lição 3 - o batismo de jesus - lições bíblicas jovens - 1 tri 2018
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TEXTO DO DIA
“E eis que uma voz dos céus dizia: Este é
o meu Filho amado, em quem me
comprazo” (Mt 3.17)
SÍNTESE
Deus confirma a filiação divina de Jesus
por sinais, quando ele foi batizado por
João Batista.
LEITURA BÍBLICA
MT 3.13-17
13 Então, veio Jesus da Galileia ter com João junto
do Jordão, para ser batizado por ele.
14 Mas João opunha-se-lhe, dizendo: Eu careço de
ser batizado por ti, e vens tu a mim?
15 Jesus, porém, respondendo, disse-lhe: Deixa por
agora, porque assim nos convém cumprir toda a
justiça. Então, ele o permitiu.
16 E, sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e eis
que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus
descendo como pomba e vindo sobre ele.
17 E eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu
Filho amado, em quem me comprazo.
• Algumas pessoas não conseguem entender o
motivo que levou Jesus, sendo um Deus
encarnado, se sujeitar ser batizado por João
Batista.
• No entanto, a narrativa de Mateus, apesar de
resumida, vai pouco a pouco deixando claro o que
estava por trás desse gesto de Jesus.
• É o que veremos nesta lição.
INTRODUÇÃO
I. JESUS SE PERMITE SER
BATIZADO POR JOÃO BATISTA
(MT 3.13-15)
O batismo de Jesus é um exemplo de humildade e
obediência às Escrituras Sagradas.
Introdução ao tópico
• Mateus não menciona nada sobre o passado de
João. Figura conhecida de seus leitores, sem
necessidade de maiores detalhes.
• João é comparado a Elias pelo seu estilo de
vida e ousadia (2Rs 1.8ss; 18.21).
• Como Elias, Joao vestia roupas de pelo de
camelo e cinto de couro, além de se alimentar
de gafanhotos e mel silvestre.
• As semelhanças levaram alguns judeus
acreditarem que ela seria o Elias redivivo (Ml
4.5ss).
a) João, o batista
• Mateus descreve a aparição de João Batista
diretamente no deserto e em Mt 2.3, em
conecção com Is 40.3, base para a afirmação do
cumprimento das profecias.
• A profecia de Is 40.3 teve um significado especial
para os exilados da Babilônia (mudança de
rumos).
• Deus continua a confirmar o seu império ao
libertar as pessoas do poder imperial opressor.
a) João, o batista
• Mateus afirma que a missão de João estava
prevista no AT: preparar o caminho para o
messias.
• Além de preparar o caminho teve o privilégio de
batizá-lo.
• Apesar das diferenças entre Jesus e João
Batista, os primeiros cristãos relacionavam as
suas mensagens como convergentes.
• Alguns dos discípulos de João Batista
desenvolveram seu movimento à parte do
cristianismo (Mt 11.2), mas não por muito
tempo.
a) João, o batista
• O batismo de Jesus por João Batista no Jordão
é tratado por todos os quatro evangelistas
(importância).
• A narrativa do batismo tem um impacto
teológico forte em relação a identidade de
Jesus como Filho de Deus e autoridade
escriturística.
• O batismo de João era com água e para
arrependimento, um batismo de purificação,
que era precedido por uma confissão de seus
pecados (Mt 1.4).
b) O batismo de João
• Interessante como antes do batismo de Jesus,
João anuncia que existia um batismo superior
ao seu.
• Que seu batismo não era um fim em si, mas
uma preparação para o batismo com o Espírito
Santo e fogo.
• Se o batismo era superior o batizador também
o seria (“não era digno de tirar suas sandálias”).
• João não tinha nenhum constrangimento em
reconhecer a superioridade de Jesus.
c) João anuncia um batismo superior ao seu
• Desse modo, o processo do batismo de Jesus
tem muito a nos ensinar, além do próprio ritual.
• João demonstra a humildade que é peculiar das
pessoas que realmente tem um chamado
genuíno de Deus para realizar sua obra.
• Jesus era superior, pois ele:
• salva dos pecados (Mt 1.21);
• cura e perdoa (9.1-8; 8.17);
• tem poder sobre a morte (Mt 26.28).
c) João anuncia um batismo superior ao seu
• O batismo anunciado por João tinha dois
elementos: Espirito Santo e fogo, o que tem
causado confusões quanto à sua interpretação.
• Estes elementos podem ter significado positivo e
negativo.
• Espírito como:
• castigo de Deus (Is 4.4. Jr 4.11-16);
• dom da aliança e realização da vontade de Deus (Ez 36.25-28; 39.29. Is 32.15; 44.3. Jl 2.28-29; Mt 1.18-
25);
• poder vivificador de Deus e rei (Is 61.1-3).
c) João anuncia um batismo superior ao seu
• Fogo:
• purifica e limpa (Zc 13.9; Ml 3.1-3),
• Como juízo (3.18-4.1);
• Como castigo (Mt 3.10; 13.4-43; 25.41).
• A missão de Jesus é dupla: abençoar e
purificar o que aceitam seu Evangelho e
julgamento sobre o que rejeitam.
• Ele “limpará a sua eira, e recolherá no celeiro o
seu trigo, e queimará a palha com fogo que nunca
se apagará” (Mt 1.12).
c) João anuncia um batismo superior ao seu
PENSE
Durante o batismo, Jesus e João
demonstraram exemplos de humildade.
Jovem, que exemplo você pode tirar para
sua vida cristã?
PONTO IMPORTANTE
João batista não tinha inveja de Jesus. Ele
realça as qualidades e virtudes de Jesus,
mesmo correndo o risco de “perder” seus
discípulos para ele.
II. O BATISMO E OS SINAIS
(Mt 3.16-17)
• A narrativa do batismo de Jesus não era para ser
apenas mais um relato de batismo de João, o
Batista.
• Ele teve um significado importante para revelar a
divindade de Cristo e a confirmação
escriturística de sua missão.
Introdução ao tópico
• Se o batismo de João era para arrependimento,
por que Jesus vai até ele para ser batizado?
• A atitude de João demonstra que ele conhecia
Jesus e não via nele necessidade de
arrependimento e muito menos de ser batizado
• João se recusa a batizar Jesus. Sua recusa é
consistente com sua humildade e indignidade
reconhecida em Mt 3.11.
a) Jesus foi batizado para que se cumprissem as Escrituras
• No entanto, quando Jesus menciona que é para
cumprimento de “toda a justiça”, o Batista se
rende e batiza Jesus.
• Quando Jesus se submeteu ao batismo de João
ele estava aceitando seu destino para que se
cumprisse o que estava escrito a respeito dele.
a) Jesus foi batizado para que se cumprissem as Escrituras
• “Céus abertos” - artifício da literatura judaica
(revelação de conhecimento celestial - Ez 1.1;
At 7.56; 10.11; Ap 19.11; Ez 8.3).
• “[...] e eis que se lhe abriram os céus” indica uma
ação direta de Deus.
• Chegada de um novo império (justiça e
misericórdia) para substituir o império tirano
dos romanos.
b) Primeiro sinal: a descida do Espírito de Deus como pomba (Mt 3.16)
• Jesus “viu o Espírito de Deus descendo como
pomba e vindo sobre ele”.
• Espírito descendo sobre ele significa que Jesus
foi ungido como messias (At 10,37-38).
• Jesus vem para ser a voz de quem não tinha.
b) Primeiro sinal: a descida do Espírito de Deus como pomba (Mt 3.16)
• “E eis que uma voz dos céus dizia: este é o meu
Filho amado, em quem me comprazo” (Mt 3.17).
• Uma pequena voz ou sussurro como agente da
revelação (bat-qôl).
• Mateus recorre ao AT: “este é meu Filho amado”
(Sl 2.7 e Is 42.1).
• A referência ao Salmo 2.7 “[...] Tu és meu Filho;
eu hoje te gerei.”, que faz parte de um contexto
de coroação de um filho de Davi.
• Demonstrar que o evento já estava previsto.
c) Segundo sinal: uma voz dos céus (Mt 3.17)
• Todavia, na releitura de Mateus ele faz uma
mudança importante na frase, pois em vez de
dizer “tu és” como o salmista, ele diz “este é”.
• Além disso, ele substitui a última metade do
verso por palavras da passagem de Is 42.1 –
“servo sofredor”.
• Servo sofredor - é uma figura misteriosa que,
embora inocente, sofre por seu povo. Quatro
cânticos (42,1-4; 49,1-7; 50,4-11; 52,13; 53,12)”.
• A alternância entre filho e servo pode parecer
uma contradição, mas...
c) Segundo sinal: uma voz dos céus (Mt 3.17)
• Demonstra que mesmo sendo Filho de Deus,
Jesus tinha a humildade de servir.
• Outro aparente paradoxo: messias que
batizaria com Espírito e com fogo Vs descida do
Espírito em forma de pomba, um símbolo de
suavidade e mansidão.
• A atitude do ser humano = Jesus pode ser a
verdadeira benignidade ou severidade (Rm
11.22; Contraste entre Mt 11.29 e Mt 25.41).
c) Segundo sinal: uma voz dos céus (Mt 3.17)
“Jesus descobriu que o seu modo de ser
anunciador do Reino não era como um messias
poderoso, ou como Rei de Israel (Filho de Davi), e
sim sendo o Servo Sofredor de Deus (Is 42)”
(Barros, 1999, p. 33).
“Jesus, o Filho de Deus, que se fez servo e sofreu
para servir, mas que recebeu toda autoridade nos
céus e na terra do próprio Pai, que da vida e obra
dele se agradou” (NEVES, 2017, p. 41)
PENSE
Jesus recebe ao mesmo tempo o título de
Filho de Deus e Servo Sofredor. Jovem,
você sabe lidar com situações de glória e
de humilhação?
PONTO IMPORTANTE
A benignidade ou severidade de Jesus
está condicionada à atitude do ser
humano em relação à vontade de Deus
(Rm 11.22).
III - O BATISMO DE JESUS E
O BATISMO CRISTÃO
• Jesus o procurou na idade adulta e foi batizado
por imersão, nas águas do Jordão.
• No entanto, o significado do batismo à igreja
primitiva passa a ter um elemento essencial.
• Qual a principal diferença?
Introdução ao tópico
• Antes de João Batista, os judeus já batizavam
os novos convertidos ao judaísmo.
• O significado de arrependimento para João
não é o mesmo do batismo cristão (At 18.24-26;
19.1-7).
• O batismo de João era o batismo de
penitência, uma preparação para o batismo que
Jesus iria instituir em seu mistério pascal.
• Batismo cristão/evangélico: primeiro a pessoa
crê para ser justificada, frutifica e depois, vem o
batismo como ritual e símbolo da transformação já realizada (At 2,41; 49.14-15).
a) O modelo do batismo de João foi adaptado pelo cristianismo
• O batismo cristão é uma ordenança de Jesus
proferida pouco antes de sua ascensão (Mt
28.19-20).
• Orientações explícitas que as pessoas
convertidas dever ser batizadas “em nome do
Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28.19-
20).
• Igreja católica no Concílio de Trento (Séc. XVI)
define o batismo como um sacramento.
• Paulo já havia questionado esse tipo de
legalismo e apresentou a Doutrina da
Justificação pela Fé (Gl 3; Rm 3-4).
b) O batismo é uma ordenança de Cristo e não um sacramento
• O batismo está simbolicamente relacionado com
a obra de Cristo na cruz e sua ressurreição.
• O crente em Cristo é declarado justo no tribunal
de Deus, o velho homem morre legalmente (Rm
6.6-7), crucificado com Cristo, e ressurge como
uma nova vida em sua ressurreição (2Co 5.17).
• O batismo é um ritual que simboliza esse
sepultamento e ressurgimento da nova criatura
em Cristo.
c) O batismo cristão ilustra a morte e ressurreição de Cristo
• O batismo nas águas é um ato público para
atender uma ordenança que formaliza
simbolicamente o que já ocorreu (Cl 2.12).
• Uma bela representação da nova posição do
salvo em Cristo (Rm 6.3), morto para o pecado
(debaixo da água) justificado e reconciliado
com Deus (ao sair da água).
c) O batismo cristão ilustra a morte e ressurreição de Cristo
“Esta nova posição assegura a vida eterna com
Deus, mas também exige uma aproximação com a
vida de obediência de Cristo, não priorizando a si
mesmo e seus desejos, mas o bem da coletividade,
o Reino dos céus.
Uma nova identidade, não mais relacionada ao
primeiro Adão, mas da descendência de Cristo, o
segundo Adão, e membro de sua família. Esta nova
vida, não significa que o crente nunca mais irá pecar,
mas que não viverá na prática do pecado, como seu
escravo. Portanto, uma vez justificados
(instantaneamente), sigamos a santificação
(processo contínuo) durante toda a vida ou até o
arrebatamento da Igreja” (NEVES, 2017, p. 44).
PENSE
Se o próprio Jesus que não tinha pecado
se submeteu ao batismo de João, porque
ainda tem jovens que resistem ao
batismo?
PONTO IMPORTANTE
O batismo nas águas é uma ordenança de
Jesus, um ritual que simboliza que um
pecador justificado confessa, em público,
sua fé em Cristo.
Nesta lição aprendemos que:
1. Jesus demonstra sua humildade e obediência
ao que estava predito nas Escrituras ao se
submeter ser batizado por João Batista,
mesmo não tendo pecado;
2. O batismo de Jesus foi acompanhado de sinais,
comprovando que ele era o Filho de Deus;
3. O batismo cristão é uma ordenança de Cristo e
símbolo de sua morte e ressurreição.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
BARROS, Marcelo. Conversando com Mateus. São Leopoldo/RS: CEBI; São Paulo: Paulus, 1999.
LIÇÕES BÍBLICAS DE JOVENS. Seu Reino não Terá Fim: vida e obra de Jesus, segundo o Evangelho de Mateus. 1 TRI 2018. Rio de Janeiro: CPAD, 2017.
NEVES, Natalino das. Justiça e Graça: um estudo da doutrina da salvação na Carta aos Romanos. Rio de Janeiro: CPAD, 2015.
NEVES, Natalino das. Seu Reino não terá Fim: vida e obra de Jesus, segundo o Evangelho de Mateus. Rio de Janeiro: CPAD, 2017.
REFERÊNCIAS
Pr. Natalino das Neves www.natalinodasneves.blogspot.com.br Facebook: www.facebook.com/natalino.neves
Contatos: [email protected] (41) 98409 8094 (TIM)