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ExpedienteExpedienteExpedienteExpedienteExpediente

Computação BrasilAv. Bento Gonçalves, 9500 - Setor 4

Prédio 43424 sala 116Cx Postal 15012

Agronomia - Porto Alegre /RSCEP 91501-970

fone: (51) 3316.6835fax: (51) 3316.7142

home page: www.sbc.org.br* Os artigos publicados são de responsabilidadeexclusiva de seus autores

Computação Brasil

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junho/julho e agosto 2006

Claudia Maria Bauzer MedeirosPresidente

José Carlos MaldonadoVice-Presidente

Carla Maria Dal Sasso FreitasDiretora Administrativa e de Finanças

Karin BreitmannDiretora de Eventos e Comissões Especiais

Edson Norberto CáceresDiretor de Educação

Marta Lima de Queiros MattosoDiretora de Publicações

Virgílio Augusto Fernandes Almeida Diretor de Planejamento e Programas Especiais

Aline dos Santos AndradeDiretora de Secretarias Regionais

Altigran Soares da SilvaDiretor de Divulgação e Marketing

Roberto da Silva BigonhaDiretor de Regulamentação da Profissão

Carlos Eduardo FerreiraDiretor de Eventos Especiais

Ana Carolina Salgado (UFPE)Ariadne Maria B. Carvalho (Unicamp)

Daniel Schwabe (PUC/Rio)Flávio Rech Wagner (UFRGS)Jaime Simão Sichman (USP)

José Valdeni de Lima (UFRGS)Luiz Fernando Gomes Soares (PUC/Rio)

Marcelo WalterRaul Sidnei Wazlawick (UFSC)

Ricardo de Oliveira Anido (UNICAMP)Ricardo Reis (UFRGS)

Robert Carlisle Burnett (PUC/PR)Siang Wu Song (USP)

Taisy Silva Weber (UFRGS)Corpo Editorial/Conselho

Sirlei Pastore – DRT-RS 9866Jornalista Responsável

Claudia Judá – DRT-RS 12614Reportagem e Redação

Rodrigo VizzottoProjeto Gráfico

Computação Brasil

Prêmio Aluno Destaque

Delegados da SBC homenageiam estudantesEditorial

* Wagner Meira Júnior* Wagner Meira Júnior* Wagner Meira Júnior* Wagner Meira Júnior* Wagner Meira Júnior

Um espaço a ser ocupado

junho/julho e agosto 2006

* Professor da UFMG

Os delegados institucionais da SBC homenagei-am, com o prêmio Aluno Destaque, os estu-dantes que se sobressaíram em suas institui-

ções de ensino nos semestres de 2005/2 e 2006/1.A premiação é tradicionalmente oferecida aos egres-

sos dos cursos de Computação pelo seu estudo e dedica-ção. Os alunos recebem a homenagem durante as ceri-mônias de colação de grau.

Regional Rio Grande do SulAluno/Universidade

Eduardo Flores da Silva/UFRGSFelipe Hoppe Levin/UFRGSRafael Pereira Pires/UFSM

Rogério Carvalho Schneider/UNICRUZ

Regional Centro-Oeste 2Aluno/Universidade

André Takeshi Endo/UFMSAnderson Braga/UNIRONDON

Hércules da Costa Sandim/UFMSPriscilla Ramsay Nogueira Borges/UNIRONDON

Tatiane do Carmo Silva/UCDBUiller Del Prado/UNIRONDON

Wesley Charles Cavalcante/UFMT

Regional Minas GeraisAluno/Universidade

Gabriela Virgínia Januzzi de Carvalho/PUCJuliana Maria Bitencourt Ferreira/PUC

Lisiene Bruna de Lima Pio/PUCRafael Noronha Tavares Gomes/FAI

Renato Silveira/UFLA

Regional São Paulo LesteAluno/Universidade

Adriana Keiko Kawai/UNICAMPLeonardo Elias Mariote/UNICAMP

Marcelo de Almeida Oliveira/UNICAMP

Regional ParanáAluno/Universidade

Claiton de Oliveira/UELDouglas Terencio do Vale/UELFernando Luis Spolador/UEL

Valterney Ferreira Cordão Júnior/UNIPAR

Regional Santa CatarinaAluno/Universidade

Alessandra Vuolo de Freitas/UNISULCharbel Szymanski/UNISUL

Fernando Kestering Longo/UNISULJosé Souza/UNISUL

João Carlos Testi Ferreira/UFSCLílian Cristine Apolinário/UNESC

Robson Wiggers/UNIPLACSaulo Castilho/UFSC

Regional Nordeste 3Aluno/Universidade

Lile Palma Hattori/Ruy Barbosa

Regional Nordeste 2Aluno/Universidade

Paulo Salgado Gomes de Mattos Neto/UNICAP

Regional Centro-Oeste 1Aluno/Universidade

Charles Antonio Nascimento Costa/UnBEdans Flávius de Oliveria Sandes /UnB

Regional São Paulo OesteAluno/Universidade

Maira Auxiliadora Cano/UNOESTE-FIPPMarco Aurélio Munhoz/UNOESTE-FIPP

Nelson Minoru Kawakami/UNOESTE-FIPPTiago Motta Jorge/USP-IME

ParticipaçãoDelegados da SBC interessados em homenagear alu-

nos das suas instituições devem entrar em contato comThemis Tubino, responsável pelo atendimenro às secretá-rias regionais e delegacias instituicionais, via e-mail:[email protected].

Nota: Uma listagem completa com os nomes dos estudantes ho-menageados, cursos, instituições e delegados institucionais está dis-ponível em: www.sbc.org.br/alunodestaque.

Governar, mais do que ad-ministrar o Estado, é oexercício do voto de confi-

ança dado pela população. Esse votode confiança compreende não apenasprover serviços e facilidades ao cida-dão, mas permitir e mesmo habilitaro cidadão a ter acesso a esses servi-ços e facilidades. A evolução ecapilarização das Tecnologias da In-formação e Comunicação (TIC) astornaram candidatas naturais e inte-ressantes para suportar atividades degovernança, ao que denominamosgoverno eletrônico, de formasimplista. Esta edição do Computa-ção Brasil discute o governo eletrô-nico não apenas como um conjuntode iniciativas existentes, mas comoum conjunto de oportunidades, dadoo volume e complexidade de técnicase tecnologias que têm que ser desen-volvidas para que ele atinja o seu ob-jetivo de se tornar um instrumentodemocrático. Ao longo desta edição,vamos relatar experiências em saú-de, educação e gestão governamen-tal, além de outras iniciativascorrelatas como o processo eleitoral.

À primeira vista, governo eletrô-nico se resumiria a uma aplicação detécnicas e tecnologias existentes, en-tretanto, osdesafios vãoalém dissoquando se falade Brasil.

O primei-ro desafio é aescalabilidadedas soluções,que devem al-cançar toda apopulação etoda a dimen-são do territó-

rio nacional, assim como o volume dedados que vem associado. O segundodesafio é a eficiência das soluções, nosentido de maximizar a utilização dosrecursos. Mais ainda, há um desafiomaior que é habilitar as TICs comomecanismo efetivo de governança,uma vez que uma significativa parteda população brasileira não está emcondições de usar esses recursos.

Há várias oportunidades de pesqui-sa e desenvolvimento tecnológico nocontexto de governo eletrônico, desdeplataformas escaláveis para lidar como grande volume de dados até interfacesmais intuitivas que facilitem o acessopor um número maior de cidadãos, pas-sando por toda sorte de estratégias deorganização de dados e fluxos de tra-balho e de extração e apresentação deinformações.

É um universo de pesquisa e de-senvolvimento tecnológico amplo, pou-co explorado e desafiador para a co-munidade de Computação do Brasil,um universo que está tão próximo donosso cotidiano e freqüentemente tãodistante do nosso foco de trabalho.Venha conosco nessa viagem por essemundo, onde, temos certeza, vocêtambém pode encontrar a sua oportu-nidade de ocupar esse espaço.

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Computação Brasil

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junho/julho e agosto 2006Computação Brasiljunho/julho e agosto 2006

Bibliografia

Tutorial Técnico

Wikipedia, the free Encyclopedia.Disponível em: http://en.wikipedia.org/wiki/Embedded_system.

Bas Graaf, Marco Lormans, e HansToetenel. Embedded SoftwareEngineering: The State of the Practice,IEEE Software, pp. 61 – 69, 2003.

Raimundo Barreto. A Time PetriNet-Based Methodology forEmbedded Hard Real-Time SoftwareSynthesis. Tese de doutorado. CIn/UFPE, abril de 2005. Disponível em:h t tp : / /www.dcc .u fam.edu .b r /~rbarreto/publications.html.

Sérgio Cavalcante. WearableComputers: Computadores para Usarno Corpo. Minicurso. II Escola deInformática da SBC – Edição Norte.Manaus e Belém. Outubro de 2000.

* Professor adjunto do DCC/UFAM

é o custo. Se o seu toca DVD conti-vesse o último lançamento emmicroprocessador, esse seria impra-ticável comercialmente.

Atualmente, temos percebido umatendência de evolução dos sistemasembarcados no sentido de que essesnão trabalham mais isolados. Agora,eles estão migrando para soluções dis-tribuídas. Uma das justificativas é queo custo de vários microcontroladoresmenores é muito inferior ao de umprocessador mais potente. É claro queisso traz complicações no projeto eimplementação do sistema. Mas o pro-blema é que muitas aplicações já re-querem soluções distribuídas. Mesmoassim, não é raro, nos dias atuais,vermos equipamentos móveis que po-dem acessar à Internet por exemplo.Entretanto, para o efetivo uso dessasolução, ainda falta a padronização deum protocolo de comunicação univer-sal, de tal forma que a comunicaçãoseja facilitada entre objetos que atual-mente não interagem entre si, comocarros, equipamentos móveis, equipa-mentos domésticos, equipamentos deescritório e web.

Os desafios de pesquisa são enor-mes. Até porque o prazo de entrega(também conhecido como time-to-market) está cada vez mais reduzido.Outra questão importante está nasmetodologias de desenvolvimentoonde já não podemos mais confiar emsoluções ad hoc. A complexidade dossistemas embarcados já não nos per-mite mais isso. Só que, infelizmente,muitas tecnologias de desenvolvimen-

to de software disponíveis aindanão consideram as necessidadesespecíficas de sistemas embarca-dos. As tecnologias de engenhariade software não possuem carac-terísticas especiais para lidar comrequisitos de memória, energia outemporais. Mas não devemos cul-par os pesquisadores da área de en-genharia de software, o problemaé que a diversidade de aplicaçõestorna a generalização difícil. Por-tanto, precisamos de tecnologias

de desenvolvimento de software maispoderosas, ao mesmo tempo mais fle-xíveis, de modo a facilitar o ajusteconforme o caso.

Existem diversos tipos de aplica-ções embarcadas. Podemos ver apli-cações em vários domínios, comosistemas automotivos, telecomunica-ções, eletrônica de consumo, equi-pamentos médicos e segurança. Naárea de sistemas automotivos, porexemplo, os sistemas embarcadospodem tornar o controle automáticode veículo uma realidade. Uma des-sas tecnologias é conhecida comoControle de Viagem Adaptativo(Adaptive Cruise Control - ACC). OACC permite que carros mantenhamdistâncias seguras de outros veícu-los em rodovias. Na área de teleco-municação móvel, podemos citar umprotótipo de um telefone móvel quetambém é uma jóia. Nesse caso, oscomponentes são distribuídos empeças diferentes da jóia – brinco,colar, anel e pulseira. O brinco teráembutido alto-falantes e agirá comoo receptor. O colar terá embutido mi-crofones que permitirão que usuári-os falem. O anel brilhará para indicaruma chamada. A pulseira exibirá onome e há planos de incorporartecnologia de reconhecimento de vozpara discar um número.

Com relação aos equipamentosmédicos, imagine quando os trans-plantes, como marca-passos, pude-rem ser administrados remotamen-te. Esses sistemas serão tão com-pactos que o paciente nem mesmovai lembrar que eles são embutidosem seu corpo. Usando micro-sensores colocados em várias par-tes do corpo, o marca-passo pode-rá monitorar vários parâmetros,como o fluxo sangüíneo, e a satu-ração do oxigênio no sangue . Eletambém poderá transmitir dadosusando comunicação sem fio onde,no caso de uma anormalidade, o mé-dico será contatado e poderá entrarem ação imediatamente, até mesmode locais remotos.

Com relação ao bem-estar de porta-dores de deficiências físicas, imagineum sistema que traduza imagens emsons para cegos. Pois isso já existe háquase 15 anos. Foi proposto por PeterMeijer, em 1992, que o batizou de siste-ma vOICe. Da mesma forma que o re-conhecimento de gestos seria outra aju-da importante para os surdos-mudosinteragirem com os computadores.

Para concluir, quero dizer que to-das essas inovações devem ser para onosso próprio bem e conforto. A Com-putação deve ser usada a favor do usu-ário e nunca o inverso. O desenhoanimado dos Jetsons, por exemplo,mostrava uma visão futurística ondeo Sr. Jetson trabalhava só meia horapor dia. Apesar dos grandes avançostecnológicos, isso ainda não ocorre.Pelo contrário, hoje trabalhamos 12ou mais horas por dia, restando pou-co tempo para nos dedicarmos a ou-tras tarefas mais prazerosas, comopassear com a família, ir ao cinemaou ao parque. O que podemos fazerpara mudar isso? A resposta mais po-liticamente correta é deixar a reflexãopara os leitores.

Desde o início de março, a Fundação de Amparo à Pes-quisa do Estado de São Paulo (Fapesp) tem uma coorde-nação exclusiva para a área da Computação. A presidente eo vice-presidente da SBC, professores Claudia BauzerMedeiros (Unicamp) e José Carlos Maldonado (USP-SãoCarlos), fazem parte dessa comissão junto com o profes-sor Roberto Marcondes Cesar Júnior (USP).

Segundo a presidente da SBC, a criação dessa coordena-ção reflete o que já ocorre em vários outros países, comoEstados Unidos, Grã-Bretanha e Fran-ça, onde a Computação recebe atençãoespecial dos órgãos de fomento, quereconhecem seu papel no apoio e nacontribuição à pesquisa em todos osramos do conhecimento. “Nos Estados Unidos, por exem-plo, a Engenharia da Computação e Informação é uma das 11áreas da NSF [National Science Foundation], órgao federalde fomento à pesquisa”, esclarece Claudia Bauzer Medeiros.

A pesquisadora explica que nesses países a Computa-ção é considerada uma das “molas mestras” do desenvol-vimento e do progresso científico. O destaque dado pelaFapesp vai ao encontro da iniciativa da SBC de pleitearjunto ao CNPq a criação de uma Grande Área de Compu-

tação. “Isso permitiria, inclusive, melhor gerenciar as pes-quisas no Brasil de caráter multidisciplinar em que a Com-putação é um dos focos – como Informática na Educaçãoe Bioinformática,” destaca Claudia.

A multidisciplinariedade foi fortemente discutida eenfatizada no seminário Perspectivas e Grandes Desafiosda Computação no Brasil – 2006 a 2016, organizado pelaSBC nos dias 8 e 9 de maio. “Uma das recomendações doevento é que é preciso considerar o papel que a Computa-

ção está desempenhando no mundo, emtoda a pesquisa científica. Isso exigeque pesquisadores da Computação e deoutras áreas trabalhem de formamais integrada,” ressalta Claudia.

Segundo o diretor científico da Fapesp, profes-sor Carlos Henrique de Brito Cruz, a Computação,que anteriormente estava vinculada à área de Mate-mática, passou a ter uma coordenação exclusiva paraque a fundação pudesse dar atenção especial à Ciên-cia e à Engenharia da Computação. Brito lembra queo número de propostas submetidas à área de Com-putação tem crescido bastante e esse foi um dos mo-tivos que levou à criação da coordenação.

Fapesp cria coordenação exclusiva para a área da Computação

Sócio-fundador da SBC recebe prêmio do CNPqO professor Jayme Luiz

Szwarcfiter, sócio-funda-dor da SBC, recebeu o prê-

mio Álvaro Alberto para a Ciência eTecnologia, concedido pelo ConselhoNacional para o Desenvolvimento Ci-entífico e Tecnológico (CNPq).

Graduado em Engenharia Eletrô-nica pela Universidade Federal do Riode Janeiro (UFRJ), Jayme Szwarcfiterconcluiu três cursos de pós-doutora-do em Análise de Algoritimos e Com-plexidade de Computação. O primeirona Universidade de Paris XI, na Fran-ça, o segundo na Universidade deCambridge, na Inglaterra e o terceirona Universidade da Califórnia,Berkeley, nos Estados Unidos.

Além disso, Szwarcfiter publicoumais de 60 artigos em periódicos ci-entíficos e apresentou uma centenade trabalhos em congressos acadê-micos. O pesquisador também pos-sui dois livros publicados e já orien-tou cerca de 45 dissertações e teses,das quais mais de 20 são de doutora-

do. Em 2005, Szwarcfiterrecebeu o Prêmio Mérito Ci-entífico da SBC.

Szwarcfiter acredita quea atribuição de um prêmio auma área contribui para umamaior projeção e visibilida-de da mesma. O prêmio Al-mirante Álvaro Alberto éconcedido somente a 12 áre-as em sistema de rodízio,duas a cada ano.

O professor explica queo conjunto das 12 áreas foidefinido quando o prêmiofoi criado no início da dé-cada de 80. De acordo com ele, na-quela ocasião foi dada a devida im-portância à área de Computação.“Desde então, a Computação temconquistado espaços cada vez mai-ores em nossas vidas”, completaSzwarcfiter.

O prêmio Almirante ÁlvaroAlberto é oferecido como reconhe-cimento e estímulo a pesquisado-

res e cientistas brasileiros que pres-tam relevante contribuição nos cam-pos da Ciência e Tecnologia. Segun-do o CNPq, o prêmio não foi outor-gado em 2000 pelo ministro da Ci-ência e Tecnologia por restrições or-çamentárias do governo federal. Asolenidade de entrega ocorreu esteano durante as comemorações dos55 anos do CNPq.

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Vice-presidente da República entrega o prêmio

“A Computação é consideradauma das ‘molas mestras’ dodesenvolvimento científico”

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Computação Brasil

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junho/julho e agosto 2006Computação Brasiljunho/julho e agosto 2006

Sistemas Embarcados: o novo boom da Informática?Tutorial Técnico

* Raimundo da Silva Barreto* Raimundo da Silva Barreto* Raimundo da Silva Barreto* Raimundo da Silva Barreto* Raimundo da Silva Barreto

Apesar de atualmente se ouvirmuito falar de sistemas embarcados,esse tipo de sistema não é novo. Deacordo com a Wikipedia, um dos pri-meiros sistemas embarcados data doinício dos anos 60. O primeiro que setem notícia foi um computador-guiapara o projeto Apollo, o qual levou oprimeiro homem à lua. Atualmente, ossistemas embarcados já penetraramem nosso mundo e não temos maiscomo nos livrar deles. Eles já são uni-versais porque estão presentes emmuitos dispositivos, desde eletrodo-mésticos até naves espaciais. Só que,usualmente, as pessoas não têm co-nhecimento deles em sua totalidade,mas uma coisa é certa: nós usamoscomputadores embarcados todos osdias. Em geral, a maioria não é vistapor nós porque, como insinua o pró-prio nome, estão embutidos dentrode outros sistemas que usamos nonosso dia-a-dia.

Definir um sistema embarcadopode não ser uma tarefa tão trivial.Mas há alguns pontos que merecemdestaque. Já falamos que os siste-mas embarcados estão dentro deoutros sistemas e que, portanto, elesnão aparecem como fim em si mes-mo. Do ponto de vista do usuário,os sistemas embarcados são invisí-veis. Por exemplo, o sistema de con-trole de aquecimento não aparececomo elemento principal em um for-no de microondas. Outro detalheimportante é que tais sistemasimplementam uma funcionalidadeespecífica e são usados para acres-cer (por exemplo, os carros bi-com-bustível) ou otimizar funcionalida-des (freio ABS é outro exemplo).

Sistemas embarcados usam algumtipo de elemento processador. Entre-tanto, nesse contexto, esseprocessador é um mero detalhe, ouseja, nós não percebemos os

processadores. Por exemplo, se per-guntarmos qual CPU você tem em suamesa de trabalho ou em sua casa, équase certo que você vai saber res-ponder. Entretanto, se perguntarmosqual CPU você tem no seu carro ouno seu celular, provavelmente vocênão saberá responder. Posso até afir-mar que a sua decisão de compra,desses e muitos outros produtos, nãofoi influenciada pela CPU.

Dispositivos que contêm sistemasembarcados são freqüentemente cha-mados de “inteligentes” porque pro-vêem funcionalidades adicionais demodo a agregar mais valor para o usu-ário. Esses dispositivos têm a tendên-cia de substituir os seus similares nomercado, como é o caso do toca-CDque substituiu o gramofone. Da mes-ma forma que os primeiros automó-veis eram simplesmente carruagenssem cavalos, a maioria dos produtosrecentemente equipada com sistemasembarcados não será muito diferentedos produtos originais.

Em linhas gerais, os processos ecomponentes que fazem uma aplica-ção embarcada são muito parecidoscom uma Computação de propósitogeral. Entretanto, na Computação tra-dicional, estamos particularmente in-teressados em atender a funcionali-dades com desempenho cada vezmaior, enquanto que na Computaçãoembarcada estamos interessados eminterfaces com o ambiente (sensorese atuadores) e com algoritmos decontrole de modo a satisfazermos se-veras restrições. Entre essas restri-ções temos temporais, de consumode energia e memória, mobilidade,custo, tamanho, peso, segurança,confiabilidade, tempo de entrega, en-tre várias outras. Para dizer a verda-de, são as aplicações que impõem osdiferentes requisitos.

Adicionalmente, os sistemas em-barcados são implementados em ar-quiteturas muito restritas, no sentido

de que não se tem tanta memória as-sim, o poder de processamento é so-mente de algumas dezenas de MHz,da mesma forma que é muito comumtermos barramento de dados de 8 bitse de endereços de 16 bits. Portanto,o software tem que ser altamenteotimizado para caber nessa arquite-tura. Eu mesmo soube que, há maisou menos 20 anos, todo o controleacadêmico da UFAM cabia em umamáquina que só tinha 8 KB de me-mória. Nesse caso, os programado-res/analistas de sistemas tinham quefazer mágica. E o pior é que eles fa-ziam. Mas por que faziam? Porquenão tinham outra opção, eles sim-plesmente tinham que implementare ponto final. Muitos dos leitoresdeste artigo nem sabem o que sãooverlays, porque hoje, com a facili-dade de memória virtual, nunca ti-veram a necessidade de implementarpor si mesmos um programa que émaior do que a memória disponívelna arquitetura da máquina.

No caso de muitos sistemas em-barcados, o fato de adotar um siste-ma operacional é totalmenteproibitivo. Recursividade, nem pen-sar! Por isso é que a maioria dossoftwares embarcados ainda éimplementada em Assembly ou C. Emais, os sistemas embarcados nãooperam em um ambiente estritamentecontrolado. Alguns não podem sofrercalor intenso, outros são sensíveis àvibração, outros à iluminação, en-tre diversas outras característicasfísicas. Tais sistemas têm que tra-balhar todo o tempo e dentro dotempo esperado. Pense no freiodo seu carro. Acredito que vocêficaria muito desapontado (paradizer o mínimo) se o software quecontrola o freio levasse alguns se-gundos para responder quandovocê pisasse no pedal! Conside-rando que os sistemas são produzi-dos em massa, outra restrição

As inscrições ao Exame Nacional para Pós-Graduaçãoem Computação (POSCOMP) vão até o dia 15 de agosto.Os candidatos devem utilizar números de CPF (brasilei-ros) e passaporte (estrangeiros) váli-dos para o preenchimento do formu-lário de inscrição.

A taxa é de R$15,00 para sóci-os da SBC e de R$18,00 para nãoassociados. O pagamento pode serefetuado via boleto bancário ou porcartão de crédito.

A novidade desta edição é queo POSCOMP vai acontecer também na cidade peruanade Arequipa. A iniciativa é uma parceria entre a SBC e aSociedade Peruana de Computação.

A prova do POSCOMP acontece no dia 17 de se-tembro das 9h às 13h, horário de Brasília. Os candi-datos têm quatro horas para responder 70 questõessobre Matemática, Fundamentos de Computação e

Tecnologia da Computação.A maioria dos programas de pós-graduação utiliza, de

alguma forma, o resultado do POSCOMP. O exame nãogarante a aprovação, mas constituium importante quesito de pontuaçãonos processos seletivos. Para algunsprogramas, a nota do exame é obri-gatória. Para outros, a nota é utiliza-da de forma opcional, para melhorara classificação ou mesmo definir aconcorrência por bolsas de estudos.

No Brasil, a comissãoorganizadora do POSCOMP é formada pelos professo-res Luis Carlos Trevelin, Cecília Baranauskas e Francis-co Heron de Carvalho Júnior. No Peru, a organização doexame está a cargo da Universidad Catolica San Pablo e acoordenação é de Ernesto Cuadros-Vargas.

Mais informações pelo site: www.sbc.org.br/poscompe pelo e-mail: [email protected].

Estudantes têm até 15 de agosto para se inscrever no POSCOMP

Nos dias 8 e 9 de maio, espe-cialistas em Computação detodo o País estiveram reu-

nidos no seminário Perspectivas eGrandes Desafios da Computação noBrasil – 2006 a 2016.

Cerca de 30 dos mais renomadospesquisadores em Computação do Bra-sil apresentaram suas visões de futuroem relação à área. O evento contoucom a presença de quatro convidados:Gilberto Câmara, diretor do INPE; Re-nato Janine Ribeiro, diretor de Avalia-ção da CAPES; Carlos Nobre, pesqui-sador do CPTEC-INPE; e PauloArtaxo, professor da USP. Os dois úl-timos foram indicados pela AcademiaBrasileira de Ciências para permitir aosparticipantes uma discussão com pes-quisadores de outras áreas.

Durante o seminário foram deba-tidos os grandes desafios da pesqui-sa em Computação no Brasil a longoprazo e definidas linhas gerais de umaagenda de investigações. Os objeti-vos dessa pauta contemplam simul-taneamente o avanço científico daárea e a solução de problemas rele-vantes para o País. Os cinco gran-

Evento define desafios da Computação brasileiraSeminário Perspectivas e Grandes Desafios da Computação no Brasil reuniu especialistas na área

des desafios identificados são:– Gestão da Informação em gran-

des volumes de dados multimídia dis-tribuídos

– Modelagem computacional desistemas complexos artificiais, natu-rais, sócio-culturais e da interação ho-mem-natureza

– Impactos na Computação datransição do silício para novastecnologias

– Acesso participativo universal docidadão brasileiro ao conhecimento

– Sistemas disponíveis, corretos,seguros, escaláveis, persistentes eubíquos

O evento foi concebido a partir deiniciativas semelhantes realizadas noexterior, em especial, na Grã Bretanhae nos Estados Unidos. O seminário mes-clou apresentações e discussões degrupos de pesquisadores a partir dasquais emergiram os temas principais.

Segundo a presidente da SBC,Claudia Bauzer Medeiros, a partir deagora haverá uma série de iniciativaspara divulgar os resultados do eventoe incentivar a interação com toda acomunidade de pesquisa em Compu-

tação no Brasil. Uma primeira apresen-tação já foi realizada pelo professorCarlos José Pereira de Lucena, na reu-nião do Fórum de Coordenadores dePós-graduação, realizada no dia 10 demaio, em São Paulo.

O primeiro produto desse esforçoé um relatório, que está sendo elabo-rado pelos participantes do seminário,que busca esclarecer e justificar aabrangência e relevância dos temas paraa ciência brasileira, mostrando porquese tratam de desafios e formas deenfrentá-los.

O seminário foi coordenado pelosprofessores Carlos José Pereira deLucena (PUC-Rio), Claudio Leonar-do Lucchesi (UNICAMP), ClaudiaBauzer Medeiros (UNICAMP), presi-dente da SBC, José Carlos Maldonado(USP-São Carlos), vice-presidente daSBC, e Virgílio Almeida (UFMG), di-retor de Planejamento e ProgramasEspeciais da SBC.

O evento, promovido pela Socie-dade Brasileira de Computação e pa-trocinado pela CAPES e Fapesp,aconteceu no hotel Parthenon CentralTowers em São Paulo.

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O governo federal comproucerca de R$ 1,1 bilhão de bense serviços comuns por meio dopregão eletrônico no primeirotrimestre de 2006. Com esse de-sempenho, o pregão eletrônicorespondeu por 46% do valor dasaquisições de bens e serviços co-muns realizadas nesse período –R$ 2,3 bilhões. O pregão eletrô-nico tende a ser mais econômi-co porque funciona como umleilão reverso - vence quem ofe-recer o menor preço.

Pregão Eletrônico

TEMA – A XXVI edição do Congresso da SBC, que acontece de 14 a 20 de julho, em Campo Grande,Mato Grosso do Sul, vai tratar de Tecnologia da Informação e Desenvolvimento Regional.

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Computação Brasil

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junho/julho e agosto 2006Computação Brasiljunho/julho e agosto 2006

Congresso da SBC

Primeira edição do LAACS desvenda a Computação AutônomaA primeira edição do Latin American Autonomic

Computing Symposium (LAACS) traz ao Congresso da SBCpalestras, pôsteres e sessões técnicas sobre a área de Com-putação Autônoma – termo utilizado para denominar siste-mas que possuem a capacidade de se autogerenciar.

Segundo a organização, os participantes do simpósiovão observar que suas áreas de pesquisa já são compatí-veis com a Computação Autônoma, mas ainda não havi-am percebido.

O destaque da programação do evento é a palestra dovice-presidente de Arquitetura e Desenvolvimento de Com-putação Autônoma da IBM, Ric Telford. O palestrante

vai mostrar o caminho que a IBM já traçou e as perspec-tivas futuras na área.

“Esperamos também que todos vejam que as contribui-ções realizadas nessa área são efetivas e demonstram umvalor concreto na evolução de processos de Tecnologia deInformação”, diz Eduardo Zagari, um dos coordenadores.

Durante o evento, estão programadas premiações comomelhor artigo técnico, melhor artigo de aplicação, melhorpôster e melhor artigo de estudante.

Os professores Eduardo Zagari (PUC/Campinas), Fa-bio Verdi (Unicamp) e Marcelo Perazolo (IBM) são osorganizadores do evento.

Minicursos JAI reúnem pesquisadores senioresEsperando repetir o sucesso das

edições anteriores, as Jorna-das de Atualização em

Informática (JAI) privilegiam em2006 cursos preparados por pes-quisadores experientes. Além da re-conhecida competência em suasáreas de atuação, os especialistasconseguem inovar quando abordamos temas propostos e despertar ointeresse de jovens estudantes.

A novidade do evento é o lança-mento dos textos dos cursos em for-

ma de livro, pela Editora da PUC-Rio.Segundo a organização, esse é umgrande incentivo para os autores e umbenefício para a comunidade.

A lista completa dos minicursos estádisponível no site do evento:www.sbc.org.br/sbc2006.

As Jornadas oferecem uma opor-tunidade única para acadêmicos e pro-fissionais de Informática atualizarem-se em temas abordados por pesqui-sas de ponta e de interagir com líde-res de áreas de pesquisa em

Informática no País.As JAI é um dos mais importantes

eventos acadêmicos de atualização ci-entífica e tecnológica da comunidadede Ciência da Computação do Brasil.O evento é constituído por um con-junto de minicursos que abordam as-suntos que não são normalmente vis-tos nos currículos regulares de esco-las de Computação.

As JAI são organizadas pelos pro-fessores Karin Breitman (PUC-RIO)e Ricardo Anido (Unicamp).

WPerformance recebe classificação Qualis B da CAPESA partir desta quinta edição, o

Workshop em Desempenho de Sis-temas Computacionais e de Comu-nicação (WPerformance) passa a serqualificado como conceito Qualis Bpela Coordenação de Aperfeiçoamen-to de Pessoal de Nível Superior(CAPES).

Em função dessa novidade, aorganização do evento acredita re-ceber um número maior de parti-cipantes em relação ao últimoworkshop. “É um grande passopara que o evento se estabeleçacomo um dos mais importantes do

País”, diz uma das coordenadoras,professora Jussara Almeida.

A principal atração é a palestrado professor Carey Williamson, daUniversity of Calgary, de Alberta,Canadá. O professor Williamson éum renomado pesquisador nas áreade Análise de Desempenho de Re-des e Sistemas de Computação. Seustrabalhos mais recentes abordam te-mas como Redes sem Fio, Mediçãode Tráfego da Internet, Desempe-nho da Web, Computação Móvel eCaracterização e Modelagem de Car-gas de Trabalhos.

Tradicionalmente, o workshop re-cebe trabalhos das mais diversas áreasda Computação, incluindo Redes deComputadores, Sistemas Operacionaise Arquitetura, todas com enfoque emproblemas de desempenho.

O WPerformance conta com aapresentação de artigos completos depesquisa em tópicos inovadores relaci-onados ao tema, assim como demons-trações de ferramentas de auxílio e pa-lestras nacionais e internacionais.

Os organizadores do evento são osprofessores Jussara M. Almeida eVirgílio A. F. Almeida (UFMG).

Governo eletrônico busca eficiência e eficácia

Oconceito de governo ele-trônico ainda é emergente,mas a expressão tem sido

utilizada para definir o fornecimentode informações, produtos e serviços,via meios eletrônicos, por órgãos ouinstituições públicas. Esse conjunto deatividades disponibilizadas pelos go-vernos tem sido chamado de e-gov.

A informatização dasrelações entre governose cidadãos é o reflexoda nova forma de orga-nização da economia eda sociedade em funçãoda Internet.

Em muitos países arede mundial de com-putadores está revoluci-onando a interação en-tre os cidadãos e seusgovernos. Embora exis-tam iniciativas internaci-onais bem sucedidas na

área, ainda há muito o que avançar,principalmente, no que se refere à realparticipação do cidadão, seja na ge-ração de conteúdo, seja na discussãode assuntos que afetam diretamenteo cotidiano das populações.

O principal objetivo do e-gov, alémde garantir maior eficiência e eficáciaadministrativa, é a inclusão digital. O

governo eletrônico é uma nova formada administração pública se relacio-nar com a sociedade. O e-gov temsido estratégico na articulação entreos cidadãos e as esferas de poder euma importante ferramenta para adesburocratização.

O governo eletrônico tem sido uti-lizado, entre outras coisas, para pres-

tação eletrônica de infor-mações; aquisição debens e serviços; presta-ção de contas públicas emonitoramento da exe-cução orçamentária; en-sino à distância e estí-mulo aos e-negócios.

As formas de e-govincluem G2C – Governopara Cidadão (Internet);G2B – Governo para Ne-gócios (Intranet); e G2G– Governo para Gover-no (Extranet).

Tecnologias de Informação e Comunicação revolucionam interação entre cidadãos e governosA

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O Portal da Transparência, site dogoverno federal que divulga para a po-pulação dados sobre o que é feito como dinheiro público, atingiu em 2006 R$2 trilhões em gastos publicados.

Entre os registros disponíveis, es-tão dados referentes à transferênciasde recursos a Estados e municípios,no valor de R$ 248,2 bilhões, aplica-ções diretas do governo, avaliadas emR$ 1,78 trilhão e gastos com cartõesde pagamento, com R$ 24,1 milhões.

Com a atualização do Portal daTransparência o número de informa-ções disponíveis chegou a 330 mi-

lhões, entre dados sobre compras go-vernamentais, contratação de obraspúblicas e prestadores de serviços. Osregistros atualizados são referentes aomês de fevereiro de 2006.

Criado pela Controladoria-Geral daUnião em 2004, o portal tem comoobjetivo dar mais transparência à ad-ministração, permitindo que qualquercidadão possa acompanhar a execu-ção dos programas e ações do gover-no federal. Além disso, dá à popula-ção a oportunidade de fiscalizar se ogoverno tem aplicado corretamente osrecursos públicos.

Portal divulga destino do dinheiro público

Ministério do Planejamento é responsável pelas iniciativas de e-govA Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação

(SLTI), do Ministério do Planejamento, é a responsávelpelas normas relacionadas ao uso da Tecnologia da Infor-mação na Administração Pública Federal.

A SLTI tem o objetivo de ampliar a transparência e ocontrole social sobre as ações do governo federal.

A secretaria coordena o site do governo eletrônico

(www.governoeletronico.e.gov.br), que divulga as ini-ciativas de e-gov da União; o ComprasNet(www.comprasnet.gov.br), site de compras governa-mentais; o portal EGov (www.e.gov.br), que oferecelinks para 700 páginas de serviços federais e estaduais;e o ObrasNet, que divulga informações sobre 20 milobras em execução.

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O Via Digital é resultado de um estudo encomendadopelo Instituto Nacional de Tecnologia da Informação, pormeio da Sociedade Softex, sobre o estágio de implanta-ção do software livre em prefeituras.

Na pesquisa, foi constatada a necessidade das peque-nas prefeituras ou daquelas localizadas em regiões menosfavorecidas informatizarem seus processos e obterem maisinformações, em especial, sobre os programas abertos.

O projeto, inicialmente denominado Free Livre OpenSoftware para Prefeituras, foi idealizado pelo AgenteSoftex de Florianópolis da Universidade Federal de SantaCatarina (UFSC), e conta com a participação do AgenteSoftex de Campina Grande da Universidade Federal deCampina Grande (UFCG), do Observatório Digital da So-ciedade Softex, do Centro de Pesquisas Renato Archer/MCT (CenPRA) e da empresa OpenS Tecnologia.

Projeto é resultado de estudo encomendado pela Softex

CTD premia as melhores teses e dissertações de 2005O XIX Concurso de Teses e Dis-

sertações (CTD) seleciona e premiaas melhores teses de doutorado e dis-sertações de mestrado em Computa-ção do País concluídas em 2005.

Segundo a organização, o eventorepresenta uma valiosa mostra dosinúmeros projetos de pesquisa queestão em andamento nos programasde pós-graduação da maioria das uni-

versidades brasileiras.Os participantes do Congresso da

SBC terão a oportunidade de conhe-cer temas de pesquisas recentes e re-sultados inovadores que foram obti-dos em dissertações de mestrado eteses de doutorado defendidas no anode 2005 no território nacional.

A comissão julgadora premiará, nomáximo, três dissertações de mestrado,

entre as 10 que foram escolhidas, e atétrês teses de doutorado, entre as seisselecionada para participar do CSBC.Todos os trabalhos selecionados rece-bem certificado e são publicados nosanais do congresso.

O CTD é organizado pelos profes-sores Marcelo Henriques de Carvalho(UFMS) e Flávio Keidi Miyazawa(Unicamp).

Local dos eventosOs eventos integrantes do

Congresso da SBC acontecemno campus da UniversidadeCatólica Dom Bosco (UCDB).

O Curso de Qualidade serárealizado no campus da Uniãoda Associação de EducaçãoSul-Matogrossense (UNAES).

Mais informações em:www.sbc.org.br/sbc2006.

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Computação Brasil

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junho/julho e agosto 2006Computação Brasiljunho/julho e agosto 2006

Congresso da SBC

CTIC oferece passagem aérea e estadia gratuitosA exemplo das edições anteriores, o XXV Concur-

so de Trabalhos de Iniciação Científica (CTIC)vai oferecer passagem aérea e hotel para os auto-

res dos três melhores trabalhos.Os artigos premiados e outros sete escolhidos du-

rante o evento serão publicados na Revista Eletrônicade Iniciação Científica (REIC), publicação destinada adivulgar trabalhos de estudantes de cursos de graduaçãona área da Computação.

Segundo a organização do CTIC, essa edição obteve um

significativo aumento no número de submissões em relaçãoao ano passado. Foram submetidos 75 trabalhos em 2005contra 106 esse ano.

O objetivo do CTIC é incentivar alunos de graduaçãoem Informática a produzir textos científicos originais so-bre temas relacionados à área.

Os três melhores trabalhos submetidos ao concursosão publicados nos anais do congresso.

O evento é organizado pelos professores Fábio HenriqueV. Martinez e Marco Aurélio Stefanes (UFMS).

WSO apresenta sessões de ferramentas e pôsteresEm sua terceira edição o Workshop de Sistemas

Operacionais (WSO), único evento no País focalizado emSistemas Operacionais, já apresenta novidades aos seusparticipantes.

Além das tradicionais palestras com profissionais daárea, o evento incluiu em sua programação uma sessão deferramentas e pôsteres.

O objetivo da terceira edição do evento é instigar con-tatos e debates sobre temas relacionados ao desenvolvi-mento de Sistemas Operacionais.

O workshop busca ainda promover a integração e adisseminação de informação entre pesquisadores, estudan-tes, profissionais e a comunidade de desenvolvimento desoftware livre atuante nessa área.

Os organizadores esperam que o workshop mantenhao sucesso das edições anteriores e que a divulgação dostrabalhos apresentados incentive a colaboração entre dife-rentes grupos de pesquisa.

O evento é organizado por Dilma M. da Silva (IBM) eAntônio Augusto Fröhlich (UFSC).

Computec integra universidades e empresasO foco do VIII Computec é a

crescente necessidade de coopera-ção entre a universidade e o meioempresarial.

“A partir da consciência mútuade que é cada vez mais importanteinvestir esforços no sentido de pro-mover uma associação entre estesdois segmentos da sociedade é queacontecerá essa cooperação”, dizAltigran da Silva, um dosorganizadores do evento.

O objetivo do evento é estimular e

promover o debate entre academia,empresas do setor de tecnologia e en-tidades governamentais.

A oitava edição do Computec bus-ca aprofundar essa troca de experi-ências iniciada na primeira edição doevento e que vem sendo aprimorada acada ano com novos participantes enovos temas.

O Computec é organizado pelosprofessores Altigran Soares da Silva(UFAM) e Edilene A. Veneruchi deCampos (UNIDERP).

Via Digital informatiza prefeituras brasileirasO projeto Via Digital, por meio

do www.viadigital.org.br,está ajudando a informatizar

municípios em todo o País. O Via Di-gital oferece soluções em software li-vre para gestão municipal.

O projeto aproxima prefeiturasque querem se informatizar, mas nãosabem como, de empresas que de-senvolvem soluções para gestão mu-nicipal e que precisam de um“empurrãozinho” para colocar suassoluções na vitrine.

Além de criar uma comuni-dade virtual entre prefeituras edesenvolvedores, o Via Digitaloferece informações para o setorpúblico, já que a maioria das pre-feituras não têm conhecimento so-bre software e suas implicaçõestécnicas e legais.

O coordenador geral do Via Di-gital em Florianópolis, professorJosé Eduardo De Lucca, explicaque as demandas por soluções em

TI são tão variadas quanto a diversi-dade dos municípios brasileiros. Umadas maiores necessidades é ainformatização. Segundo ele, os gran-des e ricos municípios já têm quasetoda sua administração informatizada.No entanto, De Lucca informa quedos 5.500 municípios brasileiros, 90%não têm recursos para investir na área.

Para informatizar prefeituras, não

basta disponibilizar uma biblioteca desoftwares, pois muitas administra-ções públicas não têm equipe técni-ca para fazer download dessesprogamas, instalá-los e operá-los. Aoserem informatizadas, as prefeiturasprecisam de prestadores de serviçosna área de Informática, seja para ca-pacitar funcionários, seja paracustomizar uma solução específicaou para migrar dados.

É por isso que o Via Digital tentaoferecer um caminho para os empre-endedores que vêem nas pequenasprefeituras um nicho de mercado in-teressante. Atualmente, as oportuni-dades de negócio estão concentradasnos grandes centros metropolitanos,o que faz com que o pessoal especi-alizado em TI abandone o interior paratrabalhar nas grandes cidades. O pro-jeto gera um ecossistema local e regi-onal que envolve profissionais e estu-dantes interessados em atuar nos seusmunicípios de origem.Lucca, um dos coordenadores do projeto

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Para garantir a independência tecnológica das prefeitu-ras, o Via Digital trabalha com software livre. Eduardo DeLucca explica que muitas administrações públicas ficavamreféns das empresas fornecedoras de softwares.

“Ao optar por um software proprietário, as prefeitu-ras não tinham como migrar para outra plataforma semperder dados”, relata De Lucca. O custo para adotar ou-tra solução, mesmo que proprietária, inviabilizava qualquermigração. “A prefeitura ficava refém da empresa que ini-ciou a informatização. O que para uma administração pú-blica é algo inadmissível”, adverte o professor.

Além disso, a utilização do software livre acaba sendoa alternativa mais econômica, especialmente, para as pe-quenas prefeituras.

Software Livre como soluçãoE-gov para acadêmicosO projeto Via Digital tem duas ações voltadas para a

academia. Uma é o concurso nacional para criação de so-luções em software livre para municípios, dirigido a estu-dantes de Computação. A idéia é utilizar o princípio de co-operação do software livre e incentivar equipes a trabalha-rem juntas na criação de um programa aberto.

A outra iniciativa é incentivar professores universitári-os a orientar trabalhos de conclusão de curso que tratemde soluções de TI para gestão municipal. “Pretendemossensibilizar agências de fomento para criar linhas especiaiscom esse enfoque, diz Eduardo De Lucca. “O e-gov temmuito o que avançar no País e é um setor bastante interes-

sante para os egressos das universidades brasileiras”,destaca o professor.

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Um dos destaques da programação do XXXVI Semi-nário sobre Computação na Universidade (SECOMU) seráo painel conduzido por integrantes do Comitê Gestor daInternet Brasileira (CGI) que vai debater novos projetosa serem lançados a médio e longo prazo.

Haverá também um painel para discutir os cinco de-safios que resultaram do Seminário Perspectivas e Gran-des Desafios da Computação no Brasil, evento promovi-do pela SBC nos dias 8 e 9 de maio. A professora Claudia

Membros do Comitê Gestor da Internet conduzem painel do SECOMUBauzer Medeiros, presidente da SBC, participa da atividade.

O SECOMU vai promover discussões sobre políticas para oensino, a pesquisa e a infra-estrutura, em especial, relacionadas aserviços de redes de dados e telecomunicações.

O evento reúne a comunidade acadêmica para discutir, naforma de painéis, temas de interesse nacional no quadro políti-co-científico da Computação no Brasil.

O coordenador geral do evento é o professor Paulo CésarMasiero (ICMC-USP).

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junho/julho e agosto 2006Computação Brasiljunho/julho e agosto 2006

Congresso da SBC

SEMISH discute tema do XXVI Congresso da SBCO tema do XXVI Congresso

da SBC, Tecnologia da Informação e Desenvolvimen-

to Regional, será discutido durante oXXXIII Seminário Integrado deSoftware e Hardware (SEMISH).

Nessa edição do evento, osorganizadores buscam abordar a ex-pansão do acesso ao conhecimento eàs tecnologias, possibilitando que a in-formação não fique restrita apenas aosgrandes centros.

Este o seminário conta com duasnovas trilhas, uma para pôsteres deaté quatro páginas e outra para short

papers com até seis páginas. O objeti-vo é criar um espaço para que acadê-micos de graduação e pós-graduaçãopossam apresentar os resultados deseus trabalhos de pesquisa e conhe-cer o que está sendo realizado por seuscolegas em outras instituições.

De acordo com a organização doevento, o SEMISH já superou, com139 trabalhos, a quantidade de sub-missões de artigos das últimas edições.“Isso é um bom indicativo do cres-cente interesse pelo evento”, dizHemerson Pistori.

Pistori acrescenta que o local de

realização do seminário, Campo Gran-de, deve facilitar e motivar a partici-pação de uma grande quantidade deacadêmicos, professores e profissio-nais das regiões Centro-Oeste e Nor-te, que raramente recebem eventosdeste porte, na área da Computação.

“A localização central, em relaçãoà América do Sul, permitirá uma mai-or participação de pesquisadores depaíses vizinhos, como Paraguai, Bolí-via e Argentina”, complementa.

Os organizadores do evento são osprofessores Wagner Meira Júnior(UFMG) e Hemerson Pistori (UCDB).

Curso de Qualidade 2006 reavalia planos pedagógicosCom o tema “A Construção de Projetos Pedagó-

gicos em Cursos de Computação e Informática”, oCurso de Qualidade 2006 (CQ) busca apresentar aoscoordenadores de curso os fundamentos e as carac-terísticas presentes em um plano pedagógico. “A idéiaé mostrar sua importância na construção da estruturacurricular de um curso de graduação”, diz um dos co-ordenadores do evento, professor Henrique Mongelli.

A palestra “Papel do Coordenador dos Cursos deComputação e Informática” abrirá o CQ na noite da

sexta-feira, 17 de julho. A programação segue no sábado como minicurso “Projeto Pedagógico, Currículo e Avaliação dosCursos de Computação e Informática” e com as oficinastemáticas “Construindo um Projeto Pedagógico”.

O último dia do evento será aberto pelo minicurso “Par-tindo de um Projeto Pedagógico baseado em habilidades ecompetências, como gerar uma estrutura curricular?” e en-cerrado pela palestra “Projeto de Conclusão de Curso”. OCQ é organizado pelos professores Henrique Mogelli (UFMS)e Simone Martins (UFF).

Workshop de Educação em Computação trata de extensão universitáriaA extensão universitária é vista

como uma das estratégias para a uni-versidade confrontar os conhecimen-tos acumulados com a realidade a fimde realimentar o ensino e a pesquisaem Computação. Esse e outros temasserão discutidos durante o XVIWorkshop sobre Educação em Com-putação (WEI).

Para aprofundar o assunto, o

Além da apresentação de trabalhostécnicos, o workshop vai contar comduas novidades: participação de arti-gos resumidos e ferramentas utiliza-das e desenvolvidas no contexto “Edu-cação em Computação”.

Os organizadores do WEI são osprofesores Marcelo Augusto dos S.Turine (UFMS) e Sandra C. P. F.Fabbri (UFscar).

evento irá apresentar debates com per-sonalidades do Ministério da Educa-ção (MEC), Coordenação de Aperfei-çoamento de Pessoal de Nível Superi-or (CAPES), Conselho Nacional deDesenvolvimento Científico eTecnológico (CNPq), Financiadora deEstudos e Projetos (FINEP), institui-ções de Ensino Superior, entre outrosorganismos de relevância nacional.

Governo federal tem pouco conhecimento da área de InformáticaDe acordo com o professor Eduardo Moreira da Cos-

ta, o governo federal tem pouco conhecimento da área deInformática, tanto que os profissionais, na maioria dosministérios, são terceirizados.

Costa destaca que os governos, em geral, têm umaatitude muito autoritária em relação aos cidadãos e às em-presas. Segundo ele, essa postura tem razões históricasque são explicadas no livro “O Brasil não é para amadores:Estado, governo e burocracia na terra do jeitinho” deBelmiro Castor. Na obra, o autor diz que há uma distânciamuito grande entre governo e sociedade. O governantetende a olhar o cidadão como um aborrecimento, já o ci-

dadão tende a ver o governo como a família real. Segundoo livro, o governo não se sente obrigado a prestar serviçosà população. “É quase como se o governo estivesse pres-tando um favor,” explica o representante da Finep.

No entanto, Costa percebe que, aos poucos, o governoestá mudando sua postura por meio da contratação de no-vos profissionais. “Eu acredito que nos próximos anos ha-verá uma mudança de atitude simplesmente pela renova-ção de pessoal, claro que o governo pode acelerar esseprocesso promovendo treinamentos.” Para o pesquisadorda UFMG, o governo poderia investir bastante em e-govao promover a capacitação profissional dos funcionários.

O governo já representa metade domercado de Tecnologia de Informa-ção e Comunicação do Brasil. Eduar-do Moreira da Costa acredita que, nospróximos anos, a maior área de atua-ção em TIC será governo eletrônico.

Como o governo brasileiro já in-vestiu na aquisição de equipamentose programas, o professor da UFMGsupõe que a partir de agora grandeparte do orçamento seja dirigida à im-

plantação de serviços de e-gov.Segundo Costa, isso vai exigir trei-

namento dos profissionais ecapacitação dos usuários, além dedemandar um grande programa paratornar o governo mais eficiente doponto de vista do cidadão. “Os doisúnicos bons exemplos de governo ele-trônico que nós temos são a urna ele-trônica e a declaração de imposto derenda”, enfatiza o pesquisador.

Brasil deve investir em serviços

Eduardo da Costa, da Finep

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Pesquisa define padrão de qualidade em e-govEstudo desenvolvido por um

grupo de pesquisadores daUniversidade Federal de Mi-

nas Gerais (UFMG) definiu sete ní-veis de qualidade para os serviços degoverno eletrônico. A pesquisa é umguia para o governante identificar emque estágio se encontra a sua admi-nistração em termos de e-gov e comoele deve proceder para passar para onível seguinte.

Eduardo Moreira da Costa, profes-sor da UFMG e superintendente daárea de Pequenas Empresas Inovado-ras da Financiadora de Estudos e Pro-jetos (Finep), revela que diversasagências, órgãos de governo e minis-térios disponibilizavam informações naInternet e chamavam isso de e-gov.“Na verdade, estavam colocando ape-nas um site no ar, o que é pratica-mente um folheto eletrônico,” alertao pesquisador.

Costa explica que o padrão de qua-

lidade serve para orientar o dirigenteque deseja trabalhar com governo ele-trônico, pois mostra quantos degrauso governante precisa subir para atin-gir o topo da escada. “Tem muita genteque quer fazer a coisa certa, mas nemsabe como.”

O nível 1 é o mais elementar, cha-mado folheto ou brochura. Para Cos-ta, a maioria dos serviços no Brasilnão está nem nesse estágio de quali-dade. O nível 2 diz respeito a organi-zar o serviço de informação de acor-do com as necessidades do cidadão.O nível 3 trata da facilitação dos pro-cessos: tornar os serviços on-linesimples e funcionais. O 4 envolve ope-rações transacionais. O 5 diz respeitoà captura de arquivos da Internet. Onível 6, de maior complexidade, re-quer a integração com outros órgãos,com atualização em tempo real de da-dos. O nível 7, de completude, tem aver com o serviço on-line.

FinepO superintendente da área

de Pequenas Empresas Ino-vadoras da Finep, EduardoMoreira da Costa, informaque a agência aguarda a apro-vação da Lei de Inovação parapoder contratar projetos deP&D em empresas. O gover-no já definiu que uma das áre-as privilegiadas será a de go-verno eletrônico.

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junho/julho e agosto 2006 junho/julho e agosto 2006Computação Brasil

MCT apóia iniciativas de governo eletrônico Congresso da SBC

Tema do XII WIE inspira-se em Guimarães RosaOtema do XII Workshop sobre Informática na

Escola (WIE), A hora e a vez do Augusto Mes-tre, foi inspirado na obra do escritor mineiro

Guimarães Rosa.Segundo o professor Marcos Elia, um dos organizadores

do evento, Guimarães Rosa, em suas ‘estórias’, como gos-tava de chamá-las, revelou vigoroso poder de fabulação emestria no uso das virtualidades da linguagem.

“No título ‘A hora e a vez de Augusto Matraga’ [contoda obra Sagarana, 1946] podem ser destacadas duas uni-dades de sentido (muitas outras abordagens podem serfeitas, mas optamos por esta): uma circunstancial ‘a horae a vez’, outra da nomeação do personagem central‘Augusto Matraga’ ”, explica o organizador.

A programação do WIE engloba uma palestra de aber-tura e três mesas redondas: “Problemática dos NTEs”,

“Entre o Caos e a Competência: a busca por novosreferenciais teóricos para a Informática na Educação” e “Software Livre nas Escolas”.

Também fazem parte do evento sessões técnicas paraapresentação dos trabalhos selecionados e oficinas volta-das para professores.

O WIE tem como objetivo a divulgação de iniciativasnacionais de aplicação tecnológica do computador na esco-la. O foco do evento é o professor como centro do proces-so de informatização das escolas. “De onde e de quem seespera que tenham origem e se difundam, de forma irradiantepara seus alunos, as soluções e os modelos pedagógicosnecessários para o desenvolvimento regional com base nouso da Tecnologia da Informação”, ressalta Elia.

Os organizadores do evento são os professores MarisaLucena (PUC/RJ) e Marcos Elia (UFRJ).

JRI apresenta 1JRI apresenta 1JRI apresenta 1JRI apresenta 1JRI apresenta 1ooooo grupo de cachorros-robô de uma universidade grupo de cachorros-robô de uma universidade grupo de cachorros-robô de uma universidade grupo de cachorros-robô de uma universidade grupo de cachorros-robô de uma universidadeA Jornada de Robótica Inteligente

(JRI) apresenta aos participantes doCongresso da SBC o primeiro grupode cachorros-robô de uma universi-dade brasileira. A JRI engloba a Com-petição de Robótica e o Encontro deRobótica Inteligente (EnRI).

A Competição de Robótica reúnetrês eventos distintos: A CompetiçãoBrasileira de Robôs, que tem o objeti-vo de promover o desenvolvimento ci-entífico e tecnológico nas áreas de Ro-bôs Autônomos e Mecatrônica naAmérica Latina; a RoboCup Brasil,projeto internacional para promoverInteligência Artificial, Robótica e cam-pos relacionados; e a RoboCup JuniorBrasil, iniciativa orientada à educaçãoque busca introduzir a Robótica a jo-vens estudantes de ensino fundamen-tal, médio e técnico.

Segundo a organização do even-to, as competições têm se mostradoum excelente mecanismo de motiva-ção. “Espera-se que esse evento con-tribua com o desenvolvimento de no-vas soluções robóticas e tambémcom a formação de recursos huma-nos em todos os níveis nessa área”,diz um dos organizadores, professorAlexandre Simões.

Para Simões, além do estímulo, ascompetições têm oferecido aos pesqui-sadores plataformas padronizadas paraa avaliação de diferentes técnicas. “Ava-liar o desempenho de sistemas ealgoritmos em tarefas reais (como jo-gar futebol ou jogar o lixo em uma li-xeira) é de extrema importância paraapontar caminhos viáveis para esse tipode automação”, acrescenta.

O professor Mauro Pereira,

organizador da JRI, acredita que ascompetições servem para difundir Ci-ência e Tecnologia e para motivar jo-vens a trilhar a carreira tecnológica,buscando cursos relacionados, comoEngenharia, Física, Ciência da Com-putação, Matemática. “Esse tipo deevento auxilia os jovens a perder omedo que esses cursos impõem quan-do ainda estão cursando o ensino fun-damental e médio. Fazer o jovem estu-dar apenas a teoria faz com que ele seafaste da tecnologia”, explica Pereira.

O JRI é uma ação conjunta da SBC,da IEEE e da RoboCup para divulgar epromover os avanços tecnológicos naárea de Robótica Móvel e Mecatrônica.As competições são organizadas pelaUniversidade Católica Dom Bosco(UCDB) e pela Universidade Federal doMato Grosso do Sul (UFMS).

Inscrições on-line podem ser feitas até 10 de julhoInscrições on-line podem ser feitas até 10 de julhoInscrições on-line podem ser feitas até 10 de julhoInscrições on-line podem ser feitas até 10 de julhoInscrições on-line podem ser feitas até 10 de julhoInteressados em participar do XXVI Congresso da

SBC podem se inscrever, via portal www.sbc.org.br/sbc2006, até 10 de julho.

Sócios da SBC e professores de ensino médio e funda-mental têm desconto na taxa de inscrição. Os sóciosinstitucionais podem inscrever até cinco pessoas não-sóciaspelo preço de associado. Para as caravanas, a cada 10 es-tudantes inscritos, a taxa do 11o é gratuita.

A inscrição em qualquer um dos minicursos das Jor-

nadas de Atualização em Informática é de R$ 30,00, masa partir de três atividades há descontos progressivos.

Os inscritos têm direito a participar das sessões téc-nicas, das palestras e dos painéis dos 14 eventos inte-grantes do congresso. Os participantes também rece-bem um exemplar dos anais em CD-ROM (com a ínte-gra dos artigos) e certificado de participação.

Os participantes do Curso de Qualidade estão auto-maticamente inscritos no Congresso da SBC.

Computação Brasil – De queforma o MCT atua em parceria como Ministério do Planejamento parabuscar soluções de TI para e-gov?

Antenor Cesar Corrêa – O MCTtem desenvolvido diversas atividadesem parceria com a Secretaria deLogística e Tecnologia da Informação(SLTI) do ministério do Planejamen-to, que é o órgão do governo federalmais diretamente responsável por ge-rir as iniciativas de TI para governoeletrônico. Podemos destacar doiseventos realizados no ano passado paradiscutir e estabelecer estratégicas con-juntas para fomentar o uso e desen-volvimento de soluções de TI para apli-cações de e-gov baseadas em Com-putação distribuída (Grids e Clusters).Outros exemplos dessa parceria é otrabalho conjunto que tem se desen-volvido no âmbito de chamadas pú-blicas para desenvolvimento de so-luções de TI para e-gov dos FundosSetoriais de C&T, com destaque para

ações que foram lançadas no fimde 2004 com foco em Bibliote-cas Compartilhadas de Compo-nentes de Software (R$ 2,5 mi-lhões) e Computação em Grade(R$ 2 milhões). Ocorrerão em bre-ve exercícios de avaliação dos re-sultados de tais chamadas ondeserá possível estabelecer os pró-ximos passos no sentido deaprofundar os resultados positi-vos de tais ações e planejar ou-tros desdobramentos.

CB – Como o senhor vê a parti-cipação das instituições de ensinoe pesquisa no desenvolvimento desoluções para problemas de e-gov?

ACC – A participação de institui-ções de ensino e pesquisa em tais pro-jetos tem sido muito importante. To-dos os projetos aprovados nas cha-madas públicas mencionadas envol-veram participação de tais instituiçõeslocalizadas em diversas regiões doPaís. Foram for-mados três con-sórcios no âm-bito da chamadade Componen-tes e aprovadosseis projetos nachamada deGrid, que envol-veram institui-ções das regiõesSul, Sudeste eNordeste. Cabetambém desta-car a participa-ção do Centrode PesquisaRenato Archer(CenPRA), liga-do ao MCT, noprojeto ‘eGOIA – Inovação e Acessoem Governo Eletrônico’ que é resul-tado do programa de cooperação‘@LIS – Alliance for theInformation Society’, promovidopela União Européia, e que visaimplementar um sistema de demons-tração capaz de fornecer suportepara o acesso de cidadãos de baixarenda, via Internet, aos serviços pú-blicos integrados de governo eletrô-nico. Portanto, o envolvimento dasnossas instituições de ensino e pes-quisa na busca de soluções para pro-blemas de e-gov tem sido diversifica-do e significativo.

CB – Na sua opinião, pode-serazionalizar custos e esforços ao sebuscar soluções de TI para e-govna academia?

ACC – A academia tem partici-pado de forma ativa tanto na defini-ção das prioridades, por meio de re-presentações nos diversos comitêse conselhos que definem aplicaçõesde recurso em projetos, a exemplodo Comitê da Área de Tecnologia daInformação (CATI), como naimplementação e busca de soluçõesde TI para atacar tais prioridades,através da realização de projetos no

âmbito das di-versas chama-da públicas quetêm ocorridonos últimosanos, muitosem parceriacom empresasdo setor priva-do. Os exem-plos citados naresposta ante-rior são clarasdemonstraçõesda capacidadeda academiade mobilizar-se para aten-der demandasque visam uti-

lizar, de forma racional, os recur-sos de TI na busca de soluções paraproblemas de e-gov.

CB – Existem iniciativas paraestimular a criação de empresas debase tecnológica para atender de-mandas do governo em TI?

ACC – Existem algumas iniciati-vas no sentido de estimular osurgimento de empresas de basetecnológica de TI, tanto no âmbito dasações dos Fundos Setoriais quanto daFINEP. Entretanto, no que diz respei-to ao atendimento de demandas degoverno, não houve qualquer açãoespecífica. Provavelmente, esse é umdos elos que necessita ser melhor tra-balhado quando novas açõesdirecionadas ao atendimento dessa de-mandas forem lançadas.

ASecretaria de Políticade Informática do Mi-nistério da Ciência e

Tecnologia (MCT) tem dadoapoio às ações de e-govencabeçadas pelo Ministério doPlanejamento. Em entrevista aoComputação Brasil, AntenorCesar Corrêa, coordenador ge-ral de software e serviços doMCT, fala sobre as iniciativas daSEPIN na área.

Antenor Corrêa, representante do MCT

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Desafio do MEC é equipar instituições de ensino

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Computação Brasil junho/julho e agosto 2006 Computação Brasil junho/julho e agosto 2006

“Ogrande desafio para ouso intensivo dasTecnologias da Infor-

mação e Comunicação (TICS) na edu-cação é a implantação de uma infra-estrutura adequada à escola.” A afir-mação é do chefe da divisão de Edu-cação à Distância do Depar-tamento de Infra-EstruturaTecnológica (DITEC) do Mi-nistério da Educação, PedroFerreira de Andrade.

A principal iniciativa doMEC na área de governo ele-trônico é o Programa Nacio-nal de Informática na Educa-ção – Proinfo, que disseminaas Tecnologias de Informa-ção e Comunicação no siste-ma público de ensino. “OProinfo não é só uma ferra-menta de uso pedagógico paraa melhoria do ensino, mas um

instrumento de inclusão digital comu-nitária”, destaca Pedro Andrade.

Segundo o representante doMEC, a falta de verbas para a aqui-sição de equipamentos e para a atua-lização e a manutenção do parqueinstalado é um dos problemas enfren-

tados na informatização das esco-las. Além disso, os custos dos ser-viços de comunicação e acesso àInternet ainda são bastante eleva-dos para a maioria das instituiçõespúblicas de ensino. “Sem falar nocusto de capacitação de professores,

técnicos e gestores para oemprego das TICS nos pla-nos curriculares”, enfatizaAndrade.

O governo conseguiu re-duzir os preços de alguns equi-pamentos de Informática pormeio de progrmas como oCasa Brasil e o PC Conectado.“A perspectiva é que os pre-ços diminuam ainda mais ousurjam novas soluções de bai-xo custo, em termos dehardware, para intensificar oacesso ao uso pedagógico”,relata o representante do MEC.Pedro Andrade, da divisão de Educação à Distância

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Há quatro anos, a Universidade Fe-deral de Minas Gerais (UFMG) apre-sentou a prefeitura de Belo Horizonteum modelo de laboratório deInformática que utilizava software li-vre e computadores populares. O pro-jeto foi lançado em duas escolas da ca-pital mineira. Atual-mente, das 181 esco-las de BH, 150 têmlaboratórios e salasde Informática fun-cionando com o mo-delo desenhado pelauniversidade. “Todastêm Internet bandalarga, computadoresna biblioteca, na salados professores e nadiretoria”, relata a secretária de Edu-cação de Belo Horizonte, professoraMaria do Pilar.

Maria informa que as principais de-mandas por soluções de TIC em Edu-cação são na área de gestão de pesso-al, gestão pedagógica e gestão de bi-

UFMG e prefeitura de BH firmam parceriaO Ministério da Educação

tem utilizado pesquisadorespara assessorá-lo na tomada dedecisões em projetos como oRede Interativa Virtual de Edu-cação (RIVED), programa daSecretaria de Educação a Dis-tância (SEED) que produz con-teúdos pedagógicos digitais.

A SEED também tem umPrograma de Apoio à Pesquisaem Educação a Distância,PAPED, que apóia monografias,dissertações de mestrado e te-ses de doutorado pela incorpo-ração didática das TICs.

Por meio da UniversidadePública de Ensino a Distân-cia, o MEC cria pólos muni-cipais para a expansão do en-sino superior, envolvendocentros federais de educaçãotecnológica e universidadesvia parceria entre União, Es-tados e municípios.

Educação Tecnológicabliotecas. Segundo ela, também exis-tem dificuldades no uso da Informáticaem sala de aula. “Os professores têmuma resistência por desconhecimen-to. A partir do momento em que elesconhecem a tecnologia, a adesão émuito grande”, enfatiza.

Segundo Mariado Pilar, embora asiniciativas de e-govna área de educaçãosejam fundamentais,a escola é o local emque, às vezes, asTecnologias daInformação maisdemoram a che-gar. “Essa alian-ça com a acade-

mia é que facilita e possibilita oacesso mais rápido a essastecnologias porque a educação nãopode deixar professores e alunos,principalmente da escola pública,alijados desse processo”, destacaMaria do Pilar.

Pilar, secretária de Educação

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videoconferências que nos permitiu em2005 treinar 6 mil pregoeiros e com-pradores, o que não seria possível senão fosse esse método.

CB – Alguns especialistas defen-dem que o e-gov brasileiro represen-ta apenas uma modernização da ad-ministração pública, uma vez quepara haver democracia eletrônica énecessário não apenas a informação,mas também participação política. Osenhor concorda?

RS – Quando se olha governo ele-trônico pelos critérios utilizados pelomundo, se percebe que existem dife-rentes estágios de e-gov. Há um estágioem que o governo está apenas presentena Internet e dá informações à socieda-de. Existe também um nível em que o

cidadão consegue baixar um formulárioque anteriormente tinha que ser solicita-do num guichê público. Já numa faseseguinte, há possibilidade do cidadão fa-zer uma transação a partir de um formu-lário eletrônico. Uma etapa mais ampla,se trata da democracia, participação efiscalização. O governo brasileiro tem tra-balhado fortemente nesses processos. Oe-PING abriu um fórum de discussãocom a sociedade e das 95 sugestões re-cebidas pela comunidade usuária, incor-porou mais de 60 ao sistema. O governotambém criou o Portal daTransparência:[www.portaltransparencia.gov.br], quecontém informações, verbas, processos,e mesmo auditorias da CGU[Controladoria Geral da União] sobre opróprio governo. É um elemento de

cidadania impor-tante, de absolutatransparência euma estratégia demelhoria da quali-dade do governode uma maneira

geral. Eu não acho que o governobrasileiro está numa fase muito atrás,pelo contrário, na área de comprasgovernamentais o Brasil é um dosmais avançados do mundo.

Computação Brasil – Quais são asprincipais demandas do atual gover-no por soluções em Tecnologia da In-formação e Comunicação?

Rogério Santanna – Um dos proble-mas que o governo brasileiro enfrenta,há pelos menos duas décadas, é a de-pendência de grandes fornecedores dehardware e software. Uma das questõesque nós investigamos, em cooperaçãocom universidades brasileiras, é o desen-volvimento de novas abordagens, comoo uso de clusters e grids computacionais.Temos trabalhos de excelente nível emdiversas universidades que podem nosajudar a obter soluções mais baratas ba-seadas em software livre. Outras deman-das são os novos serviços que se esta-belecem no ambiente da Internet, comoo serviço de voz sobre IP. A adoção des-sa tecnologia pelas redes internas do go-verno pode significar uma economia degastos e justificar o investimento numainfra-estrutura de maior porte. Para isso,é necessário formar massa crítica entreos funcionários do governo.

CB – A Secretaria de Logísticae Tecnologia da Informação sabequanto o governo tem economiza-do com as iniciativas de e-gov?

RS – Um dos nossos esforços degoverno eletrônico é para desenvol-ver um sistema de informações sobrecustos. Nós temos algumas avalia-ções importantes. Por exemplo, naárea de compras governamentais, aeconomia foi de 9% no ano passadoem relação ao ano anterior com a ado-

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Administração federal aposta no software livre e na capacitação técnica para fomentar governo eletrônico

HHHHHá três anos, RogérioSantanna dos Santosestá à frente da Secre-

taria de Logística e Tecnologia daInformação do Ministério do Pla-nejamento. O secretário tem a di-fícil tarefa de impulsionar as inici-ativas de e-gov que se revelamcada vez mais estratégicas para aadministração pública federal.

ção do pregão eletrônico. Esse instru-mento tem se mostrado entre 25% e 30%mais barato do que qualquer outra mo-dalidade de contratação. No entanto, nóspensamos em governo eletrônico não sócomo um meio para redução de custos,mas sobretudo como um elemento de pro-moção da cidadania. Um exemplo são ossites dos Detrans: se você quiser pagarsua multa ou licenciamento, é possível efe-tuar o pagamento sem sair de casa. Ago-ra para recorrer da multa, em apenas umEstado da federação é possível fazê-lo ele-tronicamente – não há uma implementaçãoequânime dos direitos.

CB – Daí a importância da defini-ção dos padrões de interoperabilidadede governo ele-trônico?

RS – A defi-nição dos pa-drões e-PING éuma estratégiapara lidar com a complexidade, já que ogoverno tem milhares de sistemas de in-formação. A adoção desses padrões criauma espécie de banco de dados virtualque isola os serviços dos sistemas, as-sim a substituição desses sistemas se dáem função da conveniência técnica semcausar impacto na interoperabilidade dosserviços. Trata-se de criar um fluxo con-tínuo de informações entre diferentes sis-temas de informação sobretudo nas suasinterfaces públicas.

CB – O senhor pode citar algumasiniciativas brasileiras bem sucedidasem G2G (gestão interna do governo)e G2B (sistemas estruturados)?

RS - O grande exemplo de G2B e pri-meira solução reconhecida internacional-mente pelo Banco Mundial e pelo BancoInteramericano de Desenvolvimento é osistema de compras públicas chamadoComprasNet [www.comprasnet.gov.br].A adoção desse sistema representou noano passado uma economia de R$500milhões. Este ano, cerca de 90% dascontratações de bens e serviços de uso

comum serão realizadas via pregão ele-trônico. Um exemplo de G2G é o sistemade controle de diárias e passagens. Atual-mente, esse processo é todoinformatizado com a utilização de assina-turas digitais. O sistema foi desenvolvidopelo Ministério do Planejamento e está sen-do generalizado para as demais pastas.

CB – Uma das dificuldades menci-onadas pelo senhor é a falta de con-trole sobre o que acontece na admi-nistração pública. Esse é um dos de-safios do Planejamento?

RS – Nosso objetivo é integrar os prin-cipais sistemas estruturadores do gover-no. São os grandes sistemas, como SIAPE[Sistema Integrado de Administração de

Recursos Huma-nos] e SIORG[Sistema de In-f o r m a ç õ e sOrganizacionaisdo Governo Fe-

deral]. Esses sistemas têm 120interfaces comuns que precisam ser in-tegradas para que possamos conhecercom precisão os custos e o andamen-to das metas do governo, programa porprograma, ação por ação.

CB – O governo tem um controledo que está sendo acessado pelos ser-vidores, fornecedores e cidadãos?

RS – Nós fizemos uma pesquisa na-cional de gover-no eletrônico,que envolveu 10capitais, ouviu600 cidadãos,250 empresas e57 instituições públicas. Nós descobri-mos que se realinhássemos os serviçosde governo eletrônico, em função do queas pessoas e as empresas pedem, o im-pacto no PIB brasileiro seria de uma re-dução microeconômica na ordem de 1%.Nós estamos entre os 50 países que pos-suem portal único de atendimento. Esseportal presta mais de 2 mil serviços aoscidadãos.

CB – O governo federal tem umfeedback em relação a Estados e mu-nicípios?

RS – Nós não temos um levantamen-to nacional. Nós estamos conduzindo umgrupo, dentro do Comitê Gestor daInternet, que pretende fazer uma avalia-ção sobre governo eletrônico com essenível de profundidade. Nós nos detive-mos a observar serviços de governo ele-trônico para aqueles que dispõem des-ses serviços. É verdade que o governoeletrônico precisa ir para as pequenas ci-dades. Uma das limitações é a ausênciade infra-estrutura para isso. As infra-es-truturas capazes de prestar um bom ní-vel de serviço em e-gov estão restritas a250, 300 municípios. A banda larga estásó em 1.600 cidades. De qualquer for-ma, é preciso ter um programa nacionalque utilize essa infra-estrutura, inclusiveque generalize o uso da banda larga nosdiferentes espaços da União com dife-rentes tecnologias.

CB – Os Estados e municípios aca-bam se espelhando nas iniciativas dogoverno federal?

RS – O governo federal tem um gran-de poder de indução, não só nos Estadose municípios, como também na indús-tria e no mercado em geral. Eu cito oprograma PC Conectado, cujo resultadoé muito animador para a indústria de com-putadores do Brasil. Pela primeira vez,

em uma década,o mercado cinza[pirata] teve redu-ção de 30%. Éimportante trazerpara a formalida-

de um conjunto grande de empreende-dores e estimular o mercado a oferecersoluções mais baratas para que mais pes-soas tenha acesso ao computador.

CB – De que forma o governo ele-trônico tem flexibilizado os processosde contratação de serviços de teleco-municações?

RS – O governo eletrônico tem leva-

do Estados e municípios a produzir suaspróprias infovias e infra-estruturas e ex-plorar melhor suas tecnologias. Eu pen-so que isso está se generalizando em vá-rios Estados independente de partido. Amesma coisa está acontecendo com ostele-centros. Isso mostra um poder deindução importante do governo federal àmedida que os tele-centros não são pri-vativos de nenhum partido ou adminis-tração em particular.

CB – Como o senhor avalia a im-portância dos profissionais de TI paraque sejam identificadas as necessida-des do Estado?

RS – Nós temos investido fortementeno Comitê de Gestão do Conhecimen-to. A nossa constatação, por meio dosseminários que o go-verno tem realizado evia opinião de váriospesquisadores con-sultados, é que o Bra-sil não sabe o quesabe. Daí a importân-cia de termos um programa de gestãode conhecimento que nos permita, porum método inovador, generalizar acapacitação e o treinamento. Um exem-plo bastante relevante é o uso de

“Nosso objetivo é integrar osprincipais sistemas estruturados

do governo”

“Nós estamos entre os 50 paísesque possuem portal único

de atendimento”

Secretário Rogério Santanna dos Santos

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“Na área decompras governamentais,

o Brasil é um dos maisavançados do mundo”

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Escola Superior de Redes capacita profissionaisA Escola Superior de Redes da RNP, que começou

a ser implementada no final do ano passado, é um des-dobramento mais direto de governo eletrônico.

A Rede Nacional de Ensino e Pesquisa se com-prometeu, por contrato, a formar cerca de 280 téc-nicos em Administração de Sistemas e emTecnologias de Comunicação e Informação.

Esses técnicos, que serão indicados pelo MEC e

pelo MCT, vão atuar nas universidades, nos centrosfederais de educação tecnológica e nas escolasagrotécnicas para melhor atender seus pesquisadores,professores e alunos.

O objetivo da Escola Superior de Redes é garantirque as instituições que estão conectadas à RNP ouvão se conectar à rede tenham a infra-estrutura ne-cessária para poder operá-la.

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“Ogrande desafio para ouso intensivo dasTecnologias da Infor-

mação e Comunicação (TICS) na edu-cação é a implantação de uma infra-estrutura adequada à escola.” A afir-mação é do chefe da divisão de Edu-cação à Distância do Depar-tamento de Infra-EstruturaTecnológica (DITEC) do Mi-nistério da Educação, PedroFerreira de Andrade.

A principal iniciativa doMEC na área de governo ele-trônico é o Programa Nacio-nal de Informática na Educa-ção – Proinfo, que disseminaas Tecnologias de Informa-ção e Comunicação no siste-ma público de ensino. “OProinfo não é só uma ferra-menta de uso pedagógico paraa melhoria do ensino, mas um

instrumento de inclusão digital comu-nitária”, destaca Pedro Andrade.

Segundo o representante doMEC, a falta de verbas para a aqui-sição de equipamentos e para a atua-lização e a manutenção do parqueinstalado é um dos problemas enfren-

tados na informatização das esco-las. Além disso, os custos dos ser-viços de comunicação e acesso àInternet ainda são bastante elevadospara a maioria das instituições públi-cas de ensino. “Sem falar no custode capacitação de professores, téc-

nicos e gestores para o em-prego das TICS nos planosc u r r i c u l a r e s ” , e n f a t i z aAndrade.

O governo conseguiu re-duzir os preços de alguns equi-pamentos de Informática pormeio de progrmas como oCasa Brasil e o PC Conectado.“A perspectiva é que os pre-ços diminuam ainda mais ousurjam novas soluções de bai-xo custo, em termos dehardware, para intensificar oacesso ao uso pedagógico”,relata o representante do MEC.Pedro Andrade, da divisão de Educação à Distância

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Há quatro anos, a Universidade Fe-deral de Minas Gerais (UFMG) apre-sentou à prefeitura de Belo Horizonteum modelo de laboratório deInformática que utilizava software li-vre e computadores populares. O pro-jeto foi lançado em duas escolas da ca-pital mineira. Atual-mente, das 181 esco-las de BH, 150 têmlaboratórios e salasde Informática fun-cionando com o mo-delo desenhado pelauniversidade. “Todastêm Internet bandalarga, computadoresna biblioteca, na salados professores e nadiretoria”, relata a secretária de Edu-cação de Belo Horizonte, professoraMaria do Pilar.

Maria informa que as principais de-mandas por soluções de TIC em Edu-cação são na área de gestão de pesso-al, gestão pedagógica e gestão de bi-

UFMG e prefeitura de BH firmam parceriaO Ministério da Educação

tem utilizado pesquisadorespara assessorá-lo na tomada dedecisões em projetos como oRede Interativa Virtual de Edu-cação (RIVED), programa daSecretaria de Educação a Dis-tância (SEED) que produz con-teúdos pedagógicos digitais.

A SEED também tem umPrograma de Apoio à Pesquisaem Educação a Distância,PAPED, que apóia monografias,dissertações de mestrado e te-ses de doutorado pela incorpo-ração didática das TICs.

Por meio da UniversidadePública de Ensino a Distân-cia, o MEC cria pólos muni-cipais para a expansão do en-sino superior, envolvendocentros federais de educaçãotecnológica e universidadesvia parceria entre União, Es-tados e municípios.

Educação Tecnológicabliotecas. Segundo ela, também exis-tem dificuldades no uso da Informáticaem sala de aula. “Os professores têmuma resistência por desconhecimen-to. A partir do momento em que elesconhecem a tecnologia, a adesão émuito grande”, enfatiza.

Segundo Mariado Pilar, embora asiniciativas de e-govna área de educaçãosejam fundamentais,a escola é o local emque, às vezes, asTecnologias daInformação maisdemoram a che-gar. “Essa alian-ça com a acade-

mia é que facilita e possibilita oacesso mais rápido a essastecnologias porque a educação nãopode deixar professores e alunos,principalmente da escola pública,alijados desse processo”, destacaMaria do Pilar.

Pilar, secretária de Educação

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Urna eletrônica é exemplo brasileiro de sucessoUm dos exemplos brasileiros

mais bem sucedidos na áreade e-gov é o sistema ele-

trônico de votação. Para as eleiçõesde 2006, aproximadamente 125mihões de eleitores vão utilizar 460mil urnas eletrônicas.

Segundo o diretor geral do Tri-bunal Superior Eleitoral (TSE),Athayde Fontoura Filho, o sistemainformatizado de votação é sinôni-mo de sucesso porque agilizou oantigo processo de votação, que es-tava falido e desacreditado. Atual-mente, o tempo médio para apura-ção de 95% dos votos é de apenas 5horas independente dos diversos fu-sos horários brasileiros. “A aceitaçãopela população se dá pela transparên-cia, pela rapidez e pela confiabilidadedo sistema”, destaca Fontoura Filho.

O TSE adquiriu para este pleito

25 mil urnas. Osnovos terminaisjá possuem siste-ma de Biometria– capaz de iden-tificar caracterís-ticas físicas oucomportamentaisdos seres huma-nos. Fontoura Fi-lho explica que apartir de 2007 otribunal pretendeinvestir na identi-ficação do eleitor,já que uma dasatuais preocupa-ções da justiça eleitoral é se certifi-car de que quem está votando é oeleitor e não um terceiro em seu lu-gar. A intenção do TSE é que o ca-dastro do eleitor seja feito pelo regis-

tro da Biometria.Mais de 17 mil

urnas eletrônicasforam cedidaspara Argentina,Equador, CostaRica, México,Paraguai e Repú-blica Dominicanapara que esses pa-íses estudássem atecnologia desen-volvida no Brasil.Desde 2002,quando todo oprocesso eleitoralbrasileiro passou

a ser informatizado, representantesde governos de vários países, comoAngola, Coréia, Haiti, Itália, Japão eTurquia, vêm ao Brasil para conhe-cer nossa tecnologia eleitoral.

Athayde Fontoura Filho, do TSE

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A Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) foi conce-bida e implementada pelo Ministério da Ciência e Tecnologia(MCT) para interconectar instituições de ensino superior epesquisa. No projeto inicial não havia interesse em se criaruma infra-estrutura de rede que desse suporte a serviçospúblicos. Embora a RNP não tenha o objetivo de atuar comoapoio a governo eletrônico, ações e iniciativas com desdo-bramentos nessa área acabaram sendo comuns.

Ao longo da história houve duas ocasiões em que aRNP deu suporte a ações de governo eletrônico. Uma de-las foi na década de 90, quando as declarações de impostode renda começaram a ser entregues pela Internet. Na épo-ca, a RNP ficou de prontidão para eventuais situações deataque aos servidores da Receita Federal. Outro caso, foi

no início da divulgação dos resultados eleitorais viaweb, quando ainda não havia um grande mercado de

Internet no País. Em função disso, a RNP espelhou osresultados das eleições em seus servidores. Quando o go-verno divulgou o resultado das eleições, os dados estavamhospedados em máquinas do TSE e da RNP para dividir oacesso e para evitar sobrecarga de provedores.

Muitas vezes a RNP funciona como uma vitrine dasações governamentais, por exemplo, quando transmitiu amissão Centenário que levou o primeiro astronauta brasi-leiro, Marcos Pontes, à estação espacial internacional. Oastronauta é ligado à Agência Espacial Brasileira (AEB),uma das unidades de pesquisa federais que trabalha direta-mente com a RNP.

A RNP reúne 300 instituições de ensino e pesquisa noBrasil. O número de pessoas ligadas a essas instituições eque têm acesso aos recursos de rede ultrapassa1 milhãode usuários.

Rede Nacional de Ensino e Pesquisa dá suporte a ações de e-gov

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MCT apóia iniciativas de governo eletrônico Congresso da SBC

Computação Brasil – De queforma o MCT atua em parceria como Ministério do Planejamento parabuscar soluções de TI para e-gov?

Antenor Cesar Corrêa – O MCTtem desenvolvido diversas atividadesem parceria com a Secretaria deLogística e Tecnologia da Informação(SLTI) do ministério do Planejamen-to, que é o órgão do governo federalmais diretamente responsável por ge-rir as iniciativas de TI para governoeletrônico. Podemos destacar doiseventos realizados no ano passado paradiscutir e estabelecer estratégicas con-juntas para fomentar o uso e desen-volvimento de soluções de TI para apli-cações de e-gov baseadas em Com-putação distribuída (Grids e Clusters).Outro exemplo dessa parceria é o tra-balho conjunto que tem se desenvol-vido no âmbito de chamadas públi-cas para desenvolvimento de soluçõesde TI para e-gov dos FundosSetoriais de C&T, com destaque para

ações que foram lançadas no fimde 2004 com foco em Bibliote-cas Compartilhadas de Compo-nentes de Software (R$ 2,5 mi-lhões) e Computação em Grade(R$ 2 milhões). Ocorrerão em bre-ve exercícios de avaliação dos re-sultados de tais chamadas ondeserá possível estabelecer os pró-ximos passos no sentido deaprofundar os resultados positi-vos dessas ações e planejar ou-tros desdobramentos.

CB – Como o senhor vê a parti-cipação das instituições de ensinoe pesquisa no desenvolvimento desoluções para problemas de e-gov?

ACC – A participação de institui-ções de ensino e pesquisa nessesprojetos tem sido muito importante.Todos os projetos aprovados naschamadas públicas mencionadasenvolveram participação de institui-ções localizadas em diversas regiõesdo País. Foramformados trêsconsórcios noâmbito da cha-mada de Com-ponentes eaprovados seisprojetos na cha-mada de Grid,que envolveraminstituições dasregiões Sul,Sudeste e Nor-deste. Cabetambém desta-car a participa-ção do Centrode PesquisaRenato Archer(CenPRA), liga-do ao MCT, no projeto eGOIA – Ino-vação e Acesso em Governo Eletrô-nico que é resultado do programade cooperação @LIS – Alliance forthe Information Society, promovidopela União Européia, que visaimplementar um sistema de demons-tração capaz de fornecer suportepara o acesso de cidadãos de baixarenda, via Internet, aos serviços pú-blicos integrados de governo eletrô-nico. Portanto, o envolvimento dasnossas instituições de ensino e pes-quisa na busca de soluções para pro-blemas de e-gov tem sido diversifi-cado e significativo.

CB – Na sua opinião, pode-seracionalizar custos e esforços ao sebuscar soluções de TI para e-govna academia?

ACC – A academia tem partici-pado de forma ativa tanto na defini-ção das prioridades, por meio de re-presentações nos diversos comitêse conselhos que definem aplicaçõesde recurso em projetos, a exemplodo Comitê da Área de Tecnologia daInformação (CATI), como naimplementação e busca de soluçõesde TI para atacar tais prioridades,através da realização de projetos no

âmbito das di-versas chama-da públicasque têm ocor-rido nos últi-mos anos, mui-tos em parceriacom empresasdo setor priva-do. Os exem-plos citados naresposta anteri-or são clarasdemonstraçõesda capacidadeda academia demobilizar-separa atenderdemandas quevisam utilizar,

de forma racional, os recursos deTecnologia da Informação na buscade soluções para problemas de e-gov.

CB – Existem iniciativas paraestimular a criação de empresas debase tecnológica para atender de-mandas do governo em TI?

ACC – Existem algumas iniciati-vas no sentido de estimular osurgimento de empresas de basetecnológica de TI, tanto no âmbitodas ações dos Fundos Setoriais quan-to da FINEP. Entretanto, no que dizrespeito ao atendimento de deman-das de governo, não houve qualqueração específica. Provavelmente, esseé um dos elos que necessita ser me-lhor trabalhado quando novas açõesdirecionadas ao atendimento dessademandas forem lançadas.

ASecretaria de Políticade Informática do Mi-nistério da Ciência e

Tecnologia (MCT) tem dadoapoio às ações de e-govencabeçadas pelo Ministério doPlanejamento. Em entrevista aoComputação Brasil, AntenorCesar Corrêa, coordenador ge-ral de software e serviços doMCT, fala sobre as iniciativas daSEPIN na área.

Antenor Corrêa, representante do MCT

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JRI apresenta 1JRI apresenta 1JRI apresenta 1JRI apresenta 1JRI apresenta 1ooooo grupo de cachorros-robô de uma universidade grupo de cachorros-robô de uma universidade grupo de cachorros-robô de uma universidade grupo de cachorros-robô de uma universidade grupo de cachorros-robô de uma universidadeA Jornada de Robótica Inteligente

(JRI) apresenta aos participantes doCongresso da SBC o primeiro grupode cachorros-robô de uma universi-dade brasileira. A JRI engloba a Com-petição de Robótica e o Encontro deRobótica Inteligente (EnRI).

A Competição de Robótica reúnetrês eventos distintos: A CompetiçãoBrasileira de Robôs, que tem o objeti-vo de promover o desenvolvimento ci-entífico e tecnológico nas áreas de Ro-bôs Autônomos e Mecatrônica naAmérica Latina; a RoboCup Brasil,projeto internacional para promoverInteligência Artificial, Robótica e cam-pos relacionados; e a RoboCup JuniorBrasil, iniciativa orientada à educaçãoque busca introduzir a Robótica a jo-vens estudantes de ensino fundamen-tal, médio e técnico.

Segundo a organização do even-

to, as competições têm se mostradoum excelente mecanismo de motiva-ção. “Espera-se que esse evento con-tribua com o desenvolvimento de no-vas soluções robóticas e tambémcom a formação de recursos huma-nos em todos os níveis nessa área”,diz um dos organizadores, professorAlexandre Simões.

Para Simões, além do estímulo, ascompetições têm oferecido aos pesqui-sadores plataformas padronizadas paraa avaliação de diferentes técnicas. “Ava-liar o desempenho de sistemas ealgoritmos em tarefas reais (como jo-gar futebol ou jogar o lixo em uma li-xeira) é de extrema importância paraapontar caminhos viáveis para esse tipode automação”, acrescenta.

O professor Mauro Pereira,organizador da JRI, acredita que ascompetições servem para difundir Ci-

ência e Tecnologia e para motivar jo-vens a trilhar a carreira tecnológica,buscando cursos relacionados, comoEngenharia, Física, Ciência da Com-putação, Matemática. “Esse tipo deevento auxilia os jovens a perder omedo que esses cursos impõem quan-do ainda estão cursando o ensino fun-damental e médio. Fazer o jovem es-tudar apenas a teoria faz com queele se afaste da tecnologia”, ex-plica Pereira.

O JRI é uma ação conjunta daSBC, da IEEE e da RoboCup paradivulgar e promover os avançostecnológicos na área de RobóticaMóvel e Mecatrônica. As com-petições são organizadas pela Uni-versidade Católica Dom Bosco(UCDB) e pela Universidade Fe-deral do Mato Grosso do Sul(UFMS).

Inscrições on-line podem ser feitas até 10 de julhoInscrições on-line podem ser feitas até 10 de julhoInscrições on-line podem ser feitas até 10 de julhoInscrições on-line podem ser feitas até 10 de julhoInscrições on-line podem ser feitas até 10 de julho

As inscrições para o XXVICongresso da SBC, queacontece de 14 a 20 de ju-

lho, em Campo Grande (MS), podemser feitas até 10 de julho pelo site:www.sbc.org.br/sbc2006.

Sócios da SBC e professores deensino médio e fundamental têm des-conto na taxa de inscrição. Os sóciosinstitucionais podem inscrever até cin-

co pessoas não-sócias pelo preço deassociado. Para as caravanas, a cada10 estudantes inscritos, a taxa do 11o

é gratuita.A inscrição em qualquer um dos

minicursos das Jornadas de Atualiza-ção em Informática é de R$ 30,00,mas a partir de três atividades há des-contos progressivos.

Os inscritos têm direito a partici-

par das sessões técnicas, das pales-tras e dos painéis dos 14 eventos in-tegrantes do congresso. Os partici-pantes também recebem um exem-plar dos anais em CD-ROM (com aíntegra dos artigos) e certificado departicipação.

Os participantes do Curso de Qua-lidade estão automaticamente inscri-tos no Congresso da SBC.

Tema do XII WIE inspira-se na obra de Guimarães RosaO tema do XII Workshop sobre Informática na Escola

(WIE), A hora e a vez do Augusto Mestre, foi inspiradona obra do escritor mineiro Guimarães Rosa.

Segundo o professor Marcos Elia, um dos organizadoresdo evento, Guimarães Rosa, em suas ‘estórias’, como gos-tava de chamá-las, revelou vigoroso poder de fabulação emestria no uso das virtualidades da linguagem.

“No título ‘A hora e a vez de Augusto Matraga’ [contoda obra Sagarana, 1946] podem ser destacadas duas uni-dades de sentido (muitas outras abordagens podem serfeitas, mas optamos por esta): uma circunstancial ‘a horae a vez’, outra da nomeação do personagem central‘Augusto Matraga’ ”, explica o organizador.

A programação do WIE engloba uma palestra de aber-tura e três mesas redondas: “Problemática dos NTEs”,

“Entre o Caos e a Competência: a busca por novosreferenciais teóricos para a Informática na Educação” e “Software Livre nas Escolas”. Também fazem parte doevento sessões técnicas para apresentação dos trabalhosselecionados e oficinas voltadas para professores.

O WIE tem como objetivo a divulgação de iniciativasnacionais de aplicação tecnológica do computador na esco-la. O foco do evento é o professor como centro do proces-so de informatização das escolas. “De onde e de quem seespera que tenham origem e se difundam, de forma irradiantepara seus alunos, as soluções e os modelos pedagógicosnecessários para o desenvolvimento regional com base nouso da Tecnologia da Informação”, ressalta Elia.

Os organizadores do evento são os professores MarisaLucena (PUC/RJ) e Marcos Elia (UFRJ).

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junho/julho e agosto 2006Computação Brasil

Mulheres em Computaçãojunho/julho e agosto 2006

* Pesquisadora, IBM TJ WatsonResearch Center e Diretora deComissões Especiais da SBC(1999-2001)

CSBC 2006

SEMISH discute tema do XXVI Congresso da SBCO tema do XXVI Congresso

da SBC, Tecnologia da Informação e Desenvolvimen-

to Regional, será discutido durante oXXXIII Seminário Integrado deSoftware e Hardware (SEMISH).

Nessa edição do evento, osorganizadores buscam abordar a ex-pansão do acesso ao conhecimento eàs tecnologias, possibilitando que a in-formação não fique restrita apenas aosgrandes centros.

Este o seminário conta com duasnovas trilhas, uma para pôsteres deaté quatro páginas e outra para short

papers com até seis páginas. O objeti-vo é criar um espaço para que acadê-micos de graduação e pós-graduaçãopossam apresentar os resultados deseus trabalhos de pesquisa e conhe-cer o que está sendo realizado por seuscolegas em outras instituições.

De acordo com a organização doevento, o SEMISH já superou, com139 trabalhos, a quantidade de sub-missões de artigos das últimas edições.“Isso é um bom indicativo do cres-cente interesse pelo evento”, dizHemerson Pistori.

Pistori acrescenta que o local de

realização do seminário, Campo Gran-de, deve facilitar e motivar a partici-pação de uma grande quantidade deacadêmicos, professores e profissio-nais das regiões Centro-Oeste e Nor-te, que raramente recebem eventosdeste porte, na área da Computação.

“A localização central, em relaçãoà América do Sul, permitirá uma mai-or participação de pesquisadores depaíses vizinhos, como Paraguai, Bolí-via e Argentina”, complementa.

Os organizadores do evento são osprofessores Wagner Meira Júnior(UFMG) e Hemerson Pistori (UCDB).

Curso de Qualidade 2006 reavalia planos pedagógicosCom o tema “A Construção de Projetos Pedagó-

gicos em Cursos de Computação e Informática”, oCurso de Qualidade 2006 (CQ) busca apresentar aoscoordenadores de curso os fundamentos e as carac-terísticas presentes em um plano pedagógico. “A idéiaé mostrar sua importância na construção da estruturacurricular de um curso de graduação”, diz um dos co-ordenadores do evento, professor Henrique Mongelli.

A palestra “Papel do Coordenador dos Cursos deComputação e Informática” abrirá o CQ na noite da

sexta-feira, 17 de julho. A programação segue no sábado como minicurso “Projeto Pedagógico, Currículo e Avaliação dosCursos de Computação e Informática” e com as oficinastemáticas “Construindo um Projeto Pedagógico”.

O último dia do evento será aberto pelo minicurso “Par-tindo de um Projeto Pedagógico baseado em habilidades ecompetências, como gerar uma estrutura curricular?” e en-cerrado pela palestra “Projeto de Conclusão de Curso”. OCQ é organizado pelos professores Henrique Mogelli (UFMS)e Carlos Renato L. Francês (UFPA).

O destaque da programação do XXXVI Semináriosobre Computação na Universidade (SECOMU) será opainel conduzido por integrantes do Comitê Gestor daInternet Brasileira (CGI) que vai debater novos projetosa serem lançados a médio e longo prazo (até o fecha-mento desta edição, os nomes não foram confirmadospela organização do evento).

O SECOMU vai promover discussões sobre políticas parao ensino, a pesquisa e a infra-estrutura, em especial, relacio-

Membros do Comitê Gestor da Internet conduzem painel do SECOMUnadas a serviços de redes de dados e telecomunicações.

O evento tem o objetivo de reunir a comunidade acadêmicapara discutir, na forma de painéis, temas de interesse nacionalno quadro político-científico da Computação no Brasil.

Também está previsto um painel, orientado pela presiden-te da SBC, professora Claudia Bauzer Medeiros, sobre osdesafios do Brasil em pesquisa na área da Computação.

O coordenador geral do evento é o professor Paulo CésarMasiero (ICMC-USP).

Workshop de Informática na Escola trata de extensão universitáriaA extensão universitária é vista

como uma das estratégias para a uni-versidade confrontar os conhecimen-tos acumulados com a realidade a fimde realimentar o ensino e a pesquisaem Computação. Esse e outros temasserão discutidos durante o XVIWorkshop sobre Educação em Com-putação (WIE).

Para aprofundar o assunto, o

Além da apresentação de trabalhostécnicos, o workshop vai contar comduas novidades: participação de arti-gos resumidos e ferramentas utiliza-das e desenvolvidas no contexto “Edu-cação em Computação”.

Os organizadores do WEI são osprofesores Marcelo Augusto dos S.Turine (UFMS) e Sandra C. P. F.Fabbri (UFscar).

evento irá apresentar debates com per-sonalidades do Ministério da Educa-ção (MEC), Coordenação de Aperfei-çoamento de Pessoal de Nível Superi-or (CAPES), Conselho Nacional deDesenvolvimento Científico eTecnológico (CNPq), Financiadora deEstudos e Projetos (FINEP), institui-ções de Ensino Superior, entre outrosorganismos de relevância nacional.

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CTD premia as melhores teses e dissertações de 2005O XIX Concurso de Teses e Dis-

sertações (CTD) seleciona e premiaas melhores teses de doutorado e dis-sertações de mestrado em Computa-ção do País concluídas em 2005.

Segundo a organização, o eventorepresenta uma valiosa mostra dosinúmeros projetos de pesquisa queestão em andamento nos programasde pós-graduação da maioria das uni-

versidades brasileiras.Os participantes do Congresso da

SBC terão a oportunidade de conhe-cer temas de pesquisas recentes e re-sultados inovadores que foram obti-dos em dissertações de mestrado eteses de doutorado defendidas no anode 2005 no território nacional.

A comissão julgadora premiará, nomáximo, três dissertações de mestrado,

entre as 10 que foram escolhidas, e atétrês teses de doutorado, entre as seisselecionada para participar do CSBC.Todos os trabalhos selecionados rece-bem certificado e são publicados nosanais do congresso.

O CTD é organizado pelos profes-sores Marcelo Henriques de Carvalho(UFMS) e Flávio Keidi Miyazawa(Unicamp).

Local dos eventosOs eventos integrantes do

Congresso da SBC acontecemno campus da UniversidadeCatólica Dom Bosco (UCDB).

O Curso de Qualidade serárealizado no campus da Uniãoda Associação de EducaçãoSul-Matogrossense (UNAES).

Mais informações em:www.sbc.org.br/sbc2006.

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junho/julho e agosto 2006Computação Brasil

Estudo revela as precursoras da Computaçãojunho/julho e agosto 2006

VVVVVanessa Cristina Sabinoelaborou um estudo so-bre a contribuição das

mulheres para a área da Com-putação. Ela faz parte daLinuxChix Brasil, uma comuni-dade para mulheres que traba-lham com Linux. Vanessa falouao Computação Brasil sobre osmotivos que a levaram a estu-dar o tema. O resultado do seutrabalho está disponível em:http://www.linuxchix.org.br.

Congresso da SBC

CTIC oferece passagem aérea e estadia gratuitosA novidade do XXV Concurso de Trabalhos de Ini

ciação Científica (CTIC) é que os autores selecionados vão receber passagem aérea e estadia em

hotel para participar do Congresso da SBC.Os três primeiros artigos premiados e outros sete tra-

balhos selecionados durante o evento serão publicados naRevista Eletrônica de Iniciação Científica (REIC), destina-da a divulgar trabalhos de estudantes de graduação na áreada Computação.

Segundo a organização do CTIC, essa edição obteve um

significativo aumento no número de submissões em relaçãoao ano passado. Foram submetidos 75 trabalhos em 2005contra 106 esse ano.

O objetivo do CTIC é incentivar alunos de graduaçãoem Informática a produzir textos científicos originais so-bre temas relacionados à área.

Os três melhores trabalhos submetidos ao concursosão publicados nos anais do congresso.

O evento é organizado pelos professores Fábio HenriqueV. Martinez e Marco Aurélio Stefanes (UFMS).

WSO apresenta sessões de ferramentas e pôsteresEm sua terceira edição o Workshop de Sistemas

Operacionais (WSO), único evento no País focalizado emSistemas Operacionais, já apresenta novidades aos seusparticipantes.

Além das tradicionais palestras com profissionais daárea, o evento incluiu em sua programação uma sessão deferramentas e pôsteres.

O objetivo da terceira edição do evento é instigar con-tatos e debates sobre temas relacionados ao desenvolvi-mento de Sistemas Operacionais.

O workshop busca ainda promover a integração e adisseminação de informação entre pesquisadores, estudan-tes, profissionais e a comunidade de desenvolvimento desoftware livre atuante nessa área.

Os organizadores esperam que o workshop mantenhao sucesso das edições anteriores e que a divulgação dostrabalhos apresentados incentive a colaboração entre dife-rentes grupos de pesquisa.

O evento é organizado por Dilma M. da Silva (IBM) eAntônio Augusto Fröhlich (UFSC).

Computec reúne universidades e empresasO foco do VIII Computec – Com-

putação e Mercado, é a crescente ne-cessidade de cooperação entre a uni-versidade e o meio empresarial.

“A partir da consciência mútua deque é cada vez mais importante in-vestir esforços no sentido de promo-ver uma associação entre estes doissegmentos da sociedade é que acon-tecerá essa cooperação”, diz Altigranda Silva, um dos organizadores doevento.

O objetivo do evento é estimular e

promover o debate entre academia,empresas do setor de tecnologia e en-tidades governamentais.

A oitava edição do Computec bus-ca aprofundar essa troca de experi-ências iniciada na primeira edição doevento e que vem sendo aprimorada acada ano com novos participantes enovos temas.

O Computec é organizado pelosprofessores Altigran Soares da Silva(UFAM) e Edilene A. Veneruchi deCampos (UNIDERP).

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O XXVI Congresso da SBC acontece de 14 a 20 de julho, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul.

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Computação Brasil

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junho/julho e agosto 2006Computação Brasiljunho/julho e agosto 2006

Congresso da SBC

Estudo desenvolvido por umgrupo de pesquisadores daUniversidade Federal de Mi-

nas Gerais (UFMG) definiu sete ní-veis de qualidade para os serviços degoverno eletrônico. A pesquisa é umguia para o governante identificar emque estágio se encontra a sua admi-nistração em termos de e-gov e comoele deve proceder para passar para onível seguinte.

Eduardo Moreira da Costa, profes-sor da UFMG e superintendente daárea de Pequenas Empresas Inovado-ras da Financiadora de Estudos e Pro-jetos (Finep), revela que diversasagências, órgãos de governo e minis-térios disponibilizavam informações naInternet e chamavam isso de e-gov.“Na verdade, estavam colocando ape-nas um site no ar, o que é pratica-mente um folheto eletrônico,” alertao pesquisador.

Costa explica que o padrão de qua-

lidade serve para orientar o dirigenteque deseja trabalhar com governo ele-trônico, pois mostra quantos degrauso governante precisa subir para atin-gir o topo da escada. “Tem muita genteque quer fazer a coisa certa, mas nemsabe como.”

O nível 1 é o mais elementar, cha-mado folheto ou brochura. Para Cos-ta, a maioria dos serviços no Brasilnão está nem nesse estágio de quali-dade. O nível 2 diz respeito a organi-zar o serviço de informação de acor-do com as necessidades do cidadão.O nível 3 trata da facilitação dos pro-cessos: tornar os serviços on-line sim-ples e funcionais. O 4 envolve opera-ções transacionais. O 5 diz respeito àcaptura de arquivos on-line. O nível6, de maior complexidade, requer aintegração com outros órgãos, comatualização on-line de dados. O nível7, de completude, tem a ver com oserviço on-line.

Pesquisa define padrão de qualidade em e-gov

Governo federal tem pouco conhecimento da área de InformáticaDe acordo com o professor Eduardo Moreira da Cos-

ta, o governo federal tem pouco conhecimento da área deInformática, tanto que os profissionais, na maioria dosministérios, são terceirizados.

Costa destaca que os governos, em geral, têm umaatitude muito autoritária em relação aos cidadãos e às em-presas. Segundo ele, essa postura tem razões históricasque são explicadas no livro “O Brasil não é para iniciantes”de Belmiro Castro, professor da UFPR. Na obra, o autordiz que há uma distância muito grande entre governo esociedade. O governante tende a olhar o cidadão como umaborrecimento, já o cidadão tende a ver o governo como a

família real. Segundo o livro, o governo não se sente obri-gado a prestar serviços à população. “É quase como se ogoverno estivesse prestando um favor,” explica o repre-sentante da Finep.

No entanto, Costa percebe que, aos poucos, o governoestá mudando sua postura por meio da contratação de no-vos profissionais. “Eu acredito que nos próximos anos ha-verá uma mudança de atitude simplesmente pela renova-ção de pessoal, claro que o governo pode acelerar esseprocesso promovendo treinamentos.” Para o pesquisadorda UFMG, o governo poderia investir bastante em e-govao promover a capacitação profissional dos funcionários.

O governo já representa metade domercado de Tecnologia de Informa-ção e Comunicação do Brasil. Eduar-do Moreira da Costa acredita que, nospróximos anos, a maior área de atua-ção em TIC será governo eletrônico.

Como o governo brasileiro já in-vestiu na aquisição de equipamentose programas, o professor da UFMGsupõe que a partir de agora grandeparte do orçamento seja dirigida à im-

plantação de serviços de e-gov.Segundo Costa, isso vai exigir trei-

namento dos profissionais ecapacitação dos usuários, além dedemandar um grande programa paratornar o governo mais eficiente doponto de vista do cidadão. “Os doisúnicos bons exemplos de governo ele-trônico que nós temos são a urna ele-trônica e a declaração de imposto derenda”, enfatiza o pesquisador.

Brasil deve investir em serviços

Eduardo da Costa, da Finep

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FinepO superintendente da área

de Pequenas Empresas Ino-vadoras da Finep, EduardoMoreira da Costa, informaque a agência aguarda a apro-vação da Lei de Inovação parapoder contratar projetos deP&D em empresas. O gover-no já definiu que uma das áre-as privilegiadas será a de go-verno eletrônico.

Primeira edição do LAACS desvenda a Computação AutônomaA primeira edição do Latin American Autonomic

Computing Symposium traz ao Congresso da SBC pales-tras, pôsteres e sessões técnicas sobre a área de Compu-tação Autônoma, termo utilizado para denominar sistemasque possuem a capacidade de se autogerenciar.

Segundo a organização, os participantes do simpósiovão observar que suas áreas de pesquisa já são compatí-veis com a Computação Autônoma, mas ainda não havi-am percebido.

O destaque da programação do evento é a palestra dovice-presidente de Arquitetura e Desenvolvimento de Com-putação Autônoma da IBM, Ric Telford. O palestrante

vai mostrar o caminho que a IBM já traçou e as perspec-tivas futuras na área.

“Esperamos também que todos vejam que as contri-buições realizadas nessa área são efetivas e demonstramum valor concreto na evolução de processos de Tecnologiade Informação”, diz Eduardo Zagari, um dos coordenado-res do LAACS.

Durante o evento, estão programadas premiações comomelhor artigo técnico, melhor artigo de aplicação, melhorpôster e melhor artigo de estudante.

Os professores Eduardo Zagari (PUC/Campinas), Fa-bio Verdi (Unicamp) e Marcelo Perazolo (IBM) são os

WPerformance recebe classificação Qualis B da CapesA partir desta quinta edição, o

Workshop em Desempenho de Sis-temas Computacionais e de Comu-nicação (WPerformance) passa a serqualificado como conceito Qualis B,pela Coordenação de Aperfeiçoamen-

to de Pessoal de Nível Superior(Capes).

Em função dessa novidade, aorganização do evento acredita re-ceber um número maior de parti-cipantes em relação ao últimoworkshop. “É um grande passopara que o evento se estabeleçacomo um dos mais importantes doPaís”, diz uma das coordenadoras,professora Jussara Almeida.

A principal atração é a palestrado professor Carey Williamson, daUniversity of Calgary, em Alberta,Canadá. O professor Williamson éum renomado pesquisador nas áreade Análise de Desempenho de Re-des e Sistemas de Computação. Seustrabalhos mais recentes abordam te-mas como Redes sem Fio, Mediçãode Tráfego da Internet, Desempe-nho da Web, Computação Móvel eCaracterização e Modelagem de Car-gas de Trabalhos.

Tradicionalmente, o workshop re-cebe trabalhos das mais diversas áreasda Computação, incluindo Redes deComputadores, Sistemas Operacionais

e Arquitetura, todas com enfoque emproblemas de desempenho.

O WPerformance conta com aapresentação de artigos completos depesquisa em tópicos inovadores relaci-onados ao tema, assim como demons-trações de ferramentas de auxílio e pa-lestras nacionais e internacionais.

O evento é o principal fórum bra-sileiro para apresentação e discus-são de trabalhos técnicos abordan-do temas relacionados ao desempe-nho de sistemas de Computação ede Comunicação.

Os organizadores do evento são osprofessores Jussara M. Almeida eVirgílio A. F. Almeida (UFMG).

Minicursos JAI reúnem pesquisadores senioresEsperando repetir o sucesso das

edições anteriores, as Jorna-das de Atualização em

Informática (JAI) privilegiam em2006 cursos preparados por pes-quisadores experientes. Além da re-conhecida competência em suasáreas de atuação, os especialistasconseguem inovar quando abordamos temas propostos e despertar ointeresse de jovens estudantes.

A novidade do evento é o lança-mento dos textos dos cursos em for-ma de livro, pela Editora da PUC/Rio.Segundo a organização, esse é um

grande incentivo para os autores e umbenefício para a comunidade.

Alguns dos minicursos selecionadossão: “Visualização, Simulação e Games”,“Teste de Software Orientado a Obje-tos e a Aspectos: Teoria e Prática” e“Projeto e Desenvolvimento de Siste-mas Embarcados Multiprocessados. Alista completa dos minicursos está dis-ponível no site do evento:www.sbc.org.br/sbc2006.

As Jornadas oferecem uma opor-tunidade única para acadêmicos e pro-fissionais de Informática atualizarem-se em temas abordados por pesqui-

sas de ponta e de interagir com líde-res de áreas de pesquisa emInformática no País.

As Jornadas constituem um dosmais importantes eventos acadêmicosde atualização científica e tecnológicada comunidade de Ciência da Compu-tação do Brasil. As JAI são formadaspor um conjunto de minicursos queabordam assuntos que não são normal-mente vistos nos currículos regularesde escolas de Computação.

As JAI são organizadas pelos pro-fessores Karin Breitman (PUC/RIO)e Ricardo Anido (Unicamp).

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Computação Brasil

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junho/julho e agosto 2006Computação Brasiljunho/julho e agosto 2006

Sistemas Embarcados: o novo boom da Informática?Tutorial Técnico

* Raimundo da Silva Barreto* Raimundo da Silva Barreto* Raimundo da Silva Barreto* Raimundo da Silva Barreto* Raimundo da Silva Barreto

Apesar de atualmente se ouvirmuito falar de sistemas embarcados,esse tipo de sistema não é novo. Deacordo com a Wikipedia, um dos pri-meiros sistemas embarcados data doinício dos anos 60. O primeiro que setem notícia foi um computador-guiapara o projeto Apollo, o qual levou oprimeiro homem à lua. Atualmente, ossistemas embarcados já penetraramem nosso mundo e não temos maiscomo nos livrar deles. Eles já são uni-versais porque estão presentes emmuitos dispositivos, desde eletrodo-mésticos até naves espaciais. Só que,usualmente, as pessoas não têm co-nhecimento deles em sua totalidade,mas uma coisa é certa: nós usamoscomputadores embarcados todos osdias. Em geral, a maioria não é vistapor nós porque, como insinua o pró-prio nome, estão embutidos dentrode outros sistemas que usamos nonosso dia-a-dia.

Definir um sistema embarcadopode não ser uma tarefa tão trivial.Mas há alguns pontos que merecemdestaque. Já falamos que os siste-mas embarcados estão dentro deoutros sistemas e que, portanto, elesnão aparecem como fim em si mes-mo. Do ponto de vista do usuário,os sistemas embarcados são invisí-veis. Por exemplo, o sistema de con-trole de aquecimento não aparececomo elemento principal em um for-no de microondas. Outro detalheimportante é que tais sistemasimplementam uma funcionalidadeespecífica e são usados para acres-cer (por exemplo, os carros bi-com-bustível) ou otimizar funcionalida-des (freio ABS é outro exemplo).

Sistemas embarcados usam algumtipo de elemento processador. Entre-tanto, nesse contexto, esseprocessador é um mero detalhe, ouseja, nós não percebemos os

processadores. Por exemplo, se per-guntarmos qual CPU você tem em suamesa de trabalho ou em sua casa, équase certo que você vai saber res-ponder. Entretanto, se perguntarmosqual CPU você tem no seu carro ouno seu celular, provavelmente vocênão saberá responder. Posso até afir-mar que a sua decisão de compra,desses e muitos outros produtos, nãofoi influenciada pela CPU.

Dispositivos que contêm sistemasembarcados são freqüentemente cha-mados de “inteligentes” porque pro-vêem funcionalidades adicionais demodo a agregar mais valor para o usu-ário. Esses dispositivos têm a tendên-cia de substituir os seus similares nomercado, como é o caso do toca-CDque substituiu o gramofone. Da mes-ma forma que os primeiros automó-veis eram simplesmente carruagenssem cavalos, a maioria dos produtosrecentemente equipada com sistemasembarcados não será muito diferentedos produtos originais.

Em linhas gerais, os processos ecomponentes que fazem uma aplica-ção embarcada são muito parecidoscom uma Computação de propósitogeral. Entretanto, na Computação tra-dicional, estamos particularmente in-teressados em atender a funcionali-dades com desempenho cada vezmaior, enquanto que na Computaçãoembarcada estamos interessados eminterfaces com o ambiente (sensorese atuadores) e com algoritmos decontrole de modo a satisfazermos se-veras restrições. Entre essas restri-ções temos temporais, de consumode energia e memória, mobilidade,custo, tamanho, peso, segurança,confiabilidade, tempo de entrega, en-tre várias outras. Para dizer a verda-de, são as aplicações que impõem osdiferentes requisitos.

Adicionalmente, os sistemas em-barcados são implementados em ar-quiteturas muito restritas, no sentido

de que não se tem tanta memória as-sim, o poder de processamento é so-mente de algumas dezenas de MHz,da mesma forma que é muito comumtermos barramento de dados de 8 bitse de endereços de 16 bits. Portanto,o software tem que ser altamenteotimizado para caber nessa arquite-tura. Eu mesmo soube que, há maisou menos 20 anos, todo o controleacadêmico da UFAM cabia em umamáquina que só tinha 8 KB de me-mória. Nesse caso, os programado-res/analistas de sistemas tinham quefazer mágica. E o pior é que eles fa-ziam. Mas por que faziam? Porquenão tinham outra opção, eles sim-plesmente tinham que implementare ponto final. Muitos dos leitoresdeste artigo nem sabem o que sãooverlays, porque hoje, com a facili-dade de memória virtual, nunca ti-veram a necessidade de implementarpor si mesmos um programa que émaior do que a memória disponívelna arquitetura da máquina.

No caso de muitos sistemas em-barcados, o fato de adotar um siste-ma operacional é totalmenteproibitivo. Recursividade, nem pen-sar! Por isso é que a maioria dossoftwares embarcados ainda éimplementada em Assembly ou C. Emais, os sistemas embarcados nãooperam em um ambiente estritamentecontrolado. Alguns não podem sofrercalor intenso, outros são sensíveis àvibração, outros à iluminação, en-tre diversas outras característicasfísicas. Tais sistemas têm que tra-balhar todo o tempo e dentro dotempo esperado. Pense no freiodo seu carro. Acredito que vocêficaria muito desapontado (paradizer o mínimo) se o software quecontrola o freio levasse alguns se-gundos para responder quandovocê pisasse no pedal! Conside-rando que os sistemas são produzi-dos em massa, outra restrição

As inscrições ao Exame Nacional para Pós-Gra-duação em Computação (POSCOMP) vão de 1º dejunho a 15 de agosto. A taxa é de R$15,00 para sóci-os da SBC e de R$18,00 para não associados. O pa-gamento da inscrição pode ser efetuado via boleto ban-cário ou por cartão de crédito (Visa, Mastercard eDiners Club).

A prova acontece no dia 17 de setembro das 9h às13h, horário de Brasília. Os candidatos têm quatro horaspara responder 70 questões sobre Matemática, Funda-mentos de Computação e Tecnologia da Computação.

A maioria dos programas de pós-graduação utili-za, de alguma forma, o resultado do POSCOMP. Oexame não garante a aprovação, mas constitui um

importante quesito de pontuação nos processos seleti-vos. Para alguns programas, a nota do exame é obri-gatória. Para outros, a nota é utilizada de forma opcional,para melhorar a classificação ou mesmo definir a con-corrência por bolsas de estudos.

O resultado do exame, previsto para ser divulgadono dia 9 de outubro, é informado aos programas indi-vidualmente por aluno e por questão.

A comissão organizadora do POSCOMP é forma-da pelos professores Luis Carlos Trevelin (UFSCar),Cecília Baranauskas (Unicamp) e Francisco Heron deCarvalho Júnior (UFC).

Mais informações em: www.sbc.org.br/poscompou pelo e-mail [email protected].

Inscrições para o POSCOMP vão até 15 de agosto

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junho/julho e agosto 2006Computação Brasiljunho/julho e agosto 2006

Bibliografia

Tutorial Técnico

Wikipedia, the free Encyclopedia.Disponível em: http://en.wikipedia.org/wiki/Embedded_system.

Bas Graaf, Marco Lormans, e HansToetenel. Embedded SoftwareEngineering: The State of the Practice,IEEE Software, pp. 61 – 69, 2003.

Raimundo Barreto. A Time PetriNet-Based Methodology forEmbedded Hard Real-Time SoftwareSynthesis. Tese de doutorado. CIn/UFPE, abril de 2005. Disponível em:h t tp : / /www.dcc .u fam.edu .b r /~rbarreto/publications.html.

Sérgio Cavalcante. WearableComputers: Computadores para Usarno Corpo. Minicurso. II Escola deInformática da SBC – Edição Norte.Manaus e Belém. Outubro de 2000.

* Professor adjunto do DCC/UFAM

é o custo. Se o seu toca DVD conti-vesse o último lançamento emmicroprocessador, esse seria impra-ticável comercialmente.

Atualmente, temos percebido umatendência de evolução dos sistemasembarcados no sentido de que essesnão trabalham mais isolados. Agora,eles estão migrando para soluções dis-tribuídas. Uma das justificativas é queo custo de vários microcontroladoresmenores é muito inferior ao de umprocessador mais potente. É claro queisso traz complicações no projeto eimplementação do sistema. Mas o pro-blema é que muitas aplicações já re-querem soluções distribuídas. Mesmoassim, não é raro, nos dias atuais,vermos equipamentos móveis que po-dem acessar à Internet por exemplo.Entretanto, para o efetivo uso dessasolução, ainda falta a padronização deum protocolo de comunicação univer-sal, de tal forma que a comunicaçãoseja facilitada entre objetos que atual-mente não interagem entre si, comocarros, equipamentos móveis, equipa-mentos domésticos, equipamentos deescritório e web.

Os desafios de pesquisa são enor-mes. Até porque o prazo de entrega(também conhecido como time-to-market) está cada vez mais reduzido.Outra questão importante está nasmetodologias de desenvolvimentoonde já não podemos mais confiar emsoluções ad hoc. A complexidade dossistemas embarcados já não nos per-mite mais isso. Só que, infelizmente,muitas tecnologias de desenvolvimen-

to de software disponíveis aindanão consideram as necessidadesespecíficas de sistemas embarca-dos. As tecnologias de engenhariade software não possuem carac-terísticas especiais para lidar comrequisitos de memória, energia outemporais. Mas não devemos cul-par os pesquisadores da área de en-genharia de software, o problemaé que a diversidade de aplicaçõestorna a generalização difícil. Por-tanto, precisamos de tecnologias

de desenvolvimento de software maispoderosas, ao mesmo tempo mais fle-xíveis, de modo a facilitar o ajusteconforme o caso.

Existem diversos tipos de aplica-ções embarcadas. Podemos ver apli-cações em vários domínios, comosistemas automotivos, telecomunica-ções, eletrônica de consumo, equi-pamentos médicos e segurança. Naárea de sistemas automotivos, porexemplo, os sistemas embarcadospodem tornar o controle automáticode veículo uma realidade. Uma des-sas tecnologias é conhecida comoControle de Viagem Adaptativo(Adaptive Cruise Control - ACC). OACC permite que carros mantenhamdistâncias seguras de outros veícu-los em rodovias. Na área de teleco-municação móvel, podemos citar umprotótipo de um telefone móvel quetambém é uma jóia. Nesse caso, oscomponentes são distribuídos empeças diferentes da jóia – brinco,colar, anel e pulseira. O brinco teráembutido alto-falantes e agirá comoo receptor. O colar terá embutido mi-crofones que permitirão que usuári-os falem. O anel brilhará para indicaruma chamada. A pulseira exibirá onome e há planos de incorporartecnologia de reconhecimento de vozpara discar um número.

Com relação aos equipamentosmédicos, imagine quando os trans-plantes, como marca-passos, pude-rem ser administrados remotamen-te. Esses sistemas serão tão com-pactos que o paciente nem mesmovai lembrar que eles são embutidosem seu corpo. Usando micro-sensores colocados em várias par-tes do corpo, o marca-passo pode-rá monitorar vários parâmetros,como o fluxo sangüíneo, e a satu-ração do oxigênio no sangue . Eletambém poderá transmitir dadosusando comunicação sem fio onde,no caso de uma anormalidade, o mé-dico será contatado e poderá entrarem ação imediatamente, até mesmode locais remotos.

Com relação ao bem-estar de porta-dores de deficiências físicas, imagineum sistema que traduza imagens emsons para cegos. Pois isso já existe háquase 15 anos. Foi proposto por PeterMeijer, em 1992, que o batizou de siste-ma vOICe. Da mesma forma que o re-conhecimento de gestos seria outra aju-da importante para os surdos-mudosinteragirem com os computadores.

Para concluir, quero dizer que to-das essas inovações devem ser para onosso próprio bem e conforto. A Com-putação deve ser usada a favor do usu-ário e nunca o inverso. O desenhoanimado dos Jetsons, por exemplo,mostrava uma visão futurística ondeo Sr. Jetson trabalhava só meia horapor dia. Apesar dos grandes avançostecnológicos, isso ainda não ocorre.Pelo contrário, hoje trabalhamos 12ou mais horas por dia, restando pou-co tempo para nos dedicarmos a ou-tras tarefas mais prazerosas, comopassear com a família, ir ao cinemaou ao parque. O que podemos fazerpara mudar isso? A resposta mais po-liticamente correta é deixar a reflexãopara os leitores.

Desde o início de março, a Fundação de Amparo à Pes-quisa do Estado de São Paulo (Fapesp) tem uma coorde-nação exclusiva para a área da Computação. A presidente eo vice-presidente da SBC, professores Claudia BauzerMedeiros (Unicamp) e José Carlos Maldonado (USP-SãoCarlos), fazem parte dessa comissão junto com o profes-sor Roberto Marcondes Cesar Júnior (USP).

Segundo a presidente da SBC, a criação dessa coordena-ção reflete o que já ocorre em vários outros países, comoEstados Unidos, Grã-Bretanha e Fran-ça, onde a Computação recebe atençãoespecial dos órgãos de fomento, quereconhecem seu papel no apoio e nacontribuição à pesquisa em todos osramos do conhecimento. “Nos Estados Unidos, por exem-plo, a Engenharia da Computação e Informação é uma das 11áreas da NSF [National Science Foundation], órgao federalde fomento à pesquisa”, esclarece Claudia Bauzer Medeiros.

A pesquisadora explica que nesses países, a Computa-ção é considerada uma das molas mestras do desenvolvi-mento e do progresso científico. “O destaque dado pelaFapesp vai ao encontro da iniciativa da SBC de pleitearjunto ao CNPq a criação de uma Grande Área de Compu-

tação. Isso permitiria, inclusive, melhor gerenciar as pes-quisas no Brasil de caráter multidisciplinar em que a Com-putação é um dos focos – como Informática na Educaçãoe Bioinformática,” destaca Claudia.

A multidisciplinariedade foi fortemente discutida eenfatizada no seminário Perspectivas e Grandes Desafiosda Computação no Brasil – 2006 a 2016, organizado pelaSBC nos dias 8 e 9 de maio. “Uma das recomendações doevento é que é preciso considerar o papel que a Computa-

ção está desempenhando no mundo, emtoda a pesquisa científica. Isso exigeque pesquisadores da Computação e deoutras áreas trabalhem de formamais integrada,” ressalta Claudia.

Segundo o diretor científico da Fapesp, profes-sor Carlos Henrique de Brito Cruz, a Computação,que anteriormente estava vinculada à área de Mate-mática, passou a ter uma coordenação exclusiva paraque a fundação pudesse dar atenção especial à Ciên-cia e à Engenharia da Computação. Brito lembra queo número de propostas submetidas à área de Com-putação tem crescido bastante e esse foi um dos mo-tivos que levou à criação da coordenação.

Fapesp cria coordenação exclusiva para a área da Computação

Sócio-fundador da SBC recebe prêmio do CNPqO professor Jayme Luiz

Szwarcfiter, sócio-funda-dor da SBC, recebeu o prê-

mio Álvaro Alberto para a Ciência eTecnologia, concedido pelo ConselhoNacional para o Desenvolvimento Ci-entífico e Tecnológico (CNPq).

Graduado em Engenharia Eletrô-nica pela Universidade Federal do Riode Janeiro (UFRJ), Jayme Szwarcfiterconcluiu três cursos de pós-doutora-do em Análise de Algoritimos e Com-plexidade de Computação. O primeirona Universidade de Paris XI, na Fran-ça, o segundo na Universidade deCambridge, na Inglaterra e o terceirona Universidade da Califórnia,Berkeley, nos Estados Unidos.

Além disso, o pesquisador publi-cou mais de 60 artigos em periódi-cos científicos, apresentou mais deuma centena de trabalhos em con-gressos científicos, possui dois li-vros publicados e orientou cerca de45 dissertações e teses, das quaismais de 20 são de doutorado. Em

2005, Szwarcfiter recebeu oPrêmio do Mérito Científi-co da SBC.

Szwarcfiter acredita quea atribuição de um prêmio auma área contribui para umamaior projeção e visibilidadeda mesma. O prêmio Almi-rante Álvaro Alberto é con-cedido somente a 12 áreasem sistema de rodízio, duasa cada ano.

O professor explica queo conjunto das 12 áreas foidefinido quando o prêmio foiestabelecido, no início da dé-cada de 80. De acordo com ele, na-quela ocasião foi atribuída a devidaimportância à área de Computação.“Desde então, a Computação temconquistado espaços cada vez mai-ores em nossas vidas”, completaSzwarcfiter.

O prêmio Almirante ÁlvaroAlberto é oferecido como reconhe-cimento e estímulo a pesquisadores

e cientistas brasileiros que prestamrelevante contribuição nos campos daCiência e Tecnologia. Segundo oCNPq, o prêmio não foi outorgadoem 2000 pelo ministro da Ciência eTecnologia por restrições orçamen-tárias do governo federal. A soleni-dade de entrega ocorreu este ano du-rante as comemorações dos 55 anosdo CNPq.

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Vice-presidente da República entrega o prêmio

“A Computação é consideradauma das molas mestras do

desenvolvimento científico”

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home page: www.sbc.org.br* Os artigos publicados são de responsabilidadeexclusiva de seus autores

Computação Brasil

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junho/julho e agosto 2006

Claudia Maria Bauzer MedeirosPresidente

José Carlos MaldonadoVice-Presidente

Carla Maria Dal Sasso FreitasDiretora Administrativa e de Finanças

Karin BreitmannDiretora de Eventos e Comissões Especiais

Edson Norberto CáceresDiretor de Educação

Marta Lima de Queiros MattosoDiretora de Publicações

Virgílio Augusto Fernandes Almeida Diretor de Planejamento e Programas Especiais

Aline dos Santos AndradeDiretora de Secretarias Regionais

Altigran Soares da SilvaDiretor de Divulgação e Marketing

Roberto da Silva BigonhaDiretor de Regulamentação da Profissão

Carlos Eduardo FerreiraDiretor de Eventos Especiais

Ana Carolina Salgado (UFPE)Ariadne Maria B. Carvalho (Unicamp)

Daniel Schwabe (PUC/Rio)Flávio Rech Wagner (UFRGS)Jaime Simão Sichman (USP)

José Valdeni de Lima (UFRGS)Luiz Fernando Gomes Soares (PUC/Rio)

Marcelo Walter (Unisinos)Raul Sidnei Wazlawick (UFSC)

Ricardo de Oliveira Anido (UNICAMP)Ricardo Reis (UFRGS)

Robert Carlisle Burnett (PUC/PR)Siang Wu Song (USP)

Taisy Silva Weber (UFRGS)Corpo Editorial/Conselho

Sirlei PastoreJornalista Responsável DRT-RS 9866

Claudia JudáReportagem e Redação

Rodrigo VizzottoProjeto Gráfico

Computação Brasil

Prêmio Aluno Destaque

Delegados da SBC homenageiam estudantesEditorial

* Altigran Silva* Altigran Silva* Altigran Silva* Altigran Silva* Altigran Silva

Março é o mês da mulher,também na Computação

junho/julho e agosto 2006

* Diretor de Divulgação e Marketingda SBC

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Os delegados institucionais da SBC homenagei-am, com o prêmio Aluno Destaque, os estu-dantes que se sobressaíram em suas institui-

ções de ensino nos semestres de 2005/2 e 2006/1.A premiação é tradicionalmente oferecida aos egres-

sos dos cursos de Computação pelo seu estudo e dedica-ção. Os alunos recebem a homenagem durante as ceri-mônias de colação de grau.

Regional Rio Grande do SulAluno/Universidade

Eduardo Flores da Silva/UFRGSFelipe Hoppe Levin/UFRGSRafael Pereira Pires/UFSM

Rogério Carvalho Schneider/UNICRUZ

Regional Centro-Oeste 2Aluno/Universidade

André Takeshi Endo/UFMSAnderson Braga/UNIRONDON

Hércules da Costa Sandim/UFMSPriscilla Ramsay Nogueira Borges/UNIRONDON

Tatiane do Carmo Silva/UCDBUiller Del Prado/UNIRONDON

Wesley Charles Cavalcante/UFMT

Regional Minas GeraisAluno/Universidade

Gabriela Virgínia Januzzi de Carvalho/PUCJuliana Maria Bitencourt Ferreira/PUC

Lisiene Bruna de Lima Pio/PUCRafael Noronha Tavares Gomes/FAI

Renato Silveira/UFLA

Regional São Paulo LesteAluno/Universidade

Adriana Keiko Kawai/UNICAMPLeonardo Elias Mariote/UNICAMP

Marcelo de Almeida Oliveira/UNICAMP

Regional ParanáAluno/Universidade

Claiton de Oliveira/UELDouglas Terencio do Vale/UELFernando Luis Spolador/UEL

Valterney Ferreira Cordão Júnior/UNIPAR

Regional Santa CatarinaAluno/Universidade

Alessandra Vuolo de Freitas/UNISULCharbel Szymanski/UNISUL

Fernando Kestering Longo/UNISULJosé Souza/UNISUL

João Carlos Testi Ferreira/UFSCLílian Cristine Apolinário/UNESC

Robson Wiggers/UNIPLACSaulo Castilho/UFSC

Regional Nordeste 3Aluno/Universidade

Lile Palma Hattori/Ruy Barbosa

Regional Nordeste 2Aluno/Universidade

Paulo Salgado Gomes de Mattos Neto/UNICAP

Regional Centro-Oeste 1Aluno/Universidade

Charles Antonio Nascimento Costa/UnBEdans Flávius de Oliveria Sandes /UnB

Regional São Paulo OesteAluno/Universidade

Maira Auxiliadora Cano/UNOESTE-FIPPMarco Aurélio Munhoz/UNOESTE-FIPP

Nelson Minoru Kawakami/UNOESTE-FIPPTiago Motta Jorge/USP-IME

ParticipaçãoDelegados da SBC interessados em homenagear alu-

nos das suas instituições devem entrar em contato comThemis Tubino, responsável pelo atendimenro às secretá-rias regionais e delegacias instituicionais, via e-mail:[email protected].

Nota: Uma listagem completa com os nomes dos estudantes ho-menageados, cursos, instituições e delegados institucionais está dis-ponível em: www.sbc.org.br/alunodestaque.

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