alternadas com grãos A função é preencher os espaços vazios entre os grãos

num recipiente (de feijão, milho, etc.) armazenados,

removendo desta forma o ar existente e,

consequentemente, inibindo o desenvolvimento de

insectos.

Como Fazer: Comece e conclua com camadas de

areia. Tenha o cuidado de não deixar os grãos fora da

areia. Tem de peneirar os grãos para separá-los da

areia.

2. Misturando a cinza de madeira com os grãos

A cinza forma uma camada protectora contra os insectos. Quando o insecto entra em

contacto com a cinza esta causa a desidratação da pele e, consequentemente, a sua

morte.

Como Fazer: Para cada 100 kg de grãos (de leguminosas e cereais), limpos e secos,

misture 10 kg de cinza peneirada. Guardar em sacos de ráfia, caixas de madeira ou

outro tipo de recipiente disponível.

3. Conservação com pó de piripiri ou de margoza

Piripiri e Margoza inibem o desenvolvimento de diferentes pragas (reveja a Tabela

M3-4 no Módulo 3: Crescimento Saudável).

Como Fazer: Coloque uma camada fina de piripiri (pilado até ficar um pó bem fino)

dentro do recipiente. Cubra a camada de piripiri com uma camada de grãos secos e

limpos. Intercale as camadas, finalizando a última camada com o piripiri. Guardar

em sacos de ráfia, caixas de madeira ou outro tipo de recipiente disponível.

4. Proteger espigas (de Milho) com folhas de eucalipto, tabaco ou baramombe

As folhas de Eucaliptus citrodorus, de tabaco ou de

baramombe (Lantana camara) repelem os gorgulhos no

celeiro.

Como Fazer: Cubra o fundo do celeiro com uma

camada de folhas. Intercale camadas de espigas com

folhas. Finalize a última camada com folhas. NB:

Renovar as folhas de tabaco de 6 em 6 meses; para

eucalipto: de 3 em 3 meses.

5. Conservação com flores/folhas repelentes

Como Fazer: plantar plantas, como flores “Cravo de Defunto” ou “Beijo da Mulata”

– ou outras plantas com folhas repelentes como Kambange

(Targetes minuta – da família myrtaceae) ou Chitsinga

(Datura stramonium – da família solanaceae) à volta do

celeiro para que o mau cheiro exalado pelas plantas afugente

os insectos.

6. Conservação dos grãos com Fumo

Page 40: Módulo 7 Ameaças & Perdas2-7 8-28 8-14 15-18 19-28 Resumo e avaliação do módulo 36 Lista de referências para este módulo 37-38 3 Introdução: A clima de confiança mútua e

37

3a Ficha de Apoio para o Tópico M7-4:

Medidas de Protecção contra as Pragas

Conservação de Hortícolas e Frutas

Cada hortícola e fruta tem a sua particularidade. Em boas condições, algumas podem

estar armazenadas durante um longo período (por exemplo, abóboras e cebolas) e

outros por curto tempo (por exemplo, bananas e tomates). No próximo Módulo

(Tópico M8-2), falaremos sobre métodos de conservação e transformação de produtos

agrícolas nas JFFLS.

Page 41: Módulo 7 Ameaças & Perdas2-7 8-28 8-14 15-18 19-28 Resumo e avaliação do módulo 36 Lista de referências para este módulo 37-38 3 Introdução: A clima de confiança mútua e

36

Resumo e Avaliação do Módulo (30 min) Plenário: resumo No fim do módulo, faça um resumo com os jovens, para avaliar o seu nível de compreensão. Escolha diversos assuntos e discuta-os. Por exemplo: Explique a importância da água para as nossas vidas e para as culturas. Qual a importância do sistema imunológico. Indique pelo menos 2 maneiras de prevenir a transmissão do HIV. Indique pelo menos 2 maneiras para prevenir a malária. O que temos de fazer na nossa vida diária para prevenir a diarreia. O que podemos fazer para evitar perdas pós-colheita. Dê exemplos de como conservar as sementes contra pragas. Nomeie diversas plantas de medicina natural e a sua importância.

Depois da discussão, faça o seguinte exercício, ou outro exercício simples para concluir o módulo. (20 min) Exercício de conclusão do módulo: o que gostei, o que não gostei

1. Solicite aos jovens que formem um círculo. 2. Peça aos jovens para dizerem do que gostaram ou do que não gostaram no

módulo. Estimule-os a falarem sobre as suas impressões em cada tópico dado neste módulo.

3. Outra modalidade: peça a cada um dos grupos para elaborar um desenho ou uma peça de teatro relacionada com algo que tenham aprendido e que considerem muito importante para as suas vidas.

Page 42: Módulo 7 Ameaças & Perdas2-7 8-28 8-14 15-18 19-28 Resumo e avaliação do módulo 36 Lista de referências para este módulo 37-38 3 Introdução: A clima de confiança mútua e

39

Lista de Referências

Este módulo foi compilado por: Mundie Salm, Consultora da JFFLS.

Tradução e revisão: Leonor Quinto, Consultora de Género e Formadora JFFLS.

Ilustrações: Hélder Moisés João Macamero.

Os textos foram baseados e adaptados de diferentes fontes:

Tópico M7-1: Como enfrentar e gerir ameaças, doenças e perdas na vida? Escrito por Mundie Salm, Consultora de JFFLS, baseado no treinamento de uma equipe italiana

sobre Cómico-terapia para JFFLS, Março, 2006.

Ficha de Apoio: baseada no manual Building Resilience in Children Affected by HIV/AIDS.

Sr. Silke-Andrea Mallmann CPS, Catholic AIDS Action, Namibia. Cape Town: Maskew Miller

Longman and Catholic Aids Action, Namíbia, 2ª edição, 2003: 35-38.

Tópico M7-2: Proteger-nos contra as Doenças Escrito por Mundie Salm, com apoio de Isabel Almeida, Consultora de Nutrição.

Parte 1: O que é a Doença?

1ª Ficha de Apoio: baseada no manual: Aprender a Viver Melhor! Machambas Escolares,

Draft, FAO, 2006: págs. 53-58 (adaptado por Mundie Salm)

2a Ficha de Apoio: baseada no manual: Saúde e Vida, UNICEF, 2002, Malária, págs. 108-

111; Diarreia = págs. 75-85; Vacinações = págs. 65-73 (adaptado por Mundie Salm e Isabel

Almeida, FAO Moçambique)

3a Ficha de Apoio: baseada nos manuais: Living well with HIV/Aids: A manual on nutritional

care and support for people living with HIV/Aids, FAO & WHO, 2002, págs. 13-16; e Manual de

Nutrição Comunitária, MISAU, 2004, págs. 32-33, 43-48, e 54 (adaptado por Mundie Salm e

Isabel Almeida, FAO Moçambique)

Parte 2: Lidando com o Impacto do HIV/SIDA: Primeiro exercício: Ross Kidd and Sue Clay (2003) Understanding and Challenging HIV Stigma:

A Toolkit for Action. The CHANGE project, Washington DC: Academy for Educational

Development (pág. 124).

Segundo exercício: de Meu Futuro é Minha Escolha, Maputo, UNICEF e GOM, 2004, pág. 90.

Parte 3: Importância das plantas medicinais Escrito por Mundie Salm. 7ª Ficha de Apoio: A maior parte desta ficha foi baseada em: Relatório do Encontro JFFLS

de Medicina Natural, Caritas-Messica, 2005 (adaptado por Mundie Salm)

8ª Ficha de Apoio: Receitas vêm de: Medicina Natural, Caritas-Messica, 2005; e Living well

with HIV/Aids: A Manual on Nutritional Care and Support for People Living with HIV/Aids,

Roma: FAO/WHO, 2002 (adaptado por Mundie Salm)

Tópico M7-3: GIP das hortícolas e outras culturas Escrito por Mundie Salm.

Ficha de Apoio: compilada pelo engenheiro João Sevene Jeque, Técnico na Estação Agrária

de Sussundenga, Ministério de Agricultura, Manica.

Page 43: Módulo 7 Ameaças & Perdas2-7 8-28 8-14 15-18 19-28 Resumo e avaliação do módulo 36 Lista de referências para este módulo 37-38 3 Introdução: A clima de confiança mútua e

40

Lista de Referências (pág. 2)

Tópico M7-4: Gestão de perdas pós-colheita

Parte 1: Perdas pós-colheita

1ª Ficha de Apoio: baseada no: Manual sobre a Prevenção das Perdas de Grão Conservação

de Grãos depois da Colheita, Gwinner, Joost, et al, GTZ, Eschborn, 1997, págs. 18-28; e

Apresentação para o ToT JFFLS sobre Pós-Colheita de Manuel A. Temo, Técnico Agrário,

Estação Agrária de Sussundenga, Março, 2006 (adaptado por Mundie Salm)

Parte 2: Selecção e Conservação de grãos e sementes Baseada na aula facilitada por Jaap van de Pol, Consultor FFS (adaptado por Mundie Salm,

Consultora de JFFLS)

2ª Ficha de Apoio: baseada nos manuais: Sustainable Agriculture Extension Manual for

Eastern and Southern Africa, IIRR, Nairobi, 1998, págs.184-186; Armazenagem de Grãos,

INDER, Maputo, 1992, pág.32 ; Armazenagem de Frutas e Hortícolas, INDER, Maputo, 1993,

pág.12 (adaptado por Mundie Salm)

3ª Ficha de Apoio: baseada nos manuais: Armazenagem de Grãos, INDER, Maputo, 1992,

pág.32; Armazenagem de Frutas e Hortícolas, INDER, Maputo, 1993, pág. 12; e Sustainable

Agriculture Extension Manual for Eastern and Southern Africa, IIRR, Nairobi, 1998, págs.184-

186 (adaptado por Mundie Salm

Page 44: Módulo 7 Ameaças & Perdas2-7 8-28 8-14 15-18 19-28 Resumo e avaliação do módulo 36 Lista de referências para este módulo 37-38 3 Introdução: A clima de confiança mútua e