luzes, sombras e perspectivas da vida religiosa

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Luzes, sombras e perspectivas da Vida Religiosa Para discussão em grupo Ir. Afonso Murad – [email protected]

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Análise dos fatores positivos, limitações e perspectivas da Vida Consagrada na América Latina e Caribe

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Page 1: Luzes, sombras e perspectivas da Vida Religiosa

Luzes, sombras e perspectivas da Vida Religiosa

Para discussão em grupoIr. Afonso Murad – [email protected]

Page 2: Luzes, sombras e perspectivas da Vida Religiosa

Sinais luminosos na Vida Religiosa

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1. Testemunho de vida

Mulheres e homens extraordinários e simples, que testemunham bondade, misericórdia, generosidade, amor a Deus, serenidade, solidariedade e profecia.

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2. Redescoberta do carisma fundacional

• Movimento de “Volta às fontes” inaugurado no Concílio Vaticano II.

• Leitura crítica e atualizada do(a) fundador(a), e de seu contexto. A originalidade de seu pensamento e das ações que empreendeu.

• Distinguir: Tradição Vida que herdamos e tradicionalismo que nos bloqueia.

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3. Busca de fidelidade criativa

• Se a(o) fundador(a) vivesse hoje, onde estaria? Como quem? De que forma?

• Revisão de obras e de presenças.• Deslocamento: da mera regularidade para a

perseverança na itinerância, discernindo os Sinais dos Tempos e os novos apelos de Deus na realidade.

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4. Opção preferencial pelos pobres• A opção preferencial pelos pobres articula:- Assistência (sem assistencialismo).- Convivência e discipulado (estar com os pobres

numa relação fraterna de aprender e ensinar)- Conscientização e organização. Preparar lideranças

para assumirem o protagonismo na Igreja e como cidadãos, em vista de nova sociedade -> Pelos pobres, contra a pobreza.

- Participação e monitoramento das políticas públicas.

• Amplia-se para as várias faces de pobreza.

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5. Espiritualidade encarnada

• O cultivo da Espiritualidade ganha novo sabor. Vai além dos “Exercícios de piedade regradas” e das devoções. Centra-se na Palavra de Deus. Amplia-se com a oração espontânea, o louvor, os cânticos, a revisão do dia, a partilha das experiências, a celebração comunitária da eucaristia.

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6. Cultivo das relações humanas• A vida comunitária se modifica substancialmente:- Participação dos membros nas decisões.- Mais responsabilidade das pessoas.- Projeto comunitário.- Flexibilidade no horário.- Partilha dos sentimentos.- Desafio de equilibrar a exigências da vida em

comum com as demandas dos indivíduos (subjetividade).

- Valorização das diferenças culturais, étnicas, culturais e generacionais.

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7. Identidade comum e intercongregacionalidade

• Emerge a consciência de que temos muitos elementos em comum, problemas semelhantes, buscas e possibilidades de soluções.

• Desenvolvem-se as Conferências de Religiosos(as) regionais e nacionais.

• Processo de formação inicial em conjunto.• Colaboração na reflexão, na animação espiritual

e em outras iniciativas intercongregacionais.• Iniciativas de partilha de carismas semelhantes.

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8. Parceria com os leigos(as)

• Vários fatores: diminuição do contingente de consagrados, valorização da vocação do leigo na Igreja, maior complexidade da gestão de obras, crescente especialização.

• Os profissionais leigos entram nas obras: tarefas operacionais simples -> executores -> cargos técnicos -> coordenação.

• Exige-se outra forma de lidar com os profissionais leigos. Não mais de maneira caseira.

• Leigos cristãos nos buscam porque se encantam com o nosso carisma e querem participar dele, mantendo a condição laical -> partilha da espiritualidade

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9. Cidadania Eclesial• Somos Igreja, como discípulos(as) de Jesus.• Porque fazemos parte dela, de maneira ativa e

queremos que a Igreja seja sal, luz e fermento no mundo, questionamos suas estruturas anacrônicas, a concentração do poder, as práticas androcêntricas, o refúgio no passado idealizado.

• Sonhamos e nos empenhamos para que a Igreja, em suas pessoas e estruturas, exercite a fidelidade criativa no diálogo com o mundo. Que sua pregação, seus gestos e sua postura traduzam a Boa Nova de Jesus.

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10. Estar no mundo, não ser mundano(a)

• Investimento na formação universitária dos(as) consagrados e nas tarefas profissionais.

• Consciência da “questão de gênero”. Crítica ao modelo patriarcal. Busca de relações de reciprocidade.

• Modernização da forma de gestão das instituições.

• Tensão constante para manter a identidade religiosa.

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Volta às fontes e fidelidade

criativa

Espiritualidade encarnada

Relações de qualidade

Opção pelos pobresCom os leigos

Identidade de Vida Religiosa

Sinal no mundo

Page 14: Luzes, sombras e perspectivas da Vida Religiosa

Contexto planetário e eclesial• Mudanças muito rápidas: culturais, tecnológicas e de

linguagem.• Complexidade e simultaneidade de características

contrárias que se enfrentam ou convivem.• Tendência predominante na Igreja católica:- Minimizar as conquistas do Concílio.- Enfrentar o mundo moderno com doutrina forte,

disciplina eclesiástica, concentração de poder, devocionalismo e sacramentalismo.

• Crescimento do pentecostalismo na América Latina -> emoção, subjetividade.

Page 15: Luzes, sombras e perspectivas da Vida Religiosa

Sombras e ameaças

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1. Alzheimer institucional

• Lenta perda da memória imediata e remota.• Diminuição da agilidade e acuidade nos

movimentos.• Sinapses (conexões) reduzidas.• Involução para os níveis básicos de

sobrevivência.• Perda de muitas habilidades.• Não se reconhece a si mesmo.• Risco real de morte.

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2. Envelhecimento

• Envelhecer, do ponto de vista biológico e pessoal, faz parte de nossa vida. Não é problema em si.

• Envelhecimento de um grupo (alta média de idade) leva à lenta perda de vitalidade.

• O orgulho das conquistas do passado cega as pessoas e a instituição -> autosuficiência.

• As obras e comunidades que foram criadas para viabilizar a missão, tendem a se tornar grande peso ou determinam as opções da Congregação.

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3. Congelamento nas obras e presenças apostólicas

• Muitas obras significativas no passado, não traduzem com vigor as intuições do carisma e a resposta aos Sinais dos Tempos.

• Poucas energias e muitos problemas -> “manter o que temos”, até o momento em que isso não seja mais possível.

• Age-se de forma reativa, tomando atitudes somente quando a situação, econômica ou humana, chega ao limite do insuportável.

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4. Perda de atratividade

• Pouca conexão com o mundo atual e suas tendências.

• Volta à regularidade, como tentativa de reduzir as perdas.

• Não atrai vocações com espírito de itinerância, mas sim pessoas que buscam segurança.

• Não se retem os(as) consagrados(as) de meia idade e os recém-professos -> vida com muito trabalho, poucas perspectivas e alegria contida.

• Os(as) formadores(as) tem dificuldades de compreender as características das novas gerações.

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5. Relações humanas degradadas

• Concentração de poder nas mãos do(a) superior(a), do ecônomo(a), do diretor(a).

• Clima pesado nas relações cotidianas: mágoas acumuladas, pouca expressão dos sentimentos, competição, ironia, excesso de seriedade.

• Proliferam-se doenças psico-somáticas.• Pouco investimento na formação de novas

lideranças.

Page 21: Luzes, sombras e perspectivas da Vida Religiosa

6. Isolamento e autosuficiência

• Com o aumento de trabalho, diminuição de efetivo de pessoas, problemas econômicos e relacionais, a congregação tende a se fechar em si própria. O mesmo acontece com as províncias.

Page 22: Luzes, sombras e perspectivas da Vida Religiosa

7. Espiritualidade medíocre

• Pessoas e comunidades com muitas coisas religiosas, mas pouco desenvolvidas espiritualmente.

Page 23: Luzes, sombras e perspectivas da Vida Religiosa

Alzheimer institucional

Relações degradadas

Isolamento

Envelhecimento

Sem atratividade

Espiritualidade débil

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O tripé da renovação

Missão

Relações InterpessoaisEspiritualidade

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Como se enfrentam os desafios• Reestruturação de províncias e do governo geral.• Abertura de frentes missionárias ad gentes.• Iniciativas de missão com os mais pobres, no novo

contexto.• Pastoral vocacional com recursos e linguagens.• Busca de leveza institucional.• Adoção de modelos de Gestão institucional

centrados em resultados, com visão estratégica.• Atuação junto aos leigos(as), para compartilhar

missão e espiritualidade.

Page 26: Luzes, sombras e perspectivas da Vida Religiosa

Passos a dar• Reconhecer novas identidades e pertenças.• Viver a Consagração de muitos modos• Constituir eficazes “redes de profecia e

inovação” . Buscar juntos(as) as soluções, com outras congregações e organizações -> gestão do conhecimento, alianças e parcerias.

• Formação e empoderamento de novas lideranças nos Institutos.

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• www.afonsomurad.blogspot.com(versão fev 2013)