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Diversos estudos científicos publicados nas últimasdécadas mostram claramente que o exercício físicorealizado regularmente (pelo menos 3 a 5 vezes por

semana) é capaz de ajudar a prevenir e tratar diversas doen-ças. Estima-se que na América do Norte 250.000 pessoasfaleçam a cada ano pelas conseqüências da falta deexercícios.

Entre as condições clínicas que são menos comuns em pes-soas fisicamente ativas ou podem ser tratadas com o exer-cício físico, podemos citar:

� Hipertensão arterial.

� Doença coronariana.

� Insuficiência cardíaca.

� Diabetes.

� Aumento do colesterol e triglicerídeos.

� Acidente vascular encefálico (“derrame”).

� Osteoporose.

� Alguns tipos de câncer, como intestino grosso (cólon) emama.

� Obesidade.

� Ansiedade e depressão.

Além disso, o exercício físico também é comprovadamentecapaz de prolongar a vida, além de proporcionar uma melhorqualidade de vida. Não é necessário ser um atleta de com-petição para ter esses benefícios; uma “dose” moderada deexercícios pode ser suficiente. Entretanto, costumamos dizerque “exercício não é vacina”, ou seja, para gozar dos bene-fícios é necessário que o exercício seja praticado com regu-laridade.

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Aliás, da mesma forma que acontece com medicamentos,que precisam ser prescritos de uma determinada forma (háuma dose adequada para cada pessoa, de acordo com a ne-cessidade), o exercício físico também precisa ser prescrito. A“dose” correta do exercício deve ser individualizada para cadapessoa, de acordo com os seus objetivos, e deve incluir: Ti-po(s) de exercício(s); Número de vezes por semana; Inten-sidade do exercício; Duração da sessão de exercícios; Formade progressão. Após uma avaliação médica, um especia-lista em Medicina do Esporte ou um profissional deeducação física poderão elaborar a prescrição idealpara cada indivíduo.

A criança se beneficia muito com a prática de exercícios, queproporciona experiências motoras, estimulando o seu desen-volvimento. Além disso, uma criança fisicamente ativa temmaior possibilidade de se tornar um adulto fisicamente ativo.É importante que os pais estimulem formas de lazer ativo emcrianças e adolescentes, ao invés de meios de lazer seden-tário, como computadores, jogos, TV e DVD. Uma pessoaque pratique exercícios desde a infância e continue fisica-mente ativo na idade adulta terá menor chance de desenvol-ver diversas doenças crônicas.

O idoso provavelmente é o que mais se beneficia com a prá-tica regular de exercícios. Muito do declínio funcional obser-vado nos idosos se deve não somente ao passar dos anos,mas à falta de exercícios e à presença de doenças crônico-degenerativas. Cria-se um “ciclo vicioso do envelhecimento”,que segue a seguinte seqüência: envelhecimento → falta deatividade física → descondicionamento → fragilidade mús-culo-esquelética → perda do estilo de vida independente →menor motivação e menor auto-estima → ansiedade e de-pressão → falta de atividade física → envelhecimento. Umestilo de vida ativo pode significar a diferença entre ser umidoso independente ou necessitar de ajuda para as tarefas

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comuns do cotidiano. É óbvio que isso tem um grande im-pacto na qualidade de vida do idoso.

Antes de começar a prática de exercícios, todos devemprocurar um especialista para realizar o que denomi-namos “avaliação médica pré-participação desportiva”.De acordo com o perfil do cliente e dos seus objetivos, po-dem ser solicitados exames complementares. Essa avaliaçãonão deve ser vista como uma formalidade que possa limitarou impedir a prática de exercícios; o objetivo é o de servir co-mo um instrumento para a manutenção da saúde e da segu-rança de praticantes de exercícios e esportes. Além disso,fornecerá informações que serão importantes na prescriçãodos exercícios.

O exercício físico, pelos inúmeros benefícios que proporcio-na, deve ser algo tão freqüente e natural como, por exemplo,cuidar da própria higiene. O sedentarismo definitivamentenão é um hábito saudável, podendo ser tão prejudicial quantofumar ou não controlar a pressão arterial, os níveis de coles-terol ou a glicose. Não abra mão de melhorar a sua saúde.Procure um especialista e inicie a prática de exercícios.Seja feliz, viva mais e melhor!

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Lesões mais frequentesna prática esportiva

Tendinopatias

Os tendões são estruturas tubulares de tamanhos eformatos variados que conectam os músculos aosossos e articulações. São compostos de fibras de

tecido colágeno e tem uma importante participação nos mo-vimentos do ser humano. Não há movimento sem que ocorraa ação dos tendões na transmissão de forças geradas nosmúsculos.

As atividades motoras do dia-a-dia, como caminhar ou sim-plesmente pegar objetos provocam tensões nos tendões, ge-rando estiramentos da ordem de 0% a 2% de seus compri-mentos, porém os movimentos do esporte demandam fre-quentemente estiramentos entre 2 a 4%, caracterizando as-sim as sobrecargas.

Os tendões possuem uma taxa de metabolismo baixa comnutrição de vasos sanguíneos reduzida. Ao ser solicitado du-rante um movimento, o tendão responde à sobrecarga mecâ-nica gerando um aumento no seu metabolismo e também dacirculação ao seu redor. Estas alterações contribuem parauma adaptação induzida pelo treinamento, como o aumentoda tolerância aos esforços do exercício.

As tendinopatias são as “doenças dos tendões”, englobamtanto as paratendinites (distúrbios inflamatórios) e as ten-dinoses (distúrbios degenerativos) e são mais comuns e li-mitantes no esporte.

Podemos classificar as tendinopatias segundo o tempo deocorrência da lesão em:

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� Agudas: < 4 semanas.

� Sub-agudas: 4 a 6 semanas.

� Crônicas: > 6 semanas.

A faixa etária dos 30 aos 35 anos apresenta a maior inci-dência das tendinopatias, enquanto que nos indivíduos acimados 55 anos aparecem modificações biomecânicas nos ten-dões com mais freqüência, tais como a diminuição da capaci-dade de resistir ao estiramento, aumento da rigidez e conse-quentemente aumento dos sinais de degeneração.

Dentre os tendões mais frequentemente acometidos por le-sões inflamatórias ou degenerativas no esporte estão: o ten-dão do calcâneo (“Aquiles”) no pé e tornozelo, o ligamento dapatela no joelho, o tendão extensor radial curto do carpo nocotovelo e os tendões do manguito rotador no ombro.

Podemos apontar alguns fatores predisponentes ao apare-cimento das tendinopatias:

� Mudança súbita nas características do treinamento como:intensidade de um movimento, na distância percorrida ouna velocidade do gesto esportivo.

Depressão gerada por ruptura completa do tendão do calcâneo.

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� Deficiências técnicas de movimento.

� Modificações nas condições de ambiente e equipamen-tos associados ao gesto esportivo.

� Micro-traumatismos causados pela contração vigorosa damusculatura em movimentos de alta potência.

� Sobrecarga resultante da deficiência de flexibilidade deum grupo muscular.

� Tempo de esforço físico elevado e reduzido intervalo derecuperação.

� Distúrbios anatômicos ou biomecânicos (desalinhamen-tos de membros, contraturas articulares, deformidades,assimetrias).

As queixas clínicas podem variar desde:

� Ausência de sinais e sintomas.

� Dolorimento ao toque do tendão.

� Episódios de dor localizada ou difusa, algumas vezes se-vera, ao longo do tendão durante ou após o esforço.

� Edema localizado.

� Diminuição do rendimento esportivo.

� Sensação de enrijecimento ou tensão que geralmente di-minui após o aquecimento.

� Diminuição da força.

� Deformidade.

Outras condições severas, tais como as rupturas parciais dotendão e as menos graves como as bursites, apresentam sin-tomas similares, portanto, o diagnóstico apropriado é funda-

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mental para se programar o tratamento. O estágio final deruptura do tendão pode não ser precedido por quaisquer si-nais ou sintomas.

Os exames de imagem como o ultra-som e a ressonânciamagnética, embora detectem anormalidades proporcionaisàs suas capacidades técnicas, apresentam apenas uma mo-derada correlação com os aspectos clínicos (sintomas e fun-ção) de algumas tendinopatias. Este fato reflete a impor-tância do diagnóstico clínico de cada lesão, pois as imagensretratam informações anatômicas e não as modificaçõesbioquímicas ou da fisiologia dos tendões.

Os diversos métodos de tratamento clínicos ou cirúrgicosainda hoje demonstram dificuldades na elaboração de proto-colos, e não raramente levam à frustração de esportistas,treinadores, fisioterapeutas e médicos.

O tratamento das tendinopatias abrange:

� Medicação analgésica e/ou antiinflamatória sob prescri-ção médica.

� Repouso modificado, o que pode significar parcial ou totalinterrupção do gesto esportivo.

� Órteses (calcanheiras, palmilhas, estabilizadores, banda-gens), que são acessórios capazes de aliviar o estressesobre o tendão e promover um melhor amortecimento e/ou estabilidade.

� Fisioterapia sob prescrição: métodos de controle da dor einflamação, exercícios de alongamento e exercícios defortalecimento muscular.

� Introdução de exercícios específicos, substituição porexercícios de menor intensidade sobre o tendão, tais co-mo as atividades aquáticas.

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A prevenção das tendinopatias é ainda motivo de investiga-ção científica, embora possamos considerar alguns pontos:

� Escolha adequada do equipamento (tênis, raquete, etc.).

� Correção de desalinhamentos e assimetrias.

� Utilização de órteses (palmilhas, estabilizadores) quandonecessário.

� Exercícios de alongamento e fortalecimento muscular.

� Atividades físicas regulares.

� Programa de treinamento específico para cada indivíduo,visando objetivos definidos.

� Nunca realizar a injeção de corticosteróides dentro dostendões, pois aceleram o processo de degeneração.

O rendimento esportivo não depende somente das caracte-rísticas físicas do indivíduo, mas também de uma série defatores que envolvem aptidão e um treinamento eficiente eadequado. Não podemos nos esquecer de que o treinamen-to relacionado a bons rendimentos está baseado cada vezmais em detalhes científicos e técnicos.

A competição é um fator de estímulo para o treinamento es-portivo, mas preparar-se para superar os próprios limites nãoé uma tarefa simples. Descobrir o ponto ótimo de estímulode um esportista sem provocar uma quebra do equilíbrio doorganismo é uma dúvida que nos norteia frequentemente.

Atenção aos sintomas durante e após a prática esportiva,procure um especialista para o diagnóstico precoce.

Preserve seus tendões. Bons treinos!

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Lesões Musculares

As lesões musculares estão entre as mais freqüentesno esporte e modificam significativamente os hábitosde treinamento e competição dos esportistas.

Os músculos são considerados os “motores” das articula-ções, geram e coordenam os movimentos, auxiliam na esta-bilização das articulações e também são responsáveis pormanter a postura.

As contrações musculares podem ser classificadas em doisgrandes grupos: dinâmicas e estáticas.

A contração estática ou isométrica é aquela onde a ten-são gerada no músculo tem intensidade igual à resistênciaimposta sobre ele, mas com sentido oposto, portanto não hámovimento da articulação ou variação no comprimento totaldo músculo.

A contração muscular dinâmica é também chamada deisotônica, embora a tensão do músculo e o torque geradomodificam-se com a mudança dos sistemas de alavancas edos ângulos articulares. As contrações dinâmicas podemser também concêntricas ou excêntricas.

A contração concêntrica caracteriza-se pela diminuição docomprimento de um músculo em função da resistência apli-cada ser de magnitude inferior à força gerada, acarretandoassim um movimento articular. A contração excêntrica ca-racteriza-se pelo “alongamento” gradativo das fibras muscu-lares em decorrência do torque muscular ser de magnitudeinferior à resistência imposta.

O exercício excêntrico é fundamental no treinamento muscu-lar, devido a algumas vantagens biomecânicas, tais como osignificativo ganho de força através de um menor recruta-

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mento das unidades motoras quando comparado ao exercí-cio concêntrico.

As lesões musculares podem provocar impotência funcionalem graus variáveis, dependendo das características, como:tipo de lesão, tamanho e localização.

Podemos classificar as lesões musculares em:

Diretas e indiretas

� Lesões diretas são decorrentes das situações de impac-to, geradas durante as quedas ou traumatismos de con-tato.

� Lesões indiretas ocorrem na ausência de contato e sãoobservadas mais frequentemente nas modalidades espor-tivas que exigem grande potência na realização dos movi-mentos.

Traumáticas e atraumáticas

� Lesões traumáticas são representadas pelas contusões,lacerações e o estiramento muscular.

� Lesões atraumáticas são representadas pelas cãibras epela dor muscular tardia.

Parciais ou totais

� Lesões parciais acometem parte do músculo

� Lesões totais abrangem a totalidade do músculo e acar-retam deformidade aparente (o ventre muscular encurta-se no sentido da sua origem óssea durante a contraçãomuscular), causa assimetria e perda da movimentaçãoativa.

O estiramento muscular é uma lesão indireta caracterizadapelo alongamento das fibras além dos limites normais (fisio-lógicos). Tal fato ocorre predominantemente durante as con-

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trações musculares excêntricas, embora também ocorra du-rante as contrações concêntricas. As regiões do músculomais freqüentemente acometidas são as transições múscu-lo-tendão e menos freqüentemente no ventre muscular (cor-po do músculo).

Os grupos musculares mais freqüentemente atingidos porlesões do tipo estiramento são os ísquiotibiais (músculosposteriores da coxa), o quadríceps femoral (músculos ante-riores da coxa) e o tríceps sural (músculos da perna), queapresentam em comum as seguintes propriedades: são biar-ticulares (atravessam duas articulações) e tem um predomí-nio de fibras tipo II (fibras de contração rápida).

Alguns fatores são considerados predisponentes às lesõesmusculares, embora ainda sejam discutidos amplamente naliteratura. Tais fatores são: as deficiências de flexibilidade, osdesequilíbrios de força entre músculos de ações opostas(agonistas e antagonistas), as lesões musculares pregressas,os distúrbios nutricionais, os distúrbios hormonais, as altera-ções anatômicas, as infecções e os fatores relacionados aotreinamento (incoordenação de movimentos, técnica incorre-ta, sobrecarga e fadiga muscular).

A lesão muscular por estiramento causa um desarranjo naestrutura de suas fibras, desencadeando um processo demorte celular (necrose), inflamação, reparo e fibrose. Na pri-meira fase após a lesão, inicia-se um processo inflamatórioimediato com o aparecimento dos sinais e sintomas típicos(edema, equimose, hematoma, dor, deformidade, limitação demovimentos) e migração de células sanguíneas com a libera-ção de substâncias (fatores de crescimento celular) queestimulam o reparo (cicatrização) e a regeneração das fibrasmusculares.

A história de quem sofre uma lesão é marcada por uma dorlocalizada de início súbito e intensidade variável, algumasvezes acompanhada de um estalido audível, geralmente

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Imagem ilustrativa de fadiga muscular.

Imagem ilustrativa de lesão muscular.

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durante um movimento (corrida, salto, arremesso) e que cul-mina com a interrupção do mesmo. O inchaço local pode seformar após a lesão acompanhada ou não de uma deformi-dade (depressão local). Nem sempre as lesões muscularessão precedidas por dor localizada ou tensão muscular au-mentada no mesmo local, portanto prever o surgimento detais lesões não é uma tarefa simples.

Podemos classificar os estiramentos musculares em 3 grausde acordo com as dimensões da lesão:

• Grau I – Lesão <5% do músculo. A dor é localizada du-rante a contração muscular contra-resistência e pode ser au-sente no repouso, não há formação de hematoma e a limi-tação funcional é leve. Apresenta bom prognóstico e a res-tauração das fibras é relativamente rápida.

• Grau II – Lesão >5% e <50% do músculo, acompanhadode edema, dor localizada, hemorragia leve ou moderada. A li-mitação funcional é moderada na fase aguda, apresenta re-solução em médio prazo, porém pode evoluir com seqüelas.

• Grau III – Lesão >50% do músculo, acompanhada deperda de função, defeito palpável (retração muscular) e pre-sença de hematoma. A recuperação é lenta e o prognósticoé indeterminado, de um modo geral evoluindo com seqüelas,como deformidades.

O diagnóstico das lesões musculares deve abranger umahistória e exame clínico adequados, podendo ser comple-mentados por métodos de diagnóstico por imagem (ultra-so-nografia e ressonância magnética).

O tratamento das lesões musculares abrange:

� Medicamentos para controle da dor sob prescrição médi-ca: analgésicos, antiinflamatórios e relaxantes muscu-lares.

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� Gelo: compressão do local da lesão com bolsas de gelodurante 20 a 30 minutos, com freqüência de 3/3 horas,durante os dois primeiros dias.

� Repouso do membro afetado com a utilização de órteses(tipóias, muletas, estabilizadores articulares).

� Elevação do membro acometido para uma drenagemmais eficiente do edema ou hematoma

� Fisioterapia sob prescrição: analgesia (controle da dor),cinesioterapia (exercícios).

O diagnóstico precoce, assim como a prescrição de trata-mento específico é de suma importância na abordagem daslesões musculares.

Negligenciar o tratamento de tais lesões leva freqüente-mente a recidivas que podem resultar seqüelas e longosperíodos de afastamento do esporte.

Cuide de seus músculos! Bons treinos!

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Este folheto foi desenvolvido por:

Dr. Félix Albuquerque DrummondPresidente da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte

Dr. José Kawazoe LazzoliDiretor Científico da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte

Dr. Cristiano Frota de Souza LaurinoMestre em Ortopedia e Traumatologia (UNIFESP). Delegado

Regional do Comitê de Traumatologia Desportiva da SBOT.

Membro do Comitê de Educação da ISAKOS. Médico da Equipe

BMF Atletismo, Federação Paulista de Atletismo (FPA) e

Confederação Brasileira de Atletismo (CBAT)

Fotos

Cristiano Frota de Souza Laurino

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