matéria de capa - mão de obra na instalação - edição 03 da revista da instalação

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18 REVISTA DA INSTALAÇÃO Problema Foto: Fotolia The manpower shortage is a common problem to many types of activities in Brazil. This situation can be observed both in traditional sectors, such as electrical, hydraulic, mechanical and cooling and in newer segments, such as photovoltaic energy. A possible solution to this problem involves some investment in qualification of workers. En Brasil, la falta de mano de obra es un problema común a muchas actividades. Esta situación se puede encontrar tanto en áreas tradicionales como la eléctrica, hidráulica, mecánica y refrigeración, como en los segmentos más nuevos, como la energía fotovoltaica. Una de las posibles soluciones a este problema podría ser a través de inversiones en la calificación de los trabajadores. WWW.FACEBOOK.COM/REVISTADAINSTALACAO WWW.REVISTADAINSTALACAO.COM.BR MATÉRIA DE CAPA | Mão de Obra

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18 Revista da instalaçÃO

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The manpower shortage is a common problem to many types of activities in Brazil. This situation can be observed both in traditional sectors, such as electrical, hydraulic, mechanical and cooling and in newer segments, such as photovoltaic energy. A possible solution to this problem involves some investment in qualification of workers.

En Brasil, la falta de mano de obra es un problema común a muchas actividades. Esta situación se puede encontrar tanto en áreas tradicionales como la eléctrica, hidráulica, mecánica y refrigeración, como en los segmentos más nuevos, como la energía fotovoltaica. Una de las posibles soluciones a este problema podría ser a través de inversiones en la calificación de los trabajadores.

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Problema estruturalPaís apresenta déficit de profissionais especializados

em diversos segmentos da instalação, obrigando

empresas a investir no treinamento dos funcionários

para suprir suas necessidades.

reportageM: paulo Martins

Independentemente da crise econômica que assola o Brasil no momento, o país mantém boas perspectivas de crescimento futuro, inclusive com chances de se tornar referência global em determinadas áreas, como energias renováveis, eficiência

energética e construções sustentáveis. Entretanto, esse processo esbarra em um fato recorrente, que costuma atrapalhar o desenvol-vimento de vários mercados: a falta de mão de obra especializada.

O déficit envolve praticamente todas as funções, incluindo o qua-dro administrativo, gerencial e operacional, e o problema é bastan-te evidente em segmentos menos amadurecidos, como o de energia solar fotovoltaica e o de automação residencial e predial, entre ou-tros. Entretanto, mesmo áreas mais consolidadas, como o setor de soldagem, a elétrica e o mercado de drywall registram carência de profissionais que estejam a par das recentes técnicas e inovações tecnológicas.

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Como consequência desse qua-dro, aumentam as chances dos servi-ços apresentarem falhas de execução, gerando retrabalho, desperdício de materiais, aumento de custos e atra-so nos cronogramas das instaladoras. E, mais importante, existe o risco de comprometimento da segurança, tan-to de quem executa o trabalho sem o devido conhecimento, quanto de quem utilizará as instalações.

Com um contingente superior a 900 mil trabalhadores, o Brasil é hoje um dos maiores empregadores do mundo na área de energias reno-váveis. Entretanto, no segmento de energia fotovoltaica o número de pro-fissionais atuantes ainda é pequeno - em torno de 4 mil -, o que contrasta com o forte ritmo de desenvolvimento dessa atividade. “A energia solar foto-voltaica constitui uma área nova, que ainda não possui mão de obra quali-ficada suficiente para atender o cres-cimento do mercado”, destaca Paulo Frugis, gerente de Treinamento da em-presa Neosolar Energia.

A carência de funcionários é regis-trada em toda a cadeia fotovoltaica, mas principalmente no campo opera-cional e de instalação. “Temos notado uma defasagem grande em relação à função de instalador fotovoltaico, mo-tivo pelo qual iniciamos os investimen-tos e ações para melhorar a formação nessa área. Também há defasagem de projetistas de sistemas fotovoltaicos para minigeração”, completa Carlos Evangelista, presidente da Associa-ção Brasileira de Geração Distribuí-da (ABGD).

A falta de mão de obra especiali-zada no segmento pode resultar em instalações mal executadas, compro-metendo desta forma a qualidade dos projetos e dos equipamentos e gerando riscos de acidentes durante a execução e operação do sistema e também para o cliente. “Um sistema solar é projetado para vida útil acima

de 30 anos. Porém, se mal executado, já terá problemas nos primeiros meses de funcionamento. Não esquecendo que um eventual retrabalho gera cus-tos adicionais não previstos”, observa Paulo Frugis.

Evangelista alerta ainda para o ris-co de destruição da imagem positiva que a energia solar vem construindo. “Se começarem a surgir problemas por erros de projeto ou na instalação, ou até mesmo devido à utilização de equipamentos de baixa qualidade, a

percepção do mercado irá se alterar negativamente, acontecendo o mes-mo que ocorreu no início do mercado solar térmico no Brasil. Uma parcela achará que os sistemas fotovoltaicos ‘não funcionam’, que são improvisa-dos ou fadados a dar problemas. Isso não é verdade e não podemos deixar essa falsa percepção tomar o merca-do”, defende o presidente da ABGD.

O engenheiro eletricista Eduardo Daniel, diretor da MDJ, empresa es-pecializada em assessoria empresarial e engenharia consultiva, chama aten-ção ainda para o novo cenário que se criou com o advento da Geração Dis-tribuída de energia no Brasil. Afinal, através desse sistema passa a haver uma interação no campo técnico, en-

Segurançaprofissionais da área elétrica são responsáveis pela segurança de usuários leigos no assunto, o que exige grande compromisso na execução dos trabalhos.

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a energia fotovoltaica é uma área nova, que ainda não possui mão de obra qualificada suficiente para atender o crescimento do mercado.paulo Frugis neOSOLar energIa

fornecimento de energia e os usuários se limitavam a pagar a conta. Como se sabe, um dos preceitos da GD é que o consumidor pode produzir a eletricida-de para seu consumo próprio a partir de painéis fotovoltaicos instalados em sua residência ou empresa. Existe tam-bém a possibilidade desse consumidor fornecer o excedente para a rede de distribuição, e é nesse ponto que re-side o perigo. “Agora temos uma rua de duas mãos, pois envolve o fato de o consumidor poder transferir energia para dentro do sistema da distribuido-ra”, alerta Eduardo.

Obviamente, toda a estrutura ne-cessária para fazer a geração e a trans-missão dessa energia de modo segu-ro precisará ser planejada, projetada e construída por especialistas devida-mente preparados, até porque existem diferenças entre as instalações elétricas convencional e fotovoltaica.

Com larga experiência nas áreas de normalização e certificação de pro-dutos e de instalações elétricas, Edu-ardo Daniel diz que ainda se depara com problemas sérios no mercado, por conta da falta de qualificação de deter-minados profissionais. “A preocupação com mão de obra é constante. Na área de instalação predial, tanto residencial quanto comercial - sem considerar a indústria, que é um mercado diferen-te -, a mão de obra continua muito ruim”, critica.

O diretor da MDJ observa que as construtoras normalmente acompa-nham a qualidade das obras e enfren-tam muitos casos em que é necessário refazer o trabalho, gerando altos custos. “Segundo as empresas, o problema mais

frequente envolve as instalações hidráu-licas. Porém, os maiores custos são da área elétrica”, comenta.

A qualidade da mão de obra das empresas instaladoras é uma questão que influencia também o setor de re-frigeração, aquecimento e tratamento de ar. De acordo com Carlos Eduardo M. Trombini, presidente do Sindratar-SP, sindicato que representa essa indústria em São Paulo, para que um sistema de climatização funcione dentro dos parâ-metros projetados, independentemente de tamanho e uso (do residencial ao industrial), é necessário o envolvimen-to de engenheiros e técnicos qualifica-dos desde o projeto até a construção, e também no treinamento do usuário final, quando este fica responsável pela operação.

Falta de profissionais

especializados no mercado

pode acarretar problemas como

retrabalho, desperdício de

material, atrasos na execução

dos serviços e comprometimento da segurança das

instalações.

tre concessionárias e consumidores, que antes não acontecia. Até então, as empresas prestavam o serviço de

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segundo as empresas, o problema mais frequente envolve as instalações hidráulicas. porém, os maiores custos são da área elétrica.eduardo daniel MDJ

O executivo destaca que cada vez mais os pequenos sistemas são con-trolados por dispositivos eletrônicos, visando alcançar a eficiência energética estabelecida para o equipamento e os parâmetros de conforto projetados. En-tretanto, prossegue Trombini, se houver dimensionamento inadequado da ca-

pacidade, ou a instalação não seguir requisitos técnicos estabelecidos em normas técnicas, o sistema irá operar consumindo mais energia e provocando desconforto para o usuário. “Nos sis-temas comerciais e industriais, a qua-lificação do instalador é ainda mais exigida. Instalações hidráulicas, elé-tricas e de automação são de maior complexidade, e onde erros cometidos causam custos de operação inadmissí-veis e queda da qualidade dos serviços prestados”, comenta.

Trombini diz ainda que a falta de qualificação acarreta prejuízo de ima-gem para o setor como um todo e aos agentes participantes do mesmo. O

executivo observa que na maioria dos casos as empresas de instalação tam-bém são responsáveis por cuidar da imagem das marcas de equipamentos e periféricos que utilizam em seus ser-viços, e, sendo assim, a eventual má qualidade de uma instalação pode afe-tar a forma como o mercado vê esses produtos e a própria empresa. “Não podemos esquecer que boa parte dos clientes que contratam diretamente as empresas instaladoras, e indiretamen-te os equipamentos e periféricos, não são conhecedoras de sistemas de cli-matização, refrigeração, ventilação e aquecimento, e ao menor deslize na qualidade dos serviços prestados isto causará muitos ruídos no setor”, ana-lisa o presidente do Sindratar-SP.

QuaLIfIcaçãOinstalador fotovoltaico precisa ter conhecimento específico na área

e também sobre as normas de instalações elétricas e de trabalho

em altura.

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Outra área que se mantém perma-nentemente atenta à qualidade da mão de obra dos trabalhadores é a que en-volve as empresas que fazem instala-ções eletromecânicas. O segmento en-volve os serviços de elétrica, hidráulica e mecânica e no Estado de São Paulo é representado pelo Grupo Setorial de Instalações Eletromecânicas (GSEL) do Sindinstalação (Sindicato da Indústria de Instalação - SP).

Segundo o engenheiro Mário Men-des Júnior, presidente do GSEL, há casos em que determinados serviços acabam reprovados nas inspeções regulares fei-tas na obra para efeito de controle da qualidade. Normalmente essas vistorias são realizadas pelo contratante ou pela própria instaladora. Caso seja consta-tado um problema decorrente de falha da mão de obra, é necessário refazer o trabalho, o que pode gerar prejuízos para a empresa executante, por conta do uso extra de materiais e de horas de trabalho.

A carência de mão de obra no seg-mento de instalações eletromecânicas é mais evidente longe dos grandes centros urbanos. Quando uma instaladora de São Paulo, por exemplo, precisa realizar determinados serviços pelo interior do

País, é comum que ela tenha que des-locar especialistas de sua matriz para o site, devido à escassez dessa mão de obra na região onde o trabalho será exe-cutado. Desta forma, a empresa acaba tendo que arcar com custos extras para garantir moradia, transporte e alimen-tação a seus profissionais, o que não aconteceria, se houvesse disponibilida-de local de mão de obra.

Outro inconveniente decorrente das falhas na formação dos profissionais é a baixa produtividade. No Brasil, a quan-tidade de horas empregadas para fazer um trabalho (quantificada pelo índice denominado homem-hora) chega a ser 20% maior do que em países mais de-senvolvidos.

Antes de citar os profissionais que estão em falta na área de instalações

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Instalações eletromecânicas

eM aLtao soldador é uma das profissões mais valorizadas do mercado, mas especialistas precisam estar atentos à evolução tecnológica desse segmento.

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O frequente registro de problemas na execução dos serviços especializados pode fazer com que um setor inteiro ou uma determinada tecnologia caia em descrédito junto à população.

eletromecânicas, convém explicar que a mão de obra nas instaladoras divide-se em duas categorias: área de engenharia e os trabalhadores de campo.

Uma figura da qual as empresas têm grande dependência é o profissional res-ponsável por entender o processo com-pleto e gerenciar o trabalho como um todo (normalmente um engenheiro). Com capacidade para liderar equipes, eles são o que se pode chamar de “mosca bran-ca”, por serem raros. Não há formação acadêmica que dê a ele esse conheci-

mento, que é fruto de anos de experi-ência prática.

Ainda que a empresa disponha de uma excelente equipe de campo, o resul-tado final pode acabar comprometido, se não contar com esse ‘cabeça’ para gerenciar o serviço. “Quem determina a qualidade do trabalho é o engenhei-ro gestor e seus supervisores. Eles é que dão a cara da empresa para a obra”, co-menta Antonio Celso Padovani, respon-sável pelo departamento de Engenharia da GTEL (Grupo Técnico de Eletromecâ-

nica S.A.), empresa de São Paulo que há mais de 40 anos presta os serviços de montagem, instalação e manutenção.

A área de soldagem é um dos seg-mentos onde a mão de obra especiali-zada é mais escassa e valorizada. Essa é uma profissão que requer grande habilidade manual, precisão, prática e até conhecimento de materiais como o metal. Em determinados tipos de insta-lações, como indústrias alimentícias e de medicamentos, por exemplo, não se admite que haja rugosidades nas soldas das tubulações, portanto, o trabalho tem que ser perfeito.

Outro profissional estratégico para as instaladoras, e difícil de se encontrar, ou mesmo de formar internamente, é o orçamentista especializado na área. Vale lembrar que um orçamento errado pode gerar grandes prejuízos para uma empresa, pois os projetos nessa área normalmente envolvem valores altos.

A elaboração de um orçamento é um trabalho bastante meticuloso e que precisa considerar variáveis como o

atuaLIzaçãOavanços tecnológicos da área de refrigeração e aquecimento exigem que as empresas instaladoras mantenham equipes com maior conhecimento.

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na maioria das vezes, as empresas de instalações eletromecânicas

dependem única e exclusivamente de mão de obra formada

internamente.MÁrio Mendes JÚnior

gSeL

custo dos materiais e também da mão de obra (homem-hora). O cálculo do custo do homem-hora, por sua vez, é um pouco mais complicado, pois con-sidera elementos como salários e en-cargos dos funcionários, gastos com estadia, transporte e alimentação das equipes, etc.

O orçamentista de instalação preci-sa também dominar determinados co-nhecimentos técnicos usuais da área, ainda que básicos. É preciso cuidado, por exemplo, para não fazer confusão com as grandezas e escalas usadas para quantificar determinados materiais em um projeto. “Em um projeto são utiliza-das diversas unidades para quantificar um mesmo tipo de material, tais como metro, barra ou quilograma, usadas para

Quando não há tempo hábil para moldar o trabalhador conforme o padrão da empresa, pode-se tentar ‘recrutar’ um funcionário já ‘pronto’ que esteja atuan-do no mercado. Entretanto, até para isso existem regras. “Tem cliente que especifi-ca em contrato que não se pode contra-tar funcionário de outra companhia que esteja atuando no mesmo site durante certo período, para evitar que haja dispu-tas por funcionários entre as empresas”, conta Padovani.

Além do treinamento promovido pelas próprias empresas, seria inte-ressante para o País a criação de mais programas de capacitação profissio-nal, de forma a atender à demanda

do mercado. Essa, aliás, tem sido uma das preocupações do Sindinstalação, que vem se empenhando no comba-te à falta de capacitação profissional. “Estamos atuando contra esse pro-

Diante da carência de mão de obra especializada e qualificada no Brasil, é grande o número de empresas que se veem obrigadas a investir na qualifica-ção de seus funcionários, preparando-os não só no aspecto técnico, mas também para atendimento às legislações de se-gurança e meio ambiente. “Na maioria das vezes, as empresas de instalações eletromecânicas dependem única e ex-clusivamente de mão de obra formada internamente”, confirma Mário Mendes, presidente do GSEL.

A GTEL, por exemplo, procura apro-veitar o vasto conhecimento adquirido ao longo de sua atuação no mercado para transmitir a filosofia da compa-nhia aos novos contratados. “Dispomos de pessoal antigo na empresa, que já conhece nossa maneira de trabalhar. Quando ganhamos uma obra, procura-mos inserir as novas pessoas junto aos mais experientes para que elas captem isso e adquiram nossa cultura”, conta Antonio Padovani.

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dimensionar uma tubulação. O orçamen-tista tem que ser cuidadoso ao fazer o levantamento para não trocar as unida-des e causar eventuais prejuízos”, expli-

ca Mário Mendes, que, além de presidir o Grupo Setorial de Instalações Eletro-mecânicas do Sindinstalação, atua como responsável comercial da empresa GTEL.

Investir no treinamento de pessoas vira rotina para muitas empresas

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procuramos inserir os novos contratados da empresa junto aos mais experientes para que eles captem nossa maneira de trabalhar.antonio Celso padoVani gteL

blema promovendo cursos em diver-sas áreas, por meio do GSEL”, informa Mário Mendes.

O Grupo Setorial de Instalações Eletromecânicas tem procurado orga-nizar cursos para formar justamente os profissionais considerados estratégicos para o segmento, como orçamentista de instalações e especialista administrati-vo de obras. Para o mês de julho, por exemplo, está marcado um workshop no Sindinstalação sobre sistemas de proteção contra incêndio - mais especi-ficamente sobre sprinklers -, promovido em parceria com a Associação Brasileira de Sprinklers.

Um detalhe curioso comprova a difi-culdade de se encontrar especialistas em determinados setores: nos cursos para preparação de orçamentista e adminis-trativo de obras, não havia professores no mercado para aplicar os programas. Desta forma, as próprias companhias do setor tiveram que ceder seus especialis-tas para administração das aulas, cuja

grade curricular também foi desenvolvi-da por essas empresas.

Para o presidente do Sindratar-SP, Carlos Eduardo M. Trombini, a solução para as empresas de instalação me-lhorarem a qualidade da mão de obra é investir no treinamento de seus pro-fissionais. “Os avanços tecnológicos têm demandado que os instaladores tenham equipes com maior conheci-mento”, justifica.

O executivo diz que ainda é habi-tual que os profissionais que atuam no segmento aprendam na prática, em vez de passarem por qualificação formal, mas observa que essa situação vem mudando rapidamente. “A era digital está se encarregando desta mudan-ça. O acesso à internet tem proporcio-nado transferência de conhecimento imediato através de cursos à distância e acesso a muitas informações dispo-níveis em sites, vídeos, blogs e páginas web de fabricantes e entidades de en-sino”, aponta. 

O dirigente destaca ainda que enti-dades como o Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) disponibi-lizam bons cursos voltados para a área, que conta ainda com os programas de

graduação e pós-graduação oferecidos pelas faculdades de engenharia. “Além disso, as empresas fabricantes de equi-pamentos, ferramentas e periféricos transferem muita informação sobre como aplicar, instalar e operar suas so-luções. Elas oferecem muito da experi-ência que acontece com seus produtos em campo. O número de publicações especializadas também é grande para atender ao público. Eventos presenciais têm ocorrido com muito mais frequên-cia, o que permite ao profissional estar em contato direto com outros especia-listas, pesquisadores e divulgadores de novas tecnologias”, complementa.

De acordo com Trombini, a área de refrigeração, aquecimento e tratamen-to de ar necessita de profissionais com formação técnica e universitária. As principais habilidades requeridas são: conhecimento das leis da física volta-das para a termodinâmica; mecânica dos fluidos; eletrotécnica, eletrônica e resistência dos materiais. “Somam-se a estes conhecimentos o acompanha-mento de temas da modernidade, como sustentabilidade e meio ambiente, seus efeitos e consequências”, revela o pre-sidente do Sindratar-SP.

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Em franco crescimento, e com boas perspectivas para o futuro, o setor de energia solar fotovoltaica consti-tui hoje um enorme campo de tra-balho. Mas não basta ter vontade, é necessário apresentar determinados conhecimentos para conquistar uma vaga na área.

De acordo com Carlos Evangelista, presidente da Associação Brasileira de Geração Distribuída, é recomendável que um instalador fotovoltaico tenha, no mínimo, cursos de NR10 (Seguran-ça em Instalações e Serviços em Ele-tricidade) e NR35 (Trabalho em Altu-ra), além de formação na área elétrica (engenharia, técnico eletricista, etc).

Além disso, também são bem-vin-dos conhecimentos de eletrônica de potência e de instalações de baixa e média tensão e/ou curso específico do setor fotovoltaico com uma carga ho-rária de pelo menos 40 horas.

“Claro que isso é uma definição genérica e aberta, pois há inúmeras competências que permitem ao pro-fissional atuar nesse setor. No entan-to, é fundamental a experiência teó-rica e prática com sistemas solares fotovoltaicos devido às suas particu-laridades e especificidades”, finaliza o dirigente.

Na opinião do gerente de Trei-namento da Neosolar, Paulo Fru-gis, com a demanda cada vez maior por qualificação na área fotovoltaica, as próprias insti-tuições de ensino brasileiras tendem a criar cursos mais segmentados para aten-der os interessados em ingressar no setor. “Atu-almente existem alguns cursos de formação em engenharia de

energia e outros mais específicos de renováveis, onde a área fotovoltaica já faz parte da grade curricular. Exis-tem também MBAs em energias reno-váveis e programas de mestrado volta-dos para o segmento solar”, enumera.

A Neosolar oferece cursos na área desde 2012, período no qual formou cerca de 700 alunos. No início deste ano inaugurou seu Centro de Treina-mento próprio e atualmente oferece quatro cursos diferentes. De acordo com Paulo Frugis, o conteúdo dos cursos é definido com base em vários parâmetros, como a experiência e vi-vência de mercado da empresa; suges-tões citadas pelos alunos e tendências e necessidades do mercado. “Os cur-sos teóricos dão uma noção geral do segmento e capacitam o aluno a atuar

na área como indicador de negócios, prospectar mercado em sua região e dimensionar sistemas de microgera-ção distribuída ou isolados. Os cursos de instalação capacitam o aluno com relação à instalação dos equipamen-tos e estruturas dos sistemas fotovol-taicos, porém, ele precisa ter capaci-tação em eletricidade, NR10 e NR35, que deve ser adquirida em instituições de ensino técnico”, explica o porta-voz da Neosolar.

Uma notícia excelente para esse mercado é que a Associação Brasileira de Geração Distribuída criou a certifi-cação do instalador de sistemas foto-voltaicos. De acordo com Carlos Evan-gelista, o profissional que se inscrever passará por uma entrevista, precisará comprovar que possui cursos de NR10 e NR35 e treinamento e/ou experiência no setor fotovoltaico e fará uma prova (prática e teórica) aplicada por institui-ção reconhecida do mercado. No caso de São Paulo, esse trabalho caberá ao IEE (Instituto de Energia e Ambiente) da USP (Universidade de São Paulo). “Se o profissional tirar nota igual ou acima de sete nessa prova, receberá a Certificação do Instalador Fotovoltai-

co”, garante. Ainda segundo Evangelista,

em uma segunda fase, já em estudo, e com o apoio da TÜV

Rheinland (organismo de certifi-cação), a associação promoverá a certificação das instalações. Fu-turamente será criada a certifica-ção de empresas. “Também há estudos para certificar profis-sionais que atuam com siste-mas de Geração Distribuída envolvendo outras fontes

de energia, como biomas-sa e biogás”, adianta.

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Segmento de energia fotovoltaica mira certificação de profissionais

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