lipping - microsoft · 2019. 8. 1. · data: 31/07/2019 governo e sabesp assinam contratos com 13...
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Grupo de Comunicação
CLIPPING 1º de agosto de 2019
FLORESTA ESTADUAL AVARÉ I
1º de agosto de 1945
2
Grupo de Comunicação
SUMÁRIO
ENTREVISTAS ............................................................................................................................... 4
Governo e Sabesp assinam contratos com 13 municípios .................................................................... 4
Após fechar acordo em Sto.André, Sabesp põe foco na água de Mauá .................................................. 6
Após Sto.André, Sabesp mira acordo com Mauá ................................................................................ 7
Doria reitera fim da falta d’água em Sto. André ................................................................................. 8
Estado renova contrato com S. Bernaro e projeta R$ 1,7 bi ................................................................ 9
SECRETARIA DE INFRAESTRUTURA E MEIO AMBIENTE ..................................................................... 10
Saneamento: região receberá verba .............................................................................................. 10
Convênios assinados pela Sabesp em cidades preveem investimentos de R$ 6,8 bi ............................. 11
Sabesp investirá R$ 1,5 milhão em novo poço para captação de água em Assis .................................. 12
Discurso - João Doria - Assinatura de contrato da Sabesp com municípios - 31.07 ............................... 12
Concessão da SEMASA para a SABESP ........................................................................................... 13
Estado assina acordo de concessão com Sto.André e inclui lista de renovação de 11 cidades com Sabesp ................................................................................................................................................. 14
Secretaria de Meio Ambiente e Support realizam plantio mensal ....................................................... 15
Térmica da Emae próxima de receber licença prévia ........................................................................ 16
Garça recebe reunião do Consórcio de resíduos sólidos do Centro Oeste Paulista ................................. 17
Aerossóis poluentes interferem na atmosfera, no clima e na saúde .................................................... 19
CODIVAR representará o Vale do Ribeira e Litoral Sul em Congresso Municipal ................................... 22
Patrulhamento ambiental encontra aves silvestres abatidas, espingarda e munições em Álvares Machado ................................................................................................................................................. 23
VEÍCULOS DIVERSOS .................................................................................................................. 24
Javalis: Rio Grande do Sul põe em prática plano de monitoramento e controle da espécie .................... 24
MISSÃO DA NASA ....................................................................................................................... 25
FOLHA DE S. PAULO .................................................................................................................... 27
O QUE A FOLHA PENSA: Desfeita presidencial ................................................................................. 27
A ideia do imposto único guarda um objetivo único .......................................................................... 28
Governantes estimulam infrações e instalam anarquia ambiental no país ........................................... 29
Na contramão do mundo .............................................................................................................. 30
Painel: Arroubo retórico de Bolsonaro não interfere em plano de aprovação da reforma da Previdência .. 31
Sou assim mesmo, diz Bolsonaro após série de declarações agressivas .............................................. 33
Salles diz que dados de desmate não são corretos mas confirma que há aumento ............................... 34
Governo prejudica imagem do país ao questionar dados de desmatamento do Inpe ............................. 37
Mônica Bergamo: STF vê com ressalvas portaria de Moro para deportar estrangeiros .......................... 38
ESTADÃO ................................................................................................................................... 40
Alertas do Inpe indicam alta de 40% em desmate na Amazônia; governo contesta .............................. 40
Sonia Racy: Títulos a juro negativo no mercado mundial batem em US$ 13,6 trilhões.......................... 43
Supremo deve manter demarcação com Funai ................................................................................ 44
VALOR ECONÔMICO .................................................................................................................... 46
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Grupo de Comunicação
Petrobras deve ter lucro maior que R$ 20 bi ................................................................................... 46
Venda da TAG puxa lucro da Petrobras para cima ............................................................................ 47
Consumo de energia fica estável em junho ..................................................................................... 49
Bolsonaro tem incontinência verbal, diz FHC ................................................................................... 50
O imposto único e a ilusão da simplicidade ..................................................................................... 51
Bônus ecológicos em xeque .......................................................................................................... 54
Italiana Enel vai priorizar distribuição e eficiência ............................................................................ 56
Problemas em Goiás preocupam grupo Enel .................................................................................... 58
4
Grupo de Comunicação
ENTREVISTAS Veículo1: Portal do Governo SP
Veículo2: Diário Comercial
Data: 31/07/2019
Governo e Sabesp assinam contratos com
13 municípios
Litoral, Baixada Santista, interior e ABC estão
entre as regiões contempladas para receber
investimentos de R$ 6,8 bilhões em
saneamento
O Governador João Doria, o Secretário de
Infraestrutura e Meio Ambiente, Marcos
Penido, e o Presidente da Sabesp,
Benedito Braga, assinaram nesta quarta-
feira (31) contrato de prestação de serviços de
saneamento com 13 municípios.
Serão investidos R$ 6,8 bilhões em serviços e
obras para ampliação da distribuição de água,
coleta e tratamento de esgoto, levando mais
qualidade de vida para 2,8 milhões de
pessoas. A expectativa é que 19 mil
empregos, diretos e indiretos, sejam gerados
com os novos contratos.
Os municípios contemplados são:
no ABC: Santo André e São Bernardo do
Campo
no litoral: São Sebastião
na Baixada Santista: Bertioga, Guarujá,
Mongaguá, Itanhaém e Peruíbe
no interior: Tapiratiba, Lavrinhas, Oriente,
Espírito Santo do Turvo e Alambari
“Com a assinatura desses contratos damos um
salto extraordinário no saneamento de São
Paulo e no objetivo de atingirmos a
universalização em todo o Estado. É também
um passo importante para a despoluição dos
rios Pinheiros e Tietê”, declarou Doria.
Investimentos em Santo André
A assinatura com a Prefeitura de Santo André
para início de prestação de serviços inaugura
um novo momento no saneamento do
município. O contrato prevê investimentos que
vão melhorar o abastecimento da população.
O fim dos dias sem água chega já nos
primeiros seis meses de operação da Sabesp,
com as obras que vão acabar com os cortes de
fornecimento em bairros onde vive uma
população de 210 mil pessoas.
Também serão feitas obras para ampliar a
distribuição de água, a coleta e o tratamento
de esgoto. O avanço será possível graças a
obras para implantar adutoras e novas redes
de água em diversas áreas do município.
“São mais de 700 mil habitantes em Santo
André, que são beneficiados com um novo tipo
de qualidade de tratamento do esgoto, e com
relação à água, para quem mais precisa,
universalizando esse serviço, recuperando a
capacidade de investimento da cidade”,
comemorou o Prefeito de Santo André, Paulo
Serra.
O contrato de programa por 40 anos tem início
imediato e prevê um período de transição na
transferência pelo trabalho conjunto da
Sabesp (Companhia de Saneamento
Básico do Estado de São Paulo) e Serviço
Municipal de Saneamento Ambiental de Santo
André (Semasa).
O investimento da Sabesp em Santo André
será de cerca de R$ 917 milhões durante o
período do contrato. O município também vai
receber da Companhia recursos transferidos
ao Fundo Municipal de Saneamento (FMSA)
num total de R$ 622 milhões, o que eleva o
investimento para R$ 1,539 bilhão.
O contrato estabelece ainda que a dívida de
R$ 3,4 bilhões do município com a Companhia
seja equacionada ao longo do período de
prestação de serviço. Isso vai aliviar o caixa
da Prefeitura e permitirá que o município
invista em outras áreas – como saúde,
educação e transporte. A fiscalização do
cumprimento do contrato será feita pela
Arsesp (Agência Reguladora de Energia e
Saneamento do Estado de São Paulo).
Em São Bernardo do Campo
Também no ABC, a Sabesp renovou contrato
com São Bernardo do Campo, com previsão de
investimentos de R$ 1,746 bilhão no período
de 40 anos. Serão R$ 600 milhões destinados
ao abastecimento de água e outros R$ 867
milhões para coleta e tratamento de esgoto,
além de R$ 278 milhões em bens de uso geral
e renovação de ativos. Os recursos vão
beneficiar diretamente a população de 805,8
mil habitantes do município do ABC.
“Investir em saneamento é investir na
qualidade de vida das pessoas, em meio
5
Grupo de Comunicação
ambiente. Ao firmar convênio com Santo
André e renovar com São Bernardo, por
exemplo, para executar os serviços da coleta e
tratamento de esgoto, estamos reduzindo a
poluição no Tamanduateí, colaborando com a
limpeza do Rio Tietê”, destacou Penido.
Interior
Também nesta quarta-feira a Sabesp assinou
contrato para início da prestação de serviços
de saneamento com a Prefeitura de Tapiratiba
e formalizou a renovação de contrato com
outros quatro municípios do interior pelo
período de 30 anos. Localizada ao Norte do
Estado, próximo da divisa com Minas Gerais,
Tapiratiba passa a ser atendida pela Sabesp
pelos próximos 30 anos.
A Companhia prevê investimentos de R$
19,4 milhões durante o período de
contratação, voltados à ampliação das redes
de distribuição de água e de coleta e
tratamento de esgoto oferecidos à população
de 12.622 habitantes.
Com a renovação do contrato com a
Companhia, o município de Lavrinhas receberá
investimentos de R$ 8,8 milhões, com R$ 5,85
milhões em água e R$ 2,54 milhões em
esgoto, mais R$ 413,4 mil em bens de uso
geral. Para o município de Oriente serão R$
4,1 milhões, com R$ 2,5 milhões em água e
R$ 857,6 mil em esgoto, mais R$ 739,7 mil
em bens de uso geral. Alambari receberá R$
15 milhões, com R$ 6,94 milhões em água e
R$ 8,06 milhões em esgoto; Espírito Santo do
Turvo terá investimentos de R$ 6,4 milhões
em 30 anos, com R$ 4,35 milhões em água e
R$ 2,07 milhões em esgoto.
Litoral e Baixada Santista
Guarujá, Bertioga, Mongaguá, Itanhaém e
Peruíbe, todos na Baixada Santista, e São
Sebastião, no Litoral Norte, terão os contratos
renovados por mais 30 anos. Os investimentos
previstos são:
Guarujá: previstos investimento de R$ 776,3
milhões, sendo R$ 414,5 milhões em esgoto e
R$ 351,1 milhões em água, além de R$ 10,6
milhões em desenvolvimento operacional,
bens de uso geral e renovação de ativos;
Bertioga: receberá R$ 417,5 milhões, com R$
154 milhões em água e R$ 256,5 milhões em
esgoto, mais R$ 6,8 milhões em bens de uso
geral;
Mongaguá: serão R$ 208,5 milhões em 30
anos, com R$ 83,8 milhões em água e R$
122,6 milhões em esgoto, mais R$ 2,08
milhões em bens de uso geral;
Itanhaém: terá investimentos de R$ 988,3
milhões, com R$ 221,3 milhões em água e R$
755,6 milhões em esgoto, mais R$ 11,4
milhões em bens de uso geral;
Peruíbe: terá R$ 430,8 milhões, com R$ 121,9
milhões em água e R$ 307,6 milhões em
esgoto, mais R$ 1,3 milhão em bens de uso
geral;
São Sebastião: são R$ 610,5 milhões em 30
anos, com R$ 203,6 milhões em água e R$
386,09 milhões em esgoto, mais R$ 20,8
milhões em bens de uso geral.
“Num espaço de seis meses estamos
apresentando investimentos da ordem de R$
6,8 bilhões, trazendo 19 mil empregos e
cumprindo a tarefa de acelerar os processos
de universalização no Estado”, concluiu
Braga.
http://www.saopaulo.sp.gov.br/spnoticias/gov
erno-e-sabesp-assinam-contratos-com-13-
municipios/
http://cloud.boxnet.com.br/yxfsqtvo
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6
Grupo de Comunicação
Veículo:Diário do Grande ABC
Data: 1º/08/2019
Após fechar acordo em Sto.André, Sabesp
põe foco na água de Mauá
http://cloud.boxnet.com.br/yy4u4mq2
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7
Grupo de Comunicação
Veículo:Diário do Grande ABC
Data: 1º/08/2019
Após Sto.André, Sabesp mira acordo com
Mauá
http://cloud.boxnet.com.br/yy4u4mq2
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8
Grupo de Comunicação
Veículo:Diário do Grande ABC
Data: 1º/08/2019
Doria reitera fim da falta d’água em Sto.
André
http://cloud.boxnet.com.br/yy4u4mq2
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9
Grupo de Comunicação
Veículo:Diário do Grande ABC
Data: 1º/08/2019
Estado renova contrato com S. Bernaro e
projeta R$ 1,7 bi
http://cloud.boxnet.com.br/yy4u4mq2
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10
Grupo de Comunicação
SECRETARIA DE INFRAESTRUTURA E
MEIO AMBIENTE Veículo: Diário do Litoral
Data: 1º/08/2019
Saneamento: região receberá verba
http://cloud.boxnet.com.br/y3fyc2rt
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Grupo de Comunicação
Veículo1: Portal DCI
Veículo2: UOL Notícias
Veículo3: Folha da Região Araçatuba
Veículo4: Diário do Grande ABC online
Veículo5: Isto É online
Veículo6: RD Repórter Diário
Data: 31/07/2019
Convênios assinados pela Sabesp em
cidades preveem investimentos de R$ 6,8
bi
Convênios assinados pela Sabesp nesta
quarta-feira, 31, com Santo André e outros 12
municípios da Grande São Paulo, litoral e
interior, preveem investimentos da ordem de
R$ 6,8 bilhões em serviços e obras para
ampliação da rede de distribuição de água,
segundo o presidente da companhia, Benedito
Braga. "Vamos trazer mais qualidade de vida
para 2,8 milhões de pessoas", acrescentou
durante pronunciamento no Palácio dos
Bandeirantes.
Durante cerimônia para assinatura do
contrato, com a presença do governador João
Doria, Braga reforçou ainda a expectativa de
geração de 19 mil empregos, diretos e
indiretos a partir dos novos contratos.
O acordo segue as mesmas diretrizes do
contrato firmado com Guarulhos, ao final de
2018.
Além de Santo André, o governo do Estado
aprovou nesta quarta a assinatura de acordos
para fornecimento de serviços na área de
saneamento com os municípios de São
Bernardo do Campo, São Sebastião, Bertioga,
Guarujá, Mongaguá, Itanhaém, Peruíbe,
Tapiratiba, Lavrinhas, Oriente, Espírito Santo
do Turvo e Alambari.
http://cloud.boxnet.com.br/yywg4ygj http://cloud.boxnet.com.br/yywg4ygj http://cloud.boxnet.com.br/y2bztd88
http://cloud.boxnet.com.br/yxjsq6qg
http://cloud.boxnet.com.br/yx9yu5ft http://cloud.boxnet.com.br/y5d6s4hg
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12
Grupo de Comunicação
Veículo: Rádio Interativa Assis
Data: 1º/08/2019
Sabesp investirá R$ 1,5 milhão em novo
poço para captação de água em Assis
RÁDIO INTERATIVA 100,1 FM/ASSIS |
INTERATIVA ACONTECE Data Veiculação:
31/07/2019 às 12h21
Duração: 00:01:49
Transcrição
Ricardo Borsari, diretor de Sistemas
Regionais da Sabesp, poço tubular, Sistema
de Produção de Água do Matão, investimentos,
segurança hídrica, obra,
http://cloud.boxnet.com.br/y3yhf5zu
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Veículo: Áudios SP
Data: 31/07/2019
Discurso - João Doria - Assinatura de
contrato da Sabesp com municípios -
31.07
ÁUDIOS - SP | ÁUDIOS Data Veiculação:
31/07/2019 às 13h38
Duração: 00:15:20
Transcrição
Não há texto a ser exibido.
http://cloud.boxnet.com.br/yykpfw8k
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13
Grupo de Comunicação
Veículo: Rádio ABC Santo André
Data: 31/07/2019
Concessão da SEMASA para a SABESP
RÁDIO ABC 1570 AM/SANTO ANDRÉ | DEBATE
EM FAMÍLIA Data Veiculação: 31/07/2019 às
13h20
Duração: 00:10:15
Transcrição
João Doria, governadores, prefeito, grande,
trabalho, ABC, Prefeitos, fantástico, exceção,
regra, Desestatização, estado, assinado, hoje,
Governador João Doria, prefeito, cidade,
deixa, dívida
http://cloud.boxnet.com.br/y2dnqfes
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14
Grupo de Comunicação
Veículo: Diário do Grande ABC online
Data: 1º/08/2019
Estado assina acordo de concessão com
Sto.André e inclui lista de renovação de
11 cidades com Sabesp
O governador de São Paulo, João Doria
(PSDB), assinou oficialmente hoje acordo que
envolve a concessão de parte do Semasa
(Serviço Municipal de Saneamento Ambiental
de Santo André) à Sabesp (Companhia de
Saneamento Básico do Estado de São
Paulo) pelo período de 40 anos. O acerto
trata do abatimento da dívida de R$ 3,4
bilhões com a empresa paulista em troca do
convênio dos serviços de água e esgoto, além
de investimento da ordem de R$ 917 milhões
na rede de distribuição.
O ato ocorreu em evento no Palácio dos
Bandeirantes, e inclui outro novo convênio
(com Tapiratiba), além de pacote de
renovação de contrato que engloba 11
cidades, entre elas São Bernardo, com
aplicação prometida de R$ 1,1 bilhão - a
maioria desses municípios anunciou o ajuste
no fim de maio, mas agora houve a
formalização das tratativas. A lista completa,
segundo o Estado, atingirá investimento de R$
6,7 bilhões. A atividade contou com as
adesões dos prefeitos Paulo Serra (Santo
André) e Orlando Morando (São Bernardo),
ambos tucanos, únicos a discursar durante a
cerimônia oficial.
“A Sabesp tem padrão mundial, e estamos
imprimindo governo dinâmico. O que fizemos
num prazo curto de sete meses poderia
demorar dois anos. São 19 mil empregos
(diretos e indiretos com os convênios). São
Paulo cresceu o dobro do Brasil (no período).
A (própria) Sabesp vale mais (neste
momento) do que em dezembro. Isso não é
política, é gestão, trabalho”, sustentou Doria.
Paulo Serra considerou a data como “dia
histórico”. “Estamos saindo de uma dívida
construída desde a década de 1990 que chega
a quase R$ 5 bilhões (incluindo débitos e
discussão na Justiça e precatórios já
emitidos). Passaremos (agora com a
assinatura) a passivo de algo em torno de R$
1,1 bilhão”, destacou o prefeito andreense.
Morando frisou, por sua vez, que o tamanho
do investimento anunciado pela Sabesp “é
algo que nenhuma cidade seria capaz de
entrar com aporte”, salientando recursos de
pouco mais de R$ 300 milhões apenas no
programa Pró-Billings. “Cada R$ 1 investido
em saneamento você economiza R$ 4 em
saúde pública”, disse o tucano de São
Bernardo, que alfinetou o ex-prefeito Luiz
Marinho (PT) ao dizer, sem citá-lo
nominalmente, que o antecessor “ficou oito
anos brigando com a Sabesp”. No começo do
evento, ele ironizou o fato de o pacote incluir
13 cidades no total. “(Podemos considerar) 12
mais São Bernardo.” A tese foi repetida, na
sequência, por Doria. “Treze dá azar”, citou,
em referência ao PT.
Em coletiva de imprensa, logo após o término
da cerimônia, o pesidente da Sabesp,
Benedito Braga, admitiu que há conversas
com a prefeita de Mauá, Alaíde Damo (MDB),
no sentido firmar acordo de concessão da
Sama (Saneamento Básico do Município de
Mauá), que possui passivo de cerca de R$ 2
bilhões com a empresa paulista.
http://cloud.boxnet.com.br/y39w8skl
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15
Grupo de Comunicação
Veículo: Prefeitura de Lençóis Paulista
Data: 31/07/2019
Secretaria de Meio Ambiente e Support
realizam plantio mensal
Como proposta que envolve a gestão
participativa em arborização urbana, a
Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente
(SAMA) em parceria com a empresa Support
Informática realizou mais um plantio mensal
com a participação dos colaboradores
aniversariantes de julho, e objetivo de
arborizar a praça 'Maria José Batista dos
Santos', também conhecida como praça da
pista de skate, no bairro Cecap.
No mês de julho, 8 colaboradores participaram
e plantaram mais 8 árvores na calçada
ecológica da praça. Desta vez foi da espécie
oiti, árvore indicada para arborização dentro
do perímetro urbano e que favorece o
sombreamento e paisagismo do local. A praça
está localizada ao lado do empreendimento
imobiliário em fase de edificação. Desde
janeiro já foram plantadas cerca de 50
árvores, entre elas Ipês roxo e amarelo,
Resedás branca e rosa, e Oitis.
A gestão participativa em arborização urbana,
conforme define o Programa Município
Verde Azul, requer que a educação ambiental
envolva a tomada de decisões junto a
população, ou grupo social, para iniciativa de
melhorias e soluções dos problemas. No caso
atual, a proposta da Prefeitura Municipal de
Lençóis Paulista com a empresa Support foi
para o plantio em praça carente de
arborização, o que beneficia o meio ambiente,
a biodiversidade e a qualidade de vida da
população, que deve zelar pelo
desenvolvimento das árvores. A ação
prossegue até dezembro de 2019.
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=28311510&e=577
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16
Grupo de Comunicação
Veículo: Brasil Energia
Data: 31/07/2019
Térmica da Emae próxima de receber
licença prévia
Projeto de 2.554 mw, a gás, teve viabilidade
ambiental aprovada e depende da LP para se
habilitar ao leilão a-6
O Conselho Estadual do Meio Ambiente de
São Paulo aprovou a viabilidade ambiental da
substituição tecnológica das unidades 1 e 2 da
termelétrica Piratininga, da Empresa
Metropolitana de Águas e Energia
(Emae). A aprovação permitirá a emissão da
licença prévia pela Cetesb, habilitando a
Emae a participar do leilão de energia, que
será promovido pelo MME em outubro.
Com investimentos estimados em US$ 2,5
bilhões, o projeto consiste na instalação de
dois blocos independentes de geração a gás
natural, com potência total de 2.554,8 MW,
para substituição das Unidades 1 e 2 da Usina
Termelétrica Piratininga, instalada em 1954,
atualmente existentes.
O Bloco 1, que terá produção de 1.736,8 MW,
será composto de três turbinas a gás com
geradores e 1 turbina a vapor com gerador. Já
o Bloco 2 será composto de duas turbinas a
gás com geradores e 1 turbina a vapor com
gerador. Sua produção será de 818 MW de
energia.
Localização estratégica
A área de 170 mil metros quadrados da Emae
é considerada estratégica em função de sua
localização. Além de estar no centro de carga
do país, os terrenos estão próximos aos
pontos de conexão com sistemas de
transmissão elétrica em 88kV, 230kV e 345kV
e ao gasoduto, facilitando a distribuição da
energia na rede e o acesso do gás natural
para geração.
A região também é estratégica devido a
disponibilidade de fontes para captação de
água (Canal Pinheiros e Reservatório Billings)
para os sistemas de refrigeração,
condensação, caldeira e serviços em geral. O
novo empreendimento não utilizará mais água
do que as unidades que estão sendo
substituídas já usam.
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=28318506&e=577
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17
Grupo de Comunicação
Veículo: Jornal da Região
Data: 31/07/2019
Garça recebe reunião do Consórcio de
resíduos sólidos do Centro Oeste Paulista
Na última terça-feira, 30, foi realizada no
auditório do SAAE em Garça
Na última terça-feira, 30, foi realizada no
auditório do SAAE em Garça reunião do
Consórcio Intermunicipal de Gestão e Manejo
de Resíduos Sólidos do Centro Oeste Paulista.
O consórcio é composto por oito municípios da
região: Álvaro de Carvalho, Alvinlândia,
Fernão, Gália, Garça, Guarantã, Júlio Mesquita
e Lupércio.
Estiveram presentes Cláudio José da Trindade,
prefeito de Guarantã, Cícero Martins dos
Santos, prefeito de Álvaro de Carvalho, José
Carlos Mira, prefeito de Júlio Mesquita, Adélio
Aparecido Martins, prefeito de Fernão, Renato
Inácio Gonçalves, prefeito de Gália, Abigail
Cateli Dias, prefeita de Alvinlândia e o prefeito
de Garça, João Carlos dos Santos.
O principal objetivo da união dos oito
municípios é a implantação de um aterro
sanitário que atenda a demanda de todos
quanto ao tratamento do lixo produzido.
Compuseram a mesa o prefeito João Carlos
dos Santos, que é presidente do Consórcio, o
prefeito de Fernão e o vice-presidente e
prefeito de Álvaro de Carvalho, Cícero Martins
dos Santos.
"Este esforço através do consórcio visa trazer
soluções para os resíduos sólidos e também
para o lixo. Estamos trabalhando de forma
conjunta tentando buscar uma solução que
tenha viabilidade técnica e também econômica
no sentido de poder favorecer todos estes
municípios. A participação da secretaria de
Infraestrutura e Meio Ambiente do
governo do Estado de São Paulo, do IPT
(Instituo Paulista de Tecnologia) e da Cetesb,
que é a agência responsável pela fiscalização,
reforçou que estamos no caminho certo. Nós
precisamos trabalhar muito. O consórcio está
juridicamente constituído e agora nós vamos
começar uma segunda fase que trata, em
especial, das questões técnicas e tomadas de
decisões para, consequentemente, estabelecer
qual é o formato adequado para atender o
problema regional. Tenho certeza que a partir
de hoje saímos mais fortalecidos para que
tenhamos uma solução para todas as questões
que impactam negativamente em todos os
municípios que integram o consórcio", falou
João Carlos, comentando ainda sobre a
participação dos técnicos do IPT.
"O IPT é um instituto pertencente ao governo
do Estado de São Paulo onde temos uma
condição de informações tecnológicas, de
soluções e pessoas que estão preparadas para
nos assistir. As soluções que foram
apresentadas hoje serão, possivelmente,
avaliadas para atender e resolver as
demandas dos municípios. O que é importante
destacar: precisamos buscar através do IPT
soluções adequadas para o longo prazo. Nós
não podemos ter uma solução paliativa para
as questões que envolvem o tratamento do
lixo e a preservação do meio ambiente",
salientou o chefe do executivo garcense.
O assessor estratégico da Secretaria de
Agricultura e Meio Ambiente, Ivan de Oliveira
Mello, também esteve presente na reunião.
"A Secretaria montou um comitê enfocando a
solução dos resíduos sólidos em todo o estado.
A primeira ação que foi mapeada é que não há
a possibilidade de ter 645 soluções, ou seja,
uma para cada município. O que vamos fazer
é o fortalecimento da regionalização e do
consorciamento fazendo com que a gente
chegue a, no máximo, 40 em todo o estado.
Serão fortes consórcios que trabalharão para
ganhar em escala, atendimento, eliminação
dos passivos ambientais, da simplificação dos
18
Grupo de Comunicação
processos e da geração de soluções onde o
gestor público não tenha problemas futuros
em relação a este grave problema que é o
resíduo sólido. Ou seja, o município não gere
passivo ambiental e nenhum problema
administrativo para este prefeito pelos
próximos 100 anos", disse ele, completando
que "Os municípios que integram o consórcio
estão no caminho certo porque com a soma
dos municípios acaba gerando um fato político
também, e a força de um grupo é muito maior
que a força de um só e os Prefeitos
conseguirão resultados mais efetivos para o
seu município a partir de um trabalho
conjunto".
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=28342452&e=577
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19
Grupo de Comunicação
Veículo: Jornal da USP
Data: 31/07/2019
Aerossóis poluentes interferem na
atmosfera, no clima e na saúde
Partículas de sólidos e líquidos na atmosfera
podem ter consequências diretas e indiretas
no clima e também afetar a saúde do ser
humano. São os aerossóis atmosféricos. As
emissões de isopreno (composto precursor do
ozônio) na floresta amazônica, por exemplo,
podem produzir partículas de aerossóis e
núcleos de condensação de nuvens. Como já
mostram pesquisas, também podem ser um
elo entre o funcionamento ecológico da
floresta e o clima na Amazônia. Um destes
estudos aponta que o impacto da urbanização
de Manaus na floresta amazônica é muito
significativo, pois altera os mecanismos de
formação e desenvolvimento de nuvens.
O professor da Universidade de Maryland BC e
pesquisador da Nasa Vanderlei Martins explica
que os aerossóis estão presentes em todo
lugar. Existem os naturais, produzidos por
exemplo, pela floresta, os provenientes dos
oceanos, como os aerossóis de sal marinho,
do solo, na forma de poeira, e existem
também os aerossóis de poluição. “Alguns
aerossóis refletem a luz que chega na
atmosfera, enquanto outras partículas, como
aquela fuligem mais preta, absorvem a
radiação e ajudam a esquentar a atmosfera.
Então eles participam desse balanço,
refletindo radiação de volta ao espaço e
esfriando a Terra, ou a absorvendo e
aquecendo o Planeta.”
A professora do Instituto de Astronomia,
Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP
Márcia Yamasoe diz que a relação entre
poluição e clima já é um fato conhecido há
bastante tempo, e indiscutível. Veículos e
indústrias emitem gases para a atmosfera,
alguns deles de efeito estufa, o que evidencia
a ação humana diretamente sobre o clima.
Além disso, outros poluentes, como pequenas
partículas, interagem na formação de nuvens,
e com o excesso dessas partículas na
atmosfera as características das nuvens vão
mudar também. O que pode implicar menos
chuvas, e quando acontecem, muito mais
torrenciais. “Isso depende muito da
quantidade de poluição, da meteorologia do
local onde ela está sendo emitida e, pior: esta
poluição não fica só no local, ela pode ser
transportada para longas distâncias. A
poluição que foi gerada aqui em São Paulo
pode causar transtornos em outros locais”,
adverte.
Nesta semana, a USP recebe um grande
evento para ensinar, na teoria e na prática,
jovens cientistas sobre as propriedades dos
aerossóis e seus efeitos. Dentre os
professores, além dos próprios Vanderlei
Martins e Márcia Yamasoe, estão
pesquisadores da Nasa, Universidades de
Estocolmo, Maryland, Weizmann Institute e
especialistas da USP, como Paulo Artaxo,
Fátima Andrade e Paulo Saldiva. Organizada
pelo Instituto de Física (IF) da USP com apoio
da Fapesp, a São Paulo School of Advanced
Science on Atmospheric Aerosols: Properties,
Measurements, Modeling, and Effects on
Climate and Health conta com 150 alunos, 50
deles de fora do Brasil.
Os temas incluíram as propriedades dos
aerossóis e como medi-los; aerossóis gerados
pela ação humana e seus efeitos na saúde;
interação entre radiação, nuvens e aerossóis;
sensoriamento remoto de aerossóis e nuvens;
as perturbações causadas pelos aerossóis no
clima e como fazer a modelagem de seus
efeitos.
A professora Simone Miraglia, da Universidade
Federal de São Paulo (Unifesp), levou a uma
mesa-redonda alguns dos principais pontos de
como devemos lidar com os problemas de
governança relacionados à poluição do ar e à
saúde. Com o passar das décadas e o
incentivo de compra de automóveis
particulares, não demorou muito para grandes
metrópoles apresentarem problemas, como os
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Grupo de Comunicação
congestionamentos quase que diários, por
exemplo, nas megalópoles Nova Dhéli (Índia)
e São Paulo.
Esses e diversos outros problemas afetam os
custos da saúde ambiental por parte dos
governos, que terão cada vez mais uma
população que sofre com o ar poluído e com a
saúde fragilizada, desenvolvendo doenças
cardiovasculares e respiratórias. Segundo
informa a pesquisadora da Unifesp, doenças
relacionadas à evolução do uso de carros e
suas consequências (uso de combustíveis
fósseis, emissão de gases na atmosfera, entre
outros) custam até 7% do orçamento nacional
de algumas nações. “Temos anos de nossas
vidas perdidos devido à poluição do ar e isso
significa custo”, apontou.
O diretor do Instituto de Estudos Avançados
(IEA) e professor da Faculdade de Medicina da
USP (FMUSP) Paulo Saldiva apresentou
resultados de pesquisas com modelos animais
e com seres humanos, inclusive que ele
conduziu, que indicam como a exposição à
poluição do ar afeta a saúde respiratória e
cardiovascular. Ele diz que “a concentração de
poluentes no ar em metrópoles como São
Paulo não é homogênea, dependendo dos
meios de transporte de massa e uso da terra.”
Apesar dos picos de poluição coincidirem com
as áreas onde há pico de tráfego, ele ressalta
que as medidas das estações da Cetesb não
indicam qual a dose de poluentes à qual cada
pessoa é exposta, o que, além do tempo
passado no tráfego, inclui fatores como idade,
tempo vivido em São Paulo, tabagismo ativo
ou passivo e densidade de vias no entorno em
que circula. Moradores da periferia da cidade
são especialmente afetados, pelo tempo maior
de deslocamento diário até o trabalho, por
exemplo.
Mão na massa
No sábado, 27 de julho, aconteceram aulas
práticas de instrumentação para detecção
remota e medidas e análises de aerossóis e
nuvens ao ar livre, no telhado do Museu de
Arte Contemporânea (MAC) da USP, no
Ibirapuera. Os participantes realizaram
medidas, calibraram sensores, estudaram e
modelaram as propriedades de partículas
suspensas na atmosfera.
Um dos organizadores do evento, o professor
do Instituto de Física (IF) da USP Henrique
Barbosa dá mais detalhes. “O professor
Vanderlei [Martins] propôs uma atividade em
que eles podem fazer medidas de poluição
atmosférica usando o próprio telefone celular.”
Assim, foram construídos dispositivos muitos
simples usando canudinhos, peça de madeira
e outros materiais para fazer um aparato que
imita o que um instrumento de verdade faz.
“Estamos fazendo uma fotometria, medindo a
quantidade de radiação solar espalhada por
diferentes direções pelos aerossóis, e assim
conseguimos determinar qual o tipo e o
quanto de aerossóis está em suspensão na
atmosfera”, disse Vanderlei Martins.
“Eles se revezaram metade aqui em cima, no
terraço, e a outra metade lá embaixo, num
laboratório didático que montamos, para
fazerem a caracterização dos próprios
telefones, que são os instrumentos de
medidas deles aqui em cima. Queremos que
eles entendam que cada tipo de sensor, como
o da sua máquina fotográfica, o sensor de
luminosidade do seu celular, ou o do colega,
tem uma resposta diferente, assim como
acontece com os sensores de vários satélites.
Diferentes respostas em relação à
sensibilidade para as cores no espectro
eletromagnético. Alguns veem melhor no
verde, outros no vermelho, por exemplo”,
explicou Henrique Barbosa.
“É também uma maneira de eles aprenderem
a fazer as perguntas certas, do ponto de vista
21
Grupo de Comunicação
experimental, do que tem que ser medido”,
complementou Vanderlei Martins. “Também
temos aqui no prédio um robô da Nasa que
está fazendo ao mesmo tempo as mesmas
medidas, de uma maneira mais profissional, e
então poderemos comparar com os resultados
a que os alunos chegaram”, contou ele ao
Jornal da USP.
.
Henrique Barbosa disse que, para sua
surpresa, a grande maioria dos alunos não
havia tido na formação essa parte prática de
construir um instrumento e entender como ele
funciona. “Estudantes de outros países aqui
nos relataram que nunca tiveram a
oportunidade de fazer nada experimental
assim nos países deles. Mesmo jovens
pesquisadores, que já dão aulas, e agora
poderão usar essas ferramentas para mudar o
jeito que ensinam. Eles estão empolgados, no
sol, fazendo essas medidas e analisando os
dados no computador… ninguém quer parar”,
comemora.
O professor do IF destacou ainda que um dos
objetivos do evento da Fapesp é atrair
pesquisadores em potencial para essa linha de
pesquisa nas instituições do Estado de São
Paulo. “Aqui eles podem entrar em contato
com a boa ciência que se faz em um país do
qual talvez só conhecessem a parte turística.”
Arte e ciência
Antes da atividade prática no MAC, os
participantes assistiram a uma palestra com o
diretor do Museu, Carlos Brandão, que
aproveitou para convidá-los a conhecer a
riqueza do acervo.
Perguntado como era ter um evento de
ciências exatas acontecendo num museu de
arte, Brandão explicou que, nos museus
universitários, especialmente os da USP, essas
diferenças entre arte e ciência não são tão
marcadas. “Nós temos um contato muito
grande com outras unidades da Universidade
nos nossos programas, e até um Projeto
Temático da Fapesp liderado pela vice-diretora
do museu, professora Ana Magalhães, que
trabalha em colaboração com o Instituto de
Física para entender como algumas peças
nossas foram construídas, algumas esculturas,
por exemplo, usando diferentes imagens e
tecnologias. Também recebemos, na última
semana, um grupo da Faculdade de Medicina,
que passou uma manhã aqui visitando o
MAC”, exemplificou. “Então, esse
entrelaçamento das artes com a ciência é
próprio da Universidade, e enriquece a
experiência dos alunos durante o seu
desenvolvimento”, disse ao Jornal da USP.
Ele contou que ele mesmo estudou biologia e
desenvolveu toda sua carreira científica no
Museu de Zoologia, e mais recentemente
começou a ampliar seu escopo de atuação
trabalhando no Conselho Internacional de
Museus com vários tipos de museus. “Os
museus têm suas particularidades, mas eles
trabalham dentro de uma perspectiva comum
que é o ciclo curatorial – aquisição,
conservação, documentação, pesquisa e
difusão do conhecimento que as coleções nos
proporcionam. Então estou aqui na direção do
MAC hoje, mas não fazendo curadoria, que
isso é próprio dos pesquisadores daqui”.
Luiza Caires, com colaboração de Caio
Santana
https://jornal.usp.br/ciencias/ciencias-exatas-
e-da-terra/aerossois-poluentes-interferem-na-
atmosfera-no-clima-e-saude/
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Grupo de Comunicação
Veículo: O Vale do Ribeira
Data: 31/07/2019
CODIVAR representará o Vale do Ribeira
e Litoral Sul em Congresso Municipal
O Consórcio foi convidado pelo presidente da
Associação Paulista de Municípios
CODIVAR representará o Vale do Ribeira e
Litoral Sul em Congresso Municipal
O Consórcio de Desenvolvimento
Intermunicipal do Vale do Ribeira e Litoral Sul
(CODIVAR) foi convidado para representar a
região do Vale do Ribeira e Litoral Sul no
Congresso de Municípios, que ocorrerá em
Campos do Jordão (SP). O convide foi
concedido durante a assembleia de prefeitos,
realizada na última sexta-feira (26), em
Itanhaém, pelo presidente da Associação
Paulista de Municípios (APM), Dr. Carlos Cruz.
Durante a Assembleia foram apresentadas,
pelo superintendente do Conselho Estadual de
Trânsito, Frederico Pierotti, oportunidades de
recursos financeiros aos municípios disponíveis
com municipalização de trânsito. Já o gerente
da CETESB do Vale do Ribeira, Eduardo
Callera Pedrosa, apresentou alternativas ao
licenciamento de Cascalheiras. O município de
Itanhaém fez apresentação do Projeto
Aprendizado do Futuro e da implantação das
aulas de robótica.
A Deputada Federal Rosana Valle também
esteve presente na Assembleia e interagiu
com os prefeitos, pontuando sugestões para
os trabalhos.
Os membros da Assembleia receberam
exemplares da Revista do Polo Tecnológico do
Vale do Ribeira (Citvale) entregues pelo
Diretor do Instituto Federal de Registro,
Walter Varela.
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=28341636&e=577
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23
Grupo de Comunicação
Veículo: G1 Presidente Prudente
Data: 31/07/2019
Patrulhamento ambiental encontra aves
silvestres abatidas, espingarda e
munições em Álvares Machado
Homem de 36 anos foi preso em flagrante na
manhã desta quarta-feira (31) e ainda levou
multa de R$ 2 mil.
Por G1 Presidente Prudente
Aves silvestres abatidas estavam em freezer
em Álvares Machado — Foto: Polícia Militar
Ambiental
Aves silvestres abatidas estavam em freezer
A Polícia Militar Ambiental apreendeu na
manhã desta quarta-feira (31) uma
espingarda e 17 cartuchos de munição
recarregados e deflagrados de calibre 36
durante patrulhamento pelo bairro Chácaras
Martins, em Álvares Machado.
Além disso, ainda foram encontradas no local
quatro aves da espécie pomba-amargosa já
abatidas que estavam acondicionadas em um
freezer.
Segundo a corporação, um homem de 36
anos, identificado como responsável pelo
armamento, confessou que não possuía
documentação da espingarda.
O envolvido foi encaminhado à Delegacia da
Polícia Civil e permaneceu à disposição da
Justiça, após a ratificação da prisão em
flagrante por posse ilegal de arma de fogo e
crime ambiental.
O homem ainda foi multado em R$ 2 mil pela
infração ambiental de “ter em depósito
produto da fauna silvestre”.
Como estavam impróprias para o consumo
humano, as aves foram destinadas à vala
sanitária de Presidente Prudente, segundo a
polícia.
https://g1.globo.com/sp/presidente-prudente-
regiao/noticia/2019/07/31/patrulhamento-
ambiental-encontra-aves-silvestres-abatidas-
espingarda-e-municoes-em-alvares-
machado.ghtml
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24
Grupo de Comunicação
VEÍCULOS DIVERSOS Veículo: Agência Estado
Data: 31/07/2019
Javalis: Rio Grande do Sul põe em prática
plano de monitoramento e controle da
espécie
Por Tânia Rabello
São Paulo, 31/07/2019 - A Secretaria do Meio
Ambiente e Infraestrutura (Sema) do Rio
Grande do Sul vai coordenar um plano
estadual para monitorar, controlar e prevenir
a expansão de javalis ( Sus scrofa) no Estado.
De acordo com nota da Secretaria de
Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento
Rural, o plano foi construído com a
participação de 25 instituições e aprovado
neste mês de julho.
O Plano Javali/RS faz parte do Programa
Invasoras RS, criado em 2018, e que tem
como propósito implementar ações de
detecção precoce, controle e monitoramento
de espécies exóticas invasoras - o javali é
originário do continente europeu. Uma das
iniciativas do programa, já em execução, é a
formação de uma rede de colaboradores que
contará com o apoio de pesquisadores de
universidades públicas e privadas do Rio
Grande do Sul. Para Dennis Patrocínio,
analista ambiental da Sema e coordenador do
Programa Invasoras RS, "essa união de forças
vai contribuir para o mapeamento das
iniciativas de manejo e controle de espécies
exóticas invasoras no Estado e tornará a
tomada de decisão mais assertiva".
A vigilância constante desta espécie se dá
porque o Rio Grande do Sul tem área livre de
Peste Suína Clássica (PSC) reconhecida pela
OIE (Organização Mundial de Saúde Animal)
desde 2015. E os javalis podem trazer riscos
para os suídeos (porcos) domésticos porque
podem ser reservatórios de vírus e fonte de
infecções.
Contato: [email protected]
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=28307165&e=577
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Grupo de Comunicação
Veículo: O Globo
Data: 1º/08/2019
MISSÃO DA NASA
Projeto liderado por brasileiro usará partículas
na atmosfera para estudar o clima
Elisa Martins
Um satélite do tamanho de uma fatia de pão
de forma - e com assinatura brasileira - será
lançado no espaço com o objetivo de
contribuir para os estudos das mudanças
climáticas na Terra. O equipamento coletará
dados sobre a influência de partículas
suspensas na atmosfera na formação de
nuvens e sua relação com variações
registradas nas últimas décadas no clima.
O dispositivo embarcará em outubro numa
missão não tripulada da Nasa, em projeto
liderado pelo físico brasileiro Vanderlei
Martins, professor da Universidade de
Maryland, Baltimore County (UMBC), nos
Estados Unidos.
Chamado de Harp CubeSat, o satélite
permitirá observar o mesmo ponto na
superfície da Terra sob 60 ângulos diferentes.
Ele ficará no espaço por um ano. Segundo
Martins, o tema do estudo é pouco
compreendido na comunidade científica e pode
ajudar a alavancar novas pesquisas.
- O efeito dessas partículas na formação de
nuvens é hoje a maior incerteza quando se
fala em projetos sobre a mudança climática -
diz Martins, que foi bolsista da Fundação de
Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo
(Fapesp) e professor do Instituto de Física da
Universidade de São Paulo (USP) e colabora
no desenvolvimento do algoritmo que
analisará as medidas feitas pelo satélite.
FOTOS E DADOS DA TERRA As pequenas
partículas suspensas na atmosfera terrestre,
como poeira, fuligem, fumaça e poluição
urbana, são chamadas de aerossóis
atmosféricos. Eles influenciam diretamente o
balanço de radiação da atmosfera, causando
um efeito de resfriamento da Terra, e foram,
ao longo do século, determinantes no
crescimento ou na diminuição da temperatura
global do planeta. Mas podem ser também
poderosos poluentes, no caso dos aerossóis
produzidos pelo homem, co- mo a poluição,
com efeitos diretos na saúde pública.
A exposição frequente a essas partículas pode
causar uma série de complicações - e mata
cerca de 30 milhões de pessoas por ano, de
acordo com a Organização Mundial da Saúde
(OMS).
- Quando tipos de partículas mais claras, como
poeira ou pólen, ficam na Terra, podem refletir
a radiação solar de volta para o espaço, o que
reduz a quantidade de energia solar no
planeta. Se são partículas mais escuras, como
fuligem e fumaça, elas absorvem radiação
solar, causando aquecimento na atmosfera -
explica o físico brasileiro.
As partículas suspensas na atmosfera também
influenciam na formação de nuvens. Cada gota
da nuvem, diz Martins, é formada em volta de
partícula de aerossol atmosférico, que pode ou
não ser maléfico. A questão é que, quanto
mais se emitem aerossóis poluentes na
atmosfera, mais se alteram não só a
composição e o balanço de água, como
também o tempo de vida das nuvens e a
probabilidade de chuva.
- Sabemos que existe forte correlação entre
concentração de certos aerossóis e a
ocorrência de mortes prematuras em certas
regiões. Mas, nos casos de balanço de energia
e de formação de nuvens, ainda precisamos
descobrir como se dá essa influência, e em
quais casos será benéfica ou não. Dependerá
do tipo de aerossol e das condições
meteorológicas de cada lugar. É algo
complexo, e ainda estamos estudando isso -
diz Martins.
O pequeno satélite registrará e enviará à Terra
imagens e dados de lugares específicos do
planeta, como centros urbanos, locais de
queimadas e regiões desérticas. As
informações serão usadas para reproduzir
parâmetros como a quantidade e o tipo de
poluição da atmosfera.
- Em uma região de céu aberto, o satélite
enviará a quantidade de partículas. Em um
cenário só de nuvens, saberemos o tamanho
das gotas e sua composição. Isso nos
permitirá fazer uma associação entre
quantidade, tipo de aerossóis e tipo de nuvens
em cada região conta o físico brasileiro.
CURTA DURAÇÃO A tecnologia do Harp
CubeSat já respondeu bem a testes
embarcado em aviões, uma exigência da
26
Grupo de Comunicação
Nasa, que apoia o projeto. A próxima fase virá
em dois meses, com a missão da agência
espacial americana para levar suprimentos à
Estação Espacial Internacional (ISS). Ao
chegar lá, será lançado no espaço junto a
outros pequenos satélites desenvolvidos por
diferentes grupos de pesquisa a partir de uma
miniestação de lançamento.
- Esse ainda não será um satélite de
monitoramento contínuo. Devido à forma e ao
peso, o Harp deve durar cerca de um ano.
Com o tempo, começará a cair e se
desintegrar na atmosfera. Enquanto isso não
acontece, coletaremos os dados, que serão
processados e validados aqui - explica Martins.
No futuro, a tecnologia pode ser
implementada em outros satélites da Nasa,
com um novo dispositivo já em
desenvolvimento, o Harp 2.
- Já estamos trabalhando em um novo sensor
para um satélite maior. Ele terá mais recursos,
como potência elétrica, captura de energia
solar, manutenção de órbita e quantidade e
qualidade de transmissão de dados. A grande
vantagem, também, é que conseguiremos
monitorar todo o planeta a cada dois dias. E
por muito mais tempo - conta.
A próxima geração do Harp deve viajar a
bordo do satélite Pace, uma nova missão da
Nasa que medirá propriedades do oceano e da
atmosfera e que tem lançamento previsto para
2023.
Da USP a Maryland.
Físico é um dos criadores do Harp (ao centro
da página), satélite do tamanho de um pão de
forma que embarca em outubro em missão da
Nasa
Pesquisador > Vanderlei Martins, de 53 anos,
fundou trabalha com a Nasa desde o instituto
doutorado, em 1995. Na época, desenvolvia
uma pesquisa sobre queimadas e nuvens na
Amazônia pela Universidade de São Pau Io
(USP), onde fez também mestrado em Física
Nuclear.
> "Sempregostei da pesquisa científica, com
medidas a partir do espaço. Ganhei uma bolsa
sanduíche na Universidade de Washington e
no Centro Nasa Goddard. Depois, voltei para a
USP e fiz pós-doutorado na Nasa, por meio da
Universidade de Maryland, Baltimore County
(UMBC), minha atual universidade", conta o
físico, nascido na cidade paulista de São
Caetano do Sul.
> Na UMBC, o pesquisador fundou o Earth and
Space Institute, para desenvolver projetos
relacionados à Terra a partir do espaço, como
os sensores de satélite. 0 lançamento do Harp
1 é um marco, mas não o fim do desafio: "0
trabalho da pesquisa é desenvolver algo novo,
como uma tecnologia, que é aplicada, e
analisar os dados. Depois, é a hora de pensar
no próximo".
> Àfrentedaequipecriadorado satélite que
coletará dados sobre a influência de partículas
suspensas na atmosfera na formação de
nuvens e sua relação com mudanças
registradas no clima do planeta, Martins diz
que o risco de lançar um satélite no espaço é
alto.
> "Há muitos casos de lançamento com
falhas. E, às vezes, o satélite chega, mas
perde a comunicação", admite. A expectativa
com o lançamento do Harp, porém, diz ele, é
maior que o medo.
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=28339558&e=577
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Data: 1º/08/2019
27
Grupo de Comunicação
FOLHA DE S. PAULO O QUE A FOLHA PENSA: Desfeita
presidencial
Bolsonaro cria embaraço diplomático ao cancelar
encontro com chanceler francês
Se a inaptidão de Jair Bolsonaro (PSL)
transparece em declarações que vão da tolice à
truculência, menos claras são as dimensões do
dano que escolhas e atitudes desastradas do
presidente poderão causar a políticas de governo
e de Estado.
Por uma perspectiva mais otimista, constata-se
que a medida mais urgente para a administração
pública e o país —a reforma da Previdência
Social— avançou em condições satisfatórias,
graças ao empenho de líderes parlamentares e a
despeito de uma ofensiva corporativista do chefe
do Executivo em favor de policiais federais.
Outras trapalhadas, como um ensaio de
intervenção no preço do diesel, não têm
impedido que, em linhas gerais, a gestão da
economia caminhe de forma coerente e racional
—embora não o bastante, por ora, para
restabelecer a confiança de empresários e
consumidores.
A tentativa atabalhoada de ampliar por decreto o
acesso a armas parou no Congresso; o Supremo
Tribunal Federal barrou a reedição de uma
medida provisória que transferia a demarcação
de terras indígenas ao Ministério da Agricultura;
não passará incólume, se prosperar, o esdrúxulo
projeto que afrouxa as regras de trânsito.
Mesmo a constrangedora ideia de colocar o filho,
Eduardo Bolsonaro, à frente da embaixada
brasileira em Washington encontra um defensor
de peso: o próprio Donald Trump, que acaba de
mostrar boa vontade em fechar um acordo de
livre-comércio com o Brasil.
Há limites institucionais e políticos, decerto, à
ação do presidente. Não convém minimizar
riscos, porém —e aqui nem é preciso especular
sobre o impacto de manifestações de preconceito
e intolerância sobre um eleitorado polarizado.
Um exemplo se dá na própria área diplomática. O
cancelamento por alegados problemas de agenda
de uma reunião com o ministro francês das
Relações Exteriores, na segunda (29), poderia
passar em branco se Bolsonaro não tivesse
divulgado um vídeo em que aparece cortando o
cabelo minutos após o horário do encontro.
A desfeita cria embaraços para as negociações
em torno do acordo comercial entre Mercosul e
União Europeia, já difíceis, e aguça as tensões
entre o Brasil e parte relevante da comunidade
internacional, incluindo a França, que cobra do
Planalto maior compromisso com a preservação
ambiental.
Retrocessos patrocinados pelo governo nesse
setor prejudicam, além dos recursos naturais, a
imagem e as oportunidades do país, o que só se
agrava com o canhestro ataque a indicadores
oficiais do desmatamento da Amazônia.
Esse é um triste caso em que ideias e palavras
disparatadas, decorrentes de superstições
ideológicas, ameaçam converter-se em atos.
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2019/08/
desfeita-presidencial.shtml
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Data: 1º/08/2019
28
Grupo de Comunicação
A ideia do imposto único guarda um objetivo
único
Proposta de defensores é começar a transição
pela desoneração da folha de pagamento
A ideia do imposto único sobre transações
financeiras é tão ruim que custa crer que três
décadas depois ela esteja sendo novamente
debatida a sério.
Num momento de juros baixos e cadentes,
então, a proposta muda de categoria —de ruim
para péssima.
As principais críticas são bem conhecidas: a
cobrança atinge de maneira mais intensa as
cadeias produtivas mais complexas e estimula a
informalidade.
Mais palpável é o atraso do "imposto do atraso",
na definição do presidente do Itaú Unibanco,
Candido Bracher, quando se observam suas
implicações no dia a dia.
Como obviamente ninguém vai ficar parado
esperando sua vez de perder dinheiro, cada
empresa e cada pessoa procurará, dentro das
possibilidades legais, elidir oportunidades de
mordida do fisco.
Quem puder receber pagamentos em dinheiro e
manter essas cédulas fora do sistema financeiro
assim o fará. O que significa andar por aí com
carteira cheia —ou seja, estaremos construindo o
piso superior do paraíso dos ladrões que já é o
Brasil.
Digitalização da economia logo parecerá so last
year. Compras pela internet ficarão menos
atrativas. Aplicativos de comida e transporte? Só
se o entregador e o motorista tiverem troco.
Competição bancária também vai ficar mais
difícil. Quem quiser procurar uma instituição
financeira mais atraente para aplicar seu dinheiro
terá de pensar 2,5% a mais do que antes.
A turma que põe o imposto único na mesa quer
comer o bolo e ficar com o bolo. A proposta do
Instituto Brasil 200, o grupo de empresários que
propagandeia a ideia, é começar a transição para
o imposto único pela desoneração da folha de
pagamento. Se por acaso adiante as contas não
fecharem e o governo não puder abrir mão de
outros tributos, o problema maior dos
empresários já fica resolvido, pois. Nesse debate
do imposto, o único que salta aos olhos são as
espertezas.
Roberto Dias
Secretário de Redação da Folha.
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Data: 1º/08/2019
29
Grupo de Comunicação
Governantes estimulam infrações e instalam
anarquia ambiental no país
Ao desautorizar punições, Bolsonaro e
governador incentivam o descumprimento da lei
Bruno Boghossian
Do alto de um palanque, o governador do Acre
baixou uma nova lei ambiental no estado. "Não
pague nenhuma multa, porque quem está
mandando agora sou eu", afirmou Gladson
Cameli (PP), batendo orgulhosamente no peito.
O ex-senador sempre condenou as punições
aplicadas a produtores rurais por desmatamento,
mas parece ter se embriagado com o poder
depois que assumiu o novo cargo.
Num evento realizado no fim de maio, Cameli
criticou o órgão estadual de fiscalização e repetiu
três vezes que as multas ambientais já não
valem mais nada. "Não pague, não. Eu que estou
mandando", declarou.
Sob o pretexto de evitar abusos e proteger a
atividade econômica, alguns governantes
decidiram partir para a anarquia. As regras de
preservação continuam valendo, mas agora vêm
acompanhadas de um estímulo à prática de
crimes.
O governador do Acre pode até estar incomodado
com punições que considera injustas, mas a
Constituição estabelece que os estados têm o
dever de fiscalizar qualquer ação que prejudique
o meio ambiente.
O desmatamento quadruplicou no Acre nos
últimos seis meses, segundo dados do Imazon. O
repórter Fabiano Maisonnave perguntou a Cameli
quantas multas foram aplicadas por seu governo
nesse período. O governador não quis responder.
O presidente Jair Bolsonaro também já emitiu um
salvo-conduto do tipo. Em abril, ele gravou um
vídeo para avisar às madeireiras que os agentes
do Ibama estavam proibidos de queimar
caminhões e tratores usados no desmatamento
ilegal.
O decreto 6.515, editado em 2008, autoriza a
destruição desses equipamentos no local da
ocorrência, mas o presidente virou o jogo e
anunciou que o governo abriria um processo
administrativo contra os fiscais.
Enquanto incentiva o descumprimento da lei, o
governo fecha os olhos para as transgressões. Ao
jogar dúvidas constantes sobre os dados que
apontam um avanço do desmatamento na
Amazônia, Bolsonaro deixa os infratores mais
tranquilos.
Bruno Boghossian
Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É
mestre em ciência política pela Universidade
Columbia (EUA).
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/bruno-
boghossian/2019/08/governantes-estimulam-
infracoes-e-instalam-anarquia-ambiental-no-
pais.shtml
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Data: 1º/08/2019
30
Grupo de Comunicação
Na contramão do mundo
Agenda de Bolsonaro mobiliza coalizão política
tão forte quanto sem sintonia global
Maria Hermínia Tavares de Almeida
Além de distribuir insultos e ameaças a torto e
direito, como de praxe, Bolsonaro vem de
adicionar um pleonasmo à verborragia. Ensinou a
uma plateia de militares que a questão ecológica
importava apenas a "veganos que comem só
vegetais". E se confessou frustrado por não
poder transformar a baía de Angra dos Reis, área
de proteção ambiental, na "Cancún brasileira".
Para arrematar, reiterou a disposição de resgatar
os indígenas das "reservas" onde viveriam como
em "um zoológico".
Na mesma semana, diplomatas brasileiros
participaram, em Washington, de conclave
reunindo figuras exóticas que negam a crise
climática que se avizinha.
O presidente Jair Bolsonaro - Adriano
Machado/Reuters
A fala destrambelhada do presidente se faz
acompanhar do desmanche dos instrumentos de
monitoramento da aplicação das leis de proteção
ambiental e daquelas que garantem às
populações indígenas o direito de viver em suas
terras de acordo com seus costumes. Para tanto,
o governo aposta na asfixia dos órgãos de
controle pelo garrote dos orçamentos e a
substituição de chefias competentes, bem como
na tentativa de mudança da legislação sobre
áreas de proteção, licenciamento ambiental e
demarcação de territórios indígenas.
Além do mais, sua retórica tóxica incentiva o
desmatamento ilegal da Amazônia e a invasão
daqueles territórios por produtores e
extrativistas. O assassínio a facadas de um líder
do povo Wajãpi por praticantes de garimpo ilegal
tende a ser o primeiro ato de uma tragédia
escrita e dirigida pelo capitão do Planalto.
Enquanto transcorre o medonho espetáculo, o
mundo civilizado discute as possíveis
consequências do aquecimento do planeta e as
medidas para mitigar os danos já em curso. São
políticas difíceis de implementar porque, se
embutem a perspectiva de benefícios futuros e
difusos para toda a população, os seus custos
oneram desde logo grupos poderosos.
Por isso, embora sejam de responsabilidade de
cada nação, elas ganham vigor com acordos e
convenções multilaterais, e o apoio de uma
opinião pública mundial cada vez mais engajada
na defesa do ecossistema. No Brasil, embora
85% da população tema o aquecimento global
(conforme pesquisa Datafolha), a agenda
retrógrada de Bolsonaro pode mobilizar uma
coalizão política tão forte quanto sem sintonia
com o mundo.
A morte de Emyra Wajãpi e o avanço do
desmatamento na Amazônia foram noticiados
com destaque por alguns dos mais influentes
jornais estrangeiros, além de suscitar a
manifestação vigorosa da alta comissária das
Nações Unidas para Direitos Humanos e ex-
presidente chilena, Michele Bachelet. Pressões
mais do que bem-vindas.
Maria Hermínia Tavares de Almeida
Professora titular aposentada de ciência política
da USP e pesquisadora do Cebrap. Escreve às
quintas-feiras.
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/maria-
herminia-tavares-de-almeida/2019/08/na-
contramao-do-mundo.shtml
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Data: 1º/08/2019
31
Grupo de Comunicação
Painel: Arroubo retórico de Bolsonaro não
interfere em plano de aprovação da reforma
da Previdência
Apesar de você
O acesso verborrágico de Jair Bolsonaro não
comprometeu a articulação da aprovação em
segundo turno da reforma da Previdência na
Câmara, avaliam líderes de partidos de centro e
centro-direita. A disposição da cúpula da Casa
segue sendo a de encerrar já na próxima semana
a tramitação do texto, para remetê-lo ao Senado.
O fato de o governo estar cumprindo a promessa
de liberar cargos e emendas ajudou a conter
insatisfações. A ideia é concluir a análise da
matéria até quinta-feira (8).
Tá dominado
Deputados relatam apenas problemas pontuais
na entrega de verbas e cargos. O presidente da
Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), mantém
contato permanente com a Casa Civil e com o
Secretário Especial de Previdência, Rogério
Marinho, para mapear eventuais focos de
problema.
Resta um
Integrantes de PP, MDB, PRB, DEM e PSL
garantem que, em suas siglas, o tabuleiro está
amarrado. Um integrante desse grupo chegou a
ironizar Bolsonaro. Disse que ele não conseguiu
desarranjar a partida “porque todo mundo sabe
que o jogo não é dele”. Só o PL reclama de
demora na liberação de emendas.
Maciota
Maia deve fazer um checklist de votos na
segunda (5), em jantar com os líderes. Relatos
de deputados dão conta de que o posicionamento
pró-reforma da Previdência não se transformou
em pressão nas ruas. Durante o recesso,
apareceram publicamente com tranquilidade,
saíram pra jantar, etc…
Contenção de danos
A oposição vai tentar obstrução, mas não
alimenta esperanças. Com o início da votação,
vai tentar excluir a permissão para que pensões
sejam menores que um salário mínimo e também
o cálculo das aposentadorias a partir da média de
todos os salários de contribuição, e não só dos
mais altos.
Vai como está
A corte especial do STJ analisa nesta quinta (1)
um relator temporário para ações do ex-
presidente Lula. O titular, ministro Felix Fischer,
está internado para se recuperar de uma embolia
pulmonar. Como há embargos a serem julgados
nas próximas semanas, o tribunal passará a
tutela dos processos a outro juiz.
Vai como está 2
Internamente, ministros afirmam que ao menos
duas opções estão na mesa: a convocação de um
desembargador para assumir os casos ou a
redistribuição entre membros da 5ª Turma, da
qual Fischer faz parte. O ministro é
reconhecidamente linha dura.
Saída honrosa
Com a escalada da crise que agora ameaça o
mandato do presidente do Paraguai, Mario Abdo
Benítez, o governo do país vizinho pediu para
antecipar e fazer nesta quinta (1º) a reunião que
vai abrir caminho à rescisão do acordo de
concessão de energia da hidrelétrica Itaipu.
Vem sem medo
Inicialmente, o Itamaraty receberia os
paraguaios na sexta (2), mas novas adesões ao
grupo que pede o impeachment do presidente
paraguaio sob alegação de que ele traiu o país ao
chancelar um “acordo entreguista” aceleraram as
negociações.
Vai que é sua
A situação de Benítez é tão delicada que pessoas
envolvidas nas discussões passaram a pregar que
o Brasil considere aderir à denúncia do trato–
termo formal para a rescisão– para dar força ao
paraguaio. Até esta quarta (31), o acertado era
que apenas o país vizinho reivindicaria a
anulação.
Muy amigo
Bolsonaro quer preservar o mandato de Benítez
para manter um aliado na América do Sul,
principalmente com o risco de revés na eleição
argentina e vitória do candidato de Cristina
Kirchner.
Eis-me aqui
Pessoas próximas ao ministro Luiz Fux dizem que
ele se integrou à ala do Supremo que empenha
apoio à recondução de Raquel Dodge ao
comando da PGR. O movimento ocorre ao
mesmo tempo em que o nome de Augusto Aras
volta circular nos bastidores como favorito ao
posto.
Olho no amanhã
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Grupo de Comunicação
O gesto de Fux tem peso significativo. Ele será o
sucessor de Dias Toffoli na presidência do STF.
O salto
A prisão de Dario Messer, o “doleiro dos
doleiros”, deve dar novo impulso à Câmbio,
Desligo. A investigação, tocada pela Lava Jato do
Rio, nasceu com a promessa de, ao menos em
valores, superar as apurações que fizeram a
fama da operação primogênita de Curitiba.
TIROTEIO
Antes tarde… Diante dos fatos, nem o mais
crente de Chicago vê justificativa para manter o
juro no patamar anterior
De Nelson Barbosa, ex-ministro da Fazenda,
sobre o corte na taxa básica de juros em meio à
estagnação econômica e risco de recessão
https://painel.blogfolha.uol.com.br/2019/08/01/a
rroubo-retorico-de-bolsonaro-nao-interfere-em-
plano-de-aprovacao-da-reforma-da-previdencia/
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Data: 1º/08/2019
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Grupo de Comunicação
Sou assim mesmo, diz Bolsonaro após série
de declarações agressivas
Em entrevista ao jornal O Globo, presidente
afirmou que não há estratégia eleitoral por trás
disso
BRASÍLIA
Após protagonizar uma série de declarações
agressivas nos últimos dias, o presidente Jair
Bolsonaro (PSL) disse que não mudará seu estilo
e que não há uma estratégia eleitoral por trás
das controvérsias.
Em entrevista ao jornal “O Globo”, publicada
nesta terça-feira (30), ele disse não estar
preocupado com a sucessão presidencial de
2022, para a qual já sinalizou que tentará a
reeleição, e voltou a criticar a cobertura da
imprensa.
“Sou assim mesmo. Não tem estratégia. Se eu
estivesse preocupado com 2022, não dava essas
declarações”, disse. “O dia [em] que não apanho
da imprensa, eu até estranho”, ressaltou.
Nas últimas semanas, o presidente radicalizou o
discurso em meio a críticas a seus familiares. Ele
chamou governadores nordestinos de “paraíbas”,
disse que no país não havia fome e atacou o
presidente da OAB (Ordem dos Advogados do
Brasil) por meio de seu pai, cujo corpo está
desaparecido desde a ditadura militar.
Na entrevista ao jornal, Bolsonaro voltou a dizer
que encomendou um estudo ao Ministério de
Minas e Energia para legalizar a prática do
garimpo em reservas indígenas e ressaltou que a
intenção é criar “pequenas Serras Peladas” no
país.
“Mas a fiscalização seria pesada. E índio também
poderia explorar”, disse.
Ele disse ainda que investidores estrangeiros, de
países como Emirados Árabes, Japão e Israel, já
demonstraram interesse em explorar o turismo
na região de Angra dos Reis, a qual tem
chamado de “Cancún Brasileira”.
Na área, funciona a estação ecológica de
Tamoios. Bolsonaro já disse que discute com
governadores do país a revisão de unidades de
preservação ambiental.
Bolsonaro foi multado, em 2012, por pesca ilegal
na área protegida. A multa prescreveu e nunca
foi paga pelo presidente.
PREOCUPAÇÃO
Reportagem da Folha desta terça-feira (30)
mostrou que aliados de Bolsonaro e militares
tentam identificar o foco das ações intempestivas
do presidente.
A avaliação do núcleo militar e de integrantes da
base do governo no Congresso é a de que,
principalmente nos últimos dias, Bolsonaro voltou
a ser estimulado a ir para o confronto e a dar
vazão ao que é classificado como pauta
secundária.
A preocupação desses aliados é a de que, ao ser
incentivado a prestar atenção em temas laterais,
Bolsonaro acaba, inevitavelmente, esquecendo a
agenda positiva do governo, como a econômica
—que tem apoio da Câmara e do Senado e
respaldo de setores da população.
Na segunda-feira (29), tanto militares quanto
integrantes da Secretaria de Comunicação do
Palácio do Planalto foram pegos de surpresa com
as declarações de Bolsonaro, dadas na porta do
Palácio da Alvorada, sobre o pai do presidente da
OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2019/07/s
ou-assim-mesmo-diz-bolsonaro-apos-serie-de-
declaracoes-agressivas.shtml
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Data: 1º/08/2019
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Grupo de Comunicação
Salles diz que dados de desmate não são corretos mas confirma que há
aumento
Ministro do Meio Ambiente, porém, não soube
precisar quanto o desmatamento cresceu
Angela Boldrini
BRASÍLIA
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles,
afirmou nesta terça (31) que o percentual de
aumento de desmatamento obtido pelo sistema
Deter do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais) não condiz com a verdade.
“Foi reconhecido por todos os presentes que os
números não refletem a realidade”, afirmou
Salles após reunião com o ministro Marcos
Pontes (Ciência e Tecnologia) e representantes
do Inpe e do Ibama.
A crítica ao Deter vem depois de o presidente Jair
Bolsonaro atacar e questionar o órgão federal,
subordinado ao Ministério da Ciência.
Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente
Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente -
Amanda Perobelli/Reuters
Segundo Salles, a interpretação que foi feita por
“jornalistas, técnicos e ditos especialistas” das
imagens do satélite visavam “criar polêmica na
questão do desmatamento”.
Ele afirmou ainda que o Inpe corroborou a
informação de que os dados não correspondiam à
realidade e disse que há sobreposição de alertas
—o que geraria uma impressão de dados
aumentados— e também registros de
desmatamentos de anos anteriores, como 2017 e
2018, como se fossem atuais.
Mas, segundo Ricardo Galvão, diretor do Inpe, os
técnicos do instituto presentes na reunião
contestaram erros apontados por Salles.
“O ministro Salles apresentar que nós teríamos
concordado com eles, isso não é verdade. O que
houve foi uma discussão de dados. Sempre pode
haver um caso de alerta em uma área, que
parece desmatamento, e não é”, disse à Folha.
"Só neste mês foram 1.700 alertas. Eles [do
MMA] pegaram alguns casos e mostraram que
não era desmatamento, mas isso sempre foi
verdade para o Deter. Nós nunca dizemos que
corresponde à área real de desmate", afirma.
O próprio Inpe afirma que o Deter não serve para
medir desmatamento, mas, sim para auxiliar na
fiscalização. Seus dados mensais, porém,
indicam a tendência do desmate.
Galvão diz que pode haver casos que parecem
desmatamento mas não são ou áreas que foram
recuperadas mas não entraram na conta. "A
responsabilidade de verificar isso é do Ibama,
não do Inpe."
O diretor não participou da reunião para atender
a um pedido de Marcos Pontes. “É bom assim
porque separou a questão do desmatamento, do
Inpe e dos nossos sistemas da questão da minha
resposta ao presidente. É bom porque protege o
Inpe.”
Ricardo Galvão tem uma reunião marcada para
sexta-feira (2) com Pontes e, afirma, uma coisa é
certa: ele não pedirá demissão.
Apesar de contestar os dados do Deter, Salles
confirmou que há aumento do desmatamento,
sem precisar de quanto. "O próprio Inpe reiterou
que o Deter não se presta para mensurar
comparativamente desmatamentos em caráter
Data: 1º/08/2019
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Grupo de Comunicação
temporal. Não se trata de ajustar número, mas
de reconhecer que este não é um instrumento
para isso", afirmou.
Segundo Salles, os dados que serão considerados
serão os do Prodes (Projeto de Monitoramento do
Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite),
que lança dados anuais —e não constantes, como
o do sistema criticado.
Após ser questionado sobre se o ministério
negava a correlação entre dados dos dois
sistemas —uma vez que hoje o Deter serve como
um termômetro mensal para os dados anuais do
satélite mais preciso, o do Prodes— o ministro
afirmou que se pretendia criar uma “polêmica
midiática”.
“A correlação nós sabemos que existe, o
problema é que os percentuais divulgados têm
sido usados para criar polêmica midiática”, disse.
Os ministros das duas pastas vêm dando
declarações a respeito de mudar o sistema de
monitoramento das áreas desmatadas na
Amazônia.
Com base em imagens de satélites, o órgão
federal mostrou que que mais de 1.000 km² de
floresta amazônica foram derrubados na primeira
quinzena deste mês, aumento de 68% em
relação a julho de 2018.
Na sexta-feira (26), Pontes (que não participou
da coletiva) afirmou que que dados do sistema
de alerta de alteração na cobertura vegetal da
Amazônia não deveriam ser divulgados para a
sociedade assim que ficam prontos, como ocorre
hoje.
Já na entrevista coletiva concedida nesta terça,
Salles disse que o Deter-B continuará sendo
utilizado, mas que o ministério irá lançar licitação
para um novo sistema, mas não deu data para o
início do processo.
“Daqui para frente é construir um sistema que
seja mais rápido na detecção que permita
orientar as ações de comando e controle de
fiscalização e reconhecer que precisa ser
encarada quais são as origens do
desmatamento”, afirmou.
O Inpe e os sistemas de monitoramento de
desmatamento entraram na mira do governo
Bolsonaro, que afirmou que não confia nos dados
divulgados pelo instituto após dados de alta de
alertas de desmatamento.
Em junho, a Folha mostrou que Salles quer
contratar uma empresa paulista de de
geoprocessamento Santiago & Cintra, que neste
ano já esteve ao menos duas vezes no ministério
para tratar do assunto.
Na Amazônia, a empresa foi contratada pelo
governo do Pará para fornecer imagens de 3
metros de resolução alertas e dados de
desmatamento, por meio do Centro Integrado de
Monitoramento Ambiental (Cimam).
O Observatório do Clima criticou a declaração do
ministro. Em nota, a organização afirmou que
houve “apenas ginástica retórica e botando a
culpa na mídia pela interpretação dos dados” na
fala de Salles.
O texto diz que Salles “fracassou quatro vezes”:
ao tentar “descredenciar o Inpe”; “não
apresentou nenhum dado alternativo aos do
sistema Deter, que divulga alertas de
desmatamento; não explicou o aumento da
devastação na Amazônia”; e “não disse o que vai
fazer para conter a explosão da devastação, que
é sua responsabilidade”
Data: 1º/08/2019
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Grupo de Comunicação
O Observatório critica ainda a intenção de criar
um novo sistema de monitoramento, afirmando
que “o que falta na Amazônia neste momento é
fiscalização e investimento em atividades
sustentáveis”.
Colaborou Gabriel Alves, de São Paulo
https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2019/0
7/salles-diz-que-dados-de-desmate-nao-sao-
corretos-mas-confirma-que-ha-aumento.shtml
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Data: 1º/08/2019
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Grupo de Comunicação
Governo prejudica imagem do país ao
questionar dados de desmatamento do Inpe
Salles afirmou, nesta quarta (31), que dados de
desmate não são corretos mas confirmou que há
aumento
Rubens Valente
BRASÍLIA
Ao fazer pesadas críticas sobre o atual sistema
de acompanhamento do desmate no Brasil por
satélite, o presidente Jair Bolsonaro e o ministro
Ricardo Salles (Meio Ambiente) concorrem para
prejudicar a imagem do país no exterior.
O sistema desenvolvido ao longo de três décadas
pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais) e órgãos como o Ibama e o MMA
(Ministério do Meio Ambiente) é considerado por
organismos internacionais um exemplo positivo
do Brasil em matéria de meio ambiente,
especialmente pela transparência, um dos pontos
agora atacados pelo governo.
Salles fez uma série de ataques nesta quarta-
feira (31) aos dados do Deter-B (Detecção de
Desmatamento em Tempo Real), uma parceria
entre Inpe, MMA e Ibama, sem explicar que ele
foi criado para auxiliar o trabalho de fiscalização
e de outros órgãos ambientais estaduais e
produzir uma informação preliminar que indica
uma tendência mas não é tomada como o
número final anual do desmatamento. O papel
dele nunca foi medir o desmatamento.
O ministro não explica que desde a primeira
versão do programa, o Deter-A, de 2004, os
pesquisadores e analistas das imagens sabem
que ele não pode ser tomado ao pé da letra e
que isso fica para um segundo programa, o
Prodes, que usa outro satélite com melhor
resolução.
O Deter-B, porém, indica e antecipa tendências
fundamentais para a atuação da fiscalização
ambiental. É possível saber em qual município a
fiscalização deve atuar com mais ênfase. E sabe-
se que o número final do Prodes costuma
acompanhar a tendência já indicada pelo Deter-
B.
Para acompanhar o desmatamento, hoje o Brasil
se vale de imagens produzidas por dois satélites
estrangeiros. O indiano IRS, que trabalha com
uma resolução espacial de 64 e 56 metros,
abastece o sistema Deter-B, e o norte-americano
Landsat 8 (resolução de 20 metros) é utilizado
pelo Prodes (Projeto de Monitoramento do
Desflorestamento na Amazônia Legal), que é
divulgado anualmente, considerando como "ano
fiscal" o período de agosto a julho.
Após o final da coleta das informações até 31 de
julho, o Prodes processa e gera dados
preliminares que são apresentados de outubro a
novembro de cada ano. Publicações científicas
indicam uma correspondência de
aproximadamente 83% entre os dados do Deter-
B e os finais do Prodes. Eliminar o Deter-B seria
podar todo um processo de monitoramento e
estudos não só do Brasil, mas da imprensa, da
academia e de órgãos oficiais de todo o mundo.
O uso dos satélites da família Landsat data de
1987. Ao longo dessas décadas, o Brasil foi
construindo sua credibilidade fundada na
transparência dos dados. Hoje qualquer
pesquisador pode acessar e verificar os dados do
Deter-B e do Prodes. Todos os anos, sempre
antes das reuniões internacionais da Convenção
do Clima da ONU (Organização das Nações
Unidas), o Brasil divulga seu Prodes. Essa medida
reforça a disposição do Brasil em ver seus
resultados analisados e discutidos em relação à
redução dos efeitos de gases-estufa decorrentes
do desmatamento.
A ampla divulgação elevou, ao longo dos anos, a
voz do Brasil em fóruns internacionais sobre meio
ambiente. E ela foi acompanhada de medidas
práticas. Desde 2004, quando o Deter entrou em
operação, a área desmatada desabou de 27 mil
km2 ao ano para cerca de 5 mil em 2016 —o país
é considerado um dos que mais contribuiu para a
redução de gases do efeito estufa no planeta.
https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2019/0
7/governo-prejudica-imagem-do-pais-ao-
questionar-dados-de-desmatamento-do-
inpe.shtml
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Data: 1º/08/2019
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Grupo de Comunicação
Mônica Bergamo: STF vê com ressalvas
portaria de Moro para deportar estrangeiros
Um dos pontos que mais chama a atenção é o
que estabelece que o alvo do pedido terá 48
horas para apresentar a sua defesa
A portaria baixada por Sergio Moro que permite a
deportação sumária de estrangeiros “perigosos”
do Brasil está sendo vista com ressalvas no STF
(Supremo Tribunal Federal). Um dos pontos que
mais chama a atenção é o que estabelece que o
alvo do pedido terá 48 horas para apresentar a
sua defesa.
EXPRESSO
Em 48 horas, afirmam ministros, a pessoa não
consegue encontrar um advogado, esclarecer as
denúncias de que é acusada e apresentar uma
defesa formal.
MUITA CALMA
A deportação ordinária, prevista na Lei de
Migração, concede um prazo de 60 dias para o
acusado.
SINAL AMARELO
Moro está preocupado com a tramitação da
proposta na Câmara dos Deputados, onde ela
será primeiro apreciada e também sofre
resistência.
ME CONTA
O deputado Paulo Teixeira (PT-SP) protocolou
uma carta para Jair Bolsonaro na quarta (31), no
Palácio do Planalto. Nela, o parlamentar pergunta
se o presidente sabe “onde está o Queiroz”.
FICHA
Fabrício Queiroz, amigo de Bolsonaro e ex-
assessor de Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), se
mantém longe dos holofotes depois do escândalo
em que aparece movimentando, de forma
atípica, R$ 1,2 milhão —e depositando R$ 24 mil
na conta de Michele Bolsonaro, mulher do
presidente.
TUDO CLARO
“Encontra-se desaparecido o senhor Fabrício
Queiroz, amigo próximo de Vossa Excelência”, diz
Teixeira. “O aparecimento dele poderá esclarecer
a origem e o destino do dinheiro movimentado”,
o que seria “de suma importância” para o
esclarecimento das investigações.
PARA SEMPRE
A lista virtual de presentes do casamento de
Camila, filha do ex-presidente da Câmara,
Eduardo Cunha, tem desde uma frigideira de R$
93 a uma geladeira de R$ 3 mil —passando por
uma “lingerie para a noite de núpcias” de R$
300.
DE LONGE
Cunha, que está preso no Rio de Janeiro, pediu
autorização para ir à cerimônia, no sábado, em
São Paulo. A Justiça negou.
MULHERES NA MÚSICA
Barbara Sturm, idealizadora do selo Elas, será a
curadora da segunda edição do Foco Nelas, que
reunirá mulheres representantes do setor da
música em quatro painéis; o evento ocorre no dia
21 de agosto no MIS, em SP.
DEUS...
Paulistas agora têm um dia “para que se torne
hábito orar, e não criticar, autoridades
constituídas no estado de SP e por toda a nação
brasileira”. É do Dia de Oração pelas Autoridades
da Nação, como explica o deputado Reinaldo
Alguz (PV) na lei que criou a homenagem no
calendário oficial do estado.
...NOS ACUDA
A data será celebrada na terceira segunda-feira
de cada mês. “É comum ouvirmos críticas a
respeito de nossos governantes e políticos em
geral”, afirma o parlamentar. “Oramos para que
os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário
cumpram os seus papéis com excelência.” A lei
foi promulgada pelo governo de SP na quarta
(30).
SOM E PALCO
Data: 1º/08/2019
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Grupo de Comunicação
O cantor Jorge Vercillo se apresentou no Teatro
Porto Seguro, em São Paulo, na terça-feira (30).
O guitarrista Vini Vercillo, filho do artista,
compareceu, assim como o músico John Herbert
Jr. e o DJ Rick Dub.
CORRIDA
Até agora, dois filmes se candidataram para
representar o Brasil no Oscar em 2020:
“Bacurau”, de Kleber Mendonça Filho e Juliano
Dornelles, e “Los Silencios”, de Beatriz Seigner.
As inscrições começaram no dia 2 de julho e vão
até 16 de agosto.
CARA A CARA
Atores como Pascoal da Conceição, Cassio
Scapin, Beth Araújo e Laila Garin vão interpretar
personagens históricas no espetáculo itinerante
“Grande Cortejo da Memória Paulistana”. Eles
serão Mário de Andrade, Adoniran Barbosa,
Marquesa de Santos e Elis Regina,
respectivamente.
PERCURSO
O grupo vai conduzir o público por pontos como o
Solar da Marquesa, a praça da Sé e o Theatro
Municipal. O evento integra a Jornada do
Patrimônio, da Secretaria Municipal de Cultura de
SP.
OPINE AQUI
A Prefeitura de SP inicia nesta quinta (1º) a
consulta pública sobre o Plano Diretor do parque
Ibirapuera. As minutas serão disponibilizadas
online. A versão final do documento deve ser
publicada até setembro.
ACORDES
A jornalista Leda Nagle foi ao show “Fogueira em
Alto Mar”, da cantora Ana Carolina, no Tom
Brasil, na semana passada. A cantora Tiê e a
promoter Carol Sampaio também passaram por
lá.
CURTO-CIRCUITO
A Associação Paulista Viva doará 19 bicicletas
para a Polícia Militar de São Paulo. Na quinta
(1º), às 10h.
A banda Pietá estreia turnê em SP com
participação de Josyara. Às 22h, no Mundo
Pensante.
Conflitos envolvendo influenciadores digitais
como Antonio Tabet, do Porta dos Fundos, Felipe
Neto e políticos são algumas das histórias
contadas no livro “O Clube dos Youtubers”, de
Filipe Vilicic. A obra será lançada na terça (6).
com Bruna Narcizo, Bruno B. Soraggi, Gabriel
Rigoni E Victoria Azevedo
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/monicabe
rgamo/2019/08/stf-ve-com-ressalvas-portaria-
de-moro-para-deportar-estrangeiros.shtml
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Data: 1º/08/2019
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Grupo de Comunicação
ESTADÃO Alertas do Inpe indicam alta de 40% em
desmate na Amazônia; governo contesta
Consolidado de 12 meses é feito com base em
dados do Deter; tendência foi confirmada pelo
balanço oficial nos outros anos. Ministro Ricardo
Salles diz que números são interpretados de
forma ‘equivocada’
Giovana Girardi, O Estado de S. Paulo
SÃO PAULO - Depois de passar quase duas
semanas dizendo que os dados de desmatamento
da Amazônia são mentirosos, o governo Jair
Bolsonaro reconheceu nesta quarta-feira, 31, que
a taxa está em alta, mas afirmou que os
números que vieram à tona nos últimos dias
foram uma interpretação equivocada. O
presidente anunciou no sábado que haveria uma
“surpresa” nos números e nesta quarta chegou a
dizer que apresentaria o “dado real”. Mas o
ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles,
encerrou o dia sem trazer os tais dados e dizendo
apenas que os “porcentuais interpretativos
cairão.”
O período em que a taxa anual do desmatamento
é medida se encerrou nesta quarta (de 1.º de
agosto de um ano a 31 de julho do ano
seguinte), e dados de alertas disponíveis no site
do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(Inpe) indicam que a perda da vegetação este
ano pode ter sido bem maior que no ano
anterior. O agregado de alertas feitos pelo Deter
– o sistema de detecção em tempo real – aponta
alta de 40% ante o mesmo período do ano
anterior. Os satélites observaram uma perda até
esta quarta-feira de 5.879 km² da floresta, ante
4.197 km² entre 2017 e 2018, considerando
somente o desmatamento com solo exposto.
Alertas do Inpe indicam alta de 40% em desmate
na Amazônia; governo contesta
A alta de desmate indicada pelos alertas do Inpe
tem sido observada por outros sistemas de
monitoramento Foto: Tiago Queiroz/Estadão
Os valores começaram a subir mais do que nos
últimos anos a partir de maio. Julho, segundo o
Deter, trouxe a maior perda em um mês desde
2015. Até esta quarta, o desmatamento
observado foi de 1864,2 km² – um valor 212%
mais alto que julho de 2017. É mais do que a
área da cidade de São Paulo, que tem cerca de
1.500 km². Considerando essa medida, o
agregado do ano é de 6.443 km², contra 4.572
km² no ano anterior.
Os números acendem um sinal vermelho. O
Deter fornece dados diariamente ao Ibama e às
secretarias estaduais de Meio Ambiente para
orientá-las na fiscalização. O sistema observa
situações como desmatamento com solo exposto,
desmatamento com vegetação, limpeza para
mineração, degradação. Considerando os três
primeiros pontos, que realmente indicam a perda
da floresta, o chamado corte raso, chega-se a
esses números de julho.
Mais rápido, porém com resolução menor, o
Deter funciona como indicador do que um outro
sistema, o Prodes, deve mostrar até o fim do
ano. Este sim é o monitoramento que fornece a
taxa anual oficial da perda da vegetação na
Amazônia. Nas últimas semanas, a gestão
Bolsonaro, repercutindo análises de junho,
começou a criticar o Inpe e chegou a dizer que os
dados são mentirosos, que o diretor do Inpe,
Ricardo Galvão, estaria “a serviço de alguma
ONG” e que a divulgação dos números prejudica
o País.
“Dado real”. Nesta quarta-feira, 31, o presidente
falou duas vezes sobre o assunto. No fim da
manhã, disse que à tarde seria divulgado o “dado
real” do desmate. “Foi uma variação muito
abrupta. Alguma coisa aconteceu. E a
desconfiança nossa é por aí, que existem dados
Data: 1º/08/2019
41
Grupo de Comunicação
lá que são alertas de desmatamento. Alerta não
é desmatamento”, disse.
Algumas horas depois, afirmou que não seria
divulgado nada e que, após o Inpe dizer que há
“suspeita” de desmatamento, alguém do Ibama
deveria “ir lá e comprovar”. O presidente ainda
disse que os números não podem ser jogados.
“Vão ser compilados agora. Vai ser discutido com
todo mundo para passar exatos para todo
mundo.”
Um pouco depois, o ministro do Meio Ambiente,
Ricardo Salles, se manifestou. Ele havia acabado
de sair de uma reunião com o ministro da
Ciência, Marcos Pontes, técnicos do Inpe e um
diretor do Ibama, onde ouviu explicações de
como os sistemas de monitoramento funciona.
“O desmatamento vem aumentando desde 2012.
Tem aumento de desmatamento, precisamos ver
agora como coibir”, admitiu Salles. Mas disse que
a elevação de 88% observada nos alertas em
junho tinha sido interpretação de “jornalistas,
técnicos e ditos especialistas” para produzir
“impacto midiático”. Também alegou que há,
entre os dados, alertas duplicados ou desmates
de mais de um ano que só foram vistos agora.
Segundo ele, a elevação de 88% foi “reconhecida
por todos (na reunião) que não reflete a
realidade”.
"Hoje verificamos na reunião que foi feita entre o
Inpe e o Ibama de que há áreas que estão sendo
creditadas como agora e que não são de agora,
são do ano passado. Portanto se você puder
deduzir essas áreas, certamente esses
porcentuais interpretativos cairão", afirmou
Salles.
Diretor do Inpe diz não ter dúvida sobre alta no
desmate
Ao Estado, o diretor do Inpe, Ricardo Galvão,
afirmou que todos os dados apresentados por
Salles foram contra-argumentados pelos
técnicos. Ele reconheceu que às vezes um alerta
pode não se confirmar depois como um real
desmatamento, mas que, em geral, os sinais
demonstrados pelo Deter são confirmados depois
pelo Prodes. Se um aponta alta, o outro
provavelmente confirmará a mesma alta depois.
O Deter, frisou, assim como fizeram os técnicos
na reunião, não traz a taxa oficial de
desmatamento. Ele é usado para orientar a
fiscalização – a ideia é que os órgãos possam ir a
campo para conseguir deter uma devastação em
curso –, mas permite entender a tendência do
que está ocorrendo no campo.
“Não significa que os 40% de alta vistos pelos
alertas vão depois significar uma alta de 40% no
Prodes. Os sistemas são diferentes. É como se
um olhasse com uma câmera mais aberta e o
outro focasse mais. Mas há correlação em torno
de 82%. Vai ter alta neste ano com o Prodes, não
tenho a menor dúvida”, diz ele, que está no Inpe
desde 1970 e cumpre mandato à frente do órgão
até 2020.
Em geral, o Deter mostra um valor menor do que
de fato o Prodes vai constatar. Entre agosto de
2017 e julho do ano passado, por exemplo, o
Prodes mediu 7.536 km² de desmatamento – o
Deter tinha visto um corte raso de 4.572 km².
Nunca ocorreu de o Deter mostrar algo maior do
que o Prodes constatou de fato depois.
Ocorre que justamente por ser mais ágil, o
sistema têm algumas limitações. A resolução de
suas imagens é de 64 metros, ante 30 metros do
Prodes. E o satélite leva 5 dias para fazer
imagens de um mesmo local, ante 16 dias no
caso do Prodes.
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42
Grupo de Comunicação
Se por acaso uma dada região estiver com
muitas nuvens ao longo desses cinco dias, o
Deter pode não ver algo naquele local em um
determinado mês. E ver no mês seguinte. Por
isso a comparação mês a mês costuma não ser
recomendada.
O valor em si da vegetação perdida, porém, é
altamente confiável – tem uma taxa de acerto de
mais de 90%. Os dados do Inpe também são
transparentes e podem ser checados por quem
quiser ver. São publicados em revistas científicas
e usadas por pesquisadores do mundo inteiro.
Outros sistemas de monitoramento também
apontam alta de desmate
A alta de desmate indicada pelos alertas do Inpe
tem sido observada por outros sistemas de
monitoramento da Amazônia desde 2018. É o
caso do Global Land Analysis & Discover, da
Universidade de Maryland (EUA); do sistema da
ONG Imazon; e do MapBiomas, iniciativa de
universidades e ONGs que trabalha com os três
dados anteriores e também com os de um
monitoramento feito pelo Ministério da Defesa.
De acordo com o engenheiro florestal Tasso
Azevedo, coordenador do MapBiomas, a taxa de
desmatamento não só está crescendo, como esse
aumento está acelerando a partir de maio. E os
cortes estão ocorrendo de modo mais ousado.
Como os dados do Deter são abertos para
consulta por outras fontes, o MapBiomas faz um
trabalho de validá-los. Ou seja, faz uma
checagem das informações com imagens de
satélite de mais alta resolução. Ele fez isso, por
exemplo, com a área que o Deter apontou como
o maior desmatamento dos últimos meses. Um
polígono de 32 km² em Altamira.
“Analisamos as imagens, cruzamos com dados do
Cadastro Ambiental Rural e vimos que se trata de
corte ilegal, ocorrido ao longo de 70 dias. Não
havia autorização para ele ser feito. Uma área
quase do tamanho da Floresta da Tijuca (no
Rio)”./ Colaboraram Camila Turtelli, Mariana
Haubert, Julia Lindner E Tulio Kruse
https://sustentabilidade.estadao.com.br/noticias/
geral,alertas-do-inpe-indicam-alta-de-40-em-
desmate-na-amazonia-governo-
contesta,70002950037
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Data: 1º/08/2019
43
Grupo de Comunicação
Sonia Racy: Títulos a juro negativo no
mercado mundial batem em US$ 13,6
trilhões
Oportunidade única?
O Itaú Asset Management fez circular ontem
impactante gráfico mostrando a quantidade, em
trilhões de dólares, de títulos espalhados pelo
mundo que estão “pagando” juros… negativos.
No início de 2014, esses papéis simplesmente
não existiam e hoje representam 25% dos títulos
disponíveis globalmente – nada menos que
“assustadores” US$ 13,65 trilhões.
Resultado: muito dinheiro em uma busca
desesperada por… retorno.
Oportunidade 2
Nessa situação, investidores aceitam mais riscos.
Compram ativos caros, entram mais em venture
capital, preços de empresas de tecnologia estão
subindo e põem mais dinheiro em países com
maior risco político ou econômico. “A história do
capitalismo viu isso várias vezes”, lembra
investidor de peso, desconfiando da formação de
nova bolha nos mercados.
Será? “O ser humano esquece depressa e sempre
acha que não vai acontecer de novo”.
Oportunidade 3
O Brasil, com taxa de juros básica de 6,5% ao
ano, ainda não está aproveitando essa onda
supersônica de liquidez. O capital externo, ao
que se apurou, está em compasso de espera
olhando a aprovação das necessárias reformas.
Oportunidade 4
É consenso que os juros cairão no País no
segundo semestre – o que, teoricamente,
incentivaria a retomada do crescimento
econômico. “Não vai acontecer. A ociosidade é
grande nas empresas. Portanto, empregos novos
somente a partir de 2020”, avisa conhecido
banqueiro.
O País precisa mesmo é de… novos
investimentos.
Tô nem aí?
Nem Bolsonaro nem a Câmara se deram ao
trabalho de indicar o nome a que têm direito
para ocupar as duas cadeiras vazias na Comissão
Nacional dos Mortos e Desaparecidos.
Trata-se da mesma comissão que, no último dia
24, divulgou atestado de óbito de Fernando
Santa Cruz informando que ele morreu de forma
“violenta”, “causada pelo Estado brasileiro”, em
1974.
Admirável mundo
Tendo em vista a parceria entre Uol e Paypal, o
Grupo Globo – para entrar na guerra das
“maquininhas” – se juntou à fintech Stone.
No script
Entre as intenções da nova direção da TV
Cultura, segundo se apurou, está a de implantar
uma programação, no período da tarde, que
permita montar um link de transferência de
telespectadores entre os programas infantis e a
grade adulta.
Induzindo seu público – de maneira mais
gradual– a fazer essa migração de faixa.
Script 2
E como parte desse “choque de gestão” para
tornar o canal menos dependente de recursos
públicos já está contratado um diretor comercial:
Carlos Henrique Nascimento, ex-Globo.
Aliás, toda a nova diretoria da Cultura vem de
rádio e TV.
https://cultura.estadao.com.br/blogs/direto-da-
fonte/90130-2/
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Data: 1º/08/2019
44
Grupo de Comunicação
Supremo deve manter demarcação com
Funai
Corte pode impor nova derrota ao governo, que
transferiu atribuição à Agricultura
Rafael Moraes Moura e Amanda Pupo, O Estado
de S. Paulo
Brasília - O Supremo Tribunal Federal, que
retoma suas atividades nesta quinta-feira, 1,
deverá manter a demarcação de terras indígenas
com a Fundação Nacional do Índio (Funai),
vinculada ao Ministério da Justiça, segundo
integrantes da Corte ouvidos reservadamente
pela reportagem. A controvérsia é alvo de quatro
ações ajuizadas por partidos políticos – PSB,
Rede Sustentabilidade, PT e PDT.
A discussão sobre a demarcação de terras
indígenas pode marcar a segunda derrota
imposta pelo Supremo ao governo de Jair
Bolsonaro. A primeira foi em junho deste ano,
quando o tribunal decidiu, por unanimidade,
colocar limites à extinção de conselhos pelo
Palácio do Planalto. Os ministros determinaram
naquela ocasião que o governo federal não pode
extinguir conselhos que tenham sido criados por
lei.
Agora, os integrantes do STF vão decidir se
referendam ou não uma liminar concedida pelo
ministro Luís Roberto Barroso. Em junho, Barroso
deu uma decisão monocrática (individual)
suspendendo trecho de uma nova medida
provisória que transferia a demarcação para o
Ministério da Agricultura.
O tema já foi alvo de idas e vindas e expõe as
tensões na relação do Palácio do Planalto com o
Congresso Nacional e o STF.
Ao assumir o comando do governo, em janeiro, o
presidente Jair Bolsonaro editou uma medida
provisória que reestruturava o governo e
transferia a demarcação de terras indígenas para
o Ministério da Agricultura. O texto foi aprovado
pelo Congresso Nacional, mas com alterações –
uma delas foi justamente manter essa
responsabilidade com a Funai.
Após a derrota parcial no Parlamento, o governo
contrariou o Congresso e editou uma nova
medida provisória, em uma nova tentativa de
deixar com a pasta da Agricultura a demarcação,
o que foi suspenso por Barroso. A mudança da
transferência da demarcação é um pedido da
Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), uma
das maiores bancadas do Congresso.
“A MP 886/2019 reedita a norma rejeitada pelo
Congresso Nacional e o faz na mesma sessão
legislativa em que ela vigorou e na qual foi
rejeitada, o que configura violação ao teor literal
do artigo 62 da Constituição, bem como ao
princípio da separação dos poderes”, escreveu
Barroso na decisão em junho.
Em manifestação enviada ao STF, a Advocacia-
Geral da União (AGU) – que defende os
interesses do governo federal – afirmou que a
demarcação de terras indígenas no Brasil tem
sido feita “sem nenhum planejamento
estratégico” e sofrido “pressão” de grupos sociais
e políticos, brasileiros ou internacionais. A AGU
alega que a insuficiência de recursos humanos e
orçamentários da Funai prejudica o andamento
do processo de identificação, delimitação e
demarcação de terras indígenas.
Negócio. Na última segunda-feira, o presidente
Jair Bolsonaro disse que a demarcação de terras
indígenas está “inviabilizando o nosso negócio”.
“O Brasil vive de commodities, daqui a pouco o
homem do campo vai perder a paciência e vai
cuidar da vida dele. Vai vender a terra, aplicar
aqui ou lá fora, e cuidar da vida dele. A gente vai
Data: 1º/08/2019
45
Grupo de Comunicação
viver do quê? O que nós temos aqui além de
commodities?”, questionou o presidente.
Na mesma entrevista, Bolsonaro voltou a afirmar
que pretende legalizar o garimpo no País, o que
inclui a liberação da atividade em terras
indígenas. Também questionou o fato de que as
terras indígenas demarcadas no Brasil ficam em
áreas “riquíssimas” e disse que organizações não
governamentais (ONGs) estrangeiras querem “ter
para si a soberania da Amazônia”.
No último sábado, 27, Bolsonaro disse que por
pensar dessa forma está enviando seu filho
Eduardo Bolsonaro para embaixador nos Estados
Unidos. “Estou procurando o primeiro mundo
para explorar essas áreas em parceria e
agregando valor. Por isso, a minha aproximação
com os Estados Unidos. Por isso, eu quero uma
pessoa de confiança minha na embaixada dos
EUA... quero contato rápido com o presidente
americano”, afirmou na ocasião.
https://politica.estadao.com.br/noticias/geral,sup
remo-deve-manter-demarcacao-com-
funai,70002950012
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Data: 1º/08/2019
46
Grupo de Comunicação
VALOR ECONÔMICO Petrobras deve ter lucro maior que R$ 20 bi
Por André Ramalho, Rodrigo Polito, Camila Maia e
Marcelle Gutierrez | Do Rio e de São Paulo
A Petrobras deve reportar hoje os resultados
financeiros do segundo trimestre com números
impulsionados por seu programa de
desinvestimentos. A expectativa é que os R$
31,5 bilhões levantados com a venda da
Transportadora Associada de Gás (TAG) para a
Engie mais que compensem efeitos da queda de
produção e venda de derivados no trimestre.
O Santander estima o lucro líquido da estatal em
cerca de R$ 22,3 bilhões, enquanto o Credit
Suisse projeta lucro de R$ 21,8 bilhões, ante R$
10,072 bilhões no mesmo período de 2018 e R$
4,031 bilhões no primeiro trimestre deste ano.
Contribuíram também a conclusão da venda da
refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, e os
acordos de venda de campos terrestres.
https://www.valor.com.br/empresas/6373335/pe
trobras-deve-ter-lucro-maior-que-r-20-bi
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Data: 1º/08/2019
47
Grupo de Comunicação
Venda da TAG puxa lucro da Petrobras para
cima
Por André Ramalho, Rodrigo Polito, Camila Maia e
Marcelle Gutierrez | Do Rio e de São Paulo
A Petrobras deve reportar hoje, após o
fechamento do mercado, os resultados
financeiros do segundo trimestre com números
impulsionados por seu programa de
desinvestimentos. A expectativa é que os R$
31,5 bilhões levantados com a venda da
Transportadora Associada de Gás (TAG) para a
Engie alavanquem o balanço da petroleira e
ajudem a compensar os efeitos da queda de
produção e da venda de derivados no trimestre.
O Santander estima que a venda da TAG ajude a
elevar o lucro líquido da estatal para cerca de R$
22,3 bilhões, enquanto o Credit Suisse projeta
um lucro de R$ 21,8 bilhões, puxado
"substancialmente" pelos desinvestimentos. Para
efeitos de comparação, os ganhos da companhia
totalizaram R$ 10,072 bilhões no segundo
trimestre de 2018 e R$ 4,031 bilhões no primeiro
trimestre deste ano.
Não só a alienação da transportadora de gás
contribuirá para os resultados da Petrobras.
Outros efeitos não recorrentes devem ser
contabilizados no balanço do segundo trimestre,
como a conclusão da venda da refinaria de
Pasadena, nos Estados Unidos, para a Chevron,
no valor de US$ 467 milhões (cerca de R$ 1,8
bilhão).
A assinatura dos acordos com a Petronas - para a
venda do campo de Tartaruga Verde e do módulo
III de Espadarte - e com a Petrorecôncavo - para
venda de 34 campos terrestres no Rio Grande do
Norte - garantiu, em abril, a entrada imediata de
US$ 287,5 milhões (cerca de R$ 1 bilhão) no
caixa. O restante das parcelas (US$ 1,39 bilhão)
ainda depende da conclusão dos dois negócios.
Fora isso, os resultados do segundo trimestre
também devem incorporar os R$ 265 milhões
recebidos da Braskem, em decorrência de acordo
de leniência celebrado com a Controladoria-Geral
da União (CGU) e a Advocacia-Geral da União
(AGU). Do lado negativo, a Petrobras pagou, em
junho, US$ 700 milhões relacionados à
arbitragem movida, nos Estados Unidos, pela
operadora de sondas Vantage.
O Credit Suisse prevê que, com o plano de
vendas concluídos, a Petrobras consiga reduzir
sua dívida líquida dos US$ 68 bilhões registrados
no primeiro trimestre para US$ 59 bilhões.
Entre os fatores recorrentes, a previsão é que as
receitas líquidas recuem no período, puxadas
pelo desempenho operacional mais fraco e pelos
preços mais baixos para o barril do petróleo, na
comparação anual. O Credit espera uma queda
de 4% nas receitas, ante igual período do ano
passado, enquanto Santander estima uma
redução de 1% e o UBS, um recuo de 0,7%. Já
para o Ebitda (lucros antes de juros, impostos,
depreciação e amortização), as perspectivas são
de crescimento, segundo projeções das mesmas
instituições.
Conforme relatório divulgado na última semana,
a Petrobras fechou o segundo trimestre com uma
queda de 1% em sua produção total de óleo e
gás, ante igual período do ano passado. Ao todo,
a empresa produziu, em média, 2,633 milhões de
barris diários de óleo equivalente (BOE/dia) entre
abril e junho.
Apesar do aumento gradual da produção das
plataformas que entraram em operação desde o
ano passado nos campos de Búzios (P-74, P-75,
P-76 e P-77) e Lula (P-67 e P-69), no pré-sal da
Bacia de Santos, os dados operacionais foram
impactados pelos desinvestimentos feitos ao
longo dos últimos 12 meses, pelas paradas de
manutenção e pelo declínio de produção dos
Data: 1º/08/2019
48
Grupo de Comunicação
campos do pós-sal. A queda operacional fez a
companhia, inclusive, rever sua meta de
produção para este ano, dos 2,8 milhões de
BOE/dia inicialmente projetados para 2,7 milhões
de BOE/dia.
As vendas de derivados da Petrobras também
recuaram no segundo trimestre. As refinarias da
estatal comercializaram, em média, 1,745 milhão
de barris/dia entre abril e junho, o que
representa uma retração de 2,6% frente a igual
período de 2018.
https://www.valor.com.br/empresas/6373045/ve
nda-da-tag-puxa-lucro-da-petrobras-para-cima
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Data: 1º/08/2019
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Grupo de Comunicação
Consumo de energia fica estável em junho Por Rodrigo Polito | Do Rio
O baixo desempenho da atividade econômica
contribuiu para o consumo de energia do país em
junho permanecer no mesmo nível do apurado
em igual mês do ano passado. De acordo com
dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE)
divulgados ontem, o consumo de energia somou
38.213 gigawatts-hora (GWh) em junho,
praticamente estável (0,2%), ante igual período
de 2018. No acumulado do primeiro semestre
deste ano o consumo cresceu 1,7%, totalizando
242.092 GWh.
O segmento industrial registrou consumo de
13.760 GWh em junho, praticamente em linha
(0,3%), em relação a igual mês de 2018. No
primeiro semestre, porém, consumo da categoria
recuou 1%, para 83.025 GWh.
"Em relação à conjuntura econômica das
indústrias, a ociosidade do parque produtivo
continuou elevada em junho, em torno de 25%,
sem sinalização aparente de evolução imediata",
informou a EPE, em relatório.
Com relação ao setor residencial, o consumo em
junho ficou em 10.877 GWh, com queda de 1,7%
em relação a igual mês do ano passado. O
resultado foi motivado principalmente pela queda
das temperaturas neste ano. No primeiro
semestre, porém, o consumo cresceu 3,2% em
relação à primeira metade do ano passado,
somando 72.181 GWh.
No setor de comércio e serviços, o consumo
alcançou 7.118 GWh em junho, com alta de
3,4%. No primeiro semestre, o consumo avançou
4,2%, para 47.113 GWh.
Outro boletim divulgado ontem pelo Operador
Nacional de Energia Elétrica (ONS) indicou a
mesma situação diagnosticada pela estatal
energética. A carga (consumo mais perdas) de
energia no país em junho somou 63.796
megawatts (MW) médios, com alta de 0,4% em
relação a igual mês do ano passado. Na
comparação com maio deste ano, a carga recuou
4,8%. E, no acumulado dos últimos 12 meses
encerrados em junho, a carga apresentou
crescimento de 2,4%, ante igual período
anterior.
Segundo o ONS, o menor número de dias úteis
em junho deste ano, em relação a igual mês de
2018, e o baixo dinamismo da atividade
econômica foram os principais motivos para o
desempenho da carga em junho. "Cabe ressaltar
que a economia segue operando com alto nível
de ociosidade dos fatores de produção, refletido
nos baixos índices de utilização da capacidade da
indústria e, principalmente, na taxa de
desemprego", explicou o operador no boletim.
A região Sul foi a única que registrou queda (-
1,7%) na comparação anual, totalizando uma
carga de 10.759 MW médios, devido também à
situação econômica, informou o ONS.
https://www.valor.com.br/brasil/6373329/consu
mo-de-energia-fica-estavel-em-junho
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Data: 1º/08/2019
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Grupo de Comunicação
Bolsonaro tem incontinência verbal, diz FHC
Por Cristiane Agostine | De São Paulo
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso
criticou ontem o presidente Jair Bolsonaro por ter
"incontinência verbal", "desprezo aos limites do
bom senso", e por dar "vazão a rompantes
autoritários". Segundo FHC, declarações recentes
de Bolsonaro, como o ataque público ao
presidente da Ordem dos Advogados do Brasil
(OAB), Felipe Santa Cruz, prejudicam o Brasil e
colocam em xeque a credibilidade do país.
Fernando Henrique usou o Twitter para registrar
suas críticas a Bolsonaro. " O Pr [presidente]
despreza os limites do bom senso por sua
incontinência verbal. Contraria documentos
oficiais sobre o pai do presidente da OAB e dá
vazão a rompantes autoritários. Prejuízo para ele
e para o Brasil: gostemos ou não foi eleito. O que
diz repercute e afeta nossa credibilidade",
afirmou o ex-presidente.
Nesta semana, Bolsonaro disse que os arquivos
oficiais sobre mortos na ditadura militar são
"balela", afirmou que não acredita na Comissão
Nacional da Verdade e disse que o estudante
Fernando Santa Cruz, pai do atual presidente da
OAB, Felipe Santa Cruz, teria sido morto na
ditadura por militantes de esquerda. Ao falar
sobre Fernando Santa Cruz, Bolsonaro foi irônico:
"Se o presidente da OAB quiser saber como o pai
desapareceu no período militar, eu conto para
ele", afirmou o presidente, gerando críticas até
de seus aliados. Documentos oficiais desmentem
essa tese e reconhecem que Fernando foi morto
pelo Estado brasileiro, aos 26 anos, "de forma
violenta, "no contexto da perseguição sistemática
e generalizada" aos opositores do regime militar.
Ontem, o presidente da OAB acionou o Supremo
Tribunal Federal para pedir esclarecimentos de
Bolsonaro em relação às declarações sobre a
morte de seu pai.
Nas últimas semanas, o presidente tem feito
declarações de tom preconceituoso e com
conteúdo falso. Atacou governadores do
Nordeste, o Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (Inpe) e disse que "falar que se passa
fome no Brasil é uma grande mentira". Bolsonaro
ameaçou prender o jornalista Glenn Greenwald,
do "The Intercept Brasil", mesmo sem especificar
o suposto crime cometido.
https://www.valor.com.br/politica/6373263/bolso
naro-tem-incontinencia-verbal-diz-fhc
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Data: 1º/08/2019
51
Grupo de Comunicação
O imposto único e a ilusão da simplicidade
Por Eduardo Fleury
A ideia do imposto único atrai pela ilusão da
simplicidade. O fato de o sistema tributário
brasileiro ser um dos mais complexos do mundo
facilita a venda desta ideia. A pretensa
simplicidade esconde uma série de perigos que
afetaria os negócios em geral e a estabilidade
fiscal.
A proposta defendida atualmente consiste na
aplicação de alíquota uniforme de 2,5% sobre o
débito e o crédito de movimentações financeiras,
totalizando 5% sobre cada pagamento. Neste
formato, o imposto único (IU) deveria arrecadar
valor suficiente para substituir a maioria dos
tributos existentes hoje no país. A cobrança seria
cumulativa, isto é, o imposto cobrado na etapa
anterior se transforma em custo compondo a
base do imposto na próxima etapa.
A teoria microeconômica diz que imposto
cumulativo é prejudicial à economia. Por que?
Simples, um produto será mais barato do que o
outro não em razão do seu custo ou eficiência na
produção, mas sim em vista do número de elos
da cadeia produtiva do bem. Explicando melhor:
a empresa investe para melhorar o processo
produtivo, contrata fornecedores qualificados e
eficientes, terceiriza a distribuição com empresa
de logística especializada, e aí vem o concorrente
verticaliza a produção e distribuição e ganha 5%
no preço. Na experiência brasileira, a primeira
empresa do setor a verticalizar será a menos
eficiente.
A cumulatividade também distorce a escolha do
consumidor, visto que gera preços artificialmente
maiores para produtos com cadeias produtivas
mais longas. Na escolha entre comprar um
produto ou outro, o consumidor compara o
preço/benefício de cada um deles (efeito
substituição). Com o preço elevado pela
cumulatividade e o benefício sendo o mesmo, a
cesta de bens escolhida pelo consumidor terá
benefício total menor do que teria com um
imposto não cumulativo que afeta igualmente o
preço dos bens.
As exportações também são afetadas pela
cumulatividade, pois exportaremos produtos com
o imposto cobrado em todas as etapas.
A aplicação do imposto único sobre a renda seria
bastante regressiva. Salários reduzidos seriam
tributados à mesma alíquota (5%) do que as
remunerações mais altas. Argumenta-se que,
ainda assim, a alíquota seria menor do que as
aplicadas para maior parte das faixas de renda
da tabela do IRPF. Temos um erro conceitual
aqui. O IR não é mais ou menos progressivo pelo
tamanho da alíquota, mas sim pela diferença
entre a maior e menor alíquota e pela distância
entre as faixas de renda. Portanto, um imposto
único a 5% atingindo todas as faixas de renda
seria regressivo.
Olhando para o efeito da cumulatividade na
cadeia produtiva podemos fazer o seguinte
exercício. Usando 5 etapas para cada cadeia
produtiva e considerando os preços de cada
etapa como 10, 30, 60, 80 e 100, chegamos à
conclusão que a carga do imposto único é de
14,85% na cadeia simulada. Assim, é razoável
afirmar que, à alíquota de 2,5%, a referida
cadeia teria uma carga inferior à atual e em
relação a um eventual IVA de alíquota de 25%.
Mesmo considerando que a incidência do imposto
único sobre salários, dividendos e juros arrecade
algo próximo de 5% do PIB, ainda ficaríamos
distante da carga tributária de 2017 (32,43%).
Além de regressivo, imposto único pode se
revelar ineficaz para arrecadar os recursos
necessários ao país
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Segundo os defensores da proposta, a tributação
da economia informal garantiria os recursos
adicionais necessários. Pesquisa do Instituto
ETCO e da FGV/Ibre calcula que a economia
informal corresponde a 16,6% do PIB (2017).
Sem levar em conta que os negócios não
formalizados evitam as transações bancárias, e
utilizando-se da simulação acima, a economia
informal arrecadaria algo próximo a 3,3% do PIB,
não sendo suficiente para atingir os 32,43%
necessários.
Uma outra forma de demonstrar que esta
alíquota seria insuficiente para arrecadar os
recursos necessários é utilizar os dados do Red
Book do BIS (Banco de Compensações
Internacionais). Esta pesquisa contém o valor
total de pagamentos que são realizados através
de instituições financeiras (cashless payments)
no Brasil. Este dado não inclui os pagamentos
entre instituições financeiras, que não eram
incluídos na CPMF e que não devem entrar na
base do imposto único.
O valor dos cashless payments poderia ser
considerado a base tributária do imposto único.
Para entender o quanto desta base pode
"responder" à cobrança do imposto, utilizaremos
metodologia semelhante à aplicada por Honohan
e Yoder (2011). Em 2007, último ano da CPMF, a
alíquota de 0,38% aplicada sobre o valor dos
cashless payments equivaleria a R$ 63,39
bilhões. No entanto, o valor efetivamente
arrecadado foi de R$ 36,32 bilhões. A resposta
da alíquota aplicada à base foi, então, de 57%.
Cabe ressaltar que para o ano de 2007, os dados
do BIS estão incompletos e, desta forma, o grau
de resposta pode ser ainda menor.
Para 2017, aplicando-se a alíquota de 5% sobre
a base e considerando o grau de resposta de
57%, teríamos uma arrecadação de R$ 1,366,53
trilhão, correspondente a uma carga de 20,83%
do PIB, abaixo dos 32,43%. Precisaríamos de
uma alíquota de 7,78% (3,89% aplicado tanto
para o débito e crédito) para gerar os recursos
necessários.
Com uma alíquota de 7,78% as distorções
mencionadas neste texto seriam piores ainda e a
carga sobre a cadeia produtiva simulada
(23,88%) já praticamente se igualaria com a de
um IVA a 25%, com a vantagem que o IVA não
gera distorções.
Adicionalmente, com uma alíquota mais elevada
haveria um incentivo ainda maior para que os
agentes econômicos fugissem da base do
imposto. Utilizando-se os dados do BIS, podemos
verificar que o volume dos noncash payments
corresponde a 7,3 vezes o PIB brasileiro. Países
como Itália (5,1), Turquia (4,7), Suécia (3,6),
Canadá (3,2) e Cingapura (2,8) têm múltiplos
inferiores ao do Brasil. Embora este múltiplo
reflita peculiaridades do sistema de pagamento
de cada país, ele também pode indicar que o
volume de pagamentos pode ser reduzido em
vista da cobrança do imposto, sem que isso
represente um descumprimento da regra legal de
cobrança. Uma das operações que podem reduzir
a base, legalmente, seria exatamente a
verticalização dos negócios, indo na contramão
da produtividade e eficiência.
Adiciona-se a tudo isso a economia digital, que
criou meios de pagamentos e criptomoedas que
fugiriam do controle das autoridades tributárias e
teriam impacto considerável no valor arrecadado,
levando à necessidade de novos aumentos de
alíquotas.
O imposto único é instrumento de arrecadação
causador de distorções na economia que crescem
exponencialmente em razão de sua alíquota.
Mais ainda, ele pode se revelar ineficaz para
arrecadar os recursos necessários ao país. No
Data: 1º/08/2019
53
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sistema tributário a simplicidade não pode ser
um princípio em si mesma.
Eduardo Fleury é advogado e economista, sócio e
head da área tributária de FCR Law, doutorando
em Tributação pela Florida University e
especialista em International Tax Planning pela
Leiden University (Holanda).
https://www.valor.com.br/opiniao/6373359/o-
imposto-unico-e-ilusao-da-simplicidade
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Data: 1º/08/2019
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Bônus ecológicos em xeque
Por Joshua Kendall
Imagine emprestar dinheiro para uma companhia
investir em projetos ecológicos - e ela usa os
recursos para pagar alguma dívida. Esse dinheiro
não tem um impacto ambiental perceptível e não
há nada que você possa fazer, pois está tudo no
contrato.
Os investidores enfrentam esse risco hoje em
dia. O mercado de bônus ecológicos cresce mais
rapidamente do que nunca e empresas e
governos já tomaram emprestados mais de US$
100 bilhões neste ano.
Esse financiamento é necessário para o mundo
seguir em direção a uma economia de baixas
emissões de carbono. No entanto, uma falta de
padrões estabelecidos, divulgação fragmentada e
comprometimento fraco causam dúvidas
significativas para aqueles que buscam investir
visando mais do que apenas o retorno financeiro.
Somente um terço dos bônus ecológicos emitidos
nos últimos três anos atenderam nossos critérios
de três estágios para emissões sustentáveis. Isso
nos leva a questionar o rótulo "bônus ecológico"
[ou "verde"] e em termos gerais isso poderá
enfraquecer a credibilidade dos fundos dedicados
a bônus ecológicos.
Nossas análises deram sinal vermelho para mais
de uma dezenas de bônus ecológicos em 2019, o
que significa que não vamos adicioná-los a
mandatos voltados para a sustentabilidade.
Há muitos exemplos de bônus ecológicos com
deficiências significativas.
O setor imobiliário é responsável por quase 40%
das emissões globais de carbono, segundo a
Agência Internacional de Energia (AIE). Os
investimentos ecológicos poderiam ajudar a
reduzir isso, mas os bônus verdes de várias
companhias imobiliárias não vêm atendendo
nossos critérios mínimos, com detalhamento
fraco sobre como os recursos obtidos com os
bônus serão usados e a economia de energia
esperada.
Em alguns casos, os recursos podem cobrir
pagamentos de outros bônus sem características
ecológicas - o que significa que os recursos
obtidos com os bônus verdes não levarão a
nenhuma redução das emissões de carbono.
Separadamente, empresas de serviços públicos
dos Estados Unidos vêm emitindo bônus
ecológicos com o potencial de financiar acordos
de compra de energia. Isso, na verdade, subsidia
a energia renovável para os consumidores ao se
adquirir essa energia de outros fornecedores, em
vez de contribuir diretamente para a geração de
mais energia renovável. Por outro lado, empresas
de serviços públicos da Europa usam os recursos
das emissões de bônus ecológicos para construir
parques eólicos e de energia solar. Um resultado
mais palpável.
Em todos os setores a falta de informações
suficientes é um problema. Relatórios que
detalham como os recursos são de fato usados
são uma raridade, quando isso deveria ser uma
exigência mínima. Sem medidas claras e
comparáveis, é difícil avaliar o impacto das
posições em bônus ecológicos.
Em todos os setores a falta de informações é um
problema. Relatórios que detalham como os
recursos são usados são raros, quando isso
deveria ser exigência mínima. Sem medidas
claras e comparáveis, é difícil avaliar o impacto
das posições em bônus ecológicos
Data: 1º/08/2019
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Felizmente, há muitas informações excelentes.
Um acontecimento positivo tem sido a emissão
por parte de setores alternativos. Empresas de
telecomunicações emitiram dívida ecológica este
ano. No entanto, embora os recursos devam ser
usados para melhorar a eficiência energética,
como a melhoria do cabeamento de cobre com
fibra de carbono, mesmo assim o dinheiro precisa
ser gasto. É importante para os investidores
avaliar os benefícios suplementares para o meio
ambiente em relação aos gastos.
As emissões soberanas de bônus ecológicos
geralmente são melhores. O bônus verde
recentemente emitido pela Holanda apresentou
uma estrutura clara com compromissos
ambiciosos com as energias renováveis, a
eficiência energética e a gestão hídrica. Ela
almeja usar os recursos para ajudar a reduzir
suas emissões líquidas de carbono à metade até
2030. A operação é transparente sobre como os
recursos serão investidos e avaliados.
Outro exemplo é a Polônia, que emitiu seu
terceiro bônus ecológico em 2019. Essa emissão
destaca um problema em particular: alguns
emissores estão oferecendo bônus verdes
voltados para projetos específicos, mas sem uma
meta ambiental estratégica clara de longo prazo.
Embora os recursos dos bônus verdes da Polônia
estejam sendo alocados de maneira positiva, em
termos gerais o país continua dependendo muito
do carvão e os recursos obtidos com os bônus
não estão sendo usados para resolver essa
dependência.
O padrão ouro das emissões ecológicas é um
bônus que também contribui para uma estratégia
de sustentabilidade ampla e de longo prazo.
Ainda estamos longe disso, e é por isso que
acontecimentos recentes - como o padrão para
bônus ecológicos da Comissão Europeia e a
estratégia financeira ecológica do Reino Unido -
são importantes para o desenvolvimento e
credibilidade do mercado, elevando os padrões
para as emissões de bônus verdes. Eles
proporcionarão transparência e clareza e levarão
a um maior crescimento.
Por exemplo, acreditamos que o Reino Unido
deveria considerar a emissão de "gilts" ecológicos
para financiar aperfeiçoamentos na eficiência
energética, no transporte público e em fontes de
energias limpas, e essas iniciativas ajudarão a
fornecer modelos claros para essas emissões.
Isso também explica por que alguns gestores de
ativos decidiram avaliar as credenciais de
sustentabilidade dos bônus ecológicos e sociais.
Os investidores em estratégias voltadas para a
sustentabilidade esperam que seus gerentes de
portfólio pensem de maneira independente e
analisem as carteiras em relação aos seus
objetivos, assim como fariam com as
características financeiras.
Mesmo que novos padrões para a emissão de
bônus ecológicos sejam amplamente aceitos, as
características únicas das emissões verdes e seu
papel dentro de uma estratégia mais ampla do
emissor significam que essas análises terão de
desempenhar um papel maior. Caso contrário,
persistirá a tentação de se emitir bônus que são
ecológicos apenas no nome. Os emissores
precisam intensificar sua abordagem, mas os
gestores de ativos também têm responsabilidade
em assegurar que os portfólios de bônus
ecológicos que eles apresentam aos clientes são
de fato ecológicos. (Tradução de Mário Zamarian)
Joshua Kendall é analista sênior Ambiental,
Social e de Governança da Insight Investment.
Copyright The Financial Times
https://www.valor.com.br/opiniao/6373355/bonu
s-ecologicos-em-xeque
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Italiana Enel vai priorizar distribuição e
eficiência
Por Camila Maia | De Nova York
Passado um ano da incorporação da Eletropaulo
(hoje Enel São Paulo) às suas operações, a
italiana Enel, agora a maior distribuidora de
energia do Brasil, pretende concentrar seus
investimentos no setor de distribuição e nas
oportunidades relacionadas à eficiência, serviços
e novas tecnologias, com seu braço Enel X.
Executivos da Enel Americas, que é o braço de
geração convencional e distribuição de energia da
gigante italiana no Brasil, Peru, Argentina e
Colômbia, estiveram ontem na Bolsa de Nova
York (Nyse) para celebrar, em um evento com
investidores, os 25 anos de listagem da
companhia.
A companhia anunciou a conclusão da primeira
fase de um aumento de capital de US$ 2,95
bilhões, que vai possibilitar pagamento do
empréstimo tomado para a aquisição da
Eletropaulo, além de encerrar algumas
pendências da distribuidora, como o déficit
atuarial do seu fundo de pensão. "Com essa
possibilidade poderemos seguir crescendo,
organicamente ou inorganicamente, olhando
oportunidades em fusões e aquisições em
distribuição e geração", disse Maurizio
Bezzeccheri, presidente da Enel Americas.
A Enel X, braço de inovação e serviços da Enel
Americas, deve ser destaque nessa nova fase de
crescimento. "Estamos mudando totalmente os
paradigmas do setor de distribuição de energia",
afirmou, referindo-se aos serviços e inovações
buscadas pela Enel X. Foi de olho nessas
oportunidades que a italiana encarou a briga pelo
controle da Eletropaulo no ano passado. A
companhia é a maior concessionária de
distribuição de energia da América Latina e
oferece um mercado promissor no
desenvolvimento de novas tecnologias.
A Enel Americas avalia participar, por exemplo,
de parcerias público-privadas (PPPs) de
iluminação pública em todo o país, a fim de
empregar a tecnologia desenvolvida pela
empresa para cidades inteligentes, e olha com
atenção o mercado de mobilidade elétrica de São
Paulo. "Estamos olhando também a possibilidade
de usar baterias para estabilizar o grid", disse.
Com expansão de fontes intermitentes e projetos
de geração distribuída, serão necessárias
iniciativas como essa para evitar problemas de
instabilidade em redes de distribuição de energia.
A Enel X pretende levar, ainda, para a região
metropolitana da capital paulista iniciativas como
os cartões de crédito para consumidores,
inclusive cartões pré-pagos. Há, ainda, seguros
atrelados à conta de luz, que já são oferecidos
em outros Estados, como de vida, residencial,
educação e internação hospitalar.
Questionado pelo Valor se há interesse na
aquisição de ativos de distribuição à venda como
a Light ou a CEB (estatal de Brasília),
Bezzeccheri não respondeu.
No Brasil, o Grupo Enel, por meio de suas
subsidiárias Enel Green Power Brasil (EGPB) e
Enel Brasil, possui capacidade instalada total de
renováveis de cerca de 2,4 gigawatt (GW), dos
quais 782 megawatts (MW) de energia eólica,
370 MW de energia solar fotovoltaica e 1.269 MW
de energia hídrica. Além disso, a EGPB possui
cerca de 1,9 GW de projetos eólicos e solares em
execução. Em distribuição, a Enel tem as
concessões Enel São Paulo, Enel Goiás (antiga
Celg D), Enel Rio (antiga Ampla) e Enel Ceará
(antiga Coelce).
Data: 1º/08/2019
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A Enel Americas teve lucro líquido de US$ 544
milhões nos primeiros seis meses deste ano,
aumento de 35,2% em relação ao mesmo
intervalo do ano passado. A receita cresceu
23,3%, para US$ 7,3 bilhões. O Ebitda somou R$
2,07 bilhões, alta de 25,3%. Segundo a
companhia, o crescimento se deu por conta da
incorporação da Enel São Paulo, dos melhores
resultados da Enel Goiás e também por conta de
um acordo fechado com o governo da Argentina.
A repórter viajou a convite da Enel
https://www.valor.com.br/empresas/6373075/ita
liana-enel-vai-priorizar-distribuicao-e-eficiencia
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Data: 1º/08/2019
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Problemas em Goiás preocupam grupo Enel
Por Camila Maia | De Nova York
Os problemas políticos relacionados à concessão
de distribuição de energia de Goiás podem
afastar novos investimentos da italiana Enel na
região, indicou Maurizio Bezzeccheri, presidente
da Enel Americas, que é controladora da Enel
Distribuição Goiás (antiga Celg D).
Na terça-feira, o governador de Goiás, Ronaldo
Caiado (DEM), disse, em suas redes sociais, ter
ouvido do governo de Jair Bolsonaro que a
concessão da distribuidora poderia ser cassada,
devido aos embates entre o governo e a
concessionária.
A Enel rebateu a informação e disse não ter sido
notificada nem pelo governo nem pela Agência
Nacional de Energia Elétrica (Aneel) sobre sua
concessão, e destacou que tem investido em
média 3,5 vezes mais na distribuidora, desde que
assumiu, em relação ao que era aportado pelo
governo antes de concessionária ser privatizada.
O cerne da questão está em uma lei aprovada no
início do ano pela assembleia legislativa goiana e
sancionada pelo governador, que determinou que
a Enel será obrigada a arcar com dívidas
administrativas e judiciais da empresa geradas
entre 2012 e 2015, quando ela ainda era estatal.
Até então, estava vigente uma lei que
determinava que esse passivo seria bancado por
um fundo criado pelo governo estadual, fruto do
acordo de gestão compartilhada firmado entre a
Eletrobras e o governo goiano em 2012.
A Enel foi à Justiça e obteve uma decisão
favorável na briga, que ainda deve seguir para
outras instâncias. A criação desse fundo, que é
pago por impostos, foi uma condição para que a
privatização da Celg fosse bem sucedida. "Todos
os negócios precisam ser confiáveis e estáveis,
precisamos de um cenário legal e regulatório
estável", disse Bezzeccheri.
Neste momento, apesar da agenda contra a
privatização da distribuidora de energia, o
governo goiano estuda a privatização da Celg
Geração e Transmissão (Celg GT) nos próximos
anos. A Enel tem uma hidrelétrica na divisa entre
Goiás e Minas Gerais (a usina Cachoeira
Dourada) e, por causa da distribuidora, é vista
pelo mercado como uma candidata natural a
arrematar a estatal em um eventual leilão.
Questionado sobre o assunto, Bezzeccheri
afirmou que "primeiramente temos de resolver as
questões relacionadas à distribuidora". Enquanto
isso, a companhia não vê outros investimentos
em Goiás.
"A estabilidade das regras do jogo é fundamental
para investimentos", disse Bezzeccheri. Crises
como a de Goiás, segundo ele, precisam ser
vistas com cuidado. "Às vezes, considerações
políticas de curto prazo não se dão conta das
consequências e dos danos no longo prazo",
afirmou.
O presidente da Enel Americas participou, ontem,
na Bolsa de Nova York (Nyse) de evento para
celebrar os 25 anos de listagem da companhia.
https://www.valor.com.br/empresas/6373061/pr
oblemas-em-goias-preocupam-grupo-enel
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