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A rádio como você gosta vol-ta a galardoar o melhor da re-gião. Música, ani-mação e reconheci-mentos é o que se es-pera para dia 22 de junho, no Cine Teatro São Pedro, em Abrantes.página 23
EVENTO
As Festas chegaram à cidade!
jornalDiretora HÁLIA COSTA SANTOS - Editora JOANA MARGARIDA CARVALHO - MENSAL - Nº 5496 - ANO 112 - DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
abrantesde
JUNHO2012 · Tel. 241 360 170 · Fax 241 360 179 · Av. General Humberto Delgado - Ed. Mira Rio · Apartado 65 · 2204-909 Abrantes · [email protected]
Francisca Laia campeã de canoagemFrancisca Laia alcançou recentemente duas vitórias numa Regata Internacio-nal, na Eslováquia. Os bons resultados confirmam o valor da atleta abran-tina, que se prepara para disputar o Campeonato da Europa da sua catego-ria, em julho. Em entrevista, reconhe-ce: “Sou uma grande candidata, tenho noção disso, que posso vir a ganhar.” página 3
ENTREVISTA Especial
Barquinhaé arteEstá concluído o processo de instalação
do conjunto de esculturas de arte
contemporânea da Barquinha. O concelho
recebe o Presidente da República, Aníbal
Cavaco Silva, para a inauguração do
Museu ao Ar Livre, no dia 6 de julho.páginas 19 a 22
NO AR
As lojas devolutas do centro histórico vão ter uma nova
vida nos dias das festas e nos Mourões vai recuperar-se
uma tradição perdida há mais de uma década: o hipismo,
com um concurso de saltos. O concerto da fadista Mariza
será o ponto alto, mas é o conjunto de todas as atividades,
culturais, desportivas e recreativas que faz as Festas 2012.
Sétima Gala Antena Livre
páginas 7 a 15
jornaldeabrantes
JUNHO20122 ABERTURA
FICHA TÉCNICA
DiretoraHália Costa Santos
(TE-865)[email protected]
EditoraJoana Margarida Carvalho
(CP.9319)[email protected]
Sede: Av. General Humberto Delgado – Edf. Mira Rio,
Apartado 652204-909 Abrantes
Tel: 241 360 170 Fax: 241 360 179
E-mail: [email protected]
RedaçãoRicardo Alves
(TP.1499)[email protected]
Mafalda VitóriaAlves Jana
André LopesPaulo Delgado
PublicidadeMiguel Ângelo
962 108 785 [email protected]
SecretariadoIsabel Colaço
Design gráfico António Vieira
ImpressãoImprejornal, S.A.
Rua Rodrigues Faria 103, 1300-501 Lisboa
Editora e proprietáriaMedia On
Av. General Humberto Delgado Edf. Mira Rio, Apartado 65
2204-909 Abrantes
GERÊNCIAFrancisco Santos,
Ângela Gil
Departamento FinanceiroÂngela Gil (Direcção) Catarina Branquinho, Gabriela Alves
Sistemas InformaçãoHugo Monteiro
Tiragem 15.000 exemplaresDistribuição gratuitaDep. Legal 219397/04
Nº Registo no ICS: 124617Nº Contribuinte: 505 500 094
Sócios com mais de 10% de capital
Sojormedia
jornal abrantesde
Qual a importância que o 10 de junho tem para si?
Ana Rita CorreiaFuncionária Forense , Tramagal
O 10 de junho, dia de Portugal, e
de Camões signifi ca que é feriado,
e vou poder ir à praia. Como é o dia
das comunidades portuguesas, no
fundo é um dia de celebração da
própria língua portuguesa, da qual
tenho muito orgulho. Concordo
com este feriado, em sinal de cele-
bração daquilo que já fomos ape-
sar de infelizmente agora estarmos
no estado em que estamos.
Festas para todos
FOTO DO MÊS EDITORIAL
INQUÉRITO
O Jornal de Abrantes faz este
mês 112 anos. Um percurso com
história, com vida, com gente.
Quem atualmente o faz mantém
a preocupação com as pessoas.
Mês a mês, são 15.000 exemplares
que chegam gratuitamente a cinco
concelhos. Abrantes é, neste caso, o
epicentro de uma região que abraça
também Vila Nova da Barquinha,
Constância, Sardoal e Mação.
Neste mês, há vários motivos para
festejar. Mesmo com contenções
nos orçamentos, Abrantes e
Barquinha fazem propostas
que acrescentam novidades.
No primeiro caso destaca-
se o regresso do hipismo aos
Mourões e a abertura, mesmo que
temporária, das lojas devolutas
do centro histórico. No segundo
caso, assume especial destaque
a inauguração do Parque de
Escultura Contemporânea
de Almourol (PECA).
Mesmo que não haja grandes
razões para festejar, importa insistir
na necessidade de arejar. De fazer
coisas diferentes. De procurar
qualquer coisa de especial. Nestes
momentos, são as pequenas coisas
que nos fazem continuar a andar.
E temos mesmo que o fazer. Neste
mês que também evoca Portugal,
sabe bem valorizar o que temos de
bom. Esta edição está recheada de
propostas para antecipar o verão.
HÁLIA COSTA SANTOS
António MartinsPortela de Santa Margarida, Servente
É o dia de Camões, que segun-
do reza a história teve Constância
como casa. Nesta altura há sempre
uma festa muito bonita em Cons-
tância, as Pomonas Camonianas,
que toda a gente devia ver porque
é muito bonito. Acho importante
que se comemore este dia.
Hugo MateusOperário Fabril, Vale de Mestre
Reconheço-o como sendo o dia
de Portugal, de Camões e acho
que também das Comunidades
Europeias. Não acho que seja um
feriado essencial apesar da impor-
tância do dia. Este poderia muito
bem ser um dos feriados abolidos.
E sinceramente nem me lembro se
foi um deles ou não.
Não é a primeira vez que situações destas acontecem no concelho de Abrantes. Não percebemos a necessidade deste trabalho, uma vez que são equipamentos que não incomodam ninguém!
UMA POVOAÇÃO? A minha: Mação
UM CAFÉ? Café Central, em Mação
PRATO PREFERIDO? Bacalhau com
natas
UM RECANTO PARA DESCOBRIR?
Praia Fluvial de Carvoeiro. Não se vão
arrepender!
UM DISCO? Todos os dos Beatles
UM FILME? A Lista de Schindler
UMA VIAGEM? Antes de ir correr Mun-
do, há que conhecer os cantos e recan-
tos do nosso país. O Norte, por exem-
plo, é lindíssimo.
UMA FIGURA DA HISTÓRIA? Guten-
berg. Pela visão e métodos inovadores
que contribuíram decisivamente para
a evolução da imprensa.
UM MOMENTO MARCANTE? A mor-
te do meu pai, o dia em que toda a mi-
nha vida mudou e percebi, cedo de-
mais, que a vida não é cor-de-rosa e
que estas coisas não acontecem só aos
outros. Em termos históricos, o 11 de
setembro porque foi uma prova cla-
ra de quão vulneráveis podemos es-
tar perante situações que julgamos
impensáveis.
UM PROVÉRBIO? Temos cinco dedos
na mão e nenhum é igual!
UM SONHO? Poder abraçar quem eu
sei que já não volta.
UMA PROPOSTA PARA UM DIA DI-FERENTE NA REGIÃO? Começava
com uma visita ao Convento de Cristo
em Tomar, passando depois pelo Cas-
telo de Almourol e pelo Museu de Ma-
ção. Nos meses quentes, a passagem
pela Praia Fluvial de Carvoeiro é obri-
gatória e um passeio pedestre junto ao
rio Tejo, em Ortiga, aproveitando ainda
para praticar algumas atividades aquá-
ticas na Praia Fluvial de Ortiga. Se for
na altura da Páscoa a não perder são
as Celebrações Pascais de Mação e de
Sardoal.
SUGESTÕES
Margarida Lopes, Técnica Superior de Comunicação Social
IDADE? 31
RESIDÊNCIA? Mação
PROFISSÃO? Funcionária
Pública
jornaldeabrantes
JUNHO2012 ENTREVISTA 3
FRANCISCA LAIA, ATLETA PROMESSA 2011
“Abdiquei de muitas coisas”MARISA REIA *
Foi na Biblioteca Municipal Antó-nio Botto, em Abrantes, num am-biente mais recatado, que a con-versa fl uiu. Palavra atrás de palavra, riso atrás de riso e a pouco e pou-co, Francisca Laia fala da sua expe-riência na canoagem, dos treinos e dos prémios, nomeadamente o de Jovem Promessa do ano 2011. A menina que foi para canoagem ainda pequenina sob infl uência do pai, é hoje uma jovem atleta de talento. A possibilidade de partici-pação nos próximos Jogos Olímpi-cos, em 2016, ainda é uma incógni-ta, mas os de 2020 já poderão ser uma realidade.
A Francisca já recebeu vários prémios. Qual é que foi o que lhe deu mais gozo receber?
Foi o prémio da jovem promes-
sa do ano (2011) da Confederação
de Desporto. Primeiro porque foi o
que teve mais divulgação, que foi
de nomeações sucessivas, e de vo-
tações. Depois porque foi com esse
prémio que eu percebi que as pes-
soas estavam atentas ao meu tra-
balho. Talvez por isso, foi o que me
deu mais prazer receber.
Que impacto é que isso teve na sua vida?
A partir daí as pessoas come-
çaram a ver mais quem eu sou
e ajudou a divulgar um pouco a
canoagem. Abrantes tem muitos
desportos (natação, futebol, té-
nis…) e ajudou a desenvolver um
pouco a canoagem.
Notei também diferença de como
as pessoas me abordam, toda a
gente me chama “a promessinha”,
é giro. Mudou muita coisa, porque
as pessoas acompanham-me mais,
têm mais esperança, toda a gente
me pergunta se eu vou aos Jogos
Olímpicos este ano, mas eu digo
“não, não vou”.
É um prémio maior, é um dos pré-
mios mais conceituados do des-
porto em Portugal e ter a nomea-
ção já foi bom. Principalmente por-
que estava a concorrer contra um
jogador de futebol (Nélson Olivei-
ra da selecção de sub-20). Toda a
gente dizia “pronto já perdeste”. Fui
para lá, mas nem tinha preparado
nada. Foi mesmo uma surpresa. Eu
acho que até o senhor que anun-
ciou o resultado, quando tirou o
papel que dizia “Francisca Laia”, fi -
cou espantado.
A Francisca é uma das grandes promessas para o Campeonato da Europa de Juniores de Sub23 que se realiza em Portugal no mês de julho. Sente-se prepara-da?
Sinto uma pressão enorme (ri-
sos). As que fi caram à minha frente
(na Croácia, no ano passado) eram
de segundo ano de juniores, subi-
ram de categoria, portanto, sou eu
quem supostamente ganha este
ano. Mas há sempre aquelas sur-
presas. Sou uma grande candidata,
tenho noção disso, que posso vir a
ganhar. É um sonho, é muito ambi-
cioso e estou a treinar para isso. Sin-
to que é uma pressão porque é cá,
vamos ter muito mais pressão, mas
também vamos ter muito mais
apoio e isso faz toda a diferença.
É fácil conciliar os treinos e as competições com os estudos?
Até agora não foi fácil, mas tenho
conseguido. Eu tenho estatuto de
alta competição porque trabalhei
para isso e abdiquei de muitas coi-
sas que não pude ter e que os meus
colegas tiveram. Eu preferi não ter
essas coisas, lutar pelos meus obje-
tivos e agora estou a usufruir disso.
Muitas vezes não vou treinar para
estudar ou vice-versa. Quando eu
vou para estágio falto às aulas ou
tenho dispensa. Consigo ter bons
resultados nas duas.
Está agora a concluir o 12º ano, pensa ingressar no ensino supe-rior?
Vou para Coimbra, em princípio.
Vou para qualquer coisa na área
da saúde. Como tenho estatuto de
alta competição, uma média razoá-
vel e consegui os mínimos nas pro-
vas de ingresso do ano passado,
em princípio consigo entrar. Falta-
me matemática, que tenho que ter
14. Apesar de me faltar meio valor
para a média para entrar para me-
dicina, mesmo sem estatuto, mas
vou tentar.
Apesar do gosto que tem pela canoagem, é uma atividade can-sativa?
Tem dias (risos), porque abdi-
quei de muitas coisas. É muito di-
fícil, porque eu não tenho vida. Ba-
sicamente, eu tenho treino, casa,
estudo. Não gosto dessa parte, de
ter de estar longe de umas pessoas
para conseguir desenvolver uma
coisa. Essa é a parte má, mas são
escolhas. Eu fui levada para este ca-
minho em parte pelo meu pai. Se
calhar se não fosse ele, eu não es-
tava aqui. Mas há sempre os bene-
fícios que eu tiro da canoagem que
não iria ter de outra forma: conhe-
cer imensa gente, ir a vários sítios,
são experiências completamen-
te diferentes, que quase ninguém
passa por elas.
E acha que Portugal dá apoio sufi ciente à modalidade?
Acho que poderia apoiar mais,
visto que a canoagem tem crescido
tanto, devia apoiar de maneira di-
ferente. Em Montemor também es-
tão os do triatlo a estagiar, e como
a Vanessa Fernandes ganhou a me-
dalha, eles logo a seguir aos Jogos
Olímpicos tiveram muito dinhei-
ro e têm uma casa completamen-
te diferente da nossa. O apoio está
um pouco dividido pelos resulta-
dos que se tem. Se a canoagem
este ano ganhar uma medalha nos
Jogos Olímpicos, para o ano vai ser
um ano maravilhoso.
Ainda um dia a vamos ver nos
Jogos Olímpicos…Espero bem que sim. Se não for
em 2016, que seja em 2020 (risos),
se eu continuar na canoagem, de-
pendendo da faculdade também.
A nível de desporto, acha que Abrantes oferece muita varie-dade, ou deveria desenvolver mais?
Oferece. Há sempre aqueles des-
portos que existem em poucos sí-
tios, mas Abrantes tem muitos:
tem futebol, futsal, natação, ténis,
rugby, atletismo e basebol que
quase nenhum sítio tem.
Sente-se realizada? Sim. Acho que no ano passado,
fi nalmente, ao fi m de sete ou oito
anos, consegui atingir um nível di-
ferente, que pouca gente conse-
guiu atingir na minha idade. Fui a
primeira pessoa a ganhar uma me-
dalha lá fora, de Júnior de primeiro
ano. Quem tinha ganho sempre era
Júnior de segundo. Essa medalha
mostrou-me que tenho hipóteses
de no futuro vir a ser uma boa atleta,
principalmente 200 metros, que é a
distância mais curta em canoagem,
mas é onde eu sou melhor. Estou a
treinar k2 para 500 metros, temos
um bom tempo, temos quase o
tempo de referência. Falta-nos um
segundo para atingir esse tempo.
* aluna de Comunicação Social da ESTA
• Campeonato da Europa de Sub23 - “Sou uma grande candidata, tenho noção disso”
“Toda a gente me
pergunta se vou
aos Jogos
Olímpicos”Vitórias
Francisca Laia obteve duas
vitórias na Regata Internacio-
nal de Piestany, que terminou
no passado dia 27 de maio, na
Eslováquia. A anteceder es-
tas vitórias, esteve um 4º lugar,
em K2 500m, com Marta Pin-
to. A primeira vitória foi em K1
200m, seguindo-se K2 200m,
novamente com Marta Pin-
to. Francisca, que representa a
Seleção Nacional de Juniores,
mostra, assim, a sua forma, para
o Campeonato da Europa da
sua categoria, que se disputa
em Montemor-o-Velho, no mês
de julho.
jornaldeabrantes
JUNHO20124 SAÚDE
HÁLIA COSTA SANTOS
Apesar de só ter dois médicos uro-logistas para uma população de 300.000 habitantes, o Centro Médi-co Hospitalar do Médio Tejo (CHMT) consegue manter as listas de espe-ra para consultas e para cirurgias desta especialidade em níveis clini-camente aceitáveis. João Dias, res-ponsável por este serviço, anuncia o compromisso de duplicar o nú-mero de operações, chegando às 800 neste ano de 2012.
Como é que carateriza o Serviço de Urologia do CMHT?
O Serviço de Urologia presta um
serviço de qualidade na medida em
que nós temos ao nosso dispor to-
dos os meios que existem noutras
unidades hospitalares. Naquilo que
não dispomos diretamente temos
protocolos com centros onde há
essa possibilidade de realização de
exames ou tratamentos. Os doentes
que nos procuram nunca fi cam de-
sapoiados. Achamos que os nossos
utentes têm um serviço de excelên-
cia, quer da nossa parte quer exter-
namente. Tivemos sempre um gran-
de apoio dos Conselhos de Adminis-
tração, incluindo do atual, que está
com uma situação fi nanceira difícil,
mas que, por reconhecer o prestígio
e a importância do Serviço de Uro-
logia, tem facultado tudo o que nós
necessitamos.
Como é que se conjuga os valores de excelência conjugando a par-te técnica e os valores humanos?
É óbvio que desejaríamos que
quer uma parte quer outra fossem
mais completas. Na parte humana,
trata-se de o médico ter uma per-
ceção que às vezes se adquire em
segundos, de avaliar a personalida-
de do utente e de adequar o discur-
so. Depois, há a criação de laços de
empatia, o que requer tempo. Como
nós temos recursos humanos escas-
sos, às vezes não é possível uma ava-
liação rigorosa da pessoa que temos
à nossa frente, sejam utentes sejam
familiares. Temos a consciência de
que fazemos o nosso melhor, assim
como os enfermeiros, que são jovens
e competentes, e o pessoal auxiliar,
que também é muito competente.
Pode haver sempre uma melhoria,
mas, dentro daquilo que é exigível,
temos um bom nível de prestação
de cuidados humanos conciliados
com os cuidados técnicos.
Tem sido difícil gerir uma situa-ção de dois médicos para 300.000 utentes?
Tem sido difícil na medida em que
implica um ‘esticar’ das nossas capa-
cidades humanas (minhas e do meu
colega) para dar apoio às três unida-
des do CHMT, que abrangerão cer-
ca de 300.000 habitantes. Às vezes
implica algum prejuízo familiar, mas
não poupamos esforços para fazer-
mos o máximo que pudermos para
tentar que a população do Médio
Tejo não fi que desprotegida em ter-
mos de cuidados urológicos.
Qual é a situação da lista de es-pera?
A lista de espera para consultas
tem estado dentro de tempos razo-
áveis e clinicamente aceitáveis. No
caso das consultas houve alguma
reorganização pelo facto de haver
menos um urologista a fazer consul-
tas (o Dr. Paulo Vasco saiu da ativida-
de do serviço para a direção clínica
do CHMT), mas não se refl etiu muito
no tempo de espera. É óbvio que o
tempo minimamente aceitável tem
relação com a patologia. Sendo só
dois médicos, às vezes temos alguns
doentes que estão algum tempo à
espera. Mas com a nova possibilida-
de, desde o fi nal de abril, de fazer-
mos cirurgias em tempo extra, fora
do horário, duplicaram os tempos
de operação para as cirurgias não
urgentes e estamos a ter um ritmo
cirúrgico enorme. Comprometemo-
nos a realizar perto de 800 cirurgias
no ano de 2012 e estamos convictos
de que vamos atingir esse objetivo.
Será possível admitir mais médi-cos urologistas para o CHMT?
Temos a informação de que a Ad-
ministração está disponível para
contratar mais um ou dois urologis-
tas. O que se passa, muitas vezes, é
um problema de mobilidade dos
médicos. Uma maneira de ultrapas-
sar isso seria o próprio serviço formar
os seus especialistas. Infelizmente, a
informação do Colégio de Urologia
da Ordem dos Médicos é de que
seria necessário um corpo clínico
com um elemento de cada catego-
ria, que neste momento não temos.
O serviço que dirige está a apos-tar em tecnologias inovadoras...
Apostámos numa técnica inova-
dora, que já tem alguns anos, que é
a cirurgia laparoscópica. Considera-
mos que possa ter algumas mais-va-
lias, porque é menos agressiva para
o doente, implica menos tempo de
internamento e menor perda de san-
gue. Mas só o fazemos em cirurgias
selecionadas. Já iniciámos este trei-
no há dois anos em patologias renais
e temos tido bons resultados. Ainda
estamos na curva de aprendizagem,
mas já vamos fazendo a cirurgia
com muito à vontade e esperamos
desenvolver ainda mais para diver-
sifi car para a área da incontinência.
Continua a haver tabus em rela-ção a algumas das patologias da Urologia?
Havia um tema tabu que hoje já
está desmistifi cado que é o proble-
ma da disfunção sexual masculina.
Penso que hoje já ninguém tem re-
ceio de falar disso ao médico. O pro-
blema da incontinência também já
não é tabu.
A vasectomia já entrou na práti-ca corrente, aqui na região?
É uma anticonceção no elemen-
to masculino que está largamente
diversifi cada nos EUA. Em Inglaterra
e no Norte da Europa também está
João Dias nasceu na Beira, Mo-
çambique, há 48 anos. Chegou a
Lisboa com dez anos e aí fez todo
o seu percurso académico e pro-
fi ssional. Pelo meio, fez o serviço
militar na Base de Escola de Pa-
raquedistas em Tancos. A pedido
do pai, trocou o sonho da Arqui-
tetura por um futuro na Medicina.
Mas há aspetos que se cruzam nas
duas profi ssões: “Um médico tem
que ser criativo e artista, sobretu-
do os cirurgiões. Há que dar uma
certa nobreza ao ato, com precei-
to e requinte. Na consulta e na ci-
rurgia, há que ter muita imagina-
ção.” Apesar de ter mudado a sua
opção inicial, hoje João Dias não
está nada arrependido: “Não tro-
cava a Medicina por profi ssão ne-
nhuma, nem a Urologia por espe-
cialidade nenhuma”.
Escolheu a especialidade de Uro-
logia por ser uma área onde ha-
via mais oportunidades profi ssio-
nais e porque a população precisa
de especialistas. Ainda a meio da
especialidade começou a vir para
Abrantes para fazer mais currícu-
lo e para ter mais oportunidades
para operar. Vinha uma vez por se-
mana, ajudar o especialista Pau-
lo Vasco. Quando terminou a es-
pecialidade, em 2000, os quadros
dos hospitais de Lisboa estavam
cheios e o Médio Tejo foi a opção
natural, até porque havia um lu-
gar. Concorreu e fi cou.
João Dias veio com a família para
o Médio Tejo e hoje é responsá-
vel pelo Serviço de Urologia do
CMHT. A “vista fabulosa” sobre o
rio Tejo que se tem do Hospital de
Abrantes e as zonas ribeirinhas,
como a Praia do Ribatejo e Cons-
tância, são os locais que destaca
na região. Considera as pessoas da
zona “afáveis, simpáticas e de fácil
relação”. Gosta da gastronomia e
do clima, gosta de ler e de cinema.
“Vive-se bem nesta região.”
“Os nossos utentes têm um serviço de excelência”
UROLOGIA NO CENTRO MÉDICO HOSPITALAR DO MÉDIO TEJO
• João Dias garante que a disfunção sexual masculina e a incontinência já não são tabus
Perfi l
jornaldeabrantes
JUNHO2012 SAÚDE 5
largamente implatada, assim como
em países asiáticos, aí sobretudo
para controlo demográfi co. Em Por-
tugal estima-se que não se devem al-
cançar 500 vasectomias por ano. Cá
ainda há o preconceito do homem
latino que tem medo perder alguma
virilidade com essa técnica de anti-
conceção, o que não corresponde à
verdade. Se o homem está conscien-
te de que não quer ter mais fi lhos, é
uma técnica boa. É uma intervenção
completamente coberta pelo servi-
ço público. Faz-se potencialmente
com anestesia local (a não ser que
seja uma pessoa muito ansiosa) e
em cirurgia de ambulatório, ou seja,
em que a pessoa tem alta no máxi-
mo até 24 horas depois da cirurgia.
É reversível na teoria, mas na prática
nem sempre acontece. Apesar de re-
vetermos cirurgicamente o ato, o ho-
mem pode continuar a ser estéril por-
que há outros fatores que intervêm.
Tem havido muitos homens a fa-zer vasectomia depois da campa-nha que fi zeram junto dos médi-cos de família?
Notou-se um aumento de pro-
cura, mas não em números que se
comparem aos países onde a téc-
nica está amplamente implantada.
Nota-se que tem sido mais em sítios
onde se tem dado essa informação.
Se não houver divulgação nos cen-
tros de saúde para os utentes, even-
tualmente, o problema continuará a
existir.
Na especialidade de Urologia, a
patalogia da próstata é a mais fre-
quente. A litíase (‘pedras’ no apa-
relho urinário) também é muito
comum. A incontinência urinária
começa a ser muito procurada, so-
bretudo a feminina. Para além dis-
so, há a patologia oncológica.
Os tumores mais comuns nos ór-
gãos do aparelho urinário são, por
ordem de frequência, na próstata,
na bexiga, no rim, nos testículos e
no pénis. O facto de urinar com di-
fi culdade não signifi ca que tenha
um cancro na próstata. O facto de
ter uma cólica renal não signifi -
ca que tenha um problema grave
no corpo. A incontinência urinária
pode ser tratada, mas não há um
técnica cem por cento efi caz.
“As Jornadas devem ser a par-
te visível do que se faz no Serviço
de Urologia. O objetivo não é fazer
uma exibição de palestras (porque
a teoria vem nos livros, nos tratados
e até na internet) nem ensinar nin-
guém; têm por objetivo dar três ou
quatro tópicos práticos que sirvam
para que os destinatários da men-
sagem os possam utilizar no dia-a-
dia e que sirvam para os profi ssio-
nais passarem essa mensagem aos
utentes. Os temas discutidos são os
temas que o Serviço entende que
são úteis para uma progressão dos
médicos que assistem às Jornadas.
Houve, por exemplo, uma mesa
para enfermeiros que foi muito útil.
Os objetivos foram alcançados por-
que as sessões tiveram um grande
nível científi co. As conferências de
abertura e de encerramento não ti-
veram um objetivo prático, mas ti-
veram mais um sentido fi losófi co
e atual (como foi, por exemplo, o
tema da sexualidade feminina). No-
tou-se um grande entusiasmo e os
objetivos foram largamente alcan-
çados. Os temas mais motivadores
da assistência terão sido, provavel-
mente, a hiperostomia da próstata
e a incontinênica urinária feminina.”
De uma forma mais geral, tenta-
mos que os centros de saúde te-
nham uma informação muito fá-
cil para transmitir às pessoas. Por
exemplo, no que diz respeito ao
cancro prostático, que muitas ve-
zes as pessoas confundem com hi-
perplasia benigna da próstata. Atra-
vés da divulgação junto dos médi-
cos de família poupam-se consultas
hospitalares. A vigilância da próstata
e a vigilância da saúde do aparelho
urinário, em geral, pode muito bem
ser feita nos centros de saúde.
Jornadas ultrapassaram as expetativas
Informações úteis
jornaldeabrantes
JUNHO2012 ESPECIAL ABRANTES 7
As Festas chegaram à cidade!
Abrantes volta a estar em festa.
Apesar das contenções no
orçamento, as propostas de
animação são diversifi cadas, para
chegar a todos os públicos. Há
uma aposta na produção local,
não só com artistas da terra, mas
também convidando outros
que, tendo laços com Abrantes,
desenvolvem as suas atividades
noutras cidades. As lojas devolutas
do centro histórico vão ter uma
nova vida nos dias das festas e
nos Mourões vai recuperar-se
uma tradição perdida há mais de
uma década: o hipismo, com um
concurso de saltos. O concerto
da fadista Mariza será o ponto
alto, mas é o conjunto de todas as
atividades, culturais, desportivas e
recreativas que faz as Festas 2012.
jornaldeabrantes
JUNHO20128 ESPECIAL ABRANTES
MARIA DO CÉU ALBUQUERQUE, PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE ABRANTES
“Queremos mostrar esta componente tão nossa, que nem sempre valorizamos”JOANA MARGARIDA CARVALHO E HÁLIA COSTA SANTOS
A poucos dias das Festas da Ci-dade, a presidente da Câmara de Abrantes evidencia os aspetos posi-tivos de um certame feito com con-tenção. Para além da música, outros artistas da terra animarão a cidade. Apesar das limitações orçamentais, em Abrantes há projetos que avan-çam, como o Mercado Diário, por-que são considerados essenciais. Outros, como o MIAA, serão ape-nas desenvolvidos em parte, pelo menos por enquanto. Maria do Céu Albuquerque não esconde preo-cupação em relação ao futuro: “Se houver um desinvestimento na promoção da competitividade dos territórios que estão em desvanta-gem, podemos vir a ter, num curto espaço de tempo, um país, de novo, a duas velocidades”.
Qual foi a estratégia aplicada na edição das festas?
Este ano optámos por umas fes-
tas mais pequenas, arrancando com
o certame no dia da cidade, dia 14
de junho, quinta-feira, até domin-
go. Entendemos que devíamos rea-
lizar as festas com a prata da casa e
fazer aquilo que chamámos made in
Abrantes, com um especial enfoque
na produção local. Com esta opção
fi cámos a perceber que temos uma
série de artistas não só musicais,
como também plásticos, que não
estão na cidade mas que são de cá, e
que podiam ter um contributo espe-
cial nas festas, como é o caso de Mar-
ta Mariano que faz pintura, Bernardo
Monteiro que é estilista, Alexandra
Lisboa que é professora de Design.
Quanto ao artesanato vamos ter
um modelo diferente dos anos ante-
riores. Escolhemos um produto que
são as rendas de Bilros de Peniche e
vamos reuni-las em mostra. O arte-
sanato urbano vai estar espalhado
pelas ruas do centro histórico, já os
artesãos locais vão estar no Merca-
do Criativo. Vamos manter dois pal-
cos, um na Praça da Câmara e outro
na Praça Barão da Batalha, que vão
ter concertos desfasados no tempo
para que os visitantes circulem pela
cidade e se divirtam.
As crianças também vão ser ani-
madas pelos estudantes do Cur-
so de Animação Sócio Cultural
da EPDRA (Escola Profi ssional
de Desenvolvimento Rural de
Abrantes), na Praça João de Deus.
Por sua vez, as tasquinhas e alguma
animação popular, como o folclore e
os grupos de baile, vão estar no Jar-
dim da República. As Associações
Juvenis vão ter a Praça Ramiro
Guedes para aproveitar e
marcar as festas com
a sua animação. Va-
mos fazer também
um conjunto de
w o r k s h o p s ,
que vão
a c o n -
t e -
cer nas lojas devolutas da cidade,
para mostrarmos a potencialidade
destes espaços. Por último, vamos
manter a prática desportiva. Com
este modelo queremos mostrar esta
componente tão nossa, que nem
sempre valorizamos.
Um dos objetivos é trazer vi-sitantes de fora às festas de Abrantes. Como é que isso vai ser conseguido?
O Concurso de Saltos dos Mourões
vai ser uma grande atração a partir
do dia 15 de junho. Temos mais de
200 inscrições para o concurso, pes-
soas que vêm de fora e que vêm atra-
ídas por esta tradição de Abrantes li-
gada ao cavalo, que estava adorme-
cida e que nós recuperámos este
ano. Também o concerto de âmbito
internacional da fadista Mariza nos
Mourões vai, certamente, atrair mui-
tas pessoas às festas, à nossa região.
Como está o ponto de situação de obra do Mercado Diário?
É uma obra difícil, devido à neces-
sidade que houve de reforçar a es-
trutura lateral que estava muito fra-
gilizada. Já sentimos a necessida-
de de aprovar uma prorrogação do
prazo da obra, até ao próximo mês
de setembro. Estamos bastante ex-
pectantes pois este é um equipa-
mento que vai fazer toda a diferen-
ça. Primeiro porque o mercado vai
voltar a ter condições de excelência,
depois porque vamos ligar o Largo
1º de Maio ao centro histórico atra-
vés deste edifício, o que vai possibi-
litar uma maior afl uência de pessoas
às ruas do comércio. No piso inferior
vamos ter um welcome center, com a
loja de turismo e um espaço amplo
para receber pessoas e fazer, por
exemplo, provas de
vinhos ou provas
de outros produtos
regionais. O piso in-
termédio fi ca como re-
serva, pode ser um espaço para
uma feira do livro ou utras iniciati-
vas do género. Já ao nível do varan-
dim vamos ter os talhos, a peixaria, a
fl orista entre outras lojas, com a pos-
sibilidade de neste piso vermos tudo
acontecer dentro do mercado. Este
é um equipamento que vai ter uma
grande dinâmica no seu interior.
Qual é a atual situação do Mu-seu Ibérico de Arqueologia e Arte de Abrantes (MIIA)?
Estamos numa fase de reprogra-
mação. O investimento global é de
14 milhões de euros e não existe
neste momento a possibilidade de
haver apoio comunitário para um
montante desta natureza. O que va-
mos fazer é lançar a intervenção de
requalifi cação do Convento São Do-
mingos. Assim, nesta primeira fase o
museu vai funcionar neste edifício.
Vamos ter em exposição o acervo
do escultor Charters de Almeida, o
espólio da pintora Maria Lucília Moi-
ta e parte da coleção de arqueolo-
gia da Fundação Estrada. Mais tarde
avançaremos com a segunda fase,
quando for oportuno.
E quanto ao Centro Histórico? É um facto que as lojas continuam a fechar, o comércio está envelheci-do e pobre.
Desde o ano passado que não
houve, a nível nacional, nenhuma
intervenção no âmbito da regenera-
ção urbana, pois não voltou a abrir
qualquer possibilidade de nos can-
didatarmos a um incentivo fi nancei-
ro. Nós estamos a trabalhar no sen-
tido de consolidar a estratégia que
temos vindo a criar ao nível do co-
mércio, da cultura, do urbanismo e
da acessibilidade para que quando
surgir o lançamento de um concur-
so a fundos comunitários termos
tudo preparado. Ainda assim esta-
mos a ver se ao nível do programa
“Jessica” (um programa com vista a
apoiar a reabilitação das cidades e vi-
las através da mobilização de alguns
fundos comunitários, fi nanceiros e
de investidores privados para reabi-
litar o património construído) é pos-
sível termos brevemente novidades.
Com A23 portajadas a vida da comunidade e do sector empre-sarial tem sido prejudicada. O que está a ser feito junto do po-der central?
Conseguimos proteger a popu-
lação de ter de pagar para circular
dentro do seu próprio concelho. Os
pórticos estão nas duas saídas de
Abrantes porque nós nos pronunci-
ámos sobre a sua colocação, assim
como nos pronunciámos sobre os
preços que estão a ser aplicados, uma
vez que nós estamos numa zona de
desvantagem socioeconómica. É di-
fícil saber que os cidadãos estão a
passar difi culdades, como também
é difícil saber que a A23 é um eixo
estruturante por exemplo, ao nível
hospitalar. O Governo deverá repen-
sar esta situação, até porque as nos-
sas estradas nacionais não estão pre-
paradas para tal afl uência de trânsito.
A cidade desportiva comemorou dez anos. O investimento feito jus-tifi ca a afl uência de utilizadores?
Não há uma perceção correta do
que acontece no espaço. Tenho
pena! Pois divulgamos as iniciativas
que vão decorrendo. Para além de
todas as práticas regulares feitas pe-
las associações nos diferentes cam-
pos, na pista de atletismo e nas pis-
cinas, há uma grande atividade por
parte dos cidadãos, como também
ao nível nacional e regional da par-
te de atletas que escolhem a nossa
cidade desportiva para ali fazer os
seus estágios. A comunidade não
tem noção destes números, mas são
francamente positivos.
Se estivesse na autarquia de Abrantes como presidente quan-do o projeto da RPP solar foi apre-sentado, teria procedido da mes-ma forma?
Na altura, este projeto tinha todas
as condições para ser efetuado com
normalidade. Foi considerado um
projeto de interesse nacional, tinha
boas condições do ponto de vista
do fi nanciamento da parte de fun-
dos comunitários, a estratégia esta-
va montada por entidades e pessoas
bastante credíveis nesta matéria das
energias. Nada fazia prever esta situ-
ação, a Câmara e a Assembleia apro-
varam este projeto sem qualquer
problema. É evidente que desde há
quatro anos a economia nacional e
mundial sofreu alterações brutais e
este projeto teve um conjunto de
entraves que hoje não lhe permite
ter a possibilidade de estar numa
fase operacional. Neste momento,
aquilo que sabemos é que o em-
presário está a ter difi culdades com
a banca, mas continua a trabalhar
com instituições de créditos inter-
nacionais. Não é fácil percebermos
este atraso, contudo continuamos
expectantes para que este processo
seja retomado para alavancar a nos-
sa economia regional.
“Temos que
fazer uma gestão
muito criteriosa,
ao cêntimo”
• “Estamos a receber o mesmo valor que em 2005 e as exigências são muito maiores”
jornaldeabrantes
JUNHO2012 ESPECIAL ABRANTES 9
Que informação é que tem sobre a situação das empresas da região?
As empresas estão a passar por difi -
culdades muito grandes, de acesso à
banca. Nomeadamente as empresas
de construção civil, porque o investi-
mento público e privado não existe.
Há necessidade de se encontrar no-
vos mercados e outros negócios. Mas
há empresas que já estão a trabalhar
noutros projetos e à procura de no-
vos mercados, mais emergentes. Em-
bora a taxa de desemprego tenha su-
bido em Abrantes, mas não ao nível
da taxa nacional, não tem havido en-
cerramentos de empresas que pro-
voquem desemprego em Abrantes.
Há é encerramentos noutros conce-
lhos e o desemprego drena para aqui,
como no caso da Deplhi. Ainda assim,
há uma estabilidade, um conjunto
de investimentos que estão a ser fei-
tos, como é o caso da Mitsubishi que
anunciou um investimento de 37 mi-
lhões de euros, com duplicação de
postos de trabalho. Também existem
pequenas unidades empresariais que
vão fazendo toda a diferença, como
os nossos produtores locais que têm
feito um trabalho excelente, que vão
para o estrangeiro, que consolidam a
sua estratégia e que certifi cam os seus
produtos. Também há o auto-empre-
go, como as 12 empresas que estão
no Tecnopólo, que criaram 40 postos
de trabalho e que no último ano tive-
ram um volume de facturação de dois
milhões e meio. Este é o caminho de
uma estratégia que tem que ser con-
solidada.
Quais são as últimas informações sobre a reorganização administrati-va do território?
A perspetiva do diploma é que te-
nhamos que fazer uma redução de
50% nas freguesias urbanas e 25% nas
freguesias rurais. O assunto ainda não
foi discutido em sede de Assembleia
Municipal. Nessa altura vamos tomar
uma posição, porque esta não é a nos-
sa reforma, embora todos tenhamos
perceção que os tempos são outros,
as oportunidades são outras as difi cul-
dades são outras.
A lei dos compromissos, imposta pelo Governo, dá-lhe uma sensação de frustração?
Preocupa-me muito porque é como
ir de comboio e, a meio do trajeto, o
maquinista decide que não vamos
para ali mas vamos para outro sítio
qualquer. É preocupante mudar as re-
gras a meio do jogo. Não só a lei dos
compromissos, mas outros instru-
mentos que limitam muito a interven-
ção municipal. Só no ano que passou,
foi-nos retirado um milhão e 200 mil
euros. Estamos a receber o mesmo va-
lor que em 2005 e as exigências são
muito maiores, a todos os níveis. E isto
é um constrangimento muito grande.
A lei dos compromissos é o corolário
das difi culdades. Vai impossibilitar de
se fazer o que quer que seja, a não ser
gestão corrente. Por exemplo, para fa-
zer um passeio ou pintar passadeiras,
as difi culdades vão ser muito grandes.
Estou muito preocupada porque não
consigo perceber como é que vamos
fazer a gestão municipal com estas re-
gras. Sabemos que a intenção do Go-
verno é esvaziar as competências das
autarquias passando para as Comu-
nidades Intermunicipais essa gestão.
Resta saber até que ponto isto é um
benefício para os nossos cidadãos. Te-
mos que avaliar esta situação com mui-
ta cautela, olhando para as contingên-
cias e para as oportunidades, no sen-
tido de que o modelo aprovado pelo
Governo possa corresponder àquilo
que todos aspiramos, que é ter um ter-
ritório nacional coeso do ponto de vis-
ta territorial e social. Se houver um de-
sinvestimento na promoção da com-
petitividade dos territórios que estão
em desvantagem, podemos vir a ter,
num curto espaço de tempo, um país,
de novo, a duas velocidades: o que se
desenvolve nas áreas metropolitanas
e o que fi ca aqui a pedalar em seco.
Neste contexto, é difícil explicar às pessoas as opções que são feitas?
É muito difícil. As pessoas não perce-
bem esta difi culdade. O ciclo das infra-
estruturas está acabado. Hoje as ações
têm que ser mais imateriais, mas estas
acções não são apreendidas da mes-
ma maneira pelos cidadãos. Por outro
lado, ao nível das infraestruturas ainda
falta fazer muita coisa. Temos que fazer
uma gestão muito criteriosa, ao cênti-
mo, no sentido de tirar o máximo parti-
do dos instrumentos fi nanceiros a fun-
do perdido e, por outro lado, fazer uma
gestão das receitas próprias, no senti-
do de apoiar as Juntas de Freguesia e
os movimentos associativos, mas sem-
pre com esta contingência de poupar
para fazer face à componente nacional.
“O Concurso de Saltos
dos Mourões vai ser
uma grande atração”
“As pessoas têm reagido muito bem
à Rota do Tejo. Estão muito satisfeitas
e apropriaram-se do espaço. Estamos
a instalar 40 pesqueiros, o que é uma
mais-valia para as pessoas. Recente-
mente houve um acampamento do
movimento escuteiro e um campeo-
nato distrital de canoagem. Choveu
imenso e as pessoas perceberam para
que serve a pala. O que nos falta con-
cluir é o Centro de Interpretação do
Tejo, que será um espaço polivalente,
onde se poderá pernoitar (em alber-
gue ou com tenda). Terá um conjunto
de equipamentos interativos que per-
mitirão conhecer o Tejo desde a nas-
cente até à foz, assim como será um
espaço para desenvolvimento de pro-
jetos de sensibilização ambiental. No
Tramagal já concluímos o Miradou-
ro e o Cais. Na margem sul vamos fa-
zer a ligação a Santa Margarida, com
caminhos sempre pedonais, para de-
pois se chegar a Constância e a Vila
Nova da Barquinha. Entre o Rossio e o
Tramagal existe um caminho ao lado
do caminho de ferro. Estamos a tra-
balhar com a Refer, no sentido de lim-
parmos limpar, para se poder fazer o
percurso até ao Aquapolis. A montan-
te do Rossio, existe uma obra que está
em fase de lançamento de emprei-
tada, que é a reabilitação da estação
de canoagem de Alvega. Já reabilitá-
mos o Cais de Acostagem de Rio de
Moinhos, que foi muito bem acolhi-
do, embora seja uma obra moderna
de arquitetura, que tem algumas vo-
zes mais críticas. A grande difi culda-
de que estamos a ter é a de negociar
com os privados que têm os terrenos
por onde esta rota passa.”
Rota do Tejo continua em desenvolvimento
• “O mercado vai voltar a ter condições de excelência”
“Existem no nosso território
instituições que fazem um tra-
balho meritório. Por exemplo,
o Banco Alimentar que fornece
os alimentos para serem con-
fecionados. A Junta de Fregue-
sia de Alferrarede dá frescos a
quem precisar, durante algum
tempo. As Comissões Sociais
de Freguesia estão a detetar es-
tas situações e imediatamente
a ajudar, quem precisar, atra-
vés destas iniciativas. A Asso-
ciação Vidas Cruzadas tem uma
Loja Social que nós estamos a
apoiar para chegar a mais pes-
soas do concelho.
No âmbito do projeto do Ban-
co Social, que temos com o
CRIA, as empresas podem dis-
ponibilizar recursos para serem
distribuídos às pessoas que es-
tão em situação de fl agelo. Te-
mos também em vigor um
conjunto de iniciativas em que
fazemos aquisição de medica-
mentos, pagamentos de ren-
das, transporte de doentes
para tratamentos. Aquilo que
nos propomos fazer é a atribui-
ção de um incentivo ou de um
apoio, acompanhado, que seja
retirado quando as pessoas
voltam a ter a sua autonomia.
Para lhes mostrar que há um
caminho e esperança, que têm
que ser construídos com eles e
connosco.”
Por proposta da Câmara Mu-
nicipal de Abrantes, foram atri-
buídas sete Medalhas de Hon-
ra da Cidade. Com a medalha
de grau prata foram reconhe-
cidos os Bombeiros Municipais
de Abrantes e a cidade francesa
de Parthenay, geminada com
Abrantes há já quase 20 anos.
A autarquia propôs ainda a atri-
buição de cinco medalhas de
bronze dourado, duas delas a
título póstumo.
Luís Fernando de Almeida Ve-
lho Bairrão, engenheiro agróno-
mo que nasceu e sempre viveu
no Tramagal, foi distinguido a
título póstumo. Para além de
ser um “homem bom, de sor-
riso aberto” e “cidadão exem-
plar”, teve uma intensa parti-
cipação social e cívica e foi ve-
reador na Câmara de Abrantes
durante toda a década de 60.
Também a título póstumo foi
reconhecida a fi gura de José
Joaquim Brites Vasco, nascido
nos Andreus, Sardoal. Foi mé-
dico em Abrantes desde 1955,
exercendo a sua profi ssão “com
uma solidariedade discreta e si-
lenciosa para com todos os que
dele precisavam”.
Apesar de estar consciente
de que a atividade política é,
por vezes, controversa, a atual
autarquia abrantina entendeu
atribuir a medalha de bronze
dourada a Nélson Augusto Mar-
ques de Carvalho, que foi seu
presidente entre 1994 e 2009.
Durante os seus mandatos “fo-
ram levadas a efeito realizações
de qualifi cação e reestruturação
de espaços, equipamentos e
serviços de tal modo impor-
tantes e signifi cativos que deles
vão benefi ciar os munícipes du-
rante várias décadas”. Por isso, o
atual executivo camarário en-
tendeu ser “justo” manifestar ao
ex-autarca o reconhecimento
público do seu trabalho.
Também com a medalha de
bronze dourado foram ainda
distinguidos dois outros cida-
dãos ilustres: Fernando Tavares
Dias Simão, de 90 anos, pre-
sidente da Direção do Centro
Social de Alferrarede e mem-
bro fundador do Rotary Club
de Abrantes; Joaquim Candeias
Silva, professor que se dedicou
à investigação sobre a História
de Abrantes, primeiro na As-
sociação para a Defesa e Estu-
do do Património da Região de
Abrantes (APEDRA) e depois no
Centro de Estudos de História
Local de Abrantes (CEHLA).
Câmara atenta às difi culdades sociais
Sete medalhas para distinguir o que é exemplar
jornaldeabrantes
JUNHO201210 ESPECIAL ABRANTES
Desde há muito tempo que a Paste-laria Tágide faz sucesso na região e no país. Muitas são as pessoas que procuram este templo dos doces que é conhecido pelos métodos tra-dicionais que ainda utiliza.
Nasceu no ano de 1981, a 17 de ja-
neiro, nas antigas padarias rossien-
ses. Em 1988 mudou de espaço e
ganhou uma nova dinâmica, mais
própria e mais exclusiva. Hoje está
sediada no centro da freguesia do
Rossio ao Sul do Tejo.
Tudo o que é confecionado na
Pastelaria Tágide é feito de forma
tradicional. Fernando Correia, um
dos responsáveis pelo espaço, ex-
plica: “Utilizamos ovo de casca, não
utilizamos os chamados mix. Ou
seja, muitas vezes, ao provarmos
um pastel de nata ou outro bolo
com recheio, tudo nos parece idên-
tico em termos de sabor, porque de
facto o recheio é igual. Na Tágide,
isto não acontece, cada bolo tem
a sua própria confeção e maneira
de fazer. Tudo é elaborado de raiz,
há uma transformação constante,
utiliza-se a farinha, o açúcar, o sal,
amassa-se a massa, junta-se a man-
teiga, faz-se o folhado. Enfi m, há um
trabalho acrescido, mas o sabor no
fi m, é inconfundível”.
A Pastelaria Tágide é sobretudo
conhecida pela palha de Abrantes,
pelas tigeladas, pelos molatos, pe-
las castanhas doces, pelas broas de
mel e de nozes e pelas limas. Doces
tradicionais e conventuais que já fo-
ram destacados com os mais varia-
dos prémios nacionais e regionais.
Fernando Correia admite que há
uma forte concorrência na região,
mas a estratégia da Tágide não pas-
sa pela competição. “Não podemos
competir pois fazemos um produ-
to tradicional que aumenta o valor
do nosso produto. Assim aposta-
mos na qualidade e temos feito su-
cesso. Temos um acordo com o Tu-
rismo de Portugal e com o Inatel o
que nos permite receber uma série
de visitantes na pastelaria. Realiza-
mos imensos workshops, onde ex-
plicamos o processo dos doces e
confecionamos ao vivo para quem
nos visita.”
A Tágide é a única pastelaria que
representa o concelho de Abrantes
nas feiras de doçaria que aconte-
cem pelo país. Já quanto aos clien-
tes, estes aparecem de várias re-
giões à procura sobretudo das es-
pecialidades da casa: as tigelas e a
palha de Abrantes.
Já alcançados e expostos nas pa-
redes da pastelaria estão alguns
prémios e distinções alcançadas.
“Temos os primeiros prémios em
todas as categorias: tigeladas, palha
de Abrantes, castanhadas doces,
etc. Recebemos o 1º lugar de doça-
ria conventual que foi conseguido
na FIL em Lisboa, onde a Pastelaria
Tágide representou da melhor for-
ma a região.”
Como objetivo futuro, Fernando
Correia gostava de construir uma
loja gourmet dedicada à doçaria,
“fazer outros doces, que não são ain-
da confecionados na região e certa-
mente que serão uma atração”.
Joana Margarida Carvalho
PASTELARIA TÁGIDE
A rainha das Tigeladas e da Palha de Abrantes
Foi em 1976 que os Gelados do Lis
chegaram a Abrantes, pela mão de
Paulo Dias e da sua esposa. A dedi-
cação à confeção de gelados natu-
rais começou em África. Durante 24
anos Paulo Dias trabalhou no ramo
da gelataria no continente africano e
a vontade perdurou até chegar à ci-
dade de Abrantes, onde deu conti-
nuidade a um “bichinho” que ainda
hoje persiste.
A maneira como confeciona os ge-
lados é algo que mantém em segre-
do absoluto, mas é no conceito “na-
tural” que está a essência do seu tra-
balho. Todos os gelados feitos no
Paulo Dias provêm das frutas e de
produtos naturais, sem os tais “pozi-
nhos” como o gelateiro lhes chama,
ou seja, sem os corantes e conser-
vantes faz-se um “produto de quali-
dade”.
Paulo Dias disse ao JA que quan-
do iniciou o negócio da gelataria no
centro histórico de Abrantes muitas
pessoas desacreditaram o projeto.
“É curioso que recebi algumas críti-
cas na altura, mas também é um fato
que, pouco tempo depois da aber-
tura, a fi la para os gelados enchia a
casa e a rua. Hoje estou certo que o
que fi z e as opções que tomei foram
as melhores para o negócio e para a
minha família.”
Quando pensamos em gelados, a
palavra Lis surge automaticamente,
mas se o “Senhor” Paulo Dias é co-
nhecido por fazer saborosos gela-
dos, também é famoso pelos seus
croissants de chocolate, amêndoa e
ovo, batidos de chocolate, morango
e baunilha, tostas, torradas e alguns
doces.
Atualmente, Paulo Dias está com 78
anos e gostava de passar a alguém o
segredo de fazer bons gelados, mas
ainda não surgiu uma pessoa que dê
continuidade ao seu projeto. Segun-
do o gelateiro, “é necessário alguns
requisitos, mas para aprender a fazer
um produto de qualidade, natural e
tradicional é um processo rápido e
acessível”.
Durante alguns meses a casa do
Lis esteve fechada, mas não encer-
rou portas. Paulo Dias explica que,
“como a idade já pesa, o espaço vai
apenas manter-se apenas aberto du-
rante o período mais quente do ano”,
de maio a setembro, para já até às
20h00, prolongando esta hora nos
meses de verão. “É fantástico estar
aqui e ver chegar para lanchar, ou
mesmo à noite, grupos e grupos de
jovens à procura dos meus gelados,
dos meus batidos e croissants. Esta
casa é procurada por muita gente
que vem de todo o lado, mas são os
jovens que me dão força e vontade
para dar continuidade um projeto
tão meu, tão especial.”
JMC
GELADOS DO LIS
O bom sabor daquilo que é natural
Curiosidade - O nome “Lis” surge do Brasão de Abrantes. Pau-lo Dias explica: “Na altura, quando abri a casa, não sabia como a
chamar. Então desafi ei os abrantinos a sugerirem-me diversos no-
mes. Quando a palavra “Lis” chegou na caixa do correio, a pessoa
não se identifi cou na carta, mas explicava: o Brasão de Abrantes
tem o Pelicano, os Corvos e a Flor do Lis. Quanto aos corvos, ha-
via um conjunto que eram os Corvos, o Pelicano era uma casa de
restauração e apenas sobrava a Flor do Lis. Um nome simples, mas
que se adaptava perfeitamente ao meu espaço.”
• Pai e fi lho são os mentores dos tracionais doces abrantinos
jornaldeabrantes
JUNHO2012 ESPECIAL ABRANTES 11
CHAVE D’OUROO centro da história Abrantina
Todas as cidades têm um ponto de encontro emblemático em forma de café, estabele-
cimento. Arriscamos sem grande possibilidade de erro que para os abrantinos esse seja o
Chave d’Ouro, a matar a sede da cidade desde 1934, na Praça Barão da Batalha. Hoje são
Filipe Gomes e Telma Dias à frente da casa, mas antes já o pai de Filipe, Lúcio Gomes, fora
empregado desde a inauguração e dono a partir de 1960.
Filipe viu as modas mudarem, a praça mudar, a economia local mudar e mantém-se de
pedra e cal. Outrora restaurante, o espaço é hoje local de romaria para várias gerações, que
mudam ao longo do dia. A esplanada é ponto privilegiado para a observação da vida cita-
dina, dos seus ritmos e pessoas. Durante anos conviveu com a rodoviária, a escassos cem
metros de distância, os serviços sociais, comércio forte e o Regime de Infantaria. Hoje os
tempos mudaram e há uma escola superior e muitas pessoas que continuam a fazer do
Chave d’Ouro a sua preferência. Ao fi m da tarde e de noite é normal encontrar o es-
paço repleto de clientes, transbordando mesmo para o meio da Praça, as
pessoas e as conversas.
Para Filipe, Telma é “fabulosa com as pessoas, uma RP, eu sou
mais prático”. Está em causa também quem gere o espaço, as
suas personalidades, “vem cá muita gente que diz sentir-se
em casa”. O Chave d’Ouro abre às “10, 11h” e fecha às 2 da
manhã. Sugerimos uma boa mini, imperial, cidra, bem
fresquinhas, um espreguiçar na esplanada e conversa
animada. A experimentar também as tostas de cogu-
melos e frango, os salgados caseiros e, “embora não
sejamos uma casa muito vocacionada para petiscos,
arranja-se sempre alguma coisa”. Com o Euro à por-
ta, é um excelente spot para ver a nossa seleção.
REPÚBLICACome, bebe, saboreia,
degusta, sente, gosta
O Quiosque República foi inaugurado este ano, no dia
da celebração da liberdade, 25 de Abril, e é lugar infalível
para encontrar frescura e descontracção em plena cidade Pau-
lo Passos, designer gráfi co, e Gisela Patornilo, empresária, cria-
ram um espaço que tem muito de ambos, das vivências, viagens e
amigos. Um quiosque antigo, com esplanada, na praça emblemática
com o mesmo nome vestiu-se de frases, palavras, um design moderno, no
interior e no exterior, com cores leves e sóbrias, o ponto de encontro para as viagens de
sabor que ali pode iniciar.
Ficam as nossas sugestões: quando lhe apetecer, dê um assomo de frescura e sabor ao
seu dia com a “República Matinal”, milho em fl ocos com iogurte natural e frutas frescas.
Experimente as Tartines, seja a de Atum à Moda Alentejana, de Presunto, ou outra suges-
tão deliciosa, entre outras, criada por Paulo e Gisela, Pão da Terra Torrado com Presunto,
Queijo Búfala, Maçã e Alface.
Não esqueça a bebida e aí o destaque vai para a Alegria de Frutos Vermelhos, uma frescu-
ra de sabor campestre. Há muito mais para saborear no República: a calma, o relaxar depois
de um dia de trabalho, um copo de vinho da região, uma cerveja fresca, música de qualida-
de em volume lounge, no fundo um local onde seja lendo o jornal, saboreando as Tartines,
as tábuas de queijos, compotas e enchidos. Conversando ou estando simplesmente em si-
lêncio, tem todas as razões para se sentir com tempo.
ALCAIDE Sente-se e aprecie a paisagem
É difícil encontrar espaço mais prendado com uma panorâmica tão ampla na região. Na
encosta norte de Abrantes, junto ao castelo, um prédio construído de raiz para o propósi-
to da restauração é onde o bar cafetaria alcaide se estabeleceu. Manuel Serra, de 57 anos,
é quem gere o espaço atualmente. Juntamente com Patrícia, começou como funcionário,
logo na abertura do Alcaide, em Abril de 2006.
Há cerca de um mês à frente do Alcaide, Manuel Silva fala pausada e serenamente, em
tom baixo, quiçá feitios inculcados pelo bar que conhece desde o início. Ou reinício. É que
antes da construção do atual edifício já o antigo, que há largos anos havia sido construído,
servia de residência e taberna. Foi, aliás, aproveitando o velho alvará de taberna que o Al-
caide nasceu. Muita coisa mudou, menos a vista, porque os olhos também comem e be-
bem.
O Alcaide tem dois andares, rés-do-chão e 1º andar, ambos com esplanada, e um
pequeno jardim, muito cuidado, tudo isto debruçado sobre o imenso vale
norte, na encosta do castelo. A decoração lembra os pubs mais tradi-
cionais, os bares irlandeses e, ao dispor do cliente, Manuel Serra
tem uma grande seleção de cerveja importada, da qual destaca
a Gulden Draak, cerveja preta belga que em 1998 foi conside-
rada a mais saborosa do mundo, ou a La Trappe Quadrupel,
uma cerveja que não tem prazo de validade, engarrafa-
da e datada de acordo com o ano de envase.
Em ambos os andares do alcaide há balcão. Nunca
fi cará de estômago a abanar e o pouco tempo que
terá de esperar pode sempre gastá-lo a olhar para os
muitos quilómetros de paisagem e céu entrecorta-
do, com a beleza a mudar com as estações.
Chega o calor e chega a vontade de espreguiçar.
Seja para almoçar, jantar, beber um copo, afastar o
stress do trabalho, enxotar a rotina, Abrantes oferece
uma grande variedade de locais onde pode fazer
tudo isso. Com o verão à porta, já a espreitar pela
fechadura, apresentamos quatro sugestões, em
que história, paisagem, inovação, modernidade
e diversão se bronzeiam ao sol abrantino.
Saia de casa e arranje alguma coisa para
festejar, até porque de festejos temos
visto muito pouco. Pode ser que com
o Euro venhamos a festejar.Ricardo Alves
AQUAPOLIS CERVEJARIA Espaço completo, diversão garantida
Situado no Parque Urbano e Ribeirinho de Abrantes, in-
tervenção que requalifi cou e reabilitou as duas margens do
Tejo junto à encosta sul da cidade de Abrantes, em que o ele-
mento principal é o Açude Insufl ável que criou a enorme albu-
feira artifi cial, a Aquapolis Cervejaria é sinónimo de constante movi-
mento. Desde logo porque as instalações modernas e amplas o permi-
tem e depois pelo engenho empresarial de Carlos Catarino, que ali encontrou
o espaço ideal para as suas ideias, ele que é um DJ conhecido em toda a região.
A cervejaria é restaurante, almoços com menus diários de 2ª a 6ª feira e menu a la carte
aos fi ns-de-semana e jantares, mas também bar com música ao vivo e esplanada. Por este
espaço passaram recentemente o incontornável Herman José, Ricardo Oliveira (2ª classifi -
cado da Voz de Portugal), David Antunes, músico que marca presença no programa 5 para
a Meia Noite da RTP1 ao lado do apresentador Pedro Fernandes, também ele presença as-
sídua nas noites da Aquapolis ou Pedro Dyonysyo.
A Aquapolis é o local certo para as datas especiais ao longo do ano, com noites temáticas
seja no Carnaval, no dia dos Namorados ou outras celebrações. A versatilidade do espaço
e a imaginação da gerência juntam a tudo isto festas da espuma, karaoke, concertos Bas-
ta estar atento à programação e aos menus diários. E não é todos os dias que se pode ir
à praia em Abrantes, nem que seja apenas para beber um café ou uma cerveja fresca na
esplanada a dar para o areal. A qualquer hora do dia, ou noite dentro, a diversão é certa.
Calore preguiça,
sede e sombra, quatro fontes em Abrantes
jornaldeabrantes
JUNHO201212 ESPECIAL ABRANTES
Abrantes retoma, este ano, uma tra-dição perdida há mais de uma dé-cada: o concurso hípico volta ao rel-vado do Rossio ao Sul do Tejo, nos Mourões.
Esta prova de saltos a cavalo com
obstáculos, que decorre no âmbito
das Festas de Abrantes 2012, mais
concretamente no dia 15, faz par-
te do calendário nacional das pro-
vas de hipismo. A procura “tem sido
enorme”, esperando-se que o nú-
mero máximo de cavaleiros que po-
dem apresentar-se a concurso – 200
– seja alcançado.
Manuel Valamatos, vereador do
Desporto da Câmara Municipal de
Abrantes, recorda que o hipismo
é uma “atividade desportiva com
muita tradição e com muito enrai-
zamento” no concelho. “A grande
maioria das pessoas de Abrantes
acaba por ter uma grande ligação
de afetividade com o concurso hí-
pico no hipódromo dos Mourões. É
um palco privilegiado porque toda
a gente que passa na ponte vê um
magnífi co cenário de cor, com a
questão dos cavalos.”
Para além da vontade de trazer, de
novo, o hipismo para Abrantes, a au-
tarquia desenvolveu todos os esfor-
ços para fazer coincidir este regres-
so com os dias das festas do conce-
lho. Esta coincidência temporal faz
com que o evento seja duplamen-
te interessante: do ponto de vista
desportivo e do ponto de vista eco-
nómico. Manuel Valamatos adian-
ta que a participação de dezenas
de cavaleiros e seus acompanhan-
tes vai “agitar a nossa comunidade,
nomeadamente a restauração e os
hóteis”. Por outro lado, os laços que
a comunidade abrantina tem com
o hipismo e o cenário privilegiado
onde tudo vai acontecer também
introduzem elementos que apon-
tam para o sucesso da iniciativa. “O
hipismo vai seguramente ajudar a
potenciar e é uma mais-valia para
as festas, do ponto de vista da par-
ticipação.”
O facto de as provas se realizarem
no âmbito das Festas de Abrantes
2012 implica algumas difi culdades
acrescidas em termos de logística,
mas a opção de recuperar o hipis-
mo, com notoriedade, acaba por
compensar o esforço. O vereador
do Desporto aproveita para lançar
um desafi o aos abrantinos: “Toda
a comunidade tem que ser envol-
ver de forma empenhada para aju-
dar a que seja um evento de gran-
de sucesso, para que consigamos
dar este arranque de trazer outra
vez o hipismo para Abrantes, com
a qualidade que nós desejamos,
valorizando o evento e o seu valor
do ponto de vista competitivo.” Se
tudo correr como se espera, a inter-
nacionalização da prova pode ser
o caminho a seguir. “Estamos mui-
to felizes por este movimento está
a acontecer” - remata Manuel Vala-
matos.
Hália Costa Santos
Marta Mariano, pintura e design
Saiu de Abrantes em 1998,
com destino a Lisboa, para
estudar. Hoje trabalha em
Sintra, mas a cidade onde
passou toda a primeira parte
da sua vida continua muito
presente, não só porque cá os
pais aqui vivem, como tam-
bém porque a região inspi-
ra boa parte do seu trabalho.
Marta Mariano é pintora e de-
signer gráfi ca.
Nas Festas de Abrantes
2012, Marta Mariano vai ser
uma das artistas que vai po-
der ‘ocupar’ uma das lojas
devolutas da cidade. Durante
os dias do certame, o espaço
que em tempos albergou a
loja Maria Jasmim vai ter dois
quadros de 1,50m por 1,20m
e cerca de 20 aguarelas des-
ta artista abrantina. A exposi-
ção venda intitula-se “Voar” e,
por isso, os pássaros são uma
constante nos trabalhos apre-
sentados.
Marta Mariano está entu-
siasmada com esta participa-
ção nas festas da cidade que
a viu crescer. Sempre partici-
pou no certame, mas como
elemento do público. Agora
está do outro lado e acha “es-
petacular”. O espaço onde vai
expor agrada-lhe imenso e,
naturalmente, espera “vender
tudo”. Para além dos pássaros,
Abrantes é também tema dos
seus trabalhos. “As cores, as le-
zírias e os telhados da região”
inspiram a sua obra.
Joana Borda de Água expli-
ca, na nota introdutória da
exposição, que os trabalhos
de Marta Mariano se carate-
rizam por “pinceladas fortes
e multicolores, numa intensa
carga simbólica dos elemen-
tos”. Acrescenta que a artista
mostra de forma pictórica e
irreverente, a sua visão da re-
gião de Abrantes. “As tramas
e as cores vibrantes são ele-
mentos essenciais numa obra
em que, sem pretensões, pro-
cura provocar no observador
as mais diversas sensações
provenientes da aliança entre
a pintura e o design gráfi co”.
Xana Lisboa, joalhariaTem apelido de capital, mas
considera-se abrantina. Xana
Lisboa cresceu em Abrantes
até aos 17 anos e continua a
visitar esta terra, onde os pais
vivem. Por altura das festas
deste ano regressará de for-
ma diferente. Apesar de con-
tar já com 30 anos de carrei-
ra na área da joalharia, nunca
tinha exposto em Abrantes.
Por isso, quando recebeu o
convite para, durante os dias
da festa, expor o seu trabalho
e fazer um workshop - “Um
anel à minha medida” - fi cou
“muito contente”.
No edifício Milho, Xana Lis-
boa vai poder mostrar o seu
trabalho à comunidade que a
viu crescer. A artista vai mos-
trar duas linhas do seu traba-
lho. Trata-se de “joalharia con-
temporânea em que a única
coisa clássica são as técnicas,
como a manipulação do me-
tal”. O material que usa prefe-
rencialmente é a prata. Fora
disso, só a folha de ouro. “São
os materiais que resultam”,
explica Xana Lisboa, adian-
tando que é preciso contra-
riar a ideia de que as joias só
o são se predonimar o ouro,
com diamantes ou brilhantes.
Xana Lisboa, que é também
professora de Joalharia na Es-
cola António Arroio, em Lis-
boa, sabe que as suas opções
estéticas, com “linhas e ângu-
los muito contundentes”, po-
dem não ser fáceis de assi-
milar. A opção de expor em
Abrantes é reconhecimento
de uma carreira que fez “sem-
pre em ateliê próprio, partici-
pando em exposições e con-
cursos” e que já atingiu o pa-
tamar internacional.
HCS
Hipismo regressa aos Mourões
com concurso de saltos
Duas artistas abrantinas, duas gerações de trabalho contemporâneo
jornaldeabrantes
JUNHO2012 ESPECIAL ABRANTES 13
A banda Hollow Page começou a sua vida artística em Abrantes ape-nas há um ano. São cinco ‘miúdos’, de 17 e 18 anos, que estudam na Solano de Abreu.
Não tiveram formação musical,
mas estão já a entrar em força no
mundo do espetáculo. Só ao longo
do ano passado, deram cerca de 100
concertos. Abrantes está a ser a reta
de lançamento desta banda de rock
comercial, descoberta por outro jo-
vem: Ricardo Barra, 24 anos, mana-
ger e treinador de futebol.
Ricardo Barra explica que tudo co-
meçou numa festa de fi nalistas. Ou-
viu o grupo a tocar e decidiu lançá-
los no mundo da música mais a sé-
rio. Vão tocar nas Festas de Abrantes
e, para julho, está já agendada a gra-
vação do primeiro cd, com originais,
mas também com ‘covers’. A “musi-
calidade” da banda, o facto de se-
rem como uma família e a capacida-
de de agradarem a diferentes tipos
de públicos e gerações foram os in-
gredientes que chamaram a aten-
ção de Ricardo Barra.
Em palco, os Hollow Page apresen-
tam-se de camisa e gravata. O visu-
al pode surpreender, até pela ida-
de dos músicos. Ricardo Barra expli-
ca que se trata de uma imagem de
marca, mas não só: “É uma questão
de respeito para quem os contrata
e para quem os ouve”. Outro aspeto
que o manager faz questão de expli-
car, é que nenhum dos jovens fuma.
E em palco não bebem, ao contrário
do que acontece com outras bandas.
Abrantes foi a cidade que viu nas-
cer e crescer os Hollow Page, mas
a banda já deu o salto para outros
sítios, sem perder a ligação à ter-
ra. Santarém e algumas zonas do
Alentejo fazem já parte do circui-
to de atuações, mas a presença em
Abrantes está garantida, nomeada-
mente nas festas. O próximo ano
vai ser marcado por presenças em
festivais de música. “Vamos entrar
em grande” nesse mundo, garan-
te Ricardo Barra. Para isso, a banda
e o manager contam com a ajuda
de um agente, RBL Produções, que
acreditou no valor do grupo.
Bem mais conhecidos, até pelo
percurso que já fi zeram, os The Ka-
viar voltam a subir ao palco em
Abrantes, a terra onde se juntaram
e onde ensaiam. Humberto Felício,
vocalista, explica a importância de
assumir as origens da banda: “Quem
conhece os The Kaviar sabe que so-
mos de Abrantes porque sempre
evidenciámos esse facto. Nos press
releases referimos sempre que so-
mos de Abrantes. Ser de Abrantes
faz parte da nossa identidade. Fi-
zemos questão que o videoclip do
primeiro single fosse gravado em
Abrantes, com imagens de cá.”
Apesar das fortes ligações à região
e de já ser possível resolver muitos
assuntos por telefone ou via inter-
net, Humberto Felício reconhece
que frequentemente a banda tem
que se deslocar a Lisboa ou ao Porto,
porque é lá que estão as empresas,
das agências e das salas de espetá-
culo. Mesmo assim, as grandes cida-
des não têm tudo: “A nossa localiza-
ção tem vantagens, temos uma sala
de ensaios emprestada como muito
poucas bandas têm. Em Lisboa não
teríamos. E temos outra facilidade
que eu não vejo noutras cidades, que
é ter a família e os amigos por perto.”
Talvez pela forte ligação à ter-
ra, Humberto Felício diz que “tocar
em Abrantes é completamente di-
ferente”. E acrescenta: “O público
de Abrantes é o nosso melhor pú-
blico.” Os membros da banda têm
“todo o orgulho em dizer que são de
Abrantes”, porque se sentem apoia-
dos pela terra, pelas pessoas, pelas
entidades (como a Câmara Munici-
pal), pelos jornais e pelas rádios.
Quanto ao nível da produção mu-
sical na região, Humberto Felício diz
que há, de facto, projetos, mas de-
pois não se vê tanta promoção. “O
disco é o primeiro cartão de visita,
mas é preciso correr o país e o mun-
do para fazer a promoção. Aí é que
falta dar o passo. Nós estamos a ten-
tar. Temos um EP e um álbum, com
dois singles que passam na rádio. Te-
mos um videoclip que nos ajudou a
chegar mais longe.” O vocalista dos
The Kaviar defende que “tocar só no
concelho e uma vez ou outra fora
do concelho, não chega”. No mo-
mento em que se tenta internacio-
nalizar a banda – “o que não é fácil”
– Humberto Felício, reafi rma a dis-
ponibilidade “para fazer uma trans-
ferência de conhecimento” para ou-
tras bandas, come menos experiên-
cia, ajudando-as a fazer um percurso
que nem sempre é fácil. “Porque nós
também tivemos essa ajuda”.
Com um registo musical bem dife-
rente, o Grupo Musical FM vai fazen-
do o seu percurso. Enquanto duo,
existe há cerca de vinte anos. Fer-
nando Forte e Manuel Luís conhe-
ceram-se na Bosch, onde ambos tra-
balhavam. O primeiro é de Abrantes
e o segundo do Sardoal. Na região
e noutras localidades têm espetá-
culos para diversos gostos. Manuel
Luís explica que têm um “reportó-
rio para festas de arraial, música por-
tuguesa bem variada e também o
pimba”. Depois, para outras ocasi-
ões, “têm ainda a música de baile, de
salão e ambiente”.
Antigamente, entre março e outu-
bro, o Grupo Musical FM tinha dois
a três concertos por mês. Agora, na
época de verão, há menos pedidos
“e as pessoas querem pagar menos”.
Para além desta faceta mais profi s-
sional – embora nenhum dos dois
viva exclusivamente da música –
este duo tem a particularidade de
estar disponível para fazer espetácu-
los de solidariedade, como tem vin-
do a fazer, em instituições como a
Santa Casa da Misericórdia e o CRIA.
A propósito da forma como o pú-
blico reage ao Grupo Musical FM,
Manuel Luís não consegue fazer
distinções: “Somos acarinhados de
igual forma, dentro e fora da região,
porque quando nos chamam para
atuar é porque já nos conhecem. Fa-
cilmente conquistamos as pessoas.”
Hália Costa Santos
Para além da Grande Fes-
ta Nacional de Cavaleiros de
Obstáculos (ver texto da pág.
12), organizada pela Alubox,
outras atividades desportivas
marcam presença nas Festas
de Abrantes 2012. No dia de
abertura das Festas, 14 de ju-
nho, a partir das 10h00, no
Aquapolis (margem norte),
vão realizar-se torneios de
futebol, voleibol e rugby de
praia.
A partir das 14h00, no Cen-
tro Histórico, decorrerá o
Grande Prémio Carrinhos de
Rolamentos, um dos eventos
com grande afl uência de par-
ticipantes e público. A orga-
nização é da Associação Ju-
venil “Abrangente” e os carri-
nhos podem ser de qualquer
formato e construídos em
qualquer tipo de material.
No dia 16, a manhã come-
ça com a realização do Fes-
tival de Canoagem, organi-
zado pela Casa do Povo de
Alvega. O objetivo é desa-
fi ar todos os participantes
à aventura aquática disfru-
tando das paisagens que la-
deiam o Rio Tejo, num per-
curso magnífi co, com início
na Marambana (Barragem
de Belver) e terminando na
Estação de Canoagem de
Alvega/ Mouriscas.
A partir das 15h00, no
Aquapolis norte, decorre a V
Águas Abertas, com organi-
zação da Associação de Na-
tação do Distrito de Santa-
rém, seguida, às 17h00, na
margem sul do Tejo, de uma
Caça ao Pato, uma atividade
com grande tradição no Ros-
sio ao Sul do Tejo. Todos os
anos são largados patos no
rio com o objetivo dos parti-
cipantes os apanharem.
Durante o dia, no Centro
Histórico, há lugar para adre-
nalina, com o Downhill Ur-
bano. A pedalar desde o Par-
que Radical (junto ao caste-
lo da Cidade) até ao Largo
do Chafariz, os concorren-
tes percorrem cerca de 1 km
descendo a toda a velocida-
de. Cruzam escadas, ruas ín-
gremes e becos estreitos do
Centro Histórico. Durante o
percurso estarão prepara-
dos alguns obstáculos dan-
do ainda mais espetaculari-
dade às manobras com bi-
cicletas todo o terreno. A
prova está aberta à partici-
pação de todos.
No dia 17, às 14h00, nos
Claustros do Convento de S.
Domingos, decorre um Tor-
neio de Xadrez, organiza-
do pelo Sporting Clube de
Abrantes. À mesma hora,
mas no Jardim da República,
realiza-se um Torneio de Sue-
ca, dinamizado pelo Núcleo
Sportinguista de Alferrarede.
As inscrições para as diver-
sas modalidades podem ser
feitas em www.desporto.cm-
abrantes.pt/
Música da região para todos os gostos
FESTAS DE ABRANTES
Atividades Desportivas
“O público de
Abrantes é o nosso
melhor público”
• Caça ao pato uma atividade já tradicional
jornaldeabrantes
JUNHO201214 ESPECIAL ABRANTES
O Oliva Pop é um espa-
ço intimista, de pura ani-
mação, que abriu recente-
mente portas na Quinta das
Sarnadas, em São Miguel
do Rio Torto. André Lopes,
o responsável pela quinta e
mentor deste projeto, expli-
ca que este novo espaço é o
cartão-de-visita para quem
procura uma casa que des-
de há vários anos se dedica
e centra o seu objetivo na
produção de azeites, os azei-
tes Ourogal. “O Oliva Pop é a
cara do nosso espaço, mas
é também uma forma de
potenciar o mesmo e trazer
novos públicos que se inte-
ressam pela cultura do azei-
te, bem como para um sim-
ples momento de lazer.”
A ideia nasceu no passado
mês de janeiro, mas só em
março é que o Oliva Pop re-
alizou o seu primeiro even-
to festivo, que por sua vez
trouxe uma nova dinâmica
à quinta. Uma dinâmica de
convívio, cultural, centrada
no estilo musical dos anos
70 e 80, mas também na
música atual. “Desde janeiro
para cá que temos promo-
vido festas, com um estilo
muito próprio, um retro atu-
al, que garante um bom am-
biente musical, para um pú-
blico muito específi co.”
O Oliva Pop é quase como
um clube privado, que não
assume o típico ambiente
noturno puro e duro, pois é
um espaço familiar, de ami-
gos, onde se desfruta de um
ambiente intimista. Segun-
do André Lopes, trata-se de
um ambiente centrado na
“troca de conhecimentos
onde se convive, se conver-
sa e se dança bastante”.
Dentro do Oliva Pop há vá-
rios espaços com diferentes
fi ns: um espaço de bar, um
espaço com uma pista de
dança, um espaço de des-
contração com vários sofás
e um espaço ao ar livre de-
dicado à restauração, com
uma comida tipicamente
portuguesa e mediterrânica.
“Comida muito simples, ca-
seira, que tem como ingre-
diente ‘mor’ o azeite da casa,
Ourogal. Uma comida con-
fecionada por mim ou por
alguns cozinheiros profi ssio-
nais que posso mais tarde a
vir convidar”, adianta André
Lopes. Este espaço de res-
tauração está aberto quan-
do há eventos ou quando
há um pré reserva. Os pre-
ços estão na média dos 20
euros, que já incluem a re-
serva do espaço.
Para além dos momentos
de lazer e festivos, onde a
boa comida se mistura com
a dança e o convívio, André
Lopes afi rma que este pode
ser um local de excelência
para palestras, jantares con-
ferência, festas de aniversá-
rios e para juntar grupos que
se dedicam à música, à cul-
tura, à literatura, ao desporto
enfi m a várias áreas.
O Oliva Pop é um espaço
que marca a diferença face
aos espaços noturnos da re-
gião, tem realizado eventos
duas a três vezes por mês.
André Lopes afi rma que “já
tem um público defi nido e
que pode ser bastante assí-
duo”.
Como objetivo futuro,
André Lopes adianta que
pretende intensifi car o pro-
jeto, divulgá-lo cada vez
mais através das redes so-
ciais e começar a levar por
diante a valência de janta-
res, onde as pessoas che-
gam, petiscam ou jantam
e fi cam para a noite, para
descansar e aproveitar um
momento musical, um mo-
mento de convívio e anima-
ção.
Joana Margarida Carvalho
Vários azeites portugueses conquistaram 13
medalhas - três delas de Ouro - no prestigiado
concurso Los Angeles International Extra Vir-
gin Olive Oil Competition 2012, que decor-
reu nos Estados Unidos. Na categorial ge-
ral, o azeite Cabeço das Nogueiras Pre-
mium (Ribatejo 2012, produzido pela
SAOV de Abrantes) conquistou a meda-
lha de ouro. Ainda este ano, este azeite
conquistou a medalha de prata na Oli-
ve Japan 2012 International Extra Virgin
Olive Oil Competition e a distinção de
“Grand Mention Award 2012 China Inter-
national Olive Oil Competition”.
No concurso de Los Angeles, as meda-
lhas de prata foram para as marcas Gallo
Colheita AO Luar (Ribatejo) e Torrejano
Medium (Ribatejo). Já o bronze foi atribu-
ído ao Gallo Grande Escolha.
Um fi m-de-semana soa-
lheiro, agradável para dar um
passeio. A opção é Abrantes,
conhecer a cidade fl orida e
tudo o que tem para oferecer.
Chegando a Abrantes, onde
fi car? Sozinho ou com ami-
gos, a Pousada da Juventude
é uma opção a ter em con-
ta. Existe há 12 anos e conta
com cerca de 9000 dormidas
por ano.
Quase sem nos aperceber-
mos, estamos em frente ao
que é um porto de abrigo. O
grande muro esbranquiçado
oculta a entrada do edifício
moderno e aprazível.
A Pousada da Juventude
de Abrantes recebe maiori-
tariamente “reservas de enti-
dades escolares, federações
desportivas e associações
culturais”, membros mais jo-
vens de instituições que visi-
tam a cidade, principalmen-
te com o intuito de partici-
par em eventos.
Ana Paula Vieira, respon-
sável pela Pousada, contou
ao JA que “também são fei-
tas várias reservas individu-
ais e as vantagens vêm com
o cartão de Pousadas Indivi-
dual (6 euros)”. No entanto,
os grupos também podem
adquirir o cartão de Pousa-
das de Grupo (37,50 euros)
em qualquer pousada da ju-
ventude.
Entre maio e setembro,
a taxa de ocupação é mais
elevada. Com disponibi-
lidade de receber até um
máximo de 70 pessoas, é
conveniente efetuar mar-
cação prévia, recorrendo
ao telefone ou à internet.
Com uma disponibilida-
de de 32 camas, a Pousada
da Juventude de Abrantes
possui vários quartos duplos
e tem, ainda, quartos com
quatro camas. Das janelas, o
olhar cai sobre a esplêndida
vista do vale do Tejo, circuns-
crito pelas suas duas pontes.
Este estabelecimento pro-
cura responder às mais va-
riadas necessidades dos
seus utentes, disponibilizan-
do serviços variados, como
cozinha de alberguista, re-
feitório, bar, lavandaria, sala
polivalente, estacionamen-
to, elevador, sala de conví-
vio, acesso à internet e zona
Wi-fi .
A cidade de Abrantes tem
um relevo acidentado que
difi culta a deslocação de pes-
soas de mobilidade reduzi-
da, uma vez que tem muitas
subidas e descidas. Porém,
na Pousada da Juventude de
Abrantes existe uma grande
preocupação em adaptar os
serviços a toda a gente: é um
edifício preparado para rece-
ber pessoas com mobilidade
condicionada.
Para além de nacionais, a
Pousada da Juventude tam-
bém recebe turistas estran-
geiros, nomeadamente es-
panhóis, franceses, alemães,
japoneses e austríacos.
Para aproveitar da melhor
forma a estadia, convém es-
tar atento às campanhas e
programas implementados,
pois oferecem múltiplos des-
contos e oportunidades para
quem quiser usufruir deste
serviço.
Mafalda Vitória
A Câmara de Abrantes vai
disponibilizar online, através
do site do município, uma
nova aplicação de Informa-
ção Geográfi ca, denomina-
da “Plantas de Localização”.
Trata-se de um instrumento
que permite obter, de for-
ma gratuita, um conjunto
de plantas que identifi cam
a localização de determi-
nada pretensão no âmbito
dos Instrumentos de Gestão
Territorial em vigor, como o
Plano Diretor Municipal ou
Plano de Urbanização. Es-
tes documentos podem ser
usados para fi ns diversos,
por exemplo na instrução de
processo de obras. A data da
disponibilização será anun-
ciada oportunamente
No intuito de contribuir
para a preservação e va-
lorização do património
construído, a Câmara de
Abrantes vai disponibilizar
6. 150 kg de cal às Juntas de
Freguesias, para se proce-
der à caiação de muros, ale-
gretes, fontanários e edifí-
cios do domínio municipal
de pequena dimensão. Tal
como em anos anteriores, os
particulares podem também
dirigir-se à Junta de Fregue-
sia da sua residência para re-
quisitarem a cal necessária
para procederem à caiação
dos seus espaços.
Os vinhos Casal da Coelheira já arrecadaram
mais distinções, desta vez na III Gala Vinhos
do Tejo. Uma medalha de prata para o vi-
nho Mytos 2009 e um prémio `Excelência
Vinhos do Tejo´ para o Centro Agrícola do
Tramagal (Casal da Coelheira).
Lá foraNo Decanter World Wine Awards o vinho
Mytos 2008 arrecadou a medalha de bron-
ze e no International Wine Challenge uma
medalha de prata foi atribuída ao vinho Ca-
sal da Coelheira Branco 2011 e o Casal da
Coelheira Rosé 2011 recebeu uma meda-
lha de bronze.
Azeites Ribatejanos premiados nos Estados Unidos
Abrantes mais branca
“Plantas de Localização” online
Casal da Coelheira soma e segue
OLIVA POP
Um espaço diferente, um espaço de lazer
Descansar em Abrantes
jornaldeabrantes
jornaldeabrantes
JUNHO2012
O município de Sardoal,
em reunião realizada em 23
de maio, aprovou por unani-
midade um “veemente pro-
testo“ junto da Autoridade
Nacional das Comunicações
(ANACOM), pelas inúmeras
situações anómalas, verifi -
cadas em todo o concelho,
desde que o sinal analógico
de televisão foi inativado,
com a consequente passa-
gem para a Televisão Digital
Terrestre (TDT). O municí-
pio exige que “sejam toma-
das pelos operadores, com
urgência, as medidas ade-
quadas para reposição da
normalidade”, consideran-
do que a situação “é injusta
e incompatível com a lei”.
Em comunicado, a autar-
quia explica que “são inú-
meras as queixas e reclama-
ções que se têm avoluma-
do, oriundas de munícipes
indignados pela situação e
pelos prejuízos causados,
tanto mais, que muitos de-
les, em tempo oportuno
adquiriram televisores com
tecnologia compatível para
o efeito ou aparelhos TDT
descodifi cadores”.
Segundo os responsáveis
autárquicos, “existem locali-
dades inteiras pertencentes
às freguesias de Sardoal, Al-
caravela, Valhascos e Santia-
go de Montalegre, onde o si-
nal de televisão praticamen-
te não existe e que noutras
localidades, o acesso ao si-
nal é insufi ciente e irregular,
funcionando em alguns ca-
sos, entre duas a quatro ho-
ras diárias, por vezes com in-
terferências e com más con-
dições de som e imagem.”
O concelho de Sardoal
é composto, em razoável
percentagem, por pesso-
as idosas e de fracos recur-
sos fi nanceiros, não tendo
qualquer possibilidade de
investimento nesse senti-
do. Por outro lado, algumas
dessas pessoas idosas vi-
vem em locais isolados,
com difi culdades de mobi-
lidade e de convívio social,
sendo a televisão a sua úni-
ca “companhia” e contacto
com o exterior.
Os moinhos de vento de En-
trevinhas, no Sardoal, já reabi-
litados, vão ganhar nova vida
e desfraldar suas velas, em ce-
rimónia pública, que será rea-
lizada em 9 de junho, a partir
das 15 horas. Nesta cerimó-
nia de apresentação dos tra-
balhos de requalifi cação, pro-
movida pela Junta de Fregue-
sia de Sardoal e pela Câmara
Municipal, vão estar presen-
tes diversos convidados e re-
presentantes de entidades
concelhias e regionais.
O evento foi integrado na
tradicional Festa de Santo An-
tónio, saindo o padroeiro da
aldeia em procissão para o
Largo dos Moinhos, seguida
de missa campal e leilão de
fogaças. Do programa cons-
tam ainda a atuação da Filar-
mónica União Sardoalense e
do Grupo de Concertinas da
Casa do Benfi ca de Vila de Rei,
assim como um convívio po-
pular com porco no espeto e
sardinha assada.
Deste núcleo de quatro
moinhos, um está preparado
para a moagem de trigo e ou-
tro de milho. Outra unidade
servirá para apoio (bar e cen-
tro de documentação) e a res-
tante funcionará como insta-
lação sanitária.
O projeto prevê uma articu-
lação e interação direta com
a Quinta do Vale do Armo
(vinhos), Cooperativa “Arteli-
nho” (pão, doçaria e linhos) e
a AMAE - Associação de Mo-
radores e Amigos de Entrevi-
nhas (apoio), numa perspeti-
va de roteiro integrado, tipo
“Rota do Pão”. O objetivo é a
promoção do meio rural, pre-
servação da paisagem e estí-
mulo à criatividade e desen-
volvimento. O roteiro terá fi ns
pedagógicos e culturais (de-
monstração de moagem, vi-
sitas de escolas, museu vivo),
fi ns lúdicos e de lazer (pi-
queniques, festas, etc.) e fi ns
desportivos e de saúde (pas-
seios pedestres, trilhos de
BTT, etc.)
Este projeto foi dinamiza-
do pela Junta de Freguesia
de Sardoal, em parceria com
o município, com enquadra-
mento da Associação TAGUS
no âmbito do PRODER, um
programa da União Europeia
para o desenvolvimento do
meio rural. Ascende a um cus-
to de 55 mil euros, sendo que
60% desta verba advirá dos
fundos comunitários e o res-
tante do orçamento da Junta
de Freguesia. Esta obra resul-
ta da continuidade de outro
projeto que foi concretizado
em 1999 (pelas mesmas en-
tidades). Na ocasião, todo o
espaço envolvente, que inclui
um miradouro, foi qualifi ca-
do e valorizado. O tempo não
poupou as estruturas em ma-
deira dos moinhos, desgas-
tando-as e envelhecendo-as,
pelo que agora foi necessário
proceder a nova recuperação,
a cargo do mestre Miguel No-
bre, reconhecido na constru-
ção e reabilitação destes en-
genhos.
16 REGIONAL
Camões volta a ser o mote
das festividades de Cons-
tância, nos dias 9 e 10 de ju-
nho. Com um programa di-
versifi cado, este ano Máximo
Ferreira, presidente da Câma-
ra Municipal, refere “que este
é um momento alto do con-
celho, uma tradição já antiga,
que se centra na evocação do
poeta e do seu patriotismo,
bem como de um grande en-
volvimento da população”.
O objetivo desta XVII edi-
ção é novamente homena-
gear Camões, a sua ligação
com Constância e assinalar
o Dia de Portugal. As ativida-
des arrancam dia 9 pelas 15
horas com a abertura da fes-
ta que vai ser abrilhantada
por um conjunto de jovens
que vão declamar poesia de
Camões.
Mais tarde vai atuar a Es-
cola de Música da Associa-
ção CICO, com música renas-
centista. Para o fi m deste dia
acontece o XIV Encontros do
Cantar Diferente com Pedro
Barroso, Rão Kyao e António
Chaínha. O dia termina com a
prova de orientação noturna,
que tem início às 23 horas no
Parque Ambiental de Santa
Margarida.
No segundo dia da festivi-
dade a Camões vai decorrer
mais uma edição da Feira de
Antiguidades e Velharias. Por
sua vez, na Casa Memória
do Poeta acontece um coló-
quio subordinado aos temas:
“Ilha de São Nicolau na Rota
da Deportação” e “Camões e
o Amor a Portugal”. Pelas 15
horas vão ser depositadas co-
roas de fl ores no monumen-
to de Camões e animação re-
gressa à vila Poema com as
crianças e os encarregados
de educação que vão recriar
um mercado quinhentista.
Crianças e docentes vão dan-
çar ao som da música renas-
centista e alguma animação
acrobática também é espe-
rada.
Os visitantes vão também
poder desfrutar de várias ex-
posições. A Antiga Cadeia re-
cebe a exposição Procissão
de Nossa Senhora da Boa Via-
gem – Passado e Presente, no
Posto de Turismo está paten-
te uma mostra de Artes De-
corativas de Conceição Cava-
leiro – Artes e Mimos da São e
na Casa Memória de Camões
a exposição de fotografi a “Re-
tratos da Festa”, uma mostra
sobre a festividade anual do
concelho da Nossa Senhora
da Boa Viagem.
Segundo Máximo Ferreira,
esta é uma festa não só dos
adultos mas muito das crian-
ças e dos jovens. “É, de facto,
muito bonito e comovedor
ver a maneira como os alu-
nos vestem a pele da época
quinhentista formando cor-
tejos, dançando e declaman-
do versos, num painel fantás-
tico que se enquadra numa
paisagem magnífi ca entre o
rio Tejo e o Zêzere.”
Joana Margarida Carvalho
17ª edição das Pomonas Camonianas
Moinhos de Entrevinhas reabilitadosganham nova vida
Sardoal protesta na ANACOM por anomalias na TDT
CONSTÂNCIA
Dia do Agrupamento de Escolas comemorado em Sardoal
O Dia do Agrupamento vai
ser celebrado no próximo
dia 6 de junho, quarta-feira,
na Escola Dra. Maria Judite
Serrão Andrade, em Sardo-
al, com atividades e espaços
para todas as idades e todos
os gostos. À semelhança dos
anos anteriores, a escola-se-
de do Agrupamento estará
aberta a toda a comunida-
de escolar, incluindo fami-
liares e amigos. Pretende-se,
neste dia, dar a conhecer o
trabalho realizado pelos alu-
nos ao longo do ano letivo
e estimular a o convívio en-
tre os vários membros desta
comunidade.
Das muitas atividades pre-
vistas, destacam-se ateliers
temáticos, palestras, espe-
táculos, concursos e exposi-
ções. As ações decorrerão a
partir das 9 horas da manhã
e terminarão em festa com
um arraial popular e uma
sardinhada coletiva, ao som
do conjunto musical “Street
Band”.
jornaldeabrantes
JUNHO2012 EDUCAÇÃO 17
O único Centro de Novas Oportu-nidades (CNO) que está a funcionar na região de Abrantes é o da Escola Secundária Dr. Solano de Abreu.
Isabel Pinheiro, a coordenado-
ra, explica que estão a receber
formandos de outros centros que
viram esta valência ser encerrada,
nomeadamente os da Câmara Mu-
nicipal de Mação, do Centro de For-
mação de Formação de Tomar e do
Nersant. O número de formandos
do CNO da Solano de Abreu tripli-
cou em três meses.
Apesar do aumento signifi cativo
do número de formandos, a equi-
pa do CNO da Solano de Abreu
mantém-se. Isabel Pinheiro expli-
ca que a nova realidade “implica
reorganização de equipa, pegar
em metodologias de trabalho di-
ferentes, pegar no trabalho que já
está feito e adaptá-lo à nossa ma-
neira de trabalhar”. Para além dis-
so, pode estar em causa a rapidez
de cada processo: “Se até aqui ti-
vemos um tempo de resposta rá-
pido, as pessoas inscrevem-se e
em dois ou três estão em proces-
so de Reconhecimento, Valida-
ção e Certifi cação de Competên-
cias (RVCC), neste momento temos
que alargar os prazos de resposta.”
Desde 2008, passaram já pelo
CNO da Solano de Abreu cerca de
1.000 pessoas. Quem se dirige ao
centro entra no processo de diag-
nóstico que vai ditar uma solução
de formação ou de validação de
competências. Por exemplo, os jo-
vens que não estão no sistema de
ensino, mas que também não têm
experiência profi ssional, são enca-
minhados para cursos de forma-
ção, nomeadamente cursos de Edu-
cação e Formação de Adultos (de
dupla certifi cação, com habilitação
escolar e certifi cação profi ssional).
Quando existe experiência profi s-
sional, a equipa trabalha no pro-
cesso de RVCC com vista a obter o
equivalente ao 9º ou ao 12º ano de
escolaridade.
Isabel Pinheiro explica que rece-
bem pessoas em situação de de-
semprego, até porque são obriga-
das a inscrever-se, mas também
pessoas que estão empregadas e
que pretendem ter novas habilita-
ções académicas. Esta diversidade
de públicos, assim como o acompa-
nhamento individual, faz com que a
equipa tenha que ter uma grande
fl exibilidade em termos de horários,
para poder responder às diferentes
necessidades. Há pessoas que le-
vam anos e outras que concluem
o processo muito rapidamente, em
cerca de seis meses. Depende do
envolvimento de cada formando.
“Os que estão muito motivados é
porque têm a promessa de um em-
prego ou de uma promoção.”
O processo do RVCC começa com
sessões de grupos em que se expli-
ca como é que os candidatos pode-
rão obter o diploma. “Dizemos às
pessoas o que queremos que eles
nos mostrem. Há um referencial
que diz que para se ter o equivalen-
te ao 9º ano tem que se ter deter-
minadas competências e que para
se ter o equivalente ao 12º ano ano
tem que se ter outras competências.
Essas competências são evidencia-
das na sua história de vida. A pessoa
tem que nos dizer o que é que já fez,
tem que escrever uma autobiogra-
fi a. É o primeiro passo para que nós
possamos confrontar com o refe-
rencial.” - conta a cooordenadora do
CNO da Solano de Abreu.
É a partir da história de vida que se
vai questionar os aspetos que leva-
rão ao reconhecimento das compe-
tências. Mas nem sempre este pri-
meiro passo é fácil. Isabel Pinheiro
explica porquê: “Neste momento,
a maior parte das pessoas que nos
chegam não tem competências ao
nível das Tecnologias da Informa-
ção e Comunicação (TIC) e a pri-
meira coisa que têm que fazer é um
módulo de formação nesta área,
porque a história de vida tem que
ser feita e apresentada em suporte
digital. Tínhamos uma parceria com
o Centro de Formação Profi ssional
de Tomar, iniciávamos o grupo e
eles enviavam o formador para dar
o módulo na Escola. Mas até isto es-
tão a acabar. Toda a formação mo-
dular, ao nível do IFP, foi cancelada e
isto levanta-nos um grande proble-
ma, porque não temos como for-
mar as pessoas.”
HCS
Escola Solano de Abreu mantém
Centro de Novas Oportunidades
Foi há cerca de um ano que
o The Learning Spot abriu
portas e, desde então, o úni-
co objetivo centra-se no en-
sino de várias línguas, nome-
adamente do inglês. Dalila
Ferreira, Cathy Ramos e Irene
Pereira foram as mentoras do
projeto. As três professoras
de inglês sentiram que a Es-
cola sediada no Edifício São
Domingos podia representar
uma mais-valia para o com-
plemento do ensino regular
e garantir uma aprendiza-
gem mais profunda. “Decidi-
mos ter uma Escola nossa, à
nossa maneira, com todos os
requisitos para uma aprendi-
zagem de qualidade. Já era-
mos professoras na região,
logo conhecíamos muito
bem os alunos e foi fácil op-
tar por este projeto”, explica
Cathy Ramos.
Os cursos do The Learning
Spot centram-se sobretudo
no inglês, mas também no
ensino do francês, alemão e
até do português. São línguas
para aprender e aprofundar
conhecimentos nesta Escola.
Para além destes cursos, se-
gundo Dalila Ferreira, há ain-
da outros serviços prestados,
como a ocupação de tempos
livres para crianças dos qua-
tro aos 12 anos com uma ani-
madora cultural que, já nes-
tas férias de verão, vai garantir
atividades centradas na músi-
ca, nas artes plásticas, na reali-
zação de jogos pedagógicos,
entre outras iniciativas. Tam-
bém a Escola promove diver-
sos workshops de linguagem
gestual, de primeiros socor-
ros, de bateria, do novo acor-
do ortográfi co, bem como,
explicações do 1º ao 12ºano e
estudo acompanhado.
Não são apenas as crianças
que procuram o The Learning
Spot. Os adultos também re-
correm a este espaço para
fi ns curriculares ou apenas
para enriquecimento da for-
mação. “Temos aqui alguns
alunos que viajam imenso
ou que pretendem emigrar e,
assim, sentem a necessidade
de comunicar bem outras lín-
guas. No que diz respeito ao
inglês há uma grande procu-
ra”, conta Cathy Ramos.
Tal como no ensino regular,
esta Escola de Línguas tem
vários níveis a superar, diver-
sas exigências e os exames
da Universidade Cambrid-
ge, que proporcionam uma
certifi cação do domínio da
língua inglesa, reconhecida
mundialmente.
Neste primeiro ano as pro-
fessoras responsáveis pela
Escola fazem um balanço
bastante positivo do traba-
lho desenvolvido: para já,
cerca de 180 alunos.
Durante três dias, até ao dia
1 de junho, o The Learning
Spot esteve em festa de ani-
versário, um momento dedi-
cado aos alunos com a reali-
zação de um jardim que con-
tou com várias fl ores feitas
pelos mesmos, com expres-
sões em inglês.
Joana Margarida Carvalho
O recanto das línguas
• Isabel Pinheiro: “A maior parte das pessoas não tem competên-cias ao nível das TIC”
O processo de
reconhecimento
de competências
começa com uma
autobiografi a
THE LEARNING SPOT
• As três sócias do Learning Spot que também são as professoras de inglês
jornaldeabrantes
JUNHO201218 EDUCAÇÃO
Há dez anos que o Institu-
to de Línguas do Centro en-
sina várias crianças, jovens e
adultos da região. O projeto
iniciou-se em 2001 no cen-
tro histórico, na antiga Lon-
don School, com apenas 84
alunos, pelas mãos de Filo-
mena Pereira e Helena Alco-
bia, duas professoras de in-
glês. Hoje o Instituto de Lín-
guas já está localizado junto
à Escola Dr. Manuel Fernan-
des e as duas mentoras do
projeto continuam a traba-
lhar para assegurar o ensino
a cerca de 400 alunos.
O Instituto garante vários
cursos desde o espanhol, ao
inglês, francês e uma novi-
dade recente, um curso de
mandarim. “Vamos ter uma
professora chinesa a lecio-
nar, que não foi fácil encon-
trar. Já há alguns anos que a
TAGUS Valley nos tinha soli-
citado este curso e fi nalmen-
te conseguimos. Alguns em-
presários e pessoas a título
particular já se mostraram
interessadas”, explicou Hele-
na Alcobia.
Do 2º ao 12º ano, o Institu-
to garante os mais diversifi -
cados cursos, com vários ní-
veis e diferentes difi culdades
a superar, nomeadamente
os exames da Cambridge,
que facultam ao aluno a cer-
tifi cação em qualquer país,
do domínio da língua ingle-
sa. Filomena Pereira adianta
que “estes cursos são mui-
to importantes para a for-
mação curricular de qual-
quer aluno e profi ssional, e
cada vez mais sentimos que
há uma preocupação com o
domínio de várias línguas.
Agora, com a crise que se faz
sentir, a necessidade de emi-
grar é uma constante e as
pessoas procuram primeira-
mente dominar a língua do
país para onde vão e assim
a opção pelo Instituto tem
sido uma mais-valia.”
Segundo Helena Alcobia,
ainda hoje os alunos têm al-
gumas difi culdades no do-
mínio de algumas línguas,
nomeadamente no inglês.
“Eu chamo-lhes as “vítimas
do sistema” pois vão passan-
do de ano para ano, com sé-
rias difi culdades, e quando
chegam aqui, nós damos o
tudo por tudo com eles, des-
de cursos intensivos, apoio
pedagógico, há uma gran-
de dedicação da nossa par-
te que resulta em verdadei-
ros casos de sucesso: saem
daqui com um certifi cado da
Cambridge e passam na dis-
ciplina no ensino regular.”
Um dos principais objeti-
vos do Instituto é acompa-
nhar a evolução tecnológica.
As professoras responsáveis
pelo espaço contam que
quando se começou a falar
de quadros interativos ins-
talaram logo estes quadros
nas salas de aula. “Temos au-
las interativas, como tam-
bém no que diz respeito aos
manuais e materiais temos
tudo o que é mais recente
e apelativo”. Ao longo des-
tes dez anos, Filomena Perei-
ra diz que o que é mais gra-
tifi cante é ensinar os alunos
e vê-los a vingar nas suas vi-
das profi ssionais. “Ao fi m de
anos recebemos emails ou
cartas de agradecimento de
alunos que passaram por
aqui e que hoje estão mui-
to bem. Temos testemunho
escrito e isso é muito grati-
fi cante.”
No próximo dia 30 de ju-
nho o Instituto assinala o
seu aniversário no Cinetea-
tro São Pedro, em Abrantes
,a partir das 15 horas, com
uma mostra das diversas
competências e valores ar-
tísticos que os alunos reú-
nem, desde a dança ao tea-
tro e à música. Também vai
subir a palco um grupo de
teatro britânico denomina-
do Have a Long Theatre que,
segundo as professoras, ga-
rante um “excelente trabalho
teatral, de grande interação
com o público”.
Joana Margarida Carvalho
INSTITUTO DE LÍNGUAS DO CENTRO
Um espaço de formação e de aprendizagem constante
• Instituto de Línguas do Centro vai comemorar dez anos
As turmas dos 2º e 3º ciclos
do Programa Integrado de
Educação e Formação (PIEF)
da escola secundária Dr.
Manuel Fernandes concorre-
ram a um concurso interna-
cional designado “Onisep –
Agefa PME”, cujo objetivo era
promover um produto regio-
nal de forma original e criativa.
“As Tigeladas de Rio de Moi-
nhos” foi o tema da turma
do 2º ciclo, que conquis-
tou o 5º lugar a nível eu-
ropeu e valeu aos autores
uma viagem à capital fran-
cesa que vai acontecer en-
tre 27 de junho e 2 de julho.
O trabalho dos dez alunos
que compõem esta turma
pode ser visto no site http://
tigeladas.blogspot.pt, que
descreve o historial das ti-
geladas de Abrantes e mos-
tra o seu fabrico artesanal,
o que torna este doce num
produto gastronómico de
excelência do concelho.
A turma do 3º ciclo con-
correu com o tema “o rio
Tejo”, trabalho que está ex-
posto no endereço http://
o r i o t e j o . b l o g s p o t . p t .
Esta distinção “é o reconhe-
cimento de um trabalho re-
pleto de qualidade, resultan-
te de um grande esforço de
todos os alunos e professo-
res”, salienta um comunica-
do da equipa técnico-peda-
gógica das turmas do PIEF de
Abrantes, para quem é um
“orgulho em ver os alunos, a
escola e a região representa-
dos em Paris com um prémio
europeu”.
PIEF ganha concurso internacional
“Ao nível do que era pre-
visto pela Carta Educativa,
temos concluídos os cen-
tros escolares da Chainça,
Pego e Rossio, que foram os
três da primeira fase. A esco-
la do Carvalhal também já
foi requalifi cada. Também
estão já em funcionamen-
to os centros escolares de
Bemposta, Rio de Moinhos,
Tramagal e Alferrarede. Te-
mos a perspetiva de cons-
truir um novo centro escolar
em Abrantes, porque tan-
to a escola de Alferrarede
como a António Torrado
não chegam para a procura
que existe na cidade. Sabía-
mos que alunos das escolas
da Bemposta, de Rio de Moi-
nhos e da Bemposta vinham
para a cidade para ter condi-
ções. Vamos aguardar para
ver como é que os alunos se
encaixam com estes novos
centros escolares. Sabemos
que as escolas nº 2 e a es-
cola dos Quinchosos estão
com debilidades grandes.
Neste momento a escola
de Concavada mantém-se
porque ainda não está den-
tro dos parâmetros que o
Governo exige para a trans-
ferência desses alunos para
uma escola maior. A escola
de Alvega está a funcionar
na antiga escola Fernando
Loureiro, com pré-escolar
e 1º ciclo. É nossa intenção
fazer um centro escolar nes-
sa mesma escola para Con-
cavada e Alvega. Como é
uma escola com um po-
tencial imenso, demasia-
do grande para ser só cen-
tro escolar, queremos que
possa ter um lar em contí-
guo, porque também é um
expetativa da comunidade.
Parece-nos muito positivo
juntar estas duas valências.
Mouriscas tem um núme-
ro signifi cativo de alunos,
que também tem algumas
debilidades, mas vamos es-
tudar as dinâmicas das po-
pulações para depois fa-
zermos uma proposta.
Ao nível do 2º, 3º ciclo e
secundário, a reabilitação
Escola D. Miguel de Almeida
está concluída e a Escola Dr.
Solano de Abreu também.
A escola Dr. Manuel Fernan-
des está com um proble-
ma, porque a segunda fase
da obra foi suspensa. Que-
remos crer que dentro de
pouco tempo deixa de ser
um problema, até porque
há uma disparidade muito
grande entre a parte nova e
a outra, onde chove lá den-
tro. Depois há ainda a Es-
cola Profi ssional e Rural de
Abrantes, que tem feito um
percurso notável desde há
20 e que traz valor para a
economia local, porque jo-
vens que se formaram lá
estabeleceram-se na região
com projetos empresariais
muito importantes.
Quanto à Escola Superior
de Tecnologia de Abrantes
(ESTA), no próximo ano leti-
vo as aulas teórico práticas,
nomeadamente do cur-
so de Tecnologias da Infor-
mação e da Comunicação
e de Engenharia Mecânica,
já vão poder funcionar no
edifício Milho. Vamos man-
ter o edifício sede com a
parte administrativa e algu-
mas aulas, dos outros dois
cursos (Comunicação So-
cial e Vídeo e Cinema Do-
cumental). Já estamos a
trabalhar para que rapida-
mente mais laboratórios da
ESTA se instalem no Tecno-
polo. É claro que seria van-
tajoso estar tudo junto, mas
neste momento a opção
não passa pela construção
da nova escola, um investi-
mento de 10 milhões, pois
não existem condições fi -
nanceiras para assumirmos
este encargo. Entendemos
que desta maneira vamos
ter a ESTA a funcionar em
boas condições e se conse-
guirmos conciliar um bom
meio transporte vamos ter
um projeto ganhador.”
Discurso direto de Maria do Céu Albuquerque, presidente da Câmara de Abrantes
Promoção de educação ao nível da excelência
• Inauguração do Centro Escolar de Bemposta
• Alunos do PIEF a cantar a música das tigeladas
jornaldeabrantes
O ´Barquinha é Arte’ é o evento que este ano engloba as celebrações anuais da Barquinha (7 a 10 de ju-nho) mas também um programa que culmina apenas dia 6 de julho, com a inauguração do Parque de Escultura Contemporânea Almou-rol (PECA), cerimónia presidida pelo Presidente da República, Cavaco Silva.
Mas os nomes mais importan-
tes do PECA estão espalhados pela
vasta mancha verde de sete hec-
tares, idealizada pelos arquitetos
paisagistas Hipólito Bettencourt e
Joana Sena Rego, que conquistou o
Prémio Nacional de Arquitetura Pai-
sagista 2007, na categoria “Espaços
Exteriores de Uso Público”. Um local
privilegiado para a arte de Alberto
Carneiro, Ângela Ferreira, Carlos No-
gueira, Cristina Ataíde, Fernanda
Fragateiro, Joana Vasconcelos, José
Pedro Croft, Pedro Cabrita Reis, Rui
Chafes, Xana e Zulmiro de Carvalho.
Os artistas escolheram os locais
onde instalar as suas peças o que
foi feito paulatinamente, com a pre-
sença dos mesmos, em Vila Nova da
Barquinha. Já é possível admirar e
observar os trabalhos destes onze
artistas apesar de a inauguração ser
feita apenas dia 6 de julho.
O Jornal de Abrantes esteve pre-
sente no dia em que Alberto Car-
neiro, 74 anos, nome incontornável
da escultura portuguesa, fi nalizou a
instalação da sua escultura. O traba-
lho do artista pauta-se por uma “re-
fl exão sobre a natureza”, algo que
é transversal a toda a sua carreira
e trabalho académico. A sua escul-
tura para o PECA tem por título ‘So-
bre a fl oresta’ e é composta por 33
elementos verticais em granito e
bronze e que na sua base têm pala-
vras inscritas que o visitante poderá
descobrir, interagindo com a escul-
tura, entrando nela.
O autor da escultura ‘Sobre a Flo-
resta’ é símbolo do início – anos 60
- da linha temporal que se criou ao
incluir estes onze artistas. Sobre as
restantes esculturas podem escre-
ver-se muitas palavras, sempre in-
sufi cientes pois uma visita ao PECA
é o melhor modo para as conhecer.
Ainda assim realce para certas ca-
racterísticas das esculturas como a
de Ângela Ferreira com ‘Rega’, um
pivot de rega metálico de 12m x
2m e que “pode ser ativado como
um brinquedo no espaço público
com objetivo de trabalhar a metá-
fora possível criada pela imagem
de crianças a brincar nos baloiços,
como foco de irrigação”, explica a
artista. Carlos Nogueira imaginou
uma ‘Casa Quadrada com Árvore
Dentro’. Uma das árvores do Parque
Ribeirinho envolta num quadrado
de betão branco, que pode e deve
ser visitada, por dentro e por fora.
Cristina Ataíde criou ‘Rotter, 2010’,
Fernanda Fragateiro ‘Concrete
Poem’, José Pedro Croft as suas es-
telas ‘S/Titulo 2012’, Rui Chafes ‘Con-
tramundo’, Xana a ‘Casa do Céu’ e
Zulmiro de Carvalho a ‘Linha da
terra e do rio’. Já Pedro Cabrita Reis
inspirou-se na memória do castelo
vizinho, Almourol, para uma escul-
tura de 3m de altura com um peso
de 18 toneladas em granito ama-
relo descrevendo-a como “nature-
za abstrata e concetualizante”. Uma
das peças mais aguardadas era a de
Joana Vasconcelos e a espera valeu
a pena. A artista nascida em Paris,
faz uma alusão ao Palácio de Versa-
lhes em França, com ‘Trianons’.
Estruturas acrílicas com fi tas (plás-
ticas) translucidas «Inspirada nas
pérgulas, coretos e caramanchões,
é um local acolhedor onde as pes-
soas podem descansar durante o
seu passeio no jardim. É um encon-
tro entre as luxuosas estruturas de
pedra como há em Versalhes e as
de ferro como há em Portugal”.
O PECA é um museu ao ar livre,
aberto a todos na Barquinha, que
é arte.
Ricardo Alves
Barquinha é Arte
Especial
Vila Nova da Barquinha
Após vários anos de planeamento, o premiado Parque Ribeirinho já recebeu os seus ilustres
novos inquilinos. Onze esculturas saídas da arte de onze dos artistas maiores da
escultura portuguesa, dos anos 60 até aos dias de hoje.
• Alberto Carneiro durante a instalação de uma peça
jornaldeabrantes
JUNHO201120 ESPECIAL BARQUINHA
RICARDO ALVES
Miguel Pombeiro, presidente da Câ-mara Municipal de Vila Nova da Bar-quinha (VNB) vê a sua terra entrar numa nova realidade. Depois do planeamento a fase das concretiza-ções. Em 2012 as inaugurações do Centro Integrado de Educação em Ciência, projeto ímpar a nível nacio-nal, do novo parque escolar, e dia 6 de julho do Parque de Escultura Contemporânea Almourol (PECA), em plena crise internacional, são fruto do planeamento e estratégia de muitos anos. É o último manda-to de Miguel Pombeiro à frente da autarquia.
Numa entrevista em 2003, disse que não gostava muito de plane-ar a sua vida pessoal. Como líder do executivo não será assim?
Há uma grande distinção entre a
vida pessoal e profi ssional. Na ati-
vidade autárquica o planeamento
é sem dúvida a grande arma para
conseguirmos alguns projetos de
maior impacto a nível local. VNB,
tem pouca capacidade de inves-
timento, o que se faz de relevante
é com fundos comunitários. Entre
o planear e o estar feito, num pro-
jeto de dimensão, são cinco, seis
anos. Por exemplo, o parque indus-
trial junto ao nó da A23 e do IC3, co-
meçou a ser pensado em 1998 e a
fi nalizar-se em 2006, ou o Parque
Almourol em 1999, com as grandes
realizações em 2005. Os acessos e
envolvente do castelo, os acessos
ao rio só em 2003, 2004, 2005. Há
aqui um grande deferimento entre
o pensar e o estar feito, “só com pro-
jetos devidamente estruturados e
fundamentados se pode fazer algo
de relevante”.
No Centro de Ciência Viva, a parceria com a Universidade de Aveiro (UA) vem nessa linha?
Foi claramente o elemento que
propiciou a que marcássemos a
diferença. Não queríamos a con-
centração apenas por um moti-
vo economicista, antes uma for-
ma que viabilizasse uma escola di-
ferente no seu projeto educativo e
tivesse como pilar central o ensino
experimental, uma escola de exce-
lência e virada para a comunidade.
Defi nindo estes quatro objectivos
tentámos juntar o excelente gabi-
nete de arquitectura, de Manuel Ai-
res Mateus com as pessoas que na
altura melhor pensavam a escola, o
departamento didático e de tecno-
logias educativas da UA. Temos um
espaço formal de educação a que
se junta um não-formal, aquilo que
em regra as pessoas identifi cam
como centros de ambiente e ciên-
cia viva mas que aqui está junto a
uma escola, e possibilita que todo o
programa escolar faça pontes para
o espaço não formal. É essencial ha-
ver parcerias externas, que estudem
os assuntos e nos ajudem a estrutu-
rar os nossos projetos.
Como é o caso da parceria com a EDP no Parque de Esculturas de Arte Contemporânea (PECA)?
Foi outro tipo de parceria. O par-
que é inaugurado em 2005 e tive-
mos logo a noção que era impor-
tante dar-lhe mais conteúdos. Havia
várias hipóteses mas optámos cla-
ramente em ter a arte pública como
elemento de âncora para qualifi car-
mos este território e dar refl exo eco-
nómico à vila através das dezenas
de milhar de visitantes anuais do
castelo de Almourol, que nem têm
noção que estão em VNB ou sequer
passam por algum aglomerado ur-
bano da sede do concelho. Criar um
pólo que tivesse atividade sufi ciente
para que quem visita o castelo pos-
sa visitar o PECA e vice-versa. A par-
tir daí englobámos este objectivo
numa estratégia de regeneração ur-
bana da sede de concelho, com um
conjunto de investimentos que são
complementares ao PECA. A parce-
ria com a EDP permite qualifi car ain-
da mais esta intervenção cultural e
permite-nos dizer que pela primeira
vez em Portugal, num mesmo local,
vamos ter aquilo que de mais repre-
sentativo existe em termos da es-
cultura contemporânea portugue-
sa desde os anos 60 até hoje.
Este é um projeto com um inves-timento avultado, qual é a parti-cipação da Câmara?
A Câmara só realiza este projeto
porque ele é comparticipado em
80% pelos fundos comunitários,
no âmbito da regeneração urbana,
e ainda com comparticipação da
fundação EDP. Portanto, por pouco
mais de 100 mil euros conseguimos
ter aqui um património relevante.
Conseguimos fi nanciamento para
uma residência temporária de artis-
tas, recuperar um edifício que esta-
va em ruínas e em perigo, junto ao
auditório, e que vai servir de apoio
ao PECA, requalifi carmos por com-
pleto o Centro Cultural e criar um
posto de turismo, renovar o audi-
tório, a biblioteca, o antigo edifício
da Câmara, ter uma rede wireless
no parque com outra qualidade, ou
seja, um conjunto de mais sete ou
oito intervenções englobadas no
mesmo bolo, senão não seria possí-
vel. É um projeto em que o esforço
da autarquia não é relevante.
Mas o arrojo levanta críticas, como o explica a essas vozes?
Sabemos que não é fácil, que se
vai assimilando mas quanto mais
eventos e mais possibilidades as
pessoas tiverem de contatar com
a arte contemporânea mais perce-
berão este projeto. Não tenho dúvi-
das que ao gastar 150 mil euros em
betuminoso, ou numa recarga de
uma estrada, não haverá a mínima
polémica! O ganho neste projeto é
muito superior a isso, não é mensu-
rável no dia, semana, mês, ano a se-
guir. Será daqui a quatro, oito anos,
com certeza. Viabilizará algum co-
mércio na localidade, a recuperação
de alguns imóveis - que nos preocu-
pa – e um processo de alteração de
mentalidades. Poderá viabilizar um
investimento na área do alojamen-
to turístico que tanta falta faz no
nosso concelho. Estou completa-
mente empenhado e certo da bon-
dade estratégica destes investimen-
tos, tendo a noção de que não são
consensuais.
Tem repetido que privilegia a qualidade de vida, é isso que sempre procurou para a Barqui-nha?
Eu quero que os meus fi lhos te-
nham orgulho da terra onde vivem.
Quando surgiram algumas urbani-
zações, no Alto da fonte e na Tor-
rinha, que estavam de alguma for-
ma a mudar a que se tinha do con-
celho, diziam “isto qualquer dia é
uma cidade!”. E eu costumava ba-
ter na madeira pois se alguma vez
for uma cidade é porque isto des-
cambou completamente. O cresci-
mento não é nunca um fi m em si
mesmo, tem de ser apenas para dar
sustentabilidade à existência de al-
guns serviços e produtos. Esta ideia
de querermos ser apenas e só uma
vila tem toda uma lógica: termos
um excelente rácio por habitante
com espaço verde, uma boa qua-
lidade de espaço público e termos
uma oferta escolar de qualidade.
O parque industrial sofreu com a crise?
Um parque como aquele que foi
feito não é para ser comercializado
nos primeiros dois ou três anos. Há
uma lógica de gestão de uma área
de localização empresarial, isto é,
envolver os empresários na própria
gestão do espaço. Quando hou-
ver massa crítica no espaço há um
projeto desenvolvido, um lote para
serviços, com espaço para serviços
bancários, correios, restauração,
cafetaria, duas salas para formação,
um pequeno auditório, e espaços
“Quero que os meus fi lhos tenham orgulho da terra onde vivem”
MIGUEL POMBEIRO, PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE VILA NOVA DA BARQUINHA
jornaldeabrantes
JUNHO2011 ESPECIAL BARQUINHA 21
Ainda se recorda dos primeiros
dias na liderança do executivo, ele
que aos 19 anos foi eleito para a
Assembleia de Freguesia de Vila
Nova da Barquinha (VNB), sendo
depois vereador da Câmara e che-
gando a presidente em dezembro
de 1997. “Não foi novidade. Já ha-
via sido vereador e apesar da ida-
de foi com naturalidade que os
próprios serviços e as pessoas me
receberam”. Saiu da Faculdade de
Coimbra e foi quase diretamen-
te para a presidência. Em fi m de
mandato o futuro é uma incógni-
ta. “Penso seguramente na advo-
cacia. Em 2011 terminei uma pós-
graduação, de direito do urbanis-
mo, ordenamento do território,
ambiente, pelo CEDOUA (Centro
de Estudos de Direito do Ordena-
mento, do Urbanismo e do Am-
biente), é uma área na qual quero
vir a trabalhar para me sentir com-
pletamente realizado”. Esse desejo
não invalida a realização que sente
por ter enveredado pela política,
“aquilo que fi z realiza-me comple-
tamente, isto não é uma comissão
de serviço que estou a fazer, es-
tou a intervir e a gerir um território
que me diz muito, que o meu pai
adorava, onde os meus avós vive-
ram, onde tenho as minhas raízes”.
Filho de uma professora e de um
médico, casado, tem uma fi lha (11
anos) e um fi lho (12 anos). Miguel
Pombeiro provém de uma linha-
gem de políticos, especifi camen-
te presidentes de Câmara, o avô
e o pai. Os amigos dizem que em
miúdo, com 12 anos, fi cava a ler o
jornal na cadeira enquanto os ou-
tros brincavam na piscina. “Sem-
pre tive interesse pela política des-
de relativamente cedo”.
Rumores desmentidos
A cerca de ano e meio das eleições
autárquicas, em 2013, o presidente
de VNB ainda não sabe para onde
vai, “só sei para onde não vou”, afi r-
mação proferida quando confron-
tado com os rumores de que po-
deria estar na calha uma candida-
tura ao entroncamento, concelho
vizinho da Barquinha. “Não faço
a esta distância qualquer planea-
mento, mas não me parece. Ape-
sar de a prudência dizer que não se
deva utilizar a palavra nunca, esses
rumores não fazem qualquer sen-
tido. É um privilégio poder atuar
num território, mas estas transfe-
rências quase como no defeso do
mercado futebolístico, tenho mui-
tas dúvidas que sejam bem aceites
pela população. De fato julgo que
isso não tem qualquer fundamen-
to. Tem de haver uma identidade, a
transferência pura de um concelho
para o outro não me atrai e não jul-
go que isso vá acontecer”
Portista, os U2 e jornais antigos
Para muitos um defeito, para
outros uma virtude. Pombeiro é
adepto do Futebol Clube do Por-
to, “bendita hora em que me in-
fl uenciaram nesse sentido (risos).
Têm sido tantas as vitórias que te-
nho muito carinho por quem me
infl uenciou (risos)”. Em termos mu-
sicais tem um gosto variado mas
destaca dois: U2 e Rodrigo Leão.
Gosta de ler jornais e coleccioná-
los, “por vezes é interessante ler o
que se escreveu e previu sabendo
hoje o que aconteceu”.
Da Barquinha, a sua terra, diz ser
“a junção de elementos puramen-
te populares com outros elemen-
tos com os quais não estamos ha-
bituados ou não somos confronta-
dos. Parece-me uma junção muito
interessante e democrática”.
O projeto foi desenhado por
Manuel Aires Mateus e estruturado
pela Universidade de Aveiro. A au-
tarquia quer a comunidade integra-
da. Trata-se de um salto qualitativo
na educação com aposta na inova-
ção e curiosidade das crianças.
A Escola Ciência Viva é uma escola
que integra no mesmo espaço um
centro de ciência, num conceito
pioneiro em Portugal. Este projeto
junta às condições excecionais do
moderno estabelecimento à exis-
tência de um espaço dedicado à
ciência - Centro Integrado de Edu-
cação em Ciências (CIEC) - que tem
como público-alvo as crianças. Fun-
ciona no seio da escola, podendo
ser utilizado pela comunidade nos
períodos não letivos. Com uma di-
reção qualifi cada, vai proporcionar
formação contínua de professores,
apostando na simbiose entre a es-
cola, a comunidade e a ciência.
O ano letivo 2011/2012 iniciou-se
já na nova Escola Ciência Viva rece-
bendo as crianças das escolas do
1ºCEB de Atalaia, Cardal, Tancos,
Moita do Norte n.º1 e n.º2, entre-
tanto desativadas. No CIEC promo-
ve-se a integração entre atividades
de educação formal de ciências de-
senvolvidas fundamentalmente no
laboratório de ciências, com as de
cariz não formal realizadas pelas
crianças no Centro de Ciência. Des-
ta forma alimenta-se o gosto pelas
ciências desde os primeiros anos,
através da realização de atividades
experimentais diversifi cadas com
vista à promoção de uma cultura
científi ca de base.
Arquitetura inovadora
A Escola Ciência Viva foi construída
nos terrenos do antigo Campo de
Futebol de Vila Nova da Barqui-
nha (VNB). O edifício foi projeta-
do pelo conceituado arquiteto Ai-
res Mateus e fi nanciado pelos fun-
dos comunitários. Trata-se de um
investimento de cerca de quatro
milhões de euros e tem capacida-
de para 300 alunos. Signifi ca uma
melhoria qualitativa, quer em ter-
mos de instalações, quer em ter-
mos de práticas pedagógicas, para
os alunos do 1.º Ciclo. Este equipa-
mento contempla, para além das
suas atividades curriculares, outras
valências para a comunidade, com
a criação de um Centro de Ciência e
uso de alguns espaços de forma au-
tónoma. Esta caraterística levou à
criação de acessibilidades pelo ex-
terior às zonas abertas ao público
(ex. CIEC, biblioteca infantil, campo
de futebol sintético, parque de des-
portos radicais), criando um limite
que “protegerá” as áreas letivas, que
se organizam por anos de escolari-
dade na zona central do edifício.
Centro Integrado de Educação em Ciências
O projeto CIEC corporiza-se na
criação de um espaço de educa-
ção não formal de ciências dentro
de uma instituição formal, no caso
particular dentro de uma escola do
1º Ciclo do Ensino Básico, a Escola
Ciência Viva. Trata-se de uma inova-
dora perspetiva de organização da
educação em ciências, integrando
o formal e não formal. O CIEC visa
promover a integração das apren-
dizagens desenvolvidas em con-
texto formal, não formal e informal.
O espaço de educação não formal
de ciências é constituído por seis
salas com módulos, dispositivos,
maquetas e equipamentos que,
pela sua dimensão, especifi cidade,
investimento, não se adequam a
uma sala de aula ou laboratório. De
acordo com a natureza não formal
das suas atividades visa, essencial-
mente, a sensibilização para a cul-
tura científi ca, a remoção de even-
tuais bloqueios “anticientífi cos” e
o estímulo das atitudes e dos pro-
cessos da ciência, em particular a
curiosidade e o espírito crítico in-
fantil
Biblioteca Infantil
No dia 2 de Março abriu ao pú-
blico a Biblioteca Infantil de VNB, a
funcionar nas instalações do Cen-
tro Escolar do 1.º Ciclo. Este espa-
ço, destinado aos mais novos, terá
um horário de funcionamento para
o público em geral, às sextas-fei-
ras das 17h30 às 19h00 e aos sába-
dos das 14h30 às 18h00, com ser-
viços de consulta e empréstimo
domiciliário.
modelares para incubação de em-
presas. Infelizmente o início da co-
mercialização do espaço coincidiu
com esta crise brutal, em que o in-
vestimento teve uma queda abrup-
ta, mas aquele espaço fará o seu ca-
minho no futuro. O mais difícil era
infra-estruturar uma área virgem
que estava fora do espaço urba-
no e agora com a retoma da ativi-
dade económica, com certeza será
determinante para criar um tecido
económico que não existia.
Fazendo um pequeno balan-ço destes seus mandatos, de que modo as suas preocupações evo-luíram no tempo?
Em 1998 tinha já grandes preo-
cupações. Como comprava os ter-
renos atrás da Câmara e do parque
empresarial? Que tipo de projetos
iriamos ou não concretizar? Come-
çámos a trabalhar no Parque Al-
mourol com a Nersant, Constância,
Chamusca, foram fases muito bo-
nitas em termos de planeamento.
Havia coisas que pareciam quase
um sonho, e nós tivemos o privilé-
gio de passarmos por essas fases to-
das. Lembro-me de estarmos com o
projetista no salão da Câmara e dis-
cutir que intervenção fazer no par-
que ribeirinho e parecia um pou-
co irrealista para a nossa dimensão.
Muitas das coisas que fazemos e são
mais relevantes não são aquelas em
que sentimos maior pressão. Senti-
mos pressão é para fazer estradas,
infra-estruturas e arranjar as vias. In-
felizmente nunca sentimos pressão
para fazer uma escola ciência viva,
mas conseguimos fazê-lo porque
também nunca excluímos aquilo
que uma grande parte das pessoas
mais valoriza.
Após a concretização dos pro-jetos segue-se o potenciar dos mesmos
Exactamente. Agora começa o
mais difícil. Na escola o difícil é man-
ter a intencionalidade do projeto,
trabalho concertado da autarquia,
agrupamento, professores, que os
alunos passem aquela hora e meia
por semana no laboratório, que
haja uma verdadeira aprendizagem
e pontes entre o espaço formal e in-
formal de educação, É necessária
formação e professores motivados.
Ou o PECA, que nos primeiros me-
ses vale por si mas a programação
do espaço é um elemento essencial.
A ideia de que quando terminamos
determinada fase podemos respirar
fundo e dizer “está feito”, é absolu-
tamente falsa e cabe-me a mim en-
quanto líder de uma equipa, valori-
zar o mundo que ainda há para fazer
para que possamos eventualmente
dizer “esta aposta foi ganha!”.
Um ensino inovador no concelho
Miguel Pombeiro: A advocacia, a política e os rumores sobre o futuro
jornaldeabrantes
JUNHO201122 ESPECIAL BARQUINHA
Arte contemporânea instala-se no parque ribeirinho. Cartaz inclui ‘Os Azeitonas’, Best Youth e Melech Me-chaya. De 7 a 10 de junho e depois até 6 de julho, data de inauguração do Parque de Escultura Contempo-rânea Almourol (PECA)
A edição deste ano suspende o
modelo de festas adoptado há dois
anos com o Barquinha NON STOP,
mas as festividades ganham tan-
to ou maior interesse com a inau-
guração do PECA. As festas que se
iniciam no dia 7 de junho, quinta-
feira, abrem portas às 15h com a
abertura da XXVI Feira do Tejo. Às
21h há teatro - A Tempestade, de
William Shakespeare, pelos alu-
nos do Curso EFA do Agrupamen-
to de Escolas de Vila Nova da Bar-
quinha, com encenação de Carlos
Carvalheiro. Para o fi m de noite do
primeiro dia há concertos musicais
com os Klassikus – noite de baile,
Palco St.º António (22h) e os Arre-
gaita, no Palco ribeirinho às 00h.
No segundo di, 8 de junho, é tem-
po para as tradicionais Marchas
populares, Palco St.º António (21h),
os Best Youth, banda portugue-
sa que entre outras músicas traz o
single ‘Hang Out’ ao palco princi-
pal (22h30) seguida dos Fun2Rock
às 00h no palco ribeirinho.
Dia 9 de junho, sábado, há Mega-
fi tness de manhã (11h), Encontro
de Antigos Escuteiros (Org.: CNE –
Agrupamento 583) às 12h30 e Taça
TurisAlmourol em canoagem às
14h. Haverá também um ecrã gi-
gante para transmissão dos jogos
do Campeonato Europeu de Fute-
bol. A música chega às 23h com os
Melech Mechaya a subir ao palco
principal prometendo muita ani-
mação e dança. Às 00h tocam os
Articústico no Palco ribeirinho.
Para os amantes da pesca o dia 10, domingo, começa bem cedo,
às 6h30 com o 19.º Convívio pis-
catório (Org: Pestinhas). Um pou-
co mais tarde às 9h, começam
três atividades: Cicloturismo – 10º
Passeio “Tejo à vista” (Org.: Gru-
po Cicloturismo Barquinhense);
10º Encontro de Vespas (Org.: Ves-
pAlmourol); Canoagem – TurisAl-
mourol. Às 16h realiza-se o Festi-
val de Folclore, Palco St.º António
– Grupo Folclórico “Os Pescadores
de Tancos” (Org.); Rancho Folcló-
rico da Correlhã; Rancho Folclóri-
co de Aranhas; Rancho Folclórico
do Baixo Vouga; Rancho Folclóri-
co da Casa do Povo de Fátima, en-
tre as 18h e as 20h Drama e Beiço
– Animação de rua, Danças de Sa-
lão – Grupo dos Bombeiros da Bar-
quinha, Aquapalco às 21h e fi nal-
mente o concerto que encerra as
festas com Os Azeitonas (22h) au-
tores da música ‘Anda Comigo Ver
os Aviões’.
A programação fi ca completa
com ateliers, animação de rua e
insufl áveis para os mais peque-
nos.
Em junho a Barquinha não pára
Até à inauguração do PECA, numa
cerimónia presidida pelo Presiden-
te da República, Cavaco Silva, no dia
6 de julho, a Barquinha terá ativida-
des e eventos regulares.
A saber: 13 junho - 9h - Hastear
da Bandeira, Paços do Concelho;
10h45 - Tropas em parada, Barqui-
nha Parque; 11h - Juramento de
Bandeira da Escola Prática de En-
genharia de Tancos, Barquinha Par-
que; 15h - Sessão Solene de Atribui-
ção de Medalhas de Mérito, Centro
Cultural; 18h - Missa, Igreja Matriz
VN Barquinha; 19h - Procissão em
Honra de Stº António.
16 e 17 junho: 16h – 19h, 20h –
22h - Kid’s Village – insufl áveis, pin-
turas faciais, animação e ateliers,
Painel de pintura e cavaletes param
ateliers de pintura
23 e 24 junho: 16h – 19h, 20h –
22h – Insufl áveis e Feira de Artesa-
nato urbano; Painel de pintura e ca-
valetes para ateliers de pintura
6 julho: 19h00 - Inauguração do
Parque de escultura contemporâ-
nea Almourol – cerimónia presidida
por Sua Excelência, o Presidente da
República, Professor Doutor Aníbal
Cavaco Silva.
21h00 - Melodia do Fogo – concer-
to da Orquestra Ligeira do Exército
com fogo sincronizado
Pessoas de todos os quadran-
tes sociais da sociedade, apaixo-
nadas inveteradas pela vida na
estrada, libertas, bem-dispostas
e com sede de aventura. Desde
os mais novos aos mais expe-
rientes, na Barquinha encontra-
ram mais um local de culto para
bons momentos ao ar livre.
No dia 1 de maio de 2011, a
autarquia inaugurou a estação
de serviço para auto-caravanas,
junto à Avenida os Plátanos, pa-
redes meias com o Parque Ri-
beirinho, durante o II Encontro
de Caravanismo de Vila Nova da
Barquinha (VNB). Na altura este
encontro juntou “portugueses,
ingleses, espanhóis, holande-
ses, franceses, holandeses e bel-
gas”, explicou-nos Joaquim Ma-
ção, 63 anos, barquinhense e
organizador do evento que este
ano celebrou em Maio a sua 3ª
edição.
Conceição Oliveira, 67 anos, é
lisboeta e faz Auto caravanismo
desde os 30, “mas já há muito
tempo que faço campismo sel-
vagem”. Três edições do encon-
tro na Barquinha e outras tantas
presenças. “Atualmente é a ca-
pital do Auto caravanismo, por
causa das condições que encon-
tramos”. Helena Rodrigues, 63
anos, fi lha da terra, continuou
os elogios. “Isto dantes era tudo
um nateiro – onde as autocara-
vanas fi cam e o parque ribeiri-
nho se construiu – terra de cul-
tivo, e agora temos um espaço
maravilhoso, com muita fama,
vêm pessoas de todo o lado!”,
conta.
Os autocaravanistas entrevis-
tados fi zeram questão de con-
tar sobre os benefícios econó-
micos para o comércio local.
“Quando vêm cá, portugueses e
estrangeiros, os autocaravanis-
tas gastam muito dinheiro nos
restaurantes, mini-mercados,
até no cabeleireiro!”, conta uma
sempre bem disposta Concei-
ção sentada confortavelmente
no ‘alpendre’ da sua casa móvel.
“O ano passado juntámos todos
os talões e recibos com os gas-
tos feitos na Barquinha e entre-
gámos à câmara: 7 mil euros em
apenas três dias”, fi naliza. Justa-
mente a câmara municipal rece-
be rasgados e sentidos elogios
e Joaquim Mação contou por-
quê: “No primeiro encontro, em
2010, o presidente Miguel Pom-
beiro fi cou surpreendido com
tanta adesão dos autocarava-
nistas e prometeu-nos uma área
de serviço para o ano seguin-
te. Dito e feito, em 2011 estava
inaugurada!”.
Em 2010, segundo Joaquim
Mação, estiveram na Barquinha
198 auto-caravanas, na segun-
da edição 203 e este ano, apesar
das obras no espaço e no parque
o número também foi muito sa-
tisfatório. Conversámos ainda
com um casal de franceses que
entraram em Portugal por Cha-
ves e ali se juntaram para o en-
contro, Jean Pierre e Bernardet-
te Raison, de La Rochelle. “Vie-
mos para conhecer a cultura da
região. As pessoas são gentis e
o espaço é muito acolhedor e
agradável”. Vão voltar no futuro?
“Oui, biensur!”.
Ricardo Alves
O rio corre quase debaixo dos nossos
pés no deck da esplanada. Um novo es-
paço que privilegia a qualidade da pai-
sagem, da gastronomia e do convívio.
Inativo durante largo período de tem-
po, o edifício da antiga esplanada, em
Vila Nova da Barquinha, tornou-se um
espaço ainda mais confortável. Boa-
ventura Costa, 40 anos, é o mestre de
cerimónias. Criou o ‘Azul Inox’, bar que
marcou uma geração no Entroncamen-
to, esteve depois em Torres Novas, onde
igualmente marcou estatuto com uma
cervejaria. Agora está na Barquinha
num espaço que, diz desassombrado, é
“paradisíaco”. E nós comprovámos isso
mesmo.
Do edifício original resta o fundamen-
tal para a sua solidez de construção. O
que Boaventura Costa fez foi virá-lo, en-
tregá-lo à beleza do rio Tejo. “A paisa-
gem diz quase tudo, tem uma grande
percentagem da qualidade do estabele-
cimento”. Mas não só. Não fosse o servi-
ço e a oferta de qualidade e a paisagem
não chegaria para atrair os clientes. Com
uma carta gastronómica que se sabo-
reia ao mesmo tempo que os olhos se
perdem na silhueta do Tejo e a pele sen-
te a brisa de verão, não há razões para
que a visita não perdure na memória... E,
se queira, voltar mais vezes.
Como cervejaria que é, o Cais oferece
petiscos variados, desde as moelas às
febras trinchadas, das saladas de polvo
e ovas ao camarão à casa – sempre com
um toque da casa – mas também almo-
ços e jantares, dentro ou fora das horas
“normais”, tudo acompanhado por boa
bebida, neste caso destacando-se a cer-
veja que abunda em variedade na altura
de fazer a escolha. Tanto há cerveja na-
cional como uma selecção de cervejas
importadas mas a experimentar e sabo-
rear também a cerveja que a Cervejaria
Cais serve em exclusividade na região.
Os bifes, os famosos inquilinos das cer-
vejarias míticas, estão igualmente pre-
sentes no Cais e apesar da ampla ofer-
ta no cardápio, Boaventura Costa real-
ça aqueles com “molhos próprios, o bife
com molho da casa” ou o naco na pe-
dra que se cozinha fervilhando à mesa
do cliente, tornando a paisagem do Tejo
aromatizada pelos cheiros das suas es-
peciarias. Se o verão é época que convi-
da à esplanada, os meses mais frios con-
vidam a estar à lareira que está instalada
no espaço. Com o Europeu de Futebol
à porta o ecrã gigante que passa jogos
todo o ano é mais um aliciante para um
ambiente que se quer de vitória para a
equipa das quinas. De uma ou outra ma-
neira, numa ou noutra época, a Cerveja-
ria Cais tem sempre o Tejo como vizinho.
Se não houvesse mais razões, esta bas-
taria. Mas há, e muitas.
Cervejaria Cais: de mão dada com o Tejo
Auto Caravanismo, um estilo de vida
Festas: Barquinha é arte
jornaldeabrantes
JUNHO2012 REGIONAL 23
Mais um ano que a rádio como
você gosta vai voltar a galardoar
a região. A Gala da Antena Livre
e do Jornal de Abrantes é a gran-
de festa da música, das entidades
e personalidades do Médio Tejo.
Este é um evento que já marca a
agenda cultural da região e todos
os anos conta com sala cheia. A
Gala deste ano volta aplaudir as
pessoas e as coletividades que
muitas vezes passam desperce-
bidas, mas que têm desenvolvido
um trabalho meritório.
Quanto à música, a produção do
espetáculo confi rmou até à data
a presença dos roqueiros The Ka-
viar e da fadista Dora Maria acom-
panhada pelos seus músicos, pro-
jetos locais que se têm destacado
também a nível nacional. Um mo-
mento de cânticos à capela e de
folclore pelo grupo os Moleiros da
Casa do Povo de Rio de Moinhos
são outras atrações esperadas.
Este ano, os galardões atribu-
ídos vão ser nas categorias de
cultura, empresa, responsabili-
dade social, prestígio/carreira,
comunicação/ nacional, educa-
ção, desporto e música.
A VII Gala Antena Livre e do Jor-
nal de Abrantes é uma organiza-
ção da empresa Media On mas
também é um evento levado a
cabo por todas as entidades que
patrocinam e apoiam esta festivi-
dade já de renome.
É uma noite para aplaudir os
valores musicais e homenagear
quem se destacou este último ano
nas mais variadas áreas.
Até ao fi nal do fecho desta edi-
ção não foi possível divulgar todas
as atrações musicais que vão mar-
car presença no evento.
Eleições autárquicas de 2013 co-
meçam a mexer nos bastidores polí-
ticos. Ex-presidente da câmara acu-
sa Armando Fernandes de iniciar o
rumor e de ter uma agenda política.
Rumores infundados com ob-
jetivo político. É assim que o
ex-presidente da Câmara Munici-
pal de Abrantes (CMA) comenta o
ruído de fundo sobre uma eventual
corrida contra Maria do Céu Albu-
querque, atual presidente da CMA
e ex-vereadora de Nélson Carvalho.
“Eu não tenho nada a ver com estes
rumores. Um cronista da Antena Li-
vre disse isso e eu gostava de saber
as fontes. A mim ninguém me per-
guntou nada e eu não disse rigoro-
samente nada.” O ex-autarca refe-
ria-se a uma crónica de Armando
Fernandes, no espaço semanal, de
23 de abril, em que o cronista co-
mentou essa possibilidade.
Sobre Maria do Céu Albuquerque
e a sua relação com a presidente
da CMA, Nélson Carvalho disse que
nada havia para pôr em causa pois
este rumor é “uma mentira, pura
especulação”. Já sobre a sua parti-
cipação e militância na vida políti-
ca do Partido Socialista (PS), Nélson
Carvalho diz continuar a intervir, a
pronunciar-se, com mais ou menos
participação. “Mas continuo politi-
camente ativo, não estou exilado.”
Depois de ter sido apoiante da
candidatura de Fernando Nobre à
Presidência da República, em detri-
mento do candidato do PS, Manuel
Alegre, Nélson Carvalho reforça
o seu apoio ao partido: “Sou mili-
tante há muitos anos, e hei-de ser
sempre, a não ser que aconteça
algo de maior”. Sobre o regresso à
vida política, diz que tem “relações
normais com o PS” e que, “a voltar,
não será em Abrantes”.
Armando Fernandes mantém o que disse
Armando Fernandes, cronista se-
manal da Rádio Antena Livre, afi r-
mou no dia 30 de maio que man-
tém as suas palavras. “Disse que
Nélson Carvalho poderá encabe-
çar uma lista de independentes e
que ele próprio poderia ter já feito
sondagens nesse sentido. Quando
faço comentários na Antena Livre
faço por minha conta e não tenho
agenda nenhuma. Já demonstrei
que quando falo para a Antena Li-
vre estou longe e livre de peias ou
camisolas partidárias, não é meu
timbre e forma de atuar.”
Mesmo sem revelar a “fonte fi de-
digna” que lhe terá passado a infor-
mação “dos queixumes que Nélson
Carvalho disse a algumas pesso-
as da área socialista no sentido de
não o estarem a tratar bem, a dar
a importância que merece”, Arman-
do Fernandes considera normal
esta atitude, chegando mesmo a
defender que Carvalho merece
que lhe seja dada essa importância
e que “Nélson não é um lamechas
nem lamúrias, a sua própria forma-
ção leva-o a encarar as difi culdades
por desafi os”.
Armando Fernandes disse tam-
bém que não inventou a pólvora
neste caso e que “os próximos me-
ses vão ser relevantes nesse senti-
do”. E conclui: “Ele terá sempre ten-
dência para comparar o que fez e o
que está a ser feito.”
Nélson Carvalhonega recandidatura a Abrantes
22 DE JUNHO, 21H, CINETEATRO S. PEDRO
VII Gala Antena Livre e Jornal de Abrantes
• Dora Maria vai subir a palco na VII Gala da Antena Livre e do Jornal de Abrantes
jornaldeabrantes
JUNHO201224 REGIONAL
O Centro de Formação de
Mação foi inaugurado a 18
de maio pelo Secretário de
Estado Adjunto da Econo-
mia e Desenvolvimento Re-
gional, António Almeida
Henriques, e pelo presidente
da Câmara Municipal de Ma-
ção, José Manuel Saldanha
Rocha. Situado na Zona In-
dustrial das Lamas, este novo
equipamento é, nas palavras
de Saldanha Rocha, “mais
uma infraestrutura de supor-
te à qualifi cação, de suporte
à formação profi ssional, de
suporte aos novos conheci-
mentos”.
A construção do edifício do
Centro de Formação iniciou-
se em 2005 e contou com
a colaboração de mais de
uma centena de formandos
de várias formações ligadas
à construção, que ali foram
aplicando os conhecimen-
tos adquiridos. É, portanto,
fruto do trabalho desenvol-
vido nas formações. “Este é
o caminho”, disse António Al-
meida Henriques. “Aprovei-
taram-se os fundos comuni-
tários para a formação, mas
aproveitou-se o fruto des-
ta formação para construir
sinergias, num esforço con-
tínuo. Um bom exemplo do
que se deve fazer no presen-
te e no futuro”.
O diretor do CENFIC, Fernan-
do Carvalho Mourato, lem-
brou que o novo centro de
formação “resultou do sonho
de uns e do trabalho de ou-
tros”, com o “empenhamento
de muita gente”. O espaço vai
ser utilizado pelas pessoas e
pelas empresas, sendo “im-
portante para dinamizar um
processo de formação que
tem acontecido aqui desde
há muitos anos”.
O Centro de Formação fi -
cará aberto a utilização para
eventos municipais, empre-
sariais, entre outros, fora dos
compromissos da formação.
Composto por várias salas de
formação, dispõe ainda de
um auditório que pressupõe,
por si só, um espaço conce-
bido a pensar na partilha de
conhecimentos. “As próprias
empresas da Zona Industrial
podem mesmo utilizar este
espaço, fora dos programas
de formação defi nidos pelo
CENFIC, para acções de for-
mação e palestras”, garantiu
Saldanha Rocha.
Feira Mostra volta animar a regiãoMAÇÃO
Mação volta a estar em fes-
ta nos próximos dias 29, 30
de junho e 1 de julho.
À semelhança dos anos an-
teriores, o certame regres-
sa ao Largo Infante D. Henri-
que, mais conhecido por Lar-
go da Feira, e conta com uma
redução de cerca de 20% no
orçamento.
Música, inaugurações, gas-
tronómica típica e muito des-
porto é o que espera para os
dias dedicados à Feira Mos-
tra.
O primeiro dia da festivi-
dade arranca com a inaugu-
ração de um novo auditório,
que entra em atividade logo
no dia seguinte, com um re-
cital de piano por Leonor Lei-
tão Cadete. Outra novida-
de é o lançamento da Carta
Gastronómica do Concelho,
que reúne um conjunto vas-
to de receitas típicas de Ma-
ção.
São sete os espaços de res-
tauração que vão confecio-
nar os pratos típicos e tradi-
cionais da região, dinamiza-
dos por algumas associações
do concelho.
Há uma aposta clara na
componente desportiva
uma vez que vai acontecer
um torneio de futsal inter-
freguesias, um passeio de
BTT, um passeio pedestre e
de cicloturismo, uma mos-
tra de aeromodelismo e um
passeio de motorizadas clás-
sicas. Para além destas ativi-
dades desportivas, as mar-
chas populares vão animar a
vila maçaense.
A XIV Feira do Livro está de
regresso ao parque da festa,
bem como os grupos musi-
cais. Ana Free sobe a palco
no primeiro dia, já no segun-
do atuam os AFL Blid Zero e
Mafalda Arnauthencerra os
concertos. A música popu-
lar vai também abrilhantar a
festividade com a presença
do Grupo Cultural os Maça-
enses, o Grupo de Cantares
da Serra e o Grupo de Canta-
res Musical Amendoenses.
As crianças vão poder con-
tar com um espaço insufl ável.
Ao contrário dos anos ante-
riores, o tradicional comboio
turístico não vai percorrer as
ruas do centro histórico, nem
vai haver fogo-de-artifício.
A Feira Mostra é já um mo-
mento tradicional no conce-
lho de Mação e conta com a
dedicação e trabalho das as-
sociações, juntas de fregue-
sia e munícipes para a orga-
nização de mais um momen-
to de animação e cultura.
Joana Margarida Carvalho
Secretário de Estado inaugurou Centro de Formação de Mação
• Inauguração do novo Centro com a presença do secretário de Estado da Economia
Compotas, licores, biscoi-
tos, bolos fi ntos, pão em for-
no de lena, potinhos, sabo-
netes, pregadeiras, caixas de
chá, porta-moedas, entre ou-
tros, foram os produtos que
os alunos da Escola de Ensi-
no Básico do 2º e 3º Ciclo Ma-
ria Judite Serrão de Andrade
de Sardoal e da Escola Básica
de Gavião desenvolveram ao
longo do ano letivo. Esta ati-
vidade, enquadrada no pro-
jeto Empresários na Escola
culminou, no passado dia 12
de maio, numa participação
numa Feira EMPRE, da Rede
de Incubação e Empreende-
dorismo da Região Centro,
em Caldas da Rainha
No Médio Tejo, a Escola Bá-
sica do Gavião recebeu, a 1
de junho a primeira feira da
região. Neste caso, os alu-
nos contaram com o apoio
do CLDS - Contrato Local de
Desenvolvimento Social “Ca-
minhos”, da Santa Casa da
Misericórdia de Gavião. No
dia 9 de junho será a vez de
outras 12 escolas do Médio
Tejo (Alcanena, Constância,
Entroncamento, Ferreira do
Zêzere, Freixianda, Mação,
Minde, Tramagal, Tomar e
Torres Novas) organizarem a
sua feira, em Tomar, um pro-
jeto apoiado pela Comuni-
dade Intermunicipal do Mé-
dio Tejo (CIMT). No mesmo
dia, o Parque Urbano Co-
mendador João Martins, em
Proença-a-Nova, vai ser pal-
co do certame das cinco es-
colas do Pinhal Interior (Olei-
ros, Proença-a-Nova, Sertã e
Vila de Rei).
Produtos elétricos, de pele,
gastronómicos, hortofrutí-
colas, doçaria, materiais pe-
dagógicos e reciclados va-
riados compõem o catálo-
go de artigos das “empresas”
criados em contexto escolar
no ano lectivo 2011/2012,
através da aplicação da me-
todologia EMPRE que envol-
veu cerca de meio milhar de
alunos e 29 docentes de 18
escolas do Médio Tejo, Pi-
nhal Interior e Alto Alentejo.
O EMPRE todos os anos de-
safi a os alunos do 2º e 3º ci-
clo a criarem empresas, for-
mando equipas e aplicando
os vários processos, desde
a criação de uma identida-
de corporativa, estudo de
mercado, defi nição das ga-
mas dos produtos e gestão
de fornecedores e clientes. A
metodologia culmina com o
ponto alto, as feiras, em que
os estudantes conhecem os
seus parceiros comerciais e
têm mais uma oportunida-
de de comercializar os pro-
dutos desenvolvidos.
TAGUSVALLEY
Tecnopolo do Vale do Tejo organiza feiras com jovens empreeendedores
jornaldeabrantes
JUNHO2012 REGIONAL 25
“Se o Homem faz a História, a História é um livro cujo en-redo é o épico e trágico do ser humano. Os seres têm um princípio, meio e fi m, um percurso irreversível. Existe uma infi nidade ilusória porque a História se repete, apesar de nunca se repetir da mesma maneira.”
Estas são palavras de Fernando Catroga, convidado da
quinta Conferência Liceu, organizada pela Associação
Cultural Palha de Abrantes e pela Escola Dr. Manuel Fer-
nandes.
A 25 de maio, Fernando Catroga, professor da Faculda-
de de Letras de Coimbra, defendeu, em Abrantes, o sa-
ber como um poder. Na sua opinião, a informação per-
mite-nos ter poder para pensar sobre o que nos rodeia,
compreendendo o mundo. “A História pode infl uenciar
o futuro, olhando para aquilo que aconteceu e procuran-
do compreender porque aconteceu, fi ca-se munido de
uma sabedoria para evitar situações análogas que pos-
sam trazer fenómenos que, não sendo de repetição, aca-
bam por se aproximar dessa mesma repetição.”
Fernando Catroga explicou que o conceito de crise pro-
vém do grego e signifi ca a alteração das coisas, a existên-
cia de uma mudança súbita, podendo ter dois signifi ca-
dos inversos: a chegada ao fundo do túnel ou o início
da melhoria. O professor lembrou que a crise está, ainda,
diretamente ligada ao conceito de crítica e que ambas
refl etem um sentimento de inquietação provocado pe-
rante uma mudança. Ou seja, o que está a ser criticado
está em crise.
Perante uma plateia de abrantinos, incluindo alunos
da Escola Dr. Manuel Fernandes, Fernando Catroga lem-
brou que o Homem vive com a ideia inerente de crise.
“Existe uma insatisfação permanente e um desejo de al-
cançar algo e ao mesmo tempo ultrapassar esse obje-
tivo.” E acrescentou que já deviam ter sido extraídas li-
ções do passado: “Já havia sintomas de que mais tarde
ou mais cedo a sustentabilidade do euro seria posta em
causa e quem iria em sofrer em primeiro lugar com as
consequências seriam os países economicamente mais
fracos.”
Natural de São Miguel do Rio Torto, Fernando Catro-
ga falou ainda das suas raízes e sentimento de perten-
ça, considerando-os “um confl ito porque há muitos sen-
timentos de pertença de acordo com o que a vida nos
apresenta”. No entanto, a terra dos pais é “um sentimen-
to de pertença que nunca parte”. Existe, portanto, uma
nostalgia das origens. “Quanto mais distanciado da ori-
gem, mais em crise estamos.”
Mafalda Vitória
Para que serve a História em tempos de crise?
A jornalista da revista “Vi-
são”, Patrícia Fonseca, vai
orientar uma ofi cina de Escri-
ta Criativa, no dia 17 de junho,
entre as 14h30 e as 18h00, na
Biblioteca Municipal Antó-
nio Botto. A iniciativa está in-
tegrada na programação das
Festas de Abrantes. Os inte-
ressados podem inscrever-
se até dia 8 de junho através
do e-mail cultura@cm-abran-
tes.pt ou para o número 96
486 49 02. O preço da inscri-
ção é de 10 euros e o núme-
ro máximo de alunos é de 25.
Recorrendo à vasta experi-
ência da formadora, na área
jornalística, serão ensinados
truques para organizar e apre-
sentar ideias de forma clara e
apelativa. Serão também es-
tudadas técnicas narrativas
aplicadas na escrita de tex-
tos de médio e longo forma-
to, de fi cção e não fi cção: para
escrever uma biografi a; o diá-
rio de uma grande viagem ou
aquele romance que vive no
imaginário há vários anos.
Patrícia Fonseca, que embo-
ra natural de Coimbra, cres-
ceu e viveu na freguesia de
Tramagal, é Grande Repórter
da revista “Visão”, onde ini-
ciou a carreira de jornalista e
onde regressou em 2003. Foi
fundadora e Grande Repór-
ter da revista Focus, produ-
tora editorial da revista Ego-
ísta, jornalista freelancer, co-
laborando com vários órgãos
de comunicação social na-
cionais e internacionais. Os
seus trabalhos foram várias
vezes premiados. Destaque
para os prémios atribuídos
recentemente à sua reporta-
gem “A luta para salvar Safi -
ra”, publicada na “Visão” em
outubro de 2011, distinguida
com o 1º Prémio de Jornalis-
mo Novartis Oncology, na ca-
tegoria de Imprensa.
Workshop de Escrita Criativa, com a jornalista Patrícia Fonseca
• “Existe uma insatisfação permanente”
jornaldeabrantes
JUNHO201226 SAÚDE
Vamos prevenir a Obesidade nos Jovens!
Secção da responsabilidade da Unidade de Saúde Pública do ACES do Zêzere
Segundo a Organização
Mundial da Saúde [OMS],
a obesidade é considerada
uma doença que face à sua
elevada prevalência a nível
mundial, é vista como a epi-
demia global do Século XXI.
A OMS reconhece que pre-
sentemente a obesidade
“tem uma prevalência igual
ou superior à da desnutri-
ção e das doenças infeccio-
sas, pelo que considera que
se não forem tomadas “me-
didas drásticas para prevenir
e tratar a obesidade, mais de
50% da população mundial
será obesa em 2025.” Assim,
a obesidade é uma doen-
ça crónica, atinge homens e
mulheres de todas as raças e
de todas as idades, com enor-
me prevalência nos países
desenvolvidos. É atualmen-
te considerada, a seguir ao
tabagismo, como a segunda
causa de morte susceptível
de prevenção.
Tem-se verifi cado uma pre-
ocupação crescente sobre a
relação de uma alimentação
desequilibrada durante a in-
fância e a manifestação de
determinadas doenças na
idade adulta.
A preocupação com as
questões da obesidade é um
facto com visibilidade nacio-
nal, traduzida no Programa
Nacional de Combate à Obe-
sidade (2005). Essa preocu-
pação também está presente
na Unidade de Saúde Públi-
ca do Zêzere. Neste contexto,
surgiu o projeto de combate
à obesidade nos jovens, com
o título “Põe-te na Linha”, que
se encontra neste momento
em fase de implementação
nalguns concelhos do ACES
II – Zêzere. A metodologia
utilizada traduz-se na forma-
ção de grupos de interajuda
constituídos por jovens com
excesso de peso, e conta com
o apoio de técnicos de saú-
de, nomeadamente médicos
de saúde pública, enfermei-
ros, psicóloga, nutricionista,
e uma professora de educa-
ção física que se reunirão no
Centro de Saúde, semanal ou
quinzenalmente.
Por isso, se és jovem, tens
excesso de peso, queres ser
ativo e saudável e claro, que-
res ter novas amizades, junta-
te ao nosso grupo, onde po-
des adquirir: autoconfi ança
e motivação para mudares
o teu estilo de vida com a
adoção de hábitos alimen-
tares saudáveis, estimulação
para a prática de ativida-
de física e atividades que te
ajudam na perda de peso.
Nuno Barreta e Ana Salgueiro
Unidade de Saúde Pública do Zêzere
SAÚDE É ...
Apadrinhar um idoso é o
desafi o que o Contrato Lo-
cal de Desenvolvimento So-
cial de Mação (CLDS) está a
fazer à comunidade. Não há
nenhum requisito específi co
a ter em conta, basta ter uma
idade mínima de 18 anos
e estabelecer um contacto
próximo com um idoso ma-
çaense, executando peque-
nas tarefas como ir buscar
medicação, promover leitu-
ras e jogos, telefonar ou fazer
companhia. Trata-se de apa-
drinhar quem mais precisa,
dando-lhe a máxima aten-
ção. Vasco Estrela, vice-pre-
sidente da autarquia de Ma-
ção, explicou ao JA que os
idosos do concelho sempre
foram uma das preocupa-
ções da Câmara Municipal e
do CLDS. Muitos dos idosos
do concelho encontram-se
bastante dispersos, comple-
tamente isolados e por vezes
sozinhos. As inscrições já es-
tão abertas junto do CLDS de
Mação.
MAÇÃO
Cuidar de quem mais precisa
jornaldeabrantes
JUNHO2012 HISTÓRIA 27
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O Senhor Jesus do Capítulo e as preces para chover
LUGARES COM HISTÓRIA
TERESA APARÍCIO
Antigamente, em invernos extre-mamente secos como foi o deste ano, a fé das pessoas levava-as a im-plorarem a Deus que lhes enviasse chuva, para que a fome não gras-sasse entre as pessoas e animais. Faziam-se então as chamadas pre-ces para chover e a imagem, que em Abrantes era mais invocada, nestas circunstâncias, era a do Se-nhor Jesus do Capítulo.
Encontra-se, hoje, esta bela ima-
gem no altar-mor da igreja de S.
João Baptista e tem atrás de si já
um longo historial. Consta que foi
trazida de Roma, em 1452, pelo pri-
meiro conde de Abrantes, quando
aí foi, como embaixador, ao servi-
ço do rei D. Afonso V. Ao regres-
sar, entregou-a aos religiosos de S.
Domingos, que então ainda se en-
contravam no seu primitivo mos-
teiro, situado no local denomina-
do Rio Pombal e mais tarde Mos-
teiro Velho, perto de Alferrarede.
Puseram-na os frades na Sala do
Capítulo, passando, a partir daí, a
ter o nome que ainda hoje conser-
va. Contudo, neste local, só podia
ser admirada pelos frades, o que
entristecia as populações, mas,
quando em 1509, se deu início
às obras do novo convento, ago-
ra já dentro das muralhas da vila,
os religiosos vieram residir, provi-
soriamente, para o Castelo e trou-
xeram consigo a imagem que tan-
to veneravam, colocando-a no al-
tar-mor da igreja de Santa Maria
do Castelo. Aí, podia ser admirada
por todos, incluindo as mulheres,
cuja entrada estava interdita no
convento dominicano e, segun-
do rezam as crónicas da época, o
templo era pequeno para tanta
gente, que ali acorria para admirar
e rezar à santa imagem.
Em 1527, quando o convento fi -
cou pronto, foi levada para a sua
nova casa dominicana e foi nova-
mente colocada na Sala do Capí-
tulo, fi cando, outra vez interdito
o seu acesso à maioria da popu-
lação. Esta situação só se alterou
em 1571, altura em que grassava
em Abrantes e no país uma gran-
de peste. Perante tão grande ca-
lamidade, os frades fi zeram votos
de festejar o santo da sua igreja,
que Deus indicasse como aquele
a quem se deviam dirigir as pre-
ces das pessoas. Tirada à sorte por
uma criança, a imagem indicada
foi a do Senhor Jesus do Capítulo
e, por seu intermédio, foi implora-
da a misericórdia divina e tão efi -
cazmente que a peste cessou de
imediato. A comemorar este facto,
a partir daí, todos os anos a 22 de
Março, dia em que se tinham feito
as primeiras preces, o Senhor Je-
sus do Capítulo era festejado e a
sua imagem, tida como milagrosa,
passou para a igreja do convento,
onde já todos a podiam venerar.
Aí se conservou até 1847, altura
em que, após a extinção dos con-
ventos, foi transferida para a igre-
ja de S. João, onde ainda hoje se
encontra.
Sendo considerada uma imagem
muito milagrosa, a ela recorriam
os abrantinos, em alturas de cala-
midade pública, como era o caso
das secas. Em 1714, ano extrema-
mente seco, fi zeram os abrantinos
novenas e ladainhas que termina-
ram com uma procissão de peni-
tência. Conta-se que, começando
esta com um dia de sol radioso,
quando ia a meio da vila o céu co-
meçou a escurecer e, quando re-
colheu, já chovia copiosamente.
Há também notícia de que a ima-
gem saiu em procissão, imploran-
do chuva, a 25 de Março de 1849,
em1895, 1907 e a 19 de Março de
1945. Segundo os jornais da épo-
ca, esta última foi uma impressio-
nante procissão, em que tomaram
parte cerca de dez mil pessoas,
não só do concelho de Abrantes,
mas também de Constância, Sar-
doal, Ponte de Sor e Gavião. A par-
tir daí, não há mais notícia de que
se fi zessem preces para chover,
com esta veneranda imagem.
Bibliografi a:
Morato, Manuel António e Mota, João
Valentim da Fonseca, “Memória Histó-
rica da Notável Vila de Abrantes” edi-
ção da Câmara Municipal de Abrantes,
1981
Oleiro, Diogo, “Jornal de Abrantes” de
26-12-1954
jornaldeabrantes
JUNHO201228 CULTURA
Abrantes Abrantes3 de junho – Concerto “XXI Encontro
de Coros do Ribatejo” – Cine-Teatro S.
Pedro, às 17h
6 a 29 de junho – Exposição “Abrantes,
um Património por redescobrir” – Bi-
blioteca António Botto
7 a 30 de junho – Exposição de pin-
tura de Aurélia Rodrigues - Associação
Envolve
9 a 27 de junho – Exposição “Austeri-
dade (e pequenos sinais de fumo), de
Ana Vidigal – Galeria Municipal de Arte
13 de junho – Apresentação da obra
“Unidos no Amor Contra a Indiferença”,
de Isabel Barata e Manuel Matos – Bi-
blioteca António Botto, às 21h30
14 a 17 de junho – Festas de Abrantes
2012 – Música, desporto, exposições,
tasquinhas
A partir de 14 de junho até novem-bro – Exposição “Em pedra: lascar, polir,
gravar, esculpir…”, IV Antevisão do Mu-
seu Ibérico de Arqueologia e Arte de
Abrantes – Museu Dom Lopo de Almei-
da (Castelo)
17 de junho – Workshop “Fotografi a
em Movimento” – Associação Envolve,
Rossio ao Sul do Tejo, das 10h às 18h
21 e 28 de junho – “Há cinema na Pra-
ça Barão da Batalha”, às 21h30
22 de junho – Gala Antena Livre – Ci-
ne-teatro S. Pedro, às 21h30
Cinema - Espalhafi tas – Cine-teatro S.
Pedro, às 21h30:
5 de junho – “Os Marretas” (11h)
6 de junho – “J. Edgar”
13 de junho – “Vergonha”
20 de junho – “Off side”
27 de junho – “Le Havre”
Barquinha 1 a 3 de junho – “Vem Voar na Barqui-
nha” – várias atividades na Escola Ciên-
cia Viva
2 de junho – Palestra “Usar o Passado”
com Rui Carvalho, Ivo Oosterbeek e Síl-
via Marques – Centro Cultural, às 17h
7 de junho a 6 de julho – “Barquinha
é Arte” – Inauguração do parque de
escultura Contemporânea Almourol –
Concertos, desporto, exposições
23 e 24 de junho – Feira de Artesana-
to Urbano – Parque Ribeirinho, das 14h
às 20h
Constância Até 3 de junho – Exposição de tampos
de bancos e de cadeiras em trapilho de
Luís Sirgado – Posto de Turismo
1 a 29 de junho – Mostra bio-biblio-
gráfi ca de Alexandre Parafi ta – Bibliote-
ca Municipal, das 10h às 18h
1 a 29 de junho – Exposição “Do livros
ao brinquedo”, brinquedos a partir de
materiais reciclados – Biblioteca Muni-
cipal, das 10h às 18h
9 de junho a 1 de julho – Exposição
“Artes e Mimos da São” – Artes decora-
tivas de Conceição Cavaleiro – Posto de
Turismo, segunda a sexta-feira das 9h
às 18h, sábados e domingos das 11h às
13h e das 14h às 18h
9 e 10 de junho - XVII Pomonas Camo-
nianas
DVDteca à sexta – Biblioteca Alexan-
dre O´Neill, às 15h:
1 de junho – “Entrelaçados”
8 de junho – “O Caso Farewell”
15 de junho – “Os Simpsons – O Filme”
22 de junho – “O Presságio da Corujo”
29 de junho – “A Magia do Arco-íris” ”
Mação Até 8 de junho - Exposição “Um olhar
sobre o nosso Património Cultural: His-
tórias das nossas memórias” - Biblioteca
da EB 2,3/S de Mação
1 de junho – “Fazes-me Falta…3Ge-
rações…3 Histórias”, com presença de
um grupo cultural do concelho – Biblio-
teca Municipal, às 21h
1 de junho – Ciclo de Cinema Docu-
mental com “O Mercado Europeu” –
Museu de Arte e Pré-história, às 21h
16 e 17 de junho – Expo-Feira em Car-
voeiro
23 de junho – Feiras de Artesanato –
Largo dos Bombeiros, das 10h às 19h
29, 30 de junho e 1 de julho – XIX Fei-
ra Mostra – Artesanato, gastronomia,
atividades, concertos
29 de junho a 14 de julho – XIX Feira
do Livro de Mação – Recinto da Feira
Mostra e na Biblioteca Municipal
Sardoal 16 de junho – Teatro “Sobre a mesa de
Cabeceira”, pela Companhia de Teatro
Poucaterra do Entroncamento – Centro
Cultural Gil Vicente, às 21h30
22 de junho – Espetáculo de magia
“Chaos” por Luís de Matos - Centro Cul-
tural Gil Vicente, às 21h30
30 de junho – Dança “25 anos depois
– Homenagem ao músico Zeca Afonso”,
pela Escola Vocacional de Dança da Fi-
larmónica Gualdim Pais (Tomar) - Cen-
tro Cultural Gil Vicente, às 21h30
Cinema – Centro Cultural Gil Vicente:
2 de junho – “A Invenção de Hugo”
(16h e 21h30)
17 de junho – “Lorax” (16h)
AGENDA DO MÊS
Luís de Matos vai apresentar
o seu mais recente espetácu-
lo de magia “Chaos”, no Sar-
doal, no dia 22 de junho, às
21h30. O Centro Cultural Gil
Vicente recebe o mágico por-
tuguês para uma experiência
mágica de cerca de 90 minu-
tos. Os bilhetes têm o preço
único de 10 euros e encon-
tram-se à venda na bilhetei-
ra do Centro Cultural, de 1 a
22 de junho. Em “Luís de Ma-
tos Chaos” os mais estranhos
elementos interagem de for-
ma mágica e surpreendente,
onde o público é chamado a
interagir durante todo o es-
petáculo. “Luís de Matos Cha-
os” é uma experiência mági-
ca sem precedentes, uma co-
leção de mistérios tornados
realidade em cada represen-
tação, constituindo uma via-
gem mágica pessoal, intrans-
missível.
O “Caos” de Luís de Matos no Centro Cultural de Sardoal
José FigueiredoAdvogado
Pós-Graduado em Direito Fiscal das EmpresasPós-Graduado em Fiscalidade
Áreas de ActividadeDireito Fiscal | Direito Administrativo | Direito Comercial | Direito da Insolvência
Av. Combatentes da Grande Guerra, 43 - 2.º C2400-123 Leiria - Portugal
Tel.: 244 823 755 • Fax: 244 813 522josefi [email protected] • www.josefi gueiredoadvogado.com
Em junho Abrantes recebe três
exposições em lugares diferen-
tes - Galeria de Arte, Biblioteca
António Botto e o Museu Dom
Lopo de Almeida. A Galeria de
Arte recebe entre 9 de junho e 27
de julho a exposição “Austerida-
de (e Pequenos Sinais de Fumo) ”
de Ana Vidigal. A pintora e artis-
ta plástica nasceu em Lisboa em
1960, concluiu o Curso de Pintura
da Escola Superior de Belas Artes
de Lisboa em 1984 e tem expos-
to por todo o país. Já a Bibliote-
ca António Botto vai ter em ex-
posição várias fotografi as sobre
o património edifi cado, rural e re-
ligioso do concelho de Abrantes.
“Abrantes, um Património por
redescobrir” pode ser visitada en-
tre 6 a 29 de junho. Por sua vez,
o Museu Dom Lopo de Almeida,
no Castelo de Abrantes, acolhe
uma nova exposição da IV Ante-
visão do Museu de Arqueologia e
Arte de Abrantes. “Em Pedra: Las-
car, Polir, Gravar, Esculpir…” vai es-
tar em mostra de 14 de junho a 30
de novembro e pretende mostrar
diversos objetos de pedra, uma
matéria-prima utilizada ao longo
dos tempos para vários fi ns. Três
exposições, três modos de olhar o
mundo, três modos de pensar.
Exposições em Abrantes
A Associação Envolve, sediada
no Rossio ao Sul do Tejo, Abrantes,
vai expor os trabalhos de pintura
de Aurélia Jesus Valle Rodrigues,
de 9 a 30 de junho. Foi como di-
retora de Educação Cristã no Se-
minário da Igreja Presbiteriana de
Portugal que desenvolveu o gos-
to pelo desenho e pintura. Auré-
lia Jesus Valle Rodrigues nasceu
no Montijo em 1931 mas reside
actualmente em Abrantes. Esta
aposentada Professora de Portu-
guês e Francês no Ensino Secun-
dário frequenta as aulas de Dese-
nho e Pintura, na Escola dirigida
pelo Pintor Massimo Esposito, em
Abrantes.
Associação Envolve expõe pintura de Aurélia Rodrigues
Coordenação de ANDRÉ LOPES
jornaldeabrantes
JUNHO2012 CULTURA 29
AS CARAS DA RÁDIO
“Sou fã incondicional destas músicas dos anos 80 e 90”
Carla Esteves está na Antena Livre há
cerca de 7 anos e no ar sem interrupção
há cerca de 3 anos com o seu”Best Off ”.
Com duas horas de emissão, entre as 11h
e as 12h e entre as 15h e as 16h, Carla Es-
teves leva-nos de segunda a sexta -feira
numa fantástica viagem musical pelos
anos 80 e 90, que fazem as delícias de
quem gosta de recordar grandes canções.
A Assessora Comercial que nasceu em
Portalegre vive em Abrantes desde os 15
anos e começou a fazer rádio por mero
acaso. Um dia, teve necessidade de re-
alizar um trabalho escolar para o qual a
ajuda da rádio era essencial. Dirigiu-se
então à RAL e foi pelas mãos do Valério
de Almeida que conseguiu fazer o seu
trabalho. O locutor da estação não fi cou
indiferente à sua voz e desafi ou-a a fa-
zer rádio. Pouco tempo depois, Carla Es-
teves estreava-se aos microfones com “A
Loja do Mestre André”, programa que fa-
zia as delícias da pequenada e que este-
ve no ar até ao fi m das emissões da RAL.
Depois, disso passou 2 anos pela Rádio
Tágide após os quais aceitou o convite
da direção de programas da Antena Li-
vre para fazer locução de continuidade.
Ao JA Carla Esteves afi rmou: “Adoro fa-
zer o Best Off . Sou fã incondicional des-
tas músicas dos anos 80 e 90 e tenho um
feedback muito positivo do nosso audi-
tório. E adoro estar na Antena Livre. Gos-
tei muito dos tempos da RAL e adorei a
Tágide, mas realmente estar nesta rádio
tem um gostinho especial”.
Emissão com Carla Esteves: Das 11h00 às 12h00 e das 15h00 às 16h00 - segunda a sexta-feira
ABRANTES: Ed. S. Domingos - Rua de S. Domingos – 336 – 2º A – Apart. 37Tel. 241 372 831/2/3 – Fax 241 362 645 - 2200-397 ABRANTES
LISBOA: Rua Braamcamp – 52 – 9º Esqº
Tel. 213 860 963 – 213 862 922 - Fax 213 863 923 - 1250-051 LISBOA
E.Mail: [email protected]
Eurico Heitor Consciência
João Roboredo Consciência
Teresa Roboredo Consciência
Rui Roboredo Consciência
ADVOGADOS
“O maravilhoso mundo
dos pais que trabalham” é
o tema de uma conferên-
cia temática que a Asso-
ciação Vidas Cruzadas pro-
move, no dia 20 de junho,
pelas 18h00, na Biblioteca
Municipal António Botto,
em Abrantes. Ao participar
nesta iniciativa, “os pais te-
rão oportunidade de des-
cobrir as questões que po-
derão tornar mais fácil e
isenta de culpa a gestão
destas duas áreas impor-
tantes da sua vida”: ser
mãe ou pai e, simultanea-
mente, profi ssional. O ob-
jectivo desta conferência
é o de proporcionar mo-
mentos de refl exão que
originem tranquilidade e
segurança no desempe-
nho de ambos os papéis. A
entrada é livre, mas a Vidas
Cruzadas agradece que os
participantes contribuam
com um alimento para o
Cabaz Social.
Conferência para pais e mães que trabalham
jornaldeabrantes
JUNHO201230 CULTURA
ANA CLÁUDIA DAMAS *
A maioria dos que, no dia 4 de maio, assistiram ao concerto dado por Paulo de Carvalho, em Abrantes, aparentavam ter a idade de quem teve o privilégio de ouvir a músi-ca “E Depois Do Adeus” na rádio, a 25 de Abril de 1974. Antes da noi-te que se tornou memorável para os que estiveram presentes, Paulo de Carvalho falou sobre os seus 50 anos de carreira e da música.
Como tem sido comemorar 50 anos de carreira?
Tem sido muito bom, com este es-
petáculo que andamos a fazer, que
corresponde a um DVD que fi zemos
e que saiu no ano passado. O espe-
táculo é o mesmo, com os meus fi -
lhos como convidados, a Mafalda
Sachetti e o Ágir. Muitas das músi-
cas são músicas que as pessoas co-
nhecem e reconhecem na minha
voz. Logicamente, não sou o mes-
mo músico, o mesmo cantor, de há
10, 20 ou 30 anos, portanto essas
músicas sofreram modifi cações de
arranjo – na forma de tocar, não as
músicas em si. As pessoas vêm para
as ouvir, e ouvem-nas, mas também
vão ouvir cantigas novas.
É a primeira vez que atua em Abrantes?
Não, nestes 50 anos, não é. Franca-
mente, não me lembro há quanto
tempo não vinha aqui. Portugal, ge-
ografi camente é tão pequeno, mas
depois torna-se tão grande, nestas
questões dos convites para vir tocar
às terras. Penso que tem a ver com
modas, e as modas não correspon-
dem, muitas vezes, ao que de bom
se faz na música nesta terra. Espero
que, quem vier cá hoje, goste do que
vai ver e ouvir. Para já, espero que
venham pessoas… e que, de pre-
ferência, tragam gente mais nova.
Já falou de como mudou como músico. O que mais mudou no Paulo de Carvalho nestes últimos 50 anos?
Tudo aquilo que muda através do
tempo nas pessoas que vivem pre-
ocupadas não só consigo próprias,
mas também com quem e com o
que os rodeia. Penso que a nossa
vida tem de ser feita por atenção
àquilo que nos rodeia, e de partici-
pação nisso mesmo. Nós participa-
mos na vida das outras pessoas, isto
é um coletivo, a Terra é feita de to-
dos nós: alguns mais distraídos, ou-
tros menos… Eu tentei, pelo menos,
que houvesse um aperfeiçoamento
no caráter e na pessoa que sou hoje
em dia, não só profi ssionalmente,
mas também pessoalmente.
E passados 50 anos, ainda há “qualquer coisinha” pela qual queira pedir desculpa?
Não. Essa frase nem é entendida
assim. “Desculpem qualquer coisi-
nha” signifi ca que “se não gostam, o
problema é vosso”.
Essa atitude mantém-se?Claro que sim. Até, talvez, refor-
çada, não porque eu, de repente,
passasse a ter enormes certezas de
tudo o que me rodeia (acho que
nós, quanto mais vamos vivendo,
menos certezas temos), mas por-
que sei o caminho por onde vou, sei
o que quero fazer, e sei, sobretudo,
os sonhos que tenho.
Há uns anos atrás, disse que já tinha mudado de estilo musical algumas vezes ao longo da car-reira, mas que, a partir daquele momento, passaria a fazer algo “etno-urbano”, como lhe chamou. Pretende continuar nesse estilo?
Cada vez mais. É evidente que este
espetáculo passa um bocado por
esse estilo de música, mas também
passa por outro tipo de músicas,
porque eu andei desde o rhythm
and blues, ao rock, à música de im-
provisação – a que chamam jazz –,
a fados. Portanto, há de tudo num
espetáculo que eu tenha que fazer,
que represente 50 anos da minha
existência. A etno-urbana é… nós
temos necessidade de pôr rótulos
às coisas. Eu gosto muito de músi-
ca étnica. Gosto e pratico a música
étnica portuguesa, sobretudo da
minha região, da minha cidade que
é Lisboa. Por outro lado, faz todo o
sentido chamar etno-urbano, por-
que eu sou um citadino. Nasci em
Lisboa, sou muito lisboeta, muito
alfacinha, e há muitas raízes de fado
naquilo que vou andar a fazer daqui
para a frente, o que não quer dizer
que sejam fados cantados e toca-
dos “à fado”.
Os seus fi lhos já partilharam o palco muitas vezes consigo. Ape-sar de terem estilos muito dife-rentes, acha que os seus fãs tam-bém são fãs dos seus fi lhos?
É provável que os possíveis fãs
da Mafalda estejam mais próximos
de ser meus fãs, do que do Ágir. Há
uma grande diferença de idades en-
tre mim e o meu fi lho, e uma gran-
de diferença na música que pratica-
mos. Mais ele do que eu. Eu chego
com mais facilidade à música dele,
do que ele chegará à minha. Não
é porque não saiba fazer, é porque
não gosta, não é do tempo dele…
Mas a música que ele faz tam-bém não é do seu tempo…
É, é. O meu tempo é agora (ri).
Digo isto porque, muitas vezes, as pessoas mais velhas dizem: “O que a malta nova agora faz…”. Não acha que as pessoas mais velhas se fecham um bocadinho mais?
Não, as pessoas mais velhas po-
dem é ter um espírito mais velho
também. Mas também podem ter
um espírito mais novo, não é uma
questão de idade. Eu acho que nós
aprendemos em todas as idades,
viver é isso mesmo: é ir aprenden-
do, é ir fazendo, ir vendo… Nós não
aprendemos só com aqueles que
sabem mais que nós, nós também
aprendemos com os que sabem
menos, quanto mais não seja como
não se deve fazer (ri).
Há alguém com quem gostasse de trabalhar, mas que ainda não teve oportunidade?
Vamos falar de duas pessoas. Há
uma pessoa com quem tive opor-
tunidade de trabalhar, com quem
eu gostava muito de trabalhar, e
com quem já trabalhei variadíssi-
mas vezes, é quase uma espécie de
irmão, que é o Ivan Lins. E há uma
pessoa com quem ainda não tra-
balhei, e adorava trabalhar, que é o
Pat Metheny. A esperança só mor-
re connosco, portanto vamos ver se
um dia destes até os consigo juntar
os dois, e trabalharmos os três. Acho
que é possível. Eu sei que eles têm
uma grande admiração um pelo
outro. Um conhece-me bem, e sabe
do que é que sou capaz; o outro
sabe da minha existência através de
amigos comuns, mas não sabe mui-
to bem quem eu sou musicalmen-
te. Por outro lado, comercialmente
falando, não sei no que é que isto
pode dar, porque a parte comercial
também é muito importante, e aqui
estamos a falar de um músico, que
é um enorme guitarrista, e de um
modo geral, o grande público não
gosta muito de música instrumen-
tal. Mas tenho esperança de con-
seguirmos fazer uma coisa em con-
junto.
* aluna de Comunicação Social da ESTA
Paulo de Carvalho “O meu tempo é agora”
Gosto e pratico
a música étnica
portuguesa,
sobretudo da
minha região,
da minha cidade
que é Lisboa
•“Penso que a nossa vida tem de ser feita por atenção àquilo que nos rodeia”
jornaldeabrantes
JUNHO2012 PUBLICIDADE 31
ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE SARDOAL
EDITAL N.º 05 / 2012MIGUEL JORGE ANDRADE PITA MORA ALVES
PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE SARDOAL
FAZ PÚBLICO que, para efeitos do art.º 91º da Lei n.º 169/99, de 18 de Setembro, na redacção dada pela Lei n.º 5-A/2002, de 11 de Janeiro, se publicam as deliberações da Assembleia Municipal, tomadas em sessão ordinária, realizada no dia 27 de abril de 2012:
- PRESTAÇÃO DE CONTAS 2011;(Deliberado por maioria aprovar, com dez votos a favor e seis contra).
E para constar se lavrou o presente Edital e outros de igual teor que vão ser afi xados nos lugares públicos de estilo.
Paços do Município de Sardoal, 04 de maio de 2012
O Presidente da Assembleia MunicipalMiguel Jorge Andrade Pita Mora Alves
Cartório Notarial de Vila de ReiJUSTIFICAÇÃO
- Nos termos do art. 100.º, do Código do Notariado, certifi co que por escritura de 24 de Maio de 2012, lavrada a fl s. 52 e seguintes do livro número 68-E, para escrituras diversas deste Cartório, na qual MANUEL DOS SANTOS ALVES, e mulher, ANA PAULA PINTO ALVES, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, naturais, ele da freguesia e concelho de Sardoal, ela da freguesia de Santa Justa, concelho de Lisboa, residentes na Rua das Flores, n.º 8, Buraca, Amadora, declararam ser, com exclusão de outrem, donos e legítimos possuidores do prédio rústico, composto de citrinos, olival, solo subjacente de horta em olival, com a área de trezentos e sessenta metros quadrados, sito em VALE DO PORTO, freguesia e concelho de Sardoal, que confronta pelo norte, pelo sul e pelo poente com Manuel dos Santos Alves e pelo nascente com a Estrada Nacional, inscrito na matriz sob o artigo 58, Secção AG.- Que o referido prédio, com a indicada composição, veio à sua posse, por volta do ano de mil novecentos e noventa e um, já no estado de casados, por compra verbal que fi zeram a Maria de Jesus, solteira, maior, residente que foi na Rua Rui de Barros Oliveira, n.º 33, Sintra, já falecida, não tendo, porém, sido reduzido a escritura publica a referida compra.- Que desde essa data, em que se operou a tradição material do prédio, passaram a cultiva-lo, a apanhar a azeitona, a colher todos os seus frutos e rendimentos, a trazer pontualmente pagas as respectivas contribuições, a suportar os seus encargos, agindo com a convicção de serem proprietários daquele imóvel e como tal sempre por todos foram reputados.- Que nos termos expostos, vêm exercendo a posse sobre o mencionado prédio, com a indicada composição, ostensivamente, à vista de todos, sem oposição de quem quer que seja, em paz, continuamente, há mais de vinte anos.- Que tais factos integram a fi gura jurídica da USUCAPIÃO, que invocam, para efeitos de primeira inscrição no registo predial, por não poderem provar a alegada aquisição pelos meios extrajudiciais normais.- Está conforme o original.
Vila de Rei, 24 de Maio de 2012
O Ajudante,Júlio de Oliveira Gaspar
(em Jornal de Abrantes, edição 5496 de junho de 2012)
ABRANTES
José Viegas Furtado Pais LoureiroN. 05.10.1932 - F. 01.05.2012
AgradecimentoEsposa, fi lhas, genros e netos agradecem profundamente a todos os que manifestaram o seu carinho e apoio neste momento de imensa dor, prestando, assim, homenagem ao seu ente querido. Que as boas recordações o perpetuem.Lutaste com afi nco e coragem para prolongares a dádiva da vida. Agradecemos-te. Admiramos-te. Uma parte de nós foi contigo, e uma parte de ti fi cou connosco, criando um laço que jamais será desfeito. Um abraço de eterna saudade. Descansa em paz.
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