manifesto - coletivo comfuzão - primeira versão - fev 2009
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A
indignação coletiva como
disparador de criação de outros e múltiplos modos de
existência
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A resistência a favor da
vida
Apostamos em múltiplas rotas de visibilidade nesta produção: MANIFESTOS
Perc
urso
Apreciação do corpo que lê
Criação do corpo vivente
Infinitas rotas
A tecnologia
investida de
sensibilidade
LACUNAS
LACUNÁRIAS
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[Les Demoiselles d'Avignon, 1907 Pablo Picasso]
(...) Assumir a (...) Assumir a responsabilidade responsabilidade pelas relações sociais pelas relações sociais da ciência e da da ciência e da tecnologia significa tecnologia significa recusar uma recusar uma metafísica anti-metafísica anti-ciênciaciência, uma , uma demonologia da demonologia da tecnologia, e, assim, tecnologia, e, assim, abraçar a habilidosa abraçar a habilidosa tarefa de tarefa de reconstruir reconstruir as fronteiras da vida as fronteiras da vida cotidianacotidiana, em , em conexão parcial com conexão parcial com os outros, os outros, em em comunicação com comunicação com todas as nossas todas as nossas partes. partes.
Donna Haraway & Hari Kunzru. Antropologia do Ciborgue: as vertigens do pós-humano. Organizador: Tomas Tadeu da Silva. Belo Horizonte, Autêntica, 2000.
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AutonomAutonomia como ia como
produção produção da da
própria própria vidavida
Manifesto’s
ProduçãoProdução
InventivoInventivo
DançanteDançante
SensívelSensível
MáquínicoMáquínico
DisfusoDisfuso
AfectoAfecto
CriaçãoCriação
DifusoDifuso
FundidoFundido
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Na Na experimentação experimentação
a criação de a criação de outras outras
sensibilidadessensibilidades
Afirmar a Afirmar a experimentaçãexperimentaçã
o como o como produção de produção de
encantamentos encantamentos próprios da próprios da
vidavida
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Todo homem
tem a incerteza
daquilo que afirma
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O privilegiamento da diferença e da multiplicidade em detrimento da identidade e da mesmidade.
Rejeição da Rejeição da transcendentalidade e transcendentalidade e da originariedade do da originariedade do
sujeito. sujeito.
A pesquisa não das A pesquisa não das essências e das essências e das
substâncias mas das substâncias mas das forças e das forças e das
intensidades. intensidades.
Não os valores Não os valores mas sua mas sua
valoração valoração
Tomaz Tadeu da Silva (UFRGS) http://www.anped.org.br/reunioes/24/T1299570907599.doc
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Falar em seu próprio nome
Pensamento
Criação
Corpo
Moral
Memória
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Onde a brasa moraOnde a brasa mora
e devora o breue devora o breu
Como a chuva molhaComo a chuva molha
o que se escondeu o que se escondeu
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O deserto Que atravessei
Estranha e só
Tão longe de chegar Mas perto de algum lugar
É deserto
Me vi assim Tão perto de chegar
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Insistência Insistência
no “poder” no “poder”
de inventar, de inventar,
fixar, tornar fixar, tornar
permanente permanente
e não na e não na
capacidade capacidade
cognitiva de cognitiva de
descobrir, descobrir,
revelar, revelar,
desvelar. desvelar.
ttp://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://atuleirus.weblog.com.pt/arquivo/picasso_cinq_femmes.jpg&imgrefurl=http://atuleirus.weblog.com.pt/arquivo/2006/01/picasso_1&h=327&w=419&sz=35&tbnid=WMcgqjl89ua29M::&tbnh=98&tbnw=125&prev=/images%3Fq%3Dpicasso&hl=pt-BR&usg=__EtDal7wJCfRKyJb0mQgQt1NUw9w=&ei=wzuYSdv6E56DtwfTl5CcCw&sa=X&oi=image_result&resnum=3&ct=image&cd=1
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Linha: Falar em seu próprio nome
Que os médicos não tenham o direito de falar em nome dos doentes, e que tenham também o dever de falar, como médicos, sobre problemas políticos, jurídicos, industriais, ecológicos (...)
O que significa, então, falar em seu próprio nome e não pelos outros? Evidentemente não se trata de cada um ter sua hora da verdade, nem escrever suas Memórias ou fazer sua psicanálise: não é falar na primeira pessoa do singular. É nomear as potências impessoais, físicas e mentais que enfrentamos e combatemos quando tentamos atingir um objetivo, e só tomamos consciência do objetivo em meio ao combate. Nesse sentido o próprio Ser é Político.
(Gilles Deleuze, Conversações. Trad. Peter Pál Pelbart. Editora 34: São Paulo, 1992, p. 110-11)
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Linha: Pensamento
Foucault sempre invoca a poeira ou o múrmurio de um combate, e o próprio pensamento lhe aparece como uma máquina de guerra. É que, no momento em que alguém dá um passo fora do que já foi pensado, quando se aventura fora do reconhecível e do tranquilizador, quando precisa inventar novos conceitos para terras desconhecidas, caem os métodos e as morais e pensar torna-se, como diz Foucault, "um ato arriscado", uma violência que se exerce primeiro sobre si mesmo.
Melville afirmava: "Se para efeito de argumentação dizemos que ele está louco, então eu preferiria ser locuo a ser sensato...gosto de todos os homens que mergulham.
Qualquer peixe pode nadar perto da superfície, mas é preciso ser uma grande baleia para descer a cinco milhas ou mais...Desde o começo do mundo os mergulhadores do pensamento voltam a superfície com os olhos injetados de sangue".
Admite-se facilmente que há perigo nos exercícios físicos extremos, mas o pensamento também é um exercício extremo e rarefeito. Desde que se pensa, se enfrenta necessariamente uma linha onde estão em jogo a vida e a morte, a razão e a loucura, e essa linha nos arrasta. Só é possível pensar sobre esta linha de feiticeira, e diga-se, não se é forçosamente perdedor, não se está obrigatoriamente condenado à loucura ou à morte.
(Gilles Deleuze, Conversações. Trad. peter Pál Pelbart. Editora 34: São Paulo, 1992, p. 128-9)
O pensamento jamais foi questão de teoria. (Gilles Deleuze, Conversações. Trad. peter Pál Pelbart. Editora 34: São Paulo, 1992, p. 131)
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Linha: Criação
O essencial são os intercessores.
A criação são os intercessores. Sem eles não há obra. Podem ser pessoas - para um filósofo, artistas ou cientistas; para um cientista, filósofos ou artistas - mas também coisas, plantas e até animais.
Fictícios ou reais, animados ou inanimados, é preciso fabricar seus próprios intercessores.
É uma série. Se não formamos uma série, mesmo que completamente imaginária, estamos perdidos.
Eu preciso de meus intercessores para me exprimir, e eles jamais se exprimiriam sem mim: sempre se trabalha em vários, mesmo quando não se vê.
E mais ainda quando é visível...
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Linha Corpo: A Voz do Demônio
Todas as Bíblias ou códigos sagrados têm sido as causas dos seguintes Erros:
1. Que o Homem possui dois príncípios reais de existência: um Corpo & uma Alma. 2. Que a Energia, denominada Mal, provém apenas do Corpo; & que a Razão, denominada Bem, provém apenas da Alma.3. Que Deus atormentará o Homem pela Eternidade por seguir suas Energias. Mas os seguintes contrário são Verdadeiros:1. O Homem não tem um Corpo distinto de sua Alma, pois o que se denomina Corpo é uma parcela da Alma, discernida pelos cinco Sentidos, os principais acessos da Alma nesta etapa. 2. Energia é a única vida, e provém do Corpo; e a Razão o limite ou circunferência externa da Energia.3. Energia é Deleite Eterno.
Como sabeis que cada Pássaro que fende os ares não é um imenso mundo de deleite, encerrado por vossos sentidos, os cinco? (William Blake: O Matrimônio do Céu e do Inferno: o livro de Thel. Trad: José Antônio Arantes. Iluminuras: São Paulo, 1995, p. 23)
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Linha Moral: Uma visão memorável Certa vez vi um Demônio numa língua de fogo, que se elevou até um Anjo sentado numa nuvem, e o Demônio proferiu estas palavras:
"A adoração de Deus é: honrar seis dons em outros homens, segundo o gênio de cada um, e amar mais aos maiores homens: quem inveja ou calunia os grandes homens odeia a Deus; pois não existe outro Deus". Ao ouvir isso, o Anjo tronou-se quase azul; recompondo-se, porém, ficou amarelo, & por fim branco, rosa, & sorridente, e respondeu:
"Idólatra! não é Deus Uno? & não é ele visível em Jesus Cristo? e não deu Jesus Cristo sua sanção à Lei dos dez mandamentos? e não são todos os homens tolos, pecadores, & nulidades?"Respondeu o Demônio: "Tritura um tolo num almofariz com trigo, e ainda assim não será separada sua tolice; se Jesus Cristo é o maior dos homens, deverias amá-lo no mais alto grau; ouve agora como sancionou ele a lei dos dez mandamentos: não zombou do sábado e, assim, do sábado de Deus? não matou quem foi morto por sua causa? não desviou a lei da mulher apanhada em adultério? não roubou o trabalho alheio para sustentar-se? não deu falso testemunho ao recusar-se à defesa perante Pilatos? não cobiçou ao orar por seus discípulos, e ao lhes pedir que sacudissem o pó de seus pés diante dos que se negavam a hospedá-lo? Digo-te: nenhuma virtude pode existir sem a quebra desses dez mandamentos. Jesus era todo virtude, e agia por impulso e não por regras".
Depois de ele assim ter falado, contemplei o Anjo, que estendeu os braços, envolvendo a língua de fogo, & foi consumido e ascendeu como Elias. NOTA: Este Anjo, que agora se tornou um Demônio, é meu amigo íntimo, muitas vezes lemos juntos a Bíblia em seu sentido infernal ou diabólico, que o mundo há de ter, caso se comporte bem.Possuo também A Bíblia do Inferno, que o mundo há de possuir, quer queira, quer não. Uma só lei para o Leão & Boi é Opressão. (William Blake: O Matrimônio do Céu e do Inferno: o livro de Thel. Trad: José Antônio Arantes. Iluminuras: São Paulo, 1995, p. 51)
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Apostamos em múltiplas rotas de visibilidade nesta produção: MANIFESTOS
Fazer metafísica com a linguagem é fazer com que a linguagem expresse o
que não expressa comumente, é empregá-la de um modo novo,
excepcional e desacostumado, é devolver-lhe a capacidade de produzir um
estremecimento físico e dividi-lo e distribuí-lo ativamente no espaço, é
usar as entonações de uma maneira absolutamente concreta e restitui-
lhes o poder de desgarrar e de manifestar realmente algo, é tornar-se
contra a linguagem e suas fontes basicamente utilitárias, poderia dizer-se
alimentícias, contra suas origens de besta acossada, é enfim considerar a
linguagem como forma de encantamento.
(Antonin Artaud – El teatro y su doble)
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Você cria manifestos e
transita outras
formas de si