lombalgia: terapia conservadora -...

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1 Lombalgia: terapia conservadora Lucélia Oliveira Silva 1 [email protected] Dayana Priscila Maia Mejia² Pós-graduação em Reabilitação em Ortopedia e Traumatologia com Ênfase em Terapia Manual Faculdade FAIPE SANTARÉM - PARÁ Resumo O presente artigo é uma revisão de literatura. Foram selecionados artigos que abordassem o tema tratamento conservador, lombalgia, contendo no titulo ou nas palavras chaves; publicados no site Google Acadêmico durante o ano de 2014. E ainda foram selecionados artigos publicados na Revista Fisioterapia Brasil entre os anos de, 2000 a 2011 que abordassem o tema tratamento conservador, lombalgia, contendo no titulo ou nas palavras chaves. A lombalgia atinge principalmente a população em idade ativa, podendo ser altamente incapacitante e é uma das mais importantes causas de absenteísmo. É uma das doenças mais comum no mundo ocidental, vindo a afetar aproximadamente 80 85% da população em alguma época da sua vida. Este problema traz prejuízo para o Estado, para as empresas e para os próprios trabalhadores. Para o Estado, as despesas recaem sobre a Previdência Social, além de gastos para o Ministério da Saúde, responsável pelas despesas que incluem medicamentos, internações, consultas, cirurgias e reabilitação. Considerando a alta prevalência de casos, ainda são poucos estudos que comparam a efetividade de técnicas terapêuticas utilizadas para o tratamento de lombalgia. O número de pesquisas publicadas na fonte de dados Google Acadêmico é significativamente pequeno em relação à população acometida, seria necessário um aumento de pesquisas para melhorar cientificamente o conhecimento dos profissionais da área da saúde. Palavras-chave: Lombalgia; Tratamento conservador; Fisioterapia. 1. Introdução A finalidade deste estudo é demonstrar técnicas utilizadas como tratamento conservador em dores lombares, visando à reabilitação e principalmente o repouso a ser seguido pelo paciente em seu domicilio, posto de trabalho ou ate mesmo durante o lazer, para o sucesso no tratamento. A lombalgia constitui um sintoma reconhecido desde os tempos remotos, como no capitulo 32 do livro Gêneses da Bíblia Sagrada, onde Jacó é a primeira pessoa descrita que sofria de lombalgia. Hipócrates relatou várias formas de tratamento para as dores lombosacrais. A causa de dor lombar foi estudada pela primeira vez por Vesálius 1514 1564 (MADEIRA, 2002). A coluna lombar é constituída por um conjunto de vertebras e ligamentos, possuindo como característica a capacidade de suporta a carga do corpo e as forças gravitacionais que atuam sobre este. As vertebras lombares, por sua vez, são as mais frequentemente envolvidas em processos dolorosos, por suportarem a maior parte de carga do corpo. (HEBERT, 2003 apud Menezes, Mejia 2014). 1 Pós Graduanda em Fisioterapia em Ortopedia e Traumatologia com Ênfase em Terapias Manuais ² Orientadora: Graduada em Fisioterapia; Especialista em Metodologia do Ensino Superior; Mestranda em Bioética e Direito em Saúde.

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1

Lombalgia: terapia conservadora Lucélia Oliveira Silva1

[email protected]

Dayana Priscila Maia Mejia²

Pós-graduação em Reabilitação em Ortopedia e Traumatologia com Ênfase em Terapia Manual –

Faculdade FAIPE

SANTARÉM - PARÁ

Resumo

O presente artigo é uma revisão de literatura. Foram selecionados artigos que

abordassem o tema tratamento conservador, lombalgia, contendo no titulo ou nas

palavras chaves; publicados no site Google Acadêmico durante o ano de 2014.

E ainda foram selecionados artigos publicados na Revista Fisioterapia Brasil entre os

anos de, 2000 a 2011 que abordassem o tema tratamento conservador, lombalgia,

contendo no titulo ou nas palavras chaves. A lombalgia atinge principalmente a

população em idade ativa, podendo ser altamente incapacitante e é uma das mais

importantes causas de absenteísmo. É uma das doenças mais comum no mundo ocidental,

vindo a afetar aproximadamente 80 – 85% da população em alguma época da sua vida.

Este problema traz prejuízo para o Estado, para as empresas e para os próprios

trabalhadores. Para o Estado, as despesas recaem sobre a Previdência Social, além de

gastos para o Ministério da Saúde, responsável pelas despesas que incluem

medicamentos, internações, consultas, cirurgias e reabilitação. Considerando a alta

prevalência de casos, ainda são poucos estudos que comparam a efetividade de técnicas

terapêuticas utilizadas para o tratamento de lombalgia. O número de pesquisas

publicadas na fonte de dados Google Acadêmico é significativamente pequeno em

relação à população acometida, seria necessário um aumento de pesquisas para

melhorar cientificamente o conhecimento dos profissionais da área da saúde.

Palavras-chave: Lombalgia; Tratamento conservador; Fisioterapia.

1. Introdução

A finalidade deste estudo é demonstrar técnicas utilizadas como tratamento conservador

em dores lombares, visando à reabilitação e principalmente o repouso a ser seguido pelo

paciente em seu domicilio, posto de trabalho ou ate mesmo durante o lazer, para o sucesso

no tratamento.

A lombalgia constitui um sintoma reconhecido desde os tempos remotos, como no

capitulo 32 do livro Gêneses da Bíblia Sagrada, onde Jacó é a primeira pessoa descrita

que sofria de lombalgia. Hipócrates relatou várias formas de tratamento para as dores

lombosacrais. A causa de dor lombar foi estudada pela primeira vez por Vesálius 1514 –

1564 (MADEIRA, 2002).

A coluna lombar é constituída por um conjunto de vertebras e ligamentos, possuindo

como característica a capacidade de suporta a carga do corpo e as forças gravitacionais

que atuam sobre este. As vertebras lombares, por sua vez, são as mais frequentemente

envolvidas em processos dolorosos, por suportarem a maior parte de carga do corpo.

(HEBERT, 2003 apud Menezes, Mejia 2014).

1 Pós Graduanda em Fisioterapia em Ortopedia e Traumatologia com Ênfase em Terapias Manuais ² Orientadora: Graduada em Fisioterapia; Especialista em Metodologia do Ensino Superior; Mestranda em Bioética e Direito em Saúde.

2

A lombalgia crônica é um sintoma, e não uma doença, que se caracteriza por dor, a qual

pode ser resultante de causas diversas. Devido a complexidade das lombalgias, podemos

classifica-las etiologicamente como estruturais; traumáticas; musculoesqueléticas;

degenerativas; reumáticas; defeitos congênitos; inflamatórias; neoplásicas; viscerais

reflexas; doenças ósseas; e metabólicas (COSTA; PALMA, 2005 apud ARAÚJO 2014).

No entanto, Silva et al. (2004) entendem que, frequentemente, a dor crônica não decorre

de doenças especificas, mas sim de um conjunto de causas como, fatores sócio

demográficos; comportamentais; exposições ocorridas nas atividades cotidianas entre

outros (SILVA et al., MENEZES 2014)

O termo lombalgia refere-se a dor na coluna lombar.

A lombalgia, conhecida popularmente como dor lombar é um problema de saúde publica,

conforme informações da Organização Mundial de Saúde (2011).

A dor lombar tem como causas intrínsecas as condições: congênitas, degenerativas,

inflamatórias, infecciosas, tumorais e mecânicos-posturais. Esta, também denominada

lombalgia inespecífica, representa, no entanto, grande parte das dores álgicas de coluna

referidas pela população. E as causas extrínsecas, geralmente ocorrendo um desequilíbrio

entre a carga funcional, que seria o esforço requerido para atividades do trabalho e da

vida diária, e a capacidade funcional, que é o potencial de execução para essas atividades.

Além do estresse postural e lesões agudas que causam deterioração de estruturas

(ANDRADE et al., 2005; FAZZI; TOLEDO, 1984).

De acordo com Nascimento (1999), os profissionais especializados desconhecem o

diagnóstico preciso de lombalgia em 80 a 90% dos pacientes; sendo ainda, uma das

maiores causas do afastamento do trabalho nos últimos anos. Estatísticas mundiais à

respeito desta patologia, indicam que 60 a 80% de todos os adultos experimentam,

experimentaram ou experimentarão lombalgia, no decorrer da vida (NASCIMENTO

1999 apud MORAES et al., 2003).

A definição de lombalgia e lombociatalgia aguda é intolerância à atividade causada pela

dor lombar e, às vezes, com reflexos nas pernas, com duração de menos de três meses

(GARCIA FILHO, Reynaldo Jesus et al., 2006).

A lombalgia é um conjunto de manifestações dolorosas que acontecem na região lombar,

decorrente de alguma anormalidade nessa região. Conhecida popularmente como dor nas

costas, é uma das grandes causas de morbidade e incapacidade funcional, tendo incidência

apenas menor que a cefaleia entre os distúrbios dolorosos que mais acometem o homem

(CARVALHO et al., 2009).

Dentre as patologias osteomioarticulares, merece atenção especial e pode ser considerada

como problema de saúde pública devido a alguns fatores: magnitude - abrangência,

transcendência - o custo social do agravo à população e vulnerabilidade - o quanto a

doença pode ser controlada com a adoção de medidas apropriadas (TOSCANO 2001 apud

SILVA, SILVA; 2005).

Segundo estudos tem maior índice no sexo feminino entre 22 e 45 anos de idade.

Entre os fatores de risco, encontram-se os individuais, tais como a falta de

condicionamento físico, a fraqueza dos músculos abdominais e espinhais, o ganho de

peso, a obesidade, a altura e a má postura, e os ocupacionais, como deslocar objetos

pesados, o permanecer sentado por um longo período, o expor-se a estímulos vibratórios

prolongadamente, de forma isolada ou combinada, cada vez mais frequente o

sedentarismo (GUYTON, 2002).

Enquanto Cavalcante et al., relata que o envelhecimento é um processo de mudanças de

cada individuo, e gera a diminuição da plasticidade comportamental, que traduz em

perdas evolutivas e na ampliação da probabilidade de morte. O ritmo como acontece

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depende do diferente meios da natureza genético-biológica, sócio econômica e

psicológica (NERI apud CAVALCANTE et al., 2014). Talvez a principal causa da dificuldade de estudar a lombalgia seja a carência de uma

explicação patogênica plausível para a maioria dos casos (BOUTER 1998 apud SILVA

et al., 2005). Fritz 1998 comenta que os pacientes, para os quais não é possível definir

um diagnóstico específico da etiologia da dor lombar, geralmente são diagnosticados

como portadores de lombalgia mecânica.

A desordem musculoesquelética relacionada ao trabalho (DMT) resultante de um evento

ligado à atividade laboral, o que pode levar a perda ou restrição do trabalho (NELSON,

BORK 1996 apud SILVA, SILVA; 2005).

Podendo ser altamente incapacitante e é uma das mais importantes causas de absenteísmo.

Este tipo de dor continua e por longo período de tempo e afeta muitos aspectos da vida,

podendo levar a distúrbios do sono, depressão e irritabilidade (SILVA apud BORGES et

al. 2010).

2. Anatomia

A coluna vertebral é formada por 33 vértebras, cujo conjunto tem a função de apoiar

outras partes do esqueleto. Cada vértebra é constituída de corpo, forame e um processo

espinhoso, um prolongamento delgado da vértebra; e ligada às demais por articulações

denominadas discos intervertebrais. Estes discos são formados por um material fibroso e

gelatinoso, composto por um núcleo pulposo e ânulo fibroso. São eles que dão ao

indivíduo a mobilidade necessária para a locomoção, atuando como amortecedores.

A coluna vertebral tem suas vértebras distribuídas de acordo com a região em que estão:

- cervical (7)

- torácica (12)

- lombar (5)

- sacro (5 vértebras fundidas)

- coccígeas (4 vértebras)

A coluna lombar possui uma curvatura anterior fisiológica, denominada de lordose, a

linha da força de gravidade cruza não só esta curvatura como também a cifose torácica e

a lordose cervical, devendo manter-se equilibradas anterior e posteriormente a esta linha.

O desvio de uma pode desequilibrar as demais como compensação. (KISNER; COLBY,

2009).

4

Músculos da coluna e sua função estabilizadora

Músculos Ação primária Função estabilizadora Reto do Abdome (RA) Flexão de tronco (exercícios

abdominais na posição sentada)

Estabiliza a pelve contra forças

de rotação anterior

Proporciona estabilidade como

cabos de sustentação longos para

as cargas de inclinação posterior

(extensão) sobre a coluna

Oblíquos internos (OI) e

oblíquos externos (OE)

A contração bilateral causa

flexão do tronco; OE de um lado

com o OI contralateral causam,

juntos, a rotação diagonal do

tronco com flexão; OE e OI do

mesmo lado causam inclinação

lateral do tronco

Controlam cargas externas que

poderiam causar inclinação

posterior ou lateral da coluna

Estabilizam a pelve (com o reto

do abdome) contra forças de

rotação anterior

Contraem-se na manobra de

tencionar a parede abdominal

para tornar a coluna rígida;

aumentam a carga progressiva

Se contraem com o músculo

transverso do abdome para

aumentar a pressão intra-

abdominal e tencionar a fáscia

toracolombar para diminuir a

carga sobre a coluna

Transverso do abdome (TrA)

Contribui para a rotação Cria tensão por meio da fáscia

toracolombar e aumenta a

pressão intra-abdominal para

prover estabilidade segmentar

Ativa-se com a manobra de

Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed,

2000.

Figura 1 – Coluna vertebral e o número de vértebras por suas regiões

5

“encolher a barriga” para dar

estabilidade intrínseca à coluna

Quadrado do lombo (QL) Elevação da pelve e inclinação

lateral da coluna

Provê estabilidade nos planos

frontal e sagital

Estabiliza as costelas contra a

tração do diafragma durante a

inspiração

As fibras profundas fornecem

estabilidade segmentar para as

vértebras lombares

Multífido Extensão da coluna e rotação

contralateral

Estabiliza a coluna contra

momentos de flexão e rotação e

momentos de flexão lateral

contralateral. Proveem

estabilidade intrínseca e rigidez

segmentar (fibras profundas)

Ativado com as manobras de

“encolher a barriga” e tencionar

a parede abdominal para

estabilização da coluna

Rotadores inter-segmentares e

inter-transversários

Esses músculos são ricos em

fusos musculares e podem

funcionar para a sensação de

posição e movimento vertebral,

mais do que para produzir torque

para o movimento

Teoricamente, esses músculos

estão posicionados para fazer

pequenos ajustes segmentares de

estabilização contra

perturbações à postura

Músculos eretores da espinha

(EE) superficiais (iliocostais,

longos, espinhais)

Extensores primários do tronco;

extensão do tórax sobre a pelve

causando inclinação da coluna

para trás; também há inclinação

lateral e translação posterior das

vértebras

Antagonistas à gravidade –

controlam o movimento do

tronco durante atividades de

inclinação para frente

Cabos de sustentação longos que

proporcionam estabilidade

global ao tronco, respondendo às

cargas externas impedindo que o

tronco ceda

Iliopsoas (ilíaco e psoas maior) Músculos flexores primários do

quadril e indiretamente

extensores lombares; o músculo

iliopsoas cria uma força de

cisalhamento anterior das

vértebras lombares

Esse complexo muscular não

funciona como um estabilizador

na postura em bipedestação

normal O músculo ilíaco

estabiliza as articulações da

pelve e do quadril e, portanto,

influi indiretamente na postura

da coluna O músculo psoas

assiste a estabilização da coluna

lombar no plano frontal,

especialmente quando uma carga

pesada é aplicada ao lado

contralateral

Fonte: Kisner, 2009, p: 403 e 404

Tabela 1: Músculos da coluna e sua função estabilizadora

Uma estrutura é estável desde que a linha de

gravidade do centro de massa localiza-se dentro da

base de apoio. A estabilidade é melhorada abaixando

o centro da gravidade ou aumentando a base de apoio.

Os músculos agem como cabos de sustentação

dinâmicos e respondem às perturbações

proporcionando forças contrárias para o torque da

gravidade, assim como a estabilidade dentro da

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ADM, de forma que as estruturas inertes não sejam

sobre carregadas (KISNER; COLBY, 2009).

Funcionalmente a coluna vertebral esta dividida nos pilares anterior e posterior.

Figura 2 – Segmento vertebral mostrando (A) a poção anterior que sustenta o peso e absorve choque e (B)

o mecanismo do deslizamento posterior e o sistema de alavanca para as inserções musculares.

Características estabilizadoras dos tecidos inertes na coluna

Estruturas Características Limites Orientação da faceta

articular

As facetas da coluna cervical

se orientam se orientam no

plano frontal com angulação

obliqua em direção ao plano

transverso

Facetas da coluna torácica:

coluna superior similar à

coluna cervical, facetas

médias e inferiores mais no

plano sagital

Facetas da coluna lombar no

plano sagital com alguma

curvatura no plano frontal

Permite liberdade na inclinação

para frente (flexão) e para trás

(extensão)

Rotação, inclinação lateral e

inclinação para frente são

permitidas em vários graus pelas

facetas

Inclinação para frente e para trás

são permitidas

A cápsula fica tensa no final da

flexão: as superfícies articulares

se aproximam no final da

extensão

As facetas não restringem tanto

quanto as costelas e os processos

espinhosos

Restringem a rotação; a

orientação no plano frontal

proporciona estabilidade no

final da amplitude de flexão

Costelas As costelas se aproximam do lado

da concavidade da coluna

vertebral com qualquer

movimento

Restringem a inclinação para

frente, a inclinação lateral e a

rotação na região torácica

Processos espinhosos Os processos espinhosos se

aproximam com a extensão;

quanto mais longos os processos,

maior a restrição

Restringem a extensão,

especialmente na região

torácica; podem aproxima-se na

região lombar em uma pessoa

flexível

Discos intervertebrais

Quanto maior a proporção entre a

espessura do disco e a altura

vertebral, maior a mobilidade

A coluna cervical é a mais

móvel (proporção 2:5)

Coluna lombar (proporção 1:3)

A coluna toracica é a menos

móvel (proporção 1:5)

Fonte: Kisner; Colby. Exercicios Terapêuticos : fundamentos e técnicas p: 424 5ed., 2009.

7

Anel Fibroso Anéis organizados concêntricos

se comportam de maneira similar

aos ligamentos

Algumas fibras ficam tensas em

qualquer direção que o

seguimento vertebral rodar ou

deslizar

Ligamentos Frouxos no meio da amplitude,

tensos no final dela

Inclinação para a frente limitada

pelos ligamentos interespinhais

e supra espinhais, ligamentos

capsulares, ligamento amarelo e

ligamento longitudinal posterior

Inclinação para trás limitada

pelo ligamento longitudinal

anterior

Inclinação lateral limitada pelos

ligamentos intertransversários

contralaterais, ligamento

amarelo e ligamento capsulares

Rotação limitada pelos

ligamentos capsulares

Fáscia toracolombar

(lombodorsal)

O sistema fascial extenso consiste

em varias camadas ao redor do

eretor da espinha e do quadrado

lombar; tem função estática e

dinâmica

Limita o final da amplitude de

inclinação para frente da coluna

lombar

(Ver também a função da

estabilização dinâmica)

Músculos Os músculos com elasticidade

normal não causam limitações no

movimento da coluna;

normalmente proporcionam

estabilidade dinâmica e controle

Quanto os músculos

desenvolvem contraturas,

restringem o movimento

opostos à direção de contração

Fonte: Kisner, 2009, p: 400

Tabela 2: Características estabilizadoras dos tecidos inertes na coluna

3. Metodologia

O presente artigo é uma revisão de literatura, com a utilização de duas (2) base de dados.

A seleção dos artigos foi realizada por um avaliador sendo utilizado o consenso para a

inclusão do artigo à amostra.

Primeiramente o avaliador realizou uma leitura de todos os títulos e as palavras chaves

dos artigos, procurando os critérios de inclusão. Os artigos encontrados foram anotados

quanto aos autores, título e ano em que se encontra.

Foram selecionados artigos que abordassem o tema tratamento conservador, lombalgia,

contendo no titulo ou nas palavras chaves; publicados no site Google Acadêmico durante

o ano de 2014.

E ainda foram selecionados artigos publicados na Revista Fisioterapia Brasil entre os anos

de, 2000 a 2011 que abordassem o tema tratamento conservador, lombalgia, contendo

no titulo ou nas palavras chaves.

Foi realizada uma leitura crítica de todos os artigos selecionados, procurando por

inconsistências metodológicas capazes de excluir o artigo, redigido um resumo crítico

destes, feita uma análise dos resumos e redigido o artigo de revisão de literatura.

Os critérios de exclusão foram artigos que associasse cirurgia e tratamento conservador,

editoriais, cartas e comunicados.

4. Resultados e Discussão

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De acordo com a revisão realizada, neste ano de publicação na base de dados Google

Acadêmico e Revista Fisioterapia Brasil, a literatura afirma que 50% a 80% da população

serão acometidas em algum momento da vida. Considerando esses dados a mesma

merece ser estudada e tratada sob o ponto de vista epidemiológico, assim, deveria ser

considerada como uma problemática dentro da saúde pública.

Da mesma forma, é necessário maior rigor em pesquisas e estudos que tratem do assunto.

Estipulando critérios específicos e validados cientificamente para pesquisas a serem

realizadas, visando melhorar o embasamento cientifico e até a prática profissional

fisioterapêutica. Não se pode afirmar, categoricamente, que existe um conjunto de procedimentos

específicos para o tratamento das lombalgias, principalmente as crônicas.

De acordo com Menezes (2014), o tratamento osteopático é realizado pela aplicação de

técnicas especificas para o órgão trabalhado, apresentando resultados imediatos de

redução álgica (COUTO apud MENEZES et al., 2014).

Para Marques, (2008) relata que exercícios de alongamento de músculos, grupos

musculares ou alongamento global tem se mostrado eficiente no tratamento de desvios

posturais e no ganho de flexibilidade, porem a literatura ainda é escassa (MARQUES

apud ALBUQUERQUE et a.l, 2014).

Mas Toscano (2001), ressalta que na

elaboração de um programa de exercícios

com fins de proteção a coluna, seria

importante fortalecer e alongar a

musculatura de MMSS e MMII. Contudo,

não adianta exercitar sem correção de

postura. E mais, talvez mais importante que

prevenir o aparecimento da dor lombar é

evitar que ela volte. Se não houver mudanças

de hábitos, os riscos aumentam causando

cronicidade das dores lombares (TOSCANO

apud ALBUQUERQUE et al., 2014).

“O exercício terapêutico é uma das ferramentas chaves que um fisioterapeuta usa para

restaurar e melhorar o bem estar musculoesquelético do paciente” (KISNER E COLBY

2009).

Os exercícios físicos têm apresentado melhores resultados, pois eles estimulam a

produção de hormônio que controlam a dor, condicionando a musculatura na obtenção de

melhor estabilização da coluna vertebral (SILVA et al., 2001 apud ARAÚJO).

Há divergência quanto a protocolos de tratamento cinesioterápicos, pois existe uma

padronização para o tratamento, onde tem que ser levado em consideração todas as

particularidades de cada paciente. E a partir deste faz-se um plano de tratamento

especifico e adequado para o mesmo.

A Osteopatia é indicada para um melhor funcionamento fisiológico do corpo. Para tanto,

envolve-se com o sistema musculoesquelético, articulações e fáscias, bem como promove

a melhora na circulação, nas funções do sistema nervoso e imunológico, digestivo e

respiratório (RICHARD, 1996 apud MENEZES 2014).

Por sua vez, especialista e estudioso em osteopatia afirmam que a mesma reestabelece o

equilíbrio corporal através de terapia manual e ainda que o corpo seja capaz de fabricar

seus próprios processos curativos contra as doenças.

9

Briganó e Macedo (2005) comparam os

efeitos manuais com a cinesioterapia, em

estudos com pacientes. Onde esses autores

concluíram que essas técnicas apresentam

melhora significativas no quadro álgico das

lombalgias, com diminuição da mobilidade

lombar em indivíduos assintomáticos. A

conclusão que a aplicação de técnicas

manuais é efetiva no alivio imediato da dor

e no aumento da flexibilidade da coluna

vertebral, com irradiações benéficas para os

membros inferiores (BRIGANÓ E

MACEDO 2005 apud MENEZES 2014).

A Quiropraxia inclui ajustamentos espinhais e manipulação de tecidos moles.

A dor lombar é tratada com quiropraxia

através de ajustes específicos nas vertebras

subluxadas, o que estimula o sistema

neuromusculoesquelético pela a ação dos

mecanorreceptores, produzindo relaxamento

muscular, liberando a interferência nervosa e

trazendo, consequentemente, um bom

resultado no alivio dos sintomas,

melhorando a mobilidade local (MANGA

1993 apud CAVALCANTE 2014).

A lombalgia ocupacional na maioria dos casos vem de uma etiologia multifatorial, onde

procura uma única causa ou a principal produtora da lombalgia torna-se uma atividade

extremamente difícil (IGUTI, 2003 apud CABRAL 2014).

Mas devemos levar em consideração os aspectos individuais de cada profissional

acometido, para ter um plano de tratamento efetivo com resultados positivos.

Ainda segundo Pires e Dumas 2008, relatam em seu estudo que o ultrassom de corrente

contínua apresenta um melhor efeito que a pulsada em relação a minimização da dor

(PIRES E DUMAS 2008 apud CABRAL 2014).

Pires e Dumas (2008), consideram que a Fisioterapia é a que tem sido mais evidenciada

para o tratamento das lombalgias, principalmente pela combinação de exercícios com

outros tipos de tratamento, como a eletrotermoterapia (PIRES E DUMAS 2008 apud

MENEZES 2014).

Dentre as técnicas utilizas, ainda considera que as terapias manuais e os exercícios não

específicos continuam sendo os métodos mais utilizados para o tratamento de dores

musculoesqueléticas.

Já o método Isostretching é um alongamento com o objetivo de ganho de flexibilidade e

fortalecimento do corpo, e pode ser executado todos os dias.

Segundo Redondo (2001) relata que os exercícios são realizados em uma posição

vertebral correta (REDONDO 2001 apud SILVA 2014).

Onde se torna com grau de dificuldade elevado para alguns pacientes, pois além da

postura ereta utiliza a expiração e extensão da coluna. Essa postura é complexa por exigir

uma concentração, equilíbrio e estabilidade do paciente.

10

A Acupuntura é um tratamento invasivo e tem como objetivo de tratamento recuperar a

circulação normal do Qi, corrigindo esse desequilíbrio no fluxo de energia.

A dor é um mecanismo protetor, pois ocorre em algum tecido lesionado (GUYTON E

HALL, 2006).

Os distúrbios e lesões dos meridianos, regiões musculares e dos colaterais que suprem a

região lombar também podem levar a dor. Experimentos clínicos comprovam que a

acupuntura tem efeito analgésico satisfatório (MAO-LIANG, 2001 apud SILVA 2014).

A aplicação técnicas ocidentais associadas às técnicas orientais como a Acupuntura

tornou-se bastante usual no tratamento de diversas patologias (FEITAL 2001 apud

SILVA 2014).

A terapia conservadora tem sido a preferida como a primeira escolha de tratamento, cujos

objetivos são de alivio de dor, o aumento da capacidade funcional e o retardamento da

progressão da sintomatologia.

A associação Internacional para o estudo da dor (IASP) define que é uma experiência

sensorial e emocional desagradável. Onde a aplicação do TENS tem como finalidade

modular a sensação álgica em regiões do sistema nervoso central.

Melo et al., (2006) conclui que o TENS é uma modalidade terapêutica não invasiva mais

utilizada em alivio de dor lombar, baseada na liberação de opióides e teoria das comportas

medulares de Melzack e Wall.

Para explicar o mecanismo da ação do

TENS, entretanto a mais aceita é a teoria do

Controle da Comporta da Dor, segundo a

qual, as informações nociceptivas

concorrem com as fibras nervosas que

transmitem os estímulos elétricos artificiais

gerados pelo TENS para os centros

superiores modulando a informação

dolorosa (ABREU et al., 2011 apud

SANTOS 2014).

Para Brasil et al., (2004) diz que as dificuldades de estudo sobre lombalgia, podem ser

mencionados a inexistência de uma fidedigna correlação entre os achados clínicos e os de

imagens dificultando a interpretação (BRASIL et al., 2004 apud SANTOS 2014).

O tratamento da lombalgia é de grande desafio, pois reeducar as tarefas fazendo um

realinhamento postural nas atividades evitando uma nova reincidência (TOSCANO et al.,

2001 apud SANTOS 2014).

5. Conclusão

Considerando as bases de dados, Google Acadêmico e a Revista Fisioterapia Brasil e sua

importância para a fisioterapia, o número de pesquisas publicadas nas mesmas durante o

ano de 2014 no Google Acadêmico e 2001 a 2011 na Revista Fisioterapia Brasil é

considerando pequeno. Faz-se necessário maior número de estudos, assim

proporcionando ao profissional da área da saúde uma base de conhecimento qualificada

e propondo melhor qualidade de vida a população da classe profissional atingida por

lombalgia. Diminuindo gastos com saúde a nível Nacional, das empresas e do próprio

trabalhador.

Da mesma forma, é necessário maior rigor em pesquisas e estudos que tratem do assunto

estipulando critérios específicos e validados cientificamente para pesquisas a serem

realizadas, visando melhorar o embasamento científico e até a prática profissional

fisioterapêutica.

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Entretanto, existem poucos estudos que relatam comparação de tratamento e técnicas

utilizados para diminuir o quadro álgico fazendo com que não há novos acometimentos

e, consequentemente, uma melhor qualidade de vida ao paciente.

Os tratamentos fisioterapêuticos conservador apresentam resultados e revelam sinais

positivos de alívio das algias. Os recursos terapêuticos usados devem ser observados e

apropriados para cada caso clínico levando em consideração toda a especificidade de cada

paciente individualmente. Isso torna fundamental e eficaz para um tratamento bem

sucedido.

Portanto, a lombalgia é uma das patologias mais estudadas na área médica em questão de

estudo etiológica e sintomatologia clínica in vivo, abrangendo tratamentos conservadores.

E mesmo assim, ainda existem poucas informações de estudos com tratamentos

comparativos em tratamento fisioterapêutico conservador.

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