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Just in Time - connection with industryTRANSCRIPT
António Costa n.º 9120400
Just in time
Instituto Politécnico do Porto
Escola Superior de Estudos Industriais e de Gestão
Licenciatura em Engenharia e Gestão Industrial
2013-2014
António Costa i
António Costa n.º 9120400
Just in Time
Trabalho apresentado na Escola
Superior de Estudos Industriais e
de Gestão, do Instituto Politécnico
do Porto, para obtenção de
aprovação na Unidade Curricular
de Analise e Otimização de
Processos.
António Costa iii
Índice Índice de Figuras ................................................................................... iv
Glossário de Termos ............................................................................... v
PARTE I – INTRODUÇÃO ........................................................................... 6
Capítulo I – Enquadramento ...................................................................... 6
PARTE II – JUST IN TIME ........................................................................... 7
Capítulo I – Introdução ao Just in Time ......................................................... 7
6.1 Perspetiva histórica ................................................................... 7
6.2 O que é o Just in Time ................................................................. 7
Capítulo II – Desperdício, Valor e Satisfação do Cliente ..................................... 7
Capitulo III – JIT ............................................................................ 10
Capítulo IV – Jidoka .............................................................................. 12
Capítulo V – Conclusão .......................................................................... 14
FONTES DE INFORMAÇÃO......................................................................... 1
António Costa iv
Índice de Figuras
Exemplos de desperdício--------------------------------------------- 8
exemplo kanban ----------------------------------------------------- 11
António Costa v
Glossário de Termos
JIT Just in Time
Lean Filosofia de gestão focada na redução de
desperdícios.
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PARTE I – INTRODUÇÃO
Nesta primeira parte, é realizado o enquadramento teórico do trabalho realizado,
bem como os objetivos do mesmo.
Capítulo I – Enquadramento
O mercado sempre em constante crescimento, as alterações frequentes no
custo das matérias-primas e a imposição de restrições ambientais exige
respostas imediatas das indústrias e um melhor controlo da produção. O
aumento crescente da automação e os avanços nos sistemas de análise e de
instrumentação propiciam a formulação de novas estratégias voltadas para a
otimização operacional dos processos industriais.
Deste modo, a aplicação de metodologias de melhoria continua
s e n d o e s t a t a m b é m uma forma de as empresas encontrarem formas
de contornar a crise. Assim, podemos dizer que estamos na presença de uma
organização que usa metodologias continuas quando estas
conseguem/procuram produzir algo que não envolva desperdícios e, para
isso, cooperação da equipa e a envolvência de todas as pessoas toma um
papel importante para o desenvolvimento das mesmas.
Ao longo do presente relatório, pode-se ver algumas das
metodologias de melhoria.
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António Costa 7
PARTE II – JUST IN TIME
Nesta segunda parte, será demonstrada algumas funções e atividades do Just in
Time.
Antes de passar ao primeiro tópico de abordagem, far-se-á uma breve introdução a o
que se trata este método.
Será também abordada as funções do Kanban.
Capítulo I – Introdução ao Just in Time
1.1 Perspetiva histórica
O Just in Time inicia a sua história a seguir á II Grande Guerra com o sistema de
produção da Toyota. Até final dos anos 70 esteve limitado á Toyota e á família dos seus
fornecedores principais.
Em resultado da 2º crise mundial do petróleo em 1976, os japoneses começaram a
compreender que o seu padrão de crescimento continuado durante 25 anos tinha sido
quebrado e que no futuro teriam que contar com altos e baixos tal como as restantes
nações Ocidentais.
Desde 1976, o Just in Time tem crescido pelo Japão sendo uma realidade de muitas
empresas japonesas contudo ainda não é dominante da indústria japonesa (Hay, 1988).
1.2 O que é o Just in Time
Este é um termo usado muito na industrial ocidental desde meados dos anos 80.
Contudo o que a maioria ainda não compreende é afina o que é o Just in Time?
O Just in Time não é meramente um sistema destinado a reduzir inventários,
empurrar as responsabilidades para os fornecedores ou meramente uma desculpa rápida
para produtores ineficientes.
Just in Time é muito mais que isso, pois trata-se de uma filosofia de produção, que
focaliza na eliminação de desperdícios no processo de produção global, permitindo a
empresa se transformar numa arma estratégica caso seja bem implantado este sistema
(Hay, 1988).
Capítulo II – Desperdício, Valor e Satisfação do Cliente
Nos dias de hoje, aquilo que as organizações mais procuram é valor,
porque elas existem para a criação do mesmo. Valor é então, tudo aquilo
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que justifica a atenção, o tempo e o esforço que dedicamos a algo. O valor que
as Empresas geram destina-se à satisfação simultânea de todos os
stakeholders. Todas elas têm interesses e necessidades e a sua satisfação
resulta no valor criado pela organização.
No entanto, muito daquilo que as empresas produzem, é tudo menos
valor, ou seja, o desperdício (Harrison, 1992).
Por forma a divergir deste desperdício, as empresas devem centrar-se
nas atividades que vão de encontro à satisfação dos stakeholders, e
procurar eliminar todas as formas de desperdício (muda).
Este desperdício é então apresentado de várias formas, tais como:
O maior dos problemas com estes desperdícios, são então os
custos associados, porque é como que “fundo perdido”, sendo que é
investimento não recuperável.
O Lean diz que o desperdício deve ser tomado como uma oportunidade
para fazer mais e melhor para otimizar.
O desperdício é então referente a todas as atividades que são realizadas e
não acrescentam qualquer valor a determinado produto.
Segundo a filosofia Lean, o desperdício, pode ser dividido em 7 grupos
de desperdício, sendo estes:
Excesso de Produção: É normalmente
Desperdicio
Processos burocráticos
Inspeções Deslocações
Exemplos de desperdicio 1
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gerado quando porque se produz antes da procura. Assim
geram-se stocks não “programados”. Na imagem abaixo está
então representada essa mesma situação.
Esperas: É normalmente gerada aquando
do processamento do material. Alguns dos exemplos são as
filas que visam garantir as altas taxas de utilização dos
equipamentos. Na imagem abaixo está então representada
essa mesma situação.
Transporte e Movimentações: O transporte
e movimentações de materiais são atividades que não
agregam qualquer valor ao produto produzido, sendo por isso,
neste sentido, considerados desperdícios.
Desperdício do próprio processo: Este
desperdício é inerente a um processo não otimizado, e tem a
ver com as atividades de um processo que não agregam valor
ao produto. Outro dos exemplos tem a ver com a rejeição
de materiais como explicita a figura imediatamente abaixo.
Stocks: O desperdício de stock, está
relacionado com todos os outros desperdícios, e nesse sentido
deve fazer-se o esforço para reduzir o máximo este tipo de
esperdício, por forma a minimizar os outros. A imagem
imediatamente abaixo, é relativa ao desperdício citado neste
mesmo ponto.
Desperdício nos serviços e escritórios:
Estes desperdícios estão relacionados com os desperdícios
que ultrapassam a produção, e nesse sentido, é então um
desperdício que é encontrado no back-office e no front-office
(o não aproveitamento de uma pessoa a 100%).
Desperdício do tempo do cliente: Este
desperdício tem a ver com o tempo que é perdido quando
determinado cliente é forçado a esperar pelos produtos/serviços
que pretende.
Nas empresas, a eliminação o desperdício é fundamental para um ótimo
desempenho, já que assim o objetivo de alcançar a eficiente satisfação dos
clientes é cumprido (Harrison, 1992).
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Capitulo III – JIT
Podemos dizer que estamos a usar o sistema Just-In-Time (JIT), quando
produzimos algo que não envolva desperdício de matéria-prima, quando solicitamos e
utilizamos somente itens necessários à produção na quantidade e no momento exatos
em que são necessários para consumo num determinado período, quando fabricamos
nas quantidades exatas, solicitadas pelos clientes e quando evitamos desperdício de
tempo parado do operador e da máquina, sendo que esse desperdício compreende
tempo exagerado para preparação e troca de ferramentas de máquinas, grande
movimentação de material, produção de peças defeituosas que necessitem retrabalho e
manutenção de grandes estoques de produtos acabados (Hay, 1988).
O just-in-time consiste em se produzir somente o que é necessário e somente
quando for necessário, ou seja, deve-se produzir aquilo que se vende, na quantidade
pedida e no momento e na qualidade indicadas pelos clientes. Por outras palavras, o
JIT é uma técnica de produção segundo o qual todos os outputs são realizados no
momento certo, na quantidade pedida e no local combinado, recorrendo ao paradigma
pull e ao Kanban para controlar e disciplinar o fluxo de materiais, pessoas e
informação. Desta forma, não é fácil imaginar uma organização “magra” que não utiliza
JIT, ou seja, que, em vez de fazer o que é necessário e no momento necessário (Just-In-
Time), opte por ir fazendo para se manter ocupada (Just-In-Case).
Nos objetivos do JIT a eliminação de todas as fontes de desperdício em atividades
produtoras, colocando o componente certo no lugar certo e na hora certa é para ser
levado em consideração e efetuado.
Este sistema tem por base a ideia de eliminar totalmente o desperdício, que é tudo
aquilo que não acrescenta valor ao produto, ou seja, tudo o que não seja
produção é considerado perda, porque só eleva o custo do produto.
O sucesso deste sistema depende principalmente de ser um sistema de operações
estável e normalizado, de pessoas motivadas e, acima de tudo, de processos flexíveis.
2.1. Kanban
Podemos dizer que o método kanban é um método de "puxar" a produção a partir
da procura, isto é, o ritmo de produção é determinado pelo ritmo de circulação de
Kanban’s, o qual, por sua vez, é determinado pelo ritmo de consumo dos produtos, no
sentido jusante do fluxo de produção (Louis, 1997).
Os seus principais objetivos são:
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O kanban pode ser aplicado em quaisquer actividades de movimentação
ou stock de materiais, seja em aplicações industriais ou comerciais. Além disso
podemos aplica‐lo também em situações em que o consumo oscila, porém
temos que controlar essa variação assim como as variações dos tempos de
reposição (Louis, 1997).
O sistema kanban “puxa” o processo de produção, em que o
processo subsequente retirará as partes do processo precedente. Fica assim
evidenciada a relação cliente-fornecedor que o JIT congrega, sendo o
kanban utilizado para movimentar e autorizar o fluxo de materiais e informação.
exemplo kanban 1 - http://www.jabconsultoria.com.br/wp-content/uploads/2013/02/kanban-dos-5s.jpg
No sistema kanban a ênfase é colocada no output e não no input de tal forma que
•Regular internamente as flutuções da procura e o volume de produção dos postos de trabalho a fim de evitar a transmissão e ampliação dessas flutuações I
•Minimizar as flutuações do stock fabricado com o objetivo de melhorar a gestão. II
•Descentralizar a gestão da fábrica por forma a melhorar o nivel de gestão criando condições para que as chefias diretas desempenhem um papel efetivo da produção e dos stocks em curso de produção. III
•Regular as flutuações do stock de fabricação entre os postos de trabalho devido a diferenças de capacidade entre estes. IV
•Produzir a quantidade solicitada no momento em que é solicitado. V
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o fluxo de operações é comandado pela linha de produção final (ou cliente final). A linha
de produção recebe o programa de produção e, à medida que ela vai
consumindo as quantidades necessárias, vai autorizando aos centros de trabalho
precedentes o fabrico de um novo lote. Esta autorização para o fabrico de novo lote é
realizada através do cartão kanban (produção em lotes pequenos). Cada lote é
armazenado em recipientes uniformizados (containers), contendo um número definido
de produtos. Para cada lote mínimo contido no container existe um cartão kanban
correspondente. Os produtos/artigos/peças dentro dos recipientes, acompanhados
pelo seu cartão, são movimentados através dos centros de trabalho, sofrendo as
diversas operações do processo, até chegarem sob a forma de produto acabado.
Cartões, contentores, carros de transporte, sinais eletrónicos, são exemplos de
kanban’s usados para sinalizar a produção. O sinal visual contém informação do que
produzir, quanto, quando, onde e qual o seu destino, podendo conter outros
elementos como fotos, código de barras, cores de distinção, entre outros.
Como qualquer outra metodologia, o kanban tem os seus prós e contras e,
desta forma, serão enumeradas no quadro abaixo algumas das suas principais
vantagens e desvantagens.
Capítulo IV – Jidoka
Jidoka, é um termo japonês, e é um princípio utilizado pelo Toyota
Production System. Este sistema assenta no termo português, designado por
autonomação, mais detalhadamente automação inteligente ou automação com
toque humano, e surgiu através de Skatchi Toyoda (fundador da Toyota). Este
Trata de um artigo isoladamente
Quando o consumo for igual a zero, o kanban é alimentado e depois bloqueia a produção e as compras
Repoe a quantidade consumida fazendo com que nao haja riscos de compra exagerada de materiais
É um metodo simples, apenas necessita do acompanhamento de dois parametros : consumo e lead time.
Vantagens Não integra informações necessarias no futuro
Utiliza uma cobertura verticalm ou seja quando o consumo for zero o stock sera reabastecido até o seu o seu nivel atingir o stock de segurança
Flexibilidade limitada ao dimensionamento do stock
Desvantagens
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mesmo, inventou a máquina de tear automática. O problema do tear
tradicional era que a máquina continuava a funcionar mesmo que
determinado fio rompesse. Assim o defeito só era detetado na fase final do
processo, havendo assim desperdício associado. Para evitar a produção
de defeito, havia necessidade de ter um operador “vigia”. No entanto
Toyoda inventou uma solução que lhe substituía este operador, que foi uma
máquina de tear automática. Esta máquina era dotada de um dispositivo que
parava a máquina quando esta detetasse o rompimento da linha (Ferro, 2013).
O princípio Jidoka tem então como objetivo, a implementação de
funções de supervisão das diferentes organizações, sendo que, no uso
desta ferramenta, se for detetado algum caso “anormal”, por exemplo numa
linha de produção, os operários, tratarão de parar a linha automaticamente.
O Jidoka é considerado por muitos, um dos pilares do TPS, juntamente com o
JIT. Isto porque o JIT se relaciona mais quanto ao aspeto quantitativo, sendo que
o objetivo do mesmo é manter um fluxo contínuo das atividades em
processamento, este principio tem o intuito de parar o fluxo quando ocorrer
alguma anomalia.
Juntando então estes dois princípios (JIT e Jidoka), temos então aquilo que
é chamado um dos passos para o caminho de excelência de uma organização,
uma vez que se consegue adequar a quantidade ideal de determinado
produto, com a qualidade esperada.
O jidoka pode ser resumido em quatro passos
Detetar uma anormalidade
Parar
Consertar ou corrigir o problema
Investigar a causa raiz e instalar uma medida de combate
Uma das técnicas mais usadas no Jidoka, é os “5 porquês?”, pois este permite
chegar às causas raiz de determinada anomalia encontrada.
3.1. 5 Porquês
Os 5 porquês é uma das ferramentas do jidoka, devido a forçar que cada
operador faça questione cada medida/implementação de forma a ter a certeza se
será ou não possível retornar a melhorá-la. Não significa que se tenha de
questionar cada medida apenas e só 5 vezes mas sim um determinado
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numero até se ter a certeza que não poderá tornar a ser melhorada.
O processo de questionamento é necessário em determinados projetos ou
tarefas devido a necessidade de encontra a causa de alguns problemas. A
verdadeira resolução desses problemas requer a sua identificação da causa raiz
ao invés da fonte dos problemas. A causa raiz pode se encontrar escondida
além da fonte dos problemas. Podemos ver o exemplo, onde é encontrado a
fonte de um problema é um fornecedor ou um produtor de uma matéria-
prima em particular. Mas qual é a causa raiz do problema? A resposta ao
exemplo pode ser encontrada numa procura pela sua causa, porque o problema
ocorreu. Ao perguntar porque 5 vezes podemos, mais facilmente, emergir a real
causa no meio das desculpas, culpados, pessoas, etc.
Capítulo V – Conclusão
De uma forma clara e sucinta aprendizagem foi possível desenvolver as
capacidades no que diz respeito à melhor compreensão da importância
que as ferramentas de melhoria contínua, como o Just In Time,
desempenham numa organização, nomeadamente para aumentar o seu
aumento de competitividade e consequente um aumento da longevidade de
uma organização num mercado global que é cada vez mais competitivo e
restrito. Com isto, só as empresas mais organizadas e capazes de implementar
melhorias no seu processo podem prosperar.
A produção das quantidades necessárias e no momento necessário
possui, assim, um papel fundamental para que as empresas consigam
aumentar a sua competitividade através de uma eliminação/ redução dos
stocks, eliminação dos desperdícios, realizar se possível uma produção através
de um fluxo contínuo.
Assim, podemos dizer que o objetivo de cada empresa é ir na procura
da melhoria continua ao longo de toda a sua estrutura com o intuito de
prosperar e aumentar os seus índices de competitividade e obter uma ótima
otimização dos seus processos.