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JOSÉ GILBERTO DE SOUZA
,,,.O CONCEITO DE TRABALHO NO
l_IVRO DIDÁTICO DE GEOGRAFIA"
Honograf ia de Bacharelado apresentada ao Conselho do Curso de Gradua,ão e• Geografia da Faculdade de Ciências e Tecnologia - FCT UNESP.
ELISEU SAVÉRIO SPOSITO
PRESIDENTE PRUDENTE
1991
À minha esposa 11.ara Ak iko,,
que COlll e.ar inho:r comigo
realiza este trabalho.
À minha filha,, Biulia Akemi:r
que ainda não entende uma
letra sequer do que aqui se
e.'<·põe,, 11u:is que tem sido o
alento para
minha :r para
azulece ..
cada pal.;u,ra
cada dia que
S U M Á R I O
Agradecimentos ••••••••••••••••••••••••••••••• pg. 04
Introdu~ão ••••••••••••••••••••••••••••••••••• pg. 05
CAPÍTULO I O Trabalho •••••••••••••••••••••••••••••••• pg. 09
Notas do Capítulo I •••••••••••••••••••••••••• pg. 16
CAPÍTULO II A Divisão do Trabalho: a diferença para
as diferenças ••••••••••••••••••••••••••••• pg. 18
1. O Trabalho sob o Feudalismo •••••••••••• pg. 28
2. O Trabalho sob o Capitalismo ••••••••••• pg. 35
Notas do Capítulo II ••••••••••••••••••••••••• pg. 45
CAPÍTULO III A Apropriação do Trabalho: a consolidação
das diferenças •••••••••••••••••••••••••••• pg. 47
Notas do Capítulo III •••••••••••••••••••••••• pg. 55
CAPÍTULO IV O Estado •••••••••••••••••••••••••••••••••• pg. 56
1. Brasil 1964 - O Estado Hilitarizado:
uma expressão histórica do CHE ••••••••• pg. 59
Nota~ do Capítulo IV ••••••••••••••••••••••••• pg. 68
CAPÍTULO V A Escola e o Livro Didático ••••••••••••••• pg. 69
1. A Antiteticidade da Escola ••••••••••••• pg. 70
2. O Livro Didático ••••••••••••••••••••••• pg. 77
Notas do Capítulo V •••••••••••••••••••••••••• pg. 83
CAPÍTULO VI A Geografia e o Livro Didático •••••••••••• pg. 84
Notas do Capítulo VI ••••••••••••••••••••••••• pg. 87
CAPÍTULO VII A "Coisa" e a "Id,ia da Coisa" •••••••••••• pg. 88
Notas do Capítulo VII •••••••••••••••••••••••• pg. 90
CAPÍTULO VIII
Os Conceitos no livro Didático de Geogra-
fia ••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• pg. 91
1. Caracterização dos Livros •••••••••••••• pg. 92
2. O Brasil ou a Idéia de Brasil <?> •••••• pg. 99
3. A Segurança ou a Idéia de Segurança (?)pg.107
4. O Estado ou a Idéia de Estado C?> •••••• pg.109
Notas do Capítulo VIII ••••••••••••••••••••••• pg.114
CAPÍTULO IX
O Conceito de Trabalho •••••••••••••••••••• pg.iiS
À Guisa de Conclusão ••••••••••••••••••••••••• pg.145
Auto-Avaliação, Avaliação e Perspectivas
do Tema •••••••••••••••••••••••••••••••••••••• pg.148
Bibliografia ••••••••••••••••••••••••••••••••• pg.151
AGRADECIMENTOS
A experiência de realizaçio de um trabalho científico é
compreender com satisfaçio que não se trata de um resultado
individual. O trabalho científico nio se reduz as dimens5es do
orientador e do orientando~ adquire o apanigio de social.
algun·::;
- Aoç Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
T•:::·cno l Ó~J :i.co CNPq., pelo apoio prestado ~ realizaçio deste
do Projeto de Bolsa de ]• • M . n e 1 <:•. (;: <:•.o C:i.(~:nt :í. ·f :í.ca ..
Vale aqui destacar a importincia deste programa que possibilita a
formaçio de novos pesquisadores no país.
A Eliseu Savério Sposito, cujo trabalho demonstrou o
~ minha companheira Mara Akiko, a quem dedico este
trabalho, pelas horas, pelos resumos lidos, e sobretudo pelo
carinho e compreensão.
irmio Moacir Telles Maracci, e aos meus
amigos; Arthur Magon Whitacker, Jairo Gonçalves Melo, Lindomar
Teixeira Luiz, Luiza Helena S. Crhistov, Maria Encarnação Beltrio
Sposito e Sérgio Braz Magaldi, pelas sugest5es e apoio.
A todos aqueles que contribuiram para a
realização desta pesquisa, meu sincero
Db1 .. :i.f~1ado.
INTRODUÇ2'0
presente pesquisa contém resultados finais
trabalho científico intitulado: no CONCEITO DE TRABALHO NO LIVRO
DID~TICO DE GEOGRAFIA'', realizado no p~riodo de marçc/1990 a
fevereiro/1991, sob a orientaçio do Prof. Dr. Eliseu Savério
Sposito da Faculdade de Ci&ncias e Tecnologia FCT/lJNESF'
A questio que nos motivou a realizaçio desta pesquisa {
aquela atribuida a quase todos os cursos de Geografia. Qual o
objeto desta ciincia ? Um questionamento que ao longo dos anos se
desdobrou através de uma leitura dicot8mica e. até maniqueísta de
mundo: o homem ou o meio ? ou traduzida para uma leitura mais
ampla, de conjunto: a sociedade ou a natureza 1.
Na perspectiva de superaçio a reflexio que fizemos ?
q!.J.('i: o (re>estabelecimento da out·co c::;~.m:i.nho
estática, e mais que tudo,
. 'l ... , .1 d :t ·::. ·:;; () !.J.1:;: ::,1. o ü o homem e da natureza. Em verdade, o que
(homem/meio, e seus desdobramentos) - analisada por muitos de
uni d :i. mc::~n !:; i on <':\ 1 mas sim conhecermos, através
trabalho, as origens destas leituras dicotomizadas, e como elas ---------------·------·~-··--~··---·-~-•-•n-~·-·---··-----
cerceiam a reflexão, procurando respostas em outras dimens5es que
da ortodoxia e do liberalismo. Mas sim
auscultarmos, atrav~s do trabalho, as origens destas leituras
Leituras estas que, na verdade, se vinculam a
prática. Nesta perspectiva e em essincia, o que temos na
Geografia é a dissimulaçio da totalidade e da contrad~çio pela -------------------------·~·. , .. _..---" __ ,_ -~- ---~· ~"-~-~~-~------ ·-·
imagem de racionalidade que se torna hegem8nica, isto é, ob j·:~·t o
de consenso, _interiorizada e invisível como o ar que respiramos. ~--·-····---------._
"(p .. C.H).
i'.:i ~:; ~:; :i. m , objetividade e racionalidade, e em tudo que lhe
tornam certos e verdadeiros,
quando tratamos do livra did,ticc, aqui, em_ particular os de
Neste sentido a reflexio sobre o trabalho, nio tende a
caracterizar o homem como ser distante da natureza. Ao contrário,
movimento da natureza enquanto uma totalidade.
Nio se trata de indicar se o trabalho humano em
v:::i.J.o·c . ·1 1 . b socia cominan~e con~i 1..1.n to
restante da natureza, i , 1 . ;, . t . ,., a(raves cas ins(i.uiçoes morais, da leitura
da. 01· dem "' ... b• - •• ·1 .J .,_, ••• (" ·- ... ·- ··1 ·- }/ ·~ ••.• 1 .• ··1 ·· 11 -::\ 1. u \;, ,~. t.1 ·:.-. ::. ·- u .t ::i- .,,, ·:::· !• •:~ m :::-1 ••• ma 1 •• -::t pr :i.v::;.d::~.
desta parte restante da natureza. Mas de rever que em essincia ' •.. ~_, .• 1 trabalho como açio eminentemente humana revela em s1
desenvolvimento da mater1a, da natureza, e que este valor social
circunstâncias 1 concretas/idecldgicas que os homens constroem hodiernamente. \
domin:::1.ntf:: produ.;:r.ido
·~ /
~ esta visão de mundo que o movimento ecológico atual
proc ur<=< pautando-se por um retorno saudosista à
por apresentar o homem em separado da natureza,
pela unidimensionalidade da "árvore" continua a
est ab <~: 1 (~:e e1 .. o crit~rio dicot6mico,
natureza em separado do homem. O que afirmamos á que a questão
social/ambiental, na perspectiva que desenvolvemos~ natura1<l>.
Neste sentido efetuamos nossa discussio procurando
enfocar o trabalho humano em seu desenvolvimento, afim de que
pudessemas entender o conjunto de valores sacias dominantes que
emergem, concreta e efetivamente, quando de sua realização. Na
segunda parte desta pesquisa, efetuamos a reflexão sobre duas das
estruturas sociais - o Estado e a Escola - que mediam as práticas
dos homens na transformaçio destes valores sociais dominantes no
tempo P no espaço, questões que só se tornam perceptíveis na
medida em que refletimos sobre o desenvolvimento histórico do
trab:::i.lho, reconhecendo neste processo as formas de exploração
desta atividade humana, afim de entendermos o porqu& de suas
distor~5es e representa~5es.
No resgate destas categorias (espa~o/tempo)
como centro da discussão o Brasil Militarizado, pós 1964,
uma express1o hist6rica de uma determinado estágio da
social, o Capital Monopolista de Estado- CME.
em considera~ão as especificidades
conjuntura passamos a perscrutar a escola e o livro didático,
como material de suma importância na relação ensino/aprendizagem,
CiJ - O termo assumiu o caráter formal de normalidade, como ordem das coisas, o sentido que propomos é o inverso·
no sentido de direcionarmos nossa pesquisa para o tema proposto.
neste sentido, sempre está permeada do
caráter de antiteticidade que emerge em todas as instincias das
formaç5es sociais.
centramo-nos na questão
Geografia e nos conceitos presentes no livro didático. h!os·::.o
:i.ntu:í.to fo:i. 1 . , ·1 . 1 rea izar uma ana ise ce como 01:; e: on e e~~ :i. to~;
no livro didático revelam a formaçio de consciincias imediatas
às formas de dominação e objetificaçio.
ciincias modernas tfm parte importante
capacidade opressora que assume o conjunto de conceitos imediatos
h omen ~:; . ,.. .
em suas consc1enc1as, 01.,\ :i. n e o·r por am
característica central dos métodos do fascismo e do stal1n1smo,
que suprimem o sujeito humano como ser político e portanto como
e proponente dos caminhos da história, é a
·''c::i.ênc:i<:t'' como <:tmparo, l(:':9:i.t:i.m<:ldDr do pod(;~r, o qu<:t1 '='; :i. 9 n :i. f :1. e: :;;,
eliminar o pluralismo e os métodos democráticos de solução de
controvérsias sobre o futuro do homem''<GENOINO & GENRO, 1990>.
Nossa perspectiva assim, é fazer com que os homens
sobre sua construção cotidiana, para que se tornem
nio somente sobre o que aqui mencionamos a relação
ensino/aprendizagem, mas em todas as escalas que determinam o
desenvolvimento histórico de uma nova formação social.
I O TRABALHO
Neste capítulo introduzimos como a atividade humana
trabo. lho media as relações sociais e pessoais, e como que no
conjunto das realizaç5es individuais e coletivas se manifesta P
se o ·::;·=~·e ·:;;oc :í. a l !• e on j un t ::~.mi.~·n t (·"!:,
soei::~. l se desenvolvem à medida em que surge e se explicita a
prax1s social, a partir do ser natural, tornando-se cada vez mais
Esse desenvolvimento, porém, e um processo
dialético que começa com um salto, com o p8r teleol6gico do
traiJ:,:;.lho [aqui] ••• é a categoria central, na qual todas as
O Homem conseguiu se distinguir dos demais animais da
natureza a partir do momento em que passou a produzir e a ter
consciência disto, ou seja, no momento em que a fabricaçio ou
utilizaçio de instrumentos revelou um caráter intencional, e não
ac i d(':: n t :;,\ l , de transformação da matéria bruta disponível
natureza em utensílios. Assim, torna-se o homem um ser cultural e
natur<·:i.1 C2l, cuja ação lhe permite avançar em sua atividade
produtiva e acumular experiências que se realiza socialmente.
O trabalho se caracteriza assim como uma atividade
!'~•?!:-:::.ti:·-:: pr-oc·:~·s':::.o >• o compo·::;to p·:::.:i.col:i:i.olÓ~J:i.co do hom(::·m
desenvolveu-se par-alelamente ao componente cultural e para melhor
compreensão deste processo ~ preciso levar- em conta o tempo, as
evid&ncias fósseis (hominidas), e as manifestaç5es culturais no
~;-·:;p:::i.co ~J·=.·09i .. àf:i.co·'' .. C31
que com a ampliação paulatina
atividades intencionais (composto .psicobiológico e componente
cu1tu·r;.:i.1">, ou seja, dos seus meios de percepç•o e
apropriação da natureza exterior, concomitantemente, se amplia
seu poder- de apropriçio em relação a esta.
Num sentido mais amplo destas transformaç5es ENGELS
;;,i.f:í.rma que ..,
PClr ll'Hi2:Í.O d<:t 1n~lc>, dos or· !J~Kos , da 1 :i.nEIU<!l!]E·m ('!: d Cl
céi .. eb·.-o !• nfüo -:::.o •2m C<"!l.d:::1. ind:i.v:í.du.o, como t::wibém t.~·m tod::,1. a
sociedade, os homens se foram capacitando para realizar trabalhos
cada vez mais complicados, para fixar objetivos cada vez mais
elevados P alcancá-los. O próprio trabalho se foi tornando
No bojo deste processo de interaçio homem/ meio,
mediado pelo trabalho, na medida em que o realiza, materializa o
homem um produto. A busca dessa interaç~o ~ suprir necessidadei e
este produto ?, portanto, necessidade materializada, objeto de
consume. i este processo a condiçio da exist&ncia humana.
nesta interação, como um ato volitivo, o
trabalho se apresenta primeiramente em estado de potencia de
realização, como força de trabalho, que posta em prática de
mane :i. r· :,:i. c on ·::;e :i. c:;;n te;·~!• como atividade orientada d(;;;
objetivos determinados - como citou Engels - leva-o a cabo, o
:l. :1.
homem, segundo sua necessidade, muitas vezes a mais imediata,
qual seja a de manutenção da própria vida.
Consubstancia-se dessa forma, o trabalho, numa condiçio
e eterna de efetuar o intercimbio material entre o homem e a
na.t1_1.ri:::.·;:r,:,3. Cc-E·:>i:t•'!!.·rior C5l] e, portanto, m<:\nt(;,'r a v:i.d<:i. hum<:\n<:\'' .C6)
A força de trabalho em estado de pot&ncia para a
manutenção da vida, como conjunto de energia física r mental,
coloca-se como possibilidade natural de realizaçio, como unidade
de concepção P n <!!: e e·:·~ fü ::; :i. t <:1
recomposta, e que, por outro lado, prefüsup5e o conhecimento de
realizaçio, de uma açio ~til mediada pela apropriaçio do::; bens
dispostos na natureza, os meios de trabalho.
iTI(~~ :i. D~:> d '"' "· início do processo
utilizaçio pelo homem, se apresentava na condição natural, ou
material é relacionado ao período mais primitivo da existincia do
hominida que data do Pleistoceno Inferior, antes da glaciação de
G IJ.11 /.!: !I a primeira do Quaternário da era Cenozóica, que
Au.s t: 1· :::1. 1 op t: s::~c o·::. e o Homo-habilis C7l, ambos enc6ntrados no
continente africano, habitavam regi5es diferentes e apresentavam
em seus tJmulos grande quantidade de artefatos de pedra-bruta,
indicando uma atividade cultural.
Os objetos ou utensílios, meios de trabalho, cuJa forma
indicavam um processo de trabalho anterior~ para posterior
utili2açio como tais, sd foram encontrados no Paleolítico Médio.
A confecção destes materiais indica uma transformação
física e mental nos hominidas, constituindo verdadeiros processos
como denominam os antrop61os,
h is t o·r i ::~.d o·;-- 1:-::·::. segundo o tipo de material
tecnologia desenvolvida, os diferentes estádios da cultura e
evoluçio d2 q&nero homo.
:i.ndi1~:;t r :i.a~:; do Paleolítico Médio
definidas onde o Homo pré-sapiens, desenvolvia a fabricaçio de
utensílios em osso e pedra.
A partir de então os avanços de adaptação dos materiais
onde as atividades industriais, do osso (magdaliense)
tecnologia passaram pelos mais significativos avanços, os quais
a ind~stria lítica no Mesolítico e Neolítico,
dltimo a introdução do polimento ~ pedra; a idade dos metais e a
indJstria metaltlrgica do Holoceno.
Este processo de domínio material, vai constituindo os
meios J 1 . .1 ~ "' ~o iomem, meios oe manu,ençao d::~.
conduçia para realização do seu trabalho potencial que se amplia.
• J -1 ,_, os meios 0e rroouçao aliados à força de
do homem passam a constituir as forças produtivas que se
desenvolvem ao longo da história. ~ a acumulação do trabalho
social reduzindo o tempo de trabalho necessário para a manutençio
Temos assim um ponto nodal na realizaçio da vida
a quantidade de trabalho necessário <tempo) à reprodução
do homem diminui. O avanço das forças produtivas ' f:: a
sua mais pura expressão, como a totalidade dos meios de produção
e da força de trabalho que o homem domina em um dado momento e
organização social.
As definiç5es dos estádios de exist~ncia humana tem
tido como critério mais adotado9 inclusive por estudiosos nio
ma t. f:~ r :i. a 1 :i. ~;:. t «:1 s, o desenvolvimento tecnológico da sociedade,
assim os modos de produção se esdtabelecem segundo as relaç5es
sociais produai~as no processo de trabalho, desde a idade da
pedra, a industrial e a tecno-científica.
Uma das express5es nos estudos sob a ótica tecnológica
~ .. E:St:<:i. Lewis H. Morgan, que em sua obra A Sociedade Primitiva
distingue tris estigios da sociedade humana procurando destacar
conj unt. ament E· cultura material d:::1 époc<:\.
evolucionista, distingue-as como: a selvageria (·sur~.~:i.m·:~·nto do
homem, passando pela obtenção do fogo, a invenção do arco e
flecha e termina com a utilização da cerimica>; a barbárie
prossegue com a domesticação de animais, a agricultura irrigada,
culminando com a fundição e utilização dos artigos de ferro>; e a
e i v :i. 1 :i. :<:'.a(;: ~~\o (que in1c1a com a utilização do alfabeto fon~tico
pelos fenícios e a escrita egípcia hieroglÍfica).C9J
Torna-se claro que os estados das forças produtivas,
como asseveramos, expressam o grau de apropriação da natureza e
também que o trabalho necessário do homem se reduz a cada momento
em que sua reprodução é ampliada, este dado permite ao homem
adquirir uma organização social e política que se diferencia ao
longo dos anos pelas relações materiais existentes, cuja base
está na concretude de que o homem produz, num dado momento, um
:.·.'1 ' l
i4
excedente econ8mico e estabelce a possibilidade de fazi-lo
permanentemente.
Neste instante se determina a importincia do trabalho
para o entendimento das relaç5es sociais, por que atrav?s dele se
produz valores essenciais. Marx n'O Capital afirma que "o
t r ~':l.b ::;.1 h o!• como criador de valores de uso, como trabalho tltil,
indispens~vel à existincia do homem, quaisquer que seJam as
e~ -
Neste sentido observamos que o desenvclviemnto das
forças produtivas nos remete a dois pontos inseparAveis e
essenciais para a compreensão das formaç5es sociais; de um lado o
avanço das forças produtivas que se resumem na quantidade de
t i:~c n :i. e::~.·::. C11} qu(~: o h omc~:m ~;oc :i. a 1 d :i. '.:>P (}e;~ p <:\ r <:\ :i. n t (:;.·r· v :i. r no m(;:; :i. e>, (;: d e:::·
ou.t ·ro !• que o processo de produçio apresenta relaç5es entre os
durante a atividade produtiva, relaç5es sociais de
produçio e isto reafirma seu valor natural e retoma, em verdade,
a característica do trabalho como atividade social. Assim, a
un :i.d«,1.di:::.· das forças produtivas e das relações de produçio
um modo ,., 1· ,,. ~. •t" , ... t· ,.)(12) \. • •• > !,, , , 1 .. '!.. ~I P historicamente
det (;:··!" m:i nado ..
Ao longo da História detectamos um processo de evoluçio
constante dos modos de produçio, que se diferem pela forma de
apropriaçio do resultado do trabalho (produto excedente, ou nio)
e da natureza <ou seja, relaç5es sociais de produçio), e se
definem pelo tipo de atividade desenvolvida, pelos meios de
í. !.~i
trabalho se faz, eis o que distingue as épocas econSmicas,logo os
define claramente, se trata de dizer sobre que relaç5es de
do desenvolvimento das forças produtivas, que não é, ,_.
s;.1:::-n ao!• o
est~gio de do~ínio e apropriaçio da natureza.
Podemos entender que não se trata aqui de um movimento
mecânico de causa e efeito entre relaç6es de produção (ucomo se
relaç5es sociais e de produção no
produt :i.v:::1~; ·
d i :;,;. l ét :i. e :;..1.1111:·:.·n ti:::: i• definindo-as a cada momento e se ampliando no
instante seguinte.
Neste movimento se engendram as divis6es do trabalho,
como conjunto das diferentes atividades que são desenvolvidas no
processo de produção, que se diferenciam pelas relaç6es sociais
~~· s t.: ::3. b i::;· 1 e e :i. d a.·::; e pelas formas de apropriação do produto,
e on'::;(;:·9u :i. n t l~: i• estas diferenciaç5es também se manifestam nas
organizaçioes sociais, políticas, ou, em resumo, no que Marx
denom:i.nou de "''::;upe·c (:~fütrut.:Ul"a'::;". l'~(;~st<::: ii:·mb:::1ti::,;, ~:,':1i d:i.v:i.sê)(~:'::; dei
ou não>, constituem-se, como veremos, na base de um dado modo que
NOTAS DO CAPÍTULO I
Cil - LUK~CS <1979:17>
.\ .f .l. C)
C2} - Neste ponto devemos entender que o homem é um ser natural que produz cultura. Eis a sua "naturalidade". Ao contr~rio, "tem se tratado o homem exclusivamente como espec1e bioldgica, nio levando em consideração a especificidade e a complexidade desse animal-homem e, inclusive; passando por cima do fato, importantíssimo, de que o homem por natureza produz cultura"CGONÇALVES, 1989:76).
C3l - MARCONI & PRESSOTO (1987:89>.
C4l - ENGELS (1979:221>.
C5l Evidenciamos que não podemos conceber o homem em separado da natureza. "Somos a cada passo advertidos de que não podemos dominar a natureza como um conquistador domina um povo estrangeiro, como algu~m situado fora da natureza, mas sim que lhe pertencemos, com a nossa carne, nosso sangue, nosso c~rebro, que estamos no meio dela, e que todo nosso domínio f:iobre e1<:1. consiste na vantagem que levamos sobre os demais seres de poder chegar a conhecer suas leis e aplic,-las corretamente". <ENGELS, 1979:224>.
C6l - KARL MARX, apud FARIA (1985:21).
C7l Cf. MARCONI & PRESSOTO (1987>, estes hominidas foram encontrados por Dart em 1949 e pelos leake~ em 1961, respectivamente.
e a} -- MARCONI & PRESSOTO, apresentam os diversos est~gios o termo de "indtlstrias" que diferenciamos do estigio trabalho no capitalismo que infere nia somente sobre técninas utilizadas, mas conjuntamente sobre as estabelecem na produçio.
C9l - ENGELS <1987:21-28>.
Ci0J- KARL MARX, apud FARIA (1985:21>.
tecnológicos sob de organizaçlo do os equipamentos e re1aç6es que se
CiiJ- As técnicas aqui são entendidas como um "conjunto de meios de toda a espécie de que o homem disp5e , em um dado momento, e dentro de uma organização social, econ8mica e política, para modificar a natureza" <SANTOS, 1985:10>
{12}- Neste caso nio queremos afirmar que as re1aç5es de produçio e o estigio das forças produtivas que caracterizam um dado modo sio as ~nicas a se apresentarem naquele momento, mas que mtlltiplas relaç5es e est,gios coexistem, mas que determinados se apresentam de forma dominante.
C13l- KARL MARX, apud OHLWEILER (1984:15).
17
C14l- Estas quest5es sio tratadas no presente trabalho em capítulos separadas apenas por motivos did~ticos, tendo a compreensio que na desenvolvimento hist6rico se relacionam intrinsicamente ou nas palavras de HARX <1974>: " divisio do trabalho e propriedade privada sio express6es idinticas - na primeira, enuncia-se relativamente a actividade o que na segunda se enuncia relativamente ao produto desta actividade"<p. 38-39)
II A DIVIS~O DO TRABALHO:
A DIFERENÇA PARA AS DIFERENÇAS
A divisão do trabalho ~ a diferença singular que ao
nível do avanço das forças produtivas e das relaç5es de produção
se complexiza se tornando a diferença para as diferenças.
Para entendi-la é necessário mergulharmos brevemente
nas formas ~e- relaç5es de produção e nos estados das forças
produtivas que de se deram ao longo da histdria.
O processo se inicia segundo estudos antropoldgicos e
etnológicos na divisão sexual e etária do trabalho.
Estas divis5es figuram, essencialmente, sobre fatores
de~· físico-bioldgicas e presume-se que
. ' . 1 . . ! . . ' . o 1n1c10 cas soc1eaaces pr1m1c1vas,
Em alguns grupos as mulheres e as crianças desenvolviam
a atividade de coleta mesmo quando esta deixou de ser a base de
do com . t J .... in .:roi:iu.1;ao d::~.
supostamente no Paleolítico Superior.
Podemos entender a introduçio da divisão do trabalho
neste período per dois motivos: um, pela necessidade do grupo
realizar um período de sedentarizaçio, por motivos de natureza
externa ou interna da mesmo (as mulheres estarem prestes a gerar,
grupos inimigos próximos, enfim), ou, que dada a escassez da caça
ou a impossibilidade de realizá-la nas proximidades, as mulheres
inciam as atividades de cultivo, tendo em vista que os homens,
neste caso, realizam expediç5es distantes e nem sempre com
caráter ideológico, tendo em vista que ao gerar se incorporava no
grupo a crença de que a mulher detinha o espírito da fertilidade,
sendo que o homem por matar e desmatar não poderia, ele, deter o
mesmo espírito, que permite a germinação da planta, a vida.C1)
1 on:3ci anos estas atividades for· am
transformando. No Neolítico a agricultura, ainda desenvolvida
pelas mulheres, toma um car~ter definido; os homens se detgm
neste período à caça e à criação. Todas as atividades passam, por
sua vez, a implicar, cada vez mais, numa organização coletiva
para a escolha de terrenos apropriados, épocas de caça, de
plantio P reprodução dos animais; e em outras atividades que
definem uma programação e finalmente um r~sultado. Este ponto de
. desenvolv:i.m(~~nt.:o 1 . '"' comp.ex1zaçao passa a ser o marco
ENGELS <1987), em sua obra A Origem da Família da Propriedade
Privada e do Estado!, ch::rn1a d~:: :::1. ·''pr·im•:·::·:í.1·<'- ::3·1:::1.nd1.:;· d:i.v:i.·:;:.:?:\o do
trabalho", entre agricultores e caçadores-criadores, tendo em
vista que estas atividades passam a ser incorporadas pela
A divisio, a que se refere ENGELS, se dá ao nível de
grupos e nio numa especializaçio individual, como ocorreria mais
tarde. Estas divis5es se vinculam muito mais às condiç5es
naturais da área ocupada do que a opção por um atividade
propriamente dita. Onde se encontrava água e terra fértil
instalavam-se os grupos agricultores, se instalando em outras
~reas de pastagens e florestas os pastores e caçadores.
ENGELS destaca ainda, que neste período as trocas, que
realizavam ocasionalmente, passam
e quando ••• Numa habilidade excepcional no
fabrico de armas e instrumentos se estabelece aponta as condiç5es
' . n i::: e i:~· ~:.·::.a ·r i ::;. ~;;. para a troca entre os membros das tribos
triboE
desenvolvimento e consolidaçio do com~rcio como instituiçio
,_ P<'t IJ 'l ;:.) ·- "' (2) • .. ... 1 • • • .. l , trata-se de um momento transitório da diviEio do
na medida em que os grupos se definem enquanto
atividades (pastores, caçadores e agricultores).
A fabricação de armas e instrumentos se desenvolve da
pedra ao cobre, deste ao bronze e atinge a resistência do ferro,
cuJa fundiçio e metalurgia significa um salto qualitativo das
forças produtivas at& entio inigualável.
Os utensílios de ferro se constituem no incremento das
atividades agrícolas. As diferentes ferramentas produzidas com o
ferro e a madeira fazem parte do conjunto de fatores que destacam
e diferenciam as atividades produtivas do homem.
O desenvolvimento de todos os ramos da produção, a
criação, a agricultura, os ofícios manuais domésticos permite ao
hO!Tl(-!·m como d:í.·:o.·:;i:.:;·mo~::. ::~.ntc::.·riol·mt.~~nt~:;- .... \"edu.:<!::i.r ·m.i:·?U, tr:::i.b:alho
necessirio, tornando-o capaz de produzir um excedente, o que
significa uma situaçio de controle sobre a manutenção da vida
enquanto ser social.
o c:ontro1t.::.· do excedente permite o aumento
especializaç5es dos ofícios manuais domésticos <o artesanto>, que
se desenvolve nos grupos e se diferencia da agricultura. O l t í l j 1
(agricultura E criaçio> se diferenciam do artesanato que com a
do comércio, paulatinamente,
concentrar em um espaço diferenciado, a cidade.
Neste momento, garantida a reproduçio da vida do homem,
reduzido o trabalho necessirio e produzido o excedente se
. t . ~ . 1 . ins.l(UC1ona 1za d i.'!: f i n i t i va.m•::::n t €:· o
conjuntamente, a divisão do trabalho.
divisão do trabalho entre o artesanato e
ag r :i. eu 1 t u r <:1 , se desdobram outras especializaç5es e assim a
'"'. . ,,.. u l Vl ~:.::3.0 entre o campo e a cidade, a qual Marx argumenta ser
expressão territorial da divisio entre o trabalho material e o
"I~ ma:i.or entre o trabalho material
inte 1 ec t u::,1. l é traduzida pela entre a cidade e o campo •
. ,•,;
OP O!:i 1 i.j: <:•.O (·:~ni:: l'"G~ a cidade e o campo surge com d:::1.
barbárie ~ civilizaçio, da organização tribal do
provincialismo à nação, e persiste através de toda a história da
civilização até os nossos dias ' :::i.J. que aparece em primeiro
lugar a divisão da população em duas grandes classes, d:i.v:i.!:;ão
essa que repousa diretamente na divisão do trabalho e dos
Nio obstante, a apropriaçio do excedente se dá de forma
diferenciada na medida em que ideologicamente as estruturas de
outrora se davam de maneira funcional
os guerreiros e chefes) passam a se consolidar
r::: f:i.gur·;::\m <:1.i:.lDl""<:t como :i.n1::.t:í.tuc::i.cin:::1.l '"'da
organizaçJo tribal
""\•'j C.i ..•
apresentaram de natureza gene~16gica (patriarcas) P ou ideológica \ .
j:} 11(·:~J(n), se destacam da comunidade e, na verdade,
estabelece um grupo de nio trabalhadores, que passa a se
apropriar da produçio excedente da comunidade primitiva o que a
dE·sinti::.:·grou. .. C4l
a transformaçio básica se deu na relaçio de
p 1· op '!" :i. ed :::\d (':7 terra que se desenvolveu no processo de
do sistema comunal prim:i.t :í.vcl.
principais vias de desenvolvimento desse processo a do sistema
"oriental"',
através da unidade auto-suficiente da manufatura P da
:.-1.g r i eu 1 t u ·r :;~. !• o que de certa forma contribuiu para resistir a
'1 ,., .-. . . 1 evo uçao econom1ca mais co OU t r· C)~;;
ni::i
despotismos oriental"', mascarou a propriedade tribal ou comunal,
original, que se deu através da aliena~io do produto excedenteCS>.
urna vida histórica mais dinimica"'.{6). Neste caso a propriedade da
terra surge contraditoriamente na forma estatal e privada ~de
modo que a ~ltima está mediada pela primeira, ou a pi .. :i. m<:·~ :i. r <:1
existe somente nesta dupla forma. O proprietário privado da terra
,;_ •. l:li' •. ') , .. '1". :.:.1.1·1 i.··. 1'.'.'1 ·'' ·:=. ·t' 11'1 f I 'j ~· :." l'l """'l ll'l '"~· 1·1 J .. ·::- , l I 'j" , ... ; ··1 :·" .• J ;.{ ·-, 1 1 . " l'l ::~ l'l n.., { 1) ~ -. 1 ·• - ••• • • ••• \ •• .._ 1.: .. •··• ~.. t. 1.: •. ,f •• t i • ... . J. t..1 .:o..f.J .•• J.:.. ••• l . ••• ·- n n
o terceiro tipo, denominado por Marx de .tJ ""' .. ,'J germa.n1co ,
Ju.ntamenti:~· com o "antígo..,11 d(:;; fc•rm::~. d:i.st:i.nt::~. do
·''orienta1·'1 ''"' ::,1.pl·(;:;·:::.i:::.-nt:,:1.····::;(;:; c::":l.1-act•~-::i·i;:i:ado por um::":l. u.nid::~.d(::.· b:,{\~:;:ic::~
,, p "f o p r· :i. •:·::·d ::";!.d •:"!: i n d :i. V i d 1.J, :::i. 1 d ::~. t (·:n· l" ::,1. n =~:o ·:::. u "( ~J ;,~· c C!fYI o 1..1. lff:::l. .p o l" ITF:l
contraditória de propriedade comunal, nem como intermediada pela
comu.n :i.d:,:1.di:·~·'' .. ~la só aparece porque está "num plano secundário,
face às apropriaç5es privadas da terra P aos estabelecimentos
i n d i v :i. d U<":l. :i. 1::., b <":!. ·::;12~:\d o n () p ::~. 1· c:::n t i:::.-1::.c o·'' • (8}.
A divisio de terras por famílias ou. gens, ~.i ::ui h c:i u. :,:i.
condiçio de propriedade privada, eu ,j o d :i. r· e~~ :i. t o "n <:~ t u r· <":l. 1 ·'·' se:~
arrasta até os nossos dias.
A divisão do trabalho e aos meios de trabalhe, em
esp <·"!:C :i. ::~. l concorreu com a
consolidaçio da divisão da sociedade em classes: é nesse momento
em que surge o Estado como instincia que garantirá esta ordem
soe :t<':\ 1. Este processo passou a ser baliza para as re1aç5es de
exploração entre os homens, uma vez que a apropriação do
excedente deixou de ser coletiva e se confirma a divisão interna
do grupo na medida em qu.e o segmento que se apropria desse
desenvolve um atividade produtiva. Suas funç5es,
diante do gru.po, são agora as de comando, de dominação ideoldgica
ou coc:-:1 .. c: :i. va, :i.ntc;~rn:::\ (através de aparato de Estado>,
posteriormente externa, porque fora do grupo passa a adquirir
afim de explorar seu trabalho P se manter nas
Tem-se aí o início do modo de produç~o escravagista,
explcraçio do homem pelo homem, que se estende sob v'rias
' ' :::\ '1,: t~ . . .~ t nossos aias, mas que em seu amago em um ~;:.,:::n t :i. do
claro e conciso, a apropriaçio do trabalho para manutençio
daquele que não trabalha.
O artesanato e a agricultura divididos traduzem-se para
da e ::~.mr o····c i d :,;.d e·; r (i:· f 1::: ·r •-::.· m ···· ·;:; (i:" ~·
independentemente de onde esteja seu domínio político-econSmico-
i d (·?:o 1 Ó~J :í. c o:• no início e no aperfeiçoamento das relações soc1a1s ,, ,;
P.; d i vi 1::.:;·r.o i:::.·1:;.p ::~.e :i. a 1 ·''e :L d <:1.d (·'?/e :;,1.mp o·'' p r 1:-:.··:;sup ôe ::3. d :i. vi ·::;:~{o
entre o trabalho manual e o trabalho intelectual. Esta oposiçio
~ a oposição de classes, do executar e do mandar, do
"saber" e do ''fazer", que s6 se revelam à luz da apropriação do
trabalho e seus desdobramentos ao nível da propriedade privada.
quadro da propriedade privada; é a mais flagrante expressão da
A propriedade privada para os economistas burgueses e o
ser nítido e claro diante do processo de produção, no embate das
relaç6es sociais que se configuram na produção, cujas bases, aí
sin1, são as de propriedade e apropriação. Este ponto define o
as terras e a produção Ctrabalho,
secundários de trabalho e produto>, definem as riquezas que um
homE·m po1:;·:=;u:i .•
entre homens livres e escravos, a nova d:Lvis~o
ac a.·r ·r t.-::t: CJU.
Nesta dtica cidade e campo se opõem porque se
relacionam pela propriedade privada, nas bases da produçio e da
apropriação <consumo> destes espaços.
MARX e ENGELS em A Ideologia Alemi, afirmam que ''a
especialização das atividades urbanas,mais que as do campo, ou
seja de trabalho d1v1d1do e especializado se manifesta na
concentração dos meios de produção ••• [e das necessidades] .••
administrativas, militares e de impostos".(11)
Este processo de especialização (das atividades de
comando e produção>, como citou MARX, culmina num constante
processo de composição do modo de produção escravagista ao
desenvolvimento das relações capitalistas urbanas e seu avanço de
subordinação/articulação integral do campo.
O modo de produçio escravagista ~ a materializaçio da
relação de exploração do homem pelo homem. Os escravos como
propriedades ' . moveis, do representam a apropriação direta
trabalho, dos produtores e dos meios de produção secundários,
pelos senhores de escravos.
Os escravos com seu par dialético, os senhores, iniciam
a relação concreta entre explorados e exploradores, nesta relação
de se realiza não a apropriação do produto de seu
trabalho, mas do ''trabalho" em si~ ou seja~ a força de trabalho
como propriedade privada, nio de quem a realiza, mas de quem a
coloca na produção.
Num constante processo de crescimento da ''produtividade
do trabalho", cita ENGELS, ''a escravidão converteu-se em elemento
b'sico do sistema social. Os escravos eram levados à dezenas para
os c<impo·:::. .;::: o-f :i.c :i.n«:J.·:::. i• num pi·oci::;··:;·:;o qu.1:-z· di:;;··:::.t.: ·i-ói a·:::. comu.n id:::\d(:;··:::.
homen·::;, ·::;ol:i.di·Pic<indo :::1. \'!:~::.trutu1·:;;. d,,, .. cl«~.·:::.·;;(-~·~;; ... C12)
Esta produtividade geraria um outra divisio •
momento o comércio . ,
.Ja :i.n~:.t :i.tu:i.1:;.~:o
excedente permite a aqu:i.siçio de artigos de luxo, até por conta
de que parte dessa riqueza se estabelece pelo comércio de
escravos, que até por volta do século II, apresentava-se como a
melhor opçio de negócios.
Assim no escrav1smo a exploraçio da produçio é total o
que não permite definir de forma clara o trabalho excedente e o
, . necess<:1r 10. O preço do escravo, desta feita, é calculado pela
poss.:i.b:í. 1 :i.d:::i.de do uso do trabalho, que deverá depender
exploraçio máxima, ou nio, da força de trabalho escrava.
Neste momento o trabalho apresenta-se como atividade
o incremento da produtividade além dos lim:i.t.:(~~;:.
ale an ç :::1.d o·;;;. i• bem como a divisão do trabalho, que caminha "pari
passu" com a anterior, se realiza de forma mais difícil.
Observamos que quanto maior for a exploração e quanto mais clara
ela se colocar, o que acirra as relaç5es entre dominadores e
dominado·::.!; mais necess~r:i.o se fari as
supervisão e organização do trabalho impedindo que a divisio se
acentue"
diante desta situaçio de controle, poder e
da consolidação do Estado, como instincia Ímpar das
relaç5es sociais de produçio, uma vez que se coloca aparentemente
···~'7 e:.:
se consagraram pelos costumes.
O modo de produçio escravagista, no entanto,
próprias contradiç5es engendradas, como as revoltas dos escravos,
o fim da atividade comum - as guerras (que possibilitaram o
ac~mulo de terras e escravos> - a resistência dos colonos
em abandonar o campo para o serviço militar, passam
a ruir o sistema escravista, bem como o fato de que as cidades
Roma.no .. As constantes invasões bárbaras, nos revelam o clima de
insegurança e instabilidade da época. Surgem assim os "germes" da
soei ed ::~.d(·?.· ·Fi::::ud:::i. l !• na. t ot a.li d::,1.de e o n t l" ::,1. d :i. ·~ t) (·?: ·:::.
<internas/externas> do modo escravista de produçio.
As cidades e o comércio praticamente sucumbem. Na
Europa, os centros urbanos se restringem aos pontos comerciais no
a maioria na Itália, como Veneza, F J. or· ,.:::n ·~ ::~. •::.·
Pisa) , e um grande contingente de pessoas se deslocam para os
campos, resultando na formaçio dos feudos.
28
1. O TRABALHO SOB O FEUDALISMO
Os grandes latif~ndios escravistas se transformaram na
unidade produtiva que passa a congregar o poder político,
militar, econBmico e religioso, o lugar da segurança, o feudo. Os
senhores feudais, que se originaram dos nobres romanos e das
estruturas das gens bárbaras, entregam parcelas de suas terras
para os colonps <antecessores dos servos>, escravos, camponeses e
artesãos cultivarem em troca de trabalho e obediincia plena.
As relaç5es de rroduçio escravistas,
classes que a sustentaram, do senhor de escravos e escravo, se
transformam e se mimetizam em senhor feudal e servo.
O feudalismo se estende a partir do século v, com o
declínio do Imp~rio Romano. Neste período as relações escravistas
foram paulatinamente se transformando em relaç5es de colonato,
uma vez que ambas coexistiram ao longo do regime escravista,
processo este que na derrocada do regime se tornou por demais
presente, o que posteriormente consolidou as relaç5es feudais.
O campo, ou melhor, o latif~ndio escravista passa aos
poucos a tomar as características de feudo e a concentrar
localmente o poder, processo esse que se in1c1a desde e século
TTT .t. j, •'-" A Igreja e os nobres, conjuntamente, passam a dominar e a
primeira a sustentar ideologicamente a estrutura, recebe doaç6es
...! -~J i:.:.· terras e cresce vertiginosamente
.-. - :""". - ::': .. ... . .. <::L,_,l1u!Tl.l.\ .. (.), l1UITI processo de consolidaç5o das
Assim a dominaçio se vincula,
1 '~- . p.;::1 :t~::LCO 1:::
h,:uda:i.s;.
:i:I. um
extra-econBmico, através da dependincia pessoal
29
espiritual.
Os feudos passam a se constituir pela posse
consuetudinária da terra, ~locus'' auto suficiente tendo como base
a produç~o agrícola, que se desenvolve inicialmente pela
exploração da prestação de serviços.
Os servos trabalham em suas parcelas e nas terras do
suserano, sendo que nestas tlltimas todas as atividades
importantes & ~rimeiras se concentravam. Ao estar constantemente
a disposição dos senhores o servo dispunha de parco tempo para
produzir em sua parcela e quando o fazia com algum excedente, o
uso dos equipamentos, das estradas e a autorizaçio para negociar
nas pequenas cidades estava suJe1to a severas tributaç5es e pouco
lhe sobrando para a troca e o sustento.
A produçio desta forma se restringe à manutençio dos
eclesiisticos e senhores cavaleiros feudais.
"For the knight and eke the clerk
r J
Live b~ him who does the work.C13J
artesanato tamb&m sofre o mesmo tipo de tributaçio,
primeiro realizado nos feudos, mais tarde nos pequenos burgos
domínios feudais - onde o excedente tal qual o do campon&s era
apropriado pelos senhores, como um direito sagrado, cuja oposição
a estes interesses se consumavam na exclusão do oponente das
terras do suserano, quando nio de sua morte.
A 1 . . ••. 1 c1v1sao co trabalho entre cidade e campo continuava
assegurada. o índice período , e de produtividade ainda neste
baixo, sendo que no processo de consolidação do regime <s&culos
IX a XII>, restringia-se quase que ao consumo mínimo.
1 1
30
Por outro lado o comércio passa a crescer, os produtos
dP luxo do oriente são trazidos aos feudos, mas a exploração e
acentuada e as imposiç5es feudais invadem as escalas do sobre
trabalho nas parcelas de terras~ no comercio das cidades e nas
corporaç5es de ofício.
Os camponeses passam a produzir fora dos domínios
feudais e a produçio artesanal na cidade passa a evoluir. A
1 . ~ rea izaçao do trabalho compulsório nas terras do senhor apresenta
grande resist&ncia e as rendas em dinheiro e em espécie
substituem a renda trabalho, sobretudo a primeira, o valor ou a
quantidade tinha como base a produtividade e a extensio das
terras cultivadas pelos camponeses. Esta transformaçio na forma
de apropriaçio do excedente corrobora com profundas alteraç5es na
expressão econ6mica da ' epoca. Por outro lado, a acentuada
exploração aumenta a procura de terras fora dos domínios feudais,
concorrendo com a expansão das ' areas cultivadas, p com o
desenvolvimento dos ofícios e dos instrumentos de trabalho que se
aperfeiçoam.
Nas cidades, passa a circular um grande fluxo de
pessoas riquezas, as guildas concentram seu poder
monopolistico, e se aliam aos interesses dos senhores feudais e
do clero que det&m os poderes municipais que conservam seus
monopólios.
ücorre que os domínios feudais ainda representam certos
entraves ao desenvolvimento do comércio. As corporaç5es e seus
monopólios se colocam da mesma forma em relaçio aos artesios
livres que migravam para as cidades. As oficinas incorporaram as
divis5es de mestre, oficial e aprendiz, esta relação deixa de ter
o caráter de companheiros e toma a forma de exploração pelo
O poder mercantil cresce assustadoramente e o recurso
para o avanço é a criaçio de um estado nacional, o que viria a
normal: :i.;?.'.<:<r os pesos, as medidas e a moeda,
controle tlnico e a redução dos direitos feudais.
O poder absoluto que procura se instalar necessitava
dos pagamentos efetuados pelas classes mercantil e f:i.nanci:::::i.r:::i.
e on ~:;e; 1 :i. d''' r ! .• . seus com1n1os nas guerras com outras
aumentando cada vez mais as concess5es aos
comerciantes e banqueiros, o que restringia os poderes dos
senhores feudais.
por sua vez, aumentam de importância no
cenário europeu, figuram agora como o lugar da liberdade,
revoltas para a autonomização das cidades impingidas nos séculos
na Inglaterra e na Itália, sio indícios desse
crescimento urbano. Assim ''toda a atmosfera do feudalismo era a
ao passo que a atmosfera total da atividade comercial na
cid:::i.di:·:: er·<i de 1:i.bE'.:·rd::~.di:·2 .. C14}
As cruzadas~ o comércio~ o chamamento das cidades e as
revoltas camponesas passam a desintegrar o sistema feudal.
A ordem e a segurança, impostas pelo rei, garantem o
avan~o mercantil e o Estado passa também a substituir a unidade
econôm:i. ca em que se transformava a cidade.
mercantil e financeira (usura> figuram como dominantes ..
Neste sentido o acordo entre a nobreza e os novos ricos
burgueses era quase que explícito e concorreu com o predomínio de
seus interesses e a subordinaçio de camponeses e artesãos.
No entanto a exploração se acentua cada vez mais e o
colapso do sistema esta ~s portas. A guerra franco-inglesa, a
' rui na econ6mica dos bar5es, as revoltas camponesas e dos
- ··-· ar t (~ ~=· :~i. o·:::. !• frente as imposiç5es feudais, eram os sinais desse
Na derrocada do regime as corporaç5es se fecham na
sentido de manter seu monopólios. O crescimento populacional das
cidades com precárias condiç5es sanitárias concorrem com o
aparecimento de doenças como a peste bub8nica que reduz em quase
a metade a população urbana da época. A redução populacional
significou a redução de braços para o trabalho, E: c• l::.·:::.t ado
absolutista proíbe o aumento dos salários dos trabalhadores,
tendo em vista que o assalariamento se consolidou nas relaç5es de
As instituiç5es criadas cu transformadas no sistema
feudal nio sucumbem com o novo modo, mas adquirem características
diferentes e desenvolvem-se, tais como o Estado Nacional, -::=.
Educaçio e o Direito.
O fim do feudalismo é assinalado pelo crescimento da
m:a.n u. f :::1. t u. ·e :,:1. i•
conhecimento industrial, que será a base para o desenvolvimento
ci&ncias modernas, e on j un 'e :::1.1m;.·n t f!: l'lOV<!l.S
trabalho assalariado engendradas pelo novo modo de produç~o, o
capit«;;.J. :i.smo ..
() ·~;:.
revoltas campan2sas 2 as fugas dos servos Para
o espaço citadino rstoma
:;,1,·:::.
3gora. o local ~ 0 com2rc10 e ganho. us trabalhos
C}U.
U,m:::,.
u.1 c:i >~: 1 •• ) I
Correto e afirmar que as transformaçGcs provocadas pela
sociais 2 polit1cas
No advento do capitalismo o p2nsam2nto ·F :L l cJ ·:::. e:, + :i. e o i:~-:·
racionalidaae e que mporta. o homem
U7 r as 2xPlicaç s tsoldgicas. L1s
··1 CÍ C·:· 1 i '.t. :.1. ! .. i 1 ·:::·U u.1i::) :x:1..)J nc:
., ><'·,)TI~
o homem { sujeito 2 está livr2 para construir
'.,,.;., ';»:_, :::.
, .... ,.\ ·':-1;;, l 1 ~.
n~o ss encsrram nestes ssra~os
art culada pelo modo capitalista ae
asao Gn1ca por outro lado, n~o sigini)ica dizer
, •.. ,·•-;.: .. ; 11 ·::~ ::r -:::. :L rn qU.E·
CÍ(·:·
t'
' . . i
• ~' ~'
~ O TRABALHO SOB O CAPITALISMO
no Pl occ5so produtivo de trabalho
Neste sentido Marx afirma:
·..:=y· •:·::··:::. d c:r·:::.
t:. mesmo os privilégios
qu.c:·
; ., ... : .• L ·:::.
veementemente atacadas pela Reforma Protestante - que sucumbem à
razio e o seu livre arbítrio. São na verdade faces da mesma
moeda, contradições que os homens constroem no decorrer da
L • t ' • n l s .. or :1. ;::i, ou como dissemos as bases capitalistas na ruína feudal.
Os resquícios feudais são agora banidos pela burguesia,
em seu apogeu revolucionário, sustentados na trilogia NLibert~,
p <?. l" '''· -···. t,,,l amp 1 :i.:::1.do
relações capitalistas estão no processo de acumulação primitiva,
um momento em que as transformaç5es nas condiç5es da propriedade
fundiária P dos meios de produção foram essenciais.
A expoliação P a expropriação dos camponeses e a
propriedade privada avançam na direção da destruição dos sistemas
comuna:!.~:;,
arrE=:nciamt:::nt o
I ng 1 ::~.te·!" r ::,i. ?•
clás~:;ico.
fundi á·c :i. :::i.
sobretudo através do poder de Estado,
•':"!: .. , ·!:f. implantação das
P assalariameto no campo.
no ·::.éculo!• XVII e XVIII se tornaram o exemplo
Por outro lado as re1aç5es coloniais introduzidas pelos
emergentes Estados Modernos na Europa, colocam-se como outra via
de di!:~ capitais Cmetalismo>, que através da u. ':~.ui" :,::r. ~
~ementariam o avanço capitalista.
O colonialismo se revela como sustentaçio das relaç5es
de mercado, base capitalista, que se instaura internamente pelo
processo industrial e externamente pela exploração das colonias.
Os apologistas burgueses contam inven~5es e descobertas que
o ac~mulo de riquezas tanto quanto o trabalho, mas
nio mencionam os processos de extermínio e exploraçio a que foram
sujeitos os camponeses e trabalhadores europeus, bem como os
po·..,·o·:::. das col8nias sobre as quais se assentaram a ..... !: .. ... .::H,.<:\• .. !
acumulativa dos estados franc&s, inglês e holandês, sobretudo.
Todo este desenvolvimento conduziu a transformaçôes
agudas no processo produtivo herdado do modo feudal, tendo como
manifestaçio mais clara a divisio do trabalho que se ampliou nos
em seu trabalho O Nascimento das
Fábricas, coloca como a organizaçio do trabalho pelo capital
de sua concentração espacial
mudanças na produção material da ~peca. Iniciada fora das cidades
no "f:::.ubur·g", fora das oficinas das corporaç5es
guildas), a organização capitalista do trabalho foi realizada nos
espaços domésticos do artesfüo, que vendia o produto de seu
(o seu produto) aos comerciantes, que lhes
matéria prima e instrumentos, ainda num momento ~m que ct
atividade comercial, pelas imposiçôes e domínios do senhor feudal
p 'f ()d U, t :i. '·./C~ I!
'put t ins···out s~stem', foi a primeira configuração
capitalista de produção, "posto que a interposição da figura da
negociante entre o mercado e a produção artesanal, representou o
momento pelo qual se imp8s a essa produção a figura indispensável
do capitalista, criando uma hierarquia social ••• [e de produçio
porque é sua baseJ ••• sem a qual, desde então, o próprio processo
de trabalho fica impossibilitado de existir. Isso ocorreu porque
os produtores diretos, embora dominassem o processo de trabalho,
se viram obrigados a depender da figura do negociante para que a
sua produçio se efetivasse, uma vez que a eles estava vetado 0
acesso ao mercado, tanta para a obtençio das mat~rias primas
indispensáveis à produçio, como para a comercializaçio de seus
produtos .. C16)
entanto quando estas barreiras sucumbiram,
organizaç5es d~trabalho conjunto começaram a ser introduzidas, e
o sistema de cooperação capitalista foi o primeiro passo.
Com a expulsio das populaç5es rurais de suas terras, o
aumento ou inchaço das cidades nos séculos XVII e XVIII foi
favorecendo ao capitalista com a. concentraçio de
trabalhadores na produção.
A cooperação consiste exatamente nista, na concentração
um efeito do capital no intuito de subordinar e
C<~.P :i. ta. J. é dirigir e supervisionar o trabalho no intuito de
aumentar a produtividade, logo a mais valia.
afirma DE DECCA - não se deveu a nenhum avanço das t~cnicas de
Pelo contrário, o que estava em Jogo era justamente um
alargamento do controle e do poder por parte do capitalista sobre
o conjunto de trabalhadores que ainda detinham conhecimentos
tif::cn:i.ccJ·:=:. (ó·~ :i.mpunham a d:i.ngmic<:\ do prciC:\~?s·:::.o produt:i.vo.''
Ressalta ainda que n .... transferir esse controle da
que estava nas m~os dos trabalhadores para ,J :::t~:; lil<:\OS
e: :::\ p :i. t :::1. 1 :i. ~::. t :,;;. ·:::. não significou mais eficácia tecnoldgica,
tampouco uma maior produtividade ••• Lmas sim] ••• uma maior
(~ d:i.sc:i.pl:i.na de) tr<:i.b<:1J.ho 1::! a um
controle determinado: o controle técnico do processo de trabalho
e da produtividade ditado pelos prdprios trabalhadores [tendo
ainda que] a dispersão dos trabalhadores domésticos criava algo
muito problemático para e capitalista, isto é, e desvio de parte
r.- 1 . I' • .. •• T =i:J, ·:;:.1 T :1. C ::!l.Ç :::l.0 de
matérias primas de qualidade inferior áquelas fornecidas pelo
e :,1p i t :;,i. 'J. i ·:::.t.: a" .. C181
Contudo processo denominado pelo autor
"sabotagem", representava uma manifestação de resist&ncia à perda
do próprio controle do processo de trabalho e à divisão técnica
d() t )" :::1.b :;,~lho"
Con ~:io '!. :i. d :;,\d o sistema de fábrica se percebe ('.)
fundamento da resist&ncia dos trabalhadores: a necessidade de não
conduzir ou não adequar o seu pensar a 1 , .
O!.:J :i.ca
e ap :i. ta. 1 :i. ·:::. t ::~. ,,
batia as portas da fábrica, a manufatura.
do t1 .. ~:\balho
significava a perda da capacidade de exercer o ofício em toda a
sua extensio (o não saber), uma cristalizaçio da divis~o social e
< ' • ··.:·::.·cn:1.c:,1 d o . . ·11 t r ::!l.IJ :~. ·1 o .. A transformação do operário em um
automático e unilateral que se aperfei~oa, que adquire movimentos
precisos, parciais e rápidos e quase que tlnicos. Transformando o
trabalho aos olhos do trabalhador em um ato improdutivo, fazendo
""" ' 1 4 ·I ' < 'l . .1 com que nao se cons:i.cere como o ver~aoe:i.ro autor, como rea izaaor
qU.(::· n
tanto mais s2 torna p2f2ito como part2 do
l. ~ o transforma
LJrquhardt. apud Marx:
íls meios MP trabalho nesse caso se modificam 0 •"" .·-. ;::·i::.
·~dividual zam, rspr2s2ntam a d2p2nd&ncia do trabalho, w 2l2m2nto
da disciplina, da regularidade 2 numa
>'.:jU.(·? tem utilidade no espaço do
o trabalhador moderno so cons2gu2 fazê-la ci ::-:-:·
Uma vez 2stabel2cida, a manufatura coloca em curso ~
qu.i::~:·
processo Produtivo conduz a fabulosa acumula~áo~
~ssibilitando o d2senvolv1m2nto das forças produtivas,
, .... nao mais dependam
i n d :í. e~:-..
forças da natureza e sobretudo da subordinaç
··;ri{·:·:·m ri~··. • .. 1::;,
~ntao uma difir2nça
orgânica do capital.
·aba1ho [capital na grande ind~stria e o meio d e:·
O m210 de trabalho capitalista, a máquina
0uanticiad2 ae mercadorias, e a substitu1ç~a dos trabalhadores
dos mesmos, reduz o preço do produto ~ medida em que
'·.' logo o percentual
:·~ ',"· mais valia Por unidade diminui~ qr.J.(:.=:
·, .. t'.:U. seja, na medida em qu2 o capitalista
mercadoria abaixar consequentemente o seu
ade Assim ~ capitalista ganha pela maior quantidade obtida
vez maior d2 horas a seu s2rviço tendo em vista que
sua vez maior a quantidade
a hidráulica potencial; a vapor esta 01tima produzida
qu.i:·::· e: c:!n t r :i. b u. :i.u.
wost2riorm2nte o motor a expias
" . ' .. :'.:':';. i::·:· substituiçJc to trabalho vivo no processo de
n ant~ disto ct quantidade de desempregados foi enorme.
que passaram a substituir homens de meia no
deste p2riodo, mas q: .. t('·:·
que o trabalhador sequer acar2ce como usuar10
·•· dos meios de trabalho: isto é, a máquina u~ detém e desta
resta-lhe observa-la. O traba~hador agora faz parte
!!& .JSJM±S!E!MMl!ll! d M&2Z Z!S S!!!!!!J!b. ± 2L tttlL .. 21!$
O trabalhe r2du21do p2la máquina 2 o aum2nto da miséria
i::i :i. "./ :L ·:::. ·"· .... :,.1'. .. '
Por sua v22 a divi
d :i.rni:·::.·n
m2nc onado o proc2sso d2
. . e! j:~·:· p ·r C) :::i u. i:;:
qU.(·'.·:·
~ d2gcn2raçâo do homem.
de
nacionais capitalistas
C ('.:!Hi('.:!
2~tampa do int2r2ss2 comum.
qi•.•;· ~dcologicamcntc os trabalhadores e
-.. ··i:1.··· ; :· • .i' .. =.i __ ,. ica e pcrs~icaz, s2
defesa dos interesses das classas dominantes, quais sejam, os
..•... ui...:
NOTAS DO CAPÍTULO II
Ci} - EDGAR MORIN, apud GONÇALVES <1989>, comenta: " ••. enquanto a ca'a leva os homens cada vez mais longe, a maternidade, por seu lado, conserva as mulheres nos abrigos, à excessio dos babuínos em cujas sociedades as fimeas vio com o grosso do bando e com seu filho às costas. As crianças bimanas nio podem, como os pequenos quadr~manos, agarrarem-se nas castas de sua mie e o prolongamento da fase infantil viria fazer com que as mulheres se dedicassem cada vez mais aos cuidados maternos • Permanecendo sedentirias, as mulheres passam entia, a dedicar-se a forragem e à colheita, cuidando das necessidades vegetais do grupo. Uma dualidade ecológica e econom1ca instala-se, a partir de entio, entre homens e mulheres" (p.86).
C2J - ENGELS (1987:179-180>.
C3l - MARX & ENGELS (1974:62).
C4} -- MAF:X~ em Form:ai;ões Econômicas Pré-Capitalistas, discute os três caminhos d~ desintegraçio da comunidade primitiva, os quais Eric Hobsbawm, em sua Introdu,io, afirma que "de moso gen~rico, pode se considerar agora três ou quatro vias alternativas de desenvolvimento a partir do sistema comunal primitivo, cada qual representando uma forma da divisio do trabalho já existente ou implícita nela - a 'oriental', a 'antiga', a 'germinica' <embora Marx nio a limite, naturalmente a um só povo) e uma forma 'eslava', que tem afinidades com a 'oriental".<MARX, :í. <;>75 = 34) u
C5J Ibidem, pg. 35.
(6) - Ibidem, pg. 69.
C7l - Ibidem, pg. 76
CB} - Idem, Ibidem.
C9l - MARX & ENGELS (1974:62>.
Cl0l- ENGELS <1987:180).
{11)- MARX & ENGELS (1974:62).
Cl2J- ENGELS Ci987:184>.
C13l- "O cavaleiro e tamb~m o padre vivem daquele que faz o trabalho". P.BOISSONNADE, apud HUBERHAN (1985:12>.
C14l- HUBERHAN (1982:36>.
Ci5}- MARX (1982:172>.
C16l- DE DECCA C1986:20>.
\ I
a forma de trabalho onde mu1tas operarias trabalham lado a lado e em conjunte~ ap um plano geral, num mesmo
ou em Processos diferentes. mas relacionados, •••
Ja deiHaram de pertencer a si próprias e foram capital. ~ for~a produtiva que o operário desenvolve cama operário social e força produtiva da caPital. A força produtiva desenvolve-se gratuitamente, desde que operários sejam colocados sob certas candi~ e o caPital os coloque nestas condiç5es". MARX (1902:58 e 63l.
· ~· DE DECCA (1986:22-23).
- - ·..:. .
- _i
das atividades intelectuais do operàrio, narx chega ~ mencionar a contrataç de deficientes mentais para os trabalhos nas
r1 0~. Isto fica mais claro nas passagens de Adam Smith, apud MARX. "O ec?)•ita da maior parte dos homens. diz A. Smjth. desenvolve-se necessariamente atra e devido as suas ocupaç de cada dia. Um homem que Passa toda a sua vida fazendo algumas operaç
tem oportunidade de exercer a sua intelig eia ••• torna-se em geral mais est~pido e ignorante passível ••• mas em toda a sociedade
industrial t civili?ada a classe operária, isto e a grande massa popular. deve necessariamente chegar a esse estada. CHARX, 1982:77-78).
N'D Capital, Harx distingue duas partes constitutivas do capital: ..• ;, .... 1,J•.,) capital GU2 s2 transforma Em meios de produç
mat ias ?rimas. mat2riais auxiliarss E n modifica pois sua grandeza ~e valor no processo de trabalho. a chamamos, portanto, capital constant2. Pnr outro lado, a part2 do capital transformada em força de trabalho muda d2 valor no processo d2 produç • Ela proauz seu pr equivalente e mais um excedente, uma mais valia que pode, ele pr rio variar sendo maior ou menor. De grandeza constante, esta parte se transforma ?Ermanentemente em grandeza variivel. Nas a chamamos,
-~'- Sobre a quest da classe trabalhadora e os sofrimentos a e a imp1 gidos ver ENGELS Ci975l, MARX (fG82: LaP.Ã e XIII> e BRESCIANI (1985).
r E ::·:\1~:
::~-: m b ~:1. t (:·: expressam no atual est 10 de desenvolvimento
x trahalho. a ampliaç do segunda que levada aos níveis extremos revela uma forma
extensiva de acumulação, o que acirra as relaç estabelecidas entre de Marx, consiste na discu
sobre a origem do va1or (praduç ,, que ao longo dos anos economistas procuravam-no em outra t . ' perspectiva, onoe as
pareciam tão conflitantes (na circulaç >. Mencionamos aqui uma outra perspectiva cie embate, a concarr eia entre cap1tals coma processa de acumulação, se apresenta como elemento de distenção destas acirradas relaç , mas percebe-se claramente que mesmo assim, a
e de produtividade, assim uma acumulac intensiva. tal qual a modela japon
---,--~~---_ ------
III A APROPRIAC~O DO TRABALHO:
A CONSOLIDAC~O DAS DIFERENÇAS
:L n t ·r i:::i d u. :.:?: :L 1n r:'.) ·:;;.
come U. 1n metabólico e natural •• 1 •.. Ud
que se efetiva mediado Pelas formac
soc1a1s e~oecificas. Um processo que transforma u homem enquanto
os outros hamems~
enquanto ser soe al
:;:.1::.
cnn.:;u.nto
,•\ i"i sociedade de classes se d~ diante ,··Í:·•,
1,.11 •• .'
formas específicas
que se estabelecem diante do enfrentamento/apropriaç~a realizado
modo de rroduçâo como unidade
s de produção estabelecidas.
como ponto inicial da propria~âa do trabalho,
e técnicas produtivas, reduz
trabalho neces rio e oroauz um excedente que n
estabelecendo. portanto, que em um dado momento este
excedente passa a h~! aprocriado de forma diferenciada dentro do • ;
Processo s2 coloca de ~arma d2p2ndent2, ou seja,
~Drocriaç~o nJo s2 revela num processo aut orno, mas passa a ser
sociais existentes,
de rroduç~o do modo estabelecido.
s de rroduçâo se apresentam agora como bases
mecanismos existentes de arrorriacào dos meios 2
~istribuiçio do produto social produzido. Sâa ainda determinadas
natural - no sentido da oraem.
~ clareza deste processo esta em que o
Cme1os de rroduçâo e matéria prima) e pessoais
formas de realiza~âo do processo produtivo se
de producao e do conJunto •• J • ., ,,. U·::i.·:::·
(na sociedade comunal)~
•; ...... .. . . ·: ·'· ·, . .'."• u.m::,\ .
q U. (·:·:· m P '( D d U. :.:Y.
de seu trabalho.
Na sociedade comuna os homens estabelecem atividades
·od~tivils CUJO Droduto era partilhado de forma coletiva: trtava-
ctl~ente necessário à reprodu~5o da existência do homem
.- . ·'
-- 2dent2 econJmico que permite ao grupo uma certa tranquilidade
/,,: ................. ! '::. :. ·::1,1,;.Lll:;:·:::·
·::l,
trabalhadores 2 a apropriaç
cedente deixa de existir.
ociutivo no sentido de manter o excedente,
tendo em vista as transformaç que ocorrem no
.··1··. ~--! ·::~.
do
do trabalho se dá de forma t~~~1, a produtividade
de escravo, de extrair, ou '·' n::·:\D !!
de
Este e o conte~do de rlasse que adquire o trabalho, a
reduzindo o produtor condl:âo de executor
esta forma e encarado o escravo, como meio
.... ::::;d u.~:.:: que conjuntamente aos
~~ colocam corno monop6110 de uma c1ass2. O escravo
2produ2ir sua força d2 ~rabalho sem a mediaç~o a
te~ aqui um simples valor de uso,
.·.. . ... , ., .. ~"; ::·:·.
necessidades de recomposiç ·:::
.,.; ..... : ..• ~::.
C::c:m c:i • J .. •
: ~ -:.;, :::t ~·::
mas estas mesmas relaç
C) 2stab2l2cim2nto das novas
escravo e escravo,
que adquire outra forma 02 ' ;, ..
~':\ p r e:: p r· 1 :::1. (;: :::·~. c:i de
de serviços, mediada pela produçào.
mencionamos no capítulo II, os nobres romanos se
.. i ... E..i:-::.í.
A terra como unidade de produç
que mediado p2]as
",, 'j ·:;,.··· ' .. ,,,·.,.
ao servo restava-lhe roucas horas de trabalho em sua
O des2nvolvimento e ~ consolidaçáo da relaç
o qu2 nio reduzia a Exploraçâo. De tal forma que as
a pouco a queda do regime.
Neste momento a classe mercantil e financeira que se
no Processo produtivo passaram a estabelecer
~ de arrendamento e assa1ariamento.
seguinte deparamos
o ctos camponeses com a
~0itu1çao da propriedade privada da terra, o que possibilitou
detentores de vastos latif0ndios un enriquecimento raPido.
~te 1uaciro a força de trabalho disponive1 migra para as cidades
!'),,. :.,J:::·
de
d :i. -F :( .::: ::. 1
tornam pastagens,
capitalistas organizarem o
absolutamente a divis~o da Jnrnada de trabalho nsc2ssar10 2
sobretrabalho. 2m trabalho pago e n Pago. Todo trabalho apar2ce
mcvime~to real do salário apresenta
+·!'.·:·:·n qua1s aparece que o que e pago náo é o valor
força de trabalho~ mas u valor de sua funçâo - o trabalho.C2l
Um trabalhando de 4 a 5 horas diárias
t abalho nec2ssar10),
·"º''"· •,.ft;;.
que excedem o trabalho neces rio o orerário n
recebe Vale destacar que este d2senvolvim2nto tecnico-científico
dc:i trabalho nec2ssàrio a n1v21s os mais
.; ... _ ...... !·~ .. , ·1 i. . . ···. : •• ? ·::=.i.;·::: . .:. j-i: ... : C2xc2d2nt2 em horas),
Forma de mais valia, mascara a rel~~iu de explora~~º estabelecida
realidade material, qual o trabalhador foi
.. ! ... < .. i'::: impossibilitando-o
de vendedor de sua força de trabalho; a liberdade
e a igualdade jurídica burguesa cai por terra.
Diante desta exploração e da avidez para o lucro, os
p1 .. odu;?.'.0:m m~~ :i. o~:; para aumentar ao má><:i.mo
produtividade do trabalho reduzindo a quantidade de trabalho
e portanto adquirindo uma independincia cada vez
maior no processo produtivo, através do processo de cooperação do
trab<:•.lho, da divisão e especialização engendrada pela manufatura
e do despojo total dos instrumentos de trabalho apropriados pela
Os caminhos para aumentar a exploraçio se dão através
do aumento da taxa de mais valia, que se realiza através das
fo1 .. m::,1.s :::i.b·:::.oJ.u.t::~. o:::: ·i"el:::i.t :i.va .. C3J
, . n:tv(::::i.~; t.:1 .. :::\b<:tlho
q u. ·:.~ e o n ~:;o 1 :i. d :::i. m e: 1 <:•. ·;;;. ·;;;.1::.· ~"' d :i. ·;:;. t :i. n t a·:::. ~· 1' d :i. f 1::·:· 1· ~:: n 1:;: a~:; ·:::.cu:: :i. :::i. i ·;;: . .., ,
colecionadas ao longo de uma histdria de vencedores come amo e
suserano e servo, operários/camponeses e capitalistas,
express5es histdricas da relação ~nica - produzida na instituição
da propriedade privada - entre trabalhadores e não trabalhadores
Em seu.s embates de apropriaçio da produto, dos meios e da força
dF: t·c<1b::~.lho ..
Estas sia as re1aç5es que pretendemos objetivar nas
próximos capítulos,
instituiç5es interferem neste processo. Instituiç5es estas como o
Estado que emerge no processo de trabalho, f :i. ::.;i u·c ::~.n d o e omo
instincia mantenedora, ou não, das reJ.aç5es de produçio, buscando
com isto enfocar a Geografia Moderna, que eclodiu e ocupou o
cen<~.·c io científico de forma substancial na un :í. f:i.c:a\;:~\\o ('li"· •. r· •• }
p ·e od u.~:i: :i. n d o t 1.:.: .. ::.i::: .. :::. qu.E· ·''na tu. r ::,1.1. :i. :<!:arn" o·:::. dom:( n :i. o·:::.
••:.:::
-. ' . ~ ·:': ;' .. , '! .: .. ~ ... ' .. .•. :. ,;, •.,· ·:). '·J·
:.'.'.í4
uem como sua cantribuiç~o ··i:::,.
aa estrutura de class2s.
rafia do Estado,
letindo sobr2 21a 2 em conjunta analisando a escola lcomo um
ia, procuramos discutir os conceitos
hom2m/nature2a -
2sent2s nos 11vros de geografia produzidos num p2riodo que nao
....... , .. :: ........ .. '·" ·::i. j .;:!, ~. l::: t d::':i.
DO CAP iTUUJ III
Est2 proc2sso Ja foi por n t y·~:i.b:.:-:..1 hc; !I
d:i.~;cut :i.do no ítulo II cio presente
MARX (1982:196-197).
No capitulo XVIII CM~todos para o aumento da mais valia) Marx, deixa e 1 a r- ::;:, ~:; ·::~ m i:·:~ e: ~:·=. n :i. ~::. rn o·;:; u. t :i. 1 :i. ;::: ~-:·1. d o s p e 1. o ·::~ e ::·:'!. p :i. t ~·~. 1 i ·:::. t ~·:·:. ·::~ , .... ~ p r e e: ('.o: s ::; G d f· produç no sentido de aumentar a taxa de acumulação. "A mais valia E
croduzida pela empr da for~a de trabalho, operário produz um novo valor, que n lhe pertence, E sim ao capitalista. ~precise que ele trabalhe um certo tempo para restituir
valor do salário, [ e obtem a J mais aumentando a jornada de trabalho além do tempo necessário ••• entretanto
trabalho tem um limite,
necessidade de repousar, de dormir durants uma parte do dia. ( ••• ) A jornada varia pois dentro dos limites físicos e saciais ( ••• ) Todavia. existem ainda outros odas de aumentar a mais valia \ .•. ) o emprego intensivo da força de trabalho de modo que possa produzir mais num dado tempo ••• [ e J ••• a reduçio de salário aba1xo do valor da força de
trabalho, [e wesmoJ prolongar a jornada de trabalho, [ que aumenta ~
quantidade de valores produzidos relativamente a quantidade de horas aumentadas] ••• tirar um rendimento superior ou, ainda melhor, realizar conjuntamente as duas condiç5es. produz ent um aumento absoluta [parque neste caso] ••• é precisa modificar as condiç ~ n :i.c:::t·~s e sociais de produç de trabalho, isto é o próprio modo de produç CMARX, 1982:54-56).
anteriormente que o material didático analisado nesta pesquisa foi a mais utilizado em escolas de 1! e 2! graus, no Estado de S5o Paulo no período de 1969-1979. i oportuno esclarecer que excluímos os t~abalhos de Melhem Adas (produzidos a partir de 1974), por entendermos que estes trabalhos apresentam um outro caráter did ico
~a geografia, uma vez que o autor estabelece nos cont
dec1d1mas incluí-lo na análise que pretendemos Prosseguir incorporando outras propostas para o ensino de geografia. Por este
motivo solicitamos ao leitor que atente para a n~o rigidez das datas '1969-1979), uma vez que a pesquisa n~o consiste em uma análise da pr-odu.~;: didática deste período.
IV O ESTADO
A or1g2m do Cstado esta intimamente 1igada ao
ou s2Ja, no momento em ~u2 a soc12dad2 coloca para
d :i. s t :i. n 9 u. (·::·
.;;:. :·~: :'.) u.ç: 2 assu1n2 ~ papel d2 co1nando 2 apropriaç de::
o Estado desempenharia
do individuo à divisão cio trabalho, da subordinaç~o
at1vidad2s urbanas.
i~ l ... '\ ·.>. ;:,•
d :i. <../ :i.
.l. • ••. · .. ·
li ll UM !I.! J &Q s2 g ! fa
O Estado dessa forma coloca·-s2 historicamente a serviço
~ cla~eza sobre a origem do Estado é nec2ssar1a para
... ; ......
~1suma uma ~orça imcosta, do exterior, a sociedade. 0 um produto
ia sociedade numa í'''
.. ! ... u !:.~· a sociedade se embaraçou numa :i. n ·:::.o 1 d. \1 >:·::· 'i
·~ ., .: .. :;=.:::·:::-':.: ;;-
... .' .. ······ ..... '" :;;~ .. :"'_:,;·;J.i..':~!-.;;;Lt .. 1 :L rn :i. t ::~-:· ·::: .
importante atentar
Mais sue atenuar o Estado s2 prop
e eliminar-se como Estado da pr
seu tempo toda sociedade. n Estado de cidad
de escravos na Antiguidade, O Estado da nobreza
como produto social
- surge o Estado mediando a produç~o existencial
t.,,.
'
:
~·
1
sem dtlvida alguma~ da
cu. !.e··:::.
forma onisciente
dos domínios do trabalho para o governo de
·· .. ; ...... . .. c1a do homem que lhe permite obJetar
em sua relaçào com o lugar
(2}
Ao evidenciarmos o Estado deixamos claro qual conceito
rorta nossa análise~ d:::::
:::li.::.
1co o Estado adquire diversas formas,
... ; .. ., l,,;•:::.
para uma destas formas, em determina~o
forma de Capital MonoPolista de Estado
de:· U.Hl d(·::·
BRASIL 1964 - O ESTADO MILITARIZADO:
UMA EXPREssio HISTciRICA DO CHE
"Wm:;s.as inimigos dizem: A verdade está liquidada !'las r.ós dizemos: Mós a sabe!llos Nossas inü1igos dizem: !íesmo que a:i.m!a se cor.he~a a verdade. Ela ílão pode ser divulgada. Mas nós a divulgamos» <Bertoló Brechtí •
este tema na análise se .. 1.:: U·::i.
especificamente sobre o t-~~alho
~ociedad, ~cs permite 2nt2nd2-la em sua conjuntura
n Estada brasileiro apcis o go1~e realizado em 21 de
guns papéis imPortantíss1mos.
~ada o aparato institucional instalado rara coibir e reprimir a
adquire um ccnJunto ~~ práticas politicas muito
instituidas pelo Estado Al
Os militares assumem o poder 2 colocam sua intervenç
sobre o prisma da temPoralidade. Era preciso intervir Porque a
sociedad2 civil começava a pensar em um modelo de
em um modelo de sociedade e i ·:::. t () ~t
íl golpe~ assim~ prima relo acrimoramento e consolidaçâo
favorecimento da grande
~resa e o controle expressivo d2 toda sociedade.
Era sem d~vida o aceno para um período de reces
\·1na desenhava uma ruptura com o populismo e chegara a Propor
de'.! nD
di:·:·:·
U.rfl
arrancado aos trabalhadores e a que fim ele serve
resulta da elevaçio do nível da mais ..••• 'f .: ... ........ ·::1 . .l . .!. -::=.
uma superacumulação, necessar1a esta 01t1ma para que a
02s2nvolvim2ntismo jusce1inista, 2 na de substituirao de
ias expansionistas do Estado se firmaram
internacional do trabalho
.•.,t •• •• • n :::·1. (:J (:·:· ·r :::·,_ ~::. !'.·;:· n ::·:l D -::~. U. n :i. d ~:·t. d (·'.·:· n
;rogresso convivendo no mesma espaço,
D
ico do Estado~ segundo o qual a exportação, C)U.
agroexportadora se transforma no canal
que seriam necessários
~ossibilitou ao Estado assumir o desenvolvimento dos setores de
industrial através da implantaçfüo/amp1iaçâo das empresas
Atividades que exigiam grande investimento ce capitais
n
cooptando os setores
recorrendo assim aos capitais externos. Esta relação
externo) permitiu de um lado organizar e gerir a
C=U. t r· ()
_ upcs com linhas especiais de cr&dito junto ao BNDES .
.. ". :,} ·::'.
No rlano concreto/ideolcigico a Doutrina de
DSN. elaborada pela Escola Superior de Guerra - ESG,
u.m
um excessivo controle
~nstituindo assim, a chamada
D e :i. <:'·:· n t :i. ·;:; t :,;, político Rene Dreifus ao analisar
~squisas e Estudos Saciais, criado em 1961, e o IBAD - Instituto
J~asileiro de Açáo Democrática, congregava militares, políticos e
·::;u.::,i. ()
complexo IPES/IBAD se tornava o verdadeiro partida da burguesia 2
-:··,.;;.;· Ut·: .. . : . 1 t
!. .• :; '.) -:::.i,J':::-
que arquitetara o golpe e sua consolidaç
em seus discursos, a segurança interna 2
que colocavam em risco a acumulaç~o e a
ordem~ bem ~n~ moldes da Doutrina de Segurança Nacional.
que o 901Pe militar
a estabilidade no emprego,
,1.,.·
CT 1 ::).f;:::·::.U ··!.·"· : .• i" FGTS; o direito de sreve; o direito cie organizaçLlo
cabe 02los trabalhadores ao
quest5o da rem2~sa de lucros~ a nac1onal1zaç
petrcileo e das siderurgias.
Sob este clima de imposiçâa, de arrochas salariais e
que representou a
:Lo,,C4l
Aliado a isto, a burocratizaçâo da Estado concorre com
eia do trabalhador ao emrresArio~ ao sindicato, que com
se coloca como um braço do Estado na
2 possibilita em
isnificativa da mais valia.
~talecimento de grupos financeiros nacionais e cia
p '( C'.ip
os trfs grandes setores de investimentos, garantindo a
. Com efeito ao Estado
investimentos de capital como salientamos pelo alto
'::;.l:::
Aos pr1me1ros desta forma lhes couberam a rroduç
,r •• • • • •
e aos u1t1mos de bens
Num periodo em que o mercado financeiro
cil eleger tão simples partilha.
Como di21amos estas estrat?gias tomam outra conotaçio
e cultural do país. Uma das
ica da Doutrina de
Ao analisar Gramsci sobrs a estatizaç~o da sociedade
d EC ·1 :i. n :í. O ...... ······ ..... r,.,i j ~J -::l. i, .. : ·::~.
'o do Fstado: declínio dos partidos parlamentares
monop6lia do Estado sobre os novos org
NSo parecP difícil assoc1ar esta passagem a rsalidads
stituida sobre o clima de terror da Esco1a
foram 2stab2l2cidos pelo
Am&riLct .atina. A Doutrina d2 S2guran~a Nac anal
· .! 1 ·1 ::~.d
: ,.:::.
implantaç~o segunda o autor
1ast ( but) not 1east. o
:i_ e··~···
A DSN figura assim na canstruçâo das forças armadas 2
Estado sob o bin8mio
~2s2nvolvimento, fundando a crença da necessidade de segurança,
escopo era viabilizar
,,, .. :::.·::;im dos mj.litares em relaçio a sociedade
A manutençâo de poder determina a necessidade de se
insegurança como justificativa das aç
qu2 se viu frustrado quando da nâo
Se~gjo Miranda de Carvalho, da ordem do Brigadeiro
;:. -:":'!. u. ·J C) B u. ·e n i (~·:· ·r cua1 s2Ja: a de explodir gas6metros e instalaçôes
deste período.<VENTURA:1988:51).
s militares nâo se pautaram pelas
que com os Atos Institucionais,
outras medidas 2 ordens foram 12vadas a cabo. Deflagrando
!'.·'.·:· ::-:: E· C: U. t :í. = •• _..a C) ,
••• - •·1 ,- .,.i;. "r :i. d C) ·::;. ~i celas aparelhos de rcpressâo,
como o D2stscam2nto de 0peraç5es e InformaçGes ~
e Defesa Interna - DOJ/CODI.
... ,•
n::':::
Um processo que sedu2ia as massas pelo desporto,
~alta de informaç
No entanto a euforia começou a ser eliminada~ a mudança
~as políticas internacionais, a crise mundial de energia colocava
brasileira em outra realidade,
Os discursos do nacional d2s2nvolvim2nt1srno caiam por
i ... ,,
concentraçao enorme d(·::·
apitais, porem menor que aauele expatriado, e o fim das regalias
..... 1·} ::':i. e:
diante de um processo que durante anos
foi alijada do crescimento e do milagre,
d :i. ·:::.t ·ri b u. :i. d
1
_, :u 6~ n: · ... rn ;:.:,;
rabalhar para 60% da nonulaç
:üi:-:-:-1 f :L1Ti !i
eslavada política de privilegiamento de grupos econ6micos e de
de:>
,
do poder em escala nunca vista. com a
.· .. · ' .. -. ' nao ci suos2rv12nc1a, dos estratos dominantes da scci2dad2
,'"' ' ••• : ·1 ,t} / ~·· ··::: ::::~ -. ··./ .i, .1. \ j-·· 1: -.. ,:" ... ' :' !>
Em relas~o a Delfim, some resta parod1ar Franc1sco de
histórica, além da compai ,
o~ que e um dos
Foram estes alguns dos desdobramentos da política dos
cuja rcsistªncia e luta dos trabalhadores foi i:<:~- n e:: ·r i n !'.·:-:·
NOTAS DO CAPÍTULO IV
~·:tqu.iln quE· id2olagicament2 como ae p {':':. r ~:·i. t G d ::·:"t
exist eia individua! a que na realidade diz respeito a sobr2vi eia do hom2m sabre a qual o Estado n~o se responsabiliza.
Resgatamos aqui o termo Lukacsciano, na perspectiva da visão humanista de munao e na postura de construção de necanismas para a aprapr1açao coletiva dos bens soc1a1s.
e realizada por COUTINHO (1984)- ~A Democracia como Valar Universal".
salarial exibiu uma vial eia sem precedentes. mandatória e truculenta nas negaciaç5es chegou a levantar
protestos de algumas empresas de alta produtividad2, inclusiv2 de que foram impedidos de negociar com
interventores sindicais até aumentas salariais que se limitavam a incorporar ganhos de produtividade. Em síntese, a liberdade de negociação trabalhista, um primado da ideologia liberal que o regime proclamava, não foi considerada uma li~erdade ecanBmica digna de se ser
porque parecia um de pre~os posta em marcha"CTAVARES & ASSIS, 1986:14).
------------------------------------~
V A ESCOLA E O LIVRO DIDÁTICO
A escola se configurou como instituiç
"Meu a.limo partiu !'leu mestre partiu" \Bertold Brecht)
anos e neste p2riodo adquiriu várias formas, mas foi sobretudo no
~ ulo XIX gue passou a se pocularizar diante das necessidades do
modo de prociuç~o emergente. Este processo engendrou a necessidade
e padronizaçào do saber.
questKes emergenciais
trata da questão do poder de estado e o controle
..... ,•••J!••.i••.•!M :..,; 1. •• • ... 1;: 1,,
um modelo de saberes e comportamentos cristalizadas na
O livro didática, surge alguns anos mais tarde, mas tem
sido o elemento chave de garantia de perpetuaçâo deste modelo.
• . ' A ANTITETICIDADE DA ESCOLA
Com r· (·:·:·:J :i. rni:·:·:·
alternativos de educaç~o baseados
se de um lado o governo militar
Grojetos alternativos, por outro~ apesar da proposta wolítico
.. - ;· / . .,-· i ::,;.C2J ·:·:·:·
lica apresenta seu outro lado.
.. ! ... ·U·::i_ escola p~blica aclamada
goza de boa reputação. Sin6nimo de incerto,
.. ! u 1 :i. e(·:~·!• sugere u que é pouco rigoroso do ponto
·~:: (·:·:·ór :i. e: o I• ( !! \j u CPorém,J ambiguidade
eia de um sentido que seria rigoroso se
percepçio 2 cultura
elementos ou partes separav21s,
como dizia Merleau
.... ÔD
esta dimensâo que procuramos dar em
1·7 -~ •• • .'i.
corno
que nos Jltimos anos nunca um
educaç~o no Brasil, uma conquista
uma escola democritica, mu1to menos ainda ·::it
a escola, tem sido ao
1°smantelada material, humana e ideolo91camente, mas a presença
.· ·::.
Percebamos ent~o que o acesso \ escola permite a classe
que algum dia estiveram separadas. Isto proporciona-lhe a
~Portunidade de ocupar, interagir e transformar este espaço
onstrutora de sua emancipaç~o.
Reflitamos entio. O Estado mantem a escola, e c::tH() u.m
sta00 de classe. i:::c:in1c:i instituiçfüo social que media e se
;etores dominantes, se revela num instrumento político
or·san12a através do aparato legal (o jurídico), onde funde
e cirnc)
conômico estabelece o caráter de dominaçio coerciva nas relaç s
Ht
forma a exercitar a acumulaç
político! econ6mico e social forma cue adquire
~~bretudo nos governos militares, em detrimento da sociedade
i ,.; ·1 ~•· ·,· .!. J. u
~sto nos permite pensar ~ escola e o Estado em
e~lexos junto a sociedade e como este aparelho
mas n~o se con~igura tJo absoluto como prop5e Louis
1thusserC3J, revelando assim seu apanágio de antiteticidade.
Ao retomarmos a terminologia de Althusser,
o movimento, a ambiguidade, a contradiç1o. A escola
)oae revelar estas características.
leitura de Althusser
a de Antonio Gramsci. Este :i. n t <-:·:· 1 ~~·:· e t u. :::·1. l
a escola unitária, visualiza seu movimento.
a escola formativa e criticando a escola
se restringiria a uma formaç~o tecnicista, bem no modelo
1 e :i.
rofissionalizante no Brasil, onac niuitos a viram como uma escola
".·· .; ...... . . ::·· ... __ .. e, preocupada em satisfazer interesses práti~os
~ama a frente ja escola formativa, imediatamente desinteressada.
asPe~to mais paradoxal
~ destinada a perpetuar as diferenças soc1a1s~
dada pelo fato de que cada grupo social tem um tipo de Escola
destinada a perpetuar nestes grupos uma determinada
n~ tradicional, diretiva ou instrumEntal. Se se quer destruir
trama~ portanto, deve-se evitar a multiplicaç
tipos de escola profissional criando-se ao contrário, U.Hl
.. ! .•. UI:·: escola preparatória (elementar média>,
ovem até os umbrais da escolha profissional~
::":t.qu.:i.
~~issionalizante, ...... .... :: } .. ..... . t .. ·::\f .;:!,!., !,:·:!
que a escola nao tecnicista assume com a presença
do ponto de vista global
pr~ticas sucessivas,
SENTINI~ 1987:67).
Utilizamos entio o pensamento
:ontar um 0ltimo questionamento.
A escola deve estar relacionada com o Estado 7
Marx~ em Crítica ao Programa de Gotha, afirma com
absolutamente condenável a educa~âo
-•1lares, as aptid5es exigidas do pessoal de ensino, os ramos de
74
:umprimento d2stas prescriç5es
.. : ... !.J t:.•: Estado em educador do
~reciso excluir ainda da escola toda influfncia do governo e da
Marx ainda nesta
esta passagem ao Estado Brasileiro q u. i:·:·:· ::'i. t é· (·:-:· n t :} i'.'.:.
desconhece o sentido do termo cidadania. CHARX, 1984:21/22>.
difunde e se afirma dentro ' (] () de:
2mancipaçâo política 2 de fortalecimento dos Estados Nacionais e
Mesmo diante disto devemos ressaltar que foi o propr10
i:::i e l'.:)n e ·r i:·:·:·t ::::i
O que afirmamos e que, mesmo assim, a escola atual
como d.n :i. e:;,-;_
que no embate real esteja tal como se
2ncontra em nossos dias, arruinada. Mas que pela presença de
c2mo alavanca d2 transformaç4o, at~ por conta d2 que idealmente a
escola se prop5e a dominar cu congregar todos os saberes,
1ss políticos, culturais. trabalhistas, etc ... Idealmente porque
do Estado nâo se raaliza.
se vincularam a escola tendo em vista a cristalizaçio da
:ncepçJo burguesa de locus do conhecimento e de ascenç
à medida em que nio pode
~rde ela sua característica ideal de alavanca de transformaçâo.
Isto nos permite entender que sâo necessárias
do·;;;
tencialmente transformadores, eliminando assim
soluta da escola ser instJncia transformadora da
Isto ao contrário, reforça nossa afirma~~º de
que historicamente tenha se revelado,
como aparelho coercivo nos moldes althusserianos, deve
mantida como luta un1voca.
do
-- '
Num momento em que as relaç5es de mercaao assumem a
pouca ~Ecessidade existe em evidenciar
quando outros mecanismos, tais como
de comunicaçSo de massa, tomam para s1 o papel
da sociedade, antes realizado, em maior
c~blica, para o Estado burguªs, ~ quase nulo.
~emas espreitados pelo mercado da educaç5o.
:scola no período milita ~ como desempenhou seu papel produzindo
utilizando materiais pedagclgicos.
O LIVRO J.HDÃTICO
1938 pelo Decreto
~.006 em 30 de dezembro de 1938.
j 4 0 Compêndio sao livros que exponham total ou parcialmente a
•atéria das disciplinas constantes nos programas escolares.
e texto, livro-texto, comp0nciio escolar, livro escolar, livro de
··:::.·:::.e J
Junto a este decreto foi criada a Comiss~o Nacional do
•vro Didático CCNLD), composta por membros indicados pelo poder
tendo entâo como funçâo mais o controle
sucessao de decretos e denominaç5es para este
g sensor do livro didático, com o acordo MEC/USAID, passou a
Comis o do Livro Técnico e do Livro
se~do que o acordo objetivava uma massiva produç~o de
inclusive com o aval do governo brasileiro o
parte da Agência Norte Americana,
livreiro nacional, bem como do controle ideológico do processo
2ducaciona1 brasil21ro.
o nome d2 PNLD - Programa Nacional
o livro didático, come tamb
~ rrículos minimos nos três n1ve1s de
~to ao Minist0rio de Educac
Sindicato Nacional dos Editores de Livros -,
~2sponsabilidades d2 2xecuçâo, mas aos órgâos t
·12ntaçâo aos 2ditor2s compra dos direitos autorais d2
A opçâo psicopedag6gica que orientou a produçâo dos
1vros didáticos neste período era calcada no aehaviorismo,
elaboraçio dos livros descartáveis que passaram a
·~ 90% da produçâo dos livros com uma qualidade duvidosa .
. i. r. .. ·:~. qu.i:-::·
livro didático, as gravuras, os gráficos. as tabelas, enfim, uma
. ., º(()d u.ç: que coloca cm primeiro plano a apar eia e em segundo o
< •• ····n t d CJ ,!
ls~o nos permite pensar o porquê do
(·:·:·
receita, modelo~ tendo em vista que uma vez adotado,
do professor e do aluno se torna d::,1.
d2 ambos, tra~uzida nos termos de ensino/aprendizagem .
·.·:.).O:; o livro diciitico apresenta em ..• ·1 .•. •.. ::.-:· .. . r i::: 1. ·::i. :.1 • • ::i. 1 ... ' ::·:\
.~ o professor formaçào suficiente para
~;aciona-la com o real. daí o porquê d2 se adotar o conte0do do
.• :o didático como verdade absoluta, ou seja,
~lunos absorvem os conte0dos ideologicos do livro didático.
O livro didático apresenta assim um enorme conjunto de
ideo16gicas, daí a acreditar, numa análise
superficial, em sua desvinculaçio com a realidade, e a visual1zar
material pedagógico como mentiroso, escamoteador, ou ilus6rio.
as rroposiç5es teciricas estabelecidas nos '1 :i. 'v'r o·:::. í:: em
explícito com ~ realidade,
esristemologicamente. do princípio que a opção
metodológica prima e define o projeto e
estabelecendo, por sua vez, o caráter ideológico. Assim
livro didático se vincula de forma verdadeira ao real~
profitente - atrav~s de seu conte0do - da manutençio e
oa dissimulaçào das relaçôes sociais existentes, d i ·!\·::· ·;- i:::· n e :i. ::,i. n d o
historicamente ~arma e conte0do.
O conjunto maior de críticas que se eleva ao
que convergem para o distanciamento da análise
s5o em sua maioria vazias, no conjunto maior
livro nao pode ser utili~ado, o que nào basta, e preciso
>-' ·1 F.·:· "t }.t no livro didático sua pseudodesvinculaçio com o real
:i. rnp ·r i:·:·:·c: t n d:( \/i:::.· 1
n:::•. livro didático o contexto social,
tormas ideologizadoras que se fazem presentes no
rri ('.:! m (·:·:· n t e h :L ·:::. t ico de sua produç~o, entendendo que estes
respondem muito mais pela formaç
:, .. : e incorrer no er~o de
i.u a do w: ofesscr ~ud1 seja a de abstrair o rea1
. :t ·-..F( (J
.. '." " .. · . ~ . . "·'
,.,
n :~°:i.
::·:i. () .......
d~:·:·: .....
'! /"";'', ,l.<. .• • .. f 1.:-. dsclógico da s~c1edad2, afim de
e: ç::n t
da possibilidade
im0ensada.C9} S~o como as
E oportuno r~tomarmos neste momento o que escrevemos em
· , ... 'L ·;:: u.1 C) .··i.···.
.~ italisrno os meios de .~abalho se modificam~ se individualizam,
·· .
.. . ' ;'", .... , ..... , :::. ! .i.'"".
sim, os meios de trabalho, passam a ser moldados
·:·: t l ::.~ do trabalhador ao meio .. ~ ... Ui:::
qU.(~·:· do
rica/escola~ Pensemos nos
-~ .. :, , -t t i:~· d. d C) ·:::. d (·~· :v' :L d ::·:1 n :;·;{ :::1 f <::ir· ::·:1. ~n ::·:i. i:: i:-::· :i. t C) ·:::. n ::·:1. (·::.· ·;5. e 1'.:'.í I :::). :i f i:::i r ::·:l. n-1 n (·:~· 9 :::t d {:'.i ·::;. e: C) 1n c'.i ....
ramentas (saberes) defeituosas e E improdutivas.
'·'· ..
• 1 :
1 n ·:::. ~: ·r u. ni f::: n ·e ::::; . ....
:::t.i:,;: :::·1.() e () n ·:::. t ) .. u. t :f. : . ./ ::·~.
E exatamente por que salientamos o papel do
Pensar o livro didático e pensar os professores e os
-::'. )_ u.n c:s·;::. ·:::.u.::-,.
snsino/aprendizagem, como produtores do conhecim2nto, E pensar os
educação ~ Responde 212 próprio: Nâo nas
cito de professores aos quais condenamos a ensinar
toda a sua vida, que sâo enviados a um povo com o qual carecem de
de reciprocidade.
que v2em no ensino uma profiss assalariada 2 nada
qu2 propomos e pensar. N~o estes os professores
~e que dispomos 7 Os carentes, das filas desse triste exército,
0s que v&em no ensino uma profissão assalariada ? Pelo menos em
~ua maioria, sim.
O real é que a maior parte dos professores e dos alunos
!ivro didático. Perdendo a autonomia e o senso crítico e através
'"~sto o processo de realizaçio de uma práxis inventiva. Em ambos
"''··. :,.t: •• i
livro transformaram~ alunos e professores,
nc
idático no ~nico e verdadeiro material de trabalhoy const~t~indo
~~ conceitos presentes nos livros didáticos estar~o mais prciximos
sua condiç~o de sujeitos.
~repomos a discussio de alguns conceitos presentes nos
.. ! ... l.J!;'.::
NOTAS DO CAPiTULO V
O termo opsrária é dado Por associaç Lei 5692 71 que instituiu ª prof1ss1onal1zante no Brasil~ que s2 reve a em uma ...... ...... ·1 •.•
:.:-:·::;LU ;,.;:!,
a m2d1da em que agrega filhos de trabalhador2s1 lhes atribuindo uma formaç meramente t nica para atender a demanda de
ALTHUSSFR (i980)~ em ~u: o~ra "Ideologia e Aparelhas Ideo16gicos de Estado aPresenta diversas inst cias da sociedade (escola, igreJa,
como AParelhos IdFol , ... ' ; •• 't"';""' t "·
~staao - AlL~ ae ~arma
·- ' ·::~ parte das críticas realizadas sobre Marx residem . __ ;:_; Percebe1·2m cue 2~ seus escritos Polít1Las ~o período, é precisa atentar que neste processo os
discursas de Marx entender o real posicionamento
.1,tF>o; .. formas a palavra ií f::: ~::. t :~~d 'i nos aproximamos um míl1metro sequei da soluç
incorpora o car ~· amorfico que se costumou asso~iar an longo dos anos, sobretudo neste período de críticas ostensivas ao marxismo. Ao contr io se refere a capacidade de um c:c;;·it:Ln~;J!'.·::·nte dE· tr::·:i.b::·:i.Jh:::-:i.dore·:;. ;::· prn1f~ qu.(·::: .,_·· ... :-~·11··-T; .·. Ç··:;i.:::·t{::. cGrr~ pntt·:nci.<:;.1 real cle transfor la.
ver ~llDMAN _,.cit, ou LOWY (1988:9-14).
um . ' p??.:J Dra~: 1 \/G
~u entanto a falsa cansei c1a pressup U. rn .J U. i :.:;-: G (1 !'.-;:·
valor, de terreiro. Em verdade as cansei 1rnedi:~i.td.·'.:~ c1u mediatizadas, a orimeira quando prima pela aparente, a segunda, pela '," :~-: ~: ·1 d f::· ·;:; 'f' ~:~·
impensadas aue delimitam o pen v2l 2 determinam
VI A GEOGRAFIA E O LIVRO DIDÁTICO
.. '{'" '' :'..1l"{; ()
·:'. ,•·; l\
• .. 1
i!
nA geogr:atia se compoe de nomes qüf a gentf.: põe nas lugare5 da ~Hílrlo~ P~ra saber ª~lhar ~ distância des-
do €m riscos €~ ?€ ~ deitddos, que 5€ chaf:ra de 1offlgit~H~!!~ e at itu-
no meio se ch:a~:a Cu:ador~ A geügrati~ ;~ nsd gera lilente para não de:i-~ xar a geiite passar de :arw". {fiillôr Fernandes}
A.
::'.)ri·:::. t ·~·· i .1. :{d() • f·:·:· 1 (:)·:::.
n
'/:;: •. ;;:·: :i.o d:::.
para valermo-nos de um
f.)11r;;..1. m '"' n t ::~.lfií o·:::.
!') 1~· 1·1 <=; ··:; 11·1 "·' 1··, ·:- ,... .. •• ·•• •r• 1 t 1··· • <;,. ••• .;,, 1 .... • .. l...J i,,,t • .J~-... .. i~n ~
• f é>VJ"":\ C·'--··ll--· ti/'·.
escola e mencionamos ·:::.1."::.°"U.
consolidação do Estado nacional burgu@s, trata-se nesse momento
da criação das ci&ncias modernas e se nio da sistematização da
geografia como ci&ncia, ao menos como instrumento político claro,
a desenpenhar um papel fundamental.
O país tem fronteiras e as fronteiras em si carregam o ~ .
a geografia justifica-o como natural, com o cultural
('i: num:::;. ~:; :i. mp 1 i ·:::.ta ,., '-'
nacion:,:1.1 .. CiJ
a partir do território exige tamb~m
Est ::':l.d c:i !' ::,1. ·'' p op 1..1.1 :,:1.i:;: ~\{o·'" qu..~-:.· i:::ic u.p a. e-:::. t ·:·::·;;;. 1 :i. m :i. ti::::";;. :í. n e or por :,:i. .:·::·-::. t r:::
sen t :i. m(;~n to nacionalidade e se apresenta como
mobilizada do Estado, em defesa do país. Percebemos entio que o
país Já nio mais figura sob o caráter de nacional, mas sob o
territorialidade, o que temos aqui
tr~nsitoriedade entre o nacional e o Estado, que traduz uma
concepção de propriedade, atrav~s da id&ia de defesa do nacional.
Este imbr6glio conceitual aparente oculta a ess@ncia dos valores
e =:1. p :i. t.: a l :i. ~==· t :,:1. ~=· ..
Nesta mixórdia entre Estado, populaçio, nacional, pais
o que importa a geografia agora é fotografá-los, cartografá-los,
mapt:.~:t÷···"J.C)Sn No mapa o concreto da nacionalidade, o pais; em sua ,•\ .
E· ·s ·:; !":~· n e: l ::~. ~) o Estado; em sua aparfncia a naçio, este ~ltimo como
'·' e: oE··::;ao. Neste sentido o Estado é 'eliminado,
fr:::ir m::,1. um todo homog&neo. A geografia assim deveria
denom:í.na.r·····::;e c·f"iptolog:i.::;. !
D incrível e que o concreto passa a ser uma abstração
Carlos Walter P. Gonçalves, menciona o pensador francgs
.J:;:i.c q u E··::. h: ::~. n c :i. é· r· e :;~. i:::i «~. f :i. r· m <:i. ·f" que "' q u ::,1. n d o um ~==·a b i:::: \" é· p ::,1. r e ('!: 1 i :.:::a d o e
institucionalizado como ci&ncia particular,
acontece para que se torne um instrumento de dominação. CE
conclui.] Nós geógrafos ao destacarmos o geográfico da realidade,
i::::m
:;:1.c:::1bando em po·r
Se o geógrafo ficar preocupado com os limites da
delimitando fronteiras como se estivesse defendendo o
seu território, a sua nação, estará perdendo a dimensão mais
profunda do conhecimento - a totalidadeu /~1\
( nl)j•if.,1'· j ! p:-.::: ·i qp7~ A A / ·j 1:• 1 , •• ,· 1., ... \JI "'! "' 0
'C'0 i ... .... : ;i .t, 1 .,/ J Ili ,I, '"f J , • .. .J ,! 11
Um está relacionado ao que mencionamos a pouco, ct
devemos nos preocupar a medida em que se realiza pela necessidade
do concreto: o espaço, o território, o mapa, o país, etc. Ou.t·co,
está relacionado ao professor de geografia. A firmação de Carlos
Walter revela uma geografia que não é o~tra senão a do livro
did:At :i.c:o, o que corrobora com o que asseveremos, a geografia do
livro didático~aprision~ o professor, mas com o sentido perspícuo
de domina,io mediada pelo poder de Estado.
Jean Dresch neste sentido comenta " 1 j .. ( 1-::.·~::.i:. •::::
[a geografia] .•• um<:i. :i. d i::·ci l og :i. <":l.
trata do ''conhecimento geográfico", mas sim, do reconhecimento
territorial, mais a logística do que a expressão de lugar humano.
Divagamos então entre
a orienta~ão da leitura
[/
'J;-0 NOTAS DO CAPÍTULO v~~~u
o real e a representação, neste)
~ a possibilidade de releitura.À
Jvº õ {1} A questio indígena encontra aqui um de seus fundamento~: Para os grupos
que nlo incorporam estas dimensões impostas pelo Estado a solu~ão à eles apresentada ~ o ~xtermínio.
VII A COISA E A ID~IA DA COISA C7>
Ler e ver e entré o L e o V o R. <erre) De rever
;:;;·~ revele. l <P.leminsk>. i
.,:1 Existem algumas consideraç5es a respeito dos conceitos ·
-:,:i.1 '.:.:ium:,:1.1::. discuss5es sobre estes conceitos ('!; ·:::.l.J.:i:l.
forma de representação do real. ~ i
(] p r· :i. n-1 e::· :L r- C) 1••. :;..!
refere-se à inserçio das proposiç5es no real, isto significa a
relação espaço/temporalidade manifesta em todos os seres, daí o
análise necessitar de todas d \::.· t f.::.· r~n :i. n :,:i. •:;: (5 1::: ·::.
envo 1 v.:::.·n te~:;"
Em CHEPTULIN (1982), observamos que devemos partir do
age não apenas uma formação material qualquer, mas uma
quantidade infinita de formaç5es materiais que lhe estão ligadas
de uma maneira ou de outra, ela reproduz em s1,
particularidades em suas modificaç5es, as particularidades de
Nesta interdeterminação observamos que as reflex5es
ou.tr·:,:i.,, mas também à sua interação, em decorrincia da qual c::,:1.da
formação material particular é ao mesmo tempo refletora e
,._
qu.::-:~-
()
- :_,;_1::
,. .... qU.i'.·:·:·
e ·:::: n e: r· r:·:·:· +· , .. ,
(ou idéia) como d2t2rminant2 no homem passa a
u.::::
' :··; ·::;. i:·:·:· ~J u. :~. n t ;::_.:· :1; !::~ ::.: . .. :· ... ·::.. .".. ·::'.. ~:·:- r· ·. 3:· .... : ·:·· 1
.. / :::\ m ::~-:- n -!:: i::::· ::·:\ e e> 'L ~::. ::·:!.
. .. ·: .. ·-. .. ·.
idfja da coisa 2 a coisa passam a ser a mesma
::-:-:· rn
...... :.sr '. ·r
.. 1,.,:··
mos 2st2 caminho~ pn·r q u. (·:·:· e .::· e: o n e i:·:-:· i t n ·:::. i 1
.. ~ ... U·::i. \/(·::· :;. ()
:spaço/temaoralidadeJ,
Assim aPar&ncia 2 ess&ncia, tdéia 2 coisa, se unificam
CD!'i!C
no CAPÍTULO
U.1H
n-r-r "i'...à..~
ivro djdát1co) como uma totalidad2 2m s~.
das formas ideol icas que os homens tomam consc1 LLct do rea1, e possivel pensar em falsa cansei eia 7 D que define as formas ~E consci&ncia mediatizada e imediata, e o conjunto de
estanqu0s, individualistas, dicotomizadas que os homens . cm su~ eitura de mundo.
.. ':"·
VIII OS CONCEITOS NO LIVRO DIDÁTICO DE GEOGRAFIA
~rn virtude da Profus
d2s2nvalvim2nta.
D .. ·
:i. d(·:
?s2nvalvirn2nt smo
canc2itos qu2 nos propomos a discut1r sào:
.... ~ ..... 'ic::
CARACTERIZAÇ!O DOS LIVROS
qu.E·
~1izados ~o período em discussào (1969-1979)
Geografia do Brasil,
-1m2iramente em 1969, a ediçac que utilizamos { a sexta, rev sta
'J"_ .. ,_...,,_ •• .:. :·:.! 1 ... : ! Geografia Geral e do Brasil, /1 ···:
.t,i .• 1,
Ambos direcionados para o 2° Grau.
XAVIER, Herbe - Estudo Dirigido de Geografia do Brasil,
- Geografia do Brasil <Nova Geografia
Regional), Tomo 2, 3ª ediçio atualizada, 1G72.
:·:1_:· :::.t .. · ·.::. trabalhos recorremos a exemplas claras
o~tro12 oolítico ideol
r •• • . .::··:i")··:
j
-::· f·:· n ·:::. n r· (·:·:· ·:::. e~ e= E ·::; t :::·~. d c1 ~! ·fil~:':\ -s- q u. E· ·!"" :::::· :../ :::::· 1 ::·:\ tn t :::·~ m b ::-'.-:· m f""
certos autor~s/editores com estes org s.
A Geografia do Brasil de Dulcidia Diba,
lnas o seguinte texto:
b.LJ;i 1Piras 3
regional:i
t:.Hi n:,:·,. qu.(:·:·
pela de
l1aterial Didático'J. prac. PiJbl ic:ado na
DiáritJ {Jfici:al ~=fo Estada t.fe Si.a Paulü de Eí de janeirD
.m
....... ::~ .. /'.? ,·; d ç) e:: c:i n ·:::. i'.-:~· 1 h ;:::i : · 1'..· 1 .-. • ..
•• r. d:::,
..... ::, ...
d2 s2ograF1a qup se tornou. disciplina
'·:·:;
.,.. t. '. "('
da análise
~~ 2nt~o as propostas c2 trabalho
. ··· .....
qu.i:·:'-
: ••• 1
u rn
. ; . e c:i n t i:~~· u e~ r:i ~
·:;;. u. :,: •.
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/;l)1J!J« 1
a economia. Esta 0ltima
Este arquétipo de apr2sentaç%0 dos conte0dos <Natureza,
,., ......... "'"º f •• ••• l·-' i i:::·;;:.1:.·:1! ! .• !;,:' em
AROLDO DE AZEVEDO
•"':
4. Bases Geolcigicas
.·, ..
uas cont1n2ntais e oceânicas
Vida Humana
~. Crescimento vegetativa e movimentos migrat6rios
~1.Negros e amarelos
.• .. -~·::· C) C U. p ::·:\. ::_;: :::1. () de:<
1,,.1: •.• i .... t
Vida Econôm:í.c3.
i6.R2cursos naturais
l7.Font2s d2 2n2rgia
~8.Vida industrial
-··-•. ·~ ' ! • ' • .,
~w.v1aa comerc1a1
DULCIDIO DIB!J
2. O espaço regional
III. Hidrografia e Potencial H1drel
I. Censo e Elementos da Popu]aç~o
II~. Divis Política
Vidêi. Econôm:í.c:::i.
t7.Fsntes de energia
!8.Vida industrial
20.Vida com2rcia1
DULCIDIO DIBIJ
2. O espaço regional
I. Rel&vo 2 Estrutura Geológica
:r. ::: • C1 irn:,-,i. e·
III. Hidrografia e Potencial Hidrelétrico
I. Censo e Elementos da População
III. Divisio Política
_, ...., _, _, .....,
-""' -----li
----
--
, li
CU···· '··.1 ····l··~F > .
.·; .::.
,··--11 .:::u
- --- __ _ ~~ ----~ _....-= LLWi-_
I. Caract2rizaçâo Econ
~~ Desenvo1vimsnt
al áreas industriai~
1.i .--
e i
d )
considerando apenas os_capitulos ..
;" •••••• 'j ... , .. \ \ .. ' 'i...I -~ t.J ·:::. !!
na América Latina,
de cartografia, inicia-se a natureza;
mesma estrutura NHE.
IGOR A.G.HOREIRA
0 RIMEIRA PARTE: O ESPAÇO NATURAL
Os fatores naturais
Os grandes domínios naturais
SEGUNDA PARfE: A POPULAC~O NO ESPACO
A distribuiçâo geográfica
O crescimento da populaç
Capitulo III ~ estrutra da populaç~o
·r E 1 ,;. ··./
Os movimentos da popu1açio
?'.7
n ::~.
nD
TERCEIRA PARTE: O ESPACO AGR~RIO
As atividades agrárias
A agropecuiria no Brasil
QUARTA PARTE: O ESPAÇO INDUSTRIAL E URBANO
c:::·:1.p :l tu. 1 e) I Industrializaç%o e urbani2açáo
A ind~stria no Brasil
Capítulo III O espaço urbano
Capítulo IV A circula~5o
QUINTA PART~: O ESPACO BRASILEIRO
Capítulo I A div2rsidad2 espacial
As unidades regionais brasileiras e
os drgâos de planejamento.
Como vimos o autor 1gor Moreira n~o foge ~u esquema,
ap senta em sua Introduçio os conceitos, as divis5es e a
jmport&ncia da Geografia 2 em seguida indica suas divisSes
espaciais e tricot8micas.
A importância em destacar a forma de apresentaçJo das
l· . ..• ~ .. i tJ levantarmos os questionamentos sobre o
~-idático 2m geral e suas formulaç5es observamos o quanto est
-mbricadas com o real e com os objetivos de quem os produz .
•
O BRASIL OU A ID~IA DE BRASIL cn
IH:i:i. :i. ()';" do livro didático
~PrÍodo (1969-1979) 0 a imagem adjetivista que assume a Geografia
um conJunto de termos que tomam o corpo aparente
qU(·:·:·
~bsoluto de geografia Cgeografismos) ..
Reside precisamente nisso
o que são as características, tais como tropicalidade,
subdesenvolvimento,
as suas características. A caracterizaç
Wf! pais tropical,.. que possui na maior extensilo de seu
com apenas duas estat;ifes bem definidas - a das chavas e
um pals originalmente agrlcola. e de
can____tinentais e lon;oso que a Brasil apresente uma
relação variada de produtos obtidos da terra,. com
predominância f:fr:;s produtos próprios de e limas quentes·''.
-!oi D ep:lteta atrihuida ao
IJrasi l
francês. Brasil Terra dg C5;wtra;;;t.es:r é o titulo de u..wa
obra da saci ó logo gaalês fi:oger Bast i frfe. Efetivamente
C)
}.• , E a
longo do üceano At Iântica - íJ Brasil é um pais
Atlântico·'' C<."IWIER;; i 973: i ~7,i.
este autor apr2s2nta a marinha
:Ln 1
:O u 1 e i d :í. o DibD
continentalidade, d(·'!: (:_:·rn ·:::.u.:::i.
Geografia Regional:
-Possui que corresponde
Dinamarca e Portugal reunidos,, bem como das dim.;;::ns!5es
,-f,, H·a' 1; -::i '-' ;iJ" r~a .- .:;7.-, •;:t•;t? ( 1) ~,,z ..:..\., a. J:.'-,, i .s..L-~ ~.t /~ t:::. • ._:r :r •
na mesma linha com
sentimento ufanista
t-fova
militar que ln1c1a no territcirio e invade as esferas da populaç
e d~ economia. Cama indicamos a seguir.
.•.1 outros [p:adsesl adotam políticas
se itu:: laetn no rol dos otimistas;; como tem sido
iru:Iu-sive a casa do !Jrasil·"(ffüREIRl't;i976:69J.
crescendo e sg inteqrarufa trn l.loidii.de. ( ••• J D Brasi I é
uma mu;:io rica em potenciais naturais. ( ••• JNo!/as
riquezas são as CEff ffILHiiE.S em ação·~'(XIWIER,, t973:23 -
evidências das desigualdades (;:: ·:=> t A p ,,, i" .... ,. .. P ~· r·· .. ~-t;' -~ ":Y· .. :· -.... ~ 11
:'\ \• A ; '
d :i. ·:::.e: u. r· ·:::. 1'.::i i'.·:~· qu. :i. 1 :i: b ·e :1. e~ 1:
Prevalece a idéia d2 que tudo
·"fin virtude da precariedade de coruii;;ães sfJc:io
ecaáômicas da maior ia da papa lação,, mas também cama
do pals; a duraçi{o média de vida ou vida média dos
bra.si !eiras ainda é muita bai,·,:a. E.w i95t~ ~ da an:Jem
de 44 anos a.penas~ cifra felizmente bem Sitperiar à da
india (3E a.nos},, mas inferior ' a da Chile
trataremos desta
C' ·' \·,
jetalhada em capítulo seguinte e o qu~o grave seria afirmar ou
quantos milhôes de pessoas morrem no Brasil antes
completar 7 anos de idade.
6tica do equilíbrio Igor Moreira,
. " ·e "!"F:·:::.
secundária e terciário)
País pré-industrial
País em fase de industrialização
A
<MOREIRA,1976:80) li
País industrializado
e
D Primário
D Secundário
E:'] Terciário
( p r· :i. Hi ::°:i '!" :i. C) :1
o
aparec2 no rol do equilíbrio, visualmente no meio, como demonstra
o quadro, e bem distribuído como mostra o gráfico de setores.
c)b 1·./iD . , .
c1 ·r :::"i.c: :t. :::::e: 1n1 e:: qu.i::-:·
nio sobrer52 o nacionalismo mas fortalece-o à medida em que se
:r.'nd :i. :;,1. ' n::::i·:::. Uma
int2rpr2taçia bem mais ao gosto do livro didático do que aquela:
como e que somos Brasil ? (se é que somos).
Sâo estas proposiç5es do livro didático que transmitem
u.m ·F u. t u. ·e :i. ·:::. t ::l pi:::.-r-mi te
estranhamento às informaç5es de pobreza, mortalidade
presentes no cotidiano. No balanço, no equilíbrio,
sacrifícios para a desenvolvimento futuro.
em conta que industrializaçio é também seu sinônimo:
.. vf:J .-ara
no sentida de tornar-se wna pofêru:ia industrial, o
aproveitamento de suas fontes de energia representa Wlf
aspecto essencial para atingir ess.::Jt meta e acelerar seu
O autor Igor Moreira afirma:
»ora~ a industrializa,io ~ geradora de empregos e
atividades urbanas e provoca a passagem de populaE5es
da setor primário para ocupaç:Ões citadinas".
() ('
idéia que o autor transm1~2 ~stá identificada com ()
;Jr-á-F:i.c:o qu.!'.~·:· P C)U.C: C) :1
CC'.!!TI u.ni
e: :i. t :::·r. d :i. n (] ·:::.
(secundário/terciário).
setor
secundária e terciário; pode servir como indicador do
de desenvo 1 vimento de lUil
,\ ·C·v. O'-',_) _,,
apds conceituar pa1s2s
subdesenvolvidos~ apresenta a situação do Brasil:
pais um
caráter de subdesenvolvida'; mas" um pais CDll!G o lUJsso';
onde ü ~l!.tCl _____ L3Jlf!_~ .. ,!:_~?tUrl<:tef~ pode ser
considerado como "um pals em vias de desen-i.$olvimento·~'*
E afirma que o analfabetismo tem diminuído, a lavoura e
a inci0stria t&m apresentado grande produç%o e crescimento:
·''4s inddstrias brasileiras j:;i; se destacam entre as
grandes da murufa. Podemos cansúferar o Brasil atual
como um pais em ritmo acelerada de desenvolvimenttJ··~.
(XAf/IER;i9,73:Bf. ,i.
Cm ~:; \'!: !J u. :i. d a o autor apres~nta uma gravura ondr:.·:·
-----------·-- _-:: _ _;::=._-=-~-·-- ----- ---- ---· -------------- ----=::-___ :-_-_·_· __ -_-:___'-::::==:::~_:.__ ___ ._··_·---=---~~-
(XAVIER, i 973:21)
Na obra de Dulcidio Dibo é importante
de rosto dos capítulos existe uma definiçio
desenvolvimentista:
SUDESTE - regiâo industrializada
SUL - regiào em desenvolvimento
NORDESTE - regiâo em fase de desenvolvimento
CENTRO-OESTE - a caminho do desenvolvimento
NORTE - a caminho do desenvolvimento
·"podemas dizer que atualmente [o Nordeste] é uma área
em processo de dinamiza;;.f{a I igada ao desenvelvimento
'·· • . . .
l i'v''(C)
num impasse. A defini~âo de Brasil tem a ver com
Cfísico/territorial),
preciso difundir a id?ia de progresso. Assim~ os textos percorrem
agr1co1a ou industrial ?
só se preocupa com o adjetivo. Correto ? afirmar que se não
"''Já n.ia tem mais cabinu?nto a :J.firm:~tivaf! por longos
anos repetida!! que considera o Brasi 1 um pals
essem::ülmente agrÜ::ola. fi implantação da indústria
pesada1 e o posterior fortalecimento de nosso
parque industrial f! a par de sua diversi ficafiãof! vieram
oe-"1.s1onar sabstancial mt.u:fança no panorama econômico
nacional.
apesar da rápida üdustria!iz:ação e do
crescente surto de urbanizaiiãof! o !Jrasi l continua a ser
Bra.si l -~ ' nao E um pais esseru:ialmente
Brandes ' are as irufustriais man:::am a
brasileira···' (Xfff/IER :ri 9,.73 .. " 23 l.
Nota·-se que o problema do livro didático e o adjetivo e
~ : " ...... 1.
nacional-desenvolvimentista
do subdEsenvolvimento. Co1·110
indefiniG~O recorremos a Francisco de Oliveira
,1.1!.l ... l \~ !.,J
subdesenvolvimento hist6rico-econ8mica
constituída polarm2nt2 ..... , .. ., ~.:·. j i ~
•. ! ... l',.!•::t
' ; ... () p D ~::. l t;: ::·:\ C)
um setor atrasado [agrícola 7J ~ um setor moderno [ou industrial
-''..'· .. , ..! !' sustenta como singularidade:
singularidade é encontrada em quase todos os sistemas e períodos.
lado, a oposiçJa na maioria dos casos 2
o processs real mostra uma simbiose 2 uma
uma unidade de contrários,
livro didático n ·"~ a preocupaçao com
permanecermos na
3. A SEGURANÇA OU A ID~IA DE SEGURANÇA C?>
' propaganda do perigo é algo presente nos livros. Sob
de estarmos seguros de que outros países nio poderio
d :1.·:::.cu.t :i.cf(:i un :i. d :,:i.d e
justificativa concreta para as :i. n t (~·:· r \/ (·:·:· n (;: ~:::; s:~·:· ·:::.
AZEVEDO apos mencionar as características fisiográficas
da China, URSS, etc., evidencia a nio exist@ncia de
áreas inóspitas no Brasil.
·'·'Tais fatos precisam ser registrados,, nã.a para que
no5 sintamos ridiculamente argulhoso5,, mas para que
neles alguns maf iyas
f'recu::upai;:ão ante a cobii;:a de nações mil itar111ente mais
fartes, poderosas,, que a.datem uma política
e}l:pansionú;ta au imperialista,, problemas decorrentes da
{AZEVEDO!' f9,75:t5-f6 - grifo da autorl.
Em se tratando de Amaz8nia Igar Moreira afirma:
grande wu dos maiores vazias
".f~ .. ,"",•"J•-r/","'.' .• ri· .. -.-.-.. ~.-.. (2) -1 •. , "'"fi 'Í"' .... ,ri -t1't"T.'"' um -r1·"'nd·• ' " m~. ::1 "' • ,,, .,, tltr ;<<<.< 1 tr ~ 1 .. l.,., ):> •• '". "" v;m h ~' , 1:: desa tio
a.a Br.asi I,, na medida em que sua desintegração e
abandona favoreciam cobiça internacional~".
{ffDREIRlh f. '176:848).
que objetivamente se estrutura nas políticas de
segurança interna, nas justificativas de integração/ocupação.
ilustre presidente 11EfJICI disse q.c.re
novo brasileiro. D Br~':l.s.il de hoje cresce ••• D de
ti 11u:1. ri h i se d lfla i o r a inda • tL.i;:.s.ru:" r -k'i ai; -k'i d.a &Mi..1. füi!.
:fl.tmi.ruJ.I.lUJ.i.il.. ~ i; ada tz r a "fii I.; .t ra ... _~.i. ™ fl.~-il.
flE'-;jé:'Offfi.iÍ...t.:.~l d_j:;iate IÍ.fJ.. U.~ lll/.ssfla. df1.. ~l iJr~iad.e·",,
(XIWIER,,i973 :2iJ.
A ideologia da segurança com perfeita harmonia o
1 n ~~- t -r· u.rni:-::·n ti::::
desenvolvimento, a pátria em pegigo f .
mif.:·lhor mt:::'J.od:L<:-•.L 1
dC'.i
- \ C· 1
j
1 1
j l ,J 1
:ir,-
~
' ~ .. ' ~·
1 ·.• '
'·· 4. O ESTADO OU A ID~IA DE ESTADO C?>
"Assim como o :artish o Governo dispõe de poderes sobrenaturais. Se• que lhe digam algo. Sabe de tudo. O que sabe fazer não aprendeu. Nada aprendeu. Sua torma~ão tem falhas, entretanto. É mágicamente capaz de em tudo interferir, em tudo determinar, também o que n~\ o compreende" CBertold Brecht)
Nesta questào o real e o ideoldgico mais se aproximam.
as proposiç5es anteriormente citadas respondem em
conjunto por esta análise.
Segurança Nacional e Estado no livro didático
$iguram com uma transitoriedade jamais vista.
o povo como responsável
sendo esta controlada pelo Estado, temos a unidade
numa sociedade estatizada ou militarizada).
/"'
singularidade de cada um. (0 exatamente nos momentos em que
como citamos anteriormente, entre o interesse comum
onisci&ncia e onipresença do Estado em todo o territcirio e no / L/ ,,,V"
conjunto das atividades humanas. Esta forma de transitoriedade
() C ()H!U.B'l e o individual /a mesma
a rela~~º 2ntre o p~blico e o privado. ALTHUSSER <1980)~
Direito burgues e válida nos domínios subordinados em que o
'~ ;
Direito burgues exerce seus poderes. O domínio do Estado escapa-
dominante nâo é nem p~blico nem privado, pelo contrário, é toda a
que o Estado transita
ideológicamente os valores presentes na
comum e a exist&ncia individual, que em seu interior.
no modo capitalista, carregam o antagonismo entre o p~blico e o
{ :i. n d :i. v :i. d u::,i. l e o coletivo). Esta interioridade nio
como o seu mediador/interventor
fora da sociedade, do
Nos textos que indicamos abaixo o Estado se apresenta
como interventor, :i. n t e::3 r ::,1.d or ,,
numa efici~ncia que soluciona os problemas de cada
qU.(·?
a sociedade como este foro. Observamos inclusive, qU.f!:
nestas passagens entre o individual e o coletivo a momento de
individualiza~io se faz ao atribuir a responsabilidade de cada
brasileiro pelo país-naçâo. A nação como suporte :i. d eo 1 ó:::1 :i. e o
atribui aos indivíduos o caráter de formaçio social homog&nea. Em
síntese o que temos e que~ no discurso, o caráter da contribuição
individual apresenta-se como se fosse uma participaçio coletiva.
p:,;tpé:Ls ,, r
t n d :L \1 i d u.:~). l
qU,1'.·:~·
~::: C: C) °l (~:· "(: :i. \' Ci !!
\ c;:;i.p ft.ul& I ;) .\ o
porque se estabelece de forma onisciente e
onipresente em todas as formas de manifestaçio humana.
e,v:emp!o do que acontece com o individua
' pais no manda que não tenha problemas a enfrer1tar.
nossas felizmente tem salw;ãa''" (liZEVEliO:r i'J,75:16
·'·'Agora que D Brasil inicia sua arrancada para a
desenvalvimentD, é precisa planejar. Cam eleita, sem um
acanufa planejamento não será passível corrigir as
desgqt.d lif:u-ias P distan;ães entre suas diferentes áreas
na sentida de integrá-las numa unid::J.de nacional~~
(ffDREIRA, 1976:242 - grifa rff1sso,}
"'Par tais razões o Governa Federal preocupou-se co111 os
problemas regianais:r procurando fornecer maior
desenvolvimento. Por isto foram criadas as
Su.pe ri n tendência::; de Desen'>'olvimenta que têm cama
atuação precipua a combate ao subdesenvolvimento. (3)
.... Portanto a medida que tais organizações atuam ( ••• J
processa uma integração do território nacional, as
divers.:ls áreas são incorporadas à economia na.cionaln
(lJIBD:rH'.72: 11-f.Ei.
Observamos a coerincia da »colcha de retalhos'' <Azevedo
~ Morsira + Dibo) dos livros didáticos, a unidade nacional se faz
'·' , ... .rorque pressupoe a n ::·:·1.i:;: :::t('.! como
Isto nos induz a admirar o Estado, porque
:i. d i:·:·:· n t i f :i. e: :t:'1. tn o fü u.n :i.d:::·i.d(·::: do
dificuldades não são dos homens, são d()
:t :t E:
~artanto territoriais, assim como meras distorçôes regionais '- ;;:
nesta territorialidade~ numa perspectiva autônoma
:~ porque nio dizer ontológica)C4J, do espaço, os homens como
sujeitos históricos desaparecem.
A naçio ~ assim a express~o mais comum de substituição
utilizar!! controlar quando
necessário disputar o domlnio do mar •
.... !] Brasil como naâía em desenvolvimento utiliza o
Nesta 01tima citaç~o a clareza da transitoriedade do
individual, lembremo-nos de que o Brasil
nosso disporn (AZEVEDO, ~975:16), ainda mais quando sabemos que
Herbe Xavier coloca em paginas seguintes a citaçioi Ji transcrita
neste trabalho, mas que ora retomamos:
esperança do Brasil se fundamenta em cada
brasileira. Cada WN é uma parcela responsável diante de
uma mic;siia tf.'E Brasil Grande''. {1973:Et - grifo nossoJ
o Estado, mas o Estado fazendo do saber escola um seu veículo de
Desta forma não se faz necessário arrolar aqu1 a enorme
quantidade de página~ dos livros didáticos, que descrevem os
programas estatais, bem como os orgfüos criados para desenvolv&-
quantos de nos não os decoramos para as provas de
:t :t ::;::
Melhor a síntese de Ru~:
m<:i.pa····Est :::1.do no·;::.
didáticos as cores das equaç5es ( i:::i·::;. p 1 :;,1.n o·:::.)
nacionais. Aqui os açudes do DNOCS, alí a TransamazGnica do DNER,
O Estado em si. Só que no livro didático sempre hà uma
justificativa e uma obscuridade para o conceito.
-------------------- -
:í.:l.4
NOTAS DO CAPÍTULO VIII
(1} - Apesar das preocupaç5es com as dimens5es territorias o autor comete aqui seu erro "9eográfico". A Itália~ se a preocupação é esta, tem uma
territor:!.al de 301.279 Km2, portanto, maior que o Estado ... 1 ..... '\.!:::.
(2) - A visio de que a Amaz&nia é desabitada está presente em todos os 11vras, revelando o total descaso em relaçio ao povos indígenas e regionais que ocupam a área. Um discurso que prap5e a ampliaçio das fronteiras de expansão. Apesar de nio indicarmos nenhuma citaçio, alguns livras na questio de formação etnica chegam ao c~mulo de nio mencionarem o índio, quando o fazem! Jeferem-se a sua contribuiçio a mestiçagem e no trabalho
(3) - O que h e se chama de inflaçio, ontem chamava-se desenvolvimento. Ambas tem o caráter de justificativa para as aç5es do Estado.
(4) As discuss5es acerca do espa~o tem revelado a mesma perspectiva, equivocada por sinal, ao lhe atribuir o sentido antoldgico. O que se tem desta forma sio lugares que se relacionam com lugares. De um lado temos o território - ainda que como espaço, se incorpore a dimensão social substituindo os homens como seres que se relacionam neste espaço e que imediatamente lhe incopora o sentido de produto de suas relaç6es. Por outro, temos a mesma preocupaçio positivista, cientificista de "possuir'', a geografia, um useu objeto". Neste sentido vale destacar a crítica contundente de SOUZAC1988).
1:i.\.1r1:::i did:át:i.C:D!i ,._ :-.1 mesma torma, pressupoe o
dimensão científica da geografia, basta lemrar as exemplos de adjetivos apresentandos no discurso geogr~fico acerca do Br::·i·::;i 1 (continente, atlintico, etc.>, e nesta mesma perspectiva Milton Santos 1978), advoga a espaço coma o "objeto" geográfico, procurando atribuir ao espaço) uma dimensão ontológica.
:i.:!.'.5
IX O CONCEITO DE TRABALHO
C' . .! como atividade humana
consecução a realizaçio do ser, condiçio esta que, como veremos,
nao se faz presente no livro didático de Geografia.)
divisio do trabalho revela em seu interior a divisio
da sociedade em classes e o parcelamento da trabalho expressando
o grau de aniquilamento do homem como ser realizador desta
' . ' p r :::i. ~·( 1 :::. !: 1
Ao nos referirmos à representação do homem através da
abstração populaçio, deixamos claro que se trata do objetivo de
de coma o conjunto dos homens
realizam sua exist&ncia, ou seja, através da divisio social do
trabalho em sua estrutura de classes.
qu.e
trabalho, em seu ~nico conte0do, a
trabalho como atividade em si, C: C)ifiC)
integrada a um ramo interno da economia nacional é a forma mais
presente: o que temos a partir daí ~o trabalhador como populaç~o
e o trabalho em sua fusào econ8mica.
'·'Em rela~ão as atividades priru::ipais e levando em
conta apenas o-s maiores de UJ: anos de idade" era assim
a distril:Jf.li~ão da papula~ão em i.97~,t.
i. Primária __ _ 44'124%
,, i
--------------------------------------------------- - - -
Em seguida o autor descreve as atividades predominantes
ao comentar sobre a distribuição da
menciona as condiçôes naturais, histdrico-culturais e
2conBmicas. Vejamos esta 01tima.
"Camfiçf5es econômicas;; que são o resultado de
COí1lb inações de fatores naturais e humanos e seu
desenvolvimento histórica,, condicionando as atividades
econômicas das popula~Des, sejam de coleta, agri'colas,
pasforis ou industriais. Dessa forma, as
industriais são;; em geral;; mais povoadas do que as
zonas agrlcolas,. parque a indústria,. n:ii medida em que
e:·dge mais mifo de abra,. permite um maior rendimento par
superfície.
·' .. As di lerentes atividades econômicas são agrupadas em
setores. Cada pals tem sua distribui~ão setorial da
população ativa,, a qual ~;ai revelar o estágio ecanômü:o
e social e111 que ele se em:::antra"
Em outra passagem a autor afirma:
'"~ lnddstria vem a ser a conjunto de atividades que,,
aplicacfas à produ~ão de riqm?za;; transforma a matéria.
prima oferecida ao homem pela natureza'"' {fffJREIRli,
1976:53,,78-,79 e i78J.
HERBE XAVIER o trabalho/atividade aparece
·"Nossas indústrias baseiam-se na agropecuária
ut i l iz.3m principalmente a algodão,, a can.:1.-de-açúcar,, o
fumo;; etc. "'(,'úWIER,.19,73: ii6).
na
DULCIDIO DIBO afirma:
·'·\4 ecu1wmia da Regiãu Sul baseia-se na atividade
(fJIBü"i972 :5/!J.
Observamos que as atividades distribuídas em setores de
inclui todos os elementos sociais como sendo ligados as
atividades produtivas. (·:·:·
operários e industriais, marreteiros/camel8s e
numa abstração de população ativa distribuida pelos
setores da economia (primário-secundária-terciário), assim, as
as realidades se camuflam,
sem diferenças. O trabalho aqui
agrícola e comercial perde seu caráter
o termo concreto/espacial d(·::·
comircio e agricultura, transparece o trabalho como atividade de
toaos sem acumulação e exploração.
que mais uma vez o lugar, do ponto de vista
da territorialidade, tal como citamos anteriormente assume seu
em detrimento da ação produtora do homem,
J l·. l••i ind0stria/fábrica-prldio-~ agricultura/terra-
que substituem o operário, o camponês, o bóia
fria,num processo em que quando estes sujeitos (re)aparecem. Já
':;:.i.:·: visão de conjunto, ·::;i:-::mpr\:::
nn
i!f.
e cin \l :i. t 1:.:.· :1
"'Raramente, a imigração teve, no Brasi 1, o caráter
espontâneo. Em geral~ foi provocada; ÍS1JJ1D.fi em busca
dos imigrantes e procuramos atraílos com oferecimento
de vantagens·" (lfZEVElJO, t 9,75: 1tl8/f.HJ - gri fD nossol.
:t :t E:;
·r i:·:: 1 :,:1. e :i. o n :,:1. r· a
imigra~io com as conjunturas locais e mundiais,
for~a de trabalho apresenta-se como um
como na cita~âo itima, ·ou sob o signo das chamadas
atraçio. Nestes casos as v :i. n eu l :,:l.m
ciclos econ8micos de mineraçio, café, borracha, etc ••. Assim, a
mob:i.1 :i.d;·:ide d<:i for~a de trabalho nio se revela,
expresse o n0mero de trabalhadores nordestinos fora de seu limite
político territorial. No geral são n0meros que v~o e que vêem de
determiandos lugares para outros lugares, abstraem os homens, com
a mesma naturalidade que enfoca a questio.
·''.4s mignu;:ões internas prosseguem de uma para outra
regi!íiJ, de w11 para autro estado, das zonas n..trais em
direi;ão ~s maiores cidades, das áreas mais pobres para
as mais desenvolvidas, ocasionando um problema grande
para w11 país ::Ainda despavaada: o êxodo rural em
beneficia de uma crescente urbanizai;ão.
·'·'os estados que tem mais representantes vivendo fora
de suas fronteiras são 118 t .367.236, SP 5,7.248, RJ
[email protected], BA 43e.Et7, PE 3tt.i38, etc •••
tAZEVEIJJJ~i'J75:tt3 - grifo nosso).
"Higrai;ões internas sito aquelas que se processam dentro
de um pals. Podem ser de uma região para outra
Unterregion.aisi, ou dentro de wna mesma regiflo Jintra
--------------------------------------------------··----
:i.:i.?
regit:maisl. Poderão ainda ser campo-cidade~ etc ••• ,·"
Em seguida MOREIRA~ apresenta um quadro de acordo com a
C: C)lli
Esquematizando: migração campo-ddade:
Causas j 1
Regiões
r Conseqüências l De expulsão De atração
1 Liberação de mão-Urbanização integra-
Países 1 Oferta de da; aumento de popu-1 em-industriais
1
-de-obra pela me- pregos urbanos lação secundária e ·canização 1 terciária 1 1
1 1 Urbanização anôma-
Países pré- ! Pressão demográ-1 Fascínio la: cinturão marginal; : -industriais 1 fica no campo 1 urbano subemprego no terciá- [ ! . .
i no l <MOREIRA, 1976:112/13).
ni..Ím!:·:·ro de
residentes fora de seus municípios de nascimento e afirma:
começar pelas grandes diferenças espaciais da pais. No
entanto, a ma.is importante reside na estagnação
econômica de muitas áreas~ combinada com atrativos que
outras passam a Dferec:er (/10REIRlh f 976: íf.BJ.
XAVIER, m2nciona que:
·"de grande importância são as mb.1raâies internas,
dentre as quais podemos destacar:
a migra~ão para áreas imh..tstriais, que recebem
im.imeros brasileiros do interior ou de outros esta.dos
para trabalh-'iirem em suas indústrias.
para as trabalhas agrú::olas das .áreas
desenvolvidas
para as .áreas pioneiras: áreas que estão sendo
desbravadas na Amazôni.~ e na Brasil-Central.
para as cidades: apresentando melhores condiçlies
de '!ddaf: as cidades atrae11 a papula;;io da campa·".
O autor tamb2m menciona que:
·'"possuindo vaziq:;- fig papula;;ãa a Brasil precisa da
n>::J55Dl.
: [
A mobilidade dos trabalhadores, como força de trabalho
que se desloca, tradu~ida como nJmeros e lugares de deslocamento,
inexistir, uma vez que nio revela as reais condiç5es e
situaç5es desta migraçio. Como questio de )demanda por
candiç6es de vida, a possibilidade de entendimento
através da estrutura fundiária no Brasil, u.m
de reserva que se constitui nas áreas qu.\'!:
demandam força de trabalho.
fase do êxodo rural [como evidenciamos nos 11vros didáticos], que
é a desterritorializaçio do produtor imediato pré-capitalista
CdespoJamento/prcletarizaç~o do campesinato) d::~.
megaurbanizaçio, que é Q territorialidade do produtor imediato do
e :;,1. p :i. t ::~. 1 :!. ·:::.mo J. :i.'v'1"E"' do
que engrossa as
: .. -, :l u. ·;::. t ·r :i. :,;i. 1 tio propalada nos livros didáticos de
;2ografia, apesar dos subterfJgios.
em seu trabalho Os Cdes)caminhos do meio
arnb i en t f.:- ,, qu.e campo e a urbanizaç§o sio
~anifestaç5es evidentes desse processo (separação do trabalhador
naturais de rroduçio>. Afinal a do
~rabalhadcr é condiçio da mobilidade do capital. O capital não
2ode migrar de um setor para outro, ou de uma regiio para outra
nio houvfr trabalhadores que o acompanhem. Pode-se observar
que os fluxos migratórios seguem o rumo da
Neste caso a história do desenvolvimento das relaçôes
sobretudo o exemplo clássico dos capitalistas
ingleses nos séculos XVII e XVIII que através dos cercamentos
consolidam a mobilidade, ou a desterritorializaçio, da força de
como u.m dos mecanismos de acumulação
2xPropriação dos trabalhadores do campo e da exploração desta
força no lugar para onde foram expulsos - reterriorializaçio.
/O que se apresenta no livro didático t uma mobilidade
espontânea, ainda que se atribua o caráter de que
propriedade que adquire a terra, os meios de trabalho e a
força de trabalho em nossa história~ não avançamos na
-1
• .Ju.nt D
h :í.•:::r·:Ar qu.ico·:::.,, () d i ~::. e u. r· ·:::. c:i dc:i
da ind~stria, e neste contexto das atividades
o despistamento da divisio territorial do trabalho; esta dimensio
do espaço do trabalho que se incorpora no livro didático, d:::i.rido
maior importância à cidade como citamos, ou a determinada região,
em particular o da ressocializaçio do trabalho
d:L=·./:ididc::u Coffio esta divisio do trabalho é, imeditamente,
entre trabalhadores (explorados> 2 não trabalhadores''. CLIPIETZ,
d natural que a análise da importância de determinados
espaços nio venha à tona, até por conta de que a importJncia e a ',
hierarquia espacial é produzida pelo pr6prio Estado~
nEstado de classe, e o espaço cujo desdobramento ele
levar em conta que esta dimensio espacial
divisio do trabalho é incorporada, no livro didático, com base
termo presente nos livros didáticos de geografia,
materializaç~o da G209rafia Comercial.
::;.
descreveu a variedade de produtos provenientes das
diferentes naç5es e regi5es do mundo e tenta explicar os
diferentes padr5es de produção agrícola e industrial com base nas
leitura da Geografia Comercial,
Como afirmamos trata-se de i'.~~· 1·./ i d (·:·:· n e: :i. ~·1. r
atividades humanas com base nas relaç5es de mercado, sendo que
que a essência encontra-se na produção e '·' n ~':\C1
como prop5em também os autores dos
express5es do trabalho que se vinculam ao grau de
importãnci~ ~1e o autor atribui às atividades com o intuito de
demonstrar um país em constante processo de industrialização e
no livro didático se substitui
fossem sin8nimos. quantitativos das
atividades dos setores terciário, secundário e primário, perfazem
o que seria a ordem hierárquica do desenvolviemnto, do caminho
e C)n e: 1;:.· :i. t r.:::
atribuem a esta um caráter
-F :L n ::·:~. 1 :i. d ~·:1. d i:·:·:· li d ·:·:: u. m e ::,i. m i n h i:::i ::,1. l:;;::.·1,. ... ........ B r ::;. ·::. i I
se quiser valer-se de uma sociedade urbanizada, industrializada, 1
foi o caminho dos pa1ses Europeus~
Evidencia-se a concep~io de imutabilidade, da ordem do lugar e do
tempo de cada coisa - nesta a inclusão do homem - nos planos
políticos e militares~ já que neste Jltimo Co militar)
se espelha toda a sociedade.
Neste sentido é comum nas livros did~ticos cita~5es
·- ... ·.rn.·~. : ... i,.)i:i!' ... ; :i. n d u ·:::. t ·t :i. ::~. :i. ·:::. ~· h i (:;:r ::3. 'i"' qtt ia.
urbana, capitais, metrópoles regionais, o estado mais importante,
--_,,_...,
A ord2m do território e das atividades nele
V :i. d<:\
construtores dos conceitos que nJo percebem como os adquire.
DPmíni0 i Árc[: de infiuência
li ~;::-~i~l~~~lll'I:-_. ~::~;~:~::;---~~:::;
lkln !l1>ri1t111lc rc1•innai ncslr d0 Sudeste e Centro-Oeste Pl'rlP i\íl'erc rq_.1<,nal Rir· Grande do Sul e Santa Catarina Rcci k S:ih·adPf Pnr1;1kz;i Curitiba
1 B cil;11~-
íC'J!Hlll:J Í
rcp10nal H'!!Ínnal rq!ional rc)!Íc>nai
<MOREIRA,1976:222).
Nordcs1c oriental N0rdeste meridional N0rdeslc setentrional Paraná Arnazl>ni;i
p·r1:::1:::nch(;':m t.:odo o e or p C) do
m::,1.nu::,1.1 2·:::.c>:::•lar .. lo v<:•.lor do p·fodu.ti:::i é d::,1.do n::~. p·rodu.•;;:fJ:o~, como 1or.:u.·:::.
tr<: .. b<: .. 'lho, ssts sentido se perds,
:,:1.·:::.
quantidade, valor s tipos ds produtos.
verdade é a paisagem agrária, 111arcada pela
presença de cultura de cabeça de gado, a mais comum e
encontradiça, a mais t Ípica dentre as criadas pelo
corre>sponde a cerca de 3'1% do território
nacional. Sem dúvida, é também a mais e,'(pressiva111ente
brasileira, porque que
procedem de 1.1111 passado remoto: por três séculos tivemos
nos canaviais a grande riqueza nacional e durante um
século vivemos sob o império do café.
t (·:·:·r
'"No que se refere ao valor da produção,. embora as
t. t ' .. es · .. ::.1.1st.zc: .. ':is
segur,"is:r tudo parece .indicar qae o v.::ilor da nos::sa
prodw;:lío somado ao da
texto que segue, como o trabalho
em valor da produ~~o, destacando ainda a refer&ncia
que o autor faz a voca~~o agrária brasileira.
'·'o Brasil é e deve cont inaar a ser me grande país.
aqrárja, ao mesmo tempo que callli.nha decidida11ente par.a
iadustrialiçacãa».(AZEVEDO:r t975:t7f/72 - grifo nosso).
PRODll( \O EYfRATIV A VEGETAL Principais pmdu100: - 1973
(Segundo fl valor da produção)
1 Quantidnde
, Produto~ (t) Principais produtores
!·--- ---------!-------+---------------~ 1 Bahnçu tamêndoa)
1
Borracha
Píaçava
Cera de carnaúba
Erva-mate
Caqanha-do-pará
Castanha-de-caju
Paimit0
Oiticica l semente)
ücuri ( coquilho)
1 -1
1
1
2i2 196
28 277
52 504
19 361'
104 287
52 095
36 936
36 586
55 500
9 064
Maranhão, Goiás e Piauí
Acre, Amazonas e Rondônia
Bahia e Amazonas
Ceará. Rio Grande do Norte e Piauí
Rio Grande do Sul. Paraná e Santa Catarina
Pará e Amazonas
Ceará, Rio Grande do Norte e Pernambuco
Pará. Maranhão e São Paulo
Ceará. Rio Grande do Norte e Paraíba
Bahia
r:nnle: A 1111árin Estatístico do Brasil - 1974
no Brasil''~ menciona o autor que em 1970, o Brasil produzia cinco
de minerais por habitante e consumia doze, ficando
depend&ncia alheia na ordem de 65%. E isto acontecia apesar de
nossas substanciais reservas
'·'Atualmente; a tendência é alteração de55e quadro"',.
fffüREIRA; i976: i96i.
A partir disto cita, o autor, produto por produto e sua
Como
exemplo as páginas 150/51, em relaçio aos produtos agrícolas.
160/61 reproduz o autor parte do
Estatístico do IBGE/1970, fonte utilizada em outros livros aqui
menciona ainda que os produtos excedentes da
de subsist&ncia sio vendidos na aglomeraçio mais
~ a 0nica vez que o termo excedente aparace no livro~
individualizada, setorizada, :t:i.b ·:::.'(: r· :::1. :i. ·····:::.í:':: ~,.
possibilidade de refletir como parte da produçio social de todo e
econ8mico da produçio, ou melhor
ação do trabalho, <J n::·:,_c:: ,j
'Woje no que 5e refere ao valor da produção,, a
inddstria alcança um lugar de desta.que. Em a.Jgun5
pontas do Sudeste~ já encontramos uma verdadeira.
paisagem industrial·''. (XAVIER~ i'l73:i51 e i73J.
área. <regi.fio SadesteJ ande se encontram 43X do
valar da produ~ão agropecuária.~ ,75~- do valor da
prodw;ão irufustrial, a Um de cerca. de 65X da renda
nacionaL Possui a.inda 51% da renda de exporta~ão
bra.si leira, n:iincidinda com a região ande se encontram
as principais atividades culturais; saciais e PDliticas
da Brasil·',fDIBfJ; f.9,72:33 - grifo rwssoJ.
que notamos e que apesar da t8nica da produção, toda
·::1. discussio tem como base a relaçâo de mercado. Ou seja
Neste caso, a discussâo centra-se sobre o que gere esta
relaçâo de mercado, /um conceito de mercadoria que nio se
nâo revela que em seu interior ela (a mercadoria) ;•
(·:~·
Entretanto o- ~rabalho social realizado sob a forma de trabalho
privado nâo pode ser reconhecido imediatamente ou a priori como
t ::,1. l" ,, j••! mi:::·rc::,i.di:::ir· :i.::,i.
imediatemente como trabalho social, ela implica condiç5es nas
quais esta representação lhe seja exterior, sob forma de um valor
de troca [valor da produçâoJ, sob a forma de'dinheiro
197 :210)- que no livro didático figura como riqueza <nacional).
Esta reflexào se torna mais complexa à medida em que a
se espelha no mercado, deste momento nâo
o produto do trabalho social e privado se interioriza na
rn:;,;.-::. o p r· Óp ·r :i . .:::. t ·i- :::i.b :;,1. lho h 1 .. unan o!•
o faz, sd que diferentemente,
privatizado - atrav&s de seu resultado (apropriação do produto>
mas que se representa como trabalho social, Eis porque nâo se
rePresenta como mercadoria ainda que nela se internalize no
processo de produção. N~o o faz porque evidencia a exrloraçio da
força de trabalho em sua privatização.
E exatamente por isso que o excedente só pode estar
0 videnciado no livro didático como individual
cerque se abstrai dele o trabalho social de todo o excedente.
este excedente privativa-se, à medida em que se
privado. Obscurece o fato de que nos outros setores da produção
tamb4m há um excedente de trabalho social, que se privatiza
através da apropriação do produto do trabalho assalariado, ou
que na atividade de subsist&ncia o excedente
familiar o excedente se socializa, diferentemente dos
outros setores em que preside o assalariamento,
relaç5es comerciais de trabalho, em que, por nâo estabelecer esta
rela~ão direta com o excedente, ele aparece como produto da
da fábrica, assim, à medida em que se individualiza nâo
mais se socializa.
que o produto/mercadoria adquire sua
Exatamente porque a produçâo como uma abstração,
riqueza nacional e n~o efetivamente social, toma as f o ·r m ::~. ·:::.
estatística, de inventário de produtos e de paisagens da produção
t~abalho privatizado n5o se explicita no 1 :i. \.J"f" C}
- ,; _ _: .:.. .= •• • : ...... ;_; .~ u ·::!. : .. . i. e. i.J a
Esta abstração da produção se incorpora às formas de
:0nsci&ncia dos indivíduos. Reside aqui uma questio fun d ::o.m•:::·n t ::;. l
?~ nosso trabalho. A produção como abstração incorpora os valores
divisão entre o trabalho intelectual e o manual,
efetivamente no plano da propriedade, como proprietário e n~o
proprietário. A produção se distingue então do trabalho. Produção
passa a ser aquilo que se realiza através da
se faz efetivamente com os braços. Nas palavras de CHAUI,
como mencionamos nos capítulos
~\ r·n ) ! •.....•
/ ,.,,,,.. .. -'"
/
como resultado da
A execução passa assim a nao ser referendada nos livros
didáticos como atividade do trabalhador, ....... 1. ••• ~ t::: -~=:· t ·:::.
imbricada com a concerçio, uma vez que o sujeito executor
j:;i
do trabalho na concepçio burguesa assumir
conceito positivo, mesmo assim, no livro didático ele só aparece
na forma de produçio, e par estar identificada com o nacional, o
controle sobre o trabalhador produtor da riqueza se torna fácil,
No entanto a partilha depende da solução dos problemas
cujas causas sio as naturais; pela extens~o,
e 1 :i.m::,i. ,, pelo solo, pela necessidade de ocupá-lo. de defend&-lo,
Numa harmonia de esforços os resolveremos. Como notamos
a análise histórica se distancia do real, e quando dela se vale é
assim encontramos as respostas nos
ciclos econ6micos e no subdesenvolvimento brasileiro.
·'-'Desde os tempos coloniais vivemos a lutar contra o
problema da escassez de mão de obra agrÜ:ola. As
dimenss/Jes continentais do Brasil e sua fraca densidade
demográfica contribuem para a pennenência e a gravidade
de mais esse problema de nossa agricultura-''{AZEVEJJIJj{
19.,75: i75,7t.
""üm problema que após a extinção do tráfico negreiro
(f.85f},} e a libertação dos escravos {í888J passou a
dominar., em nossa vida agrícola o trabalho li'ílre e
que antes só existia p;u-a brancos e
caboclos. Foi então que no1las áreas agrícolas foram
abertas, graças aos imigrantes {italianos, alemães;;
eslavos; japoneses) ou seus descendentesj{ como também
elementos nacionais,. t raba If.adores 1us fazenda5.,
mantenedores de modesta5 roças.
·'-'f]s .fatos agrários n~velam w11 ritmo ma.is lento de
transformação em relação às atividades ü1dt.ffitriai5 e
urbanas. E as razões disso residem nas tradit;:Ões:r
muita5 vezes multissecularesj{ nos arcaismos,
persistência frequente de sistemas econômicos de
autoconsumo, na limitação das relações sociais e na
própria natureza das atividades agrícolas, onde as
etapas da se desenvolvem ciclos
estacionais. f3is fatos em conjunta ocasionam
tendência a um crescimento econômico inferior nas zonas
ruraisj{ em relação às atividades urbanas" {HOREIRA:r
regiona.is que também ex:pre5sam realidades ligadas à
fortaas de organização da espaça rural,, onde atuam
diferentes sistemas de f!JIBO,
·"Nas .!ireas muito quentes!! o calor provoca cansaço nos
habitantes!! que terão assim condições pion?s para o
trabalho do que os das regiões temperadas""(}(/l{IIER,,
i973:71J
também neste parágrafo as exp1icaç5es
naturais para as difíceis condiçôes de trabalho, ou seja neste
=aso assume o trabalho um conceito concreto pelo seu contexto.
Nos outros casos inclusive por tratar-se do homem nâo se
estabelece o. trabalho humano, a exploração agrária,
econ8micos de autoconsumo, i:::· 1 :í. m :i. n ::~.m
trabalho/trabalhador, tanto quanto o cansaço nos climas quentes,
·out r·o ponto N6ta-se que a partir
do relatório histórico que estabeleceu o fim do regime escravista
negros e índios somem do cenário do trabalho.
tão gen~rico quanto população.
AROLDO DE AZEVEDO, chega, inclusive, a mencionar os
.·~
m::~. s n :,.,.o
~enciona as condiç5es de vida e trabalho, ou seja as bases reais
relaçio produtiva~ mesmo quando faz refer&ncia
Observemos que na passagem que segue o trabalho assume
um caráter de concreticidades mas que aparece de forma estanque,
isolada, parcelizada, tal qual o exemplo do excedente.
'·' o problema de mio-de-obra para nossa Ia1..1ot.ffa:r está
longe de ser resolvida 5at islatoriamente:r em virtude de
uma série de fatores: a escassez de popula~fia nas zonas
rurais; .3 r1ão tixa.;-fio dos trabalhadores agrícolas; o
incessante êxodo da popula~ão rural :r em busca de
melhores condi~Ões de vida; os abusos praticados por
muitos proprietárias que deixam de cumprir as leis ellf
vigor. (liZEf/EIJO:r fíi'75: [,76/,77).
;Mo el2ncar esta série de problemas o autor lhes atribui
vida própria. Por exemplo~ reduz a uma simplicidade sem limites o
fato do trabalhador
Neste caso a critica aparece como den0ncia vazia,
disparidades sao dadas como naturais/formais. Nâo existe este
sujeito qu2 sai do campo, nâo há uma transposição do livro para a
porque nio se determina o proprietário nâo cumpridor
Por conta d2 qu2 as condiç5es de trabalho s2 furtam ao
que pes2 o fato do trabalho no momento seguinte estar
associado a técnicag estas próprias quest5es passam a fig11rar em
segundo plano. Transfere-se a discussão social do trabalho para a
discussio da divisào técnica do trabalho, ··'··· ... l .. f•::I.'::;.
quando se trata dos setores
•• 1 ••• 1.1:::: m::,i.:i.·::: .
aos problemas de m~o-de-obra, da fixaçJo e do &xodo.
Eis porque as condiç5es sociais de trabalho se traduzem em
condiç5es técnicas do trabalho.
Como conte0do a discussio técnica do trabalho em
detrimento da divisão social do trabalho, sugere e livro didático
do homem como mediador da relação homem-meio.
0ltimo, o meio, sob o signo da natureza, surge come dádiva que se
eleva a satisfação do homem genérico, em sua abstraçio de
fazendo com que a própria natureza se inscreva agora
sob o signo de recursos naturais, a serem utilizados no conjunto
~e atividades técnicas, da ind~stria, da agricultura, etc., onde
todos se tran$formam em proprietários e usuários, porque se trata
A técnica passa a substituir
"Balvo po1..u:as e,v:cessões,. o fUJsso trabalha.dor rural 1
.a.data técnica ainda bastante rudi111entar;r /
econtranda-se no estádio da evofoção agrú:oia conhecida: 1
pela nome de cultura da en}l:ada. ! !
·''foda está de acordo com a baixo nível de vida do noss4
geralmente analfabeto e subalimentado,
mais elementares noções de higiene'/\
homem rural:r
ignorante das
vitima de muitas doen~as" desamparado de assistência
médica-hospitalarª <AZEVEDfJ,. í..9,75: t,79J.
e:·ftraordinários progressos da ciência e das
técnicas de uso da terra!' a produção mundial de
alimentos tem apresentado um crescimento signi ficat i.va
nos últimos anos,, apesar dos e'WEntuais fracassos
agrícolasª
tem sabido
en!rentá-Ios,. e como os criou tem ccmseg1lido superá-los
11a pn:;parr;ão de seu instrumental tecnológico·., fHOREIRA:r
DIBO!I a baixa qualidade de
políticas de desenvolvimento
·" o processo de industrializa;;ão se prenuncia
irreverrsivel e a implantação de indt.fatrias de bens de
consumo deverá assegurar a transferência do centro
dinâmico da economia. nordestina. do agrícola para o
industrial"'fDIB!J, í.9,7f!:79J.
·''.4s técnicas e-..,oluem. [J homem desenvolve-as procurando
conseguir novos meios de vida: a su.a fi,'(ação nas áreas
friast: desérticas"' montanhosas e de !!orestas virgens;
conquistando os mares e o espat;:o"' melhorando as
condições de saúde e de assistência.
desenvolvendo as commmicaç!Jes"' procurando formas para
produzir mais alimentos, e vi'r.,er em llf!lhores condiçiíes.
-~·o nlvel técnico da agricultura. brasileira é baixo.
l1étodo5 primit ivo:'i!t como a queif/1ada da mat~~ e o w;o da
enxada, sãos predominantes.
técnicas arcaicas acaba.111 por provocar uma
Olf provocando o abandono
ocasionando la voara
problemas através da industrializaçâo. A
as máquinas~ sâo quem proauz.
remete-nos ao caráter universal da
elevada de condicionamento das atividades humanas.
u t.t•:::-
t.:(i':iII
:t :3!.=:.t
assim a ser uma filosofia~ uma concepçJo de mundo que coisifica o
e reduz suas atividades produtivas aos
p r· c•d u. t :i. vo·:::." d::~. má qu. :í. n :,:1 ...
fetiche do produto temos o tecnicismo como
., .1-· ·::;. C) J. U. Ç ::·:1. () !I d:::l.
conservadora da agricultura, que se realiza como necessar1a para
.. .. ... ::1 e: u. n1 u. l ::1 ç: :::i. () H
que se apresenta : .. !
-''Na luta contra as secas,, que periodü:amente flagelam o
Sertão Nordestino,, a Governo Federal e a inicia.tiva
particular continuam a tomar providências em benef lc ia
da vida agrícola. é a técnica a lutar ,-ç.r1fra natureza
ingrata"" <'AZEVElJO,, H'7!5:f.79 - grifo nassoJ.
Como a produ~~o é o objetivo
como
à tecnologia, se emprega o discurso da participação de todos, do
do total colhido, perfaz o inventário geográfico
homi::::m produt :i.v::,1, Ci
trabalho. Incorporados estes valores há a minimização do papel do
formação do homem enquanto ser
história do trabalho e a história do homem, ao se alienar
trabalho se aliena, também, o homem, destituindo-o
ideológica e concreta> da condiçio de sujeito da história.
~ por isto que os autores sugerem páginas
(industriais ou agrícolas), que mencionam os totais da
fome e as contas bancárias
individualizadas.
ddvida, a extensão da área cultivada tem
importância. Tod.3.via o valor da pn:idu.ção apresent.3
maior signi fü:at;ão. ( ••• J Em i97tl duas riquezas
encabeç:aram a relação: o arroz com 2,254 milhões de
cruzeiros e o milho, com 2,i98 milhões, vem depois a
cana de açúcar, etc ••• , (AZEVEDO~ i975:i84/85,}.
4' ... '.) .~: ,i ..... :;..,r
..... S~:"tC)
estatísticas pretendem assumir a forma didática da produ~âo. Num
influ&ncia da Geografia Quantitativa que se desenvolve nos EUA.
livro didático uma leitura geográfica
que prop5e aos alunos e aos professores uma
tecnicista do mundo.
,. n tt 1n i'::·~ r e::
Os requisitos presentes em todo o livro didático; o
...;,.,. :.,j:::.
••• J •• ... ~:.~· t l... 11 ~I
produtos, a extens~a, a quantidade, as
Todo um conjunto de informaç5es a ser
assume, como dissemos, a apargncia da
da industrializaçio~ enfim de todo o
sua vez, surgida por volta de 1815, deriva do alemão Statistik,
que se relaciona ao Estado Cas coisas paracem dbviasJ.
:l.37
que envolve estatística e poder de Estado.
que se pretende a rainha da neutralidade.
ainda, de que a estatística foi criada como forma de
ou de estabelecer o conhecimento e o poder
e()(·'!: 1 h ()~~- !i e se priviligiam os aspectos matemáticos-
)} 1·-.J~\::) - estranhar, portanto, que as
·For· m u. l :,:i. d :;,1. ·=::. dessa premissa culminam em conclusôes
d G ' . ·;: 1PC)
demográfica, urbanização desenfreada, etc.'' <GONÇALVES, 1989:77).
Vale destacar que s~o destas concep~6es que as 1 :i. 1v'"(C)·;::.
didáticos estão prenhes.
que este modo axiologicamente neutro d F::
a realidade, as coisas, é essencialmente a leitura de
mundo produzida pelo modo capitalista que vislumbra não n real,
e C) n ·:::. (·:~· !] u. i n t .:: .. :· :1
que num momento seguinte proponham uma
esta se torna por demais precária quando vinculada ao
livros tendem a assumir
[:í.nc1us:i.ve no
porque o professor n%o tem outra resposta] se torna
criança nâo é algo individual (e muito menos individualizada), é
1 •• ) - 1· ••••• • . 1 ! ' ' '! i •··• 11 ••• ( ·1 , .......... .. :., ·1' •••• ,· ...... >> . \ o )- (~~ '(0
• t::: ;.-:: ü CI :;':"!. ·/ l .. ~:i. (;: C\ () Cl {:\ fü. ()e: :t .:~:e :e:~ e 1:·:·~ e: 1 '·./ l . C1 ::·:·1. ··~ .... -:: ... -::!. i '·· .. : ... . i. p -::~ " l
'.Mas o que é a sociedade~ senio a reprodução do Estado
que nos permite avançar
existe unidade entre
eis porque o saber da vida nâo penetra na escola e
vice-versa~ t~r~ando-se, contraditóriamente, positivo.
Em outros momentos o livro traz a tona
contribuiçio para construção do país. J~ mencionamos aqui a
homens trabalhando. 0 nesta transitoriedade entre o individual e
faz presente e se inculca a submissâo do
tr·ab:::ilho "'·
porque entre o trabalhador e o industrial, quem traz o progresso
2 C) !..Í.lt:i.H'!C:::
'"\
~:1::1..l.!:~·.:t .. :L.::l.i::t n \,
~ejamos o texto a seguir:
'-'Conhecer melhor e aprofundadamente!' e,vplorar de
maneira racional!' defender e .conservar nossos recursos
naturais, eis wua grande e patriót i.ca tarefa para
todos as Brasileiros""'. (AZEVEJJO, i975:i94J.
esperança. do Brasi I se fundamenta etU cada
Assim o individual se veste do coletivo, AZEVEDO~ por
exemplo, chega a mencionar alguns elementos sociais, chamados por
d(·?: ·'' t :i.po·:::. h u.m::,1.n o·:;" !'
que associe o homem ~u trabalho,
espelha-se numa imagem mais folcldrica do que real,
folcldrica. Reduzidos ao folclore os elementos sociais se
descaracterizam em sua exist&ncia real, e objetivado, nUo escapa
ao pitoresco, ao incomum, passa a ser, portanto, comum. Esta é a
assumimos anteriormente sobre
do trabalho, como uma •• 1 ••• ... U-::i.':::·
voltamos a mencionar tendo em vista as proposiç6es colocadas
autores percorrem a idéia de transaç5es comerciais igualitárias,
bem aos moldes do mercado ideal burguês, mediados pelas leis de
oferta e procura. Conforme AZEVEDO:
essa faf:wlosa riqueza mineral sendo
larga111er1te ut i Iizada por nossas usinas siderúrgicas ou f
destina-se à exporta~ão!t graças .à atividade extratiw~
d.a. Cia. <'ale do Rio Doc:eit que a faz escoar-se pelo
porto de Tllbarãoit nas vizinhan~as de <'itdria5' Esplrito
Santo·''.
Ainda sobre a extraçio de minérios o autor afirma:
·''Essa prad1 . .t1;ão dest iaa.-se qua5e totalmente à e,•fporta;;:ão
para o e,'<terior,_, escoando-se pelo porto de Santana"
situado nas proximüJades da cidade de Ha.capá e unido à
Serra do Navio t:Este ponto de referência atualmente
denomimimos de e1-ro »geográfico>'" tendo em vista
focalizar-se .'iftualmente nos Ellll:J" por uma ferrovia. A 7 Bethlehem Steel Co" é a grande empresa compradora
desse minério de manganês produzida pela Aula.páª'.
UlZEVE!J01 f.9?'5:a,14/g5 - grifo nosso).
····o comércio eKterior é de suma importância para o pa.ls"
pois é através dele que são feitas as exportações dos
produtos e,<;.r::eder1tes e as impartaâies dos bens e
serviços c::trentes·'·' -rela;;:ão de troca.
'·'Apesar da acelerada industrializaf:ão do p.aís observa.
se que 69.1{ das nossas exportações são representadas por
produtos primárias" sejam eles da reino vegetal,
mineral aa animal. ( ••• J Entretanto!! aos poucas a
situação se altera; basta ver que na ano de 1974 cerca
de 36.t· da valor de nossas expa1-ta.dies foi de produtos
benefici::J.dos e manufaturas. (ff(}REIRA, i976:23f!-23?'J.
"·'A principal empresa que explora o minério de !erro
para exportação é a Cia. Vale do Rio lkJCe" que D e.vtrai
na (Juadrilátero Ferrífero e a transporta pela Estrada
de ferra Vitória-ffinas até o porta de Tubarão no
Esplrito Santo!! aparelhado para o embarque"'.
"-'A exportação é realizada principalmente para o Japão,
a Alemanha Ocidental" a França, o Reino llnido, os
Estados llnidos»{XtWIERtt t973:i65J. Em seguida o autor
relaciona outros produtos de exportai;ão.
DULCIDIO DIBO comenta que:
------- ------------~------------
. ; minera.,, tem sofrido • 1 ll1lPUdiD5
recentemente com grandes projetos na década de i97t",,
com a e,'f.·pfora~ão do ferro na Serra dos Carajás. Este
projeto será o maior do IJrasiJ5 representando wu
investimento de 45@ milhões de dólares através da Cia.
Vale do Rio Doce com SiX das a~Ões e da flnited States
Steel
cassiterita~ na região de Romfônia. <DIBO,, i972:tt8,}
Prossegue o autor com os principais centros de extração
sobretudo neste setor d i.·:~ b E· n ·:::.
capitais os maiores investimentos do Estado, o que possibilita
investidores nacionais e estrangeiros se
infraestruturas geradas, tais como a implantação de rodovias,
para escoação de produtos, bem como de usinas
hidroelétricas para beneficiamento de produtos locais, inclusive
faz refer0ncia ~ produção e aos ramos desta, sem mencionar
a divisão ditada pelo Estado que passa a gerir os mecanismos de
acumulação e de monopolização.
domlnios territoriais do
relativamente restrito o doadnio geográfico das áreas
industrializadas~ se concentram no Sudeste"'
{AZEVElJD~ H'75:232l.
·"[J sentido da industrialização do pais se revela pelo
quadra dos índices de crescimento industrial".
{l'fDREIR/h i'J.76:233,!.
~-~-~-----
-. - ~:"-"'·"-; . .._.~,,'.;' ·.,,;
·'-'A grande diferenca regional vai se refletir no consulllo
per capita de energia do país~ que em t971 era de:
Sul
Centra Deste
Nordeste
Norte
6i8 kwh
19'1 kwh
t91 kwh
94 kwh
Por ser um setor fundamental para o desenvolvimento~ a
energia idétric:a vem merecendo a devido cuidado
governament a 1 "'{!10REIRA~ i'l76:EfJ8J.
capitalistas e Estada prop5em para a harmonia de interesses. O
AROLDO DE AZEVEDO chega a mencionar um descontentamento à
carta régia de 01 de Janeiro de 1785, determinando o f :i. m d <:•. ~:;
indJstrias t&xteis no Brasil. Nota-se o discurso em defesa do
n :;,;_e :i. on :,: •. 1. , nio se constata a mesma
volume de capital c::u. nc'.!
a que precisamos
atentos, visto que as proposiç5es no livro didático~
espelho do modo capitalista, nem sempre prop5e a lógica simples,
Dando 2nfase a esta afirmaçâo citamos AZEVEDO ao
relatar o período pós primeira guerra.
-''Fai época em que se desenvolveu grandemente a produção
de carnes congeladas com a instalaç.ffa de grupos
frigorífico-:; { fv'i 1 son ;r 11rmou r ~ Can ti nen ta l ~ Anglo;r
Swifti. Todavia outras indústrias taml:u}m se
beneficiaram: a text il ;r a de dleos CDlllest iveis e outros
produtos alimentícios"'. (/IZEVEPlJ;r t975:E!36J.
:1.43
0 autor com um quadro de estabelecimentos
industriais e a distribuiçâo dos operários entre eles.
====- =1 -E.~tabeiecimentos ,
industriais ....
Operários ..... .
I90i 1920
3.358
150.841
13.336
275.512
<AZEVEDO, 1975:236)
o autor faz um discurso em defesa da presença de capital externo
·"os capitais brasi Ieiros não bastam para atender à
crescente e,';.·pansãa de nossa im:fdstria"'
Logo apds elenca as empresas importantes:
·''Nest lé:r lJnion Carbide;r lilhite Hart ins, Itabira Irem Ore
C.!J:r General ffotars, Ford, Saaba Scania, Volkswagen,
etc. (.4ZEVEIJfJ;r í9,75:24tJ/43l.
'o que temos é a dissimula~âo da divisão internacional
na diferenciação do espaço da produção,
social do trabalho mais geralu<SMITH, 1986:159).
Nos livros didáticos se visualiza a divisão técnica
porque oculta a esta divis1o social do trabalho mais geral, que
acelerada nas relaçôes mercantis, se materializam sob a forma de
:f.44
de trabalho abstrato, que se imp5e aos trabalhadores vivos como
d:i.v:i.de,, como aquele que aliena~ mas que em verdade no seu
interior prop5e a homogeneizaçio. Nas palavras de MARX,
SMITH,, \n o capital é um nivelador porque exige em cada esfera
e o n d :i. 1.;: í.:) t::: ~=·
isto que no livro didático se prestidigita o
No entanto muitas críticas sio levadas a cabo através
da ótica simplista e economicista do capital. O que afirmamos
que o capital nâo é um ser aut8nomo que se imp5e aos homens, mas
a externalidade deles em suas relaç5es~ uma exist&ncia concreta
das relac5es sociais e de produç~o entre el~;. Abstrairmos disto
e estarmos sob pena de perdermos de vista os reais sujeitas, os
social Ímpar, o trabalho.
À GUISA DE CONCLUS~O
Na medida em que desenvolvemos nosso trabalho a mais
conspícua imrress1o foi a de que lo livro didático aparece para os
sujeitos como um dispositivo do real, "v F:: ·r d:,;._ d\'~ :i. r o·'·' ..
comparam o conhecimento ~ açJo de fotografar a realidade esquece
entre outras coisas - que o aparelho fotográfico registra, e e
u.m::,i. nunca idént ic:,~.
Neste caso existe sempre a responsabilidade ... j,, .•• :..1 :.~ ..
aperta o disparador fotográfico (o autor), bem como daquele que
interpreta a fotografia Co professor).
do que se realiza como
conhecimento geográfico, e no movimento, como salientamos, ela se
torna a essenc1a e vice-versa. Os sujeitos de toda relaçio de
desenvolvimento da natureza devem conhecer este movimento. •A
apar&ncia como externalidade do homem nio pode prescindir da
es nc1a como determinante de sua existfncia humana,
.. ~ ... . .. J.. .. . 1.Jf:::·:::-! ... ::!.
,,,
( l 1:17~)) , ,·'' n ===·~ '-./ :i. d ::1 e ct :i. d :i. :t:·i.n ~·=·~
2ssfncia do seu prdprio ser,
frequentemente ocultam
,.J, ... : .. ::::.·. :i. 'l u. ;niná .... 1 ~·:t u [Em
a ci&ncia pode realizar uma grande obra de
esclarecimento neste terreno, ( ••• ) e em sentido inverso:
ci0ncia pode obscurecer~ indicaç5es ou apenas
-----·----
pressentimentos justos da vida cotidiana. Já Hobbis, afirma este
que essas deforma~5es ~ ;•,
tem como causa a
Estas quest5es foram as que evidenciamos ao longo de
nosso trabalho, que revelam a cumplicidade e a responsabilidade
do professor no sentido de procurar determinar os caminhos e
descaminhos que assumem o livro didático de Geografia,
Aqui um dos pontos mais importantes, ao discutirmos o
fazem presentes todas as outras determinaç5es, não falamos de uma
abstraç~o trabalho; procuramos sim, trazer em conjunto o trabalho
<docente), fazendo com que o professor visualize sua açio, também
representada genericamente no livro did~tico~ como estatística,
como população economicamente ativa, e ()fii(:i
trabalho a possibilidade de efetuar uma prática transformadora:
( .•. ) pressupomos o trabalho numa forma que pertença
exclusivamente ao homem''<MARX,1982:149), como parte da natureza
histciricamente desenvolvida, como consci&ncia desta. 1
que pode ser reconstruído, reelaborado, afim de entender a
representação como construç1o, não como algo dado.
' . ,= Dll'IC• un 1 e::,;,~;:., é pensar na totalidade, no real. e nas formas
=onstruímos nossas representaç5es~ parece-nos ser este processo
~2 reflexio a medida para a transformaçio de ambos.\
O utdpico e o ideoldgico neste caso partem da
possibilidade de transforrnaçJo.
:1.4'.7 n rn i:;:· ·::; m ::,;. , )
2 <:•. 1
Nesta perspectiva o professor pode avançar em sua
p ·e :6. ><: i ·::: .. e pensar metodologicamente diferente.
nio se trata das atividades econ6micas, das
da geografia, da histdria e da matemática, trata-se de
p ::: •. ·e t i e u. l ::,;. ·r :i. d :,1 d (·?: !' em síntese o movimento do conhecimento,
movimento darvida, da histdria da natureza. l '
1 \
)
:l.40
AUTO-AVALIA~ao, AVALIA~~º E PERSPECTIVAS DO TEMA
~m primeiro lugar gostaríamos de deixar claro que o
momento em que refletimos sobre nossa existência no curso de
foi exatamente quando nos deparamos com quest5es
mas como ci&ncia de um determinado estágio de
desenvolvimento do ser.
Nesta perspectiva o fato de elaborarmos um projeto com
preocupaç5es próprias e apresentá-lo a um ori~ntador, revestiu-se
de grande importância para o nosso desenvolvimento científico.
{ .. , : .. } cc=n j u.nt cs •• t ••.
Cit:::
orientação, a participaçio em eventos científicos foram de grande
valia para este desenvolvimento.
Nio chegamos sequer à metade do caminho, mas realizamos
di:.:· nossos questionamentos, acreditamos ser este
verdadeiro alento do trabalho científico.
Avaliamos assim que o tema é por demais rico e que
poderíamos ter trilhada outros horizontes refletido sobre outras
textos, conceitos, conte0dos, formas, presentes no
material estudado.
A reflexhlo que fazemos~ que o ensino no Brasil, em
afim de torná-lo em conhecimento produzido
sobre o cotidiano espacializado das pessoas, possibilitando-as
com um sentido perspícuo de cidadania.Ci} Esta ascese
um passo nesta direção.
Como citamos pela amplitude do tema nossa intenção e
(;Jl.J.(·Y.· p ·( o·:::.·::: . .:-:.· 9 u :i. ·r m c:i ·:::.
especialização ou a nível de pds-graduação, possamos avançar na
escala temporal e na produção didática no Brasil.
A intenção e seguir nossa análise com outros autores na
:t 9!30··· :l. 9?i:~
Douglas Santos & Outros, Carlos Walter Porto Gonçalves e Celso
Proposta Curricular da CENP
A produção paradidática
(autor, evoluçio do pensamento geográfico, conceitos>.
junto a rede de ensino realizar as
seguintes discuss5es:
Relação professor/aluno - escala p~blica/privada.
A opçJo pelo Livro Didático - escola p~blica/privada.
e on e;;:: :i. to~::. incorporados pelos alunos e
professores - escola p~blica/privada.
----------( i} - "Ora! É a dimensão de cidadania que não existe na sociedade brasileira, pelo menos no que se refere as camadas populares "<CHAUI, 1986:35}.
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