manual de parapsicologia (valter da rosa borges)

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  • VALTER DA ROSA BORGES

    MANUAL DE PARAPSICOLOGIA

    Edio do Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofsicas

    Recife - Pernambuco - Brasil. 1992.

  • INTRODUO

    No pretendamos lanar um novo livro sobre a fenomenologia paranormal. No entanto, o entusiasmo contagiante dos nossos alunos do Curso de Ps-Graduao, Especializao em Parapsicologia, ministrado pelo Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofsicas - I.P.P.P. - desde 1988, nos fez mudar de opinio. Afinal, j se passaram vrios anos desde o lanamento do nosso livro "Introduo ao Paranormal", em 1976, e muita coisa mudou em nossa posio anterior. Em alguns aspectos essa mudana chegou a ser radical e,por que no dizer, paradigmtica.

    Porm, a nossa preocupao didtica permaneceu a mesma: oferecer aos interessados e estudiosos uma viso geral, sinttica, sistemtica e coerente dos fenmenos paranormais e da prpria Parapsicologia, escoimando-a de certas aderncias estranhas, principalmente de natureza mstica, que tanto vm prejudicando e retardando o seu desenvolvimento nos meios cientficos e acadmicos do Brasil.

    A nossa concepo filosfica, porm, no mudou, basicamente, apurando-se, no entanto, como decorrncia da prpria investigao dos fenmenos paranormais e de suas conseqncias na reflexo mais profunda da prpria natureza do homom. As relaes interdisciplinares da Parapsicologia com as outras Cincias, com a Filosofia e a Religio, estabeleceram fecundos questionamentos e arrojadas espoculaes, estimulando novas tentativas de uma compreenso mais abrangente da realidade.

    A Parapsicologia uma cincia de vanguarda e o seu extraordinrio poder catalisador, no incremento de investigaes interdisciplinares, s poder ser conhecido e adequadamente avaliado, quando ela for apresentada ao universo cientifico brasileiro na pureza e plenitude do seu territrio fenomonolgico.

    O nosso presente livro uma modesta colaborao para a realizao desse desiderato. Esperamos que, ao menos, valha como tentativa.

  • A PARAPSICOLOGIA COMO CINCIA

    Conceitos gerais

    A Parapsicologia a cincia que tem por objeto o estudo e a pesquisa dos fenmenos paranormais.

    Fenmenos paranormais so eventos incomuns de natureza psquica, biolgica e fsica atribuveis a uma aptido especial do ser humano, denominada de paranormalidade.

    Parapsicologia: cincia humana e da natureza

    A Parapsicologia , ao mesmo tempo, uma cincia humana e da natureza , investigando as manifestaes incomuns do psiquismo humano nas suas relaes com os seres vivos e a matria em geral. E uma cincia de extensa multidisciplinaridade , pois estabelece fronteiras de relaes fenomenolgicas com as mais diversas cincias.

    Equivoca-se Robert Amadou (AMADOU - PARAPSICOLOGIA), quando afirma que a Parapsicologia um ramo da Psicologia e que "os fenmenos estudados pela parapsicologia ver-se-o, em futuro mais ou menos prximo, includos na psicologia". Reconhece, porm, um tanto contraditoriamente, que "a parapsicologia no se deixa absorver, pura e simplesmente, pela psicologia clssica, mas tende a unir-se com ela numa sntese que ser a psicologia completa". Esquece o ilustre parapsiclogo que a Parapsicologia possui um campo fenomenolgico muito mais vasto do que o da Psicologia, pois abrange no apenas as atividades puramente psquicas, mas tambm a ao da mente humana sobre o mundo exterior, afetando os seres vivos e os objetos materiais. Alm do mais, esta "psicologia completa" (?), profetizada por Amadou, ainda seria insuficiente para investigar toda a vasta complexidade dos fenmenos paranormais.

    Joseph Banks Rhine, (RHINE - O NOVO MUNDO DO ESPRITO), um dos mais respeitveis parapsiclogos de nossa poca, tambm incide no mesmo erro ao asseverar que "toda a rea do problema da parapsicologia pertence psicologia. Porm, anteriormente, eledeclarara que "a Parapsicologia pertence de maneira geral, ao domnio da biologia" e que "por mais no-fsica que seja, a parapsicologia decisivamente um campo da cincia natural".

    O mesmo engano comete J. Herculano Pires(PIRES - PARAPSICOLOGIA E SUAS PERSPECTIVAS ), ao afirmar que a Parapsicologia " uma disciplina cientfica, mas no propriamente uma cincia, pois o seu lugar cientfico nos quadros da Psicologia".

    Toda essa confuso, ao nosso ver, foi ocasionada pelo vocbulo parapsicologia (ao lado da psicologia), utilizado, pela primeira vez, por Max Dessoir, em 1889, e semanticamente insuficiente para abranger a fenomenologia paranormal na sua totalidade. Inegavelmente, a palavra correta para definir essa cincia seria psicobiofsica, sendo esta a razo que nos levou a adotar o nome de Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofsicas, quando o fundamos em l de janeiro de 1973. Segundo a nossa sugesto,

  • (ROSA BORGES & CARUSO - PARAPSICOLOGIA: UM NOVO MODELO) a Parapsicologia e a Psicotrnica seriam disciplinas especializadas da psicobiofsica.

    A Parapsicologia e as cincias psquicas

    No Brasil, fomos o primeiro a estabelecer um critrio demarcatrio para a Parapsicologia, definindo o seu perfil fenomenolgico e distinguindo-a da Psicologia e da Psiquiatria, no s quanto ao seu objeto, mas tambm quanto ao mercado de trabalho.

    Definimos a Psicologia como a cincia que tem por objeto o estudo dos fenmenos comuns da mente humana e, no campo profissional, o atendimento teraputico dos distrbios emocionais de contedo neurtico.

    Definimos a Psiquiatria como a cincia que tem por objeto o estudo dos fenmenos patolgicos da mente humana e, no campo profissional, o atendimento teraputico dos distrbios emocionais de contedo psictico.

    Finalmente, definimos a Parapsicologia como a cincia que tem por objeto o estudo dos fenmenos incomuns da mente humana e, no campo profissional, o atendimento no teraputico, sob forma de orientao e aconselhamento, s pessoas que, direta ou indiretamente, estejam passando por experincias paranormais.

    BREVE HISTRICO

    Podemos dividir a histria da Parapsicologia em cinco fases:

    a) pr-esprita

    b) do Espiritismo

    c) da Metapsquica

    d) de transio

    e) da Parapsicologia

    1. Fase pr-esprita (1826 1856)

    Comea com as experincias realizadas por Justnus Kerner com a paranormal alem Frederica Hauffe, conhecida como a "vidente de Prevorst".Outros paranormais: os norte-americanos Andrew Jackson Davis, Jonathan Koons e as irms Fox (Katie e Margareth) e os franceses Alexis Didier e Angelique Cottin.

    Pesquisadores: Justinus Kerner, Robert Hare e Buchanan.

    Fatos mais importantes

  • 1848 - Surgem os fenmenos de toribismo em Hydesville, produzidos pelas irms Fox, tornando-se fatos precursores do movimento esprita.

    1850 - Espalha-se pela Europa a mania das mesas girantes.

    2. Fase do Espiritismo

    Inicia-se com a publicao, em 1857, de "O Livro dos Espritos", conjunto de mensagens medinicas codificado por Hippolyte Lon Dnizard Rivail, mais conhecido pelo cognome de Allan Kardec.

    Paranormais: o escocs Daniel Dunglas Home, os ingleses Florence Cook, William Eglington, Guppy II, Elisabeth D'Esperance e William Stainton Moses, os norte-americanos Henry Slade e Kate Fox, entre outros.

    Pesquisadores: Allan Kardec, William Barret, Alexandre Aksakof, Camilo Flam-marion, Fredrich Zllner, Alfred Russel Wallace, William Crookes, William Denton e Paul Gibier.

    As melhores pesquisas so as realizadas por William Crookes com Daniel Dunglas Home e Florence Cook e as de Friedrich Zllner com William Slade.

    Alguns paranormais, tais como Florence Cook e William Slade, so acusados de fraude. Outros, pegos em flagrante. intensa a oposio dos cientistas e da Igreja contra os fenmenos paranormais, ento denominados espritas.

    Fatos mais importantes

    1869 - 0 Dr. Dussart realiza experincias de sugesto mental, fazendo dormir e despertar uma jovem sem o conhecimento dela.

    1878 - Schiaparelli descobre o que julga ser "canais de Marte" e desta descoberta resulta a fantasia medinica de uma avanada civilizao marciana. Tanto assim que, em 1896, a paranormal Helene Smith, personificando um habitante de Marte que se diz chamar "Esenale", comea a se expressar em "idioma marciano".

    2. Fase da Metapsquica (1882 1933)

    Comea com a fundao da Sociedade de Pesquisas Psquicas de Londres, em 1882.

    A Metapsquica, cuja paternidade atribuda a Charles Richet, constitui a primeira tentativa de se estudar cientificamente os fenmenos paranormais

    a fase de ouro da investigao parapsicolgica com a utilizao do mtodo qualitativo, notadamente entre 1910 e 1930.

  • Alm da Sociedade de Pesquisas Psquicas, de Londres, se notabilizam, por seus trabalhos de investigao parapsicolgica, a Sociedade Norte-Americana de Pesquisas Psquicas e o Instituto Metapsquico Internacional, fundados em 1885 e 1919, respectivamente.

    Paranormais: os norte-americanos Edgar Cayce, Pearl Lanore Curran, George Valiantine, Eleonora Piper e "Margery" (pseudnimo de Mina Stinson Crandon), as inglesas Gladys Osbome Leonard, Elisabeth D'Esperance e "Rosemary" (pseudnimo de Ivy Carter Beaumont), a sua Helene Smith, o islands Indridi Indridasson, os franceses Pascal Forthuny e Eva Carrire (ou Marthe Beraud), os alemes Ludwig Khan e Tereza Neumann, os austracos irmos Schneider (Rudi e Willi), o dinamarqus Einar Nielsen, a romena Eleonore Zugun, as irlandesas do norte Katherine Goligher e Geraldine Cummings, a sovitica Olga Kahl, os italianos Pe. Pio e Euspia Paladino, a mexicana Maria Reys de Zierold, os poloneses Bert Reese, Jean Guzik, Franek Kluski e Stephan Ossowieck, os brasileiros Francisco Cndido Xavier, Carlos Mirabelli e Ana Prado.

    Pesquisadores. Perodo de grandes pesquisadores, podendo-se destacar, entre outros, Friedrich Myers, Richard Hodgson, James Hyslop, Csar Lombroso, Enrico Morselli, Oliver Lodge, William Crawford, Theodore Floumoy, Albert F. von Schrenck-Notzing, Eugene Osty, Gustavo Geley, J. Ochorowicz, Ren Warcolier, Karl du Prel, Ernesto Bozzano, Henry Sidgwick, J.Maxwell, Emile Boirac, Harry Price, Walter Franklin Prince, Gilbert Murray, Hereward Carrington e Charles Richet.

    Fatos mais importantes

    1882 - Fundao da Sociedade de Pesquisas Psquicas, de Londres, a qual, neste ano, promove sua primeira pesquisa pblica.

    1893 - Boirac apresenta a primeira classificao dos fenmenos paranormais. O Dr. Albert Coste obtm o ttulo de Doutor em Medicina pela Universidade de Montpellier, defendendo tese sobre fenmenos paranormais.

    1912 - criado o Fundo Hodgson, em Harvard, para a investigao dos fenmenos psquicos.

    1919 - Fundao do Instituto Metapsquico Internacional.

    1920 - Fritz Grunewald introduz a instrumentao cientifica no Laboratrio de Metapsquica.

    1921 - Realiza-se, em Copenhague, o l Congresso Internacional de Cincias Psquicas. Schrenck-Notzing aperfeioa o mtodo de controle eltrico automtico, idealizado por Karl Krall, para impedir a fraude dos parananormais.

    1923 - Realiza-se, em Varsvia, o 2 Congresso Internacional de Cincias Psquicas. Nele, proposta a distino entre Metapsquica e Espiritismo.

  • 1927 - Realiza-se, em Paris, o 3 Congresso Internacional de Cincias Psquicas. Joseph Banks Rhine e sua esposa, Louise, realizam as primeiras experincias com o baralho Zener.

    1928 - Willem Tenhaeff, na Holanda, publica o primeiro jornal de Parapsicologia.

    1930 - Realiza-se, em Atenas, o 4 Congresso Internacional de Cincias Psquicas. Rhine nomeado diretor responsvel pelo Laboratrio de Parapsicologia da Universidade de Duke.

    1931 - 0 Instituto Metapsquico Internacional comea a instalar sua aparelhagem cientfica.

    1933 - As Universidades de Duke (E.U.A.), de Bonn (Alemanha) e de Utrecht (Holanda), conferem diploma de PhD, por trabalhos de investigao parapsicolgica, a John F. Thomas, Hans Bender e Willem Tenhaeff respectivamente. Rhine inicia a primeira abordagem experimental da precognio. E Tenhaeff comea a ensinar Parapsicologia na Faculdade de Psicologia de Utrech, como professor extraordinrio.

    4. Fase de transio (1934 1952)

    Comea com a publicao do livro "Percepo Extra-Sensorial", de J. B. Rhine, em 1934. Assinala o declnio e morte da Metapsquica e a formao da Parapsicologia com base no mtodo quantitativo-estatstico-matemtico. A pesquisa da paranormalidade procura encontrar essa aptido nas pessoas comuns, embora sem desprezar a investigao com os grandes paranormais.

    Paranormais: Eillen Garret, da lrlanda, Wolf Messing, polons naturalizado sovitico, Olof Jonsson, da Sucia, Peter Hurkos e Jeanne Dixon, dos Estados Unidos da Amrica, Francisco Peixoto Lins, o "Peixotinho" e Fbio Machado, do Brasil so os mais destacados paranormais desta poca,

    Pesquisadores: Joseph Banks Rhine (considerado o pai da Parapsicologia ocidental), Leonid Vasiliev (tido como o pai da Parapsicologia sovitica), Willem Tenhaeff, Tyrrel, Soal, Ernesto Bozzano e Ren Sudre, entre outros.

    Fatos mais importantes

    1934 - Rhine publica Percepo Extra-Sensorial" e faz a sua classificao dos fenmenos paranormais. Publica, tambm, os resultados de cerca de 80.000 experincias parapsicolgicas com a utilizao do mtodo quantitativo-estatstico-matemtico e iniciadas em 1927. Realiza experincias de psicocinesia com dados. Na Universidade de Duke, criado o Laboratrio de Pesquisas.

    1935 - Realiza-se, em Oslo, o 5 Congresso Internacional de Cincias Psquicas. Whately Carington faz pesquisas de precognio com dados. E Tyrrel realiza experimentos de precognio, utilizando aparelhagem eltrica.

  • 1937 - O Congresso Internacional de Estatstica Matemtica, realizado em Indianpoles, se pronuncia a favor do mtodo estatstico utilizado por Rhine na investigao parapsicolgica. Aparece o "Journal of Parapsychology", fundado por J. B. Rhine.

    1942 - Wiesner e Thouless apresentam sua classificao dos fenmenos paranormais, a qual passar, em 1953, a ser adotada pela Parapsicologia, em carter oficial.

    1950 - Karlis Osis recebe seu PhD em Filosofia, conferido pela Universidade de Munique, por sua tese sobre percepo extra-sensorial.

    1951 - criada, em Utrecht, na Holanda, a cadeira de Parapsicologia, que passa a ser ocupada por Willem Tenhaeff.

    5. Fase da Parapsicologia

    Inicia-se em 1953, por ocasio do l Congresso Internacional de Parapsicologia, realizado em Utrecht, na Holanda, onde a palavra Parapsicologia passa a designar, oficialmente, a nova cincia. Ainda neste Congresso adotada a classificao de Thouless e Wiesner, j proposta em1942.

    Paranormais: Ted Serios e Ingo Swann, dos Estados Unidos da Amrica, Nina Kulagina, Tofik Dadashev, Boris Ermolaev, Alla Vinogradova e Brbara Ivanova da Rssia, Gerard Croiset, da Holanda, Matthew Manning e Rosemary Brown, da Inglaterra, Vanga Dimitrova, da Bulgria, Thomas Green Morton e Luiz Antnio Gasparetto, do Brasil, entre outros.

    Parapsiclogos: J. B. Rhine, Leonid Vasiliev, Milan Rizl, Willem Tenhaeff, Karlis Osis, Hans Bender, William Roll, Robert Amadou, Hornell Hart, Andrija Puharich, Soal, Robert Tocquet, Stanley Krippner, Tanagras, Tyrrel, J. G. Pratt, Adamenko, Genady Sergeyev, Ian Stevenson, Hamendras Banerjee, Zdenek Rejdak, Hernani Guimares Andrade e Geraldo dos Santos Sarti entre outros.

    Fatos mais importantes

    1953 - institudo em Utrecht, Holanda, o mestrado em Parapsicologia, sob a orientao de Willem Tenhaeff, o qual cria, tambm, o primeiro Instituto de Parapsicologia do mundo e com subsdio estatal.

    1957 - fundada a mais importante instituio de Parapsicologia no mundo: a Parapsycological Association.

    1960 - Vasiliev cria o Departamento de Parapsicologia da Universidade do Leningrado e publica suas experincias. Nasce a Parapsicologia sovitica. Em Durkham, Carolina do Norte, a Fundao para Investigao sobre a Natureza do Homem cria o Fundo MacDougall para as investigaes parapsicolgicas.

  • 1966 - Realiza-se em Moscou, um Congresso Internacional de Parapsicologia

    1968 - criada a Psicotrnica, um ramo da Parapsicologia.

    1969 - A Parapsychological Association aceita como membro da American Association for the Advancement of Science.

    1972 - Adelaide Petters Lessa, no Brasil, recebe PhD em Psicologia pelo Instituto de Psicologia da Universidade de So Paulo com a tese "Precognio". O Dr. Erlendur Haraldsson obtm seu Doutoramento em Filosofia, pela Universidade de Friburgo, Alemanha,com a tese "Indicadores Vasomotores da PES".

    A PARAPSICOLOGIA NO BRASIL

    Principais Instituies

    Instituto Brasileiro de Pesquisas Psicobiofsicas - IBPP - So Paulo. Atualmente em Bauru, So Paulo.

    Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofsicas - IPPP - Recife.

    Instituto de Parapsicologia do Rio de Janeiro - IPRJ - Rio de Janeiro. Est praticamente desativado.

    Centro Latino Americano de Parapsicologia - CLAP - So Paulo.

    Associao Brasileira de Parapsicologia - ABRAP - Rio de Janeiro.

    Congressos & Simpsios

    I Congresso Nacional de Parapsicologia e Psicotrnica - Rio de Janeiro, 1976.

    II Congresso Nacional de Parapsicologia e Psicotrnica - Rio de Janeiro, 1979.

    III Congresso Nacional de Parapsicologia de Psicotrnica - Rio de Janeiro,1982.

    IV Congresso Nacional de Parapsicologia e Psicotrnica - Braslia, 1985.

    V Congresso Brasileiro de Parapsicologia e Psicotrnica - Recife, 1986.

    VI Congresso Brasileiro de Parapsicologia e Psicotrnica - Belm do Par,1987.

    I Congresso Internacional e Brasileiro de Parapsicologia - Recife - 1997.

  • O Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofsicas - IPPP - a nica instituio que vem realizando, anualmente, desde 1982, simpsios de Parapsicologia..

    Ps-Graduao

    Somente duas instituies, no Brasil, oferecem Cursos de Ps-Graduao, lato sensu, Especializao em Parapsicologia:

    a) Faculdade de Cincias Bio-Psquicas do Paran

    b) Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofsicas.

    CLASSIFICAO DOS FENMENOS

    A primeira classificao dos fenmenos paranormais foi proposta por Boirac em 1883, modificando-a, radicalmente, em 1908.

    Outros pesquisadores tambm apresentaram suas classificaes pessoais: Maxwell, em 1903, Charles Richet, em 1922, Mackenzie, em 1923, Liebdzinski, Schrenck-Notzing e Ren Sudre, tambm em 1923, novamente Liebdzinski, em 1924, J.B.Rhine, em 1934 e, finalmente, R.H. Thouless e B.P.Wiesner, em 1942.

    No Congresso Internacional de Parapsicologia, realizado em Utrecht, Holanda, em 1953, foi aprovada, oficialmente, a classificao de Thouless e Wiesner, segundo a qual os fenmenos paranormais se dividem em duas categorias:

    a) Psi-gama, ou fenmenos do conhecimento paranormal;b) Psi-kapa, ou fenmenos da ao paranormal.

    Os fenmenos do psi-gama, por sua vez, se subdividem em trs modalidades:

    a) Telepatia

    b) Clarividncia

    c) precognio

    Na prtica, porm, a expresso percepo extra-sensorial , criada por J. B. Rhine, mais utilizada do que a de psi-gama.

    Hiptese bsica

    A hiptese fundamental da Parapsicologia que os fenmenos paranormais so produzidos pelo psiquismo inconsciente do Agente Psi. Esta hiptese estabelece o que produz os fenmenos paranormais, mas no como eles so produzidos.

    Agente Psi e Agente Psi Confivel

  • Agente Psi o homem na situao do deflagrador do fenmeno paranormal. Qualquer pessoa podo, eventualmente, passar por oxporincias paranormais. 0u soja: funcionar como Agente Psi, visto que, potencialmente, todo ser humano dotado desta aptido.No Espiritismo o na Metapsquica, o Agente Psi denominado de mdium.

    Outras pessoas apresentam uma certa predisposio para passarem por esse tipo de experincia. Por isso, ns as denominamos de fronteirios paranormais.(ROSA BORGES & CARUSO - PARAPSICOLOGIA: UM NOVO MODELO).

    Finalmente, h um reduzido nmero de indivduos que, freqentemente, produzem fenmenos paranormais. Essas pessoas so denominadas de paranormais. Criamos o termo Agente Psi Confivel (APC) para designar a pessoa em presena da qual existe uma alta probabilidade de ocorrerem fenmenos parapsicolgicos. Paranormal ou APC , portanto, a pessoa que, habitualmente, apresenta manifestaes paranormais. O nosso critrio, portanto, na definio do APC puramente quantitativo, operacional, pragmtico.

    Tem-se afirmado que certos tipos psicolgicos parecem propensos a experincias paranormais - os extrovertidos, os emotivos, os bem ajustados, os confiantes - e outros que aparentam ser refratrios a elas - os introvertidos, os racionais, os crticos, os desajustados e os desconfiados. Os fenmenos paranormais podem tambm ser observados em psicticos, conquanto sejam comuns em pessoas mentalmente sadias.

    Segundo Gustavo Geley, (GELEY - LA ECTOPLASMIA Y LA CLARIVIDENCIA) "mdium um ser cujos elementos constitutivos, mentais, dinmicos, materiais so suscetveis de descentralizao momentnea". Para Alexandre Aksakof (AKSAKOF - ANIMISMO E ESPIRITISMO), ele seria "um indivduo no qual o estado de desagregao psicolgica sobrevm facilmente".

    Rudolf Tischner (TISCHNER - INTRODUCIN A LA PARAPSICOLOGlA) de opinio que "las personas con facultades mediumnsticas son, generalmente, en extremo sugestionables, aun en el estado de viglia".

    Charles Richet (RICHET - TRATADO DE METAPSQUICA) entendia que "os mdiuns so mais ou menos nevropticos, propensos a cefalias, insnias, dispepsias" , porm no so doentes, embora apresentem "qualquer desagregao da conscincia" .

    Estas explicaes, no entanto, merecem reservas e apenas se aplicam a casos particulares.

    Gustavo Geley (GELEY - RESUMO DA DOUTRINA ESPRITA) admite que, teoricamente, "a mediunidade nica". Diz ele: "qualquer mdium na flor da idade mdium universal, susceptvel de todas as potencialidades ".

  • "Depois, especializa-se. Merc de afinidades pessoais ou de tendncia hereditria, levado a exercer apenas esta ou aquela faculdade e perde virtualmente as outras. Mas esta especializao nunca absoluta, nem definitiva.

    Postulados Gerais

    O homem, na situao de Agente Psi, capaz de conhecer o que se passa no universo sem a utilizao dos processos cognitivos convencionais e tambm agir sobre o mundo exterior, sem a utilizao de qualquer meio fsico ou energtico conhecido, afetando os seres vivos e a matria em geral.

    O homem, na condio de Agente Psi, pensa e age, ao menos aparentemente, na plenitude de suas potencialidades, ultrapassando, assim, a atividade seletiva e setorizada do psiquismo consciente.

    O fenmeno paranormal sempre probabilstico. Na presena de um Agente Psi Confivel, h uma alta probabilidade de ocorrerem fenmenos paranormais.

    A probabilidade do evento paranormal varia segundo as caractersticas pessoais do Agente Psi Confivel e de outros fatores circunstanciais, quanto mais poderosos for o Agente Psi Confivel, maiores as probabilidades de ocorrncia do fenmeno paranormal.

    Se na Fsica quntica no se pode determinar, ao mesmo tempo, a posio e a velocidade de uma partcula, tambm na Parapsicologia no se pode, determinar quando e como um fenmeno paranormal ocorrer na presena de um Agente Psi Confivel.

    O Inconsciente e os fenmenos paranormais

    Ainda no conhecemos todas as potencialidades do ser humano. E os fenmenos paranormais tm demonstrado que somos muito mais do que tudo o que possamos apresentar em nosso nvel consciente.

    mister, no entanto, termos o cuidado de no fantasiar os poderes da mente humana, dotando-a dos atributos de oniscincia e de onipotncia, como o fazem certos parapsiclogos, afirmando, enfaticamente, que o inconsciente sabe tudo e tudo pode.

    Contundentemente afirma Jung (JUNG - A PRTICA DA PSICOTERAPIA) que "a verdadeira psique o inconsciente" e que "a conscincia do eu s pode ser encarada como um epifenmeno temporrio".

    J observara Jung que o inconsciente um processo de extrema complexidade, porque envolve dois nveis operacionais distintos: os automatismos psicofisiolgicos e as atividades estocsticas e criadoras.

    No primeiro caso, o psiquismo inconsciente atua de maneira automtica na conformidade de seus condicionamentos biolgicos ou socioculturais. E quase toda sua atividade consiste basicamente neste seu modus operandi.

  • No segundo caso, o psiquismo inconsciente revela, embora em situaes excepcionais, um potencial criativo extraordinrio, superando o desempenho rotineiro do estado de viglia.

    Jung (JUNG - PSICOGNESE DAS DOENAS MENTAIS) define ainda o inconsciente como "a soma dos processos psquicos que no so percebidos.

    Tudo leva a crer que a mente no trabalha somente com a matria prima importada da realidade externa, como pensava Kant, mas, principalmente, com a sua prpria matria prima, num trabalho incessante de associaes espontneas de dados empricos, resultando em novos contedos psquicos, num permanente processo auto-reprodutor, elaborando criaes originais, independentemente dos subsdios do universo exterior. um turbilho de extraordinria complexidade, gerando e gerindo os seus prprios produtos e exportando-os para o nvel consciente, resultando nas descobertas e nos inventos cientficos, nas obras literrias e artsticas e nas manifestaes paranormais.

    No conhecemos os limites do ser humano, mas, razoavelmente, podemos afirmar que a sua capacidade no ilimitada.

    A afirmao de que a nvel inconsciente conhecemos todas as coisas no passa de especulao metafsica e, portanto destituda de qualquer fundamento cientfico, dada sua absoluta inverificabilidade. Como podemos constatar que sabemos tudo? Mesmo admitida, ad absurdum, esta hiptese, resultaria inexistente a informao psigmica, pois todo conhecimento paranormal no passaria de uma manifestao de criptognose, uma fantasiosa sabedoria universal latente no psiquismo inconsciente de cada ser humano.

    Temos que estabelecer limites tericos da atividade paranormal do Agente Psi, sob pena de transformarmos as hipteses parapsicolgicas em especulaes metafsicas. Esses limites tericos devem satisfazer as condies de verificabilidade dos fenmenos estudados. possvel que jamais possamos conhecer todo o potencial da mente humana, mas isto no nos autoriza a estabelecer a premissa fantasista de que a aptido paranormal nos permite saber tudo e tudo fazer. A razoabilidade de uma hiptese pode ser admitida provisoriamente desde que, primeira vista, apresente probabilidade de verificao futura. Ou seja, a probabilidade de que sua verificao esteja previamente amarrada a conceitos firmemente estabelecidos.

    Em livro anterior (ROSA BORGES - INTRODUO AO PARANORMAL ) asseveramos:

    "Se o inconsciente sabe tudo, fcil seria obter esta prova atravs da hipnose. Uma vez em transe, o hipnotizado poderia falar ou escrever em qualquer idioma, dissertar sobre qualquer tema, pintar, desenhar, compor e executar suas criaes musicais e vivenciar uma personalidade falecida que jamais conheceu, desde que ordenado pelo hipnotizador. Na verdade, ningum ainda conseguiu tal faanha".

  • Trata-se, como se v, de uma hiptese metafsica e que, por isso no pode ser acolhida pela Parapsicologia.

    A afirmao de que o inconsciente nada esquece colide com a prpria experincia psicolgica. Se, em certas ocasies, o homem pode lembrar muitas coisas que as julgava esquecidas, tal fato no autoriza a generalizao de que ele possa lembrar tudo o que lhe aconteceu durante toda sua vida. Alis, o nosso passado no algo esttico, como simples registro fotogrfico ou mesmo cinematogrfico. O passado algo dinmico, faz parte do prprio presente e est sempre sofrendo modificaes segundo as nossas necessidades atuais. Ou seja: o presente est sempre retocando o passado, atualizando os seus registros segundo as convenincias do agora. Logo, a lembrana no algo confivel, no que diz respeito pureza das impresses iniciais. O passado est sempre sofrendo uma nova maquilagem do presente. Por conseguinte, alm da impossibilidade de recordarmos tudo o que vivemos em toda nossa vida, aquilo que recordamos no merece confiana absoluta. E, finalmente, como poderemos ter certeza de que o que percebemos e ficou impresso em nossa memria corresponde exatamente ao que aconteceu?

    Na verdade, o passado no algo que, psiquicamente, passou. O passado faz parte do presente, influi no presente e modificado pelo presente. A mente o presente. Passado, presente e futuro pertencem ao mundo fsico. O que projetamos para acontecer no mundo fsico fato presente no universo psquico. Um fato fsico pode tomar-se um fato psquico. Mas um fato psquico nem sempre se transforma num fato fsico.

    Holografia e Parapsicologia

    Karl Pribam, com fundamento na halografia, questionou se o mundo no seria um holograma, um domnio de freqncias e potencialidades como especulava David Bohm, no passando os objetos materiais de uma iluso de concretude. Assim, admitiu que o crebro um holograma num universo hologrfico, construindo matematicamente a realidade na interpretao de freqncias vindas de uma dimenso que transcende o tempo e o espao.

    Stanley Krippner (WILBER & OUTROS - O PARADIGMA HOLOGRFlCO E OUTROS PARADOXOS), procurando estabelecer uma correlao entre a holografia e a Parapsicologia, observou:

    "Talvez a PES e a PK pudessem situar-se melhor no mbito do modelo hologrfico da realidade descrita por David Bohm e Karl Pribam. No necessrio especular a respeito de como uma informao pode viajar rapidamente do ponto A para o ponto B se essa informao j se encontra no ponto B. No necessrio especular como uma fora no ponto Y pode exercer um efeito no ponto Z se as informaes necessrias para ativar o objeto j esto presentes no ponto Z. Se o crebro um holograma, que interpreta um universo hologrfico, a PES e a PK so componentes necessrias desse universo. Na verdade, os teorizadores hologrficos teriam de avanar a hiptese da existncia da PES e da PK, caso os parapsiclogos no tivessem documentado cuidadosamente a sua existncia ao longo dos anos".

  • Hiptese espiritualista

    H muitos parapsiclogos que defendem a hiptese da sobrevivncia post-mortem, como a explicao mais razovel para certos fenmenos paranormais, metafisicamente bem melhor do que a hiptese da Super-PES ou Super Percepo Extra-Sensorial que, praticamente, atribui ao psiquismo inconsciente do homem os atributos de oniscincia e onipotncia. Aquela hiptese foi defendida por pesquisadores como Myers, Richet, Hodgson, Lodge, Geley, entre outros. Tyrrell (TYRRELL - LA PERSONALIDAD DEL HOMBRE) admite "la possibilidad de que los muertos se encuentren detrs de una grand part del material producido por los mediuns y los sensitivos". Entre os casos que sugerem a existncia do agente teta (esprito de morto), ele aponta, entre outros, o de Patience Worth, as correspondncias cruzadas e a escritura automtica da Sra. Willet.

    Mais categoricamente ainda, afirma Tyrrell:

    "Los fenmenos de la investigacin para-psquica (lhamados asi corretamente) tienden definitivamente hacia la comunicacin com los muertos".

    Por sua vez, Rhine (RHINE - O ALCANCE DO ESPRITO) assevera:

    "Podemos dizer que a pesquisa da PES faz diretamente surgir a questo do lugar da personalidade no sistema espao-tempo, oferecendo positiva indicao a favor da sobrevivncia".

    Rhine e Pratt (RHINE & PRATT - PARAPSICOLOGIA: FRONTEIRA CIENTFICA DA MENTE) declaram que "correto dizer que a investigao da hiptese da sobrevivncia e da comunicao dos espritos seria investigao parapsquica" .William James (JAMES - EXPERINClA DE UM PSIQUISTA) reconhece que as provas a favor da identidade dos espritos comunicantes lhe parecem "na verdade muito fortes. No so absolutamente concludentes; mas na nica alternativa possvel, a teoria teleptica no me parece explicar to bem os fatos como a teoria esprita" .

    De nossa parte, entendemos que, enquanto no conhecermos mais profundamente o psiquismo humano e tivermos a possibilidade de elaborar uma hiptese que atenda os requisitos de cientificidade, deveremos admitir, at prova em contrrio, que os fenmenos paranormais so produzidos por uma pessoa humana viva, mesmo que nem sempre as explicaes para alguns deles sejam satisfatrias. Podemos at reconhecer, em alguns casos, a excelncia da hiptese espiritualista, porm fazendo sempre a ressalva de que ela ainda nosuperou o seu estgio metafsico, o que no importa em dizer que ela no verdadeira.

    Paranormais mais famosos

    Alemanha

    Anna Rothe (1850-1907), Frederica Hauffe, a Vidente de Prevorst (1801-1829), Ludwig Kahn (1874-?), Maria Volhardt (? - ?) e Tereza Neumann (1898 - 1962).

  • ustria

    Maria Silbert (? - 1936), Rudi Schneider (1908 - 1957) e Willy Schneider (1903 - ?)

    Brasil

    Carlo Mirabelli (1889 - 1951), Francisco Cndido Xavier (1910 -),Ana Prado (? - ?), Francisco Peixoto Lins, "Peixotinho" (1905 - 1966) Luiz Antnio Gasparetto (1949 - ), Waldo Vieira (1932 - ) e Thomas Green Morton (1947 - ).

    Bulgria

    Vanga Dimitrova (? - ?)

    Dinamarca

    Ana Rasmussen (1898 - ?) e Einar Nielsen (1894 - 1965)

    Esccia

    Daniel Dunglas Home (1833 -1886) e David Duguid (1832 -1907)

    Estados Unidos

    Ardrew Jackson Davis (1826 - 1910), Eleonora Piper (1859 - 1950), Elisabeth J. Comptor, "Sra. Marker" (1830 - ?), Etta Wriedt (1860 - ?), George Valiantine (? - ?), Jonathan Koons (? - ?), Henry Slade (1836 - 1910), Ingo Swan (1933 - ), Kate Fox (1841 - 1892), Lizzie e May Bangs(? - ?), Edgar Cayce (1877 - 1945), Mina Stinson Crandon, "Margery" (1888 -1941), Jeane Dixon (? - ?), Pearl Lenore Curran (1883 - 1937), Peter Hurkos (? - ?), Ted Serios (? - ?) e William Mumler (? -1884).

    Frana

    Alexis Didier (? - 1886), Marthe Beraud ou Eva Carrire (11886 - ?) e Pascal Forthuny (1872 - 1962)

    Holanda

    Gerard Croiset (1910 - ?)

    Hungria

    Lajos Pap (1883 - ?) e Luiza Linczegh Ignath (1891 - ?)

    Inglaterra

  • Blanche Cooper (? - ?), Cecil Husk (1847 - 1920), Elisabeth D'Esperarance, pseudnimo da Sra. Theodore Heurthley Hart-Davis (1852 ou 1855 - 1918 ou 1919), Estelle Roberts (? - ?), Florence Cook (1856 - 1904), Gladys Osborne Leonard (1884 - 1968), Ivy Carter Beaumont, "Rosemary" (? -1961), Matthew Manning (1955 - ), Rosemary Brown (? - ?), William Stainton Moses (1839 - 1892) e William Eglington (1857 - ?)

    Irlanda

    Eileen Garret (1893 - 1970

    Irlanda do Norte

    Katheleen Goligher (1898 - ?) e Geraldine Cummins (? - ?)

    Islndia

    Indridid Indridasson (? -1912)

    Israel

    Uri Geller (1946 - )

    Itlia

    Euspia Paladino (1854 - 1918), Linda Gazzera (? - ?) e Lucia Sordi (? - ?)

    Japo

    Tosie Osanami(? - 1907)

    Mxico

    Luis Martinez, "Don Luisito" (? - ?) e Maria Reys de Zierold (? - 1945)

    Polnia

    Bert Reese (1851 - 1926), Franek Kluski (1874 - 1944), Jan Guzik (1875 - 1928), Marjan Gruzewski (? - ?), Stanislawa Tomczyk (? - ?), Stephan Ossowiecki (1877 - 1943) e Wolf Messing (1899 - 1975)

    Romnia

    Eleonore Zugun (1914 - ?)

    Rssia

  • Alla Vinogradova (? - ), Barbara lvanova (? - ), Boris Ermolaev (? - ), Mikail Kuni (? - ), Nina Kulagina ou Nelya Mikhailova (? - ), Rosa Kuleshova (? - 1978) e Tofik Dadashev (1947 - )

    Sucia

    Emanuel Swedenborg (1688 - 1772) e Olof Jonsson (? - )

    Suia

    Catherine Elise Muller, "Helen Smith" (1861 - 1929)

    Tchecoslovquia

    Pavel Stepanek (? - )

    Paranormalidade e mediunidade

    mister distinguir paranormalidade de mediunidade . A paranormalidade aptido do ser humano de manifestar poderes incomuns nas relaes consigo mesmo, com outras pessoas e demais seres vivos, assim como com a matria em geral. A mediunidade , segundo o Espiritismo, a capacidade que toda pessoa possui de se comunicar com os Espritos. Por isso, a mediunidade no objeto de investigao parapsicolgica.

    A paranormalidade consiste num conhecer e num agir do ser humano alm dos limites habituais dos processos cognitivos e das extenses corporais. uma evidncia de que o homem um ser maior do que revela em seu desempenho habitual, em sua rotina biolgica e psquica. Paranormal tudo o que excede o comumente humano, permanecendo humano .

    Sabemos que somos limitados, mas ainda no conhecemos todos os nossos limites. Por isso, nos condicionamos s nossas rotinas, bloqueando as nossas potencialidades. A experincia paranormal o extravasamento sbito e impetuoso de nossas aptides adormecidas.

    Na verdade, fomos educados a no ultrapassar os nossos limites, sejam eles sociais, biolgicos e psquicos. O habitual se torna, assim, uma slida camisa de fora, impedindo movimentos inconvencionais e, por isso, considerados perigosos. O homem normal (ou normalizado) aquele que j no sente a sua camisa de fora, pois se encontra, para sua desgraa, satisfatoriamente ajustado a ela.

    O fenmeno paranormal essencialmente catastrfico. Ele rompe todas as expectativas e fronteiras, afrouxa as camisas de fora, fende as muralhas das certezas convencionais, muda a fisionomia estereotipada do homem e restaura o prestgio do indito.

  • O paranormal fato humano . A sua inabitualidade pode decorrer do prprio comodismo psicolgico do ser humano, sempre cioso de estabelecer limites para si mesmo e neles permanecer pacificamente. Normal, assim, tudo aquilo que o homem a si mesmo se imps ou que lhe foi culturalmente imposto. O normal no , portanto, uma medida confivel, mas uma limitao consentida e o que o homem normalizou no seu territrio ontolgico.

    Psi Animal

    Bechterev foi quem primeiro realizou experimentos de telepatia entre homem e animal. Ele desejava que os ces realizassem determinadas aes e, em seguida, observava o comportamento deles. Bechterev chegou concluso de que os ces respondiam aos seus pensamentos.

    Outros pesquisadores procuraram demonstrar a existncia de relao teleptica entre homens e animais, utilizando testes quantitativos em laboratrio.

    O Dr. Karlis Osis realizou experincias com gatos, os quais deveriam ser influenciados telepaticamente por uma pessoa, numa situao em que no podia ser vista pelo animal. Os resultados foram estatisticamente significativos.

    O Dr. Robert Morris demonstrou, experimentalmente, a existncia de precognio nos ratos e nos peixes dourados. Experimentos feitos por outros pesquisadores confirmaram esses resultados com os ratos.O Dr. Rmy Chauvin, em 1968, tambm realizou, com xito, experincias de precognio com ratos, utilizando, para isso, uma gaiola, um sistema de clulas fotoeltricas, projetores espelhos e um seletor eletrnico.

    Lembra Stephen Larsen (LARSEN - IMAGINAO MTICA ) a controversa teoria da ressonncia mrfica, de Rupert Sheldrake, mediante a qual existe uma comunho invisvel entre todos os membros de uma espcie, de modo que, de alguma forma, todos sentem o que acontece a um deles. Embora o exemplo extremo se encontre nos insetos, Sheldrake admite que isso acontece com todas as espcies. Esta hiptese, no caso de certos fenmenos paranormais, pode ser ampliada, postulando-se a existncia dessa "ressonncia" entre seres de espcies diferentes, visto que certos animais, notadamente os ces, so capazes de pressentir a morte de seus donos quando ausentes.

    Natureza da paranormalidade

    Discute-se se a paranormalidade uma aptido recessiva , ento comum a todos os homens num passado remoto, ou se uma aptido nova, decorrente da prpria evoluo biolgica.

    Aptido recessiva

    H parapsiclogos que entendem que a aptido paranormal j foi til ao homem no passado mais remoto. Hoje, ela caminha para a sua completa extino. Eles se baseiam,

  • notadamente, no senso de orientao e em certas formas de comunicao encontrveis em determinadas espcies do reino animal.

    Para Csar Lombroso (LOMBROSO - HIPNOTISMO E ESPIRITISMO) a telepatia era freqente em tempos remotos, quando a linguagem ainda se encontrava em estado embrionrio. Porm, com o desenvolvimento da linguagem, a telepatia foi desaparecendo, tomando-se "intil, nociva e mesmo pouco cmoda, porque traia os segredos e comunicava as idias com uma exatido insuficiente"

    Leonid Vasiliev (EBON - PARAPSICOLOGIA: SEGREDO DOS RUSSOS) relacionou a telepatia com os fenmenos registrados na vida dos insetos aos quais denominou de "primitiva radiocomunicao biolgica" . E afirmou que, relativamente s pessoas, a telepatia , via de regra, um pedido de socorro em momento de perigo, dirigido "a um pa- rente prximo ou a um amigo a quem se esteja ligado emocionalmente". Para Vasiliev, a telepatia provavelmente "uma espcie de reverso atvica".

    Rhine (RHINE - O NOVO MUNDO DO ESPRITO) acredita que a psi "uma aquisio de origem evolutiva primitiva" , ou seja, um "modo elementar de reao do organismo provavelmente o comeo da orientao na adaptao inicial ao ambiente" .

    Aptido nova

    Alguns parapsiclogos, no entanto, so de opinio que a aptido paranormal assinala um novo ciclo evolutivo da humanidade, tendendo a generalizar-se no futuro.

    Aptido permanente

    Entendemos, pessoalmente, que a paranormalidade uma aptido permanente no ser humano, existente em todos os tempos e lugares, cuja manifestao est condicionada a fatores fsicos e socioculturais.

    Analogia

    Alguns parapsiclogos (Schrenck-Notzing, Ernesto Bozzano e J. B. Rhine ) tm comparado a manifestao paranormal inspirao artstica.

    Os fenmenos paranormais tambm tm sua moda. Assim como surgem e chamam, durante algum tempo, a ateno, desaparecem completamente. H outros, no entanto, que so permanentes como a telepatia, a telecinesia e o "poltergeist" .

    A Psi protetora

    Vez por outra, observamos que algumas das nossas aes no so direcionadas pela lgica ou pela rotina, mas por um fator emergente que costumamos chamar de intuio. Milan Rizl (RIZL - COMO POTENCIAR LA MENTE ) j advertira que "diversas observaciones nuevas en parapsicologa indican que la PES acta tambin de un modo no

  • percibido en nuestras vidas, como un ngel de la guarda e que utilizamos nuestras PES inconscientemente para controlar el mundo a nuestro alrededor".

    Fatores orgnicos e ambientais

    Experincias tm sugerido que a Psi de natureza orgnica, pois o emprego de certas substncias parece estimul-la ou inib-la.

    Aldous Huxley (HUXLEY -AS PORTAS DA PERCEPO: O CU E O INFERNO ) entende que a experincia psigmica pode resultar de uma alterao bioqumica do crebro. Diz ele:

    "A mescalina, assim como a carncia de acar no crebro, enfraquecem a eficincia deste, ensejando a passagem de informaes sem qualquer utilidade biolgica, podendo, ainda, ocorrer percepes extra-sensoriais".

    Por isso, comenta Huxley, "todas as nossas experincias so quimicamente condicionadas" e, atualmente, j sabemos como diminuir a eficincia da vlvula redutora do crebro por meio de ao qumica direta, favorecendo as vivncias msticas. O aumento de concentrao de dixido de carbono no organismo, a liberao em grande quantidade de adrenalina e de histamina na circulao sangnea podem produzir experincias psquicas incomuns em virtude de modificao bioqumica do crebro_

    Alis, j advertia William Sargant (SARGANT - A POSSESSO DA MENTE ) que "a alcalose cerebral tende a produzir transe e comportamento sugestionvel" .

    Constatou-se, tambm, que o estado de sade do Agente Psi influi, decisivamente, na manifestao do fenmeno paranormal, diminuindo a sua intensidade ou impedindo a sua realizao.

    Alguns experimentos sugerem que o fenmeno paranormal depende de fatores meteorolgicos e geogrficos. Os parapsiclogos soviticos observaram que a ao psi-kapa de Nelya Mikhailova dependia das condies atmosfricas, declinando quando o tempo se enfarruscava. Eles afirmam que a esttica csmica influi, poderosamente, no fenmeno de psi-gama.

    O Dr. Ravitz anotou que a ao do Sol e da Lua influi no campo de fora do corpo e o Dr. Sergeyev pretende que a ocasio mais favorvel para o psi-kapa ocorra durante os distrbios magnticos da Terra, causados pela atividade das manchas solares.

    Horace Leaf observou que a sua clarividncia era melhor em certos pontos dos Estados Unidos do que em qualquer outro lugar em que estivera, atribuindo tal fato grande quantidade de eletricidade esttica, existente na atmosfera. Dizia ele que costumava sentir seu corpo to carregado de eletricidade a cada duas horas que, se introduzisse uma chave na fechadura, sentiria um choque eltrico e veria saltar uma fagulha.

  • O Dr. Nikolai Kozyrev apregoou uma geografia para o fenmeno teleptico. Em latitudes onde o tempo denso, o psi-gama flui com maior facilidade.

    Os parapsiclogos soviticos entendem que a esttica csmica influi no fenmeno de psi-gama. Admite-se, ainda, que o psi-gama ocorra melhor em locais onde houver menor quantidade de seres

    Finalmente, outros pesquisadores chegaram concluso de que a experincia psigmica mais fcil nos perodos de Lua Cheia.

    H indcios de que a aptido paranormal seja hereditria e demonstra eletividade por certos povos, descontada, nesta hiptes, a influncia dos fatores culturais e geogrficos. Ela independe tde sexo, idade, etnia ou inteligncia. Pode ser permanente, intermitente ou se extinguir depois de certo tempo.

    Jacques Bergier (BERGIER - VOC PARANORMAL) conclui que "todas as crianas de pouca idade so telepatas" , porque, "nos seus primeiros anos, ela tem, em potencial, todas as faculdades da espcie, presentes ou futuras, inclusive as faculdades paranormais" .

    A aptido paranormal pode, ainda, originar-se de um trauma fsico ou psquico, como tambm de mudanas fisiolgicas, como a puberdade e a menopausa. E, tambm, de um estado patolgico ou de uma forte sugesto.

    Fatores favorveis e desfavorveis

    H fatores que favorecem a manifestao paranormal: a emoo, a atrao sexual, a afetividade, os estimulantes, a hipnose.

    Robert Tocquet observou que o elemento emotivo desempenha papel essencial nos fenmenos de psi-kapa e a sua supresso importa na prpria extino do fenmeno.

    De igual modo, Schronck-Notzing asseverou que os fenmenos paranormais no dependem apenas da vontade do Agente Psi, mas tambm da sua emoo.

    Willy Schneider vinculava a produo do seus fenmenos do psi-kapa ao suave contato de uma mulher e os seus melhores fenmenos eram concomitantes ejaculao seminal.

    A produo paranormal do Euspia Paladino melhorava, quando ela estava sexualmente satisfeita.

    Os famosos curadores Ambrose e Olga Worral, quando se casaram, apresentaram reaes diferentes em seus trabalhos de cura: e do Ambrose entrou em declnio e o do Olga progrediu significativamente.

  • O cansao fsico o as doenas debilitantes podem, segundo as circunstncias, favorecer ou dificultar a manifestao paranormal.

    Em experincias de laboratrio, a tenso, o desinteresse pelo experimento, a antipatia entre o pesquisador e o pesquisado podem reduzir ou bloquear a manifestao do fenmeno. J.B. Rhine observou que a perda da espontaneidade, no decurso de uma experimentao controlada, influi decisivamente no declnio do desempenho psi.

    Repercusses orgnicas

    No raro, as manifestaes paranormais podem produzir profundas alteraes orgnicas no Agente Psi - notadamente as de psi-kapa -, tais como sudorese, aumento da freqncia cardaca e respiratria, clonismo, hiperestesia, convulses, vmitos, polidipsia, hemorragias, elevao da taxa do acar do sangue e grande exausto fsica. Em experincias telepticas, foi observada uma ativao da rea temporal e occipital do crebro.

    A Srt Fairlamb, no curso da manifestao psi-kapa, chegava a perder at vinte sete quilos e, no final da experincia, apresentava uma reduo de um a dois quilos em seu peso.

    Kathleen Goligher, pesquisada por William Crawford, chegou a diminuir seu peso at 24 quilos, por ocasio do fenmeno paranormal.

    As pessoas presentes s experincias de psi-kapa tambm podem ser afetadas como o Agente Psi, embora em menor escala. Pesquisadores como Morselli (nas sesses com Euspia) e Crawford (nas sesses com Kathleen Goligher) foram fisicamente afetados, principalmente o primeiro, que chegou a um srio esgotamento nervoso. Outras pessoas sentem calafrios, perda de energia, cibra no estmago, formigamento nos ombros, etc.

    A vontade na manifestao Psi

    A experincia paranormal geralmente espontnea. Ela acionada por necessidades profundas do psiquismo inconsciente. Por isso, o fenmeno paranormal imprevisvel, em regra, o que dificulta, sobremaneira, o seu controle.

    A manifestao paranormal, rno entanto, em certos casos, pode ser deflagrada, voluntariamente, pelo Agente Psi Confivel, como j se observou em experimentos bem controlados, na realizao de tarefas parapsicolgicas previamente preparadas.

    Euspia Paladino, em 1892, na presena de Lombroso, Richet, Aksakof e Schiaparelli, diminuiu voluntariamente o seu peso de 62 para 52 quilos. E, depois, o elevou de 62 para 72 quilos.

    Treinamento do Agente Psi Confivel

    O treinamento do Agente Psi Confivel consiste basicamente na sua familiarizao com as peculiaridades de sua aptido paranormal, na descoberta de seu estilo

  • fenomenolgico, o que, gradualmente, lhe proporciona um controle cada vez melhor sobre as manifestaes parapsicolgicas.

    Aplicaes prticas da paranormalidade

    A paranormalidade pode ser utilizada para os mais diversos fins, interessando o mundo dos negcios, da criao artstica, das aplicaes tecnolgicas, etc.

    A precognio pode ser utilizada como instrumento de prospeco cognitiva do futuro, como adjutrio das previses de natureza racional, ampliando o conhecimento de acontecimentos possveis ou provveis e interessando, notadamente, o mundo da poltica e dos negcios.

    A clarividncia pode ser utilizada nas pesquisas geolgicas, arqueolgicas e paleontolgicas e em situaes especiais onde no seja possvel ou recomendvel a presena fsica do observador humano.

    A aptido psi-kapa pode ser utilizada como recurso tecnolgico suplementar de ao sobre o universo material para a combusto de materiais, a provocao de reaes qumicas e transmutaes da matria, para a manipulao de objetos e acionamento de mecanismos distncia, etc.

    Alguns paranormais como Gerard Croiset, Peter Hurkos e Olof Johnson tm prestado seus servios parapsicolgicos s Policias da Inglaterra, da Frana, da Alemanha, da Blgica, da Holanda e dos Estados Unidos na elucidao de crimes misteriosos e descoberta do paradeiro de pessoas desaparecidas.

    Edgar Cayce, utilizando o seu talento psigmico, realizava diagnsticos e prognsticos, distncia, de pessoas enfermas, com extraordinrio ndice de acertos. E, ainda, fazia indicaes teraputicas. As suas famosas "leituras psquicas" foram devidamente registradas, perfazendo um total aproximado de 30.000 casos.

    Para Milan Rizl (RIZL - C0M0 POTENCIALIZAR LA MENTE)"estamos negativamente condicionados contra la PES, y una actitud como sta impide que la PES funcione con fiabilidad" . Numa sociedade futura, ele imagina que as pessoas "aprendern a utilizar la PES en vida de cada dia como un sentido ms".

    Desta mesma expectativa partilham Russel Targ e Harold E. Puthoff (TARG & PUTHOFF - EXTENSES DA MENTE) quando afirmam: "O paranormal de hoje ser normal amanh" .

    Em 1919, os militares tchecos utilizaram clarividentes e rabdomantes na guerra contra os hngaros, com resultados satisfatrios. Por isso, em 1925, publicaram um manual sobre os fenmenos paranormais para o Exrcito, intitulado "Clarividncia, Hipnose e Magnetismo" , de autoria de Karel Hejbalik.

  • Durante a Segunda Guerra Mundial, Bretislav Kafka, na Tchecoslovquia, colocava os seus paranormais em transe para fins de espionagem por clarividncia. Stephan Ossowieck utilizou o seu talento parapsicolgico, na resistncia polonesa, para observar, por clarividncia, a posio das tropas alems.

    Os Estados Unidos e a Unio Sovitica esto empenhados em treinar paranormais, visando utilizar as suas aptides psi, nas atividades militares.

    Em 1977, o correspondente norte-americano Robert Toth foi detido pela KGB sovitica, sob acusao de ter recebido do cientista russo Valery G. Petukhov um relatrio referente a descobertas parapsicolgicas, consideradas como "segredo de Estado" .

    A paranormalidade na Constituio de Pernambuco

    O trabalho que vem realizando o nosso I.P.P.P. (Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofsicas) resultou numa conquista indita para a investigao parapsicolgica: o reconhecimento do Poder Pblico da importncia social da pessoa dotada de aptides, paranormais. A Constituio de Pernambuco, promulgada em 5 de outubro de 1989, conseguiu esse pioneirismo, determinando em seu Artigo174;

    "O Estado e os Municpios, diretamente ou atravs do auxlio de entidades privadas de carter assistencial, regularmente constitudas, em funcionamento e sem fins lucrativos, prestaro assistncia aos necessitados, ao menor abandonado ou desvalido, ao superdotado, ao paranormal e velhice desamparada" .

    Mtodos e Pesquisas

    A Parapsicologia utiliza dois mtodos distintos na pesquisa dos fenmenos paranormais:

    a) o mtodo qualitativo;

    b) o mtodo quantitativo-estatstico-matemtico.

    Mtodo qualitativo

    O mtodo qualitativo investiga casuisticamente os fenmenos e, desde que comprovada a sua natureza paranormal, eles valem por si mesmos. Foi o mtodo utilizado pela Metapsquica. Ele utilizado:

    a) nos casos espontneos;

    b) nas sesses experimentais

    Os casos espontneos constituem a quase totalidade da investigao parapsicolgica. Como carecem do qualquer controlo no momento em que ocorrem, a sua

  • validade sempre discutvel. Porm, em certas circunstncias, eles possuem um relativo valor probante.

    O procedimento utilizado para a avaliao dos casos espontneos o inqurito, o qual deve observar os seguintes requisitos:

    a) idoneidade do possvel Agente Psi o/ou das testemunhas;

    b) anlise rigorosa o minuciosa das circunstncias em que ocorreu o pretenso fenmeno paranormal,

    O estudo e a pesquisa dos casos espontneos se ressentem, no entanto, de alguns inconvenientes inevitveis, entre os quais se destacam as falhas da percepo, as interpretaes subjetivas, as imprecises dos relatos, as deficincias da memria, principalmente se transcorreu um certo lapso de tempo entre o fato e o seu registro,

    Nas sesses experimentais, o grau do certeza da autenticidade dos fenmenos geralmente elevado. Controla-se o Agente Psi - e tambm os que o acompanham - para se evitar, ao mximo, a possibilidade de fraude. Na poca da Metapsquica, este controle do Agente Psi consistia na inspeo do suas vestes e de seu prprio corpo e, em alguns casos, lhe era fornecida uma roupa especial para ser usada durante as experincias. No raro, ele era imobilizado pelos mais diversos meios capazes de evitar seus movimentos.

    Cromwell Varley foi um dos primeiros pesquisadores a exercer fiscalizao sobre o Agente Psi por intermdio de dispositivos eltricos.

    Karl Krall e Schrenck-Notzing empregaram engenhosos aparelhos para imobilizar os membros de Willy Schneider, nas famosas sesses de Munique, tendo esse mtodo sido considerado, poca, o de mais alta segurana possvel.

    Alguns controles utilizados causavam natural constrangimento ao Agente Psi o que, por certo, influa, decisivamente, na manifestao do fenmeno, concorrendo, inclusive, para o seu desaparecimento.

    No local das sesses eram instalados dispositivos eltricos, fotoeltricos, fotogrficos ou cinematogrficos, objetivando uma melhor fiscalizao das experincias.

    Fritz Grunewald inventou mquinas e aparelhos para controle das reunies experimentais. Um desses instrumentos, a que chamou de bcula, media a perda do peso do Agente Psi nos fenmenos de psi-kapa. Foi por esse processo que Grunewald observou que o peso da personificao objetiva ou "fantasma" correspondia perda do peso do Agente Psi. Mediu, ainda, aes telecinsicas sobre uma balana fechada numa caixa de vidro e apresentou o resultado dessas experincias no Congresso de Varsvia.

    Eugene Osty, no Instituto Metapsquico Internacional, em Paris, submeteu Willy Schneider a experincias controladas por custosa aparelhagem eltrica e fotogrfica e um dos processos empregados foi o dos raios infra-vermelhos.

  • Um expressivo nmero de mquinas mecnicas e eletromecnicas foram construdas para a demonstrao da ao psi-kapa e dos possveis limites de sua atuao. Beloff e Evans montaram um experimento mediante o qual as pessoas, com possveis aptides paranormais, procuravam influir mentalmente na queda radioativa de ncleos de tomos. Os resultados mostraram que seres humanos so capazes de influenciar, psiquicamente, um dispositivo randmico baseado na queda radioativa.

    A respeito da investigao dos fenmenos paranormais observa Camilo Flammarion (FLAMMARION - O DESCONHECIDO E OS FENMENOS PSQUICOS):

    "Os fatos em questo pertencem observao e no experincia. Podemos constat-los, no reproduz-los. Seu estudo da mesma ordem que o da Astronomia e da Meteorologia e no da Fsica ou da Qumica. Observa-se um eclipse, um cometa, um aerlito, umrelmpago, uma aurora boreal; experimenta-se uma combinao qumica, um fenmeno de ptica ou de acstica; os dois mtodos so diferentes, no obstante serem ambos cientficos e merecerem o titulo geral de experimentais, pois que a experincia humana que julga e no teorias anteriores, idias, crenas, princpios ou autoridades invocadas e comentadas" .

    Mtodo Quantitativo-Estatstico-Matemtico

    O mtodo quantitativo-estatstico-matemtico, inaugurado por Joseph Banks Rhine, foi o que deu status de cincia Parapsicologia. , hoje, prioritariamente, o mtodo utilizado nas experincias em laboratrio pela maioria dos parapsiclogos.

    Em 1884, Charles Richet realizou 2.997 experincias de psi-gama, utilizando cartas de jogar, obtendo um resultado de 789 acertos, quando o ndice de acaso esperado era de 732. Em 1886, Oliver Lodge repetiu a mesma experincia. E, em 1925, tambm utilizando cartas de baralho, o Dr. H.L. Estabrooks, da Universidade de Havard, realizou experincias idnticas com os seus alunos. Em 1.660 cartas vermelhas e pretas, os seus alunos acertaram a cor exata 928 vezes, quando a previso era de 830.

    Em 1934, Rhine j havia realizado cerca de 85.000 experincias de fenmenos de psi-gama, utilizando um baralho criado por Karl Zener e, por isso, conhecido por baralho Zener. Este baralho constitudo de cinco figuras - quadrado, crculo, cruz, estrela e ondas, repetidas cinco vezes, num total de vinte e cinco cartas. A pessoa, neste tipo de pesquisa, procura atingir a situao de Agente Psi, acertando as figuras postas em jogo num nvel acima do acaso (cinco acertos em vinte cinco lances) , mantendo constante esse desempenho num elevado nmero de experincias.

    Nesta metodologia, os fenmenos paranormais no apresentam a mesma exuberncia daqueles que ocorrem espontaneamente. A incontornvel monotonia do mtodo quantitativo, na repetibilidade prolongada dos experimentos, objetivando maior margem de segurana para a sua anlise estatstica, produz, quase sempre, o declnio, cada vez maior, no ndice de acertos, proporo que as experincias se sucedem. o chamado efeito de declnio e que levou Rhine a afirmar (RHINE - O ALCANCE DO ESPRITO):

  • "Todos os sujeitos que conseguem alta percentagem de acertos, quando continuam a atuar por muito tempo declinam, ocorrendo ou no qualquer acidente" .

    Rhine reconhece que s a espontaneidade consegue resultados expressivos, pois a experincia controlada sempre deixa muito a desejar.

    Charles Richet descobriu que sries longas e fatigantes reduziam os resultados de seus pacientes. E Estabrooks, por sua vez, observou que, mesmo que numa srie curta de vinte experimentos, os maiores acertos ocorrem nos dez primeiros ensaios.

    Rhine tambm constatou que a capacidade psigmica se esgota com o uso e s retorna se se renova o interesse do pesquisado, estabelecendo, assim, uma relao entre o ndice de acerto e a motivao.

    A Dr Lutsia Pavlova de opinio que o teste com o baralho Zener a maneira mais difcil de se tentar uma experincia PES.

    Para Charles Tart (TART & PUTHOFF - EXTENSO DA MENTE ), esses experimentos repetitivos constituem "uma tcnica ideal para extinguir a atividade parapsicolgica no laboratrio" . Isto : o tdio que eles provocam nos pacientes o causador direto do efeito de declnio. S.G.Soal e F. Bateman (SOAL & BATEMAN - TELEPATIA) constataram que "ao que parece, so raros os pacientes de marcaes altas que possam manter sua mdia por longo tempo" . Entre esses raros pacientes, eles apontam o Sr. Basil Shacleton, a Srt G.M. Johnson e a Sr Glria Stewart.

    As experincias de psi-gama com baralho Zener parecem demonstrar que os acertos ocorrem mais freqentemente no princpio e no fim de cada srie de ensaios.

    Pavel Stepanek, pesquisado por Milan Rizl e depois pelo Dr. Pratt, era particularmente bem sucedido com as suas cartas preferidas.

    S.G.Soal o F. Bateman (SOAL & BATEMAN - TELEPATIA) observaram que "a pessoa que pensa nos cinco smbolos do Zener est propensa a estabelecer certos padres ou arranjos habituais", havendo, ainda, "o perigo de que o agente possa cair num hbito quecoincida com o do adivinhador".

    Tudo leva a admisso de que o sucesso na experimentao psigmica aumenta na proporo da diminuio da atividade da tenso voltada para o mundo exterior. A forte centralizao do eu talvez o mais poderoso empecilho da experincia paranormal. Por isso, mister dissolver temporariamente o eu, mediante as mais diversas tcnicas de desateno intencional, seja com emprego de procedimentos psicolgicos, seja com a ajuda de recursos farmacolgicos, desde que adotadas as necessrias cautelas mdicas. Poderamos, assim, resumir a frmula do desempenho paranormal bem sucedido: quanto menos eu, mais psi.

  • Nas experincias que realizamos no Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofsicas (1.P.P.P.), variamos, sistematicamente, de mtodos, dando-lhos um sentido ldico e descontrado, com o propsito de manter elevada a motivao das pessoas pesquisadas na continuidade dos experimentos.

    Com o concurso de seis pessoas (uma das quais na funo de Agente Psi) e utilizando o baralho Zener, transformamos o teste da cadeira vazia, de natureza qualitativa, num experimento quantitativo-estatstico-matemtico, onde cada smbolo - quadrado, crculo, ondas, cruz o estrela - substitudo e representado por uma pessoa. Ao lanamento de cada carta, a pessoa que a representa vai ocupar a cadeira vazia e, assim, lance aps lance, o Agente Psi procurar adivinhar qual dos cinco participantes ali se encontra. Os resultados obtidos tm sido satisfatrios, demonstrando a melhoria do desempenho do Agente Psi com a substituio das figuras Zener, destitudas de apelo emocional, por pessoas motivadas pelo experimento.

    A Dr Gertrude Schmeidler dividiu os pacientes em dois grupos: o das "cabras" e o das "ovelhas" . As "cabras" eram pessoas que no acreditavam na percepo extra-sensorial e as "ovelhas" , as que acreditavam. Os resultados demonstraram que a marcao mdia, em 185.725 testes, foi do 4,92 para as "cabras" o 5,15 para as "ovelhas".

    Whately Carington, nas suas experincias quantitativas com a utilizao de desenhos, descobriu o chamado efeito de deslocamento, mediante o qual o acerto se d em relao carta anterior ou carta posterior e no em relao carta-alvo. Soal, que obteve resultados precrios em suas experincias com o baralho Zener, reviu os seus resultados, luz da descoberta de Carington e confirmou a realidade do efeito de deslocamento.

    Erros estatsticos e interpretao errnea dos resultados constituem os percalos mais comuns na prtica do mtodo quantitativo-estatstico-matemtico. O efeito de deslocamento pode ocorrer nos casos espontneos de telepatia. O Agente Psi, numa relao teleptica com outra pessoa, pode inverter a seqncia cronolgica dos fatos, referindo-se a acontecimentos passados como se fossem presentes e vice-versa, ou falando de eventos futuros, como se fossem j acontecidos, ou, ainda, o contrrio.

    Pode, ainda, perceber acontecimentos que dizem respeito, no pessoa a qual se dirige, mas a outra que lhe faz companhia. O prof. Ronaldo Dantas, em conferncia que pronunciou por ocasio do VII Simpsio Pernambucano de Parapsicologia, promovido, em 1989, no Recife, pelo Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofsicas, teceu a seguinte crtica sobre os smbolos do baralho Zener:

    "Supondo que os fenmenos de psi-gama ocorrem como homeomorfismo entre espaos topolgicos, figuras topologicamente idnticas poderiam ser percebidas como a mesma figura, resultando em erro na avaliao estatstica.

    As cincos figuras Zener so apenas topologicamente trs: o crculo idntico ao quadrado e a cruz idntica estrela. Assim, experimentos considerados como de baixo ndice de acertos, podero ter, na realidade, um alto ndice de xitos.

  • Para evitar este erro, propomos um baralho constitudo por figuras topologicamente distintas, como, por exemplo, onda, cruz, coroa circular (crculo), interrogao e o smbolo do infinito ou o nmero oito."

    Alain Sotto (SOTTO - REVELAES SOBRE TELEPATIA ) faz a seguinte recomendao:

    "Para se obter bons resultados nas experincias, o agente deve emitir uma imagem que lhe provoque uma emoo forte. Nos casos espontneos, as pessoas que enviam uma mensagem teleptica esto em crise grave, em perigo de morte".

    Tem razo Fritjof Capra (CAPRA - O PONTO DE MUTAO ), quando observa:

    "Uma verdadeira cincia da conscincia ocupar-se- mais com qualidades do que com quantidades e basear-se- mais na experincia compartilhada do que nas medies verificveis" .

    Relaes entre parapsiclogos e paranormais

    As relaes entre parapsiclogos e paranormais tambm apresentam algumas dificuldades, principalmente nas investigaes submetidas a controle cientfico.

    O pesquisador altera o desempenho do Agente Psi. E este desempenho ser sempre diferente segundo cada pesquisador e com o mesmo pesquisador em ocasies diferentes.

    J advertia John Wheeler que, em Fsica quntica, deveramos substituir a palavra "observador" pelo vocbulo "participante" . O observador, at para observar um objeto to minsculo como um tomo, precisa atingi-lo. Ele, para isso, instala o seu equipamento de medida e, ento, decide se deve medir a posio ou o momentum da partcula. Ora, a instalao do equipamento para medir, por exemplo, a posio da partcula, exclui a medio do seu momentum. E, alm disso, a prpria medio altera o estado do eltron.

    O parapsiclogo, na situao de "observador" , altera sempre o estado psicossomtico do Agente Psi, influindo no seu desempenho paranormal. Na verdade, o parapsiclogo um "participante" da experincia paranormal por mais neutro que ele se imagine ser no seu relacionamento com o Agente Psi. Nestas circunstncias, o fenmeno paranormal uma experincia compartilhada e se manifestar de conformidade com a natureza da relao entre o parapsiclogo e o Agente Psi.

    Eileen Garret, (GARRET - MUITAS VOZES ), referindo-se experimentao com o Baralho Zener, explicou que "os smbolos de papelo no fizeram qualquer apelo emocional direto para os impulsos medinicos da minha prpria natureza e nem revelaram quaisquer novos fatores inconscientes, dentro de minha estrutura mental" .

    Lilian Bailey, em entrevista concedida a W. F. Neech, tambm confessou a sua grande dificuldade em lidar com as cartas Zener. Diz ela (NEECH - A MORTE A VERDADEIRA VIDA):

  • "Fiz experincias com as cinco cartas usadas nos testes do Prof. J. B. Rhine. Nunca consegui sucesso algum."

    Harold Sherman (SHERMAN - COMO APROVEITAR A PERCEPO EXTRA-SENSORIAL ), tambm manifesta a mesma queixa:

    "Nunca pude obter resultado sempre elevado nas provas de cartas do PES, porque falta s mesmas o fator emocional" .

    Oliver Lodge constatou que Eleonora Piper fracassou muitas vezes na leitura do cartas fechadas, demonstrando, porm, um extraordinrio ndice de acertos, quando se punha, por telepatia, em contato com pessoas desconhecidas e por psicometria, com pessoas ausentes.

    Alguns paranormais, por inabilidade de certos pesquisadores, sofreram perturbaes (algumas de natureza grave) em sua sade fsica como decorrncia de experimentaes desastrosas.

    Brad Steiger faz judiciosas observaes sobre as relaes entre parapsiclogos e paranormais. Diz ele (STEIGER - AS EXPERINCIAS PSQUICAS DE OLOF JOHNSON):

    "Teniendo em cuenta que los parapsiclogos se hallan sometidos a las ms tremendas presiones cientficas y tratan de demostrar que no se ocupan de "cuentos de hadas" , la mayora do los investigadoros producem la impresin de ser enemigos, ms bien que alia- dos, de las personas dotadas de facultades extrasensoriales. stas se quejan del ambiente asptico que reina en los laboratorios parapsicolgicos; del porte fro y a menudo falto de humanidad de los investigadores y la falta de consideracin que stos tienen hacia cosas tanhumanas como son la aprobacin, las muestras de aliento y de comprensin que aligeraram la pesadez y la monotonia de las pruebas de ESP. La mayoria de los sensitivos opinan que los parapsiclogos deberian pasar menos tiempo en sus laboratorios y hacer ms investigaciones de campo, a fim de poder observar a los sensitivos y los fenmenos paranormales en su ambiente natural .

    "Por su parte, los parapsiclogos arguyen que fuera de las condiciones limitadores del laboratorio, los sensitivos pueden apelar, consciente ou inconscientemente, a trucos y recursos de ilusionismo que desorientaran al investigador, cuando el autntico mecanismo psi se negasse a producir los resultados apetecidos".

    Brad Steiger transcreve uma opinio de Olof Johnson sobre o assunto. Assim se exprimiu o paranormal Olof:

    "En primer lugar, son demasiados los parapsiclogos que hacen crer al sensitivo que les interesa ms lo que pueden sacar de l que lo que hay en l de ser humano. Algunos de ellos dan la impresin - aunque s que no es esto lo que en su interior piensan - de que

  • sacrificaran de buena gana todas las energas del sujeto, e incluso su vida, en aras de la ciencia" .

    E mais adiante:

    "En mi opinin, los parapsiclogos deberan celebrar ciertas reuniones informales com el mdiun antes de iniciar las pruebas propiamente dichas. Tendran que contar con que se requiere un perodo de tiempo ms o menos largo para que se creen las condiciones adecuadas, antes de iniciar cualquier clase de experimento. Tal como van las cosas ahora, con demasiada frecuencia el parapsiclogo entre como una tromba, charla animadamente durante tres minutos, y acto seguido pasa a realizar el experimento. Sencillamente, asi no hay tiempo de que se estabelezca alguna clase de relacin entre el sujeto y el experimentador" .

    Ren Sudre (SUDRE - TRATADO DE PARAPSICOLOGIA), recomenda, para o xito da experincia parapsicolgica, que o mdium deve "respirar a benevolncia e a confiana" , pois ele percebe, por telepatia, os sentimentos hostis dos presentes e fica improdutivo. Por isso, Sudre critica as famosas comisses oficiais para a investigao de mdiuns, "composta do pessoas cpticas, algumas vezes maliciosas e brutais", as quais pouco ou nada obtm dos fenmenos que pesquisam. Esses investigadores "podem mesmo, por sugesto mental, propiciar a fraude num mdium muito receptivo" . Assim, ele recomenda, nas experimentaes, a presena de pessoas com as quais o mdium simpatize, seja por amor ou por atrao sexual, pois isso favorece a manifestao do fenmeno.

    Pavel Stepanek, diferentemente de outros paranormais, no era afetado pela presena de novos pesquisadores, mantendo sempre elevado seu ndice de acerto nas experincias.

    Judiciosamente, Milan Rizl (RIZL - COMO POTENCIAR LA MENTE) estabelece distines entre a pesquisa na rea da Parapsicologia e na das outras cincias. Diz ele:

    "Sin embargo, la tarea de conseguir una repetibilidad completa ser dificil, a causa de una caracterstica especial de los experimentos parapsicolgicos. En las dems ciencias, el investigador se siente como um observador imparcial del fenmeno - como si lo mirase desde cierta distancia o a travs do un cristal -, e intenta evitar cualquier interferencia personal con el mismo. En parapsicologa, el experimentador influye directamente sobre el fenmeno observado, y el mismo sujeto puede actuar de un modo completamente diferente segn los diferentes observadores. Tambin en psicologia es posible que el sujeto reacccione de diferente modo, por exemplo, dependiendo de si el observador lo hace sentirse tranquilo o nervioso. Sin embargo, en parapsicologia la influencia del observador es mucho ms fuerto, y el efecto mucho ms delicado. El experimentador puede influir sobre el sujeto no slo a travs de la comunicacin normal (palabras, gestos, lenguaje corporal, etc.), sino tambin telepaticamente" .

    Observa, ainda, que embora a percepo extra-sensorial seja "independiente de las condiciones fsicas o biolgicas, en cambio es muy sensible a las condiciones psicolgicas

  • (en particular condiciones tales como el cambio de humor de perceptor)" . Assim, diz Rizl, "las condiciones que afectan a la PES son de naturaleza psicolgica".

    Afirma que o fenmeno metapsquico no deve ser considerado como a produo isolada de um mdium, mas, sim, do mdium e do grupo que o cerca: uma funo coletiva.

    J . B. Rhine (RHINE " NOVAS FRONTEIRAS DA MENTE) observa que "a capacidade de percepo extra-sensorial algo que se esgota com o uso e torna a despertar quando se faz novo ataque com renovado interesse."

    Ele tece interessantes consideraes sobre certas regras a serem observadas na pesquisa:

    "Quanto mais puder o pesquisador transmitir entusiasmo sadio, confiana e estmulo aos pacientes, tanto melhores as suas possibilidades de xito. Alguns pacientes exigem atitude desafiadora, outros, simpatia. Alguns necessitaro que sua ateno fique impedida de concentrar-se demasiado nos resultados e na tcnica de seu trabalho; outros devero ter a plena confiana do investigador."

    Prossegue Rhine:

    "O pesquisador deve manter alto nvel de interesse por parte do paciente durante todas as experincias" , pois em caso contrrio, " melhor cessar as provas".

    Rhine adverte que "se houver uma situao que distraia fortemente o paciente - como a presena de certo nmero de testemunhas, ou ser ele "colocado em maus lenis" - certo haver malogro. Se se colocar o paciente numa atmosfera crtica e fazer sentir que a tarefa ser intil, quase certo que malograr".

    Observa Rhine que "a capacidade de percepo extra-sensorial diminui quando declina o interesse".

    Assevera ainda:

    "Ns, que temos trabalhado durante vrios anos com pessoas dotadas de percepo extra-sensorial, chegamos, gradativamente, a sentir que nosso principal problema est em fazer com que o paciente se liberte das inibies naturais, de hbitos mentais sobremodo ligados a processos racionais e sensrios".

    Reconhece Robert H. Thouless (THOULESS " PARAPSICOLOGIA) que "hay evidencias considerables de que la personalidad del experimentador es tambin um factor importante que influye sobre los resultados de un experimento parapsicolgico".

    O PROBLEMA DAS FRAUDES

  • Muitos paranormais fraudaram. No entanto, em sua maioria, as fraudes foram mais alegadas do que provadas. Robert Amadou , inegavelmente, o campeo neste tipo de procedimento.

    Jacques Bergier (BERGIER - VOC PARANORMAL) comete a mesma leviandade:

    "Assim, podemos tomar como assente que todos os mdiuns de efeito fsico so embusteiros" .

    A. da Silva Mello (MELLO - MISTRIOS E REALIDADES DESSE E DO OUTRO MUNDO) afirma peremptoriamente e sem qualquer fundamento que "descobriu-se que Home, maneira do que tem acontecido com todos os mdiuns clebres, havia cometido toda espcie de truques e mistificaes".

    O Pe. oscar Quevedo apoia a opinio de Charles Richet, o qual afirma que os paranormais apresentam uma predisposio para a fraude.

    Parece-nos que muitos paranormais tm uma forte tendncia mitomania e ao narcisismo. E, como no podem produzir seus fenmenos vontade, so levados, consciente ou inconscientemente, a praticar a fraude.

    Em obra anterior (ROSA BORGES - INTRODUO AO PARANOR-MAL ) havamos comentado:

    "Na verdade, as fraudes so mais alegadas do que provadas. Para os negadores sistemticos, basta a suposio de que um mdium poderia ter escamoteado um determinado fenmeno desta ou daquela maneira, mesmo mngua do menor indcio que autorize tal hiptese, para que a "prova" da fraude fique indiscutivelmente estabelecida.

    "No h negar: mdiuns famosos fraudaram. Porm, nem todos fraudaram. E os que fraudaram, nem sempre o fizeram todas as vezes, pois se fraudassem sempre, no seriam mdiuns" .

    Allan Kardec (KARDEC - O LIVRO DOS MDIUNS ) judiciosamente observou:

    "Existem, sem dvida, prestidigitadores de prodigiosa habilidade, mas so raros. Se todos os mdiuns praticassem escamoteao, foroso seria reconhecer que esta arte fez, em pouco tempo, inauditos progressos e se tomou de sbito vulgarssima, apresentando-se inata em pessoas que dela nem suspeitavam e, at, em crianas".

    Cronologia das Fraudes

  • A quase totalidade dos casos de fraude aconteceu com os fenmenos de psi-kapa, notadamente os de personificao objetiva ou de "materializao de Espritos". Vejamos, em ordem cronolgca, alguns desses casos.

    1873 - Desmascaramento polmico de Florence Cook pelo Sr. Volkman. Este afirma que, ao segurar o "Esprito materializado", chamado de "Katie King" , nele reconheceu a prpria Florence Cook.

    1875 - Explode, na Frana, o rumoroso caso de fraude espirita, denominado de "caso Leymare". O "mdium fotgrafo" E. Buguet confessa que truncava as "fotografias espritas", utilizando, para isso, o processo de dupla exposio.

    1876 - Em Londres, o Prof. Ray Lankestern flagra Henry Slade em fraude, constatando que uma das ardsias, que seria utilizada na pneumatografia, j estava preparada com uma mensagem.

    1880 - Sir George Sitwell agarra o "Esprito materializado", chamado "Marie" e descobre que se trata de Florence Cook.

    1882 - C.E.Wood apanhada em fraude.

    1885 - A Comisso Seybert, na Filadlfia, flagra Slade em fraude.

    1888 - Margaret Fox faz uma declarao pblica, onde confessa que os fenmenos de Hydesville eram fraudulentos.

    1889 - Margaret Fox se retrata da confisso pblica de fraude, sob a justificativa de que se deixara influenciar pelos adversrios do Espiritismo, os quais lhe ofereceram dinheiro para negar os fenmenos de Hydesville.

    1891 - Numa sesso pblica e na presena de aproximadamente trinta pessoas, Cecil Husk desmascarado, quando produzia fenmenos de "materializao de Espritos".

    1894 - Mary Showers desmascarada na casa de Serjeant Cox, pelo Sr. Edwards, quando, numa sesso, se fazia passar por um "Esprito materializado".

    Neste mesmo ano, a Sr J.E. Mellon apanhada em fraude, agarrada pelo Sr. T. Schekleton Henry, quando disfarada de "Esprito materializado".

    1902 - Ana Rothe comete fraude e, por isso, presa.

    1905 - Caso polmico das "materializaes" de Marthe Beraud, nas sesses de Vila Carmem, em Argel. Afirma-se que o prprio Charles Richet foi ludibriado, embora se negasse a admiti-lo.

    Coincidentemente, no dia l de abril, David Duguit, com a idade de 75 anos, pego em fraude, em Manchester, quando fazia demonstraes de pintura direta.

  • 1914 - No dia 5 de maro, numa sesso de Sidney, Charles Bailey pego em fraude, quando se fazia passar por um "Esprito materializado".

    1922 - Pasquale Erto flagrado no momento em que fraudava fenmenos de fotognese.

    1923 - Ladislas Lasslo, habilssimo prestidigitador, comea a se passar por paranormal, conseguindo iludir muitos pesquisadores.

    Harry Price declara que desmascarou William Hope, famoso por seus fenmenos de escotografia ou "fotografia esprita".

    E as sesses de Guzik, realizadas em Sorbone, so consideradas fraudulentas por Langevin, Habal, Laugier e Meyerson.

    1924 - No ms de dezembro, em Cracow, Guzik pego em fraude por uma fotografia batida inesperadamente.

    1930 - O Dr. Eugene Osty, no Instituto Metapsquico Internacional, detecta a fraude de Stanislawa P.

    1931 - Em sesso realizada na Inglaterra, George Valiantine pego em fraude, quando produzia impresses digitais de pessoas falecidas.

    1932 - No dia 5 de janeiro, numa sesso realizada em Edinburgo, a Srt Maule agarra um "Esprito materializado" , conhecido pelo nome de "Peggy" e descobre que a mdium Helen Victria Duncan. Afirma-se que a Sr Duncan possua uma extraordinria capacidade de regurgitao da qual se utilizava para produzir rctoplasmas.

    1974 - Uri Geller, em entrevista concedida a TV israelita e, depois, ao New York Time", confessa que emprega truques para aumentar o prestgio de suas apresentaes pblicas.

    Interdisciplinaridade da Parapsicologia

    Em um dos nossos trabalhos (ROSA BORGES & CARUSO - PARAPSICOLOGIA: UM NOVO MODELO ) relacionamos as relaes interdisciplinares entre a Parapsicologia e outras cincias, notadamente a Psicologia, a Medicina, a Fsica, a Biologia, a Sociologia e o Direito.

    Certos fenmenos paranormais revelam que a mente humana, usando as energias orgnicas exteriorizadas, capaz de criar formas viventes, conquanto momentneas e alterar a morfologia e a fisiologia do corpo humano, como tambm subtra-lo ao das foras fsicas conhecidas. Tais fenmenos levaram Charles Richet (RICHET - A GRANDE ESPERANA) a exclamar:

  • "Poder um jornalista adivinhar o que pensa um fisiologista quando presencia (como eu presenciei) uma expanso sair do corpo do mdium, prolongar-se formando duas pernas estranhas que se fixam no solo, emitindo depois mais alguns prolongamentos que tomam aos poucos a forma de mo, da qual se distinguem vagamente os ossos, sentindo a sua presso nos joelhos. necessrio coragem para crer nisso! E necessrio muito mais coragem para relatar".

    Pode, ainda, a mente humana contrariar as leis da Fsica e da Qumica, alterando a estrutura dos corpos, modificando a sua composio atmica.

    Arthur Koestler (KOESTLER - JANO) estabelece oportunas relaes entre a Parapsicologia e a Fsica. Diz ele:

    "O que ambas tm em comum uma atitude de desafio ao senso comum e de desafio a "Leis da Natureza" anteriormente consideradas inviolveis. Ambas so provocadoras e iconoclastas. E, repetindo mais uma vez, os desconcertantes paradoxos da fsica fazem os desconcertantes paradoxos da parapsicologia parecerem um pouco menos absurdos. Se distantes regies do universo podem ser postas em contato atravs de buracos de caruncho existentes no superespao, a telepatia continua sendo inimaginvel? As analogias podem ser traioeiras, mas encorajador saber que, se o parapsiclogo se equilibra num galho, o fsico se equilibra numa corda esticada".

    Em palestra que realizamos em 1991 na Escola Superior da Magistratura, demonstramos a existncia de fenmenos paranormais jurgenos (ou seja, aqueles fatos que so suscetveis de gerar direitos e obrigaes) assim como de fatos jurdicos que podem ser investigados e esclarecidos pela percia parapsicolgica.

    Informa Flammarion (FLAMMARION - AS CASAS MAL ASSOMBRADAS), que "o Sr. Maxvlell, advogado nos auditrios de Bordus, encontrou, nos arquivos da Corte de Apelao dessa cidade, diversos julgados do sculo XVIII, concernentes resciso de contratos de aluguel por motivo de assombrao".

    E, mais adiante:

    "Grimaldi Ginesio, na Istoria delle leggi e magistrati del regno di Napoli (vol.IX, pag.4) comentrio Pragmtica, de locato et conducto, publicado pelo Conde de Miranda em Dezembro de 1857, escreve o seguinte: "Sucedendo que, na casa alugada, o locatrio, levado pelo terror pnico, se julgue assaltado por espritos malignos, chamados em Npoles de Monacelli, permite-se-lhe a mudana isento de qualquer indenizao. Os mais clebres comentaristas do Direito francs tratam longamente dessa questo, mencionando a jurisprudncia dos antigos Tribunais de Bordus e de Paris.

    "Troplong, tratando Da permuta e da locao (art. 1702 do Cdigo Civil de Napoleo, correspondendo ao artigo 1577 197, do Cdigo Italiano) assinala "este vcio redibitrio": a apario de espectros e fantasmas nas casas alugadas". No Brasil, decises judiciais foram influenciadas por comunicaes medinicas recebidas por Francisco Cndido Xavier.

  • Em Goinia, o Juiz da 6 Vara Criminal, Orimar de Bastos reconheceu que a morte de Maurcio Garcez Henrique, em 8 de maio de 1976, produzida por arma de fogo, foi acidental e absolveu Jos Divino, amigo da vtima, tido como suspeito de homicdio. A deciso teve, como um dos fundamentos fticos, a mensagem medinica do "Esprito" da vtima, por psicografia do mdium mineiro e, na sentena, o magistrado afirma que "temos de dar credibilidade a mensagem psicografada por Francisco Cndido Xavier, anexada aos autos, onde a vtima relata o fato e isenta de culpa o acusado, discorrendo sobre a brincadeira com o revlver e o disparo da arma" .

    Convenceu-se o Dr. Orimar de Bastos que o relato medinico se harmonizava com as declaraes prestadas pelo ru no seu interrogatrio.

    No dia 22.10.82, em Mandaguari, Paran, o jovem deputado Heitor de Alencar Furtado foi morto dentro do carro onde repousava, por um tiro disparado contra ele por um soldado da Polcia Militar, Aparecido Andrade Branco, o"Branquinho".O morto era filho do ex-deputado federal, cujo mandato fora cassado, Alencar Furtado e o crime obteve repercusso nacional. Dois meses aps o assassinato, os pais do deputado falecido estavam presentes numa reunio pblica de Chico Xavier em Uberaba, quando este psicografou uma mensagem atribuda a Heitor Furtado, onde esclarecia detalhes do crime. A leitura foi feita em voz alta e convenceu os pais do falecido, tendo sido a carta medinica, no julgamento realizado em 26.9.84, utilizada como principal prova documental dos advogados de defesa do ru, Cylleno Pessoa Pereira e Marcelo Pessoa Pereira. O prprio pai da vtima, Alencar Furtado, reconhecendo a autenticidade da mensagem medinica, desistiu da assistncia da acusao no processo. A carta do Alm, que reduzia a responsabilidade penal do ru, influiu decisivamente no julgamento e, por cinco votos contra dois, o soldado "Branquinho" foi considerado culpado apenas por homicdio simples.

    Por ser ru primrio, foi lhe concedido, pelo Juiz Miguel Thomaz Pessoa Filho, o benefcio da priso-albergue, uma vez cumprido um tero da pena. O Promotor de Justia, Joo Francisco de Assis, embora afirmando no reconhecer a mensagem medinica como prova legal vlida, no recorreu da sentena.

    A PARAPSICOLOGIA COMO PROFISSO

    Basicamente, o parapsiclogo pode atuar em trs reas bem definidas:

    a) magistrio;

    b) pesquisa;

    c) consultrio.

    Como professor do nvel superior, o parapsiclogo pode lecionar Parapsicologia como disciplina eletiva de outros cursos de graduao, em cursos do extenso universitria e em cursos livros do ps-graduao.

    Enquanto no houver