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1 o semestre de 2013 - 2 a edição Tecnólogo em Gestão de Logística Inserção gerencial: ênfase na Gestão Logística Organizador Prof. Dr. Rovilson Dias da Silva www.metodista.br

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1o semestre de 2013 - 2a edição

Tecnólogo em

Gestão de Logística

Inserção gerencial:ênfase na Gestão

Logística

OrganizadorProf. Dr. Rovilson Dias da Silva

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

(Biblioteca Central da Universidade Metodista de São Paulo)

Coordenador do Curso de Logística Prof. Dr. Rovílson Dias da Silva

OrganizaçãoProf. Dr. Rovílson Dias da Silva

Professores Autores Profa. Ma. Barbara Mourão dos SantosProfa. Ma. Edilene de O. P. GarciaProfa. Ma. Elaine Silvia PasquiniProf. Me. Gustavo Hermínio Salati Marcondes de MoraesProf. Me. João Almeida SantosProf. Me. Kleber dos Santos RibeiroProf. Me, Marcelo Alves Cruz Prof. Me. Mardônio da Silva GirãoProfa. Nadia G. BandoukProfa. Ma. Patricia Brecht InnarelliProf. Especialista Roberto Aparecido MacedoProfa. Ma. Rosilda dos Santos MoraisProf. Dr. Rovílson Dias da Silva Prof. Me. Wesley A. M. Dourado

Universidade Metodista de São Paulo Inserção gerencial: ênfase na gestão logística / Universidade Metodista de São Paulo. São Bernardo do Campo : Ed. do Autor , 2011. 256 p. (Cadernos didáticos Metodista - Campus EAD) Bibliografia ISBN: 978-85-7814-165-3

1. Administração 2.Logística 3.Gestão

CDD 658.15

UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO Rua do Sacramento, 230 - Rudge Ramos 09640-000 São Bernardo do Campo - SP

Tel.: 0800 889 2222 - www.metodista.br/eadÉ permitido copiar, distribuir, exibir e executar a obra para uso não-comercial, desde que dado crédito ao autor original e à Universidade Metodista de São Paulo. É vedada a criação de obras derivadas. Para cada novo uso ou distribuição, você deve deixar claro para outros os termos da licença desta obra.

Assessoria Pedagógica Adriana Barroso de AzevedoBruno Tonhetti GalasseKarin MüllerThais Helena Santinelli

Coordenação Editorial Prof. Dr. Rovílson Dias da Silva

Editoração Eletrônica Editora Metodista

Revisão Milene Albergaria

Data desta edição 1o semestre de 2013

Universidade Metodista de São PauloConselho Diretor

Stanley da Silva Moraes (Presidente); Nelson Custódio Fér (Vice-Presidente); Osvaldo Elias de Almeida (Secretário); Ademir Aires Clavel; Augusto Campos de Rezende; Aureo Lidio Moreira Ribeiro; Kátia Santos; Marcos Sptizer; Oscar Francisco Alves; Paulo Roberto Lima Bruhn; Regina Magna Araujo; Valdecir Barreros

Reitor: Marcio de Moraes

Pró-Reitoria de Graduação: Vera Lúcia Gouvêa Stivaletti

Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa: Fábio Botelho Josgrilberg

Diretor da Faculdade de Gestão de Serviços: Fulvio Cristofoli

Coordenação do NEAD: Adriana Barroso de Azevedo

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UMESP

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Palavra do ReitorPrezado/a Aluno/a da Metodista,

A Universidade Metodista de São Paulo entende que a educação a distância vem marcar não só o desenvolvimento tecnológico que viabiliza a circulação de grande fluxo de conteúdo entre diversas localidades, mas, principalmente, a democratização da Educação Superior e a participa-ção efetiva na formação de pessoas exercendo poder de influência e contribuindo na melhoria da qualidade das relações entre educando e educador. A expansão de cursos na modalidade a distân-cia abriu um novo cenário de atuação para esta Instituição em nível nacional e até internacional.

A Educação a distância que vem se desenvolvendo nos últimos anos no Brasil, trabalha nessa mesma direção e é parte integrante do cumprimento dessa missão educacional. Nos cinco anos de oferecimento dos cursos na modalidade a distância na Metodista já formamos mais de 6.000 profissionais nas diversas áreas do conhecimento que envolvem Administração de Empresas, Cur-sos Superiores de Tecnologia em diversas habilitações, licenciaturas como em Pedagogia e Letras, além do bacharelado em Teologia.

Nosso compromisso com uma educação de qualidade passa pela promoção de processos educacionais que viabilizam a inclusão, com novas formas de contato com as mais variadas fontes do conhecimento e a interação entre os diversos atores envolvidos no processo educativo. Tais processos garantem um universo de possibilidades que qualificam o processo de ensino e apre-ndizagem em EAD da Metodista.

A fim de auxiliá-lo neste processo de formação, cujo foco principal é a qualidade, este Guia de Estudos apresenta textos desenvolvidos pelos docentes da instituição, nos quais são apresentados os conceitos principais que serão desenvolvidos no curso. Este material atua como um norteador das atividades de estudos, guiando-o (a) a outras fontes de pesquisa, como artigos científicos, livros, revistas e demais referências importantes à sua trajetória escolar.

Bons estudos e um excelente ano de trabalho!

Prof. Dr. Marcio de Moraes

Reitor

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Logística

Módulo Administração, Marketing e Logística

Um olhar filosófico sobre a logística: escapar da “logística da exclusão” é possível? Cadeia de abastecimento

Teoria da administração Organizações virtuais

O marketing na logística e análise dos mercados Módulo Logística e Gestão Armazenagem, movimentação, inventário e classificação

Transportes

Complementos de Matemática: conceitos de matemática

Matemática financeira

Finanças básicas

Valor do dinheiro no tempo

Capitalização composta

Descontos

Gestão de equipes

Liderança, motivação e trabalho em equipe: o que eles tem em comum?

Análise das organizações: visão estrutural

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Módulo Operações na Logística

Operações logísticas

A logística, o direito, as leis e as relações juridicas

Os direitos dos consumidores, a atividade empresarial e as obrigações tributárias

Direito tributário: conceitos gerais – parte 1

Direito tributário: conceitos gerais – parte 2

Direito tributário: espécies de tributos

Princípios contábeis

Contabilidade

Prática contábil

Índices finaceiros, uma abordagem introdutória Índices finaceiros, analisando as demonstrações financeiras

Módulo Logística Integrada

Comunicação empresarial

Fundamentos da comunicação humana

Comunicação interpessoal nas organizações

A logística, o direito internacional, os contratos empresariais, internacionais e eletrônicos

Processo decisório baseado na comunicação

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Prof. Me. Wesley Adriano Martins Dourado

Objetivos: A filosofia, aqui, será um exercício de análise, de crítica

da “lógica” capitalista; em particular, das ações logísticas, na medida em que estão no desenvolvimento do modo de produ-ção capitalista. Isto impõe a necessidade de uma postura criati-

va na direção de pensar a “logística” para além dos limites das práticas administrativas no interior das organizações privadas.

Denunciar a “logística da exclusão”, o que deve nos conduzir para a “logística da paixão”.

Palavras-chave:Trabalho-tecnologia-corpo; tecnologia-exploração;

logística da paixão.

Um olhar filosófico sobre a logística:

escapar da “logística da exclusão”

é possível?

Módulo

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Administração, Marketing e Logística

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1 Em defesa da pós-modernidade, temos as obras “A sociedade Pós-Industrial” e “O Ócio Criativo”, de Domenico de Masi.2 Cf. <http://www.ibge.gov.br>, último acesso: out/06. No item “população”, direcione para “indicadores sociais” e depois para “educação e trabalho”. Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) tratam das relações entre educação e trabalho na década de 1990, em particular, do impacto das novas tecnologias na extinção de vagas de empregos na indústria, que mesmo o crescimento do setor de serviços e comércio conseguiu absorver. Verificou-se a “mobilidade” entre as condições de atividade, entre as categorias de ocupação, entre os setores de atividade, a posição no mercado de trabalho de acordo com o rendimento e a mobilidade social. Estes dados ajudarão a ilustrar a necessidade de uma outra mobilidade, de uma outra logística.3 Para os detalhes das características da pós-modernidade, Cf. MASI, Domenico de. Ócio criativo. Cidade?: Sextante, 2000, cap. 8 (Tempos pós-modernos: globalizados, criativos e andróginos). Uma das consequências da globalização é o achatamento da diversidade (MASI, 2000, p. 134).

Por uma outra logística: reflexões filosóficas sobre a exclusão e a paixão

Para alguns vivemos a pós-modernidade1: Novas relações de trabalho2, nova compreensão de trabalho; nível de formação cada vez mais elevado; nova relação com o meio ambiente e os recursos; ampla utilização da tecnologia, livrando o ser humano do trabalho pesado; globalização dos “meios de comunicação de massa, a ciência, o dinheiro, a cultura” (MASI, 2000, p.134); criatividade como desenvolvimento das atividades cerebrais e como elemento de diferenciação num mundo onde toda a vida é globalizada3 e, por fim, a emotividade juntamente com a fe-minilidade decorrente da necessidade de flexibilidade, intuição, emotividade e senso estético, no que o feminino levaria vantagem em relação ao masculino (p. 147).

Para outros o projeto da modernidade perma-nece inacabado. Trata-se de um projeto rico, repleto de possibilidades, complexo e sujeito a desenvol-vimentos contraditórios (SANTOS, 2003, p. 77). O projeto da modernidade teria cumprido algumas de suas promessas, outras em excesso e outras está incapacitado de cumprir (p.77).

O fato é que, modernos ou pós-modernos, vivemos um momento que reúne, num mesmo espaço geográfico, riqueza e pobreza; tecnologia de mais alto nível com uma radical precariedade da vida onde falta tudo, até a dignidade.

As mudanças geradas na sociedade, em espe-cial pelo desenvolvimento da tecnologia, instaurou uma nova noção de tempo e de espaço. O tempo não é apenas o do relógio (cronológico), mas, ou-trossim, o do ritmo do telefone, da internet, dos carros, da televisão; portanto, assincrônico (NEGRO-PONTE, 1997, p.160). O tempo para nós é imediato. Não é mais o tempo da roça que, forçosamente, precisa esperar a planta germinar. O espaço não é do trabalho, da casa, do clube apenas: o espaço é virtual. Sem sair daqui, estou lá, onde os meios de comunicação, com destaque para a Internet, me levam. O lugar do encontro não é mais no bar, na igreja, na casa de familiares, mas no ambiente virtual das salas de bate-papo. A “prosa” se dá via e-mail, messenger, videoconferência. Até mesmo a aula não se restringe ao giz, lousa, professor e alunos, todos num mesmo lugar.

Globalização

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As mudanças geradas na so-

ciedade, em especial pelo

desenvolvimento da tecnologia, instaurou uma nova no-ção de tempo e de espaço.

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É neste contexto, com muitos outros aspectos, que a logística se apresenta como um desafio para as organizações e o administrador em particular. Atender as exigências deste cliente que tem pressa, que precisa do produto em prazos cada vez mais curtos, que quer recebê-los em perfeitas condições e sem pagar mais por isto4, desencadeia uma revisão e um aprimoramento da ideia de logística, e a decorrente prática de armazenamento e distribuição dos produtos5.

Isto levou a uma racionalização dos procedimentos, tendo como consequência maior agili-dade no atendimento aos clientes, bem como significativa diminuição de custos6.

Nessa “correria” comercial, administrativa, econômica, social, os corpos caíram no esqueci-mento; foram engolidos pela instantaneidade do minuto e a universalização do espaço. A logística, na esteira do capitalismo, criou novas formas de racionalizar a distribuição em nome do lucro, da reprodução do capital. O resíduo deste procedimento é que se reiterou a lógica do capital e se forjou uma nova logística da pobreza, da miséria.

A logística da exclusão

Os autores que tratam da logística ressaltam7, já no início de suas reflexões, que logística, pelo menos a moderna, proporcionou a redução de estoques, de custos, o fechamento de armazéns (Ver citação em Ballou) tornando-as mais competitivas (BOWERSOX e CLOSS, 2001, p.21).

Embora se defenda que a missão da logística é “satisfazer as necessidades do cliente” (p.21), as informações acima apontam que a satisfação do cliente esta na esteira de maior rentabilidade nas ações da empresa e esconde, em alguma medida, que a racionalidade da administração do movimento e do armazenamento requer a extinção de postos de trabalho e a consequente exclusão de homens e mulheres das relações capitalistas de produção e consumo.

No contexto do discurso da pós-modernidade, o desenvolvimento tecnológico permitiu a

transformação do que se entendia por logística8.

Esta tecnologia, todavia, tem servido de instrumento para retirar de parte do processo de produção boa parte dos trabalhadores. Com isto, as empresas conseguem escapar, também, da complexa relação empregado-empregador, em particular, no que tange às leis trabalhistas9. Para alguns isto é resultado de um processo de transição. Eu vejo novas modalidades de exploração e exclusão e da reiteração dos privilégios, poderes e interesses das elites capitalistas.

4 Entre as diversas atividades da logística, uma delas é oferecer “... matérias-primas, produtos semi-acabados e estoques de produto acabados, no local onde são requisitados, ao menor custo possível” (BOWERSOX e CLOSS, 2001, p. 20). “O objetivo central da logística é atingir um nível desejado de serviço ao cliente pelo menor custo total possível” (p.21).

5 A logística tem por objetivo “... tornar disponíveis produtos e serviços no local onde são necessários, no momento em que são desejados” (BOWERSOX e CLOSS, 2001, p. 19). Isto sintetiza um esforço de administração do movimento dos materiais, desde a aquisição até a distribuição do produto final. Faz parte da sua tarefa “a integração de informações, transporte, estoque, arma-zenamento, manuseio de materiais e embalagem” (p.20).6 Cf. BALLOU, Ronald H. Logística empresarial: transportes; administração de materiais; distribuição física. São Paulo: Atlas, 1993.7 Pelo menos os que mencionamos neste texto.8 O “transporte” é um dos elementos constitutivos da dinâmica da economia na sociedade pós-moderna. (MASI, 2003, p. 52) As telecomunicações e o sistema de transporte moderno permitem a centralização da administração e o deslocamento físico das mercadorias (p.93).9 “... as empresas reagem não mais intensificando a exploração da força de trabalho (o que seria praticamente impossível), mas substituindo radicalmente os trabalhadores pela tecnologia, recorrendo à desregulamentação, transferindo a localização das próprias instalações sempre que isto seja mais conveniente, jogando com a diversidade dos fornecedores e dos respectivos países” (MASI, 2003, p. 93).

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Na medida em que se implementam estraté-gias de melhor movimentar e armazenar os mate-riais e produtos, a fim de que cheguem mais rápido e a um menor custo ao cliente, intensifica-se um processo de exclusão próprio do sistema capitalista, posto que, na medida em que o trabalho humano não é mais necessário é evidente o aumento do desemprego. E isto toma dimensões tais que a não--empregabilidade recebe a marca da naturalização (ANTUNES e SILVA, 2004, p. 43).

A logística do lucro resulta na produção a logística da exclusão10. Homens e mulheres que não servem mais a este processo de distribuição são “movimentados” para a miséria, “logisticamente” lançados na margem da vida, da sociedade e “arma-zenados” no esquecimento político e econômico.

Assim são, por exemplo, os trabalhadores do corte da cana no interior do estado de São Paulo, em particular na região de Ribeirão Preto, que substituídos pelas colheitadeiras peregrinam por várias regiões do país (ANTUNES e SILVA, 2004, p. 35) atrás de trabalho, marcado por uma radical informalidade: não se observa nenhuma das leis trabalhistas. Estes são testemunhas dos prejuízos de uma logística que tem como fundamento a reprodução do dinheiro.

No Brasil, apesar de todos os avanços, ainda somos mais de 46 milhões de miseráveis que comprovam os prejuízos de uma “distribuição” egoísta da riqueza e um “armazenamento” em poucos lugares do dinheiro que muitos ajudaram a produzir.

A logística da paixão

Diante disto somos conduzidos a pensar em logísticas capazes de distribuir, com agilidade, inteligência e eficiência, os elementos indispensáveis para que a vida dos corpos seja digna e feliz. Pensar a “logística da paixão” é um primeiro passo nesta direção.

“Pathos” é a palavra grega comumente traduzida por paixão, na língua portuguesa.Abbagnano, no verbete “paixão”, diz que a palavra pode ter três significados: o pri-meiro como afeição, modificação passiva; o segundo como emoção e o terceiro como “ação de controle e direção por parte de determinada emoção sobre toda a persona-lidade de um indivíduo humano” (1999, p. 739).

Banco de imagens

Intensificação do processo de exclusão

“Pathos” é a palavra grega comumente

traduzida por paixão, na língua portuguesa.

norma jurídica

10 Não é sem razão que a imagem a que recorremos para a palavra paixão seja o cupido da mitologia grega, com seu arco retesado, pronto para lançar a flecha que nos afeta, nos atinge de emoção, de desejo, de coragem, de vontade, de estratégia, etc.

11 A oposição entre falta de “propriedade” e “propriedade privada” só se evidencia quando se nota a oposição entre trabalho e o capital. A propriedade privada se constrói de uma contradição. De um lado o trabalho – “...essência subjetiva da propriedade privada como exclusão da propriedade” (MARX, 1978, p. 06). Em outros termos, o trabalho é a possibilidade da existência da propriedade privada para alguns e de não ter propriedade para outros. De outro o capital – resultado do trabalho objetivo, gerador da exclusão do trabalho (p.06), ou seja, a reprodução e a acumulação do capital se constrói em cima da exploração do trabalho efetivo (p.06), ou seja, a reprodução e a acumulação do capital se constrói em cima da exploração do trabalho efetivo do trabalhador e na medida em que esta acumulação se intensifica e se concentra; a exclusão do trabalho é um dos resultados.

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Trata-se, portanto, de uma força que afeta12, que atinge o indivíduo, transtornando o seu existir; tomando o seu modo de ser avassaladoramente; dirigindo a sua ação para outras direções.

Neste sentido é que se deve entender a expressão “amor passional”, ou seja, “uma forma de emoção amo-rosa que domina a personalidade, e é capaz de transpor obstáculos morais e sociais” (p.739).

São os moralistas franceses do século XVII e XVIII que dão forma a esta compreensão de paixão como “uma tendência dominante e global da personalidade” (p.739).

Ainda na mesma direção, encontramos as afirma-ções de Kant sobre a paixão que dizem que ela “... é a inclinação que impede a razão de compará-la com as outras inclinações e assim de fazer uma escolha entre elas” (p.739).

Segue dizendo que “ ... a paixão exclui o domínio de si mesmo, impede ou impossibilita que a vontade se determine com base em princípios” (p.739). Com isto “Kant13 ressalta a capacidade que tem a paixão de dominar toda a conduta do homem, de apoderar-se de sua personalidade” (p.739).

O Romantismo também defende “que a paixão não é uma emoção ou um estado afetivo particular, mas o domínio total e profundo que um estado afetivo exerce sobre toda a personali-dade (ou subjetividade) do indivíduo”14 (p.740).

De um outro ponto de vista, encontramos as reflexões de Nietszche sobre os sentidos, de um modo geral, quando critica o esforço socrático de conduzir a vida pela razão em detrimento da sensibilidade, dos instintos, das paixões.

Para Nietszche, isto é sintoma de fraqueza, de caducidade, de degeneração. A extirpação dos sentidos é remédio para os degenerados que necessitam de tratamento radical. A vivência dos sentidos, das paixões é afirmação da vida e sinal de saúde para este filósofo; o que conduz a sua reflexão na mesma direção do que acima anotamos15.

Para Kant, a paixão é um perigo para a moral e a liberdade. Para Nietszche, a moral é sinal de decadência, de luta contra as paixões; e a liberdade, uma consequência de quem não teme responder às paixões por ser senhor de si.

“Uma forma de emoção amorosa que domina a

personalidade”

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12 Não é sem razão que a imagem a que recorremos para a palavra paixão seja o cupido da mitologia grega, com seu arco retesado, pronto para lançar a flecha que nos afeta, nos atinge de emoção, de desejo, de coragem, de vontade, de estratégia, etc.13 Apesar do reconhecimento da força da paixão, Kant rejeita exaltá-la, posto que ela representa um perigo para a escolha racio-nal e a liberdade moral das paixões (ABBAGNANO, 1999, p.739). Não enfatizarei isto, porque me interessa ressaltar a força da paixão, o que até mesmo a sua negação evidencia. No seguimento da reflexão, tratarei sobre a questão paixão-razão.14 Para Hegel, a paixão é a “ totalidade do espírito prático posto numa única das muitas determinações limitadas que se opõem entre si. (...) A determinação da paixão implica que ela se restringe a uma particularidade da determinação do querer, na qual imerge toda a subjetividade do indivíduo, seja qual for o conteúdo dessa determinação. Mas por esse caráter formal, a paixão não é boa nem má; sua forma só exprime que um sujeito pôs num único conteúdo todo o interesse vivo de seu espírito, de seu talento, de seu caráter, de seu prazer. Nada de grande foi realizado, nem pode ser realizado, sem paixão. Não passa de morali-dade morta, na maioria das vezes hipócrita, a que investe contra a forma da paixão como tal” (p.740).15 Ele diz que “a luz do dia mais crua, a racionalidade a todo preço, a vida clara, fria, cautelosa, consciente, sem instinto, ofer-ecendo resistência aos instintos era, ela mesma, apenas uma doença, uma outra doença – e de modo nenhum um caminho de retorno à “virtude”, à “saúde”, à felicidade... Ter de combater os instintos – eis a fórmula para a décadence: enquanto a vida se intensifica, felicidade é igual a instinto” (NIETZSCHE, 1996, p. 375).

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Para Aristóteles, destaca Mora (2001), “a paixão é uma afecção, isto é, o estado em que algo está afetado por uma ação. Na paixão, portanto, fica modificado ou ‘afetado’ aquilo de que se trata”16 (p.2190). Esta compreensão de paixão, “como efeito do estar afetado ou receber” (p.2191), permite-nos entendê-la como “alteração ou perturbação do ânimo” (p.2191), tal como a definia Cícero17.

A passividade do ser que esta definição de paixão gera não indica, para Aristóteles, “um modo simples de ser, pois às vezes significa uma corrupção por um contrário, e às vezes a preservação de algo que está em potência pelo que está em ato” (p.2191). Isto indica que, para Aristóteles, a paixão provoca alterações (potência-ato), e não necessariamente perturbações, no sentido posto pelos estóicos “como algo que deve ser eliminado por meio da razão” (p.2191); o que significaria dizer que as paixões estariam contra a natureza18.

Para os escolásticos, as paixões são “apetites sensitivos, ou melhor dizendo, como movimentos suscitados pelo apetite sensitivo” (p.2191). Isto não significa, para os escolásticos, que a paixão seja regida apenas pelo apetite. A paixão operaria sobre o juízo construído pela faculdade cognitiva, além do que “é en-caminhada pela vontade” (p.2191).

No debate sobre as relações entre razão-paixão temos as reflexões de Descartes19 e Hume. Para o primeiro, as paixões são percepções da alma, da racionalidade. Para Hume, a razão não “pode ser um motivo, uma causa-motivo, para as ações da vontade” (ABBAGNANO, 1999, p. 2191). Não é a razão que muda, produz ou evita os atos voluntários. Reconhece que o raciocínio permite descobrir relações que podem modificar nossos atos. Todavia, para Hume “o impulso não surge da razão, mas é somente dirigido por ela”. Chega a afirmar que “a razão é, e só deveria ser, a escrava das paixões, e não pode pretender desempenhar outro ofício senão servi-las e obedecê-las” (p. 2191-2192).

O que temos, então, é uma ideia de que a paixão é algo que provoca alterações no indivíduo como um todo, e não em particu-laridades do seu existir. Quando se compreende pejorativamente este sentido, diz-se que o indivíduo é passivo, diz Lalande, por “consequência de uma fraqueza da razão e da vontade” (1999, p.782). De modo afirmativo, diz-se que a paixão é uma tendência que “foi julgada boa e cultivada voluntariamente” (p.782), o que sugere que as “boas paixões” passam pelo crivo da reflexão.

Penso que a paixão é algo que nos toma, apesar do nosso consentimento. Uma afecção, no sentido Aristotélico, mas que tem força e alcance para dominar o indivíduo todo, tal como defendiam os moralistas, Kant, Hegel, Nietzsche. Ela simplesmente acontece, alastrando-se pelo nosso corpo, pela nossa existência como se injetada na corrente sanguínea.

16 Tal definição se enquadra no primeiro significado para a palavra paixão.17 Segundo Ferrater Mora, tal compreensão decorre muito mais dos fatores morais do que psicológicos do indivíduo (2001, p. 2191).18 Para os estóicos, seguir a natureza é viver racionalmente.19 Sobre a paixão, diz que “tudo o que se faz ou que acontece de novo é geralmente chamado pelos filósofos paixão do ponto de vista do sujeito ao qual acontece, e ação do ponto de vista daquele que faz com que aconteça; de modo que ainda que o agente e o paciente sejam muitas vezes bastante diferentes, a ação e a paixão não deixam de ser sempre uma mesma coisa que tem dois nomes, em virtude dos dois sujeitos diversos aos quais podemos relacioná-lá” (LALANDE, 1999, p.781).

As paixões são percepções

da alma, da racionalidade.

René Descartes

Paixão é algo que provoca alterações no

indivíduo como um todo, e não em

particularidades do seu existir.

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A paixão como afeto, como provocação, exige resposta, o que restringe a passividade do indivíduo ao fato de não escolher ser atingido. Quanto ao mais, a postura do afetado é ativa.

Esta resposta poder ser negativa ou afirmativa.

Diante dos desafios que o afeto me põe, preciso responder. Esta reação não é apenas da ordem da razão, mas um complexo de elementos que interfe-rem na construção da resposta. As questões culturais, sociais, religiosas, econômicas, familiares, corporais e, até mesmo, outras paixões, outros afetos colaboram para que, neste momento, diga sim ou não para a paixão.

De modo implícito, o mundo organizado pelos princípios do neoliberalismo estimulam àqueles que ficam fascinados pelo “status”, pela riqueza, pela com-petência, mas não o fazem com o mesmo empenho com aqueles que respondem aos afetos vindos das crianças sem escola, moradia, saúde, alimentação, etc.

Neste sentido, pensar uma “logística da paixão” significa construir maneira de sensibilizar as pessoas para a necessidade de “distribuir” melhor a rique-za; aceitar como nosso o desafio de responder aos “afetos” que vêm dos corpos que se “movimentam” na direção da miséria, por conta de uma “lógica” econômica e política exploradora e excludente; implica em se perguntar permanentemente como desenvolver novas “logísticas” que permitam levar a cultura, a saúde, a educação, o lazer ao maior número de homens e mulheres.

A “logística da paixão”, portanto, denuncia a racionalidade insensível da “logística da exclu-são” que, em nome do lucro, não se constrange em condenar homens e mulheres à indignidade da vida.

De outro lado, a “logística da paixão” é um convite permanente de crítica das nossas práticas administrativas, no sentido de incluir nos projetos a diminuição dos prejuízos humanos, e um de-safio à nossa criatividade, na medida em que é urgente a priorização dos corpos sobre o capital, posto que sem aquele, este é uma impossibilidade.

Num mundo que privilegia a competência, a competição – que implica sempre em que alguém vença, que alguém seja constrangido pela derrota, cuja culpa é anunciada como de res-ponsabilidade do indivíduo – quem desejará ser “pateta”? O personagem da Disney, “Pateta”, é o bobo que faz tudo errado; isto do ponto de vista do racional, daquele que sempre se preocupa com o lucro, o “Brutus”.

Todavia, o pateta, aquele que foi atingido pela paixão, é desafiado a viver de outros modos, a experimentar novos caminhos, a priorizar outros valores. O pateta é o que não se envergonha de fazer diferente. É o que não teme amar, ajudar, colaborar, repartir...

A este, o capitalista chama de incompetente, de incapaz de sobreviver na dinâmica da com-petição. Ao capitalista que diz isto, nós o chamamos de incompetente no amor, na solidariedade, na sensibilidade, na afetividade, na preocupação com o outro, a natureza, a vida. É o que tem vergonha de assumir suas paixões diante da ditadura da racionalidade do capital.

A “logística da paixão” é um grito de “basta” a uma existência construída sobre a exploração, a violência, em nome da vida digna, justa para todos os corpos.

Mas quem ousará ser pateta?

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Referências

ANTUNES, Ricardo e SILVA, Maria Aparecida Moraes Silva (orgs). O Avesso do trabalho. São Paulo: Expressão Popular, 2004.

BALLOU, Ronald H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos/logística empresarial. Porto Alegre: Bookman, 2006.

Abbagnano, Nicola. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

BOWERSOX, Donal J.; CLOSS, David, J. Logística empresarial: o processo de integração da cadeia de suprimento. São Paulo: Atlas, 2001.

Lalande, André. Vocabulário técnico e crítico da filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

MASI, Domenico de. A sociedade pós-industrial. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2003.

________________. O ócio criativo. Entrevista a Maria Serena Palieri. Rio de Janeiro: Sextante, 2000.

MARX, Karl. Manuscritos econômicos-filosóficos. São Paulo: Abril Cultural, 1978.

Mora, José Ferrater. Dicionário de filosofia. Tomo III (K-P). São Paulo: Edições Loyola, 2001.

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Módulo

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Cadeia de Abastecimento

Prof. Especialista Roberto Aparecido Macedo

ObjetivosApresentar as atividades e a aplicação da cadeia

de abastecimento e a importância do gerenciamento dessa atividade para o sucesso das organizações.

Palavras-chave: Cadeia de abastecimento; cliente;

expectativa; gerenciamento; necessidade

Administração, Marketing e Logística

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Segundo a ABML – Associação Brasileira de Movimentação e Logística,

Cadeia de abastecimento supply chain é o conjunto de organizações que se inter-relacionam, criando valor na forma de produtos e serviços, desde os fornecedores de matéria-prima até o consumidor final, também conhecida como cadeia de suprimen-tos entre alguns autores e organizações.

Cadeia de suprimentos envolve todas as etapas, direta ou indiretamente, associadas ao aten-dimento de um pedido de cliente. Essa cadeia inclui fabricantes e fornecedores, transportadoras, depósitos, varejista e os próprios clientes. Chopra & Meindl (2003)

Cada um dos estágios da cadeia de suprimentos trabalha com diferentes processos e se integra entre os estágios diferentes.

Os estágios típicos de uma cadeia de suprimentos são:

• Clientes;

• Varejistas;

• Atacadistas e/ou distribuidores;

• Fabricantes;

• Fornecedores de peça ou de matéria-prima.

Cadeia de abastecimento na linha branca

O cliente deve ter suas expectativas e necessidades atendidas de maneira integral.

Para ter as necessidades dos clientes atendidas é necessário contemplá-las dentro do plane-jamento da cadeia de abastecimento, é importante que as informações relativas às expectativas do cliente sejam transmitidas de maneira mais próxima da realidade, para que não exista a necessidade de re-trabalho no atendimento.

Vamos fazer uma analogia entre uma corrente e a cadeia de suprimentos:

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Reflita e responda.Uma corrente com cinco elos está presa em uma base ideal e na sua outra extremidade tem

presa uma carga de 1000 Kg. Quanto deve suportar cada elo da corrente?

Assim também é nossa cadeia de suprimentos, existem vários elos e cada um é responsável por uma atividade nessa cadeia, uma etapa sozinha não pode ser responsável pelo sucesso de toda a cadeia, mas uma etapa sozinha se não fizer a sua parte pode ser responsável pelo insucesso de toda a cadeia de abastecimento. Daí a importância de todos os participantes da cadeia estarem efetuando acompanhamento e ajuda mútua para solucionar as possíveis restrições que surgem no decorrer das operações.

Então vem a resposta para nossa corrente:

Temos uma carga de 1000 Kg presa à corrente com cinco elos, cada elo deve suportar no mínimo 1000 Kg, pois caso exista um elo que suporte menos, este irá se romper, por exemplo se um elo suportar somente 500 Kg, ao instalar a carga de 1000 Kg ele irá romper, comprometendo o objetivo da corrente de suportar 1000 Kg. No nosso caso, na cadeia de abastecimento, se um dos fornecedores do nosso processo tiver como capacidade de produção 500 peças por dia e o fabricante seguinte precisar de uma peça deste fornecedor para cada produto que montar, ele não poderá entregar mais que 500 peças do produto final, mesmo que tenha capacidade de montar mais, pois está limitado a capacidade deste fornecedor (elo).

Criação de valor. $$$

O valor gerado pela Cadeia de Suprimentos:

É a diferença entre o valor do produto final para o cliente e a energia do trabalho realizado pela cadeia de suprimentos para atender ao cliente de acordo com sua ex-pectativa. (Chopra, 2006 pag. 5)

A lucratividade da Cadeia de Suprimentos:

O lucro total a ser dividido pelos estágios da cadeia de suprimentos.A lucratividade da cadeia de abastecimento deve ser analisada de maneira conjunta pela cadeia inteira e não pelos lucros de um estágio isolado, pois agora todos fazem parte do mesmo processo. Para isto normalmente é implementado o Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento, onde são envolvidos todos os controles dos fluxos entre os estágios da cadeia para maximizar a lucratividade total.

Temos um exemplo muito interessante na indústria automobilística, em que a empresa mon-tadora desenvolveu um sistema denominado consórcio modular, onde os integrantes da cadeia de abastecimento, além de fornecerem as peças para montagem dos caminhões, são responsá-veis também pela instalação dos seus componentes e o mais interessante é que recebem pelos serviços somente depois que o produto final - o caminhão é faturado ao cliente final. Observem nesse modelo o comprometimento e a responsabilidade de cada um, caso falte por exemplo pneu, o fornecedor de motor deixa de receber, pois sem pneu não há a entrega do produto ao cliente final e todos deixam de receber, de acordo com o contrato. Portanto, existe a ajuda mútua , para que não deixem as dificuldades pontuais influenciarem no resultado total.

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Universidade Metodista de São Paulo

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Os sistemas de gestão das cadeias de abastecimento permitem administrar de forma inte-grada, otimizada e flexível toda a cadeia de suprimentos:

• Fornecedores,

• produção,

• estoques,

• distribuição dos produtos aos clientes.

O objetivo de toda cadeia de suprimento é maximizar o valor global gerado (Chopra, 2003).

Um dos grandes desafios dos gerentes da cadeia de abastecimento é garantir a integração total da cadeia, fazendo com que todas as empresas parceiras atuem de forma unificada e estra-tégica, incentivando a busca entre os parceiros dos melhores resultados possíveis em termos de redução de custos, de desperdícios e de agregação de valor ao consumidor final.

Espera-se uma atuação em uníssono de todos os participantes da cadeia.

Quando imaginamos um maestro conduzindo uma orquestra com vários instrumentos, seu desafio é fazer com que cada instrumento, mesmo tendo sons diferentes, ao ser inserido no con-texto coletivo possa ter como resultado um som único e agradável, ou seja, o resultado positivo do maestro é a música agradável aos ouvidos por todos os instrumentos.

Da mesma forma, se espera que a somatória dos esforços de cada elo da cadeia possa gerar um resultado positivo ao completar o ciclo final da cadeia de abastecimento.

Para compreensão melhor de como atingir o objetivo de criar valor através da cadeia de abastecimento, vamos observar o exemplo de cada atividade na cadeia de valores pelo modelo de Porter:

Adaptado pelo autor de Dias,2005, p. 81

A margem é a diferença

entre o valor total e o custo

coletivo da execução

das atividades de valor

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A cadeia de abastecimento sendo bem gerenciada pode gerar benefícios para as organiza-ções e esses benefícios podem ser tangíveis ou intangíveis.

Benefícios tangíveis com o bom gerenciamento da cadeia de abastecimento:

• redução de estoques,redução de pessoal,

• aumento da produtividade,

• melhor gerenciamento de pedidos,

• redução de custos de TI,

• redução de custos de suprimentos,

• redução de custos de transporte e logística,

• redução do tempo de produção e manutenção,

• melhorias de tempo na distribuição dos produtos aos clientes.

Benefícios intangíveis:

• melhor visibilidade das informações,

• processos novos e aprimorados na cadeia de suprimentos,

• melhor reação do consumidor,

• padronização, flexibilidade e globalização,

• melhor desempenho dos negócios.

Conclusão

A cadeia de abastecimento existe em todos os seg-mentos de mercado, não é possível conseguir desenvolver um processo de manufatura sozinho, sem estar ligado a uma cadeia de abastecimento, pois todos os produtos normalmen-te passam por fases de transformações. Observe a roupa que você está utilizando, provavelmente foi algodão que recebeu um beneficiamento e ganhou essa conformação de tecido, a estrutura metálica da mesa, era um mineral que foi extraído, passou por um processo de beneficiamento e recebeu essa conformação e assim acontece com todos os produtos. Fica evidente que nenhuma empresa detém todo conhecimento e estrutura para trabalhar sozinha sem participar de uma cadeia de abastecimento. Como então que algumas empresas se des-tacam e conseguem ser mais bem sucedidas que outras?

O fato se dá importância do bom relacionamento entre os integrantes da cadeia de abastecimento e a maneira como ela é planejada e gerenciada.

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Referências

CARVALHO, José Mexia Crespo de. A lógica da logística. Lisboa: Edições Sílabo, 2004.

CHOPRA, S. & MEINDL, P. – Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos: estratégia, planejamento e operação. São Paulo: Prentice Hall.

DIAS, João Carlos Quaresma. Logística global e macrologística. Lisboa: Edições Sílabo, 2005.

PORTER, M.E - Vantagem competitiva. Rio de Janeiro: Campus, 1990.

Page 23: Logística_Apostila.pdf

Teoria da administração

Prof. Dr. Rovilson Dias da Silva

Objetivos: Mostrar como se iniciou o estudo da adminis-

tração, assim como se compõem as teorias e os benefícios que elas trazem para o melhor desem-

penho das funções desenvolvidas no âmbito or-ganizacional; Evidenciar como se dá a formação

do conhecimento administrativo e a contribuição de nomes mais influentes na teoria da adminis-

tração, como Henry Fayol, Frederick Taylor, Henry Ford e Max Weber.

Palavras-chave:Administração; teoria; métodos; evolução.

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Administração, Marketing e Logística

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Evidências históricas:É conhecido que a administração foi sempre praticada desde épocas pré-históricas. Sempre

houve uma divisão do trabalho, ora para caçar, pescar, defender seu território ou, ainda, cultivar e transportar alimentos e equipamentos. Devido a isso, as comunidades foram se organizando para otimizar cada vez mais os meios e os recursos disponíveis. Com o passar das décadas, séculos, tudo evoluiu e novos métodos foram se instaurando para atingir o objetivo de cada povo, que foi se organizando em comunidades, evoluindo para as cidades. Esta evolução, com o passar dos tempos, levou os envolvidos a buscar meios mais eficientes para produzirem e distribuírem. Assim, havia sempre alguém atento ao processo com a finalidade de melhorá-lo; iniciando pela divisão do trabalho em suas famílias e, num segundo momento, foi se expandindo para o ambiente ex-terno. Esse empenho no seio da família possibilitava a conquista de objetivos maiores, e garantia a subsistência do grupo. Não havia uma educação formal, mas as boas práticas e observações de situações reais foram ganhando força e sustentabilidade. Novos equipamentos foram surgindo para facilitar o processo.

Por meio da História, tratados e ensinos bíblicos, percebemos que muitos feitos jamais teriam sido bem sucedidos, se não tivessem sido bem administrados. Entre outros, há o caso da construção da muralha da China, as pirâmides do Egito, o êxodo do povo de Israel, a organização do exército romano, e uma das mais notáveis que impera ainda hoje, a organização da Igreja Católica.

Introdução à teoria da administraçãoNo decorrer da História, houve inúmeros momentos que marcaram a administração, e fo-

ram objetos geradores de teorias. Convém aqui ressaltar o que é uma teoria. Para isso recorro a um estudioso da administração, o professor e pesquisador Antonio Cezar Amaru Maximiano, diz ele: “Essencialmente, uma teoria é uma representação abstrata do que percebe como realidade”. E ele complementa: “Teorias da Administração são conhecimentos organizados, produzidos pela experiência prática das organizações”. Sendo assim, teoria geral da administração é o conjunto dessas teorias.

Estudar teoria é importante para entendermos a administração hoje, pois o que se pratica é fruto da evolução do que foi executado no passado, visando um melhor desempenho para exe-cutar as atividades básicas da administração, que é planejar, organizar, executar e controlar.

Formação do conhecimento administrativo Posto isso, devemos entender como se forma o conhecimento administrativo. A formação

do conhecimento administrativo se dá pelos relatos da experiência prática, e também por métodos científicos de observação e análise. A primeira é fruto do trabalho de inúmeros administradores que analisaram os registros de relatos passados, aplicaram os melhores e preteriram os menos propulsores de bom desempenho. Entre os formadores de teoria oriundos de suas experiências práticas, podemos citar: Henry Fayol, Frederick Taylor, Henry Ford e Max Weber, entre outros executivos que escreveram sobre suas memórias e, ainda, todos os líderes com suas biografias, nas mais distintas áreas organizacionais. E, por meio dos métodos científicos, que é aplicação da ciência para o melhor uso dos recursos disponíveis na organização, tendo como elo o adminis-trador. Neste há três tipos de pesquisas;, são elas:

Teorias da Administração são conhecimentos organizados, produzidos pela experiência prática das organizações”

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Experimento: Atribuo uma atividade a um grupo específico sem nenhuma alteração ou acréscimo de recursos para executá-la, e mensuro o resultado. Num segundo momento, introduzo uma outra forma de execução e volto a registrar o resultado. Dessa forma, pode-se obter um melhor ou pior resultado, e também continuar a fazer alterações até que se certifique da viabilidade de alterar ou não os meios de execução daquela atividade.

Levantamento simples: Neste método, não se interfere no processo, apenas se levanta como se dá a execução por meio de entrevistas, questionários, observações. O objetivo é extrair os mecanismos utilizados, bem como o impacto que têm no processo. Frente aos resultados, pode-se concluir que métodos são pertinentes. Como exemplo, podemos querer saber como é a logística de uma fábrica de veículos automotores. Para isso, entro em contato com as empresas ou pessoas envolvidas nesse processo e questiono.

Do clássico ao contemporâneoHouve diversos executivos e cientistas que contribuíram para a evolução do estudo da administração.

Entre outros, considera-se de alta relevância: Fayol, Taylor, Ford e Weber.

Levantamento correlacional: Neste, estuda-se as relações de causa e efeito em dada variável ou processo. Como exemplo, pode-se levantar como ocorre a reação entre um estilo de liderança e o desempenho dos liderados dentro de uma equipe. Altero o estilo e contraponho; e assim sucessivamente até obter o melhor estilo de liderança para aquela equipe.

O resultado dos estudos desses homens resultou na formação de escolas. Neste caso, entende-se escola todos que se interessam e estudam a mesma linha de pesquisa:

· Henri Fayol e a Escola do Processo de Admi-

nistração (1916): Administração como processo comum a todos os empreendimentos humanos que sempre requer planejamento, organização, comando, coordenação e controle.· Frederick Taylor e a Administração Científica

(1910): Descrever o movimento dos trabalhadores, sumarizando o desempenho dos melhores, co-nhecida como estudo dos tempos e movimentos.· Henry Ford (1908) e a linha de montagem para produção em massa para reduzir o ciclo de produção: Houve a padronização das peças para intercambiá-las, e uma linha de montagem para deixar a produção artesanal e passar a padroni-zada, por meio da especialização do trabalhador numa mesma tarefa.

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· Max Weber (1900) e o tipo ideal de burocracia: Toda organização necessita de um modelo para administrar suas áreas.

Da evolução da Escola Clássica, surge a Administração da Qualidade em meados do século XX. Nesta, o importante era produzir ao menor custo, sem desperdícios e valorizar o cliente.

E na atualidade, nota-se um composto das, entre outras, teorias e escolas acima mencionadas, visando a customização do cliente.

ConclusãoTeorias sempre serão formadas, oriundas de experiências práticas ou estudos científicos,

objetivando sempre a maximização dos recursos materiais e potencialidades dos trabalhadores envolvidos. Contudo, uma teoria jamais pode ser descartada; ela deve somar à outra.

Sendo assim, toda teoria deve ser analisada com cautela, observando-a juntamente com outros fatores socioeconômicos do período.

Na atualidade, numa economia globalizada e instantaneamente comunicável, via rede mun-dial de computadores, há necessidade de produção ao menor custo possível, entrega do bem ou serviço a diferentes áreas, às vezes, continentes. Fazendo da administração da logística um fator crítico de sucesso.

Referências bibliográficasMAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Teoria geral da administração: da revolução urbana à revolução digital. São Paulo: Atlas, 2002.

UHLMAN, Günter Wilhelm. Administração: das teorias administrativas à administração aplicada e contemporânea. São Paulo:. FTD, 1997.

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Organizações virtuais

Prof. Me. Gustavo Hermínio Salati Marcondes de Moraes

Objetivos:Conceituar Organizações Virtuais ou

Virtualmente Organizadas, abordando suas características essenciais através de

comparações entre os modelos existentes para análise das OVs.

Palavras-chave: Organizações virtuais; modelos

de análise de OV. Modelos de Análise de OV.

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Administração, Marketing e Logística

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IntroduçãoA Tecnologia de Informação e seu rápido desenvol-

vimento vêm promovendo significativas alterações nos diversos aspectos da sociedade, em especial, mudanças nas organizações. Tais mudanças se iniciaram pela infor-matização dos processos administrativos e burocráticos e ampliaram sua utilização em muitas funções organizacionais, imprimindo-lhes agilidade e eficiência.

Progressivamente, empresas se desenvolveram e se estabeleceram no próprio ambiente virtual, caracterizando-se como Organizações Virtuais – OVs, por sua natureza digital, atuação global e atemporal, que as distingue das organizações tradicionais.

Este artigo busca selecionar e organizar as característi-cas essenciais das Organizações Virtuais ou Virtualmente Organizadas, evidenciando os principais pontos analisados sobre OVs, bem como a comparação dos modelos já existentes.

O surgimento das OVsRemontam à década de 1980 os registros iniciais sobre a utilização das tecnologias de infor-

mação e comunicação no âmbito das organizações. Os resultados positivos em termos de agilidade e qualidade de execução na realização das operações burocráticas, estendeu essa utilização de TI rapidamente às funções de estoque, controle, contabilidade, estimulando sua disseminação para demais funções organizacionais.

Já na década de 1990, a somatória do permanente avanço das áreas tecnológicas e o aces-so à Internet , individualmente e pelas organizações, propiciaram emergir um novo conceito de empresa: as chamadas Organizações Virtuais – OVs.

Segundo Steil e Barcia (1999), tais organizações são também reconhecidas como: adocracia, tecnocracia, eterarquia, organização do conhecimento conectada, mercado interno, rede organiza-cional e organização pós-burocrática ou pós-moderna. Todas estas, embora apresentem estruturas específicas próprias, contam com um ponto comum: o do papel indispensável das Tecnologias de Co-municação e Informação no seu delineamento na Era da Informação (FULK e DESANCTIS, 1995).

O desenho das organizações e o desenho das Tecnologias de Informação e Comunicação transformam-se crescentemente em uma tarefa integrada (CASH et al., 1993; LUCAS e BAROUND apud FULK e DESANCTIS, 1995; ROBERTS e GRABOWSKI, 1996).

A partir das décadas de 1990 e 2000, observa-se o aparecimento de empresas com atuação específica na Internet, considerada como possível novo grande mercado global. Muitas destas empresas ditas “virtuais” têm grande projeção social e reconhecimento na área acadêmica.

A disseminação do uso da banda larga imprimiu novo impulso na abrangência das Organi-zações Virtuais e na difusão dos produtos virtuais.

O crescimento desse novo desenho organizacional, OV, estimulou estudiosos, uma vez que tais organizações, pela natureza digital, apresentam características diferenciadas das tradicionais, mas comuns entre si, suscitando explorá-las.

Conceito de Organização Virtual

A organização cuja estrutura e processos estão sendo mais amplamente reconfigurados pelo uso intensivo das tecnologias da comunicação e informação são as denominadas organizações virtuais. A perspectiva dominante na compreensão das organizações virtuais compreende “virtuali-dade” como uma dimensão organizacional, uma estratégia racional aplicável a toda organização e

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não como uma estrutura organizacional distinta (como as variações burocráticas conhecidas como estrutura funcional, divisional ou matriz). Neste contexto, o atributo “virtual” é utilizado para de-signar uma lógica organizacional especialmente relevante quando as fronteiras de tempo, espaço geográfico, unidades organizacionais e acesso a informações são menos importantes enquanto que o uso de tecnologias da comunicação e informação é considerado altamente útil (KLÜBER, 1998; GRISTOK, 1998).

Byrne e Brandt (1993) definem a organização virtual como uma rede temporária de organizações que se forma para atender rapidamente oportuni-dades emergentes. Nesta linha, Goldman, Nagel e Preiss (1995) advogam que a organização virtual é uma aliança de competências essenciais oportunista para atender a uma determinada demanda. Davidow e Malone (1993) também compartilham da ideia de que organizações virtuais desempenham atividades em comum através de um leque de relacionamentos.

Outros autores buscam definir as organizações virtuais em termos dos processos que orientam suas atividades. Nesta linha, a abordagem estratégica para organizações virtuais se concentraria em criar e desenvolver recursos intelectuais através de uma rede de relacionamentos (VENKATRAMAN e HENDERSON, 1998).

O termo Organização Virtual não necessariamente designa uma pessoa jurídica constitu-ída, mas uma forma de selecionar, reunir e coordenar recursos (e seus usos), em busca de um fim determinado, visando ou não a resultados mercantis. Várias formas de virtualização de es-truturas administrativas e operacionais são possíveis e vêm sendo praticadas, dependendo do ambiente em que atuam, mas há um ambiente que parece ter as mais favoráveis características para o desenho, implantação e operação de uma OV: o espaço cibernético, que é o meio de inte-ração possibilitado por uma estrutura de computação, usualmente ligada em rede.

O surgimento das organizações virtuais só foi possível devido à intensificação do uso das tecnologias de comunicação e informação, que servem de suporte a praticamente todas as suas operações e processos de negócios e que permitem transpor as barreiras do tempo e do espaço entre organizações, departamentos e setores (FUEHRER, 1997; HILL, 1997 apud STRAUSAK, 1998; JÄGERS et al., 1998; EVERSHEIM et al., 1998;). A partir da definição de Hill (1997) e de Ten Have et al. apud Jägers et al. (1998), podemos definir as organizações virtuais como:

Banco de imagens

“Uma organização virtual é uma aliança dinâmica de pessoas ou organizações que compõem o grupo, contribuindo com competências complementares e com recur-sos, utilizando as TCIs (tecnologias de comunicação e informação) intensamente o que, muitas vezes, reduz a necessidade de estarem presentes fisicamente, apesar de se colocarem coletivamente disponíveis umas para as outras. A meta do grupo é re-alizar negócios ou trabalhar colaborativamente de forma a atingir objetivos comuns, oferecendo um produto ou serviço para o mercado como se fosse uma só empresa, exigindo um grande esforço de coordenação e gerenciamento”.

Para Trope (1999), uma OV é aquela que:“Aprofunda fortemente suas parcerias e terceirizações ou aquela que uma larga par-cela de seus funcionários trabalha num determinado local e se comunica com o escri-tório, situado em outro local, através de um computador pessoal equipado com um modem e um software”.

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Neste caso, uma relação de dependência ocorrerá nas relações entre empresas e entre a organização e os stakeholders, favorecendo “a terceirização ou a explosão do empreendimento em unidades autônomas segundo as conveniências dos custos e especificidades envolvidas no processo.” (FERREIRA et al., 2002).

Modelos desenvolvidos para análise de uma Organização Virtual- Modelo de Análise de Organização Virtual de CANO, BECKER E FREITASVisando montar um modelo para analisar as Organizações Virtuais e verificar sua aplicabili-

dade e adequação no campo, Cano, Becker e Freitas (2002) buscaram identificar as características mais marcantes do espaço cibernético, e que poderiam ser úteis para a montagem de uma nova forma de organização. Estas possibilidades foram definidas por observação e por conjectura, visto que nem todas estavam claramente reveladas, mas podiam ser deduzidas e imaginadas.

De posse das possibilidades do espaço cibernético, operacionalizaram as mesmas, isto é, traduziram para a realidade dos empreendimentos e inseriram em uma estrutura organizacional e funcional ativa. Em conjunto, as propriedades estruturais e operacionais foram descritas como características das organizações que exploram as potencialidades do espaço cibernético, por operarem neste ambiente.

Assim, reuniram as características identificadas em um modelo ideal, que servisse para aná-lise de uma estrutura adaptada ao espaço cibernético. Esta reunião de funcionalidades projetadas produziu o modelo teórico para análise da OV, sintetizado no quadro 01.

Dois casos foram analisados: o serviço de buscas au-tomáticas AltaVista e a livraria virtual Amazon Books. Para tal, foi elaborado um protocolo de análise englobando seis categorias analíticas: processos virtualizados, instalações físicas, atendimento ao cliente, fractalidade, confiança e aprendizado organizacional. Os dados foram coletados por observação direta nos “sites” das organizações, consulta específica via correspondência, bancos de informações, lite-ratura especializada e mídia em geral. Os resultados do es-tudo indicam claramente que as características investigadas estão presentes, formando a base operacional das empresas estudadas. O protocolo usado no estudo demonstrou o seu valor para analisar este novo tipo de organização. Banco de imagens

- Processos Virtualizados

- Pequeno porte fisico

- Proximidade do mercado

- Flexibilidade de resposta

- Ciclo de produção abreviado

- Fractalidade

- Confiança

- Aprendizado Organizacional

Espaço cibernético

Características

- Distância é desprezível- O tempo de acionamento

de processos é desprezível- Custos de transporte de

informações e produtos tendem a zerar

- Sincronismo temporal de comunicação

- Teletrabalho humano- Multiplicação da produção- Modularidade no atendi-

mento do mercado

Modelo teórico para análise da organização virtual

Características Estruturais

Características Funcionais

Categorias Analiticas

– Funções ativas sem funcionários

- Confiança

- Fluxos distrintos de autoridade

- Fluxo informações cruzadas

- Integração entre atividades

Processos Virtualizados

- Instalações fisicas

- Processo de Atendimento ao cliente

- Fractalidade

- Confiança

- Aprendizado Organizacional

Quadro 01: Categorias analíticas investigadas

Fonte: Cano, Becker e Freitas (2002)

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Um Framework Morfológico para Organização VirtualShekhar e Ganesh (2007) propuseram um modelo baseado em Visão Baseada em Recur-

sos para analisar uma Organização Virtual. Foram estabelecidos parâmetros de identificação de estruturas organizacionais que qualificassem uma OV. Uma vez estabelecido, foram identificadas as várias dimensões de uma OV, usando uma metodologia morfológica envolvendo o Five F Fra-mework com as múltiplas facilidades encontradas em uma OV.

O artigo utilizou a abordagem gradual de Zwicky (1962) para o método morfológico objeti-vando resolver problemas de cenários, adaptando os passos para facilitar uma visão abrangente do sistema em um contexto organizacional. O Five-F Framework é proposto para capturar as diferentes dimensões de uma OV.

Segundo os autores, o Five-F Framework que ajudaria a resolver os vários aspectos de uma OV é composto por: Formas, Facilitadores, Fatores, Facetas e Campos.

a) Formas: Uma OV pode se manifestar de diversas formas. Estes poderiam ser exclusivamente virtuais, como no caso dos bancos virtuais, shoppings virtuais e universidades virtuais; ou sob a forma de extensões virtuais de organizações tradicionais, como no caso dos elos da cadeia de abastecimento, com ligações de outsourcings com parceiros, modelos off-shore, etc. Podem ainda se manifestar na forma de uma iniciativa organizacional específica no con-texto intra-organizacional como ensino a distância, comunidade virtual, trabalho virtual e outros. Portanto, para a primeira dimensão da classificação morfológica, a forma específica (ou formas) da Organização Virtual estudada necessitaria identificação.

b) Facilitadores: Vários pré-requisitos poderiam facilitar um formato organizacional em uma perspectiva gerencial. O primeiro deles é a facilitação tecnológica. Gerir de forma adequada a Tecnologia entre diferentes entidades de uma OV é uma tarefa crítica. Além da gestão tecnológica, outros facilitadores são importantes, como gerenciamento do conhecimento e gestão dos relacionamentos.

c) Fatores: Vários fatores organizacionais tornam-se críticos no contexto de uma OV. Pesquisa-dores analisaram um ou mais destes fatores em diversos estudos. Estes incluem confiança, a estrutura organizacional e design, comunicação e colaboração, liderança e assim por diante. Na terceira dimensão da morfologia, portanto, seria importante identificar e entender o conjunto de fatores em estudo.

d) Facetas: Para estudar uma OV, é importante considerar as perspectivas dos stakeholders. Uma organização tem vários stakeholders, quais sejam: os clientes, colaboradores, gestão, parceiros de negócios, no governo, e outros. A motivação para a estratégia de uma OV poderia ser baseada nos interesses de um ou mais desses agentes. A virtualidade da organização pode ser expressa de duas maneiras: virtualidade interna ou intra-organizacional (empregados e gestores) e externos ou extra-organizacional (clientes, parceiros, governo, etc). Estas seriam as duas facetas de virtualidade, fornecendo a quarta dimensão da morfologia.

e) Campos: As OVs têm sido estudadas no contexto de diferentes tipos de indústrias e diferentes domínios. Dentre eles estão a Tecnologia de Informação, os setores bancários e financeiros, farmacêuticos, de saúde, consultoria e outros. Isto torna difícil a comparação dos diversos estudos sobre OV e desenhar inferências que possam ser generalizadas. Portanto, é im-portante entender o contexto em que a OV está sendo estudada, proporcionando a quinta dimensão da morfologia de uma OV.

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Fatores

Estrut. Org e Desing

Liderança

Confiança

Comunicação e Colaboração

Tabela 01: O Framework Five-F em uma Matriz Fonte: Shekhar e Ganesh (2007)

Quadro 02: Representação Morfológica de OV usando o Framework Five-F Fonte: Shekhar e Ganesh (2007)

F1 F2 Formas

Teletrabalho Equipes Virtuais

Aprendizado Virtual

F3 Facilitadores

Gestão Tecnológica Gestão do Conhecimento

Gestão de Relacionamento

F4 Fatores

Confiança Comunicação

Estrutura

F5Facetas

Consumidores Empregados Fornecedores

Campos Bancos Varejos

Terceirização

Facilitadores

Gestão do Conhecim.

Gestão de Relacion.

Gestão Tecnológica

Facetas

Stateholders

Formas

Mistas

Teletrabalho

Equipes Virtuais

Apred. Virtual

Estrutura

Pessoas

Processos

Tecnologia

Internos

Empregados

Gestores

Externos

Clientes - CRM: FORNEC.- SCM

Parceiros - EERP; Governo

VO

TI/SI Desing Financeiro Bancário Saúde Consultoria Farmacêutico etc

O quadro 02 mostra a representação da OV utilizando o Five-F Framework e a tabela 01 é uma matriz transposta sobre a representação morfológica.

Campos

Comparações e ConclusõesDiversos estudos sobre OVs buscaram conceituá-las e tipificar suas práticas de negócio, porém

poucos desenvolveram modelos de análise das mesmas. De um modo geral, a literatura sobre OV, corporações virtuais e o processo de virtualização das estruturas de produção e de administração é ainda incipiente e não pode ser considerada consolidada e estruturada.

Por meio desta revisão de literatura específica, encontramos dois modelos desenvolvidos já expostos para essa análise: o desenvolvido por Cano, Becker e Freitas (2002) e o de Shekhar e Ganesh (2007). Tais modelos têm muitas características em comum, que podem ser visualizadas na Tabela 02.

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Page 33: Logística_Apostila.pdf

Os modelos analisados buscaram verificar a ocorrência de aspectos inovadores, exterioriza-dos por organizações ditas virtuais, que compõem um cenário inédito em consolidação. Muitos destes aspectos estão incompletos, ainda em desenvolvimento, seja sob o enfoque tecnológico ou de aplicação, e, portanto, em constante dinâmica de mudanças. Tal dinâmica em nada favorece a concretização de conceitos, a consolidação de normas e procedimentos, bem como uma cor-reta avaliação do que está sendo analisado. Porém, a coerência entre os dois modelos e entre os outros estudos que, embora não sugerissem modelos, indicavam aspectos importantes de uma OV, mostra que analisando-se os principais pontos sugeridos é possível ter um bom protocolo de análise para uma Organização Virtual.

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Referências

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Page 35: Logística_Apostila.pdf

O marketing na logística e análise

dos mercados

Prof. Me. João Almeida Santos

Objetivos:Analisar como o marketing e a logística cami-nham juntos nas relações de mercado; Identi-ficar a influência do mercado na definição da

estratégia de marketing e logística.

Palavras-chave:Preço; praça; promoção; produto; logística;

operações logisticas; mercado; custo; conveniência; comunicação; cliente; estrutura

de mercado.

Módulo

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Administração, Marketing e Logística

Page 36: Logística_Apostila.pdf

Para consumidores e clientes é muito fácil realizar uma compra com base nas promoções feitas pelo marketing. Ambos profissionais, o de logística e o de marketing, devem atuar juntos para entender o que é mais fácil, operacionalmente falando, fazer para preencher as necessidades dos consumidores e clientes; já que, para proporcionar o atendimento das necessidades de ambos os profissionais de marketing, geralmente fazem uma promoção com base no estímulo de consumo que o motiva a levar 3 e pagar 2. Porém, o que alguns profissionais da área não sabem é que, no armazém de distribuição, essa operação promocional não é muito fácil de fazer, ou ainda, que em vez de gerar resultados positivos para a empresa, pode acarretar em grandes prejuízos.

Bem, na abertura deste texto, você já teve contato com alguns conceitos importantes que, volta e meia, permeiam as discussões interligadas nos demais temas deste módulo. Veja, por exemplo, os conceitos de promoção , as necessidades dos consumidores e clientes, estímulo ao consumo e armazém de distribuição. Podemos pontuá-los para facilitar a compreensão inicial do que será discutido ao longo deste tema.

O mix de marketing composto por: preço, praça, produto, promoção converge, teorica-mente na prática, para o mix do consumidor: custo, conveniência, cliente, comunicação. Sendo assim, quando falamos em:

Preço, logo lembramos que o mesmo representa custo para o cliente. Bem sabemos que a teoria econômica mostra que fazemos compras sempre buscando o pre-ço mais baixo, já que este, para nós, é o nosso custo. Então como as empresas fazem com a sua produção quando procuram produzir com o menor custo, nós clientes fazemos o mesmo com o preço, pois é custo no nosso orçamento;

Praça representa a conveniência de buscar o produto. Imagine se você tivesse de atravessar sua cidade para buscar um produto qualquer, não precisa nem ser sofisticado. Caso esse produto fosse encontrado em qualquer lugar, isto seria um grande desperdício de tempo e dinheiro. Pois bem, é assim que nos move-mos para comprar. Procuramos o produto que esteja o mais próximo de nós para consumo imediato, e não estamos dispostos a nos locomover longas distâncias para ter tal produto. Logo, quanto mais perto o local de venda do produto, mais fácil o consumo. Atual-mente, com a possibilidade de compra pela Internet, essa conveniência está ainda melhor;

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Custo para o cliente .

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Quanto mais perto o local de venda do produto, mais fácil o consumo.

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Produto está ligado à solução para o problema da ne-cessidade do cliente. Consumidores buscam produtos que resolvam seu problema. Uma dona de casa, quan-do compra um sabão em pó, está levando para casa a solução para a sua roupa suja. Um torcedor, quando adquire um ingresso para a partida de futebol do seu time, está levando consigo uma solução para a sua satisfação como torcedor. Observe que aqui inserimos também o conceito de que o produto pode ser um serviço. Poderíamos trabalhar com vários exemplos para ilustrar a relação entre os conceitos. Mas o importante é que o produto seja a solução para o cliente. Lembre-se de que já lemos a respeito nos livros de administração; sobre essa relação, quando tratamos do papel das organizações que produzem bens e serviços para a satisfação das necessidades das pessoas;

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Motorista ligando para borracharia em busca da solução para seu pneu

Promoção marca a relação com a comunicação. Nós adora-mos uma promoção, principalmente aquela que nos propor-ciona o máximo de satisfação em adquirir o produto; isto é, quando compramos o melhor carro, a melhor roupa, a melhor bolsa, a melhor blusa; enfim, quando passamos pelas lojas e vemos uma promoção do produto que estamos procurando, a compra é imediata.

Imagine que você estivesse procurando um produto e ficou sabendo da promoção; isto nem sempre acontece. O marketing faz as promoções e precisa espalhar aos quatro cantos do planeta onde está acontecendo, qual o preço, quais os descontos, qual a quantidade, quais vantagens. Bem sabemos que a venda de um produto só é possível com esta comunicação.

Banc

o de

imag

ens.

Promoção marca a relação com a comunicação.

Agora você está se perguntando onde entra a logística nessa relação. A logística possibilita a ampliação do valor para o cliente. Quando o cliente decide comprar um bem ou serviço, ele certamente já avaliou o conjunto de valores diretos e indiretos daquela compra. Então podemos dizer que a logística faz parte de sua decisão, já que ele não deseja esperar muito para usufruir do produto.

Os componentes do valor

atributos intrínsecos+

atributos extrínsecos

preços

+

outros custos quenão o preço

benefícios percebidos(receber)

sacrifíciopercebido

(dar)

valorpercebido

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Page 38: Logística_Apostila.pdf

Vamos analisar o valor percebido em um exemplo em que você decida comprar uma te-levisão. Os atributos intrínsecos nessa operação podem ser identificados com sua satisfação em poder assistir seu programa predileto no produto comprado por você, e com todas as vantagens importantes que ele possui como tecla sap, som estéreo, tela plana, controle de luminosidade. Caso o produto não possua tais vantagens e você tenha de pagar por ele, chamamos de atributos extrínsecos. Note que ambos os conceitos ficam evidentes na compra de um computador em que são relacionados o preço dos itens (alguns já deveriam ser de série como o combo de gravação e reprodução de DVD) que são adicionados.

Tais atributos são os benefícios percebidos pelo cliente, isto é, são facilmente notados por ele, pois, em geral, possuem uma identificação material como o som estéreo da TV do exemplo.

O preço e os outros custos são aqueles que o cliente nota como sacrifício para possuir o produto com as características de sua necessidade. No nosso exemplo, ele paga pela tecla sap, tela plana, som estéreo e ainda pode arcar com outros custos como a instalação ou uma assinatura de TV a cabo.

Em resumo podemos perceber que a logística representa uma vantagem competitiva para a empresa quando ela consegue colocar o produto para o cliente no lugar certo, na hora certa, na quantidade certa e no preço competitivo; visto que a logística leva o produto para o cliente, então ganha quem atender a essa necessidade dentro desses preceitos competitivos.

Avançando na proposta do tema, vamos lidar agora com a questão do ambiente de mercado; como ficam os atores envolvidos no mercado e como lutam para manter o melhor posicionamento, e assim poder conquistar o maior número de clientes possível.

Quando falamos do mercado, rapidamente nos lembramos dos produtos que circulam todos os dias e em determinadas épocas. Notamos que existem produtos específicos para caracterizar aquele momento. Imagine o fluxo logístico de final de ano, quando todos estamos a procura de presentes e lembranças para amigos e parentes. O volume de carga fracionada que circula nessa época do ano é muito grande como o caso de pacotes de presentes, pequenas lembranças, pa-netones e cestas; exigem uma movimentação de carga muito grande. Não se esqueça de que o marketing já trabalhou essa questão fazendo a prospecção de mercado e a consequente promoção dos produtos à venda; logo, é preciso fazer a entrega desse produto. Aí entra em cena a entrega das mercadorias a partir de um desenho logístico previamente estabelecido no planejamento de rotas, movimentação de carga na fábrica e no armazém.

Não se esqueça de que vamos aprofundar os estudos em nossa teleaula. Bons estudos!

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Armazenagem, movimentação,

inventário e classificação

Objetivos:Definir os principais tipos de armazenamento, conhecendo as mel-

hores embalagens para cada tipo de produto;Compreender e identificar os meios para a movimentação dos mate-

riais através das melhores condições de armazenagem;Definir e compreender a importância do

inventário para a organização;Estudar as melhores maneiras para a classificação e codificação dos

materiais, bem como a sua importância.

Palavras-chave:Almoxarifado; depósito; armazenamento; embalagem;

movimentação; inventário; codificação.

Profa. Ma. Patricia Brecht Innarelli

Módulo

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Logística e gestão

Page 40: Logística_Apostila.pdf

Armazenamento de materiais:Os materiais (matéria – prima, materiais em processamento, materiais semi – acabados,

produtos acabados) quando não estão sendo usados, precisam de algum lugar para serem “guar-dados”.

O armazenamento desses materiais é importante para a empresa, no que tange ao acondi-cionamento, funcionamento e movimentações dos itens dentro da organização, trazendo algumas vantagens, tais como, melhora no arranjo físico (espaço), fazendo com que os materiais, pessoas e equipamentos fiquem de maneira mais adequada, agilização dos processos e a redução do lead time da produção.

Temos no entanto, duas classificações para a armazenagem dos produtos: Almoxarifados e Depósitos.

Almoxarifado é a área responsável pelo armazenamento de matérias - primas, ou seja, está área armazena (guarda e estoca) somente matérias – primas.

O almoxarifado recebe as matérias –primas, entregues pelos fornecedores externos que foram adquiridas pelo departamento de compras no mercado nacional ou internacional.

As áreas da organização “retiram / solicitam” materiais no almoxarifado através de um do-cumento chamado “ Requisição de Materiais”.

A Requisição de Material possui três finalidades:

· Autorizar a saída do material.

· Lançamento da saída do material (controle de saída do material)

· Calculo do Custo da produção.

Depósito é a área responsável pelo armazenamento (guarda e estoca) produtos acabados.

As saídas dos produtos acabados dos depósitos, acontecem através dos pedidos de clientes feitos por meio do departamento de vendas da organização.

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Page 41: Logística_Apostila.pdf

Cada empresa seleciona a melhor maneira de arma-zenar os seus produtos. Algumas empresas não possuem um “Almoxarifado” separado de um “Depósito”, possuem somente um local onde armazena tanto as matérias primas como os produtos acabados.

Administrar da melhor forma, tanto o depósito como o almoxarifado, traz benefícios para a organização, tais como a redução de custos que consequentemente gera lucro para a mesma.

As tarefas básicas do almoxarifado e do deposito são:

• Agilidade no atendimento ao cliente;

• Armazenamento de maneira mas adequada e lógica, através de uma adequação do seu arranjo físico;

• Reduzir os custos de transporte.

Tanto o almoxarifado como o depósito, possui algu-mas funções básicas, tais como:

• Recebimento de Materiais: é de responsabilidade tanto o almoxarifado como o depósito o recebi-mento de materiais entregues pelos fornecedo-res, usuários internos e de outras filias.

No ato do recebimento, os produtos devem ser checados conforme o pedido de compras (emitido pelo departamento de compras) ou ainda conforme documento (requisição ou Nota Fiscal) entregue pelo usuário interno ou transportador da outra filial.

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Também é de extrema importância à verificação da Nota Fiscal / documento entregue jun-tamente com o material, verificando a descrição do material, quantidade, preço e condição de pagamento. Além disso, deverá ser verificado se o produto que esta sendo entregue não possui nenhum dano ou defeito.

· Identificação do Produto: os produtos recebidos pela área, deverão ser identificados conforme a metodologia que a empresa adota.

· Direcionamento dos Produtos: após o recebimento dos produtos, tanto o almoxarifado quanto o depósito, deverá armazenar, codificar e guardar os itens em seus locais específicos.

· Entrega do Material: os materiais serão solicitados pelos departamentos internos da em-presa ao almoxarifado / depósito , tanto para a produção, transferência ou venda. São responsáveis pela separação e entrega dos produtos solicitados.

· Inserção de Dados nos Sistemas de Informação: é de responsabilidade do departamen-to, inseri as informações quanto o recebimento (dar entrada do item) e retirada (dar baixa) dos materiais no sistema.

O tamanho do almoxarifado / depósito varia de acordo com a quantidade de produtos ar-mazenados (estocados) pela empresa.

Cada empresa opta pela melhor forma de armazenar os seus itens dentro do almoxarifado / depósito. Não há uma regra para a armazenagem, porém as empresas podem adotar alguns métodos, como por exemplo: agrupamento de itens relacionados pela sua função ou agrupamento de itens que possui um alto giro de estoque ou ainda, agrupar itens fisicamente semelhantes.

Existem dois sistemas básicos para a atribuição de locais específicos caso os materiais sejam armazenados por itens individuais, tais como:

Localização Fixa:

• Os materiais são “armazenados” sempre no mesmo local;

• A utilização cúbica é ineficiente;

• Requer mínimo registro;

• Utilizados em pequenos depósitos.

Localização Flutuante:

• Os materiais são estocados onde houver espaço;

• Melhor utilização física;

• Requer maiores registros computadorizados.

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Page 43: Logística_Apostila.pdf

Dentro da armazenagem de materiais, tanto para o almoxarifado quanto para o deposito, existem dois tipos de armazenamento, o ponto a ponto e o Centralizado.

A armazenagem ponto a ponto, é utilizada normalmente em ambiente que possui o sistema Just in Time. Os materiais sempre estão de fácil acesso, a qualquer hora e uso, sendo que o seu manuseio praticamente acaba sendo eliminado ou ainda bem reduzido.

A armazenagem Centralizada possui os materiais localizados e estocados em um único lugar. Isso facilita e mantém um controle mais preciso, gerando consequentemente uma redução de estoque. Quanto ao manuseio dos materiais, estes são mais manuseados pois estão localizados em um único lugar porém mais distantes.

- Arranjo Físico (Layout):

Indica a “disposição física dos equipamentos, pessoas e materiais da maneira mais adequada ao processo produtivo”.1

Podemos dizer que é o planejamento de maquinas, equipamentos e materiais dentro de um espaço físico.

Os objetivos do layout são:

• Integrar equipamentos, pessoas e materiais.

• Reduzir a movimentação de pessoas, transportes e materiais.

• Fluxo regular de produtos e pessoas durante o processo produtivo - “evita gargalo”.

• Utiliza da melhor forma o espaço ocupado.

• Melhora e facilita as condições de trabalho.

Assim sendo, o seu principal objetivo é facilitar a movimentação por meio da melhor utilização do espaço físico , inserindo os materiais, equipamentos e pessoas em lugares adequados.

- Embalagem:

A embalagem acondiciona o produto ou equipamento dentro dos almoxarifados e depósitos.

1 CHIAVENATO, Idalberto. Administração de Materiais: uma abordagem introdutóriaRio de Janeiro: Elsevier, 2005

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Page 44: Logística_Apostila.pdf

As embalagens podem ser:

· Caixas de papelão: com as embalagens de papelão ondulado as empresas geram uma grande economia, pois deixam de usar caixas em madeira, compensado ou embalagem a granel.

Vantagens: eliminação de mão de obra de carpintaria, a caixa de papelão é muito mais leve facilitando o seu manuseio e reduzindo acidentes de trabalho, a violação da caixa de papelão é mais visível, mais limpa em relação às demais embalagens, mantendo o ambiente mais limpo e proporciona a impressão de propaganda ou instruções do produto na caixa.

Desvantagens:as caixas de papelão não são muito resistentes, como por exemplo, em caso de chuvas e em casos que o transporte da mercadoria devido à má conservação das rodovias, faz com que a carga seja fortemente amarrada, possibilitando a danificação dos produtos contidos dentro das caixas.

· Tambores: os tambores metálicos são utilizados para o carregamento e armazenamento de produtos líquidos de todos os tipos, sólidos, fluido em pó, entre outros, como por exemplo petróleo.

Um dos pontos fortes desse tipo de embalagem é devido a sua alta resistência, além de ser fácil a sua manipulação por meio de suas alças laterais, o seu armazenamento e o seu transporte.

· Fardos: esse tipo de embalagem está ligado ao tamanho do volume de determinados produtos, tais como, algodão, pluma, alfafa, juta, fumo, tecidos, peles, resmas de papel entre outros. Possibilita uma redução grande do espaço físico ocupado, facilita o seu manuseio e reduz o custo do frete.

· Recipientes plásticos: a versatilidade desse tipo de embalagem tem conquistado o mercado, sendo produto substituto para recipientes de vidro, madeira e metal. Este tipo de embalagem está ligado a materiais líquidos e a granel.

Atualmente, as empresas utilizam muito o pallet para “unitizarem” as cargas em uma única carga, facilitando assim o seu manuseio, transporte e armazenagem por meios mecânicos e como unidade única.

banco de imagens

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Page 45: Logística_Apostila.pdf

Movimentação de materiais:

Para que um processo de produção aconteça, tanto as pessoas, equipamentos, máquinas e material precisam se movimentar. Na grande parte dos processos industriais, o elemento que mais se movimenta dentro da empresa, é o material.

A movimentação do material juntamente com o seu transporte, varia conforme o sua ativi-dade funcional.

Um processo de movimentação adequada de materiais traz para a empresa uma redução de custos (mão de obra, materiais e despesas gerais), possibilita um aumento da capacidade pro-dutiva (produção, armazenagem, melhor distribuição de armazenagem), gera melhores condições de trabalho (segurança, redução de fadiga) e melhora a distribuição dos produtos como um todo (circulação do produto, atendimento ao usuário, maior disponibilidade).

Vejamos alguns exemplos de equipamentos que auxiliam a movimentação de materiais e cargas.

Esteira transportadora: Carrinho manual:

Empilhadeira: Guindastes:

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Page 46: Logística_Apostila.pdf

Palleteira:

Inventário de materiais:

Em uma empresa organizada, os seus almoxarifados ou depósitos, necessitam de precisão nos registros de seus estoques, fazendo com que toda e qualquer movimentação de materiais seja registrada em seus controles / sistemas.

É a verificação das quantidades de materiais indicadas nos controles / sistemas de informa-ção, com as quantidades físicas existentes no estoque, de forma que se houverem diferenças, estas são acertadas imediatamente.

A finalidade do inventário é manter a exatidão dos estoques entre o que consta (quantidade e itens) no controle / sistema, com o que consta (quantidade e itens) no físico, e possibilitar um grau satisfatório de eficiência nas atividades da Administração de Estoques.

A diferença à maior ou à menor eventualmente existente e causa desacertos nos controles do estoque, podendo gerar compras desnecessárias ou ainda gerar compras com atraso.

Existem três tipos de inventários: Inventário Rotativo ou Permanente, Inventário Aleatório ou por Amostragem e Inventário por solicitação.

1. Inventário Rotativo ou Permanente:

Esse inventário é feito de forma contínua e mediante programação prévia com base em alguns critérios:

a) Classificação ABC:

São atribuídas frequências maiores de inventário para os itens de maior valor (por volta de três vezes ao ano), resultando grande frequência para os itens da classe A, moderada frequência para os itens da classe B e pequena frequência para os itens da classe C.

A finalidade do inventário é manter a exatidão dos estoques

entre o que consta (quantidade e itens) no controle / sistema

b) Itens de importância estratégica:

Outra alternativa muito usada para planejar o inven-tário é inventariar com maior frequência os itens de maior importância estratégica para a empresa, principalmente aqueles que se faltarem podem parar a produção.

c) Volume:

Quando se tratar de itens de grande volume e de mensuração difícil e trabalhosa, a progra-mação de inventário destes itens geralmente é definida para quando os itens estão com o estoque baixo, o que reduz significativamente o tempo de inventário.

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Page 47: Logística_Apostila.pdf

d) Localização:

Este critério procura-se inventariar os itens que estão estocados num mesmo depósito ou almoxarifado, evitando com isto a divisão do trabalho de inventário entre dois locais de armaze-nagem, muitas vezes distantes entre si.

2. Inventário Aleatório ou por Amostragem:

Esta forma de inventário é feita sobre um percentual dos itens inventariados no inventário permanente. A finalidade desse inventário é corrigir eventuais erros cometidos no inventário permanente e fazer com que o funcionário responsável pela execução deste trabalho se sinta supervisionado e controlado.

Por exemplo, na execução de um programa de inventário permanente são inventariados 150 itens, dos quais 10 itens apresentaram diferença. Sobre este trabalho, são inventariados de forma aleatória 10% dos itens, ou seja 15 itens, sendo 15 itens com diferença e 15 itens sem diferença.

A finalidade desse inventário é corrigir

eventuais erros cometidos

no inventário permanente e fazer com que o funcionário responsável pela

execução deste trabalho se sinta supervisionado e

controlado.

3. Inventário por Solicitação:

Trata-se de um tipo de inventário que é feito por solicitação de alguma área, como por exemplo, Auditoria, Controladoria ou da própria Administração de Gestão de Estoques, sendo que a definição dos itens deve caber ao setor solicitante.

Uma das principais circunstâncias que gera solicitação de um inventário, solicitado pela área de Gestão de Estoques, é quando se percebe uma diver-gência entre o estoque físico e o estoque do controle / sistema.

As situações mais comuns que causam diver-gências são:

a) Insuficiência de saldo no sistema / controle: É quando o material, fisicamente entregue, não podem ter sua saída lançada no sistema / controle, por insu-ficiência de saldo do item neste.

b) Insuficiência de saldo no estoque físico: É quando o usuário requisita material com base no saldo existente no sistema e no momento da entrega não existe a quan-tidade solicitada no estoque físico.

Possíveis Causas de Diferenças dos Inventários:

As causas mais comuns das diferenças per-cebidas pelos inventários, seriam: o lançamento de quantidades de entrada ou de saída erradas, falta de lançamento de documento de entradas ou de saídas, o lançamento de documentos de entrada ou saída de materiais com códigos errados e depósito / almoxari-fado sem segurança.

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Funções do Inventariante:

A função do inventariante consiste em mensurar fisicamente os itens estocados, comparar as quantidades encontradas com o controle / sistema, pesquisar as causas das diferenças encontradas e providenciar os acertos necessários. Compete ainda ao inventariante registrar as irregularidades encontradas durante o inventário, tais como produtos com validade vencida, materiais quebrados, produtos armazenados em lugares errados, produtos sem etiqueta de identificação e outras.

Metodologia do Inventário:

São emitidas automaticamente pelo sistema listas dos itens a serem inventariados, nas quais devem constar o código, o nome e a localização do material a ser inventariado, bem como um campo em branco onde serão anotadas as quantidades físicas encontradas.

Classificação e codificação de materiais

É necessário fazermos uma classificação e codificação dos materiais que a empresa possui em estoque, tanto para matérias – primas, como para materiais em processamento, materiais semi-acabados, materiais acabados e produtos acabados.

O objetivo da classificação dos itens é de grande importância para a organização, que por meio dessa, o seu controle do estoque se torna mais eficiente, definindo a movimentação e a ar-mazenagem adequada a cada item, além da redução da diversificação dos materiais.

Classificação é a simplificação do material (redução da diversificação), a especificação (des-crição minuciosa do material), a normalização (norma de utilização do produto, armazenagem e movimentação, peso, medida e formato), padronização e codificação.

Podemos dizer portanto que, ao classificar um material, estamos agrupando conforme sua função, dimensão, peso, medida, tipo entre outros.

Para classificarmos o material, fazemos uma codificação do item. Por meio dessa codificação,

podemos verificar todas as informações relativas, necessárias e suficientes do item.

Podemos codificar os itens por meio de números e / ou letras. Dentre todos os sistemas de codificação, os principais são: numérico, alfanumérico e codificação gráfica.

Podemos dizer por-

tanto que, ao clas-

sificar um material,

estamos agrupando

conforme sua fun-

ção, dimensão, peso,

medida, tipo entre

outros.

Sistema de Codificação Numérico:

Esse é o sistema de codificação mais usado pelas empresas, devido a sua simplicidade e a grande varie-

dade de combinações.

Primeiramente, classificamos o grupo do material (família do material), de modo mais geral. Essa classifica-ção é conhecida como classificação geral. A numeração pode ser representada pelo intervalo de 01 a 99.

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Page 49: Logística_Apostila.pdf

Exemplo:

01 – Material de Limpeza

02 – Material de Escritório

03 – Material de Odontologia

04 – Material Elétrico

05 – Matérias – Primas

06 – Material de Informática

Após a classificação geral, classificamos o item subdivisão da classe do material (família do material). Essa classificação é conhecida como classificação Individualizadora. A numeração pode ser representada pelo intervalo de 01 a 99.

Exemplo:

06 – Material de Informática

01 – Cartuchos

02 – Toners

03 – Mídias

04 – Softwares

Dentro da classificação individual do item, precisamos de mais uma classificação, pois dentro de cada classificação individual, existem diversas definições e tipos de materiais. Essa classificação é conhecida como classificação definidora. A numeração pode ser representada pelo intervalo de 00001 a 99999, no entanto, essa numeração poderá variar conforme o numero de itens que a empresa possui em seu cadastro.

Exemplo:

06 – Material de Informática

01 – Cartucho

03 - IMPRESSORA, XXX, cod. XXX, referência AAA

Ao invés de indicarmos o nome completo do material, podemos indicar o seu código, que nesse caso seria, 06 – 01 – 03, que indicaria Material de Informática, Cartucho, Impressora, XXX,

cód. XXX, referência AAA.

Um dos sistemas de classificação mais conhecidos no mercado é o sistema americano Federal Supply Classification (FSC) e possui a seguinte estrutura:

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www.metodista.br/ead

Page 50: Logística_Apostila.pdf

Sistema de Codificação Alfanumérico:

Esse sistema é combinado letras do alfabeto com números. Normalmente as letras indicam o grupo e a classe, e os números indicam o “material”. Exemplo:

Sistema de Codificação Gráfica:

Esse sistema é conhecido como código de barras. Ele é representado por números, que por meio de um leitor óptico, é identificado à descrição completa do material.

Cada empresa irá adaptar o seu sistema de classificação e codificação que mais se adequada a sua necessidade.

Referência

CHIAVENATO, Idalberto. Administração de Materiais: Uma Abordagem Introdutória. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.

SLACK, Nigel; CHAMBERS, Stuart; JOHNSTON, Robert. Administração da Produção. 2º edi-ção – São Paulo: Atlas, 2002.

ARNOLD, J. R. Tony. Administração de Materiais: Uma Introdução, 3ª edição, São Paulo: Atlas, 1999.DIAS, Marco

Aurélio P. Administração de Materiais: Uma abordagem logística. 4º edição. São Paulo: Atlas, 2007.

Universidade Metodista de São Paulo

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Page 51: Logística_Apostila.pdf

Transportes

Profa. Nadia G. Bandouk

Objetivos:Abordar os principais meios de transporte e distribuição física de

materiais da cadeia logística.

Palavras-chave:Logística; movimentação; distribuição; materiais; compras.

Módulo

www.metodista.br/ead

Logística e gestão

Page 52: Logística_Apostila.pdf

Modalidades de frete

Frete sobre compra.

Frete entre estabelecimentos industriais.

Frete sobre vendas.

Estes três fatores deverão compatibilizar-se com as seguintes variáveis

Menores prazos das movimentações do produto.

Qualidade do serviço prestado.

Preço do frete.

Função primordial de orgãos de transporte é optimizar os três itens:

Custos.

Prazos.

Qualidade.

Carga e descarga do material.

No percurso e na qualidade da estrada.

No ferroviário, número de transbordo.

No marítimo (movimentos, vertical, transversal e longitudinal).

Introdução

Sistema rodoviário = 60% a 80% das cargas movimentadas no Brasil.

Transportar 20 t em um caminhão de 25 t aumenta o custo do frete em 25% “ frete falso ou ocioso será pago pela carga.

Remuneração das transportadoras = Custos do frete e seus adicionais (diretos e indiretos).

Universidade Metodista de São Paulo

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Page 53: Logística_Apostila.pdf

Modais de transporte

Tipos de modais:

Sistema aquaviário – formado pelos modais:

Marítimo (realizada em oceanos e mares pode ser de longo curso, navegação internacional e de cabotagem, navegação nacional, entre portos marítimos nacionais);

Fluvial (realizada em rios, é a típica navegação de interligação do interior);

Lacustre (realizada em lagos, e tem como caracte-rística a ligação de cidades e países circunvizinhos, sendo também uma navegação interior).

Sistema terrestre – apresenta os modais rodoviário e ferroviário.

Sistema aéreo.

Cada modal apresenta características próprias, não podendo afirmar qual é o melhor deles, mas tão somente qual é o mais adequado à determinada situação.

2.1 Características dos transportesCargas geradas no país são transportadas1:

• rodovias = 56,06%

• ferrovias = 21,37%

• hidroviário = 18,44%

• dutoviário = 3,84%

• aéreo = 0,29%

1Dados em 1999.

Banco de imagens.

Modais de transportes

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www.metodista.br/ead

Page 54: Logística_Apostila.pdf

Os agenciadores de frete possuem participação ao nível de 55% para o volume total de carga movimentada no país.

Em 1999, apenas 3,5% das 3.500 empresas existentes no país foram realmente organizadas como transportadoras, sem a presença de carreteiros.

2.2.1 Vantagens

2.2 Rodoviário

Destinados a volumes menores, ou produtos de maior sofisticação, que exigem prazos relativamente rápidos de entrega.

É mais adequado para viagens de curta e média distâncias.

É mais recomendado para mercadorias de alto valor e perecíveis.

Não é competitivo para produtos agrícolas a granel, cujo valor é muito baixo, encarecendo sobremaneira o seu custo final.

Razões da maior participação:

Política de investimentos que favoreceu sobremaneira a construção de rodovias;

Implantação da indústria automobilística;

Vasta extensão geográfica do país;

Outros.

O sistema rodoviário não possui estrutura compatível com a sua importância e apresenta deficiências como presença de carreteiros, que na sua maioria não apresentam:

Condições de concorrerem sozinhos com as transportadoras por falta de estrutura;

Necessidade de realizar maior volume de carga, pois dependem exclu-sivamente de seu veículo (grandes jornadas);

Grande dependência das transportadoras.

É mais flexível e mais ágil no acesso às cargas, permite integrar regiões, mesmo as mais afastadas.

A simplicidade do funcionamento é o seu ponto mais forte e está sempre disponível para atender a situações urgentes.

Permite às empresas exportadoras e im-portadoras terem flexibilidade, podendo oferecer algumas vantagens:

Banco de imagens.

Transporte rodoviário

Universidade Metodista de São Paulo

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Page 55: Logística_Apostila.pdf

2.2.2 Desvantagens

Vendas na condição de entrega porta a porta;

Menos manuseio de carga, portanto, mais segurança, já que o caminhão é lacrado no local de carregamento e aberto no local de entrega;

Rapidez na entrega da carga em curta distância;

O transporte vai até a carga ao invés de obrigar o exportador a levá-la até ele;

Acarga vai até o importador ao invés de obrigá-lo a retirá-la;

Possibilidade de utilizar embalagens mais simples e de menor custo;

Peça fundamental da multimodalidade e da intermodalidade.

O transporte rodoviário apresenta também algumas desvantagens:

Frete mais alto do que alguns modais que são ou estão apresentando-se como seus concorrentes;

Menor capacidade de carga entre todos os modais;

Custo elevado da sua infra-estrutura;

Modal bastante poluidor do meio ambiente;

Aquantidade excessiva de veículos ajuda a pro-vocar congestionamentos, trazendo transtornos ao trânsito bem como à população, inclusive aumentando o consumo de combustível;

Obriga a construção contínua de estradas, ou a sua manutenção, com recursos públicos, ou seja, da população. Isto faz com que, além do frete invisível, tenhamos também o frete invisível que recai sobre os contribuintes.

Banco de imagens.

Transporte Ferroviário

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2.3 Ferroviário

· Destinado a volumes maiores e que possuem custo unitário baixo. Neste caso, o fator tempo não será preponderante.

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Page 56: Logística_Apostila.pdf

Expansão da tração elétrica;

Unificação da bitola das vias da malha ferroviária nacional;

Realização dos seguintes corredores de transporte.

= VITÓRIA – complexo industrial da Cia do Vale do Rio Doce e produção agrícola do sul de Minas e Goiás;

= E. F. Vitória Minas Gerais – ratificação e aumento de capacidade;

= PARANAGUÁ – atender às áreas de Santa Catarina, Minas Gerais e Mato Grosso;

= RIO GRANDE – atender às áreas do Rio Grande do Sul.

Atualmente o Sistema Ferroviário Brasileiro tem aproximadamente 29.683 km de linha.

2.3.1 Tipos de veículos e produtos transportados

Os veículos ferroviários podem variar no seu tipo e capacidade de transporte de carga, de-pendendo do seu tamanho e da carga para qual foram desenvolvidos.

A priori podem transportar qualquer tipo de carga, dependendo para isto da viabilidade econômica e do tempo disponível.

O quadro 1 mostra os veículos utilizados no transporte ferroviário e respectivos produtos transportados.

Política básica fixada pelo governo:

Universidade Metodista de São Paulo

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Page 57: Logística_Apostila.pdf

2.3.3 Desvantagens

As principais desvantagens são:

2.3.2 Vantagens

Ele não é flexível e ágil no acesso às cargas, porém, permite integrar regiões, mesmo as mais afastadas, bem como o interior dos países.

Permite aos embarcadores as seguintes vantagens:Menor custo de transporte, em função de ser movido a energia elétrica ou diesel, e ter grande capacidade de transporte;

Frete mais barato em relação ao rodoviário, só perdendo para o hidroviário;

Está livre de congestionamento, podendo executar as viagens sem problemas;

Pode possuir terminais de carga e descarga particulares dentro ou próximo às unidades produtoras;

Propicia o transporte de grandes quantidades de carga com vários vagões, já que um vagão pode transportar entre 25 e 100 toneladas, porém sempre dependendo do tipo de locomotiva para suportá-la;

Menor custo de infra-estrutura.

É o modal de transporte mais lento que o rodoviário, gastando mais tempo para entrega de cargas;

Não tem flexibilidade de trajeto, devendo ater-se à sua linha férrea;

Enfrenta problema de bitola, tanto dentro do país quanto nos demais países sul ame-ricanos, não podendo realizar transportes diretos entre todos os pontos desejados;

Exige transbordo constante de carga para que seja levada ao seu destino final.

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2.4.3 Terminais de carga

2.4.2 Características gerais

2.4 Marítimo

2.4.1 Tipos de navegação

Transporte realizado por navios a motor, de grande porte, nos mares e oceanos, podendo ser dividido em duas categorias:

Longo curso – navegação internacional, isto é, transporte de cargas entre portos de países diferentes;

Cabotagem – navegação nacional, isto é, transporte de cargas entre portos marítimos nacionais, ou entre portos marítimos nacionais e portos interiores do país localizados em rios.

Deverá levar produtos de baixíssimo custo unitário, cujo tempo de realização da operação não seja fator preponderante no encarecimento da mercadoria.

Navios empregados no transporte de granéis sólidos, no longo curso, dependem exclusivamente do binômio oferta/demanda.

Os navios graneleiros sofrem concorrência de navios para carga geral, que operam fora das condições de frete ditadas pelos graneleiros, aproveitam as viagens que eventualmente fariam no lastro.

Alguns armadores, para reduzir ao mínimo as travessias em lastro, colocam em operação navios que carregam granéis em um sentido e com utilização de de-terminados equipamentos especiais, aparelhos para transportar automóveis na viagem de retorno, por exemplo.

Transporte de produtos sólidos ou líquidos (ex. produtos químicos).

Armazéns – são locais de armazenamento de carga geral, tanto para exportação quanto para importação:

podem ser utilizados para paletização de carga para embarque ou para des-paletização de cargas recebidas no país;

podem estar localizados em portos ou pontos de fronteira.

Banc

o de

imag

ens.

Transporte marítimo

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Page 59: Logística_Apostila.pdf

2.5 Fluvial

É o transporte realizado em rios, portanto, interior. Podendo ser nacional, utilizando as vias aquáticas do país, ou internacional, cuja navegação liga países.

2.5.1 Vantagens

Terminais de contêineres – trata-se de um local especializado em armazenamento e movimentação de contêineres, podendo ser utilizados para unitização (estufagem – encher o contêiner com mercadorias) ou desunitização (desova – retirada de mer-cadorias) de cargas nestes compartimentos, para embarque ou desembarques:

podem estar localizados nos terminais portuários de contêineres;

são classificados do mesmo modo, também, os terminais utilizados pelos armadores, que podem ser próprios ou de terceiros.

O consumo de combustível necessário para o transporte de 1 tonelada de carga por 1 quilômetro de distância é muito inferior se comparado ao transporte rodoviário.

A sua grande capacidade de transporte é um dos seus maiores atrativos.

Apresenta-se como um modal de custo de frete baixo em relação aos demais modais.

É considerado um modal mais seguro que os modais de transporte terrestre.

É menos poluente que o modal rodoviário, apresentando baixo índice de agressão ao meio ambiente.

Banc

o de

imag

ens.

Transporte fluvial

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2.5.4 Bacias hidrográficas brasileiras

As principais bacias nacionais são:

Amazônica;

Araguaia-Tocatins;

Nordeste;

São Francisco;

Paraná;

Uruguai.

2.5.2 Tipos de embarcação

Os equipamentos utilizados são balsas, barcaças, pequenos barcos, bem como navios de médio e grande portes, sempre dependendo da finalidade a que se destina.

Deve-se considerar, também, a capacidade da hidrovia, principalmente quanto ao calado, já que é comum alguns rios terem pequena profundidade.

2.5.3 Utilização O modal apresenta baixa utilização, se considerado o potencial das bacias hidrográficas do Brasil.

O Brasil possui cerca de 26 mil quilômetros de rios navegáveis, que aguardam utilização como uma opção de transporte barato.

As maiores utilizações do transporte fluvial têm ocorrido, envolvendo produtos de baixo valor agregado como:

Agrícolas (soja, cana de açúcar, milho etc.);

Fertilizantes;

Minérios;

Cimento;

Madeira;

Carvão;

Derivados de petróleo etc.

2.6 Aéreo

Destinados a pequenos volumes classi-ficados como “cargas nobres” ou de alto valor agregado, utilizado quando os prazos de entrega forem imperiosos. Banco de imagens.

Transporte aéreo

Universidade Metodista de São Paulo

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Page 61: Logística_Apostila.pdf

2.6.2 Desvantagens

Utilizado com muita eficiência para transporte de amostras.

Ideal para mercadorias com prioridade de entrega.

Documento de transporte obtido com maior rapidez, face a emissão antecipada.

Os aeroportos normalmente estão localizados mais próximos dos centros de produção, industrial ou agrícola.

Possibilidade de redução de estoques pelo exportador, já que pode aplicar uma política de just in time.

Racionalização das compras pelo importador, também, aplicando a política de just in time.

O seguro de transporte aéreo é mais baixo, em relação ao marítimo, podendo variar de 30% a 50%, na média geral, em função da mercadoria.

Frete relativamente alto em relação aos demais modais.

Capacidade de carga bem menor que os modais marítimos e ferroviário, ganhando apenas para o rodoviário.

Custo elevado da sua infra-estrutura.

2.7 DutoviárioAinda é muito restrita a sua utilização em

função, principalmente, dos:

Elevados investimentos iniciais;

Elevados custos de capital;

Baixos custos operacionais.

2.6.1 Vantagens

Banco de imagens.

Transporte Dutoviário

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Transporte intermodal, multimodal e transbordo

3.1 Intermodal ou segmentado

Utiliza mais de um modal de transporte para enviar a carga de sua origem até o seu destino, em função da impossibilidade de transportar por todo trajeto com apenas um dos modais existentes.Há total independência entre os modais de transporte, bem como com os docu-mentos de transporte que representam a carga.Cada trecho do transporte é contratado individualmente pelo embarcador.Cada transportador assumirá a responsabilidade pelo seu trecho de transporte, entre os pontos.

3.2 Multimodal

Utiliza mais de um modal de transporte para enviar a carga de sua origem até o seu destino, em função da impossibilidade de transportar por todo trajeto com apenas um dos modais existentes.

Envolve a emissão de apenas um documento de transporte para todo o percurso.

Significa responsabilidade única do transportador, isto é, para o trajeto completo da carga, desde a sua origem até o destino final, será coberto por apenas um do-cumento, com responsabilidade de entrega ao consignatário determinado.

Apresenta maior segurança ao dono da carga, permitindo-lhe operar com apenas um transportador, podendo inclusive conseguir redução de custo.

O contêiner é um tipo de equipamento mais apropriado para este tipo de transporte, devido à sua facilidade no manuseio e troca de veículo.

3.3 Transbordo de carga

· Significa transferência da mercadoria de um veículo transportador para outro do mesmo tipo, para continuação da viagem. Por exemplo: a troca de um navio por outro.

Logística

A logística, em termos de transporte, está ligada aos cálculos de distribuição racional de produtos, definição da faixa apropriada de uso de cada modalidade e das suas vantagens especí-ficas, em relação às demais.

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Page 63: Logística_Apostila.pdf

4.1 Fatores a serem analisados para escolha de uma modalidade de transporte

Diferença entre o preço de venda do produto no centro de produção e o preço de venda nos mercados consumidores.

Custo de transporte entre o centro de produção e o mercado.

4.2 Formação dos custos de transporte é condicionada por duas características

1. CARGA – localização, volume, densidade, quantidade a transportar, valor uni-tário da mercadoria, características para manuseio, distância de transporte, segurança, enfim, condições gerais do mercado de carga.

2. SERVIÇO DE TRANSPORTE – disponibilidade e condições atuais de infra-estrutura (rodovias, ferrovias), condições de operação, nível tecnológico do serviço oferecido, velo-cidade, custo relativo do meio de transporte, mão-de-obra envolvida etc.

4.3 Fatores que assumem real importância

Tempo.

Manuseio.

Financeiro.

Geração de viagens.

Referência DIAS, M. A. P. Administração de materiais: princípios, conceitos e gestão. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2005.

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Complemento de Matemática:

conceitos de matemática

Profa. Ma. Rosilda dos Santos Morais

Objetivos:Revisar conceitos de Matemática básica como pressupos-

tos para o estudo do módulo Matemática Financeira.

Palavras chave

Potenciação; Fatoração; Razão; Proporção; Porcentagem; Regra de Três; Probabilidade e Estatística.

Módulo

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Administração, Marketing e Logística

Page 66: Logística_Apostila.pdf

1. Razão é uma comparação multiplicativa entre duas grandezas (grandeza é tudo o que pode ser medido). Como a razão é uma das personalidades do número racional, então pode ser escrito na forma , com a, b ∈ Z, b = 0, onde a barra fracionária tem significado de comparar o antecedente (a) e o consequente (b) da razão (MORAIS, 2008).

Ex: Supondo que um garoto ganhe de seus pais uma mesada. Para comprar uma bola, o garoto resolve guardar 1 real de cada 5 reais que ele ganha. Neste caso, estamos realizando uma comparação entre a quantia que ele guarda e a quantia que ele ganha dos familiares. (Adaptado do livro: Matemática, BIANCHINI, p.149, 2007).

A essa comparação chamamos razão.

Podemos dizer que a razão entre o que garoto guarda e o que ele ganha é de 1 para 5.

Fração Representação Leitura

1 : 5 “razão de 1 para 5” ou “1 para 5”

Generalizando

a : b “ a está para b”

2. Proporção

Quando tivermos uma igualdade entre duas razões, temos uma Proporção.

Ex. = se fizermos uma multiplicação em “cruz”1 teremos 7. 4 = 2 . 14

Como vimos anteriormente, essa proporção pode ser indicada como

7 : 2 = 14 : 4 (lê-se: “sete está para dois assim como quatorze está para quatro”).

3. Porcentagem é toda razão no qual b = 100.

Ex: = 0,02 = 2% (lê-se: dois por cento).

4.Regra de Três Simples

Um automóvel faz 180Km com 15 l. de álcool. Vamos calcular quantos litros de álcool esse automóvel gastaria para percorrer 210 Km (BIANCHINI, p.187, 2006).

Indicaremos por x o número de litros de álcool que serão consumidos, conforme tabela na página seguinte:

ab

15

ab

72

144

1 Em toda proporção o produto dos extremos é igual ao produto dos meios (BIANCHINI, 2006, p.169).

ab

2100

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Page 67: Logística_Apostila.pdf

Distância percorrida (em Km) 180 210

Consumo de álcool (em litros) 15 x

Observe que se a distância percorrida aumenta o consumo de álcool também aumenta, proporcionalmente, ou seja, se a distância dobra, triplica,..., o consumo de álcool também dobra, triplica,..., respectivamente. Logo a razão entre as distâncias é igual à razão entre os correspondentes consumos. Assim temos a proporção:

=

Fazendo uma multiplicação em “cruz”, temos:

180 . x = 210 . 15

180x = 3150 x = x = 17,5

O problema anterior envolve grandezas diretamente proporcionais (quando uma aumenta, a outra também aumenta, proporcionalmente). Existem os casos em que as grandezas são inver-samente proporcionais (quando uma aumenta, a outra diminui, proporcionalmente) – Exemplo: Casos que relacionam velocidade em função do tempo, velocidade aumenta tempo diminui. O procedimento de resolução de problemas é o mesmo nos dois casos.

5. Probabilidade e Estatística

O estudo das Probabilidades é parte da Estatística, ramo da Matemática Aplicada, e consiste em tirar conclusões sobre uma determinada população a partir de dados observados em uma amostra dessa população2.

Ao lançarmos um dado, por exemplo, temos como conjunto universo ou espaço amostral, todos os casos possíveis de ocorrer. Representamos desta forma:

U = {1, 2, 3, 4, 5, 6}

Cada subconjunto U é chamado de evento. Ex: A = { 2, 4, 6 }, subconjunto dos número pares.

Experimentos aleatórios são aqueles que têm resultados imprevisíveis.

6. Definição Matemática de Probabilidades

Segundo Francisco (1993, p.46) “a probabilidade de um evento é igual a razão entre o número de casos favoráveis e o número de casos possíveis de ocorrer, sendo todos igualmente prováveis”.

180210

15x

3150180

2 Francisco (1993) caracteriza população como sendo “o conjunto universo dos dados sobre os quais se quer tirar conclusões” e amostra como “um subconjunto da população” (p.11)

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Page 68: Logística_Apostila.pdf

No caso do lançamento do dado, perguntamos: Qual a probabilidade de se obter um número par? = 0,5 ou 50%

Generalizando, a definição Matemática de Probabilidades é:

= probabilidade do evento A

= Número de elementos do evento A

= Número de elementos do conjunto universo

Muitas vezes é necessário saber a frequência que um evento ocorre. Esses eventos podem ser os mais diversos como, a faixa salarial dos funcionários de uma empresa, o comportamento de uma espécie, o número de acidentes que ocorre em uma determinada região, etc.

7. Frequência Absoluta é o número de vezes que um valor da variável é citado na pesquisa.

8. Frequência Relativa é a frequência absoluta em relação ao total das citações, normalmente utilizando-se de porcentagem.

Os dados observados em um fenômeno podem ser representados por meio de descrições, esquemas, equações matemáticas, tabelas de valores e gráficos. As mais comuns são as tabelas e gráficos, por serem traduzidos mais facilmente.

Ex1: Em um exame vestibular foram cronometrados os tempos, em minutos, gastos por 50 alunos para entregar a prova. Obtiveram-se os valores indicados na tabela abaixo. Faça a distri-buição de frequências.

61 65 43 53 55 59 56

52 53 62 49 68 62 64

53 56 48 50 61 54 5548 54 57 41 54 46 4855 46 57 54 48 52 51

(Youssef et all, 2009, p.246)

Devemos agrupar em K intervalos de classe convenientes os valores da tabela, verificando quantas vezes eles aparecem, e determinar quantos dados caem em cada intervalo. Em média, K situa-se entre 5 e 20, dependendo da quantidade de dados numéricos. Para 100 dados o número conveniente é 10. A amplitude de cada intervalo de classe (h) é aproximadamente o quociente entre a amplitude (R) e o intervalo K, ou seja:

h onde R = [(maior valor observado) – (menor valor observado)] e K é

o número de colunas da tabela.

36

12

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Page 69: Logística_Apostila.pdf

Assim, no caso do exemplo anterior, temos:

R = 71 – 41 R = 30

h 4,28

Classe (Intervalo de Classe) Frequência (

40 ├── 45 345 ├── 50 850 ├── 55 1655 ├── 60 1260 ├── 65 765 ├── 70 3

70 ├── 75 1

3 50

(Youssef at all, 2009, p.246)

9. Gráfico: Como já dissemos, os gráficos permitem uma melhor compreensão da situação estudada:

307

3 Somatório das frequências.

Podemos verificar no gráfico que o intervalo 50 a 55 minutos foi o que obteve o maior nú-mero de alunos entregando as provas, precedido pelo intervalo 55 a 60 minutos.

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Page 70: Logística_Apostila.pdf

10. Media Aritmética Simples (MA): A Média Aritmética Simples é o valor que representa uma tendência central, ou seja, é um valor que pode ser substituído por qualquer um dos elementos de uma distribuição sem alterar as características dessa distribuição. Para encontrar a Média Aritmética, somamos os elementos de uma distribuição simples e dividimos esse número pelo número de valores. Por exemplo, a Média Aritmética Simples entre x1, x2, x3

corresponde a: =

11. Desvio Padrão: o desvio padrão é um parâmetro que mede a dispersão dos valores observados em torno da média (ver Apêndice 1).

12.Definição de Potências de expoente inteiro n

Para representar uma multiplicação de fatores iguais, aplicamos uma operação chamada Potenciação. Na Potenciação a base é o fator que se repete e o expoente indica quantas vezes esse fator se repete. A potência (resultado da potenciação) de base a, a ∈ R, e expoente n natural n > 1, é o produto (resultado da multiplicação) de n fatores iguais a a. Representa-se com o sím-bolo an. Assim, escrevermos

an =

n fatores

13. Propriedades das Potências:

a1 a

a0 1

a-n

Multiplicação

Potências de mesma baseam. an = am+n , a 0

Potência de Potência (am)n = a m.n

Potência de mesmo expoente (a.b)n = an .bn

Divisão

Potência de mesma base = am - n , a 0a m

a n

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14. Potência de expoente racional

Os expoentes podem ser números racionais escritos na forma com a e b inteiros

e b 0 .

Seja a um número real positivo, n um número natural não nulo e um número racional

na forma irredutível.4 Sua representação se dá conforme tabela a seguir:

Potência de expoente racional

=

Nota-se que a Potenciação tem a Radiciação como sua inversa

Todas as propriedades revisadas para as potências de expoentes inteiros valem também para as potências de expoente racional

Nota 1: Toda potência de expoente par é um número positivo e toda potência de expoente ímpar é um número negativo, por exemplo: (-2)4 = 16 e (-2)3 = - 8

Nota 2: Um caso particular quando o expoente for par: caso a base não esteja entre parên-teses e seja precedida por um sinal de menos, esse sinal deverá ser mantido:

- 24 = -16

Nota 3: Expoente de expoente:

Neste caso o quatro é expoente do expoente 2, que devemos resolver primeiro,

ou seja, 24 = 16. Teremos então 216 = 65536.

ab

mn

4 Frações redutíveis são aquelas cujo numerador e denominador são múltiplos de um mesmo número.

Nas irredutíveis, numerador e denominador não são possuem múltiplos comuns, por exemplo é uma

fração irredutível.

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15. Fatoração

Fatorar significa decompor em fatores. O objetivo da fatoração é o de simplificar expressões algébricas.

Ex1. Fatorar a expressão 2x2+ 2xy.

Observe que cada uma de suas parcelas (cada um dos elementos da adição) tem o fator 2x como elemento comum nas duas parcelas:

2x2 + 2xy

Dessa forma, podemos concluir que 2x2+ 2xy

(2x).(x) (2x).(y)

É só distribuir a multiplicação que voltamos à expressão 2x2+ 2xy.

(Imenes e Lellis, 2006, p.197-198, Fatoração)

Dizemos que o 2x foi colocado em evidência por ser fator comum.

Transformar a adição em uma multiplicação é o que chamamos de Fatoração

16.1 Fatorar por Agrupamento:

ax + bx+ ay + by = (a+b) .(x + y)

Observe como fazer

ax + bx + ay + by = x.(a + b) + y.(a + b)

= (a + b) . (x + y)

(Apostila Objetivo, p.11, 2008, Agrupamento)

16.2 Diferença de Quadrados

a2 - b2 = (a + b) . (a – b)

Você pode verificar a justificativa do que foi feito acima distribuindo

(a + b) . (a – b). Faça você mesmo!

16.3 Quadrado Perfeito

a2 + 2ab + b2 = (a + b)2

O quadrado da soma de duas parcelas - ou o quadrado da diferença de duas parcelas - é igual ao quadrado da primeira parcela, a2 , somado - ou subtraído - com o dobro do produto das duas parcelas, 2ab, somado com o quadrado da segunda parcela, b2

.

Você pode verificar a justificativa do que foi feito acima distribuindo5

pode resultar desta multiplicação:

fator fator

5 A Multiplicação se distribui sobre a Adição.

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Page 73: Logística_Apostila.pdf

(a + b) . (a + b). Faça você mesmo!

(Adaptado Apostila Objetivo, 2008, p. 11-14)

Referências

ALVARENGA, Antonio Carlos e NOVAES, Antonio Galvão N. Logística Aplicada – Suprimen-to e Distribuição Física. 3. ed. 1ª reimpressão. São Paulo: Editora Edgar Blücher Ltda, 194p., 2002.

BIANCHINI, Edwaldo. Matemática, 6ª série. 6. ed. São Paulo Editora: Moderna.

DANTE, Luis Roberto. Matemática. Ensino Médio. Volume Único. São Paulo: Editora Ática. 2005.

FRANCISCO, Walter De. Estatística Básica - Síntese da Teoria, exercícios propostos e re-solvidos; Piracicaba: UNIMEP, 1993.

IMENES & LELLIS; Luiz Márcio e Marcelo Cestari. Matemática Paratodos: 7ª série: 6º ano do Ensino Fundamental. São Paulo: Scipione, 2006 – (Coleção Paratodos).

MORAIS, Rosilda dos Santos. O Ensino-aprendizagem de Polinômios através da Resolu-ção de Problemas por meio de um Ensino Contextualizado. Dissertação – Mestrado; São Carlos: UFSCar, 2008, 251f.

OBJETIVO, Ensino Médio - Apostila; Português, Inglês, História, Geografia, Matemática, Química, Física e Biologia; 1ª série; Volume 1. São Paulo: Editora: CERED Ltda., 2008.

PAIVA, Manoel. Matemática. Volume Único. Ensino Médio. Editora Moderna.

YOUSSEF, Antonio Nicolau et all. Matemática. Ensino Médio. Volume Único. Editora Scipione. 1ª Edição. São Paulo, S.P. 2009.

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Apêndice 1

Problema: Vamos analisar a carga (em Kg) de um veículo de distribuição física ao sair de um depósito para cumprir o roteiro de cargas urbanas. (Adaptado: ALVARENGA E NOVAES, 2002, p.14-15)

Procedimentos a serem seguidos:

Levantamento da carga total do veículo em 10 dias diferentes (coluna b).

Quadro 1 - Cálculo do desvio médio de uma amostra de dados estatísticos

a b c d

Observação nú-mero

Valor observadoWi (Kg)

DesvioValor absoluto do desvio (Wi – W)

1 4.817 583 583 2 5.023 789 7893 3.776 -458 4584 5.196 962 9625 2.992 -1.242 1.2426 4.331 97 977 3.535 -699 6998 4.253 19 199 4.750 516 516

10 3.664 -570 570

S = 42.337 - S’ = 5.935

Alvarenga e Novaes (2002), p.15

N = número observações

W = valor médio = S/n = 42.337/10 = 4234 kg

DM = desvio médio = S’/n = 5.935/10 = 593,5 Kg

s = desvio padrão = 1,25* DM = 144Kg.

Cálculo do desvio padrão (s): desvio médio (DM) * 1,25s = DM * 1,25

Exemplificando a observação 1 (Quadro 1) coluna d, temos:

valor absoluto (Wi – W) = valor médio (W) – valor observado (Wi)

(Wi – W) = 4.817 – 4.234 = 583

Discutindo a observação 3 coluna c:

O valor do desvio aparece negativo, pois:

Desvio = valor observado (Wi) - valor médio (W)

Desvio = 3.776 - 4.234

Desvio = -458

Na coluna d colocamos sempre os desvios considerando sempre o sinal positivo que, em Matemática, corresponde a obter os valores absolutos dos desvios. (Adaptado, ALVARENGA E NOVAES, 2002, p.14-15).

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Page 75: Logística_Apostila.pdf

Matemática Financeira

Profa. Ma. Rosilda dos Santos Morais

ObjetivosAo estudar Matemática financeira o aluno irá aplicar o

conhecimento matemático na resolução de problemas relativos a transações comerciais e financeiras como: estudar o valor do

dinheiro em função do tempo; estudar alternativas possíveis para aplicação e captação de recursos financeiros; compre-

ender os significados básicos dos movimentos da economia nacional e mundial e suas implicações.

Palavras-chave: Matemática Financeira; Matemática.

Módulo

www.metodista.br/ead

Administração, Marketing e Logística

Page 76: Logística_Apostila.pdf

Universidade Metodista de São Paulo

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Para discutirmos Matemática Financeira, pensemos no problema abaixo:

Você deseja comprar um automóvel no valor de R$ 13.095,23, mas dispõe apenas de R$ 7.142,85, no momento. Daqui a 30 dias você poderá pagar o restante e, uma vez que o proprie-tário irá esperar pelo seu dinheiro durante 30 dias, você propõe pagar R$ 6.547,62 em vez dos R$ 5.952,38. (Adaptado: ALVARENGA E NOVAES, 2002, p.22)

Supondo que o proprietário aceite, o que isso representa?

Qual a diferença de valores?

Essa diferença é de R$595,24, que representa 10% do valor da dívida do carro (R$5.952,38).

Como faremos para encontrar esse porcentual? Você irá usar Regra de Três (Item 4/Revisão/Complementos de Matemática):

= (lê-se: 5.952,38 corresponde a 100%1; 6547,62

corresponde a x%)

5.952,38 * x% = 654,762%

ou seja, você está propondo pagar 10% de Juros no período de um mês (30 dias), sobre o valor que irá ficar devendo.

Juros: é o valor a ser pago por uma quantia em dinheiro emprestada durante um determi-nado tempo. É uma espécie de “aluguel” que corresponde sempre a uma porcentagem do valor inicialmente emprestado, sempre proporcional ao tempo que a pessoa fica com o dinheiro.

No exemplo anterior, o “aluguel”/Juros foi de 10% sobre o valor inicial emprestado, que era de R$5.952,38.

Os Juros podem ser: Simples ou Compostos.

Os Juros Simples são cobrados independentemente de quantos meses o dinheiro foi em-prestado.

No caso do problema anterior, se por alguma razão a pessoa/você não puder pagar o valor combinado em 30 dias, ao valor inicial R$5.952,38 são acrescidos mais 10% (ou uma nova taxa de juros a ser combinada entre as partes), ou seja:

Valor do carro: R$ 13.095,23

Valor pago a vista: R$ 7.142,85

Valor da dívida: R$ 5.952,38

Juros referentes a 30 dias: R$595,24

Valor a ser pago em 30 dias (Valor da dívida + Juros): R$6.547,62

1 100% da dívida do carro, ou seja, aquele valor que será pago em 30 dias.

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Se o comprador não puder pagar a dívida acima em 30 dias, começa uma nova etapa de cobrança de juros considerando sempre o valor inicial (R$5.952,38) devido:

1. Valor inicial da dívida: R$5.952,38.

2. Juros referentes a 30 dias: R$595,24 (10% sobre o valor da dívida inicial).

3. Juros referentes a 60 dias: R$595,24 (10% sobre o valor da dívida inicial).

4. Valor da dívida após 60 dias 1 + 2 + 3:

= R$5.952,38 + R$595,24 + R$595,24

= R$7142,86

Juros Simples

Mês Juros Montante

1 R$5.952,38 * 0,1 = 595,24 6.547,622 R$5.952,38 * 0,1 = 595,24 7.142,863 ... ...n ... ...

Note que o Montante (valor a ser pago) é a soma dos juros mais o valor inicial da dívida.

Resumindo: No sistema de Juros Simples não ocorrem juros sobre juros. Cada nova cobrança retorna sempre ao valor inicial da dívida.

Juros Compostos ou CapitalizaçãoAinda no exemplo da compra do carro, supondo que o comprador só pudesse pagar o carro

após 60 dias da compra. Ao final do primeiro mês (primeiros 30 dias) teríamos:

1. Valor da dívida: R$5.952,38

2. Juros referentes a 30 dias: R$595,24

3. Valor da dívida após 30 dias 1 + 2:

= R$5.952,38 + R$595,24

= R$6547,62

Nos próximos 30 dias, o valor dos juros seria calculado sobre os juros do período (final dos primeiros 30 dias), ou seja: R$6547,62 * 0,1 = R$7.202,382

Note que no Sistema de Juros Compostos, a cada mês, o valor a ser calculado não é sobre o valor inicial, mas sim, é aquele em que o juro gerado pela aplicação ou empréstimo será a ele incorporado, passando a participar da geração de juros no período seguinte; dizemos então que os Juros são Capitalizados. Isso significa que, ao fim do período, o Capital (valor da dívida inicial, no nosso exemplo) passa a ser o Capital Inicial acrescido dos juros do período e assim sucessiva-mente. Chamamos esse processo de Juros sobre Juros e é o regime utilizado em operações de empréstimos bancários, cheques especiais, financiamentos e investimentos.

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Universidade Metodista de São Paulo

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Juros Compostos

Mês Juros Montante

1 5.952,38 * 0,1 = 595,24 6.547,622 6.547,62 * 0,1 = 654,762 7.202,3823 ... ...n ... ...

Chamamos de Capitalização ao processo de incorporação dos Juros ao Principal (valor inicial).

Juros Simples Juros Compostos

Mês Juros (%) Montante (R$) Juros (%)Montante

(R$)2 5.952,38 * 0,1 = 595,24 6.547,62 5.952,38 * 0,1 = 595,24 6.547,623 5.952,38 * 0,1 = 595,24 7.142,86 6.547,62 * 0,1 = 654,76 7.202,384 ... ... ... ...n ... ... ... ...

Problema 2 - Suponha, por exemplo, que uma pessoa tome emprestada, a Juros Compostos, a importância de R$1000,00, pelo prazo de 4 meses (n), à taxa de 6% a.m (ao mês). Observe na tabela a seguir que, a cada mês são acrescidos 6% de juros ao montante produzido até o final do mês anterior. (YOUSSEF at all, 2009, p.179)

6% ao mês: 0,062

n Saldo no início do período Juro por período Montante

1 1000,00 1000,00 * 0,06 = 60,00 1000,00 + 60,00 = 1060,002 1060,00 1060,00 * 0,06 = 63,60 1060,00 + 63,60 = 1123,63 1123,60 1123,60 * 0,06 = 67,41 1123,60 + 67,41 = 1191,024 1194,01 1191,02 * 0,06 = 71,46 1191,02 + 71,46 = 1262,48

Decorrido o prazo, o valor a ser pago como Juro será:

J = 1262,48 – 1000,00 = R$262,48

Algumas nomenclaturas: Juros (J); a porcentagem que se paga é a taxa de juro (i); n é o número de meses em que o dinheiro fica emprestado; o dinheiro que se pede emprestado ou que fica devendo é o Capital ou Principal (C ou P); o total que se paga ao final do empréstimo é o Montante (M); o desconto dado à pessoa que salda um compromisso antes do prazo previamente estabelecido é representado por D; N é o valor Nominal (valor que está devendo ou que tomou emprestado) do compromisso.

2 Ver transformação de porcentagem para decimal no Item 3/Complementos de Matemática.

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Compare o juro a ser pago no regime de Juros Compostos com o valor em regime de Juros Simples.

No sistema Juros Simples, o montante cresce Linearmente (ver definições matemáticas deste parágrafo no Apêndice 1), pois os juros de determinado período não são incorporados ao Principal. Já no sistema Juros Compostos o dinheiro cresce Exponencialmente, em Progressão Geométrica (PG) ao longo do tempo, uma vez que os rendimentos de cada período são incorporados ao saldo anterior, passando a render juros.

O gráfico abaixo representa o Sistema de Juros Simples (representado pela Função Linear f(x) = 2x, como exemplo) e o Sistema de Juros Compostos (representado pela Função Exponencial f(x) = 2x, como exemplo).

Fórmulas

Juros SimplesJ = C . i . n

Desconto Comercial Simples Dc = N . i . n

Valor Descontado Vc = N.(1 – i . n)

Montante no Sistema de Juros Compostos M = C. (1 + i)n

Pagamento Único P = M.

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Caso você não seja um bom memorizador de fórmulas, poderá consultar o Apêndice 2 para verificar o desenvolvimento das mesmas. Assim, quando esquecê-las, saberá como desenvolvê-las, facilitando seu trabalho.

Situação Problema: Agora que você já conhece as fórmulas, vamos calcular qual é o Mon-tante a ser devolvido por uma pessoa que toma R$2.000,00 emprestados, a juros de 2% a.m, pelo prazo de 10meses com Capitalização Composta (Juros Compostos), pelo uso da fórmula. (Adap-tado, Youssef et all, 2009, p.179).

Resolução:

A fórmula para o cálculo de Juros Compostos:

M = C. (1 + i)n

Utilizando a tecla xy em uma calculadora científica digite (a sequência de teclas pode variar dependendo da calculadora):

Você está calculando inicialmente (1 + i)n = ( 1 + 0,02)10

Depois multiplique por 2000 (Capital). Assim, teremos:

M = C. (1 + i)n

M = 2000 * 1,218994

M = R$ 2437,98

Caso você não tenha a mão uma calculadora, poderá utilizar a Tabela Financeira que se en-contra no Apêndice 3, para determinar o valor de (1,02)10.

Procuramos o valor do fator (1 + i)n na tabela, para n = 10 e i = 2%, que é 1,218994.

Logo:

M = 2000 x (1,02)10

M = 2000 x 1,218994 = R$ 2437,98

Note que 0,02 é o valor da taxa i=2% já transformado em decimal. Consulte o Comple-mentos de Matemática, item 3 – Porcentagem, em caso de dúvidas.

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Apêndice 1:

Função Linear: Uma Função Linear é uma função cujo gráfico é uma reta, não perpendicular ao eixo e que cruza a origem (0,0) do plano cartesiano. A função linear é um modelo mate-mático para os problemas de proporcionalidade.

Um motorista mantém o carro numa rodovia a uma velocidade constante de 90 km/h.

• Em quanto tempo ele percorrerá 22,5 km?

• Quantos quilômetros ele percorrerá em 3,5 horas?

O Sistema de Juros Simples é representado pelo gráfico da Função Linear.

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Função Exponencial: Uma função exponencial é definida por f(x) = ax ou y = ax cujo gráfico está representado abaixo:

O gráfico da Função Exponencial é o que representa o sistema de Juros Compostos/Capi-talização.

Progressão Geométrica:

“Progressão Geométrica (PG) é toda sequência de números não nulos na qual é constante o quociente da divisão de cada termo (a partir do segun-do) pelo termo anterior. Esse quociente constante é chamado razão (q) da progressão. Ou seja, uma progressão geométrica é uma sequência na qual a taxa de crescimento relativo de cada termo para o seguinte é sempre a mesma”. (Dante, 2005, p.142)

Exemplo: A sequência é uma PG de quatro termos, em que o 1º termo é a1 = 2 e a

razão é q = 5. (mesmo autor, mesma obra, p.142)

Observe que:

a1 = 2, a2 = 10 ( 2 . 5); a3 = 50(10 . 5); a4 = 250 (50 . 5)

250 : 50 = 5; 50 : 10 = 5; 10 : 2 = 5 quociente é uma constante = 5 (razão).

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Apêndice 2Entendendo a Fórmula - Cálculo do Montante no sistema de Juros Compostos

Vamos calcular o montante M, para um capital C, aplicado a uma taxa i por período, ocor-rendo capitalização n no final de cada período, em um prazo de n períodos.

final do 1º período:

M1 = C + C.i

M1 = C.(1 + i)

Ci = capital * taxa

final do 2º período:

M2 = M1 + M1 . i

M2 = M1 . (1 + i)

M2 = C.(1 + i) . (1 + i) = C . (1 + i)2

final do 3º período:

M3 = M2 + M2 . i

M3 = M2 . (1 + i)

M3 = C.(1 + i) . (1 + i) . (1 + i)

M3 = C. (1 + i)3

final do 4º período

M4 = M3 + M3 . i

M4 = M3.(1 + i)

M4 = C.(1 + i) . (1 + i) . (1 + i) . (1 + i)

M4 = C.(1 + i)4

E assim sucessivamente. Note que os montantes formam uma progressão geométrica de razão (1 + i).

Generalizando, o montante, ao final de n períodos, à taxa i de juros, é dado por:

Fixados o capital C e a taxa i, o montante M (ou P) varia exponencialmente, em função do período n.

Observe que foram utilizados na demonstração da fórmula con-ceitos referentes à multiplicação de potências de mesma base (ver Complementos de Matemática/item 13).

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Apêndice 3

Tabela Financeira – as tabelas financeiras podem ser consultadas na internet. Segue abaixo o endereço de onde você poderá encontrar uma delas.

Disponível em: www.calculofinanceiro.com/downloads/Tabela_Financeira.xls

Última consulta:15/11/20 às 23:53h.

Referências

ALVARENGA, Antonio Carlos e NOVAES, Antonio Galvão N.; Logística Aplicada – Suprimento e Distribuição Física, 3. ed., 1ª reimpressão, 2002. São Paulo: Editora Edgar Blücher Ltda, 194 p.

DANTE, Luis Roberto. Matemática. Ensino Médio.Volume Único. Editora Ática. 2005.

PAIVA, Manoel. Matemática. Volume Único. Ensino Médio. Editora Moderna.

YOUSSEF, Antonio Nicolau ET AL. Matemática. Ensino Médio. Volume Único. Editora Scipione. 2005.

www.calculofinanceiro.com/downloads/Tabela_Financeira.xls

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Finanças básicas

Profa. Ma. Elaine Silvia Pasquini

Objetivos: Proporcionar ao aluno conhecimentos sobre

matemática na modelagem Finanças;Habilitá-lo para a correta utilização nas operações do Mercado

Financeiro e de Capitais;Disponibilizar as ferramentas necessárias para a solução de

problemas de ordens acadêmica e profissional;Proporcionar, mediante definições financeiras básicas, conhe-

cimentos fundamentais da gestão financeira e sua importância no mundo atual.

Palavras-chave:Matemática; taxa; juro; capitalização.

Módulo

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Logística e gestão

Page 86: Logística_Apostila.pdf

Recordando: A regra matemática diz que primeiro devemos resolver a multiplicação e a divisão, depois a soma e a subtração, sem deixar de respeitar os parênteses, colchetes e chaves.

Funções de porcentagemPara calcular o valor correspondente à porcentagem de um número, devemos descobrir qual

é este número, representado em decimais:

Por exemplo: 10% = 10 / 100 = 0,10

15% = 15 / 100 = 0,15

20% = 20 / 100 = 0,20

Banco de imagens

Banco de imagens

Alguns conceitos iniciaisExplicaremos neste capítulo alguns termos muito utilizados no mundo financeiro.

Operações financeirasUma operação financeira pode ser de investimento: você cede seu

capital por certo tempo e pretende recebê-lo de volta, com juro.

A operação pode ser também de captação: você precisa de dinheiro e vai ao banco (que é uma instituição financeira), em busca dos recursos de que precisa. Certamente, você irá procurar as melhores taxas, porém, em nosso país, as taxas das instituições financeiras são muito altas. Por-tanto, o ideal é não precisar usar recursos de terceiros.

CapitalizaçãoÉ a correção financeira sobre o capital investido ou captado, em

função do tempo. Devemos lembrar que o juro representa não só o lucro da operação, como também a compensação pelo fator risco, além da depreciação do capital.

DescapitalizaçãoÉ o inverso da capitalização: representa a desvalorização financeira sobre o capital investido

ou captado, em função do tempo.

ExemploVocê faz uma operação de desconto em um banco, entregando papéis de R$ 50.000,00 que

vencerão em dois meses. O banco vai adiantar o dinheiro para você e esperar dois meses para receber pelos papéis. Ainda há o risco de que o devedor não pague. Assim, o banco estabelece uma taxa de juro, e adianta, por exemplo, R$ 47.000,00. Os R$ 3.000,00 de diferença são o valor do juro cobrado pelo negócio e ainda pelo ri sco de não receber os recursos adiantados.

PorcentagemAlguns conceitos são tão importantes no mundo da matemática que voltaremos a eles re-

petidas vezes, a fim de que sejam fixados e possam ser usados corretamente:

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Page 87: Logística_Apostila.pdf

Observe:

Agora, faça você:

14 % de 300 =

24 % de 1.500 =

Para calcular a porcentagem de um valor em relação a um total, introduza o valor correspondente ao total, e divida pelo valor que quer saber em porcentagem.

Variação percentualPara calcular a variação percentual entre dois números, devemos saber que o número maior

representa 100%, e o menor é uma parte dele. O que queremos saber é que parte é essa.

Exemplo 1No pregão de ontem, as ações da Cia. Rojão S.A. subiram de R$ 5,37 para R$ 5,90. Qual foi

a variação percentual?

Então:

5,90 / 5,37 = 1,0987 (e sabe-se que 100% = 1 inteiro)

Tirando-se 1 do número que encontramos, achamos a variação que procuramos:

1 – 1,0987 = 0,0987

E, em percentual, basta dividirmos por 100

= 0,0987 / 100 = 9,87%.

Para calcular:

10% de 300 = 0,10 x 300 = 30

15% de 300 = 0,15 x 300 = 45

20% de 400 = 0,20 x 400 = 80

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Exemplo 2No mês passado as despesas de uma indústria foram assim distribuídas:

salários e encargos R$ 35.000,00conservação e manutenção R$ 5.000,00utilidades (luz, água, telefone etc.) R$ 7.000,00gerais e diversas R$ 3.000,00Total das despesas R$ 50.000,00

Qual é o percentual que os salários e encargos representam do total das despesas da fábrica?

50.000 é o total que representa 100%

logo, 35.000 representa X

Basta fazer uma regra de 3:

50.000 está para 100%,

assim como 35.000 está para X

50.000 – 100

35.000 – X,

logo: 50.000 x X = 35.000 x 100

50.000 x X = 3.500.000

X = 3.500.000 / 50.000

X = 70,00%

Agora encontre o percentual das outras despesas do quadro dado.

PotenciaçãoRelembrando:

23 = 2 x 2 x 2 = 8

em que:

2 é a base;

3 é o expoente;

8 é a potência.

Assim, o expoente mostra a quantidade de vezes que a base deve ser multiplicada por ela mesma, para obtenção do resultado.

Exemplo45 = 4 x 4 x 4 x 4 x 4 = 1.024

Agora faça você:

3 8 =

8 3 =

2 7 =

7 2 =

Quando o expoente for uma fração, será necessário,

inicialmente, resolver a fração para depois calcular a potência.

Exercite algumas operações na sua cal-culadora.

Cálculos aritméticos simplesPara realizar os cálculos, os números de-

vem ser informados na ordem. Após a introdu-ção do primeiro número, pressione a tecla da operação a ser realizada ( + - x ou : ) e o próximo número, e a resposta aparecerá no visor. Por exemplo: 15 + 27 = 42

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Page 89: Logística_Apostila.pdf

Agora faça

A operação 6.428 - 1.346 + 527 - 3.278 + 15 é igual a:

R.: 2.346,00

Efetuando a operação 0,383 x 1,4796 x 2.838,4972, encontraremos a resposta:

R.: 1.608,54

A divisão de 16.427,49 por 0,03951 tem como resultado:

R.: 415.780,56

Qual é o resultado de 185?

R.: 1.889.568,00

(1 + 0,638) - 1 x 100

Resolvendo:

R.: 6,80

{ }

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Page 90: Logística_Apostila.pdf

1º. passo: calcular o montante da dívida (FV) até o 15º. dia:

FórmulaFV = 16.800,00 . (1 + 0,05)

FV = 17.214,88

O montante (saldo devedor) no 15º. dia é de R$ 17.214,88.

Desse valor, devemos deduzir o pagamento efetuado nesse dia (R$ 8.500,00).

O que sobra é o saldo devedor remanescente, que será atualizado e pago no próximo perío-do; no nosso exemplo, será no 31º. dia (ou seja, 16 dias depois).

Portanto, quando existirem várias amortizações parciais, será necessário que, a cada paga-mento, primeiro seja calculado o saldo devedor até aquele dia, para depois abater o valor pago.

Voltemos ao nosso exemplo:

· saldo devedor no 15º. dia = R$ 17.214,88;

· pagamento no 15º. dia = R$ 8.500,00;

· saldo devedor remanescente = R$ 8.714,88, que será o valor presente (PV) do próximo período.

2º. passo: calcular o montante (FV) no 31º. dia:

FórmulaFV = 8.714,88 . (1 + 0,05)

FV = R$ 8.944,63

1630

Fluxo de caixaAbordaremos agora o empréstimo com pagamento intermediário, utilizando também taxas

equivalentes. Vamos partir do exemplo abaixo.

ExemploUma empresa precisou emprestar R$ 16.800,00 pelo prazo de 31 dias, combinando uma taxa

de 5% ao mês. Caso ela faça um pagamento de R$ 8.500,00 após 15 dias, qual será o valor de sua dívida no vencimento?

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Page 91: Logística_Apostila.pdf

Exercícios

1) Por quanto vou resgatar um investimento de R$ 7.000,00, feito por 32 dias, à taxa de 1,07% ao mês?

R.: R$ 7.079,92

2) Há 33 dias fiz uma aplicação à taxa de 4,05% ao bimestre, com resgate no valor de R$ 3.781,68. Calcule qual o valor presente.

R.: R$ 3.700,00

3) Uma empresa tomou um empréstimo de R$ 5.700,00 à taxa de 3,5% a.m., pelo prazo de 35 dias. Porém, no 20°. dia, fez uma amortização no valor de R$ 2.500,00. Calcule o valor da dívida no vencimento.

R.: R$ 3.390,05

Referências

CASTELO BRANCO, A. C. Matemática financeira aplicada. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002.

FARIA, R. G. Mercado financeiro: instrumentos e operações. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2003.

MATHIAS, W. F.; GOMES, J. M. Matemática financeira. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2000.

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Valor do dinheiro no tempo

Profa. Ma. Elaine Silvia Pasquini

Objetivos:Proporcionar ao aluno conhecimentos sobre matemática na

modelagem Finanças;

Habilitá-lo para a correta utilização nas operações do Mercado Financeiro e de Capitais;

Disponibilizar as ferramentas necessárias para a solução de problemas de ordens acadêmica e profissional;

Proporcionar, mediante definições financeiras básicas, conhe-cimentos fundamentais da gestão financeira e sua importância

no mundo atual.

Palavras-chave:Dinheiro; tempo; taxa; juro; capitalização.

Módulo

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Logística e gestão

Page 94: Logística_Apostila.pdf

JuroA importância deste tema fica clara quando observamos o noticiário de todos os dias. A

subida ou a queda dos juros provocam consequências que afetam o cotidiano de cada um de nós, mesmo que indiretamente.

Juro significa a remuneração do capital. Ou seja, é uma espécie de aluguel que alguém paga a outro para usar o dinheiro dele.

Quem empresta corre o risco de não receber de volta; além disso, o tempo fará com que o valor emprestado se desvalorize até retornar. Assim, além do aspecto lucro, o juro também representa uma compensação: tanto pelo risco que a pessoa corre ao emprestar, quanto pela depreciação de seu capital.

Lembrete: é indiferente usar a palavra juro ou juros.

Taxa de jurosPodemos definir taxa de juros como a razão entre os juros recebidos (ou pagos) no fim de

um período de tempo, e o capital utilizado no início da negociação.

Devemos ter em mente que ela sempre se refere a uma unidade de tempo: dia, mês, ano etc.

ExemploVamos calcular a taxa de juros cobrada por um empréstimo de R$ 120,00, previsto para ser

resgatado após um ano pelo valor de R$ 134,40:

Capital inicial > R$ 120,00

Capital final >R$ 134,40

Juros >R$ 14,40

Taxa de juros > R$ 14,40

= 0,12 x 100 = 12%

R$ 120,00

A taxa de juros demonstra em que velocidade o capital inicial cresce durante o prazo da operação.

Observação: A maneira correta de apresentar as taxas de juros é utilizar

a forma PERCENTUAL, como fazem os jornais, revistas e todos os veículos de comunicação nos quais os índices são divulgados. Por exemplo: juro = 11%. Porém, a forma DECIMAL é utilizada quando essas taxas aparecem em fórmulas (álgebra). Por exem-plo: juro = 11% = 11/100 = 0,11.

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Page 95: Logística_Apostila.pdf

Tabela 1 – Resumo

Forma percentual Transformação Forma decimal12% a.a. 12 0,12

100

0,5% a.m. 0,5 0,005

100

Capitalização simples ou linearQuando a taxa de juros incide apenas sobre o capital empregado no início, trata-se de uma

capitalização simples ou linear.

Nesse regime de capitalização, a taxa varia de forma linear em função do tempo. Portanto, é muito simples: querendo converter a taxa mensal em anual, basta multiplicar por 12; para obter a taxa diária, tendo a mensal, basta dividir por 30, e assim por diante.

Cálculo dos jurosPara calcular o valor dos juros, utilizamos a expressão: J = C . i . n

Simbologia adotada:J = valor dos juros;

C = capital, principal ou valor presente – tambémpode ser representado por VP (valor presente);

i = taxa de juros;

n = prazo – o prazo também pode ser representado

por t (tempo) e p (período).

ExemploVocê vai aplicar R$ 420,00 por um período de 3

meses, a uma taxa de 1,5% ao mês. Qual o valor dos juros que resultarão dessa aplicação?

Se:

J = C . i . n

J = 420,00 . 0,015 . 3

J = R$ 18,90

Lembrete: Na fórmula utilizamos a taxa de juros(i) na sua forma decimal.

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Cálculo do capitalTrabalhando com a mesma fórmula, podemos isolar outras variáveis para obter, por exemplo,

o valor do capital. Supondo que alguém quisesse saber quanto você aplicou, no exemplo acima, para obter os mesmos R$ 18,90 de juros em 3 meses, com uma taxa de 1,5% ao mês, o cálculo do capital será o seguinte:

J = C. i. n C = N

i.n

Logo:

C = 18,900,015 . 3

Se: Então:

C = R$ 420,00

Cálculo da taxaNa mesma linha de raciocínio, daremos um exemplo no qual o que se busca conhecer é

outra variável.

ExemploSabemos que você aplicou R$ 420,00 pelo período de 3 meses, obtendo um rendimento de

R$ 18,90. Como calcular a taxa de juros mensal correspondente a tal aplicação?

Se: Então:

J = C. i. nC.n

i= J

Logo:

i = 18,90420,00 . 3

i = 0,015 ou 1,5% a.m.

Observação: Multiplicamos por 100 para encontrar o resultado em percentual.

Cálculo do prazoSe a variável que desconhecemos é o prazo, fica fácil calcular: sabemos que houve a aplicação

de R$ 420,00 a uma taxa mensal de 1,5%, resultando em juros de R$ 18,90.

Vamos novamente partir da fórmula básica para resolver o problema:

Se: Então:

J = C. i. nC.i

n= J

Logo:

i = 18,90420,00 . 0,015

i = 0,015 ou 1,5% a.m.

Exercícios

Um investidor aplicou o valor de R$ 518,00 por um período de 3 meses. Sabemos que ele negociou uma taxa de 4,28% ao mês. Quanto receberá de juros?

R.: R$ 66,51

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Page 97: Logística_Apostila.pdf

Comprei uma geladeira cujo preço à vista seria de R$ 636,00, porém vai me custar mais R$ 467,36 de juros, pois parcelei o pagamento em 9 meses. Quero saber que taxa de juros

a loja está me cobrando por mês.

R.: 8,16% a.m.

AjusteAté agora vimos exemplos em que o prazo e a taxa estavam compatíveis, ou seja, na mesma

unidade de tempo. Quando não estiverem, é preciso fazer um ajuste para poder calcular.

Receberei uma taxa de 5% ao mês para um prazo previsto de 37 dias.

Logo:

Para calcular, equiparamos as unidades de tempo “mês” e “dia”. Essa é a maneira para alterar a taxa no caso de juros simples.

5 x 37 = 6,17% a.p.30

As taxas de juros ao ano, proporcionais às taxas de 25% a.t; 18% a.b; 30% a.q. e 15% a.m, são, respectivamente:

a) 100%; 108%, 90%, 180%;

b) 100%, 180%, 90%, 108%;

c) 75%, 26%, 120%, 150%;

d) 75%, 150%, 120%, 25%;

e) 100%, 150%, 120%, 108%.

R.: a)

Uma pessoa fez uma aplicação de R$ 1.500,00 num fundo de investimento e, após 5 anos, resgatou o montante de R$ 3.000,00. Qual foi a taxa semestral que ela recebeu?

a) 10%

b) 40%

c) 6,6%

d) 8,4%

e) 12% R.: a)

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Agora, usaremos um exemplo para fazer o passo a passo, até chegar ao montante.

ExemploC = R$ 420,00

n = 3 meses

i = 1,5% a.m.

J = R$ 18,90

M = C + J

M = 420,00 + 18,90 = 438,90

No próximo passo, substituiremos o J pela fórmula de juros:

M = C + (C. i. n)

= 420,00 + (420,00 . 0,015 . 3) = 438,90

Como existem dois termos iguais (C), colocaremos um (C) em evidência:

M = C (1 + i. n)

M = 420,00 . (1 + 0,015 . 3) = 438,90

MontanteMontante (M) ou valor futuro é igual à soma do capital empregado no início com os juros

acumulados no final do período da aplicação:

M = C + J

Para que você compreenda a fórmula do montante, retomaremos a fórmula de juros já vista:

J = C . i . n

M = C (1 + i. n)

Esta é a fórmula do montante ou valor futuro.

Para nos habituarmos com a linguagem de finanças, chamaremos o “M” de “FV” (valor futuro) e o “C” de “PV” (valor presente). Então, substituindo as letras, nossa equação ficará assim:

FV = PV . (1 + i.n)

J = C. i. n

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Page 99: Logística_Apostila.pdf

ExercícioPaulo vai aplicar R$ 500,00 com juros previstos de 1,80% a.m. Qual o montante a ser recebido

por ele daqui a 5 meses?

M = FV = ?

0 1 2 3 4 5meses

i = 1,8% a.m.

PV = R$ 500,00

Fórmula: FV = PV . (1 + i.n)

FV = 500,00 x (1 + 0,018 x 5)

FV = R$ 545,00

Valor presenteValor presente ou valor atual é o valor do capital que é emprestado ou investido a uma de-

terminada taxa, por um prazo determinado, gerando um montante.

Partindo do que acabamos de aprender: FV = PV . (1 + i.n)

Então:

( 1+ i.n ) FV

A seguir, desenvolveremos um exemplo utilizando a fórmula acima. Acompanhe para entender.

ExemploQue valor Paulo tem para aplicar hoje, se

calcula resgatar R$ 545,00 após 5 meses, aplican-do seu dinheiro a uma taxa de 1,80% a.m.?

FV = R$ 545,00

01 2 3 4 5meses

PV = ?

Fórmula

PV =

( 1+ i.n )

FVPV =

(1 + 0,018 . 5)

545,00= 500,00=

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Exercícios

Calcule o valor presente de uma aplicação, a uma taxa de 4% a.m., cujo valor de resgate será de R$ 3.600,00 ao final de 5 meses.

R.: R$ 3.000,00

Encontre o valor de resgate de um investimento de R$ 2.127,00, feito pelo prazo de 92 dias, à taxa de 1,50% a.m.

R.: R$ 2.224,84

Qual o montante (FV) da aplicação de um capital (PV), sendo: prazo de 8 meses, taxa de 2% a.m. e valor de R$ 1.800,00?

R.: R$ 2.088,00

Calcule o valor presente de uma aplicação efetuada há 45 dias, à taxa de 3,50% ao bimestre, que tem como resgate R$ 14.230,00.

R.: R$ 13.866,02

ReferênciasCASTELO BRANCO, A. C. Matemática financeira aplicada. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002.

FARIA, R. G. Mercado financeiro: instrumentos e operações. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2003.

MATHIAS, W. F.; GOMES, J. M. Matemática financeira. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2000.

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Page 101: Logística_Apostila.pdf

Capitalização composta

Profa. Ma. Elaine Silvia Pasquini

Objetivos:Proporcionar ao aluno conhecimentos sobre matemática apli-

cada a finanças;

Habilitá-lo para a correta utilização nas operações do mercado financeiro e de capitais;

Disponibilizando as ferramentas necessárias para a solução de problemas de ordens acadêmica e profissional;

Proporcionar, mediante definições financeiras básicas, conhe-cimentos fundamentais da gestão financeira e sua importância

no mundo atual.

Palavras-chave:Dinheiro; tempo; taxa; juro; capitalização composta.

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Logística e gestão

Page 102: Logística_Apostila.pdf

Capitalização composta ou exponencialO regime de capitalização composta é diferente do que vimos até agora, pois nele a taxa de

juros incide sobre o capital inicial e também sobre os juros acumulados até o período anterior.

Detalhando: no caso da capitalização composta, os juros são calculados não no final do prazo, mas sim no final de cada período. Ou seja, os juros do período “a” são adicionados ao capital inicial e sobre esse montante são calculados os juros do período “b”, que por sua vez será adicionado ao montante anterior, resultando num novo montante que será base de cálculo para o período seguinte, e assim sucessivamente.

MontanteNo capítulo anterior desenvolvemos o raciocínio da capitalização simples e chegamos à

seguinte fórmula algébrica:

FV = PV (1 + i n)

Usando a fórmula acima, seguiremos o raciocínio para desenvolver o cálculo (período a período) para encontrarmos o montante a partir dos dados seguintes:

PV = 1.000,00

n = 3 meses

i = 5% a.m.

Lembrete: Para usar na fórmula é necessário dividir a taxa por 100.

Importante: Esta mesma fórmula será usada quando quisermos acumular taxas de juros compostos.

1º. mês – O capital é de R$ 1.000,00

FV = 1.000,00 x (1 + 0,05 x 1) = 1.050,00

2º. mês – O capital agora é R$ 1.050,00

FV = 1.050,00 x (1 + 0,05 x 1) = 1.102,50

3º. mês – O capital nesse instante é R$ 1.102,50

FV = 1.102,50 x (1 + 0,05 x 1) = 1.157,63

Isso significa:

FV = PV x (1 + i) x (1 + i) x (1 + i)

FV = 1.000,00 x (1 + 0,05) x (1 + 0,05) x (1+ 0,05)

Daí terá:

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Page 103: Logística_Apostila.pdf

FV = 1.000,00 (1 + 0,05)3 = R$ 1.157,63

E assim chegamos à fórmula geral:

FV = PV (1 + i)n

em que:

(1 + i)n é chamado de fator de acumulação de capital (FAC) ou fator de capitalização para pagamento único.

Farei uma aplicação de R$ 1.500,00, à taxa de 3,2% a.m. Qual o valor de resgate (FV) ao final de 7 meses?

Utilizando a fórmula FV = PV (1 + i), teremos:

7

FV = 1.500,00 x (1 + 0,032)

FV = 1.870,03

Cálculo do valor presente:

FV = PV (1 + i)n

Se:

Então: PV = FV

(1 + i) n

Qual o capital que deverá ser aplicado hoje para obter-se o montante de R$ 1.157,63 daqui a 3 meses, à taxa de 5% a.m.?

Substituindo os valores na fórmula, teremos:

PV = 1.157,63 = 1.000,00

(1 + 0,05)3

FV = PV (1 + i)n

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Page 104: Logística_Apostila.pdf

Exercícios

1) Para obter um montante de R$ 5.000,00 daqui a 6 meses, que valor devo aplicar hoje, sabendo que a taxa prefixada para uma deter-minada aplicação está em 1,02% a.m.?

R.: R$ 4.704,63

2) Aplicando R$ 2.500,00 para resgate daqui a 2 meses, com taxa prefixada de 1,09% a.m., qual o valor de resgate?

R.: R$ 2.554,80

Fluxo de caixaAté então, resolvemos os exercícios pela

fórmula algébrica. A partir deste módulo, co-meçaremos a trabalhar também com fluxo de caixa (gráfico).

Entendendo:

O fluxo de caixa permite a visualização da operação proposta, para facilitar seu entendi-mento. É representado por uma linha horizontal, chamada linha do tempo, que pode ser expressa em dias, meses, anos etc. (como já dissemos anteriormente, é o período).

Modelo

0 1 2 3 4 5

Nesse gráfico aparecem também as setas verticais, que representam entradas e saídas de dinheiro. A seta indica entrada de dinheiro quan-do está voltada para cima, e saída de dinheiro quando aponta para baixo.

Entrada R$

Saída R$

Observe: Os valores representados por setas voltadas para baixo devem ser sempre digitados na calculadora com sinal negativo, pois significam saídas de caixa.

Na calculadora financeira utilizamos as se-guintes teclas, com seus respectivos signifi-cados:

Teclas Significado

n __________________prazo

i ____________________taxa (representada

na forma percentual)

PV __________________valor presente ou atual

PMT ________________valor das prestações

ou pagamentos

FV __________________valor futuro ou montante

Observações:

As operações, quando usadas, não exigem uma determinada ordem. Isto

significa que poderemos iniciar a resolução da operação utilizando as teclas acima em qual-quer sequência, bastando informar os dados da questão matematicamente.

Prazo e taxa devem ser informados na mesma unidade de tempo.

A taxa de juros deve ser indicada na forma percentual (%).

Vamos fazer juntos o seguinte exercício:

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Page 105: Logística_Apostila.pdf

Fluxo de caixa

Lembrete: PV (seta para baixo) deve ser digitado como valor negativo

R.: O meu valor futuro ou montante é R$ 2.554,80

Como reforço dos conceitos já vistos, propomos mais um exercício: considere o seguinte valor futuro, e calcule o valor presente:

R.: Portanto o meu valor presente, ou capital é R$ 4.704,63

Lembrete: Ao calcularmos juros compostos, não podemos mais dividir ou multiplicar a taxa de juros, pois são taxas compostas. Futuramente veremos como fazer esse tipo de cálculo. A partir de agora, para igualarmos prazo e taxa, alteraremos apenas o prazo.

Exercícios

Para obter R$ 4.680,00 dentro de seis meses, quanto você deverá aplicar hoje num fundo que rende 2,197% ao trimestre?

R.: R$ 4.480,94

Qual o montante de uma aplicação feita à taxa de 2,23% a.m., pelo prazo de 3 meses, partindo de um valor inicial de R$ 950,00?

R.: R$ 1.014,98

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Page 106: Logística_Apostila.pdf

Diferença entre os regimes de juros

Analisando as tabelas 1 e 2, vemos clara-mente a diferença entre os regimes de capitali-zação, considerando uma taxa de 5% a.m.

Período Capital Juros Montante

(n) (PV) (J) (FV)

1 50.000 2.500 52.500

2 50.000 2.500 55.000

3 50.000 2.500 57.500

Tabela 1 – Juros simples

Tabela 2 – Juros compostos

Período Capital Juros Montante

(n) (PV) (J) (FV)

1 50.000 2.500 52.500

2 52.500 2.625 55.125

3 55.125 2.756 57.881

Observe com atenção os capitais no segundo e no terceiro períodos. Notou a di-ferença?

Taxas equivalentesChamamos duas taxas de equivalentes

quando elas resultam no mesmo montante, considerando-se as mesmas condições de capital e prazo da aplicação.

Já vimos em capitalização simples o con-ceito de taxa proporcional, o que não deve ser confundido com taxas equivalentes.

Fórmula genérica

n quero/n tenho

i quero = { [ (1 + i) -1 ] x 100}

em que:

iq = taxa para o prazo que eu quero;

it = taxa para o prazo que eu tenho;

Atenção: Vamos trabalhar com uma fór-mula algébrica, portanto a taxa deve aparecer na forma decimal (dividida por 100).

q = prazo que eu quero;

t = prazo que eu tenho.

Os prazos serão informados em números de dias, meses, anos etc.

Exemplo 1Tenho a taxa de 26,8242% a.a. (360 dias)

e quero a taxa mensal (30 dias).

Vamos transportar os dados para a fór-mula:

im =

ou

R.: A taxa para um mês é de 2,00%

Exemplo 2Temos a taxa de 2% a.m. e queremos a

taxa equivalente para 35 dias.

Vamos montar a fórmula:

i35d =

Universidade Metodista de São Paulo

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Page 107: Logística_Apostila.pdf

Observação: Neste caso, um dos períodos é de 35 dias, não correspondendo a mês cheio, portanto temos de trabalhar, necessariamente, com quantidade de dias.

R.: A taxa para 35 dias é de 2,3372%

Siga o mesmo raciocínio para fazer alguns exercícios de fixação e veja como você consegue calcular as taxas equivalentes:

1) tenho:

i = 2,48% a.m.

quero: 12 meses

R.: 34,17% a.a.

2) tenho:

i = 153,24% a.a.

quero: 1 mês

R.: 8,05% a.m.

quero: i33 dias

R.: 8,89% a.p.

quero: i 90 dias

R.: 26,15% a.p.

3) tenho:

i 35 dias = 7,95% a.p.

quero: i 360 dias

R.: 119,64% a.a.

quero: i 30 dias

R.: 6,78% a.m.

quero: i 1 dia

R.: 0,22% a.d.

ExercícioA empresa Socorro Ltda. pede ao

banco um empréstimo de R$ 12.500,00, por um prazo de 33 dias, a uma taxa de 89,5976% ao ano. Calcule o valor que será pago.

Fórmula algébrica:

FV = PV . (1 + i )

FV = 12.500,00 . (1 + 0,895976)

FV = 13.254,95

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Referências

CASTELO BRANCO, A. C. Matemática financeira aplicada. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002.

FARIA, R. G. Mercado financeiro: instrumentos e operações. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2003.

MATHIAS, W. F.; GOMES, J. M. Matemática financeira. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2000.

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Descontos

Objetivos:Proporcionar ao aluno conhecimentos sobre matemática na

modelagem Finanças;

Habilitá-lo para a correta utilização nas operações do Merca-do Financeiro e de Capitais;

Disponibilizar as ferramentas necessárias para a solução de problemas de ordens acadêmica e profissional;

Proporcionar, mediante definições financeiras básicas, co-nhecimentos fundamentais da gestão financeira e sua im-

portância no mundo atual.

Palavras-chave:Desconto; juro; valor principal.

Profa. Ma. Elaine Silvia Pasquini

Módulo

www.metodista.br/ead

Logística e gestão

Page 110: Logística_Apostila.pdf

Operações de curto prazo

Desconto simplesA operação de desconto consiste na

compra antecipada do dinheiro – você tem du-plicatas ou cheques, que podem ser negociados antes da data do seu vencimento. O negociador (geralmente, o banco), antecipa o valor a você (cliente), conforme um contrato formalizado anteriormente. Na hora de creditar o valor ao cliente, o negociador desconta o valor dos juros referentes ao período do adiantamento. Certa-mente, o cliente fica responsável por idoneidade/veracidade/pagamento do documento que está descontando. Ou seja, se a duplicata ou o cheque não for honrado, cabe ao cliente fazê-lo.

FactoringÉ uma modalidade idêntica à anterior, mas

a operação de desconto de papéis é feita por pequenas empresas.

Hot moneyNesta operação, a necessidade de di-

nheiro é de curtíssimo prazo. Atualmente, as instituições financeiras facilitam muito esse tipo de empréstimo, reservando parte do limite de crédito destinado ao cliente para essa ne-cessidade de caixa. A reposição desse capital, acrescido dos juros, costuma ser feita em até 10 vezes.

Conta garantidaEsta operação financeira é protegida pela

garantia de “papéis” existentes em poder do tomador. Precisando obter recursos, em troca ele antecipa o valor de seus papéis no merca-do. Tais papéis podem consistir em duplicatas, cheques, ouro.

Export notesEsta é uma modalidade de hedge (prote-

ção) cambial. Nesse caso, o cedente (tomador) cede formalmente seus direitos de crédito sobre contratos de exportação, em troca da antecipa-ção de recursos em moeda nacional.

Esse produto pode ser direcionado aos importadores que têm recursos para amparar a importação e querem também garantir o valor dos seus reais em dólares, além de obter ganhos resultantes de juros sobre tais aplicações.

Commercial papersTrata-se de títulos a curto prazo, utilizados

no comércio entre países. Os acordos inter-nacionais de comércio procuram aperfeiçoar as relações de troca, sempre visando à mútua cooperação e integração econômica. A impor-tância desses acordos internacionais aumenta em momentos de crise, quando a concentração de recursos naturais, tecnológicos e financeiros em determinados países provoca a falta de cir-culação da moeda.

DescontoO desconto é a parcela que o banco

cobra por antecipar recursos aos clientes que tem duplicatas, cheques ou títulos a receber futuramente.

A operação de desconto é realizada quando se conhece o valor futuro de um título (o valor do título no seu vencimento) e se quer determinar o seu valor presente (saber quanto esse título vale hoje). Certamente, o valor atual pago pelo banco é menor do que o valor no-minal do título, pois haverá o desconto do juro relativo ao prazo de antecipação.

Cálculo para se obter o valor do desconto

D = FV . d . n

30

em que:

D = valor do desconto;

FV = valor do título no seu vencimento;

d = taxa de desconto (será dividida por 30, pois o Banco divulga a taxa mensal);

n, t ou p = prazo (número de dias corridos entre a data da operação e do vencimento da duplicata).

Um comerciante precisa saber qual o valor a ser descontado em uma duplicata no valor de R$ 30.000,00 (FV) apresentada ao banco hoje, com

previsão de vencimento em 25 dias (n). Sabemos que a taxa de desconto (d) é de 3,80% ao mês.

Vamos substituir os dados.

Universidade Metodista de São Paulo

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Page 111: Logística_Apostila.pdf

Lembrete: Nesta fórmula, a taxa (d) tem de ser apresentada na forma decimal, bastando dividir a taxa expressa por 100.

Então:

D = R$ 30.000,00 . 0,0380 . 25

30

R.: D = R$ 950,00

Cálculo para se obter o valor presente de um título que foi descontado

Valor presente é o nome dado ao valor que será creditado na conta do cliente, quando é realizada uma operação de desconto.

Temos:

PV = FV – D

em que:

PV = valor presente (valor que o título representa hoje);

FV = valor futuro (valor do título no seu vencimento);

D = valor do desconto.

Voltando ao exemplo anterior, temos então:

PV = 30.000,00 – 950,00

PV = R$ 29.050,00 (este é o valor que será creditado na conta do cliente).

Exercite um pouco

Descubra o valor do desconto e o valor a ser creditado ao cliente na operação abaixo:

• valor da duplicata: R$ 15.000,00;

• taxa de desconto: 4% a.m.;

• prazo: 37 dias.

R.: Valor do desconto: R$ 740,00

Valor creditado ao cliente: R$ 14.260,00

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Page 112: Logística_Apostila.pdf

Faça o cálculo de qual será o desconto e qual o valor a ser creditado ao cliente na operação a seguir:

· valor da duplicata = R$ 38.000,00;

· prazo de vencimento da duplicata (n) = 16 dias;

· taxa de desconto (d) = 4,20% a.m.

R.: Valor do desconto: R$ 851,20

Valor que será creditado ao cliente: R$ 37.148,80

Cálculo para se obter a taxa efetiva numa operação de descontoDamos o nome de taxa efetiva à taxa de juros aplicada numa operação de desconto.

Para calcular a taxa efetiva de juros, partimos do valor que será creditado ao cliente (PV). Para calcular a taxa de desconto, partimos do valor do título no seu vencimento (FV). Assim, numa operação de desconto, considerando-se um mesmo prazo, a taxa de desconto é sempre menor do que a taxa efetiva de juros.

em que:

i = taxa efetiva de juros;

D = valor do desconto ( já sabemos calcular);

PV = valor que será creditado ao cliente.

Exemplo

Calcule a taxa efetiva mensal de juros paga por um cliente seu numa operação de desconto assim realizada:

· valor do título: R$ 17.000,00;

· prazo de vencimento do título: 45 dias;

· taxa de desconto: 4% a.m.

1º passo: encontrar o valor do desconto e o valor que será creditado ao cliente.

Substituindo na fórmula do desconto e valor presente, temos:

D = 17.000,00 . 0,04 . 45 Valor do desconto: R$ 1.020,00

30

PV = 17.000,00 – 1.020,00 Valor creditado ao cliente: R$ 15.980,00

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Page 113: Logística_Apostila.pdf

2º passo: encontrar a taxa efetiva de juros do período.

Substituindo na fórmula:

R.: A taxa efetiva mensal nesta operação é de R$ 4,21% a.m.

Treine um pouco fazendo os exercícios a seguir

Numa operação de desconto, o valor da duplicata é de R$ 9.500,00, o prazo é de 21 dias e a taxa de desconto é de 3,5% a.m. Calcule a taxa efetiva de juros do período e mensal.

R.: 3,61% a.m. e 2,51% a.p.

Encontre a taxa efetiva numa operação de desconto, em que temos taxa de desconto de 3,80% a.m. e prazo de 30 dias para um título no valor de R$ 35.000,00.

R.: 3,95% a.m.

Atenção: Os próximos exercícios nos darão uma noção bastante clara da diferença entre a taxa de juros e a taxa de desconto. Assim, utilizamos exemplos comuns ao nosso dia-a-dia.

Determinada mercadoria custa R$ 500,00 para pagamento em 30 dias; se comprada à vista, a loja

concede um desconto de 8%. Calcule o valor a ser pago na compra à vista.

R.: D = R$ 460,00

Com base no preço à vista do exercício anterior, calcule a taxa de juros que a loja cobra sobre o

preço à vista para chegar nos R$ 500,00 na venda a prazo.

R.: i = 8,70% a.m.

Taxa de juros

Taxa nominalChamamos de nominal a taxa utilizada nas opera-

ções correntes, como aplicações financeiras, contratos de empréstimos e financiamentos etc.

Essa taxa costuma constar por escrito em um do-

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i = [ (1 + 0,0202) x (1 + 0,0224) x (1 + 0,0316) x (1 + 0,0217) – 1 ] x 10 = ???

Exercícios

Uma pessoa depositou o valor de R$ 1.800,00 em uma caderneta de poupança no dia 24/10/1997, para resgatar em 24/01/1998. Os índices foram os seguintes:

· 1º. período = 1,863%;

· 2º. período = 1,991%;

· 3º. período = 2,95%.

Calcule o índice acumulado no período e o valor de resgate.

R.: 6,9559% a.p. e R$ 1.925,21.

Descubra as taxas nominais da cader-neta de poupança, acumulando a taxa

real com a T.R.

T.R. Taxa real Taxa nominal

1,83% 0,5% _______

1,36% 0,5% _______

R.: 2,3392% a.p.

1,8668% a.p.

Taxa realSeu cálculo é feito a partir da taxa nominal,

descontando-se os efeitos inflacionários. Visa definir o quanto se ganhou ou perdeu, descon-siderando a inflação.

cumento, por exemplo, um contrato ou título de crédito.

No seu cálculo são considerados as-pectos como o ganho estimado pelo agente financeiro, a expectativa de inflação e também a possibilidade de risco.

Fórmula para saber a taxa nominal

em que:

iN = taxa nominal;

iR = taxa real;

INFL = índice de inflação.

Observe este exemplo: faremos um cálculo de taxa nominal, considerando um índice de in-flação de 3,22% no mês e uma taxa de juros real de 3,80% a.m. Vamos substituir na fórmula:

iN = [ (1 + 0,038) x (1 + 0,0322) – 1 ] x 100

Lembrete: Para serem usadas em fórmulas al-gébricas, as taxas foram divididas por 100

Importante: Esta mesma fórmula será usada quando quisermos acumular taxas de juros compostos.

Calcule o rendimento acumulado de uma aplicação financeira que rendeu no primeiro quadrimestre do ano:

· janeiro: 2,02%;

· fevereiro: 2,24%;

· março: 3,16%;

· abril: 2,17%.

Substituindo na fórmula:

Fórmula

em que:

iR = taxa real;

iN = taxa nominal;

INFL = índice de inflação.

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Page 115: Logística_Apostila.pdf

Importante: Devemos observar que é importante considerar o efeito inflacionário para que seu capital não seja desvalorizado. Por exemplo, considere um bem que você comprou há 2 anos – você consegue comprá-lo pelo mesmo preço este ano? Você encontra autores que não consideram o valor da inflação, apenas o dos juros. Nesse caso, basta não considerar este valor na fórmula.

Exemplo

Calcule a taxa real, sabendo que o índice de inflação é de 3,22% no mês, e a taxa nominal é de 7,14% a.m.

Fazendo as substituições:

Importante: Sempre que for preciso “tirar” qualquer taxa de uma taxa nominal, usare-mos esta mesma fórmula

Exemplo

Considerando uma taxa real de 3,80% a.m., calcule qual a inflação incluída na taxa nominal de 7,14% a.m.

Vamos substituir na fórmula:

Exercícios

Considerando uma taxa real de 15,32% a.p., faça o cálculo da inflação contida na taxa no-

minal de 17,21% a.p.

R.: A inflação no período foi de 1,64%.

Calcule o ganho real obtido numa aplicação financeira que rendeu 2,58% no mês, sabendo

que a inflação do mesmo período foi 0,38%.

R.: A taxa real foi de 2,19% a.m.

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Referências

CASTELO BRANCO, A. C. Matemática financeira aplicada. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002.

FARIA, R. G. Mercado financeiro: instrumentos e operações. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2003.

MATHIAS, W. F.; GOMES, J. M. Matemática financeira. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2000.

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Gestão de equipes

Prof. Dr. Rovilson Dias da Silva

Objetivos:Mostrar que o trabalho em grupo sempre existiu, e é de vital

importância para a sociedade e organização;Apresentar as diferenças entre grupo e equipe;

Esclarecer que as organizações estão atribuindo maiores res-ponsabilidades aos empregados, reduzindo os

níveis hierárquicos;Identificar os critérios para a formação das equipes e suas várias etapas até equipes de alto desempenho.

Palavras-chave:Equipes; equipes de alto desempenho; grupo; trabalho em

equipe; liderança; alto desempenho; alta performance e motivação.

Módulo

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Logística e gestão

Page 118: Logística_Apostila.pdf

IntroduçãoO trabalho em grupo é muito antigo. Desde os grupos

de caçadores da Antiguidade até os grupos de mestres--aprendizes das corporações de ofício, o trabalho sempre guardou uma característica grupal. Posteriormente, Henry Ford, fundador da empresa automobilística Ford, criou a li-nha de montagem, a qual nada mais era senão um trabalho grupal, visto que um dependia do trabalho do outro. A partir de meados da década de 80, as experiências japonesas com trabalho em grupo, empowerment (delegar poder de decisão às pessoas mais próximas ao cliente), autonomia, entre outros, ganham força. E, no início dos anos 90, houve a expansão do trabalho em grupo. Diante de um cenário com competições acirradas por mercado interno e além das fronteiras, as organizações perceberam que as pessoas são fundamentais. Consequentemente em vez de manter um controle máximo sobre seus empre-gados, as organizações estão valorizando mais as pessoas para manterem-se competitivas, e o trabalho em equipe favorece isto.

Formação de equipesMuitas empresas tendem a implementar equipes sem ne-

nhum critério, apenas por ouvirem falar que dão certo. Porém, para ser uma equipe, os indivíduos necessitam de colaboração mútua e integrada. Uma equipe não é um grupo de pessoas que trabalham juntas, assim temos, segundo dois estudiosos desse tema, Katzembach e Douglas, que o desempenho de um grupo de trabalho é resultado da soma dos desempenhos individuais. O desempenho de uma equipe, além de incluir os resultados individuais, inclui o chamado resultado coletivo. E isso reflete a real contribuição dos membros de uma equipe.

Utilidades de uma equipe: recursos crescentes para resolver problemas, estímulo à criatividade e à inovação, aperfeiçoamento da qualidade decisória, aumento do compromisso dos membros para com as tarefas, aumento da motivação em função da ação coletiva e ajuda e controle à dis-ciplina dos membros.

Para se desenvolver uma equipe, vários estágios são percorridos, pois é necessário conhecer quem serão os integrantes, havendo uma formação, um período de turbulência, devido aos con-flitos intergrupais, resistências e conflito em relação à liderança. Isso termina quando existe uma hierarquia de liderança clara e um consenso sobre a direção a seguir.

Etapas para uma equipe autogeridaUma equipe pode se tornar autogerida. Para isso algumas etapas são vitais. Na equipe inicial

há uma supervisão formal, delegação gradual de deveres. Nas responsabilidades do supervisor estão inclusas atividades, como ajudar a equipe a moldar seus propósitos, desenvolver compro-misso e confiança, trabalhar com outros membros, entre outras. Sequencialmente, na equipe de transição, temos um líder que coordena as atividades, líder que administra relações fronteiriças, e os membros se tornam responsáveis pelas atividades cotidianas.

Na equipe experiente, o líder se transforma em coordenador. Coleta dados e fornece feedback (fornecer retorno sobre o desempenho).

Nesse estágio a equipe é autogerida em relação as suas tarefas cotidianas. Finalmente, na equipe madura, os membros são inteiramente responsáveis pelo seu trabalho, e o coordenador só atua quando solicitado. As características dos membros são: habilidades sociais e técnicas, valores e personalidade.

Linha de montagem criada por Henry Ford.

imagem 1

Para ser uma equipe, os indiví-duos neces sitam de cola bo ração mútua e integrada.

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Page 119: Logística_Apostila.pdf

Habilidades desejáveis às equipes de alto desempenho:

· Habilidades técnicas, conhecimento concei-tual e prático, familiaridade com as habilida-des técnicas dos outros membros;

· Habilidades administrativas, realização de reuniões, entrevistas, avaliação, disciplina, negociação, análise de relatórios, definição de cronogramas, planejamento, medição de desempenho, gestão de reclamações e de diversidade;

· Habilidades interpessoais, comunicação e resolução de conflitos;

· Habilidades decisórias e de resolução de problemas, processo racional de tomada de decisões e análise de dados;

· Valores – atitudes e comportamentos;

· Personalidade – dinâmica interpessoal.

Além do exposto acima, uma equipe necessita ter claros os papéis dos seus membros, otimizando assim a atuação de todos. Uma relação é fundamental entre coesão, normas de desempenho e produtividade. Assim como são fatores-chave para a eficiência de uma equipe a motivação, resolução de conflitos, diversidade, comu-nicação e o ouvir atentamente.

Tomada de decisão em equipeHá vantagens potenciais, como maior conjunto de informações, várias perspectivas e abor-

dagens, estimulação intelectual, as pessoas entendem a decisão e as pessoas são compromissadas com a decisão. Por outro lado, temos as desvantagens: quando uma pessoa domina, pensamento grupal e deslocamento de metas.

Por sua vez, a liderança evita dominação, encoraja participação, evita pensamento grupal e aceitação por exaustão e recorda metas. Um conflito construtivo é gerado ao esclarecer diferenças legítimas, relativo à tarefa e impessoal. Ao unir a liderança e o conflito construtivo, haverá uma tomada de decisão em equipe eficaz. Tal equipe valoriza a criatividade e a estimula por meio de brainstorm (método utilizado para levantar novas ideias). E ao final, a melhor alternativa é tomada.

Para o sucessoIsso pode se dar por meio de medidas efetivas que tenham impacto direto nos membros da

equipe, tais como,reconceba o trabalho: Concentre-se em algumas questões estratégicas, organize as equipes em torno de processos, amplie as responsabilidades, forneça feedback imediato, ga-ranta acesso a suporte (técnico, etc.), não exagere; Reconceba o sistema de remuneração: Associe aumentos e aprendizado, crie amplas faixas salariais, bonifique e valorize o desenvolvimento de novas habilidades; Reconceba o sistema de informações; Defina metas de desempenho específicas e ambiciosas para a equipe; Tenha grupos pequenos; Modifique ou elimine avaliações de desem-penho individuais; Crie o ambiente de trabalho certo e intervenha quando a equipe atolar.

Na equipe madura, os membros são inteiramente respon-sáveis pelo seu trabalho, e o coordenador só atua quando solicitado

Banco de imagens

A liderança evita domi-nação, encoraja partici-

pação, evita pensamento grupal e aceitação por

exaustão e recorda metas.

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Page 120: Logística_Apostila.pdf

ConclusãoFrente a um mercado cada vez mais competitivo, tem-se a necessidade de uma forma eficiente

de obter alta performance com as pessoas. Eis que então se inicia uma valorização do trabalho em equipe. Muitas das novas tecnologias, dos novos formatos organizacionais e processos recentes têm assumido que os empregados trabalham em equipes; as equipes têm sido chamadas de ele-mento fundamental da construção da organização de hoje. Esta ênfase ao trabalho em equipe tem sido considerada, por muitos especialistas, como um fator essencial na organização atual. Por sua própria natureza, o homem não consegue ser auto- suficiente isoladamente, todos necessitam de outrem para interagir, gerando necessidades ou atendendo expectativas. Na organização não é diferente; nenhum trabalho se conclui pelo esforço de um único indivíduo, seja ele de qualquer natureza, sempre necessitará de integração e trabalho em conjunto, o qual pode ser viabilizador positivo quando as forças se concentram numa mesma direção, contudo, sem desprezar os anseios e desejos individuais, ou seja, as pessoas.

ReferênciasCHIAVENATO, I. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. Rio de Janeiro: Campus, 1999.

____________ .Recursos humanos. São Paulo: Atlas, 1997.

FLEURY, Maria Tereza Leme et al. As Pessoas na organização. S. Paulo: Gente, 2002.

GEORGE W. Administração de recursos humanos. São Paulo: Pioneira Thomson Leraning, 2003.?p.

KATZENBACH, Jon R.; Smith, Douglas K. The discipline of teams. Harvard Business Review, March/April 1993.

MAXIMIANO, Antonio Amaru. Teoria geral da administração. São Paulo: Atlas, 2002.

WOOD Jr, T. Gestão empresarial: o fator humano. Cidade: Atlas, 2002.

Referência de imagensimagem 1

Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Henry_Ford>.

Acesso em : 10 dez 2006

Universidade Metodista de São Paulo

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Page 121: Logística_Apostila.pdf

Liderança, motivação e trabalho em equipe:

O que eles têm em comum?

Objetivos:Abordar os principais aspectos da liderança

e os tipos de líderes;Identificar as teorias da motivação, seu processo

e o seu conteúdo;Abordar o trabalho em equipe e os aspectos que

influenciam a sua formação e os seus integrantes;Identificar o que liderança, motivação e o traba-

lho em equipe têm em comum.

Palavras-chaves: liderança; motivação e trabalho em equipe.

Prof. Me. Kleber dos Santos RibeiroProf. Dr. Rovilson Dias da Silva

Módulo

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Logística e gestão

Page 122: Logística_Apostila.pdf

Introdução:

Este texto tem como objetivo identificar a relação entre a liderança, a motivação e o trabalho em equipe, apontando o que eles têm em comum. Para isso, vamos abordar, primeiramente, seus conceitos principais.

O que é Liderança?

Segundo Maximiano (2004), liderança conota imponência, lembrando personagens do passado, que possuíam poderes sobrenaturais. No entanto, pessoas que exercem liderança são comuns

A liderança não é importante só para os estadistas, fundadores de nações ou líderes religiosos, as funções desenvolvidas com esta habilidade podem servir para técnicos de equipes esportivas, comandantes militares, maestros de grupos musicais, docentes, gestores de organizações, gestores do lar e muitas outras atividades.

Um bom líder sabe da necessidade da participação de outras pessoas na rea-lização de tarefas, pois, normalmente, a liderança é avaliada pelo sucesso ou fracasso da sua equipe, no alcance das

metas traçadas.

Portanto,Liderança é a capacidade de direcionar colaboradores para o alcance de metas e objetivos fixados. O contato físico ou temporal não interfere diretamente na questão da liderança. Por exemplo: os líderes religiosos e os cientistas influenciam os seus seguidores por meio de seus escritos, e não com a sua presença.

O que é Autoridade Formal? A Autoridade formal, diferentemente da liderança, é estabelecida na organização, por meio

do organograma. Por exemplo: para que uma linha de produção funcione, é necessário que se tenha encarregados, supervisores, gerentes e outros cargos, já previstos na hierarquia da organi-zação, com tarefas definidas.

As pessoas que ocupam estes cargos, exercem suas funções baseados em parâmetros im-pessoais, por um determinado período de tempo. Enquanto a pessoa permanecer no cargo, a empresa delega a ele as responsabilidades de tomar decisões e de gerir os seus subordinados; relação baseada no conceito da divisão do trabalho.

O empregado deve responder ao seu superior (encarregado, supervisor, etc.). Esta relação, estabelecida entre o ocupante do cargo e o subordinado, observa os limites previamente estabe-lecidos.

Quais são as diferenças entre a Autoridade Formal e a liderança?As diferenças entre a Liderança e a Autoridade Formal estão relacionadas à pessoa. Por

exemplo: em uma situação de greve, tem-se numa empresa: o presidente da mesma, que possui a Autoridade Formal, concedida a ele pelo conselho diretor da organização; e o líder sindical que consegue movimentar os seus liderados com o objetivo de fazer a greve. O sindicato não exerce autoridade formal sobre os trabalhadores, mas sim uma liderança informal. A diferença é que o

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presidente pode determinar regras, já o líder sindical propõe a sua missão e essa é seguida pelos seus liderados.

Veja o quadro comparativo:

Autoridade formal Liderança

Fundamenta-se em regimentos que instituem os cargos e os seus respectivos limites de direção e autoridade;

Fundamenta-se na crença dos liderados com relação à mis-são do líder e no interesse em segui-lo;

O respeito e a obediência estão relacionados à posição (cargo) e não às pessoas;

O liderado que segue a missão do líder, se submete a ela;

As relações são regidas por nor-mas (leis) já estabelecidas;

As dificuldades são soluciona-das pelo líder;

Possui limite de tempo, espaço, social e organizacional;

O limite está relacionado ao gru-po de liderados que a segue por acreditar, ou por necessidade;

Exerce poder para obrigar os subordinados a cumprirem as determinações;

O poder é mensurado pela quantidade de seguidores;

A autoridade formal não está relacionada a pessoa, é apenas um cargo na organização; já o líder é uma pessoa que pode ou não possuir um cargo de destaque, mas que as pessoas decidem seguir, por causa da sua missão.

Quais são os tipos de lideranças?Existem vários tipos de lideranças, mas podemos

identificar três principais :

· O que tem a capacidade de criar ideias magnífi-cas e movimenta grandes quantidades de pessoas para concretiza-las; · O que interpreta as pessoas, com habilidade de clari-ficar os sentimentos e pensamentos que estão ocultos a todos; · O que representa as pessoas, ou seja, que objetiva ape-nas expressar a posição previamente definida no grupo.

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O que é motivação?

Muito se fala sobre motivação para estudar, ganhar dinheiro, ou até para não fazer nada. Motivação é o conjunto dos motivos que geram um comportamento, seja ele qual for. Segundo Maximiano (2004 p.275), essa energia possui três qualidades:

· Direção: para onde as motivações levam o comportamento;

· Intensidade: a amplitude das motivações;

· Permanência: a longevidade das motivações.

A motivação é singular, isso quer dizer que, as motivações não são as mesmas para todas as áreas da vida. Por exemplo: a pessoa pode estar muito motivada para iniciar o trabalho na nova função e estar sem motivação para ir a universidade. Não encontramos o estado de motivação plena, pois ela varia de acordo com as atividades.

Para podermos compreender melhor a motivação, vamos abordar, abaixo, as suas teorias, que estão separadas em dois grandes grupos: a Teoria de Processo e a Teoria do Conteúdo.

A Teoria de ProcessoA teoria do processo tem como objetivo identificar o funcionamento das motivações. Dentre

as principais posições desta teoria, podemos destacar:

• O modelo do comportamento: tem como objetivo explicar os motivos que geram os comportamentos, baseado em três possibilidades:

• O comportamento é sempre motivado;

• O comportamento é direcionado pela realização do objetivo;

• A procura por alcançar os objetivos, pode gerar inquietude, conflito e ansiedade.

• A teoria da expectativa: supõe que a motivação está diretamente ligada ao resultado pretendido. Nesta teoria, a motivação é resultado da multiplicação da crença na impor-tância do resultado;

• Behaviorismo: é baseado em estudos dos comportamentos que se fundamenta em experiências com animais, mas aponta elementos que podem nos auxiliar no entendi-mento das motivações. São eles: condicionamento operante, reforço positivo, punição, programação de estímulos, extinção e modificação do comportamento;

• Teoria da equidade: nesta teoria o equilíbrio é o principal ponto a ser destacado. Para ela os esforços devem ser proporcionais aos resultados obtidos. Se duas pessoas realizam a mesma atividade, a remuneração deve igual. Isso justifica as reações das pessoas que perdem a motivação, devido ao fato de seu esforço não estar sendo tão reconhecido quanto o do outro.

Na teoria de processo, os autores procuraram explicar como as motivações agem e qual o resultado esperado em cada uma das situações. Já na teoria de conteúdo, que veremos abaixo o objetivo é identificar as influências que podem motivar as pessoas.

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A Teoria de ConteúdoEsta teoria tem como objetivo identificar quais os fatores que motivam as pessoas. Podemos

destacar algumas posições:

· Teorias Clássicas: estas teorias foram propostas por filósofos gregos. Baseados no conceito de felicidade, eles apontaram quatro hipóteses sobre a motivação:

· Econômico-Racional: a motivação é sempre voltada ao ganho e o objetivo é possuir bens materiais; · Social: a motivação é estar inserida no grupo e os objetivos são ser reconhecidos e aceito no grupo;

· Auto-realizador: a motivação é a satisfação interior;

· Complexo: neste caso, a motivação não é fruto de apenas uma das situações anteriores, mas sim de vários motivos.

· Teorias das necessidades: a mais moderna justificativa para o conteúdo das motivações é o estudo das necessidades humanas. A relação se dá de acordo com a intensidade das necessida-des: quanto maior a necessidade, mais intensas são as motivações que geram o comportamento. Atendida a necessidade, as motivações se extinguem, pois existiam em função dela e consequen-temente o comportamento deixa de existir.

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Podemos separar as necessidades huma-nas em dois grandes grupos:

• Necessidades Básicas: estão relacio-nadas à condição de sobrevivência humana, tais como: alimentação, reprodução, abrigo e segurança;

• Necessidades adquiridas: são as adquiridas ou desenvolvidas através de treinamento, experiência, convívio com outros indivíduos, pela inserção dos valores da sociedade ou devido à personalidade.

O estudo das necessidades, também foi desenvolvido por outros autores como: Abraham Maslow, Clayton Alderfer e David Mc-Clelland (MAXIMIANO, 2004).

• Frustração: é o resultado de uma ne-cessidade satisfeita, ou uma sensação de falta e equilíbrio, e isto gera mo-dificações no comportamento do ser humano. Dentre os comportamentos que surgem com a frustração estão: a fuga, o desânimo e ataques físicos e verbais somados aos sentimentos de hostilidade.

• Teorias dos dois fatores: para Herz-berg (MAXIMIANO, 2004): “a motiva-ção é gerada na relação entre o am-biente e o próprio trabalho”. Abaixo seque alguns itens relacionados aos dois fatores:

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• Fatores do próprio trabalho: harmonia entre a qualificação pessoal e a tarefa executa-da, sentimento de bem-estar por realizar algo importante, oportunidade de promoção, reconhecimento pelo trabalho realizado, entre outros;

• Fatores do ambiente de trabalho: estilo de liderança, o relacionamento com a equipe, a remuneração, condições e segurança do estabelecimento, entre outros.

Após apresentar as teorias que identificam o funcionamento e o conteúdo das motivações, vamos abordar um dos aspectos que pode ou não gerar motivação. O desafio do trabalho em grupo nas organizações.

O que é trabalho em equipe? Antes de tratarmos sobre o trabalho em equipe, precisamos definir o que é uma equipe.

Segundo Daft (1999, p.356)

“equipe é uma unidade com duas ou mais pessoas que interagem e coordenam seu trabalho para conseguir atingir uma meta especifica”.

Podemos notar pelo menos três pontos importantes nesta definição: o primeiro é que uma equipe não pode ser formada por uma única pessoa; o segundo é a interação das pessoas na equipe, este ponto é muito importante, porque a interação não diz respeito a fazer atividades comuns, como ir almoçar em conjunto ou até mesmo voltar para casa no mesmo ônibus, mas sim ao relacionamento com outro individuo. O terceiro ponto diz respeito ao objetivo comum para a equipe. Por exemplo, os alunos em sala de aula, que dependendo da atividade que desenvolverão, são separados em equipes, que se integram na realização da mesma , com o objetivo de obter uma nota satisfatória.

Quais são os tipos de equipe?

Existem muitos tipos, como as equipes formais, informais, autodirigidas, entre outras. Vamos exemplificá-las :

• Equipes formais: são aquelas criadas com base na estrutura organizacional, com o objetivo de desenvolver um papel específico. Como departamentos, equipe de gerentes, projetos, etc. Podem ser classificadas em três tipos:

• Equipe vertical: é formada pelo supervisor e os empregados. Vale ressaltar que a hierar-quia é um ponto característico destas equipes, pois os supervisores, que formam uma equipe, possuem outro superior, até chegar a presidência da organização.

• Equipe horizontal: é formada por pessoas do mesmo grau de hierarquia, mas que parti-cipam de diversos departamentos. Normalmente, o objetivo dela é alcançar metas que foram definidas por meio da interação entre os seus membros;

• Equipe com propósito definido: é formada fora da organização, com o objetivo de criar novas ideias ou de relevância organizacional.

• Equipes informais: são aquelas que surgem da relação entre os indivíduos, sem necessariamente ter uma meta previamente definida. Normalmente, o propósito está relacionado ao social : como amigos, grupo do departamento com objetivos extra profissionais, entre outros.

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• Equipes autodirigidas: são aquelas que estimulam a participação dos empregados de níveis mais baixos na tomada de decisão e no direcionamento das atividades. Este pro-cesso foi o ponto chave para a revolução das organizações no Japão no século XX. Aos poucos, as organizações foram dando espaços para os empregados, formando as equipes de resolução de problemas, até chegar às equipes autodirigidas.

Após abordar os tipos de equipes, vamos ver quais os processos para formação de uma equipe.

Quais os passos para o desenvolvimento de uma equipe?

Após selecionar a equipe para o desenvolvimento da tarefa, existem alguns passos que podem leva-la a se desenvolver. É importante lembrar que é fundamental o papel do líder no desenvolvimento e amadurecimento da equipe.

Vamos aos passos cruciais para formação de uma equipe:

• Formação: neste momento, os integrantes se informam das metas e propostas para o traba-lho, conhecem os participantes da equipe e quais são as estratégias para a realização da atividade;

• Turbulência: acontece após o conhecimento entre os participantes; é quando as suas diferenças começam a serem expostas, gerando divergências, consequentemente, a con-frontação e o conflito entre eles. A discussão é o processo pelo qual o integrante pode expor seus pontos de vista, mas deve-se tomar cuidado com as divergências, pois essas podem criar outras equipes dentro da equipe, que pode resultar na exclusão de algum participante. O papel do líder é estimular o aparecimento das diferenças e administrá-las, estabelecendo limites;

• Normatização: para passar pela turbulência e entrar na normalidade, a equipe precisa resolver os conflitos criados anteriormente e criar uma norma de conduta para o convívio da equipe, resultando no comprometimento dos integrantes e na realização de atividades com coesão;

• Desempenho: nesse passo, o principal objetivo é o desenvolvimento das metas estipuladas. Para isso, são de-finidas as tarefas individuais, gerando o envolvimento dos participantes e a motivação para o desenvolvimento do objetivo comum.

• Suspensão ou Dissolução: ao finalizar a tarefa, as equipes com finalidade temporária são desfeitas, mas quando a equipe irá permanecer, para desen-volver outra tarefa, o líder tem o papel de fazer a transição entre o quinto e os primeiros três passos, com maior agilidade, com o objetivo de obter as metas esperadas.

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Tendo consciência dos passos acima, inerentes à existência da equipe, e sabendo que ela deve passar por eles, há a necessida-de do líder de desenvolver a ha-bilidade de gerir estas situações, com o objetivo de melhorar o de-sempenho da equipe. Estudado o desenvolvimento das equipes, vamos abordar os papeis dos in-tegrantes nas equipes.Qual o papel dos integrantes das equipes?

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Segundo Daft (1999), na identificação do papel dos integrantes na equipe destacam-se quatro tipos de papel que o integrante pode desempenhar:

• Especialista na tarefa: é a pessoa que se concentra no desenvolvimento da atividade, desconsiderando as necessidades humanas. Toda equipe precisa deste tipo de inte-grante, mas nem todos podem ser assim, do contrário as necessidades sociais não serão alcançadas;

• Dual: é a pessoa que desenvolve as tarefas e também interage. Este pode ser o líder;

• Não-participativo: é a pessoa que pouco contribui no desenvolvimento da tarefa e, também, com relação às necessidades do grupo. Este é o tipo de integrante que pouco agrega, mas pode provocar desavenças na equipe;

• Socioemocional: é a pessoa que passa a maior parte do seu tempo interagindo com os outros, e pouco auxilia no desenvolvimento das atividades. Ela é importante para a equipe, mas se todos os integrantes forem iguais, o objetivo não será alcançado.

Após estudar os papéis que cada integrante pode ter na equipe,vamos abordar as qualidades de uma equipe eficaz.

Quais as qualidades de uma equipe eficaz?Para que uma equipe seja eficaz e atinja os seus objetivos,

alguns elementos são básicos para que isso ocorra:

• Clima e ambiente de apoio: a organização precisa contribuir com a cultura baseada na colaboração e confiança, pois isso possibilita, à ela, cobrar o líder quanto à coerência com relação a equipe. Esse é um dos fatores que geram motivação na equipe.

• Transparência nas metas/atividades: antes do líder definir as responsabilidades para os integrantes, ele precisa conhecê-los. Cabe ao líder explanar de maneira clara e objetiva as metas e as contribuições que cada um dos membros deve dar, para que juntos possam alcançar o objetivo;

• Liderança: conduzir os liderados é uma das propostas para o líder, que também precisa motivar a equipe e dar o retorno parcial do desempenho das metas a alcançar.

• Habilidade interpessoal: todos os integrantes da equi-pe precisam dessa competência, garantido assim o desempenho colaborativo e a sinergia entre os mem-bros da equipe.

• Gratificações: são formas de reconhecimento do tra-balho feito pelos colaboradores. Podem ser de forma monetária ou por meio de reconhecimento do trabalho desenvolvido: por meio de feedback (apreciação de desempenho).

Para a organização, o trabalho em equipe flexibiliza os pro-cessos de mudança; identifica o potencial humano, atribuindo-lhe valor, por meio da remuneração e gratificação; promove o seu desenvolvimento e a competitividade eficaz entre os integrantes da equipe. Banco de imagens

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Considerações FinaisO que liderança, motivação e o trabalho em equipe têm em comum?

Após termos estudado um pouco sobre liderança, motivação – em especial as teorias de processo e de conteúdo - e o trabalho em equipe, pudemos identificar a relevância de um fator comum a todos: o papel do líder.

O líder deve desempenhar suas atividades como um propulsor de desempenho, ou seja, deve comunicar mudanças e apresentar metas, objetivos, estratégias às pessoas, podendo ser essas integrantes ou não da sua equipe. Pois o líder deve ter uma aceitação maior, não no que diz respeito ao seu cargo, mas na possibilidade de aceitação por todos e consequentemente, seu bom desempenho terá maior chance de ocorrer, isso porque, toda organização necessita otimizar recursos de todas as ordens.

Podemos ilustrar, mencionando a crise no mercado financeiro americano (2008). Os funcioná-rios das Instituições tiveram seu psicológico abalado, pois as pessoas trabalhavam em resposta ao atendimento de suas necessidades pessoais, inclui-se nisso: a dos familiares e dependentes. Portanto , quando se vê que a possibilidade do atendimento das necessidades está abalada, é possível haver queda de desempenho, entretanto, tudo que as Instituições necessitam, numa situação como essa, é maior garra e determinação de toda equipe e é o líder a pessoa mais indicada para achar o ponto de equilíbrio e manter todos, o mais próximo possível do considerado normal/produtivo.

Concluímos que o estudo destes temas é muito importante para o desenvolvimento das atividades profissionais e sociais, seja dos líderes formais nas organizações, dos líderes informais entre os empregados e outras entidades, ou mesmo como liderados. Pois a liderança não se es-tabelece sem o líder e os seus liderados e não se tem equipe com apenas uma pessoa. Entender conceitos sobre motivação pode auxiliar tanto o líder, como os liderados, a lidarem com essa ques-tão e identificarem juntos as formas de melhorar o desempenho do grupo, consequentemente da organização e da sociedade.

Referências

DART, Richard l. Administração. 4.ed. Rio de Janeiro: LTC, 1999.

DUBRIN, Andrew J. Fundamento do comportamento organizacional. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003.

FRANÇA, A. C. L. Comportamento organizacional – conceitos e práticas. São Paulo: Saraiva, 2006.

OLIVERIA, J.F. e MARINHO, R.M. (Orgs.) Liderança: uma questão de competência. São Paulo: Saraiva, 2005.

MAXIMIANO, Antonio César A. Teoria geral da administração: da revolução urbana à revolução digital. 4. ed. – São Paulo: Atlas, 2004

MOSCOVICI, F. Desenvolvimento Interpessoal. 15. ed. Rio de Janeiro: J. Olympio, 2005.

PLANTULLO, Vicente L. Teoria geral da administração de empresas. São Bernardo do Campo: Universidade Metodista de São Paulo, 2006.

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Análise das organizações:

visão estrutural

Objetivos :Conhecer os diferentes tipos de estruturas;

Propiciar o entendimento da necessidade de uma estrutura organizacional adequada para otimizar os recursos da organização na produção de bens

e serviços.

Palavras-chave:Organização;estrutura, organograma, poder.

Prof. Dr. Rovilson Dias da Silva

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Logística e gestão

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IntroduçãoOrganizar é a maneira de dispor qualquer coletânea de recursos, de forma a facilitar a iden-

tificação e consequentemente seu uso. Os meios de organização variam de acordo com a neces-sidade e os recursos disponíveis a cada uma delas. Além disso, a busca constante para manter-se competitiva no mercado a leva a reduzir custos. Na década de 80, deu-se início uma alteração nas estruturas organizacionais utilizadas, até então sem grandes alterações,por um longo período. Se-guramente o grande propulsor foi o fim das fronteiras comerciais, globalização que sempre existiu, mas não numa escala tão grande. Alteraram-se as políticas empresariais para atender às mudanças, resultando num enxugamento dos níveis hierárquicos, tornando as organizações mais achatadas.

Tipos de estruturas As estruturas eram piramidais, ou seja, vários níveis hierárquicos, os quais dificultavam o

desempenho das diversas funções, devido a sua morosidade no fluxo de informação e, consequentemente, na efetivação das tarefas. Pensem vocês:,Um profissional que trabalhasse no suporte ao cliente de uma grande empresa, ao ser interpelado por um novo caso oriundo de um cliente, deveria percorrer um longo caminho para obter autorização e/ou informação para resolvê-lo.

Hoje as organizações estão mais horizontalizadas. Ten-do, dessa forma, o funcionário que está na linha de frente - em contato com o cliente - autonomia para solucionar questões que antes tomavam um longo período. A essa autonomia é dado o nome de empowerment (revestir de poder), ou seja, o funcionário que antes buscava solução por meio de um longo caminho, agora, está apto a analisar o problema e resolvê-lo com segurança. Dessa forma proporciona maiores rendimentos, pois ao interrompermos todo e qualquer processo produtivo, mantemos os custos, porém sem produção.

Disposição das pessoas e organograma Há várias maneiras de dispor as pessoas numa organização para trabalharem; a esta

separação dá-se o nome de organograma (figura 1). Esta distribuição mostra a autoridade e as responsabilidades das pessoas.

A autoridade no ambiente organizacional apresenta-se de diferentes formas. Numa estrutura linear, por exemplo, como é o caso da figura 1, o funcionário do nível inferior está atento a sanar as necessidades do seu superior imediato, o qual está acima. Contudo eles não se atêm ao nível inferior, no qual ocorre a mesma situação. Dessa forma o comprometimento pode divergir, e para o trabalho fluir, todos devem estar em sintonia. Além disto as pessoas reagem a estímulos de for-mas diversificadas, de acordo com sua percepção, cabendo a quem está no comando identificar e tratá-las como indivíduos, e assim otimizar seu desempenho.

Unidades de trabalho (cargos e departamentos) Divisão horizontal de trabalho

Linhas de comunicaçãoA

UTORIDADE

HIERARQUI C A

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Tipos de estruturas

As estruturas se diferem em sua forma. Há vários tipos e combinações entre elas:

O organograma acima, além de ilustrar, é um tipo de estrutura organizacional chamada linear. Nesta estrutura, quem está abaixo se reporta ao de cima.

Organização funcional – Neste modelo a divisão é por funções exercidas na empresa, entre outras, industrial, marketing, logístico, e cada uma delas com suas subdivisões. A logística, por exemplo, compreende compras, armazém e distribuição.

Organização geográfica – Bastante comum em empresas de logística. Está dis-tribuída por divisões territoriais.

Organização por produto – É frequente nas empresas que trabalham vários tipos de produtos ou serviços.

Organização por clientes – É o caso de lojas de departamento, as quais também usam a organização por produto.

Organizações por área do conhecimento – Tais como escolas, laboratórios e institutos de pesquisa.

Organização por projetos – Como é o caso da empresa que construirá um shop-ping center. Esta se divide em estrutura de projeto autônoma – quando a equipe é exclusiva do projeto e estrutura matricial, na qual a equipe pode se dedicar a outros projetos concomitantemente.

Unidade de negócios – Com o crescimento das organizações e as novas demandas de mercado, as empresas tendem a crescer e se diversificarem, e é neste caso que se torna relevante este tipo de estrutura.

Toda e qualquer empresa sofre mudanças oriundas das forças de mercado, e para se ajusta-rem, precisam da melhor disposição física e trabalhadores possíveis para otimizarem seus recursos na produção de bens e serviços. Sendo assim, as empresas devem estar abertas a mudanças para melhor desempenho.

Conclusão As estruturas organizacionais são vitais para as organizações com o objetivo de facilitar, a

fim de extrair de maneira positiva o máximo possível dos recursos nela contidos, tanto de ordem física como humana. Este último é quem fará com que o uso da estrutura adequada à organização seja eficaz.

Além disso, estar atentas à mudança de mercado e às novas tecnologias disponíveis é fundamental para manterem-se competitivas no mercado.

ReferênciasHALL, Richard H. Organizaciones y proceso. Madrid: Ediciones del Castillo, 1973.

MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Fundamentos de administração: manual compacto para os cursos de formação tecnológica e sequenciais. São Paulo:: Atlas, 2004.

MINTZBERG, Henry. Criando organizações eficazes: estruturas em cinco configurações. São Paulo: Atlas, 1995.

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Operações na Logística

Operações Logísticas

Prof. Especialista Roberto Aparecido Macedo

ObjetivosApresentar o que são as operações

logísticas, suas atividades e a importância para o sucesso das organizações.

Palavras-chaves: Estratégia; Logística; Operações;

Planejamento

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No cenário empresarial contemporâneo a logística vem ganhando cada vez mais lugar de destaque, pois está sendo atribuído à ela o papel de tornar as organizações mais competitivas, o que pode ser decisivo para o sucesso das mesmas. Com o fenômeno da globalização, a concorrência empresarial fica cada vez mais acirrada, pois existem mais players participando dessa concorrência, e se destacará no mercado quem estiver disposto a satisfazer as expectativas e necessidades do cliente, atuando de maneira inovadora. E aí se inicia o desafio dos executivos atualmente, que é conseguir de maneira diferenciada se estabelecer no mercado e manter seu cliente fiel aos seus produtos e serviços.

Pela definição do Council of Supply Chain Management Professionals, “Logística é a parte do Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento que planeja, implementa e controla o fluxo e armazenamento eficiente e econômico de matérias-primas, materiais semi-acabados e produtos acabados, bem como as informações a eles relativas, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o propósito de atender às exigências dos clientes” (Carvalho, 2002, p. 31).

Após essa definição entendemos que logística não está restrita somente ao transporte de cargas como muitas vezes é interpretada, começamos a identificar as áreas de operações da logística que deverão estar trabalhando em conjunto para obter êxito no atendimento do cliente.

Podemos dividir as atividades logísticas em dois tipos.

Atividades principais:

• Transportes;

• Gerenciamento de Estoques;

• Processamento de Pedidos.

Atividades secundárias:

• Armazenagem;

• Manuseio de Materiais;

• Embalagem;

• Obtenção (compras);

• Programação de Produtos;

• Sistema de informação.

A questão atual, então, passa a ser o geren-ciamento dessas atividades, transformando-as na melhor forma de compor as operações logísticas, a fim de obter resultados e melhores custos nas ope-rações, para garantir a continuidade das atividades junto aos clientes, que por sua vez aumentaram suas exigencias e anseiam por níveis de serviços mais elevados e esperam ter um leque maior de opções de produtos e serviços, o que torna maior o número de variáveis a serem tratadas, tornando mais complexas as operações logísticas.

Agregar valor, reduzir custos, garantindo resultados positivos, a princípio parecem ser condi-ções antagônicas , pois para reduzir custos, muitas vezes tenho que reduzir recursos. A proposta na

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verdade é outra, devemos operar com eficiência e eficácia para obter esses resultados positivos, mais importante do que a redução de custos, devemos agregar valor a essas operações e esses valores serem reconhecidos pelo cliente.

Nesse contexto, as organizações que optaram em operar com maior integração em todas as atividades logísticas podem contar com a melhora do desempenho total das atividades, ainda que observadas pontualmente, pois esta integração melhora a performance de cada atividade.

Esta integração das operações logísticas também vai além dos muros das organizações, pois a correta escolha de parceiros e fornecedores irá atender as exigências do mercado e contribuir para a satisfação do cliente.

Uma montadora de carros será reconhecida no mercado quando o cliente perceber os va-lores do seu produto e serviço no momento da compra, valores como qualidade, pontualidade na entrega, serviço de pós vendas, informações, enfim valores que farão a diferença na escolha, portanto, as organizações devem estar focadas para a agregação de valor e a diferenciação, ofere-cer serviços diferenciados. No entanto, se o cliente não perceber esses valores, todos os esforços estarão comprometidos e a organização corre o risco de perder nesse momento o cliente para o concorrente.

Como fazer com que estas etapas se relacionem e agregem valor ao cliente?

O transporte deve estar integrado com outras etapas e outras atividades, como o geren-ciamento dos estoques e processamento de pedidos, onde é possível transportar somente o ne-cessário e no momento necessário, obtendo com isso operações mais eficientes em relação aos custos de toda transação. Nas atividades secundárias também é possível a integração das várias etapas, a fim de obter alguma vantagem competitiva ou agregar valor às operações, sendo esses benefícios revertidos ao cliente, com custos inferiores aos praticados no mercado e melhores níveis de serviços.

Uma organização que estabelece operações de manufaturas ou operações de montagem de kit’s, etiquetagem entre outras atividades que anteriormente seriam executadas em outros ambientes fora do armazém, ao efetuar essas atividades no mesmo local em que os produtos já se encontram, conseguem com isto uma movimentação menor desses produtos em termos de distância física, o que está diretamente relacionado ao custo de frete, por exemplo, outro pon-to que deve ser observado é que nesse processo também as questões de avarias de materiais, conferência, equipamentos de movimentação, emissão de documentação fiscal e uma série de outros processos podem ser reduzidos, justificando portanto, um menor custo e menor energia nessas operações.

Todas as áreas funcionais e operacionais devem ter os mesmos objetivos, atender as expectativas e necessi-dades dos clientes.

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Planejamento logístico:

Estratégias de localização

Nível de serviçoao Cliente

Estratégia de Estoques Estratégias de Transportes

Abaixo veremos o desdobramento dessas estratégias.

Estratégia de Estoque • Previsão – qual a previsão de saída de cada item ou a demanda do mercado pelo item;

• Fundamentos de estocagem – quais as características do produto e como devem ser os controles, por lote, prazo de validade e etc;

• Decisão de Estoque – será estoque somente se segurança, será estoque para atender o cliente a qualquer pedido e com isso, existe o aumento de itens em estoque;

• Decisão de compras e de programas de suprimentos – na obtenção dos produtos o poder de barganha é um item importante, porém compras em grandes quantidades necessitam grandes áreas de armazenagem para comportar os produtos.

Estratégias de Transportes• Tipo de modal a ser utilizado – para atendimentos emergenciais devemos optar por

modais mais ágeis embora o custo seja maior;

• Rotas a serem percorridas – outra questão de entender as necessidades do cliente, pois devemos optar por rotas mais seguras e mais curtas, porém as vezes não é possível essa combinação;

• Equipamentos a serem utilizados – de acordo com as características físicas e do valor agregado do produto se estabalece qual o tipo de equipamento deverá ser utilizado.

Estratégias de Localização• Decisão de localização – caso pretenda-se entregar o produto no menor tempo possível

é necessário ter uma instalação próximo ao cliente;

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• Dimensionamento das estruturas – quais estruturas físicas serão necessárias para o aten-dimento pelas características dos produtos, rampas, docas, balanças, entre outras;

• Planejamento de rede de localização – deverão ser desenvolvidas redes de atendimentos regionais, ou representantes para esses atendimentos.

Conclusão

Como podemos observar, essas são somente algumas das questões que devem ser trata-das para se estruturar uma operação logística que atenda as exigências e expectativas do cliente. Vale lembrar que o cliente é a razão de ser das organizações, sempre operamos para satisfazer às necessidades dos clientes. Temos ainda outras possibilidades com a exploração da tecnologia da informação e toda sua gama de proposta de hardwares e softwares, que podem auxiliar nesse dia a dia tão promissor da operação logística.

As operações logísticas, por sua importância e estratégia envolvida, ganham atualmente status e importância dentro das organizações, o que num passado recente não era bem assim. O que tínhamos era a logística sendo administrada em conjunto com atividades de almoxarifado ou transporte somente, e não havia toda essa importância, com a busca incessante por resultados as organizações passam a perceber que essas operações quando bem planejadas bem estruturadas passaram a ser o diferencial de empresas de sucesso e uma ótima opção estratégica na conquista da fidelização do cliente e superação da concorrência.

Referências

BALLOU, Ronald H. Logística Empresarial: transportes, administração de materiais, distribuição física. São Paulo. Ed. Atlas. 1993.

CARVALHO, José Meixa Crespo de - Logística. 3ª ed. Lisboa: Edições Silabo, 2002.

DORNIER, Philippe-Pierre. ERNST, Ricardo. FENDER, Michel. KOUVELIS, Panos. Logística e operações globais: textos e casos. São Paulo. Ed. Atlas. 2000.

NOVAES, G. A. Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição. Rio de Janeiro. Ed. Campus. 2000.

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A Logística, o direito, as leis e as relações jurídicas

Prof. Me. Mardônio da Silva Girão

Objetivos:Obter noções de Direito, seu campo de atuação e conhecer as

leis que têm relação com as atividades voltadas à área da logís-tica.Compreender as relações jurídicas decorrentes das práticas

empresariais pertinentes às atividades da logística.

Palavras-chaves:Logística; Direito; Leis e Relação Jurídica.

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Operações na Logística

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O Direito e as leis: a importância para o profissional de logística.Nos dias de hoje, para ser um ótimo profissional, deve-se conhecer e compreen-

der as leis que, direta ou indiretamente, têm relação com as atividades de logística; bem como, saber da dimensão do Direito que estuda as relações jurídicas instituídas a partir das leis, e que são indispensáveis à vida em sociedade, especialmente no campo do trabalho.

Conceito de Direito.O que é Direito? Para responder à pergunta, trazemos uma definição clássica que ajudará

no entendimento do conceito de Direito.

Dante Alighieri admitiu o Direito como: “a proporção real e pessoal de homem para homem que, conservada, conserva a so-ciedade e que, destruída, a destrói”.

Nesta definição, o autor eleva o Direito à condição de fato social, ou seja, que o Direito é fato que só existe na sociedade, que é fato social básico, a tal ponto de toda sociedade dele depender.

Considerando a definição apresentada, podemos atribuir ao Direito, não um con-ceito que indique o seu sentido, mas uma compe-tência que demonstre seu campo de ação.

Por conta disso, podemos dizer que o Direito é área do conhecimento humano que estuda as possíveis formas de estabelecimento da vida em sociedade, em especial aquelas que são determinadas pelas leis, que conduzem os comportamentos individuais e coletivos, que permitem a existência das sociedades e os di-reitos e deveres de cada sócio desta sociedade.

O Direito Positivo.Todo o conjunto de normas jurídicas em

vigor num determinado país constitui o Direito Positivo. Independentemente de serem normas que pretendam, simplesmente, a manutenção da ordem social, exigindo obediência e respeito aos direitos e cumprimento dos deveres, ou mesmo, que assegurem ao indivíduo o poder de ação de reclamar a realização dos seus interesses, fazendo valer seus direitos.

Numa definição mais ampla, o Direito Po-sitivo é o conjunto das normas jurídicas escritas e não-escritas (no caso, o costume jurídico), com vigência num espaço territorial e na órbita internacional, por conta da relação entre os paí-ses, sendo o direito positivo, o estabelecido nos respectivos tratados e costumes internacionais.

Os elementos do Direito Positivo.O Direito Positivo compreende um su-

jeito, um objeto e a relação que os liga. Não

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há direito sem sujeito. Também, não há direito sem objeto. E para que o sujeito pos-sa exercer a tutela sobre o objeto, é necessária uma relação, necessariamente, jurídica.

A relação jurídica, os sujeitos e o objeto.Uma relação, para ser jurídica, precisa estar ligada às leis, ou seja, tem que estar prevista no

conjunto das regras impostas a todos (Direito Positivo), envolver no mínimo duas pessoas e tem que desencadear ação ou comportamento para uma das partes, segundo o interesse sobre um dado objeto.

Por definição, a relação jurídica é o vínculo que une duas ou mais pessoas (sujeitos) em torno de um objeto, cuja relação se estabelece a partir de um fato previsto nas normas jurídicas, e que geram efeitos jurídicos, exigindo das partes envolvidas determinados atos ou comportamentos.

Os sujeitos da relação jurídica são aqueles aptos a adquirir e exercer direitos e contrair obri-gações. Denominam-se de sujeito ativo e sujeito passivo.

O primeiro é o titular do direito instaurado na relação jurídica, fazendo valer esse direito contra o sujeito passivo, obrigando-o a praticar determinado ato ou a se comportar de certa maneira. Por sua vez, o sujeito passivo é aquele que se encontra obrigado a respeitar o direito do sujeito ativo, seja praticando algum ato, seja privando-se de qualquer prática.

Os sujeitos - ativo e passivo - classificam-se em pessoas: física e jurídica.

O objeto constitui-se no bem ou vantagem, sobre o que o sujeito exerce o poder conferido pela ordem jurídica vigente. Bens são todas as coisas sobre as quais recaem os direitos das pessoas. Podem ser materiais ou imateriais. Materiais dizem respeito às coisas corpóreas, ou seja, os bens fisicamente palpáveis, tais como: os objetos de uso, um carro, uma jóia, um terreno etc. Imateriais são as incorpóreas, não palpáveis, como: os direitos autorais, os serviços, etc. Destaca-se, ainda, como possível objeto: os modos de ser da própria pessoa (a existência, a liberdade, a honra, etc.) e as ações humanas (os com-portamentos).

Acompanhando os objetivos apresentados, é importante o co-nhecimento das leis pertinentes às obrigações legais, sua organização e prática, presentes nas atividades da profissão.

Para isso, é imperioso que o profissional da área conheça e entenda todas as peculiaridades relativas à lei: sua classificação, vigência e detalhes do manuseio dos instrumentos legais que permeiam as rotinas profissionais.

As leis: conceito e classificação.Para melhor compreender o conceito da lei, bem como, sua aplicação, reservamos as lições do

professor José Roque (2004, 46) que diz,: “a lei é uma regra de comportamento, geral, permanente e obrigatória, emanada do poder competente do Estado, imposta coativamente à observância dos cidadãos por ser provida de sanção”.

Os tipos de leis existentes no ordenamento jurídico brasileiro têm como principais classifi-cações : a hierarquia e a extensão territorial. A mais importante das classificações das leis é quanto à hierarquia, pois revela que as leis possuem uma variada força de imposição e abrangência, com hierarquia e subordinação de umas sobre as outras. Nessa classificação, temos as leis constitucio-nais, complementares e ordinárias.

As leis constitucionais correspondem às disposições constantes na Constituição Federal de 1988 e as Emendas à Constituição. São consideradas gerais, aplicando-se à generalidade dos casos e a todas as pessoas. Contêm os princípios fundamentais aplicados às diretrizes do país, estando acima de todas as outras, e, portanto, exigem respeito e conformidade das demais leis.

Os sujeitos - ativo e passivo - classifi-cam-se em pessoas:

física e jurídica.

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As leis complementares, necessariamente, têm que estar de acordo com a Constituição Federal e suas Emendas. Elas se destinam a tornar executável a Constituição, e, portanto, criam normas para o exercício das disposições constitucionais.

Já as leis ordinárias, precisam respeitar a Constituição Federal e as leis complementares. Elas são consideradas as leis mais comuns. Possibilitam o cumprimento das demais leis acima, pois trazem de-talhes, acrescentando as informações necessárias e indispensáveis ao cumprimento das normas em geral, por parte das pessoas.

Ainda, nessa questão da classificação das leis, quanto à hie-rarquia, temos os instrumentos normativos (Decreto, Resolução, Portaria, Circular, Instrução Normativa etc.) que têm função de regulamentar as leis, em especial, as ordinárias.

Vejamos agora a classificação das leis quanto à extensão territorial, que implica na vigência e aplicação da lei no espaço físico determinado, segundo o tipo de lei. Esta classificação determina a vigência espacial (territorial) da lei no Brasil.

As leis Federais, elaboradas pelos Deputados Federais e Senadores, que constituem o Con-gresso Nacional, têm vigência e aplicação no território nacional.

As leis Estaduais, elaboradas pelos Deputados Estaduais, têm vigência e aplicação no res-pectivo território estadual.

Por sua vez, as leis Municipais, elaboradas pelos Vereadores, têm vigência e aplicação no respectivo território municipal.

Agora, trataremos da vigência temporal da lei brasileira, cuja informação é importante ao profissional de logística, pois assim, ele poderá saber quando começa valer determinada nova lei, e, portanto, se ele e a sua empresa estão obrigados a cumpri-la .

Vigência e aplicação da lei no tempo.A lei, como condição normativa de determinação de comportamentos, precisa informar o

tempo da sua vigência, início e término, permitindo às pessoas saberem quando deverão cum-prir os dispositivos contidos na lei.

Para isso, temos a Lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro - LICC, instituída pelo Decre-to-lei nº. 4.657/42, que informa o período de vigência de qualquer lei no Brasil, seja ela federal, estadual ou municipal.

Diz o art. 1º da LICC (Brasil, 1942) “Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada”. Para uma melhor compreensão, é preciso analisar o dispositivo começando pela parte constante depois da vírgula.

A passagem: “... a lei1 começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficial-mente publicada”, indica que toda e qualquer lei terá como marco inicial de vigência exatamente quarenta e cinco (45) dias depois de publicada no diário oficial competente. Por exemplo, uma nova lei federal iniciará sua vigência quarenta e cinco (45) dias após a publicação no Diário Oficial da União (DOU). Esta é a regra geral aplicada para todas as leis.

Quanto à parte inicial do art. 1º, que diz: “Salvo disposição contrária...”, trata-se da possibilidade de uma nova lei indicar, no seu próprio texto, o início de sua vigência, diferentemente da regra geral. Portanto, se uma nova lei apresentar no seu texto determinação do momento (dia, mês e ano) em que ela iniciará sua vigência, valerá o que ela (a nova lei) informar, prescrever, determinar.

1 Para efeitos de cumprimento do disposto no artigo 1º da LICC, deve-se considerar para o termo “lei” uma interpretação ampla, latu sensu, portanto, com abrangência, aplicando-se em todos os dispositivos normativos que determinam comportamento, como, por exemplo, decreto, portaria, instrução normativa, circular etc.

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O prazo compreendido entre a data da publicação e a data do início da vigência da lei corresponde ao que o direito denomina de vacatio legis, que é um espaço de tempo que poderá ser necessário para dar publicidade à lei, concedendo, a todos os interessados da lei, melhores condições para conhecimento do conteúdo, e, assim, cumprimento das suas disposições.

Há situações, porém, que a nova lei poderá determinar, em seu próprio texto, que sua vi-gência iniciará na data da sua publicação, hipótese em que não haverá vacatio legis.

Com isso, terminamos este primeiro texto, que nos trouxe informações iniciais sobre o direito e as leis, sua finalidade e importância para as atividades profissionais da área de logística.

Por ocasião das aulas e atividades semanais, voltaremos a tratar de temas complementares aqueles que foram abordados aqui, bem como, em outros módulos, falaremos sobre outros as-suntos ligados ao direito que têm relação direta com a logística.

ReferênciasBASSIL, Nelson G. Instituições de Direito Público e Privado. São Paulo: Saraiva., 2008.

MARTINS, Sergio P. Instituições de Direito Público e Privado. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2008.

NUNES, Luiz, R.. Manual de Introdução ao Estudo do Direito. 8. ed. São Paulo: Saraiva.. 2008.

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. Brasil, de 12 de Outubro de 1988. Fonte: www.presidencia.gov.br. Consulta feita em 02/12/2008.

DECRETO-LEI Nº. 4.657, de 04 de setembro de 1942. Fonte: www.presidencia.gov.br. Consulta feita em 02/12/2008.

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Os direitos dos consumidores, a

atividade empresarial e as obrigações

tributáriasProf. Me. Mardônio da Silva Girão

Objetivos:Conhecer e compreender as disposições das principais leis

relativas aos direitos dos consumidores;

Saber das leis que estabelecem as formas de constituição da prática empresarial;

Compreender as relações jurídicas tributárias, os tipos de tri-butos (imposto, taxas, contribuição, etc.) e outros aspectos da

carga tributária, pertinentes à atividade logística.

Palavras-chaves:

Direito; consumidor; empresários; direitos dos consumidores e a logística.

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Operações na Logística

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Os Direitos dos consumidores e a logísticaÉ importante ao profissional da área de logística conhecer as questões ligadas às relações

de consumo, em especial, os direitos e garantias conferidos aos consumidores.

Neste sentido, foi elaborada a Lei nº. 8.078/90, hoje conhecida, popularmente, como: Código do Consumidor. Esse é um mecanismo que busca eficácia na proteção dos direi-tos dos consumidores, que deverão ser respeitados pelos profissionais da área de logística.

Conceito de Consumidor e de FornecedorConsumidor é: “toda e qualquer pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou

serviço como destinatário final”, segundo o art. 2º, do Código de Proteção e Defesa do Consumidor Lei nº. 8.078/90 – CPDC (Brasil, 1990).

Fornecedor é: “toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados que desenvolvem atividades de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços”, segundo o art. 3º, do CPDC (Brasil, 1990).

E quais são os direitos dos consumidores?

Os direitos dos consumidoresSegundo o art. 6º do CPDC (Brasil, 1990), constituem direitos do consumidor:

· Proteção da vida, saúde e segurança;

· Educação para o consumo;

· Informação adequada e clara;

· Proteção contra enganos e abusos;

· Proteção contratual;

· Prevenção e reparação de danos;

· Acesso aos órgãos judiciários e administrativos;

· Facilitação da defesa de seus direitos;

· Adequada e eficaz prestação dos serviços públicos.

E como ficam os consumidores quando sofrem algum tipo de lesão ou prejuízo por conta da compra de um produto ou contratação de um serviço? Quem responde por isso?

É para isso que temos a chamada responsabilidade civil.

A responsabilidade dos fornecedores.Se o art. 3º do CPDC (Brasil, 1990) diz quem pode ser fornecedor, então esse será também

o responsável. Assim, para o CPDC, é fornecedor:

· O produtor;

· O fabricante;

· O construtor;

· O importador;

· O empresário comerciante (fornecedor subsidiário).

Como se observa, o conceito de empresário está contido no de fornecedor. As obrigações e responsabilidades reservadas pelo CPDC aos fornecedores, portanto, são pertinentes, também, aos empresários.

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Práticas infrativas e abusivas

O que são essas práticas?

Correspondem a atos considerados contrários às leis, praticados pelos fornecedores e que estabele-cem exigências aos consumidores, tais como: con-dicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao fornecimento de outro produto ou serviço, bem como, sem justa causa, a limites quantitativos, ou mesmo colocar no mercado de consumo qualquer produto ou serviço em desacordo com as normas expedidas pelos órgãos oficiais competentes.

Vejamos agora as questões da publicidade e da propaganda, que devem receber atenção dos profissionais da logística.

A Publicidade e a PropagandaA apresentação do produto ou do serviço

deve ser correta com a relação de todas as in-formações nele contidas, dentre outras: prazo de validade, preço, quantidade, etc.

Toda informação ou publicidade obriga o fornecedor que a fizer, veicular ou dela se utilizar. Também integrar o contrato que vier a ser celebra-do. É o chamado efeito vinculante de oferta. Assim, se o fornecedor de produtos ou serviços recusar cumprimento à oferta, apresentação ou publici-dade, o consumidor poderá, alternativamente e à sua livre escolha:

· Exigir o cumprimento forçado da obriga-ção, nos termos da oferta ou publicidade;

· Aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente;

· Rescindir o contrato, com direito à res-tituição de quantia eventualmente antecipada, monetariamente atualizada, e perdas e danos.

Passemos às formas da atividade empresa-rial, que tem no Direito Empresarial as determina-ções de como os profissionais da área de logística poderão desenvolver suas atividades.

A atividade empresarial da logística e as leis

O Direito Empresarial é o ramo do Direito, cujas leis normatizam as atividades do empresário. Contém os princípios e normas referentes à ativi-dade do dono da empresa, seja ela individual ou em forma de sociedade, regulando sua atividade

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econômica, organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços, com objetivo de atender o mercado consumidor. Neste ambiente, encontra-se a logística, cuja atividade será considerada empresarial.

Para isso, este empresário constituir-se-á nos moldes determinados pela lei especial que o Código Civil Brasileiro, na passagem normativa que trata do Direito de Empresa, estabelece sobre as condições de criação e desenvolvimento das empresas. .

São duas as formas possíveis de ser empresário: individual ou em sociedade, que é a conhe-cida sociedade empresarial.

A primeira é exercida pela pessoa natural e opera sob firma constituída por seu nome com-pleto ou abreviado, aditando-lhe, se quiser, designação mais precisa da sua pessoa ou do gênero de atividade. A segunda, pela pessoa jurídica, ou seja, uma sociedade de pessoas naturais e/ou jurídicas, que possui seu contrato ou estatuto social registrado na junta comercial respectiva do Estado.

Há, também, as condições para ser empresário. A condição de empresário é atribuída, pelo artigo 966 do Código Civil, àqueles que exerçam profissionalmente atividade econômica organi-zada para a produção ou circulação de bens ou de serviços. Da mesma forma é para a atividade logística.

No caso da logística, temos a terceirização como modalidade empresarial, pois, geralmen-te, as indústrias terceirizam as atividades que não são sua finalidade, entre elas a logística, cujos contratos empresariais estão submetidos ao regime próprio do Direito Civil.

Oportunamente, quando das aulas e atividades, voltaremos a tratar das questões da prática empresarial, com novos pontos que irão complementar os delineados aqui.

Agora vamos falar das obrigações tributárias decorrentes da atividade da logística, bem como, das implicações da atividade de arrecadação dos impostos com a prática profissional do operador da logística.

A atividade Tributação – arrecadação de tributosTributação corresponde à arrecadação dos tributos, que geralmente conhecemos por im-

postos. Ocorre que esta atividade encontra limites nas leis.

Inicialmente, vejamos o conceito de tributo e seus tipos.

Tributo: conceito e tiposSegundo o artigo 3º do Código Tributário Nacional (Brasil, 1966),

Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada

Como tipos, temos:

· Imposto

· Taxa

· Contribuição de Melhoria

· Contribuições Especiais

· Empréstimos Compulsórios

O imposto é o mais comum de todos os tributos. É destinado a atender indistintamente às necessidades de ordem geral da administração pública. Distingue-se dos demais tributos pelo fim a que se destina que não é a necessidade ou o interesse de um indivíduo ou grupo de indivíduos, mas o custeio dos serviços gerais da administração. Desta forma, não vinculação entre a pessoa (contribuinte) que paga e os serviços prestados pelos governos à comunidade, e, portanto, inexiste

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uma contraprestação correspondente à exigência (pagamento) do respectivo imposto.

Já na taxa, há a vinculação, pois é o pagamento obrigatório que o Estado (poder público) exige em razão de atividade especial prestada diretamente ao contribuinte que pagou. Pressupõe a prestação de um serviço pelo Estado ao particular, de quem é cobrada.

A contribuição de melhoria é o tributo instituído para recuperar o custo da obra pública que promova valorização imobiliária, ou seja, é o tributo cobrado em razão da valorização produzida em imóvel do contribuinte, em consequência da obra pública concreta realizada no local de situ-ação do imóvel.

Como Contribuições Especiais, temos, dentre outras, a mais conhecida que é paga por todos os brasileiros: a Contribuição Social, que é chamada erroneamente de INSS, cujas letras aparecem nos contracheques (holerites) dos trabalhadores. Na verdade, INSS é o Instituto Nacional de Se-guridade Social, que é o responsável pela arrecadação e administração desta contribuição.

O Empréstimo Compulsório é o tributo cobrado pela União (Governo Federal) que poderá instituí-lo para atender às despesas extraordinárias (não previstas no orçamento) tais como, casos de calamidade pública, guerra externa ou sua iminência ou obra pública de caráter urgente e de interesse nacio-nal, nas quais a receita obtida deverá ser aplicada para atender à causa que fundamentou a sua criação. Esse tipo de tributo é raramente aplicado aqui no Brasil.

Vejamos, agora, os elementos do tributo e da Re-lação Jurídica Tributária.

Elementos do Tributo e da Relação Tribu-tária

Com parte da relação jurídica tributária, que é instituída a partir da lei que criou o determinado tributo (imposto, taxa, contribuição etc.), temos os seguintes:

· Fato gerador

· Base de cálculo

· Alíquota – percentual (%)

· Montante do tributo

· A obrigação tributária

· Os sujeitos: ativo e passivo - contribuinte.

O fato gerador é aquele fato previsto em lei, e que ao acontecer no dia-a-dia, faz nascer a obrigação do contribuinte de pagar o respectivo tributo (imposto, taxa, contribuição etc.). Exemplo é a prestação de serviços de transporte, que obrigará o profissional ou a empresa a pagar o ISS (imposto sobre serviço de qualquer natureza).

A base de cálculo é o valor sobre o qual é aplicada a alíquota (percentual) para apurar o valor do tributo a pagar.

A alíquota é o percentual definido em lei que, aplicado sobre a base de cálculo, determina o montante do tributo a ser pago.

O montante do tributo é o resultado obtido pela aplicação da alíquota sobre a base de cálculo.

A obrigação tributária é a relação jurídica que se estabelece entre o Estado (sujeito ativo, o credor do tributo), que pode exigir de um contribuinte (sujeito passivo, o devedor do tributo)

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uma prestação (objeto, o tributo), em virtude da ocorrência de um fato gerador (a causa que é decorrente de uma lei).

O sujeito ativo da obrigação tributária, que é o Estado (credor do tributo) será sempre uma Pessoa Jurídica de Direito Público, a quem a Constituição Federal deu competência para instituir e cobrar os tributos (União, Estados, Municípios e Distrito Federal).

O sujeito passivo que é o contribuinte (devedor do tributo) da obrigação tributária será sempre um particular (pessoa física ou pessoa jurídica), que tenha relação direta com o fato gerador.

Para encerrar este texto, é importante citar os princípios constitucionais tributários, que tratam dos limites estabelecidos pela Constituição Federal por conta da cobrança dos tributos. São os seguintes:

· Legalidade

· Isonomia tributária

· Capacidade contributiva

· Vedação de tributo com efeito confiscatório

· Irretroatividade tributária

· Anterioridade

· Nonagezimal

· Imunidade Tributária

Nas aulas e atividades, faremos explicações su-plementares com textos e apresentação de situações práticas que, seguramente, facilitarão o entendimento de cada um dos princípios, bem como, falaremos da competência tributária. Aguardem cenas do próximo capítulo.

Até lá e bom estudo!

Referências bibliográficasBASSIL, Nelson G.. Instituições de Direito Público e Privado. São Paulo: Saraiva, 2008.

COELHO, Fábio U.. Manual de Direito Comercial. 18.ed. São Paulo: Saraiva, 2007.

FABRETTI, Láudio C,; FABRETTI, Dilene R. Direito Tributário para os cursos de Administração e Ciências Contábeis. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2006.

FAZZIO JUNIOR, Waldo. Manual de Direito Comercial. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2006.

FÜHRER, Maximilianus C. A.. Resumo de Direito Comercial (Empresarial). 37. ed. São Paulo: Malheiros, 2007.

Constituição da República Federativa do Brasil. Brasil, de 12 de Outubro de 1988. Fonte: www.presidencia.gov.br. Consulta feita em 02/12/2008.

Código de Proteção e Defesa do Consumidor, Lei nº. 8.078, de 11 de setembro de 1990. Fonte: www.presidencia.gov.br. Consulta feita em 02/12/2008.

Código Tributário Nacional. Lei nº. 5.172, de 25 de outubro de 1966. Fonte: www.presidencia.gov.br. Acesso em 02/12/2008.

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Direito tributário: conceitos gerais - parte 1

Objetivo:Apresentar ao aluno da ead as noções básicas de

direito tributário por meio da análise do conceito, dos princípios constitucionais e da obrigação tributária.

Palavras-chave:Código tributário nacional; constituição federal; princípios;

tributos; obrigação tributária.

Profa. Ma. Barbara Mourão dos Santos

Operações na Logística

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1. Conceito de direito tributárioO Direito Tributário é uma disciplina que faz parte do Direito Público, por uma razão muito

simples: a única entidade que possui a competência, disciplinada por lei, para instituir e cobrar tributos, é o Estado.

Por Estado compreende-se os três níveis de competência: municipal, estadual e federal.

O Direito Tributário corresponde a um conjunto de normas e proposições que disciplina a atividade do Poder Público de criação, fiscalização e arrecadação de tributos.

De acordo com Fabretti (2006):

Em razão da necessidade de obtenção de recursos para a realização das atividades públicas, cujo objetivo é alcançar o bem comum, o Estado exerce também uma atividade financeira, na qual arrecada as receitas públicas, as administra e paga as despesas públicas autorizadas pelo orçamento.

Os princípios e as normas do Direito Tributário dis-ciplinam três atividades estatais: a criação, a cobrança e a arrecadação de tributos.

A criação de tributos, no Brasil, é realizada pelo legislador, tendo por base, no entanto, a própria lei.

Já as atividades de cobrança e arrecadação não po-dem ser confundidas: cobrar é exigir um tributo; arrecadar é receber do contribuinte o valor devido.

O Direito Tributário cria uma obrigação tributária, por parte do contribuinte; por outro lado, é o Estado que tem a legitimidade para cobrar os tributos.

A teoria geral do Direito Tributário discute questões básicas, tais como: o poder que o Estado tem de cobrar tributos, poder esse, diga-se de passagem, que está delimitado na lei; e quais os tipos e as alíquotas dos tributos previstos na legislação brasileira.

2. Princípios do direito tributárioOs princípios do Direito Tributário são limitações constitucionais ao poder de tributar regras

gerais que restringem e condicionam o exercício da competência tributária.

Esses princípios são considerados garantias individuais do contribuinte, não podendo ser suprimidos ou limitados por emenda constitucional.

Impõem suas limitações ao legislador (criação de normas) e à administração fiscal (fiscaliza-ção e arrecadação tributárias).

Os princípios do Direito Tributário estão previstos na Constituição Federal e no Código Tri-butário Nacional (CTN).

2.1 Princípio da legalidade Estabelece a premissa de que nenhum tributo pode ser criado ou majorado, senão por meio

de lei.

O artigo 150, I, da Constituição Federal, estabelece que a instituição, o aumento, a diminuição e a extinção também dependem de lei.

O termo lei é empregado no sentido amplo, abrangendo leis ordinárias, complementares, emendas constitucionais, entre outras.

Os princípios e as normas do Direito Tributário

disciplinam três ativida-des estatais: a criação, a cobrança e a arrecadação

de tributos.

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2.2 Princípio da irretroatividade Estabelece que é vedada a exigência de tributo antes do

início da vigência da lei que o tiver criado ou aumentado.

Em outras palavras, o princípio da irretroatividade, ou da segurança jurídica, proíbe que lei tributária atinja fato anterior à sua vigência.

Porém, o artigo 106 do Código Tributário Nacional (CTN) afirma que a lei meramente interpretativa – aquela promulgada exclusivamente para esclarecer o conteúdo de lei anterior – retroage e que as leis mais benéficas ao contri-buinte podem retroagir.

2.3 Princípio da anterioridadeEsse princípio objetiva evitar que alterações repentinas

na lei tributária causem repercussão imediata no patrimônio do contribuinte.

Exceções a esse princípio são aplicadas aos seguintes impostos: imposto de importação (II), imposto de exportação (IE), imposto sobre operações finan-ceiras (IOF), impostos de guerras e empréstimos compulsórios.

2.4 Princípio da capacidade contri-butiva

De acordo com o princípio da capacidade contributiva, sempre que possível, os impostos deverão ser graduados segundo as possibilidades econômicas do contribuinte.

Contudo, o princípio supra citado, é aplicável apenas em relação a alguns impostos, tais como: Imposto de Renda (IR), Imposto sobre a Proprie-dade Predial e Territorial Urbana (IPTU) e Imposto Territorial Rural (ITR), pois os mesmos incidem sobre fatos que estão diretamente ligados à ca-pacidade econômica do contribuinte.

2.5 Princípio da vedação do confisco De acordo com o preceito do artigo 243 da

Constituição Federal, confisco é a retirada compul-sória de propriedade privada pelo Estado, como ocorre no caso de bens utilizados para o plantio de psicotrópicos.

O princípio da vedação do confisco proíbe que a tributação seja utilizada como mecanismo estatal de expropriação de bens privados.

Não obstante, a lei não estabelece parâme-tros para caracterização de uma tributação con-siderada confiscatória, sendo utilizada diante do caso concreto e levando-se em conta a capacidade financeira do contribuinte.

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2.6 Princípio da não-cumulatividadeEsse princípio impõe, em certos tributos, a realização de operações contábeis que permitam

abater, do valor a ser pago pelo contribuinte, as quantias recolhidas nas operações anteriores.

A não-cumulatividade deve ser aplicada porque alguns tributos incidem em diversas etapas da cadeia produtiva e circulatória de um bem, o que por sua vez, pode acarretar o fenômeno da tributação em cascata, ou seja, a elevação do valor final do produto, com a consequente oneração excessiva do contribuinte.

MAZZA (2005), exemplifica:O lojista X adquiriu, junto ao fornecedor Y, um microcomputador para revenda, opera-ção que motivou o recolhimento de R$100,00 (cem reais) a título de ICMS. Esse valor (R$100,00) pago ao Fisco é creditado em favor do estabelecimento de X. Quando o consumidor final Z adquirir o microcomputador na loja X, o ICMS incidirá sobre o preço final da venda, e do montante en-tão apurado (suponha-se R$150,00 de ICMS) será descontado o crédito referente à operação anterior (R$100,00), após o que restará o saldo de R$50,00 (cinquenta reais) para ser recolhido junto à Fazenda Estadual.

O princípio em questão é aplicado apenas em relação ao Im-posto sobre Propriedade Industrial (IPI) e ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), além de alguns setores sujeitos ao recolhimento da COFINS.

3. Obrigação tributária

Os tributos são decorrentes da relação jurídica de conteúdo patrimonial, denominada obri-gação tributária, relação esta composta de três elementos: sujeito ativo, sujeito passivo e objeto.

O objeto dessa obrigação tributária confere ao sujeito ativo o direito subjetivo de exigir a obrigação e ao sujeito passivo o dever jurídico de cumpri-la.

O credor da obrigação tributária (sujeito ativo) é o Poder Público e do devedor (sujeito pas-sivo) é o contribuinte.

As obrigações tributárias, conforme preceitua o artigo 113 do Código Tributário Nacional, são de dois tipos: obrigações principais e obrigações acessórias.

De acordo com o artigo 113, parágrafo 1º do Código Tributário Nacional (CTN), obrigações principais são aquelas nascidas com a ocorrência do fato gerador, tendo por objeto o dever de pagar certa quantia ao Fisc, e que se extinguem juntamente com os créditos delas decorrentes.

Já em relação às obrigações acessórias (ou secundárias), reza o artigo 113, parágrafo 2º do Código Tributário Nacional (CTN), que envolvem prestações de fazer ou não-fazer instituídas no interesse da arrecadação e da fiscalização tributárias; como exemplo, pode-se citar a elaboração da declaração do Imposto de Renda.

Ainda de acordo com o artigo 113, em seu parágrafo 3º, a obrigação acessória, se descum-prida, pode se converter em principal para fins de cobrança da penalidade pecuniária.

As condições de direito e de fato de o Estado cobrar tributos e a obrigação do contribuinte de pagá-los constituem as fontes da obrigação tributária.

As fontes da obrigação tributária são a lei, o fato gerador e o lançamento.

O dever de pagar tributos decorre diretamente da lei.

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De acordo com Mazza (2005):

Modernamente, a técnica utilizada para fazer nascer a obrigação tributária é a seguinte: o legislador descreve normativamente um fato ou uma situação; quando, no mundo concreto, alguém pratica aquele fato ou se enquadra na referida situação surge para ele o dever de pagar tributo.

A descrição legislativa do fato ou situação chama-se hipótese de incidência, a sua ocorrência concreta é denominada fato gerador.

Fato gerador da obrigação principal, de acordo com o artigo 114 do CTN, é a situação defi-nida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência.

Exemplos: circular mercadorias, auferir renda, prestar serviços, entre outras atividades.

Já a hipótese de incidência é a descrição legislativa do fato que dá nascimento à obrigação tributária.

A constituição do crédito tributário é de competência privativa da autoridade administrativa ligada ao Poder Público respectivo, União, Estados e Municípios.

À constituição do crédito tributário dá-se o nome de lançamento.

Lançamento, de acordo com a lei, é o procedimento administrativo tendente a apurar a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária, examinar a circunstância em que a mesma ocorreu, identificar o sujeito passivo, definir o montante de respectivo crédito, expedir avisos de cobrança e, se for o caso, aplicar a penalidade cabível.

De acordo com a lei, existem três modalidades de lançamento:

• Lançamento de ofício: realizado por iniciativa de autoridade administrativa.

• Lançamento por declaração: realizado em face de declaração fornecida pelo contribuinte ou por terceiro.

• Lançamento por homologação: relativo a tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa.

ReferênciasDIFINI, Luiz Felipe Silveira. Manual de Direito Tributário. São Paulo: Saraiva, 2006.

FABRETTI, Láudio Camargo. Direito Tributário Aplicado. São Paulo: Atlas, 2006.

MAZZA, Alexandre. Noções elementares de Direito Tributário. São Paulo: Quartier Latin, 2005.

PALAIA, Nelson. Noções essenciais de Direito. São Paulo: Saraiva, 2006.

SABBAG, Eduardo de Moraes. Elementos de Direito: Direito Tributário. São Paulo: Premier Máxima, 2007.

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Direito tributário: conceitos gerais -

parte 2

Objetivo:Apresentar ao aluno do EAD as noções básicas de Direito

Tributário por meio da análise das condições da concessão das imunidades e das isenções, da base da tributação no Brasil e

da competência tributária.

Palavras-Chave:Imunidade; isenção; competência; união. estados; municípios.

Profa. Ma. Barbara Mourão dos Santos

Operações na Logística

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1. Imunidade e isenção

As imunidades tributárias são normas constitucionais que excluem a competência dos Entes Federativos para a instituição de impostos sobre determinadas situações ou de certas pessoas.

Somente a Constituição Federal pode instituir a imunidade, sendo considerada, portanto, uma hipótese de não-incidência constitucionalmente qualificada.

A imunidade apresenta alguns pontos de semelhança com a isenção, no entanto, não po-dem ser confundidas, já que a isenção refere-se a formas de dispensa do pagamento de tributos previstas sempre por leis infraconstitucionais.

A isenção se dá no plano da legislação infraconstitucional, ou seja, confere aos entes fede-rativos (União, Estados, Municípios e Distrito Federal), a possibilidade, por meio de lei ordinária, de conceder isenção de pagamento de tributos às pessoas físicas e jurídicas (contribuintes); como exemplo, pode-se citar a concessão de incentivos fiscais.

A imunidade vem expressa no artigo 150 da Constituição Federal:

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

(...)

VI - instituir impostos sobre:

a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;

b) templos de qualquer culto;

c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrati-vos, atendidos os requisitos da lei;

d) livros, jornais, periódicos e o papel desti-nado a sua impressão.

(...)

- 2º - A vedação do inciso VI, “a”, é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.

- 3º - As vedações do inciso VI, “a”, e do pa-rágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relati-vamente ao bem imóvel.

- 4º - As vedações expressas no inciso VI, alí-neas “b” e “c”, compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalida-des essenciais das entidades nelas mencionadas.

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De acordo com o artigo 150 da Constituição, supra citado, pode-se classificar as imunidades nas seguintes espécies:

a) imunidades pessoais: são aquelas conferidas em favor de determinadas pessoas, por exemplo, as imunidades conferidas aos partidos políticos, incluindo suas fundações, às entidades sindicais dos trabalhadores, às instituições de educação e de assistência social.

b) imunidades reais: são as que incidem sobre determinados bens ou serviços; como exem-plo, pode-se citar: imunidade dos livros, jornais, periódicos e do papel destinado à sua impressão (artigo 150, VI, d, da Constituição Federal).

c) imunidades específicas: são as que se aplicam a tributos determinados; como exemplo, pode-se citar a imunidade do Imposto sobre Produtos Industrializados.

2. Bases da tributação no BrasilDe acordo com Fabretti (2006), a tributação, na maioria dos países economicamente desen-

volvidos, incide sobre as seguintes bases:

- comércio exterior (importação e exportação);

- patrimônio;

- renda;

- consumo.

Ainda segundo o autor:

No Brasil, entretanto, a Emenda Constitucional n.o 18/65, que instituiu pela primeira vez no país o Sistema Tributário Nacional, ao invés de tributar o consumo, ou seja, de forma direta o consumidor no local onde ele adquire os bens ou serviços, portanto no destino, resolveu tributar a produção e a circulação, ou seja, na origem.

Esse fato é uma das causas que aumentaram em muito a carga tributária, pois a vendedor repercute para o preço os tributos incidentes sobre a venda, mediante um cálculo por dentro. Esse tipo de cálculo acaba por fazer incidir tributo sobre tributo, elevando ainda mais a carga tributária. Por essa razão, o consumidor é o contribuinte de fato, ou seja, ao pagar o preço, arca com o peso da carga tributária, enquanto o vendedor é apenas o contribuinte de direito.

Resumidamente, o ciclo econômico é formado pelas seguintes etapas: produção e a indus-trialização; circulação e, por último, o consumo.

A tributação sobre a produção ocorre por meio da cobrança do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), conforme disposto no inciso IV do artigo 153 da Constituição Federal.

Já a tributação sobre a circulação é realizada por meio do ICMS que incide sobre as opera-ções de circulação de mercadorias e de serviços de transporte intermunicipal e interestadual, de acordo com o disposto no artigo 155, II, da Constituição Federal.

A tributação sobre o Comércio Exterior se dá pela cobrança do Imposto de Exportação e do Imposto de Importação (impostos regulatórios), de acordo com o disposto no artigo 153 da Constituição Federal.

Patrimônio é o conjunto de bens e direitos de uma pessoa, física ou jurídica, ou seja, seus ativos. Deduzindo desses ativos os passivos, ou seja, as obrigações (dívidas), a diferença positiva (ativo maior que passivo) é o patrimônio líquido (FABRETTI, 2006).

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Page 162: Logística_Apostila.pdf

A competência para tributar o patrimônio líquido foi repartida entre a União, os Estados e os Municípios.

O artigo 155, I, da Constituição Federal estabelece a competência aos Estados para tributar a transmissão causa mortis e a doação, de quaisquer bens ou direitos, pelo Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doações (ITCMD).

O inciso II do artigo 155 estabelece a competência aos Estados para instituir e cobrar o Im-posto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA).

Já o artigo 156, II, da Constituição Federal, dá a competência aos Municípios para tributar a transmissão inter vivos de bens imóveis, pelo Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI).

Compete também aos Municípios o Imposto sobre a Propriedade Predial a Territorial Urbana (IPTU), conforme disposto no artigo 156, I, da Constituição Federal.

Em relação à renda, sua tributação compete à União, conforme disposto no artigo 153, III, da Constituição Federal.

O artigo 43 do Código Tributário Nacional define renda como o produto da aplicação de capital (aluguéis, juros, dividendos, entre outros); do trabalho, com ou sem vínculo empregatício; ou da combinação de ambos.

Já provento é todo acréscimo patrimonial, não definido como renda; prêmios de loterias, por exemplo. A herança não é tributada pelo Imposto de Renda (IR).

3. Competência tributáriaA competência tributária é estabeleci-

da no Código Tributário Nacional (CTN) mas, principalmente, na Constituição Federal.

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Propriedade de veículos automotores (IPVA)

3.1 Impostos da uniãoDe acordo com o artigo 153 da Constituição Federal, a União pode instituir impostos sobre:

I - importação de produtos estrangeiros (II);

II- exportação de produtos nacionais ou nacionalizados (IE);

III - renda e proventos de qualquer natureza (IR);

IV - produtos industrializados (IPI);

V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas aos títulos ou valores mobiliários (IOF);

VI - propriedade territorial rural (ITR);

VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar (IGF);

Outros impostos que podem ser cobrados pela União:

- Contribuições Sociais (art. 195, I da CF);

- Contribuições de Intervenção no Domínio econômico (art. 149 da CF);

- Empréstimos Compulsórios.

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Page 163: Logística_Apostila.pdf

3.2. Impostos dos estadosDe acordo com o disposto no artigo 155 da Constituição Federal, os Estados podem cobrar

os seguintes impostos:

- transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos (ITCMD);

- operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de trans-porte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior (ICMS);

- propriedade de veículos automotores (IPVA).

3.3 Impostos dos municípiosO artigo 156 da Constituição Federal estabelece a competência dos Municípios para instituir

os seguintes impostos:

- propriedade predial e territorial urbana (IPTU);

- transmissão “inter vivos”, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos à sua aquisição (ITBI);

- sobre serviços de qualquer natureza (ISS).

3.4. Competência comumDe acordo com a legislação tributária, as Taxas e as Contribuições de Melhoria são cobradas

por qualquer ente.

Referências bibliográficasDIFINI, Luiz Felipe Silveira. Manual de Direito Tributário. São Paulo: Saraiva, 2006.

FABRETTI, Láudio Camargo. Direito Tributário Aplicado. São Paulo: Atlas, 2006.

MAZZA, Alexandre. Noções elementares de Direito Tributário. São Paulo: Quartier Latin, 2005.

PALAIA, Nelson. Noções essenciais de Direito. São Paulo: Saraiva, 2006.

SABBAG, Eduardo de Moraes. Elementos de Direito: Direito Tributário. São Paulo: Premier Máxima, 2007.

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Direito tributário: espécies de tributos

Objetivo:Apresentar ao aluno do EAD as noções básicas de Direito Tri-

butário por meio da análise das espécies tributárias.

Palavras-chaveEspécie; tributo; união; estados; municípios; Distrito Federal.

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Page 166: Logística_Apostila.pdf

1. Conceito de tributoTributos são prestações obrigatórias, em espécie, exigidas pelo Estado, em função de seu poder de império, sem caráter sancionatório.

Normalmente visam à finalidade fiscal: obter os recursos necessários para regular o funcionamento do Estado. Modernamente, porém, a isso se agrega finalidade extrafiscal: estimular (ou desesti-mular) certas atividades, como forma de intervenção do Poder Público no domínio econômico (DEFINI, 2006).

De acordo com o artigo 3º do Código Tributário Nacional (CTN):

Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade adminis-trativa plenamente vinculada.

Passaremos à análise dos elementos da definição de tributo contida no artigo 3º do CTN:

prestação pecuniária compulsória: significa que a legislação tributária brasileira somente es-tabelece tributos cujo objeto é prestação pecuniária, ou seja, cujo cumprimento se faz pela entrega de dinheiro. Essa prestação é compulsória porque o dever jurídico tributário

é imposto pelo Estado ao contribuinte.

em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir: para alguns doutrinadores, constitui-se numa locução redundante, já que pode ser confundida com o preceito já descrito na letra “a”, acima citado.

que não constitua sanção de ato ilícito: significa afirmar que o tributo não tem natureza sancionatória (punitiva), sendo que a hipótese de incidência do tributo é ato lícito.

instituída em lei: o tributo deve ser instituído por lei. Por força do princípio da legalidade contido no artigo 150, I, o tributo só pode ser instituído (ou aumentado) por lei.

cobrança mediante atividade plenamente vinculada: de acordo com a lei, os atos administra-tivos podem ser vinculados ou discricionários. Os atos vinculados são aqueles que têm seu conteúdo determinado em lei. Atos discricionários são aqueles que têm seu conte-

údo, ou parte dele, não predeterminado em lei, mas deixando a cargo da conveniência político-administrativa do agente competente para praticá-lo.

A arrecadação dos tributos é ato vinculado em virtude do princípio da legalidade.

2. Classificação dos tributosDe acordo com o artigo 5º do Código Tributário Nacional (CTN), são espécies tributárias: os

impostos, as taxas e as contribuições de melhoria.

Contudo, atualmente, também são considerados tributos os empréstimos compulsórios e outras contribuições.

2.1 Impostos: conceitoO artigo 16 do Código Tributário Nacional estabelece que imposto é tributo cuja obrigação

tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.

O imposto é destinado ao custeio das despesas públicas.

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Page 167: Logística_Apostila.pdf

2.2 Imposto sobre Importação (II)O Imposto sobre Importação é previsto no artigo 153, I, da Constituição Federal e disciplinado

pelas Leis 7.810/89, 8.003/90, 8.032/90, 8.035/90, 9.449/97 e pelo Decreto-Lei 37/66.

O Imposto sobre Importação tem como fato gerador a entrada de mercadoria estrangeira no território nacional. Também considera-se estrangeira a mercadoria nacional ou nacionalizada exportada, que retornar ao país.

A competência para instituir o Imposto sobre Importação (II) é da União.

Segundo teor do artigo 31 do Decreto-Lei 37/66, são contribuintes do Imposto sobre Im-portação:

- o importador, assim considerada qualquer pessoa que promova a entrada de mercadoria estrangeira no território nacional;

- o destinatário de remessa postal internacional indicada pelo respectivo remetente;

- o adquirente de mercadoria entrepostada.

No mesmo sentido, segundo o artigo 32 do Decreto-Lei 37/66, são responsáveis tributários:

- o transportador, quando transportar mercadoria procedente do exterior ou sob controle aduaneiro, inclusive em percurso interno;

- o depositário, assim considerada qualquer pessoa incumbida da custódia de mercadoria sob controle aduaneiro.

2.3 Imposto sobre Exportação (IE)O Imposto sobre Exportação (IE) está previsto no artigo

153, II, da Constituição Federal. A competência é da União. É regido pelo Decreto-Lei nº 1.578/77.

Segundo teor do decreto-lei acima citado, o Imposto sobre Exportação tem como fato gerador a saída de produtos nacionais ou nacionalizados do território nacional, consideran-do-se como tal o momento da expedição da guia de exportação ou documento equivalente.

O contribuinte do Imposto sobre Exportação é o expor-tador, assim considerada qualquer pessoa que promova a saída do produto do território nacional.

2.4 Imposto sobre a Renda (IR)O artigo 153, III, da Constituição Federal, estabelece que

é de competência da União a instituição do Imposto sobre a Renda (IR).

Além da Constituição Federal, outras leis regulamentam o IR: 8.034/90, 8.166/91, 8.848/94, 8.981/95, 9.316/96, 9.430/96 e 9.532/97.

De acordo com o artigo 153, parágrafo 2º da Constituição Federal, o Imposto de Renda será informado pelos critérios da generalidade, universalidade e progressividade.

Por generalidade, entende-se que o IR deve incidir sobre qualquer espécie de renda ou provento.

Por universalidade, entende-se que todas as pessoas físicas ou jurídicas sujeitam-se à inci-dência do imposto.

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A progressividade, prevista no artigo 145, parágrafo 1º da Constituição Federal, estabelece que as alíquotas do Imposto de Renda (IR) devem ser graduadas conforme a capacidade econô-mica do contribuinte.

De acordo com o preceito do artigo 43 do CTN, o fato gerador do Imposto de Renda é a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica, por meio de:

I- renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos;

II-proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais não compreen-didos no inciso anterior.

Segundo teor do artigo 45 do CTN:

contribuinte do imposto é o titular da disponibilidade, sem prejuízo de atribuir a lei essa condição ao possuidor, a qualquer título, dos bens produtores de renda ou dos proventos tributáveis.

Em relação à base de cálculo do imposto, a lei prevê as seguintes hipóteses: lucro real, lucro presumido e lucro arbitrado.

O lucro real leva em conta o acréscimo patrimonial efetivo.

O lucro presumido é calculado por meio de coeficientes de acordo com o tipo de atividade, apli-cados sobre a receita bruta.

O lucro arbitrado é aplicado em situações nas quais as empresas não estão com a escrituração contábil regular, portanto, o Fisco é obrigado a arbitrar o valor do lucro.

2.5 Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)

De acordo com o artigo 153, IV, da Constituição Fede-ral, à União compete a instituição de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

Segundo artigo 153, parágrafo 3º da Constituição Fe-deral, o IPI:

I- será seletivo em função da essencialidade do produto;

II- será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores;

III- não incidirá sobre produtos industrializados destinados ao exterior;

IV- terá reduzido seu impacto sobre a aquisição de bens de capital pelo contribuinte do imposto, na forma da lei.

2.6 Imposto sobre Operações Financeiras (IOF)É previsto no artigo 153, V, da Constituição Federal, e é de competência da União. É um

imposto extrafiscal.

Seu fato gerador é a realização de operação financeira, de câmbio ou seguro, como operação de empréstimo bancário, aquisição de moeda estrangeira ou assinatura de contrato de seguro.

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2.7 Imposto sobre Propriedade Territorial Rural (ITR)É de competência da União. Trata-se de um imposto que funciona como instrumento auxiliar

da disciplina estatal da propriedade rural, no combate aos grandes latifúndios improdutivos.

2.8 Imposto sobre grandes fortunasApesar de seu tratamento como imposto pela União, ainda não existe lei complementar que

defina o que se entende por grandes fortunas, a fim de serem definidas suas alíquotas, a incidência e os respectivos contribuintes.

2.9 Imposto sobre transmissão causa mortis e doações de quaisquer bens ou direitos

Recai sobre herança ou doação. É um imposto estadual, por essa razão, cada Estado tem uma alíquota; em São Paulo, por exemplo, a alíquota é de 4%.

A base de cálculo é o valor de mercado do bem constante da escritura de doação ou o valor venal constante do lançamento do imposto predial.

2.10 Imposto sobre circulação de mercadorias e serviços (ICMS)

É um imposto de competência estadual.

Incide sobre a circulação de mercadorias e serviços de transporte interestadual.

Competente para cobrar esse imposto é o Estado, dentro do qual a mercadoria saiu do esta-belecimento do empresário por ter sido vendida ao consumidor, a outro empresário ou indústria.

O ICMS é um imposto não cumulativo, isto é, por ocasião da revenda da mercadoria adquirida de fabricante ou adquirida de outro empresário, o im-posto será recolhido pelo vendedor, compensando-se com o imposto recolhido na operação anterior.

São considerados contribuintes: o importa-dor, o arrematante ou adquirente, o produtor, o extrator, o industrial, o empresário e o prestador de serviços de transporte interestaduais e inter-municipais.

O lançamento do imposto é por homolo-gação.

2.11 Imposto sobre Propriedade de veículos automotores (IPVA)

É um imposto de competência estadual e tem como fato gerador a propriedade de veículos automotores.

O cálculo do imposto é feito mediante aplica-ção de alíquota percentual de acordo com o valor, ano de fabricação, marca e modelo do veículo.

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2.12 Imposto sobre propriedade predial e ter-ritorial urbana (IPTU)

É de competência municipal. Tem como fato gerador a propriedade de imóveis. O lançamento desse imposto é feito com base no cadastro imobiliário da Prefeitura, a qual notifica anualmente o contribuinte para seu pagamento.

2.13 Imposto sobre transmissão inter vivos (ITBI)

Trata-se, também, de um imposto municipal. Tem por fato gerador a transmissão de pro-priedade do imóvel de uma pessoa a outra, a título oneroso.

2.14 Imposto sobre serviços de qualquer natureza (ISS) Imposto municipal cujo fato gerador é a prestação de serviços de qualquer natureza, por

empresa ou profissional autônomo.

As alíquotas do ISS são fixadas com autonomia pelos municípios e a base de cálculo, de uma maneira geral, é o preço cobrado pelos serviços, sendo que alguns municípios es-tabelecem também valores fixos, dependendo do profissional. O contribuinte é a empresa prestadora de serviços e o trabalhador autônomo.

3. TaxasÉ o pagamento obrigatório, em dinheiro, que

o Estado, pelo seu poder fiscal e na forma da lei, exige em razão de atividade especial prestada ao contribuinte.

A taxa possui as seguintes características:

- é instituída por lei;

- pressupõe a prestação de um serviço pelo Estado ao particular, de quem é cobrada;

- são tributos destinados a remunerar servi-ços públicos específicos prestados ao contribuinte ou postos à sua disposição;

- impostas unicamente às pessoas beneficia-das por tal serviço, potencial ou efetivamente.

Podem-se citar os seguintes exemplos: taxa postal, judiciária, limpeza, etc.

4. Contribuição de melhoriaÉ o tributo instituído para recuperar o cus-

to da obra pública de que decorra a valorização imobiliária.

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É tributo cobrado em razão da valorização produzida em imóvel do contribuinte, em conse-quência da obra pública concreta realizada no local de situação do imóvel.

5. Outras contribuiçõesO artigo 149 da CF estabelece as seguintes contribuições:

- contribuições sociais;

- contribuições de intervenção no domínio econômico;

- contribuições de interesse de categorias profissionais ou econômicas.

As contribuições sociais foram instituídas pelo artigo 195 da Constituição Federal e são consideradas como tributo misto de imposto e taxa.

Para o empregador, ela incide sobre a folha de salários (INSS – Lei n.º 8.212/91), sobre o faturamento (Cofins – Lei Complementar n.º 70/91) e sobre o Lucro (CSL – Lei n.º 7.689/88.

As Contribuições de interesse de categorias profissionais ou econômicas são devidas pelos profissionais ao seu órgão de registro e fiscalização.

Podem-se citar os seguintes exemplos: OAB, CRA, CREA, entre outros.

ReferênciasDIFINI, Luiz Felipe Silveira. Manual de Direito Tributário. São Paulo: Saraiva, 2006.

FABRETTI, Láudio Camargo. Direito Tributário Aplicado. São Paulo: Atlas, 2006.

MAZZA, Alexandre. Noções elementares de Direito Tributário. São Paulo: Quartier Latin, 2005.

PALAIA, Nelson. Noções essenciais de Direito. São Paulo: Saraiva, 2006.

SABBAG, Eduardo de Moraes. Elementos de Direito: Direito Tributário. São Paulo: Premier Máxima, 2007.

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Princípios contábeis

Objetivos:Compreender os princípios contábeis;

Conhecer as principais demonstrações financeiras.

Palavras-chave:Contabilidade; princípios contábeis; demonstrações financeiras.

Prof. Me. Marcelo Alves Cruz

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Operações na Logística

Page 174: Logística_Apostila.pdf

IntroduçãoNo capítulo sobre prática contábil foi apresentada a origem dos processos contábeis, des-

tacando a importância do correto registro das atividades da empresa. Também foi apresentado o conceito de débito e crédito e sua especial relação na contabilidade, em que débito não está associado a algo desfavorável, nem crédito representa algo favorável. Na contabilidade, eles determinam o lado em que o registro será realizado e seu significado está ligado à natureza da conta em que é lançado. Além disso, os lançamentos dos registros são feitos seguindo o método das partidas dobradas que, basicamente, determina que não pode haver débitos sem créditos correspondentes.

A partir da compreensão desses conceitos, do correto entendimento das diretrizes da empresa, que formalmente são representadas pelo contrato social ou estatuto, no caso das S.A., o contador, ou profissionais da área de contabilidade, desenha o plano de contas nas quais os registros serão feitos e que representa as atividades da empresa. A apuração dos registros é feita por meio dos razonetes que, por sua vez, irão dar origem às demonstrações financeiras.

Este capítulo abordará os passos para a confecção dessas demonstrações, mas primeiro, serão apresentados os princípios contábeis, para que sejam compreendidas as orientações ins-titucionais da prática da contabilidade, princípio corresponde às premissas sobre as atividades a serem registradas pela contabilidade.

Um princípio é aceito por ser considerado útil e praticável, ou seja, possui características altamente práticas. A contabilidade trabalha com alguns princípios que serão abordados abaixo:

· Princípio da entidade – entidade na contabilidade tem o conceito de que uma empresa é uma entidade distinta das pessoas dos sócios (é o caixa da empresa que desembolsa o dinheiro, e não o sócio). De maneira mais técnica, entidade para a contabilidade é todo núcleo capaz de movimentar recursos;

· Princípio da continuidade – este princípio baseia-se no fato de que uma empresa é consti-tuída para ter uma “vida” indeterminada. Ou seja, todas as práticas e registros devem ser orientados no sentido de que a empresa continuará existindo indefinidamente e que, portanto, deve ter suas atividades controladas nesse sentido;

· Princípio da realização – resumidamente, este prin-cípio determina que a receita seja reconhecida no período contábil em que foi realizada;

· Princípio do custo como base de valor – este prin-cípio está associado aos conceitos de custos apresentados nos capítulos referentes à contabilidade de custos e que determina que o custo a ser utilizado nos lançamentos contábeis deve ser o custo original, ou seja, os valores dos produtos a serem registrados devem ser os valores pagos para adquiri-los ou fabricá-los;

· Confrontação das despesas com as receitas – basi-camente, este princípio direciona os registros contábeis no sentido de que as despesas devem ser associadas às receitas a que se referem, de acordo com a data do fato gerador. Esse princípio fica claro com a utilização das despesas de folha de pagamento como exemplo: a despesa dos salários dos funcionários do mês de março deverá ser considerada despesa do mês de março, mesmo que o valor seja pago nos primeiros dias de abril;

· Princípio do denominador comum monetário – este princípio tem como principal direcio-nador um dos objetivos primários da contabilidade apresentado no capítulo sobre prática contábil, que é o fato de a contabilidade trabalhar apenas com as atividades que possam ser monetizadas, ou seja, que possam receber um valor monetário.

Além dos princípios apresentados acima, a contabilidade trabalha, também, com algumas

Os lança-mentos dos

registros são feitos seguin-

do o método das partidas dobradas que, basicamente, determi-na que não pode haver

débitos sem créditos correspondentes.

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Page 175: Logística_Apostila.pdf

convenções que direcionam os profissionais ligados a essa área e permitem uma padronização nas atividades desses profissionais no que tange a procedimentos de trabalho:

· Convenção da consistência – esta convenção determina que, uma vez escolhido algum procedimento, dentre os vários possíveis (por exemplo, avaliação de estoques segundo um deter-minado conceito de custeio – vide capítulos sobre contabilidade de custos), não se deve mudá-lo. Essa convenção é importante por permitir a comparação entre relatórios;

· Convenção do conservadorismo (prudência) – no processo de atribuir valores a determinado evento, sempre que houver alternativas válidas de atribuir valores diferentes, deve-se optar pelo valor mais baixo para o ativo e pelo valor mais alto para o passivo;

· Convenção da materialidade (relevância) – para não haver perda de tempo e de dinheiro, deve-se registrar na contabilidade apenas os eventos relevantes e no momento oportuno. Por exemplo, não se registra diariamente o consumo de papéis; a apuração do consumo de papel é feita pelo levantamento da variação do estoque no momento escolhido para a apuração das informações;

· Convenção da objetividade – devem ser usadas para registros as informações disponíveis nos documentos emitidos pela empresa, ou seja, o que está na fatura deve ser respeitado, inde-pendentemente de haver outra fonte de informação que alega outro valor para a mesma opera-ção, que, nesse caso, assume um valor subjetivo. O que se tem objetivamente deve ser considerado.

Cabe destacar o trabalho dos profissionais de contabilidade no que diz respeito a conduta e procedimentos no tratamento das informações contábeis. Mesmo assim, tivemos recentemente exemplos de grandes corporações que frauda-ram os registros contábeis e provocaram grandes prejuízos aos consumidores. Esse tipo de atitude certamente não corresponde a ações direciona-das pelos princípios e convenções utilizadas pela contabilidade.

Uma vez entendidos os direcionamentos dos procedimentos contábeis e a forma como a con-tabilidade estrutura os registros contábeis, apre-sentada no capítulo sobre práticas contábeis, este capítulo passa a mostrar a estrutura das principais demonstrações financeiras utilizadas pela conta-bilidade e que devem ser elaboradas ao final do exercício, normalmente anual: demonstração dos resultados do exercício, demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados e balanço patrimonial.

Demonstração dos resultados do exercício

A demonstração dos resultados do exercício, como o próprio nome indica, é a forma de apre-sentar um resumo do comportamento das receitas e despesas da empresa num determinado período, normalmente de um ano.

A forma de ser apresentada a demonstração dos resultados é dedutiva, ou seja, num esquema vertical, em que dos valores das receitas vão sendo subtraídas as despesas, até culminar com o resul-tado, lucro ou prejuízo.

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O detalhamento da demonstração de resultados será de acordo com o porte e a complexidade das operações da empresa, fazendo com que o instrumento tenha mais ou menos lançamentos que detalhem os registros. O importante é que, sem complicação, sejam detalhadas as informações para servirem de subsídio para a tomada de decisões.

A tabela 1 apresenta, esquematicamente, a configuração da demonstração de resultados.

Tabela 1 – Demonstração de resultados

(+) Receita bruta total geral da vendas

(-) deduções impostos sobre vendas, devoluções, descontos e abatimentos

(=) Receita líquida

(-) custos custos de produção – dos produtos e serviços vendidos

(matéria-prima, mão–de-obra, aluguel da fábrica etc.)

(=) Lucro bruto

(-) despesas despesas administrativas (gastos de escritório e gastos para

administrar), despesas vendas (propaganda, comissão etc.),

despesas financeiras (por exemplo, juros), outras despesas

operacionais

(=) Lucro operacional

(-) perdas gastos anormais, não previstos e que não contribuem para

a obtenção de receita, ou seja, vendas

(=) Lucro antes da distribuição

(-) participação de terceiros são as entidades que vão receber uma parte do lucro: governo

(imposto de renda); administradores; empregados

(gratificação) etc.

(=) Lucro líquido

Demonstração dos lucros ou prejuízos acumuladosEste relatório contábil é estruturado no sentido de mostrar o que se faz com o lucro apurado

no período, ou seja, qual o destino do lucro apurado. Uma parte do lucro é distribuída aos donos da empresa, remunerando o capital investido. A essa parcela dos lucros, distribuída, denomina-se dividendos. Outra parte dos lucros é reinvestida na empresa. Essa parcela do lucro que fica na empresa é conhecida como lucro retido.

A destinação dos lucros apurados vai promover a interação da demonstração dos resultados do período, analisada anteriormente, e o balanço patrimonial, próximo relatório a ser apresentado. Para demonstrar a interação, a parte dos lucros que será distribuída para os donos da empresa, no balanço patrimonial, será lançada na conta dividendos a pagar (no passivo). A parte que será reinvestida na empresa será lançada na conta lucros retidos (no PL).

Balanço patrimonialRetomando o capítulo sobre introdução à contabilidade, foram apresentados os conceitos

sobre o balanço patrimonial, que permitem conhecer sua lógica de construção (ativo, passivo, patrimônio líquido, grupo de contas etc.). Este capítulo irá mostrar mais alguns conceitos sobre o principal relatório de demonstração contábil.

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Page 177: Logística_Apostila.pdf

O ativo no balanço patrimonial, em que são lançados os bens e direitos, é dividido em três partes:

• Ativo circulante – que será transformado em dinheiro no máximo em um ano (são contas que estão sempre em movimento – giro);

• Realizável a longo prazo – bens e direitos que se trans-formarão em dinheiro um ano após o levantamento do balanço;

• Permanente – bens e direitos que não são ligados a vendas e têm vida útil mais longa: investimento, imobilizado e diferido.

Assim como o ativo, o passivo e o patrimônio líquido, que representam as obrigações, têm, também, três partes:

• passivo circulante – refere-se ao que será pago no curto prazo (fornecedores, salários a pagar, duplicatas a pagar, tributos a pagar, dividendos a pagar etc.);

• exigível a longo prazo – são dívidas de longo prazo, ou seja, superior a um ano;

• patrimônio líquido – são recursos de terceiros, por exemplo, os proprietários, aplicados na empresa e também os lucros retidos (que serão reinvestidos na atividade da empresa.

A tabela 2 apresenta, sinteticamente, a configuração do balanço patrimonial.

Tabela 2 – Balanço patrimonial

A forma de ser apresentada a

demonstração dos resultados é

dedutiva

Ativo Passivo

Ativo circulante Passivo circulante

caixa fornecedores

bancos duplicatas a pagar

clientes promissórias a pagar

duplicatas a receber salários a pagar·

promissórias a receber impostos e taxas a recolher

estoque de mercadorias Passivo exigível a longo prazo

Ativo realizável a longo prazo duplicatas a pagar

duplicatas a receber promissórias a pagar

promissórias a receber Resultados de exercícios futuros

Patrimônio líquido

Ativo permanente

imóveis capital

computadores reserva legal

instalações lucros ou prejuízos acumulados

móveis e utensílios·

veículos

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Page 178: Logística_Apostila.pdf

Referências

IUDÍCIBUS, S. Contabilidade introdutória. 9. ed. São Paulo: Atlas, 1998.

IUDÍCIBUS, S.; MARION, J. Curso de contabilidade para não contadores. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2007.

RIBEIRO, O. M. Contabilidade geral fácil. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2006.

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Contabilidade

Objetivos:Compreender os conceitos básicos

da contabilidade;Conhecer o balanço patrimonial;

Conhecer as principais contas utilizadas;Conhecer a demonstração de resultados.

Palavras-chave:Contabilidade; balanço patrimonial; patrimô-

nio; contas; demonstrativo de resultados.

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Operações na Logística

Page 180: Logística_Apostila.pdf

IntroduçãoPara os profissionais de administração, especialmente, os formados com ênfase em finanças,

o conhecimento dos temas relacionados à contabilidade é essencial.

Da mesma maneira que nós, todos os dias, tomamos decisões importantes em nossas vidas relacionadas a trabalho, carreira e outros assuntos, as empresas também as fazem. Mas, para uma boa tomada de decisão, é necessário o levantamento de dados e informações que as subsidiem. A qualidade e a organização dessas informações são de fundamental importância.

Um instrumento relevante para a tomada de decisão de uma organização é a contabilidade. Ela permite que os profissionais sejam capazes de interpretar os dados da empresa de maneira a utilizá-los na elaboração das estratégias e posicionamento da organização. A contabilidade possui a característica de “tirar uma fotografia” da empresa e analisá-la por meio de diversos indicadores. Esses indicadores darão sinais da saúde financeira, da situação patrimonial e econômica da empre-sa, assim como os caminhos a serem tomados para corrigir, se necessário, alguns procedimentos internos. Em última análise a contabilidade tem como objeto central o patrimônio da instituição a ser analisada e sua variação. É importante lembrar que os conceitos contábeis não são exclusiva-mente destinados às empresas, podendo ser também aplicados a cidades, estados e países.

A contabilidade, ao analisar as instituições sob a ótica econômica, estará preocupada com o fluxo de receitas e despesas, que irão resultar em lucros ou prejuízos. Quando a contabilidade analisar as questões financeiras, o foco estará sobre o fluxo de caixa e o capital de giro. Nesse mo-mento, é importante que você saiba que a contabilidade é uma ciência que vai analisar a empresa nos aspectos abordados acima, tendo como finalidade o controle e o planejamento da empresa.

Há uma série de pessoas e entidades interessada nas informações contábeis da empresa, dentre os quais destacamos: sócios, acionistas, bancos e governo. A organização das informações é padronizada, seguindo padrões definidos que são utilizados por todas as empresas e apresentados pelas seguintes técnicas contábeis:

• escrituração – registros em livros da empresa de todas as atividades que ocorrem no dia-a-dia desta. Os dados devem ser detalhados e devem ser registrados obede-cendo a um método bastante conhecido no mundo contábil, denominado método das partidas dobradas. Esse método estabelece que para cada débito lançado haja um crédito correspondente de igual valor;

• demonstrações – são quadros técnicos com dados extraídos dos registros contábeis da empresa. Como exemplo dessas demonstrações, temos o balanço patrimonial e a demonstração de resultados. É importante destacar que há leis que obrigam a empresas com determinadas composições societárias a elaborar demonstrações diferenciadas. Por exemplo, as empresas que são S.A. (sociedades anônimas) devem também emitir, além do balanço patrimonial e da demonstração de resultados, a demonstração de lucros ou prejuízos acumulados e as demonstrações das origens e aplicação de recursos;

• auditoria – é a técnica que faz, com rigor, o controle da relação entre os dados que aparecem nas demonstrações e os registros e documentos que originaram tais dados;

• análise de balanços – é a parte da contabilidade que vai analisar e interpretar os dados das demonstrações e, com isso, gerar informações relevantes e que servirão para tomada de decisões em relação às atividades da empresa.

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Page 181: Logística_Apostila.pdf

Tabela 1 –

Ativo Passivo

Bens Obrigações

caixa fornecedores

veículos duplicatas a pagar

Direitos Patrimônio líquido

duplicatas a receber capital

promissórias a receber ucros acumulados

Exemplos de contas:

• contas de despesas – água, luz, despesas bancárias, fre-tes, impostos, salários, alugueis, material de limpeza;

• contas de receitas: receitas de serviços, vendas de mer-cadorias, alugueis, descontos.

Observação: Há contas que em função da língua portuguesa tem o mesmo nome, mas assumem significados diferentes, por exemplo aluguéis. A conta aluguéis no lado do ativo é receita e a conta aluguéis no lado do passivo é despesa, ou seja a empresa paga esse aluguel. Esse raciocínio é válido para outros exemplos como descontos, juros, entre outras contas.

PatrimônioSendo um dos conceitos centrais da contabilidade, o patrimônio é definido como o conjunto

de bens, direitos e obrigações pertencentes a uma pessoa avaliado Obrigações, como o próprio nome indica, são todos os valores que a empresa tem que pagar a terceiros.

Agora fica clara a importância do conceito de patrimônio para a contabilidade, pois ele abrange todas as informações necessárias para a elaboração do instrumento gráfico em que são lançadas as infor-mações e irão permitir a tomada de decisão por parte da empresa. Essa representação gráfica é denominada balanço patrimonial.

Antes da especificação dos conceitos do balan-ço patrimonial, para melhor compreensão destes é importante que você saiba os conceitos relacionados às contas do balanço.

ContasÉ a definição técnica que identifica um componente relativo ao patrimônio da empresa (bens,

direitos ou obrigações). Essas contas são denominadas na contabilidade de contas patrimoniais. Uma conta patrimonial pode ser ativa – bens e direitos – ou passiva – obrigações e patrimônio líquido. As contas que representam um componente de resultado, por exemplo, despesa ou re-ceita, são denominadas contas de resultado e representam as variações patrimoniais. Todos os dias, a empresa realiza diversas operações como compras, vendas, pagamentos, entre outras. Essas operações são registradas em contas próprias.

Um instrumento relevante para

a tomada de decisão de uma organização

é a contabilidade.

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Balanço patrimonialO balanço patrimonial é a demonstração financeira mais importante refletindo uma posição

financeira da empresa num determinado momento, geralmente nos finais de cada ano. Basicamente, o balanço patrimonial é dividido em duas colunas: passivo e patrimônio líquido, que é a coluna da direita na tabela 2 e que representa toda a fonte de recursos da empresa. O ativo é a coluna da esquerda e representa a aplicação dos recursos originados no passivo e patrimônio líquido. Essa posição das colunas, esquerda e direita, é uma definição meramente convencional.

Tabela 2

Ativo Passivo e patrimônio líquido

Lado esquerdo Lado direito

• ativo – representa todos os bens e direi-tos da empresa em relação a terceiros;

• passivo – representa todas as obrigações (dívidas) da empresa para com terceiros. É conhecido como capital de terceiros;

• patrimônio líquido – representa todos os recursos aplicados pelos proprietários na empresa, principalmente capital. É conhe-cido como capital próprio.

A contabilidade, com sua lógica simples, em que para cada débito existe um crédito corres-pondente e que a origem de recursos é sempre via passivo e sua aplicação via ativo, permite à organização ter uma visão clara das informações e o entendimento correto da situação da empresa naquele exercício, ou melhor, naquele universo de tempo utilizado para a análise, que, normalmente, é de um ano. Se a origem, ou a entrada, de recursos é sempre via passivo, a natureza das contas de passivo é credora, enquanto as contas do ativo possuem natureza devedora.

A partir dessa lógica da contabilidade estabelece-se uma equação contábil que mostra cla-ramente a relação entre ativo, passivo e patrimônio líquido:

Ativo = Passivo + Patrimônio líquido

Antes da apresentação da configuração do balanço patrimonial, mais alguns conceitos são importantes:

• ativo e passivo circulante – são contas que representam direitos e obrigações cujos vencimentos ocorrem durante o exercício, ou seja, durante o ano (1º. de janeiro a 31 de dezembro);

• ativo realizável a longo prazo e passivo exigível a longo prazo – são contas que represen-tam direitos e obrigações cujos vencimentos ocorrem após o término do exercício.

As tabelas a seguir trazem um modelo de balanço patrimonial com exemplo de algumas contas, utilizando os conceitos apresentados neste capítulo. De forma didática serão separadas as contas de patrimônio (tabela 3) e as contas de resultado (tabela 4).

A contabilidade, com sua lógica

simples, em que para cada débito existe um crédito

correspondente e que a origem de recursos é sempre via passivo

e sua aplicação via ativo

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Tabela 3 – Contas patrimoniais

Ativo Passivo

Ativo circulante Passivo circulante

caixa fornecedores

bancos duplicatas a pagar

clientes promissórias a pagar

duplicatas a receber salários a pagar

promissórias a receber impostos e taxas a recolher

estoque de mercadorias Passivo exigível a longo prazo

Ativo realizável a longo prazo duplicatas a pagar

duplicatas a receber promissórias a pagar

promissórias a receber Resultados de exercícios futuros

Ativo permanente Patrimônio líquido

imóveis capital

computadores reserva legal

instalações lucros ou prejuízos acumulados

móveis e utensílios

veículos

Tabela 4 – Contas de resultados

Despesas Receitas

Despesas operacionais Receitas operacionais

água e esgoto aluguéis

aluguéis descontos obtidos

combustível juros

descontos concedidos receitas de serviços

despesas bancárias receitas eventuais

encargos sociais

fretes

impostos e taxas

juros

luz e telefone

salários

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Considerações finaisNeste capítulo foram apresentados os conceitos básicos da contabilidade, permitindo que

o profissional focado em finanças tenha o entendimento de como a contabilidade se organiza. A importância do conceito de patrimônio e da organização das informações, que permite que a empresa se organize e, principalmente, tome as decisões que forem necessárias para o andamento das atividades da empresa. Além do conceito de patrimônio, as contas e suas origens são funda-mentais. Organizando-as obedecendo aos conceitos da contabilidade, é possível apresentar os lançamentos que retratam o funcionamento da empresa nas mais diversas atividades.

O balanço patrimonial é a principal forma de apresentar os lançamentos; foi apresentado neste capítulo com o objetivo de introduzir sua linguagem e estrutura. Outra demonstração bastante uti-lizada na contabilidade é demonstração de resultados, que segue a estrutura abaixo (tabela 5).

Tabela 5 – Demonstração do resultado do exercício

(+) Receita bruta de venda

(-) Impostos

(-) Descontos

(=) Receita líquida

(-) Custos dos produtos vendidos

(=) Lucro bruto

(-) Despesas de vendas

(-) Despesas administrativas

(-) Despesas financeiras

(-) Outras despesas operacionais

(+) Outras receitas operacionais

(=) Lucro operacional

(+) Receitas não operacionais

(-) Despesas não operacionais

(=) Lucro antes do imposto de renda

(-) Provisão para o imposto de renda

(=) Lucro líquido

ReferênciasIUDÍCIBUS, S. Contabilidade introdutória. 9. ed. São Paulo: Atlas, 1998.

IUDÍCIBUS, S.; MARION, J. Curso de contabilidade para não contadores. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2007.

RIBEIRO, O. M. Contabilidade geral fácil. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2006.

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Page 185: Logística_Apostila.pdf

Prática contábil

Objetivos:Compreender a razão da contabilidade;

Conhecer o ciclo contábil;Conhecer as principais ferramentas.

Palavras-chave:Contabilidade; débito e crédito; contas; razonete.

Prof. Me. Marcelo Alves Cruz

Módulo

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Operações na Logística

Page 186: Logística_Apostila.pdf

Quando se fala em prática contábil, é importante a compreensão do universo com que a con-tabilidade se relaciona. O mundo da contabilidade está associado às atividades das empresas.

A contabilidade é uma ferramenta de controle e acompanhamento de todas as ações da empresa, para seu funcionamento e realização de suas obrigações. Pois bem, como há diversos tipos de atividades, a contabilidade acabou se especializando em cada área: financeira, gerencial, de custos, entre outras.

A prática contábil tem sua estrutura na apuração e no lançamento dos registros que repre-sentam as ações da empresa. É importante destacar o fato de que a contabilidade permite que a empresa monitore suas atividades no sentido de estarem alinhadas com os propósitos da empresa. Os propósitos da empresa são as questões fundamentais e essenciais referentes às suas atividades. Compõem os propósitos da empresa sua visão, missão e valores. Esses três componentes dão seu direcionamento. A contabilidade entra no contexto como uma das ferramentas de alinhamento. O profissional diretamente associado à contabilidade é o contador, que, no Brasil, tem um amplo mercado de trabalho e, assim como o advogado, tem sua atividade regulamentada.

Muitas vezes tenta-se reduzir a ampli-tude do universo da contabilidade restrin-gindo-a a apenas atividades operacionais. Diversas atividades podem parecer meramen-te operacionais, mas representam uma ação alinhada a outras na direção da estratégia definida.

A contabilidade trabalha com conceitos centrais ligados a mensurar a variação nos in-vestimentos realizados pelas empresas. Esses investimentos afetam o patrimônio dessas empresas e a variação desse patrimônio é medida pelas ferramentas contábeis.

Algo que ratifica as atividades da contabilidade é seu caráter universal, em que, indepen-dentemente do local, seus princípios são respeitados e utilizados. Os princípios contábeis são os conceitos básicos em relação aos eventos que a contabilidade estuda. Nesse universo da conta-bilidade, há empresas com fins lucrativos e ou não, ou seja, independentemente da finalidade da organização, a contabilidade é utilizada para o monitoramento de suas atividades.

O conceito básico da contabilidade – e, também, pelo que é mais conhecida – é a relação entre o débito e o crédito dos registros contábeis. Essa relação faz parte das atividades dos pro-fissionais que trabalham com a contabilidade. Conhecendo a natureza das atividades da empresa, os profissionais da área de contabilidade elaboram um plano que irá refletir todas as atividades, ou melhor, todas as possíveis transações que serão realizadas para o funcionamento da empresa são mapeadas e as contas abertas.

A natureza das atividades da empresa é determinada por meio de um contrato social cele-brado entre os sócios da empresa, que se reúnem para estruturar esse contrato e traçar as regras da empresa que estão constituindo. Em empresas que são S.A. (sociedade anônima), essas regras são determinadas por um estatuto. Contas são os registros em que as transações são documen-tadas pela rotina contábil. Esse plano contábil quanto melhor for elaborado, permite que outros profissionais utilizem seus relatórios e documentos.Independentemente do porte da empresa, micro, pequena, média ou grande, todas têm, devem ter, um plano de contas elaborado pela área de contabilidade ou por um contador contratado e, dependendo do volume e da complexidade das atividades da empresa, mais ou menos detalhado.

Os relatórios que são extraídos dos sistemas contábeis são conhecidos como balanço patri-monial, demonstração de resultados, demonstrações de fontes e usos de recursos, balancetes e muitos outros. Cabe destacar que os registros monitorados e acompanhados pela contabilidade são todos aqueles passíveis de ser mensurados monetariamente, ou seja, que tenham um valor em moeda, o que, para alguns autores, representa as limitações dos estudos contábeis. Essa limi-

Muitas vezes tenta-se reduzir a amplitude do

universo da contabilidade restringindo-a a apenas atividades operacionais.

Universidade Metodista de São Paulo

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Page 187: Logística_Apostila.pdf

tação é apontada no sentido de que, em função dela, os relatórios contábeis podem não expressar totalmente a realidade econômica da empresa.

Como foi dito anteriormente, a contabilidade é conhecida por sua relação entre débitos e créditos relativos à atividade da empresa. Os registros de débitos e créditos obedecem a um im-portante método contábil, que é o método das partidas dobradas, desenvolvido por Luca Patiola, na Itália, no século XV, universalmente aceito e que determina que, para crédito registrado, haja um débito correspondente, em igual valor monetário, mesmo que sejam desmembrados. Resumi-damente o método das partidas dobradas reza que não há débitos sem créditos correspondentes. Esse método garante o equilíbrio das contas da empresa.

Os registros contábeis têm um esquema gráfico bem didático, que representa o raciocínio contábil. Os lançamentos são realizados pelos razonetes, que são um “T” cujo título é o nome da conta a ser movimentada e possui dois lados:

· lado esquerdo – débito (debitar uma conta significa lançar no lado esquerdo);

· lado direito – crédito (creditar uma conta significa lançar no lado direito).

Razonete

Título da conta

Aqui é importante ressaltar um aspecto conceitual que terá grande interferência no aprendi-zado da contabilidade: débito, em contabilidade, não está relacionado a algo desfavorável, e nem crédito está associado a algo favorável; trata-se do lado em que o registro será feito na conta. O lado do lançamento é associado à natureza das contas: ativo, passivo e patrimônio líquido.

Os razonetes também são utilizados para a representação do patrimônio da empresa, razão dos estudos e demonstrativos contábeis.

Na representação do patrimônio no lado esquerdo do “T” são apresentadas as contas de ativo, e do lado direito as de passivo. Ativo representa a classificação dos lançamentos dos elementos positivos – bens e direitos. No passivo, que fica do lado direito, são lançados os elementos nega-tivos representados pelas obrigações. Portanto, de acordo com o dito anteriormente, toda conta de ativo e todo acréscimo de ativo será lançado no lado esquerdo do razonete, debitando. Da mesma maneira, em toda conta de passivo ou patrimônio líquido, seus acréscimos serão lançados no lado direito do razonete, creditando.

PATRIMÔNIO

ATIVO PASSIVO

Bens Obrigações

Direitos

Até aqui, este capitulo mostrou o raciocínio envolvido nas práticas contábeis, cabendo aos profissionais ligados à contabilidade entender os aspectos gerais da empresa, desde a visão e mis-são para que, sabendo suas reais diretrizes, elaborar uma boa planificação das contas necessárias para os lançamentos contábeis referentes ao dia-a-dia da empresa.

O plano de contas é um reflexo das atividades da empresa, sendo maior e mais detalhado, de acordo com a atividade e o porte da empresa. O raciocínio dos lançamentos obedece a um esquema representado pelos razonetes, em que um gráfico na forma de “T” permite distinguir o tipo de lançamento a ser feito. Como a contabilidade tem seu foco na análise da variação do patrimônio da empresa, a representação dessa variação tem seus lançamentos também realizados

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Page 188: Logística_Apostila.pdf

na forma de “T”, separando os bens e direitos (ativo) das obrigações (passivo), e, seus lançamentos, de acréscimo ou redução, obedecem ao raciocínio de débito e crédito apresentado.

A partir de agora, já é possível entender os próximos passos do ciclo contábil, em que a contabilidade adota diversos procedimentos para o acompanhamento das atividades da empresa. Tendo as contas recebido seus registros, elaboram-se os balancetes.

Balancetes são fechados, ou melhor, elaborados, de maneira periódica, podendo ser reali-zados diariamente, semanalmente, quinzenalmente etc. A realização dos balancetes permite aos responsáveis pela contabilidade da empresa identificar alguns erros nos lançamentos dos registros. Após a elaboração dos balancetes, a área de contabilidade realiza a apuração dos resultados e contabiliza o lucro; posteriormente, contabiliza a destinação do lucro e prepara as demonstrações financeiras que devem ser apresentadas da seguinte forma:

· demonstração dos resultados do exercício;

· demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados;

· balanço patrimonial.

No próximo capítulo, sobre práticas contábeis, serão apresentados os passos para a cons-trução das três demonstrações financeiras acima integrando os conceitos contábeis apresentados com as atividades mais práticas do cotidiano dos profissionais diretamente ligados a essa área.

Referências IUDÍCIBUS, S. Contabilidade introdutória. 9. ed. São Paulo: Atlas, 1998.

IUDÍCIBUS, S.; MARION, J. Curso de contabilidade para não contadores. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2007.

RIBEIRO, O. M. Contabilidade geral fácil. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2006.

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Índices financeiros,

uma abordagem introdutória

Objetivos:Apresentar as principais características das demonstrações econômico-finan-

ceiras;

Apresentar os índices gerados pela aná-lise horizontal e vertical

Abordar a importância dos índices financeiros com ferramenta de tomada de decisão para os usuários das infor-

mações financeiras;

Palavras-chave:Demonstrações econômico-finan-

ceiras; índices financeiros; análise hori-zontal e vertical.

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Módulo

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Operações na Logística

Page 190: Logística_Apostila.pdf

IntroduçãoNeste texto iremos abordar os índices financeiros, a partir das demonstrações econômico-

financeiras geradas pela contabilidade. O texto está dividido em três partes: na primeira parte são introduzidas as características conceitos do patrimônio das organizações. Na segunda parte, apresentamos as principais demonstrações contábeis brasileiras e, na última parte, apresentaremos as ferramentas de análise financeira: a análise horizontal e vertical das demonstrações econômico- financeiras.

Apresentamos abaixo as principais características da contabilidade, o seu objeto que é o pa-trimônio das organizações, e os seus principais usuários.

O que é Contabilidade?Como resposta a esta questão buscamos definições apresentadas em congressos ou por or-

ganizações, veja abaixo:

Em 1924 no 1º Congresso de Brasileiro de Contabilistas, realizado de 17 a 27 de agosto no Rio de Janeiro, foi apresentado o seguinte conceito:

“Contabilidade: é a ciência que estuda e pratica as funções de orientação, de controle e de registro relativas à administração econômica” (Ribeiro, 2009 p.2).

A resolução nº 7851/95 do CFC (Conselho Federal de Contabilidade) aprovou a NBC T-1 (Norma Brasileira da Contabilidade) que conceitua:

“A Contabilidade, na sua condição de ciência social, cujo objeto é o patrimônio, busca, por meio da apreensão, da quantificação, da classificação, do registro, da eventual su-marização, da demonstração, da análise e relato das mutações sofridas pelo patrimônio da entidade particularizada, a geração de informações quantitativas e qualitativas sobre ela, expressas tanto em termos físicos, quanto monetários”.

Para o IPECAFI (Instituto Brasileiro de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Finanças) na estrutura conceitual básica da contabilidade propõe o seguinte conceito:

“A Contabilidade é, objetivamente, um sistema de informação e avaliação destinado a prover seus usuários com demonstrações e análises de natureza econômica, financeira, física e de produtividade, com relação à entidade objeto de contabilização” (Iudícibus, 2006 p. 50).

Com os conceitos descritos acima podemos compreender que a contabilidade como ciência busca aprimorar as formas de mensuração do patrimônio das organizações, e como aplicação prática, proporciona ferramentas que possibilitam a elaboração das demonstrações econômico-financeiras, que é a forma de comunicação entre a Contabilidade e os seus usuários. Após apresentar o conceito da Contabilidade, iremos destacar o objeto e o objetivo da contabilidade.

Qual é o objeto e o objetivo da Contabilidade?A Contabilidade tem como seu objeto o patrimônio da organização, seja ela publica, ou pri-

vada. O seu objetivo é mensurar de forma quantitativa (expresso em moeda corrente), qualitativa (classificação) o patrimônio das organizações, por meio das demonstrações econômico-financeiras. Abaixo iremos apresentar alguns usuários da contabilidade.

1 Esta resolução foi revogada e substituída pela resolução 1.121/2008, mas o conceito atribuído para a contabilidade muito contribui para o nosso entendimento.

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Quem são os usuários da Contabilidade?Os usuários da contabilidade são indivíduos ou organizações que possam necessitar de in-

formações do patrimônio das organizações. Como os gestores da organização (diretores, gerentes, conselho administrativo e fiscal, etc), investidores diretos (sócios administradores) e indiretos (pro-prietário de ações adquiridas em bolsa) e possíveis investidores, os empregados da organização, as entidades financeiras (bancos), os fornecedores, os clientes, Estado (SRFB - Secretaria da Receita Federal do Brasil, a CVM – comissão de valores imobiliários, e muitos outros) e sociedade.

Após abordarmos o que é contabilidade, seu objeto, seus objetivos e os seus usuários, apre-sentamos as características do patrimônio da organização.

O que é o Patrimônio da Organização?Para a Contabilidade, o Patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações de uma orga-

nização, que pode ser expresso em valor monetário. Vamos descrever as características dos compo-nentes do patrimônio:

Bens: são coisas que podem ser expressas em valor monetário e satisfazem as ne-cessidades dos indivíduos e das organizações. Estes podem ser classificados em duas categorias:

• Tangíveis: são bens que possuem forma corpórea, isto é podem ser apalpados, como edifícios, dinheiro em espécie, mercadorias, computadores e muitos outros. Estes podem ser classificados em imóveis e móveis:

• Imóveis: são bens que não podem ser transferidos de um lugar para o outro, sem que a sua estrutura seja alterada, como casas, apartamentos, etc.;

• Móveis: são bens que podem movimentados sem que a sua estrutura seja alte-rada, como veículos, avião, computadores, etc.;

• Intangíveis: são bens que não possuem forma corpórea, mas possuem um valor monetário, como marcas, patentes, fundo de comércio adquirido, etc.;

Direitos: são valores que organização tem a receber de outros indivíduos ou organi-zações, como: saldo positivo na conta bancária, as aplicações financeiras, duplicatas a receber, tributos a recuperar, etc.;

Obrigações com terceiros: são todas as dívidas da organização outros indivíduos ou organizações, como duplicatas a pagar, empréstimos e financiamentos a pagar, salários a pagar, dividendos a pagar, etc.;

Obrigações com os sócios: são todas as dívidas da empresa com os seus investidores (sócios ou acionistas), como: o investimento na organização (capital social) e os lucros gerados pela organização, etc.;

Os componentes do patrimônio na Contabilidade são registrados nos seguintes grupos: Bens e Diretos (Ativo), Obrigações com terceiros (Passivo) e Obrigações com os investidores (Patrimônio Liquido) que também pode ser encontrado pelo cálculo da seguinte equação: PL = (Bens + direi-tos – Obrigações).

Precisamos ressaltar que o Patrimônio Líquido (PL): será obrigações com os investidores, se o resultado da equação do patrimônio for positivo. Se o resultado foi igual a Zero, isso indica que os investidores ainda não integralizaram do seu investimento, ou os prejuízos acumulados já consumiram o investimento este investimento. Se o resultado for negativo, os investidores estarão devendo para a organização.

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Após apresentar as características do patrimônio, apresentamos o que são demonstrações econômico-financeiras e as suas principais características.

O que são demonstrações econômico-financeiras?As demonstrações econômico-financeiras são as ferramentas utilizadas pela Contabilidade para

transmitir aos seus usuários as informações sobre o patrimônio da organização. As Normas Brasi-leiras de Contabilidade inseridas na Lei 6404/76 com alterações pela lei 11.638/07 e a lei 11.491/09 definem como obrigatório a publicação das seguintes demonstrações econômico-financeiras: O Balanço patrimonial, a Demonstração do Resultado do Exercício, a Demonstração das Mutações do Patrimônio liquido, a Demonstração do Fluxo de Caixa, a Demonstração do valor Adicionado e as Notas Explicativas. Vamos abordar as características de cada uma das demonstrações:

O Balanço Patrimonial – BP: que tem como objetivo apresentar o patrimônio da organização de forma estática. Neste são apresentados os componentes patrimoniais: no Ativo: os Bens e Diretos, no Passivo: as obrigações com terceiros e no Patrimônio Líquido: as obrigações com os Investidores. Veja o Balanço Patrimonial empresa Itautec S.A na figura abaixo:

Dados disponíveis no link: http://www.itautec.com.br/iPortal/pt-BR/636aa011-2460-40c3-aab7-61532fb36834.htm

A Demonstração do Resultado Exercício - DRE: que tem por objetivo demonstrar o patrimônio de forma dinâmica, pois nela são registradas as operações de receita, custos e despesas. Ao final de cada exercício o resultado apurado é transferido para o Patrimônio Liquido, se for positivo para a conta de Reserva de Lucros, e se for negativo para a conta de Prejuízos acumulados. Veja a DRE empresa Itautec S.A na figura abaixo:

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Page 193: Logística_Apostila.pdf

Dados disponíveis no link: http://www.itautec.com.br/iPortal/pt-BR/60c13405-7d73-4ef9-8e47-f8399247b20e.htm

A Demonstração dos Fluxos de Caixa - DFC: que tem por objetivo analisar a movi-mentações das origens e aplicações do disponível (caixa, deposito avista e aplicações de liquidez imediata). Veja a DRE empresa Itautec S.A na figura abaixo:

Dados disponíveis no link: http://www.itautec.com.br/iPortal/pt-BR/d843ac73-1021-41ec-8357-3237480373b5.193

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A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido - (DMPL): que demonstra as variações ocorridas no Patrimônio. Dentre as variações podemos destacar o aumento do capital por meio de investimento dos sócios, o aumento das reservas de lucros (geração de lucro demonstrado no DRE), a distribuição de lucros aos investidores, a constituição de reservas de lucros (legal, de contingência, estatutária) e muitas outras variações do Patrimônio Líquido. Veja a DMPL da empresa Itautec S.A na figura abaixo:

Valores em milhões de reais

Dados disponíveis no link: http://siteempresas.bovespa.com.br/dxw/FrDXW.asp?moeda=L&tipo=2&data=31/12/2008&razao=ITAUTEC%20S.A.%20-%20GRUPO%20ITAUTEC&site=C&pregao=ITAUTEC&ccvm=12530

A Demonstração do Valor Adicionado – DVA: que objetiva demonstrar a agrega-ção de valor na organização, que é mensurado a partir da diferença entre o valor de produção e o de bens e serviços por terceiros aplicados no processo de produção da organização. Veja a DMPL da empresa Itautec S.A na figura abaixo:

Demonstração do Valor Adicionado - Método IndiretoDescrição da Conta 2008 2007Receitas 1.389.126 1.303.786Vendas Mercadorias, Produtos e Serviços 1.374.596 1.253.971Outras Receitas 13.030 51.907Receitas refs. à Constr. Ativos Próprios 0 0Provisão/Rev. Créds. Liquidação Duvidosa 1.500 -2.092Insumos Adquiridos de Terceiros -960.031 -843.739Custos Prods., Mercs. e Servs. Vendidos -751.778 -663.600Materiais-Energia-Servs Terceiros-Outros -208.253 -180.139Perda/Recuperação de Valores Ativos 0 0Outros 0 0Valor Adicionado Bruto 429.095 460.047Retenções -15.615 -28.824Depreciação, Amortização e Exaustão -15.615 -28.824Outras 0 0Valor Adicionado Líquido Produzido 413.480 431.223Vlr Adicionado Recebido em Transferência 16.216 4.589Resultado de Equivalência Patrimonial 15.046 -4.335Receitas Financeiras 1.170 8.924Outros 0 0Valor Adicionado Total a Distribuir 429.696 435.812

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Distribuição do Valor Adicionado 429.696 435.812Pessoal 258.124 222.820Remuneração Direta 182.616 155.662Benefícios 21.355 17.185F.G.T.S. 13.966 11.945Outros 40.187 38.028Impostos, Taxas e Contribuições 104.154 112.325Federais 69.806 80.502Estaduais 17.288 16.751Municipais 17.060 15.072Remuneração de Capitais de Terceiros 26.887 1.032Juros 26.887 1.032Aluguéis 0 0Outras 0 0Remuneração de Capitais Próprios 40.531 99.635Juros sobre o Capital Próprio 7.807 22.370Dividendos 4.078 4.661Lucros Retidos / Prejuízo do Exercício 28.646 72.604Outros 0 0

Valores em milhões de reais

Dados disponíveis no link: http://siteempresas.bovespa.com.br/dxw/FrDXW.asp?moeda=L&tipo=2&data=31/12/2008&razao=ITAUTEC%20S.A.%20-%20GRUPO%20ITAUTEC&site=C&pregao=ITAUTEC&ccvm=12530

Notas Explicativas: são notas e quadros complementares para o esclarecimento da situação patrimonial apresentada nas demonstrações econômico-financeiras.

Após apresentar as principais características das demonstrações econômico-financeiras2, vamos apresentar uma das metodologias de avaliação das organizações: a análise horizontal e vertical dos demonstrativos.

O que é análise Vertical e Horizontal? A análise vertical e horizontal tem como objetivo apresentar por meio de índices os detalhes

dos demonstrativos econômico-financeiros, como o aumento das despesas administrativas. A partir dos índices gerados pela análise vertical identificamos se a sua participação em relação a receita per-manece a mesma do período anterior, já na analise horizontal podemos identificar se este aumento foi proporcional ao aumento da receita. Vamos apresentar o procedimento de para a elaboração das análises e também como utilizar as informações geradas por cada uma das análises.

A Análise Vertical Esta análise parte dos percentuais obtidos com a comparação de cada conta com o total do

grupo, como o quanto representa o ativo circulante disponível em relação ao total do ativo.

2 As organizações de capital aberto (sociedades por ações - S.A) divulgam os seus demonstrativos econômico-financeiros ao publico por diversos veículos de comunicação, deste eles o site da CVM (Comissão de Valores Imobiliários). Para acessar os demonstrativos destas organizações acesse o link: www.cvm.gov.br.

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Na figura a seguir apresentamos o Balanço Patrimonial da Itautec com a análise vertical.

Dados disponíveis no link: http://www.itautec.com.br/iPortal/pt-BR/636aa011-2460-40c3-aab7-61532fb36834.htm

Observe que o grupo disponível em 2007 representa 7,17% do total ativo, este percentual foi ob-tido a partir da seguinte forma: Disponível / total do ativo x 100 = 76,7 / 1.069,6 * 100 = 7,17%

A Análise Vertical proporciona por meio dos percentuais a mensuração da composição dos grupos patrimoniais. Com isso podemos saber quais os itens são mais relevantes, nos passivos identificamos a participação de cada item no total das obrigações. Se uma empresa possui elevados empréstimos, com a análise vertical podemos saber quanto isso representa do total do passivo, e com isso mensurarmos os riscos devido a estas operações.

Outra informação que pode ser extraída da análise vertical é a comparação entre a representativi-dade de cada conta patrimonial de um ano para o outro. Observe que em 2008 em valores monetários o ativo circulante aumentou, mas este grupo diminuiu a sua participação em relação ao total do ativo passando de 78,1% em 2007 para 74,51% em 2008. Em contra partida a empresa aumentou as suas obrigações no passivo circulante de 36,9% em 2007 para 39,06% em 2008 e este aumento aconteceu em maior relevância no grupo de Instituições Financeiras, que passou de 6,13% em 2007 para 14,47% em 2008. Considerando que as obrigações com as instituições financeiras são remuneradas por juros, logo o aumento neste grupo, representa um aumento das despesas com juros e também do risco da organi-zação. Após fazemos algumas considerações com base nos percentuais obtidos pela análise vertical do Balanço Patrimonial, vamos apresentar a análise da DRE – Demonstração do Resultado do Exercício. Na figura abaixo apresentamos a DRE da Itautec com a Análise Horizontal:

Dados disponíveis no link: http://www.itautec.com.br/iPortal/pt-BR/60c13405-7d73-4ef9-8e47-f8399247b20e.htm

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O Cálculo dos percentuais na DRE considera como parâmetro a receita liquida. Logo para saber quanto o Custo dos produtos vendidos representa da receita liquida em 2007, basta dividir – (1.215,1 / 1.524 * 100)3 = 79,73%.

Observe que a rentabilidade desta organização diminuiu de 6,6% em 2007 para 2,27 % em 2008, em relação a receita liquida. Isso aconteceu devido a um aumento substancial do custo dos produtos vendidos que em 2007 era de 79,73% e passou para 82,49% em 2008 e nas despesas financeiras que representavam em relação a receita bruta 0,58% em 2007 e em 2008 foi de 3,3%.

Após fazermos considerações sobre a utilização das informações geradas pela Análise Vertical da DRE, vamos apresentar a Análise Horizontal.

A Análise HorizontalA Análise Horizontal tem como objetivo relação dos demonstrativos econômico-financeiros

entre um período e outros, geralmente partindo do ano atual em comparação com o ano anterior.

Na figura abaixo apresentamos o Balanço Patrimonial da Itautec com a Análise Horizontal:

Dados disponíveis no link: http://www.itautec.com.br/iPortal/pt-BR/636aa011-2460-40c3-aab7-61532fb36834.htm

A análise horizontal se apresenta a variação das contas patrimoniais e de resultado entre um ano e outros. Observe que no passivo a conta instituições financeiras cresceu 65% percentual em relação ao ano anterior. Este cálculo foi obtido da seguinte forma: (saldo do ano atual / saldo do ano anterior) -1.

Instituições Financeiras = (108,04 (2008) / 65,8 (2007)) – 14 = 65,24%

Observe que este conta aumentou três vezes mais do que o seu grupo, o passivo que au-mentou em 19,91%. Já o Ativo Circulante aumentou 8,08% entre 2007 e 2008, e as conta que mais influenciaram neste aumento foram: clientes com 23,18% e estoques com 8,16%.

Após apresentar as considerações sobre as informações geradas pela análise horizontal entre as conta patrimoniais, vamos apresentar esta ferramenta aplicada a demonstração do resultado.

3 Observe que nesta fórmula inserimos sinal de negativo, devido ao valor do custo dos produtos vendidos ser uma conta negativa. Inserindo este sinal teremos o índice de participação desta conta em relação a receita liquida de vendas.4 Nesta fórmula deduzimos o numero 1 (100%) para que o resultado já apresente a variação.

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Na figura a seguir apresentamos a DRE da Itautec com a Análise Horizontal:

Dados disponíveis no link: http://www.itautec.com.br/iPortal/pt-BR/60c13405-7d73-4ef9-8e47-f8399247b20e.htm

Na DRE a análise horizontal é calculada da mesma forma, comparando a conta do ano atual com a do ano anterior. Nesta demonstração acima podemos observar que Receita Líquida de vendas cresceu em 17,23% e o Lucro líquido di-minuiu em 59,74%, para explicarmos isso, termos que identificar quais contas que influenciaram este resultado. Veja que os custos dos produtos vendidos aumentaram 21,29%, quase 5% a mais que receita, o mesmo aconteceu com as despesas com vendas, despesas gerais e despesas finan-ceiras. Com base nesta analise, os usuários das informações contábeis podem conclui quais são os fatores que levaram a esta redução do lucro líquido da organização.

Com estas considerações apresentamos a aplicabilidade das ferramentas de análise vertical e horizontal na geração de informação sobre os demonstrativos econômico-financeiros.

Considerações FinaisNeste texto apresentamos as principais

características da contabilidade e das demons-trações econômico-financeiras com o objetivo de introduzi-los a temática de analise financeira.

Com ferramentas de análise financeira apresentamos a analise vertical e horizontal. A análise vertical é uma ferramenta que pó meio

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Referências BRIGHAM, Eugene F. Administração Financeira: teoria e prática. São Paulo: Atlas, 2001. GITMAN. Lawrence J. Princípios de administração financeira. 10. ed. São Paulo: Pearson Addison Wesley, 2004.IUDÍCIBUS, Sérgio de. Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações. 6. ed. Revisada e atualizada. São Paulo: Editora Atlas – 2006 MATARAZZO, Dante C. Análise Financeira de Balanços. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2003.MARION, José Carlos. Contabilidade empresarial. 10 ed. São Paulo: Atlas, 2003.__________________. Contabilidade Básica. 9 ed. São Paulo: Atlas, 2008.RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade geral fácil. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2009. Normas Brasileiras de Contabilidade - disponíveis no link: WWW.cfc.org.br

dos percentuais, proporciona uma análise da representatividade de cada conta patrimonial e de resultado em relação ao seu grupo. A análise horizontal apresenta por meio da comparação entre o ano atual e o anterior, a variação em cada conta e grupo patrimonial. Estas ferramentas se relacionam entre si, em quanto uma aponta a relevância da conta no seu grupo a outra apre-senta a variação desta de um período a outro, facilitando a identificação de características de empresa e possíveis problemas.

Ao concluirmos este texto podemos observar a importância destas ferramentas na interpretação das demonstrações econômico-financeiras, pois apresentam de forma detalhada a importância e a variação de cada componente do patrimônio. Ressaltamos estas não são, e nem podem ser utilizadas como as únicas ferramentas de análise financeira, mas fazem parte do grupo de informações utilizadas na avaliação da orga-nização.

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Índices financeiros,

analisando as demonstrações

financeiras

Objetivos:Apresentar os objetivos da análise das demons-

trações financeiras;

Abordar as características dos índices financei-ros utilizados pelos gestores, pelos credores e

pelos acionistas;

Apresentar como estes índices podem auxiliar na tomada de decisão das organizações.

Palavras-chave:Demonstrações financeiras;

índices financeiros; análise das demonstrações financeiras

Prof. Me. Kleber dos Santos Ribeiro

Módulo

www.metodista.br/ead

Operações na Logística

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IntroduçãoO principal objetivo da administração financeira é a maximização do valor da organização, este

pode ser mensurado pelo valor das ações e nas empresas que não possuem ações negociadas (so-ciedades limitadas), este valor representa o fundo de comércio. Para que este objetivo seja alcançado, precisamos analisar as demonstrações financeiras, por meio dos índices financeiros.

Maximizar o lucro líquido, ou o lucro por ação não são objetos principais dos gestores finan-ceiros, mas devem ser considerados, pois influenciam o valor da organização.

Outro motivo da análise das demonstrações financeiras é a possibilidade de fazer projeções a partir destes demonstrativos, estimando resultados futuros. Estas informações são fundamentais para que os investidores selecionem os seus investimentos.

Neste texto apresentamos os principais índices financeiros de liquidez, de atividade, de endi-vidamento e de rentabilidade.

O que são Índices Financeiros?São indicadores gerados a partir das demonstrações financeiras, que possibilitam a sua análise,

possibilitando aos gestores e administradores identificar os pontos fortes a melhorar da organização. Neste texto iremos utilizar as demonstrações (Balanço Patrimonial e a DRE) da Itautec que seguem abaixo. Veja o Balanço Patrimonial empresa Itautec S.A na figura abaixo:

Dados disponíveis no link: http://www.itautec.com.br/iPortal/pt-BR/636aa011-2460-40c3-aab7-61532fb36834.htm

Veja a DRE empresa Itautec S.A na figura a seguir:

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Dados disponíveis no link: http://www.itautec.com.br/iPortal/pt-BR/60c13405-7d73-4ef9-8e47-f8399247b20e.htm

Após a apresentar a base de dados para calculamos os índices financeiros, vamos abordamos os índices financeiros de liquidez.

Índices de Liquidez Os índices de liquidez objetivam apresentar a capacidade da organização de pagar as suas

obrigações. Para este grupo de índices, temos a liquidez geral, corrente, seca e imediata. Abaixo vamos apresentar as características de cada uma deles:

Liquidez geral: representa a capacidade da empresa pagar todas as tuas dúvidas, comparando com todo o ativo circulante e não circulante realizável a longo prazo. A forma de calcular é: (Ativo Circulante + Ativo Não Circulante RPL) (Passivo Circulante + Passivo Não Circulante)

Cálculo da Liquidez geral em 2007: (835,4 + 82,2) / (394,7 + 251,9) = 1,42Cálculo da Liquidez geral em 2008: (902,9 + 181,6) / (473,3 + 285,2) = 1,43

Observe que analisando este índice, podemos afirmar que esta empresa possui para cada R$ 1,00 de obrigações, R$ 1,42 em 2007 e em 2008 R$ 1,43 de bens e direitos do ativo circulante, e não circulante realizável a longo prazo. Mas não identificar se houve ou não alteração no grupo de ativo e passivo, pois este índice apenas informa o quanto a empresa tem para pagar a suas dúvidas totais.

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Liquidez corrente: representa a capacidade da empresa pagar as suas obrigações de curto prazo, em até um ano. Para isso são comparadas as obrigações do passivo circulante com os bens e direitos do ativo circulante. A forma de calcular é:

(Ativo Circulante)(Passivo Circulante)

Cálculo da Liquidez corrente em 2007: (835,4) / (394,7) = 2.12Cálculo da Liquidez corrente em 2008: (902,9) / (473,3) = 1,91

Este índice nos indica a capacidade de pagamento das obrigações em até um ano, e pomos observar que em 2007 e 2008 a Itautec reduziu a sua liquidez corrente em R$ 0,20 para cada R$ 1,00 de obrigações registradas no passivo circulante.

Liquidez Seca: representa a capacidade de pagamento das obrigações que devem ser pagas em até um ano, em comparação com os bens e direitos disponíveis no ativo circulante, deduzidos dos estoques. Este índice é fundamental para empresas que possuem um estoque relevante e que levam muito tempo para serem liquidados (produzir, vender, entregar e receber-ciclo operacional). A forma de calcular é:

(Ativo Circulante - Estoques)(Passivo Circulante)

Cálculo da Liquidez corrente em 2007: (835,4 – 326,0) / (394,7) = 1,29Cálculo da Liquidez corrente em 2008: (902,9 – 355,2) / (473,3) = 1,16

Observe que mesmo após a dedução do estoque, que são ativos que levam mais tempo para serem liquidados a Itautec continua com um valor mais de bens e direitos em relação as suas obri-gações. Isto é para cada R$ 1,00 de dívidas, a empresa tinha em 2007 R$ 1,29 e em 2008 R$ 1,16%.

Precisamos ressaltar que estes indicadores analisados separadamente apenas indicam medidas, mas não pode ser considerado “bom” ou “ruim”, pois esta classificação irá depender do índice médio de cada setor da economia. Vamos ao próximo grupo de índices de atividade.

Índices de AtividadeEstes índices apresentam a quantidade de dias com que os ativos são convertidos em vendas ou

em disponível (caixa, bancos e aplicação de liquidez imediata) ou a liquidação dos passivos. Os índices deste grupo são: giro de estoque, prazo médio de recebimento e prazo médio de pagamento.

Giro de estoque: este indica mede a liquidez dos estoques da empresa. É calculado da seguinte forma: Custo dos produtos vendidos

Estoques

Prazo médio de recebimento: este indica a média de recebimento do contas a receber, este índice auxilia criação de políticas fornecimento de crédito e metas de cobrança. É calculado da seguinte forma: Contas a receber

(Vendas Anuais / 360)

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Prazo médio de pagamento: este indica a média de vencimentos do contas a pagar. É calculado da seguinte forma: Contas a pagar

(Compras Anuais / 360)

Os índices de atividade são utilizados pelos gestores das organizações para tomar decisões e estabelecer políticas como prazos de pagamento, recebimento, controle de estoques, metas de cobrança e muitas outras. Os seus cálculos dependem de informações internas (que normalmente não são divulgadas nos demonstrativos financeiros) da organização como o custo dos produtos se-parados dos custos com serviços, o valor do contas a receber apenas de vendas e o valor das compras efetuadas. A Itautec disponibilizou no seu site uma lista com estes indicadores já calculados1. Após abordamos os índices de atividade, vamos apresentar os índices de endividamento ou a estrutura do capital da organização.

Índices de Endividamento Estes índices têm como objetivo apresenta a estrutura de capital da empresa, isto é a composição

e proporção das obrigações com terceiros (passivos – circulante e não circulante) e as obrigações com os sócios ou acionistas (patrimônio líquido). Para este grupo índices, temos a participação de capital de terceiros, composição do endividamento, a imobilização do patrimônio líquido, e a imobilização dos recursos não correntes. Vamos apresentar as características de cada um deles:

Participação do capital de terceiros: representa o quanto do total da estrutura de capital corresponde a origens de terceiros (o passivo). A Cálculo é:

Capital de Terceiros x 100

Patrimônio Líquido

Participação do capital de terceiros em 2007: (394,7 + 251,9) / (423) = 152,86%Participação do capital de terceiros em 2008: (473,3 + 285,2) / (453,1) = 167,40%

Este percentuais representam que a Itautec possui de capital de terceiros R$ 1,52 em 2007 e em 2008 R$ 1,67 para cada R$ 1,00 de patrimônio líquido. Podemos observar que a participação do capital de terceiros aumentou quase 15% entre 2007 e 2008.

Composição do endividamento: representa o quanto as obrigações de terceiros de curto prazo (até um ano) participam do capital de terceiros. Este índice pode indicar o risco da empresa, se a maior parte das suas obrigações estiver no passivo circulante. Mas para afirmarmos isso precisaremos verificar os outros índices, como os de liquidez por exemplo. A fórmula para o cálculo é:

Passivo Circulante x 100

(Passivo Circulante + Passivo Não Circulante)

Composição do Endividamento em 2007: (394,7) / (394,7 + 251,9) = 61,04%Composição do Endividamento em 2008: (473,3) / (473,3 + 285,2) = 62,40%

Com estes índices, podemos concluir que a composição do endividamento da Itautec teve uma variação de pouco mais de 1% entre 2007 e 2008, embora em valores monetários houve um aumento do capital de terceiros 111,9 milhões, isso pouco modificou a participação das obrigações de curto prazo.

1 A lista de indicadores da Itautec está disponível no link: http://www.itautec.com.br/iPortal/pt-BR/9e42a403-5b46-493d-a2d6-dcb58ada7367.htm

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Imobilização do patrimônio líquido: representa quanto dos recursos próprios (patri-mônio líquido) estão aplicados não ativo permanente2. Se todo o patrimônio Líquido estiver imobilizado, a empresa precisará do capital de terceiros para realizar as suas operações. A fórmula para o cálculo é: Ativo não Circulante Investimento + Imobilizado + Intangível x 100. (Patrimônio Líquido)

Imobilização do Patrimônio Líquido em 2007: (19,3 + 113,3 + 19,4 + 0) / (423) = 35,93% Imobilização do Patrimônio Líquido em 2008: (0,3 + 118,2 + - + 8,8) / (453,1) = 28,10%

Estes porcentuais indicam que apenas 35,93% em 2007 e 28,10% em 2008 do patrimônio líquido estavam imobilizados no ativo e a outra parte dos recursos próprios está aplicada no ativo circulante e não circulante realizável a longo prazo.

Imobilização dos recursos não correntes: representa o quanto das obrigações de terceiros de longo prazo (passivo não circulante) e as obrigações próprias (patrimônio líquido) estão imobilizadas no ativo. A fórmula para o cálculo é:

Ativo não Circulante Investimento + Imobilizado + Intangível x 100.

(Passivo não Circulante + Patrimônio Líquido)

Imobilização dos Recursos não correntes em 2007: (19,3 + 113,3 + 19,4 + 0) / (251,9 + 423) = 22,52%

Imobilização dos Recursos não correntes em 2008: (0,3 + 118,2 + 0 + 8,8) / (285,2 + 453,1) = 17,25%

Podemos concluir que para cada R$ 1,00 de obrigações do passivo não circulante e do patri-mônio líquido, apenas 22,52% em 2007 e 17,25% em 2008 foram imobilizado no ativo e a outra parte dos recursos próprios está aplicada no ativo circulante e não circulante realizável a longo prazo. Para a empresa isso demonstra a sua capacidade de gerencias as suas obrigações, pois parte dos seus bens e direitos são financiados por recursos não correntes, reduzindo o risco da organização.

Após apresentarmos as análises dos índices de endividamento vamos apresentar os índices de rentabilidade

Índices de RentabilidadeOs índices de rentabilidade têm como objetivo demonstrar a rentabilidade dos recursos inves-

tidos, apresentando o nível de sucesso econômico da organização. Neste grupo de índices temos: o giro do ativo, a margem líquida, a rentabilidade do ativo e a rentabilidade do patrimônio líquido. Abaixo vamos detalhar as principais características e formas de cálculo de cada um destes índices:

2 O Ativo Permanente representa os bens e direitos que empresa não tinha como objetivo negociá-los, como o os investimentos, imobilizados, intangível e o diferido. A Lei 11.491/09 excluiu esta nomenclatura. Por isso para calcularmos este índice utilizaremos os seguintes subgrupos do ativo não circulante: Investimento, Imobilizado e Intangível.

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Giro do Ativo: relaciona as vendas líquidas com o ativo, este índice representa o vo-lume de venda em relação ao ativo. O seu cálculo é: Vendas Líquidas

Ativo

Giro do Ativo em 2007: 1.524,0 / 1.069,6 = 1,43Giro do Ativo em 2008: 1.786,6 / 1.211,8 = 1,47

Para cada R$ 1,00 investido a Itautec geral de vendas R$ 1,43 em 2007 e R$ 1,47 em 2008. Este índice indica a capacidade de empresa girar o seu investimento. Esta empresa girou quase que uma vez e meio o seu o ativo nos últimos dois anos.

Margem Líquida: indica a rentabilidade da empresa em relação as vendas líquidas, isto é, quanto é a rentabilidade para cada R$ 1,00 de vendas. O seu cálculo é:

Lucro Líquido

Vendas Líquidas

A Margem Líquida em 2007: (100,6 / 1.524) x 100 = 6,60%A Margem Líquida em 2008: (40,5 / 1.786,6) x 100 = 2,27%

Observe que a rentabilidade para cada R$ 1,00 de vendas líquidas, foi de R$ 0,066 em 2007 e de R$ 0,0227 em 2008. Com estes índices identificamos uma redução de mais de 4% na rentabilidade das vendas líquidas. Outro aspecto é que o embora com um aumento real nas vendas líquidas, o lucro líquido foi menor devido a redução da rentabilidade nos últimos dois anos.

Rentabilidade do Ativo: indica qual é rentabilidade do investimento da empresa, este índice indica qual a rentabilidade para cada R$ 1,00 investido na empresa. O seu cálculo é: Lucro líquido

Ativo

Cálculo da rentabilidade do ativo em 2007: (100,6 / 1.069,6) x 100 = 9,41% Cálculo da rentabilidade do ativo em 2008: (40,5 / 1.211,8) x 100 = 3,34%

Para R$ 100,00, investido na empresa (ativos) a rentabilidade foi em 2007 de 9,41% e em 2008 de 3,34%.

Rentabilidade do Patrimônio Líquido: indica qual é rentabilidade do investimento dos sócios ou acionistas na empresa, este índice indica qual a rentabilidade para cada R$ 1,00 do patrimônio líquido. O seu cálculo é: Lucro Líquido

Patrimônio Líquido

Cálculo da rentabilidade do ativo em 2007: (100,6 / 423,0) x 100 = 23,78%Cálculo da rentabilidade do ativo em 2008: (40,5 / 453,1) x 100 = 8,94%

Podemos observar que nos últimos 2008 a Itautac apurou uma rentabilidade muito menor do que a apurada em 2007, e isso pode ser visualizado em todos os índices de rentabilidade. Este fato precisa ser objeto de uma nota explicativa para demonstrar quais as ocorrências que resultaram nesta diminuição da rentabilidade. Outro passo da análise seria verificar se isso aconteceu apenas com a Itautec, ou ocorreu com todas as empresas deste setor.

Índice Preço Lucro: demonstra quanto os investidores estão dispostos a pagar por reais de lucro apurados nos demonstrativos financeiros. O cálculo e feito da seguinte forma: Preço por ação

Lucro por ação

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Índice Preço Lucro em 2007: (58,3 / 8,55) = 6,82Índice Preço Lucro em 2008: (30 / 3,48) = 8,62

Este índice deve ser comparado com a média do setor, se ele estiver acima da média, isto significa que a empresa apresenta menor isco do que o mercado, por isso os investidores pagam mais pelo seu lucro, se for o contrário, o investimento nesta empresa possui maior risco que o risco do mercado.

Considerações FinaisNeste texto apresentamos os principais

índices de análise financeira das organizações a partir dos demonstrativos econômico-financeiros, como os índices de liquidez, atividade, endivida-mento e rentabilidade.

Ressaltamos que os índices são ferramen-tas de análise das organizações, mas as decisões não podem ser tomadas apenas com base no resultado dos índices, Uma das formas de avaliar os índices da empresa é a compará-los com os indicadores do mercado para o retorno em aná-lise, pois as variações podem representar maior ou menor risco do para o investidor.

Referências BRIGHAM, Eugene F. Administração Financeira: teoria e prática. São Paulo: Atlas, 2001. GITMAN. Lawrence J. Princípios de administração financeira. 10. ed. São Paulo: Pearson Addison Wesley, 2004.IUDÍCIBUS, Sérgio de. Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações – 6ª ed. Revisada e atualizada. São Paulo: Editora Atlas – 2006 MATARAZZO, Dante C. Análise Financeira de Balanços. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2003.MARION, José Carlos. Contabilidade empresarial. 10 ed. São Paulo: Atlas, 2003.__________________. Contabilidade Básica. 9 ed. São Paulo: Atlas, 2008.RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade geral fácil . 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2009. Normas Brasileiras de Contabilidade - disponíveis no link: WWW.cfc.org.br

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Comunicaçãoempresarial

Prof. Dr. Rovilson Dias da Silva

Objetivos do tema :Evidenciar a importância da comunicação nas organizações;

Mostrar a influência da cultura organizacional no processo de comunicação;

Entender a linguagem e seus significados de acordo com as percepções humanas;

Apontar a importância da gestão de pessoas no processo de comunicação;

Conhecer as barreiras à comunicação.

Palavras-chave: Comunicação,cultura organiza cional, linguagem e gestão de

pessoas.

Operações na Logística

Módulo

www.metodista.br/ead

Logística integrada

Page 210: Logística_Apostila.pdf

Importância da comunicação nas organizações

Ao pensar em comunicação, remetemo-nos a várias formas distintas do conhecimento; como exemplo: a linguística, fonética, sociologia, teoria da comunicação. Muito já se estudou e foi escrito sobre comunicação, contudo, nosso foco será a co-municação na era da informação, do conhecimento para um melhor desempenho da organização, uma vez que todos os fatos gerados numa organização é resultado da comunicação.

É notório o fato de a comunicação estar presente em todos os setores organizacionais, mas a empresa, de maneira geral, não a contempla de forma relevante em prol de um incremento ao de-sempenho. Há estudiosos que defendem a comuni-cação como ponto estratégico, pois a comunicação interna de uma organização, por exemplo, não se restringe mais a jornais internos, folhetins e revis-tas. Ela assume papel crucial no desenvolvimento das pessoas e das organizações. É uma vantagem competitiva numa economia globalizada, a qual exigiu inúmeras mudanças; e estas, para serem eficazes, devem se dar no ato da comunicação.

Cabe ressaltar que na atualidade as mudanças são constantes e inevitáveis. Prender-se a métodos pode levar a empresa a perder mercado e consequentemente desaparecer. Ainda mais que a empresa está aberta a toda inferência do mercado, ora política, econômica, social, entre outras.

Posto isso é de suma importância que as pessoas estejam comprometidas, motivadas e que compartilhem da visão da empresa. Henry Ford, fundador da Ford Automotores, só conseguiu êxito com o seu projeto de “todos terem um carro preto – mesmo se fosse preto”, porque, por meio de uma comunicação eficaz, compartilhou o que desejava, assim todos trabalharam visando um resultado comum; houve o comprometimento dos envolvidos.

A comunicação e a cultura organizacionalCultura organizacional são as crenças, valores e mitos

que uma empresa tem. E isso se dá ao longo dos anos, ou seja, a cultura é histórica e proveniente da vivência das pessoas na empresa. Não há outra forma de ocorrer isso a não ser por meio da comunicação, a qual se baseia na compreensão, fazendo da comunicação parte fundamental no processo de formação cultural.

A cultura pode ser percebida de diferentes maneiras; vamos ver duas delas:

· Pense na empresa em que você trabalha, remeta-se àquilo que é visível como layout (disposição física) dos móveis, dos equipamentos e das máquinas. Dependendo de como for a distribuição, a comunicação será facilitada ou não.

· Agora remeta-se àquilo que não é visível, tudo que é feito na empresa, mas não está escrito em parte alguma; todos fazem e/ou seguem, mas não há

Cultura organiza cional são as crenças, valores e mitos

que uma empresa tem.

Comunicação presente em todos os setores organiza-cionais.

Banco de imagens

Universidade Metodista de São Paulo

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Page 211: Logística_Apostila.pdf

documento ou política sobre o assunto. São coisas praticadas no dia-a-dia pelos funcionários, o valor está na confiança.

A linguagem e seus significadosAs questões simbólicas representadas por meios das crenças, valores e mitos agem como

meios de comunicação. Como exposto acima, o que é visível ou não influi diretamente no proces-so comunicativo. Para clarificar, a linguagem pode ser de acordo com a percepção das pessoas. Vamos a alguns exemplos:

Banc

o de

imag

ens.

Banc

o de

imag

ens.

Banc

o de

imag

ens.

Banc

o de

imag

ens.

Ao vermos este símbolo, todos

entendemos que naquele local

não é permitido fumar.

Motorista, tomar cuidado com as crianças.

Para alguns, um sonho; para outros, uma memória...

Para alguns, festa, alegria; para

outros, violência...

No primeiro e segundo exemplos, temos a mediação entre algo a que se refere; é claro, não há dupla interpretação.

No terceiro e quarto exemplos, teremos julgamentos e opiniões diferentes.

É importante nos atentarmos para o fato de que na organização, se a comunicação não for clara e efetiva, poderá ocorrer interpretações distintas e não atingir o objetivo esperado.

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A importância da gestão de pessoas no processo de comunicaçãoA comunicação só é efetiva quando as pessoas a entendem, desejam e participam. Sendo

assim, a gestão das pessoas no ambiente organizacional é de suma importância. E cabe aos gesto-res, em especial a área de Gestão de Pessoas – também conhecida como RH – Recursos Humanos, serem facilitadores desse processo. Uma vez que a execução precisa de uma tarefa, num primeiro instante evitará o retrabalho e, consequentemente, não trará prejuízos de ordem financeira para a empresa.

Numa economia globalizada, e com a tecnologia como facilitadora para a comunicação entre as organizações, deve-mos considerar de alta relevância tal processo, visto que as empresas são como organismos abertos a toda e qualquer influência externa.

As barreiras à comunicaçãoMuito é sabido sobre a comunicação e as maneiras de

fazê-la com sucesso, contudo, sempre há barreira à comuni-cação, vamos ver algumas:

• Uso de linguagem não adequada ao público alvo – Em muitos casos se faz necessárias versões diferentes de uma mesma comunicação, pois será o conhecimento do receptor que a tornará efetiva ou não.

• Sobrecarga de informação – Atualmente com o uso da rede mundial de computadores (Internet), temos informações em demasia, e isto pode levar as pessoas à perda de tempo e do foco daquilo que é realmente pertinente.

• Fonte – Dependerá do grau de confiabilidade que o receptor tem da fonte, ou seja, do emissor.

• Filtragem – O que o receptor assimilou, o famoso “telefone sem fio”, em especial, em empresas em que há vários níveis hierárquicos.

Conclusão A comunicação, vital em toda organização, deve ser considerada como um meio de otimizar

os recursos disponíveis. A consideração efetiva da linguagem ideal, da cultura que influencia todas as pessoas e a gestão das mesmas deverá estar no topo das prioridades de uma organização, em ordem de não gerar retrabalho, consequentemente sem prejuízos financeiros, e assim manterem--se competitivas.

Referências

BAHIA, Juarez. Introdução à comunicação empresarial. Rio de Janeiro: MAUAD, 1995. BUENO, Wilson da Costa. Comunicação empresarial. São Paulo: Manole, 2003.

FLEURY, Maria Tereza Leme. As pessoas na organização. São Paulo: Gente, 2002.

Barreiras Comunicacionais.

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Page 213: Logística_Apostila.pdf

Profa. Ma. Edilene de O. P. Garcia

Fundamentos da comunicação

humana

Objetivos:Conduzir os alunos ao desenvolvimento de uma

visão crítica dos limites, dos efeitos e do poder da comunicação, não só no contexto das organiza-

ções, mas também no ambiente social.

Palavras-chaves: Comunicação humana; intercâmbios verbais;

linguagem humana.

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Logística integrada

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Introdução

Segundo Chanlat e Bédard (2004), o mau uso das palavras é responsável por uma série de situações indesejadas no trabalho. Conflitos entre pessoas, abor-recimentos, desmotivação, maus resultados organiza-cionais e incompreensões de tarefas, de modo geral, são alguns exemplos. O administrador deve estar atento em compreender o que significa a fala para o ser humano e levar em conta mais do que critérios e preocupações com as finanças da empresa a fim de lidar corretamente com as diversas situações que envolvem pessoas nas organizações.

Tendo como pano de fundo o texto “Palavras: a ferramenta do executivo”, de Chanlat e Bédard (2004), durante a teleaula, vamos examinar algumas dimensões da comunicação humana com vistas a possibilitar que o administrador desempenhe bem sua função comu-nicativa.

1. A fala e suas implicaçõesTodo administrador deve compreender as impli-

cações da fala para as pessoas. Examinemos algumas delas.

No ambiente organizacional, quando um trabalhador ouve de seu chefe: “Você é um in-competente”, ele pode realmente acreditar nisso e incorporar essa condição à sua identidade. O administrador é um agente na construção da identidade das pessoas com quem interage, assim como essas pessoas são agentes na construção da identidade do administrador, não importando o cargo que ocupam.

O contexto em que as palavras se inserem é muito importante para que se perceba seu sen-tido. Palavras soltas podem ter mais de um significado. É contextualizando, ou seja, interpretando a situação e o ambiente em que se insere a palavra no discurso, que se pode perceber seu sentido apropriado. Assim, durante o diálogo com as pessoas no ambiente organizacional, o administrador deve estar atento à adequação do sentido que seus interlocutores podem atribuir às palavras que ele utiliza, a fim de evitar incompreensões e mal-entendidos.

Quando uma pessoa fala, não só comunica uma informação, mas também exprime o que ela é, ou seja, a imagem de si mesma. Pela fala de um indivíduo é possível perceber se ele é uma pessoa culta, segura de si, se está nervoso, abatido ou irritado. É importante, então, que o administrador atente para o fato de que, ao falar, está transmitindo ao outro suas próprias características; logo, ele também é responsável pela imagem que o outro fará dele.

A língua que se fala obedece às convenções sociais que todo falante herda e às quais se submete, a fim de ser compreendido. O contrário fará com que só ele se compreenda e a comu-nicação não acontece. Chanlat e Bédard (2004, p. 132) afirmam que:

Nenhuma sociedade, jamais, deixou ao acaso os encontros entre as pessoas nem o compor-tamento que devem assumir nessas ocasiões. A sociedade define, codifica e impõe os rituais que presidem seu desenrolar. O espaço que separa os interlocutores, a escolha do lugar e do momento, os gestos de cortesia, as mímicas e os olhares que acompanham o assunto, as formas pronominais de tratamento, as fórmulas de polidez, tudo é regido pela tradição e pe-las convenções sociais, mas por trás disso está o propósito de estabelecer as condições mais

Quando uma pessoa fala, não só co-munica uma informação, mas também exprime o que ela é, ou seja, a imagem de si mesma.

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Universidade Metodista de São Paulo

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Page 215: Logística_Apostila.pdf

apropriadas aos primeiros contatos, para vencer o mal-estar recíproco que habitualmente os acompanha. O desrespeito a tais regras aumenta as possibilidades de passos em falso, de ratas, de inconveniências, de mal-entendidos que podem interferir negativamente na qualidade e no êxito da sequência da conversa.

2. Dimensões éticas da falaChanlat e Bédard (2004) afirmam que o uso da palavra tem duas dimensões éticas: a fala

deve ser a expressão da verdade; e a fala não pode ser usada como forma de violência. Assim, o administrador deve conduzir suas funções administrativas sem utilizar-se de palavras mentirosas ou violentas. Os efeitos que a violência por meio da fala pode acarretar são muito piores do que os da violência física. Os danos ao corpo físico são visíveis aos olhos e podem ser tratados pela medicina e fisioterapia. A violência da fala implica em danos psicológicos cuja gravidade é difícil de ser avaliada e pode ter consequências de longo prazo.

3. Formas de violência verbalSão quatro as formas de violência verbal mais comuns nas relações interpessoais, apontadas

por Chanlat e Bédard (2004):

3.1. Resposta tangencial ou resposta oblíquaÉ a resposta que nada tem a ver com o que o interlocu-

tor acabou de dizer ou que leva em consideração apenas um pequeno aspecto do que ele disse. Ela provoca sentimentos de grande hostilidade, pois é uma forma de desqualificar a expe-riência daquele que se exprime, além de deixar claro o desejo de pôr fim à conversa.

3.2. Dupla restriçãoÉ o tipo de resposta que submete o outro a conclusões

contraditórias. Alguém dá a entender ao outro que deve fazer alguma coisa, mas, ao mesmo tempo, por meio de um gesto, uma atitude, um tom de voz subentendido, dá-lhe a entender que não deve fazê-la. Ela causa muita confusão na cabeça do interlocutor e uma sensação de dominação e de que é incapaz de sair daquela confusão.

3.3. Jogo de encenação mútuaÉ quando a pessoa finge que é outra. Há pessoas que, por motivações psicológicas, criam

para si uma identidade imaginária que assumem ao se relacionar com outras. Às vezes os interlo-cutores fingem acreditar, apenas para não criar conflitos pessoais.

3.4. Atos de palavraÉ a palavra que se sabe, de antemão, que não será cumprida. A “embromação” pode causar ódio

nas pessoas, principalmente se descobrem que a pessoa nunca pretendeu cumprir com sua palavra.

4. Obstáculos ao diálogo na organizaçãoChanlat e Bédard (2004) também apontam alguns comportamentos que podem gerar obs-

táculos à comunicação nas organizações:

Chanlat e Bédard (2004) afirmam que o uso da palavra tem duas dimensões éti-cas: a fala deve ser a

expressão da verdade; e a fala não pode ser usada como forma de

violência.

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Page 216: Logística_Apostila.pdf

4.1.A ideologia gerencialA ideologia gerencial é o conjunto de valores e crenças da empresa que norteiam seu modo

de ser e de administrar. A ideologia gerencial torna-se um obstáculo à comunicação quando a organização é administrada exclusivamente pela lógica econômica, sem considerar outros elemen-tos do desempenho e do rendimento. Este tipo de ideologia contamina o ambiente de trabalho, empobrece o diálogo sobre as diversas situações e priva os indivíduos de encontrar novas soluções para os problemas da organização.

4.2. A linguagem administrativaA linguagem administrativa impõe limites à expressão. As frases geralmente são curtas, com

predominância do indicativo (favor informar seu pessoal que) e do imperativo (avise-me quando ele retornar), deixando pouco espaço para se exercitar o pensamento de forma mais elaborada.

4.3.A linguagem especializadaA linguagem profissional (técnica) facilita a comunicação

no interior de cada especialidade, mas dificulta o diálogo entre elas. É importante que, no diálogo de profissionais com pessoas que não são de sua área, eles se certifiquem de que todas as expressões utilizadas serão compreendidas.

4.4. A estrutura burocráticaMuitas vezes os empregados se queixam da forma como são tratados pelos superiores. Abusos

de autoridade, severidade, menosprezo, repreensões repetidas, desrespeito às competências e falta de acesso aos superiores para conversar são alguns exemplos que geram obstáculo ao diálogo no ambiente de trabalho.

5. Condições favoráveis ao diálogo na organizaçãoChanlat e Bédard (2004) orientam que, para estimular a comu-

nicação interpessoal na empresa, todo administrador deve conceder às pessoas liberdade de expressão sem medo de ser penalizadas; estimular o grupo informal, ou seja, o convívio das pessoas fora do trabalho, pois isso cria um sentimento de camaradagem entre elas, que se reflete no ambiente de trabalho; orientar a liderança a que estimule seus funcionários a dialogar e compartilhar informações, situações ou experiências entre si e com eles; acreditar nas qualidades humanas; e saber criar uma atmosfera que favoreça intercâmbios de qualidade.

6. Considerações finaisO fracasso no processo de comunicação pode ser muito doloroso, tanto para as pessoas

quanto para a empresa. O cotidiano mostra que muito se perde quando a comunicação é deficiente. Investir tempo para entender as faces ocultas da comunicação deve ser um compromisso de todo administrador, do contrário ele criará dificuldades para si mesmo e para os outros.

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A ideologia gerencial é o conjunto de

valores e crenças da empresa que norteiam seu modo de ser

e de administrar.

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Page 217: Logística_Apostila.pdf

Referências

CHANLAT, Alain; BÉDARD, Renée. Palavras: a ferramenta do executivo. In: CHANLAT, Jean-François. O indivíduo na organização: dimensões esquecidas. São Paulo: Atlas, 2004.

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Profa. Ma. Edilene de O. P. Garcia

Comunicação interpessoal nas

organizações

Objetivos:Conduzir os alunos à compreensão dos elemen-

tos presentes na comunicação entre pessoas, a fim de que, como administradores, possam rea-lizar adequadamente a função comunicativa nas

organizações onde atuem.

Palavras-chaves: Comunicação interpessoal; comunicação organiza-

cional; gestão de pessoas.

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Logística integrada

Page 220: Logística_Apostila.pdf

IntroduçãoA comunicação é, reconhecidamente, fundamental para o processamento das funções ad-

ministrativas. A proposta deste texto é apresentar alguns elementos ou aspectos relevantes da comunicação interpessoal e da gestão do processo comunicativo nas organizações, a fim de auxiliar os administradores nessa imprescindível tarefa. Os pensamentos de Ronald Adler, George Rodman, Andrew Dubrin e Margarida Kunsch fundamentam o que aqui se apresenta.

1. O processo comunicacionalA comunicação interpessoal é aquela que acontece entre os indivíduos. Segundo Dubrin

(2003), a comunicação interpessoal se dá por meio de várias fases e envolve sete elementos:

FONTE (OU EMISSOR) quem inicia a mensagem; quem quer transmitir algo.

MENSAGEM o que é comunicado, o que se quer falar, explicar ou transmitir.

RECEPTOR o destinatário da mensagem.

CANALo meio através do qual a mensagem “viaja” do emissor até o re-

ceptor. Telefone, e-mail, vídeos, revistas, jornais e a própria fala são alguns exemplos.

FEEDBACK algo que determina se a mensagem foi ou não compreendida.

Pode ser uma resposta ou uma reação por parte do receptor que indique que a mensagem foi ou não recebida satisfatoriamente.

AMBIENTE tudo o que existe no contexto da mensagem que se transmite. A

cultura organizacional é um importante fator ambiental que influencia a comunicação entre indivíduos.

RUÍDO tudo aquilo que atrapalha a emissão ou a compreensão da men-sagem, por exemplo, barulho, falha nos equipamentos, calor, frio, cansaço, sono, preocupações, dores, etc.

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Page 221: Logística_Apostila.pdf

2. Comunicação verbal e não-verbalA comunicação interpessoal pode ser verbal e não-verbal.

A comunicação verbal é aquela que se processa por meio do uso da palavra, seja ela falada ou escrita.

A comunicação não-verbal acontece por outros meios que não envolvem a utilização da palavra. Ela suplementa a verbal e expressa o sentimento implícito na mensagem, ou seja, o que há por trás daquilo que se fala. Por exemplo: uma pessoa que, ao conversar com a outra, não a olha nos olhos, demonstra timidez ou insegurança. Integram a comunicação não-verbal elementos como o ambiente físico, o posicionamento do corpo, a postura de quem fala e de quem ouve, os gestos das mãos, a expressão, os movimentos faciais, o tom de voz, o vestuário e o espelhamento.

3. Comunicação formal e informalSegundo Kunsch (2003), a comunicação organiza-

cional flui, basicamente, por meio de duas redes: a formal e a informal. O sistema formal de comunicação é formado pelo conjunto de canais e meios de comunicação oficiais para envio de informações dentro e fora da organização.

Segundo Dubrin (2003), a rede informal de co-municação na empresa consiste no conjunto de canais não-oficiais que suplementam os canais formais e que surgem da necessidade de se obter uma forma mais rápida de comunicação. São exemplos da comunicação informal a conversa entre funcionários, a livre expressão do pensamento e as manifestações dos trabalhadores sem o controle da direção administrativa, que podem acontecer estando as pessoas presentes no local de trabalho ou em outros ambientes sociais.

Dubrin (2003) e Kunsch (2003, p. 84) concordam que “a comunicação informal deve ser ca-nalizada para o lado construtivo, ajudando as organizações a buscar respostas muito mais rápidas para as inquietudes ambientais e facilitando o convívio e a gestão das pessoas com vistas a uma administração participativa”.

4. Fluxos da comunicaçãoSegundo Dubrin (2003), os fluxos, ou direções, da comunicação nas organizações são cinco:

Para baixo ou descendente – aquela que acontece de um determinado nível para um nível inferior.

Para cima ou ascendente – transmitida de um nível mais baixo para um mais alto na organização.

Horizontal, também chamada lateral – abrange a troca de mensagens entre pessoas que estão no mesmo nível organizacional.

Diagonal ou transversal – definida como a transmissão de mensagens entre departa-mentos diferentes, independentemente do nível hierárquico das pessoas envolvidas.

Esférico ou circular – aquela que acontece para além das fronteiras da própria or-ganização.

São exemplos da comunicação informal a conversa entre funcionários, a livre expressão do pensamento e as manifestações dos trabalhadores sem o contro-le da direção administrativa, que podem acontecer estando as pessoas presentes no local de trabalho ou em outros ambientes sociais.

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Page 222: Logística_Apostila.pdf

5. Barreiras à comunicação interpessoalO processo comunicacional está sujeito a uma série de aspectos que podem se tornar bar-

reiras ao seu sucesso.

5.1. SemânticaA semântica pode gerar problemas na compreensão da mensagem quando, para uma mes-

ma palavra, expressão ou comportamento não-verbal, emissor e receptor atribuem significados diferentes.

5.2. Filtragem da informação negativaÉ uma forma de manipulação da informação para que esta seja percebida positivamente

pelo receptor.

5.3. Credibilidade do transmissorO nível de credibilidade que o receptor atribui ao emissor da mensagem influi diretamente

nas reações que terá em relação às suas palavras. Se ele não acredita na fonte, poderá reagir de forma negativa às mensagens recebidas dela.

5.4. Sinais misturadosOcorre quando se enviam mensagens diferentes sobre o mesmo tópico para públicos diferentes.

É o que acontece, por exemplo, quando um administrador manda para um funcionário uma mensa-gem sobre um tipo de comportamento desejado, mas também não se comporta dessa forma.

5.5. Diferentes estruturas de referênciaDiz respeito às várias compreensões que se podem ter

acerca de uma mensagem, geradas por pontos de vista ou perspectivas que se baseiam em crenças e valores pessoais ou experiências passadas.

5.6. Julgamentos de valorÉ uma opinião geral que o receptor forma com base numa percepção incompleta da mensa-

gem porque algo nela contraria suas crenças, valores e desejos ou porque foi emitida por alguém em relação a quem ele tem restrições.

5.7. Sobrecarga de comunicaçãoAs pessoas recebem quantidades tão grandes de informações que não conseguem dar conta

de absorvê-las ou de responder adequadamente a todas as mensagens a elas dirigidas. Isso re-sulta num grande estresse no trabalho, uma vez que a capacidade de armazenamento pela mente humana também tem suas limitações.

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Dubrin (2003) dá algumas dicas de cuidados que o administrador deve tomar para evitar problemas de comunicação:

• Planejar a comunicação, esclarecendo as ideias antes de comunicá-las;

• Motivar o receptor, apelando para os interesses ou necessidades de quem vai receber a mensagem;

• Discutir as diferenças de paradigmas;

• Encorajar a comunicação informal;

• Comunicar os sentimentos implícitos nos fatos;

• Tomar cuidado com o comportamento não-verbal;

• Obter feedback;

• Adaptar-se ao estilo de comunicação da outra pessoa.

Considerações finaisA comunicação interpessoal é um elemento vital no cumprimento das funções administrati-

vas. É por meio dela que o administrador coordenará recursos humanos, materiais e financeiros a fim de atingir os objetivos definidos pela organização. Assim, é indispensável que o administrador conheça os elementos fundamentais do processo comunicativo interpessoal. A comunicação pode e deve ser planejada e administrada como qualquer outro processo nas organizações.

Referências

ADLER, Ronald B.; RODMAN, George. Comunicação humana. 7. ed. Tradução de Juliana Saad. Rio de Janeiro: LTC, 2003.

KUNSCH, Margarida. Planejamento de relações públicas na comunicação integrada. 4. ed. São Paulo: Summus, 2003.

DUBRIN, Andrew J. Fundamentos do comportamento organizacional. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003.

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A logística, o direito internacional, os

contratos empresariais, internacionais

e eletrônicos

Prof. Me. Mardônio da Silva Girão

Objetivos:Conhecer as implicações do Direito Contratual e a atividade

logística.

Conhecer aspectos dos contratos firmados no ambiente da “web” e saber das possibilidades de validade dos negócios

celebrados no meio eletrônico.

Perceber a importância das normas internacionais, que re-gulamentam as práticas de comércio exterior, incluídas as de logística, bem como, conhecer os contratos internacionais e

suas características.

Palavras-chaves:Direito; Contratos Empresariais; Contratos Eletrônicos; Internet;

Direito Internacional; Contratos Internacionais.

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Logística integrada

Page 226: Logística_Apostila.pdf

A atividade logística e os contratos empresariaisPara a prática da atividade empresarial, o responsável pela logística precisará assinar vários acor-

dos, que irão oferecer segurança às partes envolvidas, por conta dos compromissos assumidos.

Nesse sentido, é indispensável um instrumento para formalizar os tais compromissos. Este instrumento é o “contrato”, que recebe tratamento das leis especiais, com espaço reservado no Código Civil Brasileiro, a partir do artigo 421 (Brasil, 2002).

Vejamos a definição e formação dos contratos.

Definição e formação dos contratosPor definição, podemos considerar contrato como todo e qual-

quer negócio jurídico, firmado entre duas ou mais pessoas, que tem como objeto de interesse uma dada obrigação de dar, fazer ou não fazer, objetivando criar, extinguir ou mesmo modificar um direito.

Uma vez existindo interesse das partes, forma-se o contrato, este deve ser disciplinado pela ordem jurídica, sendo resultado de uma proposta e de sua aceitação, e assim, tendo força de lei entre as partes, obrigando-lhes o seu cumprimento.

Em linhas gerais, os contratos podem ser firmados de forma expressa ou tácita; sendo a expressa: escrita ou verbal e a tácita: aquela em que não há oposição de uma parte em relação à outra, que presta a obrigação, sem que nada tenha sido ajustado.

Os tipos de contratosAqui apresentaremos, de forma breve e acompanhada da respectiva legislação, algumas das

mais usuais e conhecidas espécies de contratos.

Importante dizer que, para um aprofundamento de cada tipo, é necessário investigar a legislação, começando pelo Código Civil, como também, textos de doutrina. Quem se interessar, deverá conferir a bibliografia constante no campo reservado ou solicitar indicações de leitura que terei o prazer de passar.

Vejamos os tipos de contratos:

O contrato de COMPRA E VENDA, previsto nos artigos 481 e seguintes do Código Civil (Brasil, 2002), em singela síntese, pode ser definido como: a troca de uma coisa por dinheiro. Pelo contrato de compra e venda, um dos contraentes se obriga a transferir o domínio de certa coisa e o outro a pagar-lhe certo preço em dinheiro

O contrato de LOCAÇÃO, estabelecido nos artigos 565 e seguintes do Código Civil (Brasil, 2002), trata da locação, que implica na cessão (ato de ceder) de coisa ou serviço a outrem, me-diante o pagamento de um preço ajustado. A locação de imóveis urbanos é regulada pela Lei n. º 8.245/91(Brasil, 1991).

O contrato de EMPRÉSTIMO, previsto nos artigos 579 e seguintes do Código Civil (Brasil, 2002), classifica-se em Comodato e Mútuo.

Comodato é o empréstimo gratuito de coisas infungíveis, (aquelas que não são substituíveis por outras da mesma espécie). Ocorre com a tradição (a entrega) do objeto, e ainda, se o contrato de comodato não tiver prazo convencional, presumir-se-á o necessário para o uso concedido da coisa.

O mútuo é o empréstimo de coisas fungíveis, como de dinheiro. Neste tipo de contrato, o mutuário (a pessoa beneficiada) é obrigado a restituir ao mutuante (aquela que emprestou) o que dele recebeu em coisas do mesmo gênero, qualidade e quantidade.

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Page 227: Logística_Apostila.pdf

O contrato de PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS, disciplinado pelos artigos 593 e seguintes do Código Civil (Brasil, 2002), tem como exemplo o de transporte, muito utilizado na logística.

Corresponde a toda e qualquer espécie de serviço ou trabalho lícito, material ou imaterial, que poderá ser contratada mediante retribuição.

O contrato de DEPOSITO, consubstanciado nos artigos 627 e seguintes do Código Civil (Brasil, 2002), constitui-se no tipo contratual em que uma das partes recebe de outra, coisa móvel, obrigando-se a guardá-la temporariamente, para ser restituída no futuro. Não havendo convenção em contrário, o contrato de depósito será gratuito. Se o depósito foi entregue fechado, colado, selado ou lacrado, nesse mesmo estado se manterá.

O contrato de CORRETAGEM, previsto nos artigos 722 e seguintes do Código Civil (Brasil, 2002), ocorre quando uma pessoa presta serviços ou, por qualquer relação de dependência, obriga-se a obter para a segunda um ou mais negócios.

O corretor é obrigado a executar a mediação, prestando ao cliente todas as informações so-bre o andamento dos negócios. Deve, também, prestar ao cliente todos os esclarecimentos que estiverem ao seu alcance acerca da segurança ou risco do negócio, das alterações de valores e do mais que possa influir nos resultados da incumbência.

Muito praticado na atividade de logística, o contrato de TRANSPORTE está contido nos artigos 730 e seguintes do Código Civil (Brasil, 2002). Nele, uma pessoa se vê obrigada, mediante compensação, a transportar, de um lugar para outro, pessoas ou coisas.

O transportador responde pelos danos causados às pessoas transportadas e suas bagagens, salvo motivo de força maior, sendo nula qualquer cláusula excludente da responsabilidade.

O contrato de SEGURO, delineado nos artigos 757 e seguintes do Código Civil (Brasil, 2002), ocorre quando uma das partes paga um prêmio à outra, obrigada a indenizá-la na ocorrência do sinistro, como incêndio, naufrágio, abalroamento, roubo, etc.

O prêmio corresponde ao preço que o segurado paga ao segurador para ficar coberto pelo seguro. A apólice de seguro consignará os riscos assumidos, o valor do objeto segurado, o prêmio devido ou pago pelo segurado e quaisquer outras estipulações, que no contrato se firmarem.

Visto alguns tipos contratuais, como fica a responsabilidade das pessoas que assinam os contratos empresariais?

Muito importante é a questão da responsabilidade decorrente dos contratos. No âmbito dos contratos, responsabilidade adquire o sentido de responsabilizar-se, garantir ou assumir o pagamento do que se obrigou ou ato que praticou.

Há o dano emergente que representa o que a pessoa perdeu. Já o lucro cessante envolve o que a pessoa deixou de ganhar. A responsabilidade extracontratual é chamada de aquilina. Responsabilidade contratual é a decorrente do contrato.

Com isso, podemos estudar os contratos numa dimensão diferente, que é o meio eletrônico.

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Page 228: Logística_Apostila.pdf

Os contratos eletrônicosCom a velocidade que as relações empresariais são desenvolvidas nos dias atuais, espe-

cialmente no ambiente da “internet”, faz-se necessário uma nova modalidade de contrato, é o chamado: contrato eletrônico, que guarda algumas particularidades.

O conceito e a validade do contrato eletrônicoO contrato eletrônico é o acordo de vontades, na conformidade com a lei, e com a fi-

nalidade de adquirir, resguardar, transferir, conservar ou extinguir direitos, plenamente aplicá-veis aos negócios celebrados, através da rede.

E quanto à sua validade? Para ter validade são necessários três requisitos:

O primeiro é a integridade, que visa impossibilitar a adulteração de informações, garantindo a preservação do conteúdo durante o transporte na rede, onde a in-

formação recebida tem idêntico conteúdo da enviada.

O segundo é a confidencialidade, que garante o sigilo das informações, impe-dindo o acesso de estranhos ao contrato, onde apenas as partes contraentes têm

acesso ao teor do negócio celebrado.

O terceiro é a disponibilidade, pois, o documento necessita estar disponível para consulta em ambiente dotado de sistema seguro, que possibilite, a qualquer

tempo, o acesso ao conteúdo pelas partes autorizadas a consultá-lo.

Com isso, há grandes chances do contrato eletrônico obter validade jurídica, especial-mente para fins de provas, junto aos processos judiciais.

Nesse sentido, o contrato eletrônico, igualmente ao físico, se enquadra no conceito legal de documento, já que pode representar um ato ou fato jurídico e, assim, sua plenitu-de depende da capacidade de mantê-lo íntegro e não deteriorável, indispensável para sua confiabilidade.

No entanto, para se ter valor de prova, o contrato precisa possuir assinatura digital, e qualquer mensagem eletrônica (e-mail) não protegida contra violação, não é aceita como prova, devido a sua natureza mutável.

Para isso, é necessária a assinatura eletrônica, que consiste em mecanismo de cripto-grafia da mensagem, objetivando a proteção da autoria e identificação inequívoca dos envol-vidos. Para o direito é indispensável a força probante e, para isso, o contrato tem que possuir certificado de autenticidade, identificando quem forneceu o certificado, etc.

As autoridades certificadoras dão garantia a uma pessoa ou a um titular através de chave pública na rede, , atestando a identidade do dono da mesma..

É importante que as pessoas e as empresas que desejam ampliar seus horizontes e uti-lizar os meios eletrônicos para contratar, que procurem um especialista na área, pois sem as devidas instruções, aquele negócio que a princípio traria economia e rapidez pode se trans-formar em uma disputa judicial de proporções desastrosas.

A relação Direito e Logística numa dimensão globalA globalização internacional da economia faz com que os países possam intercambiar

bens e serviços com mais rapidez, num fluxo que tende a ser cada vez mais ágil e interativo.

Como consequência, formam-se grupos regionais e alianças, para que os países, unidos nos mesmos objetivos, possam disputar, com maiores possibilidades de sucesso, sua fatia no bolo.

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As empresas devem estar preparadas para essa nova era, para enfrentar os novos desafios que se apresentam no dia-a-dia de suas atividades. E essa preparação nada mais é do que o condicionamento correto da empresa para pugnar e vencer na arena internacional.

Para isso, é rigorosamente necessário ter pessoal capacitado, treinado, motivado para trabalhar num cam-po em que os adversários são competentes e agressivos, dominam as regras que ministram as ações das empresas que, diante das possibilidades que o mundo oferece, têm chances de ampliação de seus negócios.

Para tanto, é fundamental o conhecimento e compreensão das complexas normas que sujeitam os operadores logísticos às s práticas de ordem internacional, compreendendo as mais variadas delas e as atividades que envolvem o comércio internacional.

No campo do comércio exterior, todas as operações voltadas à exportação e importação, assim como , os procedimentos inerentes ao intercâmbio de bens e serviços, estão normatizados por leis, tratados e acordos internacionais, em que “o fazer”, “como”, “onde”, “com quem”, “quando”, encontram respostas nas disposições legais internas e externas.

Portanto, o operador de logística, numa realização internacional, deve reconhecer a imperio-sa necessidade de dominar as legislações brasileiras e internacionais, sob pena de não conseguir transacionar.

O Direito Internacional Privado

Para realização das operações de logística num ambiente internacional, temos as leis trata-das pelo Direito Internacional Privado que corresponde ao conjunto de normas internas de cada país, instituídas especialmente para definir se, a um determinado caso, se aplicará a lei local ou a lei de um outro país.

A matéria regula o conflito de leis no espaço e tem relação com particulares que tenham interesses em mais de um país, como é o caso das empresas que atuam na área de exportação e importação, especialmente com a circulação de bens ou de serviços, atuando na movimentação, armazenagem e transporte de bens.

Para realização dos negócios internacionais, é também indispensável a celebração de con-tratos, pois, um negócio jurídico bilateral ou plurilateral pressupõe de fato, causa geradora das obrigações, o título de criação de nova realidade jurídica, consti tuída por direitos, faculdades, pretensões, deveres e obrigações, ônus e encargos. É o acordo de vontades, que tem por fim criar, modificar ou extinguir direitos e obrigações.

Os Contratos Internacionais e suas particularidadesA contratação, isto é, o acordo bilateral pode produzir-se nos âmbitos nacional e internacional.

Quan do os elementos constitutivos do contrato (partes, objeto, lugar onde se pactua a obrigação, lugar onde deverá surtir seus efeitos) se originam e se realizam dentro dos limites geográficos e políticos de um único país, estamos situados no âmbito interno das obrigações.

Inversamente, quando as partes contratantes têm nacionalidades diversas ou domicí-lio em países distintos, quando a mercadoria ou o serviço objeto da obrigação são entregues além-fron teiras, ou quando os lugares de celebração e execu ção das obrigações contratuais tampouco coincidam, estaremos no âmbito dos contratos internacionais.

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AlcanceA principal característica do contrato internacional é a extraterritorialidade. O contrato inter-

nacional é necessariamente extraterritorial, ainda que as par tes tenham a mesma nacionalidade. O que importa, nessa hipótese, são os fatores decorrentes de toda a sua amplitude da domicialidade e dos sistemas jurídicos intervenientes, no caso, de países diferentes.

Submissão

O contrato in ternacional está submisso a mais de uma legislação, colocando as partes em posição de negociação, visando as definições do foro competente e da legislação aplicável.

Dessa forma, ou uma parte se submete ao foro e/ou legislação da outra, ou ambas se sub-metem ao foro e/ou legislação de uma terceira nação.

Arbitragem

A Arbitragem é a forma de prevenir ou dirimir pendências a partir do estabelecimento de uma ins tância decisória instituída pela vontade das partes, em determinada relação jurídica.

Idioma

Apesar de ser o inglês o idioma “oficial” das grandes negociações internacionais, nada impede que se façam contratos internacionais em outros idiomas, como, por exemplo, em português.

Também existe a possibilidade de o instrumen to de contrato ser firmado em mais de um idioma (usualmente dois). Nesse caso, faz-se necessária a pre visão de qual deles prevalecerá em uma hipótese de divergência.

Lei aplicávelA obrigação resultante do contrato reputa-se constituída no lugar em que residir o proponente.

As partes podem, livremente, escolher a lei aplicável ao contrato internacional. Dessa forma, elas po dem escolher, por exemplo, uma legislação neutra ou direito que melhor se adapte às cir-cunstâncias con tratuais e às necessidades das partes contratantes.

ReferênciasBASSIL, Nelson G. Instituições de Direito Público e Privado. São Paulo: Saraiva, 2008.

SOARES, Guido F. S.. Curso de Direito Internacional Público. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2004.

MARTINS, Sergio P. Instituições de Direito Público e Privado. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2008.

FÜHRER, Maximilianus C. Resumo de Obrigações e Contratos (Civis e Comerciais). 26. ed. São Paulo: Malheiros, 2007.

ANDRADE, Ronaldo A. de. Contrato Eletrônico no Novo Código Civil e no Código do Con-sumidor. São Paulo: Manole, 2004.

Constituição da República Federativa do Brasil. Brasil, de 12 de Outubro de 1988. Fonte: www.presidencia.gov.br. Consulta feita em 02/12/2008.

Código Civil. Lei nº. 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Fonte: www.presidencia.gov.br. Consulta feita em 02/12/2008.

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Processo decisório baseado na

comunicação

Prof. Dr. Rovilson Dias da Silva

Objetivos:Elencar os tipos de tomada de decisão; Dar conceitos aos

alunos para tomada de decisão; Apontar os sistemas de infor-mação como fonte de comunicação; Levar o aluno à reflexão

sobre a urgência de produtos serviços e suas respectivas pro-dução e entrega.

Palavras-chave: Comunicação; tomada de decisão; tecnologia; sistemas de

Informação.

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A urgência de informação para movimentar o mercadoVivemos numa economia globalizada, cujo consumo

atinge níveis muito altos e numa grande velocidade. Neste início de século, tudo o que é produzido tem um ciclo de vida muito curto, como exemplo, temos os aparelhos celulares, entre outros tantos equipamentos. Ao comprar um novo aparelho, há dois ou três na fila para serem lançados, e ele logo se torna ultrapassado. Além disso, as empresas estão constantemente se organizando e divulgando, por meio de campanhas publicitárias, seus novos produtos ou serviços, despertando no consumidor o desejo de consumir. E o ponto comercial onde se dá a transação não é mais apenas aquele com uma porta de aço e um vendedor na porta lhe esperando; ele é um monitor, uma linha telefônica, um sinal digital, um chip, entre outros. Reside, nessa característica da transação comercial, a mesma urgência para entrega do produto, ou seja, logística eficaz.

Nesse contexto, a tomada de decisão nas organiza-ções deve acompanhar a velocidade e as exigências de um mundo globalizado e sem fronteiras.

Características da tomada de decisão Na atualidade, a tomada de decisão deve ser rápida e efetiva, ou seja, ir ao encontro do

objetivo da empresa. Devido à rapidez proporcionada pela tecnologia da informação, em especial, pela facilidade de comercialização, entre outros, pelo e-commerce (comércio eletrônico), conse-quentemente é gerada uma demanda de entrega dos bens, serviços ao menor custo possível. Por esta razão, uma larga e irreversível atenção, até que surja algo mais inovador, tem sido atribuída aos sistemas de informação. Existem basicamente dois eixos para tomada de decisão: um baseado na técnica e outro baseado no processo gerencial. E a comunicação entre comprador e vendedor será vital para o bom desempenho organizacional, numa era onde produtos e serviços são consi-derados, por muitos, instantâneos, resultando numa urgência e usando a popular expressão: “Tudo pra ontem”.

A comunicação por meio dos sistemas de informaçãoSistemas de informação sempre existiram. Por séculos, o Homem vem se comunicando para

intercambiar bens e serviços. Inicialmente enviavam-se mensageiros, cartas, sinais sonoros, visuais; depois, telégrafo, fax, telefone.e, hoje, a Internet, por meio da rede mundial de computadores, é o mais econômico e bastante efetivo. Com a evolução natural dos meios de comunicação, os sis-temas de informação ficaram mais rápidos e, com o apoio da tecnologia, consolidam-se os SIBC - Sistemas de Informação Baseados em Computadores.

Evolui o sistema e, para atender as novas necessidades, ferramentas são desenvolvidas, entre outras, o CRM – Customer Relationship Manage-ment (Gerenciamento do Relacionamento com o Cliente), que serve para detectar e comunicar ao cliente aspectos considerados por ele relevantes para alavancar vendas. Também, o SCM – Suplly Chain Management (cadeia de suprimentos), que aproxima o fornecedor do comprador. São alguns exemplos da necessidade de comunicação que emergiu com o avanço tecnológico.

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Os dois eixos na tomada de decisãoPara a tomada de decisão, temos dois eixos de alta relevância a serem considerados:

Técnico – Neste contempla-se a viabilidade técni-ca do negócio; por exemplo, fazer o trabalho de logística propicia à empresa uma rentabilidade a curto, médio e longo prazos, e coloca o profissio-nal técnico em contato com o mercado, o expõe, propiciando-lhe notoriedade e possibilitando que melhore seu desempenho. Também se deve con-siderar como técnica a característica do trabalho, o histórico e a melhor ferramenta a ser usada, enfim, nessa dimensão técnica, o profissional toma deci-sões sobre seu trabalho.

Processo gerencial – Pode ser individual ou participativo. No primeiro caso, conside-ram-se as informações provenientes da parte técnica e dos Sistemas de Informação disponíveis e toma-se a decisão. Finalmente, a decisão é comunicada a todos os en-volvidos. Já no segundo caso, além da consulta às fontes de informação existentes, são ouvidos todos os envolvidos na atividade para a tomada de decisão. A presença de representantes das áreas envolvidas é muito rica, pois cada um colocará o quê e o porquê da sua escolha, e assim o consenso sobre o melhor caminho a seguir vai sendo construído. Tal processo de comunicação e decisão, num grupo maduro, é produtivo, e dele resultará – após a discussão entre os representantes dos setores envolvidos – a melhor decisão para a organização e não para um único setor.

Conclusão A tomada de decisão é vital para a organização, ainda

mais com a urgência das transações comerciais. Obter infor-mações corretas – por meio de comunicação sem ruídos – dará rapidez e fidedignidade aos gestores ou àqueles responsáveis pela tarefa de decidirem pelo melhor para a empresa, ao menor custo possível, privilegiando a manutenção competitiva dessa no mercado.

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Rentabilidade a curto, médio e longo prazos.

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Rentabilidade a curto, médio e longo prazos.

Referências

BAHIA, Juarez. Introdução à comunicação empresarial. Rio de Janeiro: MAUAD, 1995.

BUENO, Wilson da Costa. Comunicação empresarial. São Paulo: Manole, 2003.

CASSARO, A. C. Sistemas de informações para tomada de decisões. São Paulo: Pioneira, 2001.

SIMCHI-LEVI, David. Cadeia de suprimentos: projeto e gestão. Porto Alegre: Bookman, 2003.

FLEURY, Maria Tereza Leme. As pessoas na organização. São Paulo: Gente, 2002.

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Logística

Objetivos:Apresentar os conceitos da logística no

cenário empresarial; evidenciar a importância da logística no contexto empresarial

Palavras-chave: competitividade; custos; globalização;

produtos; gerenciamento; organizações.

Prof. Especialista Roberto Aparecido Macedo

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Logística integrada

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Atualmente em evidencia, sempre utilizada, porém nunca foi tão reconhecida como agora. O Oxford English dicionário define logística como: "O ramo da ciência militar responsável por obter, dar manutenção e transportar material, pessoas e equipamentos".

A logística existe desde os tempos remotos no início da civilização, não é uma novidade. Mas, a implementação das melhores práticas logísticas tornou-se uma das áreas mais desafiadoras e interessantes da administração e do contexto empresarial contemporâneo.

A logística é o processo de gerenciar estrategicamente a aquisição, movimentação e armaze-nagem de materiais, peças e produtos acabados (e os fluxos de informações correlatas) através da organização e seus canais de marketing, de modo a poder maximizar as lucratividades presente e futura através do atendimento dos pedidos a baixo custo (CHRISTOPHER, 2002, p.02).

Alexandre, O Grande se destacou e motivou outros líderes pela maneira inovadora como planejava e executava suas operações de guerra. Foi um dos primeiros a utilizar recursos de en-genharia, pessoal específico e treinado para analisar as possíveis fragilidades nas cidades onde deveriam invadir, tornando mais fácil estas invasões e com maior probabilidade de sucesso e menos chance de resistência do inimigo. Ain-da se especializou em fazer alianças por onde passou - aqueles que colaboravam com seu exército eram poupados. Inovou na confecção de armas novas para a época, seus engenheiros desenvolveram uma lança de mais de seis me-tros de comprimento chamada ‘sarissa’, usada pela sua infantaria.

Destacou-se também pela inclusão da logística em seus planos estratégicos, conheci-mento detalhado dos terrenos de batalhas, das características principais dos exércitos inimigos e fatores adversos da região onde deveria ocor-rer o combate. Uso de tecnologias disponível e o gerenciamento das informações através de bases logísticas.

Qualquer semelhança ao mundo empresa-rial, não é mera coincidência é realmente o que está acontecendo no cenário contemporâneo empresarial, organizações que vem se destacan-do pelo uso de ferramentas logísticas e muita disciplina conseguem destaque neste cenário e o sucesso é inevitável. A logística tem se apresen-tado como fator decisivo quando praticada com suas essências e disciplina na acirrada “guerra do mundo empresarial”, cada vez mais competitivo. As tecnologias e equipamentos sofisticados estão a disposição para os sistemas de produção, a globalização e transferência de know how pelo mundo faz com que a concorrência fique muito parecida e tenham acesso a estes recursos, pois ninguém mais detém a tecnologia sozinho ou equipamentos de ultima geração individualmen-te. Contudo, a redução de custos cada vez mais

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perseguida pelos gestores das organizações, não é sempre encontrada com facilidade. O que pode ser explorado com melhorias a fim de proporcionar esta redução de custo? A LOGISTICA.

Segundo Peter Drucker, (1995, congresso EUA) “A logística é a última fronteira gerencial que resta ser explorada para reduzir tempos e custos, melhorar o nível e a qualidade dos serviços e agregar valores que diferenciem e fortaleçam a posição competitiva de uma empresa”. Podemos perceber a importância da logística dentro do mercado competitivo atual.

Outro motivo relevante que chega com a globalização é a distância física cada vez maior para se negociar. Hoje se faz negócios, se desenvolvem fornecedores do outro lado do mundo, as com-pras de matérias primas e produtos acabados atravessam o mundo para chegarem ao cliente final. Porém, somente com uma logística eficiente estas negociações são viáveis.

Fica evidente que o objetivo da logística é proporcionar a entrega de bens e serviços, na hora certa no local certo nas quantidades corretas e com os menores custos possíveis atendendo e satis-fazendo as expectativas do cliente.

"Logística é a parte do Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento que planeja, implementa e controla o fluxo e armazenamento eficiente e econômico de matérias-primas, materiais semi-acabados e produtos acabados, bem como as informações a eles relativas, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o propósito de atender às exigências dos clientes" (Carvalho, 2002, p. 31).

Durante muito tempo, as empresas gerenciaram seus estoques e locais para armazenarem estes estoques, houve a partir dos anos 90 uma mudança nesta forma de gerenciamento, os estoque ainda são motivo de muita preocupação entre os gestores, porém o foco é outro, o de manter o mínimo possível em estoque, entramos na busca do “estoque zero”. Há algum tempo, os empresários bus-cavam investir em estoque como fonte de receita, com a estabilidade da economia este sentimento mudou. Para ilustrarmos vamos usar um exemplo da dona de casa.

Como a dona de casa gerenciava seus estoques antes dos anos 90? Ia ao mercado no inicio do mês e fazia sua compra para o mês todo, existia um freezer em casa onde eram congelados os alimentos que seriam utilizados no decorrer do mês. Atualmente, não se utiliza mais o freezer, pois não há a necessidade de se congelar a mistura do mês. Ela poderá efetuar a compra no início no meio ou no fim do mês que a variação do valor será muito pequena. Da mesma forma, o empresário não faz mais grandes estoques de matéria prima, pois a variação de preço é muito baixa.

Com isso, o trabalho da logística também está em dimensionar os volumes necessários para manter as fábricas operando e quais as quantidades e períodos de abastecimento dos produtos, isto sobre a ótica da produção, ao imaginarmos um pouco mais a frente na cadeia produtiva temos o mesmo planejamento para o abastecimento dos canais de venda e dos produtos acabados. Todo este planejamento deve ser embasado no objetivo de disponibilizar materiais na hora certa no local certo nas quantidades corretas e com os menores custos possíveis atendendo e satisfazendo as expectativas do cliente.

Com isso temos menores áreas para estoques e manuseio dos produtos, menos equipamentos de movimentação, menos mão-de-obra para gerenciar estes estoques e a consequência é o ganho de performance e eficácia, entretanto com menores estoques deve haver o aumento da frequência das entregas, ou seja a quantidade de um item especifico não tende a diminuir em sua utilização, portanto com a diminuição do estoque deste item ele deve ser recebido com maior frequência.

Muitos impactos são absorvidos pela logística devido a mudanças de cenário como esta citada. Mudanças que estão relacionadas direto com economia, política internacional, cultura local (caso de forne-cedores ou clientes internacionais), regulamentações governamentais, entre outras interferências naturais que ocorrem todos os dias nas organizações, faz do setor da logística um dos mais dinâmicos e desafiadores dentro das empresas, pois existe a necessidade de estar sempre atento às alterações do mercado.

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Não se trata mais a logística de forma isolada e pontual, acredita-se em redes logísticas em parcerias e em logística de maneira global, onde se gerencia a saída da matéria prima do fornecedor a manufatura e a entrega ao cliente final, ou seja todas as etapas e processos que impactam no resulta-do final e na satisfação do cliente. Posteriormente ainda se planeja o retorno dos materiais utilizados para seus fabricantes ou o seu descarte adequado, esta etapa se denomina, logística reversa.

Além de softwares específicos muitas técnicas e ferramentas também são utilizadas em busca destas operações ideais, dentre elas estão algumas:

• CPFR – Collaborative Planning Forecast and Replanishment – Planejamento co-laborativo e previsão de reabastecimento

• CRM – Customer Relationship Management) – Gerenciamento do relacionamento com o cliente

• ECR - Efficient Consumer Response - Resposta eficiente ao consumidor• JIT – Just in time – Sistema de produção enxuta• Logística colaborativa – Colaboração entre os parceiros de uma cadeia de produção• Logística reversa – Trata o fluxo inverso da cadeia produtiva • SCM – Supply Chain Management – Gerenciamento da cadeia de suprimentos • VMI – Vendor Managed Inventory – Estoque gerenciado pelo fornecedor

Referências BALLOU, Ronald H. Logística Empresarial transporte, administração de materiais e distri-buição física. São Paulo: Atlas, 1995.CHRISTOPHER, M. Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos. São Paulo: Pioneira Thomson, 2002.CARVALHO, José Meixa Crespo de. Logística. 3. ed. Lisboa: Edições Silabo, 2002.HAMMOND, N.G.L. O gênio de Alexandre o Grande. São Paulo: Madras, 2006.NOVAES, G. A. Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição. Rio de Janeiro. Ed. Campus. 2000.http://islog.org.br. Acesso em 02’Jan’10. http://pt.wikipedia.org/wiki/Log%C3%ADstica. Acesso em 02’Jan’10.

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Prova IntegradaInserção gerencial: ênfase

na Gestão Logística

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Polo:Curso: Tecnólogo em Gestão de Logística

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Prova IntegradaInserção gerencial: ênfase

na Gestão Logística

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Prova IntegradaInserção gerencial: ênfase

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Prova IntegradaInserção gerencial: ênfase

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Polo:Curso: Tecnólogo em Gestão de Logística

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Prova IntegradaInserção gerencial: ênfase

na Gestão Logística

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Polo:Curso: Tecnólogo em Gestão de Logística

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Prova IntegradaInserção gerencial: ênfase

na Gestão Logística

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Polo:Curso: Tecnólogo em Gestão de Logística

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Prova IntegradaInserção gerencial: ênfase

na Gestão Logística

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