manual de seguranca na atividade florestal
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PROCEDIMENTOSSIMPLIFICADOS EMSEGURANÇA E SAÚDE
DO TRABALHO NOMANEJO FLORESTAL
MANUALTéCNICO 1
IFT
Marlei M. Nogueira
Marco W. LentiniIran P. Pires
Paulo G. Bittencourt
Johan C. Zweede
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PROCEDIMENTOS SIMPLIFICADOS EMSEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO
NO MANEJO FLORESTAL
Belém, 2010
Manual Técnico 1 - IFT
Marlei M. Nogueira • Marco W. LentiniIran P. Pires • Paulo G. Bittencourt
Johan C. Zweede
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Copyright © 2010 by IFT
Autores
Marlei M. NogueiraTécnico Agrícola
Instrutor sênior do IFT
Marco W. LentiniEngenheiro Florestal, M.Sc. em Economia Florestal
Diretor adjunto do IFT
Iran P. PiresEngenheiro Florestal
Coordenador operacional do IFT
Paulo G. BittencourtEngenheiro Florestal
Engenheiro de projetos do IFT
Johan C. ZweedeEngenheiro Florestal e Biólogo
Diretor executivo do IFT
Projeto Gráfco, Editoração Eletrônica e CapaLuciano Silva e Roger Almeida
www.rl2design.com.br
Ilustrações
Roger Almeidawww.rl2design.com.br
Os dados e opiniões expressas neste trabalho são de responsabilidade dos autores e nãoreetem necessariamente a opinião dos fnanciadores deste estudo.
DADOS INTERNACIONAIS PARA CATALOGAÇÃO NAPUBLICAÇÃO (CIP) DO DEPARTAMENTO NACIONAL DO LIVRO
Procedimentos simplifcados em segurança e saúde do trabalho no ma-nejo orestal / Marlei M. Nogueira; Marco W. Lentini; Iran P. Pires;Paulo G. Bittencourt; Johan C. Zweede. – Belém, PA: Instituto Flo-resta Tropical. Fundação Floresta Tropical, 2010.
80p. 15x21 cm – (Manual técnico, 1 - IFT)ISBN 978-85-63521-00-2
1. EXPLORAÇÃO MADEIREIRA 2. MANEJO FLORESTAL 3. EXPLORAÇÃODE IMPACTO REDUZIDO – EIR. 4. SEGURANÇA NO TRABALHO 5. AMAZÔNIAI. Nogueira, Marlei M. II. Lentini, Marco W. III. Pires, Iran P. IV. Bitten-court, Paulo G. V. Zweede, Johan C. VI. Instituto Floresta Tropical – IFT.VII. Fundação Floresta Tropical - FFT. VIII. Título.
CDD: 331.2596
P963p
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Prefácio
O
Instituto Floresta Tropical, doravante apenas IFT, é um
centro de excelência na promoção e aprimoramento das
boas práticas de manejo orestal na Amazônia Brasileira.Nasceu a partir do trabalho da Fundação Floresta Tropical
(FFT), uma subsidiária da organização não-governamentalTropical Forest Foundation, com sede nos Estados Unidos. Desde2006, o IFT também foi reconhecido pelo Governo Brasileiro comouma OSCIP, ou organização da sociedade civil de interesse públi-co. Nestes 13 anos de existência, o IFT busca cumprir sua missãoatravés de três estratégias básicas: capacitação e treinamento, ex-tensão e sensibilização em manejo orestal e pesquisa aplicada.
O trabalho do IFT parte da premissa de que, para que asociedade possa oferecer aos produtores orestais oportunidades
justas, os investimentos no fomento às atividades sustentáveis sãotão importantes quanto os investimentos voltados ao controle dailegalidade. Tais iniciativas são de suma importância consideran-do que o setor orestal amazônico passa hoje por um momentode transição. Até este momento, o setor orestal operou majori-tariamente como um catalisador do desmatamento e degradação
dos recursos orestais da região, impulsionado pelo comando e
controle decientes, a falta de planejamento público e de ordena-mento territorial, a escassez de recursos humanos e equipamentospara executar as boas práticas, e a abundância de incentivos per-versos em direção à informalidade. Entretanto, a Amazônia passahoje por um momento decisivo marcado pelos avanços no moni-toramento estratégico das atividade ilegais e pelas oportunidades
oferecidas para o aumento do controle sobre os recursos públicos
diante da Lei de Gestão de Florestas Públicas.
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Mas, para que a Amazônia possa se beneciar plenamentedestas oportunidades, a capacidade endógena da região de pro-duzir mão-de-obra especializada para implementar as boas prá-
ticas de manejo orestal precisa aumentar muito nos próximosanos. Sem isso, os demais instrumentos para monitorar, controlare ordenar atividades sustentáveis podem ser inecazes. Além dis-so, o manejo orestal precisa continuar a ser aprimorado em dire-ção à sustentabilidade, aumentando sua atratividade econômicaaos empresários, adaptando tecnologias para emprego imediato
por comunidades tradicionais e pequenos produtores rurais, etornando-se uma aliado dinâmico da conservação.
No âmbito da missão do IFT, de continuamente buscar al-ternativas para o aprimoramento do manejo orestal na Amazô-nia, este manual traz aspectos práticos relevantes em saúde e se-gurança no trabalho no manejo e exploração de impacto reduzido.Esperamos que possa trazer um item adicional para a melhoria domanejo orestal, em sua perpétua busca por se tornar mais segu-ro, mais simples, mais adaptativo e mais sustentável.
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Sumário
Apresentação . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .06
O manejo de orestas naturais da Amazônia . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .08
Introdução às questões de saúde e segurança no manejo orestal.. .. .14
Quão perigosa é a exploração madeireira para os trabalhadores? .. .. .15
Planejando um programa de saúde e segurança no trabalho . .. .. .. .. .18
1. Treinamento .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .18
2. Identicação de riscos pontuais nas atividades .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 18
3. Democratizando a identicação dos riscos . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .19
4. Responsabilidades. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .19
5. Registros, planejamento e re-avaliação .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .21
O arcabouço legal: normas e regulamentos atuais .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .22
Estrutura do Manual de Saúde e Segurança no Trabalho.. .. .. .. .. .. .. .28
1. Riscos gerais .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 302. Riscos de atividades pré-exploratórias em áreas orestais.. .. .. .35
3. Riscos na construção de infra-estruturas .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .404. Riscos na marcação de árvores . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 44
5. Riscos no corte e traçamento das árvores . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 45
6. Riscos no planejamento de arraste de toras. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .537. Riscos no arraste de toras . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .55
8. Riscos das operações de pátio .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 60
9. Riscos no transporte de toras. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .64
10. Riscos em atividades pós exploratórias .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .69
10.1. Tratamentos silviculturais pós-exploratórios .. .. .. .. .. .. .. .69
10.2. Inventário contínuo .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .71
11. Possíveis riscos do acampamento orestal .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .73Anexos .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .77
Anexo 1 - Ficha de controle Operacional e Segurançano Trabalho . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .78
Anexo 2 - Ficha DDS (Diálogo Diário de Segurança . .. .. .. .. .. .. .. . 79
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Apresentação
Este manual foi em grande parte subsidiado pela I e II Oficina
sobre Saúde e Segurança no Trabalho em Atividades Florestais com Foco
na Exploração de Impacto Reduzido, realizada no Centro de ManejoFlorestal Roberto Bauch / IFT, em setembro de 2004. Tais ocinasforam concebidas a partir da demanda de empresas orestais cer-ticadas pelo FSC (Forest Stewardship Council)1 no estado do Pará
de capacitar seus prossionais da área de segurança no trabalho,permitindo que desenvolvessem melhor suas funções nas opera-ções orestais.
A proposta de tais eventos foi reunir prossionais para dis-cutir os procedimentos e métodos de segurança aplicados pelo
IFT na exploração de impacto reduzido (EIR), acumulados duran-
te nove anos de experiência (na época da ocina). Desta forma,o IFT adaptou um de seus cursos de curta duração em manejo
orestal aos participantes das Ocinas com ênfase em segurançano trabalho. Durante cada uma das etapas do manejo orestal,os participantes foram então estimulados a fazer comentários naárea de segurança e discutir os métodos e procedimentos adota-dos pelo IFT.
O presente manual representa uma compilação dos princi-pais resultados destas ocinas, enriquecido com observações em-
1 O FSC, ou Conselho de Manejo Florestal, é o sistema independente de certi-cação de origem de matérias-primas orestais mais difundido no mundo. Emfevereiro de 2008, havia um pouco mais de 3,2 milhões de hectares de orestas
certicadas pelo FSC na Amazônia, dos quais 1,2 milhão eram constituídos pororestas empresariais exploradas para a produção madeireira.
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píricas dos instrutores do IFT, dados de literatura e regulamentosaplicáveis existentes. Foi concebido para ser aplicado pelos fun-cionários orestais em geral, encarregados operacionais, emprei-teiros, autônomos, comunidades fazendo a exploração e terceiros.Não é intenção deste manual servir como um substituto às regras
colocadas pela legislação, e tampouco estimular que empresas ecomunidades o utilizem como um substituto à experiência e co-nhecimento de prossionais especícos voltados à segurança notrabalho. Este manual deve ser encarado somente como uma com-pilação de aspectos empíricos observados nas operações típicasdas boas práticas de manejo orestal.
O IFT agradece a participação e os comentários dos partici-pantes da I e II Oficina sobre Saúde e Segurança no Trabalho em Ativi-
dades Florestais, que imensamente auxiliaram na compilação destemanual. Os autores também agradecem a vários funcionários doIFT que auxiliaram em sua construção, em especial MaximilianoRoncoletta (ex-gerente operacional do IFT), Celso Couto (ex-técni-co sênior do IFT), César Pinheiro e André Miranda.
O IFT convida a todos os leitores a enviar críticas, comen-
tários e sugestões a respeito deste manual no endereço eletrô[email protected].
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O manejo de orestas
naturais da Amazônia
O manejo orestal inclui uma ampla gama de objetivos e ati-vidades, dependendo do proprietário ou detentor da oresta. Podeincluir a exploração madeireira assim como uma grande variedade
de atividades orestais, entre as quais o manejo de vida silvestre, omanejo de reservas extrativistas, os serviços ambientais e a recrea-ção. No restante do presente documento, entretanto, trataremos omanejo orestal como as ações de planejamento e técnicas adequa-das para a produção racional de produtos madeireiros.
No manejo orestal, o manejador deve estar continuamentepreocupado em reduzir os desperdícios e aumentar a eciência das
operações, aumentando a rentabilidade da oresta, e minimizando osimpactos ecológicos (Figura 1). O princípio é que o manejo orestaldeve garantir a produção sustentável de produtos orestais sem ame-açar a qualidade da oresta ou sua composição e diversidade no lon-go prazo, assim como seus processos e serviços ecológicos essenciais.
Neste contexto, a exploração de impacto reduzido (EIR) é
um dos componentes do manejo orestal. Surgiu como uma al-
ternativa à exploração madeireira convencionalmente feita naAmazônia, de forma a amenizar os impactos das atividades ope-racionais da exploração orestal, assim como diminuir seus danosecológicos. Desde a década de 1990, diversos modelos de EIR têmsido implantados na Amazônia para observar seus benefícios eimpactos em comparação à exploração madeireira convencional-mente feita na Amazônia, que é realizada sem planejamento e sem
o emprego de técnicas adequadas.
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2 Fonte: Dr. T. Holmes e colaboradores. 2002. Custos e benefícios nanceiros da ex-ploração orestal de impacto reduzido em comparação à exploração orestal con-
vencional na Amazônia Oriental. FFT. Download disponível na página do IFT nolink http://www.inteligentesite.com.br/sistemas/ift/arquivos_download.asp.
Princípios básicos da EIR• Planejamento adequado• Tecnologia apropriada
• Censo das árvores pré-corte• Corte de cipós pré-corte quando
necessário
• Corte direcionado
• Arraste controlado• Trabalhadores treinados
• Supervisores capacitados
Em um estudo
comparativo realizadoem 1996 no Centro de
Manejo Florestal Rober-
to Bauch / IFT, foraminvestigadas as diferen-ças entre os custos e be-nefícios da exploraçãomadeireira manejada e
da exploração conven-cional2. Foi constatadoneste estudo que, apesar
da EIR apresentar custos com mão-de-obra e planejamento 31%maiores do que a exploração convencional, sua renda líquidaera, em média, 19% maior. Isso ocorre devido à falta de eciên-cia e economicidade nas operações convencionais causadas pela
falta de planejamento. Primeiro, na ausência de mapas detalha-dos mostrando a localização de árvores, os tratoristas demorammais para realizar o arraste das toras derrubadas, gerando des-pesas desnecessárias de combustíveis, manutenção e depreciaçãode máquinas pesadas. De fato, os custos de arraste nas operaçõesmanejadas mostraram-se neste estudo 39% menores. Em seguida,os desperdícios causados pela exploração manejada mostraram-
se 78% menores do que na exploração convencional, na qual al-gumas árvores cortadas são deixadas na oresta, algumas árvoresocas são cortadas desnecessariamente, e o próprio corte de árvo-res causa maiores desperdícios de madeira.
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Nos aspectos ecológicos, a diferença entre a EIR e a explo-ração convencional também é pronunciada. A EIR produz menos
danos à oresta, propiciando uma regeneração mais rápida apósa exploração, além de causar um impacto menor sobre as espécies
vegetais e animais. A proporção do terreno afetado por árvorederrubada na EIR mostrou-se 37% menor do que na exploraçãoconvencional. Além disso, os danos fatais às árvores comercial-mente valiosas remanescentes da exploração caíram em 50% naEIR. Ou seja, em futuros ciclos de exploração, a EIR proporciona-
rá um maior estoque de madeira comercial que poderá então serexplorado.Finalmente, orestas de produção manejadas através de EIR
possuem um potencial de produzir benefícios sociais diretos mui-to maiores do que a exploração convencional. Primeiro, porque asoperações manejadas per se requerem 64% mais de mão-de-obrapor unidade de volume de madeira, sendo que estes trabalha-
dores são treinados e possuem habilidades incomuns no sistemaconvencional. Segundo, o treinamento, além de prover aos traba-lhadores maiores possibilidades de ascensão social, comumente
também traz maiores salários devido ao aumento da especializa-ção. No manejo orestal, devido ao planejamento e divisão clarade funções, os riscos inerentes da atividade orestal tendem tam-bém a ser menores. Terceiro, as empresas manejadoras interessa-das em certicação são obrigadas a ter maiores preocupações comsegurança e saúde ocupacional. Finalmente, o manejo orestaltambém é uma estratégia interessante de desenvolvimento rural
em pequena escala para comunidades, assentados e extrativistasque residem nas orestas amazônicas.
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Figura 1. As atividades do manejo orestal:
(A) As árvores comerciais, a infra-estrutura de exploração (pátios e es-
tradas) e outras características da oresta são locadas em um mapa pré-exploratório;
(B) Os locais através dos quais serão construídas as infra-estruturas são de-marcados sicamente na oresta para minimizar os impactos provocados;
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(C) As infra-estruturas, como as estradas secundárias, são construídas deforma otimizada de forma a ocasionar os menores impactos e os meno-res custos ao empreendimento;
(D) O corte das árvores é conduzido com técnicas especiais com o intuitode facilitar o arraste das toras e provocar o menor desperdício e o menorimpacto as árvores remanescentes;
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(E) As toras a serem arrastadas são locadas em mapas para propiciar umplanejamento detalhado de sua retirada.
(F) O arraste é feito de forma controlada e com equipamentos adequados;
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Introdução às questões
de saúde e segurança nomanejo orestal
O principal objetivo deste manual é denir os critérios e asclasses de risco associados às operações de manejo orestal para aprodução madeireira, denindo as medidas preventivas para evi-tar danos pessoais, materiais e ao meio ambiente e vericadoresespecícos da realização de cada atividade. Como objetivos espe-cícos, este manual visa:
Sensibilizar coordenadores e gerentes de equipes de cam-po em áreas de manejo orestal a adotar uma postura
pró-ativa e eciente na minimização de riscos de aciden-tes de trabalho.
Sensibilizar diferentes atores do setor orestal da neces-sidade do monitoramento contínuo dos riscos e atos in-seguros no empreendimento orestal.
Propor alguns procedimentos como um instrumento
simples para o gerenciamento da segurança no trabalho
nos empreendimentos orestais.Este manual foi concebido em uma oresta explorada através
de EIR com equipamentos adequados a escala empresarial. Entretan-to, tal manual pode ser utilizado em situações diferentes da original,como é o caso do manejo orestal comunitário ou em pequena escala,sendo necessário para isso selecionar as atividades do manejo queestarão sendo realizadas, bem como os equipamentos que serão em-
pregados, adequando desta forma os procedimentos aqui descritos.
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Quão perigosa é a
exploração madeireirapara os trabalhadores?
As atividades orestais destacam-se mundialmente devidoa periculosidade e índice de acidentes. Motosserras, por exemplo,têm sido reportadas como os equipamentos com o maior índicede acidentes associados no mundo. Estatísticas ociais da Orga-nização Internacional do Trabalho (ILO), por exemplo, mostramque, em 2000, a atividade orestal, juntamente a agricultura ecaça, era a sexta atividade com o maior índice de acidentes não-fatais no Brasil (1768 / 100.000 trabalhadores), precedida apenas
pela atividade industrial (2460), geração de eletricidade, capta-ção de água e gás (2069); mineração e lavra (2055), construção
(2037) e saúde e serviços sociais (1948) (Figura 2). É importantenotar que os dados da ILO são baseados nas estatísticas com-piladas de companhias de seguro e, desta forma, não reetemmuito do que ocorre da Amazônia, em que grande parte da mão-de-obra contratada para realizar a exploração madeireira é tra-
dicionalmente não-legalizada. Desta forma, é de se esperar quea atividade de exploração madeireira na Amazônia tenha aindaum destaque maior na geração de acidentes de trabalho do quereportado por fontes ociais.
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Figura 2. Número de ocorrências de acidentes não-fatais nos principaissetores econômicos brasileiros (Fonte: LABORSTA – Labour Statisticsdatabase, International Labour Organization), 2000.
,QG~VWULD
(OHWULFLGDGHiJXDHJiV
0LQHUDomRHODYUD
&RQVWUXomR
6D~GHHVHUYLoRVRFLDO
$JULFXOWXUDFDoDHIORUHVWD
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0pGLD
$WLYLGDGHVVRFLDLVHFRPXQLWiULDV
(PSUHJDGRVGRPpVWLFRV
,PRELOLiULDVDOXJXHOHQHJyFLRV
,QWHUPHGLDomRILQDQFHLUD
2XWURV
$FLGHQWHVQmRIDWDLVSRUSHVVRDV
Quando consideramos os acidentes fatais, dados da ILO
para o mesmo ano mostram que a atividade orestal também es-tava localizada na sexta posição, com 14,3 mortes para cada gru-po de 100.000 trabalhadores. Interessantemente, os dados ociaismostram que a atividade com o maior número de acidentes fataisno Brasil em 2000 foi o setor de transporte, logística e comunica-ções, com um número mais de duas vezes maior (30,4 mortes paracada 100.000 trabalhadores). O segundo colocado no mesmo anofoi o de trabalhadores domésticos, com 29,3 mortes, seguido pormineração e lavra (29,2), construção (26,4); e geração de eletricida-de, captação de água e gás (18,6) (Figura 3).
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Figura 3. Número de ocorrências de acidentes fatais nos principais seto-res econômicos brasileiros (Fonte: LABORSTA – Labour Statistics data-base, International Labour Organization), 2000.
7UDQVSRUWHORJtVWLFDHFRPXQLFDo}HV
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0LQHUDomRHODYUD
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$FLGHQWHVIDWDLVSRUSHVVRDV
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Planejando um programa
de saúde e segurança notrabalho
Primeiramente, o empreendimento orestal em questão,seja uma empresa ou comunidade, deve ser submetido a uma es-pécie de “nivelamento”, de forma a permitir uma implantação e
execução eciente dos procedimentos de segurança e saúde notrabalho. Abaixo são discutidos os principais itens que precisamser tratados de forma especial neste programa:
1. Treinamento
É necessário que a empresa adote um programa de treina-mento voltado para a qualicação e conscientização dos funcioná-rios, abordando as atividades do manejo orestal, especicandoos riscos e suas respectivas medidas preventivas e listando os as-pectos importantes para a manutenção da qualidade do plano desaúde e segurança.
2. Identificação de riscos pontuais nas atividadesEm um programa de segurança eciente, cada atividade
deve receber uma avaliação pontual dos riscos, que precisam seridenticados e registrados (i.e. os perigos reais e potenciais quepodem levar a um acidente, incidente e situações de emergência).
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3. Democratizando a identificação dos riscosUma vez treinados, os funcionários devem ser estimulados
a tentar identicar no ambiente de trabalho as situações que con-tenham riscos e, se houver alta probabilidade de acidentes, o tra-balhador deve ter autonomia suciente para paralisar esta ativi-dade, noticando o ocorrido ao coordenador ou gerente orestal.O trabalho pode ser eventualmente reiniciado se os motivos da
paralisação forem corrigidos. Todo trabalho que constitua umaameaça a segurança de visitantes, inclusive do público em geral,deve ser interrompido.
4. ResponsabilidadesA denição das responsabilidades de cada membro da equi-
pe orestal envolvida nas operações é fundamental. Abaixo lista-mos algumas das principais responsabilidades de cada membro,
de acordo com o cargo e/ou função: Administrador . Supervisiona a confecção do plano de
segurança na EIR do empreendimento orestal, e realiza ava-liações anuais do cumprimento do plano, acompanhando ati-vamente o padrão de qualidade no cumprimento dos procedi-mentos de segurança. Cobra melhorias no desempenho sempreque o padrão estiver abaixo do indicado. Estabelece sanções aosfuncionários que comprovadamente agirem com negligência ou
imprudência no que se refere aos procedimentos de segurança.Identica novas necessidades de treinamento de funcionáriosrelativas às suas deciências no plano de segurança. Gerenciaos custos e benefícios do programa de segurança e saúde notrabalho.
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Coordenador de campo ou gerente. Antes do início da ati-vidade orestal, o coordenador de campo é responsável por uma
avaliação geral dos riscos, com o objetivo de determinar as fontespotenciais de ameaça para a saúde e segurança dos trabalhadores.O coordenador deve discriminar os riscos naturais e os advindos
da ação humana, documentando-os e repassando tais informa-ções ao administrador. Ao avaliar os riscos, deve considerar: a to-pograa do terreno; os métodos de trabalho, maquinário, rotinase equipamentos de proteção individual (EPIs) que devem ser uti-
lizados; os riscos naturais, como árvores mortas em pé ou podres,acidentes com animais peçonhentos, além de outros riscos. Tam-bém cabe ao coordenador de campo:
Implantar os procedimentos de segurança previstos no
plano e controlar o seu cumprimento na empresa, através
da preparação de uma estratégia com metas de cumpri-mento dos procedimentos para as suas equipes/proces-
sos; Avaliar e implementar medidas que garantam o contí-
nuo cumprimento dos procedimentos;
Munir o administrador de informações relevantes comoos dados da avaliação do cumprimento do plano, evolu-ção do número e tipo de ocorrências, serviços executa-dos, etc.
Supervisor da atividade. Na EIR, em cada operação ou ati-vidade pontual um dos prossionais envolvidos é escolhido pelocoordenador de campo como o supervisor da atividade. Cabe aosupervisor fazer cumprir as metas denidas no plano de seguran-ça no trabalho, assim como:
Controlar o padrão de cumprimento dos procedimentos
de segurança de acordo com o plano;
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Mostrar a importância dos treinamentos de segurançapara a sua equipe, disponibilizando seus membros para
participar dos treinamentos; Demonstrar situações planejadas de atos inseguros; Controlar atos inseguros e interferir nestes atos, tomando
ações corretivas e medidas para evitar sua repetição, con-forme previsto pelo plano.
Trabalhadores. Aos trabalhadores cabe entender e atender
os procedimentos em segurança do trabalho, mantendo as condi-ções de segurança do local onde é executado o trabalho, obede-cendo à sinalização, o uso de EPIs e as instruções do supervisor ecoordenador de campo.
5. Registros, planejamento e re-avaliaçãoTodos os acidentes de trabalho e doenças prossionais
noticáveis devem ser comunicados por escrito em formuláriopróprio. Para isto é fundamental que o empreendimento adoteum sistema de registro de informações e construa um banco dedados com tais informações. Este banco de dados serve paraacompanhar a evolução dos acidentes de trabalho e para sub-sidiar a elaboração e atualização do plano de saúde e seguran-ça do trabalho do empreendimento. Também pode indicar as
principais áreas que merecem uma especial atenção na área detreinamento e/ou reciclagem dos funcionários. Finalmente, obanco de dados pode indicar correções no plano de segurançae procedimentos correlatos. É recomendável uma re-avaliaçãodos procedimentos sempre que o número de ocorrências ultra-passe um limite aceitável.
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O arcabouço legal:
normas e regulamentosatuais
A execução de atividades orestais requer prossionaiscapacitados, uma vez que o ambiente orestal oferece inúmerosriscos de acidentes. Além disso, requer uma ferramenta que es-tabeleça regras ou critérios para garantir segurança aos funcio-nários de campo, além de assegurar direitos e deveres trabalhis-tas. Um instrumento importante é a norma regulamentadora 31(NR 31), estabelecida pela Portaria nº 86, de 03/03/2005 (DOU de04/03/2005), que foi criada para estabelecer a segurança e saúde
do trabalho no setor orestal e outros quatro setores (agricultura,pecuária, silvicultura e aqüicultura). Além da NR 31, o Manual de
Vistoria de Campo para os Planos de Manejo Florestal Madeireiro na
Amazônia3 também estabelece parâmetros de avaliação de segu-rança e saúde no trabalho (SST) em áreas de manejo de orestasnaturais. Entre os seus 140 vericadores, 36 (respectivamente donúmero 104 ao 140) estão relacionados com a SST.
Destacamos os seguintes instrumentos da NR 31:
31.5 Gestão de Segurança, Saúde e Meio Ambiente de Tra-balho Rural. De acordo com este instrumento, os empregadoresrurais devem implantar ações de segurança e saúde que visem aprevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, aten-
3
O Manual foi criado em 2006 pela Embrapa, Ibama e ProManejo para auxiliarem vistorias de campo de Planos de Manejo Florestal em escala empresarial.
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dendo a seguinte ordem de prioridade: (i) eliminação de riscos
pela substituição ou adequação dos processos produtivos, má-
quinas e equipamentos; (ii) adoção de medidas de proteção paracontrole dos riscos; e (iii) adoção de medidas de proteção pesso-al. Desta forma, as ações devem contemplar a melhoria das con-dições de trabalho, a promoção da saúde e da integridade físicados trabalhadores rurais e campanhas educativas de prevenção
de acidentes e doenças decorrentes do trabalho. Já as condiçõesde trabalho abrangem os riscos químicos, físicos, mecânicos e bio-
lógicos; a investigação e análise dos acidentes e das situações detrabalho que os geraram e a organização do trabalho em si.O empregador rural deve garantir a realização de exames
médicos, incluindo o exame médico admissional, o exame médico
periódico (i.e., anualmente ou segundo disposto em acordo ou con-venção coletiva de trabalho), o exame médico de retorno ao trabalho
(1º dia do trabalhador ausente por mais de 30 dias devido a qualquer
doença ou acidente), o exame médico de mudança de função (antesda data do início da nova função) e exame médico demissional. Se-gundo o instrumento, cada exame deve emitir um Atestado de Saú-de Ocupacional (ASO), em duas vias, contendo uma descrição dosriscos ocupacionais ao trabalhador, a indicação dos procedimentos
médicos a que foi submetido, e a denição de apto ou inapto para afunção especíca que o trabalhador vai exercer, exerce ou exerceu.
O instrumento também reza que o estabelecimento ruraldeve ser equipado com material necessário à prestação de primei-ros socorros, e que deve ter um trabalhador treinado para prestareste serviço caso o estabelecimento tenha 10 ou mais trabalhado-res. Em caso de urgência (incluindo acidentes com animais peço-nhentos), o trabalhador ca isento de responsabilidades pela suaremoção. Além disso, deve ser possibilitado o acesso dos traba-lhadores aos órgãos de saúde com ns a prevenção e a prolaxiade doenças endêmicas e a aplicação de vacina antitetânica.
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Quando constatada a ocorrência ou agravamento de doenças
ocupacionais, caberá ao empregador providenciar a emissão da Co-
municação de Acidentes do Trabalho (CAT), além de afastar o tra-balhador da exposição ao risco e encaminhá-lo à previdência socialpara estabelecimento de nexo causal, avaliação de incapacidade e
denição da conduta previdenciária em relação ao trabalho.
31.7 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes do Traba-lho Rural (CIPATR). Tem como objetivo a prevenção de acidentes
e doenças relacionados ao trabalho, de modo a tornar compatívelpermanentemente o trabalho com a preservação da vida do traba-lhador. É obrigatório para o empregador rural que mantenha vinteou mais empregados contratados por prazo indeterminado. Nos es-tabelecimentos com número de onze a dezenove empregados, nosperíodos de safra ou de elevada concentração de empregados porprazo determinado, a assistência em matéria de segurança e saúde
no trabalho será garantida pelo empregador diretamente ou atravésde preposto ou de prossional por ele contratado, conforme previs-to nos subitens 31.6.6 e 31.6.6.1 desta Norma Regulamentadora.
A CIPATR será composta por representantes indicados peloempregador e representantes eleitos pelos empregados de forma
paritária, de acordo com a seguinte proporção mínima:
Nº detrabalhadores
20 a35
36 a70
71 a100
101 a500
501 a1000
>1000
Representantes dostrabalhadores
1 2 3 4 5 6
Representantes doempregador
1 2 3 4 5 6
31.12 Acidentes com máquinas, equipamentos e implemen-tos. A norma reza que devem ser: (i) utilizados unicamente para os
ns concebidos, segundo as especicações técnicas do fabricante;
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(ii) operados somente por trabalhadores capacitados e qualicadospara tais funções; (iii) utilizados dentro dos limites operacionais e
restrições indicados pelos fabricantes. Além disso, só devem ser uti-lizadas máquinas e equipamentos móveis motorizados que tenhamestrutura de proteção do operador em caso de tombamento e dispor
de cinto de segurança. A norma também veda a utilização de máqui-nas e equipamentos acionados por motores de combustão internaem locais fechados ou sem ventilação suciente, além do transportede pessoas em máquinas e equipamentos motorizados e nos seus
implementos acoplados. Os veículos também devem estar equipa-dos com faróis, luzes e sinais sonoros de ré acoplados ao sistema decâmbio de marchas, buzina e espelho retrovisor. Além disso:
O empregador rural se responsabilizará pela capacitaçãodos operadores de máquinas e equipamentos, visando omanuseio e a operação seguros.
Nos locais de movimentação de máquinas, equipamen-
tos e veículos, o empregador rural ou equiparado deveestabelecer medidas que complementem: (a) as regrasde preferência de movimentação; (b) a distância mínimaentre máquinas, equipamentos e veículos; (c) as velocida-des máximas permitidas de acordo com as condições daspistas de rolamento.
As motosserras devem conter os seguintes dispositivos:
(a) freio manual de corrente;
(b) pino pega-corrente;(c) protetor da mão direita;
(d) protetor da mão esquerda;(e) trava de segurança do acelerador.Além disso, o empregador deverá oferecer aos motosser-
ristas treinamento para utilização segura do equipamento, comcarga horária mínima de oito horas, com conteúdo programático
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relativo à utilização segura da motosserra, constante no Manualde instruções dos equipamentos.
31.20 Medidas de Proteção Pessoal. Destacamos as se-guintes normas:
É obrigatório o fornecimento aos trabalhadores, gratui-tamente, de equipamentos de proteção individual (EPI),nas seguintes circunstâncias: (a) sempre que as medidasde proteção coletiva forem tecnicamente comprovadas
inviáveis ou quando não oferecerem completa proteçãocontra os riscos decorrentes do trabalho; (b) enquanto asmedidas de proteção coletiva estiverem sendo implanta-das; (c) para atender situações de emergência.
Os equipamentos de proteção individual devem ser ade-quados aos riscos e mantidos em perfeito estado de con-servação e funcionamento.
O empregador deve exigir que os trabalhadores utilizemos EPIs e deve orientar os empregados sobre seu uso.Cabe ao trabalhador usar os equipamentos de proteçãoindividual indicados para as nalidades a que se desti-narem e zelar por sua conservação.
31.21 Edificações Rurais. Destacam-se neste quesito as ques-tões relativas a estrutura e logística de acampamento e alojamentona oresta. Frisamos as seguintes normas:
Os pisos das edicações não devem apresentar defeitosque prejudiquem a circulação de trabalhadores ou a movi-mentação de materiais. Além disso, a cobertura do local detrabalho devem assegurar proteção contra as intempéries.
As edicações rurais devem: (i) proteger contra a umida-de; (ii) ser projetadas e construídas para evitar insolaçãoexcessiva ou falta de insolação; (iii) possuir ventilação e
iluminação adequadas; (iv) serem limpas e desinfetadas;
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(v) possuírem sistema de saneamento básico, como a co-leta das águas servidas na limpeza e na desinfecção, de
forma a evitar a contaminação do meio ambiente. As instalações sanitárias devem ser constituídas de: (i) la-
vatórios e vasos sanitários, sendo cada item na proporção
de um para cada grupo de vinte trabalhadores ou fração;
(ii) mictórios e chuveiros, sendo cada item na proporção
de um para cada grupo de dez trabalhadores ou fração.A NR31 também traz recomendações para o desenho das
instalações.
31.23 Áreas de Vivência. De acordo com este instrumento, oempregador deve disponibilizar aos trabalhadores áreas de vivên-cia compostas de instalações sanitárias e locais para preparar e fa-zer as refeições e, quando houver a permanência de trabalhadoresentre as jornadas de trabalho, também alojamentos e lavanderias.
Tais áreas de vivência devem ter condições adequadas de conser-vação, higiene, iluminação e ventilação e terem sido construídascom materiais adequados para as paredes, pisos e coberturas (se-gundo dispostos no instrumento).
As instalações sanitárias devem conter lavatórios e vasossanitários, na proporção de 1 para cada 20 trabalhadores, além de
mictórios e chuveiros, na proporção de 1 unidade para cada 10 tra-balhadores. O instrumento também reza a obrigatoriedade de ins-talações sanitárias xas ou móveis compostas de vasos sanitáriose lavatórios nas frentes de trabalho. Já os alojamentos devem serequipados com camas ou redes, de acordo com os costumes de cadalocal, e devem conter armários individuais para guarda de objetos
pessoais. Devem também ser garantidas aos trabalhadores das em-presas contratadas para a prestação de serviços as mesmas condi-ções de higiene, conforto e alimentação oferecidas aos empregadosda contratante. Finalmente, o empregador deve disponibilizar águapotável e fresca em quantidade suciente nos locais de trabalho.
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Estrutura do Manual de
Saúde e Segurança noTrabalho
Este manual foi concebido para indicar os principais riscos
à saúde e segurança existentes no manejo orestal com especialenfoque na Exploração de Impacto Reduzido – EIR. Cada ativi-dade da EIR será apresentada separadamente, acompanhada deuma breve descrição e das principais observações para melhorar asegurança e saúde operacional durante a execução destas ativida-des. Cada atividade é acompanhada por uma tabela que apresen-ta as seguintes informações:
Os riscos para a etapa do manejo, classicados em umtipo de risco (risco aos trabalhadores, às máquinas eequipamentos ou ao ambiente).
A intensidade destes riscos. As medidas preventivas que podem ser adotadas. Os vericadores para checagem das medidas preventi-
vas contra os riscos.
Listamos abaixo algumas denições importantes para acompreensão plena deste manual:
Atividades do manejo florestal. São as etapas do manejo
orestal ou Exploração de Impacto Reduzido, envolvendo as fasespré-exploratórias, exploratória e pós-exploratória. Cada atividade
será brevemente denida antes da apresentação de seus riscos.
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Responsável. É o prossional encarregado de identicar osriscos e adotar as medidas preventivas para evitar os acidentes,
assim como realizar vericações periódicas das atividades.
Risco. É a potencialidade de determinado fato ocorrer, sejapor negligência, imperícia, imprudência, ou outro fator que possalevar a um acidente. Também se entende por todas as situações deperigo comumente existentes no ambiente orestal e no acampa-mento orestal.
Tipos de riscos. Classicaremos os riscos em diferentes ti-pos, sendo:
PRiscos para a saúde e integridade dos trabalhadores eprossionais orestais
M Riscos para as máquinas e equipamentos orestais
A Riscos para a integridade da oresta e do ambiente.
Intensidade dos riscos. Os riscos serão também classicadosem uma intensidade baixa (código 1), média (código 2) e alta (có-digo 3). Riscos de baixa intensidade são aqueles que não causamproblemas de longo prazo a resiliência humana e ambiental em serecuperarem até o estado original, e causam danos de baixo custo a
equipamentos e materiais. Já os riscos de alta intensidade, no outroextremo, representam uma ameaça a vida de trabalhadores, podem
causar danos irreversíveis ao ambiente, e estão associados a custossignicativos para a recuperação de máquinas e equipamentos.
Medidas Preventivas. São os procedimentos que devem seradotados pelos trabalhadores para evitar o acidente ou incidente
no trabalho orestal.
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Verificadores. É a existência ou consonância de determina-dos atos que podem contribuir ou evitar a ocorrência de acidentes
e incidentes aos trabalhadores, máquinas e ao meio ambiente.
Outras siglas. Os equipamentos de proteção individual se-rão descritos como EPIs e as Unidades de Trabalho na exploração
como UTs.
1. RISCOS GERAIS
Definição. São os riscos e situações de perigo mais comunsexistentes em ambiente de orestas e em acampamentos orestais(Tabela 1).
Recomendações para a segurança e saúde do trabalhadornas atividades operacionais:
Considerar o treinamento pré-admissional aos traba-lhadores antes de chegarem ao acampamento, frisando
aspectos básicos de segurança e vivência na oresta. Otreinamento deve conter noções básicas de primeiros-socorros.
Denir claramente as tarefas e incumbências dos traba-lhadores e supervisores. Os trabalhadores devem ser in-formados sobre a descrição da tarefa, sua localização, fer-ramentas e máquinas utilizadas, EPIs, riscos localizadose medidas de segurança relacionadas.
O acampamento deve possuir um meio de transporte ou
de comunicação. Um plano para a evacuação rápida de
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eventuais feridos deve ser confeccionado e conhecido
por todos. Os trabalhadores devem ter um número de
telefone ou destino hospitalar mais próximo da UT. Manter uma baixa rotatividade de pessoal. Uma alta ro-
tatividade da força de trabalho pode aumentar sensivel-mente os riscos de acidentes. Além disso, o aumento daescolaridade dos trabalhadores tende a diminuir o índicede acidentes.
Os trabalhadores devem entender o trabalho pontual
que estão fazendo. Se necessário, o trabalhador deveser orientado sobre esta tarefa. Esta orientação deveincluir informações sobre a nalidade da tarefa e osmétodos e técnicas usadas, os riscos para a saúde e se-gurança, além das ferramentas, máquinas e EPIs em-pregados.
Dentro ou fora do acampamento, se as condições de se-
gurança forem agravadas por intempéries ou escuridão,o trabalho deve ser suspenso até que seja possível reto-mar a operação com segurança.
Demarcar ou sinalizar as áreas em que a exploração o-restal esteja ocorrendo, evitando que pessoas não-auto-rizadas ou desavisadas corram riscos por estarem próxi-mas à operação orestal em curso.
Durante o transporte de funcionários, deve haver umapreocupação especial com as condições do transpor-te (assentos, cintos de segurança, capota, manutenção
dos veículos), além do comportamento dos motoristasdurante o deslocamento (velocidade e respeito à sina-lização).
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Tabela 1. Riscos gerais enfrentados por trabalhadores em orestas.
Riscos Gerais TipoInten-
sidade
Medidas
preventivasVerificadores
Acidentes porimperícia naexecução deatividades e no usode equipamentos
P, M,A
3
Treinarfuncionários antesde exercerem afunção
- N° deocorrênciasde acidentes esituações de risco
- % dos
trabalhadoresda exploraçãotreinados
Acidentes diversos
devido a climadesfavorável(vendavais, chuva,lama, etc.)
P, M 2
Avaliar riscose paralisar aoperação senecessário
Treinarfuncionários em1os socorros
Acidentescausados pelasobreposição deoperações (corte,planejamento dearraste, arraste,etc.)
P, M 3
Planejar intervalosde segurançaentre operação esinalização - Programação
de equipes eoperações semsobreposição
Denir limitede segurança(temporal,espacial) entreoperações
Acidentes devidoa incêndios emmáquinas
P, M,A
2
Máquinasequipadas comextintores dentro
dos prazos devalidade
- Evolução do n°de ocorrências de
fogo em máquinas
- Condições geraisde operaçãodas máquinas,incluindoacessórios desegurança
Manutençãodiária, semanale periódica,evitando oacúmulo decombustíveldurante operação
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Riscos Gerais TipoInten-
sidade
Medidas
preventivasVerificadores
Acidentes comprodutos químicosusados noacampamento e naoresta
P, M,A
2
Permitir omanuseio apenaspor pessoalespecializado /treinado
- Vericararmazenamentode produtosquímicos, destinodas embalagense uso de EPIsdurante manuseio
Não reaproveitarrecipientes
Acidentes dotrânsito dentroda oresta(atropelamentos,colisões, etc.)
P, M 3
Máquinasequipadas comsirenes de ré
- Sinal sonorodurante amanobra
- Evolução don° de acidentescom veículos emáquinas
- Relato deterceiros sobrea operação detransporte
Orientar ostrabalhadorespara conduzir comcautela e seguirrecomendações
técnicas dasmáquinas
Usar cintos desegurança nosveículos
Manter limite dedistância segurada máquina
Sinalizar localda operação commáquinas (cones,faixas, placas, etc.)
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Riscos Gerais TipoInten-sidade
Medidaspreventivas
Verificadores
Acidentes naturaisdo trabalho naoresta, entre osquais:- Animaispeçonhentos- Obstáculos (tocos,galhos, cipós)- Queda de frutos
P, M 3
Orientação préviados trabalhadoresacerca dos riscosda operação naoresta
- % dosfuncionáriosusando EPIs naoresta- Relato deterceiros sobre ocomportamentodos trabalhadoresna oresta
Uso de EPIs
Manuseio deferramentas
cortantes (facões,foices e outros)
P, M 3
Cortar cipósfazendomovimentos emsentido contrárioao do corpo
- Evolução don° de acidentescom ferramentascortantes
- Observar aconduta dosfuncionáriosdurante asatividades
Cuidadosespeciaisao amolarferramentascortantes
Uso de bainhasnos facões
Em trabalhos emgrupos, deniruma distânciasegura entre ostrabalhadores
Perfuraçãopor tocos
P, M 3
Corte davegetação deveser feito a 1 m dealtura
- Altura dos tocos
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2. RISCOS DE ATIVIDADES PRÉ-EXPLORATÓRIASEM ÁREAS FLORESTAIS
Neste item, avaliaremos aspectos importantes de saúde esegurança no trabalho em cinco atividades pré-exploratórias domanejo orestal: o reconhecimento de áreas orestais, a aberturade picadas e delimitação das unidades de trabalho, o inventário
de árvores, o corte de cipós, e o planejamento de infraestruturas.Os principais riscos ligados a estas atividades serão descritos na
Tabela 2. Usaremos esta mesma tabela para avaliar, posteriormen-te, outros riscos do manejo orestal, como a marcação de árvorespara corte.
Reconhecimento de áreas florestais. Atividade que visa se-lecionar áreas aptas para o manejo orestal a partir de orestaspreviamente identicadas em análises de mapas e imagens de sa-
télite (Tabela 2).
Abertura de picadas e delimitação das UTs. Atividade quesubdivide a UT em faixas paralelas através da abertura de trilhas
na oresta, de forma a subsidiar o levantamento de informaçõespara o planejamento do manejo orestal, uma vez que estas tri-lhas serão utilizadas para referenciar as árvores na oresta e nosmapas de exploração. A delimitação física da UT permite: (i) omapeamento de aspectos físicos da área, como a topograa, a hi-drograa e o relevo; (ii) a execução do inventário orestal; e (iii) aorientação da equipe durante as operações na oresta (Tabela 2).
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Inventário de árvores. É o fundamento básico para subsidiaro planejamento e execução do manejo orestal. Consiste em locali-
zar, identicar, medir, mapear4
e avaliar as árvores da UT, de acor-do com as necessidades e objetivos previstos no Plano de Manejo
Florestal. Esse levantamento, feito de forma sistemática, objetivamensurar todas as árvores a partir de um diâmetro pré-estabelecido,identicando também sua qualidade para a exploração (Tabela 2).
Antes de iniciar o inventário na oresta, é fundamental de-nir as variáveis que serão mensuradas. Esta denição depende
dos objetivos do Plano de Manejo Florestal, além do tempo e re-cursos nanceiros disponíveis para sua realização. Quanto maisdetalhado for o inventário, maior o tempo necessário para sua re-alização e, conseqüentemente, maior será seu custo. O inventáriodeve possuir, ao menos, as seguintes variáveis:
Espécies. É necessário denir as espécies que serão in-ventariadas, ou seja, se o inventário se concentrará em
todas as espécies, ou apenas as espécies comerciais e/oupotencialmente comerciais. Diâmetro à altura do peito (DAP). É necessário denir o DAP
mínimo a partir do qual se realizará o inventário orestal. AResolução do CONAMA 406/2008 estabelece que as regrasde inventário orestal devem seguir a recomendações locaisda Câmara Técnica de Florestas. No estado do Pará, os re-gulamentos atuais rezam que sejam inventariadas todas asárvores que possuam um DAP no mínimo 10 cm inferiorao DAP mínimo de corteestabelecido no PMFS e que podevariar de acordo com a espécie, desde que não seja inferior a50cm de DAP , segundo a resolução citado a cima.
4 O mapeamento, em que as árvores têm sua posição relativa plotada em dois
eixos cartesianos, utiliza como orientação as trilhas e picadas abertas durante adelimitação das UTs.
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Corte de cipós. Atividade executada em UTs com incidên-cia de cipós, principalmente se estiverem presos às árvores de va-
lor comercial. Essa atividade deve ser realizada pelo menos umano antes da exploração, de preferência junto com o inventário
orestal ou logo após o mesmo. O corte de cipós facilita a derru-bada das árvores, diminui os danos causados às árvores jovens e
remanescentes, além de diminuir os riscos de acidentes às equipesde exploração (Tabela 2).
Planejamento de infra-estruturas. Atividade em que sãodenidas a disposição e a distribuição das estradas e dos pátios naUT, bem como pontes, bueiros ou aterros necessários. Nesta fase,variáveis como a localização, distribuição, número e tamanho dasinfra-estruturas (permanentes ou temporárias) são denidas (Ta-bela 2). O planejamento permite a minimização da distância deextração e a otimização do tráfego durante o transporte das toras
entre os pátios e as serrarias.O planejamento eciente garante economicidade e maior se-gurança, pois infraestruturas bem planejadas facilitam a orienta-ção do tratorista durante sua construção, permitem a diminuição
do tempo de trabalho da máquina e evitam danos desnecessáriosà oresta, além de permitir um tráfego seguro. Do ponto de vistaambiental, estima-se que 80% dos danos à oresta são geradosno momento de construção de obras e infra-estruturas (ver Hol-mes et al. 2002)6 e, portanto, um bom planejamento é fundamen-tal Para isso, é preciso investir na capacitação das equipes. Áreasde relevo acidentado, com presença de rios, grotões, igapós ououtros elementos que dicultam o planejamento e a construçãodas estradas, requerem equipes mais experientes e especializadaspara permitir uma maior eciência do planejamento.
5 Ver a referência completa na nota de rodapé número 2 do presente manual (p. 9).
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Recomendações para a segurança e saúde do trabalhadornas atividades operacionais:
Atenção a obstáculos como buracos, troncos, galhadas eárvores caídas. Ao passar por estes obstáculos, observarcom cautela o que há depois do mesmo.
Tomar cuidados especiais com os hábitos e locais em quecomumente se encontram animais peçonhentos e insetos.Por exemplo, cobras podem ser comumente encontradas
durante o inverno amazônico (dezembro-abril) na copa
de arbustos. Espécies de formigas costumam habitar ostroncos de espécies como o tachi (Sclerolobium sp);
Tabela 2. Riscos encontrados por trabalhadores orestais em cinco ope-rações pré-exploratórias do manejo orestal: o reconhecimento de áreasorestais, a abertura de picadas e delimitação das unidades de trabalho,o inventário de árvores, o corte de cipós, e o planejamento de infra-es-truturas.
Riscos Gerais Tipo Inten-sidade
Medidaspreventivas
Verificadores
Reconhecimento da área
Ficar sem apoio
em caso dedesorientaçãoou acidente naoresta
P 3
Trabalho deveser executadoem equipes de,no mínimo, 2pessoas
- Lista do número depessoas nas equipes da
oresta- Averiguar se equipede apoio conhece osdetalhes do plano deação
Estabelecerplano de açãoda operação(horários,datas, mapas,transporte eequipe)
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Riscos Gerais TipoInten-sidade
Medidaspreventivas
Verificadores
Atividades pré-exploratórias : Inventário florestal
Queda aoescalar árvorespara mensurá-las
P 2
Treinarfuncionários eorientá-los sobreos riscos antesde exercerem afunção
- N° de ocorrências deacidentes e situaçõesde risco
Atividades pré-exploratórias (reconhecimento, delimitação, inventário,corte de cipós, planejamento de infraestruturas e marcação de árvores paracorte)
Acidentesdiversosdevido a clima
desfavorável(vendavais,chuva, lama,etc.)
P, M 2
Avaliar riscose paralisar aoperação senecessário
- N° de ocorrências deacidentes e situaçõesde risco
- % dos trabalhadoresda exploraçãotreinados
Treinarfuncionários em1os socorros
Acidentesnaturais dotrabalho naoresta, entreos quais:
- Animaispeçonhentos- Obstáculos(tocos, galhos,cipós)- Quedade frutos egalhadas
P, M 3
Orientaçãoprévia dostrabalhadoresacerca dos riscosda operação
na oresta eauditoria naoresta
- % dos funcionáriosusando EPIs naoresta- Relato deterceiros sobre ocomportamento dostrabalhadores naoresta- Planos emergenciaispara estas situaçõesUso de EPIs
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Riscos Gerais TipoInten-sidade
Medidaspreventivas
Verificadores
Manuseio deferramentascortantes(facões, foices eoutros)
P, M 3
Cortar cipósfazendomovimentos emsentido contrárioao do corpo
- Evolução do n°de acidentes comferramentas cortantes
- Observar a condutados funcionáriosdurante as atividades
Cuidadosespeciaisao amolarferramentascortantes
Uso de bainhasnos facõesEm trabalhos emgrupos, deniruma distânciasegura entre ostrabalhadores
Perfuração por
tocos P, M 3
Corte davegetação deve
ser feito a 1 m dealtura
- Altura dos tocos
3. RISCOS NA CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS
Definição. É a construção de instalações físicas, como estra-das e pátios, permanentes ou não, dentro da unidade de manejo.
Nas operações orestais comerciais de larga escala, esta atividadeé realizada com o auxílio de equipamentos pesados, exigindo mão-de-obra especializada e merecendo, desta forma, planejamento econtroles detalhados. Nesta fase, existem grandes riscos aos traba-lhadores, às próprias máquinas e a integridade da oresta em vir-tude do uso de maquinário pesado (Tabela 3). Desta forma, estaatividade deve estar sempre acompanhada de um coordenador
credenciado.
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Recomendações para a segurança e saúde do trabalhadornas atividades operacionais:
Em média, 80% dos danos ambientais à oresta são ge-rados no momento de construção de obras e infraestru-turas e, portanto, o controle e o planejamento adequadodesta operações é primordial.
Cuidados especiais são requeridos durante a operação demáquina pesadas de forma a garantir uma maior vidaútil do equipamento. Quando adquiridas, estas máqui-
nas trazem manuais que detalham estes aspectos além derecomendações relativas à segurança da operação, quedevem ser seguidas.
Tabela 3. Riscos encontrados durante as operações de construção deinfra-estrutura para o manejo orestal.
Riscos Gerais TipoInten-sidade
Medidaspreventivas
Verificadores
Construção de Infra-estruturas
Acidentesdiversosdevido a climadesfavorável(vendavais,chuva, lama,etc.)
P, M 2
Avaliar riscose paralisar aoperação senecessário
- N° de ocorrênciasde acidentes esituações de risco- % dostrabalhadores daexploração treinados
Treinarfuncionáriosem 1os socorros
Máquinaatingida porvegetaçãode grandeporte (galhos,“macacos”6,cipós, árvoresmortas)
P, M 3
Avaliar e sinalizarpontos cegos comantecedência de20m do local
- Vericarsinalização nospontos de perigoe mensurar seobedecem adistância denidade 20m.
Eliminar pontos deperigo no trajetoda construção(árvores mortas,abelhas, cipós)
6 Popularmente, o “macaco” é uma árvore que foi derrubada mas se manteveapoiada em outra árvore, oferecendo grandes riscos aos trabalhadores da oresta.
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Riscos Gerais TipoInten-sidade
Medidaspreventivas
Verificadores
Tombamentoe/ou colisãoem obstáculosna oresta,incluindo riscosde esmagamentodo operador eatropelamentode pessoasduranteoperação
P, M 3
Sinalizar pontoscegos no trajeto daconstrução comantecedência de20m do local
- Vericar presençados pontos deperigo no trajeto e
relato de operação- Vericar presençada sirene- Auditar osajudantes sobre osprocedimentos daoperação- Vericar existênciade cabine eespecicaçõestécnicas
Atenção especialao utilizar marcha-a-ré, especialmentecom árvores eobstáculos
Orientação aotrabalhador eavaliação do riscoda operação antesdas sinalizações deperigo
Trabalhar commáquinasequipadascom cabinesespecicação(ROPS7)
Acidentesdiversos e Climadesfavorável(forte vendaval,chuva, lama, etc)
P, M 2
Avaliar riscos eparar a operação,e treinarfuncionários emprimeiros-socorros
- Avaliar clima/checar relaçãode funcionáriostreinados
7 ROPS é sigla de sistema de proteção contra capotagem. Consiste, no caso demáquinas pesadas, em uma capota com estrutura reforçada para proteger o ope-rador em caso de capotagem ou no caso de queda de árvores e troncos de peque-nos porte sobre a máquina durante operações orestais.
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Riscos Gerais TipoInten-sidade
Medidaspreventivas
Verificadores
Atropelamentoe/ouesmagamentodo ajudanteduranteconstrução
P 3
Manter distânciamínima desegurança (70 mantes e 35 m após omaquinário)
- Auditar osajudantes sobre osprocedimentos daoperação
Outrosacidentes,incluindo osprovocadospela quebrade árvorese galhadas,incêndios demáquinas, etc.
P, M,A
3
Treinamento eorientação daequipe paraa execução
da atividade,Sinalização econservação eAuditoria naatividade
- Auditoria dasatividades edo calendáriode execução demanutenção nasmáquinas.
Manutençãoperiódica domaquinárioSinalização de
outros riscospotenciais
4. RISCOS NA MARCAÇÃO DE ÁRVORES
Definição. Consiste em sinalizar as árvores a serem explora-das, diferenciando-as das árvores matrizes porta-sementes, rema-nescentes ou comerciais futuras, além de árvores-ninho, protegi-das por lei, etc. Em geral, é uma prática pouco utilizada devido aoseu custo, mas pode ser necessária na fase de ambientação de uma
equipe de exploração (especialmente de corte) que ainda não pos-sua pleno domínio das técnicas de orientação através de mapas.Os riscos referentes a esta atividade são semelhantes aos riscos
encontrados em atividades pré-exploratórias e, portanto, podemser vistas na Tabela 2.
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5. RISCOS NO CORTE E TRAÇAMENTO DAS ÁRVORES
Definição. É a operação de derruba de árvores selecionadaspara a exploração, utilizando técnicas especiais para o corte dire-cionado, incluindo o traçamento do tronco em toras e seu desga-lhamento, quando necessário. Na maior parte das operações deexploração de orestas naturais na Amazônia a derruba é feitacom motosserras, o que requer o emprego de técnicas especiais8
para diminuir os riscos de acidentes ao operador e o desperdício
de matéria-prima, o que inclui os danos à oresta. Indubitavel-mente, é a atividade mais perigosa do manejo orestal, sendo que,mundialmente, a derruba de árvores é uma das atividades com a
maior ocorrência de acidentes com vítimas fatais9. Os principaisriscos desta atividade podem ser vistos na Tabela 4.
8 Para maiores detalhes sobre as técnicas de corte de árvores na exploração deimpacto reduzido, consultar o Manual Técnico n° 2 do IFT, “TCS - Técnicas deCorte e Segurança no Trabalho em Florestas Amazônicas ”.9
Ver seção “Quão perigosa é a exploração madeireira para os trabalhadores?”,neste mesmo Manual, p. 15.
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Recomendações para a segurança e saúde do trabalhador
nas atividades operacionais:
As equipes envolvidas nas operações de corte e traça-mento devem ser constituídas por, no mínimo, dois tra-balhadores, que trabalhem em proximidade sucientepara manter contato visual e comunicar-se. É recomen-dável que se adotem procedimentos gestuais para sinali-
zar riscos da operação de corte, que também podem serpadronizados através de silvos de apito.
Devem ser evitadas ou, ao menos, merecem cuidadosespeciais, situações nas quais a operação de corte, traça-mento ou desgalhamento seja feita em local em que hajaárvore morta inclinada ou árvores afetadas pela quedade outra árvore. A derrubada de árvores mortas também
merece cuidado redobrado. Finalmente, as árvores en-
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ganchadas ou emaranhadas devem ser derrubadas rapi-damente com um método seguro para derruba.
O gerente ou coordenador da atividade deve assegurar-se de que ninguém, salvo exceções, transite perto da ope-ração de corte, isto é, a menos do dobro da distância daaltura da árvore que está sendo derrubada. As exceçõessão justamente a equipe de corte ou exercendo função decontrole, trabalhadores recebendo treinamento em corte
ou visitantes acompanhados pelo coordenador da ativi-
dade. As operações de corte devem ser feitas unicamente du-rante o dia, em luminosidade adequada e em condiçõesmeteorológicas que permitam boa visibilidade. Não de-vem ser realizadas em condições de ventos fortes, quetornem o corte direcionado inseguro. São precisos cuida-dos especiais em situações fora do ideal, como condições
de visibilidade limitada ao operador utilizando viseirade tela preta após as 16 h. O operador e ajudante devem assegurar que não haja
obstáculos na base da árvore a ser derrubada e devem
adotar uma postura rme e equilibrada durante o traba-lho. Devem também ter um cuidado redobrado ao cortarcipós nos com motosserra. O coordenador da atividadeou o gerente deve monitorar o ajudante da operação para
assegurar-se de que o mesmo possui uma postura calmae atenta durante o trabalho.
A altura máxima para o traçamento de árvores ou galhossuspensos deve ser igual à altura do ombro do operador.Acima disso, os riscos de acidentes devido ao rebote damotosserra são muito signicativos.
O coordenador ou gerente deve estar atento a questõesde ergonomia da equipes de corte. O ajudante de motos-
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serra deve estar equipado com uma mochila ou sacolaergonômica para transportar equipamentos, auxiliando
o conforto no trabalho. Ao fazer o teste do oco, colocar no mínimo dois dentes da
corrente em contato com o tronco, evitando o rebote da
motosserra. O sabre deve ser inclinado no momento dofuro e, apenas posteriormente, deve ser introduzido notronco em ângulo reto.
Tabela 4. Riscos encontrados durante as operações de abate e traçamen-to de árvores.
Riscos Gerais TipoInten-sidade
Medidas preventivas Verificadores
Corte e traçamento de árvores
Acidentes porimperícia naexecução de
atividadese no uso deequipamentos
P, M,
A
3Treinar funcionários
antes de exercerem a
função - N° de ocorrênciasde acidentes esituações de risco
- % dostrabalhadoresda exploraçãotreinados
Acidentesdiversosdevido a climadesfavorável(vendavais,chuva, lama, etc.)
P, M 2
Avaliar riscos eparalisar a operaçãose necessário
Treinar funcionáriosem 1os socorros
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Riscos Gerais TipoInten-sidade
Medidas preventivas Verificadores
Acidentesdiversosintrínsecos aotrabalho naoresta, entre osquais:- Animaispeçonhentos- Obstáculos(tocos, galhos,cipós, espinhos)- Queda defrutos e galhadas- Queda pordesnível doterreno
P, M 2
Eliminar arbustoe palmeiras comespinhos distantes 1mdo tronco
- Vericar apresença deobstáculos eperigos dotrabalho no local- Avaliar acomunicaçãodurante a operação- Vericar apresença de EPIscompletos e embom estado deconservação- Relato deterceiros sobre ocomportamentodos trabalhadoresna oresta
Denir boacomunicação (Gestuale Sonora)
Uso de EPIs
adequados aotrabalho na oresta(capacete, calças,botas, etc.), incluindouso de alça jugularnos capacetes
Orientação préviados trabalhadoresacerca dos riscos da
operação na oresta
Perfuração portocos
P, M 3Corte da vegetaçãodeve ser feito a 1 mde altura
- Vericar alturados tocos
Manuseio deferramentascortantes (facões,foices e outros)
P, M 3
Cortar cipós fazendomovimentos emsentido contrário aodo corpo
- Evolução don° de acidentes
com ferramentascortantes
- Observar aconduta dosfuncionáriosdurante asatividades
Cuidados especiais aoamolar ferramentascortantes
Uso de bainhas nosfacões
Em trabalhos emgrupos, denir umadistância segura entre
os trabalhadores
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MANUAL TÉCNICO 1 - IFT
Riscos Gerais TipoInten-sidade
Medidas preventivas Verificadores
Acidentescausados pelasobreposição deoperações (corte,planejamento dearraste, arraste,etc.)
P, M 3
Planejar intervalosde segurançaentre operação esinalização
- Programaçãode equipes eoperações semsobreposição
Denir limite desegurança (temporal,espacial) entreoperações. No casodo corte, manter uma
distância mínima de200m entre equipes.
Esmagamentodo operadordurante o
traçamento
P, M
2Não permanecersobre a tora durante otraçamento
- Auditar aorientação dostrabalhadores emonitoramentoconstante sobreos riscos dotraçamento.
- Observarposicionamento dooperador durante aoperação
3Evitar traçamentodebaixo de galhadaspenduradas
3
Evitar destoparas árvores com aspontas das torassuspensas > 1,50m
Queda da árvorena direçãocontrária ao
planejado
P, M,A
3
Avaliação da direçãode queda
- N° de ocorrênciasde acidentes esituações de risco- Avaliar conduta
do operadordurante a operação
Construir caminhos
de fuga
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MANUAL TÉCNICO 1 - IFT
Riscos Gerais TipoInten-sidade
Medidas preventivas Verificadores
Tombamentode árvoresremanescentes
P, M,A
3
Atenção redobradaapós a derrubadacom árvorestombadas e/ou comfacilidade de queda
- N° de ocorrênciasde acidentes esituações de risco,- Vericar apresença deobstáculos eperigos dotrabalho no local
Acidentescausados pelopróprio usoe desgaste da
motosserra(ausência oufalha dos itensde segurança)
P, M 3
Manter os itensde segurança desegurança em bomestado (pino “pega-corrente”, freio,trava do acelerador,amortecedores detrepidação)
- Vericarexistência e estadodos itens desegurança- Auditar aorientação aosoperadores sobreos riscos do uso demotosserras semestes itens
Acidentescausadosdurante a fugado operadorimediatamenteapós o corte(corte, tropeço,queda de galhos,etc.)
P, M 3
Desligar a motosserraao percorrer distânciamaior que 10m
- Vericar a práticados procedimentosde segurança nasequipes de corte- Vericardistância entreos membros daequipe durante aoperação de corte
Presença do ajudante junto ao operadordurante a operaçãopara facilitarcomunicação
Após o corte de abate,o operador devedesligar a motosserra,retirar o abafadorde som e levantar aviseira do capacete
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MANUAL TÉCNICO 1 - IFT
Riscos Gerais TipoInten-sidade
Medidas preventivas Verificadores
Acidente comoperadordurante odeslocamentoentre árvores
P 3
Não caminharcom a motosserrafuncionando e comabafador durante odeslocamento
- Vericar a práticados procedimentosde segurança nasequipes de corte
Acidentescausadospelo rebote(“cuspidas”) decunhas durante a
operação
P 2Orientação sobreo posicionamentocorreto das cunhas
- Vericarposicionamento decunhas
Acidentescausados pelorebote do troncopor rachadura
P 3
Utilizar técnicas decorte direcionado,com especialcuidado para árvoresinclinadas e comsapopemas
- Auditar técnicasde corte nostocos e durante aoperação
Acidentescom produtosquímicos
P, M,A
2
Manuseio porpessoal credenciado
- não reaproveitarrecipientes
Vericararmazenamento
de produtosquímicos, destinode embalagem euso de EPI durantemanuseio
Não reaproveitarrecipientes
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6. RISCOS NO PLANEJAMENTO DE ARRASTE DE TORAS
Definição. É o planejamento dos caminhos através dos quaismáquinas pesadas arrastarão as toras a ser retiradas da oresta.Consiste na denição e demarcação, através de sinalização padro-nizada, do caminho a ser percorrido pelo trator entre a orestae os pátios de estocagem. O planejamento do arraste permite aorientação do operador do trator, aumentando a produtividade
da atividade e minimizando os danos a oresta. Os riscos especí-
cos do planejamento de arraste e do arraste de toras podem servistos na Tabela 5. O planejamento deve considerar alguns crité-rios para que o arraste seja bem sucedido.
i. Os ramais de arraste devem ser distribuídos em funçãodo caminho de menor resistência da oresta ao trator eda direção de queda das árvores.
ii. Para facilitar as operações nos pátios, principalmente o
empilhamento e o carregamento das toras, os ramais de-vem terminar, preferencialmente, no fundo e na frente
dos pátios.iii. Caso o equipamento de arraste seja tratores de esteiras,
é recomendável o arraste de, no máximo, 10 árvores em
cada ramal principal. No caso de tratores com pneus, érecomendável o máximo de 15 árvores.
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iv. O número de ramais principais dependerá do tipo de tra-tor a ser utilizado, do solo da oresta, da distribuição das
árvores a serem arrastadas ao pátio, além da densidadeda madeira e do comprimento das árvores.
v. Para facilitar o arraste, os ramais principais devem serpreferencialmente retilíneos e devem possuir curvasabertas. A junção de um ramal secundário e de um ramalprincipal deve conter uma curva suave, que não excedaos 45°, de forma a criar uma estrutura dos ramais que se
assemelhe a uma espinha de peixe.
Recomendações para a segurança e saúde do trabalhadornas atividades operacionais:
O planejamento deve evitar árvores com diâmetro supe-rior a 30 cm no caminho a ser percorrido pelo trator, oti-mizando a operação e diminuindo seus riscos.
No planejamento de curvas, as tas de sinalização (co-locadas na oresta para mostrar ao operador o traçadodos ramais) devem car próximas, o que facilita a orien-tação do operador na execução do planejamento. As tasdevem estar, preferencialmente, a uma altura de 1,80 m,
para melhor visualização do operador. O traçamento de toras e demais obstáculos para permitir
o arraste deve ser sinalizado no campo e ser identicadoem mapas.
Situações especiais no arraste, como obstáculos que ofe-reçam risco à máquina e ao operador, que dicultem aoperação com a garra ou que possam provocar a destrui-ção de um bosque de remanescentes comerciais, devemconter no planejamento o uso do guinchamento da tora.
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MANUAL TÉCNICO I
7. RISCOS NO ARRASTE DE TORAS
Definição. Consiste em arrastar as toras da oresta para ospátios de estocagem com máquinas adequadas através dos ramaisde arraste previamente planejados, na qual o operador obedecea instruções contidas em uma mapa. Na Exploração de ImpactoReduzido (EIR), o arraste prioriza a redução do desgaste do tra-tor durante a operação, a segurança do operador e a redução de
danos à vegetação remanescente. O sucesso do arraste depende
do uso de um trator adequado para esta atividade, como um tra-tor de esteira equipado com guincho e torre de elevação ou tratororestal skidder . Os riscos especícos do planejamento de arrastee do arraste de toras podem ser vistos na Tabela 5. Cuidados adi-cionais devem ser tomadas em operações de arraste quando sãoexecutadas concomitantemente às operações de pátio (ver próxi-mo item).
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MANUAL TÉCNICO 1 - IFT
Recomendações para a segurança e saúde do trabalhadornas atividades operacionais:
As máquinas devem estar equipadas com itens que pro-piciem ergonomia e segurança adequadas. Primeiro,devem conter assentos reguláveis, com amortecedores,
além de cintos de segurança. Segundo, as máquinas de-vem conter uma caixa de primeiros-socorros e extintores.Os elementos de acesso, como degraus, escadas, estribos,
agarras de mão e portas, devem estar em altura e espaça-mento adequados. O operador deve ser conscientizado sobre a importância
e funcionamento dos itens de ergonomia e segurança. Osresponsáveis pela atividades devem se certicar de queos operadores estejam certicados através de capacitaçãoespecializada sobre a operação e manutenção das máqui-
nas que estejam utilizando. Bom senso e a experiência de operadores mais antigos
podem ser úteis para diminuir os riscos e problemas. Porexemplo, membros da ocina alertaram de que deve serevitado operar a máquina nas 2ª e 3ª marchas, para evitaro super-aquecimento do equipamento. Também foi dis-cutido que a vibração da máquina pode travar o medidordos extintores de incêndios, e que este item merece por-tanto cuidados especiais.
Durante a operação, é indispensável que haja uma boacomunicação entre os membros da equipe (operador eajudantes, entre outros). Convém que se combine sinaisvisuais ou acústicos inequívocos e claros. Convém com-binar que todo sinal não-entendido signica “pare”.
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No arraste com guinchos o trator deve estar bem freado e
posicionado a uma distância prudente da árvore ou toco.
O arraste deve ser feito pelo guincho e não pelo própriotrator em movimento. Deve haver atenção redobrada emdeclives devido aos riscos de tombamento.
Atenção redobrada dever ser tomada nos momentos deengates e desengates de toras, já que as mesmas podemmovimentar-se ou até mesmo rolar, dependendo do ter-reno. O uso de apitos pelos ajudantes é também uma
medida importante para melhorar a comunicação entrea equipe durante a operação.
Tabela 5. Riscos encontrados durante as operações planejamento de ar-raste e arraste de toras.
Riscos Gerais TipoInten-sidade
Medidas preventivas Verificadores
Planejamento de arraste e arraste de toras
Acidentesdiversosdevido a climadesfavorável(vendavais,chuva, lama,etc.)
P, M 2
Avaliar riscos eparalisar a operação senecessário
- N° deocorrênciasde acidentese situações derisco- % dostrabalhadoresda exploraçãotreinados
Treinar funcionários em1os socorros
Acidentescausados pelasobreposição deoperações (corte,planejamento dearraste, arraste,etc.)
P, M 3
Planejar intervalosde segurança entreoperação e sinalização - Programação
de equipes eoperações semsobreposição
Denir limite desegurança (temporal,espacial) entreoperações
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Riscos Gerais TipoInten-sidade
Medidas preventivas Verificadores
Acidentesnaturais dotrabalho naoresta, entre osquais:- Animaispeçonhentos- Obstáculos(tocos, galhos,cipós)
- Queda defrutos
P, M 3
Orientação prévia dostrabalhadores acercados riscos da operaçãona oresta
- % dos funcio-nários usandoEPIs na oresta- Relato deterceiros sobreo comporta-mento dostrabalhadores
na oresta
Uso de EPIs
Manuseio deferramentascortantes(facões, foices eoutros)
P, M 3
Cortar cipós fazendomovimentos em sentidocontrário ao do corpo
- Evoluçãodo n° deacidentes comferramentascortantes
- Observar aconduta dosfuncionáriosdurante asatividades
Cuidados especiais aoamolar ferramentascortantes
Uso de bainhas nos
facõesEm trabalhos emgrupos, denir umadistância segura entre ostrabalhadores
Perfuração portocos
P, M 3Corte da vegetação deveser feito a 1 m de altura
- Altura dostocos
Arraste de toras
Acidentesdevido aincêndios emmáquinas
P, M,A
2
Máquinas equipadas
com extintores dentrodos prazos de validade
- Evolução
do n° deocorrênciasde fogo emmáquinas
- Condiçõesgerais deoperação dasmáquinas,incluindo
acessórios desegurança
Manutenção diária,semanal e periódica,evitando o acúmulo decombustível duranteoperação
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Riscos Gerais TipoInten-sidade
Medidas preventivas Verificadores
Acidentes dotrânsito den-tro da oresta(atropelamentos,
colisões, etc.)
P, M 3
Máquinas equipadascom sirenes de ré ebuzinas, utilizadasquando a máquina seaproximas do pátio
- Sinal sonorodurante amanobra e nachegada demáquinas aopátio
- Evolução don° de acidentescom veículos emáquinas
- Relato deterceiros sobrea operação dearraste
- Avaliação deprocedimentoda equipedurante aoperação
Orientar ostrabalhadores paraconduzir com cautela eseguir recomendaçõestécnicas das máquinasUsar cintos desegurança nos veículosManter limite dedistância segura damáquinaSinalizar local daoperação com máquinas(cones, faixas, placas,etc.)
Dar preferência nopátio a operação com oskidder em detrimentoda carregadeira,também provendomaior eciênciaNão realizar otransporte de pessoasdurante a operação
(pessoas fora da cabineou dependuradas)
Operação de pátio deveser interrompida com achegada da máquina eapenas recomeçar apóssua saída
Tombamentoda máquinadurante aoperação dearraste
P, M 2
Não planejar trilhas emmeia-encosta ou em
declives superiores a15%
- Treinamentoda equipe eexistência deprocedimentosem segurança
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Riscos Gerais TipoInten-sidade
Medidas preventivas Verificadores
“Chicoteio”causado porrompimento decabo durante oguinchamento
P 2
Inspeção periódica nocabo principal e estropo(rupturas)
- Condiçõesgerais doestado do cabo- Conscinênciada equipesobre riscos dochicoteio
Não utilizar cabo de açocom nós
Perfurar oradiador
durante aoperação
M 1Manter sempre a lâmina
alta durante a operação - Avaliação deprocedimentoda equipedurante aoperação
Tombamentoda máquinae quebra decruzeta
M 1
Posicionar a máquina deforma que a operaçãocom guincho nãoocasione a quebra decruzeta.
8. RISCOS DAS OPERAÇÕES DE PÁTIO
Definição. É a atividade que naliza a exploração da o-resta, consistindo em romanear, empilhar e carregar as toras
em caminhões. É uma atividade que contém vários riscos poishá vários prossionais e máquinas trabalhando concomitante-mente no mesmo local. Comumente, devido às dimensões re-duzidas dos pátios, é necessário fazer o empilhamento ou car-regamento das toras no momento do arraste. Com isso, as duasmáquinas (skidder e carregadeira) operam ao mesmo tempo. Ooperador da carregadeira deve dar sempre preferência à ope-ração do skidder, com o objetivo de não interferir na produti-vidade do arraste. Os riscos especícos das operações de pátiopodem ser vistos na Tabela 6.
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Recomendações para a segurança e saúde do trabalhadornas atividades operacionais:
As toras arrastadas devem ser empilhadas em um ter-reno rme e plano ou em base estável. Deve-se evitar,portanto, o empilhamento nas beiras das estradas, espe-cialmente quando há declividade. As pilhas de toras nãodevem ser mais altas do que a altura recomendável deoperação para a carregadeira.
Os degraus, corrimões e o compartimento do operadordevem estar sempre limpos. Devido a grande quantidadede pessoas no pátio, a equipe deve estar constantementemonitorando as necessidades de reparos na carregadei-ra. Adicionalmente, as máquinas devem estar equipadascom o alarme de marcha-à-ré.
Além dos EPIs, o ajudante e outros prossionais no pátio
devem usar coletes de cor forte para que o operador os loca-lizem com facilidade. Os EPIs do operador devem diminuiros riscos de trabalho, mas sem comprometer sua atenção e
sua capacidade de responder a eventualidades. O operador deve usar sempre seu equipamento de segu-
rança (botas antiderrapantes e com bico de aço, óculos de
proteção, capacete, protetor auricular, macacões ou outrotipo de roupa que não atrapalhe a operação).
O ajudante também deve usar seu material de segurança,
especialmente o colete de identicação para que possa serrapidamente localizado pelo operador. O uso de apitos pe-los ajudantes é também uma medida importante para me-lhorar a comunicação entre a equipe durante a operação.
É importante que o operador e seu ajudante estabeleçam,de comum acordo, alguns sinais manuais para facilitar a
comunicação à distância.
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Tabela 6. Riscos encontrados durante as operações de pátio.
Riscos Gerais TipoInten-
sidadeMedidas preventivas Verificadores
Operações de pátio (mensuração, catalogação e empilhamento de toras)
Acidentesdiversosdevidoa climadesfavorável(vendavais,chuva, lama,
etc.)
P, M 2
Avaliar riscos eparalisar a operaçãose necessário
- N° de ocorrênciasde acidentes esituações de risco- % dos trabalhadoresda exploraçãotreinados
Treinar funcionáriosem 1os socorros
Acidentes notrânsito deáreas (atro-pelamentos,colisões, etc)
P, M 2
Evitar sobrecarga namáquina (evitar que amáquina empine)
Observar a inclinaçãoda máquina duranteseu deslocamento
Não subir na pilha detoras com a máquina- Evolução do n°de acidentes comveículos e máquinas- Relato de terceirossobre a operação dearraste- Avaliação deprocedimento daequipe durante aoperaçãoobservar operação
Retirar resíduos dointerior do pátiode forma a mantê-lo limpo durante aoperação
Não descansarpróximo às máquinas
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Riscos Gerais TipoInten-
sidadeMedidas preventivas Verificadores
Acidentes notrânsito deáreas (atro-pelamentos,colisões, etc)
P, M
2
Não deixar pontasde toras invadirem aestrada secundária
- Sinal sonorodurante a manobrae na chegada demáquinas ao pátio- Evolução do n°de acidentes comveículos e máquinas- Relato de terceirossobre a operação dearraste- Avaliação deprocedimento daequipe durante aoperação
Não permitir que acarregadeira operemuito próximo a
pessoas no pátioPlanejarempilhamentoevitando o trânsitodo trator de arrastepróximo a pilha
Carregadeira devebalancear o pesodas toras duranteo carregamento no
pátio
- Observar onivelamento da tora
na pinça- Vericar uso econdições da pinçadurante a operação
3
Pinça da máquinadeve ser usadade acordo comespecicaçõestécnicas
Manter distânciade 25m da máquina(carregadeira) quandoem operação
- Obervar distânciaentre as equipes e asmáquinas
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Riscos Gerais TipoInten-sidade
Medidas preventivas Verificadores
Traçamento de toras no pátio
Desmoro-namento detoras, atro-pelamentosna operação,acidentes commotosserra
P, M 2
- Treinamento eorientação da equipepara a execução daatividade- Manutençãoperiódica demotosserras
- Sinal sonorodurante a manobrae na chegada de
máquinas ao pátio- Evolução do n°de acidentes comveículos e máquinas- Relato de terceirossobre a operação dearraste- Avaliação deprocedimento daequipe durante a
operação
9. RISCOS NO TRANSPORTE DE TORAS
Definição. É o transporte de toras entre o pátio de estoca-gem da oresta e o pátio da indústria, utilizando caminhões que
variam na capacidade de carga. É uma atividade que exige con-trole pois os condutores precisam respeitar as normas do Código
Nacional de Trânsito.
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MANUAL TÉCNICO 1 - IFT
Recomendações para a segurança e saúde do trabalhadornas atividades operacionais:
Idealmente, os caminhões madeireiros devem ter umabarreira física de proteção entre a cabine e a carga. Além
disso, é importante que os caminhões não sejam carrega-dos em excesso. No caso de caminhões equipados comfueiros, a altura máxima de carga deve ser respeitada, e
cabos de aço devem ser usados para aumentar a seguran-ça no transporte.
Os caminhões devem trafegar, mesmo durante o dia,com os faróis acesos, principalmente durante o período
seco, devido a grande quantidade de poeira existente emestradas rurais. Os motoristas devem estar atentos a ve-ículos de menor porte, que devem ter a preferência. Ide-almente, os caminhões também devem estar equipadoscom faróis de milha.
A sinalização das estradas em que há transporte ma-deireiro é fundamental, indicando pontes, obstáculos e
trechos perigosos. Motoristas de eventuais veículos detransporte de passageiros em estradas madeireiras de-vem adotar cuidados especiais.
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Tabela 7. Riscos encontrados durante o transporte de toras.
Riscos
Gerais
TipoInten-
sidade
Medidas preventivas Verificadores
Transporte de toras
Acidentescom cami-nhões detransportemadeireiro(atrope-lamentos,colisões, etc.)
P, M 3
Manter as luzesacessas durante otransporte
- Existência de placassolicitando o uso defaróis no percurso
Modernização dafrota de veículose manutenção dosrequerimentos de
manutenção
- Avaliação doestado dos veículos,equipamentos ecomportamento
dos motoristas nasestradas madeireiras- Evolução do n° deacidentes- Relato de terceirossobre o transporte- Observarcumprimentode manutençãopreventiva de
veículos
Manter comunicaçãovia rádio entreos motoristas decaminhões e de outrosveículos
Denir preferência notráfego de veículos daindústria e outros
Retirar toras queeventualmente caiamna lateral da estrada
- Existência de torasao longo da estrada
Limitar velocidadea 60 km/h ou oestabelecido peloCNT em vias públicaspara o porte dosveículos
- Existência detacógrafo nos veículos
Treinamento eorientação dosmotoristas sobreos riscos daatividade e medidasprecaucionárias
- Evolução do n° deacidentes- Relato de terceirossobre o transporte
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RiscosGerais
TipoInten-sidade
Medidas preventivas Verificadores
Tombamen-to de cargas
M 3
Treinamento (cursode direção defensiva)e reciclagem
- Estabelecimento desistema de controlede motoristas(carteiras, certicados,estatísticas deocorridos e acidentes,etc.)- Vericaçãodos veículos ecomportamento dos
motoristas durantetransporte
Cargas devem estaramarradas com cabosde aço ou cintas ea carga não deveultrapassar o limitedo fueiro
Acidentescom veículosde trans-porte deprossionaise equipa-mentos
P, M 3
Denircompartimentono veículo parao transporte deequipamentos(motosserras,machados, facões,etc.)
- Vericar existênciade compartimentoespecíco para
guarda deequipamentos- Vericar condiçõesdos veículos edurante o trasnportede pessoal- Evolução do n° deacidentes- Relato de terceirossobre o transporte
- Observarcumprimentode manutençãopreventiva deveículos
Certicar-se sobrea resistência dacapota dos veículos,se for o caso, edemais condiçõesde segurança dosveículos (cinto desegurança, janelas,etc.)
Desenvolvermecanismosque impeçam asuperlotação esobrecarga dosveículosRealizar manutençãodos veículos conformeestabelecido pelosmanuais dos mesmos
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RiscosGerais
TipoInten-sidade
Medidas preventivas Verificadores
Queda deárvores daslaterais dasestradas
P, M,A
3Corte de árvores derisco da lateral daestrada
- Vericação dapresença de árvoresde risco ao longo daestrada
10. RISCOS EM ATIVIDADES PÓS EXPLORATÓRIAS
10.1. Tratamentos silviculturais pós-exploratórios
Definição. Simplicadamente, é um conjunto de interven-ções na oresta visando enriquecê-la de espécies de interesse ouacelerar o crescimento determinadas espécies. Devem conciliar osobjetivos do empreendimento orestal com a dinâmica da ores-ta, criando condições que favoreçam as espécies de interesse domanejo. Os tratamentos aumentam signicativamente o valor daoresta em futuros ciclos de corte. Segundo Silva (1996), o cres-cimento de espécies de interesse na oresta pode ser duplicadoem relação à oresta não-tratada, e até quadruplicar em relação auma oresta não explorada (Figura 4).
Figura 4. Crescimento diamétrico de árvores comerciais típico de ores-tas amazônicas (comparativamente às demais categorias).
)ORUH[SOWUDWDGD
)ORUH[SOVWUDWDPHQWR
)ORUHVWDYLUJHP
)RQWH6LOYD-10
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No entanto, a seleção de um método silvicultural deve le-var em conta diversos fatores, incluindo as características da pró-
pria oresta e do mercado atingido, as possíveis implicações aoecossistema orestal, e a viabilidade econômica de sua utilização.Alguns possíveis tratamentos silviculturais pós-exploratórios in-cluem:
Corte de cipós pós-exploratório. Realizado na fase pré-ex-ploratória junto a árvores selecionadas para o corte, o corte de ci-pós pode ser repetido após a exploração nas árvores remanescen-
tes (i.e., árvores que serão exploradas no segundo ciclo de corte),de forma a favorecer seu desenvolvimento. Também é necessárioo corte de cipós em anos subsequentes como manutenção do tra-tamento. Isto se faz especialmente necessário em áreas com gran-de concentração de cipós.
Desbaste de liberação. Atividade que elimina a concorrên-cia por luz e nutrientes entre as árvores remanescentes e outras
árvores não-comerciais, que serão eliminadas. Estas árvores semvalor comercial poderão ser cortadas ou, principalmente nos ca-sos em que tiverem DAP > 35cm, poderão ser aneladas, uma vezque o corte de árvores maiores provocaria danos mais severos àvegetação remanescente. No anelamento, a árvore morre em pé ese decompõe lentamente.
Plantio de enriquecimento. A escolha das espécies planta-das deve considerar a aptidão econômica presente e futura dasmesmas, além da fenologia e adaptabilidade da espécie à região.O plantio poderá ser feito em clareiras de exploração ou em áreas
contínuas, como áreas de cipós limpas para o plantio ou em áreasde recuperação orestal. Em áreas contínuas, é recomendado a im-
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plantação de plantios heterogêneos, com espécies que permitam oretorno do investimento a curto (8-12 anos) e longo prazos (20-45
anos). Isto dicultará a proliferação de pragas no povoamento eviabilizará a manutenção do empreendimento. O estabelecimentode plantios próximo a estradas e outras infra-estruturas diminuios custos de implantação e manutenção dos mesmos. Além delimpezas durante os primeiros anos de plantio, comumente sãodesejáveis podas para que as mudas possam se desenvover plena-mente com valor comercial.
Recomendações para a segurança e saúde operacional:Riscos associados aos tratamentos silviculturais são bas-
tante semelhantes aos encontrados nos riscos gerais da atividade
orestal (Tabela 1) e inventário orestal (Tabela 2). Por conveni-ência, selecionamos os riscos mais relevantes aos tratamentos e ao
inventário contínuo (próxima seção) na Tabela 8.
10.2. INVENTÁRIO CONTÍNUO
Definição. É a denição, implantação e acompanhamento(mensuração e análise de dados) das parcelas permanentes com
a nalidade de acompanhar o crescimento e recrutamentos denovos indivíduos em uma área orestal. As recomendações atu-ais de manejo orestal estabelecem uma amostragem mínima de0,5% da área explorada estabelecida em parcelas permanentes(1 parcela de 1 hectare cada para cada 250 hectares) até um limite
de 50 hectares.
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Tabela 8. Riscos gerais enfrentados durante atividades pós-exploratóriascomo tratamentos silviculturais e inventário contínuo .
Riscos Gerais Tipo Inten-sidade Medidaspreventivas Verificadores
Acidentes porimperícia naexecução deatividadese no uso deequipamentos
P, M,A
3
Treinarfuncionáriosantes deexercerem afunção
- N° de ocorrênciasde acidentes esituações de risco
- % dostrabalhadores daexploração treinados
Acidentesdiversos devido aclima desfavorável(vendavais, chuva,lama, etc.)
P, M 2
Avaliar riscos
e paralisar aoperação senecessário
Treinarfuncionários em1os socorros
Acidentes comprodutos químicosutilizados nostratamentossilviculturais
P, M,
A2
Permitir omanuseio apenaspor pessoalespecializado /treinado
- Vericararmazenamentode produtosquímicos, destinodas embalagens euso de EPIs durantemanuseio
Não reaproveitarrecipientes
Acidentes naturaisdo trabalho naoresta, entre osquais:- Animaispeçonhentos
- Obstáculos(tocos, galhos,cipós)- Queda de frutos
P, M 3
Orientaçãoprévia dostrabalhadoresacerca dos riscosda operação naoresta
- % dos funcionáriosusando EPIs naoresta- Relato deterceiros sobre o
comportamento dostrabalhadores naorestaUso de EPIs
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Riscos Gerais TipoInten-sidade
Medidaspreventivas
Verificadores
Manuseio deferramentascortantes (facões,
foices e outros)
P, M 3
Cortar cipósfazendomovimentos emsentido contrárioao do corpo - Evolução do
n° de acidentescom ferramentascortantes
- Observar a condutados funcionáriosdurante asatividades
Cuidadosespeciaisao amolarferramentascortantes
Uso de bainhasnos facõesEm trabalhos emgrupos, deniruma distânciasegura entre ostrabalhadores
Perfuração por
tocosP, M 3
Corte davegetação deve
ser feito a 1 m dealtura
- Altura dos tocos
11. POSSÍVEIS RISCOS DO ACAMPAMENTO FLORESTAL
Definição. É o local onde os funcionários cam alojados esão armazenados equipamentos, materiais, documentos e ferra-
mentas. Incluem sanitários, banheiros10
, refeitório e um centro detomada de decisões. Comumente, pode contar com estrutura deapoio como ocina mecânica, viveiro para a produção de mudas,centro para reuniões, capacitação ou palestras, enfermaria, entreoutros. Desta forma, possíveis fontes de riscos incluem:
10 Algumas diretrizes gerais para o acampamento e locação de sanitários e ba-
nheiros são regulamentadas pela NR 31, e podem ser vista genericamente naseção deste Manual “O arcabouço legal: normas e regulamentos atuais”, p. 22.
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Os dormitórios;
A cozinha;
Os banheiros e duchas; O destino dos dejetos e resíduos; A captação de água; O armazenamento de combustíveis e produtos inamáveis; As áreas de lazer e recreação; Os almoxarifados e dispensas de comida;
A ocina;
A enfermaria.
Recomendações para a segurança e saúde do trabalhadornas atividades operacionais:
Devem haver dormitórios que, na medida do possível,respeitem a privacidade dos trabalhadores. Os dormi-tórios também devem prezar pela higiene e proteger os
trabalhadores de insetos e animais peçonhentos. O acampamento deve conter uma área com comparti-mentos especiais para os produtos inamáveis, químicosou explosivos, locados a uma distância segura dos locaisde habitação e alimentação.
Os dormitórios, cozinha, refeitório, banheiros e sanitá-rios devem ser construídos com piso impermeável para
aumentar a higiene. A captação de água deve garantir água potável aos tra-balhadores em quantidade suciente. A dieta alimentardeve ser balanceada em decorrência da carga de trabalho
e necessidades calóricas diárias dos trabalhadores. Idealmente, as ocinas devem conter uma boa variedade
de ferramentas (evitar improvisação) e dispor de área su-ciente para a manutenção das máquinas em boas condi-ções de segurança.
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O acampamento deveria ser protegido contra descargas
elétricas naturais.
Banheiros e sanitários devem seguir a especicações míni-mas contidas na NR 31. Cuidados especiais devem ser toma-dos em relação a higiene, privacidade e para evitar acidentes
nos banheiros. Além disso, é importante haver um lavatóriopara roupas, de forma que as mesmas não sejam lavadas di-retamente em igarapés e cursos d´água próximos.
Tabela 9. Riscos gerais encontrados no acampamento orestal.
Riscos Gerais TipoInten-sidade
Medidas preventivas Verificadores
Incêndios,intoxicações
e explosõesprovocadospor gás decozinha
P, M,A 3
Armazenar em localventilado e coberto eem local sinalizado - Observar
presença deextintores
- Observarmanipulação, usoe armazenamentode gás
Presença de extintorescontra eventuaisincêndios
Fazer tubulações degás com o menorcomprimento possível
Manter os vasilhamesde gás cheiosseparados dos vazios
Acidentesprovocadospela redeelétrica
P, M, 2
Evitar redesestabelecidas comimprovisação, comoos desencapados eligações irregulares.
- Capacitação depessoal envolvidona manutenção doacampamento
Observarcompatibilidade detensão e amperagemde equipamentos eferramentas
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Riscos Gerais TipoInten-sidade
Medidas preventivas Verificadores
Riscosbiológicos(fungos ebactérias) nacaptação deágua
P, M,A
1
Análise da águadisponível. Senecessário, construçãode poço artesiano etratamento de água
- Vericaçãoperiódica daqualidade da águacaptada
Riscosquímicose demais
acidentesdecorridos dodepósito decombustíveis
P, M,
A 3
Construir barragensde contenção
de resíduos decombustíveis
- Vericarcondições dearmazenamentode combustíveis
Riscosquímicos eacidentesprovocadospelo gerador
de energia
P, M,A
3
Instalar extintor deincêndios, barragemde contenção deresíduos combustíveise manter manutenção
periódica do gerador
- Vericaçãocondições defuncionamento dogerador
Riscos físicos ebiológicos noambulatório/enfermaria
P 1
Garantir boaventilação doambulatório e nãopermitir a utilizaçãode medicamentose equipamentospor pessoal não-capacitado
- Vericarcondições defuncionamento doambulatório
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Anexos
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Ficha de Controle Operacional e Segurança no Trabalho
Atividades: ARRASTE Responsável técnico:
Manutenção preventiva: 5250( troca de óleo) Mês: Julho
Nomeoperador
DataHora
máquinaProdutividade
(arvore ou tora)Comentários
(abastecimento,defeitos e outros)Inicial Final manhã tarde
Medidas Preventivas:•Todos os componentes da equipe devem está
devidamente com seus EPIs apropriados;•Fazer o DDS no início da semana para alertarsobre os possíveis riscos operacionais queatividade oferece;•Inspecionar sempre que possível os extintoresde incêndio;•Inspecionar diariamente a máquina, segundorecomendação do fabricante;•Ter cuidado com o manuseio do cabo de aço elembrar-se de utilizar luvas apropriadas;•Em caso de acidentes, seguir o plano de ação doempreendimento;•Não dar carona a outras pessoas nas máquinas.
Deveres e obrigações da equipe:•Ser responsável pelas maquinas e
equipamentos;•Arrumar todo o material necessário paraexecutar a atividade;•Organizar a cha de controle e demaisdocumentos;•Vericar os abastecimentos e lubricação dasmaquinas e equipamentos;•Preencher corretamente a cha de controleoperacional;•Qualquer situação de acidentes e incidentes,avisar o técnico responsável pela atividade;•Ter cuidados com as ferramentas em gerale demais equipamentos que fazem parte da
atividade;•Levar garra com água e etc.
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DDS (Dialogo Diário de Segurança)
Atividades a serem executadas: ARRASTE Responsável técnico:
Nº de pessoas: Mês/ano: 06/2010
Nome do supervisor ou responsável: Hora de inicio: Hora de término:
Nome
Controle
Dia PresençaAssinatura docolaborador
Assuntos abordados:• ( x ) Riscos eminentes na execução da atividade;• ( x )Medidas preventivas relacionados aos animais peçonhentos (cobras, escorpião, aranhas eoutros);• ( x )Medidas preventivas durante o arraste da tora até ao pátio de estocagem ;• ( x )Ter o máximo de cuidados com galhos pendurados;• ( x )Manter uma distancia segura enquanto a maquina estiver em movimento;• ( x )Respeitar as recomendações de sinais e sinalizações durante a execução operacional;• ( x )Cuidados com ferramentas e equipamentos e ( ) Uso de EPIs.• ( )Temas variados( tabagismo, DST e etc.)Temas/variados:_________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________ Assinatura do gerente operacional: _________________________________________________________
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Doadores In-KindFinanciadores