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����MANUAL TÉCNICO DO FORMANDO MÓDULO I SENSIBILIZAÇÃO PARA O ELEARNING NA ORGANIZAÇÃO
MÓDULO I - SENSIBILIZAÇÃO PARA O ELEARNING NA ORGANIZAÇÃO
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Projecto: Kit eLearning, SAF/ Novabase, S.A. Equipa de Coordenação Mário Figueira, SAF/Novabase Coordenação Técnico-Pedagógica Teresa Santos, SAF/Novabase Suporte didáctico: Manual Técnico do Formando “Sensibilização para o eLearning na Organização” Autores Luis Lavado Design Gráfico Rui Lourenço, SAF/ Novabase, S.A Avaliação Técnica Carina Américo Produção apoiada pelo Programa Operacional Emprego, Formação e Desenvolvimento Social (POEFDS)
do Ministério das Actividades Económicas e do Trabalho, co-financiado pelo Estado Português e pela
União Europeia, através do Fundo Social Europeu.
SAF/Novabase, Portugal, Lisboa Edição: Maio, 2007.
MANUAL TÉCNICO DO FORMANDO
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ÍNDICE
Listagem dos ícones utilizados _______________________________________________________________ 4
1. Introdução_______________________________________________________________________________ 5
2. Conteúdo Programático ___________________________________________________________________ 6
2.1. Objectivos gerais: ______________________________________________________________________ 6
2.2. Unidades do módulo – Resumo e objectivos__________________________________________________ 7
3. Unidades do módulo_____________________________________________________________________ 11
3.1. Unidade 1 – A Gestão do Conhecimento na Organização_______________________________________ 11
3.2. Unidade 2 – Como aprendem os adultos ____________________________________________________ 17
3.3. Unidade 3 – Gerações do ensino a distância _________________________________________________ 24
3.4. Unidade 4 – Características do paradigma ensino-aprendizagem _________________________________ 28
3.5. Unidade 5 – As características de um sistema de eLearning _____________________________________ 32
3.6. Unidade 6 – Desenho da estratégia formativa e dispositivo pedagógico ___________________________ 39
3.7. Unidade 7 – Análise do método de formação mais adequado ____________________________________ 48
3.8. Unidade 8 – Desenho do sistema de avaliação _______________________________________________ 55
3.9. Unidade 9 – O papel do tutor/e-formador ___________________________________________________ 65
3.10. Unidade 10 – Características de um conteúdo eLearning ______________________________________ 70
3.11. Unidade 11 – As normas internacionais (AICC, SCORM, IMS, IEEE) __________________________ 102
3.12. Síntese do Módulo ___________________________________________________________________ 108
Índice Remissivo _________________________________________________________________________ 109
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LISTAGEM DOS ÍCONES UTILIZADOS
Índice Note bem
Objectivos Recurso a diapositivos ou transparências
Resumo Estudo de caso ou exemplo
Ajuda Actividades
Artigo de referência Bibliografia
Link Avaliação
Conceito
MANUAL TÉCNICO DO FORMANDO
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1. INTRODUÇÃO
A necessidade emergente de aprender a um ritmo acelerado e a necessidade de
transformar informação em conhecimento obrigam a repensar o conceito de formação
contínua.
A revolução digital em curso permite assegurar o desenvolvimento dos recursos
humanos, através de um enriquecimento permanente do conteúdo do trabalho. É por
isso que as empresas, cada vez recorrem mais às novas tecnologias da informação
para proporcionar uma formação contínua aos seus colaboradores, através da
utilização de sistemas de formação via Internet ou Intranet.
Aprender na Era Digital envolve inúmeras especificidades, nomeadamente a
necessidade de adaptação dos conteúdos, dos suportes desses conteúdos e também
das estratégias formativas.
Estas questões são abordadas neste módulo I – “Sensibilização para o eLearning na
Organização”.
O Manual Técnico do Formando apresenta os conteúdos programáticos do módulo,
em complemento aos conteúdos apresentados na aplicação informática.
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2. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
2.1. OBJECTIVOS GERAIS:
No final deste módulo, o formando deverá estar apto a:
• Interagir com um ambiente eLearning;
• Identificar as vantagens e barreiras associadas ao eLearning;
• Seleccionar a estratégia formativa mais adequada para o eLearning;
• Conceber um sistema de avaliação;
• Actuar como tutor num sistema de eLearning.
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2.2. UNIDADES DO MÓDULO – RESUMO E OBJECTIVOS
Unidade 1: A gestão do Conhecimento na organização
Resumo
Apresenta os principais aspectos inerentes aos sistemas de gestão do conhecimento,
abordando temáticas como o Capital Intelectual, inventariação do conhecimento e o
conceito de e-Knowledge.
Objectivos:
No final desta unidade, o formando deverá estar apto a:
• Esclarecer o valor do Conhecimento numa organização;
• Definir os conceitos “Capital Intelectual” e “Capital Humano”.
Unidade 2: Como aprendem os adultos
Resumo
Aborda a aprendizagem de adultos, nomeadamente os seus factores catalisadores,
modelos de estruturação de e-conteúdos e aspectos motivadores da aprendizagem.
Objectivos:
No final desta unidade, o formando deverá estar apto a:
• Identificar os principais catalisadores da aprendizagem de adultos.
Unidade 3: O ensino a distância.
Resumo
Introduz o conceito de ensino a distância, apresentando as várias fases de ensino a
distância
Objectivos:
No final desta unidade, o formando deverá estar apto a:
• Listar e caracterizar as diferentes fases do ensino a distância.
MÓDULO I - SENSIBILIZAÇÃO PARA O ELEARNING NA ORGANIZAÇÃO
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Unidade 4: O novo paradigma ensino - aprendizagem
Resumo
Apresenta o novo paradigma de ensino-aprendizagem e os novos papéis dos actores
intervenientes no processo de aprendizagem.
Objectivos:
No final desta unidade, o formando deverá estar apto a:
• Caracterizar o novo paradigma ensino-aprendizagem.
Unidade 5: As características de um Sistema de eLearning
Resumo
Esta unidade apresenta duas definições de eLearning, os seus factores
impulsionadores, a estratégia inerente a este tipo de sistema, bem como as principais
vantagens e desvantagens deste tipo de formação.
Objectivos:
No final desta unidade, o formando deverá estar apto a:
• Definir o conceito de eLearning;
• Identificar as vantagens e desvantagens do eLearning;
• Identificar os obstáculos actuais à implementação do eLearning.
Unidade 6: Desenho da estratégia formativa e dispositivo pedagógico
Resumo
Reforça as etapas da estratégia formativa inerente ao eLearning avançadas na unidade
anterior, apresentando os elementos de um curso em eLearning, e um exemplo de
estruturação de um curso.
Objectivos:
No final desta unidade, o formando deverá estar apto a:
• Listar e caracterizar os vários elementos da estratégia formativa de um
curso de eLearning.
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Unidade 7: Análise do método de formação mais adequado: o modelo
misto
Resumo
Apresenta os aspectos inerentes a um modelo de formação misto (blended learning:
formação presencial integrada num sistema de formação online, onde se utilizam
diversificadas ferramentas de comunicação e interacção com os formandos), o
conceito emergente de T-Learning e as modalidades de formação síncrona e
assíncrona.
Objectivos:
No final desta unidade, o formando deverá estar apto a:
• Identificar qual o modelo formativo a implementar numa instituição de
acordo com os objectivos a atingir.
Unidade 8: Desenho do Sistema de Avaliação
Resumo
Salienta a importância da avaliação em eLearning, reforçando a necessidade de
produzir instrumentos de avaliação, indica vários tipos de questões possíveis para os
testes online e apresenta o modelo de Kirkpatrick para a avaliação da formação.
Objectivos:
No final desta unidade, o formando deverá estar apto a:
• Conhecer as diferentes formas de avaliação em formação a distância;
• Caracterizar as diferentes etapas do modelo de Kirkpatrick.
Unidade 9: O papel do tutor/e-Formador
Resumo
Aborda os aspectos inerentes aos novos papéis do formador (em eLearning) e as
principais diferenças por comparação com os papéis desempenhados na formação
tradicional.
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Objectivos:
No final desta unidade, o formando deverá estar apto a:
• Identificar as diferenças entre o formador tradicional e o e-Formador.
Unidade 10: Características de um conteúdo de eLearning
Resumo
Apresenta o conceito de interactividade, abordando o processo de Instructional Design,
os Objectos de Aprendizagem, o storyboard (guião) e as ferramentas de autor.
Objectivos:
No final desta unidade, o formando deverá estar apto a:
• Caracterizar o processo de Instructional Design;
• Explicar a função de um storyboard;
• Formular as regras para a concepção de uma interface de qualidade.
Unidade 11: As normas internacionais (AICC, SCORM, IMS, IEEE)
Resumo
Introduz a questão da normalização em eLearning, apresentando as principais
entidades envolvidas e especificações.
Objectivos:
No final desta unidade, o formando deverá estar apto a:
• Conhecer as normas internacionais do ensino a distância e o porquê da
sua existência.
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3. UNIDADES DO MÓDULO
3.1. UNIDADE 1 – A GESTÃO DO CONHECIMENTO NA ORGANIZAÇÃO
O desenvolvimento dos sistemas de eLearning tem permitido e impulsionado o
desenvolvimento dos sistemas de Gestão do Conhecimento. Daí que se possa
estabelecer uma estreita ligação entre eLearning e eKnowledge, uma vez que ambas
integram a gestão de saber/conhecimento.
Devemos entender o Conhecimento numa perspectiva prática: capacidade de usar
determinada informação para resolver um conjunto de problemas específico. O
Conhecimento também pode ser entendido como a informação que ganha valor após
interacção com o Capital Intelectual de cada indivíduo.
Conceito: entenda-se “Conhecimento” numa perspectiva pragmática como a capacidade de
utilizar informação para resolver determinada situação ou como a informação que se valoriza
ao interagir com o Capital Intelectual.
Os sistemas de Gestão do Conhecimento nas organizações têm sido sustentados pelo
avanço e desenvolvimento do eLearning.
eLearning e eKnowledge têm em comum um objectivo: gerir algo de grande valor para
a organização - as competências dos colaboradores. Quando uma empresa alcança
uma vantagem competitiva com base no conhecimento, a imitação por parte da
concorrência é muito mais difícil.
Nos últimos anos tem-se falado muito de Gestão do Conhecimento e de Sociedade do
Conhecimento, mas as experiências portuguesas neste domínio não passam de
projectos pontuais dentro de grandes empresas e numa fase de pura Gestão da
Informação. Os projectos para o futuro parecem querer ultrapassar a sua, ainda, fraca
presença.
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Numa situação ideal, eis o modo como se deveria gerir o conhecimento dentro de
uma organização:
Para fazer o inventário do conhecimento na organização é necessário ter em conta que
só 10% é que é observável. Corresponde ao designado por Conhecimento Explícito. O
restante não é directamente observável e representa 90% do total1.
1 Note bem: O Conhecimento Implícito (não directamente observável) só se pode analisar a partir da observação de casos reais ou simulados e da realização de experiências.
10%
90%
Directamente Observável
Não Directamente Observável
Conhecimento directamente observável = Conhecimento explícito Conhecimento não directamente observável = Conhecimento implícito
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Tendo em conta esta regra 10/90,
Analise das actividades, produtos e serviços:
Inclui a identificação das actividades principais da organização e dos produtos e
serviços que coloca no mercado.
Análise de processos:
Identifica os processos internos que suportam a organização.
Análise de representações simbólicas do conhecimento:
Identifica a existência de jornais internos, newsletters, revistas, intranets, bibliotecas
entre outros canais de distribuição do conhecimento.
Análise e validação da lista de conhecimentos:
Tendo em conta que o conceito de conhecimento é operacional, a lista de
conhecimentos deve contemplar essencialmente verbos operativos e deve ser validada
pela estrutura de topo da organização.
Vamos abordar pormenorizadamente as fases do Processo de Inventariação do Conhecimento na
Organização
Análise das actividades, produtos
e serviços
Análise de processos
Análise de representações simbólicas do conhecimento
Análise e validação da lista de conhecimentos
Determinação do nível de conhecimento
Análise competitiva do conhecimento
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Determinação do nível de conhecimento:
Identifica o nível de domínio dos conhecimentos da organização. Desde o “saber
acerca de” até ao “saber aprender”, passando progressivamente por “saber como”,
“saber porquê” e “saber melhorar”.
Análise competitiva do conhecimento:
É o grande objectivo estratégico do inventário de conhecimentos. Consiste na
comparação do nível de conhecimento da organização com o do mercado. Permite
perceber o posicionamento actual e futuro da organização e decidir sobre estratégias
de gestão do conhecimento.
O Capital Intelectual (Intellectual Capital) é uma das chaves criadoras de valor
empresarial na nova economia. É composto por fontes tangíveis e intangíveis, tais
como Capital Humano, activos intelectuais e propriedade intelectual.
Por Capital Humano entende-se a experiência e o know-how dos funcionários, e
esta é a primeira forma de Capital Intelectual. Por sua vez, bases de dados que
contêm toda a informação relacionada com clientes, aplicações de Tecnologias de
Informação e outros bens materiais fazem parte do grupo de activos intelectuais. Estes
podem inclusivamente incluir documentos empresariais ou processos documentais e
qualquer outro tipo de produtos tangíveis.
Mas, o conceito de Capital Intelectual é bastante mais vasto. A primeira forma de
Capital Intelectual, a propriedade intelectual (tangível) evolui para o novo conceito de
CI (intangível) quando passa a incluir activos intelectuais e estruturais e Capital
Humano onde entram também as relações com clientes.
O conjunto de bens tangíveis e intangíveis forma a nova forma de Capital Intelectual.
De acordo com Lief Edvinsson, ex-director de capital da empresa de seguros Skandia
(Suécia), o valor de mercado de uma empresa é o somatório do Capital Intelectual
com o Capital Financeiro.
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Analisemos o quadro com atenção:
Como vimos atrás, Conhecimento é a informação que ganha valor em interacção
com o Capital Intelectual. O mesmo será dizer que ganha valor depois de processada
pelos colaboradores.
É por isto que não podemos dissociar a formação online da Gestão do Conhecimento.
Um sistema de eLearning deve gerir estas duas componentes (formação online e
Conhecimento) podendo até constituir dois canais diferentes de uma plataforma de
eLearning.
Na formação online temos:
• O acesso a conteúdos suportado por uma metodologia formativa;
• Tutores para apoiar o processo de aprendizagem. Podem existir
sessões presenciais de formação e outros instrumentos que apoiem o
colaborador na interacção com os conteúdos;
Capital Financeiro
Capital Humano
Capital Clientes
Capital Processos
Propriedade Intelectual Activos Intangiveis
Capital Inovação
Capital Organizacional
Capital Estrutural
Capital Intelectual
Valor de Mercado
© Mário Figueira, 2003 Fonte: Lief Edvinsson
Capital Intelectual
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O canal de Gestão do Conhecimento segue o conceito de uma biblioteca virtual. Os
conteúdos estão disponíveis através de motores de pesquisa que deverão permitir a
navegação por problemas-tipo ou conhecimentos-tipo.
Note bem: Desta forma facilita-se a transformação do Capital Intelectual em Capital
Estrutural, o que garante uma maior sustentação do valor de mercado das empresas
do conhecimento.
SÍNTESE
• Entende-se conhecimento numa perspectiva pragmática como a capacidade
de usar determinada informação para resolver um conjunto de problemas
específico ou como a informação que ganha valor após interacção com o
Capital Intelectual de cada indivíduo.
• O Capital Intelectual é composto por fontes tangíveis e intangíveis, como o
Capital Humano, activos intelectuais e propriedade intelectual.
• Por Capital Humano entende-se a experiência e o know how dos funcionários.
• A nova forma de Capital Intelectual é formada pelo conjunto de bens
tangíveis e intangíveis de uma organização.
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3.2. UNIDADE 2 – COMO APRENDEM OS ADULTOS
É muito importante que a metodologia de aprendizagem num ambiente de eLearning
tenha em conta a forma como os adultos aprendem. Para isso, devemos ter em
consideração os principais catalisadores da aprendizagem de adultos:
• Estão altamente motivados para aprender;
• Conhecem o programa do curso e consideram-no relevante;
• Dominarem os pré-requisitos;
• Percebem o que se espera deles;
• Podem colaborar com as outras pessoas;
• São desafiados a fazer escolhas;
• Sentem-se seguros a mostrar o que fazem;
• Recebem informação em pequenos blocos;
• Recebem relatórios de progresso frequentes;
• Sabem onde estão no ciclo de aprendizagem;
• Aprendem coisas próximo do momento em que necessitam delas;
• Conseguem concentrar-se na aprendizagem, sem distracções;
• Recebem o encorajamento dos tutores e formadores;
• Controlam o ritmo, a navegação e a distribuição das unidades de
aprendizagem;
• Recebem reforços positivos pelas pequenas vitórias no processo de
aprendizagem;
• Conhecem o seu estilo de aprendizagem e as actividades estão de
acordo com ele;
• Completam um ciclo de aprendizagem que inclui experiência, reflexão
e generalização;
• Conseguem concentrar-se na aprendizagem sem distracções;
• Recebem o encorajamento dos tutores e formadores;
• Controlam o ritmo, a navegação e a distribuição das unidades de
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aprendizagem;
• Recebem reforços positivos pelas pequenas vitórias no processo de
aprendizagem;
• Conhecem o seu estilo de aprendizagem e as actividades estão de
acordo com ele;
• Completam um ciclo de aprendizagem que inclui experiência, reflexão
e generalização;
• Podem seguir um ritmo de acordo com as suas capacidades intelectuais
(nem acima, nem abaixo);
• Estão livres de preocupação e stress provocados por condições externas.
Note bem: A metodologia de formação deve procurar responder ao maior número
possível das características apresentadas. Não podemos esquecer que se trata de um
processo centrado no formando, nas suas características pessoais e necessidades de
aprendizagem.
Modelos de estruturação de e-conteúdos
Gerir correctamente o Conhecimento num sistema de formação online não é tarefa
simples e há que utilizar um modelo de estruturação de conteúdos que se adapte de
forma conveniente aos objectivos de aprendizagem inicialmente definidos.
Existem vários modelos para a estruturação de e-conteúdos, mas nem todos utilizam
a mesma metodologia pedagógica. Analisemos os mais conhecidos:
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1. Modelo de Jonassen - aprender resolvendo problemas
O modelo de Jonassen, Constructivist Learning Environments (Ambientes
construtivistas de aprendizagem), pretende promover a construção do conhecimento
através da resolução de problemas, estimulando o desenvolvimento do pensamento
crítico e a apresentação de perspectivas diferentes.
O objectivo principal deste modelo é dotar o formando das competências necessárias
para interpretar e resolver um problema. O autor apresenta vários métodos que
constituem passos necessários para concretizar correctamente o modelo e três tipos de
actividades que representam as estratégias necessárias para apoiar as actividades de
aprendizagem dos alunos:
2. Modelo de Mayer - aprender pela instrução directa
O modelo de Mayer defende que a aprendizagem construtivista só acontece através
de três processos distintos: selecção, organização e integração (Selecting, Organizing e
Dotar o formando das competências necessárias para interpretar e resolver um problema.
� Modelação (do inglês modeling);
� Treino (do inglês coaching);
� Suporte (do inglês scaffolding).
Actividades
� Identificar o problema;
� Apresentar exemplos similares;
� Disponibilizar informação relevante;
� Disponibilizar ferramentas que facilitem a construção de conhecimento;
�
Métodos
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Integrating). Mayer justifica a sua perspectiva através da própria essência da teoria
construtivista da aprendizagem: se o intuito é proporcionar o envolvimento cognitivo
do formando na aprendizagem, a instrução deverá ajudá-lo a reconhecer os elementos
mais importantes, compreendê-los e integrá-los cognitivamente.
Para levar este modelo a bom porto, Mayer sugere que se executem os seguintes
passos:
Processos
A aprendizagem construtivista só acontece através de três processos distintos:
� Selecção (do inglês selecting);
� Organização (do inglês organizing);
� Integração (do inglês integrating).
Seleccionar os conteúdos mais
importantes
É importante executar os seguintes passos:
� É importante utilizar um discurso conciso, utilizar sumários para cada sessão de formação e apresentar os objectivos da formação.
Organizar convenientemente
os conteúdos
� A estratégia neste ponto passa pelo recurso a elementos gráficos ilustrativos dos conceitos mais importantes e por demarcar os termos mais importantes.
Facilitar a integração
cognitiva do conteúdo por parte
dos formandos
� Mayer aconselha o recurso a exemplos e questões que facilitem esta integração.
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3. Modelo de Keller - aprender através da motivação
O modelo de John Keller baseia-se na motivação dos alunos e pode ser integrado
noutros modelos motivacionais. Com o objectivo de promover a motivação dos
alunos, Keller propõe um modelo que se aplica a todas as situações de aprendizagem
e que pressupõe a utilização de 4 metodologias diferentes:
ATENÇÃO RELEVÂNCIA CONFIANÇA SATISFAÇÃO
Consiste em conquistar e conservar a atenção dos formandos durante os percursos de
aprendizagem. Keller propõe dois tipos de estimulação: por percepção e por inquérito.
ATENÇÃO RELEVÂNCIA CONFIANÇA SATISFAÇÃO
A relevância adquire particular importância pois permite encontrar estratégias de formação como, por exemplo, produzir conteúdos estimulantes para os formandos,
utilizar simulações da vida real, etc.
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ATENÇÃO RELEVÂNCIA CONFIANÇA SATISFAÇÃO
Incutir nos formandos confiança para que se sintam realizados com as actividades de aprendizagem que
desenvolvem ao longo do curso, facto que melhora o seu desempenho.
ATENÇÃO RELEVÂNCIA CONFIANÇA SATISFAÇÃO
A satisfação é um dos elementos essenciais da motivação e pode ser implementada de variadas formas: através do
feedback imediato, da disponibilização dos diferentes trabalhos dos formandos e até na classificação final das suas actividades.
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SÍNTESE
É muito importante que a metodologia de formação em eLearning tenha em conta a
forma como os formandos aprendem.
Entre outras, os adultos:
• São motivados para aprender;
• Aprendem coisas próximo do momento em que necessitam delas;
• Conseguem concentrar-se na aprendizagem sem distracções;
• Podem seguir um ritmo de acordo com as suas capacidades intelectuais;
• Estão livres de preocupação e stress provocados por condições externas.
Em eLearning:
• o formando está no centro do processo de aprendizagem;
• o formando controla o ritmo, a navegação e a distribuição da aprendizagem;
• os formandos recebem reforços positivos pelas pequenas vitórias no processo
de aprendizagem.
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3.3. UNIDADE 3 – GERAÇÕES DO ENSINO A DISTÂNCIA
O ensino a distância é uma modalidade de formação que teve início no século XIX.
Foram grandes as evoluções neste campo desde então e, actualmente, esta modalidade
já não passa única e exclusivamente pelos cursos por correspondência.
Na sua essência, podem identificar-se cinco características principais no ensino a
distância:
1. Formador e formandos estão separados no espaço e no tempo;
2. A distribuição dos conteúdos da formação é mediada pela tecnologia ou
por outros meios, como por exemplo: a correspondência;
3. Existe uma articulação entre várias áreas do saber (técnicos, gestores,
designers, entre outros);
4. A aprendizagem é controlada e gerida pelos próprios formandos;
5. A maior parte da população de formandos é adulta, activa e com elevado
grau de motivação.
Analisemos agora as diferentes características das várias gerações do ensino a
distância, identificadas por Sherron e Boettcher.
Cursos por correspondência
Universidades Abertas
Suporte
Modelo
Comuni-
cacional
Postura
do Aluno
Imprensa Rádio (1930) TV (1954)
Comunicação unidireccional: Instituição → aluno
Passiva
Televisão Rádio Cassetes de áudio Imprensa
Comunicação unidireccional: Instituição → aluno
Passiva
Cassetes de vídeo TV por satélite/ cabo Imprensa
Comunicação unidireccional: Instituição → aluno
Passiva
Computador, CDs, Internet, Videoconferência Imprensa
Comunicação multidireccional e interactiva: Instituição ↔ aluno Aluno ↔ alunos Alunos ↔ especialistas
Activa e participativa
Cassetes de Vídeo e Televisão
Computadores, Multimédia e eLearning
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1. Cursos por correspondência (1840-1970)
Sabia que…
• Corria o ano de 1840 quando surgiram os primeiros cursos por
correspondência?
• Os primeiros eram cursos de estenografia e de línguas?
Nesta, que é considerada a primeira geração do ensino a distância, os alunos
adquiriam o conhecimento através do estudo dos materiais entregues pela entidade
formadora, executando depois testes de avaliação para comprovar os conhecimentos
adquiridos.
A comunicação era essencialmente feita de forma unidireccional: o aluno só recebia
respostas da entidade formadora para esclarecer dúvidas.
2. Universidades Abertas (1970-1980)
Sabia que…
• A primeira universidade aberta foi fundada em 1969, sob o nome Open
University e é de origem britânica?
• A Universidade Aberta portuguesa foi fundada em 1988?
O modelo das universidades abertas proliferou bastante com o aparecimento dos
novos canais de comunicação (como o são a rádio, a televisão e as cassetes áudio).
Os modelos pedagógicos deste tipo de universidade baseavam-se essencialmente nas
emissões de rádio e televisão, gravações de cassetes áudio e materiais escritos. A
comunicação com os alunos era feita via telefone, fax ou correspondência.
MÓDULO I - SENSIBILIZAÇÃO PARA O ELEARNING NA ORGANIZAÇÃO
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3. Cassetes de vídeo, televisão (1980-1990)
Sabia que…
• A primeira fita de vídeo magnética foi criada pela 3M em 1956?
• A primeira cassete de vídeo foi criada em 1969 pelas empresas
Matsushita, JVC e Sony?
A proliferação das cassetes de vídeo e da televisão por cabo e por satélite veio
permitir novas realidades no ensino a distância.
A possibilidade dos alunos consultarem o material de ensino a qualquer hora do dia
(salvo as excepções à transmissão televisiva) foi crucial para que se criassem várias
aplicações educacionais e para a proliferação dos cursos por correspondência (já com
recurso a este tipo de tecnologias).
4. Computadores multimédia, interactividade, eLearning (1990-2000)
Sabia que…
• O primeiro CD-ROM foi lançado pela Philips em 1986, em território
holandês?
• A Internet foi criada pelo governo norte-americano em 1969 para incitar a
comunicação entre os investigadores americanos?
As novas tecnologias da informação trouxeram à formação a distância uma margem
de manobra substancialmente maior: os formandos podem aceder aos conteúdos
formativos a qualquer hora e em qualquer lugar, desde que devidamente
apetrechados com um computador (com ligação à Internet e/ou com leitor de CD-
ROM).
Os conteúdos formativos estão agora mais vocacionados para os seus utilizadores,
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que interagem directamente com o material formativo, com os restantes formandos e
com os tutores. As plataformas de aprendizagem actualmente existentes facilitam
estes tipos de interacção.
SÍNTESE
• Ensino por correspondência - Neste modelo, os alunos adquiriam o
conhecimento através do estudo dos materiais entregues, pelo correio, pela
entidade formadora, executando depois testes de avaliação para comprovar
os conhecimentos adquiridos.
• Universidades Abertas - Os modelos pedagógicos deste tipo de universidade
baseavam-se essencialmente nas emissões de rádio e televisão, gravações de
cassetes áudio e materiais escritos. A comunicação com os alunos era feita via
telefone, fax ou correspondência.
• Cassetes de vídeo, televisão - A possibilidade dos alunos consultarem o
material de ensino a qualquer hora do dia (salvo as excepções à transmissão
televisiva) foi crucial para que se criassem várias aplicações educacionais e
para a proliferação dos cursos por correspondência (já com recurso a este tipo
de tecnologias).
• Computadores multimédia, interactividade, eLearning - As novas
tecnologias da informação trouxeram à formação a distância uma margem de
manobra substancialmente maior: os formandos podem aceder aos conteúdos
formativos a qualquer hora e em qualquer lugar, desde que devidamente
apetrechados com um computador (com ligação à Internet e/ou com leitor de
CD-ROM).
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3.4. UNIDADE 4 – CARACTERÍSTICAS DO PARADIGMA ENSINO-APRENDIZAGEM
A emergência das novas tecnologias veio incitar o aparecimento de um novo
paradigma de aprendizagem, centrado essencialmente na formação ao longo da vida
e no indivíduo: a Era do Conhecimento.
Esta alteração decorre da necessidade de enfrentar os novos desafios impostos pela
Era Digital. A formação ao longo da vida é um dos pilares fundamentais para
enfrentar os desafios, da ainda emergente, Sociedade da Informação.
Citando a página 43 do Livro Verde para a Sociedade da Informação em Portugal:
«A formação ao longo da vida sustenta-se em torno de quatro aprendizagens
fundamentais, que se interligam e que constituem para cada indivíduo, os pilares do
conhecimento:
• Aprender a conhecer
Isto é, adquirir os instrumentos da compreensão, combinando uma cultura
geral, suficientemente vasta, com a possibilidade de trabalhar em
profundidade um pequeno número de matérias, o que também significa,
aprender a aprender, para beneficiar das oportunidades oferecidas pela
educação ao longo da vida.
• Aprender a fazer
Para poder agir sobre o meio envolvente, a fim de adquirir não somente uma
qualificação profissional mas também competências que tornem a pessoa apta
a enfrentar as mais diversas situações e a trabalhar em equipa.
2 Para mais informações aceda a http://www.dgidc.min-edu.pt/inovbasic/rec/livro-verde/index.htm.
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• Aprender a viver em comum
A fim de participar e cooperar com os outros, no respeito pelos valores do
pluralismo, da compreensão mútua e da paz.
• Aprender a ser
Via essencial que integra as três precedentes e que permite a cada um
desenvolver melhor a sua personalidade, ganhar capacidade de autonomia,
discernimento e responsabilidade.2
O novo paradigma de ensino - aprendizagem reformula os papéis dos vários actores
da formação, como o são os formadores, os formandos, os conteúdos e a entidade
formadora. Analisemos as suas principais características:
Orientação pedagógica
A orientação pedagógica do actual paradigma ensino - aprendizagem tem como base
os pressupostos da Teoria Construtivista cujas principais características são:
• A aprendizagem centra-se nos formandos e no trabalho em grupo;
• São os formandos quem constrói o seu conhecimento e controla o seu
percurso de aprendizagem;
• Os conhecimentos de cada formando interferem necessariamente na sua
aprendizagem;
MÓDULO I - SENSIBILIZAÇÃO PARA O ELEARNING NA ORGANIZAÇÃO
30
• Utilizam-se diferentes estilos de aprendizagem.
Entidade formadora
As entidades formadoras assumem agora a responsabilidade de preparar os
formandos para os desafios da Era Digital e promover as bases necessárias à
consolidação dos conhecimentos, nas várias fases ao longo da evolução da sua
actividade profissional.
Devem ainda unir esforços para garantir que o material disponibilizado para a
aprendizagem dos formandos é em quantidade suficiente e respeita um grau mínimo
de qualidade.
Conteúdos
Tal como a orientação pedagógica, os conteúdos devem estar centrados no formando.
Podemos estabelecer as linhas gerais que caracterizam os conteúdos deste sistema de
aprendizagem:
• Facilmente adaptáveis aos formandos – personalização;
• Dinâmicos e diversificados para assegurar um grau de motivação constante;
• A informação é disponibilizada por camadas, facilitando o acesso a diversos
níveis de informação.
Formador
Assume um papel de facilitador / orientador da aprendizagem deixando de ser a
principal fonte de informação. Assim, o formador:
• Integra as diferentes experiências reais e individuais com o contexto da
aprendizagem;
• Auxilia o percurso de aprendizagem dos formandos, na selecção de
material, na sua relação e capacidade de síntese;
• Tem como principal preocupação a manutenção da motivação dos
formandos;
• Promove a aprendizagem em grupo e a cooperação entre os formandos;
MANUAL TÉCNICO DO FORMANDO
31
• Acompanha o percurso dos formandos, estimulando o rigor e a
autonomia individual.
Formando
Assume um papel de destaque, enquanto construtor do próprio conhecimento. O
formando já não recebe passivamente a informação e deve ter consciência das
exigências que este tipo de aprendizagem implica:
• Boa capacidade de organização;
• Disponibilidade para trabalhar em equipa (mesmo que a distância);
• Capacidade crítica;
• Dinamismo na procura da informação.
SÍNTESE
• O novo paradigma de aprendizagem está centrada na formação ao longo da
vida e no indivíduo – estamos na Era do Conhecimento.
• De acordo com o Livro Verde para a Sociedade de Informação: os pilares do
conhecimento são: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver
em comum e aprender a ser.
• Este novo paradigma reformula a orientação pedagógica, os conteúdos e os
papéis da entidade formadora, dos formadores e dos formandos.
MÓDULO I - SENSIBILIZAÇÃO PARA O ELEARNING NA ORGANIZAÇÃO
32
3.5. UNIDADE 5 – AS CARACTERÍSTICAS DE UM SISTEMA DE ELEARNING
O conceito de eLearning não é consensual, pelo que existem vários tipos de
definições, umas mais abrangentes que outras. Assim sendo, analisemos duas
definições de eLearning:
Conceito: «Um tipo de aprendizagem interactiva, no qual o conteúdo de
aprendizagem se encontra disponível online, estando assegurado o feedback
automático das actividades de aprendizagem do estudante» Morten Flate Paulsen
Conceito: «eLearning: abrange um vasto conjunto de aplicações e processos, como a
aprendizagem baseada na Web, aprendizagem baseada no computador, salas de aula
virtuais e colaboração digital. Inclui a disponibilização de conteúdos através da
Internet, Intarnet/Extranet (LAN/WAN), cassetes áudio e vídeo, transmissão por
satélite, TV interactiva e CD-ROM» Eva Kaplan-Leiserson.
Note bem: Morten Flate Paulsen é director de Desenvolvimento da NKI Distance
Education. Pode obter mais informações sobre o seu trabalho em http://www.nki.no.
Eva Kaplan-Leiserson é investigadora da ASTD (American Society for Training &
Development). Para ter mais informações sobre o seu trabalho aceda a
http://www.astd.org.
O eLearning é uma modalidade de ensino a distância que pressupõe a existência de
uma rede (seja ela Intranet, Extranet ou Internet) através da qual são disponibilizados
os conteúdos interactivos e com suporte multimédia. A colaboração
formandos/formandos e fomandos/tutor é essencial para o seu sucesso.
Esta modalidade de formação foi impulsionada por diversos factores, nomeadamente:
MANUAL TÉCNICO DO FORMANDO
33
Revolução digital: «Os computadores e a Internet invadiram as instituições, empresas
e lares, o que veio implicar uma alteração no modo de vida, cada vez mais mediado
pelas novas tecnologias.»
Novo paradigma de aprendizagem: «A aprendizagem passa a ser encarada como um
processo ao longo da vida, o que provoca uma necessidade de actualização
constante.»
Necessidades da formação profissional: «A revolução digital originou novas
necessidades de formação, o que implica uma actualização da formação profissional,
quer no que diz respeito aos métodos utilizados, quer em relação às formas de
distribuição do conhecimento.»
Alterações na realidade de ensino: «Verificou-se, nos últimos anos, um aumento do
número de colaboradores que procuram aprofundar os seus conhecimentos e
melhorar a sua situação profissional, ou seja, a população activa (adultos) começa
agora a sentir uma maior necessidade em actualizar e aprofundar conhecimentos.»
MÓDULO I - SENSIBILIZAÇÃO PARA O ELEARNING NA ORGANIZAÇÃO
34
Economia global: «A globalização mundial implica um aumento da concorrência e é
necessário formar pessoas com competências profissionais que se enquadrem nas
novas necessidades empresariais: indivíduos polivalentes que trabalhem em equipa,
competitivos e interessados numa aprendizagem contínua.»
Quando estamos a conceber num sistema de eLearning, devemos seguir uma
estratégia que contemple os seguintes aspectos:
• Concepção e Design do Sistema: a implementação de um sistema de
eLearning deve começar pela criação de uma equipa de concepção e design
integrando um coordenador pedagógico, especialistas nos conteúdos e
técnicos de desenvolvimento;
• Apoio ao formando: a existência de um Help Desk é de especial importância
para que o participante se sinta acompanhado nas suas dúvidas
administrativas ou tecnológicas;
• Tutoria e acompanhamento: os formadores assumem no eLearning um papel
de tutores. São facilitadores do processo de aprendizagem e acompanham os
formandos nas suas dificuldades relativas ao conteúdo, esclarecendo dúvidas
e estimulando a interacção com o sistema;
• Concepção dos conteúdos: os conteúdos são a parte mais importante do
sistema de eLearning. Devem ser desenvolvidos de acordo com a
metodologia pedagógica definida na fase de concepção e design e de acordo
com as opções tecnológicas assumidas;
• Duração da acção: num sistema de eLearning os cursos devem ter uma
duração flexível, uma vez que se trata de um processo centrado no formando,
nos seus estilos e ritmos de aprendizagem;
MANUAL TÉCNICO DO FORMANDO
35
• Sistema de avaliação: os mecanismos de avaliação constituem outra
componente importante de uma estratégia de eLearning. A existência de
suportes de avaliação em todos os módulos garante o necessário feedback ao
formando. A auto-avaliaçao online, com feedback imediato, apoia o formando
no seu processo de aprendizagem;
• Metodologia pedagógica: não é possível implementar um sistema de
eLearning sem que os cursos sigam uma estrutura modular (conteúdos
modulares). As técnicas pedagógicas e as tecnologias a utilizar devem ter em
especial atenção que o eLearning é um processo centrado no formando, nos
seus estilos e ritmos de aprendizagem;
• Características da plataforma tecnológica (hardware e software): a infra-
estrutura de hardware e software é o coração de toda esta máquina. É a
plataforma tecnológica que vai gerir todo o processo de formação.
O eLearning, tal como qualquer outra modalidade de formação, possui vantagens e
desvantagens para os vários intervenientes, sejam eles formandos, formadores ou
entidade formadora. De um modo geral, as vantagens pesam mais que as
desvantagens.
Analisemos agora as vantagens e desvantagens na perspectiva dos vários
intervenientes:
MÓDULO I - SENSIBILIZAÇÃO PARA O ELEARNING NA ORGANIZAÇÃO
36
Entidade Formadora Formador Formandos
Desvantagens Vantagens
Entidade Formadora
Formador Entidade Formadora Formandos
Desvantagens Vantagens
� O tempo de preparação dos conteúdos e da estratégia formativa;
� O tempo dedicado à formação acaba por ser maior pois cada formando é um caso individual.
Formador
� Alteração do número de formandos sem custos adicionais;
� Universo maior de alunos;
� Melhoria da qualidade da formação;
� Optimização do tempo do formador;
� Rápida distribuição dos conteúdos;
� Redução dos custos de formação.
� Resistência dos formandos às novas tecnologias;
� Elevados custos de desenvolvimento;
� Elevados custos das licenças dos melhores LMS do mercado.
� Colaboração com entidades internacionais;
� Disponibilização de conteúdos formativos à escala global;
� Acompanhamento da aprendizagem de um elevado número de formandos;
� Reutilização dos conteúdos, recursos pedagógicos e estratégia formativa.
MANUAL TÉCNICO DO FORMANDO
37
Obstáculos Actuais
A falta de sucesso que alguns cursos em eLearning sofrem, deve-se à inexistência de
uma estratégia clara ao nível das metodologias e dos conteúdos. A principal solução
para este insucesso passa necessariamente pela boa utilização da interactividade.
Vários são os factores comummente apontados como responsáveis pelo insucesso
desta modalidade de formação:
• Ausência de estratégia formativa;
• Fraca formação e apoio aos tutores;
• Má utilização das técnicas pedagógicas;
• Resistência às novas tecnologias;
• A ainda débil penetração da banda larga;
• Falta de interactividade dos conteúdos;
• Os cursos disponibilizados são inadequados para as necessidades formativas;
• Grande parte dos conteúdos existentes, ainda, não é reutilizável.
Formandos Entidade Formadora
Desvantagens Vantagens
Formador Formandos
� Acesso a formadores informais;
� Aprendizagem de acordo com as necessidades;
� Informação constantemente actualizada;
� Elevada interacção com a plataforma de aprendizagem;
� Percurso formativo personalizado; � Conteúdos disponíveis a qualquer
hora e local.
� Grande capacidade de gestão e organização individual;
� Forte motivação e espírito de trabalho em equipa;
� Acesso a computador com ligação à Internet.
MÓDULO I - SENSIBILIZAÇÃO PARA O ELEARNING NA ORGANIZAÇÃO
38
SÍNTESE
• Segundo a Eva Kaplan-Leiserson, investigadora da ASTD o “eLearning:
abrange um vasto conjunto de aplicações e processos, como a aprendizagem
baseada na Web, aprendizagem baseada no computador, salas de aula
virtuais e colaboração digital.”
• O eLearning tem vantagens e desvantagens para os diferentes intervenientes,
principalmente para formando, formadores e entidade formadora.
• A ausência de uma estratégia formativa adequada e falta de interactividade
dos conteúdos constam entre os obstáculos mais comuns ao sucesso do
eLearning.
MANUAL TÉCNICO DO FORMANDO
39
3.6. UNIDADE 6 – DESENHO DA ESTRATÉGIA FORMATIVA E DISPOSITIVO PEDAGÓGICO
Os elementos de um curso em eLearning
Os elementos que constituem o material de um curso em eLearning variam de curso
para curso, consoante a sua
duração e tipo de conteúdo. O
que interessa é o conteúdo em si
e as actividades ou tarefas a
desenvolver para esse mesmo
conteúdo. Podemos agrupar os
diferentes elementos que
integram o material de um
curso nas seguintes categorias:
Conteúdos
Os conteúdos devem ser
minuciosamente elaborados e
possuir uma estrutura muito
bem definida. Para além disso, é também importante ter em conta a forma de
apresentação do conteúdo: este é linear ou não? A linearidade dos conteúdos está
intimamente relacionada com o nível de interactividade dos mesmos; quanto maior
for o nível de interactividade, menor será a linearidade dos mesmos.
Actividades
Uma leitura passiva, com recurso a hiperligações não é uma boa experiência de
aprendizagem. É importante disponibilizar actividades que permitam aos formandos
interagir activamente com os conteúdos. No entanto, elaborar actividades para
eLearning implica a existência de um conjunto de pressupostos. Assim sendo, as
actividades devem:
MÓDULO I - SENSIBILIZAÇÃO PARA O ELEARNING NA ORGANIZAÇÃO
40
• Dizer alguma coisa aos formandos;
• Ser úteis para o seu percurso de aprendizagem;
• Estar integradas no ciclo de aprendizagem, introduzindo novas competências;
• Ser interessantes e variadas;
• Aplicáveis a diferentes estilos de aprendizagem;
• Ser frequentes para que o tutor possa compreender o nível de interacção dos
formandos com o curso;
• Ser objectivas para que os formandos compreendam tudo o que lhes é
exigido;
• Fomentar a utilização dos recursos existentes online;
• Permitir ao tutor fornecer feedbacks.
Exercícios
Os exercícios de avaliação são uma forma comum de averiguar conhecimentos.
Podem ser utilizadas várias estratégias: permitir aos formandos realizar várias vezes o
mesmo exercício até ter interiorizado os conceitos em avaliação, ou permitir apenas
um acesso (penalizando desta forma os formandos que não acertem no exercício).
Jogos
A vantagem em utilizar este tipo elemento reflecte-se na sua adaptabilidade a
diferentes graus de dificuldade e na experiência interactiva que proporciona.
Actividades de pesquisa
As actividades de pesquisa introduzem uma dinâmica no ritmo de aprendizagem dos
formandos, uma vez que implica a procura e recolha de informações úteis para o
percurso individual dos formandos. No entanto, este tipo de estratégia deve ser
utilizada com algumas precauções:
• A tarefa de pesquisa deve ser convenientemente introduzida pelos conteúdos
do curso ou pelo próprio tutor;
• Devem existir algumas indicações de sites interessantes para facilitar o acesso
à informação;
MANUAL TÉCNICO DO FORMANDO
41
• Os objectivos da actividade devem ser suficientemente explícitos para que o
formando saiba o que lhe é exigido;
• O tutor deverá assegurar feedbacks eficazes.
Discussão, colaboração e cooperação
A Internet proporciona inúmeras oportunidades de comunicação síncrona e
assíncrona entre os formandos. Estas oportunidades devem ser exploradas durante o
planeamento das acções de formação para garantir a colaboração entre todos os
elementos do curso.
Desenho do dispositivo pedagógico
Como vimos anteriormente, qualquer sistema de eLearning pressupõe a existência
dos seguintes elementos:
1. Concepção e Design
A equipa de Concepção e Design define os objectivos dos cursos a desenvolver e a
metodologia pedagógica mais adequada.
MÓDULO I - SENSIBILIZAÇÃO PARA O ELEARNING NA ORGANIZAÇÃO
42
Esta metodologia deve ter em conta os diferentes meios de distribuição (sala de aula,
CD-ROM/DVD, Internet e Televisão Interactiva) e as diferentes técnicas pedagógicas
disponíveis (estudo de casos, simulações, jogos pedagógicos, etc.).
Deve também ser definida a metodologia de formatação electrónica dos conteúdos
que permita ao produtor de conteúdos iniciar o seu desenvolvimento dentro dos
parâmetros de interactividade definidos.
2. Modelo pedagógico
Não é possível implementar um sistema de eLearning sem que os cursos sigam uma
estrutura modular (conteúdos modulares).
É nesta fase que se deve dosear o número de horas de formação presencial, online
(assíncronas e síncronas) e no posto de trabalho.
De acordo com estudos internacionais que quantificam a capacidade de
aprendizagem/retenção face ao método pedagógico utilizado, verificamos que o
eLearning, com conteúdos interactivos, permite uma retenção de 70% a 80%. Os
processos interactivos obrigam a utilizar os diferentes sentidos e aprendemos mais
fazendo e partilhando do que lendo ou simplesmente ouvindo.
3. Sistema de avaliação
Os mecanismos de avaliação são outra componente importante duma estratégia de
eLearning, uma vez que facilitam o feedback.
A existência de uma base de dados com os resultados de todas as avaliações, acessível
aos formandos, permite que identifiquem claramente os seus progressos.
Os instrumentos de avaliação devem privilegiar perguntas fechadas de forma a
MANUAL TÉCNICO DO FORMANDO
43
permitir a sua correcção automática (escolha múltipla, verdadeiro/falso, lacunares,
interligação de assuntos, identificação de figuras, etc.).
4. Duração dos cursos
Apesar de num sistema de eLearning os cursos terem uma duração flexível (trata-se
de um processo centrado no formando, nos seus estilos e ritmos de aprendizagem), é
essencial que existam calendários indicativos, com vários objectivos intermédios, para
garantir o ritmo de progressão. Há que privilegiar cursos de curta duração.
5. Conteúdos pedagógicos
Os conteúdos são a parte mais importante do sistema de eLearning. Devem ser
desenvolvidos tendo em conta a metodologia pedagógica definida na fase inicial de
concepção, e de acordo com as soluções tecnológicas escolhidas.
Os conteúdos podem ser distribuídos em vários suportes offline e online, que por sua
vez podem ainda implicar um faseamento no acesso à informação.
Utilizam-se frequentemente estratégias que passam pela obrigatoriedade de
conclusão de algumas unidades ou temas, para aceder às unidades seguintes.
6. Apoio ao formando
Esta solução pode ser implementada com um mini Help Desk ao qual o formando
pode recorrer telefonicamente ou via Internet (de forma síncrona e/ou assíncrona).
7. Tutoria e acompanhamento
A promoção de um ambiente de aprendizagem colaborativa em que os formandos
partilham as suas experiências (como um knowledge café), que pode até consistir numa
MÓDULO I - SENSIBILIZAÇÃO PARA O ELEARNING NA ORGANIZAÇÃO
44
simulação 3D de um espaço de debate e partilha (fórum) potencia o processo de
aprendizagem.
Desta forma estamos a criar comunidades de aprendizagem que podem até ser
geridas directamente pelos formandos. Estas comunidades podem ser catalizadas por
sessões presenciais de partilha e troca de experiências.
É essencial que o e-formador mantenha o acompanhamento e tutoria aos formandos,
para garantir a eficácia do sistema.
8. Plataforma tecnológica (hardware e software)
É a plataforma tecnológica que vai gerir todo o processo de formação. Os softwares de
gestão da formação online (LMS - Learning Management System) desempenham um
papel fundamental no funcionamento dos Centros de Formação ou Universidades
Virtuais. Os conteúdos formativos têm um papel decisivo nos sistemas de eLearning.
A sua estrutura pedagógica e a forma como utilizam as tecnologias disponíveis
obrigam a uma fase de concepção detalhada para evitar investimentos desajustados à
realidade da organização.
Nem todos os tipos de conteúdos formativos são eficazes em situação exclusiva de
eLearning. Existem competências que dificilmente se conseguem formar
simplesmente com base numa interacção síncrona ou assíncrona de um sistema de
eLearning: não vamos formar líderes, ou negociadores sem qualquer interacção “cara
a cara” com o formador!
Note bem: Uma questão que deve ser tida em conta na preparação dos conteúdos
multimédia é a largura de banda dos formandos; não é possível utilizar conteúdos
multimédia muito pesados em áudio e vídeo se a largura de banda disponível não for
além de um normal modem de 56k.
MANUAL TÉCNICO DO FORMANDO
45
Exemplo: Proposta de Estratégia Formativa
Analisemos detalhadamente uma proposta de estratégia formativa para um curso em
eLearning. Para este exemplo vamos utilizar um curso de Sensibilização para o
eLearning. Vamos focar-nos nos seguintes aspectos:
1. Objectivos gerais do curso;
2. Objectivos específicos (módulo a módulo);
3. Conteúdo programático (unidades de aprendizagem): estrutura (curso –
módulo – unidade;
4. Metodologia de distribuição do conhecimento: identificação da metodologia e
de todas as actividades a desenvolver online (sessões de aprendizagem
assíncronas, fórum, sessões síncronas, trabalhos colaborativos de grupo),
offline (vídeos, DVDs, CD-ROMs) e presenciais;
5. Sistema de avaliação: formativa e somativa.
1. Objectivos gerais do curso
Curso 1: Sensibilização para o eLearning.
Objectivos do curso e resultados esperados:
Na óptica do formando:
• Aprender em ambiente eLearning (integrando formação online e gestão do
conhecimento);
• Compreender o contexto da formação em situação de eLearning.
Na óptica do decisor:
• Calcular o ROI num sistema de eLearning.
Um desenho da estratégia pedagógica deverá incluir os objectivos específicos para
todas as unidades de todos os módulos. Neste caso vamos exemplificar só com o
Módulo 01.
MÓDULO I - SENSIBILIZAÇÃO PARA O ELEARNING NA ORGANIZAÇÃO
46
2. Objectivos específicos – Exemplo parcial do módulo 01
Unidade 01: Aprender na Era Digital.
No final desta unidade, os formandos estarão aptos a identificar o impacto da Era
Digital na Aprendizagem.
3. Conteúdo programático (unidades de aprendizagem)
Modulo 01: Sensibilização para o eLearning na organização:
Unidade 01: Aprender na era digital;
Unidade 02: A gestão do conhecimento na organização;
(...)
Unidade 08: Desenho do sistema de avaliação.
4. Metodologia de distribuição do conhecimento
5. Sistema de Avaliação
• Diagnóstico: inquérito prévio dirigido aos formandos;
• Avaliação Contínua: feita pelo tutor;
• Avaliação Intermédia e a distância: testes de avaliação no fim de cada
módulo;
• Avaliação Final: feita pelo tutor;
• Avaliação Pós – Formativa: feita pelos intervenientes no processo formativo,
MANUAL TÉCNICO DO FORMANDO
47
de modo a melhorar a solução formativa.
SÍNTESE
Qualquer sistema de eLearning deveria seguir uma estratégia semelhante a esta:
1. Concepção e desenho do sistema;
2. Método pedagógico;
3. Sistema de avaliação;
4. Duração do curso;
5. Concepção de conteúdos;
6. Apoio ao formando;
7. Tutoria e acompanhamento;
8. Plataforma tecnológica.
Os diferentes elementos de um curso podem ser agrupados nas seguintes categorias:
conteúdos, actividades, exercícios, jogos, actividades de pesquisa, discussão,
colaboração e cooperação.
MÓDULO I - SENSIBILIZAÇÃO PARA O ELEARNING NA ORGANIZAÇÃO
48
3.7. UNIDADE 7 – ANÁLISE DO MÉTODO DE FORMAÇÃO MAIS ADEQUADO: MISTO
Não existe uma receita infalível para desenvolver um projecto de eLearning. Cada
situação de formação é um caso diferente, com características e especificidades
próprias.
No entanto, é possível identificar o modelo misto como sendo um dos mais viáveis
em situação de eLearning.
Os objectivos da formação são facilmente atingidos através da boa utilização deste
modelo: quer através dos resultados obtidos na formação, quer através das alterações
de conhecimento provocadas nos formandos.
Ao desenvolver uma solução de eLearning, devemos considerar vários elementos:
• A sala de formação
É o local por excelência para o desenvolvimento das relações interpessoais.
Enquanto complemento às sessões online, a sala pode desempenhar um papel
fundamental para sessões de elevada interacção e partilha de experiências.
Garante a coesão do grupo e fomenta a motivação para a aprendizagem e partilha
do conhecimento. Neste contexto deve considerar-se o conceito de sala de
formação em sentido lato, uma vez que estamos a falar de sessões presenciais que
podem ser dentro ou fora de uma sala.
• Os suportes offline
Continuam a constituir uma solução para distribuir conteúdos que exijam elevada
largura de banda ou que tenham sido desenvolvidos para este tipo de suporte.
A solução é continuar a utilizar estes conteúdos fazendo uma ligação ao sistema
de eLearning através do Learning Management System (LMS).
MANUAL TÉCNICO DO FORMANDO
49
• Internet/ Intranet/ Extranet
Internet, Intranet ou Extranet são a base para o funcionamento do sistema de
eLearning. Funcionam como a “rede” que vai ligar todos os intervenientes no
sistema (formando, tutor e conteúdos), garantindo a sua gestão em tempo real.
Em Dezembro de 2006, 40% dos lares portugueses dispunham de acesso à
Internet, sendo que 34% representava ligação por banda larga. A principal
tecnologia de suporte da banda larga é o ADSL (61%), seguido pelo Modem por
cabo (36%), segundo os dados apresentados pela ANACOM no início de 2007.
• Televisão Interactiva
Começa cada vez mais a assumir um papel de destaque na formação, pelas
possibilidades de interacção e consequente facilitação da aprendizagem.
A recente plataforma de televisão interactiva vai constituir uma grande
oportunidade para a distribuição de conhecimento. Temos hoje cerca de 1,3
milhões de assinantes de televisão por cabo, com potencial de crescimento face à
quantidade de lares que já podem ter acesso a esta tecnologia. As set-top-boxes que
vão transformar os televisores, permitem o acesso à Internet e a conteúdos em
formato específico para esta plataforma de distribuição.
O conceito de Televisão Interactiva surge como uma actividade tecnológica que
permite ao telespectador interagir com uma aplicação que lhe é chegado através
de um complemento do sinal televisivo. Apresenta-se como um exemplo de
ferramenta versátil e personalizada, e nesta medida aumenta o poder de escolha
dos telespectadores.
MÓDULO I - SENSIBILIZAÇÃO PARA O ELEARNING NA ORGANIZAÇÃO
50
Que tipo de serviços oferece a iTV?
• Consulta do Guia de TV;
• Ecommerce: oportunidade de o utilizador efectuar compras através da iTV;
• Banca: capacidade de executar os seus movimentos bancários quando lhe for
conveniente, efectuar transferências bancárias, transaccionar acções, simular
créditos, pagar contas entre muitas outras funcionalidades;
• Internet: permite ao utilizador enviar e receber e-mails, mensagens para
telemóveis, postais animados, navegar pelos sites iTV, ou mesmo navegar
pela World Wide Web;
• Acesso a programas interactivos: o utilizador tem a capacidade de participar
nos programas denominados interactivos (ex.: participar em fóruns de
discussão, talkshows, escolher vários ângulos de filmagem de um evento
desportivo, etc.);
• Video-On-Demand: o utilizador pode com este serviço escolher um filme e
assisti-lo às horas que indicar (serviço Pay-Per-View).
Um novo conceito: o T-Learning
O T-Learning é um conceito emergente, que reflecte novas possibilidades para o
ensino a distância.
Apesar de ser necessário adicionar outros componentes à TV para torná-la digital
e interactiva, as perspectivas são de que em algum tempo todas as televisões
analógicas serão substituídas pelos aparelhos digitais ou serão munidas de
descodificadores e, assim, serviços interactivos via TV serão acessíveis a todos.
Este factor revela-se como uma grande oportunidade para o cidadão comum, pois
além de encorajar novas oportunidades económicas e reduzir a ”exclusão digital'',
oferece a todos um acesso igual à tecnologia digital e à formação.
MANUAL TÉCNICO DO FORMANDO
51
Existem várias boas razões para considerar importante o papel da TV digital
interactiva como um meio propício para o t-Learning:
• O uso crescente das tecnologias digitais e das redes de comunicação
interactiva, segundo Pierre Levy, acompanha e amplifica uma profunda
mutação na relação com o saber, pois prolonga determinadas capacidades
cognitivas humanas como a memória, a imaginação e a percepção. Serão
construídos novos modelos do espaço dos conhecimentos emergentes,
abertos, contínuos, em fluxo e não-lineares.
• O modelo de espaço do conhecimento na TV interactiva terá, certamente, um
formato de edutainment, entretenimento e educação, já que a maioria do
ensino interactivo através da tv tende a ser informal e poderá oferecer
algumas opções inovadoras para auxiliar o desenvolvimento de competências
básicas de uma forma divertida.
Analisemos agora o cenário actual da televisão interactiva:
O presente: nos Estados Unidos, Austrália, Espanha e Reino Unido, países em
que a televisão digital já está implantada, a programação transmitida é
semelhante à da tv analógica, apenas com uma melhor qualidade de imagens e
sons, disponibilizando comércio televisivo e serviços interactivos pouco atraentes,
motivo pelo qual não é um sucesso.
As barreiras: torna-se necessário definir um caminho diferente que leve ao êxito,
mas, para isso, precisam ser analisados os recursos tecnológicos que estarão
disponíveis com o intuito de criar uma programação específica, usufruindo da
interactividade para promover programas que entretenham e ensinem.
Visão de futuro: o potencial da tv digital pode ser explorado em novas histórias
interactivas, com um formato de edutainment, que educarão informalmente e
narrativas de ficção, como os contos de fadas, que acompanham a humanidade há
séculos podendo ser adaptadas e migrar para a tv interactiva, muitas vezes com
MÓDULO I - SENSIBILIZAÇÃO PARA O ELEARNING NA ORGANIZAÇÃO
52
uma versão ainda mais divertida e educativa que a original.
A programação educativa destinada à televisão interactiva poderá estimular a
criatividade e facilitar a aprendizagem, educar de forma divertida e lúdica.
Conceito: Blended learning
O Blended learning (b-Learning) é a perfeita integração de diferentes tecnologias e
metodologias de aprendizagem. Combina formação online e presencial, indo ao
encontro das necessidades específicas das organizações. Ao cumprir os seus
objectivos de forma global, melhora a eficácia e eficiência do processo de
aprendizagem. O Blended learning promove a redução de custos e a maximização da
qualidade da formação.
Formação síncrona e assíncrona
A concepção de um sistema de eLearning assenta na definição do modelo pedagógico
a seguir e nos conteúdos formativos a disponibilizar pelos diferentes meios
tecnológicos.
A tecnologia assume um papel importante mas condicionado pelas opções
© Mário Figueira, Novabase, 2001
MANUAL TÉCNICO DO FORMANDO
53
pedagógicas dos gestores do sistema; são os objectivos de formação e gestão de
competências que lideram um sistema de eLearning e não a tecnologia.
A formação online pode combinar sessões assíncronas e síncronas.
A formação assíncrona é aquela onde formador e formandos não interagem em
tempo real, ou seja, em simultâneo. Neste caso, os formandos acedem ao sistema
consoante a sua disponibilidade para interagir com os conteúdos. O grau de
flexibilidade da aprendizagem é muito elevado uma vez que não é necessário ter um
horário rígido a cumprir.
Na formação síncrona, formador e formandos interagem em tempo real. Neste caso é
necessário agendar uma data e um horário para a formação, introduzindo a rigidez
num sistema que nasceu para ser flexível.
O modelo online assíncrono
O modelo assíncrono é aquele que contempla ferramentas como fóruns ou correio
electrónico, onde a comunicação não acontece em tempo real.
MÓDULO I - SENSIBILIZAÇÃO PARA O ELEARNING NA ORGANIZAÇÃO
54
SÍNTESE
O Blended Learning combina formação presencial com formação online, indo ao
encontro às necessidades específicas da organização.
A concepção de um sistema de eLearning assenta na definição do modelo pedagógico
a seguir e nos conteúdos formativos a disponibilizar pelos diferentes meios
tecnológicos.
A formação online pode ser:
• assíncrona – a comunicação não acontece em tempo real;
• síncrona – a comunicação acontece em tempo real.
Existem várias ferramentas que permitem a realização com sucesso de cada um destes
tipos de formação.
MANUAL TÉCNICO DO FORMANDO
55
3.8. UNIDADE 8 – DESENHO DO SISTEMA DE AVALIAÇÃO
A avaliação
A avaliação pode ser vista como parte integrante de um curso de eLearning ou
isoladamente com o objectivo de avaliar competências de entrada para um curso ou
organização e ainda com o objectivo de certificar competências.
Avaliar os formandos num curso em eLearning passa pela utilização de testes,
exercícios, demonstrações, jogos, simulações, entre outros.
O que é realmente importante é que o sistema de avaliação envolva o formando no
processo de aprendizagem.
Note bem: Os sistemas de avaliação são uma componente fundamental do processo
de aprendizagem porque permitem aos actores da formação dar e receber feedback
relativamente à progressão na aprendizagem.
1.1 Avaliação em eLearning
Quando comparada com os métodos convencionais, a Internet é um meio eficiente e
de baixo custo para distribuir testes e outras actividades de avaliação: permite reduzir
o esforço de impressão em papel, a sua distribuição e recolha dos resultados.
Regra geral, os sistemas de avaliação de uma plataforma de eLearning permitem que
as respostas sejam corrigidas automaticamente e que os próprios testes sejam
construídos aleatoriamente a partir de uma base de dados de questões. O sistema
garante que o nível de dificuldade e o tipo de conhecimentos a avaliar é o mesmo em
todos os testes gerados pelo sistema.
Deste modo, podem reduzir-se significativamente os custos da avaliação de um curso
MÓDULO I - SENSIBILIZAÇÃO PARA O ELEARNING NA ORGANIZAÇÃO
56
que tenha uma cobertura nacional ou internacional. Os custos de avaliação online por
formando são mínimos quando comparados com os custos dos processos
convencionais.
Note bem: Os testes (entre outras actividades de avaliação) permitem ao formando
aplicar os conceitos, técnicas e atitudes que aprendeu. Por isso, testes bem concebidos
permitem medir a progressão na aprendizagem de forma clara e objectiva!
Existem vários tipos de questões que podem ser utilizados para conceber um teste
online. Analisemos agora um exemplo de cada um dos tipos de questões possíveis:
Verdadeiro ou Falso
Neste exemplo a solução poderá ser de correcção automática pelo sistema com
feedback imediato ou pode dar acesso à próxima pergunta e serem todas corrigidas no
final da avaliação.
Escolha múltipla
Para cada pergunta de escolha múltipla o utilizador terá várias respostas entre as
quais terá de escolher a ou as correctas.
Comente as seguintes afirmações sobre a natureza do preço tendo em conta as particularidades que apresenta o preço para a empresa: 1. O preço não proporciona uma imagem do produto ou serviço por si só, ou associado a outras variáveis, como a publicidade e o serviço.
□ Verdadeira □ Falsa
MANUAL TÉCNICO DO FORMANDO
57
Texto livre Este tipo de pergunta deverá ser utilizado para actividades de aprendizagem ou
avaliações finais pois não pressupõe um feedback imediato. A resposta terá que ser
submetida para correcção pelo tutor. Poderá ainda ser usada para incentivar trabalho
de grupo entre formandos.
Associação de assuntos
Podem associar-se assuntos a vários níveis. Neste caso o utilizador deve desenhar
linha de ligação entre conceitos.
Das características abaixo descritas, seleccione as que descrevem os consumidores que procuram qualidade de vida:
□ 1. Sentem ter recursos financeiros limitados, mas procuram serviço, qualidade e comodidade.
□ 2. Consideram que a qualidade nem sempre custa mais.
□ 3. São os maiores defensores da marca, do fabricante e do meio ambiente
□ 4. Horrorizam-se de passar a vida a poupar e não gostam de comprar em hipermercados
□ 5. Necessitam de poupar e são os que organizam mais as suas compras em função dos folhetos
MÓDULO I - SENSIBILIZAÇÃO PARA O ELEARNING NA ORGANIZAÇÃO
58
Identificação de figuras
Neste exemplo identificam-se figuras por arrastamento de textos.
Arrastamento de ícones ou imagens (drag-and-drop)
Neste caso, ao arrastar a figura para a caixa Respostas esta fica dentro da caixa. A
solução só aparecerá no fim. Podia-se, no entanto, fazer correcção automática não
deixando que a figura errada ficasse na caixa de Resposta incorrecta voltando para a
sua posição nas caixas de Figuras Possíveis.
MANUAL TÉCNICO DO FORMANDO
59
Simulações
As simulações são muito úteis quando se tratam de conteúdos tecnológicos. Nelas
podemos verificar como se pode apresentar conteúdo com interactividade da parte do
formando.
Preenchimento de espaços
1.2 O modelo de Kirkpatrick para avaliação da formação aplicado ao
eLearning
Kirkpatrick desenvolveu um modelo de avaliação da formação que tem sido utilizado
desde os finais dos anos 50 e que permite medir a qualidade e os efeitos de uma acção
de formação a partir da análise de quatro níveis de critérios.
Estes quatro níveis representam uma sequência de métodos para avaliar programas
de formação. Cada nível é importante e tem impacto no nível seguinte. Consoante
avançamos nos níveis, o processo torna-se mais complexo e moroso, mas também se
torna mais útil, uma vez que fornece informações valiosas.
Nível 4
Resultados
Nível 1
Reacção
Nível 4
Resultados
Nível 1
Reacção
MÓDULO I - SENSIBILIZAÇÃO PARA O ELEARNING NA ORGANIZAÇÃO
60
Note bem: a identificação da reacção dos formandos permite aos responsáveis pela
gestão da formação uma identificação (e consequente eliminação ou adaptação) dos
cursos impopulares. É também essencial medir a reacção dos formandos para que
Nível 1 - Avaliação das reacções (gostaram?)
Objectivo: Medir a reacção dos formandos ao sistema de formação.
As suas reacções devem ser medidas imediatamente após a conclusão
da formação.
Principais Vantagens:
• Conhecer o que os formandos sentiram durante a formação;
• Identificar áreas temáticas que estejam ausentes dos conteúdos da formação, ou cujo desenvolvimento não seja suficiente;
• Compreender o grau de motivação dos formandos durante a formação;
• Conhecer a reacção geral dos formandos, o seu feedback e respectiva avaliação à formação;
• Melhorar a acção, através das informações recebidas dos formandos.
MANUAL TÉCNICO DO FORMANDO
61
ocorram os níveis 2 e 3, aprendizagem e comportamento, que só existem caso sejam
identificadas reacções positivas nos formandos.
Note bem: este nível de avaliação deve ser conduzido imediatamente após a
formação para conseguir determinar se houve ou não uma alteração nos formandos.
O conhecimento dos formandos pode ser avaliado através de testes de
conhecimentos, cujo objectivo é determinar o grau de aprendizagem; enquanto que a
avaliação do desempenho pressupõe uma avaliação no domínio psicomotor e é feita
através de fichas de avaliação prática, cujo objectivo é verificar se o formando
consegue ou não executar determinada tarefa. Por sua vez, as atitudes dos formandos
são mensuráveis através de escalas de atitudes.
Nível 2 - Avaliação da aprendizagem (aprenderam?)
Objectivo: Determinar o que os formandos aprenderam durante a formação.
Tendo em conta que os objectivos de cada sessão de formação estão bem
definidos pelo formador, os resultados da avaliação da aprendizagem serão claros.
Principais Vantagens: • Promover a acção de formação, uma vez que a obtenção de
resultados positivos é sinal de uma formação eficaz; • Compreender o grau de aprendizagem dos formandos; • Facilitar a interpretação dos resultados obtidos no nível 3 (se não se
obtiverem resultados no nível 3, e se os resultados do nível 2 forem positivos, exclui-se como causa qualquer falha na formação);
• Melhorar a acção de formação, através das informações recebidas dos formandos.
Nível 3 - Avaliação do comportamento na função (aplicaram?)
MÓDULO I - SENSIBILIZAÇÃO PARA O ELEARNING NA ORGANIZAÇÃO
62
Note bem: este nível de avaliação é muito mais difícil de determinar do que os níveis
anteriores, porque as alterações de comportamento no local de trabalho são mais
difíceis de medir do que a reacção e a aprendizagem. É essencial, por isso, deixar
passar algum tempo após a formação para poder proceder a uma correcta avaliação
da mudança de comportamento no local de trabalho.
Objectivo: Descobrir se o comportamento dos formandos no local de
trabalho sofreu ou não alterações como resultado directo da sua participação em determinada formação.
Este nível envolve especificamente a medição da transferência de
conhecimento, desempenho e atitude.
Principais Vantagens: • Promover a acção de formação, uma vez que a obtenção de resultados positivos é sinal de uma formação eficaz;
• Compreender o grau de aprendizagem dos formandos;
• Facilitar a interpretação dos resultados obtidos no nível 3 (se não se obtiverem resultados no nível 3, e se os resultados do nível 2 forem positivos, exclui-se como causa qualquer falha na formação);
•Melhorar a acção de formação, através das informações recebidas dos formandos.
Nível 4 - Avaliação dos resultados para a organização (tem interesse para a organização?)
Objectivo: Compreender se a acção de formação deu origem a resultados finais,
especialmente resultados que contribuam para um melhor desempenho na empresa.
Este nível não se restringe ao retorno do investimento da formação (ROI –
Return on Investment); pode incluir outros resultados que contribuam para o bom funcionamento da organização.
Principais Vantagens:
• Aumento da qualidade do trabalho e da produtividade;
• Aumento nas vendas e menor desperdício de recursos;
• Aumento da qualidade de vida no local de trabalho;
• Melhoramento das relações humanas;
• Diminuição do absentismo e maior satisfação no emprego;
• Redução dos acidentes de trabalho;
• Aumento dos lucros.
MANUAL TÉCNICO DO FORMANDO
63
Note bem: a avaliação deste nível é de confirmação delicada, uma vez que é muito
difícil apontar fortes evidências em como foi a acção de formação a única responsável
pelos resultados obtidos. Neste nível já estão envolvidas numerosas variáveis externas
à formação que também se reflectem nos resultados obtidos, daí que seja muito difícil
isolar os efeitos da formação. Além disso, os resultados obtidos neste nível são já
bastante distantes da formação e só podem ser comprovados muito tempo depois,
implicando que outras situações ocorram antes para que se possam verificar os
resultados:
Formação → Reacção → Aprendizagem → Comportamento → Produtividade →
Aumento dos lucros (Resultados).
SÍNTESE
O sistema de avaliação é uma parte importante da componente de aprendizagem,
MÓDULO I - SENSIBILIZAÇÃO PARA O ELEARNING NA ORGANIZAÇÃO
64
pois permite aos intervenientes na formação dar e receber feedback sobre a
progressão na aprendizagem.
A avaliação pode utilizar testes, exercícios, demonstrações, jogos, simulações etc. Ao
conceber um teste online, podem ser utilizados vários tipos de questões, como:
verdadeira/falsa, escolha múltipla, texto livre, associação, identificação de figuras,
arrastamento, preenchimento de espaços etc.
Os quatro níveis de avaliação de Kirkpatrick: Reacção, Aprendizagem,
Comportamento e Resultados, permitem medir a qualidade e os efeitos de uma acção
de formação.
MANUAL TÉCNICO DO FORMANDO
65
3.9. UNIDADE 9 – O PAPEL DO TUTOR/E-FORMADOR
O papel do tutor/e-formador difere do papel do formador em formação presencial:
ele já não é a fonte principal da transmissão do conhecimento, uma vez que toda a
informação está já inserida na plataforma de ensino.
O e-formador adquire novas capacidades e a gestão dos conteúdos é uma delas; essa
necessidade de gerir os conteúdos formativos dá-lhe a importante tarefa de
desenvolver a ligação entre os diversos módulos do curso. O tutor é um elemento
chave no processo de aprendizagem em eLearning: torna-se coordenador
pedagógico do curso, acompanhando o processo de formação, assumindo um papel
fundamental na facilitação da aprendizagem.
O papel do tutor/e-formador passa agora pela orientação dos formandos durante o
curso, para garantir que o terminem com sucesso.
Podemos atribuir ao e-formador as seguintes funções:
• Dar as boas-vindas aos formandos;
• Incentivar, motivar e facilitar a sua aprendizagem;
• Acompanhar o seu progresso durante o curso;
• Apoiar os formandos através do esclarecimento de dúvidas;
• Garantir o cumprimento dos timings do curso.
Existem diferenças entre o formador tradicional e o e-formador?
Para responder a esta pergunta devemos ter em conta que:
• O e-formador enquadra-se num modelo de pedagogia activa, centrado no
formando (que interage com os conteúdos e aprende de forma autónoma)
e faz com que o formador assuma um papel de “gestão da
aprendizagem”;
MÓDULO I - SENSIBILIZAÇÃO PARA O ELEARNING NA ORGANIZAÇÃO
66
• No modelo de formação tradicional, o formando não é o sujeito mas o
“objecto da formação” (recebe passivamente os conteúdos) e o formador é
tido como o “detentor de todo o saber”.
3.9.1 Diferenças entre o papel do e-formador e do Formador tradicional
O que se espera do formador?
Orientar a aprendizagem, sendo o dinamizador do estudo dos
conteúdos programáticos e respectiva
transferência.
Papel Atitude face às TIC
e-Formador
Ter e transmitir conhecimentos.
Formador Tradicional
Utilização das TIC
Competências téc.-prof.
A máquina é um elemento para estimular
a aprendizagem.
Papel Atitude face às TIC
e-Formador
Receio de ser substituído
pela máquina.
Formador Tradicional
Utilização das TIC
Competências téc.-prof.
MANUAL TÉCNICO DO FORMANDO
67
Utiliza-as, conjuntamente com os formandos,
como instrumento para a troca de conhecimento e ideias.
Papel Atitude face às TIC
Utilização das TIC
Competências téc.-prof.
e-Formador
Utiliza-as na preparação e animação da sessão de formação.
Formador Tradicional
Domínio da sua área de actividade, em termos científicos e
tecnológicos. Conhecimentos técnicos na área da informática e
das telecomunicações.
Papel Atitude face às TIC
Utilização das TIC
Compe tências téc.-prof.
e-Formador
Domínio da sua área de actividade, em termos
científicos e tecnológicos.
Formador Tradicional
Utilizar conteúdos atractivos. Conhecer os processos e métodos
de formação a distância e as plataformas e adequá-los
consoante os conteúdos e público-alvo.
Facilitar a participação e a motivação.
Competências Pedagógicas
Comp. Sociais e Relacionais
e-Formador
Transmitir conhecimentos de forma clara e objectiva. Envolver os
formandos, através da observação e
interacção directa.
Formador Tradicional
Características Pessoais
MÓDULO I - SENSIBILIZAÇÃO PARA O ELEARNING NA ORGANIZAÇÃO
68
3.9.2 Tutor... um perito na construção de conteúdos multimédia?
Os tutores online devem também possuir algumas competências na concepção de
conteúdos multimédia (processo de Instructional Design). Por vários motivos:
• Pode ser-lhes pedido que, para além da construção dos conteúdos do
curso, definam também a sua estrutura (sessões, unidades, módulos, etc.);
• Podem assumir o papel de “conselheiro pedagógico” junto da equipa de
Capacidade de moderação. Dinamismo e criatividade.
Capacidade de crítica e autocrítica. Gosto por trabalhar em equipa.
Confiança. Calma.
Competências Pedagógicas
Comp. Sociais e Relacionais
e-Formador
Estabilidade emocional. Capacidade de comunicação.
Facilidade de comunicação interpessoal.
Formador Tradicional
Características Pessoais
Ouvinte e observador. Flexibilidade. Capacidade de
Improvisação. Criativo.
Competências Pedagógicas
Comp. Sociais e Relacionais
e-Formador
Carisma. Intuição. Capacidade de
comunicação verbal/ não verbal.
Formador Tradicional
Características Pessoais
MANUAL TÉCNICO DO FORMANDO
69
desenvolvimento, o que implica que tenham noções mínimas do processo
de construção de conteúdos multimédia;
• Podem sentir necessidade de avaliar e consultar cursos similares aos que
ministram, necessitando por isso de algumas competências na área;
• Devem conhecer pormenorizadamente a estrutura do curso para poder
explicar todas e quaisquer dúvidas que surjam aos formandos durante o
seu percurso de aprendizagem;
• Caso seja detectada alguma falha ou erro no curso, é elementar que
possuam os conhecimentos necessários para proceder à sua alteração ou
resolução, mesmo que através de alternativas.
SÍNTESE
O tutor/e-formador adquire novas competências em eLearning. Ele deixa de ser a
principal fonte de informação, assumindo um papel fundamental na facilitação do
processo de aprendizagem.
Existem várias diferenças entre o formador tradicional e o e-formador desde o que é
esperado, as atitudes face às TIC na formação, utilização das TIC, competências
técnico-profissionais, pedagógicas, sociais e relacionais, pessoais.
Os tutores devem também possuir algumas competências na concepção de
conteúdos multimédia, de forma a poderem apoiar o processo de desenvolvimento
da formação e apoiar o formando em caso de erros ou falhas no curso durante a
aprendizagem.
MÓDULO I - SENSIBILIZAÇÃO PARA O ELEARNING NA ORGANIZAÇÃO
70
3.10. UNIDADE 10 – CARACTERÍSTICAS DE UM CONTEÚDO ELEARNING
Uma das características elementares de um conteúdo em eLearning é a
interactividade.
Os conteúdos de eLearning devem privilegiar a interactividade, seja ela entre os
formandos e o próprio conteúdo, entre os formandos e a plataforma onde estão os
conteúdos, entre os formandos (propiciando a colaboração entre eles) ou entre os
formandos e o tutor.
Para isso, é necessário possuir objectivos capazes de motivar e envolver os formandos,
dando-lhes espaço para aprender fazendo e garantir que a estrutura do próprio curso
é capaz de assegurar os diferentes tipos de interactividade referidos acima.
A partir do momento em que estão definidos os papéis dos diferentes actores do
curso em eLearning:
• Quem – os formandos;
• O Quê – os conteúdos;
• Como – a pedagogia formativa;
• Quando e onde – o contexto de aprendizagem.
Podem ser definidas as estratégias formativas que permitem construir todo o
dispositivo interactivo de aprendizagem, que privilegia preferencialmente o método
construtivista (aprender fazendo).
Note bem: em eLearning a interactividade quer-se cognitiva, uma vez que se
pretende que o formando seja uma parte determinante no seu processo de
aprendizagem, envolvendo-se directamente com o dispositivo de aprendizagem.
MANUAL TÉCNICO DO FORMANDO
71
1. O processo de Instructional Design
Para garantir o sucesso e qualidade dos conteúdos para eLearning é extremamente
importante definir de forma eficiente todas as etapas necessárias à concepção,
desenvolvimento e implementação dos conteúdos.
Ao processo que define todas estas etapas chamamos de Instructional Design (ISD),
processo esse que é crucial para determinar todos os elementos do processo de
eLearning: quem, o quê, quando, porquê e como.
Existem vários modelos de Instructional Design, mas o mais utilizado é o ADDIE:
Analysis (análise), Design (desenho), Development (desenvolvimento), Implementation
(implementação) e Evaluation (avaliação).
Este é um dos modelos mais utilizados de Instructional Design, devido à sua
abrangência genérica e pressupõe a existência de 5 fases.
Cada uma destas fases é uma actividade em desenvolvimento, mesmo durante o
processo formativo. Repetem-se continuamente, de modo a melhorar e dar mais
garantias de qualidade à formação.
Análise
Avaliação
Desenvolvimento
Implementação Desenho
MÓDULO I - SENSIBILIZAÇÃO PARA O ELEARNING NA ORGANIZAÇÃO
72
1.1 Análise (Analysis)
Fase associada à planificação do projecto de formação que implica também uma
recolha de informação.
Nesta fase devem, igualmente, ser tidos em conta todos os elementos relacionados
com as necessidades de formação e com os recursos tecnológicos a utilizar. Três tipos
de análise devem ser efectuadas:
1. Análise das necessidades da organização:
• Identificar os objectivos que se pretendem alcançar com o projecto de
eLearning a desenvolver;
• Identificar os resultados explícitos do projecto (instalação de um LMS,
desenvolvimento de cursos, etc.);
• Identificar as vantagens económicas (ROI) do projecto;
• Identificar se o projecto vai substituir ou complementar as acções de
formação actuais;
• Identificar a necessidade de instalação de um LMS in-house versus em
regime de ASP;
• Identificar as necessidades de integração do projecto com outros sistemas
de informação;
• Identificar o custo global do projecto.
2. Análise das necessidades dos utilizadores:
• Identificar as necessidades de formação dos utilizadores (âmbito dos
cursos);
• Identificar se os cursos são destinados a melhorar capacidades,
conhecimentos e/ou atitudes;
• Identificar a necessidade de simular/aceder a sistemas de informação
para desenvolver cursos de melhoria do seu desempenho profissional;
• Identificar o grau de conhecimentos informáticos e nível de educação dos
MANUAL TÉCNICO DO FORMANDO
73
utilizadores.
3. Análise técnica:
• Identificar os recursos informáticos da organização (servidores, rede, etc.)
e dos utilizadores finais (estações de trabalho);
• Identificar a “cultura” informática da organização (fornecedores de
hardware, sistemas de informação, etc.).
1.2 Desenho (Design)
Uma das fases mais críticas do processo de Instructional Design. Pressupõe diversas
etapas:
1. Desenho da interface:
• Garantir todas as funcionalidades necessárias para que o utilizador navegue
na aplicação da forma mais intuitiva e transparente possível;
• Permitir que o utilizador controle o processo de aprendizagem;
• Envolver o responsável final pelo projecto no processo, pois este pode
requerer determinadas funcionalidades que devem ser discutidas e analisadas
em conjunto nesta fase;
• Escolher os elementos gráficos adequados ao tipo de utilizadores (identificado
na fase de Análise);
• Definir abordagens baseadas em “metáforas” e os interfaces que melhor as
suportem, incluindo as normas já existentes e estabelecidas pela organização
em termos de Design.
2. Teste à usabilidade da interface:
• Testar a interface com os utilizadores reais ou com quem possua níveis de
capacidades e conhecimentos similares;
• Observar a reacção dos utilizadores à interface (como reagem às cores, ao tipo
de navegação, etc.);
• Voltar novamente ao desenho da interface, se for caso disso, de forma a
MÓDULO I - SENSIBILIZAÇÃO PARA O ELEARNING NA ORGANIZAÇÃO
74
refiná-la, e seguir este processo interactivo até se chegar a uma versão
aceitável da interface.
3. Design de templates:
• Basear os templates na interface testada;
• Incluir páginas em branco com os elementos da interface relativos à
navegação;
• Incluir páginas tipo, que se possam eventualmente repetir (separadores,
apresentação de conteúdos do mesmo tipo de forma normalizada e
interactiva, etc.);
• Preparar os templates para reutilização.
4. Preparação do documento de suporte ao desenho e concepção:
• Definir os requisitos de hardware e software necessários;
• Descrever as limitações de largura de banda;
• Descrever as configurações de software;
• Descrever os detalhes técnicos requeridos pela interface;
• Descrever as normas a seguir para garantir a compatibilidade dos servidores,
segurança externa e controlo de acessos. Se for o caso, descrever as
funcionalidades básicas do LMS e da integração deste com a infra-estrutura
da organização;
• O especialista de design e concepção deve incluir um resumo das conclusões
da fase anterior de análise, objectivos de aprendizagem e abordagem
pedagógica para ir ao encontro desses objectivos.
5. Design pedagógico:
• Identificar as matérias a abordar, trabalhando em conjunto com os
especialistas nas áreas dos cursos, definindo a estrutura geral dos mesmos
(organização curricular) e os objectivos de cada uma das suas unidades;
• Resumir a informação a apresentar, identificando as suas fontes;
• Definir os diferentes formatos para os conteúdos, de acordo com diferentes
MANUAL TÉCNICO DO FORMANDO
75
métodos de aprendizagem;
• Desenvolver storyboards, descrevendo a forma como os conteúdos devem ser
apresentados em termos de informação (texto, imagens, etc.) e
interactividade, de acordo com várias abordagens pedagógicas (apresentação,
simulação, avaliação, etc.);
• Submeter os storyboards desenvolvidos a aprovação junto dos especialistas das
áreas dos cursos.
1.3 Desenvolvimento (Development)
Esta fase está intimamente relacionada com o desenvolvimento dos conteúdos e
eventual customização e integração no LMS. Nesta fase estão previstas pequenas
revisões às especificações abordadas na fase de desenho, sendo posteriormente
necessário implementar e testar as alterações aos sucessivos protótipos. Conheçamos
melhor cada uma dessas etapas:
1. Criação de media:
• Criar a variedade de conteúdos de acordo com os storyboards (texto, imagens,
animações Flash ou shockwave, sequências de vídeo, etc.);
• Respeitar as normas especificadas no documento de suporte ao Design;
• Respeitar a compatibilidade dos conteúdos com a interface criada.
2. Criação de documentos HTML:
• Integrar os conteúdos de media criados num formato HTML;
• Utilizar os templates criados previamente.
3. Programação – integração de bases de dados:
• Desenvolver páginas dinâmicas, baseadas numa arquitectura
cliente/servidor, e em interfaces com bases de dados (ASP, objectos COM+,
etc.);
• Desenvolver código específico para eventual integração do LMS com outros
MÓDULO I - SENSIBILIZAÇÃO PARA O ELEARNING NA ORGANIZAÇÃO
76
sistemas de informação da organização.
4. Programação – (Hard Core):
• Programar interacções sofisticadas, caso estas tenham sido definidas pelos
especialistas em Design e concepção, recorrendo a ferramentas específicas ou a
linguagens de programação, como o JAVA, Javascript, etc.;
• Desenvolver interfaces sofisticadas de controlo de conteúdos desenvolvidos,
por exemplo, em Flash.
1.4 Implementação (Implementation)
Fase onde se implementam os conteúdos na plataforma de suporte ao eLearning,
procedendo-se a testes em ambientes de produção e à eventual formação/preparação
dos tutores do curso. Eis os elementos desta fase:
1. Instalação:
• Instalar os conteúdos na infra-estrutura de suporte;
• Configurar o servidor em termos de sistema operativo, base de dados e LMS,
de acordo com as especificações dos conteúdos instalados;
• Testar as funcionalidades básicas dos conteúdos, de acordo com as
especificações definidas.
2. Manutenção:
• Manter a infra-estrutura em funcionamento, gerindo os mecanismos de
segurança ao nível do servidor e LMS;
• Manter os conteúdos instalados, monitorizando os ficheiros de log e/ou
instalando novos conteúdos.
1.5 Avaliação (Evaluation)
Esta fase contempla as tarefas relacionadas com a avaliação do projecto desenvolvido,
o fecho do mesmo e com a planificação e execução de alterações pontuais aos
MANUAL TÉCNICO DO FORMANDO
77
conteúdos. É composta pelos seguintes elementos:
1. Teste e avaliação:
• Avaliar se os objectivos definidos na fase de análise foram alcançados;
• Testar os produtos desenvolvidos e instalados, identificando problemas que
sejam necessários corrigir;
• Utilizar os quatro níveis do modelo de avaliação de Kirkpatrick para avaliar
os resultados atingidos.
2. Fecho do projecto e planificação de actualizações:
• Produzir relatório interno relacionado com a conclusão do projecto, avaliando
a forma como foram alcançados os objectivos propostos em termos de
calendarização e de recursos utilizados, estabelecendo uma comparação com
o previsto no plano de trabalho;
• Fechar o projecto, através da formalização de uma aceitação do mesmo pelo
seu responsável final e definir as condições da manutenção do mesmo.
3. Metodologia de controlo do projecto (gestão e garantia da qualidade):
• Estabelecer mecanismos de comunicação entre a equipa técnica e a equipa de
especialistas responsáveis pelo acompanhamento da elaboração do guião e
dos aspectos pedagógicos, quer seja ela interna ou externa, (marcar reuniões,
preparar ou rever a documentação produzida no âmbito do projecto, etc.);
• Verificar a qualidade do trabalho produzido em todas as fases do projecto,
reportando e apresentando soluções para as situações detectadas de não
conformidade;
• Garantir o desenrolar das tarefas de acordo com o plano de actividades
inicialmente apresentado.
O desenho pedagógico de conteúdos é um processo que faz parte do Instructional
Design, mas a um segundo nível, o de desenho dos conteúdos.
MÓDULO I - SENSIBILIZAÇÃO PARA O ELEARNING NA ORGANIZAÇÃO
78
2. Objectos de aprendizagem
O conceito essencial nesta metodologia é o de unidades autónomas de aprendizagem,
comummente designadas por Objectos de Aprendizagem – apesar de não
representarem o mesmo conceito.
Conceito: Por Objecto de Aprendizagem entende-se toda e qualquer unidade de
aprendizagem capaz de ser misturada e adicionada a percursos personalizados de
aprendizagem.
São compostos por duas classes de objectos: uma relacionada com os recursos base
da construção dos conteúdos (os assets da norma SCORM), outra com o tipo de
mecanismo de aprendizagem que lhe está associada (Sharable Content Object).
Os conteúdos e objectos da Classe I (assets) são constituídos por diversos recursos
físicos, tais como: páginas HTML, ASP, entre outras, imagens, animações e outros
materiais multimédia (áudio, animação e vídeo).
Por sua vez, os recursos da Classe II (Sharable Content Objects) estão divididos por
diferentes tipos de objectos: de instrução, de colaboração, práticos e de avaliação.
Identifiquemos agora as vantagens deste modelo:
• Facilidade de actualização dos conteúdos;
• Facilidade de organização (e consequente pesquisa) dos materiais de
aprendizagem);
• Aplicação em vários contextos;
• Maior facilidade de interacção com os conteúdos;
• Facilidade de integração com outros sistemas e matérias de aprendizagem;
• Maior interoperabilidade das competências a adquirir com a sua aplicação
prática;
• Valor acrescido para o conteúdo e conhecimento em geral.
MANUAL TÉCNICO DO FORMANDO
79
A iniciativa SCORM desenvolve, actualmente, esforços no sentido de definir e
encontrar uma classificação de Objectos de Aprendizagem para permitir uma maior
uniformização na catalogação/indexação.
Actualmente, existe já uma estrutura de classificação para os Objectos de
Aprendizagem, que pressupõe as seguintes categorias:
• Formato;
• Dimensão;
• Requisitos de distribuição;
• Autoria;
• Propriedade;
• Número da versão;
• Objectivo pedagógico;
• Características pedagógicas;
• Tipo de interactividade.
As características acima descritas representam os metadados que, não só facilitam a
pesquisa de objectos já existentes, como também apontam um caminho para uma
estrutura de indexação final de Objectos de Aprendizagem.
3. Ferramentas para desenhar conteúdos
A ferramenta principal para desenhar o conteúdo é o guião (muitas vezes apresentado
no formato de storyboard); não é mais do que um elemento estruturante do processo
de concepção pedagógica que facilita a comunicação com a equipa de
desenvolvimento.
Conceber um guião ou storyboard é umas das tarefas do Instructional Designer, o
responsável pelo processo de concepção pedagógica dos conteúdos.
MÓDULO I - SENSIBILIZAÇÃO PARA O ELEARNING NA ORGANIZAÇÃO
80
O guião do curso é desenvolvido na fase de desenho do curso e ocorre ainda durante
a sua planificação. Esta ferramenta não é mais do que um elemento de comunicação
entre a pessoa que desenvolve o conteúdo e a equipa de desenvolvimento do mesmo.
A definição de um guião deve ser feita em consonância com a estratégia formativa
definida para o curso, uma vez que nele deve estar inseridas as várias componentes
do conteúdo e os diferentes modos de interacção.
Existem variadas formas de apresentar um guião, o seu formato varia, consoante a
metáfora de comunicação escolhida entre a equipa de desenvolvimento e a pessoa
responsável pela concepção dos conteúdos.
O guião é um documento que inclui todas as funcionalidades do curso,
nomeadamente sistema de navegação, de interacção e os conteúdos a inserir. Existem
vários tipos de guião que variam consoante o tipo de curso a desenvolver.
No entanto, podemos estabelecer alguns dos elementos essenciais que devem ser
inseridos em qualquer guião:
• Número de ecrã;
• Texto a apresentar;
• Média (ilustrações, animações, vídeo, áudio, etc.);
• Tipo de Interactividade (ouvir, ler, fazer, etc.);
• Tipo de navegação (avançar, retroceder, sair, etc.).
Eis o exemplo de um storyboard:
MANUAL TÉCNICO DO FORMANDO
81
A concepção de conteúdos pedagógicos para eLearning assenta essencialmente no
modelo pedagógico (previamente delineado) e nos conteúdos formativos a
disponibilizar através dos meios tecnológicos.
A tecnologia assume um papel importante mas condicionado pelas opções
pedagógicas do curso. Ou seja, são os objectivos do curso que lideram um sistema de
eLearning, e não a tecnologia.
Definir claramente e sem qualquer tipo de ambiguidades um objectivo é estabelecer
de imediato uma linha orientadora no processo de concepção. Os objectivos devem
ter em conta os formandos, nomeadamente as suas necessidades e expectativas.
Os objectivos devem salientar a necessidade de alterar comportamentos – devem
especificar os conhecimentos, capacidades e atitudes observáveis e, se possível,
mensuráveis.
Área de identificação do curso, módulo e unidade
Área do conteúdo
Área reservada para a descrição da interactividade
Descrição de elementos extra que, neste exemplo são dicas
Área reservada para descrever outras observações
Área reservada para a descrição doss elementos audio do ecrã
Área onde deve ser inserida a ilustração, imagem do texto ou uma sua descrição
Identificação do n.º de ecrãs
Área de identificação do tipo de interactividade
Área de identificação dos diferentes objectos do ecrã
MÓDULO I - SENSIBILIZAÇÃO PARA O ELEARNING NA ORGANIZAÇÃO
82
Conteúdos personalizados
Todo e qualquer projecto de eLearning está dependente da personalização dos
conteúdos e percursos formativos. Há claramente uma tendência para construir um
ensino adaptado às necessidades individuais dos formandos.
Este ensino adaptado ao indivíduo implica que não se descurem os tipos de
interactividade inerentes a cursos em eLearning:
• Interacção formando-conteúdo;
• Interacção formando-formando/tutor;
• Interacção formando-sistema.
Ou seja, para além da necessidade de ter conteúdos motivantes, envolventes e
adaptados às necessidades dos formandos, é essencial determinar eficazmente os
mecanismos de interactividade que interferem na utilização das ferramentas de
comunicação das diferentes plataformas e no próprio acesso à plataforma.
E em relação a situações de Blended learning?
Uma estratégia de aprendizagem para b-learning deve integrar, de modo homogéneo,
actividades com variados níveis de interactividade, tais como:
• Jogos e simulações;
• Casos de estudo / e demonstrações/exemplos;
• Testes/questionários e exercícios práticos;
• Grupos de discussão;
• Leituras.
Estas actividades podem ser apresentadas sob diferentes formatos:
• Textos electrónicos;
• Imagens ou gráficos;
• Animações (ou qualquer outro suporte multimédia);
• Modelação 3D/realidade virtual;
MANUAL TÉCNICO DO FORMANDO
83
• Videoconferência e comunidades virtuais.
As ferramentas de autor permitem a criação e desenvolvimento de conteúdos de
forma mais rápida e, em alguns casos, uma maior autonomia relativamente aos
programadores multimédia.
Existem ferramentas de autor que permitem criar conteúdos sem necessidade do
domínio de competências de programação, uma vez que estas ferramentas são cada
vez mais user friendly; no entanto, continuam a ser softwares que têm uma curva de
aprendizagem superior a uma aplicação de processamento de texto ou de
apresentações.
Note bem: Este tipo de software é uma componente fundamental do kit de
ferramentas de uma equipa de produção de conteúdos para eLearning porque
optimiza o processo de desenvolvimento ao nível da concepção e da produção.
A escolha de uma ferramenta de autor está essencialmente relacionada com a
complexidade do conteúdo ou da metodologia pedagógica de exploração desse
conteúdo.
As ferramentas de autor mais fáceis de utilizar permitem menos criatividade
pedagógica e a produção de conteúdos menos complexos. Por outro lado, existem
ferramentas específicas para conteúdos de formação generalistas, para simulações de
aplicações informáticas e para a produção de avaliações.
Quando pretendemos o desenvolvimento de conteúdos mais complexos, e dar
liberdade à criatividade pedagógica dos conceptores, é necessário recorrer a
ferramentas de autor que exigem competências de programação, e por essa razão
menos acessíveis ao formador, como é o caso do Flash da Macromedia. É necessário ter
também em conta que o desenvolvimento de conteúdos com recurso a algumas
ferramentas obriga à instalação de aplicações relativamente pesadas no browser do
MÓDULO I - SENSIBILIZAÇÃO PARA O ELEARNING NA ORGANIZAÇÃO
84
formando.
Software
Utilização
Requisitos do browser (utilizador)
Director Aplicações multimédia interactivas Macromedia Shockwave Web Player
Flash Animação e interactividade na Web Macromedia Flash Player
Toolbook Conteúdos de Formação Plug-in Click2Learn Neuron ou JavaScript
ReadyGo Conteúdos de Formação JavaScript
Trainersoft Conteúdos de Formação JavaScript
DazzlerMax Conteúdos de Formação Java
TutorPro Conteúdos de Formação em TI Ficheiro OCX
Dreamweaver Desenvolvimento Web (genérico) JavaScript
Viewlet Builder Desenvolvimento de tutoriais através de captura de ecrãs e animações do cursor Macromedia Flash Player
Course Builder Templates para eLearning (add-on do Dreamweaver) JavaScript
MANUAL TÉCNICO DO FORMANDO
85
Macromedia Director – Ficha Técnica
Fornecedor:
Adobe.
Acessibilidade e utilização:
Dispositivo de comportamentos para facilitação da acessibilidade.
Suporte Multimédia:
Integração com mais de 40 tipos de media; Importação de ficheiros Flash MX; Suporte
de RealMedia; Controlo de som preciso; Suporte do QuickTime da Apple; Suporte do
Real-Time 3D interactivo.
Normalização:
Cumprimento dos padrões de acessibilidade; Suporte do protocolo de Internet.
Flexibilidade e Integração:
Integração com Flash MX; Integração com Fireworks MX.
Comando e Controlo
• Linguagem de programação Lingo;
• Extensões Xtra;
• Ambiente autoral dinâmico;
• Run-Time imaging;
• Comportamentos de transição;
• Canal Alpha.
Página Web:
http://www.adobe.com/products/director/
MÓDULO I - SENSIBILIZAÇÃO PARA O ELEARNING NA ORGANIZAÇÃO
86
Adobe Flash – Ficha Técnica
Fornecedor:
Adobe.
Acessibilidade e Utilização:
Flexibilidade do espaço de trabalho; Filtro de propriedades relevantes; Pastas dos
layers; Distribuição de objectos pelos layers; Biblioteca de símbolos; Partilha da
biblioteca de símbolos; Edição de símbolos no próprio lugar; Componentes para
utilizadores de interface; Componentes personalizados; Componentes personalizáveis
para desenhos de interfaces; Pré-visualização de componentes; Dados permanentes
de clientes, através de objectos partilhados.
Suporte Multimédia:
Suporte de vários formatos de vídeo; Carregamento dinâmico de ficheiros JPEG e
MP3; Suporte de áudio de alta-fidelidade; Campos de texto reguláveis; Substituição
de tipos de letra em falta; Quebra de texto separada; Possibilidade de texto vertical;
Suporte multi-língua; Tecnologias de acessibilidade de desenvolvimento e playback;
Editor de actionscript.
Normalização:
Suporte nativo para Machintosh OS X e Windows XP; Capacidade de desenho e
utilização de conteúdos para todas as plataformas que suportem o Flash Player.
Exportação para múltiplos formatos de ficheiro; Compressão para ficheiros SWF;
Normalização de dados XML, para interconectividade com servidores.
Flexibilidade e Integração:
Compatibilidade com Flash 5; Ferramentas intuitivas de desenho; Ferramenta de
transformação livre; Modificador de forma distorcida; Modificador da forma de
MANUAL TÉCNICO DO FORMANDO
87
envelope; Precisão ao nível do pixel; Funcionalidade de gestão de cores; Máscaras
dinâmicas; Integração com Dreamweaver; Importação de ficheiros FreeHand;
Importação a partir do Fireworks PNG.
Comand o e Controlo:
Templates pré-construídas; Painel de dúvidas e respostas da Macromedia; Lições
preparadas, tutoriais e amostras.
Página Web:
http://www.adobe.com/products/flash/
MÓDULO I - SENSIBILIZAÇÃO PARA O ELEARNING NA ORGANIZAÇÃO
88
Toolbook – Ficha Técnica
Fornecedor:
SumTotal Systems.
Acessibilidade e Utilização:
Uso de objectos para criação de simulações que acedem e gravam automaticamente os
desempenhos do utilizador; sistema Action Event para desenvolvimento extensivo de
conteúdos; Funcionalidades múltiplas para o aumento da eficiência da avaliação.
Suporte Multimédia:
Suporte de UMP, Popup UMP, Streaming Real Player, streaming Windows Media
Player, Video Players, Popup Video Players, Video-Text Synchronizer, Streaming
Popup-Player, Hotwort Media Players, Media Player Buttons, GIF animados, gráficos
Web, campos Web, gráficos de URLs exteriores, Java, Neuron, PowerPoint e controlos
OCX ou ActiveX controls.
Normalização:
Cumprimento das normas SCORM e AICC.
Flexibilidade e Integração:
Inter-operabilidade com os sistemas Aspen, bem como outros sistemas LMS;
Capacidade de integração com CD-ROM, Internet ou Intranet.
Comando e Controlo:
Informação não disponibilizada.
Página Web:
http://www.sumtotalsystems.com/
MANUAL TÉCNICO DO FORMANDO
89
ReadyGo – Ficha Técnica
Fornecedor:
ReadyGo.
Acessibilidade e Utilização:
Acessibilidade a partir de qualquer browser; Funcionalidade para a facilitação da
navegação; Utilização de caixa de diálogo, em vez de WYSIWYG; Páginas Web,
editáveis e pesquisáveis; Arquitectura que permite o acesso a qualquer elemento com
o máximo de três digitações; Mapa do site, para os cursos poderem ser usados para
referência futura; Gráficos pequenos para downloads mais rápidos.
Suporte Multimédia:
Integração de elementos multimédia, tais como vídeos, gráficos e simulações.
Normalização:
Cumprimento das normas AICC, SCORM, IMS (XML) e ADA/W3C.
Flexibilidade e Integração:
Rapidez de downloads; Funcionamento em qualquer servidor de rede; Capacidade de
integração com a maioria dos LMS, nomeadamente: Avilar, docent, GeoMatrix,
Knowledge Planet LearnFrame, MaxIT, Meridian KSI, Oracle, Questionmark, Saba e
THINQ.
Comando e Controlo:
Geração automática de HTML e JavaScript padrão; Geração automática de índices de
cursos e capítulos; Geração automática de elementos de navegação.
Página Web:
http://www.readygo.com/
MÓDULO I - SENSIBILIZAÇÃO PARA O ELEARNING NA ORGANIZAÇÃO
90
Trainersoft – Ficha Técnica
Fornecedor:
OutStart.
Acessibilidade e Utilização:
Flexibilidade de utilização de templates, pré-desenhadas; Capacidade de características
abrangentes de teste.
Suporte Multimédia:
Capacidade de inclusão de Flash, streaming video e áudio, Web windows, Java scripts,
ligações a páginas Web, e-mail e grupos de chat.
Normalização:
Cumprimento das normas AICC e SCORM.
Flexibilidade e Integração:
Compatibilidade para distribuição rápida de conteúdos na web, em CD-ROM ou em
rede.
Comando e Controlo:
Sistema Access Manager para elevada capacidade de restreamento e reporte.
Página Web:
http://www.outstart.com/
MANUAL TÉCNICO DO FORMANDO
91
DazzlerMax – Ficha Técnica
Fornecedor:
MaxIT.
Acessibilidade e Utilização:
Capacidade de dispensar linguagens de programação; Sistema de arrastamento de
ícones; Funcionalidade de criação de apresentações personalizadas.
Suporte Multimédia:
Suporte dos formatos gráficos: BMP, PC, TIFF, TARGA, EPS, JPEG, WMF, PSD, PNG,
PICT, Word Perfect, Sun Raster e Photo CD; Suporte dos formatos de som: WAV,
MID, RMI, AU, SND, MPA, ActiveMovie, directSound e CD Áudio; Suporte dos
formatos de vídeo: Vídeo para Windows, Quicktime e MPEG; Suporte do formato de
animação FLC.
Normalização:
Cumprimento das normas AICC/IMS; Cumprimento das normas SCORM.
Flexibilidade e Integração:
Capacidade de publicação em Internet ou Intranet, sem auxílio de outro programa.
Comando e Controlo:
Templates instrucionais para o desenvolvimento de eLearning; Leitura e escrita de
conteúdos de qualquer base de dados ODBC; Leitura e escrita de conteúdos de
ficheiros exteriores; Variáveis para rastreamento de qualquer tipo de dados; Controlo
de outras aplicações através de DDE; Suporte de ficheiros para controlos Active-X;
Fluxo de apresentação de controlo com lógica condicional; Controlo do interface MCI;
Controlos de formato para entrada e validação de dados; Gravador de macros
integrado.
MÓDULO I - SENSIBILIZAÇÃO PARA O ELEARNING NA ORGANIZAÇÃO
92
Página Web:
http://www.dazzlersoft.com/
MANUAL TÉCNICO DO FORMANDO
93
TutorPro – Ficha Técnica
Fornecedor:
TutorPro.
Acessibilidade e Utilização:
Capacidade de criação do script, em Word; Capacidade de adição das interacções
requeridas pelos script; Compilação e teste; Capacidade de criação de testes e
exercícios interactivos.
Suporte Multimédia:
Capacidade de captura de gráficos directamente para a área de trabalho do autor.
Normalização:
Informação não disponibilizada.
Flexibilidade e Integração:
Informação não disponibilizada.
Comando e Controlo:
Capacidade de auxílio e feedback para a orientação rápida do utilizador, através do
curso; Sistema FastMenu, para utilização como referência rápida pelos utilizadores.
Página Web:
http://www.tutorpro.com/
MÓDULO I - SENSIBILIZAÇÃO PARA O ELEARNING NA ORGANIZAÇÃO
94
Adobe Dreamweaver - Ficha Técnica
Fornecedor:
Adobe.
Acessibilidade e Utilização:
Interface integrado de Windows para utilizador; Painel de gestão de aplicações MX da
Macromedia; Explorador de ficheiros integrado; Farra de ferramentas do documento;
Painel de respostas; Barra de inserção personalizável.
Suporte Multimédia:
Informação não disponibilizada.
Normalização:
Suporte XHTML; Suporte CSS, incluindo integração TopStyle; Modo CSS para filtro
de propriedades de texto; Validador de Código.
Flexibilidade e Integração:
Bibliotecas de códigos para ColdFusion, ASP, ASP.NET, JSP e PHP; Painel integrado
de base de dados; Editores para HTML, CFML e ASP.NET; Objectos de forma
dinâmica; Objectos e comportamentos para servidores; Edição e validação de XML;
Visualização em árvore, para análise de XML, HTML e CFML; Compatibilidade com
Windows XP; Compatibilidade com Mac OS X; Integração login FTP; Integração com
Flash MX; Suporte Flash MX ActionScript; Integração com Fireworks MX.
Comando e Controlo:
Atalhos de disposição e códigos; Templates para controlo personalizado de disposição;
Funcionalidade para configuração rápida da informação de um site; Funcionalidade
para criação de menus em JavaScript.
MANUAL TÉCNICO DO FORMANDO
95
Página Web:
http://www.adobe.com/products/dreamweaver/
MÓDULO I - SENSIBILIZAÇÃO PARA O ELEARNING NA ORGANIZAÇÃO
96
Macromedia Course Builder – Ficha Técnica
Fornecedor:
Adobe.
Acessibilidade e Utilização:
Capacidade de criar testes baseados em perguntas, com feedback automático, do tipo:
• Múltipla escolha;
• Arrastamento de ícones;
• Verdadeiro/Falso;
• Preenchimento;
• Resposta múltipla.
Suporte multimédia:
HTML e Javascript, com recurso a imagens (.jpg, .gif e .png).
Normalização:
Cumprimento das normas SCORM.
Flexibilidade e Integração:
Integração apenas com o Macromedia Dreamweaver.
Comando e controlo:
Templates de perguntas (dos tipos acima descritos).
Página Web:
http://www.adobe.com/resources/elearning/extensions/dw_ud/coursebuilder/
MANUAL TÉCNICO DO FORMANDO
97
Viewlet Builder – Ficha Técnica
Fornecedor:
Qarbon (representados em Portugal por SAF).
Acessibilidade e Utilização:
Captura de ecrãs e importação de imagens (modo dinâmico de captura, opção de
captura por rato, processo de animação de cursor, colocação de imagens como fundo);
Edição de projecto (barra de ferramentas sensível ao contexto, balões de texto, notas,
verificação de ortografia, selecção de imagens de fundo, selecção de cor de fundo,
importação de imagens, importação de gráficos vectorizados); Output final (Viewlet:
informação de autor, player padrão, importação de animação intro, importação de
animação outro, lançador de HTML, criação de ficheiros zipados, modo loop,
ViewletSkin3).
Suporte Multimédia:
Capacidade de exportação de formatos PDF, JPEG, TIFF, BMP e PNG; Capacidade de
importação de formatos gráficos: SVG, PNG, JPEG, BMP, GIF e TIFF; Capacidade de
importação de formatos áudio: Wav, MP3 e AIFF.
Normalização:
Informação não disponibilizada.
Flexibilidade e Integração:
Informação não disponibilizada.
Comando e Controlo:
Informação não disponibilizada.
Página Web:
http://www.qarbon.com/presentation-software/viewletbuilder/
MÓDULO I - SENSIBILIZAÇÃO PARA O ELEARNING NA ORGANIZAÇÃO
98
4. Concepção de conteúdos
Conceber conteúdos para Internet ou CD-ROM não pode ser um processo redutível a
uma simples colagem dos conteúdos existentes noutros formatos. Durante o processo
de concepção ou adaptação de conteúdos para eLearning é necessário tem em conta
alguns princípios elementares; é, por isso, necessário:
• Garantir que as estratégias utilizadas maximizam os benefícios deste tipo de
formação e minimizam as desvantagens desta modalidade formativa;
• Fazer acompanhar os conteúdos com um nível de interactividade razoável;
• Proporcionar a interactividade entre os diferentes elementos em formação;
• Ter em conta a necessidade da tutoria online e realçar a sua importância;
• Contemplar estratégias viáveis de resposta (feedback);
• Considerar a necessidade de envolver os formandos e incluir essas estratégias
de envolvimento no processo formativo;
• Encontrar alternativas funcionais para o apoio aos formandos, incluindo
apoio técnico.
4.1 Interfaces
Boas interfaces proporcionam cursos de sucesso. Os tutores devem também
considerar alguns princípios essenciais na construção das interfaces de interacção. Só
assim poderão garantir que os conteúdos terão uma boa aplicabilidade. Esses
princípios são os seguintes:
Usabilidade
A usabilidade de uma interface é mensurável a partir da eficiência, eficácia e
satisfação que os utilizadores experienciam perante a interface em causa. Esta
característica deve suportar todas as opções do curso.
MANUAL TÉCNICO DO FORMANDO
99
Aspecto gráfico
Apesar de parecerem secundários, os elementos relativos ao aspecto gráfico são de
grande importância. O aspecto gráfico de um curso em eLearning deve possuir um
bom contraste entre o texto e o fundo gráfico sendo que se devem evitar elementos
desnecessários e que acabam por proporcionar ruídos na sua utilização.
Tamanho da página
Uma página de um qualquer curso em eLearning não deve ter mais que um ecrã, ou
seja, o seu conteúdo deve ser imediatamente perceptível, sem a necessidade de mover
o browser para ver os restantes conteúdos.
Texto
O texto deve ser apresentado com um tipo de letra comum, para garantir que os
formandos vêem os conteúdos tal qual estes foram idealizados - caso seja utilizado
um tipo de letra inexistente no computador dos formandos, o que vai acontecer é que
os conteúdos serão apresentados com um tipo de letra standard. A quantidade de texto
apresentada também é um factor de grande importância: no máximo entre 40 a 80
caracteres.
Navegação
Este é um dos aspectos mais importantes pois é necessário garantir que os formandos
não se sintam perdidos dentro da estrutura de navagação. O curso deve estar muito
bem estruturado e, de preferência, deve ser construído um mapa do curso para evitar
que os formandos se sintam perdidos dentro dos conteúdos. Existem alguns aspectos
que facilitam a navegação dentro de um curso:
• Todas as páginas devem ter uma ligação para a página principal;
• Todas as páginas devem ter um título;
• Deve existir um menu de navegação em todas as páginas que permita aos
formandos saltar entre unidades;
• Elementos que se repitam ao longo do curso (como a bibliografia, glossário,
entre outros) devem estar presentes em todas as páginas;
MÓDULO I - SENSIBILIZAÇÃO PARA O ELEARNING NA ORGANIZAÇÃO
100
• Deve existir um elemento que indique ao formando a sua localização actual
no curso.
Animação, gráficos, som e vídeo
Inserir elementos gráficos como animações, vídeo e som nem sempre é aconselhável
pois acaba por tornar as páginas do curso muito mais lentas. Pedagogicamente
falando, é muito importante integrar elementos diversificados nos conteúdos do curso
para facilitar a aprendizagem e motivar os formandos; no entanto, é extremamente
importante equacionar as vantagens e desvantagens e encontrar soluções que se
adaptem de modo coerente à realidade formativa.
Formandos com necessidades especiais
Os conteúdos do curso devem ser concebidos e desenvolvidos de modo a poderem
ser consultados por formandos com necessidades especiais. Para garantir a
acessibilidade dos conteúdos é necessário respeitar um conjunto de especificações.
MANUAL TÉCNICO DO FORMANDO
101
SÍNTESE
O modelo de Instructional Design mais utilizado é ADDIE: Analysis (análise), Design
(desenho), Development (desenvolvimento), Implementation (implementação) e
Evaluation (avaliação).
O storyboard é a principal ferramenta de desenho de conteúdos, um elemento
estruturante do processo de concepção, que facilita a comunicação entre os
conceptores e a equipa de desenvolvimento.
A principal característica dos cursos de eLearning é a interactividade, que pressupõe:
interacção formando-conteúdo, formando-formador, formando-sistema.
As ferramentas de auto permitem a criação e desenvolvimento de conteúdos de forma
rápida. A escolha de uma ou outra ferramenta está ligada com a complexidade de
conteúdo ou da metodologia pedagógica a aplicar.
De forma a garantir uma boa aplicabilidade e o sucesso de um curso, a interface deve
seguir alguns princípios essenciais relacionados com, por exemplo: usabilidade,
aspecto gráfico, navegação etc.
MÓDULO I - SENSIBILIZAÇÃO PARA O ELEARNING NA ORGANIZAÇÃO
102
3.11. UNIDADE 11 – AS NORMAS INTERNACIONAIS (AICC, SCORM, IMS, IEEE)
Actualmente existem vários esforços para normalizar os sistemas de eLearning no
sentido de garantir a flexibilidade e acessibilidade dos sistemas.
No entanto, ainda não existe consenso quanto à concretização desta normalização,
uma vez que esta implica uma diminuição da diversidade dos produtos de eLearning.
Existem, isso sim, grandes esforços para desenvolver essa normalização. São várias as
organizações que se esforçam nesse sentido, nomeadamente:
IMS (Global Learning Consortium, Inc.)
http://www.imsproject.org
Esta iniciativa foi criada pelo governo norte-americano em 1997.
Objectivos:
• Permitir o acesso a materiais de educação e formação de alta qualidade e à
medida das necessidades do aprendente;
• Disponibilizar estes materiais quando e onde forem necessários;
• Acelerar o desenvolvimento de software para aprendizagem em larga escala;
• Criar mercado para estes produtos.
A ADL lançou em 2000 uma iniciativa de normalização de
conteúdos de aprendizagem: o SCORM (Sharable Content
Object Reference Model), que foi alvo de uma segunda versão
em 2004 e de uma terceira em 2006.
AICC (Aviation Industry CBT Commitee)
http://www.aicc.org
MANUAL TÉCNICO DO FORMANDO
103
IEE (Institute of Electrical and Electronic Engineers)
http://ltsc.ieee.org
ADL (Advanced Distributed Learning)
http://www.adlnet.org
1. SCORM (Sharable Content Object Reference Model)
Conceito: SCORM é o conjunto de especificações para o desenvolvimento, empacotamento e
distribuição de conteúdos educativos. O SCORM não é uma norma por si só, mas sim, um
modelo de referência cujo objectivo é testar a eficácia e aplicação prática de um conjunto de
especificações e standards. Na sua essência, é um modelo de facto, uma vez que é adoptado pela
maioria das instituições envolvidas no eLearning, uma vez que a ADL não tem autoridade para
aprovar normas.
Componentes principais
Empacotamento dos conteúdos
Entenda-se por empacotamento a junção de várias unidades de aprendizagem de
acordo com a estratégia formativa. Inclui a estrutura de navegação, os materiais
utilizados no curso (documentos) e os metadados associados (descrição do curso).
Comunicações run-time
Descreve os métodos para a comunicação entre os conteúdos e os sistemas de gestão
da formação. Inclui relatórios sobre o progresso do formando e informação sobre o
seu progresso.
Metadados dos cursos
Os metadados são descrições relativas ao curso e ao formando. Sobre o curso são
descritos os objectivos e informação geral, informação fundamental para arquivar o
curso num repositório SCORM, uma vez que é a partir destes metadados que se pode
pesquisar e extrair os Objectos de Aprendizagem neles armazenados. Os metadados
MÓDULO I - SENSIBILIZAÇÃO PARA O ELEARNING NA ORGANIZAÇÃO
104
relativos ao formando dizem respeito à sua informação genérica e o seu progresso no
curso.
2. AICC (Aviation Industry CBT Commitee)
Esta associação desenvolve projectos na área da
indústria aeronáutica relativos à avaliação,
distribuição e desenvolvimento da formação
mediada por computador.
Objectivos:
• Promover a implementação da formação mediada por computador na
indústria aeronáutica;
• Garantir a interoperabilidade;
• Facilitar um fórum de discussão sobre a formação mediada por computador.
3. IEEE (Institute of Electrical and Electronic
Engineers)
Este instituto está mais ligado ao desenvolvimento de normas para a indústria de
hardware e software. É responsável por todo um conjunto de normas que visa
contribuir para a melhoria da formação mediada por computador. Desenvolveu um
grupo de trabalho: LTSC (Learning Technology Standards Commitee), responsável pelo
desenvolvimento dessas especificações.
Objectivo - desenvolver guias que facilitem todo o processo de formação:
• O desenvolvimento;
• A implementação;
• A manutenção;
• A inter-operabilidade da componente tecnológica com a componente
MANUAL TÉCNICO DO FORMANDO
105
educacional.
4. IMS (Global Learning Consortium, Inc)
Existe desde 1997, altura em que foi criado como projecto da
iniciativa National Learning Infrastructure Initiative da associação
americana EDUCAUSE. Desenvolve e promove a adopção de
especificações técnicas abertas para a interoperabilidade das
tecnologias da formação.
Objectivos principais:
• Definir as especificidades tecnológicas necessárias à interoperabilidade e à
distribuição dos conteúdos formativos.
• Apoiar a integração das especificações IMS no contexto mundial do
eLearning.
As normas que acabámos de analisar são aplicáveis tanto aos conteúdos como aos
sistemas de gestão da formação.
O seu intuito é melhorar a formação mediada por computador, através de
especificações que levem à estandardização dos sistemas de eLearning para os tornar
mais flexíveis e, consequentemente, adaptáveis.
Procuram dar resposta às necessidades actuais do eLearning, que passam
necessariamente pelas necessidades das organizações.
Para assegurar que não há qualquer dúvida relativamente às entidades envolvidas na
normalização do eLearning, observemos o gráfico seguinte:
MÓDULO I - SENSIBILIZAÇÃO PARA O ELEARNING NA ORGANIZAÇÃO
106
© Mário Figueira, 2003
MANUAL TÉCNICO DO FORMANDO
107
SÍNTESE
Existem vários esforços para normalizar os sistemas de eLearning, no entanto ainda
não existe consenso quanto à concretização desta normalização.
Algumas das principais organizações envolvidas neste processo são:
• ADL (Advanced Distributed Learning);
• AICC (Aviation Industry CBT Committee);
• IEEE (Institute of Electrical and Electronic Engineers);
• IMS (Global Learning Consortium, Inc.).
SCORM (Sharable Content Object Reference Model) é o conjunto de especificações para o
desenvolvimento, empacotamento e distribuição de conteúdos educativos. Criado
pela ADL, é um modelo de referência para testar a eficácia e aplicação prática de um
conjunto de especificações e standards.
As principais componentes do SCORM são: empacotamento de conteúdos,
comunicações run-time, metadados dos cursos.
MÓDULO I - SENSIBILIZAÇÃO PARA O ELEARNING NA ORGANIZAÇÃO
108
3.12. SÍNTESE DO MÓDULO
Um sistema de eLearning deve integrar uma estratégia que inclua os seguintes
elementos: concepção e Design do sistema, método pedagógico, sistema de avaliação,
duração do curso, concepção dos conteúdos, apoio ao formando, tutoria e
acompanhamento e uma plataforma tecnológica.
A formação assíncrona é aquela onde formador e formandos não interagem em
tempo real, ou seja, em simultâneo; utiliza ferramentas como fóruns e e-mail. Por sua
vez, a formação síncrona pressupõe que formador e formandos interagem em tempo
real. Recorre a ferramentas como o chat ou videoconferência.
A estratégia pedagógica do e-formador enquadra-se no modelo de pedagogia activa,
centrado no formando (que interage com os conteúdos e aprende de forma
autónoma). O formador assume agora o papel de “gestor da aprendizagem”.
O SCORM é um conjunto de especificações para o desenvolvimento, empacotamento
e distribuição de conteúdos educativos. Não é uma norma por si só mas um modelo
de referência cujo objectivo é testar a eficácia e aplicação prática de um conjunto de
especificações e standards. Na sua essência, é um modelo de facto, já que é adoptado
pela maioria das instituições envolvidas no eLearning.
MANUAL TÉCNICO DO FORMANDO
109
ÍNDICE REMISSIVO
ADDIE ....................................................................70 AICC (Aviation Industry CBT Commitee) ....104 Avaliação em eLearning ......................................55 Blended Learning ...................................................48 Capital Humano....................................................13 Capital Intelectual ................................................13 Conhecimento.........................................................11 Desenho da estratégia formativa .......................39 Edutainment...........................................................48 Ensino a distância.................................................24 Formação síncrona e assíncrona.........................52 Gestão do Conhecimento ....................................11 Guião.......................................................................72 IEEE (Institute of Electrical and Electronic
Engineers)........................................................104 IMS (Global Learning Consortium, Inc) ........104
Instructional Design .............................................70 Interfaces................................................................98 Modelo de Kirkpatrick ........................................59 Modelos de estruturação de e-conteúdos .........18 Navegação ..............................................................98 Normas internacionais.......................................102 Objectos de aprendizagem..................................72 Papel do tutor ........................................................65 Paradigma ensino-aprendizagem ......................28 Pilares do conhecimento .....................................28 SCORM ..........................................................72, 103 Sistema de eLearning...........................................32 Storyboard..............................................................72 Televisão Interactiva ............................................48 t-Learning ...............................................................48 Usabilidade............................................................98