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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA LYZ DOS SANTOS VIANNA CÁRIE E OSTEOPOROSE EM MULHERES PÓS-MENOPAUSADAS FEIRA DE SANTANA – BA 2008

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA

LYZ DOS SANTOS VIANNA

CÁRIE E OSTEOPOROSE EM MULHERES PÓS-MENOPAUSADAS

FEIRA DE SANTANA – BA 2008

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA

LYZ DOS SANTOS VIANNA

CÁRIE E OSTEOPOROSE EM MULHERES PÓS-MENOPAUSADAS Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, como exigência para obtenção do grau de mestre pela Universidade Estadual de Feira de Santana. Área de concentração: Epidemiologia Orientadora: Profª Drª. Denise Cerqueira Oliveira

FEIRA DE SANTANA – BA 2008

Ficha catalográfica: Biblioteca Central Julieta Carteado

Vianna, Lyz dos Santos V671c Cárie e osteoporose em mulheres pós - menopausadas

/ Lyz dos Santos Vianna. – Feira de Santana, 2008.

110 f. : il.

Orientadora: Denise Cerqueira Oliveira Dissertação (Mestrado em Saúde Coletiva)– Programa de

Pós-Graduação Saúde Coletiva, Universidade Estadual de Feira de Santana, 2008.

1. Cárie dentária – Mulheres – Pós-menopausa. 2.

Osteoporose – Mulheres - Pós-menopausa. I. Oliveira, Denise Cerqueira. II. Universidade Estadual de Feira de Santana. III. Título.

CDU: 616.314-002+616.71.234-055.15

LYZ DOS SANTOS VIANNA

CÁRIE E OSTEOPOROSE EM MULHERES PÓS-MENOPAUSADAS Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, como exigência para obtenção do grau de mestre pela Universidade Estadual de Feira de Santana.

Feira de Santana, 25 de fevereiro de 2008

________________________________________________ Profª Drª. Denise Cerqueira Oliveira

(Universidade Estadual de Feira de Santana)

________________________________________________ Profª Drª. Acássia Batista Dias

(Universidade Estadual de Feira de Santana)

________________________________________________ Profª Drª. Mariângela Silva de Matos

(Universidade Federal da Bahia)

Dedico este trabalho a todas as mulheres,

especialmente, aquelas participantes desta

pesquisa, pela imensa contribuição na

construção desse saber sobre um período que

sempre será parte de nossas vidas: a

menopausa.

Muito obrigada.

AGRADECIMENTOS

A Deus, pela presença constante em minha vida e pelas palavras de conforto que me mostrou nos momentos

de angústia.

Ao meu amado marido Alexandre, por ser muito mais que um companheiro e um amigo: você um exemplo e

uma inspiração na minha vida.

A meus pais, Josué e May, e a meu irmão Joshu, por serem a base sólida da minha formação pessoal e pelo

incentivo constante na minha carreira.

Aos meus queridos tios-pais, Stella e Raimudo, por terem novamente me acolhido em seu lar em Feira de

Santana e terem dividido comigo, mais uma vez, todos os meus momentos de estresse e de felicidade.

A minha querida avó Edith, pelos seus sorrisos constantes e por ilustrar brilhantemente este trabalho. Você

é linda.

A toda família Protásio Vianna, em especial a Dona Angélica, pela sua disposição em sempre ajudar os

outros e por ter me recebido todos esses anos em sua casa como a uma filha.

A minha querida orientadora e amiga, professora Denise Cerqueira Oliveira, por ter sido muito mais que a

segunda mão deste trabalho. Você é um exemplo que não é preciso abdicar da vida pessoal para construir

conhecimento.

Aos meus grandes colegas, companheiros e eternos amigos, Cristina Borges e Davi Félix, por todo apoio em

cada etapa que percorri neste mestrado. Serei sempre grata!

A todos inesquecíveis colegas do mestrado, Rogério, Gilmar, Andréia, Márcia, Leonor, Deise, Elaine,

Tatiana, Wernner, Luciane, Carla, Marla, Analy, Mônica, Marcus e Patrícia, pelos momentos que passamos

juntos, pelo cuidado recíproco, pelo imenso conhecimento construído nesses dois anos de mistura teórica

quali-quanti.

A professora Maria Ângela Nascimento, pelo incentivo ao meu ingresso neste mestrado.

A querida Ana Luiza Villas Boas, coordenadora da residência multiprofissional em Saúde Coletiva do

Instituto de Saúde Coletiva- UFBA e aos eternos amigos da residência, Cris, Jimmi, Sydia e Lu por terem

sido pessoas fundamentais na minha formação neste longo caminho da Saúde Coletiva.

Aos professores do mestrado pela contribuição na minha formação.

As professoras Dras. Mariângela Silva de Matos e Acássia Batista Dias, pelas preciosas contribuições

acolhidas nos momentos decisivos deste trabalho.

Ao NUPPIIM: todos os bolsistas, voluntários e, especialmente, ao professor Isaac Suzart, a colega Johelle

e a dupla, Graziella e Juliana: sem vocês este trabalho não existiria.

Ao NEPI por ter sido meu refúgio de apoio e pela disponibilidade de todos seus componentes em sempre me

ajudar.

Aos meus amigos e parentes que permaneceram ao meu lado, mesmo distantes, sendo fonte inesgotável de

alegria. Obrigada pela paciência na minha ausência.

A Goreth, a Siomara, Rosane e Jorge, funcionários do mestrado, pelo apoio e pela atenção com que sempre

me atenderam.

A Fátima, funcionária do Comitê em Pesquisa com Seres Humanos (CEP/UEFS), pela receptividade e

atenção dispensada.

A nova amiga Julie, nunca esquecerei do seu sorriso e da frase: ”E hoje nos lembramos sem nenhuma tristeza

dos foras que a vida nos deu!”

A Secretaria de Saúde do Estado da Bahia - SESAB, principalmente, a todos do setor da Atenção Básica,

pela inspiração constante da Educação Permanente e pelo apoio nos momentos em que eu mais precisei.

A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia - FAPESB, pelo apoio financeiro concedido através

da bolsa de mestrado.

A Lupe, Régis, Jamile, Érica, Daiana e Ricardo, pela amizade, pelo apoio constante e incentivo na

conclusão deste trabalho.

A Raimunda Maria, pelo exemplo e pelas contribuições na correção de cada vírgula nesta dissertação.

MENSAGEM

“ Eu piso forte neste chão de amor

às vezes caio mas eu me levanto

com tua força dentro em mim senhor

eu nunca paro, eu não calo, eu não canso.

(...)

E pra aprender tem que chorar

E pra aprender tem que sofrer

E pra aprender a gente luta, a gente apanha,

A vida ensina as manhas pra gente se defender.”

Nizan Guanais e Maria CéliaNizan Guanais e Maria CéliaNizan Guanais e Maria CéliaNizan Guanais e Maria Célia

RESUMO

A cárie dentária e a osteoporose constituem-se em morbidades que acometem mulheres na pós-menopausa e são considerados agravos importantes na Saúde Coletiva. O conhecimento acerca desse período de vida da mulher, principalmente os dados concretos sobre sua saúde, pode auxiliar no planejamento de ações direcionadas a melhorias na qualidade de vida deste grupo, diminuindo gastos públicos envolvidos no tratamento das seqüelas dessas doenças. Este estudo descritivo de corte-transversal teve como objetivo principal: descrever a prevalência de cárie e osteoporose, em mulheres pós-menopausadas, acima de 50 anos, atendidas numa clínica de diagnóstico por imagem, da cidade de Feira de Santana, Bahia, no ano de 2006. Determinaram-se ainda como objetivos específicos: 1) Descrever o perfil sócio-demográfico da amostra; 2) Identificar o tipo de lesão de cárie (radicular ou coronária) mais prevalente na amostra e 3) Verificar o uso e a necessidade de prótese dentária, por arcada, nessas mulheres. A amostra constitui-se de 107 mulheres pós-menopausadas, com idade superior a 50 anos, atendidas na Clínica de Extensão da Disciplina Diagnóstico Oral I da Universidade Estadual de Feira de Santana, Bahia, convidadas a participar do estudo. Dados relativos ao diagnóstico de osteoporose, às condições sócio-demográficas, características comportamentais e serviços de saúde por elas procurados foram obtidos do banco de dados da pesquisa “Osteoporose e doença periodontal em mulheres pós-menopausadas”, realizada em 2006. Os demais dados foram obtidos através de exame clínico realizado por um único cirurgião-dentista, seguindo critérios utilizados pelo Ministério da Saúde no Levantamento Epidemiológico de Saúde Bucal realizado em 2003. As mulheres avaliadas apresentaram em média 59,6 anos de idade; baixo nível sócio-demográfico; a maioria (80,4%) era portadora de osteopenia, e possuía condições precárias de saúde bucal. Todas as participantes necessitariam de prótese dentária pela ausência de 78,9% dos dentes. O índice CPO-D foi em média de 20,6. A cárie radicular foi menos prevalente que a cárie coronária. Quanto às características comportamentais, a maioria fazia uso de medicação para doenças sistêmicas e não fazia uso de TRH, apesar de ter usado anticoncepcional no passado. A anamnese revelou ainda que faziam pelo menos três refeições diárias, não eram tabagistas, não consumiam bebidas alcoólicas, ingeriam muito café e açúcar e não consumiam refrigerantes ou adoçantes. A atividade física não foi praticada ou restringiu-se a exercícios aeróbicos. Espera-se, que os achados encontrados neste estudo contribuam para o planejamento dos serviços de saúde prestados à mulher, em Feira de Santana, incluindo desde a educação em saúde até a garantia de acesso destas mulheres a estes serviços de saúde.

Palavras-chave: mulher, pós-menopausa, cárie, osteoporose.

ABSTRACT

Caries and osteoporosis constitute diseases that attack women during the post-menopause stage and are important in the Collective Health. The knowledge of this period of women’s life, mainly factual data of their health, can help the planning of actions destined to improve quality’s life of this group, reducing public expenses involved on the treatment of these diseases consequences. The main aim of this sectional’s descriptive study was to: describe the prevalence of caries and osteoporosis in a women’s postmenopausal group, aged over 50 years, that participated in the study “Osteoporosis and periodontal disease in postmenopausal women” realized in 2006. Secondary aims were: 1) Describe social-demographics’ characteristics, 2) Identify the most prevalent lesion of caries (root or crown), 3) Verify the use or needs of dental prothesis rehabilitation in both dental arcades. The sample was 107 post-menopausal women aged over 50 years, attended at the The Diagnostic Oral I subject clinic from State University of Feira de Santana, Bahia. The data related to osteoporosis diagnostic, socio-demographics conditions, behaviour characteristics and the health services used by them, were obtained from the data base of the research “Osteoporosis and periodontal disease in post-menopausal women” done in 2006. The other data were obtained from clinical exams made by an only dentist under criteria used by the Health Ministery during epidemiological study of dental health done in 2003. The postmenopausal women studied showed: mean age of 59,6 years; low social-demographics level; most of them had osteopenia; and bad health mouth conditions. The mean of the DMFT index was 20,6. Crown caries occurred more than root caries. About behaviour characteristics, the most part of the group used medicine to treat systemic diseases, didn’t use HRT, even having used in the past ant conception drugs. The anamnesis reveled that they have at least 3 feed meals, didn’t smoke, didn’t use alcohol, consumed a lot of coffee and sugar but didn´t use soft drinks or sweeter. The physical activities were not usual in the group or were restricted to aerobic exercises. It’s hopefully that these study findings can help in the planning of heath services directioned to women, in Feira de Santana, Bahia, Brazil, including health education and the guaranteed access of these women to these services.

Keywords: woman, postmenopausal, caries, osteoporosis.

LISTA DE TABELAS Tabela 1 Distribuição das características sócio-demográficas entre mulheres

pós-menopausadas, atendidas em uma clínica de diagnóstico por imagem, Feira de Santana, Bahia, 2006...........................................

58

Tabela 2 Distribuição das características biológicas gerais: idade, peso, altura, idade da menarca e idade da menopausa, em mulheres pós-menopausadas, atendidas em uma clínica de diagnóstico por imagem, Feira de Santana, Bahia, 2006............................................

60

Tabela 3 Características biológicas gerais: cor, idade, menarca e menopausa, em mulheres pós-menopausadas, atendidas em uma clínica de diagnóstico por imagem, Feira de Santana, Bahia, 2006...................................................................................................

60

Tabela 4 Características biológicas gerais em mulheres pós-menopausadas, atendidas em uma clínica de diagnóstico por imagem, Feira de Santana, Bahia, 2006.........................................................................

63

Tabela 5 Distribuição das características biológicas de saúde bucal: dentes presentes na boca, índice CPO-D e raízes examinadas em mulheres pós-menopausadas, atendidas em uma clínica de diagnóstico por imagem, Feira de Santana, Bahia, 2006....................................................................................................

65

Tabela 6 Distribuição prevalência de cárie medida pelo CPO-D, segundo critérios da OMS, classificação pelo SB Brasil e categorizado em mulheres pós-menopausadas, atendidas em uma clínica de diagnóstico por imagem, Feira de Santana, Bahia, 2006....................................................................................................

68

Tabela 7 Edentulismo, uso e necessidade de prótese dentária, em mulheres pós-menopausadas, atendidas em uma clínica de diagnóstico por imagem, Feira de Santana, Bahia, 2006............................................

69

Tabela 8 Características comportamentais em mulheres pós-menopausadas, atendidas em uma clínica de diagnóstico por imagem, Feira de Santana, Bahia, 2006............................................

74

Tabela 9 Prevalência de Cárie em mulheres pós-menopausadas, atendidas em uma clínica de diagnóstico por imagem, Feira de Santana, Bahia, 2006........................................................................................

76

Tabela 10 Prevalência de Osteopenia em mulheres pós-menopausadas, atendidas em uma clínica de diagnóstico por imagem, Feira de Santana, Bahia, 2006.........................................................................

77

Tabela 11 Assistência médica / odontológica e informações de saúde em mulheres pós-menopausadas, atendidas em uma clínica de diagnóstico por imagem, Feira de Santana, Bahia, 2006 .................

82

LISTA DE FIGURAS Figura 1 Diferenciação Gonadal........................................................................... 22

Figura 2 Ovulação................................................................................................. 23

Figura 3 Menopausa............................................................................................. 24

Figura 4 Determinantes do processo carioso....................................................... 32

Figura 5 Amostra.................................................................................................. 48

Figura 6 Necessidade de prótese – ilustração...................................................... 50

Figura 7 Sonda CPI.............................................................................................. 51

LISTA DE QUADROS Quadro 1 Critérios diagnósticos da Organização Mundial de Saúde para

interpretação de medidas de massa óssea em mulheres da raça branca.......................................................................................................

41

Quadro 2 Resumo dos Códigos para Avaliação de Cárie Dentária e Necessidade de Prótese Dentária..................................................................................

50

Quadro 3 A utilização das diversas nomenclaturas para o mesmo índice CPO-D... 52

LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 Distribuição percentual de coroas e raízes hígidos, cariados,

obturados e excluídos, em relação ao total de dentes e raízes examinadas das mulheres pós-menopausadas, atendidas em uma clínica de diagnóstico por imagem, Feira de Santana, Bahia, 2006......................................................................................................

65

Gráfico 2 Distribuição percentual de dentes cariados, perdidos e obturados na composição do índice CPO-D, nas mulheres pós-menopausadas, atendidas em uma clínica de diagnóstico por imagem, Feira de Santana, Bahia, 2006............................................................................

66

Gráfico 3 Distribuição percentual de dentes obturados/cariados e cariados apenas no total de dentes cariados das mulheres pós-menopausadas, atendidas em uma clínica de diagnóstico por imagem, Feira de Santana, Bahia, 2006...............................................

67

Gráfico 4 Distribuição percentual de mulheres pós-menopausadas atendidas em uma clínica de diagnóstico por imagem, que possuíam 20 ou mais dentes presentes na boca, Feira de Santana, Bahia, 2006........

68

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CEP Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos CEPARH Centro de Pesquisa e Assistência à Reprodução Humana

CEO Centro de Especialidade Odontológica CPI Periodontal Comunitary Index

CPO Cariados Perdidos e Obturados CPO-D Dentes Cariados, Perdidos e Obturados

DCV Doença Cardiovascular DMO Densidade Mineral Óssea

DMFT Decayed, Missing and Filled Teeth FAPESB Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia

FDI Federação Dentária Internacional FSH Hormônio de Estimulação Folicular

GnRH Hormônio Liberador de Gonadotrofina HRT Hormone Replacement Therapy

LH Hormônio Luteinizante MS Ministério da Saúde

NEPI Núcleo de Epiemiologia NUPPIM Núcleo de Pesquisa, Prática Integrada e Investigação Multidisciplinar

OMS Organização Mundial de Saúde SBDens Sociedade Brasileira de Densitometria Clínica SESAB Secretaria de Saúde do Estado da Bahia

SPSS Statical Package for Social Sciences TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

TDF Fator Determinante do Testículo TRH Terapia de reposição Hormonal

UEFS Universidade Estadual de Feira de Santana UFBA Universidade Federal da Bahia

WHI Women’s Health Initiative WHO World Health Organization

15

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO......................................................................................................16 2 OBJETIVOS..........................................................................................................19 2.1 OBJETIVO GERAL .............................................................................................19

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS...............................................................................19

3 REVISÃO DE LITERATURA.................................................................................21 3.1 MENOPAUSA E PÓS-MENOPAUSA: conhecendo um pouco deste universo

feminino ..............................................................................................................21

3.2 CÁRIE: Etiologia, determinantes da doença e distribuição na população

adulta e idosa......................................................................................................30

3.3 OSTEOPOROSE: Definição, patogênese e prevalência da doença

osteoporose ........................................................................................................38

4 MATERIAIS E MÉTODOS.....................................................................................46 4.1 TIPO DE ESTUDO...............................................................................................46 4.2 CAMPO DE ESTUDO .........................................................................................46 4.3 POPULAÇÃO DE ESTUDO.................................................................................47 4.4 AMOSTRA ...........................................................................................................48 4.5 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS .......................................................49 4.6 VARIÁVEIS DE ESTUDO ....................................................................................51 4.7 ANÁLISE DOS DADOS .......................................................................................53 4.8 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS ...............................................................................54 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................56 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................85 REFERÊNCIAS.........................................................................................................87 APÊNDICE................................................................................................................96 APÊNDICE A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO.............97 APÊNDICE B - FICHA DE EXAME DE CÁRIE DENTÁRIA ......................................98 APÊNDICE C - CÓDIGOS E CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO .............................99 ANEXO ....................................................................................................................100 ANEXO A - FORMULÁRIO DE PESQUISA.............................................................102 ANEXO B - LAUDO DENSITOMÉTRICO ...............................................................107 ANEXO C - APROVAÇÃO NO CEP/UEFS .............................................................108 ANEXO D - VOVÓ EDITH .......................................................................................109

16

1 INTRODUÇÃO

O sexo feminino é biologicamente diferenciado do masculino. Diferente do

homem, que após a chegada na puberdade e na vida adulta sofre alterações

específicas do amadurecimento e envelhecimento, a mulher, durante toda a vida,

passa por diversas mudanças fisiológicas que acontecem no seu corpo, sempre

relacionadas a alterações hormonais.

Na menarca, o corpo da mulher prepara-se para dar início a ciclos

mensais menstruais que irão acompanhá-la por quase 1/3 de sua vida, exceto no

período da gestação, onde a mulher fica cerca de 9 meses sem menstruar. Por fim,

por volta dos 50 anos de idade, ocorre mais uma grande mudança na vida e corpo

da mulher: a chegada da menopausa.

A menopausa é o período que finda o ciclo reprodutivo da mulher e, mais

uma vez, diversas alterações hormonais geram no seu corpo diferenciações

específicas. Contudo, este período da vida feminina é cercado de tabus e, muitas

vezes, é visto de maneira negativa principalmente na sociedade ocidental, devido

aos sintomas característicos deste período e que muitas pessoas associam

diretamente ao envelhecimento.

No período denominado pós-menopausa, a mulher costuma apresentar

diversos sintomas e doenças crônicas devido à diminuição dos hormônios femininos.

Dentre os sintomas é comum o aparecimento de fogachos, sudorese, ressecamento

da pele, redução do fluxo salivar e secura vaginal. Além disso, fatores

socioeconômicos e estilo de vida podem atuar de forma indireta sobre a saúde

dessas pessoas, influenciando doenças relacionadas ao período como, por exemplo,

osteoporose e cárie dentária.

Apesar de existirem estudos relacionando a pós-menopausa com

problemas específicos como osteoporose, doenças bucais, freqüência da atividade

sexual, entre outros, o tema ainda instiga bastante o meio acadêmico. Diversas

especificidades envolvem este mundo feminino após a menopausa.

O Brasil tem tido mudanças no padrão de morbi-mortalidade, com a

expectativa de ter um aumento significativo do número de idosos. Atualmente no

país existem cerca de 29.796.081 pessoas com idade acima de 50 anos, sendo

15.977.736 mulheres em 2007 (BRASIL, 2007). Já na Bahia, neste mesmo ano, a

17

população estimada de pessoas acima de 50 anos chega a 2.070.703 pessoas, e as

mulheres, nesta faixa etária, representam 53,48% deste total. Considerando a

população total de mulheres no estado da Bahia, que é cerca de 7.126.732 pessoas,

as mulheres acima de 50 anos representam 15,54%. Ainda em 2007, em Feira de

Santana, estima-se que existem cerca de 40.341 mulheres acima de 50 anos,

representando 7,41% da população total de Feira de Santana e 14,19% do total de

mulheres deste município (BRASIL, 2007).

A heterogeneidade do país quanto aos aspectos culturais, de estilo de

vida e sócio-econômicos podem influenciar de maneira diferenciada o padrão de

desenvolvimento das doenças. Conhecer uma determinada população é importante

para planejar ações de saúde específicas, auxiliando o gerenciamento do sistema de

saúde e melhorando a qualidade de vida da população atendida, afirmam Costa et

al. (2004).

Assim, este estudo busca descrever a situação de saúde de mulheres na

pós-menopausa, especificamente sobre as doenças cárie e osteoporose, incluindo

determinantes socioeconômicos e de estilo de vida. Esses dados poderão auxiliar o

planejamento de ações para estas mulheres no município de Feira de Santana,

Bahia.

Objetivos

19

2. OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

• Descrever a prevalência de cárie e osteoporose em mulheres pós-menopausadas,

acima de 50 anos, atendidas em clínica de diagnóstico por imagem em Feira de

Santana, Bahia, 2006.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Descrever o perfil sócio-demográfico das mulheres pós-menopausadas, acima de

50 anos, atendidas em clínica de diagnóstico por imagem em Feira de Santana,

Bahia, 2006.

• Identificar o tipo de lesão de cárie (radicular ou coronária) mais prevalente nas

mulheres pós-menopausadas, acima de 50 anos, atendidas em clínica de

diagnóstico por imagem em Feira de Santana, Bahia, 2006.

• Descrever o uso e necessidade de prótese dentária, por arcada, nas mulheres

pós-menopausadas, acima de 50 anos, atendidas em clínica de diagnóstico por

imagem em Feira de Santana, Bahia, 2006.

Revisão de Literatura

21

3. REVISÃO DE LITERATURA

3.1 MENOPAUSA E PÓS-MENOPAUSA: conhecendo um pouco deste universo

feminino

A menopausa é um evento que ocorre por volta dos 50 anos de idade

(BRASIL, 2004), representando, em média, o início do terço final de vida das

mulheres. Por isso, antes de descrever a menopausa e todos os eventos que fazem

parte dela, faz-se necessário compreender o que acontece com as mulheres antes

deste período.

Ainda nas primeiras semanas de vida intra-uterina, não existe

diferenciação entre os sexos. As gônadas primitivas podem se transformar, em

testículos ou ovários, devido à presença ou ausência do fator determinante do

testículo (TDF), sendo esta a diferenciação inicial entre os sexos. O produto

hormonal do testículo, a testosterona, ou a sua ausência, irá controlar as próximas

etapas do desenvolvimento, com a formação de genitálias masculinas e femininas,

respectivamente (FREITAS et al., 2001a).

O processo de diferenciação do óvulo na mulher difere bastante da

diferenciação dos espermatozóides no homem. Os óvulos são mantidos imaturos,

entre os 12 até 50 anos. Desde a diferenciação em menina, ainda no ventre

materno, até a menarca (primeira menstruação), ocorre uma atresia dos óvulos e

estes, que eram cerca de 5 milhões ainda na oitava semana de gestação, passam a

500.000. Todavia, durante toda a vida reprodutiva, a mulher só utiliza cerca de 500

óvulos, entrando os outros, também, em atresia (FREITAS et al., 2001a;

FRIEDLANDER, 2002). Após a menarca, tem-se início os ciclos mensais menstruais,

que se seguem até a menopausa ou são interrompidos por cerca de nove meses, a

cada gestação.

22

FIGURA 1 Diferenciação Gonadal

Fonte: FREITAS et al, 2001a, p. 375

O ciclo menstrual normal varia de 21 a 35 dias, sendo a média de 28 dias.

Aproximadamente a cada 28 dias, o hipotálamo secreta o fator de liberação de

hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH), que estimula a glândula pituitária a

secretar o hormônio de estimulação folicular (FSH). O FSH promove o crescimento

da vesícula folicular, que, quando madura, produz estrógeno. O estrógeno e FSH

geram a maturação do óvulo e o espessamento das paredes do útero. A glândula

pituitária anterior secreta o hormônio luteinizante (LH), que auxilia na maturação do

óvulo e na migração deste, do folículo para a trompa de falópio. O folículo, agora

sem o óvulo, aumenta de tamanho e se transforma no corpo lúteo. A progesterona,

secretada por esse corpo lúteo, promoverá o espessamento e aumento da

vascularização do endométrio, deixando-o capaz de receber o óvulo se a concepção

acontecer. Caso não ocorra, o corpo lúteo involui e pára de produzir estrógeno e

progesterona. As paredes mais externas do útero descamam e são eliminadas

através da menstruação (FRIEDLANDER, 2002; CORLETA e FREITAS, 2001).

23

FIGURA 2 Ovulação. Fonte: SILVA (2007)

A pré-menopausa é período que se inicia, em geral, no final da quarta ou

no curso da quinta década de vida da mulher, mesmo havendo diferenças

individuais. Sob o ponto de vista endócrino, a alteração mais evidente é a elevação

gradual dos níveis séricos de hormônio folículo estimulante (FSH) (FERNANDES et

al., 2007a).

A perimenopausa é caracterizada pelas mesmas modificações

observadas na fase anterior, todavia de forma mais intensa. Compreende o período

que vai desde os primeiros sintomas indicativos da aproximação da menopausa até

12 meses depois da última menstruação. É importante a existência de um período

de latência de um ano para que a última menstruação seja considerada como a

menopausa. Um dos principais sinais do início da perimenopausa é a alteração dos

ciclos menstruais, que podem se apresentar mais curtos ou mais longos. Nesta fase,

a deficiência estrogênica pode, em algumas mulheres, acarretar os sintomas típicos

do período, a exemplo das ondas de calor, dos transtornos de humor e dos

distúrbios do sono (FERNANDES et al., 2007a).

Definir que uma mulher encontra-se no período da perimenopausa

depende de um diagnóstico clínico. Faz-se importante ouvir a paciente e obter uma

história detalhada, pois os marcadores hormonais desta etapa variam muito neste

período, não sendo, portanto, muito confiáveis. (FERNANDES et al., 2007a).

A menopausa, que acontece por volta dos 50 anos de idade e

corresponde ao último período menstrual, somente é reconhecida após passados 12

meses da sua ocorrência (FERNANDES et al., 2007a; BRASIL, 2004a). O climatério

24

seria uma fase de transição entre o período reprodutivo e o não reprodutivo da

mulher, durando cerca de 10 anos e estendendo-se até aproximadamente os 65

anos de idade. (BRASIL, 2004a; FREITAS et al., 2001b; LORENZI et al., 2005 e

REIS, 2002). Essa é uma revolução hormonal na vida de uma mulher, assim como a

chegada na puberdade, os ciclos menstruais mensais e a gravidez (SIMÕES e

BARACAT, 1999).

FIGURA 3 Menopausa (adaptada de FERNANDES et al., 2007a)

A menopausa ocasiona uma redução importante na produção hormonal

feminina. Existem receptores estrogênicos em diferentes concentrações, em vários

locais do organismo: pele, vasos, coração, ossos, cérebro, mama, útero, vagina,

uretra (FREITAS et al., 2001b). Uma vez suprimida a função hormonal ovariana,

esses receptores percebem a carência hormonal, podendo produzir de maneira

variada, os sinais e sintomas no quadro clínico da menopausa, que serão descritos

posteriormente. Os estrogênios circulantes na mulher menopáusica provêm, em sua

maior parte, da conversão de androgênios em estrona nos tecidos: gorduroso,

hepático e muscular (FREITAS et al., 2001b).

Após a ocorrência da última menstruação espontânea, segue-se o

período da pós-menopausa. Nele, ocorre um aumento dos sintomas decorrentes da

diminuição dos níveis de estrógeno e da elevação dos níveis de FSH (FERNANDES

et al., 2007a).

Os sinais e sintomas decorrentes da menopausa são: ondas de calor

(sintomas vasomotores ou ‘fogachos’), ou seja, sensação de calor intenso na face,

Pré-m enopausa P ós -m enopausa

Perimenopausa

Climatér io

MENOPAUSA

50 40

45 51

6 5 70

Idade (anos)

25

pescoço, parte superior do tronco e braços, enrubescimento da pele, seguido de

sudorese profusa. Acrescenta-se ainda, insônia, irritabilidade, palpitações, vertigens

e alterações de humor, depressão, além da atrofia urogenital que pode trazer uma

série de sintomas como, por exemplo, o ressecamento vaginal. As queixas sexuais

são muito freqüentes no período (FERNANDES et al., 2007a; FREITAS et al., 2001b;

MORI e COELHO, 2004; VAISMAN, 2001).

No ano de 2002, no Ambulatório de Climatério da Universidade de Caxias

do Sul, foram avaliados os sintomas climatéricos de 254 mulheres com idade entre

45 e 60 anos. Foram excluídas do estudo as histerectomizadas ou sob TRH. As

sintomalogias mais referidas foram: irritabilidade (87,1%), artralgias/mialgias (77,5%)

e melancolia/tristeza (73,2%). Ondas de calor, irritabilidade e insônia também foram

citados. O estudo concluiu que esses sintomas foram influenciados tanto por fatores

psicossociais e atividade física, quanto pelo hipoestrogenismo (LORENZI et al.,

2005).

Em um estudo descritivo de corte transversal de base populacional

realizado com 456 mulheres climatéricas residentes em Campinas, São Paulo, que

não utilizavam Terapia de Reposição Hormonal (TRH), Santos Sá et al (2004)

observaram, após análise bivariada, que as mulheres na pós-menopausa ou

histerectomizadas apresentaram chance maior de ocorrência de ondas de calor.

Possivelmente os sintomas climatéricos decorram da interação entre a

carência estrogênica e fatores culturais, sociodemográficos e psicológicos (BRASIL

2004a e LORENZI et al, 2005). Diante das diversas questões biológicas e

socioculturais implicadas, acrescentam Mori e Coelho (2004), é possível entender o

mal-estar psíquico gerado pela menopausa, e porque muitas vezes ela é confundida

com sintomas depressivos.

A auto-imagem, o papel e as relações sociais, as expectativas e projetos

de vida contribuem para o aparecimento e a intensidade dos sintomas (BRASIL,

2004a). São muitas as mudanças que acontecem na vida da mulher por volta dos 50

anos de idade: menopausa, envelhecimento dos pais - que demandam cuidados,

aposentadoria, viuvez ou divórcio, saída dos filhos de casa e, por exemplo, a

chegada dos netos.

Em 2002, Reis entrevistou 15 mulheres entre 45 e 55 anos pertencentes à

classe média na cidade de Salvador. Ela observou que, as mulheres entrevistadas,

diferente do que é dito sobre a menopausa, relatam sentir ainda desejo sexual.

26

Um estudo com 206 mulheres pós-menopáusicas entre 45 e 60 anos de

idade, verificou que a maioria delas referiu diminuição da atividade sexual após a

menopausa e, apesar disso, essa redução da atividade sexual foi atribuída, entre as

pesquisadas, à impotência sexual do parceiro, dificuldades no relacionamento

conjugal, falta de um companheiro fixo, entre outros. Esse estudo ocorreu em um

serviço universitário da região Sul do Brasil, entre junho e outubro de 2002 e

concluiu que a sexualidade da mulher climatérica é influenciada tanto pelo

hipoestrogenismo quanto por fatores psicossociais e culturais associados ao

envelhecimento (LORENZI e SACILOTO, 2006).

As diferentes formas de lidar com a menopausa, sejam elas culturais ou

individuais, irão implicar nas diferentes formas de vivenciá-la. Nas culturas que

valorizam a juventude e desvalorizam a velhice e o idoso, como a ocidental, as

reações frente à menopausa são muito mais negativas (MORI e COELHO, 2004).

Talvez o fato do evento menopausa ser caracterizado por uma

sintomatologia própria, induza os profissionais de saúde a associá-la como uma

doença e não como uma etapa natural do ciclo de vida feminino, afirmam Mori e

Coelho (2004). Persistem controvérsias se estes sintomas são decorrentes somente

da carência estrogênica ou de fatores psicossociais, em especial, a percepção do

envelhecimento.

Os efeitos da carência estrogênica são diferentes para cada mulher, e as

necessidades preventivas ou terapêuticas podem se modificar ao longo do tempo,

das condições de saúde e de bem estar individuais. Portanto, com o intuito de evitar

ou reduzir a intensidade dos sintomas e agravos na menopausa, tem sido sugerido o

uso de Terapia de Reposição Hormonal (TRH), entretanto, não existe consenso na

literatura sobre brasileira sobre o assunto.

Vigeta e Brêtas (2004) citam que o primeiro estudo brasileiro sobre

menopausa foi realizado no Município de Campinas, Estado de São Paulo, no ano

de 2002, e caracterizou as usuárias de terapia de reposição hormonal (TRH),

através de um inquérito populacional domiciliar. As mulheres estavam na

perimenopausa e apresentavam sintomas climatéricos, mais especificamente, as

ondas de calor, além de se submeteram TRH. Constatou-se que elas apresentaram

estilo de vida mais saudável, melhor classe social, melhor nível educacional, além de

utilizarem serviços médicos preventivos.

27

Contudo, a segurança da TRH para as mulheres ficou abalada após a

publicação parcial e interrupção do estudo americano multicêntrico, duplocego,

randomizado, controlado com placebo, realizado por pesquisadores do Women’s

Health Initiative (WHI) (VIGETA e BRÊTAS, 2004). Os riscos excediam os

benefícios. Apesar do decréscimo do risco de câncer de cólon e do risco total de

fraturas, houve um aumento significativo do risco de doença arterial coronariana, de

acidente vascular cerebral, de trombo-embolismo-venoso, acrescentam as autoras.

As feministas americanas são, em geral, contra o tratamento de reposição

hormonal e argumentam que os médicos querem, assim, manter as mulheres em

lugar de objeto para o desejo dos homens, refere Azerêdo (2004). Já as francesas,

tendem a reivindicar o direito a esse tratamento, quer dizer, o direito de manter

ainda, durante certo tempo, o que elas acreditam ser um estado maior de

feminilidade devido ao uso da medicação (AZERÊDO, 2004). Posicionar-se em

relação a um tratamento cujos resultados são ainda tão incertos e, certamente,

relacionados ao lucro no mercado farmacêutico, chega a ser constrangedor

(AZERÊDO, 2004).

Todavia, da perspectiva biomédica, os benefícios da terapia de reposição

hormonal não se restringem a atenuar os problemas de saúde e entre as

conseqüências positivas estão: alterações da elasticidade da pele com a diminuição

das rugas e da flacidez (REIS, 2002). A TRH atuaria melhorando a auto-estima

feminina, gerando uma maior afirmação da sua sexualidade, além de outros

benefícios como a prevenção ou desaceleração da osteoporose, prevenindo

doenças cardíacas e até prevenindo a doença de Alzheimer (VAISMAN, 2001).

Vigeta e Brêtas (2004) afirmam que o princípio de que o uso da TRH

deveria ser considerado em toda mulher na perimenopausa e pós-menopausa,

precisa ser abatido. Para as autoras, é preciso uma análise cuidadosa individual dos

riscos e benefícios, esclarecendo a mulher sobre a terapia a que vai se submeter.

Além dos impedimentos de ordem médica, importa avaliar as situações que contra-

indicam o uso da TRH como o baixo nível de colaboração, dificuldade intelectual,

social ou econômica, além da resistência por parte da mulher: algumas acreditam

ser a terapia a ‘constatação’ do evento menopausa.

Quando se planeja o tratamento das mulheres no período climatérico é

compreensível que se considere como primeira opção a TRH. Deve-se, no entanto,

lembrar, que este tratamento, apesar de importante, não encerra o elenco de

28

medidas terapêuticas a ser adotado neste período da vida. Uma vida saudável, com

mudança dos hábitos prejudiciais à saúde, prática regular de exercícios e

alimentação apropriada, devem ser considerados como primeiros objetivos

tratamento destas pacientes (FERNANDES et al., 2007a).

Por falta de consenso na literatura sobre a terapia de reposição hormonal (TRH), recomenda-se que alguns cuidados sejam observados na prescrição desses medicamentos, mesmo nas mulheres consideradas saudáveis: limitar o uso de hormônios àquelas mulheres que apresentam sintomas resistentes a tratamentos mais inofensivos; realizar exame das mamas e região pélvica antes e durante de qualquer tratamento hormonal; não adotar a TRH para mulheres que tenham tendência a problemas de coagulação, trombose, hipertensão arterial, doenças do coração e taxas elevadas de colesterol. Não se recomenda também a TRH por um longo período, para prevenir o envelhecimento, como é prescrita comumente no nosso meio (BRASIL, 2004a, p. 44).

Duas patologias principais se relacionam diretamente com o período

climatérico: doença cardiovascular e osteoporose (FREITAS et al., 2001b).

Friedlander (2002) acrescenta ainda doença de Alzheimer e doenças orais como

doença periodontal e doença cárie. Fernandes et al. (2007a) citam o diabetes

mellitus e o hipotireiodismo como relacionadas, também, ao período do climatério.

A incidência da doença cardiovascular (DCV) nas mulheres aumenta

significantemente após a menopausa, sendo a principal causa de morte entre as

mulheres no período. Já a osteoporose é responsável pela redução da massa óssea

e alterações da microestrutura óssea, levando a uma fragilidade deste tecido e

tendência a traumatismos (FREITAS et al., 2001b; FRIEDLANDER, 2002).

A redução no fluxo salivar pode ser responsável pelo aumento de cáries e

por alterações no paladar. A diminuição da DMO pode aumentar o problema

periodontal e gerar uma maior reabsorção óssea dificultando até a colocação de

próteses convencionais ou a colocação de implantes (FRIEDLANDER, 2002).

As mulheres pós-menopausadas ficam cerca de uma década no período

denominado climatério. A presença de sinais e sintomas característicos e provável

associação com outras doenças como osteoporose e doenças bucais, deixa essa

fase na vida da mulher cheia de anseios e dúvidas. Um estudo descritivo que

busque conhecer melhor esta população poderá subsidiar o planejamento de ações

específicas. Porquanto a realidade da mulher brasileira é multifacetada e essa

29

complexidade deve ser considerada na formulação de políticas públicas (BRASIL,

2004a).

30

3.2 CÁRIE: Etiologia, determinantes da doença e distribuição na população adulta e

idosa

A cárie é uma doença muito antiga que possui pelo menos 500.000 anos

de idade (NARVAI, 2000; PINTO, 2000), e que tem uma característica peculiar de

ser uma doença de baixíssima ou nenhuma letalidade (RONCALLI, 2004). Segundo

Narvai (2000) e Weyne (1995), a doença cárie é infecto-contagiosa, caracterizada

pela destruição localizada (desmineralização) dos tecidos dentais através da ação

dos ácidos das bactérias. Fejerskov (2004) criticou esta definição. Para o autor,

assim como a maioria das doenças crônicas, não existe um único fator que seja

exclusivamente responsável por uma doença.

A maioria das doenças são multifatoriais, assim como a cárie; entretanto,

nem todos os fatores estão presentes e operando em toda pessoa com lesões de

cáries. A placa bacteriana é fator necessário para a lesão de cárie ocorrer, mas ela

não irá se desenvolver até que os fatores adicionais estejam presentes (BAELUM e

FEJERSKOV, 2005).

Esse é um processo dinâmico que se inicia com a perda do esmalte,

prossegue com a perda de substância dental e formação de cavidade, chegando a

destruição total do dente (BAELUM e FEJERSKOV, 2005; FREITAS, 2005; NARVAI,

2000; PINTO, 2000.).

O dente, imediatamente antes da sua erupção, possui um esmalte com

composição de 95% de mineral e 5% de material orgânico e água. O mineral do

esmalte, a apatita (Ca 5(PO4)3OH), é constituída por 37% de cálcio, 52% de fosfato e

3% de hidroxila (CURY, 1995). Quando a desmineralização ocorre de forma

predominante ao longo do tempo, resulta-se na formação da lesão de cárie,

conseqüência da perda gradual de mineral da estrutura dental (FREITAS, 2005).

Toda mínima flutuação de pH altera o equilíbrio entre o esmalte e o fluido

da placa, e, portanto, cada mínima flutuação de pH poderá ocasionar: perda de

minerais do dente, se o pH está baixando, ou ganho de minerais, quando o pH está

aumentando (BAELUM e FEJERSKOV, 2005).

A doença cárie é, deste modo, conseqüência de um desequilíbrio entre

fatores de desmineralização e remineralização, visto que, em condições normais,

existe um equilíbrio e manutenção da estrutura dental ao longo da vida (BAELUM e

FEJERSKOV, 2005; CURY, 1995).

31

Alguns fatores estão associados a um potencial de desenvolvimento da

cárie dental: dieta rica em carboidratos, inadequada higiene bucal, freqüência

alimentar, fluxo salivar e fatores de retenção do biofilme dental (TODESCAN e

TODESCAN, 1996).

Em um estudo sobre a motivação no controle do biofilme dental e

sangramento gengival, Toassi e Petry (2002) citaram o biofilme dental como agente

determinante de cárie dentária, e para o combate eficaz deste biofilme podem ser

utilizados, principalmente, os procedimentos de natureza mecânica como escova e

fio dental.

Contudo, existem autores que afirmam não ser o biofilme microbiano fator

definitivo para o desenvolvimento da cárie. Para eles, apesar do biofilme ser

essencial para existir a doença, a presença deste não necessariamente resulta

numa lesão cariosa (BAELUM e FEJERSKOV, 2005).

No interior de um biofilme localizado na superfície dentária (a placa

dental), existem constantes atividades metabólicas, gerando numerosas e

minúsculas flutuações do pH, na interface entre a superfície dentária e os depósitos

microbianos. Dessa forma, no nível de superfície dentária, a cárie pode ser

entendida como um processo que reflete a atividade metabólica que está ocorrendo

no interior da placa dental (BAELUM e FEJERSKOV, 2005).

Ao longo do tempo, o resultado é um distúrbio do equilíbrio entre a

superfície mineral e os fluidos circundantes, havendo, então, a perda de substância

dentária, resultando na formação de lesão cariosa (BAELUM e FEJERSKOV, 2005;

PITTS, FEJERSKOV e FEHR, 2005).

Apesar da importância do biofilme dental, Baelum e Fejerskov (2005)

explicam que, até o momento, nenhum fator isoladamente foi identificado como

grande causador da cárie dentária. Os autores justificam que uma grande

quantidade de fatores tem sido proposta para explicar o processo da doença cárie.

Roncalli, Lima e Costa (2004), citam o biofilme dentário como fator

etiológico primário; a dieta cariogênica e o complexo saliva-esmalte, como fatores

condicionantes e, fatores socioeconômicos, como determinantes da doença.

A cárie dentaria é, portanto, uma interação de processos biológicos

desfavoráveis localizados, determinados por ambiente e fatores sociais que podem

mudar os processos biológicos (BAELUM e FEJERSKOV, 2005; UNFER e SALIBA,

32

2000). Tem sido demonstrado que fatores sociais, econômicos e ambientais têm

impacto na saúde oral (NEWTON e BOWER, 2005).

FIGURA 4 Determinantes do processo carioso1(adaptado de BAELUM e FEJERSKOV, 2005).

Sendo a cárie dentária resultado de um processo extremamente

complexo, é difícil interpretar dados de associação. Além disso, medidas de controle

da cárie irão funcionar em algumas populações e indivíduos e em outros não

(FEJERSKOV, 2004; SHEIHAM e FEJERSKOV, 2005).

A cárie é um problema de saúde pública (SHEIHAM e FEJERSKOV,

2005), e por ser uma doença social, as condições que afetam as bactérias orais

estão relacionadas com fatores socioeconômicos que influenciam, também, a dieta

(SHEIHAM e FEJERSKOV, 2005).

Watt (2002) enfatiza a importância de estudar os determinantes sociais da

doença e adotar modos complementares de intervenção que promovam a saúde e

reconheçam a importância dos determinantes sociais e ambientais sobre a saúde.

1 Os determinantes que agem diretamente na cavidade oral e superfície dentária estão nos círculos brancos; os determinantes que agem diretamente nos indivíduos e populações estão no círculo verde.

33

Newton e Bower (2005) acrescentam que o processo social, contribuinte para as

doenças orais, varia através dos grupos e sociedades.

Estudos da década de 70 classificavam a cárie dentária como uma

doença “democrática”, por atingir indivíduos de todas as classes sociais,

indistintamente (MALTZ e SILVA, 2001). Para esses autores, o diferencial estava na

composição do índice de dentes cariados, perdidos e obturados (CPOD2 ). Nas

camadas sociais menos favorecidas, predominavam os componentes relativos à

necessidade de tratamento, enquanto que, na população de nível de renda mais

alto, observava-se uma predominância de tratamento executado.

Apesar da imensa redução da cárie nos últimos 20 anos, as iniqüidades

em saúde oral ainda são encontradas (WATT e SHEIHAM, 1999). Segundo Moreira,

Nations e Alves (2007) existem relações entre condições bucais precárias e pobreza.

Almeida e Souza (2006) afirmam que a boca é um espelho que refletiria,

na velhice, as condições que as pessoas viveram, trabalharam, cuidaram-se e foram

cuidadas. De tal modo, acrescentam Unfer et al. (2006), é importante evidenciar a

dimensão social das doenças e o papel do Estado como provedor da saúde. A perda

de unidades dentárias envolveria, portanto, desde dimensões individuais como

higiene, alimentação e condições de vida, quanto coletivas, como acesso a serviços

de saúde e políticas públicas. Perder um dente é um saldo negativo, quando

observado o balanço final sobre a atenção à saúde oral daquele indivíduo.

É extremamente cruel que ocorra a mutilação através da perda dentária

devido à falta de condições econômicas para pagamento de um tratamento ou pela

falta de um serviço público resolutivo (VARGAS e PAIXÃO, 2005).

Avalund et al. (2003) avaliaram a condição oral de 129 idosos acima de

80 anos, em Kungsholmen (Suécia) e observaram que as relações sociais estão

relacionadas com a saúde oral dos idosos.

Diehnelt e Kiyak (2001) ao investigar a associação entre despesas de

cuidado de saúde, fatores socioeconômicos e níveis de cárie, em 109 paises,

observaram correlações entre CPOD e despesas públicas, consumo de açúcar, e

urbanização.

2 A cárie dentária tem sido registrada através de variações do índice CPO, desenvolvido por Klein e Palmer na década de 30 (RONCALLI, 2004; PITTS, FEJERSKOV e FEHR, 2005). Apesar das limitações, o fato de estar em uso a mais de 60 anos indica seu sucesso e as dificuldades no desenvolvimento de um índice com aceitação alternativo (PITTS, FEJERSKOV e FEHR, 2005).

34

Segundo, Peres, Narvai e Calvo (1997), a cárie dentária é a doença de

grande prevalência na cavidade bucal, gerando graves conseqüências econômicas e

sociais. Para esses autores estudos de prevalência de cárie dentária devem ser

realizados periodicamente para o adequado planejamento das ações e serviços de

saúde bucal.

No Brasil, existem poucos estudos a respeito de cárie em pessoas com

idade adulta, se comparado com a imensa quantidade de estudos realizados em

crianças (PETRY, VICTORA e SANTOS, 2000). Adultos e idosos são susceptíveis

ao desenvolvimento de novas lesões, tanto quanto as crianças. A característica

principal é o desenvolvimento de condições mais severas, nos grupos de idade mais

avançadas. (PITTS, FEJERSKOV e FEHR, 2005).

Um grupo de idosos brasileiros de origem japonesa citou como principal

fator etiológico para a perda dentária, a doença cárie (HIRAMATSU, TOMITA e

FRANCO, 2007).

No reino Unido, Watt e Sheiham (1999) observaram através de dados

epidemiológicos coletados de pesquisas nos últimos 30 anos sobre crianças e

adultos, que as diferenças nas perdas dentais são menos desiguais em adultos e

idosos, do que nas crianças. Todavia, acrescentam os autores, existe um grande

marcador de iniqüidade social que é o edentulismo. Eles verificaram classes sociais

mais baixas com 18 ou mais dentes cariados e não tratados e, as classes mais altas,

com 39% mais dentes obturados do que as classes mais baixas. As mulheres

adultas eram mais edêntulas que os homens: 25% das mulheres comparados com

16% dos homens adultos (WATT e SHEIHAM, 1999).

A população mundial tem sofrido numerosas alterações e seu

envelhecimento tem ocorrido não só nos países desenvolvidos, mas também,

naqueles ditos de terceiro mundo. A mudança na expectativa de vida da população

americana e de outros países desenvolvidos tem sido seguida por um aumento do

número de dentes (WATANABE, 2003).

Países, como a Inglaterra e os países nórdicos, possuem dados sobre

cárie dentária desde as primeiras décadas do século XX, enquanto, no Brasil o

primeiro levantamento de saúde bucal de base nacional só foi realizado em 1986

(BRASIL, 2006). Ocorreram ainda, outros levantamentos de nível nacional, em 1996

e em 2003 (BRASIL, 2006).

35

O aumento da expectativa de vida da população brasileira, registrado nos

últimos anos, tem trazido para o país uma nova situação: uma porcentagem cada

vez maior de pessoas, com cárie, nas faixas etárias de maior idade (MENEGHIM,

PEREIRA e SILVA, 2002). Houve uma mudança no padrão de cárie da população

mais velha brasileira, deixando de ter uma maioria de edêntulos para possuir uma

população adulta com dentes e, muitas vezes, com necessidades de tratamento

odontológico (BRASIL, 2004; MENEGHIM, PEREIRA e SILVA, 2002; SHINKAI e

CURY, 2000).

A casuística brasileira sobre a saúde bucal do idoso ainda é escassa,

afirmam Shinkai e Cury (2000). Os autores relataram que os trabalhos

epidemiológicos brasileiros realizados em idosos observaram um nível bastante

precário de saúde bucal nas populações estudadas. Os dados de edentulismo em

idosos e adultos ainda são preocupantes, pois a média de dentes extraídos na

população brasileira de 65 a 74 anos é 25,8 dentes e a proporção de indivíduos que

usam prótese total nessa idade é de quase 60% (RONCALLI, LIMA e COSTA,

2004).

Em 1980, Pinto (1983) verificou entre pessoas com idade de 50 a 59

anos, um CPO-D de 26,49. No ano de 1986, os dados sobre a população brasileira

de 50 a 59 anos, demonstraram que mais de 72% da população urbana analisada, já

havia extraído todos os dentes em pelo menos um maxilar. A média do índice CPOD

foi de 27,21 dentes, com 85,97% dos dentes perdidos (BRASIL, 2006).

Ao estudar as condições de saúde bucal no grupo populacional com 60

anos ou mais, na cidade de São Paulo em 1989, Rosa et al. (1992) afirmaram que,

com base em dados referentes à cárie dental, doenças periodontais, necessidade e

uso de prótese e prevalência de alterações em tecidos duros e moles, este grupo

apresenta um nível muito precário de saúde bucal.

Em 1998, foram estudados 337 idosos, acima de 60 anos, funcionalmente

independentes que freqüentavam um centro de saúde em Araraquara e verificou-se,

através de exame clínico, que 40,4% eram desdentados (SILVA, 1998). Ainda neste

mesmo ano, ao estudar 101 idosos, Silva, Sousa e Wada (2004), constataram que o

CPO-D variou de 16 a 32, sendo a média 31,09. Os dentes perdidos representaram

cerca de 92,64% do CPO-D.

Utilizando dados secundários do ‘Levantamento das Condições de Saúde

Bucal para o Estado de São Paulo’, realizado em 1998, Rihs, Sousa e Wada (2005)

36

verificaram uma baixa ocorrência de cárie radicular. Todavia, o número médio de

dentes por pessoa, principalmente entre os idosos foi reduzido: 9,6 dentes no grupo

de 65-74 anos.

Em 2003, no município de Paulínia, realizou-se um estudo de prevalência

de cárie dentária em diversas faixas etárias, utilizando os critérios definidos pela

OMS. Na faixa etária de 65-74 anos, observou-se um CPO-D médio de 29,5

(GOMES et al., 2004).

O projeto denominado ‘SB Brasil 2003: Condições de Saúde Bucal da

População Brasileira’ demonstrou um alto índice CPO-D no Brasil, quando se

observa faixas etárias mais altas. A média de dentes cariados, perdidos e obturados

na faixa de 35 a 44 anos é de 20,13 dentes, enquanto na faixa etária de 65 a 74

anos essa média eleva para 27,79 dentes (BRASIL, 2004b).

Em Campinas, um estudo avaliou o estado de saúde bucal e as

condições de saúde de idosos com idade entre 60 a 75 anos, funcionalmente

independentes, bem como a percepção e a satisfação com a vida. Os resultados

mostraram que a maioria dos idosos tinha entre 60 e 69 anos, eram casados, tinham

baixo nível de escolaridade e baixa renda, no entanto, respondiam pelo sustento da

família. As doenças relatadas estavam relacionadas aos sistemas: circulatório,

osteomuscular e endócrino. As mulheres se descreveram como mais doentes do que

os homens e avaliaram menos positivamente a saúde do que eles. O edentulismo

correspondeu a 30,5% da amostra e entre os dentados observou-se uma média de

17 dentes perdidos, 6,6 de obturados e 3,6 de cariados (TORRES, 2003).

Em seu estudo que buscou avaliar a saúde bucal de mulheres na pós-

menopausa e verificar se existe relação entre o índice de dentes cariados, perdidos,

obturados (CPO-D) e a condição periodontal alterada com a densidade mineral

óssea (DMO), Henriques (2005), comparou as médias do índice CPO-D e seus

componentes em mulheres com DMO normal e alterada, e não se observou

diferença estatisticamente significativa. A média da idade das mulheres foi de 57,4 e

a média do índice CPO-D foi de 26,7, esses dados se assemelham ao encontrado

no Projeto SB Brasil (BRASIL, 2004b).

No ano de 2005, foi realizado em Londrina um estudo de corte transversal

que avaliou a condição de saúde bucal de 267 idosos (idade entre 60 a 74 anos).

Verificou-se a idade média de 66,5 anos e uma média de CPO-D de 27,9. As

37

mulheres apresentaram mais dentes perdidos e, para elas, o componente perdido

representou 89,3% do CPO-D (MESAS, ANDRADE e CABRERA, 2006)

Devido às mudanças verificadas na distribuição etária nas últimas

décadas no Brasil, com conseqüente aumento da expectativa de vida e percentual

de grupo de pessoas nesta faixa etária de 65-74 anos, os dados para esse grupo

são de extrema importância para verificação de necessidades de tratamento e de

controle dos efeitos gerais dos cuidados odontológicos prestados a essa população.

(PEREIRA, 2003).

Para entender o processo da doença e como a cárie se apresenta em

diferentes grupos na sociedade, há a necessidade de conhecê-la nas várias

‘populações’ e comunidades, opondo-se à mera abordagem individual, a qual

normalmente se restringe à visão do clínico no cuidado da saúde bucal. O perfil de

saúde dos pacientes examinados variará de acordo com a área de abrangência da

prática do profissional, com os fatores socioeconômicos associados aos cuidados de

acesso às práticas das políticas públicas. (PITTS, FEJERSKOV e FEHR, 2005)

Levantamentos epidemiológicos são importantes para conhecimento da

prevalência e tipologia das doenças bucais, podendo-se, a partir de dados

coletados, planejar, executar e avaliar ações de saúde (OLIVEIRA et al., 1998). A

perda dentária, por exemplo, gera desde conseqüências financeiras até

psicológicas. A perda dentária trás impactos negativos para a qualidade de vida

(SOUZA e SILVA et al., 2007).

Assim, com base na literatura, pode-se afirmar que a cárie dental é um

problema de saúde pública também na população adulta e idosa. Como já foi visto

nos capítulos anteriores, a população de mulheres na pós-menopausa necessita

ainda de mais estudos devido à complexidade dos processos físicos, psicológicos e

sociais que acompanham as alterações fisiológicas do período. Logo, estudar o grau

de severidade da cárie especificamente nestas mulheres irá ampliar o conhecimento

sobre esta doença e enriquecer a caracterização sobre a mulher na pós-menopausa.

Os dados provenientes desta pesquisa poderão contribuir extremamente

para o planejamento de ações de saúde do grupo de mulheres na pós-menopausa,

em Feira de Santana, auxiliando, portanto na melhoria da qualidade de vida destas

mulheres.

38

3.3 OSTEOPOROSE: Definição, patogênese e prevalência da doença osteoporose

Neste capítulo será feita uma breve descrição sobre a doença

osteoporose, desde a sua definição até as implicações para a saúde, principalmente

das mulheres pós-menopausadas, e para os cofres públicos, uma vez que esta

doença gera seqüelas graves como fraturas ósseas.

A osteoporose é uma doença esquelética sistêmica, ou seja, um distúrbio

osteometabólico, caracterizada por diminuição da densidade mineral óssea (DMO) e

deterioração microarquitetural do tecido ósseo, conduzindo à fragilidade do osso e

ao aumento do risco de fratura (CONSENSUS DEVELOPMENT CONFERENCE,

1993; FERNANDES et al., 2007b; LANZILLOTTI et al., 2003; PINTO NETO et al.,

2002). A osteoporose, a mais comum das doenças ósseas metabólicas, é uma

importante causa de morbidade no indivíduo idoso e, principalmente, nas mulheres

(AMADEI et al, 2006; FERNANDES et al, 2007b; KRANE e HOLICK, 1988).

Osteoporose é um problema de saúde pública (FERNANDES et al.,

2007b; HAWKER, 1996). Os EUA, por exemplo, anualmente gastam cerca de 10

bilhões de dólares, pois a osteoporose afeta mais de 25 milhões de americanos e

predispõe 1,3 milhões deles a fratura óssea (CONSENSUS DEVELOPMENT

CONFERENCE, 1993). O tratamento de fraturas, também resulta em um grande

custo para o Brasil (MIYAUCHI, 2004).

A osteoporose é uma enfermidade crônica, muito relacionada ao

envelhecimento (COSTA-PAIVA et al., 2003). Histologicamente, o distúrbio é

caracterizado pela redução da espessura cortical e do número e tamanho das

trabéculas do osso esponjoso (KRANE e HOLICK, 1988), formando sítios onde

podem ocorrer as fraturas.

Fraturas e suas complicações são manifestações clínicas da osteoporose

(CONSENSUS DEVELOPMENT CONFERENCE, 1993; MIYAUCHI, 2004). Cerca de

12 a 20% das pessoas que tiveram fratura de quadril terão complicações

decorrentes desta fratura como: imobilização em cama, infecções, pneumonia e

tromboflebite (HAWKER, 1996).

A fratura no quadril é a pior manifestação da osteoporose (COSTA-PAIVA

et al, 2003) e cerca de 85% dela ocorre em mulheres (FERNANDES et al., 2007b).

Mais de 50% das pessoas que sofrerem fratura de quadril irão ficar incapacitados,

39

na sua maioria, permanentemente (CONSENSUS DEVELOPMENT CONFERENCE,

1993; COSTA-PAIVA et al, 2003) e, aproximadamente, 5 a 20% das vítimas de

fratura de quadril irão morrer após 1 ano do evento (CONSENSUS DEVELOPMENT

CONFERENCE, 1993).

As mais comuns são fraturas no quadril, vértebras, fêmur e punho

(COSTA-PAIVA et al., 2003). Na ausência de qualquer procedimento de prevenção

ou tratamento, uma em cada duas mulheres aos 70 anos apresentará fraturas de

fêmur, e aos 80 anos, duas em cada três sofrerão o mesmo problema (COSTA-

PAIVA et al., 2003).

Estima-se que, nos próximos anos, cerca de 200 milhões de pessoas no

mundo sejam atingidas pela osteoporose, que afeta não somente os idosos, mas

também as mulheres de meia-idade. Pode haver um agravamento desta situação

também pela maior expectativa de vida em praticamente todo o mundo (AMADEI et

al., 2006).

“A prevalência de osteoporose e incidência de fraturas variam de acordo

com o sexo e a raça (PINTO NETO et al., 2002, p. 344)”.

Osteoporose é uma doença sem fronteiras, pois, segundo, ela ocorre em

toda população e em toda área geográfica estudada até hoje (CONSENSUS

DEVELOPMENT CONFERENCE, 1993). Todavia, é a incidência de fraturas irá

variar uma vez que elas acometem mais brancos e asiáticos e menos em negros. As

fratura de quadris ocorrem mais na Escandinávia, Nova Zelândia, e EUA, de forma

intermediária no sul da Europa e países asiáticos e menos intensa no sul da África.

Existe um aumento significativo na incidência das fraturas em pessoas acima de 50

anos, citada por muitos países, atingindo mais habitantes da zona urbana do que em

habitantes da zona rural (CONSENSUS DEVELOPMENT CONFERENCE, 1993).

O esqueleto não é uma estrutura sem atividade. Ele sofre um continuado

processo de remodelagem, onde a reabsorção está acoplada da formação óssea e o

equilíbrio normal entre formação e reabsorção óssea mantém a massa do esqueleto

(FERNANDES et al., 2007b). Esse mecanismo acontece até a idade adulta e, a

menos que a formação compense a reabsorção, a massa óssea passa a diminuir.

Aproximadamente na época da menopausa, nas mulheres, a perda acelerada do

osso cortical se superpõe à perda relacionada com a idade, gerando uma perda de

substância óssea que pode não resistir às forças normais a que era submetido,

podendo gerar uma fratura (KRANE e HOLICK, 1988; MELLO, 2003).

40

Nas mulheres a perda óssea é mais abrupta na primeira década após a

menopausa, seguida de uma perda mais gradual nos anos seguintes (FERNANDES

et al., 2007b; HAWKER, 1996). As mulheres pós-menopausadas são mais

vulneráveis devido à progressiva redução da função ovariana e, conseqüente

redução da produção de seus hormônios, contribuindo à redução progressiva de

massa óssea (AMADEI et al., 2006; MONTILLA, ALDRIGHI e MARUCCI, 2004).

Montilla, Aldrighi e Marucci (2004) relatam que este processo inicia-se a

partir dos 35 anos, quando a mulher apresenta redução lenta de massa óssea

acentuando-se apó�s os 50 anos, momento em que, comumente, ocorre a

menopausa. Na menopausa aumenta a renovação e diminui a formação óssea em

cada unidade de remodelação, o que conduz a uma perda de massa óssea

(LANZILLOTTI et al., 2003).

A proporção de indivíduos que são susceptíveis à osteoporose e às suas

seqüelas tem aumentado em todo mundo, principalmente, devido ao maior número

de idosos (HAWKER, 1996). O aumento da expectativa de vida sozinha pode

triplicar a incidência de fraturas nos próximos 60 anos e estima-se que 4,5 milhões

de fraturas de quadril ocorrerão mundialmente (CONSENSUS DEVELOPMENT

CONFERENCE, 1993).

Uma em cada 4 mulheres acima de 50 anos terá osteoporose, ao passo

que um em cada 8 homens da mesma idade terá a doença. Nas mulheres, as

fraturas nas vértebras, que inicialmente são associadas à menopausa, são seguidas

com freqüência de fraturas no punho e quadris, que são relacionadas à osteoporose

senil. Cerca de 1/3 das mulheres terá uma fratura de quadril até os 85 anos de idade

(HAWKER, 1996). Segundo dados de 2004, no grupo etá�rio de 50 anos, verificam-se

cinco mulheres acometidas por osteoporose para cada homem. (MONTILLA,

ALDRIGHI e MARUCCI, 2004).

É importante ressaltar que nem todas as fraturas devem ser associadas a

osteoporose: o uso de psicotrópicos em idosos e antihipertensivos pode contribuir

para as quedas e fraturas (HAWKER, 1996).

A Organização Mundial de Saúde (1994) definiu critérios de classificação

da osteoporose de acordo com a avaliação densitométrica, que mede o grau de

perda da massa óssea, observando também o quadro de normalidade. Esses

critérios são adotados pela Sociedade Brasileira de Densitometria Clínica (SBDens,

41

2006) e podem ser classificados em: normal, ostopenia, osteoporose e osteoporose

grave, severa ou estabelecida.

NORMAL

DMO até -1,0 desvios-padrões (DP)

OSTEOPENIA (massa óssea baixa)

DMO entre -1,1 e -2,5 DP

OSTEOPOROSE

DMO abaixo de -2,5 DP

OSTEOPOROSE SEVERA

DMO abaixo de -2,5 DP e presença de fraturas.

QUADRO 1: Critérios diagnósticos da Organização Mundial de Saúde para interpretação de medidas de massa óssea em mulheres da raça branca. FONTE: OMS (1994).

Essa classificação está bem estabelecida para mulheres na pós-

menopausa, não existindo consenso sobre esses critérios em outras situações

clínicas como jovens e homens (PINTO NETO et al., 2002).

A osteoporose pode ser classificada em primária (idiopática) ou

secundária. A primária é classificada em tipo I e tipo II (MELLO, 2003). Na

osteoporose primária do tipo I, conhecida como pós-menopausa, ocorre uma rápida

reabsorção óssea e atinge, em geral, o osso trabecular; acomete mulheres entre 51

e 75 anos de idade (HAWKER, 1996; KRANE e HOLICK, 1998; MELLO, 2003). A

osteoporose tipo I, pós-menopausa, é a forma mais habitual de osteoporose

(FERNANDES et al., 2007b; LEITE, 1999).

A tipo II, ou senil, está relacionada ao envelhecimento e aparece por

deficiência crônica de cálcio, aumento de atividade do paratormônio e diminuição da

formação óssea, atingindo mulheres e homens acima de 70 anos (FERNANDES et

al., 2007b; HAWKER, 1996; KRANE e HOLICK, 1998; MELLO, 2003).

A osteoporose do tipo secundária decorre de processos inflamatórios,

alterações endócrinas como hipertiroidismo e desordens adrenais, e por uso de

drogas como heparina, álcool, vitamina A e corticóides (HAWKER, 1996; MELLO,

2003).

42

Krane e Holick (1998) relatam que é importante fazer um diagnóstico

diferencial para não classificar outras enfermidades como osteoporose: mieloma

múltiplo, linfoma, leucemia e carcinoma metastático. Esses agravos resultam em

perda óssea difusa, sobretudo do osso trabecular da coluna vertebral, mesmo na

ausência de hipercalcemia. Na presença de dor, é importante estabelecer a

presença ou ausência de causas conhecidas da osteoporose para, então, realizar o

diagnóstico diferencial (KRANE e HOLICK, 1988).

O risco de osteoporose depende tanto da massa óssea máxima

alcançada nos anos da idade adulta jovem, quanto do índice de perda da massa nas

épocas posteriores (LANZILLOTTI et al., 2003). Cerca de 70% das osteoporoses são

predisposição genética e demonstram como cada indivíduo responde aos fatores

estressores externos, os outros 30%, são gerados por fatores ambientais (HAWKER,

1996). Fatores genéticos contribuem com cerca de 46% a 62% da DMO e, portanto,

38% a 54% podem ser afetados por fatores relacionados a estilo de vida (PINTO

NETO et al, 2002).

Um grande risco para osteoporose é: ser mulher branca, asiática, baixa,

magra e com história familiar da doença. Fumo (cigarros), alta ingestão de álcool e

café, sedentarismo e consumir pouco cálcio são considerados fatores de estilo de

vida que aumentam a probabilidade de osteoporose. Fortes evidências demonstram

que genética e estilo de vida são fatores importantes para determinar o pico de

massa óssea. Deficiência de vitamina D pode aumentar o risco de fratura na velhice.

Menopausa precoce (cirúrgica ou não) acelera o aparecimento de osteoporose

(CONSENSUS DEVELOPMENT CONFERENCE, 1993; FERNANDES et al, 2007b;

HAWKER, 1996).

Obesidade tem sido colocada como fator de proteção devido à conversão

de andrógeno em estrógeno no tecido adiposo (HAWKER, 1996). Essa afirmação é

citada também por outros autores, como Fernandes et al. (2007b)

Deficiências de estrógeno causadas, por exemplo, por anorexia nervosa,

excesso de exercícios e hiperprolactnemia induzem à perda óssea e podem reduzir

o pico de massa óssea (CONSENSUS DEVELOPMENT CONFERENCE, 1993),

induzindo, assim, a um processo de reabsorção óssea.

O diagnóstico da osteoporose acontece através de resultados de exames.

Contudo, a avaliação de fatores de risco é muito importante para identificar mulheres

de elevado risco para fraturas, aumentar a conscientização sobre osteoporose e

43

desenvolver estratégias sociais para prevenção de fraturas e tratamento da

osteoporose (PINTO NETO el al, 2002). Atualmente existem exames laboratoriais

como os marcadores de remodelação e formação óssea (fosfatase alcalina sérica

ósseo específica, osteocalcina e peptídeo procolágeno I), as ultra-sonografias e o

exame de densitometria óssea, que auxiliam no diagnóstico da osteoporose. O

exame de densitometria óssea é o mais amplamente utilizado para este fim

(FERNANDES et al, 2007b).

Os fatores de risco para baixa massa óssea, ou seja, para a osteoporose,

não são sensíveis o suficiente para diagnosticar ou excluir a doença. É muito

importante identificar as medidas de densidade mineral óssea e a densitometria é

hoje o exame de referência para o diagnóstico da osteoporose (PINTO NETO et al,

2002). Os autores acrescentam que a densitometria óssea deve ser realizada em

algumas situações, dentre elas, em mulheres na peri e pós-menopausa.

O principal tratamento da osteoporose é a prevenção uma vez que não

existem métodos efetivos de restaurar com qualidade os ossos de esqueletos com

osteoporose (CONSENSUS DEVELOPMENT CONFERENCE, 1993; FERNANDES

et al, 2007b; KRANE e HOLICK, 1988; LEITE, 1999; MELLO, 2003). A prevenção

inclui maximizar o pico de massa óssea e reduzir a associação da idade e pós-

menopausa com a perda óssea (CONSENSUS DEVELOPMENT CONFERENCE,

1993).

Dieta balanceada, suplementação de cálcio e vitamina D – quando

necessário, exposição adequada ao sol (para sintetização da vitamina D sob

catalização dos raios solares) e exercícios físicos, principalmente com carga no caso

de idosos, são medidas de prevenção que auxiliam o pico de formação de massa

óssea até idade adulta e minimizam a perda de massa óssea nos idosos, evitando

fraturas (PINTO NETO et al., 2002).

A prevenção de quedas relatam Pinto Neto et al. (2002), evitaria 90% das

fraturas por osteoporose. Eles acrescentam o uso de coxins em quadril, boa

iluminação dos quartos e proximidade destes do banheiro, o uso de piso anti-

derrapantes e barras de apoio como algumas medidas que auxiliam na prevenção

de quedas.

Os fármacos que atuam no osso são classificados de anti-reabsortivos ou

agentes estimulantes de formação óssea. Cálcio, estrogênios/progestogênios,

calcitonina e bifosfanatos são agentes anti-reabsortivos, enquanto o fluoreto de

44

sódio, esteróides anabólicos, vitamina D e exercícios físicos são agentes

estimulantes da formação óssea (FERNANDES et al., 2007b).

Elementos importantes para fortalecimento da massa óssea e diminuição

da reabsorção pós-menopausa são necessários para o controle desta doença.

Podem ser usados: cálcio, vitamina D, reposição hormonal (calcitonina, bifosfanatos)

(KRANE e HOLICK, 1988; LEITE, 1999, MELLO, 2003), o fluoreto de sódio (KRANE

e HOLICK, 1988; MELLO, 2003), entre outros, como SERM (moduladores seletivos

de receptores de estrógeno), que apresentam, semelhante aos estrogênios, efeitos

favoráveis sobre a massa óssea (FERNANDES et al., 2007b; PINTO NETO et al,

2002).

Doses pequenas de flúor têm efeito benéfico para a massa óssea,

todavia, mais estudos são indicados (CONSENSUS DEVELOPMENT

CONFERENCE, 1993). Apesar de haver respostas terapêuticas individuais,

Fernandes et al (2007) acrescentam que há controvérsias quanto a sua eficácia,

sendo questionada a qualidade do osso formado e a redução na incidência de

fraturas

“A primeira opção terapêutica no tratamento da osteoporose pós-

menopausal é a reposição hormonal associada a medidas gerais como adequada

ingestão de cálcio (1000-1500 mg de cálcio/dia) e atividade física (LEITE, 1999, p.

442)”. A reposição hormonal tem lugar na prevenção e tratamento da osteoporose

estabelecida (FERNANDES et al., 2007b).

Sendo a osteoporose uma doença de grande importância para saúde

pública brasileira, mais estudos são necessários para um maior esclarecimento

sobre essa doença de abrangência nacional, principalmente no grupo de mulheres

pós-menopausadas, que é aquele mais afetado pela doença. Essas pesquisas

podem propiciar ações de saúde que auxiliem na melhoria da qualidade de vida da

população idosa.

Materiais e Métodos

46

4 MATERIAIS E MÉTODOS

O presente estudo utilizou informações secundárias coletadas na

pesquisa “Osteoporose e doença periodontal em mulheres pós-menopausadas”,

realizada pelo Núcleo de Pesquisa, Prática Integrada e Investigação Multidisciplinar

(NUPPIIM) da UEFS Universidade de Feira de Santana (UEFS), no ano de 2006.

Essas informações são referentes aos dados sócio-demográficos, características

comportamentais e ao diagnóstico de osteoporose, que estão presentes no banco

de dados da pesquisa.

Foram coletados os dados referentes à prevalência de cárie, radicular e

coronária, e ao uso e necessidade de prótese dentária. Esses dados foram

adicionados ao banco de dados da pesquisa anterior, através do número de

identificação, para posteriormente serem analisados.

4.1 TIPO DE ESTUDO

Essa pesquisa é um estudo epidemiológico de corte transversal ou de

prevalência, de caráter descritivo. Os estudos transversais são importantes, pois

auxiliam na investigação da situação de saúde atual de determinada população

(PEREIRA, 2005). A abordagem descritiva objetiva desvelar os problemas de

saúde-doença na coletividade (ROUQUAYROL e BARRETO, 2003). “A

epidemiologia, portanto, na sua fase descritiva, abre caminhos ao surgimento de

novos conhecimentos acerca da distribuição das doenças e dos fatores que as

determinam (ROUQUAYROL e BARRETO, 2003, p.84).”

4.2 CAMPO DE ESTUDO

O campo de estudo utilizado abrangeu o Centro de Pesquisa e

Assistência à Reprodução Humana (CEPARH) e a Clínica 16 de Junho, da UEFS,

onde funciona a Clínica de Extensão em Periodontia da Disciplina Diagnóstico Oral I

da UEFS, ambos localizados na cidade de Feira de Santana, Bahia e prestam

atendimento, sem fins lucrativos, a pessoas do município.

47

4.3 POPULAÇÃO DE ESTUDO

Essas mulheres pós-menopausadas, com idade mínima de 50 anos,

participaram da pesquisa “Osteoporose e doença periodontal em mulheres pós-

menopausadas”, no segundo semestre de 2006.

No CEPARH- Feira de Santana, as mulheres que estavam presentes

no local eram convidadas para fazer a avaliação da condição bucal e tratamento

odontológico na Clínica de Extensão em Periodontia da Disciplina Diagnóstico Oral I,

que funciona na Clínica 16 de Junho.

Aquelas mulheres que aceitavam o convite eram agendas e

encaminhadas para a Clínica de Extensão em Periodontia da Disciplina Diagnóstico

Oral I, onde recebiam informações sobre o protocolo do estudo e o objetivo da

pesquisa “Osteoporose e doença periodontal em mulheres pós-menopausadas”.

Caso aceitassem, elas assinavam o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

autorizando sua inclusão na pesquisa. Foram critérios de inclusão da pesquisa: ter

idade mínima de 50 anos, com laudo densitométrico realizado a menos de 6 meses,

na fase pós-menopausal há pelo menos 1 ano e ter pelo menos 4 dentes presentes

na boca no momento do exame periodontal, totalizando uma população de 139

mulheres.

Essa população da pesquisa “Osteoporose e doença periodontal em

mulheres pós-menopausadas”, e mais aquelas mulheres que foram excluídas desta

pesquisa por possuírem menos de 4 dentes, eram convidadas a participar do estudo

“Cárie e Osteoporose em mulheres pós-menopausadas”. Se aceitassem, assinavam

o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido autorizando sua inclusão na

pesquisa. É importante salientar que a pesquisa “Osteoporose e doença periodontal

em mulheres pós-menopausadas” teve início alguns meses antes da pesquisa

“Cárie e Osteoporose em mulheres pós-menopausadas”, por isso, algumas mulheres

desta população não foram convidadas.

48

4.4 AMOSTRA

Essas mulheres pós-menopausadas constituíram uma amostra de

conveniência. Elas vieram originalmente de uma clínica de diagnóstico de imagem, o

CEPARH - Feira de Santana, após a realização de exame densitométrico, e, a

maioria, participava do grupo que estuda a relação entre osteoporose e doença

periodontal.

Esse tipo de amostra, segundo Pereira (2005), é também denominada de

não-aleatória ou não-probabilística. O autor acrescenta que esse tipo de amostra é

útil para verificar se um problema existe, no universo que está inserido, contudo,

deve-se atentar, pois os resultados obtidos não produzem as freqüências realmente

existentes na população. Apesar da desvantagem citada anteriormente, as

vantagens do uso deste tipo de amostra são apreciáveis por conta das facilidades

operacionais e custo reduzidos, ou seja, para o conhecimento preliminar de um

problema (PEREIRA, 2005).

As mulheres participantes deste estudo, “Cárie e Osteoporose em

mulheres pós-menopausadas”, constituíram um único grupo.

FIGURA 5 Amostra

CCEEPPAARRHH

POPULAÇÃO

AAMMOOSSTTRRAA:: MMUULLHHEERREESS 5500 aa oouu ++

qquuee aacceeiittaarraamm oo ccoonnvviittee..

CCoonnvviiddaaddaass aa ppaarrttiicciippaarr ddoo eessttuuddoo ““CCáárriiee ee OOsstteeooppoorroossee eemm mmuullhheerreess

ppóóss ––mmeennooppaauussaaddaass””..

CCLLÍÍNNIICCAA 1166 DDEE JJUUNNHHOO PPaarrttiicciippaanntteess ddoo eessttuuddoo

““OOsstteeooppoorroossee ee ddooeennççaa ppeerriiooddoonnttaall eemm mmuullhheerreess ppóóss ––mmeennooppaauussaaddaass””

•• TTeerrmmoo ddee CCoonnsseennttiimmeennttoo •• FFoorrmmuulláárriioo •• EExxaammee CCllíínniiccoo •• EEnnttrreeggaa ddoo LLaauuddoo •• DDeennssiittoommééttrriiccoo

CCLLÍÍNNIICCAA 1166 DDEE JJUUNNHHOO PPaarrttiicciippaanntteess ddoo eessttuuddoo

““CCáárriiee ee OOsstteeooppoorroossee eemm mmuullhheerreess ppóóss ––mmeennooppaauussaaddaass””

•• TTeerrmmoo ddee CCoonnsseennttiimmeennttoo •• EExxaammee CCllíínniiccoo AAMMOOSSTTRRAA ddee

CCOONNVVEENNIIÊÊNNCCIIAA

49

4.5 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS

A coleta de dados ocorreu após a aprovação no Comitê de Ética em

Pesquisa da UEFS e seguiu o fluxo conforme descrito no item 4.4.

4.5.1 Instrumentos de Coleta de Dados

Na Clínica 16 de Junho, após a assinatura do consentimento livre e

esclarecido das participantes, foi utilizada uma ficha de exame clínico (APÊNDICE

B) como instrumento para coleta dos dados relativos à doença cárie e à necessidade

de prótese. Os dados sócio-demográficos e biológicos foram obtidos através de um

formulário (ANEXO A), utilizado na pesquisa “Osteoporose e doença periodontal em

mulheres pós-menopausadas”. O terceiro instrumento de coleta de dados foi

disponibilizado pelas participantes do estudo e constitui-se no laudo densitométrico

emitido pelo CEPARH (ANEXO B), que possuía, além do laudo referente à

densidade mineral óssea (g/cm2) e t-score, outros dados como peso e altura.

Foram utilizados do formulário os dados referentes a: idade, cor, paridade,

história médica, medicamentos utilizados, escolaridade, renda, hábitos alimentares,

hábitos de higiene bucal e assistência médica / odontológica. Considerou-se para a

variável cor da pele a definição dada pelo entrevistado (cor auto-referida).

A ficha de exame (APÊNDICE B) para coleta de dados sobre a condição

dentária e necessidade de prótese seguiu o mesmo padrão da utilizada pelo

Ministério da Saúde em 2003 para o levantamento epidemiológico das condições de

saúde bucal da população brasileira no país. Os códigos e critérios de classificação

da doença cárie e da necessidade de prótese dentária estão baseados nos

parâmetros adotados pelo Ministério da Saúde e descritos detalhadamente no

APÊNDICE C (BRASIL, 2001).

50

QUADRO 2: Resumo dos Códigos para Avaliação de Cárie Dentária e Necessidade de Prótese Dentária

FIGURA 6 Necessidade de prótese – ilustração. Fonte: BRASIL, 2001.

CÓDIGO

Dentes Permanentes

Coroa Raiz

CONDIÇÃO/ESTADO

0 0 Hígido

1 1 Cariado

2 2 Restaurado COM cárie

3 3 Restaurado SEM cárie

4 - Perdido por Cárie

5 - Perdido por outras razões

6 - Apresenta selante

7 7 Apoio de ponte ou coroa

8 8 Não Erupcionado

T - Trauma (Fratura)

9 9 Dente excluído

Necessidade de prótese dentária

NECESSIDADE

1 Substituir 1 elemento: UMA Prótese

fixa ou removível

2 Substituição 1 e/ou + elemento: UMA Prótese fixa ou removível

3 Substituição 1 e/ou + elemento: combinação de próteses, fixas ou

removíveis

4 Necessita de Prótese dentária total

8 NÃO SE APLICA

51

O diagnóstico de osteoporose foi verificado através de laudos

densitométricos apresentados pelas participantes do estudo. Os laudos

densitométricos foram anotados no banco de dados e os critérios que definiram o

diagnóstico da doença osteoporose, seguiram os estabelecidos pela Organização

Mundial de Saúde em 1994 (QUADRO 1).

4.5.2 Procedimento de Exame e Biossegurança

A esterilização dos instrumentais acontecia previamente na estufa (dia

anterior), por uma pessoa treinada para este fim, utilizando 170º por 1 hora. Os

exames foram realizados com sonda CPI, sonda para exame periodontal, com

esfera de 0,5 mm na ponta e área anelada em preto situada entre 3,5 mm e 5,5 mm

da ponta, conforme descrito por Brasil (2001) e ilustrado na Figura 7, além do auxílio

de refletor de luz e espelho bucal plano. Todas as normas de biossegurança foram

utilizadas.

FIGURA 7 Sonda CPI. Fonte: BRASIL, 2001.

4.6 VARIÁVEIS DE ESTUDO

Este estudo foi exploratório, com o intuito de descrever prevalência de

cárie e osteoporose em mulheres pós-menopausadas, além da necessidade de

prótese dentária, características sócio-demográficas, características

52

comportamentais e dados sobre assistência médica / odontológica, portanto, não

foram consideradas variáveis para testar hipóteses de associação.

O índice CPO-D foi utilizado para descrever a condição dentária, assim

como no levantamento epidemiológico de 2003 (BRASIL, 2004b). O valor do índice

relata Narvai (2000), é obtido num indivíduo, pela soma do número de dentes

permanentes cariados, perdidos e obturados, podendo variar, portanto, de 0 a 32. O

autor acrescenta que os componentes “C”, “P” e “O” referem-se, respectivamente,

aos dentes que no momento do exame, apresentam-se cariados, perdidos e

obturados e, em uma população, o valor do índice corresponde à média do grupo. A

utilização da nomenclatura em relação a este índice varia bastante na literatura,

conforme demonstrado no Quadro abaixo, sendo que índice CPO-D, CPO e CPOD

são usados como sinônimos. Neste trabalho, optou-se por utilizar a denominação

índice CPO-D.

CPO-D

ROSA et al (1992); PERES, NARVAI e CALVO (1997); OLIVEIRA et al (1998); NARVAI (2000); TORRES (2003); BRASIL (2004); SILVA, SOUSA e WADA (2004); RONCALLI (2005); HENRIQUES (2005); PEREIRA et al (2005).

CPO

ROSA et al (1992); PERES, NARVAI e CALVO (1997); OLIVEIRA et al (1998); NARVAI (2000); MALTZ e SILVA (2001); BRASIL (2004); GOMES et al (2004); RONCALLI (2005); PITTS, FEJERRSKOV e FHER (2005); MESAS, ANDRADE e CABRERA (2006).

CPOD

PERES, NARVAI e CALVO (1997); DIEHNELT e KIYAK (2001); MALTZ e SILVA (2001); GOMES et al (2004); SILVA, SOUSA e WADA (2004); PITTS, FEJERRSKOV e FHER (2005); MESAS, ANDRADE e CABRERA (2006).

Quadro 3: A utilização das diversas nomenclaturas para o mesmo índice CPO-D.

Variáveis analisadas:

• Características sócio-demográficas: escolaridade, renda, trabalho,

número de moradores na casa, número de filhos, situação conjugal.

• Características biológicas gerais: idade, peso, altura, cor da pele, idade

da menarca e da menopausa, presença de doenças sistêmicas,

classificação de osteoporose, história anterior de fratura.

• Características biológicas de saúde bucal: índice CPO-D, avaliação da

condição radicular, necessidade de prótese dentária, edentulismo.

53

• Características comportamentais: uso de medicação, uso de TRH, uso

de anticoncepcional no passado, tabagismo, consumo de bebidas

alcoólicas, consumo de: café, refrigerante, açúcar e adoçante, exposição

ao sol, atividade física, freqüência diária de escovação e número de

refeições.

• Assistência médica / odontológica: última visita ao ginecologista, última

visita ao dentista, tipo de menopausa, conhecimento sobre osteoporose,

tipo de assistência odontológica, orientação recebida sobre higiene bucal,

sobre uso de fio dental e sobre consumo de açúcar.

4.7 ANÁLISE DOS DADOS

Os dados coletados foram armazenados no banco de dados utilizado na

pesquisa “Osteoporose e doença periodontal em mulheres pós-menopausadas”,

usado no programa estatístico SPSS (Statical Package for Social Sciences), na

versão 1.0. Para análise e processamento dos dados, além do SPSS, utilizou-se

também o “R” The R Foundation for Statistical Computing versão 2.2.1.

O banco de dados da pesquisa “Osteoporose e doença periodontal em

mulheres pós-menopausadas” já havia sido validado. Assim, após a incorporação

dos dados referentes à pesquisa ”Cárie e osteoporose em mulheres pós-

menopausadas”, procedeu-se a análise da qualidade do banco de dados através da

listagem das freqüências simples de todas as variáveis, a fim de observar a

qualidade da digitação e corrigir os erros encontrados.

Foi realizada, então, a análise descritiva e exploratória da população

estudada segundo: características sócio-demográficas, características biológicas

gerais e de saúde bucal, características comportamentais e assistência médica /

odontológica.

Apesar de não ser o objetivo deste estudo, posteriormente, fez-se uma

análise univariada para examinar possíveis associações das variáveis gerais, tendo

como variáveis dependentes a cárie (CPO-D) e o diagnóstico de osteoporose.

54

4.8 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS

Essa pesquisa utilizou como referência sobre os aspectos éticos a

Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, observando os referenciais

básicos da bioética (BRASIL, 1996).

As participantes do estudo assinaram voluntariamente um Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (APÊNDICE A), em duas vias, que constou:

justificativa, objetivos e procedimentos utilizados; possíveis desconfortos e

benefícios da pesquisa; garantia de sigilo, privacidade e anonimato; formas de

ressarcimento das despesas decorrentes da participação na pesquisa, além das

formas de indenização diante de eventuais danos decorrentes da pesquisa. As

participantes podiam abandonar o estudo a qualquer momento, sem perda do direito

ao tratamento odontológico que era oferecido gratuitamente através da Clínica de

extensão em Periodontia da Disciplina Diagnóstico Oral I da UEFS.

Este trabalho foi aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa da UEFS

conforme pode ser verificado no anexo C, através do ofício CEP-UEFS no. 303/2006

de 18 de setembro de 2006.

Resultados e

discussão

56

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 LIMITAÇÕES DO ESTUDO

Este estudo apresentou limitações peculiares a estudos de corte

transversal e ao tipo de amostra utilizada (amostra de conveniência). É possível ter

havido um viés de seleção, visto que foram envolvidas apenas mulheres que

freqüentaram um determinado serviço de saúde (centro de diagnóstico de imagem).

Portanto, o fato de não ter encontrado nenhum caso de osteoporose pode ser em

decorrência dessas mulheres terem maior cuidado com a própria saúde,

freqüentarem mais os Centros de Saúde e, por isso, adoecerem menos. Em relação

à cárie dentária, a amostra e o tipo de estudo permitiram alcançar os objetivos da

pesquisa de caráter descritivo.

Quando testadas as variáveis relativas a ambas as doenças, não se

encontrou significância estatística, reforçando a limitação deste desenho de estudo

para análises mais aprofundadas.

5.2 CARACTERÍSTICAS SÓCIO-DEMOGRÁFICAS As características sócio-demográficas descritas abaixo estão

especificadas na TABELA 1.

A baixa escolaridade foi marcante: 64,5% (n=69) das participantes

estudaram somente, até o ensino fundamental e 10,3% relataram ser analfabetas

(n=11). Somente 1,9% (n=2) relataram ter alcançado o nível superior, contudo,

nenhuma delas completou o curso. Em relação à situação conjugal, elas se dividem

em: casada/união livre, viúva, solteira e separada/divorciada.

A maioria (74,80%, n=80) possuía renda própria. A fonte de renda foi

dividida em: trabalho (formal/informal) representando apenas 23,4% (n=25) do total

das participantes e aposentadoria/pensão verificado em 51,4% dos casos (n=55).

Quando questionadas em relação ao trabalho, 22,6% (n=24) das mulheres

pós-menopausadas referiram nunca ter trabalhado fora de casa, ou seja, sempre

exerceram trabalho doméstico. Em relação à ocupação atual, 74,3% não possuía

ocupação no período da pesquisa (não trabalhava) e as demais atuavam como:

57

comerciante (6,7%, n=7), costureira (5,7%, n=6), agricultora (3,8%, n=4), serviços

gerais (3,8%, n=4), doméstica (1,9%, n=2), agente comunitária (1,0%, n=1), artesã

(1,0%, n=1), auxiliar de enfermagem (1,0%, n=1) e cozinheira (1,0%, n=1).

Quanto à moradia, poucas moravam sozinhas (9,4%, n=10). A maioria das

mulheres pós-menopausadas estudadas dividia a casa com até 03 pessoas (62,3%,

n=66). O número médio de moradores nas casas foi de 3,63 variando de 01 (quando

a entrevistada relatou morar sozinha) a 12 pessoas.

A renda familiar situou-se, em geral, entre 1 e 3 salários mínimos (86,9%,

n=93), todavia, algumas possuíam renda familiar abaixo de 1 salário mínimo (6,5%,

n=7).

A maioria do grupo teve mais do que 5 filhos ( 54,3%, n=57).

58

TABELA 1 Distribuição das características sócio-demográficas entre mulheres pós-menopausadas, atendidas em uma clínica de diagnóstico por imagem, Feira de Santana, Bahia, 2006.

Características sócio-demográficas n Freqüência %

Escolaridade Analfabeto 11 10,3 ensino fundamental 69 64,5 ensino médio 25 23,4 ensino superior 2 1,9

Total 107 100,0

Fonte de renda

trabalho (formal/informal) 25 23,4 aposentadoria/pensão 55 51,4 sem renda própria 27 25,2

Total 107 107

Trabalho trabalha 28 26,4 nunca trabalhou 24 22,6 Desempregada 22 20,8 Aposentada 32 30,2

total (*1 dado perdido) 106* 100,0

Ocupação atual Agente comunitário 1 1,0 Agricultora 4 3,8 Artesã 1 1,0 Comerciante/autônoma 7 6,7 Auxliar de enfermagem 1 1,0 Costureira 6 5,7 Cozinheira 1 1,0 Doméstica 2 1,9 Serviços gerais 4 3,8 não trabalha 78 74,3

total (**2 dados perdidos) 105** 100,0

Renda familiar

< que 1 salário minimo 7 6,5 1 a 3 salários minimos 93 86,9 > 3 salários minimos 7 6,5

Total 107 100,0

Número de moradores na casa

mora sozinha 10 9,4 divide a casa com até 3 pessoas 66 62,3 divide a casa com > 4 pessoas 30 28,3

total (*1 dado perdido)l 106* 100,0

Número de filhos

Nulípera (sem filhos) 6 5,7 < 5 filhos 42 40,0 > ou igual a 5 filhos 57 54,3

total (**2 dados perdidos) 105** 100,0

Situação conjugal Solteira 10 9,3 casada/uniao livre 50 46,7 separada/divorciada 7 6,5 Viúva 40 37,4

Total 107 100,0

59

A caracterização sócio-demográfica das mulheres pós-menopausadas em

Feira de Santana, permite compreender um pouco a situação de vida que muitas

outras mulheres podem estar vivendo atualmente. Os resultados deste estudo

restringem-se a este grupo, logo, os achados não podem ser extrapolados para a

população. Apesar da amostra ter sido de conveniência, os resultados quanto à

baixa escolaridade são semelhantes aos encontrados em estudos por autores como

Costa-Paiva et al. (2003);Henriques (2005); Lorenzi et al. (2005) e Lorenzi e

Saciloto (2006). O baixo número de mulheres com alguma ocupação remunerada

(trabsalho) encontrado neste estudo (26,4%), confirma os achados do estudo de

Lorenzi e Saciloto (2006) no qual apenas 29,9% apresentaram alguma ocupação

remunerada.

Fatores como: não ter renda própria; estar desempregada; dividir a casa

com mais de 4 pessoas ou ter como renda familiar menos de um salário mínimo,

auxiliaram na caracterização do baixo nível sócio-demográfico encontrado neste

estudo.

A mulher por volta da meia-idade é direcionada a assumir funções que a

sobrecarregam, como por exemplo, a aposentadoria, que afeta a sua identidade, e

pais idosos que demandam cuidados (MORI, COELHO e ESTRELLA, 2006).

Avalund et al. (2003) falam da importância das relações sociais em idades mais

avançadas, todavia, faz-se necessário avaliar a singularidade de cada mulher:

conviver sob o mesmo teto com netos, genros e noras por necessidade pode não ser

prazeroso para ela. Baixos níveis sócio-demográficos associados a fatores como

cuidar dos netos, ter aposentadoria como a única fonte de renda da família, entre

outros podem consternar a vida da mulher nesta fase da vida.

5.3 CARACTERÍSTICAS BIOLÓGICAS GERAIS

O grupo estudado teve em média 59,6 anos, variando de 50 a 81 anos. O

peso dessas mulheres foi em média 64,3 Kg e a altura média 1,6 m. A menarca

aconteceu, em média, aos 13,4 anos de idade e a menopausa ocorreu por volta de

46 anos. As mulheres estudadas estão sem menstruar a cerca de 13 anos, sendo

que esse dado variou de 1 a 45 anos (Tabela 2).

60

Tabela 2 Distribuição das características biológicas gerais: idade, peso, altura, idade da menarca e idade da menopausa, em mulheres pós-menopausadas, atendidas em uma clínica de diagnóstico por imagem, Feira de Santana, Bahia, 2006.

A maioria do grupo estudado auto-referiu a cor da pele como negra (76,6%,

n=82,), possui idade menor que 65 anos (79,4%, n=85), teve a menarca aos 13 anos

ou mais (65,7%, n=69), e a menopausa com mais de 46 anos (59,4%, n=63),

conforme descrito na Tabela 3.

Tabela 3 Características biológicas gerais: cor, idade, menarca e menopausa, em

mulheres pós-menopausadas, atendidas em uma clínica de diagnóstico por imagem, Feira de Santana, Bahia, 2006.

Este estudo com mulheres pós-menopausadas contou com um demilitador

de exclusão para idade inferior a 50 anos ou menos, o que difere da literatura onde o

Média Mediana Desvio-padrão Moda Variância Mínimo Máximo

Características biológicas

Idade (anos) 59,6 58,0 6,97 múltiplas 48,5 50 81

Peso (Kg)** 64,3 62,0 11,72 65,0 137,3 44 100

Altura (m)** 1,6 1,6 0,05 1,61 0,0 1,46 1,71

Idade menarca** 13,4 13,0 1,7 13 2,9 10 17

Idade menopausa* 46,4 48,0 5,6 50 31,8 29 61 Tempo sem menstruar 13,1 12,0 8,2 12 66,6 1 45 **2 dados perdidos /*1 dado perdido

Características biológicas n Freqüência % Frequência

acumulativa %

Cor Negra (preto+pardo) 82 76,6 76,6 Branca 25 23,4 100,0

Total 107 100,0

Idade dicotomizada < 65 anos 85 79,4 79,4 >ou igual 65 anos 22 20,6 100,0

Total 107 100,0

Menarca dicotomizada

< 13 anos 36 34,3 34,3 > ou igual 13 anos 69 65,7 100,0

total (**2 dados perdidos) 105** 107

Menopausa dicotomizada < 46 anos 43 40,6 40,6 > ou igual 46 anos 63 59,4 100,0

total (*1 dado perdido) 106* 100,0

61

principal fator de inclusão nos estudos foi apenas estar na menopausa, ou seja,

amenorréia há pelo menos 1 ano (COSTA-PAIVA et al., 2003; LANZILLOTTI et al.,

2003; SANTOS-SÁ et a.l, 2004). Talvez por isso, a média de idade (59,63 anos) e a

mediana (58 anos) tenham sido diferentes do encontrado em outros estudos com

mulheres pós-menopausadas: média de 54 anos (COSTA-PAIVA et al., 2003;

LORENZI et al., 2005, LORENZI e SACILOTO, 2006) e mediana 51 anos (SANTOS-

SÁ et al., 2004). Henriques (2005), além da amenorréia há pelo menos um ano,

também delimitou a idade inicial em 40 anos, e a média da idade encontrada pelo

autor entre as mulheres estudadas foi de 57,4 anos.

A média de idade da menopausa encontrada foi de 46,4 anos, muito

próximo ao encontrado por Costa-paiva et al. (2003), 45,9 anos, Henriques (2005),

44,8 anos,Lorenzi et al. (2005), 47,7 anos, Lorenzi e Saciloto (2006), 47,9 anos. A

idade média da menarca encontrada no grupo estudado foi de, 13,4 anos, sendo

semelhante ao relatado por esses mesmos autores.

O número médio de gestações (6,4), de filhos nascidos (5,7) e de abortos

(2,0) foi diferente do observado por Costa-Paiva et al. (2003): 2,6 (gestações), 2,5

(partos) e 1,6 (abortos). Lorenzi e Saciloto (2006), semelhante ao resultado

verificado nesta pesquisa, relataram que 5,7% das mulheres pós-menopausadas

nunca engravidaram.

Amadei et al. (2006) relatam que a osteoporose atinge uma em cada

quatro mulheres na menopausa e que aos 65 anos, uma em cada três apresentará

osteoporose. Apesar de autores como Costa-paiva et al. (2003) e Henriques (2005)

terem observado prevalência de osteoporose e osteopenia em mulheres pós-

menopausadas, não foi encontrado neste estudo nenhum caso de osteoporose.

Todavia, a prevalência de osteopenia foi alta, 80,4%, confirmando a literatura que

cita a perda do volume ósseo neste período (CONSENSUS DEVELOPMENT

CONFERECE, 1993; FERNANDES et al., 2007b; HAWKER, 1996). Como já foi

descrito anteriormente, esse pode ter sido um viés de seleção visto que a amostra

estudada foi proveniente de uma clínica de diagnóstico por imagem.

Nenhuma das pesquisadas apresentava osteoporose, de acordo com o

laudo densitométrico emitido pela clínica de diagnóstico por imagem e segundo

classificação referida pela OMS (1994). Por isso, as participantes deste estudo foram

classificadas apenas em normais (19,6%, n=21) ou com osteopenia (80,4%, n=86).

62

Quanto à presença de doenças sistêmicas, as participantes referiram:

diabetes (6,5%, n=7), cardiopatias (7,5%, n=8), hipertensão (66,4%, n=71), alteração

na tireóide (2,8%, n=3), problemas gastrintestinais (19,6%, n=21), doença renal

(1,9%, n=2), artrite (13,1%, n=14), câncer (0,9%, n=1) e outras (18,7%, n=20). As

mulheres que referiram outras doenças (18,7%, n=20), citaram: artrose (9,3%,

n=10), doença de chagas (1,9% n=2), anemia falciforme (0,9% n=1), labirintite (3,7%

n=4), sinusite (1,9%, n=2), HTLV (0,9%, n=1).

Pode-se verificar ainda na Tabela 4 que muitas das participantes

queixavam-se de dores de coluna (83,2%, n=89). Apenas 17% (n=18) relataram a

ocorrência de fraturas, sendo que, conforme descrito nos formulários da pesquisa,

77,8% (n=14) das fraturas ocorreram por quedas e 22,2% (n=4) por acidentes, como

por exemplo, acidentes automobilísticos. As fraturas ocorreram nos seguintes locais:

pé (33,3%, n=6), punho (22,2%, n=3,7), braço (16,7%, n=3), joelho e mão (11,11%,

n=2), costela (5,6%, n=1), quadril (5,6%, n=1) e dedos (5,6%, n=1).

Quando questionadas sobre algum caso de osteoporose na família, 35,5%

(n=38) relataram já ter havido algum caso na família. Na Tabela 4 está também

detalhado o grau de parentesco destes familiares.

63

Tabela 4 Características biológicas gerais em mulheres pós-menopausadas, atendidas em uma clínica de diagnóstico por imagem, Feira de Santana, Bahia, 2006.

Características biológicas n Freqüência %

Doenças Hipertensão sim 71 66,4

não 36 33,6

Diabetes sim 7 6,5 não 100 93,5

Cardiopatias sim 8 7,5 não 99 92,5

Alteração na Tireóide sim 3 2,8

não 104 97,2 Câncer sim 1 0,9

não 106 99,1 Alterações

Gastrointestinais sim 21 19,6

não 86 80,4 Alteração Renal sim 2 1,9

não 105 98,1 Artrite sim 14 13,1

não 93 86,9 Outras Doenças sim 20 18,7

não 87 81,3 Total 107 100,0

Classificação Osteoporose segundo OMS Normal 21 19,6 Osteopenia 86 80,4 Osteoporose 0 100,0

Total 107

História de fratura Sim 18 17,0 Não 88 83,0

total (*1 dado perdido) 106

Região da fratura Braço 3 16,7

Pé 6 33,3 Dedo 1 5,6 joelho e mão 2 11,1 Punho 4 22,2 Quadril 1 5,6 Costela 1 5,6

total(excluídos aquelas sem história de fratura = 88) 18 100,0

Dores de coluna Sim 89 83,2 Não 18 16,8

Total 107

Caso de osteoporose na família Sim 38 35,5 Não 69 64,5

Total 107 100,0

Grau de parentesco mãe/pai 21 52,5 Irmãos 13 32,5 tios/primos 3 7,5 Avós 3 7,5

total (excluídas aquelas sem caso na família = 67) 40 100,0

64

A ocorrência de fraturas é bastante comum (CONSENSUS DEVELOPMENT

CONFERECE, 1993), diferindo do que foi observado no grupo, onde apenas 17%

das participantes relataram história de fratura. Fatores genéticos são fatores de risco

para osteoporose, principalmente história materna de fratura de colo femural e/ou

osteoporose (KRANE e HOLICK, 1988; PINTO NETO et al., 2002). No grupo

estudado, houve baixo percentual de história familiar de osteoporose (35,5%) e esse

achado pode estar relacionado com a ausência de casos de osteoporose. Nas

mulheres, a rápida ascensão de fraturas nas vértebras, que inicialmente são

associadas à menopausa, são seguidas, com freqüência, por fraturas de punho e

quadril, as quais estão mais relacionadas com a idade avançada (HAWKER, 1996).

A fratura de quadril na osteoporose pode ocorrer em 90% dos casos devido a

quedas (PINTO NETO et al., 2002). No presente estudo, é provável que o baixo

índice de fraturas, esteja associado à ausência de osteoporose entre as mulheres

estudadas. Assim, seria conveniente a continuidade do acompanhamento destas

mulheres para verificar se esses casos de osteopenia evoluirão para osteoporose,

com o avançar da idade.

5.4 CARACTERÍSTICAS BIOLÓGICAS DE SAÚDE BUCAL

A Tabela 5 demonstra a situação de saúde bucal em relação a dentes3 e

raízes examinadas e ao índice CPO-D4. A média de dentes presentes em boca na

hora do exame foi de 12,8 dentes, sendo este valor muito próximo da mediana

(12,0), o que indica consistência dos dados. Quanto às raízes examinadas, verificou-

se que a média e a mediana também foram bem próximas, 5,8 e 5,0,

respectivamente. A distribuição de cárie, quando medida através do CPO-D,

demonstra uma realidade muito precária: cerca de 20,6 dentes, em média foram

acometidos pela doença cárie.

3 Ao dizer dente(s), considerou-se a avaliação da(s) coroa(s) como determina o índice CPO-D (APÊNDICE C). 4 Excluiu-se da análise todos os dentes perdidos por outras razões.

65

Tabela 5 Distribuição das características biológicas de saúde bucal: dentes presentes na boca, índice CPO-D e raízes examinadas em mulheres pós-menopausadas, atendidas em uma clínica de diagnóstico por imagem, Feira de Santana, Bahia, 2006.

O gráfico 01 caracteriza a situação das coroas (dentes) e raízes quanto à

história de cárie nestas mulheres. Pode-se observar que o percentual acometido

por cárie foi maior entre as coroas do que entre as raízes. Verificou-se que 21,20%

das coroas estavam obturadas, enquanto apenas 5,46% das raízes estavam-se

neste estado. A situação de cárie atual também apresentou grande diferença:

12,87% das coroas contra apenas 3, 69% das raízes. Pode-se, portanto, afirmar

que a prevalência de cárie foi maior entre as coroas do que entre as raízes

examinadas.

82,66%

63,30%

3,69%

12,87%

5,46%21,20%

8,19%2,63%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Dentes Raízes

excluídos

obturados

cariados

hígidos

Gráfico 1 Distribuição percentual de dentes e raízes hígidos, cariados, obturados e excluídos, em relação ao total de coroas e raízes examinadas das mulheres pós-menopausadas, atendidas em uma clínica de diagnóstico por imagem, Feira de Santana, Bahia, 2006.

Média Mediana Desvio-padrão Moda Variância Mínimo Máximo

Saúde Bucal

Dentes presentes na boca 12,8 12,00 7,20 12 51,9 0 29

CPO-D 20,6 23,00 8,83 múltiplas 77,9 0 32

Raízes examinadas 5,8 5,00 3,99 múltiplas 15,9 0 23

Coroas

66

O Gráfico 2, retrata a história de cárie nestas mulheres, observando

apenas os dentes que compõem o índice CPO-D. A ausência de dentes, ou seja,

perdidos, representou quase 79% da composição do índice, caracterizando não só a

história passada da doença cárie, mas revelando um histórico de prática mutiladora

da Odontologia sofrido por estas mulheres. Neste estudo, pode-se afirmar que os

dentes perdidos ocorreram por causa da cárie, pois durante o exame clínico era

questionada a causa da perda da unidade dentária. As mulheres pós-menopausadas

estudadas citaram, por exemplo, a perda por cárie como: “apodrecimento”, “dente

furado”, “estragado” e a perda dentária por doença periodontal como: “dente mole”,

“piorréia”, “aquela doença que destrói a raiz do dente e ele cai”. Portanto, para

análise do componente perdido do CPO-D, excluiu-se os dentes perdidos por outras

razões. Os dentes obturados com cárie ativa (obturados/cariados) representaram

25% do total de dentes cariados (Gráfico 3)

7,96% (n=176)

78,90% (n=1743)

13,12% (n=290)

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

TOTAL dentes CPO

OBTURADOS

PERDIDOS

CARIADOS

Gráfico 2 Distribuição percentual de dentes cariados, perdidos e obturados na composição do

índice CPO-D, nas mulheres pós-menopausadas, atendidas em uma clínica de diagnóstico por imagem, Feira de Santana, Bahia, 2006.

67

75%

25%

cariados apenas obturados/cariados

Gráfico 3 Distribuição percentual de dentes obturados/cariados e cariados apenas no

total de dentes cariados das mulheres pós-menopausadas, atendidas em uma clínica de diagnóstico por imagem, Feira de Santana, Bahia, 2006.

A meta da OMS para 2010 é que pelo menos 50% das pessoas de 65 a

74 anos tenham pelo menos 20 dentes funcionais na boca. No presente estudo,

apenas 20% do grupo de mulheres pós-menopausadas alcançou essa meta (Gráfico

4).

A OMS não especifica uma classificação para o CPO-D no grupo etário

de 50 a 64 anos nas análises epidemiológicas, todavia, neste estudo, foram feitas

três categorizações. A primeira categoria envolveu todas as mulheres estudadas, de

acordo com a classificação da OMS para o grupo de 64 a 75 anos, segundo a qual,

50% das pessoas nesta faixa etária deverão ter pelo menos 20 dentes funcionais

presentes na boca no ano de 2010. No presente estudo, verificou-se que 80,0% das

mulheres não atingiram esta meta. A segunda categorizou o índice CPO-D

encontrado pelos valores semelhantes ao preconizado pela OMS para o grupo de 35

a 44 anos segundo a qual são considerados altos, os índices CPO-D acima de 13,9.

O percentual de mulheres pós-menopausadas estudadas com CPO-D acima de

13,9, foi de 80,4%. Na terceira categoria, foram feitas comparações com o SB Brasil

(BRASIL, 2004b) tendo sido o grupo estudado dividido em: CPO-D igual a zero e

CPO-D maior que zero. Esses dados estão expostos na Tabela 6.

Apenas 11,07% da população de 64 a 75 anos da região nordeste

alcançou a meta da OMS(BRASIL, 2004b). Mesas, Andrade e Cabrera (2006),

verificaram no grupo estudado, que apenas 8,8% das mulheres idosas possuíam 20

dentes ou mais. Fica evidente que estes valores são muito distantes da meta da

68

OMS para 2010, que é 50%. A falta de dentes trás impactos negativos tanto para a

auto-estima das pessoas quanto dificulta a alimentação, principalmente em idosos.

80%

20%

POSSUÍA 20 OU + DENTES

POSSUÍA MENOS DE 20 DENTES PRESENTES

Gráfico 4 Distribuição percentual de mulheres pós-menopausadas atendidas em uma clínica de diagnóstico por imagem, que possuíam 20 ou mais dentes presentes na boca, Feira de Santana, Bahia, 2006.

Tabela 6 Distribuição prevalência de cárie medida pelo CPO-D, segundo critérios da

OMS, classificação pelo SB Brasil e categorizado em mulheres pós-menopausadas, atendidas em uma clínica de diagnóstico por imagem, Feira de Santana, Bahia, 2006.

Nesta pesquisa, apenas 3,7% das mulheres possuía CPO-D igual a zero

(Tabela 6), diferente do encontrado na região nordeste, em 2003, na idade 64 a 75

anos apenas 0,35% da população apresentava este CPO-D (BRASIL, 2004b).

Saúde Bucal n Freqüência %

Meta OMS (50% população idade > = 65 com 20 ou + dentes funcionais)

<20 dentes funcionais 86 80,0 > ou igual a 20 dentes funcionais 21 20,0

Total 107 100,0

CPO-D pelo SB Brasil (2004)

CPO-D = 0 4 3,7 CPO-D > 0 103 96,3

Total 107 100,0

CPO-D categorizado

muito baixo (< 5) 8 7,5 baixo (5-8,9) 6 5,6 moderado (9-13,9) 7 6,5 Alto( > 13,9) 86 80,4

Total 107 100,0

POSSUIA 20 OU + DENTES PRESENTES

POSSUIA MENOS DE 20 DENTES PRESENTES

69

A condição de saúde bucal dessas mulheres pós menopausadas não é

favorável. Dentre elas, 100% necessita de prótese em pelo menos uma das arcadas

e 34,6% delas não utiliza nenhum tipo de prótese para substituir os elementos

perdidos. A distribuição do uso e necessidade de prótese dentária está descrita na

Tabela 7. Foi observado que 35,5% destas mulheres possuem pelo menos uma

arcada edêntula, ou seja, sem dentes presentes e a arcada superior foi a mais

prevalente, constituindo 84,2% do total de arcadas edêntulas (Tabela 7).

Tabela 7 Edentulismo, uso e necessidade de prótese dentária, em mulheres pós-menopausadas, atendidas em uma clínica de diagnóstico por imagem, Feira de Santana, Bahia, 2006.

Saúde Bucal n Freqüência %

Necessidade de Prótese Sim 107 100,0 Não 0 0,0

Total 107 100,0

Necessidade de prótese por arcada

Apenas na Superior 3 2,8 Apenas na Inferior 4 3,7

Superior e inferior 100 93,5 Total 107 100,0

Necessidade de prótese (arcada superior) 01 PF ou PPR ( 01 elemento) 3 2,9 01 PF ou PPR (+ de 01 elemento) 7 6,8

COMBINAÇÃO de próteses (+ de 01 elemento)

56 54,4

PRÓTESE TOTAL 37 35,9

total * ( excluídos os que não necessitam na superior = 4)

103* 100,0

Necessidade de prótese ( arcada inferior) 01 PF ou PPR ( 01 elemento) 3 2,9 01 PF ou PPR (+ de 01 elemento) 4 3,8 COMBINAÇÃO de próteses (+ de 01 elemento)

90 86,5

PRÓTESE TOTAL 7 6,7

total ** (excluídos os que não necessitam na inferior = 3)

104** 100,0

Uso de prótese

Sim 70 65,4 Não 37 34,6

Total 107 100,0

Uso de prótese por arcada

Apenas Superior 46 65,7 Apenas Inferior 3 4,3 Superior e inferior 21 30,0

total *** (excluídos os que não usam= 37) 70*** 100,0

Edentulismo

Sim 38 35,5 Não 69 64,5

Total 107 100,0

Edentulismo por arcada

Superior 32 84,2 Inferior 3 7,9 Superior e inferior 3 7,9

total (**** excluídos os não edêntulos =69) 38**** 100,0

70

O edentulismo está associado, principalmente, aos baixos níveis sócio-

demográficos (PERTERSEN e YAMAMOTO, 2005). Watt e Sheiham (1999), afirmam

que no Reino Unido o edentulismo é um grande marcador de iniqüidade social.

“Dificuldades de acesso à assistência odontológica e a naturalização da

perda dentária constituem fatores sociais e culturais fortemente imbricados que

resultam em edentulismo precoce (HIRAMATSU, TOMITA e FRANCO, 2007, p.

1051)”.

No grupo avaliado, o percentual de edentulismo foi considerado alto

(35,5%), semelhante ao relatado por autores como: Watt e Sheiham, (1999) 25%,

Torres, (2003) 30,5%. Valores mais altos foram relatados por Mesas, Andrade e

Cabrera, (2006), 43,1% de edentulismo no grupo estudado. Rosa et al., (1992)

verificaram que 65% dos idosos domiciliados e 84% dos idosos de instituições

estavam nesta condição de edentulismo.

Considerando o percentual de edentulismo por arcada, Mesas, Andrade e

Cabrera (2006), observaram que a arcada superior foi mais prevalente, com 64,%,

enquanto que na arcada inferior, foi de 45,3%. No grupo de mulheres pós-

menopausadas estudadas, a arcada superior também foi mais prevalente,

apresentando o percentual de edentulismo de 84,2% contra 7,9% na arcada inferior.

Ainda neste grupo de mulheres, verificou-se que o edentulismo em ambas as

arcadas aconteceu em 7,9% dos casos.

A situação de saúde bucal encontrada no grupo de mulheres pós-

menopausadas acima de 50 anos foi preocupante, mas não muito diferente do

encontrado, na literatura brasileira, sobre adultos e idosos. Os achados deste estudo

reiteram a afirmação de Peres, Narvai e Calvo (1997) que diz ser a cárie dentária

uma doença de grande prevalência na cavidade bucal.

O perfil de saúde de pacientes examinados em relação à cárie varia de

acordo com: área de abrangência da prática profissional, fatores socioeconômicos e

cuidados para acesso às práticas das políticas públicas. (PITTS, FEJERSKOV e

FEHR, 2005).

É importante ressaltar que alguns estudos utilizados nesta discussão,

quanto ao índice CPO-D, não categorizam por sexo, portanto, algumas comparações

serão feitas somente em relação aos grupos etários.

71

Em relação à média de CPO-D, encontrou-se nesta pesquisa em

mulheres pós-menopausadas o valor de 20,6. Apesar de terem sido encontrados

valores semelhantes em outros trabalhos, comparações devem ser evitadas, pois

não existe padronização quanto à faixa etária.

Em 1980, na cidade de são Paulo, a média CPO-D de pessoas entre 50-

59 anos foi de 26,49 dentes (PINTO, 1983). Em 1986, segundo Brasil (2006) ocorreu

o primeiro levantamento epidemiológico da área de saúde bucal com abrangência

nacional, embora restrito à zona urbana, tendo sido encontrado, na faixa dos 50 aos

59 anos a media CPO-D de 27,21 dentes.

Rosa et al. (1992) estudaram as condições de saúde bucal no grupo

populacional com 60 anos ou mais, na cidade de São Paulo em 1989 e observaram

CPO-D de 29,03 para os idosos examinados no domicílio e, entre idosos

examinados nas instituições, CPO-D de 30,97.

Em 2000, o grupo de idosos com idade entre 65-74 anos apresentou

CPO-D médio de 29,5 (GOMES et al., 2004).

Em 2003, nas pessoas examinadas pelo projeto SB Brasil (BRASIL,

2004b), a média do CPO-D foi de 27,8 dentes entre o grupo de 65 a 74 anos. Ainda

em 2003, verificou-se entre pessoas de 65-74 anos, uma média CPO-D de 31,09

(SILVA, SOUZA e WADA, 2004).

Em 2005, Henriques (2005) avaliou a condição de saúde bucal de

mulheres pós-menopausadas e verificou uma média do índice CPO-D de

26,7dentes. Ainda neste ano, um grupo de idosos entre 60 a 74 anos de Londrina,

apresentou índice CPO-D médio de 27,9 (MESAS, ANDRADE e CABRERA, 2006).

Pertersen e Yamamoto (2005), afirmam que mundialmente a saúde oral

inadequada da população idosa está refletida em altos índices de CPO-D, incluindo

o componente perdido. No grupo de mulheres pós-menopausadas estudadas, o

componente perdido representou 78,90% do índice. Esse alto percentual do

componente perdido, também é verificado na literatura por outros autores: 89,3% em

mulheres de 60 a 74 anos (MESAS, ANDRADE e CABRERA, 2006); 91,79%

considerando a faixa etária de 65-74 anos, em cidades com mais de 100.000

habitantes (BRASIL, 2004); 92,64% (SILVA, SOUZA e WADA, 2004); 93,5% para

idosos domiciliados e 96,1% para idosos asilados (ROSA et al., 1992); 93%

(GOMES et al., 2004); 89,58% (PINTO, 1983).

72

Todas as mulheres examinadas necessitavam de prótese dentária para

reposição de um ou mais elementos dentários perdidos. Destas, apenas 65,4%

utilizava prótese. Silva, Sousa e Wada (2004) que relatam que, em seu estudo com

62 idosos, 52,48% utilizava prótese total.

No arco superior, 54,4%, das mulheres estudadas necessita de uma

combinação de próteses e 35,9% delas, necessita de próteses totais. No arco

inferior, 86,5% das mulheres necessitam de uma combinação de próteses; enquanto

6,7%, necessita de próteses totais para repor mais de um elemento perdido. Estes

achados opõem-se aos dados relatados por Brasil (2004b) que verificou a

necessidade de combinação de próteses em apenas 15,66% dos casos e de 21,28%

de próteses totais, para o arco superior e, para o arco inferior, 24,62% de

combinação de próteses e 26,77% próteses totais. Silva, Souza e Wada (2004)

observaram a necessidade de 48,51% de próteses totais, no arco superior e, 35,64%

no arco inferior.

Identificou-se ainda que 34,6% das mulheres necessitavam de prótese e

não utilizavam. Esses achados podem ser bons indicadores para nortear o

planejamento de ações nos Centros de Especialidades Odontológicas (CEOs) para a

saúde bucal destas mulheres.

Moreira, Nations e Alves (2007) descrevem sobre a relação entre

condições bucais e desigualdades sociais. Para estes autores, a dentição reflete, em

sua maioria, a capacidade e oportunidade que a pessoa tem, ou não, em superar as

dificuldades sociais. Eles ainda acrescentam que ser pobre e ter aparência bucal

precária amplifica as desigualdades existentes, contribuindo para continuar o ciclo

vicioso do estigma, discriminação e exclusão social.

Os impactos negativos de perdas dentárias e do uso de próteses

inadequadas geram conseqüências negativas na qualidade de vida, como estresse

emocional e vergonha (SOUZA E SILVA et al., 2007). Almeida e Souza (2006)

afirmam que a perda dentária deve ser discutida em seu caráter cultural, uma vez

que o edentulismo não é conseqüência natural do envelhecimento como acreditava-

se no passado.

Unfer et al. (2006) citam que a perda dos dentes, associada a redução

salivar em idosos, diminui a capacidade de mastigar e deglutir adequadamente o

alimento. Os autores acrescentam que a perda destas unidades dentárias pode levar

73

a danos psíquicos, além de implicações estéticas e problemas de saúde devido ao

prejuízo na mastigação.

Na pesquisa sobre ‘perda dentária e seu significado na qualidade de vida

de adultos’, ocorrida em Belo Horizonte, Vargas e Paixão (2005) mencionam que os

problemas gerados pela perda dentária são tanto funcionais quanto psicossociais.

Eles referem, por exemplo, desde dificuldade em falar, mastigar, mudança no

comportamento, insatisfação com a aparência, prejuízo na aceitação social, até

dificuldade de acesso ao mercado de trabalho.

5.5 CARACTERÍSTICAS COMPORTAMENTAIS

Quando questionadas sobre seus hábitos e estilo de vida, as mulheres

pós-menopausadas relataram em sua maioria: não fumar (72,9%, n=78), não

consumir álcool (72,9%, n=78) e não realizar atividade física (70,2%, n=73),

conforme especificado nos formulários preenchidos da pesquisa. Consumir café

diariamente (92,5%, n=99), não consumir refrigerante (80,4%, n=86), consumir

açúcar (80,2%, n=86) e não usar adoçante (67,9%, n=72) (Tabela 8) foram relatos

das participantes do estudo.

Quanto a atividade física, 31 mulheres pós-menopausadas relatou praticar

alguma atividade física. Destas 31 mulheres, a maioria, 96,67% (n=30), realizava

algum tipo de atividade aeróbica, sendo que o preconizado para prevenção da

osteoporose é a prática de musculação.

O uso medicações foi relatado por 80,4% (n=86) das participantes do

estudo. Ainda considerando o total da amostra, 23,4% delas (n=25) fazia tratamento

hormonal para prevenção de osteoporose. O uso de anticoncepcional no passado foi

referido pela maioria das participantes (60,7%, n=65).

Elas relataram ainda, escovar os dentes duas ou mais vezes ao dia

(92,5%, n=99) (Tabela 9).

74

Tabela 8 Características comportamentais em mulheres pós-menopausadas, atendidas em uma clínica de diagnóstico por imagem, Feira de Santana, Bahia, 2006.

Características comportamentais n Freqüência %

Uso de medicação Sim 86 80,4 Não 21 19,6

Total 107 100,0

Uso de TRH

Sim 25 23,4 Não 82 76,6

Total 107 100,0

Uso de anticoncepcional no passado

Sim 65 60,7 Não 42 39,3

Total 107 100,0

Tabagismo Sim 29 27,1

Não 78 72,9 Total 107 100,0

Consumo de bebidas alcoólicas Sim 29 27,1 Não 78 72,9

Total 107 100,0

Consumo de café diário Sim 99 92,5 Não 8 7,5

total (*** 03 dados perdidos) 104*** 100,0

Quantidade de café

até uma xícara diariamente 39 39,4 + de uma xícara diariamente 60 60,6

total (**** 08 dados perdidos) 99**** 100,0

Consumo de refrigerante Sim 21 19,6 Não 86 80,4

Total 107 100,0

Consumo de açúcar Sim 86 80,2 Não 21 19,8

total (* 1 dado perdido) 106* 100,0

Consumo de adoçante Sim 34 32,1 Não 72 67,9

total (* 1 dado perdido) 106* 100,0

Exposição ao sol Sim 53 50,0 Não 53 50,0

total (* 1 dado perdido) 106* 100,0

Atividade física Sim 31 29,8 Não 73 70,2

total (*** 3 dados perdidos) 104*** 100,0

75

Conforme relatado anteriormente, nenhuma das mulheres avaliadas

apresentava osteoporose, mas a osteopenia foi verificada em 80,4% delas.

Entretanto, na literatura, não são encontrados fatores predisponentes à osteopenia

mas sim para a osteoporose (CONSENSUS DEVELOPMENT CONFERENCE,1993;

FERNANDES 2007b; HAWKER, 1996; LANZILLOTTI et a.l, 2003; PINTO-NETO,

2002). Objetivando uma interpretação mais aprofundada dos dados e apesar de não

ser o objetivo do estudo, utilizou-se da análise estatística univariada para verificar a

existência de alguma correlação entre fatores predisponentes à osteoporose e

fatores predisponentes à cárie. Não foi encontrado nenhum valor estatisticamente

significante (TABELAS 9 e 10).

76

Tabela 9 Prevalência de Cárie em mulheres pós-menopausadas, atendidas em uma clínica de diagnóstico por imagem, Feira de Santana, Bahia, 2006.

Não alcançou meta OMS

( < 20 dentes em condições funcionais presentes na boca)

Variáveis N n % RP IC (95%) Valor de p

Orientação sobre higiene bucal Não 67 54 80,6 0.95 (0,79-1,12) 0,56 Sim 40 34 85,0 * * *

Total 107 88 82,24

Freqüência escovação menos de 2 vezes ao dia 8 8 100,0 1.24 (1,12-1,36) 0,34 duas ou + vezes ao dia 99 80 80,8 * * *

Total 107 88 82,2

Número de refeições diárias mais de 3 refeições diárias 87 74 85,0 0.82 (0,60-1,11) 0,11 até 3 refeições diárias 20 14 70,0 * * *

Total 107 88 82,2

Assistência Odontológica posto saúde 34 30 88,2 1.11 (0,93-1,31) 0,41 particular/plano 73 58 79,4 * * *

Total 107 88 82,2

Idade > 65 anos 22 19 86,3 1.06 (0,87-1,29) 0,75 < 65 anos 85 69 81,1 * * *

Total 107 88 82,2

Escolaridade até fundamental 80 64 80,0 0.90 (0,75-1,06) 0,39 médio/superior 27 24 88,8 * * *

Total 107 88 82,2

Renda familiar até 1 salário mínimo 7 6 85,7 1,04 (0,76-1,43) 1 + de 1 salário mínimo 100 82 82,0 * * *

Total 107 88 82,2

Filhos ter filhos 99 81 81,8 0.93 (0,70-1,23) 1 não ter filhos 8 7 87,5 * * *

Total 107 88 82,2

77

Tabela 10 Prevalência de Osteopenia em mulheres pós-menopausadas, atendidas em uma

clínica de diagnóstico por imagem, Feira de Santana, Bahia, 2006.

Osteopenia Variáveis N n % RP IC (95%) Valor de p

Escolaridade até fundamental 80 64 80,0 0.98 (0,79-1,21) 0,98 médio/superior 27 22 81,5 * * *

Total 107 86 80,4

Renda familiar até 1 salário mínimo 7 5 71,4 0,88 (0,54-1,42) 0,62 + de 1 salário mínimo 100 81 100,0 * * *

Total 107 86 80,4

Conhecimento sobre osteoporose Não 5 5 100,0 1.26 (1,14-1,39) 0,58 Sim 102 81 79,4 * * *

Total 107 86 80,4

Uso de TRH Não 82 66 80,5 1,00 (0,80-1,25) 0,95 Sim 25 20 80,0 * * *

Total 107 86 80,4

Atividade física Não 73 61 83,6 1.18 (0,91-1,50) 0,14 Sim 31 22 71,0 * * *

total*** 3 dados perdidos 104 83 79,8

Tabagismo Sim 29 27 93,1 1.23 (1,04-1,44) 0,05 Não 78 59 75,6 * * *

Total 107 86 80,4

Consumo de bebidas alcoólicas Sim 29 23 79,3 0.9819 (0,79-1,21) 0,86 Não 88 63 71,6 * * *

Total 107 86 80,4

Consumo de café + de uma xícara/dia 60 47 78,3 0.93 (0,76-1,11) 0,44 até 1 xícara/dia 39 33 84,6 * * *

Total **** 8 dados perdidos 99 80 80,8

Exposição ao sol Não 53 44 83,0 1.05 (0,87-1,25) 0,62 Sim 53 42 79,2 * * *

total * 1 dado perdido 106 86 81,10

Última visita ao ginecologista mais de um ano 39 32 82,10 1,03 (0,85-1,24) 0,74 menos de um ano 68 54 79,4 * * *

Total 107 86 80,4

Ocorrência de fratura Sim 18 16 88,90 1.13 (0,93-1,38) 0,51 Não 88 69 78,40 * * *

total * 1 dado perdido 106 85 80,2

Cor Branca 25 20 80,0 0.99 (0,79-1,24) 0,95 negra (branco+pardo) 72 66 91,7 * * *

Total 107 21 19,6

78

Apesar de Newton e Bower, (2005) terem demonstrado que fatores sócio-

ambientais têm impacto na saúde oral e Diehnelt e Kiyak (2001) terem relatado

correlações entre CPOD e consumo de açúcar, neste estudo não foi observada

nenhuma associação destes fatores com a cárie dentária na análise bivariada

(Tabela 9). Autores como Fejerskov (2004); Sheiham e Fejerskov, 2005 afirmam que

a cárie dentária é resultado de um processo extremamente complexo, portanto, difícil

interpretar dados de associação.

Dentre os fatores de risco para a Osteoporose descritos na literatura,

pode-se citar: ser branca (FERNANDES, 2007b; HAWKER, 1996), tabagismo

(CONSENSUS DEVELOPMENT CONFERENCE,1993; FERNANDES 2007b;

HAWKER, 1996; PINTO-NETO et al., 2002), consumo de bebidas alcóolicas

(CONSENSUS DEVELOPMENT CONFERENCE,1993; FERNANDES 2007b;

HAWKER, 1996; LANZILLOTTI et al, 2003; PINTO-NETO et al., 2002), ter idade

avançada e estar na menopausa (CONSENSUS DEVELOPMENT

CONFERENCE,1993; PINTO-NETO et al., 2002), ingerir café (FERNANDES et al.,

2007b; HAWKER, 1996), falta de exposição diária ao sol (LANZILLOTTI et al., 2003),

ausência de prática regulares de exercícios físicos (FERNANDES et al., 2007b;

LANZILLOTTI et al., 2003; PINTO-NETO et al., 2002), além do histórico familiar de

osteoporose (CONSENSUS DEVELOPMENT CONFERENCE,1993; LANZILLOTTI

et al., 2003; PINTO-NETO et al., 2002).

O tabagismo foi pouco prevalente (27,1%) entre as mulheres estudadas,

assim como verificado por Lorenzi e Saciloto ( 2006), que foi 21,7%. Henriques

(2005) verificou um percentual ainda menor de fumantes (11%).

A análise univariada não demonstrou associação entre os fatores de risco

para osteoporose descritos na literatura e a osteopenia. Semelhante ao que foi

verificado neste estudo, Costa Paiva et al. (2003) também não verificaram valores

significantemente estatísticos quando analisaram as variáveis tabagismo e cor, em

associação com osteoporose/osteopenia. Todavia, Costa-Paiva et al. (2003)

observaram que mulheres com baixa escolaridade apresentam mais osteoporose ou

osteopenia, quando comparadas com as com maior escolaridade.

O uso de TRH como preventivo para osteoporose é muito divulgado na

literatura (FERNANDEZ et al., 2007b; LEITE, 1999). Assim como neste estudo,

Costa-Paiva et al. (2003) não encontraram relação entre TRH e redução da DMO.

Os autores sugerem que tais achados podem ser decorrentes do pouco tempo de

79

uso do medicamento pelas participantes ou viés de memória. Já Lanzillotti et al.

(2003) afirmaram que a ausência de TRH é fator de risco para osteoporose. Diante

do exposto, verifica-se que não há consenso na literatura sobre o assunto. Do total

de participantes desta pesquisa, apenas 23,4% fazia uso de TRH, todavia, 60,7% fez

uso de anticoncepcional no passado. Cabe salientar que não foi verificado nenhum

caso de osteoporose no grupo estudado. Estes dados sugerem que o uso de TRH

pode não ser fator preventivo para osteoporose. Lorenzi e Saciloto (2006)

encontraram o uso de TRH em 22,9% dos casos avaliados, o que assemelha-se aos

achados desta pesquisa. Nas amostras avaliadas por Costa-Paiva et al. (2003) e

Henriques (2005) verificou-se quase o dobro de mulheres utilizando TRH, 64% e

56%, respectivamente. Mais estudos são necessários para verificar a real

legitimidade desse tipo de tratamento para prevenção de osteoporose.

Apenas 17% do grupo estudado relatou fraturas anteriores. As fraturas e

suas complicações são manifestações clínicas comuns em mulheres portadoras de

osteoporose (CONSENSUS DEVELOPMENT CONFERENCE, 1993; MIYAUCHI,

2004).

Segundo Costa-Paiva et al. (2003) e Fernandes et al.(2007b) são mais

comuns as fraturas de quadril, vértebras e punho, sendo, segundo Costa-Paiva et al.

(2003) a fratura de quadril a pior manifestação da osteoporose. No grupo de

mulheres estudado, a fratura mais freqüentemente relatada ocorreu no pé (33,3%),

seguida do punho (22,2%). Fratura de quadril ocorreu em apenas 5,6% deste grupo.

5.6 ASSISTÊNCIA MÉDICA E ODONTOLÓGICA.

Os dados referentes a assistência médica e odontológica estão descritos na

Tabela 11. A última visita ao ginecologista ocorreu a menos de um ano, em 63,6%

dos casos (n=68), entre 1-2 anos em 28% (n=30) e há mais de 02 anos em 8,4%

(n=9). A menopausa cirúrgica foi relatada por 61,7% (n= 66) do grupo.

A maioria das entrevistadas relatou conhecer sobre a osteoporose (95,3%,

n=102). Quando questionadas sobre onde receberam a informação sobre a doença,

foi relatado: meios de comunicação (35,1%, n=34), médico (32%, n=31),

amigos/conhecidos/familiares (24,7%, n=24) e serviços de saúde/campanhas (8,2%,

n=8).

80

Quanto ao tipo de assistência odontológica, as participantes do estudo

relataram utilizar: particular (50,5%, n=54), postos de saúde (31,8%, n=34) e planos

de saúde (17,8%, n=19).

O tipo de orientação sobre higiene bucal recebida nesses locais foi também

questionado. Dentre elas, 62,6% (n=67) relatou nunca ter recebido orientação sobre

higiene bucal, sobre como escovar os dentes (66%, n=70), quando escovar os

dentes (70,8%, n=75), sobre o uso de fio dental (70,8%, n=75) ou sobre o consumo

de açúcar (82,1%, n=87).

Em relação à última visita ao dentista, esta ocorreu há mais de dois anos para

50,0% delas (n=53). A maioria das mulheres afirmou não realizar consultas

periódicas com o dentista (86%, n=92).

A maneira diferente que mulheres e homens adoecem, em função de

diferenças biológicas e também através da organização social das relações de

gênero fez surgir no Brasil um movimento de luta das mulheres para inclusão de

questões específicas da mulher nos serviços de saúde (BRASIL, 2004a).

Inicialmente, nas primeiras décadas do século XX, esse serviço foi limitado às

demandas relativas à gravidez e ao parto. Com o PAISM, Programa de Assistência

Integral à Saúde da Mulher, em 1984, ampliou-se a assistência, incluindo ações

educativas, preventivas, de diagnóstico, tratamento e recuperação, englobando a

assistência à mulher em clínica ginecológica, no pré-natal, parto e puerpério, no

climatério, em planejamento familiar, DST, câncer de colo de útero e de mama, além

de outras necessidades identificadas a partir do perfil populacional das mulheres

(BRASIL, 2004a). Desde então, o Ministério da Saúde tem buscado incorporar nas

ações da sua rede, serviços que incluam a atenção integral à mulher.

A busca das mulheres pelos serviços de ginecologia foi mais freqüente do

que quando observados, especificamente, os serviços de odontologia. A visita ao

ginecologista no último ano (63,6%) foi maior que ao dentista (17,9%) no grupo

estudado. Muitas podem ser as razões para essa maior procura ao médico, como

medo do dentista (essa população que hoje tem 50 anos ou mais conviveu com uma

odontologia que realizava muitas extrações dentárias), valorização do profissional

médico, maior acesso aos serviços médicos, entre outros.

Apesar da existência do Sistema Único de Saúde (SUS) que garantiu à

população brasileira um sistema de saúde universal, gratuito e que ofereça

81

assistência integral aos brasileiros (BRASIL, 1988), muitos brasileiros ainda não tem

tido acesso aos serviços de odontologia.

Apenas em 2000 o Ministério da Saúde incluiu o cirurgião-dentista na

Estratégia de Saúde da Família (BRASIL, 2000). Em 2004, ampliou a capacidade de

oferta de serviços alta complexidade através do Programa Brasil Sorridente,

abrangendo a confecção de próteses dentárias, e através dos CEOs, com

procedimentos especializados de periodontia, endodontia, ortodontia, além de

atendimento a pacientes especiais (BRASIL, 2006).

Assim, teoricamente o acesso aos serviços de saúde, especificamente de

odontologia estaria ampliado. Todavia, a maioria das mulheres pós-menopausadas

do grupo estudado, em Feira de Santana, referiu utilizar o serviço de saúde privado

(68,2%) quando fizeram referência ao serviço odontológico. Diversos fatores podem

estar levando a essa maior procura ao serviço privado de odontologia: um passado

de realizações, apenas de exodontias no serviço publico, desconhecimento da

população sobre os serviços oferecidos no Sistema Único de Saúde, baixa cobertura

destes serviços no município de Feira de Santana, entre outros. Entretanto, não foi o

objetivo deste estudo estudar o acesso destas mulheres ao serviço de odontologia

no SUS.

82

Tabela 11 Assistência médica / odontológica e informações de saúde em mulheres pós-menopausadas, atendidas em uma clínica de diagnóstico por imagem, Feira de Santana, Bahia, 2006.

Assistência médica / odontológica informações de saúde n Freqüência %

Última visita ao ginecologista menos de um ano 68 63,6 mais de um ano 39 36,4

Total 107 100,0

Última visita ao dentista

menos de um ano 19 17,9 mais de um ano 87 82,1

total (* 1 dado perdido) 106* 107

Conhecimento sobre osteoporose

Sim 102 95,3 Não 5 4,7

Total 107 100,0

Tipo de menopausa Ciúrgica 66 61,7 Natural 41 38,3

Total 107 100,0

Modo de informação sobre osteoporose

amigos/conhecidos/família 24 24,7 serviços de saúde/campanhas 8 8,2 Médico 31 32,0 meios de comunicação 34 35,1

total (**** 10 dados perdidos) 97**** 100,0

Assistência Odontológica

particular/plano 73 68,2 posto saúde 34 31,8

Total 107 100,0

Orientação sobre higiene bucal

Sim 40 37,4 Não 67 62,6

Total 107

Sim 31 29,2 Não 75 70,8

Total (* 1 dado perdido) 106* 100,0

Orientação sobre uso de fio dental

Sim 31 29,2 Não 75 70,8

total (* 1 dado perdido) 106* 100,0

Orientação sobre consumo de açúcar

Sim 19 17,9 Não 87 82,1

total (* 1 dado perdido) 106* 100,0

Visita periódica ao dentista

Sim 15 14,0 Não 92 86,0

Total 107 100,0

83

É importante que os serviços de saúde que atendem as mulheres sigam o

que preconiza o SUS: uma assistência integral, universal e equânime. Além disso, o

atendimento por uma equipe multiprofissional e a inclusão de educação em saúde

nestes serviços prestados à mulher propiciam uma melhor qualidade no

atendimento.

Além da garantia de acesso destas mulheres a estes serviços, a melhoria

da situação de saúde bucal nestas mulheres, com o restabelecimento dos dentes

através de próteses dentárias pode contribuir positivamente com a auto-estima,

auxiliando na melhoria da qualidade de vida deste grupo. Programas de exercícios

físicos também são importantes para prevenção de outras doenças como

hipertensão arterial, que foi muito prevalente neste grupo.

84

Considerações finais

85

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

As mulheres pós-menopausadas apresentaram baixo nível sócio-

demográfico. A maioria delas cursou até o ensino fundamental, não trabalhava,

possuía renda familiar até 3 salários mínimos, dividia a casa com até 3 pessoas,

teve mais de cinco filhos e era casada.

O grupo estudado possuía menos de 65 anos, teve a menarca com mais

de 13 anos e entrou na menopausa com idade superior a 46 anos. No período do

estudo, a maioria era portadora de osteopenia, hipertensão arterial e sofria de dores

de coluna.

Não foi encontrado nenhum caso de osteoporose na amostra estudada,

apesar dos resultados indicarem uma alta prevalência de osteopenia.

A higiene oral restringiu-se, basicamente, à escovação duas vezes ao dia.

A maioria afirmou nunca ter recebido orientação sobre higiene oral, uso de fio dental

ou escovação. A cárie coronária foi mais prevalente que a cárie radicular e todas as

mulheres necessitavam de prótese para repor ao menos uma unidade dentária

perdida, sendo que a maioria delas necessitava de uma combinação de próteses em

ambas as arcadas.

Os resultados deste trabalho poderão auxiliar o planejamento de ações

direcionadas às mulheres acima de 50 anos, em Feira de Santana. A ausência de

muitas unidades dentárias e o alto percentual de osteopenia no grupo estudado

suscita a necessidade de estudos posteriores, tanto para acompanhar a evolução

dos agravos cárie e osteopenia, quanto para aprofundar as causas e conseqüências

destes nestas mulheres. Outros questionamentos surgiram: por que o médico é mais

procurado que o dentista? Como está o acesso aos serviços de odontologia no

município de Feira de Santana? O CEO de Feira de Santana consegue cumprir seu

papel de centro de referência?

Assim, é importante a continuidade do acompanhamento destas mulheres

bem como novos estudos se fazem necessários para responder aos

questionamentos que surgiram com a realização desta pesquisa.

86

Referências

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VIGETA, Sônia Maria Garcia e BRÊTAS , Ana Cristina Passarella. A experiência da perimenopausa e pós-menopausa com mulheres que fazem uso ou não da terapia de reposição hormonal. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 20, n.6, p. 1682-1689, nov/dez. 2004.

WATANABE, Marlívia G. C. Root Caries Prevalence in a Group of Brasilian Adult Dental Patients. Brazilian Dental Journal, Ribeirão Preto, v. 14, n. 3, p. 153-156. 2003.

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APÊNDICE

97

APÊNDICE A – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Essa pesquisa vai ser feita em mulheres que já tiveram a menopausa (não menstruam mais) convidadas a tratar os

problemas da boca na Clínica de Extensão da Disciplina Diagnóstico Oral I e na Clínica da Disciplina Clínica

Odontológica I da Universidade Estadual de Feira de Santana, Bahia, 2006. Independente de aceitar ou não em

participar dessa pesquisa será oferecido tratamento dos dentes (tratamento restaurador) e da gengiva (tratamento

periodontal) para essas mulheres que aceitarem o convite para tratamento odontológico nas clínicas acima

mencionadas. Cada participante da pesquisa trará resultado do exame dos ossos (densiometria óssea), responderá de

livre e espontânea vontade a perguntas sobre seus hábitos de vida e permitirá que sejam realizados exames na sua

boca, avaliando a saúde bucal. As perguntas serão feitas através de um questionário e o exame da boca será feito pela

dentista (pesquisadora participante): Lyz dos Santos Vianna. O exame da boca vai observar a condição dos dentes

(coroa e raiz) e vai ser usado o espelho bucal e um instrumento de metal com a ponta arredondada (sonda periodontal)

para facilitar a visualização de alguma lesão de cárie (cavitação, buraco) nos dentes presentes na boca. Esse exame

será feito em cadeira de dentista (odontológica), com uma luz para melhorar a visão no local, seguindo todos os

cuidados necessários (normas de biossegurança). Apesar de todos os cuidados você poderá sentir algum desconforto

durante o exame odontológico (dos dentes) realizado pelo dentista, ou até mesmo ao responder questões pessoais do

questionário. O resultado do exame dos ossos (densiometria óssea) que você vai trazer ajudará a observar se existe

alguma relação da condição de saúde da boca com essa doença (osteoporose). Os resultados dos exames ficarão

sobre responsabilidade dos profissionais envolvidos na pesquisa e, quando os resultados forem publicados, as

participantes não serão identificadas (ficando em segredo). O resultado da pesquisa será enviado para a Secretaria

Municipal de Saúde para ser usado na elaboração de políticas sociais e de saúde que venham ajudar na melhoria da

saúde das mulheres pós-menopausadas. Qualquer gasto para participar nesta pesquisa (transporte e tratamento

dentário) ou dano causado pela pesquisa será pago pelos pesquisadores, conforme previsto na lei e sem custos

adicionais para você. Caso não queira participar do estudo poderá recusar, sem qualquer problema.

Portanto, sua participação é voluntária. Em caso de dúvida quanto aos seus direitos, escreva para o Comitê de

Ética em Pesquisa da UEFS, no endereço: Av. Universitária, s/n, Km 03 da Br 116, Campus Universitário, NUPPIN,

Feira de Santana, Bahia. As pesquisadoras responsáveis por essa pesquisa também estão disponíveis para maiores

esclarecimentos. Duas vias serão assinadas e uma via ficará com a participante (Sujeito) da pesquisa.

Feira de Santana, Bahia, ______/________/_______.

______________________________________

Assinatura do Sujeito da pesquisa (voluntária)

______________________________________ ___________________________________ Pesquisadora Responsável Pesquisadora Participante Pesquisadora Responsável: Denise Cerqueira Oliveira (075) 9198 1505

Endereço profissional Universidade Estadual de Feira de Santana, Departamento de Saúde, Odontologia. BR116-Km03, s/n CampusUniversitário. CEP 44100-000 - Feira de Santana, BA - Brasil Telefone: (75) 2248089 Fax: (75) 2248088

Pesquisadora Participante: Lyz dos Santos Vianna (071) 9114 7312

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA Autorizada pelo Decreto Federal no. 77.498 de 27/04/76 Reconhecida pela Portaria Ministerial no. 874/86 de 19 /12/86

Projeto: Cárie Osteoporose em mulheres pós-menopausadas

98

APÊNDICE B – Ficha de Exame de Cárie Dentária FICHA DE EXAME DE CÁRIE DENTÁRIA Número:_________ Data:_____/_____/_____

18 17 16 15 14 13 12 11 21 22 23 24 25 26 27 28

COROA * RAIZ * 48 47 46 45 44 43 42 41 31 32 33 34 35 36 37 38

COROA * RAIZ * USO PRÓTESE? NÃO SIM S I NECESSIDADE DE PRÓTESE: S I

VARIÁVEIS:

CÓDIGO

Dentes Permanentes

Coroa Raiz

CONDIÇÃO/ESTADO

0 0 Hígido 1 1 Cariado 2 2 Restaurado COM cárie 3 3 Restaurado SEM cárie

4 -

Perdido por Cárie

5 - Perdido por outras razões 6 - Apresenta selante 7 7 Apoio de ponte ou coroa 8 8 Não Erupcionado T - Trauma (Fratura)

9 9

Dente excluído

Necessidade de prótese dentária

NECESSIDADE

1 Substituir 1 elemento: UMA Prótese fixa

ou removível

2 Substituição 1 e/ou + elemento: UMA

Prótese fixa ou removível

3 Substituição 1 e/ou + elemento: combinação de próteses, fixas ou

removíveis 4 Necessita de Prótese dentária total

8 NÃO SE APLICA

HÍGIDOS CARIADOS PERDIDOS OBTURADOS EXCLUÍDO MÉDIA CPO-D

COROA

RAIZ

Necessita de Prótese? 0 SIM 1 NÃO NPROTESE Qual arcada necessita de prótese?

1 SUPERIOR 2 INFERIOR 3 SUPERIOR e INFERIOR 8 NÃO SE APLICA

ARCADAPROTESE Qual tipo de prótese para arcada superior? NPROSUP Qual tipo de prótese para arcada inferior? NPROINF Usa prótese? 0 SIM 1 NÃO USOPROT Qual arcada usa prótese? 1 SUPERIOR 2 INFERIOR 3 SUPERIOR e INFERIOR 8 não se aplica ARCUSOPROT Total de dentes presentes na boca no momento do exame EXAMDENT Total coroa/dentes hígidos HIGIDO Total coroa/dentes cariados CARIADO Total coroa/dentes obturados (restaurados) OBTURADO Total coroa/dentes perdidos por cárie PERDIDO Média CPOD CPO-D Total coroa/dentes obturados (restaurados) e cariados OBTUCAR não erupcionado NAOERUP Total coroa/dentes excluídos EXCLUÍDO Motivo de exclusão 5 perdido outras

razões 6 trauma (fratura)

7 apoio de ponte ou coroa

8 não se aplica 9 excluído MOTEXCLU

Total raizes examinadas REXAME Total raizes hígidas RHIGIDO Total raizes cariadas RCARIADO Total raizes obturadas (restauradas) ROBTURADO Total raiz excluída REXCLUÍDO Motivo de exclusão da raiz? 5 perdido

outras razões 6 trauma (fratura)

7 apoio de ponte ou coroa 8 não se aplica 9 excluído RMOTEXCLU

Desdentado? 0 SIM 1 NÃO DESDENTADO Qual arcada é desdentado? 1 SUPERIOR 2 INFERIOR 3 SUPERIOR e INFERIOR 8 não se aplica ARCDESDEN

99

APÊNDICE C: Códigos e critérios de classificação da doença cárie e da necessidade de

prótese dentária segundo parâmetros adotados pelo Ministério da Saúde (BRASIL, 2001).

Códigos e Critérios para classificação da Cárie Dentária:

• 0 - Coroa hígida. Não há evidência de cárie. Estágios iniciais da doença não são levados em

consideração. Os seguintes sinais devem ser codificados como hígidos: manchas esbranquiçadas;

descolorações ou manchas rugosas resistentes à pressão da sonda CPI; os sulcos e fissuras do

esmalte socavado ou amolecimento das paredes detectáveis com a sonda CPI; áreas escuras,

brilhantes, duras e fissuradas do esmalte de um dente com fluorose moderada ou severa e as lesões

que, com base na sua distribuição ou história ou exame táctil/visual resultem de abrasão.

Raiz Hígida. A raiz está exposta e não há evidência de cárie ou de restauração (raízes não expostas

são codificadas como 8).

Nota: Todas as lesões questionáveis serão codificadas como dente hígido.

• 1 - Coroa cariada. Sulco, fissura ou superfície lisa apresenta cavidade evidente, ou tecido

amolecido na base ou descoloração do esmalte ou de parede ou há uma restauração temporária. A

sonda CPI deve ser empregada para confirmar evidências visuais de cárie nas superfícies oclusal,

vestibular e lingual. Na dúvida, considerar o dente hígido.

Raiz Cariada. Lesão pode ser detectada com sonda CPI. Se há comprometimento radicular discreto,

produzido por lesão proveniente da coroa, a raiz só é considerada cariada se há necessidade de

tratamento radicular em separado.

Nota: Quando a coroa está completamente destruída pela cárie, restando apenas a raiz, será colocado o

código 1 correspondendo a coroa e o código 9 correspondendo a raiz.

• 2 – Coroa restaurada mas cariada. Há uma ou mais restaurações e ao mesmo tempo uma ou

mais áreas estão cariadas. Não há distinção entre cáries primárias e secundárias, ou seja, se as

lesões estão ou não em associação física com a(s) restauração (ões).

Raiz Restaurada mas Cariada. Idem coroa restaurada mas cariada. Em situações onde coroa e raiz

estão envolvidas, a localização mais provável da lesão é registrada como restaurada mas cariada.

Quando não é possível avaliar essa probabilidade, tanto a coroa quanto a raiz são registradas como

restauradas mas com cárie.

• 3 – Coroa Restaurada e sem Cárie. Há uma ou mais restaurações definitivas e inexiste cárie

primária ou recorrente. Um dente com coroa colocada devido à cárie inclui-se nessa categoria. Se a

coroa resulta de outras causas como suporte de prótese, é codificada como 7.

Raiz Restaurada e sem Cárie. Idem coroa restaurada e sem cárie. Em situações onde coroa e raiz

estão envolvidas a localização mais provável da lesão primária é registrada como restaurada. Quando

não é possível avaliar essa probabilidade, tanto a coroa quanto a raiz são registradas como

restauradas.

• 4 – Dente perdido devido à Cárie. Um dente que foi extraído por causa de cárie e não por

outras razões. Esse dado é registrado na coroa. Em relação a raiz classifica como 7 ou 9.

100

• 5 – Permanente perdido por outra razão. Ausência se deve a razões ortodônticas, periodontais,

traumáticas ou congênitas.

• 6 – Selante. Há selante na fissura ou a fissura oclusal foi alargada para receber um compósito.

Se o dente possui selante e está cariado, prevalece o código 1.

• 7 - Apoio de Ponte ou Coroa. Dente é parte de uma prótese fixa. Esse código é usado também

em coroas instaladas por outras razões que não cárie como facetas estéticas. Dentes extraídos e

substituídos por elemento de prótese fixa são codificados como 4 ou 5 na coroa e 9 na raiz.

• 8 – Coroa Não Erupcionada. Restrito a dente permanente por inexistência deste no espaço livre.

Raiz não Exposta. Não há exposição radicular nem retração gengival.

• T – Trauma (fratura). Parte da superfície coronária foi perdida por trauma e não há evidência de

cárie.

• 9 – Dente Excluído. Aplicado a qualquer dente permanente que não possa ser examinado

(bandas ortodônticas, hipoplasias severas). Braquetes não inviabilizam o exame e, quando há 5 ou

mais dentes com bandas, o portador(a) será excluído(a) da amostra.

Em relação à necessidade de prótese, também serão utilizados os critérios descritos em

Brasil (2001).

Códigos e Critérios para classificação da necessidade de prótese dentária:

• 0 – Não necessita de prótese dentária.

• 1 – Necessita uma prótese, fixa ou removível, para a substituição de um elemento.

• 2 – Necessita uma prótese, fixa ou removível, para a substituição de mais de um elemento.

• 3 – Necessita de uma combinação de próteses, fixas ou removíveis, para a substituição de um

e/ou mais de um elemento.

• 4 – Necessita de prótese dentária total.

• 9 – Sem informação.

101

ANEXO

102

ANEXO A – Formulário de pesquisa

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA

NÚCLEO DE PESQUISA EM PERIODONTIA, IMPLANTODONTIA E IMAGINOLOGIA

QUESTIONÁRIO

Data: ___/___/___ N°_________

103

104

105

106

107

ANEXO B - laudo densitométrico emitido pelo CEPARH

108

ANEXOC – Aprovação no CEP/UEFS

109

ANEXO D - Vovó Edith (in memoriam) * 21/03/1915 +06/02/2008

92 anos, pós-menopausada e edêntula. Utilizava prótese total em ambas as arcadas, escovava os “dentes” duas vezes as dia. Não praticava atividade física, não fumava, não consumia bebidas alcoólicas e não bebia café. Consumia muito açúcar e refrigerantes. Não era portadora de nenhuma doença sistêmica, além da osteopenia. Caiu em 2007 e fraturou o braço esquerdo. Era viúva, possuía como única fonte de renda pensão do marido e dividia a casa com um filho. Utilizava serviços médicos e odontológicos de plano de saúde. Fez sua última consulta com o ginecologista a menos de um ano. O dentista não freqüenta há anos. Teve 6 gestações, 6 filhos e nenhum aborto.

Faleceu de insuficiência respiratória.

Infelizmente não conseguiu ver a conclusão deste trabalho.

Obrigada por ter nos iluminado sempre com seu sorriso....

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