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Livro fundamental para esgueirar-se na teoria dos sistemas sob a abordagem de Niklas Luhmann

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  • dt' mar-.:ismP. h

  • rcLl(

  • pitalistas, e como quem o possui pode chegar a acreditar nele, e no perceber que com tal nmhccimento to se pode \Tr? O conheci-menw se formula, portanto, como ideok1gia : a razo do no saber reside no fato de que, se os capitalistas se desse m conta . eles mes-!lhlS saberiam de sua derrocada . Ou enLill , como nos preferiramos L'.\.press

  • !crente-; -;ctnrc-; dLl tralnlh 1 . 1 . I I f . . , L :-.L L1.1 pnt em n:w nbt , . . 1ll ll.lL':-.. nus tcr;n C\IWCI;IIi,ts c 1111!1, L1 o:-. lllcsmos L_ ,, . I . L l tmcntarcs s 1 .. . ue, ,.,.11 .lllllt ,J:-. lllllJ'a]mcntc . lll,lJS, OU se

    . ]~

    . .'-;-;a' ll'Ll1 n cchcu. m ;\s tarde. muitas fnn ... I .llulll I arstms. J1Lll' C\l'llll1l' , , I, mii.I

  • dcm ser igualadas quant\1 ;1 seus critcrios. sohrctud\1 dcYido alta \'(1111pln,idadc. ;1 im bihilidadc d\1s ;1spcctns causais. ;'ts ckciscs car-rcg;lchs de riscos inn itaH' is . c ;1\1 trat\1 C\llll seres humanns que no

    p\1dem cnntar nmsigP mcsnl\15 c que se op(1cm a qu;llqucr aborda-gem cil'tlltfica c rcgula(

  • que n~io tm fora de sr nenhuma outra n1isa. tendem a Lccr desapa- , tTccr todas as di s tin~(1es de energia . no momento em que ~l s itua

    111 L'm um mesmo llt\Tl c a lnam a um estado c~ta\-el rw qualj;1 no e:-;i~tem dikrcn~a~. Cabe perguntar u que tletlrTcria se nes~c mundo cntrnpico se colocasse um obscnador que\( o que acontece e que ro se acomotb a isso. Por l' \:cmplu. a figura do dcrnnio de Max-\\TIL que se encontra apto a esn1lhcr o que esta ao alcance. de ma-neira positi\'a , ou ncg:lli\ ;r. l) obsnYadur efetua. assim. uma dife-rcn(;a. no scntidu de que pode Cccr um;t distin~.;;1o. Ele esr;\ em situ-a~: .1 ll llt' . [1,[\\Cl'll tlt,lll"' ''''' .111d tlt c 1r t'll\ ll't 11illh'll! \\ ,. r,l'

  • LUH\L-\!\IN , l9H8 ). As clifcrenciacs internas se devem ramento opcratinJ diante do meio. o C(UC llc' lll ci l . . ao encer . , . _ l llUIS po b

    C(ll( 0 ~btema desenYoha indifere1v .. 1 , , . . ~ Sst thta , . , . . . _ . ., . ,"1,o se contrapor a tsso . go c cttu~mo nao podta se n1 o cnhr~ ~ t r 'l . . . , o anti-. 1. . . ' ._, ' quct:-.:a e ace tt'lr 0 . 'e . ho_] c. em contrapartida , considera-s .. tllll 'l ~llrtc' c '. tnevlt-. . , . . . ' ' ~ file ISSO . Sim . . P qm , com lnmtes abertos o sis t'' lll 'l ." . I. . SeJa as-h , .. . . . . . . - ' , ~ ... ~u ocana com

    rc c.trg.ts q uc I mposstbditariam o nmhcci mcnro . as so-

    Mas . o que o conhecimento , quando a rela

  • I J "','

  • "

    358

    l,posto. A propria sociologia. orientada pcll1S meios ele comunica-(~'lo mediante suas puhlica

  • que se esconde por detrs . no scnttdo de saber como possvel que a sonedade se descreva. e quem scn;l o responsvel por isso. A socio-logia st~guramentc responderia que ela prpria a encarregada da dcscn~ w da soucdadc entretanto. esta seria uma resposta bastante ingnua. que mostraria uma cegueira dos dois lados: tanto no que se relere ao que c o caso, como ao que se esconde por detrs.

    VI

    No nos levaria muito longe exigir que a sociologia tomasse co-nhecimento de seus prprios impasses. Se quiser conscientizar-se de sua tarefa de reflexo cientfica sobre a sociedade, ela dever ori-cnt;tr os recursos tericos de que dispe para tanto e. principalmen-te. Cc1mprccndcr que a sociedade um sistema, c um sistema que se autc1dcscren:.

    Para tanto, poderia ser pertinente orientar-se por iniciativas vol-tadas_ para o prprio problema: ou seja. pelas figuras tericas que se propocm a pergunta de como se pode observar o mundo de maneira fsica. ou vital org;\nica . ou ainda. mediante a conscincia ou a co-munica;\o. Com o au-..:dit1 do conceito de sujeito , esse conjunto de problemas chegou a nmcehn uma insl

  • O qu e a sociologia pretend e dcscrC\-c r a sociedade como um siste-ma que se autodcscrC\' c ~ (que outra maneira hanria ). Nes te cas el a mesma defmc sua pos i(o c se u tlhj etn . incluindo-se como 0~~ ~cn.'~ (~or ,naqutloquc nbsnYa ( c. assim . desconstruindo a diferena L ntt L suJe !lo c objeto. ao prensa r dcscrenr o sujeilll como uma pa te diminuta de seu J1HlJ1rio nb).C to ) Com issl1 l'l1 e~t 1 l' tlq r-. . . . ' ' ' uanto pt npn amente prccCJto. sempre nhrigada a tirar conscquncias auto-logtcas . c a aplicar a si mesma aquelas extra1das sobre o obj eto' ".

    .. Esses preceitos tet.lri CtlS n

  • Tais possibilidades . ainda insuficientes. de uma observao in-tcrna/c:-;: terna. no au:-;:iliam muito perante uma situao fundamen-tal: como a sociedade . enquanto unidade onicompreensl\a , pode obsenar-sc a partir de dentro. se a descrio ocorre no descrito e, portanto, pelo fato de descrever. mudar consequentementc? No ca-so da conscincia, esse tipo de pergunta foi exaustivamente estuda-do (e em nossa terminologia). mediante a distino entre a operao (que sempre deve estar trabalhando: a vida) e a observajo (refle-xo) ~ sendo que o mesmo ocorreu no caso da sociedade.

    Para responder a essas perguntas, a situao da teoria ainda no est suficientemente clara, mas em aberto. No se pode di=er que o problema j esteja resolvido na sociologia, com a preciso requeri-da . Mas , de qualquer forma , a Teoria dos Sistemas pode estabelecer uma proposta, atendo-se ao nvel conceitual de uma Teoria dos Sis-temas autorreferenciais.

    Ao nvel operativo , autorreferncia quer dizer que os sistemas podem distinguir suas operaes de todo o restante ~ significando, ao nvel do sistema, que este dispe internamente da diferena entre sistema e meio' 3. Assim, pertinente a representao de que no sis-

    tema se pode comunicar sobre a diferena entre sistema e meio. Tudo depende de como estejam dispostas as ordenaes teoricas re-lativas a essa diferena; isto , como se definem as operaes com as

    quais o sistema se distingue de seu meio. Isso concerne discutida questo da capacidade de sobrevivncia da sociedade moderna di-ante dos problemas ecolgicos, ou, em outras palavras, da possibili-

    dade de reproduo dos acoplamentos negativos do sistema frente ao meio" ; sendo que, no mesmo n\'el. coloca-se o acoplamento ne-gativo da sociedade perante o ser humano, que. na sociedade mo-

    derna . apreendido como indivduo , isto , como auto-obs o: rvador.

    23. \ia linguagem formal da teoria matemtica de Spencer-Brown (197 ;). pode-se cLJnsidcra r isso como o rc-cnrrv da forma na forma: ou seja: expressar . I distino 11

  • ,...

    lgica da \Trdade baseada em c! . .. l , . ,. . OIS 'a ores. e tambm .

    peito a ontologia dominaJlte e. r . no que diz res-- a meta ISica . ! . ser/nao ser. ou , ainda, nas expectati\as do on~nt.ac a. pela distino toaphcao ela metafsica ao . h con eumento. ou na au-. ser umano . , . _ mamsmo da tradio. . ou sep. em relaao ao hu-

    VII

    Trata-se, portanto, ele um rom in . . pergunta nos remete nov p lento com a traclto? Esta . d.f amente ao tema do qu 1 h . a I erenciao nas perounta "d a a\'Iamos partido

    d o s o que se trata 0 ' con e por detrs~'' ou caso, e o que se es-1 . . , , em outras palavra . cl. . -ogll positiva ou sociologi . . . s, a tstmao entre sacio-

    . a critica. Acreditand preceno~ tericos seria apenas dado u o-se que com esses socwlogta crtica e eventual m passo adiante na crtica d . . ' mente, na desconstruo

    o positivismo metdico d I . construtivista d f , esva onzar-se ia a rad l'd d anas e etuadas ao se partir d . - tca I a e das mu-

    os sistemas que ob 2n ta para a pergunta "d servam . A respos-o que se trata o caso" cl

    servao no contexto d b - eve ser: trata-se da ob-' a o servaao elo ob d

    resposta para a pergunta " serva or. Por sua vez, a .1 o que se esconde por d - " d aqm o que quem obs , - etras eve ser

    ena nao pode observar E . - . . sempre pressuposto unmarked . Isso nao e seno o submete toda distino o . dspace (Spencer-Brown) ao qual se f u am a o sentido ormas que podem ser construd . f como mew de todas as

    ou mais exatamente- a u .d d das, e, por tm, o prprio observador 111 a e e cada uma d '

    vao, no contexto das remt - . as operaes de obser-ssoes recursivas p bI vez , a unidade do aqui d , ossr I Itando, por sua

    e o agora das observaes. O grau de abstrao dessa dissolu . . -

    poclena ser algo estranho I o das distmoes clssicas vens to altas? A resposta : qLlle evasse a socwlogia a baixar de nu-

    . - e re ativamente simpl . d. mmaao da operao da b . . _ es. me rante a deter-. . o sen aao que ao I.

    Sistemas sociais E . t . . , , se atua tzar, resulta em . IS o a comumcao O .

    temas autorreferenciais . - . s SIStemas sociais so sis-. . CUJa operaao b.. .. d . . .

    termma que observem a . . . stca e comumcao de-SI mesmos (ato d

    ------------- e comunicar), e tambm

    J6 E ~ .' . Isto no duplo srmido da f rmula ohscn " ... . rau en:ou o programa da c ibcrn ' r . ! 111" SI .\C< m com a qual ,on Focrsrer ca-( . 1 . c 1ca t c scgund1 0 ! . 1-~cmprc rc acio nada ao sistema ) cl , . . - ' rcull. rata-se el a autoaplicao

    a opera,ao ela obsl-r\ao.

    366

    w nutro (infonnaao)'. O principio dessa operao pode ainda ser l1hseiTadn no modo da nbserYao de segunda ordem. Tudo isso Jna necessariamente a uma no transparncia do que ocorre oculta-mente- nem paLI n sistema que obserYa, nem para o mundo que o ~i~ tema l)hsena. _ia que nem o IlllllJarhcd Sf?CICC pode ser obserYado. c tampouco a unidade ela distin,;o que , num momento determinado, um nhscrYadnr poderia utilizar para observar. A tematizao de uma unidade sem diferena. ou de uma diferena sem unidade. s possvel na forma de um paradoxo; ou seja: somente como uma irri-la(o do autobloqueio do observador. que, para mais alm. deve ser Lk tido -ou desenvoh-cr o paradoxo-. experimentando, ainda, por-tanto. noYas diferencia(es e distines.

    Cabe ainda dizer mais alguma coisa sobre tudo isso; pode-se fa-br sobre a no apreenso do mundo , formulando-a com uma ex-presso clc}acques Derrida (1972: 72-76): la tmcc de la trace, la tm-cc de l'e[faccmcnt de la trace. Entretanto, isso s possvel na formu-lao paradoxal que lembra a experincia da teologia antiga. Ou seja: a sociologia se refere maneira- sempre contingente e depen-dente das teorias- pela qual o observador dissolve os paradoxos.

    Nesses primrdios , h sempre indicaes de outras maneiras de poder comear, mas no h nenhum ponto fixo para as formas (para as distines) que podem ser fundamentadas; sendo que nisso resi-de precisamente o rompimento com a a tual abordagem sociolgica de nosso tema.

    At agora, a sociologia , por no ter perdido a confiana em sua prpria cientificidadc, havia buscado unir as duas perguntas ("do que se trata o caso, c o que se esconde por detrs "?) , mediante o conceito de latncia. A prpria latncia deve permanecer latente; trata-se de um conceito autolgico, autoimplicativo , mas tambm autodesqualificador, que pode ser remetido apenas a um observa-dor de primeira ordem. embora, na rea lidade, seja simultaneamente um conceito de um observador ele segunda ordem. Mas , se agora a tradio terica se situa radica lmente em uma relao de obscnao de segunda ordem. sua prpria sociabilidade ser, consequen temen-te . refletida, desaparecendo , assim. o carter ontolgico (referido ao

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  • ~er) da btcncia . ...\ propria difercn r c' ) ]

    \)L oR KHEl M, E. (1930). De la di,ison dll I raval social. Paris . 1973

    \rcimpr.].

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