josÉ luis salvia labrada‰ luis... · da equipe de saúde toda, incluindo a equipe do nasf e...

35
UNIVERSIDADE ABERTA DO SUS UNIVERSIDADE FEDERAL DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DE PORTO ALEGRE JOSÉ LUIS SALVIA LABRADA PORTFÓLIO FINAL SÃO SEBASTIÃO DO UATUMÃ (AMAZONAS) 2017

Upload: others

Post on 19-Oct-2020

1 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: JOSÉ LUIS SALVIA LABRADA‰ LUIS... · da equipe de saúde toda, incluindo a equipe do NASF e ainda mais quando trata-se de adolescentes. Segundo os autores Moura; Fernandes e Apolinário

UNIVERSIDADE ABERTA DO SUS

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DE PORTO ALEGRE

JOSÉ LUIS SALVIA LABRADA

PORTFÓLIO FINAL

SÃO SEBASTIÃO DO UATUMÃ (AMAZONAS)

2017

Page 2: JOSÉ LUIS SALVIA LABRADA‰ LUIS... · da equipe de saúde toda, incluindo a equipe do NASF e ainda mais quando trata-se de adolescentes. Segundo os autores Moura; Fernandes e Apolinário

JOSÉ LUIS SALVIA LABRADA

PORTFÓLIO FINAL

Trabalho de conclusão de Curso

apresentado à UNASUS/USFCPA,

como requisito parcial para

conclusão do Curso de

Especialização em Saúde da

Família sob orientação do professor

Dr. Fabio Franchi Quagliato, médico

de família e comunidade.

SÃO SEBASTIÃO DO UATUMÃ-AM

2017

Page 3: JOSÉ LUIS SALVIA LABRADA‰ LUIS... · da equipe de saúde toda, incluindo a equipe do NASF e ainda mais quando trata-se de adolescentes. Segundo os autores Moura; Fernandes e Apolinário

SUMÁRIO

1- INTRODUÇÃO..........................................................................................4

2- ESTUDO DE CASO CLÍNICO..................................................................6

3- PROMOÇÃO DA SAÚDE E PREVENÇÃO DE DOENÇAS....................9

4- VISITA DOMICILIAR/ATIVIDADE NO DOMICÍLIO................................13

5- REFLEXÃO CONCLUSIVA ....................................................................17

6- REFERÊNCIAS .......................................................................................20

7- ANEXO 1- PROJETO DE INTERVENÇÃO (PI).........................................

Page 4: JOSÉ LUIS SALVIA LABRADA‰ LUIS... · da equipe de saúde toda, incluindo a equipe do NASF e ainda mais quando trata-se de adolescentes. Segundo os autores Moura; Fernandes e Apolinário

4

1. INTRODUÇÃO

Meu nome é José Luis Salvia Labrada, sou natural do estado Las Tunas, Cuba.

Local onde cursei todos os meus estudos de Educação Básica e a Universidade.

Formei-me como médico no Instituto Superior de Ciências Médicas Dr. Zoilo Enrique

Marinello Vidaurreta de Las Tunas em julho do ano 1997. Iniciei minha vida profissional

no município Manatí, Las Tunas, como médico de família e comunidade, onde

trabalhei durante 3 anos. No ano 2000 me desloquei para o Hospital Geral Docente do

estado, Dr. Ernesto Guevara de la Serna para começar a Residência de Medicina

Interna. Trabalhei nesse hospital até dezembro do ano 2005, data na qual mudei para

o Policlínico Aquiles Espinosa Salgado da mesma cidade, onde fiz a Residência de

Medicina Geral Integral e onde ainda trabalhava antes de viajar para o Brasil.

Em julho de 2016 cheguei ao Brasil, onde fui incorporado ao Programa Mais

Médicos para o Brasil (PMMB), fui lotado na Unidade Básica de Saúde Maria de

Lourdes Martins no Município São Sebastião do Uatumã, estado Amazonas. Segundo

os dados fornecidos pelo Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB) de

dezembro de 2016 abrange um total de 2445 usuários, onde moram famílias com baixo

nível socioeconómico embora residam na cede municipal, a principal atividade

econômica é a pesca já que a cidade está quase toda cercada pelo rio Uatumã. A

cidade tem muito pouca infraestrutura, com baixa assistência sanitária, alimentação

típica de zonas subdesenvolvidas, assim como educação em geral que acaba por ser

também um entrave para a localidade, motivo pelo qual muitos adolescentes

abandonam seus estudos para trabalhar, nos casos dos homens, e as mulheres pela

gravidez precoce. A maioria dos atendimentos na UBS são relacionados a Doenças

Crônicas não Transmissíveis como Hipertensão Arterial, Diabetes Mellitus, seguido

por infecções respiratórias, lesões cutâneas e Atenção Pré-natal. O município conta

com 3 escolas públicas, um estádio de futebol e várias igrejas, entre elas 1 católica, 3

evangélicas e 2 adventistas, além de Testemunhas de Jeová.

O meu Projeto de Intervenção na UBS foi sobre a Gravidez na Adolescência já

que constitui um importante problema de saúde. O mesmo tem como objetivo

conhecer o grau de conhecimento dos adolescentes sobre essa temática e

Page 5: JOSÉ LUIS SALVIA LABRADA‰ LUIS... · da equipe de saúde toda, incluindo a equipe do NASF e ainda mais quando trata-se de adolescentes. Segundo os autores Moura; Fernandes e Apolinário

5

desenvolver ações educativas encaminhadas a educa-los sobre os riscos da Gravidez

na Adolescência e sobre uma sexualidade certa e segura para todos. Esse Projeto vai

constar nos anexos deste trabalho.

Page 6: JOSÉ LUIS SALVIA LABRADA‰ LUIS... · da equipe de saúde toda, incluindo a equipe do NASF e ainda mais quando trata-se de adolescentes. Segundo os autores Moura; Fernandes e Apolinário

6

2. ESTUDO DE CASO CLÍNICO

Em nosso cotidiano e no ambiente da Unidade Básica de Saúde nos deparamos

com situações de saúde de vários tipos e daí o acompanhamento dos pacientes vai

além da parte orgânica, ou seja, só como o ser biológico, a equipe de saúde da família

se faz determinante na resolução e acompanhamento de problemas psicossociais

gerados na Atenção Primária de Saúde (APS), os atendimentos por desordem

psíquicas tem se mostrado cada vez mais frequentes na APS dentre eles a Depressão

Pós Parto (DPP) merece um cuidado especial tendo presente que o acompanhamento

das grávidas estende-se até o período pós parto e é uma responsabilidade conjunta

da equipe de saúde toda, incluindo a equipe do NASF e ainda mais quando trata-se

de adolescentes.

Segundo os autores Moura; Fernandes e Apolinário (2011) a DPP “é uma

síndrome psiquiátrica importante capaz de acarretar uma serie de consequências

negativas na interação mãe/filho. Tendo uma natureza multifatorial, corroborando para

seu surgimento uma resposta orgânica, pela modificação rápida dos hormônios após

o parto, e comportamental, visto que para algumas mulheres a dinâmica pessoal é

extremamente modificada, seja pela idealização não atingida de seu novo filho, seja

pelas mudanças sofridas com a própria família, entre vários outros que acompanham

essa nova mãe (Moraes, 2001).

Tomando em consideração a importância deste tema na APS foi escolhido um

caso que demostra essa realidade sofrida por muitos pacientes. Nossa paciente de

pseudônimo Adelene, 15 anos, sexo feminino, parda, acompanhada, dona de casa,

evangélica, natural e procedente do município São Sebastião do Uatumã interior do

estado Amazonas. Foi solicitado consulta através de agendamento prévio pela Agente

Comunitária de Saúde já que os familiares dela pediram para que o médico desse uma

olhadinha na Adelene, falou o marido, seu João de 33 anos.

Na primeira consulta, a qual ocorreu em janeiro deste ano, a Adelene mostrou-

se ansiosa e um pouco negativa ao adentra-se no meu consultório, fiz minha

apresentação, pois não havia acompanhado ela nas consultas de pré-natal, perguntei

qual era o motivo da consulta e ela olhando para seu esposo disse que era por que o

esposo esteve se queixando de que ela estava muito triste e não queria se cuidar da

criança a bebê de nome Mara.

Page 7: JOSÉ LUIS SALVIA LABRADA‰ LUIS... · da equipe de saúde toda, incluindo a equipe do NASF e ainda mais quando trata-se de adolescentes. Segundo os autores Moura; Fernandes e Apolinário

7

Perguntei como tinha sido o parto e ela respondeu muito rápido que foi normal,

mas muito difícil e doloroso e que esse seria seu primeiro e único filho, perguntei como

tinha sido após o parto, a Adelene disse que se sentiu muito insegura, que tinha muita

tristeza e sentia que não tinha capacidade de criar a filha e que não estava muito

contente com o nascimento da filha, mesmo sendo uma benção, chegou a se isolar

por alguns dias, nos quais chorava muito sem motivos, não tinha energia nem vontade

em fazer quase nada, e que todo isso começou depois que teve o bebe.

No decorrer da entrevista outros pontos foram abordados, porem considerei

importante quando a paciente falou que sua mãe dona Claudia dos Santos, 45 anos,

lhe falou que isso era normal por que ela também tinha ficado assim quando teve seu

último filho seu irmão Raul de 8 anos, falou também que seu Pai Roberto 49 anos tinha

falecido há um ano num acidente pescando e que ainda sentia muito sua falta. Com

esses dados a paciente segundo a Associação Psiquiátrica Americana apresenta

várias características que se enquadram nos critérios diagnósticos da DPP, dentro dos

quais devem haver pelo menos cinco dos seguintes sintomas: uma grande tristeza de

natureza prolongada, baixa autoestima, crise de choro, fadiga, desmotivação,

ansiedade, distúrbios do sono e/ou do apetite, irritabilidade, sensação de incapacidade

para cuidar do filho ou desinteresse por ele, lapsos de memória e ideias obsessivas

ou supervalorizadas de suicídio.

Mediante isso, o diagnóstico da DPP acaba por representar também uma

possibilidade da realização de intervenções multidisciplinares logo que surgem os

sintomas, melhorando o quadro da paciente (Coutinho; Saraiva, 2008). O

acompanhamento adequado e de perto desses pacientes é extremamente importante

tanto para a remissão dos sintomas quanto para o bem-estar da família seja mantido.

Neste caso observa-se um exemplo muito claro das influências negativas da gravidez

na adolescência e após o parto.

Page 8: JOSÉ LUIS SALVIA LABRADA‰ LUIS... · da equipe de saúde toda, incluindo a equipe do NASF e ainda mais quando trata-se de adolescentes. Segundo os autores Moura; Fernandes e Apolinário

8

Abaixo consta o genograma deste caso:

2009

Raul

8

1967 - 2016

Roberto

49

1972

Claudia

45

2002

Adelene

15

1984

João

33

2017

Mara

8m

Page 9: JOSÉ LUIS SALVIA LABRADA‰ LUIS... · da equipe de saúde toda, incluindo a equipe do NASF e ainda mais quando trata-se de adolescentes. Segundo os autores Moura; Fernandes e Apolinário

9

3. PROMOÇÃO DA SAÚDE E PREVENÇÃO DE DOENÇAS

Na minha UBS onde eu atuo (Maria de Lourdes Martins), realizamos atividades

de promoção e prevenção à saúde com objetivo de melhorar a qualidade de vida da

população e diminuir a vulnerabilidade dos riscos à saúde dos usuários da Atenção

Básica. Desta forma nossa equipe trabalha de forma organizada fazendo

atendimentos de pré-natal, puericultura e Saúde Mental, dentre outros. Atualmente

nossa área de abrangência tem apresentado um número elevado de novas gestantes,

principalmente adolescentes, o que acarreta um incremento de recém-nascidos e

crianças, crescendo a demanda por consultas de pré-natal e puericultura. Daí que

atualmente nossa atenção está focada principalmente no Planejamento Familiar e

tentamos dar cobertura total à Atenção pré-natal e à puericultura.

De acordo com Ministério da Saúde o número total das gestações, pelo menos

a metade não é gravidez planejada. Entretanto, em algumas ocasiões, o não

planejamento se deve à falta de orientação ou de oportunidades para a aquisição de

um método anticoncepcional. Isso ocorre com frequência com as adolescentes.

(BRASIL, 2012).

O Ministério da Saúde segue como definição de adolescência a prescrita pela

Organização Mundial da Saúde (OMS), que caracteriza o período de 10 e 19 anos e

compreende como juventude a população dos 15 a 24 anos (BRASIL, 2010). O

Estatuto da Juventude (Lei nº 12.852, de 5 de agosto de 2013) define juventudes a

partir de faixas etárias. Dos 15 a 17 anos são adolescentes-jovens; dos 18 a 24 anos

de jovens-jovens e entre os 25 a 29 anos são denominados jovens-adultos. Portanto,

nessas definições há uma interseção entre a metade da adolescência e os primeiros

anos da juventude. Essa população, entre 10 a 24 anos, representa um contingente

expressivo de mais de 50 milhões pessoas no Brasil (IBGE, 2010)

Assim, a população adolescente e jovem vive uma condição social que é única:

uma mesma geração, num mesmo momento social, econômico, político e cultural do

seu país e do mundo. Ou seja, a modalidade de ser adolescente e jovem depende da

idade, da geração, da moratória vital, da classe social e dos marcos institucionais e de

gênero presentes em dado contexto histórico e cultural (MARGULIS; URRESTI, 1996;

ABRAMO, 2005 apud BRASIL, 2017).

Nesse sentido, a atenção integral à saúde dos adolescentes e jovens

apresenta-se como um desafio, por tratar-se de um grupo social em fase de grandes

Page 10: JOSÉ LUIS SALVIA LABRADA‰ LUIS... · da equipe de saúde toda, incluindo a equipe do NASF e ainda mais quando trata-se de adolescentes. Segundo os autores Moura; Fernandes e Apolinário

10

e importantes transformações psicobiológicas articuladas a um envolvimento social e

ao redimensionamento da sua identidade e dos novos papéis sociais que vão

assumindo (AYRES; FRANÇA JÚNIOR, 1996 citado por BRASIL, 2017)).

Além disso, os universos plurais e múltiplos que representam adolescentes e

jovens intervêm diretamente no modo como eles traçam as suas trajetórias de vida.

Essas trajetórias bem-sucedidas ou fracassadas são mais que histórias de vida, são

“reflexo das estruturas e dos processos sociais” que ocorrem de maneira imprevisível,

vulnerável e incerta e que vão interferindo no cuidado com a vida e com a suas

demandas de saúde (LEÓN, 2005 apud BRASIL, 2017).

Dessa forma, a gravidez na adolescência é um problema extremamente

relevante uma vez que vem aumentando sua incidência e apresenta uma série de

repercussões como o abandono escolar e maior taxa de complicações da gestante

(YAZLLE,2006 apud DOMINGOS, 2010). Ainda segundo Yazlle (2006) a gravidez na

adolescência é um problema de saúde pública importante, é comum e na maioria das

vezes inevitável; está diretamente associada a sequelas negativas para as

adolescentes que se tornam grávidas e para seus filhos.

Comparados com filhos de mulheres não adolescentes, os filhos de

adolescentes têm maior índice de baixo peso ao nascimento, mortalidade infantil

aumentada, pior desenvolvimento cognitivo e se mulher, tem risco maior probabilidade

de ficar grávida na adolescência. Assim, a gravidez nesta fase da vida representa uma

das principais causas de morte de mulheres entre 15 e 19 anos, seja por complicações

na própria gravidez ou pela prática clandestina de aborto (SOUZA,2001 citado por

DOMINGOS, 2010).

Na atualidade, vê-se os relacionamentos sexuais começando cada vez mais

cedo, impulsionados pela imposição social que leva crianças a adolescerem

precocemente e de forma semelhante, leva os adolescentes a rapidamente

ingressarem na vida adulta, mesmo não estando preparados psicologicamente

(DOMINGOS, 2010).

Em 2011, por exemplo, no Brasil, tivemos 2.913.160 nascimentos; destes,

533.103 de meninas de 15 a 19 anos, e 27.785 de meninas de 10 a 14 anos,

representando 18% e 0,9%, respectivamente, de adolescentes grávidas nesta faixa

etária. Apesar de os números indicarem uma diminuição de nascidos vivos nessa faixa

etária nos últimos 10 anos, as percentagens ainda são extremamente preocupantes,

com particular atenção para menores de 15 anos (IFAN, 2013/14).

Page 11: JOSÉ LUIS SALVIA LABRADA‰ LUIS... · da equipe de saúde toda, incluindo a equipe do NASF e ainda mais quando trata-se de adolescentes. Segundo os autores Moura; Fernandes e Apolinário

11

Ainda sobre a problemática sobre gravidez na adolescência Guanabens et al

(2012) esclarecer que:

“É fato que a associação entre conhecimento de métodos

contraceptivos e prática do sexo seguro é frágil, levando à

gravidez na adolescência e ao contágio de doenças sexualmente

transmissíveis. Mesmo em queda, a incidência de grávidas

adolescentes no Brasil é considerada elevada, correspondendo

a 21,6% do total de grávidas em 2006. O acesso às políticas de

prevenção e orientação sobre saúde sexual tem sido

considerado de grande importância na redução do número de

partos feitos em adolescentes na rede pública brasileira, que

diminuiu em 30,6% nos últimos dez anos. Um dos aspectos

agravantes dessa questão é que a gravidez na adolescência é

mais frequente nos estratos de renda mais baixa e, para muitas

jovens, engravidar é uma escolha tomada como um meio de

inserção social. É notável, ainda, a relação existente entre

gravidez e abandono escolar, pois se estima que 57,8% das

meninas brasileiras com filhos não estudam nem trabalham (Pg.

2)”

Nesse sentido, fica evidente que mães cada vez mais novas se apresentam

como um problema de atenção pública devido as suas dimensões no que se refere as

consequências de tal situação, como por exemplo abandono escolar, números de

abortos e, até mesmo óbitos dessas pacientes adolescentes.

Quanto à evolução da gestação, existem referências a maior incidência de

anemia materna, doença hipertensiva específica da gravidez, desproporção céfalo-

pélvica, infecção urinária, prematuridade, placenta prévia, baixo peso ao nascer,

sofrimento fetal agudo intra-parto, complicações no parto (lesões no canal de parto e

hemorragias) e puerpério (endometrite, infecções, deiscência de incisões, dificuldade

para amamentar, entre outros), (YAZLLE, 2006; HERCOWITCH, 2002; FORESTI,

2000 apud DOMIGOS, 2010).

Page 12: JOSÉ LUIS SALVIA LABRADA‰ LUIS... · da equipe de saúde toda, incluindo a equipe do NASF e ainda mais quando trata-se de adolescentes. Segundo os autores Moura; Fernandes e Apolinário

12

No que concerne ao número de óbitos, em 2002, foram registrados segundo o

Ministério da Saúde, no DATASUS,1.650 óbitos de mulheres por causas relacionadas

à gravidez, ao parto e ao puerpério. Destas mulheres, 268 (16%) tinham entre 10 e 19

anos e 687 (42%), entre 20 e 29 anos. Portanto, mais da metade dos óbitos maternos

registrados pelo DATASUS atingem a população mais jovem (58%). Este dado pode

estar relacionado à precariedade na assistência ao pré-natal e, no caso deste

segmento populacional, à ausência de atenção específica a adolescentes e jovens

gestantes (BRASIL,2004).

Assim, a gravidez na adolescência representa um dos principais riscos de

mortalidade de mãe e de criança. Portanto, a redução no índice de gravidez em

adolescentes deve ser prioridade nos países que desejam atingir os objetivos de

desenvolvimento do milênio. As meninas grávidas precisam de atendimento físico e

psicológico especial durante os nove meses de gestação, para preservar sua própria

saúde e a de seus bebês.

Na nossa UBS tendo em conta essa problemática de saúde fazemos atividades

de promoção e prevenção de saúde tais como palestras educativas nas escolas,

através do programa de saúde na escola (PSE), nas casas enquanto as visitas

domiciliares, na própria UBS na sala de espera e postamos materiais didáticos no

quadro informativo da UBS e em outros locais onde vão muitas pessoas como nos

mercados, Prefeitura Municipal e Secretária de Saúde, dentre outros. Além disso

criamos um grupo de adolescentes onde se discutem questões relacionadas à

gravidez na adolescência, riscos para a saúde materna e do feto, assim como os

principais métodos anticoncepcionais e a importância de seu uso para prevenir tanto

a gravidez quanto as infeções de transmissão sexual. Ademais temos bem identificado

o risco pré-concepcional e trabalhamos sistematicamente com ele. Para realizar nosso

trabalho contamos com o apoio do Conselho Tutelar e da Assistência Social que

funcionam em nosso município.

Page 13: JOSÉ LUIS SALVIA LABRADA‰ LUIS... · da equipe de saúde toda, incluindo a equipe do NASF e ainda mais quando trata-se de adolescentes. Segundo os autores Moura; Fernandes e Apolinário

13

4. VISITA DOMICILIAR/ ATIVIDADE NO DOMICÍLIO

Enfrentamos desafios diários na atenção primária em saúde (APS), sendo ela

a ¨porta de entrada¨ para os serviços de saúde pública seu rol de abordagens é muito

grande e requer planejamento e efetividade das equipes tantos para os atendimentos

a nível de unidade básica de saúde (UBS) quanto para os atendimentos domiciliares,

os quais requerem maior cuidado e atenção da equipe multiprofissional. A estratégia

saúde da família (ESF), vinculada a UBS Saúde Maria de Lourdes Martins no

Município São Sebastião do Uatumã, estado Amazonas, a qual tem um funcionamento

voltado para a saúde coletiva com o intuído de melhorar o processo saúde doença da

área, atender a demanda é tentar solucionar as problemáticas vigentes na comunidade

e das pessoas de outras localidades principalmente zona rural que também são

atendidas por nossa equipe.

Assim sendo, nossa atuação tenta ser a mais abrangente possível, atender os

doentes que são impossibilitados de se locomoverem até a UBS acaba por ser uma

rotina nos nossos trabalhas, constando com um dia da semana destinado a essa

modalidade de atendimento. Contamos com uma equipe multiprofissional para o

desenvolvimento desse trabalho, dentre eles um médico, uma enfermeira, um técnico

em enfermagem e um agente comunitário de saúde (ACS). Nosso corpo técnico conta

com a colaboração da própria comunidade a qual nos acolhe com muito respeito, além

disso é fundamental essa boa interação, nos possibilitando mapear de forma

estratégica as situações de maior vulnerabilidade social, física, econômica, ou seja,

em todas as esferas, e através desse conhecimento podemos traçar estratégias para

o enfrentamento dessas problemáticas.

Isso, acaba por implica de forma positiva no processo saúde doença, haja vista

que ao entrar no território coberto podemos verificar outras questões, tais como

condições de moradia, saneamento básico, condições socioculturais e a partir de

então poder ter uma convivência além de um consultório. Temos na figura do ACS um

membro tanto da equipe, quanto da comunidade, fator que nos ajuda muito a ganhar

a confiança dos moradores, além do mais a assistência a nível domiciliar proporciona

comodidade e conforto para os atendidos, tendo em vista que levar os serviços a quem

não tem condições de ir a UBS é um direito do cidadão, porém como dever da equipe

torna-se uma prática prazeroso, pois na maioria das residências somos muito bem

acolhidos. A ESF veio inovar a forma de se fazer saúde no seio da comunidade, a sua

Page 14: JOSÉ LUIS SALVIA LABRADA‰ LUIS... · da equipe de saúde toda, incluindo a equipe do NASF e ainda mais quando trata-se de adolescentes. Segundo os autores Moura; Fernandes e Apolinário

14

implantação trouxe uma nova forma de atender as necessidades da comunidade,

contemplando todas as famílias adstritas de forma singular, digna e harmoniosa.

Assim, podemos perceber que a visita domiciliar modifica tanto a rotina da

comunidade como a dinâmica de trabalho da própria unidade de saúde. além da

questão organizacional as mudanças atingem de forma única os profissionais, pois

a partir do momento que eles adentram em um lar, o paciente interage de forma

diferente, tem o suporte familiar que modifica de forma positiva a relação paciente

e equipe de saúde, em se tratando do médico em si, melhora exponencialmente a

relação médico paciente, ocasião que o plano terapêutico ganha resultados muito

bons, com uma parceria solida entre o médico e o paciente, refletindo no

prognóstico do paciente, além, é claro, de reforçar a imagem do médico como

participante da terapêutica

Dessa forma, a ida da equipe até a residência do paciente tem o intuito de

prestar um serviço assistencialista, embasado na prevenção de agravos, tratar

doenças , proporcionar conforto, evitar sofrimento , dentre vários outros pontos,

focando a atenção no bem estar do paciente lhe proporcionando dignidade e

qualidade de vida. Esses trabalhos são de suma importância e tem uma

repercussão significativa na nova forma de atuação dos serviços públicos de saúde,

implicando de forma social política e econômica em relação ao Estado.

Ademais, a APS volta-se para o indivíduo embasada no modelo biopsicossocial,

pois dessa forma consegue abranger suas necessidades como um todo, não apenas

como um conjunto de órgão a serem cuidados. Essa visão implica entender as

necessidades dos pacientes e buscar solucionar seus conflitos sejam eles orgânicos

psíquicos ou sociais. Para isso o atendimento domiciliar e multidimensional atendendo

os pacientes psiquiátricos, vitimados de acidentes com amputação de membro ou com

perca de função, diabéticos, hipertensos, idosos, ou seja, todos que estejam

incapacitados de se locomoverem tanto de forma passageira, quando definitivamente.

Para exemplificar essa atuação foi escolhido um caso que se enquadra nos nossos

atendimentos na APS a nível domiciliar.

Paciente M.L.C. femenino,36 anos, casada, dona de casa, parda, católica,

natural e procedente do Bairro São Francisco, município São Sebastião do

Uatumã, tem um marido de 44 anos, seu Robson. O tem um filho, Jonatas de 10

anos.

Page 15: JOSÉ LUIS SALVIA LABRADA‰ LUIS... · da equipe de saúde toda, incluindo a equipe do NASF e ainda mais quando trata-se de adolescentes. Segundo os autores Moura; Fernandes e Apolinário

15

Segue o caso: a consulta foi pré-agendada pelo ACS, chegamos a casa e

fomos convidados a entrar, feita as apresentações começamos a consulta, no

decorrer à senhora falou dos aspectos econômicos da família, disse que seu marido

era carregador e que por ter um trabalho pesado era muito estressado, relatou que

as vezes era um pouco violento com ela e com o filho, e que sempre chegava em

casa alcoolizado. Disse que após a morte de uma irmã ele, a um ano, ele começou

a beber todos os dias e que isso prejudicava ele no trabalho e na relação com a

família. Identificamos que se tratava de uma situação muito delicada, que a família

estava desestruturada e que o sofrimento era compartilhado por todos os

membros. Resolvemos agendar um outro horário no qual seu esposo pudesse

estar presente, perguntamos se ela estava de acordo e ela prontamente disse o

dia e a hora, verificamos na agenda e marcamos a nova visita.

No dia marcado voltamos a residência, fomos convidados a adentrar,

assenhora foi muito receptiva, porém seu esposo parecia não estar muito

confortável com a visita da equipe, ele perguntou do que se tratava e nós

explicamos , ele mostrou-se um pouco resistente, no entanto transcorridos alguns

minutos ele já estava interagindo com a equipe, iniciou-se um diálogo voltado para

a problemática familiar, direcionando para o esposo, exploramos os pontos citados

como críticos pela esposa, e começamos uma anamnese bem detalhada, com o

intuito de mapear a situação , exploramos bem o uso do álcool, ocasião que

percebemos que a bebida era utilizada como válvula de escape, porem acabava

por repercutir de forma muito negativa na vida conjugal e familiar.

No transcorrer da entrevista, vários pontos foram pontuados como

importantes, principalmente os pontos de implicação social e individual do uso

abusivo de álcool. Em seguida fizemos um breve exame físico, no qual tivemos

algumas alterações tais como um pequeno comprometimento motor, acompanhado

de uma anemia leve, muito provavelmente oriundos do uso frequente do álcool.

Percebemos que o paciente estava refém da substancia e que isso não era

controlável por ele, orientamos que poderíamos ajuda-lo, porem necessitávamos da

ajuda dele e da família, ele disse que queria sim a ajuda, que queria voltar a ser o

pai e marido que era antes. Mediante a situação resolvemos referencia-los para

serem acompanhados pelo Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS

AD), o qual consta com uma equipe especializada de médicos psiquiatras,

psicólogos, assistente social e vários outros profissionais que dão um suporte

Page 16: JOSÉ LUIS SALVIA LABRADA‰ LUIS... · da equipe de saúde toda, incluindo a equipe do NASF e ainda mais quando trata-se de adolescentes. Segundo os autores Moura; Fernandes e Apolinário

16

terapêutico adequado nessas situações. Ao finalizar a conversa com

orientações e conselhos o casal se mostrou seguro do que tinham que fazer.

Podemos perceber, com isso, que os problemas enfrentados na visita

domiciliar vão além de morbidades propriamente ditas, vários tipos de situações são

enfrentados pela comunidade, o abuso de drogas um dos pontos que chamam

atenção e devem ser encarados como um problema de saúde pública. Além disso,

estar em loco é muito relevante no acompanhamento e prognóstico, pois nos

possibilita averiguar se os planos terapêuticos estão dando certo, se necessita

retirar ou implementar alguma terapia, respeitando a individualidade de cada caso.

Isso tudo faz da ESF uma ferramenta funcional na APS e melhora significativamente

a saúde da comunidade.

Referencias

Ministério da Saúde (BR). Portaria nº 336-02, de 19 de fevereiro de 2012. Dispõe sobre

a definição e estabelecimento de diretrizes para o funcionamento dos Centros de

Atenção Psicossocial. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2012.

Ministério da Saúde (BR). Reforma psiquiátrica e política de saúde mental no Brasil.

Documento apresentado à Conferência Regional de Reforma dos Serviços de Saúde

mental: 15 anos depois de Caracas. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2005.

Page 17: JOSÉ LUIS SALVIA LABRADA‰ LUIS... · da equipe de saúde toda, incluindo a equipe do NASF e ainda mais quando trata-se de adolescentes. Segundo os autores Moura; Fernandes e Apolinário

17

5. REFLEXÂO CONCLUSIVA

Bem, minha visão geral sobre o curso de especialização é de que sem

dúvidas foi um subsidio para meu crescimento pessoal, pois me fez ter uma visão

mais ampla da saúde no território brasileiro. Além disso, a versatilidade dos temas

abordados me ajudou a incorporar os conhecimentos pessoais ao que a atenção

primária em saúde se propõe a fazer. Nossa experiência em cuba é um pouco

diferente da que temos no brasil, no entanto, vários temas do meu cotidiano

puderam ser relembrados ou enfatizados com mais clareza, o curso pode me dar

esse subsidio de buscar melhorar meus próprios conhecimentos.

Além do mais, acabou por ser uma base de consolidação na aquisição de

novos saberes, muito disso proporcionado pelos casos complexos, os quais

focaram na APS e tiveram múltiplas abordagens. Essas de forma interativa e

dinâmica vieram ser complementadas pelos fóruns, os quais proporcionaram um

ambiente de interação com os colegas, dividindo experiências e sanando dúvidas,

o que veio como uma ferramenta de suporte para nossa atuação.

Ademais, esse intercâmbio de ideias e pensamentos, nos possibilitou ter uma

troca de saberes que foram além da plataforma, englobaram o dia a dia na APS.

Outro ponto foi que as abordagens ao paciente foram modificadas, tendo em vista

que o curso foi muito pautado nessa visão holística, podendo ser posta em prática

no atendimento, melhorando de forma exponencial a relação médico paciente, e em

se tratando da parte técnica, os conhecimentos adquiridos foram posto na prática

clínica melhorando os serviços prestados de uma forma geral.

Percebeu-se a partir de então que a própria relação médico paciente foi

melhorada, diminuindo a distância entre as parte, o que tem como reflexo uma boa

adesão aos planos terapêuticos implementados, por exemplo. Mesmo com a

dificuldade da língua, os pacientes quando se sentem bem acolhidos e atendidos,

respondem de forma satisfatória as condutas sugeridas e essa aproximação nos

possibilita entender melhor as dificuldades sentidas pela população, ajudando de

forma mais dinâmica aos que fazem parte desse processo.

Além disso, nossa atuação na APS que engloba temas multidimensionais

desde doenças crônicas até situações de vulnerabilidade econômica, social,

Page 18: JOSÉ LUIS SALVIA LABRADA‰ LUIS... · da equipe de saúde toda, incluindo a equipe do NASF e ainda mais quando trata-se de adolescentes. Segundo os autores Moura; Fernandes e Apolinário

18

psicológicas, dentre várias outras situações, pode se apoiar nos materiais do curso,

melhorando a troca de saberes, o que veio acrescentar de forma inovadora uma

nova forma de fazer a prática clínica, com raciocínios mais dinâmicos e visão mais

humanizada, evitando desperdício de recursos e possibilitando um bom

aproveitamento dos materiais disponíveis. Isso além de onerar menos os cofres

públicos, propicia um melhor uso dos recursos, visto que a APS é a linha de frente

dos serviços de saúde pública e um bom gerenciamento de recursos é fundamental.

Assim, atualizar os profissionais só melhora a forma de organizar e gerir os recursos

da APS.

Pessoalmente, os ganhos foram impares, o leque de conhecimentos

adquiridos no transcorrer do curso serve de subsídios para minha prática diária. A

própria integração com a equipe de saúde melhorou, trocas de saberes em prol dos

pacientes vieram como uma ferramenta de suporte na resolução de muitos casos,

além de incitar a educação continuada através da troca de saberes com outros

colegas que estavam fazendo o curso de especialização, proporcionando

autorreflexão e uma busca constante por fazer atendimentos cada vez melhores.

De um modo geral os assuntos foram muito bem abordados, as temáticas

bem elaboradas, os casos clínicos voltados para nossa realidade só viram

consolidar o conhecimento adquirido. O ganho social sem sombra de dúvida é

enorme e isso é sentido nessa nova forma de conduzir nossos pacientes com

pensamentos coesos e sempre com a preocupação de fazer o melhor por eles, lhes

proporcionando dignidade e bem-estar.

Portanto, o curso proporcionou aos profissionais envolvidos melhorar sua

atuação, fazendo acontecer um processo de saúde doença responsável e dinâmico,

fazendo com que o médico e a comunidade andem em conjunto, tratando o ser com

um olhar biopsicossocial, lhes permitindo ter o poder de decisão sobre as melhores

condutas terapêuticas, e agregando valor a essa parceria, melhorando de forma

individual e em grupo a saúde da população. Jamais vou esquecer essa etapa tão

importante na minha vida profissional e pessoal.

Referências

Hughes SL, Weaver FM, Hurder AG, et al. Effectiveness of team-managed home-

based primary care: a randomized multicenter trial. JAMA 2000; 284(22):2877-85.

Page 19: JOSÉ LUIS SALVIA LABRADA‰ LUIS... · da equipe de saúde toda, incluindo a equipe do NASF e ainda mais quando trata-se de adolescentes. Segundo os autores Moura; Fernandes e Apolinário

19

Noro LRA, Torquato SM. Visita domiciliar: estratégia de aproximação à realidade

social? Trab Educ Saúde 2015; 13(1):145-57.

Page 20: JOSÉ LUIS SALVIA LABRADA‰ LUIS... · da equipe de saúde toda, incluindo a equipe do NASF e ainda mais quando trata-se de adolescentes. Segundo os autores Moura; Fernandes e Apolinário

20

6. REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Saúde. Lei n.º 8.069, de 13 de julho de 1990. Estatuto da criança

e do adolescente. Diário Oficial da União. Brasília, 16 jul. 1990.1356p

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretária de Assistência à Saúde. DATASUS. Sistema

de Informações Hospitalares. Brasília, 2004.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de

Ações programáticas e Estratégicas. Marco teórico e referencial: saúde sexual e saúde

reprodutiva de adolescentes e jovens. Brasília,2006.56p

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações

Programáticas e Estratégicas. Proteger e cuidar da saúde de adolescentes na atenção

básica [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde,

Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas. – Brasília: Ministério da Saúde,

2017.

DOMINGOS, A.C. Gravidez na adolescência: enfrentamento na estratégia de

saúde da família. Uberaba, 2010. 39f. Monografia (Especialização em Atenção

Básica em Saúde da Família). Universidade Federal de Minas Gerais, Uberaba- MG,

2010

Page 21: JOSÉ LUIS SALVIA LABRADA‰ LUIS... · da equipe de saúde toda, incluindo a equipe do NASF e ainda mais quando trata-se de adolescentes. Segundo os autores Moura; Fernandes e Apolinário

21

Anexo 1: Projeto de intervenção

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DE PORTO ALEGRE

(UFCSPA)

UNIVERSIDADE ABERTA DO SUS(UNA-SUS)

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE DA FAMÍLIA.

DR. JOSÉ LUIS SALVIA LABRADA

PROJETO DE INTERVENÇÃO PARA PREVENÇÃO DA GRAVIDEZ NA

ADOLESCÊNCIA NO MUNICÍPIO SÃO SEBASTIÃO DO UATUMÃ, ESTADO

AMAZONAS.

SÃO SEBASTIÃO DO UATUMÃ-AMAZONAS.

2017

Page 22: JOSÉ LUIS SALVIA LABRADA‰ LUIS... · da equipe de saúde toda, incluindo a equipe do NASF e ainda mais quando trata-se de adolescentes. Segundo os autores Moura; Fernandes e Apolinário

22

INTRODUÇÃO:

Adolescentes são os adultos de amanhã e constituem uma parte substancial da

população. Ignorar suas necessidades não só é difícil mas insensato e injusta. É difícil

porque o número passe os adolescentes é tão grande; imprudente, porque o que lhes

acontece afeta toda a humanidade, tanto agora como no futuro; e injusto, porque

adolescentes são membros da família humana e não devem ser privados dos direitos

de outros membros desfrutar (Coelho EAC, Andrade MLS, Vitoriano LVT, Souza JJ,

Silva DO, Gusmão MEN, et al).

Sobre o que a define como: fase que se realiza durante a segunda década da vida de

seres humanos, ou seja, entre 10 e 19 anos de idade, há uma diferença entre a sua

fase inicial (10-14 anos) e tarde (15-19 anos) (Fundo das Nações Unidas para a

Infância; 2011)

A adolescência é o tempo deles contradições do que absoluta, da intransigência para

os jovens; Dentre as contradições primeiras a criança manter mente em corpo de

mulher. É uma das fases mais belas da vida que deixa de ser uma criança se tornar

adulta, executando uma série de anatomofisiologicos e alterações psicossociais.

Definições de conduta que irão reger a vida adulta ocorrem na adolescência (Londres:

The Save the Children Fund; 2012).

A adolescência é um período de mudanças acontecendo rapidamente, afetando o

campo social, cultural, psicológico, anatômico e fisiológico. É um momento na vida do

ser humano que obtém destaque, às vezes em uma maneira muito notável, a

importância de fatores sociais e biológicos, embora talvez exagere o autor posou a

adolescência como um novo nascimento, não fora completamente da realidade, uma

vez que está no palco, quando interesses sociais aparecem e floreio nunca antes

experimentado sentimentos, o que junto as alterações fisiológicas fazer evidente uma

transformação significativa neste tema que gradualmente deixa de ser uma criança.

Adolescência tende a ser a idade deles, contradições e equívocos, é onde faz possível

a descoberta de um mesmo, os outros e do alargamento do horizonte indivíduo.

Desenvolvimento e maturidade destas características psicossociais movem, em

adolescentes, em idades mais avançadas da vida, ao contrário da precoce maturidade

Page 23: JOSÉ LUIS SALVIA LABRADA‰ LUIS... · da equipe de saúde toda, incluindo a equipe do NASF e ainda mais quando trata-se de adolescentes. Segundo os autores Moura; Fernandes e Apolinário

23

biológica prevalecentes nesta fase. Tudo isso juntamente com desinformação e falta

de educação na ordem sexual, permite que adolescentes são criados para conceber,

então considera-se este período como importante risco reprodutivo saúde grupo, que

poderia dar origem a uma maternidade e paternidade precoce (Oliveira EFV, Gama

SGN, Silva CMFP. 2010).

A gravidez na adolescência tornou-se nos últimos tempos um grande problema da

Saúde Pública, pois apresenta sérias implicações de ordem biológica, familiar e

econômica que atinge o indivíduo isoladamente e a sociedade como um todo,

limitando ou adiando projetos de vida. É um dos desfechos de uma prática sexual cada

vez mais precoce e sem prevenção. Na maioria das vezes essas gravidezes ocorrem

de forma não planejadas e indesejadas.

Faz-se necessário reduzir os altos índices de gravidez na adolescência, uma vez que

este tema assume grande relevância social, pois sabe-se que o sistema reprodutor da

adolescente não está totalmente amadurecido pode ocorrer maior incidência de

doenças hipertensivas, partos prematuros, ruptura antecipada da bolsa e desnutrição

da mãe e filho, entre outras agravantes. Considerando os riscos à saúde das

adolescentes essas estão sujeitas a complicações relacionadas à gravidez e ao parto

e possuem maior probabilidade de serem vítimas de morte materna quando

comparadas às mulheres adultas.

Na atuação profissional na Unidade de Saúde da Família foi possível perceber que a

gravidez na adolescência no município São Sebastião do Uatumã também é um

grande problema de saúde que envolve vários fatores físicos, psicológicos e

econômicos, afetando consideravelmente adolescentes com classe social inferior e de

zona rural e comunidades ribeirinhas.

Assim sendo, faz-se necessário utilizar a Unidade de Saúde e o próprio espaço escolar

para pleitear ações e estratégias para promover maior conscientização dos

adolescentes, com vistas, à redução do número de gravidez nesta etapa de vida para

garantir que cada menina tenha o direito de viver plenamente sua adolescência e

desenvolver todo o seu potencial.

Page 24: JOSÉ LUIS SALVIA LABRADA‰ LUIS... · da equipe de saúde toda, incluindo a equipe do NASF e ainda mais quando trata-se de adolescentes. Segundo os autores Moura; Fernandes e Apolinário

24

OBJETIVOS:

Objetivo geral:

- Desenvolver ações e estratégias dirigido a reduzir a gravidez na adolescência no

município São Sebastião do Uatumã.

Objetivos específicos:

- Promover o conhecimento dos riscos e repercussões de uma gestação na saúde e

na vida das(os) adolescentes no município São Sebastião do Uatumã.

- Avaliar antes e depois da realização do projeto o nível do conhecimentos das

adolescentes em estudo.

- Sensibilizar as adolescentes da Unidade da Saúde da Família do município quanto

à importância de prevenir a gravidez nessa fase de vida.

- Capacitar os profissionais da Equipe de Saúde da Família para que todos ajudem na

prevenção da gravidez na adolescência.

Page 25: JOSÉ LUIS SALVIA LABRADA‰ LUIS... · da equipe de saúde toda, incluindo a equipe do NASF e ainda mais quando trata-se de adolescentes. Segundo os autores Moura; Fernandes e Apolinário

25

REVISÃO DE LITERATURA:

Segundo a Organização Mundial da Saúde, a adolescência é o período de transição

entre a infância e a idade adulta: inicia-se aos 10 e termina aos 19 anos de idade.

(World Health Organization; 1986). No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente

(ECA) estabelece para a adolescência outra faixa etária: dos 12 aos 18 anos

(Ministério da Saúde; 2008. 96 p). Essa transição é marcada pelo desenvolvimento

biológico, do início da puberdade à maturidade sexual e reprodutiva, pelo

desenvolvimento psicológico dos padrões cognitivos e emocionais da infância para

idade adulta e pela mudança do estado de uma infância com dependência

socioeconômica para uma situação de relativa independência.

A adolescência, entendida como o período entre a infância e a fase adulta, caracteriza-

se por um complexo processo de crescimento e desenvolvimento de cunho biológico,

psíquico e social, em que ocorrem mudanças de aspectos físicos, emocionais e

sociais, relacionadas à consecução da capacidade reprodutiva e início da vida sexual.

(Coelho EAC, Andrade MLS, Vitoriano LVT, Souza JJ, Silva DO, Gusmão MEN, et al.

2012, 25(3):415-22; Molina RC, Roca CG, Zamorano JS, Araya EG. 2010 Apr;

24(2):209-22).

A iniciação sexual tem sido cada vez mais precoce em inúmeros países, embora

ocorram diferenças culturais importantes na prática. No Brasil, segundo Pantoja, a

primeira experiência sexual para as meninas ocorre entre 12 e 15 anos e para os

meninos entre 11 e 13 anos (Pantoja ALN. Cadernos de Saúde Pública. 2003). A

gravidez precoce é uma das consequências negativas da iniciação sexual entre

adolescentes. No caso da gravidez levada a termo, consequências adversas podem

ser esperadas para ambos, criança e mãe (Pantoja ALN. Cadernos de Saúde Pública.

2003, 19 Supl 2:S335-343; Gontijo DT, Medeiros M. Cadernos de Saúde Pública.

2008; 24(2):469-472).

No Brasil, a gravidez na adolescência e suas complicações são importantes causas

de mortalidade entre mães de 10 a 19 anos de idade. Estudos na área indicam que as

complicações obstétricas decorrem principalmente da imaturidade biológica e do

desenvolvimento incompleto da ossatura da pelve do útero. Para filhos dessas mães,

a probabilidade de nascerem com baixo peso e serem prematuros aumenta,

respectivamente, os riscos de mortalidade infantil e perinatal. (Fundo das Nações

Page 26: JOSÉ LUIS SALVIA LABRADA‰ LUIS... · da equipe de saúde toda, incluindo a equipe do NASF e ainda mais quando trata-se de adolescentes. Segundo os autores Moura; Fernandes e Apolinário

26

Unidas para a Infância. Adolescência: uma fase de oportunidades, 2011; Oliveira EFV,

Gama SGN, Silva CMFP. Cadernos de Saúde Pública. 2010 mar; 26(3):567-78).

Por sua relevância para a Saúde Pública, a gravidez na adolescência tem sido objeto

de vários estudos epidemiológicos e um dos principais fatores relacionados ao

fenômeno é a questão socioeconômica das jovens mães. (The Save the Children

Fund, 2012; United Nations Population Fund. State of world population. New York,

2010; Heilborn ML, Salem T, Rohden F, Brandão E, Knauth D, Victora C, et al. 2002

jun; 8(17):13-45.). As significativas disparidades existentes, com desvantagens entre

as mulheres mais pobres, com menor escolaridade e que vivem em áreas rurais,

podem ser observadas tanto no âmbito regional como nacional.

A importância do desenvolvimento econômico torna-se mais evidente quando os

dados referentes aos países são agrupados de acordo com seus respectivos índices

de desenvolvimento econômico. A ocorrência de gravidez entre adolescentes é mais

elevada nos países menos desenvolvidos, que apresentaram, em 2010, uma média

de 103 nascimentos para cada 1000 mulheres na faixa etária entre 15 e 19 anos -

média cinco vezes mais alta que a média observada nas regiões mais desenvolvidas,

de 21 nascimentos em cada 1000 mulheres na mesma faixa etária. (United Nations

Population Fund. State of world population. New York; 2010).

No Brasil, as trajetórias dos jovens de diferentes classes sociais reúnem

características bastante distintas: enquanto nos estratos sociais mais elevados, a

permanência na casa dos pais acontece por um período mais prolongado - o que

favorece uma maior escolarização -, nas classes mais pobres, a juventude tende a ser

mais breve, com a interrupção precoce dos estudos para inclusão do adolescente no

mercado de trabalho. As adolescentes das classes populares que engravidam já têm

uma carreira escolar bastante irregular, a qual não é resultado de uma relação direta

com a ocorrência da maternidade. (Heilborn ML, Salem T, Rohden F, Brandão E,

Knauth D, Victora C, et al. 2002 jun; 8(17):13-45).

Estudos demográficos evidenciam importantes transformações na fecundidade, no

Brasil. O número de filhos por mulher teve declínio ininterrupto desde a década de

1940, com redução de 6,2 para pouco mais de 2 filhos/mulher no início do século XXI.

(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 2010).

Essa queda, entretanto, mostrou comportamento anômalo no que se refere às

adolescentes, que revelaram declínio bem mais lento no grupo de 15 a 19 anos e

ascensão, ainda que leve, no de 10 a 14 anos de idade. (Simões CCS. São Paulo: A.

Page 27: JOSÉ LUIS SALVIA LABRADA‰ LUIS... · da equipe de saúde toda, incluindo a equipe do NASF e ainda mais quando trata-se de adolescentes. Segundo os autores Moura; Fernandes e Apolinário

27

Factor; 2006). Uma possível explicação para essa situação é a de que a atividade

sexual está se iniciando cada vez mais cedo (Guimarães, 2008; Vitalle MSS, 2001) e,

nesse sentido, os dados oficiais mostram que, do total de nascidos vivos no país, cerca

de 20% são filhos de mães adolescentes. (Maranhão AGK, Vasconcelos AMN, Moura

EC, Cortez-Escalante JJ, Reyes-Lecca R; 2012. p. 13-27; Laurenti R, Mello Jorge

MHP; 2011). O mesmo acontece com os nascidos mortos, grupo no qual a proporção

de mães entre 10 e 19 anos de idade equivale a 16%.

Ao lado de aspectos da área da Saúde, a gestação em adolescentes também causa

impacto relevante na área social, fazendo com que muitas delas adiem sua frequência

à escola, quando não abandonam os estudos, além de um retardo de sua entrada no

mercado de trabalho (Aquino EML, Heilborn ML, Knaut D, Bozon M, Almeida MC,

Araujo J, et al, 2003).

Outro problema decorrente da iniciação sexual precoce é a disseminação de doenças

sexualmente transmitidas, entre elas o HIV/aids [vírus da imunodeficiência humana

(HIV)/síndrome da imunodeficiência adquirida (aids). Os adolescentes são uma

população vulnerável às infecções pelo HIV, sendo que 25,0% de todos novos

infectados no mundo são menores de 21 anos (World Health Organization, 2008;

Centers for Disease Control and Prevention,2003, 2004; 53(SS-2):1-96) e a incidência

e prevalência de DST (Doença Sexualmente Transmissível) em aumentado, mesmo

entre adolescentes.

Torna-se importante a implantação e o fortalecimento de programas junto aos

escolares que realizem orientações quanto à gravidez precoce, e prevenção de

DST/aids e sexualidade, visando minimizar vulnerabilidades.

Page 28: JOSÉ LUIS SALVIA LABRADA‰ LUIS... · da equipe de saúde toda, incluindo a equipe do NASF e ainda mais quando trata-se de adolescentes. Segundo os autores Moura; Fernandes e Apolinário

28

METODOLOGIA:

Um estudo piloto realizado em adolescentes grávidas de unidade básica de saúde

Maria de Lourdes Martins o município São Sebastião do Uatumã, estado do

Amazonas. No período entre Janeiro - maio de 2017. Aplica-se a que uma estratégia

educacional para elevar o nível de conhecimento sobre os riscos e complicações que

traz a gravidez nesta idade. Os dados necessários para realizar o estudo retira um

cofeccionado para esta finalidade e questionário de história médica obstétrica em

mulheres grávidas.

A estratégia de educação será avaliada através de uma pesquisa realizada antes e

após a implementação do mesmo. Como variável independente enmarcaremos a

estratégia educacional e como variável dependente de níveis de conhecimento que

têm adolescentes grávidas sobre os riscos e complicações da gravidez nesta idade.

O processamento de informações será feito manualmente, o método de percentual é

utilizado para a comprovação dos inquéritos. 10 perguntas na concepção dos

inquéritos serão usadas para avaliar o conhecimento de adolescentes grávidas, sobre

os riscos e complicações da gravidez nesta idade, cada questão terá um valor de 10

pontos, e a escala de valores será a seguinte:

- 60 pontos ou menos: mau conhecimento.

- 61-79 pontos: conhecimento regular.

- 80-89 pontos: bom conhecimento.

- 90-100 pontos: excelente conhecimento.

Page 29: JOSÉ LUIS SALVIA LABRADA‰ LUIS... · da equipe de saúde toda, incluindo a equipe do NASF e ainda mais quando trata-se de adolescentes. Segundo os autores Moura; Fernandes e Apolinário

29

CRONOGRAMA:

Procedimento Jan Fev Març Abril Maio

Diagnóstico da situação de saúde e

apresentação do projeto à equipe de saúde.

X

Busca de informações e revisão da

literatura relacionada ao assunto.

X

Visitas e aplicação de instrumentos,

entrevistas e verificação das grávidas do

estudo.

X

X

Revisão geral da informação obtida.

X

A análise estadística dos resultados obtidos.

X

Avaliação do projeto pela equipe de saúde e

elaboração do relatório final.

X

Page 30: JOSÉ LUIS SALVIA LABRADA‰ LUIS... · da equipe de saúde toda, incluindo a equipe do NASF e ainda mais quando trata-se de adolescentes. Segundo os autores Moura; Fernandes e Apolinário

30

RECURSOS NECESSÁRIOS:

RECURSOS HUMANOS:

Equipe de saúde da família composta por 6 Agentes Comunitários, 1 Técnica de

Enfermagem, 1 Enfermeira, 1 Dentista, 1 Técnico de Saúde Bucal, 1 Nutricionista, 1

Assistente Social, 1 Psicóloga e 1 Médico.

RECURSOS MATERIAIS:

- Folhas brancas A4.

- Canetas.

- Computador portátil.

- Impressora.

- Caderneta das grávidas.

- Prontuário das grávidas.

- Caderno de Atenção Básica de Pré-natal.

Page 31: JOSÉ LUIS SALVIA LABRADA‰ LUIS... · da equipe de saúde toda, incluindo a equipe do NASF e ainda mais quando trata-se de adolescentes. Segundo os autores Moura; Fernandes e Apolinário

31

RESULTADOS ESPERADOS:

Com o pressente estudo na UBS Maria de Lourdes Martins do Município São

Sebastião do Uatumã, estado Amazonas, espera-se conhecer a situação real da

Gravidez na Adolescência em nossa área de abrangência. Os conhecimentos das

grávidas adolescentes sobre os métodos anticoncepcionais, seu uso e sua

importância. O conhecimento sobre os riscos e as complicações para a saúde tanto

da adolescente grávida quanto o bebê. Esperamos determinar o estado nutricional das

adolescentes grávidas ao início da gravidez e a ganancia durante a gravidez toda.

Determinar também os principais antecedentes obstétricos e as doenças mais

frequentes que acontecem após do parto.

Além disso esperamos vincular a equipe toda neste problema de saúde para fazer

uma avaliação integral e multidisciplinar das adolescentes grávidas para que não

continue sendo um assunto exclusivo do médico e a enfermeira, e assim que a equipe

toda ajude a oferecer educação para a saúde e trabalhar sem descanso até lograr

diminuir o índice de gravidez na adolescência em nossa área e nosso município em

geral.

Page 32: JOSÉ LUIS SALVIA LABRADA‰ LUIS... · da equipe de saúde toda, incluindo a equipe do NASF e ainda mais quando trata-se de adolescentes. Segundo os autores Moura; Fernandes e Apolinário

32

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

- Aquino EML, Heilborn ML, Knaut D, Bozon M, Almeida MC, Araujo J, et al.

Adolescência e reprodução no Brasil: a heterogeneidade dos perfis sociais. Cad Saúde

Pública. 2003 jan; 19 (suppl. 2):s377-88.

- Coelho EAC, Andrade MLS, Vitoriano LVT, Souza JJ, Silva DO, Gusmão MEN, et al.

Associação entre gravidez não planejada e o contexto socioeconômico de mulheres

em área da Estratégia Saúde da Família, Acta Paul Enferm. 2012;25(3):415-22.

-Fundo das Nações Unidas para a Infância. Situação mundial da infância 2011.

Adolescência: uma fase de oportunidades; 2011. (Caderno Brasil) [Internet]. [citado

2013 set 11]. Disponível

em: http://www.unicef.org/brazil/pt/br_cadernoBR_SOWCR11(3).pdf

- Gontijo DT, Medeiros M. Tava morta e revivi: significado de maternidade para

adolescentes com experiência de vida nas ruas. Cadernos de Saúde Pública. 2008;

24(2):469-472.

- Guimarães E. Gravidez na adolescência. In: Saito MI, Silva LEV, Leal MM.

Adolescência: prevenção e risco. 2. ed. São Paulo: Atheneu; 2008.

- Heilborn ML, Salem T, Rohden F, Brandão E, Knauth D, Victora C, et al.

Aproximações socioantropológicas sobre a gravidez na adolescência. Horiz Antropol.

2002 jun;8(17):13-45.

- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Síntese de indicadores sociais: uma

análise das condições de vida da população brasileira. (Estudos e Pesquisas-

Informação Demográfica e socioeconômica; 26) [Internet]. 2009 [citado 2010 jun 17].

Disponível

em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/indicadoresmi

nimos/sinteseindicsociais2009/indic_sociais2009.pdf.

- Laurenti R, Mello Jorge MHP. Adolescentes aspectos globais de sua saúde com

ênfase nos problemas ligados à gravidez: relatório final apresentado à Organização

Pan-Americana da Saúde: carta acordo (OPS-BR/CNT/1101180.001). São Paulo;

2011.

Page 33: JOSÉ LUIS SALVIA LABRADA‰ LUIS... · da equipe de saúde toda, incluindo a equipe do NASF e ainda mais quando trata-se de adolescentes. Segundo os autores Moura; Fernandes e Apolinário

33

- Maranhão AGK, Vasconcelos AMN, Moura EC, Cortez-Escalante JJ, Reyes-Lecca

R. Como nascem os brasileiros: características epidemiológicas e sociodemográficas

dos nascimentos no Brasil de 2000 a 2010. In: Ministério da Saúde (BR). Secretaria

de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise de Situação de Saúde. Saúde Brasil

2011. Brasília: Ministério da Saúde; 2012. p. 13-27.

- Molina RC, Roca CG, Zamorano JS, Araya EG. Family planning and adolescent

pregnancy. Best Pract Res Clin Obstet Gynaecol. 2010 Apr;24(2):209-22.

- Oliveira EFV, Gama SGN, Silva CMFP. Gravidez na adolescência e outros fatores

de risco para mortalidade fetal e infantil no Município do Rio de Janeiro, Brasil. Cad

Saúde Pública. 2010 mar; 26(3):567-78.

-Pantoja ALN. Ser alguém na vida: uma análise sócio-antropológica da

gravidez/maternidade na adolescência, em Belém do Pará, Brasil. Cadernos de Saúde

Pública. 2003; 19 Supl 2:S335-343.

- Simões CCS. A transição da fecundidade no Brasil: análise de seus determinantes e

as novas questões demográficas. São Paulo: Arbeit Factory; Brasília: UNFPA; 2006.

- The Save the Children Fund. Every woman's right: how family planning saves

children's lives. Londres: The Save the Children Fund; 2012.

- United Nations Population Fund. State of world population. New York; 2010.

- Vitalle MSS. Adolescência e outros fatores de risco (nível econômico, cuidado pré-

natal e tabagismo) como determinantes da prematuridade e baixo peso [tese]. São

Paulo (SP): Escola Paulista de Medicina. Universidade Federal do Estado de São

Paulo; 2001.

- World Health Organization. Young people's health: a challenge for society. Geneve:

World Health Organization; 1986.

Page 34: JOSÉ LUIS SALVIA LABRADA‰ LUIS... · da equipe de saúde toda, incluindo a equipe do NASF e ainda mais quando trata-se de adolescentes. Segundo os autores Moura; Fernandes e Apolinário

34

ANEXO:

ENCUESTA:

1. Dados gerais:

- Idade

- Nível cultural

- Trabalha

. Sim

. Não

- Acompanhamento

. Com parceiro

. Sem parceiro

2. Dados específicos:

- Métodos anticoncepcionais que tem utilizado

- Antecedentes obstétricos:

. Sim

. Não

3. Estado nutricional da grávida na captação

. Desnutrida

. Normopeso

. Sobrepeso

. Obesa

4. Ganancia de peso durante a gravidez

. Adequada

. Insuficiente

. Exagerada

5. Morbilidade materna durante a gravidez:

. Sim

. Não

6. Forma de terminar a gravidez:

. Aborto

. Parto pré-termo

. Parto a termo

. Parto pós-termo

Page 35: JOSÉ LUIS SALVIA LABRADA‰ LUIS... · da equipe de saúde toda, incluindo a equipe do NASF e ainda mais quando trata-se de adolescentes. Segundo os autores Moura; Fernandes e Apolinário

35

7. Complicações no puerpério:

. Sim

. Não

8. Complicações do Recém Nascido:

. Sim

. Não