laudo sobre ruido e poluição sonora

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  • Operao Urbana Consorciada da Regio do Porto do Rio V Situao Atual e Futura

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    9. RUDO E POLUIO SONORA

    9.1 INTRODUO E OBJETIVOS As ondas sonoras emitidas por fontes diversas de rudo se propagam no meio ambiente de

    vrias formas. Qualquer processo que provoque flutuaes no ar pode gerar ondas sonoras.

    Em zonas urbanas, um dos maiores responsveis pelo rudo so os veculos automotivos

    (carros, caminhes, nibus), alm dos rudos provocados por aeronaves.

    A propagao do som pode ser prejudicada pela presena de obstculos na trajetria de

    propagao. Assim, a construo de grandes edificaes ou as modificaes topogrficas

    mudanas que devem ocorrer na rea em questo poder fazer com que o nvel de rudo

    na rea em estudo diminua.

    A energia gerada por fontes sonoras sofre atenuao ao se propagar no ar livre. Os fatores

    causadores dessa atenuao so: distncia percorrida por ondas sonoras, barreiras,

    absoro atmosfrica, vegetao, variao da temperatura e efeito do vento.

    Em centros urbanos, existe o que se denomina rudo de fundo, produzido por fontes

    diversas: trfego de veculos, indstrias, trem, metr, aeronaves, etc. O nvel de rudo de

    fundo em um determinado local est intimamente relacionado uso e ocupao do solo.

    O objetivo deste estudo foi verificar os nveis de rudo atuais na ADA rea Diretamente

    Afetada, que abrange o permetro da Operao Urbana e compar-los com os impactos

    provocados pelas intervenes propostas pela OUC do Porto do Rio.

    9.2 PROCEDIMENTOS METODOLGICOS Para a elaborao do diagnstico atual do parmetro ambiental de rudo, foram feitas

    medies do nvel de presso sonora em alguns pontos pr-selecionados. Utilizamos como

    referncia, os nveis de rudo considerados tolerveis pela Resoluo n0 01/1990 do

    CONAMA.

    Para as medies foi utilizada a norma da ABNT NBR 10.151:2000 - Acstica-Avaliao do

    rudo em reas habitadas, visando o conforto da comunidade Procedimento, conforme

    especificado na Resoluo CONAMA 01/1990, em seu artigo VI.

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    Para os efeitos desta Norma aplicam-se as seguintes definies:

    Nvel de presso sonora equivalente, LAeq, em dB(A): o nvel que, na hiptese de poder ser mantido constante durante o perodo de medio, acumularia a mesma

    quantidade de energia acstica que os diversos nveis variveis acumulam no mesmo

    perodo.

    Nvel de rudo ambiente: o nvel de presso sonora equivalente ponderado em A, no local e horrio considerados, na ausncia do rudo gerado pela fonte sonora em questo.

    O equipamento utilizado para as medies tem as seguintes caractersticas: Decibelmetro Digital nacional, modelo DEC-420, fabricado pela Instrutherm, conforme

    Norma IEC 651 Tipo 2, ANSI S1.4 Tipo 2, BSEN 651 (1994).

    Especificaes:

    Nome: Medidor de Nvel Sonoro Tipo: 2

    Marca: Instrutherm

    Modelo: DEC-420

    No de srie: 09010900458786

    Data da Calibrao: 28/01/2009

    Calibrado por: Laboratrio de Calibrao Instrutherm

    Escala: 30 a 130 dB

    Preciso: 1,5 dB

    Resoluo: 0,1 dB

    Microfone de eletreto condensado destacvel

    Ponderao: A e C

    Resposta: Rpida e lenta

    Memria de valor mximo (pico)

    Freqncia: 31,5 Hz a 8 kHz

    As medies foram realizadas nos meses setembro, outubro e novembro de 2009, nos

    perodos diurno e noturno. As medies foram realizadas nas ruas situadas dentro do permetro da regio da Operao Urbana Consorciada Porto do Rio, e imediaes.

    As medies esto apresentadas em nvel de presso sonora equivalente (LAeq) em dB(A).

    As medies foram realizadas com base nas seguintes especificaes: foram efetuadas em

    pontos afastados aproximadamente 1,20m do piso e pelo menos 2,00m de quaisquer

    superfcies refletoras como muros, paredes entre outros.

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    Todas as medies foram realizadas em resposta rpida FAST, na curva A, com o

    medidor de nvel de presso sonora ajustado para resposta rpida (fast).

    Foram medidos os nveis de rudo produzidos no ambiente, gerados por fontes tais como:

    passagem de veculos, caminhes, nibus e avies, entre outros.

    importante ressaltar que, quando duas fontes de rudo so combinadas, o nvel de

    presso sonora resultante no a soma algbrica dos dois nveis individuais em decibis, e

    sim sua soma direta em Leq. Seguindo esses clculos, a combinao de duas fontes de

    igual presso sonora implica um aumento de 3 dB em relao produzida por cada uma

    delas consideradas separadamente.

    No caso de ruas e avenidas, o nvel de presso sonora futuro pode ser previsto atravs de

    equaes. Atualmente, as equaes mais confiveis e testadas por vrios trabalhos

    cientficos so as propostas pelo Her Majestys Stationery Office (HMSO), do departamento

    de transportes do Reino Unido. Nesta equao so considerados o volume de trfego, a

    velocidade mdia dos veculos e a quantidade de veculos pesados em circulao. Para este

    estudo, foi utilizado o modelo do HMSO. H equaes especficas para se saber o

    decaimento do rudo em funo de cada varivel. Para o caso em questo, os principais

    atenuantes so a distncia e as barreiras naturais ou construdas (edificaes em geral).

    Este estudo no considerou o aspecto atenuante da vegetao pelo fato de que, na regio

    analisada, no existe uma vegetao densa o suficiente para atuar significativamente nesse

    sentido.

    9.3 SITUAO ATUAL 9.3.1 - rea Indiretamente Afetada e Entorno Na rea indiretamente afetada - AIA, os nveis de presso sonora encontrados so

    caractersticos de uma zona urbana de alta densidade, com vias arteriais de movimento

    intenso.

    9.3.2 - rea Diretamente Afetada Na rea diretamente afetada - ADA, os nveis de presso sonora encontrados so

    caractersticos de uma zona urbana de alta densidade, com vias arteriais de movimento

    intenso.

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    A tabela abaixo, define os nveis de rudo permitidos para diversos tipos de ocupao do

    solo, em dB(A), conforme especificado na norma NBR 10.151:2000.

    Tabela 1. Nveis de Rudo permitidos de acordo com o uso do solo.

    Tipos de reas Diurno Noturno

    reas de stios e fazendas 40 35

    Vizinhanas de hospitais (200m alm divisa) 45 40

    rea estritamente residencial urbana 50 45

    rea mista, predominantemente residencial, sem corredores de trnsito 55 50

    rea mista, com vocao comercial e administrativa, sem corredores de

    trnsito

    60 55

    rea mista, com vocao recreacional, sem corredores de trnsito 65 55

    rea mista at 40m ao longo das laterais de um corredor de trnsito 70 55

    rea predominantemente industrial 70 60

    Na prxima tabela, esto expostos os resultados de algumas das medies de nvel de presso sonora das reas de influncia indireta e de entorno, para os horrios diurno e

    noturno.

    Tabela 2. Medies de rudo realizadas em ruas dos setores abrangidos pela OUC do Porto do Rio,

    no perodo diurno e noturno.

    Setor Pontos de medio Diurno

    (Leq)

    Diurno

    (Lmax)

    Noturno

    (Leq)

    Noturno

    (Lmax)

    A Praa Mau (abaixo da Perimetral) 81,9 85,6 70,8 74,5

    A Rua Edgard Gordilho c/ Av. Venezuela 83,2 86,3 69,2 71,3

    A Av. Baro de Tef c/ Av. Rodrigues Alves 82,5 85,4 75,9 77,3

    A Av. Baro de Tef c/ Av. Venezuela 80,6 84,2 65,5 70,4

    A Av. Baro de Tef c/ Rua Sacadura Cabral 73,2 75,2 67,5 71,7

    A Av. Presidente Vargas c/ Rua Visconde Itabora 82,1 86,4 70,9 74,3

    B Av. Rodrigues Alves (perto rodoviria) 80,0 83,7 76,0 79,2

    B Av. Rodrigues Alves (Incio Setor B) 88,8 89,7 82,1 82,8

    B Av. Rodrigues Alves com Rua Rivadvia Corra 84,4 91,2 74,13 75,3

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    B Av. Rodrigues Alves com Rua Santo Cristo 83,09 86,1 70,64 72,6

    C Av. Cidade Lima com Av. Professor Pereira Reis 83,8 88,3 72,08 74,7

    C Rodoviria 84,9 87,5 75,6 77,8

    C Av. Rodrigues Alves com Rua Cordeiro da Graa 82,9 85,3 72,8 75,2

    C Praa Marechal Hermes 81,5 84,5 69,8 72,8

    D Av. Francisco Bicalho c/ Viad. Eng. Paulo S. Reis 83,9 86,8 74,6 77,4

    D Rua General Luiz Mendes de Morais 75,4 77,5 71,7 74,5

    E Av. Presidente Vargas (Prx. Central do Brasil) 82,6 88,0 69,4 72,9

    E Av. Presidente Vargas (Prx. Viad.Marinheiros) 83,1 87,4 70,9 73,8

    J Av. Presidente Vargas (Pa Duque de Caxias) 82,1 84,9 71,0 73,5

    J Av. Marechal Floriano c/ R. Alexandre Mackenzie 80,5 83,2 70,3 73,1

    J Rua Baro de So Flix com Rua Camerino 77,8 79,5 69,0 71,7

    L Av. Presidente Vargas (Fim do 1canteiro central) 78,9 81,9 73,5 76,2

    L Av. Presidente Vargas (Fim do 2canteiro central) 80,6 84,5 72,6 75,8

    L Monumento Francisco Pereira Passos 76,5 78,2 72,8 75,1

    L Av. Rio Branco com Rua Tefilo Otoni 78,0 81,7 73,3 75,1

    L Av. Marechal Floriano com Av. Passos 77,6 81,5 71,8 73,8

    L Rua Acre com Av. Mal. Floriano 77,8 80,3 68,0 71,0

    L Av. Mal. Floriano com Av. Rio Branco 77,9 80,2 70,8 72,1

    L Av. Rio Branco com Rua Acre 76,9 80,3 70,8 72,7

    M Rua Melo e Souza 75,5 77,0 70,0 73,9

    M Av. Francisco Bicalho com Rua Idalina Senra 83,8 86,5 75,0 77,6

    N Av. Brasil 84,6 87,5 74,6 77,6

    O nvel de presso sonora gerado em grandes avenidas e corredores de trfego constitui

    um dos mais graves problemas ambientais em algumas regies da cidade. Como se pode

    perceber, o nvel de presso sonora registrado nos corredores existentes na rea estudada foi bastante elevado.

    Comparando os resultados obtidos nas medies, com os sugeridos pela NBR 10151, que

    constam na tabela 1, o nvel de presso sonora atual j supera o recomendado. Os nveis

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    limite recomendados, entre 65 e 70 dB(A) no perodo diurno e de 55 dB(A) noturno, no

    foram verificados em nenhum dos pontos medidos.

    Figura 1. Nveis de Rudo Perodo Diurno. Observar as reas vermelhas, com os nveis de rudo mais elevados,

    seguidas pelas reas em laranja, amarelo, verde e azuis, onde o nvel de rudo menor.

    Figura 2. Nveis de Rudo Perodo Noturno. Observar como o nvel de rudo decresce noite em relao ao dia,

    devido principalmente diminuio de trfego virio e circulao de pessoas.

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    Conclui-se, assim, que os nveis de rudo medidos nas ruas da regio, nos corredores de trfego da AIA e na ADA so bastante elevados.

    Portanto, pode-se considerar que na situao atual, a AIA uma regio de nvel de presso

    sonora elevada nas proximidades de grandes vias de trfego, como Av. Presidente Vargas,

    Perimetral, Rodrigues Alves, Av. Francisco Bicalho e Av. Brasil. Nestes locais, a poluio

    sonora questo crtica e problemtica. Nas vias intermedirias, com nvel de presso

    sonora mais baixo, esse problema mais ameno.

    9.4 INTERVENES PROPOSTAS PELA OUC DO PORTO DO RIO ASSOCIADAS AOS RIDOS Entre as intervenes propostas pela OUC que podero ocasionar impactos sobre a ADA

    rea Diretamente Afetada, pode-se citar a gerao de rudos pela execuo de obras, pelo

    aumento do trfego virio em relao ao trfego atual e construo de barreiras fsicas e

    arborizao do local, que iro atenuar a poluio sonora.

    9.5 IMPACTOS PREVISTOS - SITUAO FUTURA A seguir, so apresentados os possveis impactos ocasionados pela OUC da Regio do

    Porto do Rio que podem influenciar nos nveis de rudo da ADA.

    9.5.1 Comprometimento da Qualidade Ambiental pelo aumento dos nveis de rudo Fase de Instalao Para a instalao do empreendimento sero necessrios servios de terraplanagem,

    asfaltamento, construo e alargamento de vias e tneis, ou demolio de obras existentes.

    Isto demandar equipamentos de construo civil (tratores, rolos compactadores, bate-

    estacas, britadeiras, caminhes, etc) que, em geral, emitem uma presso sonora

    equivalente a 90 dB(A) (no caso de britadeira) medidos a 7 metros de distncia. A Tabela 3

    indica o nvel sonoro previsto, em funo da distncia das obras.

    Tabela 3. Nvel de rudo conforme a distncia das obras

    Distncia das Obras (m) Nivel de Rudo (dB(A))

    7 90 20 81 50 73 100 67

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    150 63 200 61 250 59 300 57 400 55 500 53 600 51 700 50 800 49 900 48

    1000 47 1500 43

    Os clculos efetuados revelam que o nvel de presso sonora a cerca de 320 metros de

    distncia do equipamento em operao menor que o NCA (Nvel Critrio Ambiente)

    recomendado. Portanto, a rea de Influncia Indireta e a rea de Entorno no sero

    impactadas pelo rudo gerado na fase de implantao do empreendimento.

    Na rea de Influncia Direta, por sua vez, o rudo gerado na fase de implantao ser

    encoberto pelo rudo de fundo j diagnosticado na regio, e tambm no haver impacto na

    regio. Apenas os imveis situados at 300 metros dos equipamentos estaro sujeitos a um

    nvel de presso sonora maior (aproximadamente 77 dB(A)). No entanto, preciso

    considerar que eles j esto sujeitos a um nvel de presso sonora elevado devido

    presena de grandes avenidas. Tais valores chegam a atingir de 91,2 dB(A) no perodo

    diurno e 82,8 no noturno, como medida de pico de gerao de rudo.

    Portanto, o impacto ambiental causado pelo rudo ser de pequena magnitude, abrangendo uma regio limitada a um raio de 200 metros da operao dos equipamentos e

    de mdia magnitude para os imveis mais prximos. Deve-se levar em conta que o rudo que ser emitido ao meio ambiente est muito prximo do j existente atualmente. O

    impacto ter pequena durao, limitada a implantao do empreendimento, e ser

    totalmente reversvel, pois o desligamento dos equipamentos cessa o impacto

    imediatamente.

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    9.5.2 Comprometimento da Qualidade Ambiental decorrente de Poluio Sonora Fase de Operao

    Para a fase de operao do empreendimento, cabe a este estudo realizar uma previso dos

    nveis de presso sonora que devero existir aps sua implantao.

    Ao contrrio do trnsito em estradas e rodovias, nas reas urbanas os veculos dificilmente

    se movem com fluidez. A maior intensidade de trfego d-se nos cruzamentos sinalizados

    ou semaforizados, cuja variedade de destinos e as caractersticas das vias por onde

    circulam, fazem com que um veculo em determinado itinerrio mova-se com uma srie de

    aceleraes e desaceleraes, com pequenos perodos de movimento fludo e outros

    perodos completamente parados. Este tipo de trfego chamado de pulsante. As

    velocidades so baixas e mdias com veculos em marcha lenta e motores com altas

    rotaes dominando claramente o rudo produzido pelo motor e pelo escapamento.

    Geralmente, tanto automveis como veculos pesados transitam em regime prximo a

    mxima potncia e consequentemente com nvel sonoro elevado. As variveis que

    influenciam na propagao do som em reas urbanas so muitas e o estudo de suas

    relaes muito complexo. Pode-se citar alguns dos principais fatores:

    Absoro do som pelo ar em funo da distncia entre a fonte de rudo e o receptor. Para

    o fluxo de veculos, tem-se 3 dB de atenuao de rudo ao ar livre para cada duplicao da

    distncia. Tal relao dada pela seguinte equao:

    NPS0 NPS1 = 10 log (d1/d0) Onde:

    NPS = Nvel de Presso Sonora, em dB(A);

    d = distncia entre a fonte e o receptor,em metros.

    Com esta equao possvel se fazer a previso dos nveis de presso sonora em qualquer

    distncia d1 a partir de um nvel medido em qualquer outra distncia d0.

    Gradiente de temperatura que provoca movimentos de ascendncia ou descendncia da

    sondas sonoras;

    Efeito do vento que depende da velocidade do vento e mudana de sua direo,

    provocando aumentos ou declnios nos nveis de presso sonora, dependendo da

    localizao do receptor.

    Cobertura do solo ou tipo de pavimento que compe a pista de rodagem e seu estado de

    conservao influenciam na emisso de rudos, em funo de seu atrito com os pneus dos

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    veculos. Sabe-se que o pavimento asfltico liso o menos ruidoso, seguido pelo de

    concreto gasto pelo uso. Para um mesmo tipo de pneus, as diferenas encontradas entre o

    menos ruidoso (asfalto liso) e o mais ruidoso (concreto frisado) alcanam os 11 dB(A);

    A inclinao da via indica os trechos mais ruidosos. Para manter a velocidade,

    necessrio aumentar a potncia do motor, aumentando sua rotao, que se consegue

    reduzindo a relao de marchas. O rudo gerado pelo motor funo direta de sua rotao,

    logo, quanto mais lenta a marcha, maior o rudo emitido. Pode-se afirmar ainda que, em

    veculos que utilizam a 5 marcha, os nveis de presso sonora em funo da velocidade

    tendem a ser menores;

    As barreiras acsticas urbanas mais comuns so as paredes ou fachadas das edificaes.

    A fonte de rudo, os veculos, situa-se entre duas barreiras paralelas. medida que reduzem

    notavelmente os nveis sonoros em sua parte posterior, refletem o rudo para a calada,

    criando um espao semi-reverberante entre os prdios, principalmente quando a distncia

    entre as fachadas, ou barreiras, pequena. Essa situao torna mais lenta a reduo dos

    nveis sonoros do trfego, resultando no fenmeno conhecido como efeito canho

    (SANCHO, 1982). Logo, as reflexes do som com as paredes originam um aumento dos

    nveis de rudo e em ruas estreitas, os nveis de rudo so maiores que em ruas

    largas,mesmo que o fluxo horrio de veculos seja menor nas vias estreitas;

    Efeito da Vegetao GERGES (1992) conclui que para uma atenuao de 2 dB em 1kHz

    necessrio uma rea de rvores densas 10 m de distncia da fonte e com uma largura de

    20m. Quando a grama for densa e houver folhagens no solo, essa atenuao pode

    aumentar para 4 dB. Mesmo oferecendo pouca atenuao em funo da rea que ocupa, a

    vegetao pode servir como uma barreira visual, ocasionando um efeito psicolgico mais

    favorvel ao receptor.

    Alm dos fatores citados, pode-se afirmar ainda que a presena de veculos pesados e

    motos, causa um incremento nos nveis equivalentes de presso sonora, em trfego de

    pouca ou mdia intensidade e que em vias de altas velocidades o nvel de rudo maior.

    A maioria das pesquisas realizadas at hoje foram desenvolvidas a partir de anlises do

    rudo do trfego veicular contnuo, contribuindo de forma decisiva no desenvolvimento de

    metodologias de mapeamento sonoro, modelos de previso e no fornecimento de dados

    para estudos futuros.

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    Os clculos foram realizados segundo o modelo HMSO, a partir da seguinte equao geral:

    L10 = 10log10 q + 33 log10 (v + 40 + 500/v) + 10 log10 (1 + 5p/v) 26,6

    q = volume de trfego, em veculos/hora;

    v = velocidade mdia, em km/h;

    p = porcentagem de veculos pesados, em %.

    O modelo foi elaborado para situaes onde a fonte esteja a 0,5 metros de altura e a 3,5

    metros do meio-fio ao eixo da via de trfego. Considera-se que para uma distncia igual a

    10 m, o incremento causado pela distncia da fonte ao receptor igual zero, e que para

    distncias superiores aos 13m previstos, deva haver uma considerao baseada na

    equao 1.

    A principal utilizao que se pode fazer com a equao do HMSO, no controle de trfego

    urbano, buscando benefcios na qualidade ambiental. Em reas onde o rudo deve ser

    controlado com maior rigor, nas proximidades de hospitais e prdios escolares, possvel, a

    partir do nvel de presso sonora recomendado, alterar as caractersticas do trfego de

    veculos segundo as variveis de fluxo total de veculos, velocidade mdia e porcentagem

    de veculos pesados em intersees. Ou seja, o conforto acstico passaria a ser um dos

    principais condicionantes do controle de trfego urbano.

    Atravs de uma enquete social, realizada junto populao em diferentes bairros da capital

    no sul do pas, concluiu-se que 47% da populao considerava que o rudo mais perturbador

    produzido pelos nibus, revelando que possveis melhorias realizadas no rudo produzido

    pelos nibus trariam resultados significativos na reduo da poluio sonora.

    A Tabela 4 simula como seria o comportamento do rudo ambiental nas vias que compem a

    ADA e AID na regio da Operao para os horrios diurno e noturno, j com a

    implementao da Operao Urbana.

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    Tabela 4. Nvel de rudo

    Setor Pontos de medio Diurno Diurno Noturno Noturno

    (Leq) (Lmax) (Leq) (Lmax) A Praa Mau (abaixo da Perimetral) 77,8 81,3 67,3 70,8 A Rua Edgard Gordilho c/ Av. Venezuela 79,0 82,0 65,7 67,7

    A Av. Baro de Tef c/ Av. Rodrigues Alves 79,2 82,0 72,9 74,2

    A Av. Baro de Tef c/ Av. Venezuela 77,4 80,8 62,9 67,6

    A Av. Baro de Tef c/ Rua Sacadura Cabral 69,5 71,4 64,1 68,1

    A Av. Presidente Vargas c/ Rua Visconde Itabora 78,0 82,1 67,4 70,6

    B Av. Rodrigues Alves (perto rodoviria) 76,0 79,5 72,2 75,2 B Av. Rodrigues Alves (Incio Setor B) 84,4 85,2 78,0 78,7

    B Av. Rodrigues Alves com Rua Rivadvia Corra 80,2 86,6 70,4 71,5

    B Av. Rodrigues Alves com Rua Santo Cristo 78,9 81,8 67,1 69,0

    C Av. Cidade Lima com Av. Professor Pereira Reis 80,4 84,8 69,2 71,7

    C Rodoviria 79,8 82,3 71,1 73,1

    C Av. Rodrigues Alves com Rua Cordeiro da Graa 79,6 81,9 69,9 72,2

    C Rua Equador - Binrio 78,5 83,3 72,4 76,9 C Praa Marechal Hermes 81,5 84,5 69,8 72,8

    D Av. Francisco Bicalho c/ Viad. Eng. Paulo S. Reis 83,9 86,8 74,6 77,4

    D Rua General Luiz Mendes de Morais 77,8 80,1 73,2 76,8

    E Av. Presidente Vargas (Prx. Central do Brasil) 82,6 88 69,4 72,9

    E Av. Presidente Vargas (Prx. Viad.Marinheiros) 83,1 87,4 70,9 73,8

    J Av. Presidente Vargas (Pa Duque de Caxias) 82,1 84,9 71 73,5

    J Av. Marechal Floriano c/ R. Alexandre Mackenzie 80,5 83,2 70,3 73,1

    J Rua Baro de So Flix com Rua Camerino 77,8 79,5 69 71,7

    L Av. Presidente Vargas (Fim do 1canteiro central) 78,9 81,9 73,5 76,2

    L Av. Presidente Vargas (Fim do 2canteiro central) 80,6 84,5 72,6 75,8

    L Monumento Francisco Pereira Passos 76,5 78,2 72,8 75,1 L Av. Rio Branco com Rua Tefilo Otoni 78 81,7 73,3 75,1 L Av. Marechal Floriano com Av. Passos 77,6 81,5 71,8 73,8 L Rua Acre com Av. Mal. Floriano 77,8 80,3 68 71 L Av. Mal. Floriano com Av. Rio Branco 77,9 80,2 70,8 72,1 L Av. Rio Branco com Rua Acre 76,9 80,3 70,8 72,7 M Rua Melo e Souza 75,5 77 70 73,9

    M Av. Francisco Bicalho com Rua Idalina Senra 83,8 86,5 75 77,6

    N Av. Brasil 84,6 87,5 74,6 77,6 Nas Av. Rodrigues Alves, e nas vias contguas teremos, mesmo com o aumento de trfego,

    uma diminuio mdia de 3 dB(A), como resultado da demolio da Perimetral, pois hoje o

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    elevado serve como caixa de ressonncia para os rudos produzidos na avenida abaixo

    dele.

    J no caso da Rua Equador Via do Binrio, termos em funo do acrscimo de trfego um

    aumento mdio de 0,8 dB(A). Na Rua General Luiz Mendes de Morais, que servir de

    acesso ao Binrio, haver um acrscimo de 2,4 dB(A) resultante do incremento de veculos.

    Considera-se assim que o impacto ambiental ser pouco significativo para a regio, pois,a pesar do aumento do fluxo virio, a diluio do fluxo de veculos por outras vias de

    circulao atenuar o nvel de presso sonora medido nas principais vias existentes, e que

    tem nveis de rudo acima das recomendadas pela legislao.

    As medies de rudo foram colocadas em mapa de diagnstico de rudos, para os perodos

    diurno e noturno, conforme consta nas figuras 4 e 5.

    Figura 4. Nveis de Rudo Perodo Diurno

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    Figura 5. Nveis de Rudo Perodo Noturno

    9.6 MITIGAO DOS IMPACTOS A seguir, so apresentadas as medidas para mitigar os impactos relacionados poluio

    sonora, mencionados acima.

    9.6.1 Comprometimento da Qualidade Ambiental pelo aumento dos nveis de rudo Fase de Instalao Como as principais intervenes no caso, a demolio da perimetral e construo do tnel

    esto localizadas distante dos principais pontos residenciais, conclui-se que o impacto de

    nvel de rudo j ter cado consideravelmente nos pontos residncias. Portanto, apesar do

    aumento dos nveis de rudo nos locais de obra, este aumento no dever atingir a

    comunidade diretamente afetada pelo desconforto ambiental das emisses sonoras.

    Mesmo assim, recomenda-se que os equipamentos utilizados durante a obra, tais como

    geradores de energia, britadeiras, entre outros, sejam dotados de atenuao acstica e que

    as vias de acesso e trnsito desses equipamentos estejam em bom estado de conservao,

    de modo a evitar o rudo de impacto nas caambas. Alm disso, sugere-se que os nveis de

    rudo obedeam aos horrios determinados por lei.

    9.6.2 Comprometimento da Qualidade Ambiental decorrente de Poluio Sonora Fase de Operao Apesar dos impactos ambientais gerados serem todos de baixa relevncia, recomenda-se

    algumas medidas de controle que podem ser implementadas, como:

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    O controle do nmero de veculos pesados e mdios que circularo pela nova via deve ser limitado, pois estes so os maiores emissores de rudo ao meio ambiente.

    A velocidade dos veculos deve ser controlada, pois a partir de 60 Km/h os pneus dos automveis so os principais geradores de rudo do veiculo, suplantado o rudo gerado

    pelo motor.

    O asfalto utilizado nas novas vias deve ser de boa qualidade e baixa rugosidade diminuindo o atrito dos pneus no solo e assim controlando o nvel de presso sonora

    emitido ao meio ambiente.

    O controle do estado e da eficincia dos abafadores de rudo dos veculos que circulam na regio deve ser sistemtico. Com isso evita-se a emisso de rudo

    desnecessariamente ao meio ambiente.

    Os empreendimentos imobilirios devem ter um recuo apropriado da via de trafego a fim de propiciar condies para uma boa disperso da energia sonora, no a centralizando

    em pontos especficos. Estes recuos devem ser arborizados.

    9.7 CONCLUSES Atualmente, os nveis de rudo so considerados elevados na maior parte dos locais

    pertencentes rea abrangida pela Operao Urbana Consorciada do Porto do Rio,

    estando acima dos parmetros permitidos por lei.

    Na fase de instalao, os rudos emitidos pelas mquinas ficaro prximos aos nveis atuais

    nas principais avenidas, no devendo afetar a comunidade atravs do desconforto ambiental

    causado pelas emisses sonoras. Porm, para amenizar o impacto ambiental, os

    equipamentos em operao devem estar em bom estado de conservao e manuteno eas

    vias de acesso e trnsito desses equipamentos no devem estar esburacadas e

    desniveladas. Os horrios de obra tambm devem considerar os nveis de rudos nos

    perodos estabelecidos por lei.

    J na fase de operao, o impacto ambiental ocasionado pelo aumento do nvel de rudo

    ser pouco significativo, pois o rudo da rea abrangida pela OUC do Porto do Rio j possui

    nveis altos, acima dos nveis permitidos por lei, e o aumento do nvel em alguns locais no

    ser muito superior ao atual. Mesmo com o aumento do fluxo virio na regio, em algumas

    vias o fluxo ser diludo. Alm disso o aumento da vegetao e das barreiras acsticas

    urbanas, diminuir o rudo em alguns locais da rea diretamente afetada.

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    Com a implementao das medidas mitigadoras recomendadas, a qualidade ambiental

    acstica da regio ir melhorar, devendo a Operao Urbana provocar impactos ambientais

    positivos em relao poluio sonora.