luciana dantas andrade - concepções sobre educação inclusiva

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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MEC – SETEC INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MATO -GROSSO CAMPUS CUIABÁ – OCTAYDE JORGE DA SILVA DEPARTAMENTO DE PESQUISA E PÓS -GRADUAÇÃO LUCIANA DANTAS ANDRADE CONCEPÇÕES SOBRE EDU CAÇÃO INCLUSIVA EM UMA ESCOLA REGULAR DA REDE FEDERAL EM MINAS GERAIS Cuiabá - MT Outubro 2009

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Page 1: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

SERVIÇO PÚBLICO FEDERALMEC – SETEC

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MATO -GROSSOCAMPUS CUIABÁ – OCTAYDE JORGE DA SILVA

DEPARTAMENTO DE PESQUISA E PÓS -GRADUAÇÃO

LUCIANA DANTAS ANDRADE

CONCEPÇÕES SOBRE EDUCAÇÃO INCLUSIVA EM UMAESCOLA REGULAR DA REDE FEDERAL EM

MINAS GERAIS

Cuiabá - MTOutubro 2009

Page 2: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DEMATO-GROSSO

CAMPUS CUIABÁ – OCTAYDE JORGE DA SILVACURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E

TECNOLÓGICA INCLUSIVA

LUCIANA DANTAS ANDRADE

CONCEPÇÕES SOBRE EDUCAÇÃO INCLUSIVA EM UMAESCOLA REGULAR DA REDE FEDERAL EM

MINAS GERAIS

Cuiabá - MTOutubro 2009

Page 3: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

Ficha Catalográfica

ANDRADE, Luciana Dantas.Concepções sobre Educação Inclusiva em uma escolaregular da rede federal em Minas Gerais.Cuiabá -MT, 2009.114 f.FERREIRA, Bárbara Carvalho.Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia deMato Grosso.Trabalho de Conclusão do Curso de Especialização emEducação Profissional e Tecnológica Inclusiva.

Page 4: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

LUCIANA DANTAS ANDRADE

CONCEPÇÕES SOBRE EDUCAÇÃO INCLUSIVA EM UMA ESCOLAREGULAR DA REDE FEDERAL EM

MINAS GERAIS

Trabalho de Conclusão de Cursoapresentado ao Departamento dePesquisa e Pós-Graduação do Curso deEspecialização em Educação Profissionale Tecnológica Inclusiva do INSTITUTOFEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA ETECNOLOGIA DE MATO GROSSO -CAMPUS CUIABÁ – OCTAYDE JORGEDA SILVA, como requisito para aobtenção do título de Especialista.

Orientadora: Prof. MSc. Bárbara Carvalho Ferreira

Cuiabá - MT

Outubro 2009

Page 5: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

LUCIANA DANTAS ANDRADE

CONCEPÇÕES SOBRE EDUCAÇÃO INCLUSIVA EM UMA ESCOLAREGULAR DA REDE FEDERAL EM

MINAS GERAIS

Trabalho de Conclusão de Curso de Especialização em Educação Profissional e

Tecnológica Inclusiva, submetido à Banca Examinadora composta pelos Professores

do Programa de Pós-Graduação do Instituto Federal de Educação, Ciência e

Tecnologia de Mato Grosso – Campus Cuiabá como parte dos requisitos

necessários à obtenção do título de Especialista.

Aprovado em: 15 de outubro de 2009.

__________________________ ____________________

Prof. MSc. Bárbara Carvalho Ferreira (Orientadora)

______________________________________________

Prof. MSc. Marcelo Leite (Membro da Banca)

______________________________________________

Prof. MSc. Katia Alves Campos (Membro da Banc a)

______________________________________________

Prof. MSc. Janete Otte (Suplente da Banca)

Cuiabá - MT

Outubro 2009

Page 6: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

DEDICATÓRIA

Dedico esse momento especial de minha

vida aos meus dois grandes amores. Seu

incentivo e presença constantes são

fundamentais para a concretização de

todos os meus sonhos.

Ao Magnus, companheiro incansável de

todas as horas e ao Eduardo, presente de

Deus em nossas vidas, meu amor para

sempre...

Page 7: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

AGRADECIMENTOS

A Deus, presente em todas as conquistas;

Aos meus familiares, especialmente à minha irmã Viviane, pelo apoio incondicional e

ao meu irmão Edmundo, por sua imprescindível contribuição;

À Helena pelo estímulo;

Ao Afrânio pela amizade e paciência;

À Bárbara, que além de excelent e orientadora, se mostrou uma grande amiga;

Aos funcionários, professores e alunos do IF - Campus Machado que, solícitos,

colaboraram com minha pesquisa;

Aos amigos que sempre acreditaram em mim;

E a todos os demais que compartilharam desta etapa important e da minha vida, o

meu muito obrigada.

Page 8: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

“O senhor… mire, veja: o mais importante e bonito, do mundo,

é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não

foram terminadas - mas que elas vão sempre mudando. Afinam

ou desafinam, verdade maior. É o que a vida me ensinou. Isso

que me alegra montão.“

João Guimarães Rosa.

Page 9: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

RESUMO

A proposta da Educação Inclusiva tem despertado interesse de toda a sociedade porser uma forma eficaz de inclusão social. A Declaração Universal de Di reitosHumanos (1948), a Constituição Federal (1988), o Estatuto da Criança e doAdolescente (1990), a Declaração de Salamanca (1994) e a Lei de Diretrizes eBases da Educação Nacional (1996) garantem a educação como direito de todosindistintamente. Em vista disso, o presente estudo se justifica já que conhecer asconcepções dos vários segmentos da comunidade escolar sobre o processo deEducação Inclusiva é a primeira etapa para se definirem os caminhos a seremplanejados e trilhados em uma possível interv enção no contexto escolar. Nessesentido, o objetivo do trabalho foi avaliar e caracterizar as concepções dos diferentessegmentos desta comunidade a respeito dos conceitos e impressões sobre inclusãoe escola inclusiva. Participaram da pesquisa 40 alunos, 40 professores e 40funcionários, que foram selecionados aleatoriamente. O instrumento utilizado nacoleta de dados e avaliado previamente por meio de um estudo piloto foi oQuestionário de Avaliação da Concepção de Inclusão. O tratamento de dados foirealizado por meio de análises estatísticas descritivas. Os resultados obtidos aorefletirem as concepções da comunidade escolar sobre Educação Inclusiva,propiciaram conhecer a realidade da instituição, configurando -se assim comodiagnóstico fundamental para a implementação de um processo inclusivo que viseeducação de qualidade para todos. Mas, sobretudo, o trabalho, se constituiu comoinstrumento eficaz de sensibilização e mobilização da comunidade ao proporcionaruma reflexão mais sistemática sobre o tema.

Palavras-chave: Inclusão; Educação Inclusiva; Concepções sobre inclusão; Pessoascom necessidades educacionais especiais.

Page 10: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

ABSTRACT

The proposal of Inclusive Education is interesting the entire society because it is anefficient way of social inclusion. The Human Right Universal Declaration (1948), theFederal Constitution (1988), the Child and Adolescent Statute (1990), the SalamancaDeclaration (1994) and the National Education Guidelines and Bases Law (1996)warrant education as a right of all indistinctively. According with this point of view, thissurvey justifies itself, once knowing the conceptions of the diverse segments of thescholar community about the Inclusive Education process is the first step to definethe ways to be planned and fo llowed in a possible intervention in the scholar context.So, this work aimed at evaluating and characterize the conceptions of the differentsegments of this community concerning the concepts and impressions aboutinclusion and inclusive school. 40 studen ts, 40 teachers and 40 employees,randomically selected, participated of the survey. The instrument used to collect dataand previously evaluated after a pilot survey was the Inclusion Concept EvaluationQuestionnaire. Data treatment was made through descr iptive statistical analysis. Theobtained results, which had reflected conceptions of the scholar community aboutinclusive education, allowed to know the institution reality, and because of it becamea fundamental diagnostic to the implementation of an in clusive process whoseobjective is to provide a quality education to everybody. Above all, however, the workitself was an efficient instrument of sensibility and mobilization of the community, byproposing a more systematic reflection about the theme.

Key-words: Inclusion; Inclusive Education; Conceptions about inclusion; People withspecial educational needs.

Page 11: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

LISTA DE ABREVIATURAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas

APAE - Associação de Pais e Amigos dos Excepcio nais

CENESP – Centro Nacional de Educação Especial

CNE - Conselho Nacional de Educação

IBC – Instituto Benjamin Constant

IBOPE - Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística

INES – Instituto Nacional de Educação de Surdos

LDB - Lei de Diretrizes e Bases

LDBEN – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

MEC - Ministério de Educação e Cultura

NEEs – Necessidades Educacionais Especiais

ONU – Organização das Nações Unidas

PNE – Plano Nacional de Educação

PNEEs – Pessoas com Necessidades Educacion ais Especiais

TEC NEP - Programa Educação, Tecnologia e Profissionalização para Pessoas com

Necessidades Educacionais Especiais

UEP - Unidade Educacional de Produção

UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura

Page 12: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................... 13

1.1 Breve histórico da Educação Especial ............................... 131.2 Fundamentos da Educação Inclusiva ................................ 221.3 Necessidades Educacionais Especiais .............................. 331.4 Concepções sobre Educação Inclusiva ............................. 37

2 JUSTIFICATIVA ........................................................................ 42

3 OBJETIVOS .............................................................................. 45

3.1 Objetivo Geral ................................................................... 453.2 Objetivos Específicos ......................................... ............... 45

4 MÉTODO ................................. .................................................. 46

4.1 Participantes ....................................................................... 464.2 Local e Ambiente ................. ............................................... 474.3 Instrumentos ....................................................................... 474.4 Procedimentos de Coleta de Dados .................................. 48

5 RESULTADOS ................ ........................................................... 50

6 DISCUSSÃO .............................................................................. 58

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................... 64

8 REFERÊNCIAS .......................................................................... 66

APÊNDICES ............................................................................... 76

ANEXO ..................................................................... ................. 111

Page 13: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

1 INTRODUÇÃO

Atualmente, em todo o mundo a Educação Especial e mais especificamente a

inclusão de pessoas com necessidades educacionais especiais tem despertado

interesse de amplos setores da sociedade, uma vez que essa po lítica tem se

constituído numa forma eficaz para a inclusão social e consequentemente num

importante passo para a diminuição das desigualdades.

No Brasil, com o avanço da democracia participativa, a Educação Inclusiva,

rompendo com preconceitos, vem se fir mando e hoje passa a ser discutida com

responsabilidade sobre bases científicas e respaldo legal. Inúmeros eventos

científicos, congressos, seminários são promovidos para estudar a inclusão de

pessoas com necessidades educacionais especiais. Da mesma forma pode-se

constatar aumento expressivo de pesquisas e trabalhos sobre o tema, desenvolvidos

pela comunidade acadêmica brasileira. É também evidente a preocupação com a

capacitação de profissionais de educação e com a adaptação física das escolas

seguindo as normas estipuladas pela ABNT.

O presente trabalho visa contribuir com a bibliografia existente buscando, a

partir do estudo das concepções de uma comunidade escolar, possibilitar a

construção de bases sólidas para a implementação de um projeto de inclusão de

pessoas com necessidades educacionais especiais em uma escola regular.

Tendo a finalidade de produção de conhecimento na área, serão abordados

quatro tópicos: (1) Breve histórico da Educação Especial; (2) Fundamentos da

Educação Inclusiva; (3) Necessi dades Educacionais Especiais; (4) Concepção sobre

Educação Inclusiva.

1.1 Breve histórico da Educação EspecialMuitos dos mitos, dos estereótipos e das práticas desenvolvidas hoje em dia

no que diz respeito às pessoas com necessidades educacionais espe ciais se

fundamentam nas primeiras impressões da sociedade em relação a essas pessoas.

Quando se pretende conhecer concepções de uma comunidade sobre pessoas com

necessidades educacionais especiais, humanizar tratamentos e promover a inclusão

Page 14: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

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educacional se faz necessário contextualizar historicamente esses tópicos para

melhor compreendê-los.

No decorrer da história da humanidade, pode -se observar que as concepções

sobre a deficiência foram evoluindo “conforme as crenças, valores culturais,

concepção de homem e transformações sociais que ocorreram nos diferentes

momentos históricos” (BRASIL, 2001d, p.25). Povos primitivos e até mesmo em

estágio mais avançado de civilização, como os egípcios, gregos e romanos,

consideravam as deficiências como manifestações do sobrenatural. O misticismo

cristão medieval induzia à concepção metafísica que também relacionava a

deficiência ao sobrenatural. Anomalias físicas, mentais ou sensoriais eram

explicadas pela crença da direta intervenção divina ou de outros seres superio res,

sob a forma de castigo para expiação dos pecados ou de bênção, quando eram

atribuídos aos portadores dessas deficiências os dons da clarividência ou da cura

(PARANÁ, 2006). Em relação a essas pessoas, as respostas sociais eram

ambivalentes: ora de medo e rejeição, ora de respeito ou admiração (BRASIL,

2001d).

No início do século XX, apesar dos avanços sociais e científicos, pessoas

deficientes eram ainda vistas como perigosas à sociedade, pois eram considerados

anormais “todos que ameaçavam a seguran ça da burguesia estabelecida no poder”

(JANNUZZI, 2004, p.56). Dessa forma, muitas vezes serem rotulados como

anormais tanto criminosos e tarados quanto surdos -mudos, cegos congênitos e

deficientes físicos, já que o conceito de deficiência era formulado a partir de um ideal

de normalidade correspondente às contingências e expectativas de determinado

momento social (JANNUZZI, 2004). Por não se ter clareza quanto à causa das

deficiências, usualmente a deficiência mental estava relacionada à hereditariedade e

a problemas básicos de saúde, como sífilis, tuberculose e doenças venéreas

(JANNUZZI, 2004).

A partir de 1948, com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, houve

uma mudança na concepção sobre pessoas com deficiência, “[...] que passaram a

ser vistas como cidadãs, com direitos e deveres de participação social, embora

persistisse a ótica assistencial e caritativa e o viés da medicalização em sua

educação” (FERNANDES, 2006 apud PARANÁ, 2006, p. 21). Nesse sentido, é

importante ponderar que as diversas co ncepções sobre a deficiência permearam

todos os períodos históricos, e ainda se refletem nos dias atuais. Somos

Page 15: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

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constantemente surpreendidos pela discriminação das pessoas a partir de sua

deficiência como também pela percepção de que a deficiência é uma he rança

maldita, doença incurável ou incapacidade generalizada, objeto de maldição ou obra

do divino (BRASIL, 2001d).

Assim, como as concepções sobre a deficiência foram seguindo uma linha

evolutiva, o mesmo aconteceu com o tratamento dispensado às pessoas c om

deficiência, o qual variava de acordo com as crenças da comunidade ou com a visão

da autoridade religiosa. Na Antiguidade a pessoa com deficiência de qualquer

natureza era praticamente exterminada pelo abandono em virtude do medo da

doença ou pela crença de que a deficiência fosse maldição dos deuses (BRASIL,

2000c).

Já na Idade Média o ideário cristão rejeitou o extermínio de pessoas doentes,

defeituosas e/ou mentalmente afetadas por serem consideradas também criaturas

de Deus, apesar de persistir seu abandono, “[...] dependendo, para sua

sobrevivência, da boa vontade e caridade humana” (BRASIL, 2000c, p. 9). No século

XVI, com Renascimento, começaram a surgir novas ideias não só quanto à origem

das deficiências (causas orgânicas), mas também quanto ao seu tratamento por

meio da alquimia, magia e astrologia.

Os avanços da Medicina no século XVII fortaleceram a tese da organicidade e

consequentemente as ações de tratamento médico às pessoas com deficiência

(BRASIL, 2000c). Entretanto, apesar das práticas científicas, continuou

predominando a segregação dessas pessoas, com a prática da internação “[...] em

instituições, para cuidado, proteção ou tratamento médico, caracterizando o

paradigma da institucionalização, que vigorou aproximadamente por oito século s,

durante parte da Idade Média até início do séc. XX” (BRASIL, 2004 apud PARANÁ,

2006, p.18).

O espírito de filantropia impulsionou, durante todo esse longo período, ações

de proteção caridosa e compassiva nas primeiras instituições asilares e hospit alares.

Entretanto, segundo Jannuzzi (2004), os deficientes eram segregados da sociedade,

enquanto era possível e conveniente.

No Brasil, que reproduzia o modelo europeu, também era clara e patente a

exclusão das pessoas com deficiência, até mesmo em docum entos oficiais. A

Constituição Brasileira de 1824, de acordo com Jannuzzi (2004), excluía o adulto

deficiente físico ou moral, privando -o do direito político.

Page 16: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

16

No início do século XIX era comum, conforme relatos de Jannuzzi (2004) o

abandono de crianças com deficiências físicas ou mentais pelas ruas. As instituições

eram vinculadas a hospitais e sanatórios e “[...] pareciam ser destinadas aos

indivíduos com níveis mais graves, cujas incapacidades generalizadas eram de

maior visibilidade” (MENDES, 2000, p. 10 ). Essas instituições, embora funcionassem

precariamente, ofereciam abrigo e alimentação aos deficientes, mas reforçavam a

exclusão pelo afastamento do indivíduo da sociedade (JANNUZZI, 2004). Essa foi

uma época de institucionalização intensiva já que os d eficientes eram tidos como

pessoas perigosas à sociedade. Segundo Mendes (2002), o tratamento das pessoas

consideradas desviantes, era usualmente ofertado em asilos e manicômios que

funcionavam como uma espécie de prisão dos alienados, visando à proteção d a

sociedade. A segregação e a esterilização passaram a ser vistas, então, “[...] como

meios de controle para lidar com essa população específica, de modo a evitar a

‘proliferação’, na sociedade, de pessoas atingidas pela deficiência” (BRASIL, 2000b,

p.27).

As Grandes Guerras do século XX provocaram a necessidade da criação de

serviços de reabilitação para atender aos soldados que retornavam dos conflitos

apresentando graves deficiências e reivindicando atendimento. Esses serviços

passaram a ser usados também por crianças e outras pessoas com deficiências.

No decorrer da década de 1950 os próprios deficientes começaram a se

organizar procurando participar de discussões em torno de seus problemas

(JANNUZZI, 2004). São reflexos da atuação política das organizações oriundas

desse movimento os avanços obtidos nos últimos anos com a definição de políticas

adequadas e provimento de serviços de atendimento a pessoas com necessidades

educacionais especiais.

Observa-se também que a educação, assim como as concepções sobre

deficiência, evoluiu de forma significativa. As primeiras iniciativas para se ensinar

pessoas deficientes, até então segregadas ou isoladas do convívio social, datam,

segundo Mendes, (2002), do Século XVI, quando médicos pedagogos, desafiando

os conceitos vigentes, passaram a acreditar na possibilidade de educar esses

indivíduos até então, considerados ineducáveis.

Somente no século XVIII, conforme Jannuzzi (2004), sob influência das idéias

iluministas, foram abertas em vários países, instituições e specializadas para

atendimento de deficientes visuais e auditivos. Em Paris, no ano de 1760, foi criado

Page 17: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

17

o Instituto Nacional de Surdos -Mudos e em 1784, o Instituto Real dos Jovens Cegos,

dando início a educação de surdos e cegos.

O trabalho desenvolvido, em 1800, por Jean Marc Itard, médico francês, é

considerado o marco inicial da Educação Especial na Europa. O trabalho mais

importante de Itard para a educação de pessoas com deficiência mental foi o que

realizou com Victor, um jovem encontrado na floresta, envidando esforços para[...] transformar esse menino selvagem em um homem civilizado,empregando métodos sistemáticos de treinamento de habilidades, tendocomo pressuposto que as deficiências do jovem deviam -se à privaçãoambiental a que foi exposto (MEC, 2000b, p.24).

Os estudos de Itard exerceram muita influência entre pesquisadores de todo o

mundo, contribuindo, de forma significativa, para o atendimento a pessoas com

necessidades educacionais especiais. A partir daí, “passou -se a pensar que as

pessoas com deficiência poderiam ser tratadas, treinadas e reintegradas à

comunidade como seres humanos produtivos” (BRASIL, 2000b, p. 25).

Ainda na Europa, mais especificamente na França, em 1824, Louis Braille

criou o Sistema Braille de escrita e leitura para cegos, com caracteres em relevo,

usado até hoje. Dessa forma, “[...] o processo de ensino -aprendizagem das pessoas

cegas deslancha, possibilitando-lhes maior participação social” (BRASIL, 2001d, p.

27).

Já no Brasil, no final do século XVIII e começo do X IX, surge a educação das

crianças deficientes, institucionalmente, mas de maneira tímida (JANNUZZI, 2004).

O grande impulso ao desenvolvimento histórico da Educação Especial no Brasil,

segundo Domingos (2005), se deu no século XIX , inspirado por experiênc ias

europeias e americanas, quando os serviços dedicados a esse segmento da

população foram trazidos por estudiosos brasileiros que se dispunham a organizar e

a implementar ações isoladas e particulares para atender a pessoas com

deficiências físicas, mentais e sensoriais.

Sob forte influência europeia, foi c riado, em setembro de 1854, no Rio de

Janeiro o Imperial Instituto de Meninos Cegos, atual IBC - Instituto Benjamim

Constant. “O IBC foi o primeiro educandário para cegos na América Latina e é a

única Instituição Federal de ensino destinada a promover a educação de pessoas

cegas e das portadoras de baixa visão no Brasil” (BRASIL, 2001d, p.27). Oferecia,

na época de sua criação, ensino literário, com disciplinas científicas, além de se

ocupar com a formação para o trabalho.

Page 18: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

18

No ano de 1857, também no Rio de Janeiro, foi criado o Instituto Imperial de

Educação de Surdos, hoje INES - Instituto Nacional de Educação para Surdos. O

IBC e o INES foram considerados, de certa forma, privilegiados, pois estiveram

ligados ao poder central até 1973 e contavam com verbas e apoio do governo

federal (JANNUZZI, 2004).

No Brasil, na segunda metade do século XIX, a defesa da educação de

pessoas com necessidades educacionais especiais era argumentada em função da

economia dos cofres públicos. Dessa forma, no entendimento de Jannuzzi (2004),

seriam evitados manicômios, asilos e penitenciárias, já que essas pessoas seriam

incorporadas ao trabalho.

O acesso à educação de pessoas com deficiências vai sendo, assim,

lentamente conquistado, na medida em que se ampliam as oportunidades

educacionais para toda a população (MENDES, 2001).

Além da criação de escolas oficiais surgem também iniciativas particulares

isoladas, com acentuado caráter assistencialista. A prática do favor e da caridade,

comuns no Brasil do final do século XIX, instituía o caráter assistencialista na

atenção à pessoa com necessidades educacionais especiais e à Educação Especial.

No início do século XX, profissionais ligados à saúde mostraram interesse

pela educação de pessoas com deficiência. Na época foram então criadas

instituições escolares ligadas a hospitais psiquiátricos, como por exemplo, o

Pavilhão Bourneville no Rio de Janeiro, em 1904, anexo ao Hospício da Praia

Vermelha, para atender crianças segregad as que estavam sendo atendidas junto

com adultos considerados loucos. Segundo Jannuzzi (2004), nesse anexo eram

oferecidos às crianças orientação pedagógica e atendimento clínico. Nascidos sob a

preocupação médico-pedagógica, segundo a autora supracitada ( 2004), esses

pavilhões mantinham a segregação dos deficientes, continuando assim a patentear,

a institucionalizar a segregação social embora apresentassem algo esperançoso: a

percepção da importância da educação.

Embora fossem patentes avanços em relação à conceituação de deficiência e

à educação de pessoas com necessidades especiais, a evolução do tratamento

médico dispensado a essas pessoas ocorre em ritmo diverso. Somente no século

XVII, novos avanços da área da Medicina possibilitaram que a tese da org anicidade

favorecesse o surgimento de ações de tratamento médico às pessoas com

deficiência. Mas, à medida que a medicina foi evoluindo nesse aspecto, “[...] outras

Page 19: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

19

áreas também foram se delineando, acumulando informações acerca da deficiência,

de sua etiologia, seu funcionamento e seu tratamento” (BRASIL, 2000c, p. 13). No

entender de Jannuzzi (2004), aos poucos o diagnóstico das deficiências vai

deixando de ser exclusividade médica passando a ser vinculado a três áreas

profissionais: a pedagogia, a medici na e a psicologia.

Ainda de acordo com Jannuzzi (2004), em 1909 já se têm informações de

fundamentos da psicologia aplicados à educação no Brasil com a criação, pelo

professor Clemente Quaglio, de um Laboratório de Psicologia Experimental, em

Amparo – SP. Sob influência do ideário do movimento mundial denominado Escola

Nova, a participação da psicologia na educação e o uso dos testes de inteligência

para identificar deficientes mentais passaram então a ser amplamente difundidos no

Brasil (MENDES, 2000). Esse movimento de origem europeia “[...] caracterizou -se

por novas propostas pedagógicas que enfatizavam a democracia nas relações

escolares, uma educação que respeitasse as diferenças individuais, as aptidões e os

interesses das crianças” (ROMANELLI, 2002 apud DOMINGOS, 2005). Decroly e

Montessori foram os representantes desse movimento que mais influenciaram os

pedagogos brasileiros (JANNUZZI, 2004).

Seguindo essa tendência, em 1913 o mesmo professor Quaglio, introduziu a

escala métrica de inteligência Bine t-Simon, que estabelecia parâmetros de

anormalidade e publicou a primeira amostra estatística de pesquisa realizada com

crianças de escolas públicas (Quaglio, 1920 apud Mendes, 2000). Nota-se, então

uma maior preocupação no panorama nacional com a identifi cação dos casos leves

de “anormalidade da inteligência” nas escolas regulares, uma vez que os casos mais

graves já eram, a priori, rejeitados pela escola pública (Jannuzzi, 1992 apud

Mendes, 2000).

Em 1929, com o trabalho no Brasil da psicóloga russa Hele na Antipoff, foram

criados serviços de diagnósticos, classes e escolas especiais. A psicóloga propunha

a composição de classes, prevendo inclusive a instalação de classes especiais para

pessoas com deficiência mental nas escolas públicas. Essa medida é con siderada

ambígua por Jannuzzi (2004), que argumenta:Se por um lado, Antipoff ajudou a firmar a ‘situação’, segregando oexcepcional, tornando mais produtivo o ensino nas classes comuns àscamadas mais favorecidas, sem a ‘turbulência’, a ‘anormalidade’, o s ‘dedifícil aprendizagem’ etc., de outro lado possibilitou o acesso ao ensinopúblico, gratuito também, para crianças com alguns prejuízos orgânicos(JANNUZZI, 2004, p. 134).

Page 20: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

20

A partir de 1930, com as mudanças políticas e sociais ocorridas no país, uma

nova questão se coloca: a quem caberia o atendimento educacional a pessoas com

necessidades educacionais especiais. Enquanto na esfera governamental

prosseguia a política de atenção a esses alunos por meio da criação de escolas

junto a hospitais e ao ensino regular, a sociedade civil começava a organizar -se em

associações de pessoas preocupadas com o problema da deficiência. Segundo

Jannuzzi (2004), nesse período “[...] outras entidades filantrópicas especializadas

continuavam sendo fundadas e havia surgiment o de formas diferenciadas de

atendimento em clínicas, institutos psicopedagógicos e centros de reabilitação,

geralmente particulares” (p. 68). Dentre essas iniciativas, destaca -se a Sociedade

Pestalozzi, fundada por Helena Antipoff em 1932.

As discussões promovidas nessa época por instituições e pedagogos

interessados no assunto resultaram em ligeiras, mas importantes conquistas na

legislação brasileira. Segundo Jannuzzi (2004), a Constituição de 1934, embora não

mencione o excepcional, afirma no artigo 149 que a educação é direito de todos e

que deve ser gratuita e obrigatória.

Com o final de Segunda Grande Guerra Mundial, aprofundam -se as

discussões sobre direitos humanos. Movimentos da sociedade organizada passaram

a exigir novas atitudes de apoio às pes soas com deficiência, reforçando a tese de

responsabilidade social em relação a elas. Essas influências, nascidas em países

mais desenvolvidos, foram sendo gradativamente incorporadas a outros países

como, por exemplo, o Brasil. A Declaração Universal dos Direitos Humanos,

aprovada em Paris em 10 de dezembro de 1948 serviu de fonte de inspiração para

as políticas públicas e para os instrumentos jurídicos da grande parte dos países,

apontando “[...] que a essência dos direitos humanos está no direito a ter d ireitos”

(PARANÁ, 2006, p. 21). No Artigo XXVI dessa mesma Declaração, a educação é

reconhecida como direito de todos, quando afirma que todas as pessoas têm direito

à instrução gratuita e que essa instrução deve ser orientada no sentido do pleno

desenvolvimento humano e do fortalecimento do respeito pelos direitos humanos e

pelas liberdades fundamentais (ONU, 1948).

Sob forte influência do movimento mundial em defesa dos direitos humanos e

em resposta aos apelos da sociedade que se organizava, o governo br asileiro

reconheceu a necessidade de cursos de formação de professores e de técnicos

especializados para o trabalho com deficientes sensoriais. Em 1954, “o IBC realizou

Page 21: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

21

cursos para professores e inspetores de cegos, recebendo bolsistas de diversos

estados” (BRASIL, 1987, p.248 apud JANNUZZI, 2004, p. 82). Jannuzzi (2004) relata

que no mesmo ano ocorreu a concessão do direito ao voto aos cegos, como

conquista importante para a sua reinserção social.

Em 1954 também foi criada no Rio de Janeiro a primeira esco la especial da

Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE. Essa instituição tornou -se

a grande propulsora da Educação Especial, “[...] tentando abranger os diversos

problemas da excepcionalidade, englobando as áreas da saúde e educação”

(JANNUZZI, 2004, p.87). Além disso, os próprios deficientes já estavam se

organizando em torno de seus problemas, sendo criado, também em 1954, o

Conselho Brasileiro de Bem-Estar dos Cegos (JANNUZZI, 2004).

O setor governamental, sob influência de elementos do ensin o especializado

e de associações civis, criou as campanhas de educação do surdo, do cego e do

deficiente mental. Essas campanhas “ecoaram na sociedade arregimentando

pessoas, tentando evidenciar o problema do deficiente” (JANNUZZI, 2004, p. 136).

Segundo Mendes (2000), no início da década de 60, os serviços de ensino

oferecidos a pessoas com necessidades educacionais especiais baseavam -se em

modalidades segregadoras, com a implantação de classes especiais para portadores

de deficiência mental leve nas escol as públicas de ensino regular e de escolas

especiais de natureza privada e sem fins lucrativos, para os casos mais graves.

Em 1961 passou a vigorar a primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional. A LDB n. 4024/61 destinava um título à Educação E special, ofertando

serviços educacionais às pessoas com necessidades educacionais especiais, dentro

do possível no ensino regular, muito embora resguardasse incentivo financeiro às

instituições particulares que ofertassem esses serviços. Dessa forma, forta lecia o

setor privado na atenção à pessoa com necessidades educacionais especiais. Ao

regulamentar a oferta privada, essa lei imprimiu à orientação ao atendimento

especializado em nível nacional uma marca difícil de se apagar. A ambiguidade

gerada por essa situação não se resolveu nem mesmo com a Constituição do Brasil

de 1967, que no seu Artigo 168 referia -se novamente à educação como direito de

todos, inspirada no princípio da unidade nacional e nos ideais de liberdade e de

solidariedade humana, assegurando a igualdade de oportunidades. Segundo Kassar

(1998, apud PARANÁ, 2006 p.22) essa contradição gerada na promoção de serviços

se estende aos dias atuais, já que, “[...] ao mesmo tempo que propõe o atendimento

Page 22: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

22

‘integrado’ na rede regular de ensino, delega às instituições sob a administração

particular a responsabilidade de parte do atendimento, por meio da ‘garantia’ de

apoio financeiro”.

Independentemente dessa discussão, evidencia -se nas últimas décadas do

século XX uma gradativa transformação social no t ocante às pessoas com

necessidades educacionais especiais - PNEEs. Sentimentos atávicos de medo e

rejeição foram dando lugar a atitudes de aceitação e respeito, embora os serviços

educacionais, contrariando o diploma legal, ainda não se destinassem a todo s. Por

essa época começava a ganhar força “[...] a compreensão de que o lugar da criança

com necessidades educacionais especiais não seria em espaços segregados, porém

com as demais crianças” (BEYER, 2005, p.28).

1.2 Fundamentos da Educação InclusivaA partir da década de 70, em resposta aos movimentos dos pais de crianças

às quais era negado o ingresso em escolas comuns, crescia, segundo Mendes

(2002), o entusiasmo em aceitar a ideia de incorporar crianças e adolescentes com

necessidades educacionais es peciais em ambientes com o mínimo possível de

restrição. Novas propostas educacionais, portanto, se fortaleceram juntamente com

os movimentos de direitos civis de minorias e grupos marginalizados.

Esses movimentos organizados exigiam do governo, respostas a suas

reivindicações. Como consequência, em 1971, o Ministério de Educação e Cultura

resolveu, por meio da Portaria nº 86 criar o Grupo Tarefa Educação Especial, “[...]

com vistas a implantar uma sistemática de trabalho educacional dirigida aos

excepcionais, em todas as suas formas, em todo o território brasileiro” (BRASIL,

2000c, p. 33).

Dois anos mais tarde, em 1973, sob pressão de instituições privadas, foi

criado o Centro Nacional de Educação Especial (CENESP), ligado ao Ministério de

Educação e Cultura, que impulsionou ações educacionais aos deficientes mentais,

visuais, auditivos e também aos superdotados (BRASIL, 2008). Com a criação do

CENESP, os serviços privados cresceram e aumentaram sua visibilidade.

Essas ações governamentais reforçavam a id éia de integração como forma

de dar fim “à prática da exclusão social a que foram submetidas as pessoas com

deficiência por vários séculos” (SASSAKI, 2006, p.30).

Page 23: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

23

O conceito de integração ia muito além de colocar ou manter pessoas com

necessidades educacionais especiais em classes regulares, defendia a necessidade

de se modificar as PNEEs de modo que fossem mais facilmente inseridas no convívio

em sociedade (BRASIL, 2000c). Defendia que a pessoa com necessidades

educacionais especiais é que deveria se adapt ar à sociedade, preconizando “[...] o

investimento principal na promoção de mudanças no indivíduo, no sentido de

normalizá-lo” (BRASIL, 2000c, p. 19). Portanto, segundo essa concepção, o problema

estava centrado na pessoa com necessidades educacionais espe ciais.

A esse modelo de atenção à pessoa com necessidades educacionais

especiais, que se caracterizava pela oferta de serviços de avaliação realizada por

profissionais, da intervenção baseada na avaliação e do encaminhamento da pessoa

com deficiência para a vida em comunidade, se chamou Paradigma de Serviços

(BRASIL, 2000c).

A integração escolar era, pois, concebida como um processo no qual[...] o sistema educacional proveria os meios mais adequados para atenderas necessidades dos alunos. O nível mais adequado seria aquele quemelhor favorecesse o desenvolvimento de determinado aluno, emdeterminado momento e contexto. Percebe -se nessa fase o pressuposto deque as pessoas com deficiências tinham o direito de conviver socialmente,mas que deviam ser, antes de tudo, preparadas em função de suaspeculiaridades para assumir papéis na sociedade (MENDES , 2006, p. 391).

Segundo Mantoan (2006),[...] o uso da palavra ‘integração’ refere -se mais especificamente à inserçãode alunos com deficiência nas escolas com uns, mas seu emprego dá-setambém para designar alunos agrupados em escolas especiais parapessoas com deficiência, ou mesmo em classes especiais, grupos de lazerou residências para deficientes (p.18).

A mesma autora (2006) considera ainda que a integraçã o, ao oportunizar ao

aluno vários tipos de atendimento quer seja em escolas especiais, classes especiais

em escolas comuns, ensino itinerante, salas de recursos, classes hospitalares ou

ensino domiciliar, se caracterizava como uma inserção parcial. Sob a m esma ótica,

Enumo (2005) observa que, o modelo de integração, ao adotar as “classes

especiais” para alunos com necessidades educacionais especiais (NEEs), acabava

por contribuir para a segregação dessas crianças.

Para Sassaki (2006) a integração[...] constitui um esforço unilateral tão somente da pessoa com deficiência eseus aliados (a família, a instituição especializada e algumas pessoas dacomunidade que abracem a causa da inserção social), sendo que estestentam torná-la mais aceitável no seio da soc iedade (p.33).

Apesar disso, o mesmo autor (2006) reconhece que a integração tinha mérito,

por promover a inserção de pessoas com deficiência na sociedade. Marchesi e

Page 24: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

24

Martin (1995, apud PARANÁ, 2006) também reconhecem a importância histórica do

movimento pela integração das pessoas com necessidades educacionais especiais

pela ruptura que promoveu de ideias e práticas cristalizadas acerca da ineficiência e

incapacidade dessas pessoas.

Ferreira (2008) identifica como dificuldades enfrentadas pelo princípio da

integração escolar a falta de recursos, o assistencialismo de muitas instituições e a

negação da deficiência pelas famílias. Segundo a mesma autora (2008) o princípio

da integração escolar enfrentou algumas críticas, entre elas a que se refere ao fato

de que a passagem do aluno de um nível mais segregado para um mais integrado

dependia exclusivamente dele e raramente acontecia. A autora (2008) acrescenta

ainda que a integração produziu uma estrutura de serviços fragmentados.

Com a ampliação da discussão sobre o fato de pessoas com necessidades

educacionais especiais serem reconhecidas como cidadãs, não importando o tipo de

deficiência e o grau de comprometimento que apresentem, vai se fortalecendo a

defesa dos conceitos inclusivistas. Assim, a partir do final dos anos 80 do século XX,

“[...]o termo integração começou a perder força, sendo substituído pela idéia de

inclusão, uma vez que o objetivo é incluir, sem distinção, todas as crianças,

independentemente de suas habilidades” (ENUMO, 2005, p. 336).

A década de 80 passou a ser referência, poisinúmeras leis foram aprovadas, organismos internacionais sistematizaramdocumentos norteadores das políticas, grupos sociais organizaram -sepoliticamente e ganharam força nas reivindicações em torno da igualdadede direitos e oportunidades, ocasionando uma revolução nos instrumentosjurídicos (PARANÁ, 2006, p. 26.)

Nesse contexto, a Organização das Nações Unidas, estimulada por

movimentos sociais cada vez mais organizados em prol da questão da Educação

Especial, mais especificamente do tema Deficiência, elegeu o ano de 1981 como o

Ano Internacional da Pessoa Deficiente. Esse ano ficou reconhecido como o marco a

partir do qual, “[...] o conceito de inclusão passou a ser debatido em todo o mundo,

através da realização de Congressos, Conferências e da aprovação de Declarações,

Convenções, Leis, Decretos e Políticas” (MAZZOTA, 2001 apud SANT’ANA, F.

2005, p. 82).

Apenas em 1988, com a promulgação da Constituição Federal, foi oficializado

no Brasil um dos princípios inc lusivos: os portadores de deficiências deveriam ser

educados preferencialmente na rede regular de ensino (Art. 208). A Constituição de

1988, conhecida como constituição cidadã, foi o instrumento jurídico brasileiro

Page 25: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

25

precursor na luta pela inclusão educacion al. Tanto assim que no Art. 205 estabelece

que:A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovidae incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao plenodesenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania esua qualificação para o trabalho (BRASIL, 2006, p. 34).

Determina ainda o Art. 206, I, da mesma Constituição, a igualdade de condições de

acesso e permanência na escola como um dos princípios básicos para o ensino

(BRASIL, 1988). Já no Art. 227, § 1º-II, a Constituição de1988 prevê a:criação de programas de prevenção e atendimento especializado para osportadores de deficiência física, sensorial ou mental, bem como deintegração social do adolescente portador de deficiência, mediante otreinamento para o trabalho e a convivência, e a facilitação do acesso aosbens e serviços coletivos, com a eliminação de preconceitos e obstáculosarquitetônicos (BRASIL, 2006, p. 36).

No âmbito das relações internacionais, o início da década de 90 foi marcado

pela aceitação política da proposta de Educação para Todos, produzida em Jomtien,

Tailândia, na Conferência Mundial da UNESCO (BRASIL, 2000). O governo

brasileiro assumiu nessa conferência o compromisso de construir um sistema

educacional, que acolhesse a todos, c om qualidade e igualdade de condições.

O Estatuto da Criança e do Adolescente (1990) - Lei Federal nº 8.069/90 – em

consonância com as orientações da UNESCO, dá enfoque específico ao

atendimento de pessoas com necessidades educacionais especiais, entre out ras

determinações, quando, no seu Art. 54 afirma que “É dever do Estado assegurar à

criança e ao adolescente: [...] III - atendimento educacional especializado aos

portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino” (BRASIL,

2001b, p.21). O mesmo estatuto prevê ainda, no seu Art. 5º que “nenhuma criança

ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação,

exploração, violência, crueldade e opressão, punindo na forma da lei qualquer

atentado por ação ou omissão aos seus direitos fundamentais” (BRASIL, 2001b, p.

10). Em seu Art. 55 dispõe que “os pais ou responsável têm a obrigação de

matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino” (BRASIL, 2001b, p. 22).

Todos esses dispositivos legais e diplomáticos foram consolidados pela

Declaração de Salamanca, documento oficial da Conferência Mundial de Educação

Especial, realizada entre 7 e 10 de junho de 1994 e reconhecida como grande marco

dos direitos de pessoas com necessidades especiais. Proclama esse docume nto

que todos aqueles que têm necessidades educacionais especiais devem ter acesso

a escolas regulares. Estas deveriam acomodá -los dentro de uma pedagogia

Page 26: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

26

centrada na criança, capaz de satisfazer a tais necessidades. Escolas regulares com

orientação inclusiva constituem os meios mais eficazes de combater atitudes

discriminatórias, criando-se comunidades acolhedoras, construindo uma sociedade

inclusiva e alcançando educação para todos.

A partir da Declaração de Salamanca foi averiguada a necessidade da

inclusão da Educação Especial na estrutura da Educação para Todos, oficializada

em Jomtien. Desde então, o princípio que considera a educação como um direito de

todos, tornou-se o fundamento básico da Educação Especial no Brasil (SASSAKI,

2006).

Mais tarde a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN,

1996) vem incorporar à legislação brasileira a noção de que o sistema educacional

deve estar centrado nos alunos, quaisquer que sejam as suas características

(LAPLANE, 2006). A LDBEN, capítulo V, A rt. 58 define “a Educação Especial como

modalidade da educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de

ensino para educandos portadores de necessidades especiais” (BRASIL, 1996, p.

21).

Por sua vez, o Artigo 59 dessa mesma lei estabelece ainda que os sistemas

de ensino assegurarão a tais educandos: (a) Currículos, métodos, recursos

educativos e organizações específicas para atender às suas necessidades; (b)

terminalidade específica àqueles que não conseguirem atingir o nível exigido para a

conclusão de ensino fundamental em função de suas deficiências; (c) aceleração de

conteúdo para alunos superdotados para conclusão antecipada do programa

escolar; (d) professores especializados para sua inclusão em classes comuns

(BRASIL, 1996). A partir daí, a Educação Especial deixa de ser vista como

subsistema, paralelo e distanciado das práticas do contexto geral de educação, já

que a nova Lei de Diretrizes prevê a articulação e interatividade da Educação

Especial com os demais níveis e modalidades de ensino.

Em caráter complementar e subsidiário à LDBEN, em 1998, o Ministério da

Educação instituiu os Parâmetros Curriculares Nacionais, que “[...] vieram nortear e

orientar os profissionais da Educação quanto à relação professor e aluno, no

desenvolvimento de um processo de ensino e aprendizagem eficaz e significativo”

(BRASIL, 2000c, p. 26).

A garantia de locomoção e acesso de pessoas com necessidades

educacionais especiais também recebeu a atenção dos legisladores. O Congresso

Page 27: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

27

Nacional aprovou e o Pres idente da República promulgou em 19 de dezembro de

2000 a Lei nº 10.098/00, que “estabelece normas gerais e critérios básicos para

promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com

mobilidade reduzida e dá outras providências” (BRASIL , 2001c, p. 13).

A Resolução CNE/CEB n° 02/2001, que instituiu as Diretrizes Nacionais para

a Educação Especial na Educação Básica, representou um avanço na perspectiva

da universalização do ensino e um marco da atenção à diversidade na educação

brasileira. Determinava essa lei, no seu artigo 2º que “os sistemas de ensino devem

matricular todos os alunos, cabendo às escolas organizar -se para o atendimento aos

educandos com necessidades educacionais especiais, assegurando as condições

necessárias para uma educação de qualidade para todos” (BRASIL, 2001c, p. 69).

Ainda em 2001, o Plano Nacional de Educação – PNE, Lei nº 10.172/2001

destacava que o grande avanço que a década da educação deveria produzir seria a

construção de uma escola inclusiva que garantisse o atendimento à diversidade

humana (BRASIL, 2008). O PNE estabelecia como metas: o desenvolvimento e a

ampliação de programas educacionais em todos os municípios brasileiros, parcerias

com saúde e assistência social, ações preventivas nas áreas auditiva e visual,

atendimento aos alunos tanto na educação infantil quanto no ensino fundamental,

atendimento na rede regular de ensino ou em classes e escolas especiais, educação

continuada dos professores em exercício e formação de professores no ensino

superior. Mas, segundo Laplane (2006, p. 704), “[...] o documento tem sido criticado

por pesquisadores e profissionais da área, dentre outros motivos, por retirar a ênfase

da provisão de educação preferencial em classe comum e ampliar a possibilidade de

atendimento em escola ou classe especial”.

Reforçando as propostas de inclusão de pessoas com necessidades especiais,

no ano de 2002, segundo BRASIL (2008), foram regulamentadas leis importantes

para a educação inclusiva:

- Resolução CNE/CP nº1/2002, que estabeleceu as Diretrizes Curriculares

para a Formação de Professores da Educação Básica, definindo que as instituições

de ensino superior oferecessem formação docente voltada para a atenção à

diversidade;

- Lei nº 10.436/2002, que reconheceu a Língua Brasileira de Sinais como meio

legal de comunicação e expressão de pessoas surdas; e,

Page 28: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

28

- Portaria nº 2.678/2002, que aprovou diretriz e normas para o uso, o ensino, a

produção e a difusão do Sistema Braille em todas as modalidades de ensino.

Dando continuidade à política educacional, em 2003 o MEC criou o Programa

Educação Inclusiva: direito à diversidade. Esse programa objetivava a transformação

dos sistemas de ensino em sistemas educacionais inclusivos, garantindo o acesso de

todos à escolarização, a organização do aten dimento educacional especializado e a

promoção da acessibilidade (BRASIL, 2008).

Com a aprovação pela ONU da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com

Deficiência em 2006, o Brasil, um dos Estados signatários, reconhece o direito das

pessoas com deficiência à educação se comprometendo a assegurar um sistema de

educação inclusiva em todos os níveis de ensino, como expresso no Artigo 24 desse

documento (ONU, 2006).

Ainda em 2006 foi lançado o Plano Nacional de Educação em Direitos

Humanos, pela Secretaria dos Direitos Humanos, Ministério da Educação, Ministério

da Justiça e UNESCO onde está previsto entre suas ações fomentar, no currículo da

educação básica, temas relativos às pessoas com deficiência e desenvolver ações

afirmativas que possibilitem inclusão , acesso e permanência na educação superior

(BRASIL, 2008).

Dessa forma, a partir da observação das diversas leis aprovadas e declarações

firmadas durante esse período tanto no plano nacional quanto no internacional, pode -

se depreender, uma evolução que v ai da superação da segregação, passa pela

institucionalização, sinalizando uma política de inserção de pessoas com

necessidades educacionais especiais por meio da integração e posteriormente da

inclusão.

Muitas vezes os conceitos de Integração e Inclusão s e confundem por

defenderem o direito à igualdade de acesso ao espaço comum da vida em

sociedade para pessoas com necessidades educacionais especiais. Porém, embora

tenham significados semelhantes, “integração” e “inclusão” são termos usados para

expressar situações de inserção diferentes (MANTOAN, 2006).

Como traços distintivos entre os dois processos, podem -se enumerar:

A Integração escolar, segundo Ferreira (2008):

- buscava a integração progressiva da pessoa com necessidades

educacionais especiais ao convívio com pessoas consideradas normais, de modo

que esta fosse aceita na escola e na sociedade;

Page 29: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

29

- focalizava a deficiência da pessoa, propondo, primeiramente, uma

“preparação” do aluno em classes especiais (integração parcial) com vistas à sua

posterior “integração total” na classe comum;

- entendia que o aluno com necessidades educacionais especiais tinha que se

adequar à escola, que se mantinha inalterada;

- impedia que a maioria dos alunos com NEEs alcançassem os níveis mais

elevados de ensino já que a integração total na classe comum só era permitida

àqueles alunos que conseguissem acompanhar o currículo ali desenvolvido.

Por sua vez, a Inclusão escolar, na visão da mesma autora (2008):

- estabelece que as diferenças humanas são normais ao mesmo tem po que

reconhece que a escola atual tem provocado ou acentuado desigualdades

associadas à existência das diferenças de origem pessoais, sociais, culturais e

políticas. Por isso, prega a necessidade de reestruturação do sistema educacional

para prover uma educação de qualidade para todos os alunos;

- procura o problema no meio e nos recursos da escola;

- aponta para a escola o desafio de ajustar -se a padrões de anormalidade

para atender à diversidade de seus alunos;

- enfatiza a ação da escola e da educação como transformadoras da

realidade.

Sassaki (2006), comparando os princípios, define inclusão social como sendo

“o processo pelo qual a sociedade se adapta para poder incluir, em seus sistemas

sociais gerais, pessoas com necessidades especiais e, simultane amente, estas se

preparam para assumir seus papéis na sociedade” (p.39). No entender do autor

(1997, apud SASSAKI, 2006), a inclusão social seria “um processo bilateral

envolvendo pessoas ainda excluídas, e sociedade. Juntas, buscariam equacionar

problemas, decidir sobre soluções e efetivar a equiparação de oportunidades para

todos” (p.39).

Reforçando esse ponto de vista, Pires (2006) afirma que a ética da inclusão

como um dos imperativos do direito da cidadania, garante às pessoas com

necessidades educacionais especiais tomar parte ativa na sociedade com

oportunidades iguais às da maioria da população. O autor defende uma sociedade

para todos, onde todos os cidadãos possam ter qualidade de vida, garantidos o

respeito às diferenças e a valorização da divers idade.

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30

Para Sant’Ana, F. (2005), o termo inclusão[...] tem sido utilizado para expressar a convicção de que todos osindivíduos devem, de forma democrática, participar ativamente naorganização da sociedade, de modo que possibilite o acesso àsoportunidades de desenvolvimento sociocultural, levando sempre em contaas suas características individuais (p. 89).

A inclusão prevê intervenções decisivas e afirmativas no processo de

desenvolvimento do sujeito ao mesmo tempo em que exige o reajuste da realidad e

social. Prevê ainda o trabalho direto com o sujeito, mas[...] adota, como objetivo primordial e de curto prazo a intervenção junto àsdiferentes instâncias que contextualizam a vida desse sujeito nacomunidade, no sentido de nelas promover os ajustes (f ísicos, materiais,humanos, sociais, legais, etc) que se mostrem necessários para que apessoa com necessidades educacionais especiais possa imediatamenteadquirir condições de acesso ao espaço comum da vida na sociedade(BRASIL, 2000c, p.19).

A opção do Brasil pela política de inclusão também no âmbito escolar,

acompanha o movimento mundial de inclusão social, que, como já foi dito, tem como

princípio básico a igualdade de direitos e de oportunidades entre todos os membros

da comunidade. Embora não tenha s e iniciado no contexto da Educação Especial,

refere-se também a ela, na medida em que as pessoas por ela atendidas fazem

parte da população historicamente excluída da escola e da sociedade, conforme

afirma a Secretaria de Educação do Paraná (PARANÁ, 2006). Dessa forma, a

Educação Inclusiva vem questionar não somente as políticas e a organização da

Educação Especial, mas também o próprio conceito de integração, garantindo a

todos os alunos, o acesso ao ensino regular e a permanência nele.

O princípio fundamental da Educação Inclusiva consiste em ensinar a todos

os alunos juntos, independentemente das dificuldades e das diferenças que

apresentem, de maneira que possibilite oferecer aos alunos, caso seja necessário,

respostas educacionais adequadas às suas pec uliaridades individuais (PARANÁ,

2006).

Mantoan (2006) afirma que a inclusão “prevê a inserção escolar de forma

radical, completa e sistemática. Todos os alunos, sem exceção, devem frequentar as

salas de aula do ensino regular” (p. 20). A inclusão implica uma mudança de

perspectiva educacional, porquenão atinge apenas os alunos com deficiência e os que apresentamdificuldades de aprender, mas todos os demais, para que obtenhamsucesso na corrente educativa geral. Os alunos com deficiência constituemuma grande preocupação para os educadores inclusivos. Todos sabemos,porém, que a maioria dos que fracassam na escola são alunos que nãovêm do ensino especial, mas que possivelmente acabarão nele(MANTOAN, 2006, p. 19).

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31

Uma escola inclusiva é, portanto, “[...] aquela aberta à diversidade, onde os

alunos são respeitados nas suas diferenças e aprendem juntos, em classes

regulares, possibilitando a interação e o desenvolvimento mútuo” (SANT’ANA, F.

2005 p. 96).

A Declaração de Salamanca (1994), no item 35, concebe a inclusão como

responsabilidade coletiva da comunidade escolar ao afirmar que todos são

responsáveis[...] pelo sucesso ou fracasso de cada estudante. O grupo de educadores,ao invés de professores individualmente, deveria dividir a responsabilidadepela educação de crianças com necessidades especiais. Pais e voluntáriosdeveriam ser convidados a assumir participação ativa no trabalho da escola(UNESCO, 1994, p. 09).

No entanto, Lacerda (2007) alerta para problemas encontrados no processo

inclusivo brasileiro afirmando que,[...] o discurso contradiz a realidade educacional brasileira, caracterizada porclasses superlotadas, instalações físicas insuficientes, quadros docentescuja formação deixa a desejar. Essas condições de existência do sistemaeducacional levam a questionar a própria idéia de inclusão como políticaque, simplesmente, insira alunos nos contextos escolares existentes (p.261).

Sassaki (2006) afirma que estamos vivendo uma fase de transição entre

integração e inclusão, e que acertos e re definições serão ainda necessários

durante esse processo para se alcançar a inclusão de fato. O mesmo autor (2006)

pondera, entendendo ser “compreensível que, na prática, ambos os processos

sociais co-existam por mais algum tempo até que, gradativamente, a integração

esmaeça e a inclusão prevaleça” (p. 41).

Complementando e reconhecendo a urgência da inclusão, Pires (2006)

lembra ainda que “[...] todos estamos conscientes que se trata de um processo que

depende de mudanças sociais, que são lentas, por natur eza, e as mudanças de

atitudes das pessoas, pelo fato de deverem ser incorporadas à seus hábitos

pessoais, são ainda mais lentas” (p. 48).

A figura a seguir representa as diversas etapas presentes no decorrer da

história da Educação Especial. Na ilustraçã o que representa o período da Exclusão

está presente somente um grupo definido, o das “pessoas normais”. Ao representar

a Separação os dois grupos são definidos, mas não estabelecem nenhuma relação

entre si. Na representação da Integração o grupo menor, de PNEEs, está dentro do

grupo maior, de “pessoas normais”, mas os subgrupos não se relacionam, ambos

preservando seu espaço. Já a Inclusão é representada por um grupo grande,

definido, no qual todos os sujeitos interagem.

Page 32: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

32

Figura 1- Aproximação de PNEEs com a escola regular (BEYER, 2006).

Segundo Beyer (2006), no processo de inclusão não pode haver “[...] alunos

com e sem deficiência, com e sem distúrbios, com e sem necessidades especiais”

(p. 280). O projeto pedagógico inclusivo admite ape nas a existência de alunos que

apresentam as mais diversas necessidades .

O mesmo autor (2006) afirma que muitas dessas necessidades[...] são compartilhadas por vários alunos e compõem as necessidadesgerais do alunado da escola. Porém, há um grupo de alun os que apresen-tam algumas necessidades diferenciadas dos demais, singulares, quedemandam metodologias e procedimentos pedagógicos apropriados, paraque seu processo de aprendizagem não seja prejudicado (p. 280).

A partir, então, do novo projeto educaci onal que propõe o atendimento às

singularidades de cada aluno como fundamental ao seu processo de aprendizagem,

é importante que fique bem claro o conceito de necessidades educacionais

especiais. O próximo tópico pretende abordar o tema, tanto do ponto de vista legal,

apontado nos documentos oficiais, quanto por meio do entendimento de estudiosos

da Educação Inclusiva.

Page 33: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

33

1.3 Necessidades Educacionais EspeciaisAs diversas denominações atribuídas a pessoas com deficiência foram

evoluindo em consonância com as transformações sociais ocorridas nos diferentes

momentos históricos. Os termos utilizados para designar pessoas com deficiência,

segundo Carvalho (2008), geralmente carregavam significados negativos sendo que

a palavra deficiência, por si só, já tem um ca ráter estigmatizante, discriminatório e

ameaçador. Tanto é verdade que na primeira década do século XX era comum que

pessoas com necessidades educacionais especiais fossem denominadas idiotas,

anormais e retardadas. Documentos oficiais brasileiros anterior es a 1985 passaram

a fazer referências a essas pessoas tratando -as como excepcionais. A partir daí

tornou-se usual o termo pessoas portadoras de deficiência, abandonado somente

após a Declaração de Salamanca, quando se passou a usar a designação pessoas

com necessidades educacionais especiais.

Muito embora hoje a dificuldade de aceitação do diferente no seio familiar ou

no social ainda possa determinar sua exclusão, é inegável que aumenta a

consciência de que somos todos diferentes uns dos outros e que a di versidade

constitui a base do desenvolvimento das relações humanas. Ser diferente não faz de

ninguém melhor ou pior como pessoa e/ou cidadão (BRASIL, 2000c).

Na educação o convívio com o diferente nem sempre se deu de forma

tranquila. Por muito tempo acr editou-se que a Educação Especial paralela à

educação comum “[...] seria mais apropriada para a aprendizagem dos alunos que

apresentavam deficiência, problemas de saúde, ou qualquer inadequação com

relação à estrutura organizada pelos sistemas de ensino” ( BRASIL, 2008, p. 14). A

Educação Inclusiva, no entanto, propõe que a Educação Especial passe a constituir

a proposta pedagógica da escola, de forma articulada com o ensino comum,

orientando para o atendimento às necessidades educacionais especiais de seus

alunos (BRASIL, 2008). Dessa forma, a identificação das necessidades educacionais

especiais torna-se fundamental para nortear o planejamento do ensino, pois sem

isso não há como efetivamente propiciar um atendimento de qualidade (BRASIL,

2000c).

O termo necessidades educacionais especiais foi usado pela primeira vez na

Declaração de Salamanca (1994) e refere -se “[...] a todas aquelas crianças ou jovens

cujas necessidades educacionais se originam em função de deficiências ou de

dificuldades de aprendizagem” (UNESCO, 1994, p.3). A partir dessa Declaração, o

Page 34: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

34

conceito de necessidades educacionais especiais passou a ser amplamente

disseminado, ressaltando “[...] a interação das características individuais dos alunos

com o ambiente educacional e social, chamando a atenção do ensino regular para o

desafio de atender as diferenças” (BRASIL, 2008, p. 14).

O conceito de necessidades educacionais especiais não se restringe, portanto,

apenas aos problemas de aprendizagem decorrentes de quadros orgânicos

vinculados a deficiências ou distúrbios. Deverão ser igualmente considerados,

aqueles advindos de condições socioculturais diversas e econômicas desfavoráveis

(PARANÁ, 2006). Além dos educandos que apresentam necessidades educacionais

especiais, deverão ser contemplados ta mbém nessa proposta inclusiva os indivíduos

de etnias diversas e os de baixa renda, que, em muitos contextos, continuam

marginalizados e, principalmente, excluídos do contexto escolar (SANT’ANA, F.

2005).

Sassaki (2006) define pessoas com necessidades especiais como sendo

aquelas que:[...] em caráter temporário, intermitente ou permanente – possuemnecessidades especiais decorrentes de sua condição atípica e que, poressa razão, estão enfrentando barreiras para tomar parte ativa nasociedade com oportunidades iguais às da maioria da população (p. 15).

O mesmo autor (2006) reconhece como condições atípicas: deficiências

intelectual, física, auditiva, visual e múltipla; autismo; dificuldades de aprendizagem;

insuficiências orgânicas; superdotação; problem as de conduta; distúrbio de déficit de

atenção com hiperatividade, distúrbio obsessivo compulsivo, síndrome de Tourette;

distúrbios emocionais e transtornos mentais, estendendo consequentemente o

conceito de inclusão.

Também o documento intitulado Parâmet ros Curriculares Nacionais

(BRASIL,1998) utiliza a expressão necessidades educacionais especiais associada a

dificuldades de aprendizagem e não necessariamente às deficiências. Mas aqui,

amplia-se o conceito ao se referir a crianças e jovens cujas necessid ades decorrem

não só de suas dificuldades, mas também de sua elevada capacidade para aprender.

O termo necessidades educacionais especiais passou a ser utilizado com[...] o propósito de deslocar o foco do aluno e direcioná -lo para as respostaseducacionais que eles requerem, evitando enfatizar os seus atributos oucondições pessoais que podem interferir na sua aprendizagem eescolarização. É uma forma de reconhecer que muitos alunos, sejam ou nãoportadores de deficiências ou de superdotação, apresentam n ecessidadeseducacionais que passam a ser especiais quando exigem respostasespecíficas adequadas (BRASIL, 1998, p. 23).

Page 35: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

35

As Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica

(BRASIL, 2001c) reafirmam esse conceito amplo de necessidades educ acionais

especiais, acrescentando que essa nova concepção:[...] em vez de focalizar a deficiência da pessoa, enfatiza o ensino e aescola, bem como as formas e condições de aprendizagem; em vez deprocurar, no aluno, a origem de um problema, define -se pelo tipo deresposta educativa e de recursos e apoios que a escola deve proporcionar -lhe para que obtenha sucesso escolar; por fim, em vez de pressupor que oaluno deva ajustar-se a padrões de “normalidade” para aprender, apontapara a escola o desafio de a justar-se para atender à diversidade de seusalunos (BRASIL, 2001c, p.33).

A atenção à diversidade, conforme sugerem os Parâmetros Curriculares

Nacionais (1998), está focalizada no direito de acesso à escola visando à melhoria

da qualidade de ensino e apre ndizagem para todos, irrestritamente, bem como as

perspectivas de desenvolvimento e socialização. “A escola, nessa perspectiva,

busca consolidar o respeito às diferenças, conquanto não elogie a desigualdade. As

diferenças vistas não como obstáculos para o cumprimento da ação educativa, mas,

podendo e devendo ser fatores de enriquecimento” (BRASIL, 1998, p. 23).

A identificação de alunos com necessidades especiais nem sempre é

destituída de controvérsias. Entende -se que todo e qualquer aluno pode apresentar,

ao longo de seu processo de aprendizagem, alguma necessidade educacional

especial, temporária ou permanente. As Diretrizes Nacionais para a Educação

Especial na Educação Básica (BRASIL, 2001c) sob essa ótica consideram como

educandos com necessidades educ acionais especiais os que, no processo

educacional apresentarem:

- dificuldades acentuadas de aprendizagem ou limitações para acompanhar

as atividades curriculares (não vinculadas a uma causa específica, ou relacionadas a

condições, disfunções, limitações ou deficiências);

- condições de comunicação e sinalização diferenciadas dos demais alunos,

demandando uso de linguagens e códigos aplicáveis;

- altas habilidades ou superdotação .

De acordo com a Declaração de Salamanca (UNESCO, 1994, p.1) o princípio

fundamental das escolas inclusivas consiste em todos os alunos aprenderem juntos,

independentemente das dificuldades e das diferenças que apresentem. Comentando

esse princípio Mendes (2002) afirma quea inclusão estabelece que as diferenças humanas são normais, mas aomesmo tempo reconhece que a escola atual tem provocado ou acentuadodesigualdades associadas à existência de diferenças de origem pessoal,

Page 36: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

36

social, cultural e política, e é nesse sentido que ela prega uma educação dequalidade para todas as cr ianças (p. 64).

Em contraponto, reportando-se à realidade brasileira a própria Mendes (2000)

reconhece que a rede de serviços de ensino especial para educandos com

necessidades educacionais especiais no Brasil, parece direcionar seu atendimento

muito mais àquelas crianças que, pelos mais variados motivos, não conseguem

atender as exigências acadêmicas das escolas regulares, do que aos indivíduos com

maiores prejuízos e que continuam à margem do sistema educacional. Diante disso

a autora conclui que:[...] é muito provável que o conceito de deficiência seja em parteobscurecido, ou confundido, com os problemas sociais referentes àpobreza, e particularmente relacionados à questão do fracasso escolar, umavez que a clientela composta por alunos pobres e com h istória derepetência, que tem mobilizado mais a Educação Especial em nosso país(MENDES, 2000, p.24).

Fica evidente, portanto, que para atender às necessidades educacionais de

seu alunado é preciso que o sistema educacional brasileiro se transforme, torna ndo-

se um projeto válido, socialmente justo e necessário. Assim sendo, caberá à escola,

nesse momento, “[...] atender a uma parcela social que até então esteve excluída de

seus projetos e planos de trabalho, ainda que estivesse presente em suas

dependências, seja na classe especial, na classe de recurso ou na classe comum”

(MENDES, 2002, p. 76).

Para que essa proposta se efetive, Omote (2004) deixa claro que as

adaptações necessárias para tornar a escola acessível, acolhedora e adequada para

alunos com qualquer espécie de deficiência[...] não se limitam a aspectos físicos – como o ambiente arquitetônico, osrecursos didático-pedagógicos, o mobiliário e o acervo de laboratórios ebibliotecas – nem aos aspectos educacionais – como o currículo, osobjetivos instrucionais e a avaliação. Mais do que essas adaptações, semdúvida necessárias, são essenciais as mudanças que precisam ocorrer nomeio social, representado principalmente pelos diretores, professores,alunos e famílias desses alunos. Todos precisam estar disponíveis paraenfrentarem juntos o desafio da convivência na diversidade (p. 1).

Portanto não se admite em hipótese alguma, que em uma escola inclusiva as

necessidades educacionais especiais de cada aluno não obtenham resposta

satisfatória. Para que o aluno seja efetivamente incluído e alcance sucesso

acadêmico são necessárias adaptações variadas da escola que vão desde a

modificação em sua estrutura física, passando pelo provimento de recursos e apoios

especializados e, principalmente, por modificaçõ es atitudinais de toda a comunidade

escolar.

Page 37: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

37

1.4 Concepções sobre Educação InclusivaA inclusão escolar da pessoa com necessidades educacionais especiais é um

tema de grande relevância já que promove, segundo Ferreira (2007), a participação

das minorias sociais em ambientes antes reservados apenas àqueles que se

enquadravam nos ideários preestabelecidos e perversos de força, beleza, riqueza,

juventude, produtividade e perfeição. Assim sendo, o tema “[...] vem ganhando

espaço cada vez maior em debates e dis cussões que explicitam a necessidade de a

escola atender às diferenças intrínsecas à condição humana” (SILVEIRA e NEVES,

2006, p. 79).

Todas as vezes que são feitas referências à Educação Inclusiva são

suscitados os mais variados sentimentos: desde incert ezas e angústias até

entusiasmos e paixões. Esses sentimentos antagônicos, segundo Souza (2005) são

perfeitamente compreensíveis tanto por estarmos inseridos em uma sociedade que

mantém cristalizadas concepções tradicionais e preconceituosas, quanto pela

“novidade desafiadora” proposta pela Educação Inclusiva. Complementando , SILVA

e ARANHA (2005) afirmam que[...] a mudança de um sistema educacional, que se caracterizoutradicionalmente por ser excludente e segregatório, para um sistemaeducacional que se comprometa efetivamente a responder, com qualidade eeficiência, às necessidades educacionais de todos, inclusive às dos alunosque apresentam necessidades educacionais especiais, exige um processocomplexo de transformação tanto do pensar educacional, co mo da práticacotidiana do ensino (p. 374).

Segundo FERREIRA (2007), a história das tentativas de mudanças

pedagógicas[...] tem centrado a inovação educacional na reforma de métodos, técnicas eprogramas, deixando intocadas as práticas, a estrutura da in stituição, asrelações escolares, as posturas profissionais, os tempos e espaços onde seprocessa a educação do aluno e, ainda, os rituais que dão concretude aosconteúdos intelectuais e formativos da escola (p.545).

Ainda que inicialmente as pessoas mudem seu discurso na direção do

politicamente esperado e considerado correto, Silva e Aranha (2005) observam que,

não raro, as mesmas continuam mantendo um padrão de comportamento tradicional

e conservador, que destoa da proposta inovadora da educação inclusiv a.

Inúmeras críticas são feitas à proposta de Educação Inclusiva no Brasil. São

comuns os questionamentos referentes à escola regular, sua infra -estrutura física e

o despreparo de recursos humanos (TESSARO et al., 2005). A política educacional,

não respondendo às demandas históricas (condições de trabalho dos professores,

questão salarial, carga horária de trabalho, reconhecimento social desse profissional,

Page 38: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

38

além do número excessivo de alunos por sala de aula, da desmotivação docente e

do pouco apoio dos gestores educacionais), faz crer “que basta a ‘boa vontade’ dos

professores para que os problemas educacionais se resolvam” (MICHELS, 2006, p.

414).

O grande desafio proposto pela inclusão de alunos com necessidades

educacionais especiais nas escolas regula res em nosso país, segundo BEYER

(2005), dependerá de um esforço coletivo que envolva os próprios alunos, os

professores, as equipes diretivas e pedagógicas, os funcionários e os gestores do

projeto político-pedagógico. As mudanças operacionais necessárias para que as

escolas se tornem inclusivas de fato só acontecerão[...] quando as instituições reconhecerem suas responsabilidades com cadaaluno, abolindo as discriminações e as preferências, oferecendo aoprofessor melhores condições de atuarem na inclus ão do aluno comnecessidades educacionais especiais. Isto envolve capacitação,conscientização da comunidade escolar sobre deficiências e deficientes,material pedagógico, adaptação curricular, apoio técnico, entre outros(SOUZA, 2005, p. 98).

Observa-se, a partir dessas ponderações, que é longa a distância que separa

a educação praticada hoje daquela proposta pelos defensores da inclusão. Silva e

Aranha (2005) entendem que, embora seja evidente o aumento no número de

matrículas de alunos com deficiência em classes regulares do ensino comum, a

mera inserção desses alunos não configura, por si só, uma prática inclusiva de

ensino. Na mesma linha, Santos (2001 apud Tessaro et al., 2005) aponta que ainda

hoje, erroneamente, muitos entendem a inclusão como a s imples prática de colocar

pessoas com deficiência estudando com outras que não possuem qualquer

deficiência.

Entretanto, embora não se possa ainda afirmar que todas as iniciativas de

inclusão no país sejam exatamente processos de inclusão vitoriosos, tamb ém não se

pode negar que, “[...] a educação inclusiva é algo que vem se efetivando, mesmo

que a duras penas, buscando superar toda uma história de isolamento,

discriminação e preconceito” (TESSARO et al., 2005, p. 107).

É importante salientar também que i números estudos e pesquisas têm sido

desenvolvidos no sentido de identificar os vários fatores dificultadores do processo

de inclusão. Análises de alguns destes estudos serão feitas aqui, objetivando

fundamentar a pesquisa proposta neste trabalho.

Em estudo sobre a interação entre professoras e alunos em salas de aula de

uma escola estadual com proposta inclusiva, SILVA e ARANHA (2005) ressaltaram

Page 39: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

39

que a educação para todos implica “[...] um sistema educacional que reconhece,

respeita e responde, com eficiência pedagógica, a cada aluno que nele se encontra

inserido” (p. 377). No mesmo estudo as autoras (2005) identificaram como avanço

educacional um maior espaço de participação dos alunos nas aulas, especialmente

no caso dos alunos com necessidades educaciona is especiais. Destacaram, no

entanto, que embora tivessem sido constatados resultados positivos, não se poderia

considerar plena a inclusão pois, “apesar do avanço atitudinal e mesmo

metodológico observados, ainda não se pôde detectar a prática do ensino

individualizado e flexível” (p. 392).

Em outro estudo, Tessaro et al. (2005) efetivaram uma pesquisa para verificar

a visão que alunos sem necessidades educacionais especiais apresentavam sobre a

inclusão escolar. Os principais resultados desse estudo indi caram que a maioria dos

alunos pesquisados se mostrou favorável à inclusão escolar, demonstrando

credibilidade nesse processo. Os participantes expressaram também, várias

dificuldades envolvidas no sistema regular de ensino, destacando -se a discriminação

social e a falta de preparo dos profissionais. Os sentimentos relatados em relação à

inclusão foram predominantemente positivos. As mesmas autoras (2005)

ressaltaram ainda que esse processo requeria não apenas a aceitação e a

credibilidade das pessoas, mas também que as escolas se estruturassem “tanto no

âmbito físico como de recursos humanos para receber um aluno com necessidades

educativas especiais” (p. 113).

Ampliando o público-alvo, o Grupo de Estudos e Pesquisa em

Integração/Inclusão escolar (GEPEI), cadastrado no CNPq e localizado na

Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS),

realizou um estudo buscando analisar os posicionamentos de professores, alunos e

pais diante da proposta de inclusão escolar. Beyer (2005) relato u essa pesquisa em

seu livro “Inclusão e avaliação na escola: de alunos com necessidades educacionais

especiais”. Os professores pesquisados apontaram a inclusão como um desafio que

implica prática e formação continuada, atuação da equipe pedagógica, inter câmbio

entre professores além de infra -estrutura escolar favorável. Os alunos destacaram a

importância da atenção pedagógica diferenciada ao colega com necessidades

educacionais especiais, porém sem discriminação e afirmaram que a convivência em

sala de aula representava a oportunidade de aprendizagem recíproca. Os pais

posicionaram-se positivamente e suas respostas refletiram a importância da

Page 40: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

40

participação efetiva de todos como colaboradores, divulgadores e incentivadores do

processo de inclusão.

Nessa mesma perspectiva, SILVEIRA e NEVES (2006), ao pesquisarem as

concepções de pais e professores sobre a inclusão escolar de crianças com

deficiência múltipla detectaram a formação profissional como[...] questão central para a implantação da escola inclusiva. Acima de tudo, apredisposição para perceber o aluno como ser cognoscente e se percebercomo peça-importante no desenvolvimento do aluno, de forma a co -responsabilizar-se pelas mudanças que urgem serem realizadas noprocesso educacional, se traduz como uma questão urgente a serenfrentada no trabalho com os professores (p. 84).

As autoras citadas, a partir dos discursos de pais e professores, levantaram

questões pertinentes à necessidade de todos desenvolverem ações de tolerância à

diversidade humana. Citaram ainda como responsabilidade do poder público[...] propiciar maior investimento em materiais pedagógicos, próteses eórteses e recursos de adaptação para as escolas inclusivas, a fim de segarantir meios que facilitem acomodação, comunicação e aprendi zagem dosalunos com necessidades educacionais especiais, assim como se devequestionar a eficácia dos treinamentos e cursos destinados aos professoresque lidam com esses alunos (SILVEIRA e NEVES, 2006, p. 84).

Já Sant’Ana, I. (2005), argumentando que pro fessores e diretores, por

apresentarem funções essenciais na estrutura e funcionamento do sistema

educacional, poderiam fornecer importantes subsídios para a compreensão dos

projetos desenvolvidos, estudou as concepções desses profissionais sobre

Educação Inclusiva. Os participantes dessa pesquisa reconheceram a importância

de uma educação democrática, que atendesse à totalidade dos educandos embora

identificassem obstáculos à proposta de inclusão. A autora (2005) relatou ainda que

o principal obstáculo à proposta de inclusão parecia ser a falta de preparo do

professor para atuar com esses alunos, reconhecendo como graves as dificuldades

apresentadas pelos educadores nesse estudo e que estas demandavam urgentes

ações governamentais.

Por sua vez, consultando os vários segmentos ligados à educação na

pesquisa do tema “O enigma da inclusão: das intenções às práticas pedagógicas”,

FERREIRA (2007) concluiu que “[...] a proposta de educação atual vigente ainda não

oferece nem garante condições satisfatórias para s er considerada efetivamente

inclusiva” (p. 549). Apesar disso, a mesma autora (2007) constatou que a inclusão

de todos na escola, independente de seu talento ou deficiência, traz benefícios para

todos, pois:

Page 41: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

41

- o contato das crianças entre si “reforça atitu des positivas, ajudando-as a

aprender a serem sensíveis, a compreender, a respeitar e a crescer, convivendo

com as diferenças e as semelhanças individuais entre seus pares”;

- os alunos com deficiência, em ambientes inclusivos, “podem apresentar

melhor desempenho no âmbito educacional, social e ocupacional. Eles aprendem

como atuar e interagir com seus pares no mundo real”;

- o benefício maior para os professores “[...] é a co -participação na

transformação da escola, por meio do apoio cooperativo e aprimor amento das

habilidades profissionais” (FERREIRA, 2005, p. 555).

Em outras palavras, SOUZA (2005) alerta queembora saibamos das necessidades de ajustes do sistema educacional àscondições das pessoas com necessidades educacionais especiais, nãopodemos negar os benefícios sociais que o processo inclusivo traz comoresultado, desde que bem instrumentalizado e operacionalizado (p. 48).

Os trabalhos acima analisados evidenciam alguns pontos que merecem

atenção especial. Em primeiro lugar, parece consensual q ue, embora sua efetiva

implementação seja ainda muito questionada, a inclusão educacional no Brasil tem

avançado em termos quantitativos. Pode -se dizer ainda que apesar dos diversos

entraves a sua efetivação, a idéia de inclusão tem encontrado apoio nos vá rios

segmentos ligados à educação. Por fim, constata -se que tanto as experiências

realizadas quanto os estudos desenvolvidos e os questionamentos levantados têm

contribuído para que o processo de inclusão aconteça de forma mais criteriosa e

responsável.

E é essa a intenção do presente trabalho de pesquisa: contribuir para o

enriquecimento do debate por meio das opiniões e sugestões daqueles mais

diretamente envolvidos no assunto.

Page 42: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

42

2 JUSTIFICATIVA

A Declaração Universal de Direitos Humanos (ONU, 1 948, Artigo XXVI) e a

Constituição Federal (BRASIL, 1988, Artigo 205) reconhecem a educação como

direito de todos indistintamente. Da mesma forma, o Estatuto da Criança e do

Adolescente, a Declaração de Salamanca e a Lei de Diretrizes e Bases da

Educação Nacional, asseguram atendimento educacional a todas as pessoas,

inclusive àquelas com necessidades educacionais especiais. Daí, poder -se afirmar

que o presente estudo atende aos interesses particulares da referida escola e gerais

da sociedade brasileira para quem a Educação Inclusiva tornou -se um projeto

político-pedagógico de especial relevância.

A Educação Inclusiva, segundo Glat (2007),[...] é hoje política educacional garantida pela legislação em nível federal,estadual e municipal. Cabe aos órgãos gov ernamentais e às instituiçõespúblicas e privadas implementá -la de forma satisfatória, considerando ocontexto e as peculiaridades locais (p.188).

É fundamental, portanto, que se promova efetivamente a construção de um

sistema educacional brasileiro em co nsonância com as propostas da Lei de

Diretrizes e Bases da Educação Nacional (BRASIL,1996). SILVA e ARANHA (2005)

acreditam que, ao se favorecer a formação de cidadãos críticos e responsáveis,

possibilitando o acesso ao saber científico e à sua utilização crítica e funcional

rotineira, estaremos construindo uma sociedade mais igualitária e humana.

Com o fortalecimento do movimento - atualmente amparado por lei - pela

construção de sistemas educacionais inclusivos, houve aumento considerável no

número de alunos com deficiência matriculados e que frequentam classes regulares

no ensino comum. Tanto é verdade que recente notícia veiculada no jornal Folha de

São Paulo (GÓIS, 2008) divulga que, no Brasil, houve um grande aumento no

número de alunos com necessidade s educacionais especiais no ensino

fundamental. Segundo a mesma matéria esse número duplicou, passando de

221.652 para 463.856 estudantes, no período de 2000 a 2007.

Embora sejam importantes esses números, é preciso lembrar que a simples

inserção desses alunos nas classes regulares, não representa uma real prática

inclusiva de ensino, como alerta SANT’ANA, I. (2005) ao afirmar que

Page 43: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

43

o fato de esses alunos estarem no mesmo ambiente com os demais nãoquer dizer que estejam incluídos, realmente, no contexto es colar. A inclusãoimplica práticas escolares que favoreçam relações significativas dentro daperspectiva de aprendizagem colaborativa (Thosand & Villa, 1991), capazesde remover barreiras ao acesso e à participação dessas pessoas naaprendizagem e na sociedade (Santos, Souza, Alves & Gonzaga, 2002) (p.231).

Na verdade, o que se verifica na prática, é que[...] mesmo aquelas crianças que se encontram inseridas no sistema regularde ensino, continuam sendo isolados dos seus companheiros de turma não -deficientes. Pesquisas têm demonstrado que esses alunos encontram -seincluídos fisicamente, mas não social e emocionalmente. (BATISTA;ENUMO, 2004; MARCHESI; ECHEITA; MARTIN, 1995; FERREIRA,NUNES, 2003 apud ENUMO, 2005, p. 337).

E, ainda que as políticas públic as garantam o acesso de todas as crianças à

escola, sabe-se que “enquanto o número de alunos matriculados nas escolas cresce

consideravelmente, aumentam, na mesma proporção, os índices de fracasso

escolar” (WEISS e CRUZ, 2007, p. 65).

Após a Declaração de Salamanca começaram as discussões referentes à

educação das pessoas com necessidades educacionais especiais. A partir daí, a

inclusão dessas pessoas no sistema de ensino regular tem sido objeto de pesquisas

e de eventos científicos que abordam desde os pre ssupostos teóricos político-

filosóficos até as formas de implementação das diretrizes estabelecidas pelo referido

documento (SANT’ANA, I., 2005). Isso porque, apesar de assegurada legalmente, a

inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais na escola regular,

embora venha ocorrendo de forma gradual e contínua, ainda provoca

constantemente questionamentos, incertezas e frustrações das pessoas envolvidas

com esse alunado hoje presente em nossas escolas (GLAT, 2007).

A sociedade brasileira, segundo SOUZA (2005), ainda se encontra presa a

concepções tradicionais e preconceituosas que sobreviveram e se fortaleceram com

o passar dos anos. Por ser a Educação Inclusiva uma proposta recente, um

processo em construção, exige planejamento e execução cuidado sos além de

avaliações constantes. Sabe-se que a implementação de um sistema de Educação

Inclusiva não é tarefa simples e que para se oferecer um ensino de qualidade a

todos os educandos, inclusive aos que têm alguma deficiência ou problema de

aprendizagem, “[...] a escola precisa reorganizar sua estrutura de funcionamento,

metodologia e recursos pedagógicos, e principalmente, conscientizar e garantir que

seus profissionais estejam preparados para essa nova realidade” (GLAT e BLANCO,

2007, p. 30).

Page 44: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

44

Claro está que inclusão não significa apenas transferir o aluno da escola ou

da classe especial para a classe comum. Por isso, antes de se planejar e

implementar qualquer processo de inclusão de alunos com necessidades

educacionais especiais (NEEs) em escolas regul ares é importante saber quais as

concepções que a comunidade escolar tem a respeito da inclusão desses alunos, os

recursos e os déficits que apresentam para a proposição de uma educação inclusiva

de qualidade para todos. Conhecer as concepções que os vário s segmentos que

compõem a comunidade escolar têm sobre a Educação Inclusiva configura -se,

portanto, como prioridade. Esse é o ponto de partida para se saber quais os

caminhos a serem trilhados e planejados para uma futura intervenção responsável

no contexto escolar.

É imprescindível aprofundar o conhecimento sobre os vários aspectos da

inclusão. Não basta apenas pesquisar o que a comunidade escolar sabe sobre a

acessibilidade (Lei 10.098), mas, principalmente, conhecer suas expectativas em

relação ao processo de inclusão, o que pensa acerca das dificuldades envolvidas

nesse processo. É preciso saber as angústias e as necessidades apontadas pela

comunidade escolar assim como o potencial por ela apresentado. A avaliação

criteriosa permitirá ao pesquisador ter acesso ao repertório de alunos, professores e

funcionários possibilitando, então, a construção de bases sólidas que poderão

garantir que a inclusão de pessoas com necessidades educacionais especiais no

ensino regular aconteça efetivamente, eliminando -se barreiras para a aprendizagem

propiciando assim a participação de todos.

Apesar do crescente número de pesquisas na área de Educação Inclusiva

verificou-se que as mesmas são feitas a partir de um projeto de inclusão em

execução ou de situações isoladas de in clusão. Em toda a bibliografia pesquisada

não foi encontrado, porém, trabalho que enfocasse os passos preliminares

fundamentais para a implementação de qualquer projeto de Educação Inclusiva.

Page 45: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

45

3 OBJETIVOS

3.1 Objetivo geralConsiderando que é de extrema importância que a comunidade escolar

conheça sua realidade, o presente trabalho tem como objetivo geral verificar as

concepções de uma comunidade escolar a respeito dos conceitos e impressões

sobre inclusão e escola inclusiva, avaliando e caract erizando as concepções de

diferentes grupos dessa comunidade – alunos, professores e funcionários - a

respeito da inclusão. Só dessa forma serão criadas estratégias de atuação

desenvolvendo ao máximo a potencialidade apresentada pela comunidade escolar.

3.2 Objetivos específicosComo objetivos específicos podem ser elencados:

Investigar o conhecimento que a comunidade escolar tem sobre

conceito de inclusão;

averiguar se os educadores participaram de alguma capacitação para

acolher, conviver e trabalhar com PNEEs;

averiguar se os educandos receberam alguma orientação para acolher

PNEEs e conviver com elas;

fazer um levantamento das reais condições da escola em questão e

dos problemas relativos à inclusão e,

identificar as dificuldades e o potencial sina lizados pela comunidade

escolar.

Page 46: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

46

4 MÉTODO

A pesquisa foi realizada em uma escola da rede federal de ensino 1, que

oferece os cursos: Médio e Técnico em Agricultura e Zootecnia, entre outros. Os

cursos pesquisados contam com 306 alunos matriculad os, 134 funcionários e 44

professores (dados informados em outubro/2008). A escola, situada em uma

fazenda, tem suas salas de aula distribuídas por vários prédios, em locais diversos.

As aulas do ensino Médio são ministradas em um único prédio pedagógico,

enquanto que as do ensino Técnico acontecem em vários prédios e UEPs (Unidades

Educacionais de Produção).

A escola, objeto deste estudo, está localizada em uma cidade de pequeno

porte, com 37.015 habitantes, localizada no Sul de Minas Gerais e é de extrem a

importância para a comunidade local e regional, graças a sua vocação econômica

essencialmente agrícola.

4.1 ParticipantesForam pesquisadas 120 pessoas pertencentes à comunidade escolar. São

eles: 40 alunos do Curso Técnico em Agricultura e Zootecnia (2 0 do sexo masculino

e 20 do sexo feminino, com idade entre 15 e 24 anos), 40 funcionários (20 do sexo

masculino e 20 do sexo feminino, com idade entre 19 e 65 anos) e 40 professores

(29 do sexo masculino - oito do Ensino Médio e vinte e um do Ensino Técnic o; e 11

do sexo feminino – seis do Ensino Médio e cinco do Ensino Técnico, com idade

entre 22 e 58 anos). A caracterização da amostra pelos dados do nível

socioeconômico, obtido por meio do Critério Brasil (Anexo), constata uma maior

concentração de estudantes e funcionários na faixa C (42,5% e 40%,

respectivamente), seguido pela distribuição na faixa B2 para ambos os subgrupos

(32,5% dos estudantes e 35% dos funcionários) . Para o grupo dos professores

houve uma maior concentração na faixa B1 (51,3%).

1 No dia 29 de dezembro de 2008 a escola em questão, assim como as outras escolas agrotécnicasfederais, passou a constituir Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia em conformidadecom a Lei nº 11.892.

Page 47: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

47

Primeiramente, foi feito um pedido de autorização à direção da escola para a

realização da pesquisa (Apêndice A). Logo após a anuência da mesma foram

iniciados os trabalhos com a realização de um estudo piloto do questionário que

seria aplicado aos participantes (Apêndices B, C, D e E). Em seguida, após o

levantamento do nome de todos os 306 alunos (250 do sexo masculino e 56 do sexo

feminino), de todos os 134 funcionários (97 do sexo masculino e 37 do sexo

feminino) e de todos os 44 professores da escola (31 do sexo masculino e 12 do

sexo feminino), foram excluídos os 40 participantes do estudo piloto. De posse

desses dados, foi feito um sorteio para definir, de forma aleatória, os participantes da

pesquisa retirados da nova listagem. A pesquisadora teve o cuida do de sortear,

entre alunos e funcionários, igual número de participantes do sexo masculino e do

feminino. Entretanto, com os professores a proporção não pôde ser mantida devido

a predominância, entre eles, do sexo masculino e também por todos terem

participado da pesquisa (quatro do estudo piloto e os outros 40, da pesquisa em si).

É importante ressaltar que constaram na listagem utilizada para os sorteios

tanto funcionários e professores efetivos quanto contratados ou substitutos.

4.2 Local e AmbienteA coleta de dados de todos os alunos e de alguns funcionários foi feita em

uma sala da Coordenadoria Geral de Assistência ao Educando, com a presença

exclusiva de pesquisado e pesquisadora. A coleta de dados dos demais funcionários

e dos professores ocorreu no prédio em que os mesmos trabalham. Isso porque

havia a necessidade de agilização do trabalho em razão da época da coleta (final de

ano letivo, véspera de férias) e também devido à grande extensão da escola. Alguns

cuidados, entretanto, foram tomados pa ra que o resultado fosse o melhor possível: a

coleta foi feita sempre em uma sala fechada, com boa iluminação, livre de ruídos e,

geralmente, da presença de outras pessoas.

4.3 InstrumentosA realização do estudo piloto foi fundamental pois permitiu a id entificação das

dificuldades encontradas pelos participantes ao responder o questionário e o

consequente aprimoramento do instrumento, com as correções necessárias.

O questionário elaborado e posteriormente aprimorado teve como objetivo o

levantamento das concepções, conhecimentos, dúvidas e opiniões da comunidade

Page 48: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

48

escolar em estudo sobre a inclusão de pessoas com necessidades educacionais

especiais nas escolas regulares em geral assim como na escola em questão. O

instrumento usado foi exatamente o mesmo par a os três segmentos pesquisados.

Foram usados como referência para a elaboração do questionário livros,

artigos e documentos oficiais sobre o tema. Foram consultados, entre outros,

basicamente os livros: Inclusão e avaliação de alunos com necessidades espe ciais,

de Hugo Otto Beyer; Inclusão escolar. O que é? Por quê? Como fazer?, de Maria

Teresa Eglér Mantoan; e Inclusão. Construindo uma sociedade para todos, de

Romeu Kazumi Sassaki. Os artigos pesquisados foram: Sobre identidades e

diferenças nas escolas, de Maria Teresa Eglér Mantoan e Educação Inclusiva:

concepções de professores e diretores, de Izabella Mendes Sant’ana. Foram ainda

utilizados para estudo os seguintes documentos oficiais: Lei de Diretrizes e Bases da

Educação Nacional, Diretrizes Nacionai s para Educação Especial na Educação

Básica e Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação

Inclusiva.

O questionário definitivo aplicado aos participantes foi dividido em quatro

partes. No início foi reservado um espaço para a identifi cação do pesquisado,

constando de dados pessoais – nome, idade, função e tempo de atuação na escola,

- além da data de preenchimento do questionário (Apêndice F).

Na Parte I do questionário propriamente dito as questões eram referentes à

conceituação de inclusão, conhecimentos sobre o tema e Educação Inclusiva em

geral. Essa parte constava de oito perguntas, sendo cinco fechadas (com opções de

resposta), e outras três com questões abertas.

A Parte II, constando de quatro perguntas - duas fechadas (com opções de

resposta) e duas questões abertas, referia -se especificamente à escola pesquisada.

Na Parte III usou-se o Critério Brasil (IBOPE, 2003) para se realizar um

levantamento sócio-econômico do participante, por meio da posse de itens (bens) e

o grau de instrução do chefe de família.

4.4 Procedimentos de Coleta de DadosFoi realizado o levantamento de todos os nomes de alunos, funcionários e

professores da escola. A partir disso, foram retirados da primeira listagem, os nomes

de funcionários e professores afastados nesse período tanto por licença médica,

quanto para conclusão de mestrado e os dos 40 participantes do estudo -piloto. De

Page 49: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

49

posse da relação atualizada foi realizado o sorteio dos participantes - alunos,

funcionários e professores. Após a seleção a leatória, todos os selecionados foram

procurados pela pesquisadora e consultados sobre sua disponibilidade e disposição

em participar da pesquisa. A partir daí, seguindo os procedimentos de praxe das

pesquisas científicas, foram expostas a cada um dos part icipantes as questões

éticas constantes no Termo de Consentimento, não havendo nenhuma recusa ou

questionamento por parte dos pesquisados constantes da lista.

Com o objetivo de obter o necessário consentimento dos pais para a

participação de seus filhos na pesquisa, e informá-los das questões éticas

pertinentes e dos objetivos da pesquisa, foi entregue aos alunos menores de idade o

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Todos os menores de idade

selecionados participaram desse estudo com o consentiment o dos pais, que

concordaram em assinar o referido termo.

Os horários e locais para responderem o questionário foram prévia e

individualmente acertados de acordo com a disponibilidade dos participantes. Houve

uma dificuldade um pouco maior de contatar os p rofessores pois a coleta de dados

foi feita no final do ano letivo, época de muitos compromissos pedagógicos.

Quando do preenchimento do questionário, era reafirmado aos participantes o

objetivo do estudo. Para os alunos com mais de 18 anos, os funcionári os e

professores o Termo de Consentimento era entregue e depois de lido, assinado; dos

menores era recolhido o documento de autorização assinado pelos pais (Apêndices

G e H).

A coleta de dados foi feita no período de 27/10/2008 a 08/12/2008. Em média,

foram gastos pelos participantes 20 minutos para responder o questionário.

O mesmo procedimento de coleta de dados foi adotado com os alunos,

funcionários e professores: ao apresentar o questionário, a pesquisadora mostrava e

explicava as partes constantes do mesmo. A pesquisadora procurou estar presente

durante os procedimentos para esclarecer eventuais dúvidas. Em algumas ocasiões,

quando solicitado, pesquisado e pesquisadora conversavam sobre questões

relacionadas à inclusão e à viabilidade de sua implement ação na escola em

questão. Ao final, a pesquisadora agradecia ressaltando a importância da

participação do pesquisado para o trabalho de conclusão de curso e para a escola.

Page 50: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

50

5 RESULTADOS

As concepções de funcionários, professores e alunos de um Institut o Federal

de Educação, Ciência e Tecnologia a respeito da inclusão de alunos com

necessidades educacionais especiais na escola regular, assim como a avaliação da

capacitação para o trabalho de inclusão e do conhecimento e condições referentes

ao processo de educação inclusiva na escola pesquisada serão apresentadas com

base em análise de dados por meio de estatísticas descritivas. Essa análise foi

aplicada aos resultados obtidos por meio do questionário, conforme listagem a

seguir:

(1) Concepções sobre inclusão: Funcionários, alunos e professores;

(2) Avaliação da capacitação;

(3) Conhecimentos e condições referentes à escola pesquisada.

O tópico (1) refere-se aos dados resultantes do conhecimento da comunidade

sobre inclusão, a saber: o significado do termo Educação Inclusiva; as variáveis para

sua consecução; a função da escola regular no processo de inclusão de PNEEs; o

conhecimento da inclusão de PNEEs nas escolas regulares; o que consideram como

necessidades educacionais especiais e a importância de acompanhament o

pedagógico e de avaliação diferenciada para alunos com necessidades

educacionais especiais.

O tópico (2) traz os dados sobre a capacitação e orientação de professores,

funcionários e alunos para trabalhar e conviver com PNEEs na escola estudada.

E, por fim, o tópico (3) pesquisa as condições da escola em relação ao

processo inclusivo – das estratégias utilizadas aos problemas e dificuldades

encontrados; do conhecimento de atendimento de algum aluno com NEEs pela

escola em questão às principais dificuldad es identificadas para permanência desses

alunos nessa escola.

(1) Concepções sobre inclusão: Funcionários, alunos e professores

Os resultados apresentados a seguir visam caracterizar as concepções dos

funcionários, alunos e professores a respeito da inclusã o de alunos com

necessidades educacionais especiais na escola regular, ou seja, caracterizar o

Page 51: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

51

conhecimento da comunidade escolar a respeito do conceito de inclusão. A Tabela 1

apresenta as concepções a respeito do significado do termo “Educação Inclusiva” .

Tabela 1.Porcentagem e frequência obtidas no item de avaliação da concepção do significadodo termo “Educação Inclusiva”

Funcionários(n=40)

Alunos(n=40)

Professores(n=40)

Item/Concepção % Freq. % Freq. % Freq.Inclusão de todos, independentemente desuas deficiências e dificuldades. 72,5% 29 77,5 % 31 67,5% 27

Modificação de pessoas com deficiência parao convívio social. 30% 12 27,5% 11 12,5% 5

Garantia de ingresso e permanência depessoas com deficiência nas escolasregulares.

65% 26 55% 22 70% 28

Oferecer facilidades de acesso a pessoascom dificuldade de locomoção. 77,5% 31 70% 28 50% 20

Oferta de educação de qualidade sem excluirnenhum aluno. 80% 32 57,5% 23 75% 30

Pelos dados da Tabela 1 é possível observar que o item indicado com maior

frequência, na perspectiva dos funcionários e professores, foi a concepção de que a

Educação Inclusiva significa a “ Oferta de educação de qualidade s em excluir

nenhum aluno” (80% dos funcionários e 75% dos professores). Já na perspectiva

dos alunos, o item apontado com maior freqüência foi “ Inclusão de todos,

independentemente de suas deficiências e dificuldades” (77,5% dos alunos). Esses

dados indicam uma coerência quanto à concepção do que significa Educação

Inclusiva para os três grupos avaliados.

O item apontado com menor frequência, pelos funcionários, alunos e

professores foi “Modificação de pessoas com deficiência para o convívio social ”

(30% de funcionários, 27,5% de alunos e 12,5% de professores). Essa concepção,

minoritária, mas ainda assim expressiva, diferentemente das demais, não apresenta

coerência com os pressupostos da Educação Inclusiva, em que o aluno com

necessidade educacional especi al deve se adequar ao convívio social e,

consequentemente, a escola regular.

Outra concepção sobre Educação Inclusiva que merece destaque,

considerando as variáveis para sua consecução, pode ser verificada na Tabela 2.

Page 52: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

52

Tabela 2.Porcentagem e frequênc ia obtidas no item de avaliação das variáveis deconsecução da “Educação Inclusiva”

Funcionários(n=40)

Alunos(n=40)

Professores(n=40)

Item % Freq. % Freq. % Freq.Não acontece, por falta de condições do alunocom alguma deficiência em acompanhar aulase desenvolver atividades requeridas peloscursos.

35% 14 27,5% 11 25% 10

Não acontece, por falta de conscientização ecapacitação de professores e funcionários epor falta de adequação da estrutura física daescola.

87,5% 35 72,5% 29 82,5% 33

Não acontece, pois escola regular (comum) émais apropriada para atender alunos semdeficiência.

40% 16 30% 12 27,5% 11

Não acontece, pois a escola especial (APAE) éa mais apropriada para atender alunos comdeficiência.

20% 8 32,5% 13 27,5% 11

Acontece, pois a escola regular (comum) jáestá apropriada para atender e educar alunoscom deficiência.

17,5% 7 12,5% 5 7,5% 3

Na Tabela 2, pode-se observar que houve uma concordância na avaliação

realizada pelos funcionários, alunos e professores quando indicam que a Educação

Inclusiva não ocorre “Por falta de conscientização e capacitação de professores e

funcionários e por falta de adequação da estrutura física da escola” (87,5% dos

funcionários, 72,5% dos alunos e 82,5% dos professores). Houve também

concordância quanto ao item menos apontado que indica que a Educação Inclusiva

“Acontece, pois a escola regular (comum) já está apropriada para atender e educar

alunos com deficiência” (17,5% dos funcionários, 12,5% dos alunos e 7,5% dos

professores). Ainda quanto à concepção de Educação Inclusiva, 20% dos

funcionários, 32,5% dos alunos e 27,5% dos professores consideram que esta

proposta de educação “Não acontece, pois a escola especial (APAE) é a mais

apropriada para atender alunos com deficiência ”.

Foi pesquisada também a concepção sobre a função da escola regular no

processo de inclusão dos indivíduos com necessidades educacionais especiais. Os

dados sobre essa concepção encontram-se na Tabela 3.

Page 53: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

53

Tabela 3.Porcentagem e frequência obtidas no item de avaliação da concepção sobre a“Escola Regular”

Funcionários(n=40)

Alunos(n=40)

Professores(n=40)

Item % Freq. % Freq. % Freq.Deve se adequar às necessidadeseducacionais especiais do aluno comdeficiência.

97,5% 39 97,5% 39 95% 38

Não deve se adequar às necessidadeseducacionais especiais do aluno comdeficiência, pois é o aluno que deve seadequar às normas, atividades e cu rrículo daescola.

2,5% 1 2,5% 1 5% 2

Verificou-se, a partir desses dados, que 39 funcionários, 39 alunos e 38

professores concordam com o ideal da Educação Inclusiva, ao apontar que a escola

regular deve se adequar, em termos de modificações pedagógicas, curriculares e

físicas, às necessidades educacionais especiais do aluno com necessidades

educacionais especiais.

Quando questionados sobre se tinham algum conhecimento sobre Educação

Inclusiva ou inclusão de pessoas com necessida des educacionais especiais nas

escolas regulares, 75% dos professores (30 docentes) apontaram que sim, assim

como 62,5% dos funcionários (25 técnicos). A porcentagem mais baixa foi

encontrada entre os alunos. Somente 45% dos alunos (18 estudantes) indicara m ter

esse tipo de conhecimento. Na mesma questão, quando solicitado aos entrevistados

que relatassem essas situações, 17 professores, 14 funcionários e dois alunos

responderam conhecer alunos com necessidades educacionais especiais (NEEs)

matriculados na escola em questão; sete professores, seis funcionários e 13 alunos

informaram conhecer alunos com NEEs estudando em outras escolas regulares;

quatro professores e dois alunos declararam conhecer escolas regulares com

propostas inclusivas e, por fim, um p rofessor e quatro funcionários afirmaram

possuir familiares com necessidades educacionais especiais incluídos em escolas

regulares.

Foi avaliada também a concepção dos funcionários, alunos e professores a

respeito do que consideram como necessidades educac ionais especiais. Esses

dados estão dispostos na Tabela 4.

Page 54: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

54

Tabela 4.Porcentagem e frequência obtidas no item de avaliação do que consideram comonecessidades educacionais especiais

Funcionários(n=40)

Alunos(n=40)

Professores(n=10)

Item % Freq. % Freq. % Freq.Deficiência física 72,5% 29 42,5% 17 70% 28Deficiência visual 87,5% 35 47,5% 19 85% 34Deficiência auditiva 82,5% 30 42,5% 17 85% 34Deficiência mental 75% 30 57,5% 23 75% 30Deficiência múltipla 80% 32 60% 24 72,5% 29Dificuldades acentuadas de aprendizagem 60% 24 50% 20 72,5% 29Superdotação/Altas habilidades 27,5% 11 10% 4 67,5% 27Problemas acentuados de comportamento 37,5% 15 27,5% 11 40% 16

De acordo com a Tabela 4, 87,5% dos funcionários indicaram com maior

frequência a deficiência visual como uma necessidade educacional especial,

seguida pela deficiência auditiva (82,5%) e defici ência múltipla (80%). Para os

alunos, a maior porcentagem estava na deficiência múltipla (60%), seguida pela

deficiência mental (57,5%). Já os professores apresentaram maior porcentagem na

concepção de que a deficiência visual e auditiva são necessidades e ducacionais

especiais (85% e 85%).

Houve concordância entre os funcionários e alunos sobre a alternativa de

resposta menos apontada como uma necessidade educacional especial,

Superdotação/Altas habilidades (27,5% dos funcionários e 10% dos alunos), seguid a

por problemas acentuados de comportamento (37,5% e 27,5%, respectivamente).

Na perspectiva dos professores, problemas acentuados de comportamento foi a

opção menos indicada como uma necessidade educacional especial (40%), seguida

pela opção “Superdotação/Altas habilidades” (67,5%).

Ainda investigando as concepções a respeito da inclusão, na questão que

sondou a importância atribuída ao acompanhamento pedagógico aos alunos com

necessidades educacionais especiais, 100% dos funcionários, 97,5% dos alunos e

95% dos professores, apontaram esse acompanhamento como importante.

Dos 92,5% dos professores, 77,5% dos alunos e 52,5% dos funcionários que

consideram importante o emprego de formas diferenciadas de avaliação para alunos

com necessidades educacionais esp eciais, 11 funcionários, 20 alunos e 22

professores indicaram que as avaliações devem atender às necessidades

específicas dos alunos. Dez professores e sete funcionários apontaram para a

Page 55: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

55

necessidade de se respeitar o “ritmo próprio” de cada aluno; três pro fessores

apontaram que existem formas diferenciadas de avaliar o desempenho acadêmico

dos alunos; dois funcionários apontaram para a possibilidade de se avaliar o

rendimento médio dos alunos com NEEs; oito alunos argumentaram que, por

apresentarem algum tipo de NEE, têm mais dificuldades e, dois alunos indicaram a

deficiência como uma “barreira” ao aprendizado acadêmico.

(2) Avaliação da capacitação

Os resultados a seguir apresentam os dados sobre a capacitação dos

professores, funcionários e alunos para trab alhar com indivíduos com necessidades

educacionais especiais na escola estudada: 20% dos professores e 20% dos alunos

(oito docentes e oito estudantes) indicaram ter recebido alguma orientação para

conviver e estudar e/ou capacitação para trabalhar com ind ivíduos com

necessidades educacionais especiais. Entre os funcionários, a porcentagem dos que

receberam capacitação foi de 7,5% (três técnicos).

Referente ainda aos dados de orientação e capacitação para trabalhar com

pessoas com necessidades educacionais especiais, dois professores indicaram que

no curso de licenciatura tiveram uma orientação “superficial” sobre inclusão e os

demais (seis docentes) informaram ter participado de palestras e mini -cursos, terem

lido sobre o assunto ou obtido conhecimento por meio da experiência profissional.

Quanto aos funcionários, um indicou que estava cursando uma Pós -Graduação em

Educação Inclusiva; um indicou que participou de um curso de iniciação promovido

pelo programa TECNEP (Educação, Tecnologia e Profissionalização para Alunos

com Necessidades Educacionais Especiais) e outro relatou ter trabalhado na APAE.

Quanto aos alunos, quatro informaram ter recebido orientação familiar para conviver

com colegas com necessidades educacionais especiais e outros dois indicaram te r

capacitação e/ou orientação para trabalhar com equoterapia.

(3) Conhecimentos e condições referentes à escola pesquisada

Os dados que serão dispostos a seguir visam caracterizar as condições da

escola em relação ao processo inclusivo, em termos das estraté gias presentes e dos

problemas e dificuldades vigentes.

Nesse sentido, um item do questionário investigou se os participantes já

tinham presenciado algum processo de inclusão de alunos com necessidades

Page 56: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

56

educacionais especiais na escola que trabalham ou est udam. 70% dos alunos (28

estudantes) apontaram que sim, sendo que seis avaliaram esse processo de

inclusão como sendo excelente, 15 como bem sucedido, cinco como parcialmente

bem sucedido e dois como mal sucedido. A porcentagem dos professores que já

acompanharam ou presenciaram a inclusão de algum aluno com necessidades

educacionais especiais na presente escola foi de 60% (24 docentes). Esse processo

foi avaliado como excelente por dois professores, como bem sucedido por oito,

parcialmente bem sucedido por 11 docentes e mal sucedido por três. Já entres os

funcionários, 72,5% deles (29 técnicos) indicaram que sim, sendo que seis avaliaram

como excelente, 14 como bem sucedido, seis como parcialmente bem sucedido e

três como mal sucedido.

Foi avaliada também por meio do questionário a percepção das dificuldades

para permanência de alunos com necessidades educacionais especiais na escola

em estudo. 75% dos professores (30 docentes), 65% dos alunos (26 estudantes)

indicaram que há dificuldades, seguidos por 32,5 % dos funcionários (13 técnicos)

com a mesma percepção.

Dentre as principais dificuldades identificadas para permanência de alunos

com necessidades educacionais especiais nessa escola foram indicadas:

Falta de capacitação de professores e funcionários – apontada por 28

professores e 15 funcionários;

inadequação física da escola – apontada por seis professores e dois

funcionários;

pouca acessibilidade e dificuldade de locomoção devido à distância –

apontada por 21 alunos e três professores e,

falta de sensibilização dos demais alunos para acolherem aqueles com

necessidades educacionais especiais – apontada quatro alunos e dois

funcionários.

Quando perguntados se já tinham verificado alguma modificação e/ou

adaptação na estrutura física da escola, 100% dos pro fessores apontaram que sim,

enquanto os percentuais para os funcionários e alunos foram, respectivamente, 95%

e 80%. A modificação mais evidente foi a construção de rampas citada por 33

professores, 33 funcionários e 31 alunos. Foram relatadas ainda:

Adaptação de banheiros – apontada por 14 funcionários, oito professores e

oito alunos;

Page 57: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

57

utilização de material didático específico – apontada por quatro

professores;

instalação de corrimãos – apontada por cinco funcionários e,

melhorias efetuadas no calçamento – apontada por um aluno.

O conhecimento a respeito do atendimento, atualmente, de algum aluno com

necessidades educacionais especiais na escola foi verificado em outro item do

questionário. 65% dos funcionários (26 técnicos), 57,5% dos professores (23

docentes) e 47,5% dos alunos (19 estudantes) indicaram ter esse conhecimento.

Page 58: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

58

6 DISCUSSÃO

A partir dos dados obtidos nesta pesquisa foi possível estabelecer um

diagnóstico bastante nítido da escola estudada em relação à inclusão. A verificação

dos conceitos da comunidade escolar permitiu conhecer a realidade da instituição e

mostrar caminhos que podem levar à implementação de um processo inclusivo

eficaz, construído sobre bases sólidas e que vise ao acesso e permanência de todos

com a garantia de uma educação de qualidade.

Assim, analisando-se os resultados referentes ao Tópico (1) - Questões

relativas à conceituação de Educação Inclusiva – constatou-se que a maior parte

dos professores, funcionários e alunos apresentou concepções co erentes com os

pressupostos de Inclusão e Educação Inclusiva. Isso se evidencia quando, para a

maioria dos entrevistados, Educação Inclusiva seria oferecer educação de qualidade

a todos os alunos. Relevante também o fato de índices significativos apontarem que

a escola regular deveria se adequar às necessidades educacionais especiais do

aluno com deficiência .

Outro dado importante foi quanto à menor indicação, pelos três segmentos,

de que a Educação Inclusiva acontece porque a escola regular já está prepar ada

para atender e educar alunos com NEEs, ou seja, a maioria dos professores e

funcionários e alunos observa que a Educação Inclusiva ainda não acontece de fato.

Constata-se a partir disso, que, para a comunidade escolar, está bem claro que a

escola regular deve se adequar para atender alunos com e/ou sem necessidades

educacionais especiais, embora reconheça que não seja esta a realidade em muitos

contextos escolares.

No entanto, alguns entrevistados demonstraram acreditar que inclusão

poderia ser a modif icação das pessoas objetivando um convívio social harmonioso.

Dessa forma, apontam que não é a escola que deve se adequar às necessidades

educacionais especiais do aluno, mas sim que o aluno que deve se adaptar a ela.

Essa resposta, portanto, denota certa contradição com os princípios da inclusão,

evidenciada também em outra questão, quando foi citado por alguns entrevistados

que as escolas especiais são mais apropriadas para atender alunos com deficiência.

Isso demonstra falta de clareza das diferenças ent re os conceitos de inclusão e

Page 59: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

59

integração. Tanto a modificação de PNEEs com o intuito de “normalizá -las” quanto a

institucionalização dessas pessoas em escolas especiais são preceitos da

integração ao passo que a inclusão deve possibilitar às PNEEs educação de

qualidade juntamente com os demais, respeitando -lhes suas dificuldades e

diferenças (PARANÁ, 2006). Essa dificuldade em distinguir os conceitos de inclusão

e integração tem sido relatada também em outros estudos como os de SANT’ANA, I.

(2005), ANTUNES (2007) e SOUZA (2007).

Outro aspecto que retrata conceituações conflitantes ficou evidente quando foi

solicitado aos entrevistados que indicassem os itens por eles considerados como

Necessidades Educacionais Especiais. As alternativas mais apontadas foram as que

faziam referência às deficiências: visual, auditiva, múltipla, mental e física. No

entanto, o conceito de necessidades educacionais especiais não é sinônimo de

deficiência. Para Glat e Blanco (2007, p.26), “o conceito de deficiência se reporta às

condições orgânicas do indivíduo, que podem resultar em uma necessidade

educacional especial, porém não obrigatoriamente”.

Antunes (2007) amplia ainda mais o conceito de necessidades educacionais

especiais, ao afirmar que ele não se refere apenas às pessoa s com deficiência, mas

a todas as pessoas que, por diversos motivos, em algum momento de suas vidas,

necessitam de algum tipo de atendimento especial. Sendo assim, entende -se que as

NEEs podem ser transitórias e não necessariamente definitivas, um conceito que já

aparece em 1998, nos Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1998). E mais,

entendem-se como necessidades educacionais especiais, além das dificuldades

oriundas de deficiências e/ou comprometimentos orgânicos ou resultantes de

situações temporárias, também aquelas consequentes de diversas situações que

possam interferir no processo de aprendizagem dos educandos, seja pela sua

condição étnica, sócio-econômica, cultural ou outra característica qualquer que os

diferencie dos demais. Sousa (2007) enriquece a discussão sobre NEEs afirmando

que “[...] as diferenças – características próprias de cada indivíduo e dos grupos aos

quais ele pertence – precisam ser vistas como fonte de recursos para

transformações, ao invés de obstáculos ao desenvolvimento” ( p. 26).

Ainda quanto às concepções sobre NEEs, outro resultado importante foi a

relativa desconsideração pela comunidade escolar das dificuldades de

aprendizagem e dos problemas acentuados de comportamento como necessidades

educacionais especiais. Essa posição, que permeia arraigadamente a educação

Page 60: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

60

tradicional, atribui os problemas de aprendizagem e comportamento a causas

diversas como falta de interesse e preguiça, por exemplo. Observa -se, segundo

Carvalho (2008), que os alunos bem comportados são conside rados ideais e

aqueles que apresentam dificuldades de aprendizagem acabam ficando à margem

do processo, relegados a espaços segregados e segregadores, muitas vezes no

interior das próprias salas de aula.

Outra necessidade educacional especial pouco indicad a pelos funcionários e

alunos, e identificada corretamente por um número expressivo de professores foi

Superdotação/Altas Habilidades. Nesses casos, há que se considerar que as três

situações relatadas – dificuldades acentuadas de aprendizagem, problemas

acentuados de comportamento e Superdotação/Altas habilidades - são NEEs, pois

exigem da escola e dos educadores um atendimento diferenciado, condizente com o

repertório de cada aluno.

Os resultados referentes às NEEs remetem a uma necessária revisão com a

comunidade escolar sobre conceituação de NEEs: que não são somente as

deficiências visíveis e que todo aluno no decorrer de seu processo de escolarização

pode apresentar alguma necessidade educacional especial, requerendo por parte da

escola estratégias de orientação inclusiva como adaptações curriculares, novos

critérios de avaliação e parcerias com instituições, dentre outras.

Entre os alunos verificaram-se percentuais notadamente baixos de

identificação das NEEs. As respostas a esse item sinalizam para a necessidade de

desmistificação dos conceitos que esse segmento tem de NEEs e de informações

mais claras do processo inclusivo.

No item que trata das avaliações, índices notadamente elevados apontaram,

por razões diversas, a importância de se estabelecer em formas diferenciadas de

avaliação para alunos com NEEs. Esses resultados são condizentes com a proposta

de Educação Inclusiva para a qual a avaliação deve estar sempre voltada para

compreender as necessidades educacionais especiais de cada educando. Sob esse

novo enfoque, Oliveira (2008) comentaeste conceito recente no âmbito da educação aponta para ações muito distintasem relação à avaliação, e que se distanciam dos procedimentos tradicionais quese preocupavam em selecionar os alunos em condições de escolarização formal,decidindo também o grau de participação, se integrado ou segregado (p. 71).

A mesma autora (2008) em sua pesquisa reconhece a avaliação como uma

das práticas pedagógicas que mantêm as maiores resistências à mudança e

Page 61: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

61

relaciona essa resistência ao fato da avaliação se configurar como instrumento de

poder dos professores.

No Tópico (2), que aborda a avaliação da capacitação e orientação da

comunidade escolar para conviver e trabalhar com PNEEs – um aspecto merece

estudo mais aprofundado. Os professores, os funcionários e os alunos apontaram,

na sua maioria, estarem despreparados para lidar com PNEEs. Esse julgamento

evidenciado tanto pelo número reduzido de pessoas que se disseram capacitadas

quanto pelo tipo de orientação recebida, in formada como “superficial” é um indicativo

de obstáculos para permanência de PNEEs na escola, como será visto no próximo

tópico.

Já o Tópico (3) – que investiga os conhecimentos e condições referentes à

escola pesquisada – aponta os fatores dificultadores para a permanência de PNEEs.

Além da já citada falta de capacitação de professores e funcionários, são

consideradas: a inadequação da estrutura física da escola, a distância e a

dificuldade de locomoção e, a falta de sensibilização dos alunos para acolher as

PNEEs.

Os índices referentes à falta de capacitação denotam que, tanto professores

quanto funcionários se consideram despreparados para acolher, conviver e trabalhar

com PNEEs. Vários estudos realizados no Brasil confirmam esse dado, destacando

a falta de capacitação do professor e da equipe pedagógica em lidar com alunos que

apresentam necessidades educacionais especiais. Ao pesquisar sobre a orientação

e a capacitação de professores e funcionários para trabalhar e conviver com PNEEs,

Michels (2006, p. 412) constata que “a falta de preparo dos professores brasileiros é

apontada, pelos órgãos oficiais, como uma das causas mais relevantes do insucesso

escolar dos alunos”. Nesse sentido outros estudos também podem ser citados como

os de MARTINS (2006), SANT’ANA, I. (2005), BEYER (2005) e ainda os de BUENO,

1999a; CARNEIRO, 1999; MAGALHÃES, 1999; GLAT, 2000; GLAT & NOGUEIRA,

2002 e 2003; FERREIRA, GLAT, FERREIRA, OLIVEIRA & SENNA, 2003; BRAUN,

SODRÉ & PLETSCH, 2003 apud PLETSCH, (2005).

No presente trabalho, apesar da consciência de sua insuficiente capacitação

denunciada pelos entrevistados, merece destaque o fato de essas mesmas pessoas

apresentarem em suas respostas concepções adequadas sobre o processo de

Educação Inclusiva. Esse fenômeno é observado tam bém em estudo realizado por

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Antunes (2007), no qual o autor conclui que os discursos geralmente reproduzem

concepções dispostas nos documentos oficiais sobre a política de inclusão.

Por sua vez, a indicação da falta de adequação, da distância e da dificu ldade

de locomoção encontradas na escola estudada, também relatadas pelos

entrevistados como um dos fatores dificultadores da permanência de PNEEs, está

condizente com os resultados de vários trabalhos científicos concluídos

recentemente. Embora a comunida de escolar perceba melhorias na estrutura física -

adaptação de banheiros, material didático específico, instalação de corrimãos e

melhorias no calçamento, ela tem clareza de que muito ainda precisa ser feito para

que a escola seja acessível. É importante observar que, a partir de 2004 vêm sendo

feitas paulatinamente modificações na estrutura física e equipamentos da escola

para que se atenda aos parâmetros técnicos fixados na NBR 9050 (ABNT). Estão

sendo feitas adaptações nas áreas já construídas – adaptação de banheiros,

construção de rampas, instalação de corrimãos, reserva de vagas no

estacionamento, sinalização horizontal - e as novas construções são planejadas

seguindo os critérios de acessibilidade previstos nas mesmas normas.

Cabe ressaltar aqui que as barreiras arquitetônicas, mais visíveis e fáceis de

serem resolvidas, não são as únicas existentes. Mas, muitas vezes, como alerta Glat

(2007, p. 57) essas barreiras “[...] se tornam uma ‘justificativa’ da escola para a sua

não-inclusão, com a alegação de que ‘não está preparada para receber esses

alunos’, o que se configura como uma forma explícita de exclusão”.

Outra questão pesquisada coloca como fator dificultador a falta de

sensibilização dos demais alunos para acolher PNEEs percebida pelos funcio nários

e denunciada pelos próprios alunos. Quanto a isso, Souza (2005) propõe que seja

feito um trabalho efetivo de conscientização educacional, envolvendo pais, alunos e

todos que trabalham na escola, iniciativa que possibilitaria um melhor atendimento

às necessidades educacionais especiais do aluno a ser incluído.

A respeito desse tópico é importante ressaltar que os aspectos levantados

não se constituem pontos excludentes, mas fatores que se complementam na

construção de uma escola realmente inclusiva. N esse sentido Omote (2004) afirma:“As adaptações que precisam ser introduzidas para tornar a escola acessível,acolhedora e adequada para alunos com qualquer espécie de deficiência não selimitam a aspectos físicos – como o ambiente arquitetônico, os recur sos didático-pedagógicos, o mobiliário e o acervo de laboratórios e bibliotecas – nem aosaspectos educacionais – como o currículo, os objetivos essenciais as mudançasque precisam ocorrer no meio social, representado principalmente pelos diretores,

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professores, alunos e famílias desses alunos. Todos precisam estar disponíveispara enfrentarem juntos o desafio da convivência na diversidade” (p. 1).

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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho, por me io deste estudo, que avaliou as concepções de

professores, funcionários e estudantes sobre Educação Inclusiva em uma escola

regular da rede federal em Minas Gerais, buscou reunir dados que possam contribuir

para a construção de bases sólidas para a impleme ntação de um projeto de inclusão

de pessoas com necessidades educacionais especiais em uma escola regular .

Assim, os resultados obtidos neste estudo permitiram responder aos objetivos

inicialmente propostos. Nesse sentido, foi possível verificar as concep ções da

comunidade escolar estudada a respeito dos conceitos e impressões sobre inclusão

e escola inclusiva; verificar o conhecimento que essa comunidade tem sobre

conceito de inclusão; averiguar se os educadores obtiveram capacitação para

acolher, conviver e trabalhar com PNEEs e se os educandos receberam orientação

para acolher PNEEs e conviver com elas; levantar as reais condições da escola e

dos problemas relativos à inclusão e, identificar as dificuldades e o potencial

sinalizados por essa mesma comuni dade escolar.

Os dados coletados indicaram a necessidade de capacitação, não só para

professores e funcionários, mas, principalmente para os alunos, e ainda a

importância de se desenvolverem estratégias de acessibilidade em todas as

unidades da instituição pesquisada.

Como pontos relevantes desse trabalho podem ser ressaltados:

A seleção aleatória dos participantes tanto no estudo piloto quanto na

sondagem final que resultou numa amostragem mais fidedigna das

concepções da comunidade escolar;

a realização de estudo piloto, programado para detectar as dificuldades

encontradas pelos pesquisados, corrigi -las e aprimorar o questionário

utilizado;

a oportunidade de ouvir os vários segmentos da comunidade envolvida

sem distinção, valorizando sua contribuição, dan do-lhes o mesmo grau de

importância e tornando-os co-participantes do processo e,

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a utilização da pesquisa para coleta de dados que se constituiu num

instrumento eficaz de sensibilização e mobilização da comunidade escolar

ao propor e proporcionar uma refl exão mais sistemática sobre o assunto.

Embora os resultados desse trabalho enfatizassem itens notáveis, persistiram

algumas limitações:

As famílias dos alunos da escola, que fazem parte da comunidade escolar,

não participaram da pesquisa;

a sondagem dos participantes, em especial dos professores, sobre as

estratégias de acompanhamento pedagógico não foi prevista o que poderia

resultar em contribuições importantes para implementação futura da

Educação Inclusiva;

a falta de uma pesquisa sobre o histórico d as experiências de atendimento

aos alunos com NEEs na instituição. Essa investigação possibilitaria

parâmetros para uma melhor avaliação, pela comunidade escolar, do

processo de Educação Inclusiva por ela vivenciado e,

a omissão das NEEs transitórias (gra videz, doenças infecciosas,

incapacidades temporárias de locomoção entre outras) não abordadas nas

questões propostas e, consequentemente não apontadas nas respostas.

Pesquisas futurasA partir das questões levantadas neste estudo várias outras investi gações se

justificam como forma de complementação e/ou aprofundamento do tema, tais como:

Mapeamento da provável clientela com necessidades educacionais

especiais da instituição estudada.

Elaboração de programa específico para minimizar os fatores dificult adores

da inclusão, identificados na escola pesquisada.

Avaliação das concepções sobre Educação Inclusiva nas demais unidades

que compõem o atual Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia.

Page 66: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

66

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Page 76: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

76

APÊNDICES

APÊNDICE A- Autorização da direção da escola

APÊNDICE B- Estudo piloto

APÊNDICE C- Questionário de Avaliação da Concepção de Inclusão (Estudo piloto)

APÊNDICE D- Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Entrevistados menoresde idade – Estudo piloto)

APÊNDICE E- Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Entrevistados maioresde idade – Estudo piloto)

APÊNDICE F- Questionário de Avaliação da Concepção de Inclusão

APÊNDICE G- Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Entrevistados menoresde idade)

APÊNDICE H- Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Entrevistados maioresde idade)

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77

APÊNDICE A. Autorização da direção da escola

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APÊNDICE B. Estudo Piloto

Page 80: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

80

ESTUDO PILOTO

A pesquisa foi realizada em uma escola da rede federal de ensino, que

oferece, dentre outros, os cursos: Médio e Técnico em Agricultura e Zootecnia.

Esses dois cursos em estudo contam com 309 alunos matriculados, 138 funcionários

e 39 professores (dados de agosto/2008). Por estar situada em uma fazenda a

escola tem suas salas de aula distribuídas por vários locais. As aulas do ensino

Médio são ministradas em um único prédio pedagógico, enquanto que as do ensino

Técnico acontecem em vários préd ios e UEPs (Unidades Educacionais de

Produção).

A escola está localizada em uma cidade de pequeno porte, com 37.015

habitantes, localizada no Sul de Minas Gerais. Graças a sua vocação econômica

essencialmente agrícola a escola é de extrema importância par a a comunidade local

e regional.

1 Justificativa e Objetivos- Identificar as dificuldades encontradas pelos participantes ao responder o

questionário;

- corrigir o texto de acordo com as dificuldades encontradas;

- aprimorar o questionário.

2 ParticipantesParticiparam do estudo-piloto 24 pessoas, que fazem parte da comunidade

escolar em estudo, sendo 10 alunos do Curso Técnico em Agricultura e Zootecnia

(sete do sexo masculino e três do sexo feminino, com idade entre 15 a 21 anos), 10

funcionários (seis do sexo masculino e quatro do sexo feminino, com idade entre 25

e 53 anos) e 4 professores (dois professores do Ensino Médio e dois do Ensino

Técnico, sendo três do sexo masculino e uma do sexo feminino, com idade entre 23

e 50 anos). Após levantamento do nome de todos os alunos (309 no total, sendo 253

do sexo masculino e 56 do sexo feminino), dos 138 funcionários e dos 39

professores da escola, foi feito um sorteio para definir, de forma aleatória, os

Page 81: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

81

participantes deste estudo. Cabe ressaltar aqui que c onstaram na listagem tanto

funcionários e professores do quadro efetivo quanto contratados ou substitutos.

3 Local e ambienteA coleta de dados de todos os alunos foi feita em uma sala da Coordenadoria

de Assistência ao Educando, fechada e sem ruídos. Na mesma sala, três

funcionários responderam o questionário. Já a coleta de dados dos demais

funcionários e dos professores ocorreu no prédio em que trabalham, sempre em

uma sala fechada, com boa iluminação, livre de ruídos e da presença de outras

pessoas.

4 InstrumentoO questionário foi elaborado com o objetivo de levantar as concepções,

conhecimentos, dúvidas e opiniões da comunidade escolar em estudo sobre a

inclusão de pessoas com necessidades educacionais especiais nas escolas

regulares em geral e também na referida escola.

Os enunciados das questões assim como as opções das respostas foram

retirados de livros, artigos e documentos oficiais. Foram consultados os livros:

Inclusão e avaliação de alunos com necessidades especiais, de Hugo Otto Beyer;

Inclusão escolar. O que é? Por quê? Como fazer? , de Maria Teresa Eglér Mantoan;

e Inclusão. Construindo uma sociedade para todos, de Romeu Kazumi Sassaki. Os

artigos pesquisados foram: Sobre identidades e diferenças nas escolas, de Maria

Teresa Eglér Mantoan e Educação Inclusiva: concepções de professores e diretores,

de Izabella Mendes Sant’ana. Foram utilizados os seguintes documentos oficiais: Lei

de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Diretrizes Nacionais para Educação

Especial na Educação Básica e Po lítica Nacional de Educação Especial na

perspectiva da Educação Inclusiva.

O questionário consta inicialmente de um cabeçalho de identificação do

participante. Após a identificação, se divide em duas partes: na Parte I as questões

são referentes à conceituação de inclusão, conhecimentos sobre o tema e Educação

Inclusiva; na Parte II foi usado o Critério Brasil (IBOPE) para se realizar um

levantamento sócio-econômico do participante.

A Parte I do questionário consta de 13 perguntas, sendo 8 fechadas (com

opções de resposta), e outras 5 com questões abertas.

Page 82: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

82

A Parte II – Critério Brasil se refere ao levantamento do perfil sócio -econômico

do entrevistado por meio da posse de itens (bens) e o grau de instrução do chefe de

família.

Critério Brasil (IBOPE, 2003). Para caracterizar a amostra foi utilizada a

escala de avaliação socioeconômica, cuja pontuação é baseada na quantidade de

bens duráveis, no grau de instrução do chefe de família e em outros fatores como a

presença de empregada doméstica. Essa escala divi de a população em cinco

classes, cujo percentual populacional, em cada classe, é o seguinte (da classe de

maior poder aquisitivo para a de menor): A1: 1%, A2: 4%, B1: 7%, B2: 12%, C: 31%,

D: 33%, e E: 12%.

5 Procedimentos de coleta de dadosFoi realizado o levantamento de todos os nomes de alunos, funcionários e

professores da escola. A partir disso, foram retirados da primeira listagem,

funcionários e professores afastados nesse período tanto por licença médica ou

eleitoral, quanto para conclusão de mestr ado. Em seguida, foi feito o sorteio dos

participantes (alunos, funcionários e professores). Após a seleção aleatória, todos os

selecionados foram procurados pela pesquisadora e consultados se poderiam

participar deste estudo piloto. Nesta ocasião foram ex plicitadas aos mesmos as

questões éticas constantes no Termo de Consentimento. Não houve nenhuma

recusa por parte dos participantes.

Aos alunos menores de idade foi entregue o Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido que teve como objetivo informar os pa is sobre a participação de seus

filhos na pesquisa, além das questões éticas pertinentes e dos objetivos da

pesquisa. Como poucos são da cidade onde se desenvolve a pesquisa, os alunos

levaram o termo de consentimento para casa no final de semana. Todos os alunos

menores de idade selecionados participaram desse estudo, visto que seus pais

concordaram em assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

Os horários e locais para responderem o questionário foram previamente

acertados de acordo com a disponibilidade dos participantes.

Por ocasião da coleta de dados propriamente dita, era reafirmado o objetivo

do estudo. Para os alunos com mais de 18 anos o Termo de Consentimento era

entregue e depois de lido, assinado.

Page 83: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

83

O mesmo procedimento de coleta dados foi adotado com os alunos,

funcionários e professores. Durante esse procedimento estavam presentes somente

a pesquisadora e o participante. Ao apresentar o questionário, a pesquisadora

mostrava e explicava as partes constantes do mesmo. Nesse momento, a

pesquisadora comunicava ao participante que ficaria presente o tempo todo

observando, esclarecendo dúvidas e fazendo anotações. Após a coleta de dados,

em algumas ocasiões, pesquisado e pesquisadora conversavam sobre questões

relacionadas à inclusão e à viab ilidade de sua implementação na escola em

questão.

Ao final, a pesquisadora agradecia demonstrando a importância de sua

participação para o trabalho de conclusão de curso e para a escola.

6 Tratamentos de dados Os dados foram organizados em planilhas no aplicativo SPSS 15.0 for

Windows (Statistical Package for Social Ciências ) e, tratados por meio de estatística

descritiva (frequência e porcentagem).

7 ResultadosAs concepções de funcionários, professores e alunos de uma escola

agrotécnica federal a respeito da inclusão de alunos com necessidades

educacionais especiais na escola regular, serão apresentadas com base em

análises estatísticas descritivas. Essa análise será aplicada aos resultados obtidos

por meio do questionário.

Concepções sobre inclusão: Funcionários, professores e alunos

Os resultados apresentados a seguir visam caracterizar as concepções dos

funcionários, professores e alunos a respeito da inclusão de alunos com

necessidades educacionais especiais na escola regular. A Tabela 1 apresen ta as

concepções a respeito do significado do termo “Educação Inclusiva”.

Page 84: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

84

Tabela 1.

Porcentagem e frequência obtidas no item de avaliação da concepção do significado

do termo “Educação Inclusiva”

Funcionários(n=10)

Professores(n=4)

Alunos(n=10)

Alternativa/Concepção % Freq. % Freq. % Freq.Inclusão de todos, independentemente desuas deficiências e dificuldades. 80% 8 50% 2 80% 8

Modificação de pessoas com deficiência parao convívio social. 40% 4 0% 0 40% 4

Garantia de ingresso e permanência depessoas com deficiência nas escolasregulares.

80% 8 25% 1 50% 5

Oferecer facilidades de acesso a pessoascom dificuldade de locomoção. 80% 8 50% 2 70% 7

Oferta de educação de qualidade sem excluirnenhum aluno. 90% 9 75% 3 80% 8

Pelos dados da Tabela 1 é possível observar que o item indicado com maior

freqüência, na perspectiva dos funcionários e professores, foi a concepção de que a

Educação Inclusiva significa a “ Oferta de educação de qualidade sem excluir

nenhum aluno” (90% dos funcionários, 75% dos professores e 80% dos alunos).

Além deste item, os alunos apontaram com maior freqüência o item “ Inclusão de

todos, independentemente de suas deficiências e dificuldades ” (80% dos alunos). Já

o item apontado com menor freqüência, pelos funcionários, professores e alunos foi

“Modificação de pessoas com deficiência para o convívio social ” (40% funcionários,

0% de professores e 40% dos alunos). Esses dados indicam uma coerência quanto

à concepção do que significa Educação Inclusiva para os três grupos de avaliados.

Uma outra concepção sobre Educação Inclusiva, considerando as variáveis

para sua consecução, pode ser verificada na Tab ela 2.

Page 85: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

85

Tabela 2.

Porcentagem e frequência obtidas no item de avaliação das variáveis de

consecução da “Educação Inclusiva”

Funcionários(n=10)

Professores(n=4)

Alunos(n=10)

Alternativa % Freq. % Freq. % Freq.Não acontece, por falta de condições do alunocom alguma deficiência em acompanhar aulase desenvolver atividades requeridas peloscursos.

40% 4 0% 0 10% 1

Não acontece, por falta de conscientização ecapacitação de professores e funcionários e porfalta de adequação da estrutura física daescola.

90% 9 100% 4 60% 6

Não acontece, pois escola regular (comum) émais apropriada para atender alunos semdeficiência.

20% 2 50% 2 50% 5

Não acontece, pois a escola especial é a maisapropriada para atender alunos comdeficiência.

10% 1 25% 1 30% 3

Acontece, pois a escola regular (comum) jáestá apropriada para atender e educar alunoscom deficiência.

10% 1 0% 0 30% 3

Na Tabela 2, pode-se observar que houve uma concordância na avaliação

realizada pelos funcionários, professores e alunos quando indicam que a Educação

Inclusiva não ocorre “Por falta de conscientização e capacitação de professores e

funcionários e por falta de adequaç ão da estrutura física da escola ” (90% dos

funcionários, 100% dos professores e 60% dos alunos). Os itens menos apontados

foram: Funcionários - “Não acontece, pois a escola especial é a mais apropriada

para atender alunos com deficiência ” (10% dos funcionários) e “Acontece, pois a

escola regular (comum) já está apropriada para atender e educar alunos com

deficiência” (10% dos funcionários); Professores – “Não acontece, por falta de

condições do aluno com alguma deficiência em acompanhar aulas e desenvolver

atividades requeridas pelos cursos ” (0% dos professores) e “Acontece, pois a escola

regular (comum) já está apropriada para atender e educar alunos com deficiência ”

(0% dos professores); Alunos – “Não acontece, por falta de condições do aluno com

alguma deficiência em acompanhar aulas e desenvolver atividades requeridas pelos

cursos” (10% dos alunos).

Page 86: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

86

Os dados quanto a concepção sobre escola regular encontram -se na Tabela

3.

Tabela 3.

Porcentagem e frequência obtidas no item de avaliação da concepção so bre a

“Escola Regular”

Funcionários(n=10)

Professores(n=4)

Alunos(n=10)

Alternativa % Freq. % Freq. % Freq.Deve se adequar às necessidadeseducacionais especiais do aluno comdeficiência.

100% 10 100% 4 90% 9

Não deve se adequar às necessidadeseducacionais especiais do aluno comdeficiência, pois é o aluno que deve se adequaràs normas, atividades e currículo da escola.

0% 0 0% 0 10% 1

Verificou-se a partir desses dados que os funci onários, professores e alunos

concordam com o ideal da Educação Inclusiva, ao apontar que a escola regular deve

se adequar, em termos de modificações pedagógicas, curriculares e físicas, às

necessidades educacionais especiais do aluno com deficiência.

Quando questionados sobre se tinham algum conhecimento sobre Educação

Inclusiva ou inclusão de pessoas com necessidades educacionais especiais nas

escolas regulares (comuns), 75% dos professores apontaram que sim, seguido por

70% dos funcionários. A porcentage m mais baixa foi encontrada entre os alunos.

Somente 40% dos alunos indicaram ter este tipo de conhecimento.

Os pesquisados que responderam afirmativamente a questão (100%),

apontaram que a presença de ex -alunos e alunos com necessidades educacionais

especiais na escola estudada como conhecimento sobre educação inclusiva ou

inclusão. As respostas de dois dos 10 funcionários indicam a presença desses

alunos na escola. As respostas de três dos quatro professores foram diversas: um

relatou conhecer aluno matr iculado na escola, um já trabalhou com alunos com

necessidades educacionais especiais e tem conhecimento sobre inclusão por meio

de literatura, e outro professor declarou ter conhecimento de crianças da

comunidade que estudaram em escolas regulares. As res postas de quatro dos 10

alunos questionados ficaram assim distribuídas: um tem conhecimento de colega

com necessidades educacionais especiais na escola, um relatou ter conhecimento

Page 87: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

87

de “ajuda” oferecida à aluno disléxico, um percebeu adaptações na estrutura física

da escola para receber alunos cadeirantes e um afirma ter estudado com aluno

cadeirante em sua escola anterior.

Perguntou-se ainda quanto à capacitação e orientação para conviver, estudar

e trabalhar com alunos com necessidades educacionais espec iais e os dados

indicaram que 100% dos professores e funcionários não receberam qualquer tipo

capacitação e orientação, seguido por 80% dos alunos.

Um outro item do questionário estava interessado em pesquisar se os

participantes já tinham presenciado alg um processo de inclusão de alunos com

necessidades educacionais especiais na escola que trabalham ou estudam. 70%

dos funcionários e alunos apontaram que sim, enquanto a porcentagem de

professores foi de 50%. A avaliação desse processo para cada grupo indi cou que,

40% dos funcionários e alunos avaliaram como bem sucedido e 50% dos

professores como parcialmente bem sucedido.

Foi avaliada também por meio do questionário a percepção das dificuldades

para permanência de alunos com necessidades educacionais espe ciais na escola

em que freqüentam. 50% dos funcionários e professores indicaram que há

dificuldades, seguido por 40% dos alunos com a mesma percepção.

As principais dificuldades identificadas pelos pesquisados foram: a

aceitação/acolhimento de alunos com n ecessidades especiais pela comunidade

escolar, a falta de pessoal capacitado para trabalhar com esses alunos e difícil

acesso às Unidades Educacionais de Produção. Um professor acredita que a escola

não está preparada para receber alunos com necessidades e ducacionais especiais

e outro coloca como dificuldade a inadequação do currículo. As respostas dadas

pelos funcionários indicaram: dois vêem dificuldade na aceitação e acolhimento

desses alunos pela comunidade escolar e dois detectaram a falta de capacitaç ão de

professores e funcionários. As respostas de dois alunos fizeram alusão ao difícil

acesso às UEPs devido à distância.

Quanto às dificuldades identificadas no processo de inclusão referente

especificamente à escola em estudo, foram elencadas: falta de capacitação de

docentes e de técnico-administrativos (10 funcionários e três professores) e

dificuldade de locomoção devido a distância (cinco alunos).

Page 88: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

88

Quando perguntados se já tinham verificado alguma modificação na estrutura

física da escola, 100% dos f uncionários apontaram que sim, enquanto os números

para os professores e alunos foram, respectivamente, 75% e 90%.

A modificação mais evidente foi a construção de rampas citada por três

professores, 10 funcionários e nove alunos. Foram relatados ainda por um professor

os corrimãos e por outro, banheiros adaptados. As respostas de três funcionários

fizeram referência a banheiros adaptados e as de dois deles, a corrimãos. Dois

alunos perceberam também a adaptação em banheiros.

O conhecimento a respeito do at endimento, atualmente, de algum aluno com

necessidades educacionais especiais na escola foi verificado em outro item do

questionário. 80% dos funcionários e alunos indicaram ter este conhecimento. Já o

número de professores que indicaram ter este conhecime nto foi de 50%.

A informação sobre o que os participantes consideram como deficiência é

apresentada na Tabela 4.

Tabela 4.

Porcentagem e frequência obtidas no item de avaliação do que consideram como

necessidades educacionais especiais

Funcionários(n=10)

Professores(n=4)

Alunos(n=10)

Alternativa % Freq. % Freq. % Freq.Deficiência física 90% 9 75% 3 80% 8Deficiência visual 90% 9 75% 3 90% 9Deficiência auditiva 70% 7 75% 3 90% 9Deficiência mental 80% 8 75% 3 90% 9Deficiência múltipla 80% 8 100% 4 80% 8Dificuldades acentuadas de aprendizagem 70% 7 50% 2 50% 5Superdotação/Altas habilidades 20% 2 25% 1 0% 0Problemas acentuados de comportamento 20% 2 50% 2 100% 10

De acordo com a Tabela 4, 90% dos funcionários consideram como

deficiência a física e a mental. Já a maior porcentagem para os professores está na

deficiência múltipla (100%) e para os alunos nos problemas acentuados de

comportamento (100%). A alternativa que os três grupos de avaliadores menos

apontaram como uma necessidade educacional especial foi Superdotação/Altas

habilidades (0% dos alunos, 20% dos funcionári os e 25% dos professores).

Page 89: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

89

No item sobre acompanhamento pedagógico aos alunos com necessidades

educacionais especiais, 100% dos participantes, dos três grupos, apontaram como

importante. Mas quando perguntados a respeito da necessidade de se

estabelecerem diferentes formas de avaliação para o aluno com alguma deficiência,

somente todo o grupo de professores apontou que sim, seguido pelos funcionários

(90%) e alunos (70%).

Das pessoas que consideram importante formas diferenciadas de avaliação

para alunos com necessidades educacionais especiais, 12 delas defenderam a

necessidade de avaliações individualizadas, sendo quatro professores e oito

funcionários, e quatro alunos argumentaram que, por serem especiais, esses alunos

têm mais dificuldades.

8 Discussão8.1 Dificuldades

A maior dificuldade encontrada na aplicação do questionário foi relativa ao

enunciado das questões 7 e 8. Os entrevistados em geral, não conseguiram

diferenciar muito bem “permanência” de “processo de inclusão” além de relatarem

que as respostas para estas questões podem ser as mesmas.

Foram detectadas outras dificuldades. Vários entrevistados não sabiam o que

era Deficiência Múltipla. Outros demonstraram dificuldades nas definições de escola

regular e escola especial. Alguns deles precisar am de esclarecimento para

responder ao Critério Brasil.

Os alunos de um modo geral se mostraram apreensivos no início da aplicação

do questionário. Em algumas ocasiões foi necessário tranqüilizá -los, informando que

não se tratava de uma avaliação onde hou vesse respostas “certas” ou “erradas”.

8.2 Impressões

O estudo piloto do questionário aconteceu de forma muito satisfatória. Os

entrevistados ficaram atentos durante toda a sua aplicação, demonstrando interesse

e responsabilidade.

Ao final, alguns pesquisados sugeriram alterações no enunciado de

questões, fizeram comentários e/ou pediram esclarecimentos sobre o tema.

Page 90: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

90

8.3 Conclusões, aprimoramentos e modificações

O estudo piloto foi fundamental para identificar as dificuldades encontradas

pelos participantes ao responder o questionário, corrigir o texto de acordo essas

dificuldades e dessa forma, aprimorar o questionário.

Como foram identificadas dúvidas sobre escola regular e especial definiu -se

por apresentar exemplos, entre parênteses de escola espe cial (por exemplo, APAE)

e regular (alguma escola estadual da cidade ou a própria escola em estudo).

A questão 4 deverá ser modificada pois permitiu várias interpretações. Assim

as respostas obtidas serão mais precisas.

As questões 7 e 8, alvo da maior di ficuldade identificada pelos participantes,

terá novo enunciado, embora continue com a opção aberta possibilitando -lhes a

descrição dos obstáculos para permanência de alunos com deficiência na escola.

Com relação ao Critério Brasil optou -se por não acrescentar nenhum

enunciado de caráter elucidativo por se tratar de levantamento elaborado e utilizado

pelo IBOPE em várias pesquisas. Decidiu -se que, se necessário, a pesquisadora

esclarecerá as possíveis dúvidas.

Algumas alterações serão feitas a partir de o bservações feitas pela

pesquisadora e pela orientadora. Na questão 11 o termo “deficiência” será alterado

para “Necessidades educacionais especiais” por ser mais adequado. Ainda nessa

questão, o termo usado “deficiências múltiplas” deverá ser corrigido par a “deficiência

múltipla”. Como alguns participantes tiveram dúvidas sobre o que seria deficiência

múltipla, serão acrescentados nessa opção exemplos entre parênteses.

No Termo de Consentimento deverão ser atualizados os dados de

identificação da orientadora.

Page 91: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

91

APÊNDICE C. Questionário de Avaliação da Concepção de Inclusão

(Estudo Piloto)

Page 92: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

92

Questionário de Avaliação da Concepção de Inclusão

Nome:_____________________________________________________________________

Idade: _____________________________________________________________________

Função: ( ) Estudante – Série ________________________________________________

( ) Professor – Disciplina_____________________________________________

( ) Funcionário. – Função ____________________________________________

Há quanto tempo trabalha/estuda na EAF -Machado? _____________________________

Data: ___/ ___/ 2008.

- PARTE I -

1- Para você, educação inclusiva significa: (Assinale com um X todas as afirmações quevocê considera corretas.)

( ) A inclusão de todos, independente de suas deficiências ou dificuldades;

( ) A modificação de pessoas com deficiência para o convívio social;

( ) A garantia de ingresso e perm anência de pessoas com deficiência nas escolasregulares (comuns);

( ) Oferecer facilidades de acesso à pessoas com dificuldade de locomoção com aconstrução de rampas, banheiros especiais, etc;

( ) A oferta de educação de qualidade sem excl uir nenhum aluno.

Ministério da EducaçãoSecretaria da Educação Profissional e Tecnológica

Escola Agrotécnica Federal de Machado-MGRodovia Machado Paraguaçu Km 03 - Bairro Santo Antonio

Coordenadoria Geral de Assistência ao Educando -CGAE

Page 93: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

93

2 – Para você, a educação inclusiva: ( Assinale com um X as alternativas que considerarcorretas.)

( ) Não acontece, por falta de condições do aluno com alguma deficiência em acompanharaulas e desenvolver atividades requeridas pe los cursos;

( ) Não acontece, por falta de conscientização e capacitação de professores e funcionários epor falta de adequação da estrutura física da escola.

( ) Não acontece, pois a escola regular (comum) é mais apropriada para atender alunos s emdeficiência;

( ) Não acontece, pois a escola especial é mais apropriada para atender alunos comdeficiência;

( ) Acontece, pois a escola regular (comum) já está apropriada para atender e educar alunoscom deficiência.

3- Para você, a escola regular (comum): (Assinale com um X a alternativa que acharcorreta, somente uma.)

( ) Deve se adequar as necessidades educacionais especiais do aluno com deficiência;

( ) Não deve se adequar as necessidades educacionais especiais do aluno com def iciência,pois é o aluno que deve se adequar as normas, atividades e currículo da escola.

4- Você tem algum conhecimento sobre educação inclusiva ou inclusão de pessoasdeficientes em escolas regulares (comuns)? ( Assinale com um X a alternativa que acharcorreta.)

( ) Sim. ( ) Não.

- Em caso positivo/afirmativo, que tipo de conhecimento?

___________________________________________________________________________

_____________________________________________ ______________________________

Page 94: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

94

5- Você já participou, acompanhou ou presenciou algum processo de inclusão de alunoscom deficiência na Escola Agrotécnica Federal de Machado?

( ) Sim. ( ) Não.

- Em caso positivo/afirmativo, como você avalia o processo dessa experiência deinclusão?

( ) Excelente.

( ) Bem sucedido.

( ) Parcialmente bem sucedido.

( ) Mal sucedido.

6- Você teve alguma orientação ou capacitação para conviver, estudar e/ou trabalharcom pessoas deficientes?

( ) Sim. Quais? ____________________________________________________________

( ) Não.

7- Você percebe dificuldades para permanência de alunos com deficiência na EscolaAgrotécnica Federal de Machado?

( ) Sim. Quais? ____________________________________________________________

( ) Não.

8- Para você, quais são as dificuldades no processo de inclusão de alunos com deficiênciana EAF-Machado?

______________________________________________________ _____________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

Page 95: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

95

9- Você verificou/percebeu se a EAF -Machado fez alguma modificação na estruturafísica para receber alunos com deficiência?

( ) Sim. Quais? ____________________________________________________________

( ) Não.

10- Você tem conhecimento se a Escola Agrotécnica Federal de Machado atendeatualmente alunos com alguma deficiência?

( ) Sim. ( ) Não.

11- O que você considera como deficiência? (Assinale com um X todas as afirmações quevocê considera corretas.)

( ) Deficiência física;

( ) Deficiência visual;

( ) Deficiência auditiva;

( ) Deficiência mental;

( ) Deficiências múltiplas;

( ) Dificuldades acentuadas de aprendizagem;

( ) Superdotação/Altas habilidades (grande facilidade de aprendizagem);

( ) Problemas acentuados de comportamento.

12- Você considera importante o acompanhamento pedagógico aos alunos com algumadeficiência?( ) Sim. ( ) Não.

- Em caso positivo/afirmativo, qual tipo de acompanhamento pedagógico?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

Page 96: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

96

13- Você considera necessário estabelecer diferentes formas de avaliação para aluno comalguma deficiência?

( ) Sim ( ) Não

- Por quê?______________________________________________________ ____________

___________________________________________________________________________

- PARTE II –

Critério de Classificação Econômica Brasil

1 – Posse de itens:

Quantidade de itens 0 1 2 3 4 ou mais

Televisão em coresRádioBanheiroAutomóvelEmpregada mensalistaAspirador de póMáquina de lavarVideocassete e/ou DVDGeladeiraFreezer (aparelho independente ouparte de geladeira duplex)

2- Grau de Instrução do chefe de família:

Analfabeto / Primário incompletoPrimário completo / Ginasial incompletoGinasial completo / Colegial incompletoColegial completo / Superior incompletoSuperior completo

Page 97: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

97

APÊNDICE D. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – Estudo Piloto

(Entrevistados menores de idade)

Page 98: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

98

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Você, pai e/ou responsável, _________ _______________________________________ estásendo convidado juntamente com seu filho (a) ___________________________________________ aparticipar da pesquisa “Concepções sobre educação inclusiva em uma escola regular da rede federalem Minas Gerais”. O objetivo deste estudo é o levantamento das concepções da comunidade escolarsobre a educação inclusiva. A participação de seu filho (a) não é obrigatória. A pesquisa será na formaquestionário preenchido individualmente pelo seu filho.

Você deve compreender que a contribuição de seu filho(a) a essa pesquisa é totalmentevoluntária. Você tem total liberdade para recusar que seu filho(a) participe do trabalho proposto, e que,mesmo concordando e autorizando a participação dele (a), poderá retirar seu consentime nto a qualquerinstante, sem que haja qualquer prejuízo para a sua pessoa nem para de seu filho(a) em função destadecisão.

A sua autorização para a participação de seu filho(a) não acarretará desconfortos, gastosfinanceiros ou riscos de ordem psicológica , física, moral, acadêmicas ou de outra natureza. Além disto,a identidade e informações pessoais de seu filho(a) serão mantidas em sigilo e anonimato.

Você deve estar ciente que os resultados serão utilizados para o estudo piloto da pesquisaacima citada, sob orientação da Psicóloga Bárbara Carvalho Ferreira e que a identidade de seu filho(a)será resguardada. Os dados coletados durante o estudo serão analisados e apresentados sob a forma derelatórios, e eventualmente, serão divulgados por meio de reuniõ es científicas, congressos e/oupublicações, e o anonimato de seu filho(a) estará garantido.

Você receberá uma cópia deste termo onde consta o telefone e o endereço dos pesquisadores,podendo tirar suas dúvidas sobre o projeto e a participação, agora ou a qualquer momento.

Declaro que entendi os objetivos, riscos e benefícios da participação de meu filho (a)na pesquisa e concordo em deixá -lo (a) participar.

Luciana Dantas AndradeAluna do Curso de Especialização em Educação Profissional

e Tecnológica Inclusiva – CEFET-MTContato: Rua Coronel Jacinto, 585 apto. 03 – Centro

37750-000 – Machado - MGTelefones: (35) 3295-9723 ou (35) 3341-1985

Bárbara Carvalho FerreiraAluna do Curso de Pós-graduação em Psicologia da UFSCar

Contato: Avenida Professor Luiz Augusto de Oliveira, 289, Vila Celina13566-340 – São Carlos - SP

Telefone: (16) 3361-9890

Local e data:_____________________________________________________________

Assinatura: ______________________________________________________________

Ministério da EducaçãoSecretaria da Educação Profissional e Tecnológica

Escola Agrotécnica Federal de Machado -MGRodovia Machado Paraguaçu Km 03 - Bairro Santo Antonio

Coordenadoria Geral de Assistência ao Educando -CGAE

Page 99: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

99

APÊNDICE E. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – Estudo Piloto

(Entrevistados maiores de idade)

Page 100: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

100

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Eu, ________________________________________________ estou sendo convidado aparticipar da pesquisa “Concepções sobre educação inclusiva em uma escola regular da rede federalem Minas Gerais”. O objetivo deste estudo é o levantamento das concepções da comunidade escolarsobre a educação inclusiva. Minha participação não é obrigatória. A pesquisa será na formaquestionário preenchido individualmente por mim.

Eu compreendo que minha contribuição a essa pesquisa é totalmente voluntária. Tenho totalliberdade para me recusar a participar do trabalho proposto, e que, mesmo concordando, poderei retirarmeu consentimento a qualquer instante, sem que haja qualquer prejuízo para a minha pessoa emfunção desta decisão.

A minha autorização para a participação não acarretará desconfortos, gastos financeiros ouriscos de ordem psicológica, física, moral, acadêmica ou de outra natureza. Além disto, minhaidentidade e informações pessoais serão mantidas em sigilo e anonimato.

Eu devo estar ciente que os resultados serão utilizados para o estudo piloto da pesquisa acimacitada, sob orientação da Psicóloga Bárbara Carvalho Ferreira e que minha identidade seráresguardada. Os dados coletados durante o estudo serão analisados e apresentados sob a forma derelatórios, e eventualmente, serão divulgados por meio de reuniões científicas, congressos e/oupublicações, e meu anonimato estará garantido.

Eu receberei uma cópia deste termo onde constam o telefone e o endereço dos pesquisadores,podendo tirar suas dúvidas sobre o projeto e a participação, agora ou a qualquer momento .

Declaro que entendi os objetivos, riscos e bene fícios de minha participação na pesquisa econcordo em participar.

Luciana Dantas Andrade

Aluna do Curso de Especialização em Educação Profissionale Tecnológica Inclusiva – CEFET-MT

Contato: Rua Coronel Jacinto, 585 apto. 03 – Centro37750-000 – Machado - MG

Telefones: (35) 3295-9723 ou (35) 3341-1985Bárbara Carvalho Ferreira

Aluna do Curso de Pós-graduação em Psicologia da UFSCarContato: Avenida Professor Luiz Augusto de Oliveira, 289, Vila Celina

13566-340 – São Carlos - SPTelefone: (16) 3361-9890

Local e data:_____________________________________________________________

Assinatura: ______________________________________________________________

Ministério da EducaçãoSecretaria da Educação Profissional e Tecnológica

Escola Agrotécnica Federal de Mach ado-MGRodovia Machado Paraguaçu Km 03 - Bairro Santo Antonio

Coordenadoria Geral de Assistência ao Educando -CGAE

Page 101: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

101

APÊNDICE F. Questionário de Avaliação da Concepção de Inclusão

Page 102: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

102

Questionário de Avaliação da Concepção de Inclusão

Nome:_____________________________________________________________________

Idade: _____________________________________________________________________

Função: ( ) Estudante – Série _______________________ _________________________

( ) Professor – Disciplina_____________________________________________

( ) Funcionário. – Função ____________________________________________

Há quanto tempo trabalha/estuda na EAF -Machado? _____________________________

Data: ___/ ___/ 2008.

- PARTE I -

1- Para você, educação inclusiva significa: (Assinale com um X todas as afirmações quevocê considera corretas.)

( ) A inclusão de todos, independente de suas deficiências ou dificuldad es;

( ) A modificação de pessoas com deficiência para o convívio social;

( ) A garantia de ingresso e permanência de pessoas com deficiência nas escolasregulares (comuns);

( ) Oferecer facilidades de acesso à pessoas com dif iculdade de locomoção com aconstrução de rampas, banheiros especiais, etc;

( ) A oferta de educação de qualidade sem excluir nenhum aluno.

Ministério da EducaçãoSecretaria da Educação Profissional e Tecnológica

Escola Agrotécnica Federal de Machado -MGRodovia Machado Paraguaçu Km 03 - Bairro Santo Antonio

Coordenadoria Geral de Assistência ao Educando -CGAE

Page 103: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

103

2 – Para você, a educação inclusiva: ( Assinale com um X as alternativas que considerarcorretas.)

( ) Não acontece, por falta de condições do aluno com alguma deficiência em acompanharaulas e desenvolver atividades requeridas pelos cursos;

( ) Não acontece, por falta de conscientização e capacitação de professores e funcionários epor falta de adequação da estrutura física da escola.

( ) Não acontece, pois a escola regular (comum) é mais apropriada para atender alunos semdeficiência;

( ) Não acontece, pois a escola especial (APAE, por exemplo) é mais apropriada paraatender alunos com deficiência;

( ) Acontece, pois a escola regular (comum) já está apropriada para atender e educar alunoscom deficiência.

3- Para você, a escola regular (comum): (Assinale com um X a alternativa que acharcorreta, somente uma.)

( ) Deve se adequar as necessidades educacionais especiais do aluno com deficiência;

( ) Não deve se adequar as necessidades educacionais especiais do aluno com deficiência,pois é o aluno que deve se adequar as normas, atividades e currículo da escola.

4- Você tem algum conhecimento sobre educação inclusiva ou inclusão de pessoas comnecessidades educacionais em escolas regulares (comuns)? ( Assinale com um X aalternativa que achar correta.)

( ) Sim. ( ) Não.

- Em caso positivo/afirmativo, que tipo de conhecimento?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

_____________________________________________________________ ______________

___________________________________________________________________________

Page 104: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

104

5- O que você considera como necessidades educacionais especiais? (Assinale com um Xtodas as afirmações que você considera corretas.)

( ) Deficiência física;

( ) Deficiência visual;

( ) Deficiência auditiva;

( ) Deficiência mental;

( ) Deficiência múltipla (surdo-cegueira, por exemplo);

( ) Dificuldades acentuadas de aprendizagem;

( ) Superdotação/Altas habilidades (grande f acilidade de aprendizagem);

( ) Problemas acentuados de comportamento.

6- Você considera importante o acompanhamento pedagógico aos alunos com algumadeficiência ou necessidade especial?( ) Sim. ( ) Não.

7- Você considera necessário estabelecer diferentes formas de avaliação para aluno comalguma deficiência ou necessidade especial?

( ) Sim ( ) Não

- Por quê?__________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

8- Você teve alguma orientação ou capacitação para conviver, estudar e/ou trabalharcom pessoas com deficiência ou necessidade especial?

( ) Sim. Quais? ______________________________ ______________________________

( ) Não.

Page 105: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

105

- PARTE II –

9- Você já participou, acompanhou ou presenciou algum processo de inclusão de alunoscom necessidades educacionais especiais na Escola Agrotécnica Federal de Machado?

( ) Sim. ( ) Não.

- Em caso positivo/afirmativo, como você avalia o processo dessa experiência deinclusão?

( ) Excelente.

( ) Bem sucedido.

( ) Parcialmente bem sucedido.

( ) Mal sucedido.

10- Você percebe dificuldades para permanência de alunos com necessidadeseducacionais especiais na Escola Agrotécnica Federal de Machado (dificuldades noprocesso de inclusão desses alunos na escola)?

( ) Sim. ( ) Não.

- Em caso positivo/afirmativo, que tipo de dificuldade?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

________________________________________________ ___________________________

11- Você verificou/percebeu se a EAF -Machado fez alguma modificação na estruturafísica para receber alunos com necessidades especiais?

( ) Sim. Quais? __________________________________________________________ __

( ) Não.

12- Você tem conhecimento se a Escola Agrotécnica Federal de Machado atendeatualmente alunos com alguma necessidade especial?

( ) Sim. ( ) Não.

Page 106: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

106

CRITÉRIO DE CLASSIFICAÇÃO ECONÔMICA BRA SIL

1 – Posse de itens:

Quantidade de itens 0 1 2 3 4 ou maisTelevisão em coresRádioBanheiroAutomóvelEmpregada mensalistaAspirador de póMáquina de lavarVideocassete e/ou DVDGeladeiraFreezer (aparelho independente ouparte de geladeira duplex)

2- Grau de Instrução do chefe de família:

Analfabeto / Primário incompletoPrimário completo / Ginasial incompletoGinasial completo / Colegial incompletoColegial completo / Superior incompletoSuperior completo

Page 107: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

107

APÊNDICE G. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(Entrevistados menores de idade)

Page 108: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

108

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Você, pai e/ou responsável, ________________________________________________ estásendo convidado juntamente com seu filho (a) ___________________________________________ aparticipar da pesquisa “Concepções sobre educação inclusiva em uma escola regular da rede federalem Minas Gerais”. O objetivo deste estudo é o levantamento das concepções da comunidade escolarsobre a educação inclusiva. A participação de seu filho (a) não é obrigatóri a. A pesquisa será na formaquestionário preenchido individualmente pelo seu filho.

Você deve compreender que a contribuição de seu filho(a) a essa pesquisa é totalmentevoluntária. Você tem total liberdade para recusar que seu filho(a) participe do trabal ho proposto, e que,mesmo concordando e autorizando a participação dele (a), poderá retirar seu consentimento a qualquerinstante, sem que haja qualquer prejuízo para a sua pessoa nem para de seu filho(a) em função destadecisão.

A sua autorização para a participação de seu filho(a) não acarretará desconfortos, gastosfinanceiros ou riscos de ordem psicológica, física, moral, acadêmicas ou de outra natureza. Além disto,a identidade e informações pessoais de seu filho(a) serão mantidas em sigilo e anonimato .

Você deve estar ciente que os resultados serão utilizados para o estudo piloto da pesquisaacima citada, sob orientação da Psicóloga Bárbara Carvalho Ferreira e que a identidade de seu filho(a)será resguardada. Os dados coletados durante o estudo serão analisados e apresentados sob a forma derelatórios, e eventualmente, serão divulgados por meio de reuniões científicas, congressos e/oupublicações, e o anonimato de seu filho(a) estará garantido.

Você receberá uma cópia deste termo onde consta o telefo ne e o endereço dos pesquisadores,podendo tirar suas dúvidas sobre o projeto e a participação, agora ou a qualquer momento .

Declaro que entendi os objetivos, riscos e benefícios da participação de meu filho (a) napesquisa e concordo em deixá-lo (a) participar.

Luciana Dantas AndradeAluna do Curso de Especialização em Educação Profissional

e Tecnológica Inclusiva – CEFET-MTContato: Rua Coronel Jacinto, 585 apto. 03 – Centro

37750-000 – Machado - MGTelefones: (35) 3295-9723 ou (35) 3341-1985

Bárbara Carvalho FerreiraPsicóloga, Mestre em Educação Especial e

Doutoranda pelo Programa de Pós -graduação em Psicologia da UFSCarContato: Avenida Professor Luiz Augusto de Oliveira, 289, Vila Celina

13566-340 – São Carlos - SPTelefone: (16) 3361-9890

Local e data:_____________________________________________________________

Assinatura: ______________________________________________________________

Ministério da EducaçãoSecretaria da Educação Profissional e Tecnológica

Escola Agrotécnica Federal de Machado -MGRodovia Machado Paraguaçu Km 03 - Bairro Santo Antonio

Coordenadoria Geral de Assistência ao Educando -CGAE

Page 109: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

109

APÊNDICE H. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(Entrevistados maiores de idade)

Page 110: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

110

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Eu ___________________________________________________________________,

RG ___________________________, abaixo assinado, estou ciente de que faço parte de uma

amostra de pesquisa sobre as concepções a respeito da inclusão educacional de portadores de

necessidades educacionais. Contribuirei com dados por meio das respostas aos questionários.

Declaro estar ciente: a) do objetivo do projeto; b) da segurança de que não seremos

identificados e de que será mantido caráter confidencial das informações relacionadas com

nossa privacidade; c) de aceitar que os dados obtidos sejam utilizados na divulgação deste

trabalho em artigos, congressos, entre outros meios de comunicação e d) de ter a liberdade de

recusar a participar da pesquisa.

Machado, ______ de ____________________ de 2008.

______________________________________

Assinatura

Ministério da EducaçãoSecretaria da Educação Profissional e Tecnológica

Escola Agrotécnica Federal de Machado -MGRodovia Machado Paraguaçu Km 03 - Bairro Santo Antonio

Coordenadoria Geral de Assistência ao Educand o-CGAE

Page 111: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

111

ANEXO. Critério de Classificação Econômica Brasil

Page 112: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

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Page 113: Luciana Dantas Andrade - Concepções sobre educação inclusiva

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