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Setembro/Outubro 2013 Jornal Saúde da Família Capa Secretarias municipais de saúde (SMS) coordenam novo modelo de programa de residência médica em MFC Página 4 Aconteceu Notícias institucionais, informações sobre os próximos eventos e a presença da SBMFC na mídia Página 10 Especial Saiba mais sobre o Grupo de Trabalho de Ferramentas de Gestão da Clínica MFC da SBMFC Página 3 Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade Ano III Edição 19 JORNAL SAÚDE DA FAMÍLIA Atenção primária em reforma Algumas secretarias municipais de saúde (SMS) estão coordenando um novo modelo de programa de residência médica em medicina de família e comunidade, instituído com o objetivo de qualificar e reestruturar a atenção primária. O município do Rio de Janeiro (RJ) realiza uma reforma na rede de saúde há quatro anos e lançou recentemente o Programa de Residência Médica em Medicina de Família e Comunidade (PRM-MFC) com 60 vagas. Para que isso fosse possível, foram contratados 25 preceptores e quatro coordenadores. Já em Curitiba (PR), a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) ofertou 20 vagas, das quais 12 foram preenchidas. A SMS tem buscado parcerias com outros programas de RM e qualificado os próprios servidores da rede municipal de saúde. Com aproximadamente 85 vagas de RM em MFC disponíveis, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) de Minas Gerais apoia os municípios com recursos financeiros adicionais ao custeio das equipes de Estratégia Saúde da Família, além de manter um Programa de Educação Permanente (PEP) por meio de cooperação técnica com universidades federais e estaduais. Página 4 Foto: © Shutterstock

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Setembro/Outubro 2013Jornal Saúde da Família

CapaSecretarias municipais de saúde (SMS) coordenam novo modelo de programa de residência médica em MFC Página 4

AconteceuNotícias institucionais, informações sobreos próximos eventos e a presença daSBMFC na mídiaPágina 10

EspecialSaiba mais sobre o Grupo de Trabalhode Ferramentas de Gestão da ClínicaMFC da SBMFC Página 3

Sociedade Brasileirade Medicina de Famíliae Comunidade

Ano III Edição 19

JORNALSAÚDE DA FAMÍLIA

Atençãoprimária em reforma

Algumas secretarias municipais de saúde (SMS) estão coordenando um novo modelo de programa de residência médica em medicina de família e comunidade, instituído com o objetivo de qualificar e reestruturar a atenção primária. O município do Rio de Janeiro (RJ) realiza uma reforma na rede de saúde há quatro anos e lançou recentemente o Programa de Residência Médica em Medicina de Família e Comunidade (PRM-MFC) com 60 vagas. Para que isso fosse possível, foram contratados 25 preceptores e quatro coordenadores. Já em Curitiba (PR), a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) ofertou 20 vagas, das quais 12 foram preenchidas. A SMS tem buscado parcerias com outros programas de RM e qualificado os próprios servidores da rede municipal de saúde. Com aproximadamente 85 vagas de RM em MFC disponíveis, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) de Minas Gerais apoia os municípios com recursos financeiros adicionais ao custeio das equipes de Estratégia Saúde da Família, além de manter um Programa de Educação Permanente (PEP) por meio de cooperação técnica com universidades federais e estaduais. Página 4

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Setembro/Outubro 2013Jornal Saúde da Família

2 Editorial

Responsabilidades dos gestores de residência em MFC

Há uma estreita relação entre Medicina de Família e Comunidade (MFC), formação profissional, gestão e eficiência

dos sistemas de saúde. Um sistema de saúde só pode ser economicamente viável, univer-sal, equitativo e de qualidade se houver pro-tagonismo dos gestores da saúde orientando a formação dos recursos humanos, conforme previsto na Constituição Federal, priorizando a Atenção Primária à Saúde (APS). Mas é comum alguns secretários municipais afir-marem que “não é sua competência preparar os serviços de saúde como campo de estágio para residentes” ou que “o ensino só atrapalha a assistência e aumenta os custos”.

Embora a articulação ensino-serviço exija adaptações e investimentos na rede de saúde, experiências internacionais e nacionais, principalmente relacionadas à formação de especialistas, demons-tram que essa integração só traz bene-fícios a médio e longo prazos. Podemos citar maior resolutividade da assistência, melhores indicadores de satisfação, incen-tivo ao desenvolvimento de tecnologia e formação profissional coerente com as necessidades de saúde.

No Brasil, há responsabilidades especí-ficas da União, estados e municípios.

À União cabe:1. Articulação entre Ministério da

Educação e Ministério da Saúde para definição de diretrizes curriculares de acordo com as necessidades do SUS;

2. Regulação da formação de especialis-tas e definição das especialidades prio-ritárias para organização de programas de residência médica (PRMs);

3. Criação de incentivos para reduzir as desigualdades regionais e incentivar especialidades prioritárias;

4. Criação de incentivos financeiros para que os gestores estadual e municipal se tornem protagonistas locais na forma-ção de recursos humanos.

As responsabilidades dos estados são:1. Definição de PRMs prioritários para o

estado;2. Organização da rede estadual de

saúde para estágios (estrutura física, apoio financeiro e pedagógico para preceptores);

3. Estabelecimento de indicadores de ensino na avaliação dos serviços;

4. Apoio financeiro e técnico aos municí-pios para estruturar a rede municipal de saúde para o ensino, especialmente estágios na APS.

Em relação aos municípios, as ações para a rede municipal de saúde são seme-lhantes às dos estados (preceptoria, estru-tura física, indicadores etc). Mas no caso dos PRMs de MFC, os municípios têm papel prioritário, pois a APS está na gestão municipal. Aliás, alguns dos programas de residência médica de medicina de família e comunidade com maior número de vagas no País são coordenados justamente por Secretarias Municipais de Saúde, como acontece no Rio de Janeiro e Curitiba.

A fim de ampliar a participação dos gestores nas iniciativas relacionadas aos PRMs de MFC no Brasil, esta edição do Jornal Saúde da Família traz na reporta-gem principal uma série de experiências exitosas realizadas por gestores munici-pais, estaduais e pela União que estão for-talecendo o SUS e a APS. Boa leitura!

Diretoria SBMFC

DIRETORIA (órgão executivo - gestão 2012-2014)Presidente: Nulvio Lermen JuniorVice-Presidente: Thiago Gomes TrindadeSecretaria Geral: Paulo Poli NetoDiretor Financeiro: Cléo BorgesDiretor de Comunicação: Ademir Lopes JuniorDiretor de Pesquisa e Pós-Graduação Lato Sensu: Daniel KnuppDiretor de Graduação e Pós-Graduação Stricto Sensu: Roberto UmpierreDiretora Científica: Juliana Oliveira SoaresDiretor de Titulação: Emílio Rossetti PachecoDiretor de Exercício Profissional: Oscarino dos Santos Barreto Jr. Diretor de Medicina Rural: Nilson Massakazu Ando

ExpedienteJornalista responsável: Roberto Souza | MTB: 11.408Editor-chefe: Fábio BerklianEditor: Rodrigo MoraesReportagem: Anderson Dias, Marina Panham, Samantha Cerquetani e Tatiana PivaRevisão: Paulo Furstenau Projeto Gráfico: Luiz Fernando AlmeidaDiagramação: Ruben Moreira da Silva

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Jornal Saúde da Família2013 Setembro/Outubro

Especial

O principal desafio do grupo de trabalho é conseguir que cada iniciativa inovadora na prática clínica da MFC possa ser

conhecida, aprimorada continuamente e compartilhada

Instrumento de inovação

para divulgar trabalhos específicos, sele-cionados entre tantos interessantes. “Foi um sucesso, pois cada palestrante apre-sentou suas ferramentas para o aprimora-mento da prática clínica - uma excelente oportunidade de aprendizado e colabora-ção mútua para todos nós”, conta Neiva.

Coordenado há aproximadamente seis meses por Tiago Neiva, o Grupo de Trabalho de Ferramentas de Gestão da Clínica MFC da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC) tem o objetivo de apresentar ferramentas práticas criadas por médi-cos de família criativos e inovadores, que simplifiquem suas necessidades e práticas clínicas. “Podemos citar as planilhas ele-trônicas que facilitam a vigilância e saúde dos pacientes ou ferramentas que otimi-zam a semiótica clínica, permitindo aos profissionais maior efetividade em menor tempo”, explica Neiva.

O grupo, formado por cerca de 120 participantes, discute diversas questões pela internet, e terá em breve um site que será o repositório das iniciativas. Durante o 12º Congresso Brasileiro de Medicina de Família e Comunidade, realizado em Belém do Pará (PA), em junho, o GT Ferramentas de Gestão da Clínica MFC teve um espaço

Dentre as ferramentas apresentadas no evento, o coordenador destaca as planilhas para diagnóstico de demanda, os escores de risco e os modelos de atendimento.

Para Neiva, o principal desafio do grupo de trabalho é conseguir que cada iniciativa inovadora na prática clínica da MFC possa ser conhecida, aprimorada continuamente e compartilhada. O coordenador explica que as principais conquistas são relaciona-das à discussão acerca das necessidades de cada MFC, em especial aquelas que facili-tem a rotina das equipes, do diagnóstico de demanda à gestão do consultório, prioriza-ção das visitas domiciliares, além da agrega-ção de pessoas com objetivos comuns, dis-cussões e compartilhamentos de iniciativas e a participação no Congresso Brasileiro. “E está por vir o site/blog, em que amplia-remos nossa abrangência e relevância para a SBMFC, trazendo-nos um verdadeiro espaço colaborativo de inovação”, conclui o coordenador do grupo.

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Grupo de Trabalho de Ferramentas de Gestão da Clínica MFC visafacilitar as necessidades e práticas clínicas dos especialistas

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Jornal Saúde da Família2013 Setembro/Outubro

Embora a residência médica seja considerada o “padrão ouro” para a formação de especialis-tas, formar um especialista de

acordo com as necessidades do Sistema Único de Saúde exige programas que este-jam em parceria com as políticas de saúde. Assim, alguns gestores municipais come-çaram a organizar programas de residên-cia que sejam coordenados pelas próprias secretarias municipais de saúde (SMS) a fim de atingir dois objetivos principais: formar especialistas e qualificar a própria rede de saúde por meio dos programas de residência médica.

O superintendente de Atenção Primária da SMS do Rio de Janeiro (RJ), José Carlos Prado Junior, revela que o município tem realizado uma “reforma” na rede de saúde nos últimos quatro anos. O recém-lan-çado Programa de Residência Médica em Medicina de Família e Comunidade (PRM-MFC) da SMS é a ação mais estruturante da Subsecretaria de Atenção Primária e evi-dencia o esforço do município para qualifi-car médicos de família e comunidade.

Programa de RM em MFC promete qualificação e reestruturação da principal porta de entrada do SUS

Atenção primáriaem reforma

Por Marina Panham

Segundo ele, a formação de residen-tes em MFC dentro da rede municipal de saúde incentivará a fixação dos egressos na atenção primária da cidade. “Esses novos MFCs estarão aptos a exercer uma prática baseada em evidências com enfoque clí-nico muito forte.” Ele acrescenta que esses profissionais poderão executar uma ampla carteira de serviços, desde  inserção de DIUs até a realização de pequenos proce-dimentos, como biópsias de pele.

Prado conta que as unidades seleciona-das para a prática dos residentes têm estru-tura física adequada, com materiais, equi-pamentos e insumos que permitem bom desempenho e aprendizado. Em sua opinião, a aquisição de aparelhos, como eletrocau-térios, criocautérios, oxímetros, desfibrila-dores e doppler  vascular, para municiar os estágios secundários, foi um investimento importante. A  remuneração do residente no município é atrativa, estando próxima ao salário do  médico da equipe de Estratégia Saúde da Família (ESF), sendo uma demons-tração de foco e  investimento na formação do médico de família e comunidade.

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Setembro/Outubro 2013Jornal Saúde da Família

6 Reportagem

Para supervisionar a qualificação dos residentes do PRM-MFC da SMS do Rio de Janeiro, foram contratados 25 preceptores e quatro coordenado-res, todos eles médicos de família e comunidade com experiência assis-tencial. Para os estágios supervisiona-dos, foram escalados 20 supervisores. Segundo ele, aproximadamente 10% das equipes de ESF do Rio de Janeiro são compostas por residentes e pre-ceptores. “Em 2013, a ociosidade de vagas do PRM-MFC foi de menos de 2%”, afirma. Segundo ele, isso se deve em grande parte à divulgação do pro-grama em vários canais de comunica-ção, incluindo “corpo a corpo” nos cur-sos de medicina das universidades do município e da região metropolitana.

A seleção de residentes é realizada por meio de um edital da SMS. Em 2013, foram oferecidas 60 vagas de R1, com procura de 187 candidatos e lota-ção de 59 residentes. Prado avalia que a forma como o processo seletivo é rea-lizado permite  aproveitamento maior das vagas. Caso haja fim do banco de candidatos para RM em MFC, é pos-sível o reaproveitamento de vagas a partir de especialidades básicas, como clínica médica e pediatria.

Inicialmente, ele revela que a com-plementação da bolsa da RM não foi bem aceita e compreendida por outros programas e instituições. Contudo, o PRM-MFC do Rio conta hoje com o respaldo e apoio institucional do Ministério da Saúde, como diretriz para valorização e incentivo no preen-chimento dessas vagas.

Além do PRM-MFC da SMS, com 60 vagas, outros programas de residên-cia médica foram fortalecidos no Rio de Janeiro, como os da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), com 30 vagas; da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com oito vagas; e da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz), com quatro vagas.

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Jornal Saúde da Família2013 Setembro/Outubro

O que define a eficiência da especializaçãoé a forma como os programas de RMsão estruturados. Algumas secretarias municipais de saúde (SMS) estão coordenando um novo modelo de programa de residênciaem medicina de família e comunidade instituídos com o objetivo de qualificar e reestruturara atenção primária.

1. José Carlos Prado Junior, superintendente de Atenção

Primária da SMSdo Rio de Janeiro

2. Maurício Botelho,subsecretário de Políticas

e Ações emSaúde da SES/MG

O superintendente explica que ape-sar de o plano pedagógico ficar sob a responsabilidade e chancela de cada pro-grama, a SMS disponibiliza as melhores unidades de saúde e preceptores para os demais programas de RM. “Todos fazem parte da rede de atenção primária do município, utilizando a mesma car-teira de serviços, os mesmos protocolos e as mesmas metas e indicadores que as demais equipes de ESF”, observa.

As aulas teóricas são semanais e cor-respondem a 10% da carga horária total da  RM. “São temas clínicos prevalentes na atenção primária, além das ferramen-tas específicas da medicina de família e comunidade, todas baseadas nas  melho-res evidências e com pedagogia ativa”, enfatiza. Além da carga horária na aten-ção primária, Prado explica que os resi-dentes passam por estágios nas emer-gências  clínica e pediátrica, assim como maternidades, onde adquirem habili-dades de manejo de  pré-natal de risco, assistência ao parto e cesariana. Também há  estágios ao longo da RM com matri-ciamento de saúde mental, dermatologia e oftalmologia, específicos para a RM.

Todos os residentes  recebem treina-mento em Suporte Avançado de Vida em

Cardiologia (ACLS, sigla em inglês) e, no segundo ano do programa, podem desen-volver estágio optativo. “Temos convênios firmados e, neste ano, já enviamos residen-tes para Portugal, Espanha e Itália, além de estágios pontuais por iniciativa dos pró-prios residentes para a região amazônica e Inglaterra”, destaca.

Experiência curitibanaA Secretaria Municipal de Saúde de

Curitiba também lançou recentemente um PRM-MFC. Para a coordenadora Marcela Dohms, a iniciativa tem sido importante para o processo de qualificação e reestru-turação da atenção primária no municí-pio. Segundo ela, investir na ampliação da cobertura da ESF e na formação de médi-cos de família e comunidade é essencial para efetivar a mudança de modelo na rede municipal de saúde. Marcela revela que de 20 vagas oferecidas para o PRM-MFC de Curitiba, 12 foram preenchidas. “A maio-ria dos candidatos eram servidores da rede municipal de saúde”, afirma.

Como o processo de implantação de um programa de RM é burocrático, ela ressalta que o apoio da SMS de Curitiba foi fundamental. Além da burocracia,

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8 Reportagem

residência médica em medicina de famí-lia e comunidade. Principalmente com a implantação do Programa de Valorização dos Profissionais na Atenção Básica (Provab) e do Programa Mais Médicos. Para reduzir a ociosidade de vagas, a Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba tem estabelecido parcerias com outros programas de RM e qualificado os próprios servidores da rede municipal de saúde. E estão sendo estudadas possibili-dades para incentivar a fixação dos resi-dentes na rede de saúde do município. Na opinião de Marcela, a equipe de pre-ceptores e residentes de um PRM-MFC deve atuar em conjunto como apoiado-res da gestão, identificando as dificul-dades da prática do serviço e ajudando a fomentar estratégias de melhoria para toda a rede de saúde.

Gestão estadualEm Minas Gerais, a Secretaria

Estadual de Saúde (SES) apoia os muni-cípios com recursos financeiros adicio-nais ao custeio das equipes de Estratégia Saúde da Família, além de manter um Programa de Educação Permanente (PEP), por meio de cooperação técnica com universidades federais e estaduais, para médicos das equipes de ESF dos municípios mineiros.

consulta (Problem Based Interview – PBI). Os preceptores do PRM-MFC de Curitiba possuem RM ou título de especialista em MFC e mensalmente participam de reuniões pedagógicas com outros preceptores e de reuniões clínicas com toda a equipe de residên-cia médica.

Para Marcela, a questão da com-plementação da bolsa para estimular a procura pela RM representa outro desa-fio importante para os programas de

ela revela que um dos principais desa-fios como coordenadora foi desenhar um programa teórico-prático em con-junto com outras RMs do município. A grade curricular contempla atuação do residente na atenção primária, com a supervisão de um preceptor exclusivo em tempo integral; estágio em hospitais e setores especializados; programa teó-rico no período noturno; grupos de dis-cussão sobre a relação médico-paciente (Balint) e análise de videogravação de

José Carlos Prado Júnior, superintendente deAtenção Primária da SMS do Rio de Janeiro

“Temos convênios firmados e, neste ano, já enviamos residentes para Portugal, Espanhae Itália, além de estágios pontuais por iniciativa dos próprios residentes para a região amazônica e Inglaterra.”

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programáticos de programas de RM. “A orientação da Secretaria é para que insti-tuições e municípios cumpram as orien-tações dadas pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM)”, enfatiza. Segundo o subsecretário de Políticas e Ações em Saúde, a expectativa da SES/MG é aumentar a oferta de vagas em residência médica no estado e, em con-sonância a outras ações, aperfeiçoar a qualidade da assistência prestada ao cidadão mineiro.

O subsecretário de Políticas e Ações em Saúde da SES/MG, Maurício Botelho, enfatiza que ocorreu nos últimos anos o crescimento da oferta de vagas de RM em MFC, mas reconhece que ainda há necessidade e potencialidade de expan-são. Diante do cenário, a SES/MG está em fase de planejamento, com foco no apoio aos municípios para que estes pos-sam solicitar credenciamento e expansão de residência em medicina de família e comunidade.

Até o momento, existem aproximada-mente 85 vagas de RM em MFC no estado de Minas Gerais. Essas oportunidades são oferecidas por universidades, hospitais e municípios, estando alocadas em várias regiões do estado.

A Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais orienta instituições e municípios em relação à documentação necessária e trâmites para a solicitação de vagas de RM. E em parceria com a Associação dos Hospitais de Minas Gerais (AHMG) e a Associação de Apoio a Residência Médica de Minas Gerais (AREMG), realizou um planejamento de apoio aos hospitais do estado para o credenciamento de vagas novas. Botelho relata que esse apoio ocorreu em forma de sensibilização, capacitações, asses-soria técnica e recurso financeiro para as Comissões Estaduais de Residência

Médica (CEREMs). “A SES/MG apoia de forma incondicional toda instituição ou município que deseja implantar progra-mas de RM ou multiprofissional”, afirma. O apoio é dado por meio de capacitações e consultorias com objetivo de fomentar a organização e planejamento local para que possam solicitar e manter os progra-mas prioritários de residência atendendo à lógica de regionalização.

Botelho afirma que a SES/MG não faz intervenções em conteúdos

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Marcela Dohms, coordenadora do PRM-MFC da SMS de Curitiba

“A questão da complementação da bolsa para estimular a procura pela RM representa

outro desafio importante para osprogramas de residência médica emmedicina de família e comunidade.”

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O parto domiciliar é um tema polê-mico entre os médicos. Entretanto, a SBMFC acredita que o local do parto deve ser uma escolha das mães, consi-derando-se as boas evidências científi-cas e indicação clínica de acordo com o acompanhamento do pré-natal. Em determinados locais do Brasil, princi-palmente nas regiões rurais, os médicos de família e as enfermeiras são as prin-cipais referências para o acompanha-mento do pré-natal e trabalho parto.

“Há boas evidências científicas demons-trando que um pré-natal de baixo risco é seguro tanto se for realizado em casas de parto, como no domicílio ou nos hospi-tais. A equipe também pode variar, sendo composta por médicos de família, enfer-meiras obstetrizes ou obstetras. Em todas essas situações, há necessidade de respei-tar o direito da mulher, seus valores cultu-rais, e garantir a segurança da mulher e do bebê”, ressalta o diretor de Comunicação da SBMFC, Ademir Lopes Junior.

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Aconteceu

Em agosto, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) divulgou os Índices de Desenvolvimento Humano dos Municípios (IDHM) no Brasil por meio do Atlas do Desenvolvimento Humano de 2013. De acordo com o PNUD, o País manteve a mesma 85ª posição registrada em 2011, de um total de 187 nações.

O IDHM no País passou de 0,492 em 1991, para 0,612 em 2000 e 0,727 em 2010. Os primeiros colocados nesse levan-tamento são Noruega (0,955), Austrália (0,938), Estados Unidos (0,937), Holanda (0,921) e Alemanha (0,920).

Os autores levaram em conta três dimensões consideradas importantes para a ampliação de liberdade das pessoas: a oportunidade de uma vida longa e saudá-vel (saúde), acesso ao conhecimento (edu-cação) e padrão de vida digno (renda). O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e a Fundação João Pinheiro (FJP) auxiliaram na produção do estudo no País.

Sociedade apoia campanha no Dia Nacional de Combate ao Fumo

Em 29 de agosto foi comemorado o Dia Nacional de Combate ao Fumo. De acordo com levantamento da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel Brasil), o número de fumantes no Brasil caiu 14,8% em 2011.

O diretor de comunicação da SBMFC, Ademir Lopes Junior, diz que a função dos médicos de família e de todos os profissionais de saúde é auxiliar não apenas no processo de

abandono do tabagismo, mas também na manutenção dos hábitos daqueles que pararam de fumar.

Segundo o especialista, 80% das pessoas que deixam de fumar retor-nam ao hábito, devido ao alto poder de dependência da nicotina. “A nicotina atua rapidamente no cérebro, causando dependência superior à do álcool, por exemplo. Basta um mês de uso contínuo de cigarros para acionar o gatilho da dependência”, relata o diretor.

Nos meses de agosto e setembro, a SBMFC marcou presença nos mais diver-sos canais de mídia. A implantação do Programa Mais Médicos, as doenças liga-das a inverno e tempo seco, além do Dia Nacional de Combate ao Fumo, foram os principais temas abordados pela instituição.

Em agosto, a SBMFC foi citada em 69 matérias, e no mês seguinte o jornal O Estado de S. Paulo ouviu a instituição como fonte em duas matérias que citavam o Programa Mais Médicos.

Cerca de 80% das pessoas que param de fumar retornam ao vício

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ckBrasil permanece em 85° lugar no IDHM

SBMFC marca presença em diversos veículos da mídia

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Curtas

Parceria SBMFC e Grupo A Sócios da SBMFC têm 15% de desconto em

obras da editora Grupo A. Para ter acesso, basta

entrar na área restrita do site da SBMFC e clicar

no banner do Grupo A.

SBMFC e APRMFC organizam seminário em atenção primáriaA SBMFC e a Associação Paranaense

de Medicina de Família e Comunidade

(APRMFC) organizam, entre 28 de novembro

e 1º de dezembro o Seminário Brasileiro de

Prevenção Quaternária em Atenção Primária

à Saúde Curitiba. Mais informações sobre o

evento podem ser encontradas no site.

PromefConheça o Programa de Atualização

em MFC (Promef), dirigido ao médico

especialista em cuidados integrais,

continuados e contextualizados. Os autores

são profissionais experientes na prática

clínica da Atenção Primária à Saúde (APS) e

selecionados pela SBMFC.

Aconteceu

Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, defende inclusive pontos polêmicos do programa

Até 23 de setembro, 75 profissionais com diploma estrangeiro, participantes do Programa Mais Médicos, do Ministério da Saúde, receberam registros provisórios, de acordo com informação dos Conselhos Regionais de Medicina (CRMs). O número corresponde a 10% do total de 670 aprova-dos na primeira etapa do projeto.

Os CRMs de diversos estados do País têm se negado a liberar os regis-tros por discordâncias com o programa, e o Ministério da Saúde diz que entrará na Justiça para que estes sejam emiti-dos. Aqueles profissionais brasileiros e estrangeiros que já obtiveram suas autorizações já começaram a atender

em alguns pontos do Brasil. A SBMFC apoia a atitude de levar atendimento médico a populações que nunca o tive-ram, mas lembra que o Sistema Único de Saúde necessita de mais investimentos em estrutura e formação de médicos e demais profissionais de saúde.

A principal discordância das enti-dades médicas é a não revalidação de diploma de médicos de países estrangei-ros. O Ministério da Saúde argumenta que, com a revalidação, tais profissionais poderiam atuar nas áreas de sua prefe-rência, e não apenas nas periferias e áreas com dificuldades estruturais, foco do Programa Mais Médicos.

Selecionados pelo Mais Médicos têm dificuldades para obter registro

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BrRio de Janeiro recebe evento de ciências sociais e humanas em saúdeEntre 13 e 17 de novembro, a Universidade

Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) sedia o

VI Congresso Brasileiro de Ciências Sociais

e Humanas em Saúde, organizado pela

Associação Brasileira de Saúde Coletiva

(Abrasco). As inscrições podem ser

realizadas até 21 de outubro, e vale lembrar

que não haverá inscrições no próprio evento.

O site para mais informações é www.

cienciassociaisesaude2013.com.br.