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Literatura norte-americana OS PRIMEIROS FICCIONISTAS Winnie Elias Teofilo

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Page 1: Literatura norte-americana

Literatura norte-americanaOS PRIMEIROS FICCIONISTAS

Winnie Elias Teofilo

Page 2: Literatura norte-americana

FICCIONISTAS

Os primeiros escritores ficcionistas norte-americanos,

usavam personagens americanas, perspectivas

históricas, temas envolvendo mudança e nostalgia.

Escreveram em muitos gêneros de prosa, iniciaram

novas formas e encontraram meios de ganhar a vida

com a literatura.

Page 3: Literatura norte-americana

Charles Brockden Brown (1771 - 1810)

Citado como o primeiro escritor americano profissional,

Charles Brockden Brown inspirou-se nos escritores

ingleses Ann Radcliffe e English William Godwin.

(Radcliffe é conhecida por seus romances ‘góticos’

aterrorizantes; Godwin, romancista e reformador social,

foi pai de Mary Shelley.)

Desenvolvimento do gênero ‘gótico americano’ - Brown

recorria a cenários bem americanos.

Os críticos sugerem que a sensibilidade gótica de Brown

Page 4: Literatura norte-americana

Obras de Brown

Tema: PESTE, horrores da doença e miséria.

Suas obras foram chamadas de: “teatro de morte e de sofrimento”

Este tema mais explicitamente explorado em Arthur Mervyn e Ormond, resulta de uma experiência pessoal durante os anos de 1793 e de 1798, épocas em que a sua cidade natal, Filadélfia, e mais tarde Nova Iorque foram invadidas por um surto de febre amarela que fez inúmeras vítimas, entre as quais o seu amigo, o poeta Elihu Hubbard Smith.

Principais obras:

Wieland (1798),

Arthur Mervyn (1799),

Ormond (1799) e

Edgar Huntley (1799).

Page 5: Literatura norte-americana

Washington Irving (1789 - 1859)

Irving identificou e ajudou a preencher o sentido de

história da nova nação.

Nenhum autor conseguiu humanizar a nova terra

como ele, dando-lhe nome, rosto e um conjunto de

lendas.

Virou folclore a história de “Rip Van Winkle”, que

dormiu por 20 anos e despertou quando as colônias

já estavam independentes.

Temas: a descoberta do Novo Mundo, o primeiro

presidente e herói nacional e a exploração da

fronteira oeste.

Page 6: Literatura norte-americana

Sleepy Hollow

A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça conta a história de

uma América que está à margem dos ruídos provocados

pelo crescimento e pelo progresso. Trata-se da narrativa

das desventuras de uma pequena colônia holandesa

propiciamente chamada de Sleepy Hollow.

Sua toponímia nos conduz à ideia de um ambiente

sonolento e de características oníricas, por ora imaculado

pela energia e atividades incessantes do progresso.

A lenda, da qual o título da narrativa se refere, remete à

figura de um cavaleiro sem cabeça, um soldado hessiano –

membro de tropas alemãs que lutaram na guerra de

independência americana – que perdeu a cabeça como

resultado de uma bala de canhão em uma batalha

anônima na guerra revolucionária.

Page 7: Literatura norte-americana

James Fennimore Cooper

(1789 – 1851)

"O Último dos Moicanos”.

Evocava uma sensação de passado (naqueles

dias, a vida selvagem americana que

precedeu as primeiras colonizações europeias

e coincidiu com elas).

Em Cooper, encontra-se o poderoso mito de

uma “era de ouro” e a dor de sua perda.

Em suas obras: colonização, índios, o oeste, a

natureza, o desbravador.

Page 8: Literatura norte-americana

Cooper vs. Irving

Cooper aceitava a condição americana,

enquanto Irving não.

Irving tratava o cenário americano como

faria um europeu — importando e

adaptando da Europa as lendas, cultura e

história.

Cooper criou cenários americanos e novos e

distintos personagens e temas americanos.

Page 9: Literatura norte-americana

Nathaniel Hawthorne (1804 - 1864)

Cenários: Nova Inglaterra Puritana .

"A Letra Escarlate“ (1850) retrato clássico da

América Puritana.

The House of the Seven Gables (1851): O

desmoronamento da “casa” refere-se à uma

família de Salem, além da casa propriamente

dita. O tema trata de uma maldição herdada e

seu fim pelo amor.

Hawthorne mostra famílias divididas,

amaldiçoadas ou artificiais e os sofrimentos do

indivíduo isolado.

Page 10: Literatura norte-americana

Nathaniel Hawthorne (1804 - 1864)

A ligação de Hawthorne com o gótico é uma

herança de família: seu bisavô, John Hathorne,

foi o principal juiz dos processos de caça às

bruxas instaurados na cidade de Salem entre

janeiro e novembro de 1692.

Em razão disso, mas não só, toda a sua obra é

caracterizada por uma melancólica busca das

origens e por uma crítica aos excessos puritanos

praticados nos primeiros tempos da constituição

dos Estados Unidos como país.

Page 11: Literatura norte-americana

Herman Melville (1819 - 1891)

Aos 19 anos, foi para o mar. Seu

interesse pela vida dos marinheiros

brotou naturalmente de suas

próprias experiências e muitos de

seus primeiros romances

inspiraram-se nestas viagens.

Page 12: Literatura norte-americana

Moby Dick

"Moby Dick", publicado em

1851.

A indústria baleeira na Nova

Inglaterra

A crença do século XIX no

destino manifesto e a

exploração da fronteira.

Page 13: Literatura norte-americana

‘Épico natural’

Dramatização do espírito humano encenada na natureza primitiva

Mito do caçador, tema da iniciação, simbolismo da ilha paradisíaca, abordagem positiva dos povos pré-tecnológicos e busca do renascimento.

Page 14: Literatura norte-americana

Moby Dick - Metáforas

A caça à baleia é

a grande metáfora

para a busca do

conhecimento.

Page 15: Literatura norte-americana

Moby Dick

No capítulo 15, o narrador diz

que a Baleia Direita é estoica e

que a Baleia Cachalote é

platônica, referindo-se a duas

escolas clássicas de filosofia.

Moby-Dick, a grande baleia

branca, é um ser cósmico,

inescrutável, que domina todo o

romance à medida que obceca

Ahab.

Page 16: Literatura norte-americana

História bíblica de Jonas,

lançado ao mar por seus

colegas marinheiros, por ser

considerado objeto de má

sorte.

O texto bíblico diz que foi

engolido por um ‘grande

peixe’ e viveu algum tempo

dentro do seu ventre, antes

de ser devolvido à terra firme

pela intervenção de Deus.

Ao tentar fugir do sofrimento,

só fez provocar sofrimento

ainda maior para si mesmo.

Page 17: Literatura norte-americana

Moby Dick - Capitão

Ahab:“semideus perverso”, cuja

caça obsessiva à baleia branca

Moby-Dick levou o navio e sua

tripulação à destruição.

Page 18: Literatura norte-americana

Capitão Ahab

Ahab: É o nome de um rei

do Velho Testamento, deseja

um conhecimento total,

quase divino.

Paga caro pelo

conhecimento indevido, fica

cego antes de ser ferido na

perna e finalmente morto.

Page 19: Literatura norte-americana

Moby-Dick termina com a palavra

“órfão”.

Ishmael, o narrador, é um viajante

“órfão”.

Page 20: Literatura norte-americana

O nome Ishmael emana do livro do Gênesis, no Velho

Testamento — era filho de Abraão e Hagar (serva de Sara,

esposa de Abraão). Ishmael e Hagar foram lançados ao

deserto por Abraão.

Ishmael, na história dos Judeus vem a ser o filho renegado de

Abraão e, para os povos árabes mulçumanos vem a ser o seu

precursor (os mulçumanos são também conhecidos como

Sarracenos, cujo significado vem a ser uma corruptela de

“povos sem Sara”).

Page 21: Literatura norte-americana

No livro Melville coloca um mendigo, exatamente o

mendigo que irá alertar o narrador Ishmael do grande

perigo que ele irá correr ao entrar no barco para a

grande aventura, mendigo cujo nome vem a ser Elias.

Por fim, seria desnecessário acrescentar que Moby

Dick pode muito bem representar também a grande

besta apocalíptica.

Page 22: Literatura norte-americana

O barco Pequod tem o nome de uma tribo indígena extinta da Nova

Inglaterra; o nome sugere, portanto, que o barco está fadado à

destruição.

Page 23: Literatura norte-americana

A caça de baleias era de fato uma importante indústria, sobretudo

na Nova Inglaterra: fornecia óleo, uma importante fonte de

energia, especialmente para lâmpadas. Assim, a baleia literalmente

‘ilumina’ o universo.

Page 24: Literatura norte-americana

A caça às baleias era expansionista e ligada à ideia de um destino

manifesto, por exigir que os americanos navegassem por todo o mundo à

procura das baleias (na realidade, o estado do Havaí tornou-se possessão

americana porque era a principal base de reabastecimento para os navios

baleeiros americanos).

Page 25: Literatura norte-americana

A tripulação do Pequod representa todas as raças e diversas

religiões, o que sugere a ideia da América como um estado de

espírito universal, além de um caldeirão de culturas.

Page 26: Literatura norte-americana

Ahab encarna a versão trágica do individualismo democrático americano. Ele afirma sua dignidade como indivíduo e ousa opor-se às forças externas inexoráveis do universo.

Por toda a obra, Melville enfatiza a importância da amizade e da comunidade multicultural.

Page 27: Literatura norte-americana

Depois do naufrágio, Ishmael é

salvo pelo caixão entalhado

por seu grande amigo,

Queequeg, príncipe da

Polinésia e heroico arpoador

tatuado.

Page 28: Literatura norte-americana

As figuras primitivas e

mitológicas entalhadas no

caixão incorporam a história

dos cosmos.

Ishmael é salvo da morte por

um objeto de morte. Da

morte, surge a vida, no final.

Page 29: Literatura norte-americana

SAMUEL CLEMENS (MARK TWAIN) (1835 -

1910)

Escritores americanos do início do século 19: floreados, sentimentais ou

pomposos tentavam provar que podiam escrever de forma tão elegante

quanto os ingleses.

O estilo de Twain, baseado na fala americana vigorosa, realista e coloquial,

deu aos autores americanos novo apreço por sua voz nacional.

O pseudônimo de Samuel Clemens,“Mark Twain”, é a expressão que os

barqueiros do Mississipi usavam para indicar 2 braças (3,6 metros) de água, o

nível mínimo exigido para a passagem segura de um barco. O propósito sério

de Twain, aliado a um raro gênio para o humor e estilo.

Twain foi o primeiro grande autor do interior do país e captou sua iconoclastia

e gíria jocosa e peculiar

Page 30: Literatura norte-americana

Mark Twain do "Huckleberry Finn" satiriza o Sul e descreve as consequências da escravidão.

Mark Twain em "The Adventures of Huckleberry Finn", publicado pela primeira vez na Inglaterra em 1884, saiu nos Estados Unidos em 1885. Os críticos chamaram-no de racista, obsceno, ateu, grosseiro e imoral, mas o autor do século XX, Ernest Hemingway disse que é o romance a partir do qual "toda a literatura moderna americana nasceu." Nele, Twain conta a história de Huck Finn e Jim, um escravo fugitivo, usando dialeto e humor grosseiro para satirizar a sociedade educada e as consequências da escravidão.

Page 31: Literatura norte-americana

Cenário: rio Mississipi - St. Petersburg.

Filho de um vagabundo bêbado, Huck acaba de ser adotado por uma família

respeitável, quando seu pai, ameaça matá-lo.

Temendo pela vida, Huck foge, simulando sua morte. Em sua fuga, junta-se a outro

fugitivo, o escravo Jim, cuja dona, Miss Watson, está pensando em vendê-lo rio

abaixo, no coração do Sul, onde a escravidão era mais implacável.

Huck e Jim descem de balsa o majestoso Mississipi, mas são afundados por um barco

a vapor, separados e reunidos novamente.

Page 32: Literatura norte-americana

Passam por muitas aventuras perigosas e engraçadas, em terra, que mostram a

diversidade, a generosidade e, por vezes, a cruel irracionalidade da sociedade.

No fim, descobre-se que Miss Watson já havia libertado Jim e que uma família

respeitável estava cuidando do travesso Huck.

Mas este impacienta-se com a sociedade civilizada e planeja fugir para “os

territórios” — as terras dos índios.

O fim apresenta ao leitor a versão oposta do mito clássico americano do

sucesso: o caminho aberto, que leva às terras intocadas, longe da influência

moralmente corruptora da “civilização”.

Page 33: Literatura norte-americana

O romance também dramatiza o ideal de Twain de uma comunidade equilibrada:

“O que você mais quer, numa balsa, é que todos estejam satisfeitos e se sintam bem

e generosos para com os outros”.

Como o navio Pequod, de Melville, a balsa afunda e, com ela, aquela comunidade

especial. O mundo puro e simples da balsa acaba dominado pelo progresso — o

barco a vapor — mas a imagem mítica do rio permanece, vasta e mutante como a

própria vida.