max martins, "num bar"

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NUM BAR Max Martins, de O Risco Subscrito (1980) Num bar abaixo do Equador às cinco da manhã escrevo meu último poema Arrisco-o ao azar do sangue sobre a mesa mapa de crises cicatrizes moscas Gravo-o fala de mim demão e nódoa nós e tábua deste barco-bar que arrumo e rimo: verso-trapézio osso troço de ser escada onde lunar oscilo solitário quando vieram uns anjos de gravata e me disseram: Fora!

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Poema "Num bar", de Max Martins, do livro "O risco subscrito" (1980)

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  • NUM BAR

    Max Martins, de O Risco Subscrito (1980)

    Num bar abaixo do Equador s cinco da manh escrevo

    meu ltimo poema Arrisco-o

    ao azar do sangue sobre a mesa mapa

    de crises cicatrizes moscas

    Gravo-o

    fala de mim demo e ndoa

    ns e tbua deste barco-bar

    que arrumo e rimo:

    verso-trapzio osso

    troo de ser

    escada onde

    lunar oscilo

    solitrio

    quando

    vieram uns anjos

    de gravata e me disseram: Fora!