machado-joseph: o caso dos açores
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Perspectiva histórica e sociológica da doença de Machado-Joseph nos Açores, pela socióloga e pesquisadora da Universidade de Nova Lisboa, Daniela Almeida de Medeiros de Sousa Soares. Apresentação no Simpósio de Neurociência e Reabilitação 2008, em Campo Grande - MS, realizado pela Adone e Unepe.TRANSCRIPT
PERSPECTIVA HISTÓRICA E SOCIOLÓGICA DA DOENÇA DE MACHADO-JOSEPH
O CASO DOS AÇORES
Um contributo para a compreensão da vivência da doença e da construção identitária dos/as doentes num processo de erosão biográfica e ruptura com o social, não só no caso dos/as doentes mas também das famílias e das “cuidadoras”.
Daniela Medeiros Soares
Contacto: [email protected]
SIMPÓSIO SUL-MATO-GROSSENSE DE SIMPÓSIO SUL-MATO-GROSSENSE DE NEUROCIÊNCIAS E REABILITAÇÃO - NEUROCIÊNCIAS E REABILITAÇÃO - 20082008
Mapa da Região Autónoma dos Açores eMapa da Região Autónoma dos Açores eLocalização no mapa mundoLocalização no mapa mundo
Questões de PartidaQuestões de Partida
- O que acontece aos portadores de Doença de
Machado-Joseph quando a sua doença adquire
visibilidade social?
- Que repercussões tem a DMJ e de que modo
afectam os familiares e cuidadores/as destes
doentes?
Doença neurodegenerativa hereditária de transmissão autossómica dominante;
Gene mutante localizado no cromossoma 14, sendo uma expansão instável de tripletos (CAG), na região 14q32.1 (descoberto no Japão em 1993);
Afecta de igual modo homens e mulheres;
Principais sintomas:
Afecta os sistemas motores devido a atrofias e rigidez muscular (perturbações no equilíbrio e na marcha), o olhar, a fala, a deglutição, implicando crescente dependência;
Perturbações oculares caracterizadas por olhos mais abertos, sobretudo mais parados ou fixos e olhos “arregalados”;
Posições anormais das extremidades dos membros agravadas pelo movimento e, atrofia e rigidez muscular;
A Doença de Machado-Joseph*A Doença de Machado-Joseph*
Probabilidade de transmissão aos filhos de 50%;
Início tardio (40 anos), sendo tanto mais precoce no doente quanto mais precoce tiver sido no progenitor (fenómeno de antecipação)
Existe teste preditivo de exame ao património hereditário;
É uma doença crónica, com uma sobrevida média de 21 anos;
Perfeita integridade mental (não implica demência);
Sem tratamento/cura conhecido.
* Dados retirados de:Lima, M. (1996). Doença de Machado-Joseph nos Açores. Estudo Epidemiológico, Biodemográfico e Genético.
Coutinho, P. (1993). Doença de Machado-Joseph. Estudo Clínico, Patológico e Epidemiológico de uma Doença Neurológica de Origem Portuguesa.
Breve introdução à história da DMJBreve introdução à história da DMJ
“Legitimação científica” como nova doença apenas em 1972
pela Dra. Paula Coutinho e o Dr. Corino de Andrade;
A DMJ não surgiu nos Açores (existe prova científica), embora
tenha sido inicialmente identificada em descendentes de
açoreanos emigrados nos Estados Unidos da América;
A DMJ nos Açores*A DMJ nos Açores*
Total de doentes nos Açores: 99 doentes (7 Graciosa e 7 Terceira) (dados
de 2001)
Flores - 42 doentes (2003); 3.995 hab.; 141,7Km2;
• Prevalência (1/34 hab. - portador); incidência (1/21 hab. - em risco)
São Miguel - 43 doentes (2003); 131.609 hab.; 746,79Km2;
• Prevalência (1/976 hab.); incidência (1/586 hab.)
Mais de 50 famílias afectadas conhecidas (dados da Associação Atlântica
DMJ), maioritariamente nas ilhas das Flores e São Miguel;
A Ilha das Flores, apresenta a maior prevalência estudada para uma ataxia
dominante a nível mundial.* Dados retirados de:Lima, M. (1996). Doença de Machado-Joseph nos Açores. Estudo Epidemiológico, Biodemográfico e Genético.
Coutinho, P. (1993). Doença de Machado-Joseph. Estudo Clínico, Patológico e Epidemiológico de uma Doença Neurológica de Origem Portuguesa.
O isolamento geográfico e o número de habitantes nas ilhas criaram as condições ideais para as frequências elevadas da doença nos Açores.
Os emigrantes açorianos caracterizaram-se sempre por um forte sentido de união e de identidade comum, criando e vivendo sempre em comunidades nas quais eram mantidos os costumes e tradições da sua terra natal.
Assim, no caso das comunidades de emigrantes manteve-se esse isolamento social e a doença reproduziu-se dentro dessas comunidades fechadas.
Os Açores foram sempre um ponto de partida e de chegada
daqueles que procuravam uma vida melhor.
A emigração açoriana encarregou-se de dispersar a doença
pelos EUA, Canadá e Brasil:
• Inicialmente com as viagens dos descobrimentos portugueses;
• Depois com a emigração no século XVIII para o Brasil;
• A partir do século XIX até meados dos século XX, para os
Estados Unidos da América (mão-de-obra para os grandes
barcos baleeiros, e mais tarde para o trabalho nas indústrias
têxteis);
• Depois da II Guerra Mundial, entre 1958 e 1975, para o
Canadá.
A História da DMJ e Portugal (Açores)A História da DMJ e Portugal (Açores)
Existem famílias em vários países, sem ligações açorianas,
nomeadamente em Espanha, Inglaterra, Israel, Alemanha, Austrália, Índia,
porém não está provado que não tenham ligação a Portugal (Paula
Coutinho, 1994).
A DMJ em países sem ancestrais portugueses
No Brasil, foram identificadas inúmeras famílias,
maioritariamente com ancestrais portugueses (algumas açorianas,
outras ainda não está provado):
Estado de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul Pesquisas recentes mostram que existem doentes brasileiros em Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Bahia.
Metodologia qualitativa com entrevistas gravadas semi-directivas aprofundadas, formais e informais, e observação directa não participante.
Tratamento da informação contida nas entrevistas: análise de conteúdo através de análise temática.
Estratégia de InvestigaçãoEstratégia de Investigação
Dimensões do estigmaDimensões do estigma
• Os “desacreditados” - o estigma individual dos doentes
• Os “desacreditáveis” - o estigma familiar
A doença pode ou não ser “real” biologicamente mas o papel
doente é sempre “real” sociologicamente.
A categoria analítica construção social da doença, elemento
estruturante de todo o trabalho.
Estruturação da identidade social dos doentes. Quando se verifica
uma grande discrepância motivadora de descrédito entre a
identidade real e a identidade virtual do doente (e/ou dos seus
familiares) surge, então, um processo de estigmatização.
A Doença enquanto categoria socialmente A Doença enquanto categoria socialmente construídaconstruída
Dificuldade ou impossibilidade na realização de actos quotidianos comuns;
Perda da capacidade produtiva e económica, com a incapacidade para o trabalho;
Resulta em incapacidades de desempenho dos papéis nas interacções sociais;
Manutenção de uma relação conflitual com o corpo, com a deterioração do estado corporal e psicológico, desenvolvendo todo um conjunto de actuações estratégicas;
Forte dimensão de “culpa” ou de “impureza”, com a consequente procura de “purificação” e “dosagem” alimentar, técnica e medicamentosa.
Retirado de: Soares, D. e Serpa, S. (2006). As vivências dos Doentes de Machado-Joseph..
Experimentação da Doença de Machado-Experimentação da Doença de Machado-Joseph - Os “desacreditados”* Joseph - Os “desacreditados”*
Interiorização da analogia entre a Doença de Machado-
Joseph e o alcoolismo;
Sentida como uma doença contagiosa, surgindo o medo do
contágio de uma doença mortal;
Diagnóstico errado identificando a DMJ como sífilis, doença
sexualmente transmissível associada a um comportamento
sexual leviano e promíscuo (antes de 1970);
Retirado de: Soares, D. e Serpa, S. (2006). As vivências dos Doentes de Machado-Joseph..
Representações da Doença de Machado-Representações da Doença de Machado-Joseph*Joseph*
Os filhos de DMJ - Os “desacreditáveis”Os filhos de DMJ - Os “desacreditáveis”
Muitas vezes passam a adolescência e juventude a cuidar d@ doente
(durante cerca de 20 anos) e… quando se libertam, manifestam a
doença;
Sofrem as consequências de serem filhos de portadores de uma doença
com 50% de probabilidades de ser transmissão;
Tentativa de manter o defeito “secreto”;
Duvida sobre a realização do teste preditivo;
A dúvida de ter ou não filhos;
Estas incertezas tem profundas implicações físicas, clínicas,
psicológicas, sociais e económicas.
A família desempenha o papel principal nos cuidados diários prestados aos DMJ e a feminização sobrepõe-se à consanguinidade. É dada preferência às mulheres no acto de cuidar.
No caso da DMJ a preferência é:
1º - pelas esposas (no caso de ser o marido o portador da DMJ).Neste caso o filhos rapazes abandonam a escola no sentido da inserção profissional de forma a apoiar economicamente a família.
2º - pelas filhas ou noras (no caso de ser a mulher a portadora) Neste caso a filha primogénita afasta-se da escola para cuidar da mãe doente e das tarefas domésticas num verdadeiro “destino feminino”.
Cuidadoras dos DMJCuidadoras dos DMJ
Com o evoluir da doença (ao longo de 20 anos):- portador/a perde: autonomia, força e capacidade de auto-suficiência - cuidador/a perde: liberdade
As cuidadoras DMJ, na grande maioria das vezes, prescindem do emprego, da realização profissional e da respectiva retribuição financeira, perdendo o estatuto social que lhes estava associado, e passando a viver totalmente em função de outrem.
Muitas vezes, a decisão de prescindir das suas vidas não é unicamente destas mulheres, é também derivada da pressão familiar e social que é exercida sobre elas e as “obriga” a desempenhar este papel de cuidadoras, tal como as suas mães e avós desempenharam.
Legislação específica criada pela Região Legislação específica criada pela Região Autónoma dos AçoresAutónoma dos Açores
Legislação específica DMJ Decreto Legislativo Regional nº 21/92/A, publicado no Diário da
República a 21 de Outubro de 1992 Decreto Regulamentar Regional nº 9/93/A, publicado no Diário da
República a 6 de Abril de 1993
Legislação específica de apoio @s prestador@s de cuidados Resolução nº 128/2003, publicada do Diário da República a 9 de
Outubro de 2003.
Medidas implementadas pela Legislação Medidas implementadas pela Legislação
Legislação específica DMJ Acesso a uma pensão de invalidez ou pensão social de
invalidez desde que reunam as seguintes condições:– Recenseados nos centros de saúde– Sofram de uma incapacidade funcional igual ou superior a
70% nos termos da Tabela Nacional de Incapacidades*.– Este valor nunca poderá ser inferior a 236, 47 €. **
* Decreto-Lei 341/93, publicado a 30 de Setembro actualizado pelo Decreto-Lei
352/2007, publicado no Diário da República a 23 de Outubro.
** Como referência:
- o valor do salário mínimo nacional é de 426€ e o valor regional é de 447,30€.
- o salário inicial de um licenciado a trabalhar para o Estado português é de cerca de 1050€ líquidos e de um licenciado numa associação é de 850€ líquidos.
É concedido gratuitamente pelos centros de saúde a todos os doentes o material clínico de apoio para compensar as desvantagens motoras, nomeadamente:– Cadeiras de rodas– Calçado ortopédico – Almofadas anti-escaras – Algálias– Sacos para recolha de urina– Fraldas
A prescrição médica é fornecida gratuitamente aos doentes nomeadamente:
– Medicação analgésica– Medicação vitaminica – Medicação antiespástica – Medicação antidepressiva– Medicação indutora do sono– Todo o material de planeamento familiar
Legislação específica de apoio @s prestador@s de cuidados
Aos doentes a quem seja atribuída a pensão de invalidez ou pensão social de invalidez e aos doentes percam a capacidade de locomoção é atribuído um subsídio de acompanhante.
Montante: igual ao estabelecido para o suplemento de grande invalidez, ou seja, nunca inferior a 90,96€ nem superior a 154,62€.
Além das medidas apresentadas anteriormente existe o: Programa de Aconselhamento Genético (AG), Teste Preditivo
(TP) e Diagnóstico Pré-Natal (DPN) implementado para a DMJ totalmente gratuito.
Serviços financiados pelo Governo Serviços financiados pelo Governo Regional – IPSS’sRegional – IPSS’s
Associação Atlântica de Apoio ao Doentes de Ponta Delgada (IPSS)
Associação de Apoio ao Doentes das Flores (IPSS)
Constituídas em 1997 e ambas financiadas pelo Governo Regional dos Açores (remunerações dos/as técnicos/as e despesas de funcionamento).
Todos os serviços prestados são gratuitos.
IPSS´s - Serviços disponibilizados*IPSS´s - Serviços disponibilizados*
Apoio social – Apoio aos processos de reforma ou invalidez e outros (RSI)– Subsídio à Terceira pessoa– Aquisição de cadeiras de rodas, camas articuladas– Apoio aos processos de melhoria das habitações– Organização de eventos para as famílias e para a ligação à
comunidades
Apoio psicológico– Consultas individuais (na associação)– Grupos de suporte– Acções de sensibilização
Apoio domiciliário– A equipa técnica assegura o acompanhamento dos utentes
que estejam impossibilitados de se deslocarem à associação, através do apoio periódico nas suas residências.
Unidade móvel de apoio– Dispõem de duas carrinhas (da associação) que fazem o
transporte de utentes que não possam deslocar-se para o centro de actividades
Sessões de Fisioterapia– Classes de ginástica duas vezes por semana
Actividades lúdico-ocupacionais tais como: – Pintura– Montagem de puzzles– Trabalho em barro– Colagens– Bordados– Informática (internet, correio electrónico, entre outros)– Passeios– Visitas temáticas
* Dados fornecidos por: Associação Atlântica de Apoio ao Doente de Machado-Joseph
Nível físico - a duração prolongada (cerca de 21 anos) provoca o
enfraquecimento do doente e a longo prazo imobiliza-o, levando à perda
de independência e autonomia;
Nível económico – a manifestação da doença por volta dos 40 anos
impossibilita a o doente de exercer uma profissão, provocando uma
quebra nos rendimentos familiares com graves repercussões individuais e
familiares (por exemplo os/as filhos/as deixarem de estudar para serem
cuidadores ou para sustentarem a família);
Nível psicológico – o conhecimento de possuir uma doença grave,
mortal, sem cura, e que perderá a mobilidade, a autonomia, além da
dúvida de ter transmitido a doença os/as filhos/as; auto-imagem negativa,
redução da auto-estima e desestruturação do controlo sobre a vida do
doente;
Reflexões FinaisReflexões Finais
Nível social e simbólico - profundo isolamento social e tentativa de
esconder a doença, por “vergonha” ou medo de confusão com uma doença
contagiosa e/ou o estar alcoolizado/a, além da necessidade de protecção
da família;
• desenvolvimento de estratégias de (re)conversão identitária devido:
- à ocorrência de práticas, representações e estratégias estigmatizantes;
- à organização de lógicas e referências simbólicas estigmatizantes;
- perda de oportunidades sociais com a atribuição de um estatuto de
estigmatizado/a.
• aumenta a vulnerabilidade social, provocando mudanças radicais nas
relações interpessoais e profissionais que facilitam o desequilíbrio
económico, social, familiar e psicológico, levando a uma situação de
exclusão social e, portanto, à “morte social” dos doentes.
PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO SOCIAL
Necessidade de:
Maior sensibilização na procura de uma maior responsabilização individual do próprio doente, através de políticas de acompanhamento e de inclusão social de uma forma integrada e integradora;
Maior envolvimento e participação da família do DMJ visando o desenvolvimento de redes de apoio formal e informal;
Maior intervenção do Estado e das entidades competentes no sentido de minimizar os efeitos da exclusão destes doentes, aproveitando as suas competências e capacidades;
Mais apoio e protecção dos doentes e da família directa (cônjuge e filhos/as), de forma a minorar as dificuldades sentidas;
Promoção do acesso aos bens e serviços destes doentes que vivem em situação muito vulnerável, evitando de todas as formas possíveis a exclusão;
Mobilização de recursos para o acesso ao emprego e para que gozem dos seus direitos. Promoção de um esquema de cuidados de apoio formal e informal a vários níveis no combate a condições de vida de pobreza, promover a educação, etc.;
Intervenção junto dos doentes residentes em zonas rurais de difícil acesso e que não podem aceder aos serviços prestados pelas Associações de Doentes no sentido de informar e orientar estes doentes e suas famílias.
Criação de Gabinetes de intervenção local com vista à erradicação da pobreza e à promoção da inserção socioprofissional dos filhos dos doentes e dos cuidadores (essencialmente jovens e mulheres).
Promover a educação e a diminuição das taxas de insucesso e abandono escolar dos filhos dos doentes;
Inserção dos/as filhos/as dos DMJ em espaços lúdico-culturais de ocupação dos tempos livres, com vista ao desenvolvimento de competências e novos interesses, apoiando e incentivando a continuação dos estudos e o sucesso escolar. Ex.: Centros de Actividades de Tempos Livres (ATL’s), ateliers de ocupação e aprendizagem de informática, núcleos desportivos, campos de férias, etc.;
Melhorar as condições habitacionais e adequá-las às necessidades específicas dos doentes (obras nos edifícios e arranjos interiores e exteriores);
Apoiar a melhoria das condições de vida destes doentes, nomeadamente através do apoio domiciliário;
Com a doença de Machado-Joseph verifica-se uma profunda e drástica
modificação no contacto social pós-visibilidade da doença, com a perda de
papéis sociais, profissionais e familiares, aumentando a sua
vulnerabilidade social, surgindo o descrédito pessoal e mesmo familiar,
tendo consequências económicas, sociais, familiares e psicológicas e,
deste modo, resultando numa forma de exclusão social. Esta doença
implica uma ruptura na vivência do quotidiano exigindo uma
ressocialização do doente às novas condições, obrigando-o a uma
redefinição dos seus objectivos e projectos de vida, implicando, por isso,
uma afectação de papéis e de recursos, sendo que as condições concretas
de existência, os universos culturais e as representações simbólicas
constituem, com efeito, elementos determinantes do que serão as suas
acções.
Revolta é ter-se nascido
sem descobrir o sentido
do que nos há-de matar.
Rebeldia é o que põe
na nossa mão um punhal
para vibrar naquela morte
que nos mata devagar.
Natália Correia,
Excerto de O Sol nas Noite e o Luar nos Dias
BIBLIOGRAFIA
OUTINHO, P. (1993), Doença de Machado-Joseph. Estudo Clínico, Patológico e Epidemiológico de uma Doença Neurológica de Origem Portuguesa, Porto, Laboratórios Bial.
ecreto Legislativo Regional n.º 21/92/A de 21 de Outubro.
ecreto Regulamentar Regional n.º 9/93/A de 6 de Abril.
OFFMAN, E. (1988), Estigma. Notas sobre a Manipulação da Identidade Deteriorada (4ª ed.), Rio de Janeiro, Editora Guanabara.
IMA, M. M. de M. (1996), Doença de Machado-Joseph nos Açores. Estudo Epidemiológico, Biodemográfico e Genético, Ponta Delgada, Tese de Doutoramento, Departamento de Biologia da Universidade dos Açores.
OARES, D. e SERPA, S. (2006), As vivências dos Doentes de Machado-Joseph. Processos de socialização e de educação na gestão da identidade social, Lisboa, Instituto de Sociologia e Etnologia das Religiões. Universidade Nova de Lisboa.
OARES, D. e SERPA, S. (2005), “A doença e a exclusão social. Um contributo para a compreensão da experimentação e das representações dos doentes de Machado-Joseph numa situação de ruptura das dinâmicas e processos de estruturação identitária”, Actas do V Congresso Português de Sociologia, Associação Portuguesa de Sociologia.
OARES, D. e SERPA, S. (2004), “A Doença de Machado-Joseph - manipulação de uma identidade ameaçada num processo de erosão biográfica”, Fórum Sociológico, nº 11-12 (2ª Série).