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LIGA PRÓ-LINGUA NACIONAL E A CONSTRUÇÃO DA NACIONALIDADE NO
JORNAL ESCOLAR A CRIANÇA BRASILEIRA
(SANTA CATARINA, 1942-1950)1
Cristiani Bereta da Silva
Universidade do Estado de Santa Catarina – Udesc
E-mail: [email protected]
Introdução
A Liga Pró-Língua Nacional foi uma das associações auxiliares da escola instituídas
no ensino primário brasileiro, ainda na década de 1930. Essas associações, também nomeadas
de instituições complementares, foram práticas educacionais que existiram – sob a
regulamentação e inspeção governamental - nas instituições escolares que ofertavam o ensino
primário, até pelo menos a década de 1960. O objetivo principal residia em integrar os alunos
e estimulá-los a vivenciar experiências que os preparassem para as exigências da vida em
sociedade, conforme explicita a circular n.29, de 18 de março de 1943, encaminhada pelo
Departamento de Educação aos inspetores escolares e diretores de grupos escolares:
O serviço das associações auxiliadores da Escola tem por fim a
reorganização da escola em bases de comunidade social de trabalho e
cooperação e sua articulação com o meio social por todas as medidas que tendem a estender seu raio de ação educativa e a tornar estreita a colaboração
entre a escola, a família, e as outras instituições sociais. [...] O serviço
desenvolverá especialmente obras pré-escolares, como clubes infantis e
instituições periescolares, como caixas escolares e cooperativas de consumo, e outras que, correspondendo às diversas exigências da vida econômica e
social, de que deverão participar diretamente. (SANTA CATARINA, 1945,
p.16-17).2
Foi o Departamento de Educação, criado em 1935, o responsável por estabelecer quais
seriam as associações, suas respectivas finalidades e como elas deveriam ser organizadas nas
escolas. A circular n.32, de 2 de abril de 1943, em resposta a consulta feita por diretores dos
grupos escolares sobre o funcionamento, dentre outras coisas, das associações auxiliares da
escola, faz saber que:
1 Este texto constitui recorte de uma pesquisa mais ampla, relacionada ao ensino de História e à construção e
divulgação de saberes históricos em Santa Catarina, desenvolvida nos Programas de Pós-Graduação em História
e em Educação da Udesc, desde 2008. Em 2012, a pesquisa tem continuidade com o projeto intitulado Nação e
região: uma leitura a partir das culturas políticas e das políticas para o ensino de História em Santa Catarina
nas décadas de 1930 e 1940, com financiamento do CNPq (Edital nº 18/2012 - Ciências Humanas, Sociais e
Sociais Aplicadas). 2 Com o objetivo de facilitar a leitura, todas as citações deste texto retiradas de publicações da década de 1940 e
1950 tiveram a grafia atualizada, seguindo as atuais normas da língua portuguesa.
Devem funcionar nos grupos escolares e cursos complementares particulares
as seguintes associações auxiliares da escola (funcionamento gradativo): 1
Biblioteca; 2 Liga Pró-Língua Nacional; 3 Pelotão de Saúde; 4 Clube de
leitura; 5 Círculo de pais e professores; 6 Jornal; 7 Liga de Bondade; 8 Orfeão (Quando possível); 9 Museu; 10 Clube Agrícola (Quando possível)
(SANTA CATARINA, 1945, p.18).
Em Santa Catarina as associações auxiliares tiveram espaço privilegiado, os incentivos
foram tanto de ordem financeira quanto de ordem simbólica que as investiam de importância
e significado no projeto educacional em curso, pautado em dois movimentos convergentes no
período: a política de nacionalização do ensino e a influência das ideias escolanovistas. As
políticas educacionais em Santa Catarina em pauta nas décadas 1930 e 1940 evidenciam a
forte adesão do Estado a esses movimentos nacionais. A chamada reforma Trindade3, por
exemplo, de 1935, explicita no texto escrito, sua política modernizadora tendo como base o
alinhamento aos novos dispositivos metodológicos buscados nas propostas da Escola Nova
(BOMBASSARO; SILVA, 2011). Convém lembrar, contudo, que os preceitos contidos nestes
movimentos já estavam presentes na reforma da instrução pública no Estado, em 1911, levada
a cabo pelo professor paulista Orestes Guimarães, no governo de Vidal Ramos. O método
pedagógico privilegiado naquele momento era o intuitivo - “ícone da pedagogia moderna” -
que valorizava o papel dos sentidos da criança em seu processo de aprendizagem,
incorporando as chamadas lições de coisas, por meio das quais se estimulava as crianças a
observar os fenômenos estudados ou a representação destes por meio de imagens, entre outros
recursos (TEIVE, 2009, p.65).
Dentre as associações auxiliares, pode-se afirmar que a Liga Pró-Língua Nacional
adquiriu especial relevância nos grupos escolares catarinenses, haja vista a própria
participação do Estado no processo de abrasileiramento do Brasil. Santa Catarina - assim
como os demais Estados do Sul, desde os finais do século XIX - estava na mira dos
intelectuais e políticos que viam na concentração das populações estrangeiras, principalmente,
as de origem germânica, um risco à unidade nacional. Com a "Revolução de 1930" e,
posteriormente, com a instalação do "Estado Novo" inaugura-se outra dinâmica na campanha
de nacionalização do ensino, em Santa Catarina. O projeto que se materializava, a partir de
então, possuía especificidades, pois se construía em torno da afirmação da identidade nacional
brasileira e espraiava-se de forma mais contundente, principalmente, a partir dos
estabelecimentos de ensino primário.
3 Reforma do ensino catarinense (Decreto n. 713 de 8 de janeiro, de 1935) ocorrida no governo de Nereu Ramos
e que teve a frente Luiz Bezerra da Trindade, Diretor da Instrução Pública do Estado.
Neste artigo pretende-se analisar o lugar ocupado pela Liga Pró-Língua Nacional neste
projeto político, a partir do jornal escolar A Criança Brasileira. O movimento de análise
precisará estabelecer relações de aproximações necessárias entre a Liga e o jornal, pois se
entende que ambos estão imbricados. Há fronteiras que os delimitam e diferenciam, é certo,
contudo, suas práticas se atravessam, não apenas porque foram associações auxiliares do
Grupo Escolar Lauro Müller4, mas, sobretudo, porque convergiram em sua condição de
instrumentos pedagógicos poderosos para ensinar o Brasil as crianças. Outros documentos
produzidos pelo Departamento de Educação também serão utilizados, quando necessário, a
fim de ampliar a discussão proposta.
O jornal A Criança Brasileira foi publicado por 27 anos, de 1942 a 1968, assinado
sempre por alunos dos Cursos Primário e Complementar do Grupo Escolar Lauro Müller.
Inaugurado em 1912, de arquitetura moderna e de localização privilegiada, no centro da
cidade, o Grupo Escolar Lauro Müller foi o primeiro da cidade de Florianópolis e o segundo
do Estado. Sua fundação prenunciava os renovadores ventos republicanos que sopravam em
direção à educação no início do século XX, e representou, no Estado, a força política
instaurada para a divulgação de um ideal de escola, de povo brasileiro e de nação.
Para a discussão deste texto foram selecionados os números do jornal publicados entre
1942 e 1950, pois nesse período observa-se expressivo número de noticias relativo às ações
da Liga Pró-Língua Nacional, fundada em 1942. O jornal tinha por objetivo enfatizar e
valorizar as atividades do Grupo em suas páginas e a Liga Pró-Língua Nacional ocupou lugar
de destaque. Ela aparece em quase todos os números do período recortado e, em alguns
números, mais de uma vez, seja anunciando concursos (declamação, poesia, redação, etc.),
seja publicando resultados de concursos anteriores ou relatando festas por ela organizadas
e/ou patrocinadas na escola. A perspectiva apresentada é a promoção de uma leitura histórica
do jornal, em sua condição primeira de impresso escolar, parte de uma imprensa pedagógica,
ou seja, de um conjunto de publicações que pode ser feita por docentes para docentes, por
estudantes ou docentes para estudantes ou docentes, ou ainda pelo Estado ou outras
instituições (BASTOS, 2002). Como impresso periódico, esse jornal também selecionou,
ordenou, estruturou e narrou de determinada forma aquilo que se elegeu como digno de
chegar até seu público (LUCA, 2006). Partindo dessas considerações, o esforço empreendido
4 A partir da Lei n. 5.691/71 o Grupo Escolar Lauro Müller foi transformado em escola de educação básica,
oferecendo o 1º Grau, e, em 1995, também o 2º Grau. A partir do ano 2000, passou a se chamar Escola de
Educação Básica Lauro Müller, oferecendo o Ensino Fundamental e o Médio. No presente a escola atende
principalmente as comunidades periféricas do centro da capital catarinense, como Monte Serrat, Morro da
Caieira, Morro da Queimada, Morro da Mariquinha, Nova Descoberta e Tico-Tico.
foi o de analisar A Criança Brasileira a partir da sua materialidade, circunstanciada em sua
condição de periódico impresso escolar, projeto coletivo situado num contexto histórico,
articulado a determinado grupo e interesses.
A partir desses pressupostos, importa destacar que os discursos relacionados às ações da
Liga Pró-Língua Nacional sobre educação, nação e civismo divulgados no jornal serão
pensados como representações do mundo social, determinadas pelos interesses do grupo que
as forjaram (CHARTIER 1989; 2011). Nessa direção, parte-se também da ideia de que os
escritos que compõem o jornal comunicam práticas e representações que informam como um
determinado grupo compreendia seu mundo social, o classificava, percebia e o delimitava.
Claro está que o jornal A Criança Brasileira, assim como qualquer outro documento
selecionado para compor o quadro de referências da análise histórica, nunca terá uma relação
direta com as práticas que designa (CHARTIER, 2011). Contudo, o periódico e a Liga
certamente são capazes de fornecer representações de práticas que possuíam razões, códigos,
finalidades e destinatários específicos que dão a ler e interpretar as marcas e interesses sociais
de seu tempo.
Jornal A Criança Brasileira
‘O Dia da Criança’ O dia 25 de março foi comemorado alegremente pela juventude brasileira.
Em nosso estabelecimento escolar houve uma pequena festinha
compareceram a ela quase todos os alunos. Eles se mostravam
despreocupados e alegres, notava-se isso pelos seus sorrisos brejeiros e atitudes francas. Às 9 horas da manhã, quando se iniciou a festa, cantou-se
com entusiasmo e emoção o hino nacional. Foram criadas diversas
instituições como: Liga Pró-Língua Nacional, Clube de Leitura, Orfeão e o Jornal. Foi feito o batismo das salas de aula e terminada a cerimônia,
cantaram os alunos o hino à Bandeira. (PEIXOTO, Laudelino, 2º ano
Complementar, jornal A Criança Brasileira, n.1, 1º de maio de 1942, p.2).
A fundação de diferentes associações auxiliares no dia 25 de março de 1942; a
cerimônia envolvida em tal ato, bem como a posterior publicação dessa notícia no jornal da
escola evidencia o pronto atendimento do então diretor do Grupo Escolar Lauro Müller, Prof.
Sálvio Oliveira, e o respectivo corpo docente às instruções do Departamento de Educação.
Em 18 de agosto do mesmo ano, o relatório do inspetor escolar Adriano Mosimann analisa de
modo positivo a existência de diferentes associações no Grupo: Cooperativa, Caixa Escolar,
Clube da Leitura, Biblioteca, Pelotão de Saúde, Liga Pró-Língua Nacional, Jornal, Sopa
Escolar e Liga de Bondade. Faltando ainda, Círculo de País e Mestres e Clube Agrícola.
(RELATÓRIO, 18 de agosto de 1942). O relatório também indica que todas essas associações
estavam em plena atividade na escola. Pode-se afirmar que para além do atendimento a um
dispositivo legal, a criação dessas associações e seu correto funcionamento constituíam-se
também em estratégia para que a escola seguisse legitimando-se como escola modelo,
integrada aos anseios do projeto político daquele momento, como quando foi fundada, cerca
de 30 anos antes.
Lançado no simbólico dia 1º de maio de 1942, impresso em preto e branco, com
formato que lembra o de um tabloide5, o jornal A Criança Brasileira foi publicado com certa
regularidade por mais de duas décadas. A organização estética e política do jornal, a seleção e
organização da pauta, a captação de recursos, por meio de anúncios do comércio local, e a
impressão em gráfica faz ver a importância que este jornal alcançou em sua trajetória, não
apenas na escola, como também fora dela.
Foram localizados 42 exemplares referentes aos 21 anos desse jornal. Supõe-se que
tenha sido publicado até o número 96, de 1968, último exemplar localizado e o único
manuscrito até então. Por mais de duas décadas (considerando-se apenas os números
localizados) o jornal selecionou e publicou notícias relacionadas ao cotidiano da escola, as
efemérides e homenagens a personagens considerados ilustres. Nesse período fizeram parte de
sua pauta os seguintes temas: movimento de matrículas, festas internas e notas sociais, os
aniversariantes do mês, casamentos ou noivados de professoras, lista de alunos que se
distinguiam pelo comportamento e pela aplicação, concursos e outras ações empreendidas
pelas associações auxiliares da escola. Também se reproduziam textos de cunho moral, cívico
e higienista e uma variedade grande de notícias assinadas pelos alunos que faziam referências
às questões políticas locais, estaduais e nacionais.
O jornal possuía características que o aproximava das observadas nos jornais da época,
o que incluía até mesmo anúncios comerciais regulares. Esses anúncios seguramente
deveriam contribuir de forma importante para que o jornal pudesse ser impresso, pois era um
processo bastante caro à época, como o é ainda hoje para qualquer escola. Muito
provavelmente o custo da impressão também era pago com arrecadações da “caixa escolar” e
outras doações de pais de alunos. Sobre esse último ponto há indícios numa nota publicada
em 12 de novembro de 1942, assinada pela “Redação”. Nesta nota justifica-se que a
5 Formato de jornal surgido em meados do século XX, no qual cada página mede aproximadamente 33 cm x 28
cm.
publicação de dois números num único exemplar (4 e 56) foi feita para manter a regularidade
do jornal e que seu atraso havia sido em razão do grande volume de atividades no mês de
agosto, mas principalmente pelo aumento de preço do material necessário para a publicação
do jornal. Uma doação de todo o papel necessário, feita pelo pai de uma das alunas, resolveu
o problema:
Agora, porém, graças aos esforços e dedicação da diretora, a aluna Zita Flores, tudo está arrumado. Obtivemos o que nem sequer imaginávamos. Ela
falou a respeito dessas dificuldades com seu pai, o jornalista Prof. Altino
Flores, que, numa oferta generosa e valiosíssima para nós, deu todo o papel necessário. Aqui deixamos expresso o nosso agradecimento. (A Criança
Brasileira, n. 4-5, 1942, p. 2).
Altino Flores, pai da aluna Zita Calado Flores, que até os números 15 e 16 (outubro de
1944) assinava como diretora do jornal, foi um jornalista e professor da cidade de
Florianópolis, intelectual reconhecido já na época. Ele foi um dos membros fundadores da
Academia Catarinense de Letras (1920), da qual Nereu Ramos também participava, e da
Associação Catarinense de Imprensa (1932). Para além do presente generoso, é provável de
que contribuísse de alguma forma na elaboração do jornal, afinal sua filha era diretora.
Certamente devia lhe interessar esse lugar de projeção intelectual da filha, bem como a
reiteração de imagem da escola em que ela estudava como lugar de excelência.
Além da composição da redação do jornal ser apenas de alunos, observa-se que desde
o seu primeiro número, textos e notícias aparecem assinados por eles, em sua maioria do
Curso Complementar, embora houvesse também contribuições de estudantes matriculados no
Primário. Nos quatro jornais publicados em 1942, a professora Nilza Puccini Speck7 era
creditada como orientadora. A partir do número 6, porém, publicado em agosto de 1943, até
1968, não há mais indicação de orientação de professor nos créditos do jornal. Mas claro está
que isso não significa que os professores tenham deixado de exercer esse papel de
“orientação” na organização do periódico. Os professores são os ausentes presentes em cada
nota, em cada texto publicado, bem como na organização da pauta do jornal. Sobre esse tema,
o Departamento de Educação inclusive dá as seguintes instruções: “Qualquer trabalho
destinado ao jornal, embora necessite sofrer a censura do professor, nem por isso deve perder
o cunho ‘originalidade’ sem o que iríamos destoar os fins desse trabalho de cooperação, que é
o jornal.” (SANTA CATARINA, 1945, p.131).
6 A partir de então essa foi uma estratégia constante para assegurar a regularidade dos números do jornal. Por
exemplo, em 1944, foram publicados quatro exemplares que cobriam oito números do jornal: 9-10; 11-12; 13-14
e 15-16. 7 A nota Noivado, publicada no jornal n.9-10, abril de 1944, p. 3, informa que ela se casou e foi nomeada para
outro cargo, deixando, assim, a escola.
Sobre esta questão convém ressaltar que a organização do jornal seguia rigorosamente
as instruções do Departamento de Educação. Este detalhava quais os elementos deveriam
constar no corpo do jornal, como a equipe responsável deveria ser constituída, como deveria
ser a seleção dos textos que seriam publicados etc. Até mesmo o cabeçalho da capa recebia
instruções detalhadas quanto às informações que deveriam constar e a hierarquia a ser seguida
em sua composição (SANTA CATARINA, 1945, p.130-131). Todos os números localizados
desse jornal seguem essas instruções, como se pode observar nos exemplos a seguir:
Imagem 1: Capa do primeiro número do jornal, 1º
de maio de 1942, homenagem a Getúlio Vargas, em
destaque na fotografia centralizada.
Imagem 2: Capa dos números 66-67 do jornal,
maio de 1952, homenagem ao quadragésimo
aniversário do grupo, com destaque para Vidal
Ramos e Lauro Müller.
As instruções do Departamento de Educação relativas às finalidades e organização do
jornal nas escolas deixavam bem claro sua função política, de legar ao futuro um passado
comum, selecionado a partir da ideia de uma pátria moderna, civilizada e antes de tudo,
brasileira, contida no projeto estadonovista. “O jornal representa uma coleção de trabalhos
que se concentra em um só todo, assim para, no futuro, poderem os novos alunos conhecer as
realizações do passado.” (SANTA CATARINA, 1945, p.130). Além disso, explicitava-se que
sua função era também publicizar as práticas privilegiadas nas escolas, que se coadunavam, e
isso os documentos informam com contundência, com o projeto político em curso.
Estimulava-se, nesse sentido, que o jornal não chegasse apenas às casas dos alunos,
professores e suas respectivas famílias, mas a outras instituições do Estado e fora dele.
Há diferentes exemplos dessa política nas próprias páginas desse impresso, quando
este informa o recebimento de jornais escolares de outras escolas ou transcreve trechos das
cartas de agradecimento de diretores dos grupos escolares que haviam recebido o jornal A
Criança Brasileira. O segundo número publicado informa, por exemplo, que o periódico foi
remetido aos grupos escolares do Estado “dos quais temos recebido expressões de simpatia e
agradecimento” e também que “Para diversos professores dos Estados do Maranhão, Alagoas,
Espírito Santos, Goiás, Rio de Janeiro e Paraná, remeteremos um exemplar de ‘A Criança
Brasileira’”. Na sequência, à mesma página, a nota “Impressões” traz um trecho da carta do
Prof. Hercílio de Fáveri, diretor do Grupo Escolar Barão do Rio Branco, de Urussanga,
enviada ao então diretor do Grupo Escolar Lauro Müller, Sálvio Oliveira, parabenizando a
iniciativa do jornal e observando o fato de que era impresso, algo raro. “Acuso agradecido o
recebimento do 1º número de “A Criança Brasileira”. Meus Parabéns! Um jornal impresso,
em Grupo Escolar, mesmo na capital do Estado, é algo que devemos admirar”. Há também
referência a uma carta da professora Vanda B. Cláudio diretora do Grupo Escolar Raulino
Horn, de Indaial, agradecendo a remessa do 1º número do jornal e também informando a
remessa de um exemplar do jornal escolar daquele Grupo chamado Brasil “É um jornalzinho
manuscrito com perfeição e que muito nos agradou” (A Criança Brasileira, n.2, 5 de junho de
1942, p.4).
Chama atenção também a remessa e o recebimento de jornais entre o Grupo e escolas
do Uruguai. Em 1947 o jornal anunciou que havia mandado alguns exemplares para aquele
país um ano antes, em 1946. Em troca, também havia recebido jornais de diferentes escolas
do Uruguai.
Há poucos dias tivemos uma agradável surpresa. Recebemos um jornalzinho
escolar do Uruguai. Para maior alegria nossa, aquele não foi o único.
Atualmente estamos recebendo jornais de diversas escolas daquele país. São jornais muito interessantes que tratam dos mais variados assuntos. Acho que
vamos aproveitar muitas sugestões para os próximos números d´A Criança
Brasileira. (TEIXEIRA, Rute, 2º ano Complementar. A Criança Brasileira, n.39-40, 1947, capa).
Em sua pesquisa sobre o jornal Nosso Esforço, Ana Regina Pinheiro (2008) já havia
observado a ampla repercussão dos jornais escolares e a popularidade dessa atividade não
apenas no Brasil, mas em outros países da América Latina, sobretudo no Uruguai e na
Argentina. Ela encontrou jornais dispersos de outras escolas no acervo do jornal Nosso
Esforço, concentrados, em sua maior parte, nas décadas de 1930 e 1940. Isso evidencia o forte
incentivo das políticas públicas para a produção desses periódicos nas escolas primárias, que
não se reduzem a apenas uma região. A circulação desses periódicos dava visibilidade às
atividades escolares, aos sujeitos a elas relacionados, e, mais que isso, lhes conferia distinção.
Mas não eram apenas os periódicos que eram estimulados a circular, também as ações das
Ligas Pró-Língua Nacional recebiam fortes incentivos. Esses eram, pelo menos, de três
ordens distintas: circulavam por meio dos jornais; por meio de cartas trocadas entre escolas de
Santa Catarina e entre essas e outros Estados e por meio de concursos entre classes de uma
mesma escola ou entre classes de escolas diferentes. Certamente que para os dirigentes
educacionais e demais membros do governo estadual a publicidade das ações dos jornais e das
Ligas Pró-Língua Nacional constituía-se em instrumento poderoso de “dar ler” e legitimar
práticas que expressavam valores e formas de ver o mundo que os identificava e reunia em
torno de um projeto político comum de construção da nacionalidade brasileira.
Liga Pró-Língua Nacional e a construção da nacionalidade
Entre as décadas de 1940 e 1950 o jornal primou por enfatizar e valorizar as atividades
das diferentes associações do Grupo em suas páginas, mas nenhuma delas alcançou tanto
destaque quanto a Liga Pró-Língua Nacional. As ações da Liga aparecem 25 vezes nos
números publicados entre 1942 e 1950, às vezes, mais de uma vez. As notícias anunciavam
trocas de cartas entre as diferentes Ligas de Santa Catarina e também com outros Estados; os
novos concursos (declamação, poesia, redação), os resultados de concursos anteriores e
respectivas premiações; também relatavam festas por ela organizadas ou patrocinadas na
escola. Logo após a fundação da Liga o jornal já anunciava seu pleno funcionamento:
No dia 25 de março [1942] foi fundada a Liga Pró-Língua Nacional valiosa
instituição que visa intensificar o gosto pelas coisas da nossa língua e da
terra. Tem ela a orientação da Profa. Altair Barbosa Marçal. O movimento
de correspondência já é bem regular; já foram remetidas 44 cartas para diversos pontos do interior do nosso Estado e do Norte do Brasil, Foram
recebidas cerca de 12 cartas sendo 9 do interior do Estado e 3 de outros
Estados. Estão sendo confeccionados dois álbuns, um com fotografias do Dr. Getúlio Vargas e outro com aspectos do Brasil. (NASCIMENTO, Artur, 2º
ano Complementar, 1942, n.2, p.2).
Tamanho destaque dado pelo jornal à Liga Pró-Língua Nacional, “valiosa instituição
que visa intensificar o gosto pelas coisas da nossa língua e da terra” (n.1, 1942, p. 2), justifica-
se pela grande preocupação que a língua e seu uso suscitavam no Estado Novo. A palavra
escrita e a falada eram mantidas sob o controle do Departamento de Imprensa e Propaganda -
DIP - a uniformidade do uso da língua ou da dicção era parte de uma política controladora
ligada a construção da nacionalidade. A normatização da língua foi o eixo central que
orientou a intervenção escolar do governo de Nereu Ramos, governador de Santa Catarina a
partir de 1935 e interventor federal entre 1937 e 1945. As práticas de imposição da língua
nacional daí advindas indicam, inclusive, elementos de um “verdadeiro culto à linguagem” no
Estado (Campos, 2004, p. 165). Essa questão pode ser observada na seguinte nota publicada:
A Liga Pró-Língua Nacional é uma instituição escolar que tem por fim
instruir as crianças brasileiras ensinando-as a falar corretamente o português.
O Sr. Prof. Luiz Trindade, Inspetor Geral da Nacionalização do Ensino, com sua grande inteligência e capacidade é quem dirige as Ligas de todos os
grupos escolares. O grande escritor brasileiro Afonso Arinos, uma das
glórias da literatura brasileira, poeta e autor de diversas peças teatrais, é o
patrono da Liga Pró-Língua Nacional do Grupo Escolar Lauro Müller. Pela eficiente orientação da professora Desauda Bosco, em cujo encargo está a
Liga Pró-Língua Nacional do nosso grupo, vem se realizando festinhas e
estudos biográficos de grande valor recreativo e instrutivo. Recebemos do prof. Luiz Trindade, um plano de trabalho que será para nós, membros da
Liga, de grande utilidade educativa. A Liga Pró-Língua Nacional é uma das
maiores e mais úteis instituições pela sua patriótica finalidade. Não só aqui
em nosso Grupo se nota sua poderosa influência, como também em todos os grupos escolares. (MATOS, Ieda Isabel de, 2º ano Complementar C., n.9-10,
1944, p.2).
As Ligas Pró-Língua Nacional foram criadas visando uma “expansão mais sólida do
espírito nacional”, tinham, nesse sentido, uma missão nacionalizadora com o intuito de forjar
cidadãos preparados e “perfeitamente integrados no valor e grandeza de sua Pátria” (SANTA
CATARINA, 1945, p.123). A criação, finalidades e regras de funcionamento dessa Liga, em
especial, traduziam os esforços promovidos pelo Estado para a construção de uma língua
única “nacional”. Algumas pesquisas apontam que nas zonas coloniais e/ou cidades que
concentravam grande número de alunos descendentes de imigrantes europeus as Ligas
adquiriam especial relevância nos grupos escolares, haja vista a preocupação tanto com a
língua quanto com a homogeneização de uma proclamada cultura brasileira (LUNA, 2008;
MIRANDA; NASCIMENTO, 2009). No Grupo Escolar Lauro Müller o componente
nacionalizador aparecia, sobretudo por meio do culto a Pátria, ou melhor, na exaltação
ufanista de suas grandezas, realizações e personagens ilustres. As festas de cunho patriótico
realizadas nas escolas são exemplos disso e, dentre elas, as nomeadas como “Álbuns em
Desfile”, são bastante significativas e amplamente noticiadas no jornal;
A Liga Pró-Língua Nacional “Afonso Arinos” realizou a última festinha do
ano, Álbuns em desfile. Como nos outros anos, as professoras percorreram
todas as classes, explicando aos alunos, as riquezas do Brasil estampadas nos
álbuns. Após, houve concentração dos alunos no pátio interno, encerramento dos trabalhos e homenagem à bandeira. (A Criança Brasileira, n.33-34,
1946, p.3).
As festas e/ou cerimônias comemorativas chamadas de “Álbuns em Desfile” eram
realizadas no mês de outubro, na “Semana da Criança”. Os álbuns eram confeccionados pelos
alunos com a ajuda e orientação de um professor. Nele destacavam-se – por meio de seleção
de imagens e frases - as belezas do Brasil, suas paisagens, geografia, também elementos do
progresso e, sobretudo, aspectos biográficos dos “vultos brasileiros”. No dia da festa os
professores iam passando de sala em sala, mostrando o álbum e dissertando sobre o conteúdo
nele privilegiado. Segundo as instruções fornecidas pelo Departamento de Educação, os
professores deveriam entrar e sair de cada classe obedecendo a um sinal dado. Dessa forma
todos os professores percorriam todas as classes, apresentando o seu “Álbum” e repetindo a
mesma preleção. Na impossibilidade de percorrer todas as salas da primeira vez, devia-se
continuar no dia seguinte, adotando o mesmo sistema. No dia do encerramento da “Semana
da Criança” os álbuns deveriam ser votados, para se escolher o melhor. Ao final, “após uma
solenidade significativa”, todos os álbuns deveriam ser recolhidos ao gabinete da direção.
Além da organização da “Semana da Criança” e dos “Álbuns em desfile” cabia também à
Liga Pró-Língua Nacional responsabilizar-se pelos programas comemorativos da “Semana de
Caxias” e da “Brasilidade”, bem como promover durante o ano, concursos de caráter literário
(SANTA CATARINA, 1945, p.6; 123-125).
Além das festas cívicas as páginas do jornal privilegiavam os concursos literários. Em
agosto de 1943, o n. 6 do jornal teve a capa quase toda ocupada pelo “Grande Concurso”
promovido pela Liga Pró-Língua Nacional entre os alunos do 2o ano do Curso Complementar
dos Grupos Lauro Müller e Luiz Delfino, de Blumenau. A competição entre os grupos
escolares foi organizada pelas professoras de Língua Portuguesa e foi realizado entre os meses
de abril e maio. As regras foram assim detalhadas:
Em aula de português, os alunos deste grupo escolheram um assunto para
composição, que seria remetido – em envelope devidamente fechado – ao grupo escolar “Luiz Delfino”. Assunto: “A Vitória” foi o assunto enviado ao
G.E. “Luiz Delfino”, com as instruções: o envelope só poderia ser aberto no
dia indicado pelo “Lauro Muller”, à hora em que todos os alunos já estivessem de posse do seu material. Durante o concurso aluno algum
poderia afastar-se da sala de aula. Tempo: 70 minutos. A professora de
português poderia esclarecer, em traços ligeiros, o assunto. Esgotado o
prazo, as provas seriam empacotadas e postas no Correio da localidade, pelo fiscal do Concurso (um aluno), a fim de serem julgadas por este grupo. As
condições exigidas pelo outro grupo foram as mesmas. “Mãe” foi o assunto
que o G.E. “Luiz Delfino” enviou aos alunos do 2º ano B deste educandário.
(A Criança Brasileira, n.6, 1943, capa).
Nesse mesmo número, além das etapas previstas na organização do concurso também
foram publicados os textos dos alunos vencedores, escolhidos pelas duas escolas. O primeiro
lugar coube ao Grupo Escolar Lauro Müller e o segundo e terceiro lugares ao Grupo Escolar
Luiz Delfino.
Imagem 3: Capa do número 6 do jornal, agosto de
1943, em destaque o “Grande Concurso”.
Nesses concursos os alunos eram prestigiados e distinguidos. Seus nomes e respectivos
trabalhos eram publicados no jornal. Eles também recebiam prêmios que tanto podiam ser
materiais escolares da cooperativa da escola “Flordoardo Cabral”, ingressos para o cinema
“Ritz”8 - que também anunciava no jornal - ou até mesmo dinheiro, como, por exemplo, o
“Concurso de férias”:
Finalmente temos o prazer de levar ao conhecimento de nossos queridos
leitores o resultado do Concurso de Férias, patrocinado pela Liga Pró-Língua
Nacional. A classificação, como já dissemos em número anterior, foi muito demorada em virtude do grande número de concorrentes. Concluída a
apuração foram classificados os contos dos seguintes alunos: 1o lugar:
8 O conhecido Cine Ritz, localizava-se no Centro da cidade. Foi fundado como Cine Rex, em 18 de agosto, de
1935, passando a ser chamado de Ritz nos anos 1940. Fechou suas portas na década de 1990.
Marília Leite - 2o B; 2
o lugar: Eulália Ávila - 1
o ano B; 3
o lugar: Ana de
Paula - 1o ano A. Conforme foi instituído no concurso esses alunos receberão
respectivamente os prêmios de Cr$ 20,00, Cr$ 15,00 e Cr$ 10,00. (A
Criança Brasileira, n. 25-26, novembro de 1945, p. 3)9.
A Liga e suas ações constituem-se em um conjunto de práticas simbólicas que não
apenas significam uma dada realidade, mas fundamentalmente, a produzem e a justificam.
Lembrando que seja qual for o discurso e seu suporte, o que temos são sempre representações
(CHARTIER, 1989). Com seus ritos e encenações planejadas sobre um projeto de Brasil e de
brasileiro, essa Liga integrou um projeto coletivo fundamentado na ideia de cultura nacional
em contraposição as culturas dos descendentes de imigrantes, principalmente os alemães.
Combatia-se do mesmo modo o regionalismo, pois a região não poderia nunca sobrepor-se a
Nação. Essa pretensa cultura nacional essa baseada em pressupostos homogeneizantes
construídos em torno de um padrão considerado dominante e legítimo, imposto e justificado
pelos intelectuais e dirigentes políticos que sustentavam o Estado Novo.
Considerações finais
O jornal A Criança Brasileira aderiu de forma bastante eloquente às representações
relativas ao projeto que se materializava, desde a década de 1930, no que se referia à
afirmação da identidade nacional brasileira. Como prática escolar, o jornal pertenceu a um
contexto de nacionalização bastante diferente daquele de 1912, ano em que o grupo escolar
foi fundado, pois em 1942 estava-se em pleno Estado Novo, período de recrudescimento do
nacionalismo e de forte intervenção estatal em toda a sociedade. Em Santa Catarina, a
publicação do decreto-lei n. 88, de 31 de março de 1938, pelo então interventor Nereu Ramos,
constitui marco de uma mudança bastante significativa nesse processo. A partir dele,
desencadearam-se ações mais efetivas que visavam à homogeneização cultural e que
atingiram principalmente alemães, italianos e seus descendentes. O decreto concretizou
medidas como a proibição do uso de língua estrangeira nas escolas e a criação da
Superintendência Geral das Escolas Particulares e Nacionalização do Ensino. Tal proibição
se estenderia até mesmo para a esfera privada, num esforço para constituir a brasilidade de
Santa Catarina, posta em dúvida em razão da imagem de que convivia com o chamado perigo
9 Foi a primeira vez que prêmio em dinheiro foi publicizado. No número 15-16 de outubro de 1944 existe um
anúncio da Cooperativa da escola (Cooperativa Flordoardo Cabral) que pode dimensionar o poder de compra do
prêmio recebido pelas crianças vencedoras: uma pena: Cr$ 0,20. Caderno de linguagem com 24 folhas: Cr$ 1,00.
Lápis Faber: Cr$ 0,30.
alemão (CAMPOS, 2004; FÁVERI, 2004; FALCÃO, 2004). Não é por acaso, portanto, o
espaço ocupado pela Liga Pró-Língua Nacional “Afonso Arinos” do Grupo Escolar Lauro
Müller, no jornal.
As atividades da Liga Pró-Língua Nacional e a atuação do próprio jornal A Criança
Brasileira indicam o empenho do Grupo Escolar Lauro Müller não apenas em se adequar a
essa política da língua, mas sim a todos os elementos que compunham o projeto
nacionalizador do período. Convém reforçar que se hipotecava à escola, principalmente as de
ensino primário, o papel de plasmar o cidadão, formá-lo seguindo os preceitos políticos em
pauta. Nessa direção constituía-se em espaço fundamental para a construção da identidade
nacional e do conceito de nação. As estratégias e os investimentos simbólicos e financeiros
foram muitos, as associações auxiliares da escola são exemplos contundentes disso. Suas
ações ampliaram e redimensionaram as comemorações cívicas, os concursos, as premiações,
as listas dos alunos que se distinguiam etc. Essas e outras estratégias evidenciam também o
quanto a Liga se distinguia das demais associações auxiliares e produzia distinções ao travar
competições entre escolas, entre alunos, afinal tais competições davam visibilidade à escola e
aos seus estudantes e professores. Essas práticas escolares, nas quais se inclui o jornal,
seguiam mantendo o Grupo Escolar Lauro Müller em pauta na década de 1940. De modo
importante, também, dão a ler e ver o projeto político compartilhado pelo Grupo Escolar
Lauro Müller e sujeitos a ele relacionados, naquele momento histórico.
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