lean manufacturing

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Mapeamento do Fluxo de Valor: Otimização do Processo Produtivo sob a ótica da Engenharia da Produção. Eng. Sirnei César Kach [email protected] UFSM Adm. Reinaldo J. Oliveira [email protected] CEETPS Msc. Lidiane Ribeiro da Veiga [email protected] FEMA Dr. Antonio César Galhardi [email protected] CEETPS Resumo:As empresas buscam, cada vez mais, desenvolver estratégias para manterem-se competitivas no mercado em que atuam. Neste contexto, elas implementam ferramentas para eliminar os desperdícios do seu processo produtivo, as quais integram o sistema de produção enxuta, na busca de melhores resultados. Desta forma, este estudo tem o objetivo de elaborar o mapeamento do fluxo de valor atual e futuro, para identificar os gargalos e desperdícios, na busca de melhorias na linha de produção. Quanto a metodologia a pesquisa classifica-se como bibliográfica e um estudo de caso, de caráter exploratório e qualitativo, em uma empresa do setor de fundição de ferro por gravidade. Para isso, foi desenvolvido o Mapeamento do Fluxo de Valor, a partir da identificação dos desperdícios e gargalos na linha de produção, através do levantamento de dados e informações obtidas junto ao chão de fábrica. Obteve-se assim, uma visão geral do processo, sendo identificados os pontos fracos que serviram para a definição de futuras ações, como a mudança de layout e alteração do fluxo atual de materiais e de informações. Esta ferramenta buscou oportunizar o desenvolvimento de ações que proporcionem a otimização do processo, que tem por finalidade demonstrar o resultado de sua aplicabilidade, através da realocação de pessoas, redução das movimentações e lead time de produção. Palavras Chave: Desperdícios - gargalos - processos - fluxo - mapeamento

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Artigo sobre lean manufacturing.

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  • Mapeamento do Fluxo de Valor: Otimizaodo Processo Produtivo sob a tica da

    Engenharia da Produo.

    Eng. Sirnei Csar [email protected]

    UFSM

    Adm. Reinaldo J. [email protected]

    CEETPS

    Msc. Lidiane Ribeiro da [email protected]

    FEMA

    Dr. Antonio Csar [email protected]

    CEETPS

    Resumo:As empresas buscam, cada vez mais, desenvolver estratgias para manterem-se competitivas nomercado em que atuam. Neste contexto, elas implementam ferramentas para eliminar os desperdcios doseu processo produtivo, as quais integram o sistema de produo enxuta, na busca de melhoresresultados. Desta forma, este estudo tem o objetivo de elaborar o mapeamento do fluxo de valor atual efuturo, para identificar os gargalos e desperdcios, na busca de melhorias na linha de produo. Quanto ametodologia a pesquisa classifica-se como bibliogrfica e um estudo de caso, de carter exploratrio equalitativo, em uma empresa do setor de fundio de ferro por gravidade. Para isso, foi desenvolvido oMapeamento do Fluxo de Valor, a partir da identificao dos desperdcios e gargalos na linha deproduo, atravs do levantamento de dados e informaes obtidas junto ao cho de fbrica. Obteve-seassim, uma viso geral do processo, sendo identificados os pontos fracos que serviram para a definiode futuras aes, como a mudana de layout e alterao do fluxo atual de materiais e de informaes.Esta ferramenta buscou oportunizar o desenvolvimento de aes que proporcionem a otimizao doprocesso, que tem por finalidade demonstrar o resultado de sua aplicabilidade, atravs da realocao depessoas, reduo das movimentaes e lead time de produo.

    Palavras Chave: Desperdcios - gargalos - processos - fluxo - mapeamento

  • 1. INTRODUO O processo de produo vem sendo desenvolvido pelas empresas que atuam em um

    ambiente em que o mercado define as regras, propondo a aplicao de ferramentas que auxiliam no desenvolvimento de uma produo enxuta. Esta sistemtica tem como objetivo aumentar o resultado e a capacidade de produo da organizao. A ideia de produo enxuta vem sendo disseminado no mercado produtivo e consumidor, ou seja, busca-se produzir mais com menos, sendo esta a principal meta da cadeia produtiva. O crescimento financeiro depende no somente do custo repassado ao consumidor, mas principalmente da reduo do custo de produo, visto como uma maneira de aumentar o faturamento e de ofertar um produto mais atraente que o da concorrncia, oferecendo diferenciais que iro garantir a venda sem um custo adicional elevado e que seja vivel sua fabricao e comercializao, agregando valor para as partes. Para que isto ocorra preciso um planejamento da produo eficiente e bem embasado, de forma que se alcance os melhores resultados.

    Neste contexto, a utilizao da ferramenta de mapeamento do fluxo de valor tornou-se uma necessidade constante para o processo produtivo, podendo ser considerada como uma forma eficiente de gerenci-lo, ao mesmo tempo, que se obtem a reduo dos custos, o acompanhamento das movimentaes de materiais e pessoas, assim como a identificao das foras e fraquezas na cadeia produtiva. Para a aplicao desta ferramenta se realiza a anlise detalhada do processo, que baseado em informaes obtidas no cho de fbrica. Para isso, deve ser identificado as principais fontes ou causas bsicas de desperdcios e de excessos de produo, para construir a situao ideal, considerando o fluxo de valor dos processos.

    Com a implantao do mapeamento do fluxo de valor busca-se ter uma viso panormica de toda a cadeia produtiva, facilitando a tomada de deciso para criar subsdios para obter uma produo enxuta, atendendo as necessidades da empresa em relao exigncia e expectativa do mercado consumidor. Desta forma, o objetivo do trabalho consiste em elaborar o mapeamento do fluxo de valor atual e futuro, para identificar os gargalos e desperdcios, na busca de melhorias na linha de produo em uma empresa do setor de fundio de ferro por gravidade, a partir da identificao dos desperdcios e gargalos na linha de produo, atravs do levantamento de dados e informaes obtidas junto ao cho de fbrica.

    Para atender ao objetivo proposto esta pesquisa est estrutura da seguinte forma: primeiramente se apresenta, atravs da introduo, o assunto, o objetivo do estudo e a metodologia utilizada, em um segundo momento apresenta-se a reviso bibliogrfica, a qual busca sustentar a pesquisa, atravs de autores que tratam sobre o assunto e por ltimo so explanadas as etapas de implementao da ferramenta e as constataes realizadas atravs do estudo de caso.

    2. SISTEMA DE PRODUO ENXUTA Quando a empresa desenvolve um novo produto em sua linha de produo, o mesmo

    requer um trabalho de planejamento das reas de custos e engenharia, atravs das quais se definem os custos bsicos de produo e do processo de transformao da matria-prima e insumos envolvidos na fabricao. Mas somente esta definio inicial de como ser o desenvolvimento, segundo Oliveira (2005), no o suficiente para garantir um produto final dentro dos padres exigidos para competir em um mercado cada vez mais determinado a adquirir qualidade a baixo custo e alta eficincia de produo.

    Chase, Jacobs e Aquilano (2006, p. 417) abordam que o Sistema Toyota de Produo foi desenvolvido com a finalidade de melhorar a qualidade e a produtividade e est baseado em duas filosofias centrais cultura japonesa: a eliminao das perdas e o respeito pelas pessoas.

  • Para Monden (1984) apud Ballestero-Alvarez (2012, p.71), produo enxuta o mtodo racional de fabricar produtos com a eliminao de elementos desnecessrios, com o propsito de reduzir custos e a idia de produzir o que necessrio no tempo necessrio e na quantidade necessria.

    Para que isto ocorra, Ballestero-Alvarez (2012) descreve que devem ser identificadas as caractersticas das unidades necessrias, de acordo com os requisitos do cliente, para depois eliminar da linha de produo aquilo que no agrega valor ao produto, mas que consome recursos e prejudica o seu resultado final.

    A ideia transmitida pelo Sistema Toyota de Produo, de acordo com Shingo (1996), organizar o processo de forma que tudo esteja ajustado na quantidade e tempo certo, para o abastecimento da prxima etapa da linha de produo. Esta sincronia o que garantir o produto e prazos de entrega, evitando desgaste interno na organizao, com fornecedores e clientes, sem desperdcio de dinheiro, que obviamente o foco principal de qualquer empresa. Para a implementao de processos produtivos enxutos existe a necessidade de preparar as pessoas para esta nova cultura de trabalho, de forma que auxiliem na melhoria da gesto organizacional.

    Esta mudana de conceito, conforme Jones e Womack (2004), surgiu a partir da criao do Sistema Toyota de Produo, considerado, atualmente, como a maior referncia das grandes indstrias do mundo. Os Autores descrevem ainda que este Sistema determina uma prtica de normas em que o mais alto executivo at o funcionrio do cho de fbrica deve ter o mesmo entendimento desta implementao. De acordo com os princpios enxutos, o objetivo principal o caminho produtivo enxuto, desde o recebimento da matria-prima ao produto acabado, o que significa levar em considerao os quadros mais amplos da manufatura e no as atividades de transformaes individuais, buscando melhorar o todo e no as partes isoladas.

    A conscientizao em produzir bem e com o mnimo de custo faz com que toda produo receba ateno especial na prpria clula de trabalho, com o objetivo de realizar um trabalho de transformao com eficincia e alta produtividade, agregando valor e viabilizando a fabricao. Conforme Rother e Shoock (2003), tudo que se busca atravs da produo enxuta construir um processo para fazer somente o que o prximo processo necessita e quando ele necessita.

    O princpio da reduo dos custos de produo na indstria um conceito bsico subjacente ao Sistema Toyota de Produo, que visa a melhoria contnua e necessria para o crescimento da organizao. A sobrevivncia da empresa depende, portanto, da reduo de custos, o que requer a eliminao completa de perdas e manuteno deste processo de forma constante (SHINGO, 1996).

    O Sistema Toyota de produo, de acordo com Shingo (1996), uma das maiores referncias para iniciar a implantao de uma linha de produo enxuta. Este sistema tem como princpio gerencial o aumento do lucro da organizao, no com o aumento de preo ao consumidor, mas sim com a produo de menor custo possvel. O Autor faz os seguintes questionamentos: Como se consegue trabalhar assim? Dentre as aes que devem ser realizadas destaca: baixar o custo com a eliminao de perdas durante o processo, aumentar a automao industrial, zerar os estoques aplicados de forma gradativa (perda por super produo) e implantar medidas que eliminem o retrabalho.

    2.1. FERRAMENTAS DA PRODUO ENXUTA Embora o principal objetivo da produo enxuta seja reduzir custos, ou seja, eliminar

    tudo o que no agrega valor ao produto, ela tambm proporciona condies para aumentar o

  • giro de capital (receitas/despesas) e melhorar a produtividade da empresa. De acordo com Ballestero (2012) existem outros trs conceitos fundamentais para o seu sucesso, que podem ser denominados como submetas, uma vez que buscam assegurar o xito do mtodo. So elas: controle de quantidade, qualidade assegurada e respeito s pessoas. Para atingir o objetivo principal e suas metas e submetas, a produo enxuta utiliza as seguintes ferramentas: kanban, just-in-time, nivelamento da produo, anlise do tempo de setup, padronizao de operaes, estudo de layout dos postos de trabalho e funcionrios multifuncionais, 5S e gesto por funo. (BALLESTERO-ALVAREZ, 2012).

    De acordo com Shingo (1996), a aplicao de algumas das ferramentas do processo enxuto que dar o suporte exigido para o desempenho timo da linha de produo. A definio da movimentao de materiais, pessoas, equipamentos e ferramentas de apoio so o principal evento a ser identificado. Ferramentas da qualidade, como por exemplo: ISO 9001, Controle Estatstico de Processos (CEP), Kanban, 6 Sigmas, planejamento estratgico, cartas de controle; so aplicadas para que possam ser identificados os principais pontos a serem monitorados, avaliados e consequentemente corrigidos, de forma que se adequem s exigncias de mercado. Observa ainda que a produo enxuta um sistema integrado de conceitos (processos e operaes) princpios (separao homem mquina) e mtodos (poka-yoke), que possibilita a busca contnua pela gerao de valor para o cliente.

    Estas inovaes tero como apoio principal os Seis Sigmas; as alteraes de layout; utilizao de poka-yoke (dispositivo a prova de erro); operaes multiprocessos, em que as mquinas devero estar dispostas de forma sequencial ao processo; e o Just-in-time, que fora o fornecimento do material no momento e quantidade exata de sua utilizao (SHINGO, 1996).

    Para a implantao de uma produo enxuta existem inmeras ferramentas de apoio. Atravs da identificao das deficincias, segundo Shingo (1996), inicia-se o replanejamento dos processos em busca da otimizao da cadeia produtiva, sempre com regras e objetivos bem definidos, para que se tenha o pleno xito da organizao. Dentre as deficincias existentes, cabe destacar que muitas empresas mantm estoques para que sirvam como um facilitador em cumprimento de prazos de entrega, o que uma viso totalmente equivocada, uma vez que representam um capital estagnado em relao as variaes do mercado, o que o torna um investimento que no ir trazer retorno, apenas servindo como uma segurana desnecessria.

    Para que ocorra o fluxo contnuo da produo, de acordo com a demanda em quantidades e variedades, necessrio o desenvolvimento de dois conceitos-chave: o just-in-time e o jidoka (autonomao). O primeiro consiste em produzir unidades necessrias em quantidades necessrias e no tempo necessrio, enquanto que o segundo o controle autnomo do processo e do defeito, no permitindo que as peas defeituosas do processo anterior sigam e prejudiquem o processo subsequente. Estes conceitos necessitam de apoio de outros dois, que so: flexibilidade da mo de obra (shejinka) e pensamento criativo (soikufu). (BALLESTERO-ALVAREZ, 2012).

    Considerando a importncia da implementao de ferramentas para o desenvolvimento da produo enxuta, entende-se que o mapeamento do fluxo de valor possibilita a definio exata deste caminho, para que a movimentao da linha de produo ocorra sem interrupes, paradas de mquina, movimentaes desnecessrias e zero de estoques. A criao do mapa atual e definio do mapa futuro apenas o comeo de todo o processo de transformao para uma linha otimizada. Esta adequao ser constante, os processos tero exigncias de novas tecnologias, devido os diferenciais agregados ao produto, o que necessrio para garantir seu espao no mercado consumidor.

  • 2.2. MAPEAMENTO DO FLUXO DE VALOR As empresas ao desenvolver tcnicas e prticas que buscam tornar sua produo mais

    enxuto devem considerar o fluxo de valor dos seus processos. De acordo com Rother e Shook (2003), um fluxo de valor toda ao necessria, que agrega valor ou no, para movimentar um produto por todos os fluxos essenciais a cada produto, podendo ser o fluxo de produo, desde a matria-prima at o consumidor; ou do projeto, da sua concepo at o lanamento.

    Para Rother e Shook (2003, p. 4), o mapeamento do fluxo de valor uma ferramenta que utiliza papel e lpis e o ajuda a enxergar e entender o fluxo de material e informao na medida em que o produto segue o fluxo de valor.

    Jones e Womack conceituam o mapeamento do fluxo de valor estendido, que vai ao encontro do conceito desenvolvido por Rother e Shook, porm diferenciando-se pelo fato de contemplar produtos correntes ou futuros. Desta forma, Jones e Womack (2004) conceituam um fluxo de valor estendido como sendo toda ao (agregando valor ou no) para levar um produto desde a matria-prima at os consumidores. As aes mapeadas consistem em dois fluxos, o de pedidos fluxo acima, partindo do cliente em direo ao fornecedor; e o de pedido fluxo abaixo, da matria-prima em direo ao cliente.

    Mapas de fluxo de valor estendido podem ser desenhados para os produtos correntes ou para os produtos futuros que estejam sendo planejados. A nica diferena que o mapa do estado atual para um item em produo mostra as condies como elas existem no presente, enquanto que o mapa do estado atual para um produto novo adota a abordagem negcios como de costume, para fazer o produto comparado aos de estado futuro e de estado ideal alternativos, com menos desperdcios e menor tempo de resposta. (JONES E WOMACK, 2004, p. 01)

    O mapeamento do fluxo de valor tem inicialmente a funo de identificar o tempo de processo em cada clula produtiva, o espao percorrido, as dificuldades de fabricao e os desperdcios de tempo e material. Cabe observar que a anlise destes aspectos deve ser feita da forma mais fiel possvel com a realidade, para que seja apresentada a verdadeira situao (ROTHER E SHOOK, 2003).

    Figura 1 Representao do Fluxo da Produo.

    Fonte: ROTHER E SHOOK (2003).

    O fluxo de material representa o movimento de materiais dentro da fbrica enquanto que o fluxo de informao informa a cada processo o que fabricar e a sequncia de trabalho. Apesar do fluxo de materiais ser muito mais visvel e, por isso, mais abordado por programas de melhoria, o fluxo de informao deve ser tratado com a mesma importncia para a produo enxuta. De acordo com Rother e Shook (2003, p.5), para criar um fluxo que agregue valor, voc precisa de uma viso. Mapear ajuda voc a enxergar e focar no fluxo com uma viso de um estado ideal ou melhorado.

  • De acordo com Pires (2008), o MFV est focado na otimizao e padronizao dos processos envolvidos dentro do sistema de produo como um todo e direciona sua anlise para o dimensionamento de tempos. Pode-se verificar isto atravs dos esforos sugeridos pelo mtodo para que se reduza o lead time e para que se produza de acordo com o tempo takt, formando assim um fluxo contnuo. Alm disso, destaca como aspecto fundamental, para o entendimento do MFV, os fluxos de materiais e de informao. Na figura 1 esto representados os fluxos de materiais e de informao, que interagem com o fluxo da produo como um todo.

    Para mapear os fluxos e ter um bom entendimento do MFV utilizam-se cones e smbolos padronizados para mapear os estados, atual e futuro. Estes dividem-se em trs categorias: fluxo de material, fluxo de informao e cones gerais, conforme est demonstrado na Figura 02.

    Figura 2: cones Utilizados no MFV Fonte: ROTHER E SHOOK (2003).

    Conforme est demonstrado na Figura 2, conforme Rother e Shook (2009), o

    mapeamento do fluxo de valor ser representado por meio de figuras e cones, que como pode ser verificado sero utilizados para construir o mapa que por meio de imagens, que informam tudo que gira em torno da transformao da matria-prima em uma pea pronta.

    Nesta codificao, ao invs de extensos relatrios, se faz necessrio a definio do processo por meio de figuras representativas, que iro identificar os principais pontos, como: transporte de insumos ou produtos, identificao de kanban, mercados, estoques, sistemas de informao manuais ou eletrnicos, cliente, forma de solicitao, pessoas, clulas ou postos

  • de trabalho, descrio dos resultados pelo segmento de cronograma, inventrio, kanban de sinal, kaizen, tabelas de dados, etc., que na verdade so ferramentas de apoio a implantao e sucesso do mapeamento. (OLIVEIRA, 2005).

    Conforme Shingo (1996), no momento em que se tem o dado real, inicia-se o planejamento do mapa futuro. Este processo dever ser baseado na aplicao de ferramentas da qualidade e de controles de produo, focando o menor custo para a adequao do sistema. A readequao ou enxugamento da linha produtiva poder exigir investimentos de acordo com a condio atual encontrada, mas o ganho aps sua implementao ser muito superior. A forma mais simples de alterao dever ser aplicada de modo que seja eficiente para extinguir todas as falhas identificadas, devendo ainda avaliar o custo-benefcio desta implementao. A principal aplicao ser a mudana de layout, em que as clulas sero remanejadas, caminhos alterados, estoques eliminados, criao de mercados e utilizao de outras ferramentas dos sistemas de qualidade, de acordo com o segmento produtivo, que iro dar apoio a esta transformao e manuteno da mesma.

    A maneira ideal de se montar um mapeamento seguir determinado componente ou conjunto, famlia de peas, desde a entrada da matria-prima na fbrica at sua sada, na expedio. A anlise dever ser imparcial, buscando identificar de forma categrica todas as variveis que podero estar incrementando custo ao produto (OLIVEIRA, 2005).

    Figura 3: Etapas Iniciais do Mapeamento do Fluxo de Valor Fonte: ROTHER E SHOOK (2003).

    De acordo com Rother e Shook (2003), o mapeamento segue as etapas que esto

    demonstradas na Figura 3. Nesta figura a etapa do desenho do estado futuro est destacada porque sua meta projetar e introduzir um fluxo enxuto de valor, sendo considerado desta forma o mais importante. Primeiramente desenhado o estado atual e as setas entre os estados atual e futuro tm duplo sentido, indicando que o desenvolvimento dos estados so esforos sobrepostos.

    O estudo do mapa futuro tem seu embasamento no mapa atual, que ir mostrar a realidade a ser modificada, por isso a importncia da veracidade das informaes colhidas no cho de fbrica. Este projeto dever sempre ser feito por uma equipe de pessoas que conheam o mapeamento do fluxo de valor, gerenciados por apenas uma pessoa que definir a

  • linha de aplicao das tcnicas de percepo das informaes, direcionando todos os envolvidos ao foco principal que a reduo de custos (ROTHER E SHOOK, 2003).

    Portanto, aps sua aplicao em determinado espao de tempo, o mapa, que hoje considerado mapa futuro, ser o mapa atual. Com isso surgir, constantemente, a necessidade de novas adequaes e melhorias de processo, para implementao de uma nova linha de produo, cada vez mais enxuta, que proporcione reduo de custo e a garantia da qualidade do produto.

    O mapeamento do fluxo de valor uma ferramenta, que de acordo com Jones e Womack (2003) apud Rother e Shook (2003, p. 1), torna bem mais efetivo os esforos de kaizen ou alguma tcnica de produo enxuta, uma vez que permite identificar cada processo ou fluxo, de maneira que seja construdo uma completa cadeia de valor de acordo com os princpios enxutos. Considerando esta explanao, segue alguns exemplos de estudos realizados que contemplam o mapeamento do fluxo de valor, como uma ferramenta que proporciona benefcios e melhores resultados para as organizaes.

    Felippe et al. (2012) descrevem sobre a importncia da utilizao dos estudos de tempos e mtodos em setores produtivos, por definir o fluxo operacional mais adequado ao trabalho e identificar os gargalos produtivos. Ao definir o tempo padro das operaes envolvidas em um processo produtivo atravs de ferramentas de cronoanlise e cronometragem, promovem o controle do fluxo de processo e possibilita anlises diversas tais como: carga mquina, carga homem, eficincia, produtividade entre outros. Ao realizar o estudo de caso em uma indstria txtil de Santa Catarina, no setor da embaladeira dos rolos de malha que seguem para a expedio, demonstrou que os resultados obtidos do consistncia aos nmeros necessrios ao controle da produo. Os resultados obtidos na pesquisa auxiliaram na identificao de pontos para melhorias relacionadas ao mtodo e tempo no posto de trabalho analisado, assim como a praticidade na anlise dos tempos de cada parte da embaladeira.

    Para Dal Forno, Tubino e Andrade (2007), o mtodo do Benchmarking Enxuto, ferramenta estratgica desenvolvida para o diagnstico do estado atual do sistema produtivo, que busca dar suporte implantao da Manufatura Enxuta, utilizado como passo inicial para o mapeamento, ou seja, antes de se elaborar o mapa futuro, necessrio desenvolver o mapa atual e identificar onde esto os pontos fracos de cada empresa, seja no cho de fbrica, na demanda, no planejamento e controle da produo (PCP) ou no projeto do produto. Aps a realizao do estudo em uma empresa do setor txtil, os Autores relatam que o benchmarking servir como banco de dados a diversos segmentos industriais, bem como apontar os pontos fracos de cada etapa produtiva, a fim de detalhar os pontos de ao e melhorias com a ferramenta do MFV e guiar a empresa na direo da manufatura enxuta.

    O estudo realizado por Bolsson et al (2012) no departamento de recapagens de pneus possibilitou conhecer todas as etapas do processo produtivo, tendo contribudo para o processo o mapeamento, em que ocorreu a disposio das mquinas no setor de forma sequencial, ou seja, de acordo com as etapas pelas quais a carcaa segue ao longo do processo produtivo, a fim de que os colaboradores conheam e identifiquem com rapidez qual a prxima fase pela qual a carcaa seguir, aps a execuo de cada operao. Observaram ainda que o planejamento eficaz dos recursos necessrios para a produo um fator extremamente importante para o processo produtivo. Por fim, entendem que o mapeamento atravs dos fluxos criados, contribuiu para esclarecer o procedimento para os atuais e novos colaboradores saber cada etapa pelas quais as carcaas passam ao longo do processo e no apenas aquela que de sua responsabilidade.

  • De acordo com a pesquisa realizada por Costa, Silva e Urbanavicius Jnior (2009), em uma empresa fornecedora de peas do mercado automobilstico, dentre as vrias ferramentas apresentadas pelo TPS como alternativas para o auxlio na busca da eliminao dos desperdcios, o MFV apresenta os seguintes benefcios: reduo do W.I; aumento nas taxas de utilizao de mquinas; aumento de produtividade; aumento de flexibilidade produtiva; reduo de estoques; reduo de Lead time; reduo dos custos de fabricao. Desta forma, entendem ainda que, o MFV apresenta-se como uma excelente ferramenta de auxlio gerncia na otimizao dos processos de produo, permitindo a identificao do montante de tempo despendido ao sistema produtivo que no agrega valor fabricao do produto, dando condies para que sejam tomadas aes para se obter melhoria contnua.

    Para Zakyo (2007), os desafios incluem se tornar pensadores sistmicos e solucionadores de problemas rapidamente na gesto e fortalecimento do sistema empresarial para apoiar os clientes, na busca no equilbrio com a natureza, focalizando em atingir a viso do estado ideal para os fluxos de produto e servios, continuando a melhorar os custos, qualidade e nveis de servio a excelncia mundial, e desenvolvendo a prxima gerao de lderes e talentos que iro levar a empresa para um nvel mais alto dentro da indstria e da sociedade. Comenta ainda que, para que ocorra perfeio necessrio que o consumo ou as necessidades do cliente sejam atendidas.

    3. METODOLOGIA Para a realizao do estudo foi necessrio realizar o planejamento das etapas da

    pesquisa, ou seja, a forma como seria implementado o mapeamento do fluxo de valor. Desta forma, foi necessrio definir qual o tipo de pesquisa que seria realizado, de forma que se atingisse o objetivo proposto.

    Quanto natureza a pesquisa pode ser classificada como qualitativa, pois existe uma relao dinmica entre o mundo real e a subjetividade (SILVA E MENEZES, 2001). Nesse sentido, esta pesquisa pode ser classifica como qualitativa, pois se refere a implementao de uma ferramenta que busca proporcionar a anlise dos processos produtivos e sugerir melhorias que geram melhores resultados.

    Quanto aos fins mesma classifica-se como exploratria, que de acordo com Gil (2008) indica que a pesquisa desenvolvida com o objetivo de proporcionar viso geral acerca de determinado fato e se volta para temas pouco explorados, ou seja, se caracteriza pelo desenvolvimento, esclarecimento e modificao de ideias, com o objetivo de oferecer uma viso geral, de tipo aproximativo, acerca de determinado fato (GIL, 2008, p. 27).

    Tambm pode ser classificada como pesquisa bibliogrfica, uma vez que foram explanados os conceitos de diferentes tericos, o que proporcionou uma maior familiaridade com o assunto tratado, para conhecer o que existe de mais relevante sobre o tema a ser pesquisado. Para Marconi e Lakatos (2007) a pesquisa bibliogrfica pode ser considerada como um procedimento formal, com mtodo de pensamento reflexivo, sendo que toda pesquisa implica em levantamento de dados de variadas fontes.

    Segundo Cervo, Bervian e Da Silva (2007) a pesquisa bibliogrfica procura explicar um problema a partir de referncias tericas publicadas em livros, artigos, dissertaes e teses.

    Por ltimo, classificado como um estudo de caso, que foi realizado em uma metalrgica do ramo de fundio, na qual foi elaborado o mapeamento do fluxo de valor atual e futuro, para identificar os gargalos e desperdcios, na busca de melhorias, a partir da identificao dos desperdcios e gargalos na linha de produo.

  • De acordo com Silva (2008, p.27), o estudo de caso analisa um ou poucos fatos com profundidade. A maior utilidade do estudo de caso verificada nas pesquisas exploratrias e no incio de pesquisas mais complexas.

    Para a coleta de dados e sua anlise e interpretao foram utilizadas as informaes obtidas junto ao cho de fbrica e elaborados os mapas conforme modelos propostos pelos tericos que tratam do assunto.

    4. MAPEAMENTO DO FLUXO DE VALOR EM UMA EMPRESA DE FUNDIO Este captulo apresenta a estrutura da organizao, em que foi realizado o estudo e

    como ocorreram a coleta e a anlise dos dados para a construo do mapeamento do fluxo de valor atual e futuro.

    Aps a anlise de uma linha de produo, foi elaborado o mapa do fluxo de valor atual e posteriormente apresentado um mapeamento do fluxo de valor futuro, em uma empresa metalrgica, mais precisamente do segmento de fundio. Primeiramente foi escolhido o componente, tendo como critrio a sua movimentao, que neste caso tem o seu incio e finalizao nos pontos mais extremos da linha de produo, tornando possvel uma anlise mais generalizada das transformaes ocorridas. Posteriormente, aps a definio do componente, foram criados os mapas do fluxo de valor atual e futuro, atravs dos quais foram identificados os pontos fracos do processo, tornando possvel uma anlise mais criteriosa das transformaes ocorridas.

    Esta anlise foi realizada e sugerida empresa de fundio, para que o mapeamento futuro possa ser aplicado. O estudo realizado identificou inmeras dificuldades de processo e o inadequado gerenciamento dos mesmos. Aps a concluso do mapa atual, foram ouvidas sugestes dos lderes de produo e funcionrios que atuam na operao dos diferentes processos produtivos. A partir destas opinies foram definidas as regras para a criao do mapa do fluxo de valor, o que auxiliou na definio dos processos de melhorias.

    Buscou-se, tambm, nas ordens de produo informaes complementares s coletados junto aos funcionrios. Inicialmente, estas informaes foram analisadas de forma rigorosa, atravs da identificao do maior nmero de melhorias com o menor custo possvel, o que poder ser entendido atravs da descrio dos mapas atual e futuro. Para esta identificao foi realizado o levantamento dos tempos e movimentos de produo, seguido do planejamento de melhoria dos ambientes, o que tambm um fator decisivo na melhoria de processos.

    Juntamente com a indicao dos dois caminhos percorridos pela pea, atual e futuro, em seu processo de transformao, tambm foi analisado o fluxo das informaes pertinentes a sua manufatura. Estas informaes e procedimentos de fabricao compe todo o histrico da mesma. Com estas informaes poder ser feita a anlise de como era antes e aps o mapeamento, assim como qual foi a reduo de custo nos processo produtivos. Esta anlise importante para a gerao de indicadores, que por sua vez iro servir de base para a anlise de procedimentos futuros e para o planejamento de novos fluxos para fabricao de outros produtos, visando um processo mais enxuto.

    Cabe destacar ainda que para o mapeamento foi utilizada simbologia, para facilitar a montagem dos mapas e o entendimento dos processos que devero ser desenvolvidos no cho de fbrica. Desta forma, cria-se um caminho simplificado para atingir o objetivo principal do mapeamento, que a execuo das funes pelo operador na linha de produo.

    4.1. ASPECTOS RELEVANTES PARA O MAPEAMENTO DO FLUXO DE VALOR A principal dificuldade encontrada para a implantao da ferramenta ocorreu no

    momento da anlise. Foi necessria muita cautela para ter realizado as primeiras mudanas,

  • de forma segura, para realizar o planejamento, o qual foi avaliado e concludo da melhor maneira, para obter o resultado em sua aplicao. Foi considerado tambm que tudo o que precisa ser movimentado na fbrica parte do processo produtivo e dever ser mapeado, ou seja, as mquinas, os insumos, as ferramentas, etc. Nesta movimentao sincronizada de componentes os processos continuar em funcionamento durante o manuseio. Qualquer processo que parar, por algum motivo alheio ao programado, se resume em prejuzo. Conforme descrito no referencial terico, no processo lean de produo o sincronismo deve ser perfeito, o que uma clula produz, far parte da necessidade da seguinte, formando a cadeia produtiva em sequencia lgica.

    Considerando que os maiores conhecedores desta ferramenta de gerenciamento da produo orientam para que a anlise do processo seja feita a partir do cliente, partindo da necessidade de produo, na implementao do MFV foram aplicadas tcnicas como a cronoanlise, uma vez que a medio dos tempos um das ferramentas utilizadas para a identificao do fluxo de valor, focando o desperdcio, a reduo de custo e a qualidade do produto.

    Cabe destacar tambm que a aplicao de ferramentas ou ideias como genchi genbutsu, que significa v e veja por si mesmo, diferentemente da opo, acompanhar visualmente o processo apresentado no mapeamento atual, faz parte desta gama de ferramentas de apoio ao sistema lean de Produo. Desta forma, primeiramente foi estudado o processo e buscou-se entender a situao em que ele se encontra, para que fosse desenvolvido o MFV, de forma que proporcionasse um diagnstico da situao da linha de produo e fossem identificados os pontos falhos do processo. Para sua aplicao foram utilizadas ferramentas de apoio, que iro facilitar o seu desmembramento e a liberao de processo, assim como as dificuldades existentes.

    Para a implementao do MFV se faz necessrio o processo de anlise e verificao dos custos de fabricao do produto, para que haja crescimento e melhoria de resultados. A partir da coleta de dados e da definio de cada etapa do processo foi obtido o mapeamento real das condies da linha de produo.

    4.2. MAPA DO FLUXO DE VALOR ATUAL Para o melhor entendimento do que o fluxo de valor atual e futuro, foi realizada a

    descrio do processo de uma pea chamada coletor. Esta produzida a partir do processo de fundio por gravidade. A pea foi acompanhada em todas as etapas de produo, comeando no recebimento da solicitao do cliente, passando pelas etapas de aquisio de insumos, manufatura e inspeo; at ao momento da entrega.

    Para o mapeamento atual foram descritos os procedimentos desenvolvidos em cada etapa ou processo, que est demonstrado na Figura 4, a qual apresenta o Mapa do Fluxo de Valor Atual da Empresa, objeto do estudo.

    A montadora (cliente) emite ordem de compra mensalmente com um alto volume de peas, solicita a fabricao da mesma com a definio do prazo de entrega para 15, 30 ou 45 dias. Este pedido feito via eletrnica, direcionada ao PCP da fundio, que por sua vez organiza a produo e realiza a programao da produo de acordo com a capacidade produtiva da fbrica. Nesta programao da produo o principal objetivo equilibrar a linha de produo de acordo com o peso dos itens com previso de entrega, ou seja, deve ser produzido de forma que a moldagem no exceda a capacidade dos fornos ou vice-versa, atendendo o cliente de acordo com a sua solicitao, atendendo ao prazo solicitado.

    As ordens de produo, geradas eletronicamente por meio de um software gerenciador, define a programao da produo, iniciando pela moldagem, que o primeiro

  • processo de manufatura dos insumos envolvidos na produo, o qual determina o ritmo do restante da linha, que se desenvolver em um sequenciamento de processos. A segunda operao a confeco dos machos. (postios em areia mdia, que ser quimicamente transformada para servirem como apoio, para criao de geometrias complexas que compe a pea, por exemplo, detalhes internos ou externos, que provocam contra sadas no molde e que no exigem necessariamente a interferncia do processo de usinagem ou que torna invivel devido ao custo de transformao), que por sua vez so fabricados em outro setor, paralelo a moldagem.

    A moldagem e a macharia trabalham com estoque de moldes e machos, como forma de garantir demanda exigida pelo forno, que faz a transformao da sucata e dos insumos qumicos em ferro lquido, utilizado no vazamento dos moldes.

    A moldagem utiliza como principal insumo a areia, que manufaturada no momento de sua utilizao, apenas mantendo um estoque mnimo de bentonita, que o componente de liga que permite a moldagem e estruturao dos moldes; e o carvo vegetal modo, que da condio de permeabilidade da areia, o qual queima com a alta temperatura do metal lquido, facilitando a sada de gases do interior do molde, resultantes das transformaes qumicas do processo de fundio. No h possibilidade de estocar areia pronta devido necessidade de manuteno de caractersticas como umidade e liga, que perdem suas propriedades qumicas em um curto espao de tempo.

    A macharia trabalha com estoque de machos para trs dias de produo, no mnimo. A moldagem tem um estoque menor que seria de um dia de moldagem adiantada. Com esta moldagem antecipada, podem-se identificar problemas de qualidade do produto devido areia secar e com isso ocorrer incluso da mesma no molde, comprometendo as peas com falhas irreversveis. O estoque de machos transportado manualmente da mquina SV10 (sopradora de machos) at uma distncia de 10 metros, espao onde estocado. Esta movimentao depende da dedicao exclusiva de um funcionrio, devido a alta produo da mquina SV10. Quando a moldagem necessita de machos, os mesmo sero novamente transportados de forma manual at a mquina de moldar, que est a uma distncia de 35 metros do estoque de machos.

    O prximo processo que participa da manufatura deste item o forno. O mesmo trabalha com estoque de matria-prima (sucata) para 30 dias, ocupando um grande espao dentro do pavilho, pois deve estar em um ambiente seco, garantindo a qualidade e segurana dos operadores do forno.

    Alm da sucata, se faz necessrio, para esta transformao, componentes como silcio, grafite granulado, massa refratria, nodularizante, cobre, etc. Estes insumos so mantidos em estoque, em mdia 10 dias, devido ao custo de aquisio.

    Aps o vazamento dos moldes, depois da pea estar em estado slido em temperatura mais baixa, esta segue para a desmoldagem e rebarbao. Aps este processo de acabamento feita a inspeo final, seguindo para o processo de pintura fundo e posterior embarque para o cliente. Normalmente, entre a rebarbao e a inspeo, acumula-se um estoque de, em torno de 250 peas, devido o gargalo encontrado no setor de rebarbao e de inspeo, por falta de pessoal capacitado para a funo.

    A mesma ordem de produo gerada pelo PCP, que defini os processos de fabricao, circula de setor em setor, para que os operadores saibam o que esta sendo solicitado. Ao concluir a sua parte, cada setor dever descrever o comportamento do processo, identificando possveis dificuldades durante o mesmo.

  • A anlise dos processos e do fluxo de informaes e materiaisdo mapa atual (Figura 4). Desta forma, de informaes e materiais para o processamento da matriafabricao do item coletor. Aps ter analisado todo o processo foram identificados desperdcios relativo ao excesso de transportes, movimentao de pessoas, estoques em demasia tanto em sucata, quanto em machos e moldes. Observauma produo enxuta uma forma de ganhar mais com a mesma estrutura, mas fazendo menos investimentos em matriapessoas e processos complexos e repetitivos caracterizamresultados.

    4.3. MAPA DO FLUXO DE VALOR FUTUROAps ter realizado a anlise dos processos e identificado como funciona o fluxo de

    informaes e de valor dentro da linha de produo, foi elaborado o mapa do fluxo de valor futuro (Figura 5), com os devidos ajustes necessrios. Este novo mapeamento deve ser implementado para dar sequatingir o principal objetivo que a produo enxuta do item.

    A partir da Figura 5 observaa aplicao de um suporte na mquina para colocao das caixas de macho com troca e fixao por engates rpidos, diminuindo o eliminao do estoque e transporte de machos por esteira, este funcionrio foi utilizado na produo proporcionando um aumento de produo na macharia, evitando a formao de gargalo. A moldagem ter estoque de moldes apenas para a priseguinte. No forno ser reduzido o estoque de matriafazer entregas semanais, liberando espao interno da fbrica que poder ser aproveitado para

    Figura 4 - Mapa do Fluxo do Valor Atual Fonte: Kach, Oliveira e Veiga (2014)

    dos processos e do fluxo de informaes e materiais ocasionou a elaborao . Desta forma, pode-se ter uma ideia geral de como funciona o fluxo

    de informaes e materiais para o processamento da matria-prima e demais insumos na ricao do item coletor. Aps ter analisado todo o processo foram identificados

    ios relativo ao excesso de transportes, movimentao de pessoas, estoques em demasia tanto em sucata, quanto em machos e moldes. Observa-se assim que desenvolver

    produo enxuta uma forma de ganhar mais com a mesma estrutura, mas fazendo menos investimentos em matria-prima e em processos mal planejados, na qual o excesso de pessoas e processos complexos e repetitivos caracterizam o retrabalho e impede o alcance

    MAPA DO FLUXO DE VALOR FUTURO Aps ter realizado a anlise dos processos e identificado como funciona o fluxo de

    informaes e de valor dentro da linha de produo, foi elaborado o mapa do fluxo de valor , com os devidos ajustes necessrios. Este novo mapeamento deve ser

    para dar sequncia ao melhor desempenho da cadeia produtiva, buscando atingir o principal objetivo que a produo enxuta do item.

    A partir da Figura 5 observa-se que o trabalho de reduo de estoque a aplicao de um suporte na mquina para colocao das caixas de macho com troca e fixao por engates rpidos, diminuindo o tempo de setup da mesma em 70%. Com a eliminao do estoque e transporte de machos por esteira, este funcionrio foi utilizado na produo proporcionando um aumento de produo na macharia, evitando a formao de gargalo. A moldagem ter estoque de moldes apenas para a primeira carga do forno do dia seguinte. No forno ser reduzido o estoque de matria-prima para 05 dias. O fornecedor ir fazer entregas semanais, liberando espao interno da fbrica que poder ser aproveitado para

    ocasionou a elaborao se ter uma ideia geral de como funciona o fluxo

    prima e demais insumos na ricao do item coletor. Aps ter analisado todo o processo foram identificados

    ios relativo ao excesso de transportes, movimentao de pessoas, estoques em se assim que desenvolver

    produo enxuta uma forma de ganhar mais com a mesma estrutura, mas fazendo prima e em processos mal planejados, na qual o excesso de

    retrabalho e impede o alcance dos

    Aps ter realizado a anlise dos processos e identificado como funciona o fluxo de informaes e de valor dentro da linha de produo, foi elaborado o mapa do fluxo de valor

    , com os devidos ajustes necessrios. Este novo mapeamento deve ser cadeia produtiva, buscando

    lho de reduo de estoque possvel devido a aplicao de um suporte na mquina para colocao das caixas de macho com troca e

    mesma em 70%. Com a eliminao do estoque e transporte de machos por esteira, este funcionrio foi utilizado na produo proporcionando um aumento de produo na macharia, evitando a formao de

    meira carga do forno do dia prima para 05 dias. O fornecedor ir

    fazer entregas semanais, liberando espao interno da fbrica que poder ser aproveitado para

  • outros equipamentos ou processos, como por eum gargalo de produo pela falta de espao.

    Cabe ressaltar que oProduo, atravs do balanceamento da linha de produo de acordo com a capacidade produtiva das mquinas oferecidas. A primeira ao que ser tomada de acordar com o cliente para que sejam emitidas Odatas de entrega mais prximas, facilitando o gerenciamento dos demais itens da linha, produzindo apenas o que ser entregue na semana, iniciando o processo de eliminao de estoque por superproduo, que visa atender o cliente com diminuio do tempo de circulao e estoque das peas dentro da fbrica. Como o regra a produo necessria diria e entrega imediata. A Ordem de produo ser gerada com antecipao de 02 dias, para que a macharia produza os machos com apenas antecipao em relao necessidade da moldagem. Outra ao a se implementada a instalao de uma esteira de transporte dos machos prontos at o setor de moldagem, onde ser instalado um supermercado com machos. O operador da mquina sopradomacho enquanto a mquina sopra o seguinte e libera o mesmo na esteira, que por sua vez ter um funcionrio na sua extremidade recebendomquina de moldar. Este funcionrio ser deslocado do postno molde, que passou a ser feito de forma automatizada, com a instalao de uma broca cnica guiada por sensores.

    A sucata dever ser entregue a capacidade do forno. Esta ao ir dispensar pelo menos 01 pessoapela preparao da sucata (corte e pesagem), passando a auxiliar na inspeo final, aps

    outros equipamentos ou processos, como por exemplo, para a moldagem manualum gargalo de produo pela falta de espao.

    Figura 5 - Mapa do Fluxo do Valor Futuro Fonte: Kach, Oliveira e Veiga (2014)

    Cabe ressaltar que o PCP continua programando a produo e gerando Oatravs do balanceamento da linha de produo de acordo com a capacidade

    produtiva das mquinas oferecidas. A primeira ao que ser tomada de acordar com o cliente para que sejam emitidas Ordens de Compra (OC) de menor volume de peas com

    ga mais prximas, facilitando o gerenciamento dos demais itens da linha, produzindo apenas o que ser entregue na semana, iniciando o processo de eliminao de estoque por superproduo, que visa atender o cliente com diminuio do tempo de circulao

    toque das peas dentro da fbrica. Como o cliente no aceita a entrega antecipada,regra a produo necessria diria e entrega imediata. A Ordem de produo ser gerada com antecipao de 02 dias, para que a macharia produza os machos com apenas antecipao em relao necessidade da moldagem. Outra ao a se implementada a instalao de uma esteira de transporte dos machos prontos at o setor de moldagem, onde ser instalado um supermercado com machos. O operador da mquina sopradomacho enquanto a mquina sopra o seguinte e libera o mesmo na esteira, que por sua vez ter um funcionrio na sua extremidade recebendo-o, para depositar no supermercado ao lado da mquina de moldar. Este funcionrio ser deslocado do posto de ajuste do canal de vazamento no molde, que passou a ser feito de forma automatizada, com a instalao de uma broca cnica guiada por sensores.

    A sucata dever ser entregue embalada em container, em fardos, no tamanho sta ao ir dispensar pelo menos 01 pessoa, que seria responsvel

    pela preparao da sucata (corte e pesagem), passando a auxiliar na inspeo final, aps

    a moldagem manual, que possui

    PCP continua programando a produo e gerando Ordens de atravs do balanceamento da linha de produo de acordo com a capacidade

    produtiva das mquinas oferecidas. A primeira ao que ser tomada de acordar com o de menor volume de peas com

    ga mais prximas, facilitando o gerenciamento dos demais itens da linha, produzindo apenas o que ser entregue na semana, iniciando o processo de eliminao de estoque por superproduo, que visa atender o cliente com diminuio do tempo de circulao

    cliente no aceita a entrega antecipada, a nova regra a produo necessria diria e entrega imediata. A Ordem de produo ser gerada com antecipao de 02 dias, para que a macharia produza os machos com apenas meio dia de antecipao em relao necessidade da moldagem. Outra ao a se implementada a instalao de uma esteira de transporte dos machos prontos at o setor de moldagem, onde ser instalado um supermercado com machos. O operador da mquina sopradora, inspeciona o macho enquanto a mquina sopra o seguinte e libera o mesmo na esteira, que por sua vez ter

    o, para depositar no supermercado ao lado da o de ajuste do canal de vazamento

    no molde, que passou a ser feito de forma automatizada, com a instalao de uma broca

    , no tamanho adequado , que seria responsvel

    pela preparao da sucata (corte e pesagem), passando a auxiliar na inspeo final, aps

  • receber treinamento especfico para tal funo, eliminando, desta forma, o gargalo existente na expedio (inspeo final da pea) e carregamento de peas. A quantidade de insumos comprados continuar da mesma forma, uma vez que so indispensveis e o fornecedor est localizado em grandes centros, o que exige um prazo maior para a entrega.

    Indo ao encontro da ideia de implantao da produo Lean, que para aumentar a produo, com a diminuio dos custos, mas no dispensando, se possvel, nenhum colaborador, estes foram remanejados, assim como houve a redistribuio de mquinas para o melhor aproveitamento das pessoas envolvidas no processo. Desta forma, o processo foi adequado com o devido refinamento para proporcionar um crescimento efetivo, de forma que a empresa tenha processos otimizados para conquistar novos mercados.

    5. CONCLUSO O mapa atual descreve algumas falhas que existem e que se sanadas podero

    proporcionar uma melhoria nos resultados da organizao. O primeiro passo, que foi identificar e registrar como est seu funcionamento, possibilita realizar um diagnostico da situao atual que servir de base para formular o prximo passo, que o mapa futuro, atravs do qual se definem aes que devero ser aplicadas, a partir de uma nova viso sobre o processo a ser melhorado. A realocao de pessoas, a mudana de layout ou algum equipamento podero fazer proporcionar o alcance dos resultados almejados. Em muitos casos as pequenas alteraes que traro os melhores resultados. Sempre preciso observar que a aplicao de um novo mapa de fluxo dever exigir um mnimo de investimento e que a partir destas mudanas o retorno dever ser relevante para a empresa.

    Com a utilizao de dados confiveis, conhecimento das ferramentas pela equipe e colaborao dos funcionrios as metas podero atingidas. Todos os procedimentos devero ser respeitados, caso contrrio, os objetivos no podero ser atingidos. Desta forma, o MFV pode ser visto como uma linha de gerenciamento que recebe apoio, como j citado anteriormente, de inmeras outras ferramentas para o controle de qualidade, reduo de estoque, melhoria dos indicadores, que so reflexo do que acontece dentro da fbrica, que por sua vez tambm devero ser dominadas e aplicadas de forma correta. A partir do desenvolvimento das ferramentas preconizadas pela produo enxuta, entende-se que os resultados sero efetivos e proporcionaro o crescimento da organizao, de uma forma segura para poder enfrentar as intempries do mercado em constante oscilao e mudanas de comportamentos.

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