livro meu avÔ para site segurançarobertoclarkmeuavo.com.br/meu_avo_cap_3.pdf · bob, o primeiro...

72
Birigüi

Upload: others

Post on 22-Jul-2020

0 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: livro MEU AVÔ para site segurançarobertoclarkmeuavo.com.br/meu_avo_cap_3.pdf · Bob, o primeiro eletricista de Penápolis e a primeira vítima da indústria de energia elétrica

43

Birigüi

Page 2: livro MEU AVÔ para site segurançarobertoclarkmeuavo.com.br/meu_avo_cap_3.pdf · Bob, o primeiro eletricista de Penápolis e a primeira vítima da indústria de energia elétrica

44

A família só se mudou para Birigüi após meu avô haver comprado uma casa para se instalarem, localizada na atual Av. Governador Pedro de Toledo. E lá chegaram em 6 de janeiro de 1915, Dia de Reis.

Em 1920, vovô mudou-se para a casa na atual Rua Roberto Clark, onde nasci, e moramos juntos por muitos anos.

Vieram com vovô: vovó Harriet e os filhos solteiros: Daisy, Robert, Archibald, Bella e Jaime. Tia Maggie que já havia se casado, permaneceu em Cravinhos e só veio para Birigüi em 1925.

Birigüi ainda era um pequeno povoado da Noroeste cuja data oficial de chegada do primeiro morador, Sr. Nicolau da Silva Nunes, é 7 de dezembro de 1911.

A família, naturalmente, estranhou bastante, pois Bi-rigüi não tinha conforto nenhum, as ruas eram trilhas no meio da mata, a água era de poço e não havia luz elétrica. Muitas vezes animais selvagens cruzavam o fundo do quintal.

Page 3: livro MEU AVÔ para site segurançarobertoclarkmeuavo.com.br/meu_avo_cap_3.pdf · Bob, o primeiro eletricista de Penápolis e a primeira vítima da indústria de energia elétrica

45

Pouco tempo depois, mamãe (Bella Clark), e minha tia (Daisy Clark), como passatempo, deram início aos primeiros jogos de Tênis em Birigüi, em quadra cons-truída por vovô Roberto Clark, na própria avenida, vizinha de onde moravam.

Depois de algum tempo foi instalado o Curso Primá-rio, sendo tia Daisy a primeira professora, contratada pela Prefeitura de Penápolis para lecionar na Primeira Escola Municipal fundada em Birigüi.

Tia Daisy era a professora das meninas e o Sr. Arquite-clinio Brito, que era fotógrafo da Companhia de Terras, era o professor dos meninos.No livro preparado para o cinqüentenário de funda-ção de Birigüi, destacamos estes trechos: ”No dia 25

Quadra de Tênis: Maria Mellor, Daisy e Mamãe, por volta de 1916.

Page 4: livro MEU AVÔ para site segurançarobertoclarkmeuavo.com.br/meu_avo_cap_3.pdf · Bob, o primeiro eletricista de Penápolis e a primeira vítima da indústria de energia elétrica

46

de novembro de 1915 realizou-se o exame do ano letivo da Escola Municipal, do sexo masculino, na Vila de Birigüi, tendo servido de examinadores, nomeados pela Prefeitura Municipal, os srs. Roberto Clark (Filho), Gentil Pinto Ferreira Coelho e Olívio José da Rocha.”

“No dia 26 de novembro de 1915, presentes aqueles mesmos examinadores, realizou-se o exame na Escola Municipal, do sexo feminino, regida pela Profa. Daisy Clark.”

Roberto Clark, James Mellor e Edward Hamer, sócios fundadores da Companhia de Terras e Madeiras de São Paulo, vieram para Birigüi com um plano de colonização, não só para a sede do distrito, mas tam-

Retrato das famílias Clark, Mellor e Hamer, provavelmente de 1915.

Page 5: livro MEU AVÔ para site segurançarobertoclarkmeuavo.com.br/meu_avo_cap_3.pdf · Bob, o primeiro eletricista de Penápolis e a primeira vítima da indústria de energia elétrica

47

bém para a zona rural, dividindo-a em pequenos lotes, podendo esse plano ser considerado uma verdadeira Reforma Agrária.

Em 16 de novembro de 1915, a Companhia de Ter-ras, Madeiras e Colonização de São Paulo obteve da Prefeitura de Penápolis a concessão para iluminação pública e particular da cidade, incluindo a concessão para instalação de uma hidrelétrica usando o potencial do Salto do Avanhandava no Rio Tietê, contrato esse celebrado pelo Eng. Edward Hamer, Presidente da Companhia de Terras, na ocasião.

A Companhia comprometia-se a instalar, no prazo máximo de dois anos, um sistema de Geração de Energia Elétrica e Iluminação para Penápolis, além de fornecer um financiamento para o município, no valor de 10.000$000 (dez contos de réis), a ser usado na construção de um matadouro e aquisição de veí-culos e animais para a condução de carnes verdes e limpeza pública.

Assim, vovô instalou um locomóvel, um gerador e a iluminação pública de Penápolis, em 1916, ficando a operação de todo o sistema a cargo de seu filho mais velho, Robert William Clark Júnior. Em 1918, infelizmente, um grave acidente com o locomóvel tirou a vida de tio Bob. Vovô, arrasado com essa fatalidade, decidiu então vender a con-cessão e o Salto do Avanhandava, no rio Tietê, que

Page 6: livro MEU AVÔ para site segurançarobertoclarkmeuavo.com.br/meu_avo_cap_3.pdf · Bob, o primeiro eletricista de Penápolis e a primeira vítima da indústria de energia elétrica

48

também era propriedade da Companhia.

Transcrevemos a seguir artigo publicado em jornal de Penápolis:

Jornal A Comarca de Penápolis7 de setembro de 1962

“O PRIMEIROELETRICISTA

DE PENAPOLIS

Orentino Martins

Em fins de 1915, Penápolis, pequenina ainda, ensaiava os principais passos na senda do progresso, tendo seus dirigentes políticos cogitado da iluminação de suas ruas e largos. Para a realização dêsse empreendimento de vulto, tão almejado pelos seus moradores, a Câmara Mu-nicipal outorgou a concessão ao Sr. Eduardo Hamer, para a exploração do fornecimento de energia elé-

Page 7: livro MEU AVÔ para site segurançarobertoclarkmeuavo.com.br/meu_avo_cap_3.pdf · Bob, o primeiro eletricista de Penápolis e a primeira vítima da indústria de energia elétrica

49

trica a esta localidade, que se obrigou enquanto não fosse instalada a hidroelétrica do Salto Avanhandava, a montar, provisòriamente, um dínamo acionado a vapor, onde hoje, à Avenida Rui Barbosa, está situada a Sub-Estação da Companhia Paulista de Força e Luz. Concluída essa incipiente usina pelo mecânico-eletricista sr. Roberto Clark, o seu filho Roberto, mais conhecido por Bob, ficou encarregado do gerador de energia, da construção e conservação da rêde de iluminação pública e particular. Filho de escoceses era Bob um rapagão apresentável, desempenado e forte, de 19 ou 20 anos de idade, sol-teiro, simpático e muito estimado da população local, a qual se acostumara a vê-lo, freqüentemente, no alto dos postes, esticando e colocando fios, ultimando os reparos necessários na rede abastecedora de eletrici-dade e estendendo-a por todos os recantos da nóvel povoação, sempre alegre e brincalhão, conversando com os transeuntes enquanto trabalhava. Foi, em princípios de 1916, inaugurada a luz elétrica de Penápolis. E quando os passageiros de trens noturnos da Noroeste passavam pela estação, já viam de lado a lado da linha, a luz baça e avermelhada das lâmpadas de filamento metálico nos postes, iluminando as ruas da Terra de Maria Chica.

Page 8: livro MEU AVÔ para site segurançarobertoclarkmeuavo.com.br/meu_avo_cap_3.pdf · Bob, o primeiro eletricista de Penápolis e a primeira vítima da indústria de energia elétrica

50

A mocidade também já podia fazer, sem esperar as noites de plenilúnio, estupendas serenatas, termi-nadas, impreterivelmente, com a ceia de um cabrito “desaberto” na primeira chácara ou quintal que encontrasse. Depois de dois anos Penápolis ostentar orgulhosa-mente sua iluminação pública, veio o infausto 5 de Abril de 1918, e com êle o profundo golpe que cons-ternou a nossa gente – o desastre ao pranteado Bob, que o vitimou ao subir ao vapor dessa empresa para examiná-lo, foi apanhado em cheio no crânio pelo varão de ferro da bucha da bomba, caindo ao chão e morrendo daí poucos instantes ao ser transportado para a primitiva casa de tábuas desta cidade, no fim da Avenida Cel. Manoel Bento da Cruz. O sr. Roberto Clark morava em Birigüi, mas nesse dia encontrava-se aqui e ao ter notícia do ocorrido, ime-diatamente se dirigiu a essa casa e lá encontrou Bob sem vida.

Contou-nos o sr. Emilio Fonseca, residente nesta lo-calidade desde os idos de 1909, que se achava junto ao Cel. Manoel Bento da Cruz, o sr. Renato Dias de Aguiar e muitas outras pessoas e que quando o sr. Roberto Clark ali chegou, ficou olhando fixamente o corpo do filho, ouvindo-o textualmente dizer: “- Meu filho, a luz te matou, ela te iluminará”, deixando al-guns amigos incumbidos do enterro, foi em seguida para o galpão das máquinas da empresa e permane-

Page 9: livro MEU AVÔ para site segurançarobertoclarkmeuavo.com.br/meu_avo_cap_3.pdf · Bob, o primeiro eletricista de Penápolis e a primeira vítima da indústria de energia elétrica

51

ceu sem proferir palavra, consertando o locomóvel o resto do dia. E ao descer tristemente a noite, o sr. Roberto Clark pôs em movimento o vapor que ma-tara seu filho e as luzes de Penápolis se acenderam, iluminando-se o aposento onde estava a câmara ardente de Bob. O sepultamento de Roberto Clark Filho realizou-se às 17 horas do dia seguinte, em Birigüi.

De Penápolis, inúmeras pessoas foram em trem espe-cial e pelo passageiro da tarde, ao enterro. Conduziu-o à última morada grande massa popular, comparecendo amigos de toda a Noroeste. Bob, o primeiro eletricista de Penápolis e a primeira vítima da indústria de energia elétrica desta região, repousa no jazigo da Família Clark, no Cemitério da Saudade – na Cidade Pérola.”

Tio Jaime (James Patrick Clark), que estava ainda estudando no Gramberi, em Minas Gerais, após o falecimento de tio Bob, permaneceu em Birigüi, tra-balhando em serviços diversos da Companhia.

Como topógrafo que era, trabalhava preferencialmen-te em serviço de campo, na demarcação de terras.

Aos 18 de fevereiro de 1918, a Igreja Metodista Epis-copal do Sul fundou, em Birigüi, uma instituição edu-

Page 10: livro MEU AVÔ para site segurançarobertoclarkmeuavo.com.br/meu_avo_cap_3.pdf · Bob, o primeiro eletricista de Penápolis e a primeira vítima da indústria de energia elétrica

52

cacional que passou a se chamar Colégio Noroeste, que posteriormente, com o seu desenvolvimento, se transformou no atual Instituto Noroeste.

Foi na casa de vovô, que se reuniram os membros da Igreja para a fundação do Colégio Noroeste.

Ainda no livro editado no cinqüentenário de Birigüi encontramos: “A GRIPE DE 1918 ... Os abnegados benfeitores srs. Ver. C. B. Dawsey, Pastor da Igreja Me-todista e Roberto Clark, Diretor da The San Paulo Land, Lumber Company, instalaram em Birigüi um hospital de gripados com nove compartimentos, onde está situado hoje o prédio número 54, então residência de Mr. Dawsey, à rua João Gallo ...“.

No mesmo livro encontramos: ”PRIMEIRA VISITA DO GOVERNO DO ESTADO A BIRIGUY”, de onde desta-camos alguns trechos; “Amanhecia Biriguy, a 18 de setembro de 1919 ... - Saíra de Penápolis, as 9 horas, o comboio especial que, dentro de pouco iria chegar a Birigüi com distinta comitiva governamental inte-grada dos Exmos. Srs. Drs. Oscar Rodrigues Alves, Secretário do Interior; Arthur Neiva, Diretor do Serviço Sanitário; Oscar Thompson, Diretor da Instrução Pú-blica, Raul Cardoso, Deputado Federal; ... - Os precla-ros hóspedes, ..., seguiram para o luxuoso palacete de The San Paulo, Land, Lumber & Colonization, de onde após curto descanso, sahiram a passeio pelo povoado, voltando novamente ao mesmo, para o opiparo e fino banquete de 50 talheres que se rea-

Page 11: livro MEU AVÔ para site segurançarobertoclarkmeuavo.com.br/meu_avo_cap_3.pdf · Bob, o primeiro eletricista de Penápolis e a primeira vítima da indústria de energia elétrica

53

lizou no salão principal, artisticamente enfeitado de flores, palmeiras e escudos com os nomes dos home-nageados. A mesa tinha forma de TÊ sendo servido o aparatoso repasto ás doze horas. Falou oferecendo-o pela referida companhia e pelos biriguyenses, o Sr. Antonio Wernech dos Passos, que ao terminar foi efusivamente cumprimentado. O Cel. Manuel Bento da Cruz, e outras pessoas usaram da palavra.”

No Almanach de Pennapolis. – Ano de 1920, na página 98, juntamente com a foto de vovô, encontramos o seguinte artigo:

“ROBERTO CLARKÉ um dos incansaveis obreiros da prosperidade do município de Pennápolis. Morador em Biriguy, é lá que emprega a sua férrea actividade, quer cuidando de seus próprios interesses, quer desempenhando, com impeccável rectidão, as obrigações que o logar de director technico da Companhia de Terras, Madeiras e Colonisação de São Paulo lhe impõe. Roberto Clark forma com Adolpho Hecht e Raphael Cesário um trio admirável, um conjuncto harmonico de qualidade moraes, em que a honestidade, a bondade e os nobres sentimentos de humanidade se combinaram em partes tão eguaes, para lhes for-mar a alma, que não há distingui-los nesse ponto de

Page 12: livro MEU AVÔ para site segurançarobertoclarkmeuavo.com.br/meu_avo_cap_3.pdf · Bob, o primeiro eletricista de Penápolis e a primeira vítima da indústria de energia elétrica

54

vista. Com effeito, se pretendesse collocar por or-dem essas tres individualidades de nosso meio, em relação a esse lado de suas personalidades, isto é, tendo em vista a perfeição de suas almas, a grandeza e belleza de seus corações, seria, senão impossível, ao menos difficilimo saber qual dos tres occuparia o primeiro ou o ultimo logar, tão semelhantes são as qualidades de seus caracteres e tão equiparados tem sido os seus actos de altruísmo, de verdadeira caridade.

Para definir, pois, a personalidade de Roberto Clark nada mais nos é preciso do que reunir tudo quanto foi dito de Raphael Cezario e de Adolpho Hecht e teremos mais ou menos uma ligeira imagem de tão bella, de tão nobre, de grande alma. Roberto Clark é, entre a população em peso do mu-nicípio de Pennapolis - um cidadão benquisto e até venerado. Dizer mais delle, o que e para que, se mais e mais alto e claro do que as toscas phrases do Alma-nach de Pennapolis, fallam as suas acções e a fama que dellas corre de bocca em bocca? O Almanach de Pennapolis, com immenso prazer es-tampa nesta pagina o seu retrato e sente que as mal alinhavadas palavras que lhe collocou por baixo não exprimam senão uma imagem muito pallida de sua grande, bella e generosa alma.”

Em 1921, vovô recebeu, em Birigüi, a visita de mem-bros da Missão Internacional do Algodão, organiza-

Page 13: livro MEU AVÔ para site segurançarobertoclarkmeuavo.com.br/meu_avo_cap_3.pdf · Bob, o primeiro eletricista de Penápolis e a primeira vítima da indústria de energia elétrica

55

da na Inglaterra para verificar as possibilidades da cultura do algodão no Brasil.

Vovô contava que tudo começou quando na Inglater-ra, os ingleses ficaram preocupados com a situação política entre o Egito e seu país (na ocasião o Egito era um protetorado da Inglaterra).

Nesta época os teares ingleses se abasteciam do al-godão produzido no Egito e com o final da Primeira Grande Guerra viram que se a situação se agravasse, poderiam perder esta fonte de abastecimento.

Foi então organizada uma viagem ao Brasil patrocina-da pela Missão Internacional do Algodão, através dos Estados Algodoeiros de São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Alagoas, Sergipe, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte. A Missão percorreu essas regiões de março a setembro de 1921, conforme relatado por Arno S. Pearse no livro Brazilian Cotton.

Page 14: livro MEU AVÔ para site segurançarobertoclarkmeuavo.com.br/meu_avo_cap_3.pdf · Bob, o primeiro eletricista de Penápolis e a primeira vítima da indústria de energia elétrica

56

Page 15: livro MEU AVÔ para site segurançarobertoclarkmeuavo.com.br/meu_avo_cap_3.pdf · Bob, o primeiro eletricista de Penápolis e a primeira vítima da indústria de energia elétrica

57

Na página 84, está um relato da visita da missão a Birigüi, cujo objeto era “tornar-se familiarizada com o trabalho de colonização em andamento pela Compa-nhia de Terras, Madeiras e Colonização de São Paulo, cujo diretor técnico é o Sr. Robert Clark, um escocês que tem estado por muitos anos no interior do Brasil”. Na mesma página ressaltam as boas condições para plantio do algodão na região (nas páginas 84 e 85, estão as fotos de meu avô acompanhando a missão).

Alguns anos depois, ainda nos anos vinte, com a situa-ção agravada entre a Inglaterra e o Egito, vovô recebeu a visita de Lord Lovat (Secretário das Colônias da Ingla-terra) em Birigüi, interessado em comprar uma grande quantidade de terras para a plantação de algodão. Não dispondo da quantidade requerida, vovô aconselhou Lord Lovat a ir para o Norte do Paraná onde encontra-ria estas terras na qualidade e quantidade desejadas. A ida de Lord Lovat para lá deu, posteriormente, ori-gem à Companhia de Terras do Norte do Paraná, que colonizou grande parte do Norte do Paraná e fundou cidades como Londrina (numa referência a Londres), Maringá e outras.

Por muitos anos vovô foi Presidente do Diretório Político do Partido Republicano Paulista, em Birigüi, que em 1922 estava assim constituído: Roberto Clark, presidente; Mário de Souza Campos, vice-presidente; José Troncoso, secretário; Osório Hilário de Pon-tes, Olivio José da Rocha, José Fiorotto, capitão José Cordeiro da Silva e José Pantarotto, membros. Nessa

Page 16: livro MEU AVÔ para site segurançarobertoclarkmeuavo.com.br/meu_avo_cap_3.pdf · Bob, o primeiro eletricista de Penápolis e a primeira vítima da indústria de energia elétrica

58

ocasião seu filho Archibald Clark era o primeiro Pre-feito de Birigüi, eleito pela câmara em 2 de março de 1921.

Page 17: livro MEU AVÔ para site segurançarobertoclarkmeuavo.com.br/meu_avo_cap_3.pdf · Bob, o primeiro eletricista de Penápolis e a primeira vítima da indústria de energia elétrica

59

Page 18: livro MEU AVÔ para site segurançarobertoclarkmeuavo.com.br/meu_avo_cap_3.pdf · Bob, o primeiro eletricista de Penápolis e a primeira vítima da indústria de energia elétrica

60

Page 19: livro MEU AVÔ para site segurançarobertoclarkmeuavo.com.br/meu_avo_cap_3.pdf · Bob, o primeiro eletricista de Penápolis e a primeira vítima da indústria de energia elétrica

61

Page 20: livro MEU AVÔ para site segurançarobertoclarkmeuavo.com.br/meu_avo_cap_3.pdf · Bob, o primeiro eletricista de Penápolis e a primeira vítima da indústria de energia elétrica

62

Page 21: livro MEU AVÔ para site segurançarobertoclarkmeuavo.com.br/meu_avo_cap_3.pdf · Bob, o primeiro eletricista de Penápolis e a primeira vítima da indústria de energia elétrica

63

Page 22: livro MEU AVÔ para site segurançarobertoclarkmeuavo.com.br/meu_avo_cap_3.pdf · Bob, o primeiro eletricista de Penápolis e a primeira vítima da indústria de energia elétrica

64

Carta ao Museu Histórico de Londrina.Acompanhada de alguns anexos sobre Birigüi e a visita de Lord

Page 23: livro MEU AVÔ para site segurançarobertoclarkmeuavo.com.br/meu_avo_cap_3.pdf · Bob, o primeiro eletricista de Penápolis e a primeira vítima da indústria de energia elétrica

65

Page 24: livro MEU AVÔ para site segurançarobertoclarkmeuavo.com.br/meu_avo_cap_3.pdf · Bob, o primeiro eletricista de Penápolis e a primeira vítima da indústria de energia elétrica

66

Page 25: livro MEU AVÔ para site segurançarobertoclarkmeuavo.com.br/meu_avo_cap_3.pdf · Bob, o primeiro eletricista de Penápolis e a primeira vítima da indústria de energia elétrica

67

Em 7 de setembro de 1922, na comemoração do Centenário da Independência do Brasil, a Comissão dos Festejos em Birigüi estava constituída por vovô, Roberto Clark, papai, José Xavier Soares, e pelo Prof. Joaquim Baddini.

Entre outras comemorações, que tomaram todo o dia, desde a Alvorada, às 4 horas da manhã, pela Corpora-ção Musical Birigüi, até um baile à noite, destacamos a festa dos alunos da Escolas Reunidas da cidade, dirigida pelo Prof. Baddini, onde discursou o Prefeito, Archibaldo Clark, tio Archie.

Vovô formou para a Companhia, a modelar Fazenda Água Branca, de 1.000 alqueires, entre Birigüi e Araça-tuba, que chegou a ter em produção mais de 500.000 pés de café, os quais produziam anualmente cerca de 150 arrobas por mil pés, e chegaram a ter seus cafés reputação na Praça de Santos pelas suas qualidades superiores.

Esta fazenda possuía ainda lavouras de milho, algodão, alfafa, feijão, cana-de-açúcar etc., além de grandes cria-ções de suínos: “Canastrão”, “Duroc-Jersey” e “Polland Chine”.

A fazenda tinha ainda máquina de beneficiar café, arroz, e usina de açúcar.

Particularmente, vovô formou para si a Fazenda Veado e a Fazenda Córrego Fundo.

Page 26: livro MEU AVÔ para site segurançarobertoclarkmeuavo.com.br/meu_avo_cap_3.pdf · Bob, o primeiro eletricista de Penápolis e a primeira vítima da indústria de energia elétrica

68

São Paulo e seus homens no Centenário - Editora Independência, 1922.

Page 27: livro MEU AVÔ para site segurançarobertoclarkmeuavo.com.br/meu_avo_cap_3.pdf · Bob, o primeiro eletricista de Penápolis e a primeira vítima da indústria de energia elétrica

69

Page 28: livro MEU AVÔ para site segurançarobertoclarkmeuavo.com.br/meu_avo_cap_3.pdf · Bob, o primeiro eletricista de Penápolis e a primeira vítima da indústria de energia elétrica

70

Page 29: livro MEU AVÔ para site segurançarobertoclarkmeuavo.com.br/meu_avo_cap_3.pdf · Bob, o primeiro eletricista de Penápolis e a primeira vítima da indústria de energia elétrica

71

Page 30: livro MEU AVÔ para site segurançarobertoclarkmeuavo.com.br/meu_avo_cap_3.pdf · Bob, o primeiro eletricista de Penápolis e a primeira vítima da indústria de energia elétrica

72

Page 31: livro MEU AVÔ para site segurançarobertoclarkmeuavo.com.br/meu_avo_cap_3.pdf · Bob, o primeiro eletricista de Penápolis e a primeira vítima da indústria de energia elétrica

73

Page 32: livro MEU AVÔ para site segurançarobertoclarkmeuavo.com.br/meu_avo_cap_3.pdf · Bob, o primeiro eletricista de Penápolis e a primeira vítima da indústria de energia elétrica

74

Page 33: livro MEU AVÔ para site segurançarobertoclarkmeuavo.com.br/meu_avo_cap_3.pdf · Bob, o primeiro eletricista de Penápolis e a primeira vítima da indústria de energia elétrica

75

Page 34: livro MEU AVÔ para site segurançarobertoclarkmeuavo.com.br/meu_avo_cap_3.pdf · Bob, o primeiro eletricista de Penápolis e a primeira vítima da indústria de energia elétrica

76

Page 35: livro MEU AVÔ para site segurançarobertoclarkmeuavo.com.br/meu_avo_cap_3.pdf · Bob, o primeiro eletricista de Penápolis e a primeira vítima da indústria de energia elétrica

77

Page 36: livro MEU AVÔ para site segurançarobertoclarkmeuavo.com.br/meu_avo_cap_3.pdf · Bob, o primeiro eletricista de Penápolis e a primeira vítima da indústria de energia elétrica

78

Vovô permaneceu como Diretor Técnico da Compa-nhia por muitos anos, promovendo a venda em pres-tações das terras da Companhia, em lotes de tamanhos diversos, a mais de 2.000 agricultores.

Page 37: livro MEU AVÔ para site segurançarobertoclarkmeuavo.com.br/meu_avo_cap_3.pdf · Bob, o primeiro eletricista de Penápolis e a primeira vítima da indústria de energia elétrica

79

Vovô com tio Chico, Francisco Alvarez, na Fazenda Água Branca,em1924.

Page 38: livro MEU AVÔ para site segurançarobertoclarkmeuavo.com.br/meu_avo_cap_3.pdf · Bob, o primeiro eletricista de Penápolis e a primeira vítima da indústria de energia elétrica

80

Posteriormente, em 1926, adquiriu as partes dos outros sócios remanescentes, tornando-se o único proprietário da Companhia de Terras.

Vovó, Harriet Ann, faleceu a 24 de dezembro de 1927, sendo enterrada no dia seguinte, dia de Natal, no ce-mitério Saudade, conforme seu desejo, ao som do hino O Celeste Porvir; hino número 140 do hinário Salmos e Hinos da Igreja Metodista.

O jornal “O Municipio” ao anunciar o seu falecimento, registrava que “no seu leito de morte, confortava os entes queridos e, pouco antes de expirar dissera: “- Eu vos esperarei lá junto com minha mãe e o meu filho Bobbie (Roberto Clark Filho).”.

Em 1928, após a morte de minha avó, vovô fez uma viagem à Escócia, a Aberdeen, onde nascera, voltando pela segunda vez à sua pátria, que deixara em 1881, quase cinqüenta anos antes.

Da carta escrita a mamãe (Bella Clark Soares), de Durris, Escócia em 14/8/1928, destaco este trecho: “The things that make you feel good is not places but people and one acquaintance or old friend is worth the whole of country”, ou seja: “As coisas que fazem você se sentir bem não são lugares, mas pessoas e um conhecido ou velho amigo valem mais que todo o país.”

Page 39: livro MEU AVÔ para site segurançarobertoclarkmeuavo.com.br/meu_avo_cap_3.pdf · Bob, o primeiro eletricista de Penápolis e a primeira vítima da indústria de energia elétrica

81

Carta de vovô a mamãe,em 1928, de Durris, na Escócia.

Page 40: livro MEU AVÔ para site segurançarobertoclarkmeuavo.com.br/meu_avo_cap_3.pdf · Bob, o primeiro eletricista de Penápolis e a primeira vítima da indústria de energia elétrica

82

Page 41: livro MEU AVÔ para site segurançarobertoclarkmeuavo.com.br/meu_avo_cap_3.pdf · Bob, o primeiro eletricista de Penápolis e a primeira vítima da indústria de energia elétrica

83

No início de 1929, vovô, levando uma sobrinha, Anet-ta, que viera com ele da Escócia, tio Chico (Francisco Alvarez) e tia Daisy e os filhos Reynold e Grace, fez uma viagem à África do Sul para visitar suas irmãs, Barbara e Bella (Isabella), que lá moravam.

Ao embarque em Santos, no Kamakura Marú, compa-receram muitos familiares e também o grande amigo e ex-sócio Francisco de Marchi, que há anos estava muito bem estabelecido ali, com exportação de café.

Nessa ocasião visitaram a Cidade do Cabo, Johan-nesburgo, Durban e as cataratas Vitória.

Dali a viagem continuou com visitas à Palestina e o Egito, onde recebeu por carta más notícias da situa-ção econômica no Brasil, reflexo da quebra da Bolsa de New York. Assim decidiu modificar seus planos de ir até a Escócia e resolveu voltar do Porto de Lisboa, Portugal, onde sua sobrinha embarcou para a Escócia, - chegando ao Brasil no final de julho de 1929.

Page 42: livro MEU AVÔ para site segurançarobertoclarkmeuavo.com.br/meu_avo_cap_3.pdf · Bob, o primeiro eletricista de Penápolis e a primeira vítima da indústria de energia elétrica

84

Carta de vovô a mamãe, de Cape Town, de 16/4/29.

Page 43: livro MEU AVÔ para site segurançarobertoclarkmeuavo.com.br/meu_avo_cap_3.pdf · Bob, o primeiro eletricista de Penápolis e a primeira vítima da indústria de energia elétrica

85

Page 44: livro MEU AVÔ para site segurançarobertoclarkmeuavo.com.br/meu_avo_cap_3.pdf · Bob, o primeiro eletricista de Penápolis e a primeira vítima da indústria de energia elétrica

86

Nessa ocasião, papai, José Xavier Soares, foi escolhido por vovô para Presidente da Companhia, sendo seu último presidente.

Telegrama de Tio Archie a papai, comunicando ter sido papai escolhi-do para Presidente da Companhia e solicitando providenciar

a Assembléia.

Page 45: livro MEU AVÔ para site segurançarobertoclarkmeuavo.com.br/meu_avo_cap_3.pdf · Bob, o primeiro eletricista de Penápolis e a primeira vítima da indústria de energia elétrica

87

Do jornal, “O MUNICIPIO”, transcrevemos a publicação da ata da assembléia:

“CIA. DE TERRAS, MADEIRAS E COLONIZAÇÃO DO ESTADO

DE SÃO PAULO

The S.Paulo Land, Lumber & Colonisation & Comp.

Acta da assemblea Geral, extraordinária, realizada em 4 de julho de 1929.

Aos quatro dias do mez de Julho de mil novecentos e vinte e nove, reunidos na sede desta Companhia de Terras Madeiras & Colonisação de São Paulo, nesta cidade de Biriguy, do Estado de São Paulo, os accio-nistas Archibaldo Clark, por si e por, digo, e como re-presentante do accionista Roberto Clark, nos termos da procuração exhibida e archivada neste escriptório, José Xavier Soares, Annibal Gomes dos Reis e James Clark, representando sete mil novecentos e noventa e três acções, ou quase a sua totalidade, como provam as respectivas assignaturas no livro de presença.

Por aclamação geral assumiu a presidência o Snr. Ar-chibaldo Clark que convidou a mim James Clark para servir de secretario, o que acceitei.

Page 46: livro MEU AVÔ para site segurançarobertoclarkmeuavo.com.br/meu_avo_cap_3.pdf · Bob, o primeiro eletricista de Penápolis e a primeira vítima da indústria de energia elétrica

88

Logo em seguida pelo presidente foi dito que o fim da presente Assembléa Extraordinária da Companhia, conforme convocação feita pela imprensa é para to-mar conhecimento da renuncia do presidente desta companhia, o Snr. Roberto Reid e, acceita esta, proce-der se a eleição do novo presidente.

Posta á discussão a renuncia apresentada e nenhum dos Snrs. Accionistas presentes, usando da palavra, foi a referida renuncia, submettida a votos e acceita unanimimente.

Em seguida o Snr. Presidente disse que se ia proceder a eleição para o cargo ora vago, e para isso convidava os senhores accionistas a darem os seus votos.

Feita e concluída a votação procedeu-se a respectiva apuração verificando ter sido eleito o Snr. José Xavier Soares, que obteve sete mil novecentos e noventa e dois votos, contra um voto obtido pelo Snr. Annibal Gomes dos Reis.

Em virtude do resultado verificado o Snr. Presidente declarou eleito o Snr. José Xavier Soares para o cargo de Presidente desta Companhia.

Nada mais havendo a tratar o Snr. Presidente sus-pendeu a Assembléa pelo tempo preciso para se lavrar a presente acta, o que foi feito por mim secre-tario, e lida depois na sessão reaberta, foi aprovada

Page 47: livro MEU AVÔ para site segurançarobertoclarkmeuavo.com.br/meu_avo_cap_3.pdf · Bob, o primeiro eletricista de Penápolis e a primeira vítima da indústria de energia elétrica

89

sem debate depois de posta em discussão, indo assig-nada por todos os accionistas presentes á Assembléa que assim ficou encerrada.

Biriguy, 4 de julho de 1929.Archibaldo Clark, por si e como procurador de Rober-to Clark.José Xavier Soares. Annibal Gomes dos Reis.James Clark.”

Nota: Na ausência de vovô, o Snr. Reid havia se apro-veitado de sua confiança e dado um desfalque na empresa, viajando para local desconhecido e assim complicando gravemente a situação financeira da companhia.

O voto dado a tio Annibal deve ter sido dado por pa-pai, José Xavier Soares, evitando votar em si mesmo.

Em 7 dezembro deste mesmo ano de 1929 vovô sofreu um rude golpe, com o falecimento repentino de seu filho Archie, Archibaldo Clark. Tio Archie, desde sua vinda para Birigüi, em 1915, sempre trabalhou com vovô e para a Companhia.

O jornal O PROGRESSO DE SÃO PAULO, em uma edição de 1930, apresenta entrevista feita a Roberto Clark, da qual destaco estas palavras ditas por vovô: “- Nada quero; minha família cresceu aqui; ahi tem

Page 48: livro MEU AVÔ para site segurançarobertoclarkmeuavo.com.br/meu_avo_cap_3.pdf · Bob, o primeiro eletricista de Penápolis e a primeira vítima da indústria de energia elétrica

90

Título de Eleitor do Instituto de Café do Estado de São Paulo, de agos-to de 1931, em nome de José Xavier Soares - Presidente

da Companhia.

Foto de 1929 – Papai, José Xavier Soares, comigo no colo, mamãe, Bella, com meu irmão Sergio e Carlos e Pindo (Francisco).

Page 49: livro MEU AVÔ para site segurançarobertoclarkmeuavo.com.br/meu_avo_cap_3.pdf · Bob, o primeiro eletricista de Penápolis e a primeira vítima da indústria de energia elétrica

91

tudo quanto pude fazer coadjuvado pela mão da Divina Providência; melhor homenagem que posso prestar ao Brasil, que tanto quero, é viver e morrer nesta terra com a consciência tranquilla de que tudo fiz para honra da Pátria Brasileira e para a dignidade de meus filhos que são brasileiros.”

Com a Crise do Café de 1930, ligada à quebra da Bolsa de New York, somando-se ao desfalque ocorrido no ano anterior, a Companhia atravessou grandes difi-culdades.

Vovô contava que, estava pronto para embarcar por via fluvial uma partida de milhares de sacas de café para a Argentina e teve que desistir, pois o preço não pagava nem o valor da sacaria.

Para quitar financiamentos existentes e não aceitando esperar a possibilidade de ser executado, vovô preferiu um acordo, entregando a Companhia e praticamente todos os seus bens.

Se não tivesse feito isto e tivesse aguardado, como ou-tros, pela moratória que posteriormente foi decretada pelo governo, teria continuado rico, mas isto, ele, pela sua ética, não aceitaria.

Vovô permaneceu em Birigüi até o final de sua vida, tendo falecido aos 83 anos, procurando dar toda a sua energia, trabalho e principalmente amor a esta terra.

Page 50: livro MEU AVÔ para site segurançarobertoclarkmeuavo.com.br/meu_avo_cap_3.pdf · Bob, o primeiro eletricista de Penápolis e a primeira vítima da indústria de energia elétrica

92

Jornal O Biriguyense - Anno 8, 20 de março de 1938.

Vovô faleceu, em 15 de março de 1938, em Bi-rigüi, em nossa casa na Rua Barão do Rio Branco, 591, es-quina com a Rua Siqueira Campos, onde estávamos morando desde 1937. E foi enterrado no Cemitério Saudade, junto de vovó, ao som do hino O Celeste Porvir, conforme seu desejo.

Page 51: livro MEU AVÔ para site segurançarobertoclarkmeuavo.com.br/meu_avo_cap_3.pdf · Bob, o primeiro eletricista de Penápolis e a primeira vítima da indústria de energia elétrica

93

“ROBERTO CLARK

Biriguy e a zona Noroeste cobrem-se de luto com o fallecimento de um dos mais destacados impulsionadores do seu progresso.

Eil-o que passa. Figura imponente de velho-moço que o peso dos annos não consegue arcar, eil-o que vem, no seu andar macio, vagaroso, mas sempre egual, como que contando os passos, para não dar um a mais, para não dar um a menos, tal o seu interesse em melhorar tudo – procurando um logar para cada cousa, para ter cada cousa no seu logar.

Todos o conhecem. As crianças param e aguardam, antecipando contentamento, a saudação que não fa-lha; moças e moços esquecem a pressa para acolher mais um conselho; homens de edade preparam-se para dar e receber o cumprimento.

Todos o admiram. Todos querem ouvir-lhe a palavra. Elle tem uma palavra para todos.

Eil-o que passa. Por onde elle passa há contentamento. Todo o mundo faz questão de receber a saudação. Não falha. Nunca falhou.

Jornal O Biriguyense Anno 8, 20 de março de 1938

Page 52: livro MEU AVÔ para site segurançarobertoclarkmeuavo.com.br/meu_avo_cap_3.pdf · Bob, o primeiro eletricista de Penápolis e a primeira vítima da indústria de energia elétrica

94

...Todo o mundo passa pela casa onde o velho-moço que o peso dos annos não conseguia arcar está enfermo. As creanças param e aguardam, antecipando tristeza, a resposta de sempre; - “na mesma”; moças e moços apressam-se e desejam ouvir mais conselhos; homens de edade preparam-se para receber o inevitável. To-dos o admiram mais ainda. Todos querem ouvir-lhe a palavra. Elle ainda tem uma palavra para todos.

...Eil-o que passa. Por onde elle passa há tristeza. Todo o mundo faz questão de dar o ultimo adeus ao velho-moço que sucumbiu, agora, ao peso dos annos. Roberto Clark morreu.”

Boletim da Igreja Methodista de Biriguy

3 de abril de 1938

Da primeira página retiramos:

“ROBERTO CLARK

“Bemaventurados os mortos que desde agora morrem no Senhor.Sim, diz o Espírito, para que descancem dos seus trabalhos; porque as suas obras os acompanham.” Apoc.14.13

Page 53: livro MEU AVÔ para site segurançarobertoclarkmeuavo.com.br/meu_avo_cap_3.pdf · Bob, o primeiro eletricista de Penápolis e a primeira vítima da indústria de energia elétrica

95

Na madrugada de 15 de março de 1938, com 83 anos de idade, foi chamado para a Mansão dos Justos, o nobre irmão na fé, Sr. Roberto Clark.

Os corações foram rudemente golpeados! A igreja soluça ainda a perda do seu dedicado filho. Descança o bemaventurado, porém as suas grandiosas obras sempre hão de lembrar quem elle foi para amparo e proteção da Causa de Deus.

Os filhos, os netos, os genros, os amigos, ahi ficam para seguir o seu magestoso exemplo.Os funerais, foram presididos, perante milhares de pessoas, pelo Pastor Oswaldo Luiz da Silva.

Sentimentos de pezar profundo à família entristecida,

Em 1928, eu, no colo de meu avô, e meus irmãos Pindo (Francisco) e Carlos, na varanda de nossa casa.

Page 54: livro MEU AVÔ para site segurançarobertoclarkmeuavo.com.br/meu_avo_cap_3.pdf · Bob, o primeiro eletricista de Penápolis e a primeira vítima da indústria de energia elétrica

96

especialmente aos amados filhos – DD. Margarida, Daizy, Bella e Sr. Jayme Clark.”

As primeiras lembranças que tenho de meu avô Ro-berto Clark são de quando eu tinha mais ou menos cinco anos.

Vovô e a família, que desde 1915 moravam na casa da Av. Governador Pedro de Toledo, se mudaram em 1920 para a casa da Rua Epopéia de Copacabana, depois denominada Roberto Clark, número 264.

Esta casa foi adquirida de seu amigo James Mellor, que deixou a Companhia e Birigüi, em Janeiro de 1920, já doente, e veio a falecer em São Paulo, em novembro do mesmo ano.

Papai e mamãe, desde que se casaram, em 23 de setembro de 1922, moravam em uma casa na Av. Governador Pedro de Toledo. Nessa casas nasceram: minha irmã Beatriz, que faleceu em poucos meses, e meu irmão Francisco Roberto (Pindo), que nasceu em 8 de junho de 1924.

Em 1925, papai, mamãe e o Pindo vieram morar com vovô, vovó, tia Daisy e tio Jaime, na casa da atual Rua Roberto Clark, 264, que era uma casa muito grande.

Nesta casa nascemos: Carlos, em 1926; eu, em 1927; Sergio, em 1929; Wanda, em 1930; e Elza, em 1933. E ali moramos até o ano de 1937.

Page 55: livro MEU AVÔ para site segurançarobertoclarkmeuavo.com.br/meu_avo_cap_3.pdf · Bob, o primeiro eletricista de Penápolis e a primeira vítima da indústria de energia elétrica

97

Meu avô era muito querido por todos nós e também por todos os outros netos, bastando uma palavra sua para ser obedecido imediatamente.

Em 24 de maio de 1933, vovô assinou Voto de Tem-perança, da União Brasileira Pró Temperança, renun-ciando a beber qualquer bebida alcoólica e a fumar, pelo resto de sua vida.

Vovô gostava muito das festas de São João, e durante as festas juninas sempre soltava, para nós vermos, uma porção de fogos especiais, de diversos tipos, que trazia de São Paulo.Costumava também trazer de São Paulo enormes latas de biscoitos Duchen, que completavam a festa.

Sempre que ele ia viajar para São Paulo, costumava conversar com a gente e perguntar o que gostaríamos que ele trouxesse na volta.

Voto de Temperança de vovô.

Page 56: livro MEU AVÔ para site segurançarobertoclarkmeuavo.com.br/meu_avo_cap_3.pdf · Bob, o primeiro eletricista de Penápolis e a primeira vítima da indústria de energia elétrica

98

Assim foi que ganhei o meu primeiro canivete, que infelizmente, ao experimentar em um pedaço de ma-deira, fiz um corte em minha mão direita, cuja cicatriz junto ao pulso tenho até hoje: eu tinha mais ou menos cinco anos.

Pouco depois, de volta de outra viagem a São Paulo, vovô me trouxe um pequeno giroscópio, de mais ou menos cinco centímetros, que me intrigou muito, e que tenho guardado até hoje.

Em outra viagem pedimos um relógio, e assim ganha-mos o primeiro relógio, eu e meu irmão Carlos e meus primos Roberto e Oswaldo, filhos de tia Maggie.

Em outra de suas viagens, por volta de 1934, vovô comprou, em São Paulo, um coelho e quatro coelhas de raça, pois pretendia fazer uma criação.

Nós ainda morávamos na Rua Roberto Clark e a casa tinha um galpão e um quintal muito grande. Lembro-me bem de vovô construindo, pessoalmente e sozinho, grandes gaiolas de madeira e tela de arame, com fun-do removível de folha de flandres.

Vovô mesmo fazia também os cochos e os fundos das gaiolas, cortando e soldando as folhas de flan-dres. As gaiolas tinham pés altos de mais ou menos um metro e tinham divisão interna, para separar os fi-lhotes das mães, deixando uma pequena passagem.

Page 57: livro MEU AVÔ para site segurançarobertoclarkmeuavo.com.br/meu_avo_cap_3.pdf · Bob, o primeiro eletricista de Penápolis e a primeira vítima da indústria de energia elétrica

99

Carta enviando o relógio.

Page 58: livro MEU AVÔ para site segurançarobertoclarkmeuavo.com.br/meu_avo_cap_3.pdf · Bob, o primeiro eletricista de Penápolis e a primeira vítima da indústria de energia elétrica

100

Os coelhos chegaram pouco tempo depois, e eram muito bonitos, grandes, brancos, com olhos verme-lhos.

Vovô, antes de começar a criação, dizia que haveria uma produção de peles muito grande, que daria para fazer casacos para todos.

De fato a criação se desenvolveu muito bem e chega-mos a ter mais de quinhentos coelhos, mas vovô não teve coragem de matar nenhum. Se alguma pessoa pedisse um coelho, para criar como animal de esti-mação, ele sempre dava, mas se a intenção fosse para comer, ele sempre recusava.

Enquanto vovó era viva, a língua mais falada na casa de vovô era a inglesa, mas com o seu falecimento passou a prevalecer o português.

Entretanto, quando vovô queria falar sobre algum assunto com mamãe que achava melhor nós não sabermos, falava em inglês. Mas, muitas vezes, por estar desacostumado, no meio de uma frase dizia uma palavra em português e às vezes isso era o suficiente para por ela descobrirmos o assunto, fazendo tudo terminar em muita risada.

Certa ocasião, ainda na casa da Rua Roberto Clark, por volta de 1934, estavam brincando de luta na sala de casa, o Carlos e o Pindo. De repente, o Carlos, que estava com um chumbinho na boca, começou

Page 59: livro MEU AVÔ para site segurançarobertoclarkmeuavo.com.br/meu_avo_cap_3.pdf · Bob, o primeiro eletricista de Penápolis e a primeira vítima da indústria de energia elétrica

101

dizendo que havia engolido o chumbinho e ficou muito impressionado. Vovô, que estava presente, correu para saber o que tinha acontecido, e o que ele achava que tinha engolido, e colocou todos nós a procurar o chumbinho.

O chumbinho era um lacre de relógio de luz, e enquanto procurávamos, vovô conseguiu um igual, que jogou perto de onde estávamos e acabou sen-do achado. Com isto o Carlos se convenceu de que estava enganado e parou de chorar. O verdadeiro chumbinho só foi encontrado por mamãe no dia seguinte.

Em 1935 ou 1936 fizemos uma viagem a São Paulo, meus pais e meus irmãos, e ficamos hospedados no Brás, em casa de tio Hermínio, irmão de papai. Lembro-me bem de vovô, que também estava em São Paulo na ocasião, provavelmente no Hotel Keffer, vir nos visitar.

Depois saímos eu e meus irmãos juntos com vovô e fomos até uma banca de jornais próxima pois ele ia comprar um álbum do JIM DAS SELVAS, que havia prometido para o Pindo (Francisco Roberto). Feita a compra, nos despedimos e vovô, ainda bastante ágil apanhou um bonde que já estava andando e foi para a cidade.

Vovô, quando ia a São Paulo, freqüentava a Igreja

Page 60: livro MEU AVÔ para site segurançarobertoclarkmeuavo.com.br/meu_avo_cap_3.pdf · Bob, o primeiro eletricista de Penápolis e a primeira vítima da indústria de energia elétrica

102

Metodista Central, na Rua da Liberdade, existente até hoje. Lembro-me que em uma dessas vezes notou um grande vazamento de água de chuva na torre, que es-tava manchando as paredes. Em uma de suas viagens seguintes, vovô comprou material asfáltico e executou pessoalmente a impermea-bilização, apesar da altura da torre, resolvendo uma situação que persistia por muito tempo.

Mais ou menos por essa época, uma empresa de aviação, se não me falha a memória, a Condor, anun-ciou a promoção num determinado dia, de vôos em Araçatuba, de mais ou menos meia hora para quem quisesse fazer um vôo turístico sobre a região. Vovô logo decidiu que ele iria fazer esse vôo, e assim, no dia determinado fomos num carro de aluguel, vovô, eu, o Carlos e o Roberto (nosso primo mais velho) até o aeroporto em Araçatuba.

O avião era um monomotor Junker, para talvez meia dúzia de lugares. Após o vôo, vovô desceu entusias-mado pois lá de cima viu o grande progresso da região que ele tanto trabalhara para desenvolver. Nessa épo-ca poucas pessoas se atreviam a voar de avião, tanto que a última recomendação de papai ao sairmos de casa foi: “Se seu avô os convidar para fazer o vôo, não aceitem.”.

Quando meu avô completou 80 anos, em 13 de agos-to de 1934, foi oferecido um grande banquete em sua homenagem, ao qual compareceram represen-

Page 61: livro MEU AVÔ para site segurançarobertoclarkmeuavo.com.br/meu_avo_cap_3.pdf · Bob, o primeiro eletricista de Penápolis e a primeira vítima da indústria de energia elétrica

103

Convite para o banquete assinado por muitos dos participantes.

Page 62: livro MEU AVÔ para site segurançarobertoclarkmeuavo.com.br/meu_avo_cap_3.pdf · Bob, o primeiro eletricista de Penápolis e a primeira vítima da indústria de energia elétrica

104

Page 63: livro MEU AVÔ para site segurançarobertoclarkmeuavo.com.br/meu_avo_cap_3.pdf · Bob, o primeiro eletricista de Penápolis e a primeira vítima da indústria de energia elétrica

105

tantes da sociedade local, e inúmeros visitantes.

O termo “pérola”, como antonomástico de Birigüi, apa-rece escrito, pela primeira vez, no jornal “O Marimbon-do”, número 2, pág. 3, aos 19 de agosto de 1.934, numa crônica social em homenagem a este seu aniversário. Lá está: “... desta Pérola da Zona Noroeste ...”.

Quando meu avô completou oitenta e dois anos, em 13 de agosto de 1936, a Rua Epopéia de Copacabana, em que morávamos, passou a se chamar Rua Roberto Clark. Lembro-me bem de meu avô, no alto de uma escada, pregando a placa com o seu nome, no prédio onde funcionava anteriormente a sede da Companhia de Terras, rodeado de muitas pessoas que estavam presentes para homenageá-lo.

Nesse mesmo dia fomos batizados na sala principal de nossa casa, que era muito grande, durante o culto de ação de graças, eu e meus irmãos Sérgio, Wanda e Elza, pelo reverendo Cyrus Basset Dawsey, velho amigo da família, que já havia casado meus pais e batizado meus irmãos mais velhos, Francisco (Pindo) e Carlos.

Este reverendo (posteriormente Bispo), que havia sido pastor em Birigüi, e que nessa ocasião já es-tava morando em São Carlos, veio especialmente convidado por papai para fazer o nosso batizado e celebrar o Culto de Ação de Graças pelo ani-versário do vovô, de quem era grande amigo.

Falando no Bispo Dawsey, faço parêntesis para contar

Page 64: livro MEU AVÔ para site segurançarobertoclarkmeuavo.com.br/meu_avo_cap_3.pdf · Bob, o primeiro eletricista de Penápolis e a primeira vítima da indústria de energia elétrica

106

Certidão de Batismo do autor.

Page 65: livro MEU AVÔ para site segurançarobertoclarkmeuavo.com.br/meu_avo_cap_3.pdf · Bob, o primeiro eletricista de Penápolis e a primeira vítima da indústria de energia elétrica

107

um fato que aconteceu muitos anos depois, quando eu e meu irmão Sérgio estudávamos em Curitiba. Eu na Engenharia Civil e Sérgio em Medicina, isto por volta de 1950.

Nessa ocasião, lemos em um jornal que o Bispo Daw-sey estaria celebrando alguns cultos especiais em uma das igrejas evangélicas locais. Assim decidimos ir até essa igreja para assistir o culto. Ao chegar na igreja não nos encontramos com o bispo, que não víamos há bastante tempo.

Para minha surpresa, durante o sermão o bispo falou: ”- Há muito tempo eu estava em Birigüi, cidade da Noroeste do Estado de São Paulo, conversando com meu amigo Sr. Roberto Clark, que foi muito rico e de-pois perdeu quase tudo com a crise do café em 1930.

Eu lhe disse, Sr. Roberto, o Sr. que foi muito rico, deu tanto dinheiro e, fez tantas doações naquela época, o que pensa agora?”

O sr. Roberto me respondeu: ”- Eu só tenho um arre-pendimento: não ter dado ainda mais, quando eu era rico.”

Depois do sermão fomos emocionados cumprimentar o bispo Dawsey.

Page 66: livro MEU AVÔ para site segurançarobertoclarkmeuavo.com.br/meu_avo_cap_3.pdf · Bob, o primeiro eletricista de Penápolis e a primeira vítima da indústria de energia elétrica

108

Vovô havia falecido há muito tempo, em 1938, quando eu tinha 10 anos, mas essa era realmente a imagem que tinha dele, uma pessoa que apesar de perder quase tudo estava sempre alegre e nunca pensando no passado.

Em seu livro de memórias o reverendo Dawsey men-ciona que um de seus primeiros trabalhos no Brasil, vindo dos Estados Unidos, foi em Birigüi, para onde veio organizar a igreja Metodista:

“ ... Celebrávamos nossos cultos vespertinos dedomingo em casa de um bom amigo, Robert Clark, um escocês que chefiava uma das companhias imo-biliárias.”

O livro mencionado, de sua autoria, intitulado “Na Estrada do Rei” ou “Trough The Years On The King’s Highway”.

Em 1945, o “Grupo Escolar de Birigüi “, por decreto de 9 de março daquele ano, passou a ser denominado “Grupo Escolar Roberto Clark”.

Doações

Vovô, pessoalmente ou através da Companhia de Terras, Madeiras e Colonização de São Paulo, da qual era um dos proprietários, efetuou muitas doações à cidade de Birigüi, entre as quais:

Page 67: livro MEU AVÔ para site segurançarobertoclarkmeuavo.com.br/meu_avo_cap_3.pdf · Bob, o primeiro eletricista de Penápolis e a primeira vítima da indústria de energia elétrica

109

- TERRENO DO COLÉGIO NOROESTE, depois Instituto Noroeste. Conforme Registro de Imóveis de Penápolis: ”... revendo em cartório os livros de Trans-crição de Imóveis deles, no de número 3 “C”, às folhas 79, verifiquei constar o registro de uma Escritura Pú-blica de Doação, lavrada nas notas do Escrivão de Paz desta cidade, Andrelino Vaz de Arruda, em 30 de abril de 1918, registrada em 7 de outubro de 1920, sob nú-mero de ordem 2.455, pela qual a Associação da Igreja Methodista Episcopal do Sul dos Estados Unidos do Brasil houve da Companhia de Terras, Madeiras e Co-lonização de São Paulo, com sede em São Paulo, uma sorte de terras situadas em Birigüi, dividindo pelo Sul e nascente com a doadora, pelos lados Norte e poente com ruas daquela cidade, tendo 80 metros de fundo na direção Norte-Sul e 124 metros Este e Oeste, fazendo o quarteirão número 20.” - Como complemento a esta área de 9.920 me-tros quadrados, em 4 de maio de 1920, a Associação Methodista Episcopal do Sul do Brasil, comprou do Sr. Nicolau da Silva Nunes, uma área anexa, de 1.400 metros quadrados, conforme escritura de 4 de Maio de 1920.

- BANDEIRANTE ESPORTE CLUBE - O terreno onde se situa o campo de futebol do Bandeirante Esporte Clube foi uma doação de Roberto Clark; Annibal Gomes dos Reis e sua Senhora D. Margarida Clark Reis; José Xavier Soares e sua Senhora D. Bella Clark Soares; Dr. Francisco Álvares e sua Senhora D. Daisy

Page 68: livro MEU AVÔ para site segurançarobertoclarkmeuavo.com.br/meu_avo_cap_3.pdf · Bob, o primeiro eletricista de Penápolis e a primeira vítima da indústria de energia elétrica

110

Cópia parcial da escritura de doação do terreno do Colégio Noroes-

Page 69: livro MEU AVÔ para site segurançarobertoclarkmeuavo.com.br/meu_avo_cap_3.pdf · Bob, o primeiro eletricista de Penápolis e a primeira vítima da indústria de energia elétrica

111

Clark Álvares; James Clark e sua Senhora D. Ernestina Cordeiro Clark,conforme escritura, pela importância de 500$000 e compreende uma área de terras de 13.000 metros quadrados, onde está situado o Estádio Roberto Clark.

- CEMITÉRIO SAUDADE - Este cemitério, o pri-meiro de Birigüi, foi doação da Companhia de Terras, Madeiras e Colonização de São Paulo , da qual meu avô era um dos sócios. Escritura de doação, registro nu-mero 4.766 no Registro de Imóveis de Bauru, verificar Livro 10, folha 42. Nesta doação foram respeitadas as doações anteriormente feitas a: Família Roberto Clark; Eduardo Hamer; Theodoro Augusto Grazer, Nicolau da Silva Nunes, Architeclino Britto, Família Pereira da Cruz, Sofia Hubard e outros.

- Nota - Sofia Hubard, inglesa, foi por muitos anos governanta na casa de vovó, até o seu falecimento em Birigüi, sendo uma verdadeira amiga da família. - TERRENO DA IGREJA METODISTA - Doação da Companhia de Terras, Madeiras e Colonização de São Paulo (Registro número 1.571, no Registro de Imóveis da Vila de Penápolis, Circunscrição de Penápolis, escri-tura de doação de 26 de março de 1920).

- TERRENO DA SANTA CASA - Doação de Roberto Clark, do primeiro terreno onde deveria ser construí-da a Santa Casa, e que posteriormente foi transferido para a Igreja Católica.

Page 70: livro MEU AVÔ para site segurançarobertoclarkmeuavo.com.br/meu_avo_cap_3.pdf · Bob, o primeiro eletricista de Penápolis e a primeira vítima da indústria de energia elétrica

112

Doação do Cemitério Saudade.

Page 71: livro MEU AVÔ para site segurançarobertoclarkmeuavo.com.br/meu_avo_cap_3.pdf · Bob, o primeiro eletricista de Penápolis e a primeira vítima da indústria de energia elétrica

113

- IGREJA CATÓLICA - Em 1920, através da Cia de Terras, Madeiras e Colonização de São Paulo, foram doados para as obras de construção da mesma, 20 alqueires de terras no valor de 4.000$0000.

Page 72: livro MEU AVÔ para site segurançarobertoclarkmeuavo.com.br/meu_avo_cap_3.pdf · Bob, o primeiro eletricista de Penápolis e a primeira vítima da indústria de energia elétrica

161

Sr. Roberto Clark num dos anúncios preparados pelo sr.Miyazakidirigidos à colônia japonesa.