jornal notícias setembro 2014
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setembro 2014
Fundao nacional do livro inFantil e juvenil | Seo BraSileira do
Notcias 9
O Congresso de Leitura do Brasil, que acontece a cada dois anos desde 1978, apresentou na 19 edio o tema leituras sem margens, na Unicamp Universidade Estadual de Campinas, de 22 a 25 de ju-lho. O evento organizado pela ALB (Associao de Leitura do Brasil) e pela Faculdade de Educao (FE) e vem se renovando a cada edio com a partici-pao de professores e bibliotecrios de todo pas.
O 19 Cole reuniu mais de 2.500 pesso-as e contou com diversos acadmicos de repercusso nacional e internacional, que participaram de uma variada programa-o composta de feira de livros, conver-sas com autores, oficinas, exposies, ci-clo de cinema, lanamento de livros e ou-tros eventos.
As comemoraes dos 30 anos da cria-o da ALB foram estendidas durante o evento, com o lanamento do Catlogo Tempo de Cole, que traz uma cronologia de afetos, imagens e palavras das 19 edi-es dos Coles e pode ser adquirido na Livraria da ALB, pelo site http://alb.com.br/livraria.
Para a Associao de Leitura do Brasil, o 19 Cole foi dimensionado como um presente aos seus associados, que so-mam hoje um pouco mais de 300 mem-bros e tm acesso gratuito ao congresso.
O Manifesto do Movimento por um Brasil Literrio tambm foi entregue ao pblico do Cole, que pode assistir a sesso especial Perspectivas da Leitura no Brasil, no dia 22 organizada pelo MBL. Elizabeth Serra, membro do Conselho Deliberativo do MBL exercendo sua presidncia, falou sobre o trabalho com a leitura e literatu-ra no Brasil. Em seguida, descreveu o sur-gimento do Movimento e a atividade re-alizada at hoje, que tem a leitura do tex-to literrio como foco de ao. Ao final, Elizabeth convidou os participantes a fa-zerem a leitura do Manifesto, encerrando com um vdeo gravado na FNLIJ em que Bartolomeu Campos de Queirs comenta o documento, emocionando a todos.
A escritora Marina Colasanti apresen-tou no dia 24 a palestra O navio fantas-ma atraca na terceira margem do rio, en-cerrando o ciclo de conferncias com o Ginsio Multidisciplinar da Unicamp lo-tado e ao final autografou seus livros por quase duas horas.
Marina falou sobre os quase 50 anos de carreira e os 50 livros publicados. Eu tentei enfatizar o modo como os diferentes gne-ros com os quais trabalho dialogam entre si, formando de um todo, declarou a escritora.
Mais uma vez, Marina gentilmente ce-deu o texto de sua palestra que reprodu-zirmos neste Noticias.
presena da lij no 19 Cole/alBSegundo o professor Antonio Carlos Amorim, ento presidente da ALB, o con-gresso recebeu 2.300 inscries, sendo a metade para participaes como ouvintes, e vrias se deram por meio de secretarias de educao, escolas e demais coletivos, com valores comparativamente bem re-duzidos. Mantemos o carter do Congresso de ser um espao-tempo de vivncia e com-partilhamento de conhecimentos acad-micos e de outras naturezas, completou Antonio Carlos.
Como parceira do Cole e da ALB desde o seu inicio, a FNLIJ foi responsvel pela me-sa-redonda sobre LIJ intitulada Qual o lu-gar da fantasia na Literatura Infantil e ju-venil, hoje?, no dia 23. O premiado Roger Mello e Silvia Castrilln, da Associao Colombiana de Leitura foram convida-dos das duas instituies para compor a mesa, com mediao de Elizabeth Serra. O pblico lotou o Auditrio II e os cor-redores centrais e laterais do Centro de Convenes Unicamp. Ao final, foi pro-jetado o vdeo com Roger Mello falando sobre os dez livros indicados pela FNLIJ para sua candidatura ao prmio Hans Christian Andersen do IBBY. A ALB re-cebeu da Fundao as brochuras com os livros premiados durante os 40 anos do Prmio FNLIJ, que foram distribudas a to-dos os participantes.
2 Notcias 9 | setembro 2014
O navio fantasma atracou na terceira margem do riopor marina colasanti
E o navio fantasma atracou na terceira margem do rio. Poderia ser um titulo criado para encaixar-se com preciso no tema desse 19 Cole, leituras sem margens. Mas, na verdade, um conto. Porque o pedido que recebi da organizao foi que falasse do meu traba-lho, escolhi para nomear esta conversa o miniconto que encerra meu livro mais recente, Hora de alimentar serpentes.
Seis palavras bastam para costurar um conto fora das margens. Com to pouco, nos remete a cargas culturais, fala de mistrio, diz da consistncia do impalpvel, e encerra uma viagem no ima-ginrio. Um conto que sintetizando todo o contedo do livro o leva ao seu fim, e que, justamente, se intitula Porto.
E para que minhas intenes nesse livro ficassem claras j na abertura, o prlogo , ele tambm, um conto de poucas palavras: Enfiou a serpente na agulha. E comeou a costurar.
Desde o incio, preferi a serpente a qualquer outro fio. Serpente, no pelo veneno mas pelo risco, serpente no pelo medo mas pela seduo, serpente porque coleante, viva, e inesperada.
Escrever dentro dos limites rgidos impostos pelas molduras estilsticas nunca foi o meu forte.
Meu primeiro livro, publicado em 1968 - depois de ter estado cinco anos espera de um editor - foi recebido como um livro de crnicas. No era. Embora atuando naquela poca como cro-nista do Jornal do Brasil, em momento algum quis duplicar em casa aquilo que fazia na redao. Meu desejo buscava outros ca-minhos que, entretanto, no sabia nomear.
Em busca desses caminhos, e sem saber que estabelecia um pa-dro para o futuro, criei uma estrutura e comecei a escrever para atend-la. J no sei, passados tantos anos, como essa estrutura nasceu, mas era ousada, embora eu no me desse conta disso. E ousado era o tema, para uma jovem principiante.
Soube logo que no desejava escrever um romance como no o desejei at hoje nem exatamente contar uma histria. Ou tal-vez quisesse cont-la, mas de outro modo, no linear, no bvio, j que o linear e o quase bvio eram meu prato cotidiano na re-dao. O tema que escolhi foi a Solido, com o qual tinha algu-ma intimidade.
Minha inteno era mostrar como a solido pode acompanhar uma vida desde o incio, e sempre estar presente. A vida, pensava eu ao estabelecer a arquitetura que sustentaria o meu texto, um fenmeno individual que em sua essncia nos mantm ss, mes-mo quando acompanhados.
Para diz-lo usei minha prpria vida, no com inteno auto-biogrfica, mas porque era o modelo que tinha. E trabalhei com alternncia. Os captulos pares do livro so flashes do presente. Os mpares so relativos ao passado e avanam cronologicamen-te, comeando na frica, onde nasci.
Lembro com clareza que eu queria alcanar um efeito similar ao que se usava ento nas boates onde, diga-se de passagem, eu ia muito , aquele cintilar em movimento provocado pela bola de espelhos girando no teto.
Com o ttulo Eu sozinha, o livro, considerado de crnicas, teve at boa recepo. Ningum percebeu estrutura alguma! Mas eu tinha posto o p no caminho.
O curioso que essa necessidade de estrutura, esse limite auto imposto, parece em desacordo com o contedo fortemente emo-cional do primeiro livro, e mais ainda com o imaginrio desem-bestado com que trabalharia dali para a frente. Na verdade, eu a utilizava como uma proteo, como o guarda-mancebo que di-minui o risco do marinheiro ao movimentar-se pelo convs em plena tempestade. Sentia a necessidade de algo em que me segu-rar, para no entornar as palavras, para manter o domnio sobre o que estava escrevendo.
Publiquei em seguida um livro de crnicas, Nada na manga. As crnicas fogem a essa nossa conversa de sussurros e terceiras margens porque, ligadas imprensa, tm sempre um p, quan-do no os dois, no cotidiano, no real. Gosto muito de escrev-las, mas hoje passo batida por elas.
E ento descobri os minicontos. Meu inconsciente comeava a falar comigo em voz clara.
Sem mais nem menos, me disse: uma mulher tinha uma passa-rinho na cabea. Queixava-se. O passarinho batia asas, a cabea doa. Ningum lhe deu ateno. Parou at de se queixar. Gemia, conversava com o passarinho que a habitava. Morreu sufocada, o nariz entupido de alpiste.
E eu no tinha idia do que fazer com isso. Est certo, era ignorncia da minha parte, mas naqueles idos
em que nem se falava em minicontos justificava-se.Quase constrangida com aquelas poucas linhas que me pare-
ciam no servir para nada, mas me intrigavam, fui mostrar mi-nha perplexidade a meu marido, certa de que ele, professor de li-teratura, saberia me orientar. um conto!, disse Affonso eufri-co. E me entusiasmou a escrever mais, a pensar em um livro. Do entusiasmo dele e do meu resultou Zooilgico.
Notcias 9 | setembro 2014 3
Como uma mancha de leoDessa vez, a minha estrutura de apoio havia sido o tema. Um tema com ampla possibilidade de expanso, que utilizava o ani-mal para falar do humano, da metamorfose, do tempo. E que me permitia ironias. Ironias at mesmo com a tradio literria, pois naquele tempo em que ainda se exigia de um conto que tivesse princpio, meio, e fim, fiz um, Histria com princpio, meio e fim, o outro, Histria s com princpio e fim, ambos derrisrios.
Sem nada saber de intertextualidade, j nesse livro inclu ele-mentos oriundos de outras leituras.
Eu descobria meu bem querer pela economia verbal, e o encan-tamento com aquele tipo de absurdo que s absurdo na aparn-cia, pois remete a sentimentos e vivncias profundamente reais.
Helio Pellegrino, psicanalista e homem de grande sensibilida-de, autor da apresentao do livro, percebeu isso tudo sem que eu lhe dissesse. O surrealismo, domado, se rende estrutura, es-creveu. O inslito irrompe, e nos assombra, no grave espao aber-to pelo exato e enxuto- discurso de....etc..etc.. Por coincidncia mas haver coincidncias? - Helio termina dizendo : livro... (ad-jetivos). Na terceira margem do rio.
minha margem favorita. Diz Bachelard que o valor de uma imagem se mede pela exten-
so da sua aurola imaginria. Sempre me interesso mais pela au-rola do que pela imagem. Ou melhor, sempre me interesso mais por aquelas imagens que apresentam possibilidade de aurola. E as observo e as questiono, deixando que sua aurola se expanda como uma mancha de leo, at tornar-se mais importante que a imagem. ento, que ela me conta uma histria.
Trs anos depois de Zooilgico, publiquei A morada do ser.Eu trabalhava naquele tempo em publicidade, e a minha conta
mais importante era imobiliria. Durante oito anos vivi mergu-lhada em plantas, lanamentos, pontos de venda, metragens. O mercado imobilirio era a minha morada. E podia ser sufocan-te. A necessidade de abater paredes de concreto que estavam se tornando opressivas, aliada ao conhecimento que tinha delas, di-tou o tema.
Agora, entretanto, eu no precisava mais de guarda mancebo, havia aprendido a andar solta no convs. Tema e estruturas ga-nhavam outra finalidade.
A inteno do primeiro livro, de traar um discurso complexo atravs de textos breves, tornava-se mais determinada e mais cla-ra. Considerando a extrema brevidade dos minicontos, havia-se tornado evidente para mim que no os queria apenas como pe-quenos fragmentos intelectuais, um punhado de moscas, mes-mo que interessantes, com que o leitor ficaria ao fim do livro. O que eu queria era usar os mini textos para construir um painel mais amplo, exatamente como os fragmentos de um mosaico. Ao terminar o livro, o leitor teria atravessado, ainda que sem dar-se conta, uma reflexo sobre o tema, um ensaio.
Mas um ensaio exigiria estruturas mais complexas, fundaes, colunas, vigas de sustentao, como os prdios, justamente. E preciso. Comecei a ler algo de histria, e coisas relativas a mo-radia, simblicas e antropolgicas, a re-frequentar o que havia
apreendido em meus prprios anos de anlise.Tudo isso parece muito distante da terceira margem, dos uni-
versos etreos que nos interessam aqui. Mas localizar a terceira margem s possvel quando se conhecem as outras duas. E eu precisava demarcar o espao, para poder abrir as velas.
Feitas as leituras necessrias, organizei um modo de trabalho singular. Desenhei numa prancheta um mapa imobilirio, como aqueles com que estava familiarizada na agncia. Um mapa imo-bilirio, para quem no sabe, o desenho de um retngulo dividi-do em tantos andares quantos so os do prdio em questo, cada andar dividido em tantos quadrados quantos so os apartamen-tos que se pretende vender. E o agente imobilirio vai espetando tachinhas verdes ou vermelhas indicando a situao da venda, se em andamento, ou fechada.
Estabeleci para o meu prdio/livro nove andares e trs cobertu-ras. Em cada andar, sete apartamentos. E entre cada andar, uma rea coletiva, portaria, elevador, play, etc... Coloquei o quarto de empregada como rea coletiva, indicando que no fazia parte do ncleo familiar.
E passei a preencher os quadrados.No com contos, ainda. Eu apenas anotava no quadrado o fator
preponderante que deveria habit-lo. Lembro que noite, quan-do a casa alheia iluminada se torna mais visvel , eu ficava do alto da minha cobertura olhando os prdios e tentando penetr-los. As luzes azuis correspondiam televiso ligada. E eu anotava, aqui e acol, TV. E havia sala acesa e vazia. E eu anotava, soli-do. Gente na cozinha, e eu, fome. A minha prancheta foi fican-do habitada.
Chegou o ponto em que me vi livre para enlouquecer, e es-crever os contos correspondentes s anotaes. Fiz um desfile de sete de setembro atravessar um apartamento, com os cavalos dei-xando seu rastro de bosta fumegante. Fiz uma obra no piso de um banheiro desencavar o crnio de um pitecantropo. Fiz sofs e poltronas se sentarem no colo dos seus proprietrios, para as-sistirem TV. Fiz o deserto se infiltrar por baixo de uma porta, e a infiltrao gerar uma ilha no andar inferior. Mas por baixo disso, falei da casa como continuidade do corpo, abrigo e tero, neces-sidade primeira. E falei da perda de privacidade, da distncia en-tre quem dorme lado a lado, dos rituais domsticos e da sua au-sncia, da vida.
O livro teve dois sumrios, um no comeo e outro no fim. Do primeiro, desenhado como o mapa, s constavam os nmeros dos apartamentos, que eram tambm os ttulos de cada conto. Eu queria que o leitor se movesse s cegas, como em um edifcio de que no se conhecem os moradores. Por isso tambm exigi que as pginas no fossem numeradas, detalhe que enlouqueceu o pri-meiro editor e foi eliminado pelo segundo. No segundo sumrio, ao final do livro, quando o leitor j conhecia todos os habitantes, havia ttulos em lugar de nmeros.
Para o seguinte livro de minicontos, que escrevi oito anos mais tarde, depois de vrios outros livros, e cujo tema era o amor, fiz tanta pesquisa para montar a estrutura que, antes dos contos, acabei escrevendo um ensaio.
4 Notcias 9 | setembro 2014
Alm dos sentidosO que abstrato, e o que concreto? Desde Kant, nos acostu-mamos a acreditar que concreto aquilo que se percebe com os sentidos. Mas as capacidades sensoriais humanas se alteraram ao longo dos sculos e da evoluo, e mesmo hoje apresentam grandes variaes individuais. Uma pessoa ruiva, por exemplo, segundo a cincia muito mais sensvel dor fsica que os outros mortais. Cegos conseguem distinguir cores pelo tato. E as mu-lheres costumam ter mais papilas gustativas - responsveis pela percepo dos sabores - do que os homens.
Os sentidos dependem de clulas especficas nas quais recep-tores reagem a determinados estmulos, enviando-os ao crebro. Sabedores de que o crebro humano no sempre igual, nem re-age sempre do mesmo modo, como podemos fazer dos sentidos medida exata para a realidade?
A realidade sonora do co, que tem capacidade auditiva muito superior humana, ento mais real que a nossa?
H alguns anos escrevi em um ensaio, que o que me interessa a realidade expandida. De um objeto, no considero real somen-te seu corpo fsico, aquele que posso palpar, ver ou at cheirar. Igualmente reais so para mim o seu entorno, a sombra que ele projeta, a sua procedncia, o material de que feito e a maneira com que foi feito, o uso a que se destina e o uso que podemos lhe dar, suas origens e seu destino. Nada disso palpvel, embora seja a latncia vital daquele objeto. O sentido que nos aproxima des-sa multiplicidade de elementos um sexto sentido formado pela soma dos outros cinco, aliado experincia, curiosidade, que-le tanto de doao de si que indispensvel para ir ao encontro do outro. Para simplificar o chamamos sensibilidade. E o que a sensibilidade nos revela pode ser, muitas vezes, mais real do que aquilo que a realidade nos apresenta.
Talvez fosse algo semelhante a isso, que Bachelard tinha em mente ao falar de aurola imaginria.
Sem abracadabraFoi nesse ponto do meu percurso autoral que dei de cara com os contos maravilhosos. Ou talvez seja mais justo dizer que os con-tos maravilhosos me saltaram em cima.
Eu poderia usar a expresso contos de fadas, mas no quero enganar ningum. Em mais de 100 desses contos que escrevi at agora, aparece uma nica fada, que nem fada , mas feiticeira. Fiquemos, ento, com maravilhosos.
Como toda menina, e ainda mais menina europia, recebi os contos clssicos junto com papinhas e mamadeiras. Adiante, fo-ram meus primeiros livros. Mas embora na infncia tivesse versi-ficado A princesa ervilha, nunca desejei ou sequer imaginei escre-v-los. Pareciam-me pertencer a outro universo. E se entraram na esfera dos meus desejos, onde se estabeleceriam para sempre, foi por puro acaso.
Comeo de abril de 73, a ditadura comendo solta. Ana Arruda que viria a ser Callado -, editora do Caderno I (infantil) do Jornal do Brasil, presa. Sei a data precisa porque no dia 15
escrevi uma crnica emocionada que para passar na censura re-sultou to metafrica, a ponto de ningum entender de que fala-va. Alberto Dines, editor do jornal, me pede para substituir Ana na editoria do Caderno I. Por razes ticas, e porque no tenho idia de como lidar com essa rea, decido deixar tudo como est, tocando apenas o barco para a frente. E, tocando, chega o dia em que tenho um buraco, ou seja, um espao sem matria correspon-dente, que ter que ser resolvido at o dia seguinte.
Tento pensar como uma professora primria e decido que dar algum trabalho para os pequenos leitores ser timo. J em casa, escolho reescrever um conto clssico trocando a ordem, para que as crianas o re-arrumem. A ilustrao, eu mesma farei. E porque estou contente de ter achado a soluo, sento de alma leve dian-te da minha Olivetti 22 e comeo a reescrever A bela adormecida.
a que sou fisgada. Pois ao terminar de escrever, percebo ter gerado outro conto. Pensando continuar sentada no meu escrit-rio, eu havia me transferido para aquele universo ao qual nunca havia imaginado pertencer. E a maravilha tanta, que no quere-rei mais abandon-lo. O conto ganha o ttulo de 7 anos e mais 7. Assim tem origem o livro Uma idia toda azul.
Para lev-lo adiante, porm, teria que superar num obstculo consistente: eu no sabia como havia entrado, nem como volta-ria quele universo. Havia cado dentro dele por acaso, distrada, como uma Alice na toca do coelho, e quando depois, cheia de entusiasmo e com a conscincia alerta, tentava escrever algo do mesmo gnero, obtinha apenas mesmices, pastiches dos contos tradicionais, esteretipos.
No havia palavra mgica, nenhum abracadabra. Eu me sen-tia travada.
Depois de vrias tentativas infrutferas, conclui que se a distra-o havia sido a chave de abertura, e se distrao equivale a au-sncia de super ego, precisaria aprender a dar frias, ainda que momentneas, a esse senhor. Teria que descobrir o modo de criar um espao de vazio, uma espcie de tokonoma interior em que me refugiar, surdo aos rudos e convocaes do cotidiano, aco-lhedor apenas para chamamentos mais fundos. Enfim, um apren-dizado difcil para quem no zen, nem tem alma oriental.
Havia outras inquietaes no caminho. Ningum, que eu sou-besse, escrevia naquele tempo contos ditos de fadas. Pelo contr-rio, passvamos por um perodo de execrao do gnero, consi-derado alienante e excessivamente violento. E eu estava, alm do mais, buscando uma linguagem completamente diferente da ora-lidade - ou da imitao linear da oralidade - que havia sido at ento norma do gnero, e que era considerada a mais adequada para crianas.
Hoje, passados tantos anos, eu diria que meu processo para chegar a esses contos de alguma maneira distante, claro, e nada cientfica semelhante sinestesia. Na sinestesia, o estmu-lo de um sentido desperta a sensao de outro sentido: a visuali-zao de uma escultura percebida como um cheiro, ou um chei-ro traz a percepo de uma cor. Ou seja, um estmulo funciona como disparador de outro. Foi mais ou menos o que aconteceu
Notcias 9 | setembro 2014 5
ao escrever o primeiro conto, quando o sono fantstico do con-to original serviu para estimular meu inconsciente, levando-o a produzir outra narrativa em que o sono deixa de ser uma ausn-cia, para tornar-se ativo.
Assim, meus contos maravilhosos me surpreendem como se no fossem meus, como se eu os recebesse de algum, tocando-me apenas dar-lhes forma. Sei perfeitamente que no isso, j que no trabalho com espiritismo. Eu apenas me debruo sobre uma frase, um fato, um quadro, abaixo as minhas defesas, e dei-xo aquela frase, aquele fato, aquele quadro se expandir, superar as fronteiras dos cinco sentidos. A razo est ausente. Eu, espera. E se alguma histria comea a surgir, a acompanho com passos felpudos, cuidando de mant-la protegida para que v adiante, seguindo o caminho que seu e que eu desconheo. s vezes va-mos juntas at o fim. Outras vezes a histria se parte como um fio, e se nega a proceder. Talvez eu no estivesse pronta para ela. Voltar adiante, ou a perderei para sempre. Impossvel saber.
Escrever contos maravilhosos , para mim, navegar em rio de uma nica margem, a terceira. E navegar sem leme, na corrente-za. Sem propsitos, sem planejamento, sem querer demonstrar coisa alguma, esquecendo a ironia. querer, muito, ouvir novas histrias na cabea. E cont-las.
Um nico dos meus livros foge, ainda que parcialmente, a essa norma. Ao escrever 23 histrias de um viajante, em que um via-jante muito especial conta 23 histrias a um monarca e a seus cavaleiros, tive um propsito. Quis utilizar o esquema de con-tos em moldura - um conto central contendo todos os outros - que nasce junto com o primeiro livro de contos maravilhosos, o Panchatantra, e retomado em As mil e uma noites. E o quis no s como homenagem, mas para afirmar o meu pertencimento a essa antiga grei de contadores.
Aproveito para fazer um esclarecimento. comum dizerem que eu recrio os contos tradicionais. Minha sensao no de re-criao, de retomada. Um mote me foi legado, e como um esta-feta quero lev-lo adiante, criando novas histrias em harmonia com o todo, e em concordncia com o meu prprio tempo.
No tenho nem a doce voz do povo, nem a sua sabedoria an-cestral. Modestamente urbana e moderna, procuro minha voz no farfalhar das plantas, no misterioso respirar das conchas, nas bu-zinas, nas sirenes. E cuido de no dar conselhos.
Uma batida na portaEu j havia publicado 25 livros, quando atendi uma batida na por-ta. Era a poesia.
Que chegada estarrecedora! Pois se ao longo da vida eu havia ensaiado meu estro potico interiormente, lendo poetas to dife-rentes e at casando com um deles, nunca havia me dado conta do processo. Freqentava a poesia alheia com reverncia, consi-derando-a muito acima de mim, fora do meu alcance. No ra-bisquei versos sequer no tempo dos primeiros amores. Na infn-cia, alguma coisa pouca, mas como fazem as crianas, por puro encantamento verbal2. E eis que, de repente, ela vinha me exigir.
Tive medo, isso sim, porque eu j estava com a cara feita, e que-br-la no teria sido nada agradvel. Mas no precisei de muita hesitao, pois minha poesia comeou logo com a voz que to se-cretamente havia germinado, e que eu iria apenas aprimorar, ou me iludir de estar aprimorando, dali para a frente.
O que me atrai para o verso no a esttua equestre no pedestal da praa, no so as coisas grandiosas. o gamb morto no de-grau do jardim, o inaudvel raspar de mnimas unhas no corao da madeira, o momento exato em que a folha se solta do galho ou a palavra se desprende da boca. Os espaos grandiosos me supe-ram. Eu os procuro no pequeno.
Como escrevi em Fino Sangue, Gosto de poema/que fala de ovo frito/latido de co/ e cheiro de queimado./Poema que com peque-nos cortes/vara as coisas pequenas/fura a casca/o odre/ rasga a pla-centa/e deixa gotejar/o fino/sangue.
Curiosamente, meu processo criativo na poesia oposto ao dos contos maravilhosos. Pois naqueles a histria acontece sem qual-quer contributo da razo, enquanto a linguagem respira debaixo do meu absoluto controle. E no poema h um intuito claro, algo que quero dizer, um toque de vista a expressar, mas a linguagem tem ditado prprio, foge da minha mo, escapa, se mete por fres-tas insuspeitadas, procura um caminho outro com o qual eu no havia contado, e muitas vezes sou obrigada a cham-la- ou a cha-mar-me- ordem, para no perder-me do tema. como se nos dois processos houvesse uma inverso de domnios.
Tenho feito tambm poesia para crianas. Ao contrrio do que o tom eventualmente jocoso pode levar a crer, trabalho de mui-to empenho. E absorvente. Enquanto trato de um livro de poe-sia infantil, - nunca menos de dois anos - a poesia adulta fica esta-cionada espera num canto do ptio de manobras. Mas, alm do prazer que me d, estou pagando uma dvida importante, tentan-do fazer pelas crianas aquilo que poetas maravilhosos fizeram por mim na minha infncia: apresentar a poesia.
O olhar que escreveEu poderia seguir falando de escrita, porque minha paixo e porque embora estejamos juntas h mais de 50 anos, ainda me leva para o desconhecido, e me surpreende, e me obriga a buscar o novo. Mas quero parar um instante sobre um outro ponto.
Sou minha prpria ilustradora. E assim como a minha poesia cheia de referncias a quadros e pintores do meu bem querer, e como mais de um dos meus contos foi motivado por um qua-dro, assim tambm minhas ilustraes so cheias de citaes de arte: uma personagem de Caravaggio, o detalhe de uma cidade medieval sobre a qual meu av escreveu um livro, trajes inspira-dos em Bruegel, colunatas ou escadarias sadas dos livros de his-tria da arte.
A escrita no feita s de palavras. E a minha se aproveita do meu olhar de pintora.
No da mo, que quero falar, mas da ao do olhar. O olhar no absoluto e nico, o mesmo para qualquer pessoa.
Vemos de uma maneira global, certo, mas cada olhar seleciona,
6 Notcias 9 | setembro 2014
do todo que v, aquilo que mais lhe interessa, e isso que arma-zena no crebro. Me atrevo a dizer que o olhar o mais individu-al dos cinco sentidos.
O olhar de um artista plstico, e foi essa a minha formao pintura durante muitos anos, depois gravura em metal -, desenha interiormente. Avalia os volumes, seleciona os elementos para melhor organizar a composio, no descuida do fundo e, como um atirador que dorme na mira para no errar, se demora so-bre luz e sombra.
Observadora da histria que pretendo contar ou do momento que motivou o poema, presente na cena fantasmtica, eu a dese-nho por trs dos olhos antes de escolher as palavras que, como nanquim, a traaro no papel. A desenho primeiro como dese-nhista, decalcando-a depois, como escritora.
Italiana alimentada com a doce narrativa pictrica do scu-lo XV e a exuberncia da Renascena, ainda assim preferiria es-crever com o olhar econmico e preciso dos pintores japoneses. Poucos traos de tinta, e um feixe de bambus. Uma mancha dilu-da, e uma ave em vo. Difcil, quase impossvel para quem no zen, nem tem uma alma oriental. Mas esplndido como meta.
Notas 1 La principessa pisello. Era una notte di gran tempesta/ma la
regina era ancor desta/ pensava al figlio che sposar vuole/una ragazza di regal prole/ Ecco che a un tratto ud bussare/ ed una voc senti gridare./Aprite aprite per carit/mi bagno tutta se resto qu!/Son principessa di sangue reale/fatemi entrare mi sento male!!/Apr La porta la vecchia regina/e lesta entr`o la principessina/la regina La fece riposare /e poco dopo le diede da mangiare./Poi in un letto di noce sei materassi mise/ e sotto ad essi nun pisello nascose/ quando a letto la fecero andare/la principessa non poteasi addormentare/che in quel morbdo letto avea una spina/e faceva soffrire la sua pelle si fina./Al d seguente appena fu mattina/con gentilezza disse alla regina/questa notte non potei dormire/ che qualcosa nel letto mi facea soffrire./Veramente tu sei principessina/disse in quel mentre la vecchia regina/un pisello nascosi nel tuo letto/e dissi tutto al mio figlioletto.S`e principessa lo dovr sentre/s`e principessa ne dovr soffrire./Questo disse la furba regina,/ed un il prncipe e la principessina
2 Lungarno - Lungarno un pescator solo soletto/avea pescato argnteo un pescioletto/ei lo poneva dentro un bianco cesto/rimirando la preda pel suo desco/egli era un fiorentino,/ma proprio un contadino/il pesce mai mangiava/apposta rimirava/la preda dentro al cesto/per il suo bianco desco.
Livros de Marina Colasanti no Prmio FNLIJDesde 1980 a obra de Marina Colasanti frequenta a lista Altamente Recomendvel FNLIJ e a dos contemplados pelo Prmio FNLIJ. A primeira premiao aconteceu logo no seu livro de estreia na literatura infantil juvenil, Uma Ideia toda Azul, da editora tica, em 1980.
Abaixo listamos os ttulos premiados:
Prmios FNLIJUma Ideia toda Azul, Nrdica (atualmente pela Global)
Categoria Jovem, 1980. Entre a espada e a rosa, Salamandra (atualmente pela
Melhoramentos) Categoria Jovem, 1993.Ana Z, aonde vai voc?, tica Categoria Jovem, 1994.Penlope manda lembranas, tica Categoria Jovem Hors
Concours, 2002.A casa das palavras e outras crnicas, tica Categoria
Jovem Hors Concours, 2003.Minha Ilha Maravilha, tica Categoria Poesia Hors
Concours, 2008. Com certeza tenho amor, Global Categoria Jovem Hors
Concours, 2010.Breve histria de um pequeno amor, FTD Categoria
Criana Hors Concours, 2014.
Altamente Recomendvel fnlijDoze Reis e a Moa no Labirinto do Vento, Nrdica
(atualmente pela Global) Categoria Jovem, 1982.O menino que achou uma estrela, Melhoramentos
(atualmente pela Global)l Categoria Criana, 1988.Oflia a ovelha, Melhoramentos (atualmente pela Global)
Categoria Criana, 1989.Longe Como Meu Querer, tica Categoria Jovem, 1997.A moa tecel, Global Categoria Criana, 2005.Do seu corao partido, Global Categoria Jovem, 2010.Antes de virar gigante e outras histrias, tica Categoria
Jovem, 2011.Classificados e nem tanto, Record Categoria Poesia, 2011.O nome da manh, Global Categoria Poesia, 2013. Como se fizesse um cavalo, Pulo do Gato Categoria
Terico, 2013.
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A LIJ no Seminrio Brasil, brasis da ABL
O ciclo Seminrio Brasil, brasis apresentado na Academia Brasileira de Letras com coordenao do Acadmico Domcio Proena Filho, teve em sua programao o tema A literatura infantil e juvenil na atualidade, dia 28 de agosto, no Teatro R. Magalhes Jr., da ABL.
A Acadmica e escritora Ana Maria Machado, a Secretria-geral da Fundao Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ), Elizabeth Serra, e a artista plstica, autora e ilustradora Graa Ramos, autora do blog A pequena leitora do O Globo, participaram do debate, com mediao do Acadmico Domcio Proena Filho.
Ana Maria Machado abriu o seminrio propondo uma refle-xo maior sobre o livro infantil e juvenil, tentando desfazer algu-mas impresses sobre o tema. Perguntas como Por que as crian-as no leem nunca, a tv e as novas tecnologias no deixam ler, e uma srie de questes que no correspondem exatamente com a verdade, na medida em que as crianas e os jovens nunca leram tanto no Brasil como hoje em dia, declarou ela. Para situar o mo-mento atual, Ana Maria fez uma rpida introduo da histria da LIJ no Brasil.
Graa Ramos falou sobre a produo de livros hoje e arris-cou uma previso do mercado editorial no futuro. Para ela, o li-vro impresso ter que sofrer uma evoluo maior, uma vez que o texto e as ilustraes no sero suficientes para atrair os pe-quenos leitores. Acredito que o livro infantil o grande campo de
Graa Ramos, Ana Maria Machado, Domcio Proena Filho e Elizabeth Serra.
Domcio Proena Filho e Elizabeth Serra. Graa Ramos e Ana Maria Machado.
experimentao da literatura no Brasil, disse. Graa falou tam-bm sobre a ilustrao brasileira, elogiando a produo nacio-nal, mas reforando que ainda precisamos de muito estudo e tra-balho na rea para acompanhar a tradio e qualidade do texto brasileiro.
Elizabeth Serra lembrou os primeiros projetos de incentivo leitura, que tiveram incio com o Ciranda de Livros, em 1982, de iniciativa privada, passando pelos programas do governo nas dcadas seguintes, como o PROLER e o Programa Nacional Biblioteca da Escola PNBE, que em 1998 contou com a seleo de livros feita pela FNLIJ. Elizabeth ressaltou os avanos dos l-timos 15 anos e a importncia da participao da sociedade civil para mobilizar os governos na ao de formar projetos em dire-o da literatura como direito de todas as crianas e jovens.
Ao final, Ana Maria Machado dirigiu s duas palestrantes per-guntas provocativas: para Graa, se os livros de sucesso para o adolescente so feitos para domestic-los, sem discutir tica, nem estimular reflexo. Para Elizabeth, Ana Maria perguntou se, nas compras governamentais de livros, existem imposies po-liticamente corretas que comeam a atingir um pouco a prpria maneira como as editoras selecionam os seus catlogos.
Para assistir todo o seminrio A literatura infantil e juvenil na atualidade, entre no canal da Academia Brasileira de Letras do Youtube: www.youtube.com/watch?v=TcAdOFZwx4g.
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Literatura Infantil no Jornal das LetrasA Literatura infantil tem seu espao garantido no Jornal das Letras, publicao dedicada literatura, em pgina assinada pela editora e pedagoga Anna Maria de Oliveira Rennhack. A pgina Literatura Infantil comemorou 15 anos de conversas, trocas de ex-perincias, apresentao de livros e autores em junho deste ano.
Convidada pelo editor do Jornal das Letras, o acadmico Arnaldo Niskier, Anna Maria ampliou sua experincia na LIJ com as vrias idas Feira de Bolonha e a proximidade constante com a FNLIJ. Nossa pgina recebe os lanamentos de vrias edi-toras e autores e tambm procura as belas obras que hoje tm lu-gar de destaque nas livrarias, destacou a editora.
A FNLIJ parabeniza o Jornal das Letras, Arnaldo Niskier e Anna Maria de Oliveira Rennhack pelos 15 anos de dedicao e comprometimento com a LIJ.
O Jornal das Letras uma publicao mensal que circula em todo pas por meio de assinaturas e distribudo em bancas de jornais no Rio de Janeiro e So Paulo. Maiores informaes no site www.jornaldeletras.com.br.
Academia Brasileira de LetrasOs Prmios Literrios de 2014 da Academia Brasileira de Letras foram entregues durante as comemoraes dos 117 anos da fundao da entidade, no dia 17 de julho, em solenidade no Salo Nobre do Petit Trianon.
As vencedoras do Prmio ABL de Literatura Infantojuvenil foram: Tatiana Salem Levy, por Tanto mar, da editora Record; e Mirna Pinsky, por Um menino, sua amiga, um fichrio e dois pres. da editora FTD.
prmios literrios 2014Fundao Biblioteca NacionalO Prmio de Literatura da Fundao Biblioteca Nacional teve seus vencedores divulgados no dia 2 de setembro.
O escritor Arthur Rosenblat Nestrovski levou o Prmio Sylvia Orthof, na categoria literatura infantil com a obra Pelo Nariz, da Editora Cosac Naify; e Daniella Bauer recebeu o Prmio Glria Pond, de literatura juvenil, por Morada das Lembranas, da Editora Biruta.
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10 Notcias 9 | setembro 2014
Um dos maiores escritores brasileiros, Joo Ubaldo Ribeiro, nos deixou no dia 18 de julho de 2014, aos 73 anos. Vtima de uma embolia pulmonar, o escritor e membro da Academia Brasileira de Letras, produziu uma obra extensa, que teve como principais ttulos Sargento Getlio de 1971, Viva o povo brasileiro de 1984, O sorriso do lagarto de 1989 e A casa dos budas ditosos, de 1999, todos da Editora Objetiva.
Joo Ubaldo tambm marcou a literatura infantil e juvenil com o livro Vida e Paixo de
Lembrana de Joo Ubaldo Ribeiro 1941-2014Pandonar, o Cruel, da editora Objetiva, que recebeu o selo Altamente Recomendvel da FNLIJ em 1983 e foi um dos ttulos selecionados para o projeto Ciranda de Livros, desenvolvido pela FNLIJ em parceria com a Fundao Roberto Marinho e a Hoechst do Brasil na dcada de 80.
Nascido em Itaparica, Bahia, Joo Ubaldo comeou a sua formao literria ainda estudante. Embora formado em Direito, ele no chegou a seguir carreira e atuou como jornalista no Jornal da Bahia
e Tribuna da Bahia, foi colunista do jornal Frankfurter Rundschau, na Alemanha e co- laborador de diversos jornais e revistas no pas e no exterior como o The Times Literary Supplement (Inglaterra), O Jornal (Portugal), Jornal de Letras (Portugal), Folha de S. Paulo, O Globo, O Estado de S. Paulo, A Tarde e muitos outros.
O primeiro livro de sucesso do autor foi escrito em 1971, Sargento Getlio, consi-derado um marco do moderno romance brasileiro.
O escritor recebeu inmeros prmios nacionais e internacionais, dentre eles dois prmios Jabuti, da Cmara Brasileira do Livro, em 1972 e 1984, Prmio Anna Seghers, (Alemanha), em 1996, Prmio Die Blaue Brillenschlange (Sua) e o Prmio Cames, em 2008. Eleito em 1993 para a Academia Brasi-leira de Letras, Joo Ubaldo ocupava a cadeira 34.
Para conhecermos mais um pouco de Joo Ubaldo Ribeiro, reproduzimos aqui texto da escritora Ana Maria Machado, publicado no jornal O Globo, logo aps seu falecimento.
textos quantas vezes queira. Porque Joo Ubaldo Ribeiro um grande escritor. Um dos maiores da lngua portuguesa, de todos os tempos. Mas como nunca se preocupou em fazer vidinha literria, ou jogadas de marketing, nem teve o cuidado de procurar estar no lugar certo, sob o holofote ligado, na companhia clebre, e na hora conveniente para os fotgrafos, muitas vezes no foi devidamente avaliado por quem se acostumou a julgar escritor por outras caractersticas que no sejam a qualidade do texto. Nos ltimos anos, acabou sendo mais conhecido como o timo cronista que tambm foi, deixando em segundo plano o magnfico ficcionista que nos deu obras-primas como Viva o povo brasileiro ou Sargento Getlio. Mas acho que, de todos os livros, meu preferido um dos mais recentes, O albatroz azul, que recomendo a todos. Um belssimo romance sobre a vida e a morte, ao mesmo tempo lrico e filosfico, leve e profundo. Desses que ficam para sempre na memria do leitor.
Passei a sexta-feira desolada com a notcia da morte do meu amigo Joo Ubaldo Ribeiro. De noite, percebi que o tempo todo ainda estava falando dele no presente: o Joo tem uma coragem rara, o Joo divertidssimo, o Joo nunca se intimida com os poderosos, o Joo fala um ingls perfeito imitando sotaques variados, o Joo tem um rigor tico que est cada vez mais difcil de se encontrar, o Joo conhece o idioma como poucos, o Joo vai buscar cada palavra rara e a usa com exatido...
E assim por diante. Sempre no presente, como se ele estivesse aqui do lado, a me chamar de Aninha ou esperando que eu chegasse para me sentar sua mesa num botequim do Leblon. que, para os amigos, vai ser muito difcil aprender a pensar nele no passado, com um nunca mais explcito.
Os leitores, porm, podem ter a alegria de ler e releu o que ele escreveu - e, por esse lado, agradeo a sorte de ser sua leitora e admiradora h muitos anos, e poder voltar a seus
a busca pela palavra rara, sempre usada com exatidopor Ana maria machado | O Globo, 19/07/2014
Exposio Incontveis - Bienal SP
Brasil: Incontveis Linhas, Incontveis Histrias na Bienal do livro de so pauloA exposio apresentada pelo Brasil como pas homenageado na Feira de Bolonha de 2014, Brazil: Countless Threads, Countless Tales - Brasil: Incontveis Linhas, Incontveis Histrias teve espao na 23 Bienal Internacional do Livro de So Paulo, que aconteceu entre os dias 22 e 31 de agosto, no Pavilho de Exposies do Anhembi. Com curadoria da FNLIJ e da FBN, responsveis pela seleo das 55 ilustraes apresentadas, a exposio estava localizada no Espao Imaginrio, na parte central da Bienal, encantando tambm o pblico adulto.
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Bookbird Revista do IBBY sobre literatura para crianas e jovensVoc conhece a revista Bookbird, do IBBY sobre LIJ? uma pu-blicao trimestral editada pelo IBBY desde 1963, em ingls, di-recionada a toda comunidade de leitores interessados em livros infantis.Alm de apresentar artigos de pesquisadores, estudiosos sobre literatura infantil e juvenil internacional, o Bookbird di-vulga as aes e projetos do IBBY, prmios de literatura infantil e programas de promoo da leitura em todo o mundo. A edito-ria tambm inclui questes temticas e convida os interessados apresentao de manuscritos no site do IBBY.
Para informaes sobre assinatura acesse o site www.press.jhu.edu/journals/bookbird/
Fnlij | Seo BraSileira do INTERNATIONAL BOARD ON BOOk fOR YOUNG PEOPLE
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Comearam os preparativos para o 17 Salo FNLIJ 2015Os estandes j foram sorteados pelas editoras e os espaos es-to praticamente ocupados. So 58 editoras que garantiram seu lugar no pavilho do Centro de Convenes SulAmrica: tica, Autntica, Berlendis, Bertrand Brasil, Biruta, Brinque-Book, Ciranda Cultura, Companhia das Letrinhas, Cortez, Cosac Naify, DCL, DSOP, Edelbra, Edies SM, Ediouro, Editora 34, Editora do Brasil, Escala Educacional, Escarlate, Escrita Fina, FTD, Gerao Editorial, Girassol, Global, Manati, Globo, Hedra, IBEP-Nacional, Intrnseca, Jorge Zahar, Jos Olympio, Jovem, L&PM, La Fonte, Martins Fontes, Melhoramentos, Moderna, Mundo Mirim, Nova Fronteira, Panda Books, Paulinas, Paulus, Paz e Terra, Peirpolis, Planeta do Brasil, Positivo, Projeto, Pulo do Gato, Record, Rocco, Rovelle, Salamandra, Saraiva, Scipione, Sextante, Stamppa, Verus e WMF Martins Fontes.
No perca, marque um encontro com o livro e a literatura in-fantil e juvenil no 17 Salo FNLIJ do Livro para Crianas e Jovens, de 10 a 21 de junho de 2015!
Centro de Convenes SulAmri caAv. Paulo de Frontin , 1 Cid ade Nova
Rio de Janeiro R Jrealiz ao
41 Seleo AnuAl do Prmio fnlij 2015 | Produo 2014 Biblioteca 4
1 relao de livros enviados pelas editoras (total: 261 ttulos)
ABACATTeCinco sentidos e outros. Roseana Murray. Il.
Elvira Vigna
Um casrio na lua. Neusa Sorrenti. Il. Simone Matias
Rita tem medo. Christian David. Il. Rogrio Coelho
TiCAO espelho: uma brincadeira de gente
grande. Carolina Michelini, Michele Iacocca
AuTnTiCAABCenrio. Leo Cunha. Il. Alex Kutkus Avantesmas: 13 histrias clssicas de
fantasmas. Claudio Blanc. Il. KakoBobagens annimas: um enigma para
exrcito do Condomnio Prola. Lauro Elme. Il. Rogrio Borges
O carvalho falante. George Sand. Trad. Dorothe de Bruchard. Il. Rogrio Borges
O chefo l do morro. Otvio Jnior. Il. Angelo Abu
Histrias no varal: trs cordis de romance e aventura. Joo Melquades Ferreira da Silva e Francisco das Chagas. Org. Cristina
Antunes. Il. Ciro Fernandes
Kim. Rudyard Kipling. Trad. Maria Valria Rezende. Il. J. Lockwood Kipling
Lima Barreto por jovens leitores. Org. Fernanda Freitas e Wagner Amaro
O livro dos grandes opostos filosficos. Oscar Brenifier. Trad. Beatriz Magalhes. Il.
Jacques Desprs
O livro dos grandes opostos psicolgicos. Oscar Brenifier. Trad. Beatriz Magalhes. Il.
Jacques Desprs
Memrias de um burro. Condessa de Sgur. Trad. Vera Chacham. Il. H. Castelli
Ns 4. Joo Anzanello Carrascoza e Vivina de Assis Viana. Il. Christiane Costa
Quem conta um conto aumenta um ponto: histrias criadas a partir de ditos populares. Bel Assuno Azevedo. Il. Snia Magalhes
Retratos da cidade. Org. Adriano MacedoShakespeare e elas: Clssicos do grande
Bardo reescritos por elas. Lycia Barros, Janaina Vieira e Laura Conrado
BiruTAguas Emendadas. Rubens Matuck. Il.
Rubens Matuck
O dia em que b apareceu. Milu Leite. Il. Srgio Magno
O gigante do Maracan. Cesar Cardoso. Il. Larissa Ribeiro
Morada das lembranas. Daniella BauerPiscina j! Luiz Antonio Aguiar. Il. Tiago
Lacerda
Primavera. Oskar Luts. Trad. Paulo Chagas de Souza. Il. Sandra Jvera
O que eu vi por a. Cyro de Mattos. Il. Marta Ignerska
Quissama: o imprio dos capoeiras. Maicon Tenfen. Il. Rubens Belli
BrinQue-BooKApenas Um diferente! Voc consegue
encontrar? Britta Teckentrup. Trad.Gilda de Aquino. Il. Britta Teckentrup
Conte uma histria, Estela. Marie-Louise Gay. Trad. Gilda de Aqujno. Il. Marie-Louise
Eu. Janaina Tokitaka. Il. Janaina TokitakaEu te amo tambm. Stephen Michael King.
Trad. Gilda de Aquino. Il. Stephen Michael
King
Eu voltei! Geoffroy de Pennart. Trad. Gilda de Aquino. Il. Geoffroy de Pennart
O livro errado. Nick Bland. Trad. Gilda de Aquino. Il. Nick Bland
Marg e a raposa. Men Fox. Trad. Gilda de Aquino. Il. Patricia Mullins
No sua, minha! Susanna Moores. Trad. Gilda de Aquino. Il. Susanna Moores
Olvia e o grande segredo. Tor Freeman. Trad. Gilda de Aquino. Il. Tor Freeman
Ringo e a nova vizinha. Gail Page. Trad. Gilda de Aquino. Il. Gail Page
Trs tigres tristes. Fernando Vilela e Nina Barbieri. Il. Fernando Vilela
O urso e a rvore. Stephen Michael King. Trad. Gilda de Aquino. Il. Stephen Michael
King
O urso rabugento. Nick Bland. Trad. Gilda de Aquino. Il. Nick Bland
CArAmelo Jos Fipps. Nadine Robert. Trad. Maria Amlia
Camargo. Il. Genevive Godbout
Petnia. Roger Duvoisin. Trad. Mila Dezan. Il. Roger Duvoisin
Pomelo cresce. Ramona Badescu. Trad. Richard Sanches. Il. Benjamin Chaud
ClAro eniGmAO planeta dos sbios: enciclopdia de
filsofos e filosofias. Charles Ppin. Trad. Julia da Rosa Simes. Il. Jul
ComPAnHiA dAS leTrAS As barbas do imperador: D. Pedro II, a
histria de um monarca em quadrinhos. Spacca, Lilia Moritz Schwarcz. Il. Spacca
Bom de briga. Paul Pope. Trad. Daniel Pellizzari
ComPAnHiA dAS leTrinHAS Abril, o peixe vermelho. Marjolaine Leray.
Trad. Jlia Moritz Schwarcz. Il. Marjolaine
Leray
As aventuras de Pedro Coelho. Beatrix Potter. Trad. Eduardo Bueno. Il. Beatrix Potter
Barrigo no cho. Trad. Mell BritesO bicho alfabeto. Poemas de Paulo Leminski.
Apresent. Arnaldo Antunes. Il. Ziraldo
1 drible, 2 dribles, 3 dribles: manual do pequeno craque cidado. Marcelo Rubens Paiva. Il. Jimmy Leroy
Ghaddar, o Demnio e outros contos palestinos. Recontado por Sonia Nimr. Trad. rico Assis. Il. Hannah Shaw
Histria de Mix, Max e Mex. Luis Seplveda. Trad. Eduardo Brando. Il. Noem Villamuza
Impresso das coisas. Mirella Marino e Renata Bueno. Il. Mirella Marino e Renata
Bueno
A jornada de tar. Dosho Saikawa. Adapt. e Trad. Helosa Prieto. Il. Dosho Saikawa
A mquina de histrias. Tom McLaughlin. Trad. Eduardo Brando. Il. Tom McLaughlin
Max, o corajoso. Ed Vere. Trad. Eduardo Brando. Il. Ed Vere
Minimaginrio de Andersen. Apresent. e Adapt. Ktia Canton. Il. Salmo Dansa
Os mundos de Teresa. Marcelo Romagnoli. Il. Carlo Giovani
Pedro carteiro. Baseado nas histrias originais de Beatrix Potter. Trad. Eduardo
Brando
Quando Blufis ficou em silncio. Contado por Lorena Nobel, Gustavo Kurlat e Marina Faria.
Il. Marina Faria
O que eu posso ser? Mariana Zanetti e Silvia Amstalden
(Quem contou?): crianas estranhas, bichos sensveis e cachorros problemticos. Dilea Frate. Il. Laerte
O xixi da Lulu: um livro com abas e texturas para quem quer dar tchau s fraldas. Camilla Reid. Trad. Julia Moritz Schwarcz. Il.
Ailie Busby
Zoo zoado. Fabricio Corsaletti. Il. Guazzelli
ComPorA bruxa Jezibaba e a menina bordadeira.
Fbio Sombra. Il. Sabina Sombra
CoSAC nAifYO alfabeto dos pssaros. Nuria Barrios. Trad.
Carla Branco. Il. Catarina Bessell
Cantiga. Blexbolex. Trad. Alexandre Barbosa de Souza e rika Nogueira Vieira. Il. Blexbolex
O carrinho da madame misria: uma histria cruel. Lise Mlinand. Trad.Tales A. M. AbSber. Il. Lise Mlinand
A chcara da rua Um. Carlos Lbeis. Il. Joo Fahrion
A famlia Moblia. Tatiana Blass. Il. Tatiana BlassMary Poppins. P. L. Travers. Trad.Joca
Reiners Terron. Posfcio Sandra Guardini T.
Vasconcelos. Il. Ronaldo Fraga
Um milho de borboletas. Edward van de Vendel. Trad. Lucrecia Zappi. Il. Carll Cneut
A parte que falta encontra o grande O. Shel Silverstein. Trad. Alpio Correia de Franca
Neto. Il. Sheil Silverstein
Pela casa se conhece o dono. Didier Cornille. Trad. Bernardo Ajzenberg. Il. Didier Cornille
Pelo Nariz. Arthur Nestrovski. Il. Marcelo CipisPlaneta quente. Sandrine Dumas Roy. Trad.
Flvia Varella. Il. Emmanuelle Houssais
Ter um patinho til; Ter um menino til. Isol. Trad. Emlio Fraia. Il. Isol
Super Zeris. Marcelo Cipis. Il. Marcelo Cipis
dClAlice v. Snia Rosa. Il. LunaA galinha ruiva. Ingrid Biesemeyer
Bellinghausen. Il. Ingrid Biesemeyer
Bellinghausen
Um elefante se balana... Marianne Dubuc. Trad. Dorothe de Bruchard e Lara de
Bruchard Costa. Il. Marianne Dubuc
Noite na Taverna. lvares de Azevedo. Adapt. Carlos Patati. Il. Marcio de Castro, Eduardo
Arruda, Klayton Luz, Lucas e Klaus Reis
dSoPAmanhecer Esmeralda. Ferrz. Il. Rafael
Anton
Futebolada. Jos Santos. Il. Eloar Guazzelli
edieS BeSouro BoXCu de um vero proibido. Joo Pedro Roriz.
Il. Marco Cena
Diamante bruto. Rosana Rios & Eliana Martins. Il. Marco Cena
Olhos de co. Juares Souza. Il Marco CenaPadro 20: A ameaa do espao-tempo.
Simone Saueressig
Minuano. Tabajaras Ruas
ediTorA 34Limeriques estapafrdios. Tatiana Belinky. Il.
Catarina Sobral
Ora, plulas! Tatiana Belinky. Il. Veridiana Scarpelli
Quadrinhas. Tatiana Belinky. Il. Yara Kono
eSCArlATeA rvore: os trs caminhos. Janaina Tokitaka.
Il. Janaina Tokitaka
Elias e a vov que veio do ovo. Iva Prochzkov. Trad. Jos Feres Sabino. Il.
Marion Goedelt
A lenda do violeiro invejoso. Fbio Sombra. Il. Fbio Sombra
O segundo para sempre. Colin Thompson. Trad. Helosa Prieto
O segredo da chave do esqueleto. Penny Warner. Trad. Regina DellAringa
Vulgar, o viking, e a excurso escolar assutadora. Odin Barba-Ruiva. Trad. Alexandre Boide. Il. Sarah Horne
eSCriTA finAUm conto quadrado e redondo. Laura
Bergallo. Il. Camilla Carrossine
Do mar. Mirna Brasil Portella. Il. Laurent Cardon
Era uma vez na floresta: trs mitos indgenas. Maria Inez do Esprito Santo. Il. Luciana Grether Carvalho
A histria do pingo. Snia Travassos. Il. Anielizabeth
O jaguncinho: lendas da Coluna Prestes. Flvia Portela. Il. Lu Martins
Meu primeiro livro de horror. Mario Bag. Il. Mario Bag
A oca e a toca. Lcia Bettencourt. Il. Fernanda Morais
Odemar. Anna Cludia Ramos. Il. Camilla Carrossine
Passos no poro. Maria Clara Cavalcanti. Il.
Luis Silva
Qual a sua turma? Alina Perlman. Il. Amanda Blois
Quando a lua ficou cor-de-rosa. Lou Fernandes. Il. Carolina Kaastrup
Zabelinha. Carlota Rios, Maria Clara Cavalcanti. Il. Bruna Assis Brasil
fArolAssassinatos na Rua Morgue. Edgar Allan
Poe. Adapt. Carl Bowen. Trad. Cassius
Medauar. Il. Emerson Dimaya
GAiVoTA A camisa amarela da seleo brasileira.
Glson Yoshioka, Myriam Chinalli. Il. Rafael
Anton
Cantos para meus netos. Poemas de Victor Hugo. Trad. e Org. Marie-Hlene C. Torres. Il.
Laurent Cardon
Como encontrar uma linda princesa. Ricardo Viveiros. Il. Alexandre Rampazo
Incio o cantador-rei de Catingueira. Arlene Holanda. Il. Alexandre Teles
GirASSolMedo de quase nada. Gudrun Likar. Trad.
Hedi Gnaedinger. Il. Manuela Olten
Uma ovelha negra feliz da vida. Nadia Malverti. Trad. Hedi Gnaedinger. Il. Manuela
Olten
GloBAlA arca dos marechais. Marcos Rey. Il. Lelis Um cadver ouve rdio. Marcos Rey. Il. Dave
Santana
Cad meu cabelo? Dave Santana. Il. Dave Santana
Cacho de histrias. Mary Frana. Il. Eliardo Frana
gol: torcida amiga, boa tarde! Igncio de Loyola Brando. Il. Orlando Pedroso
Em busca do manuscrito da natureza. Evandro Vieira e Brbara Stella. Il. Gian Calvi
Os homens do futuro. Marcos ReyO jabuti na roa. Mary Frana. Il. Lucas FranaO macaco. Mary Frana. Il. Lucas FranaA revolta. Edla Van Steen. Il. Marcelo CipisSai da lama jacar. Graa LimaO ltimo mamfero do Martinelli. Marcos
Rey. Il. Soud
A venda. Lcia Hiratsuka. Il. Lcia Hiratsuka
GloBoAventuras de Alice no pas das maravilhas.
Lewis Carroll. Trad. Vanessa Barbara. Il. Yayoi
Kusama
As aventuras do gato Marqus. Ieda de Oliveira. Il. Lcia Brando
Carteiro tem nome? Anna Cludia Ramos. Il. Anielizabeth
O corvo e o drago. Alexandre de Castro Gomes. Il. Cris Eich
Histria das invenes. Monteiro Lobato. Il. Fernando Arcon
O livro das religies. Trad. Bruno AlexanderO medo que mora embaixo da cama. Mariza
Tavares. Il. Nina Millen
Misso Moleskine. Stella Maris Rezende. Il. Adilson Farias
Molicha. Luiz Raul Machado e Ricardo Benevides. Il. Orlando Pedroso
Olivia no quer ser princesa. Ian Falconer. Trad. Silvana Salerno. Il. Ian Falconer
Passariques do meu quintal. Blandina Franco. Participao especial Tatiana Belinky. Il. Jos
Carlos Lollo
A poesia da primeira vez. Stella Maris Rezende. Il. Laurent Cardon
Reinaes de Narizinho. Monteiro Lobato. Il. Jean Gabriel Villin, J. U. Campos
Seres de Dona Benta: fsica e astronomia. Monteiro Lobato. Il. Roberto Fukue
1889: como um imperador cansado, um marechal vaidoso e um professor injustiado contriburam para o fim da Monarquia e a Proclamao da Repblica no Brasil. Laurentino Gomes. Il. Rita Bromberg Brugger
GrAPHiAMaurcio ou A cabana do pescador. Mary
Shelley. Trad. Luciana Vigas
GrYPHuSEscrevendo com o corao: como escrever
para crianas. Joy Cowley. Trad. Gilson B. Soares
Na bateria da escola de samba. Leandro Braga. Consultor Tcnico Mangueirinha. Il. Axel
Sander
GuTTenBerGDirio de classe: a verdade: a histria da
menina que est ajudando a mudar a educao no Brasil. Isadora Faber
Ento, conheci minha irm: a morte as separou, um dirio as uniu. Christine Hurley Deriso. Trad. Cristina Calderini Togenelli
Os escolhidos de Gaia: no venha para o mundo perfeito. Marcela Mariz. Trad. Santiago Nazarian
A menina que colecionava borboletas. Bruna Vieira. Il. Malena Flores
iluminurASContos de amor, de loucura e de morte.
Horacio Quiroga. Trad. e Apresent. Wilson
Alves-Bezerra. Il. Carlos Clmen
Eram todos camisa dez. Luiz Guilherme Piva. Apresent. Juca Kfouri
Menina tambm joga futebol. Cludia Maria de Vasconcellos. Il. Eder Cardoso
lExerccios de amor. Roseana Murray. Il.
Patrcia Rezende
Feliz e orgulhoso, envaidecido mesmo. Nani. Il. Nani
Garimpo. Lria Porto. Il. Silvana de MenezesMestre Lisboa: o Aleijadinho. Nelson Cruz. Il.
Nelson Cruz
O tempo quase. Henrique Schneider
melHorAmenToSAmor... perdidos e achados: de como as
borboletas no estmago me livram daquela dor. Januria Cristina Alves. Il. Snia Magalhes
O Brasil no papel em poesia de cordel. Fbio Sombra. Il. Maurcio de Souza
A cor da noite. Hlne Krillis. Trad. Maria Alice Sampaio Doria. Il. Vanessa Hi
A coruja, o gato e os filhotes. Edward Lear. Trad. Ceclia Furquim. Il. Edith Derdyk
Desafios musicais. Ana Tatit e Maristela Loureiro. Il. Ana Tatit
Eu, a princesa Margarida. Christine Beigel. Trad. Maria Alice Sampaio Doria. Il. Xavire
Devos
Uma estranha inveno para Valentim. Graldine Elschner. Trad. Maria Alice
Sampaio Doria. Il. Rmi Saillard
Feio, bonito. Anna Muylaert. Il. MigFesta do pijama. Anna Muylaert. Il. MigFlorestas por que precisamos delas. Crsitina
Rappa. Il. Edu A. Engel
A grande onda. Vronique Massenot. Trad. Maria Alice Sampaio Doria. Il. Bruno
Pilorget
O pinguim de geladeira, a preguia e a energia: uma fbula visual sobre o uso consciente de energia eltrica. Srgio Merli. Il. Srgio Merli
O prncipe Jacu. Angela LagoTarsilinha e as cores. Patrcia Engel Secco e
Tarsilinha do Amaral. Il. Chris Alhadeff
Tarsilinha e as formas. Patrcia Engel Secco e Tarsilinha do Amaral. Il. Chris Alhadeff
Os trs msicos: Pablo Picasso. Vronique Massenot. Trad. Maria Alice Sampaio Doria.
Il. Vanessa Hi
Voc e suas escolhas - Para garotas. Antonio Carlos Vilela. Il. Maurcio de Souza
Voc e suas escolhas - Para garotos. Antonio Carlos Vilela. Il. Maurcio de Souza
nemoAyrton Senna: A trajetria de um mito.
Lionel Frissart. Trad. Fernando Scheibe. Il.
Christian Papazoglakis e Robert Paquet
Garfield. Jim Davis. Trad. Ana Cristina Rodrigues
A Iara, uma lenda indgena em quadrinhos. Silvino
A luta contra Canudos. Daniel Esteves. Il. Jozz e Akira Sanoki
Wluk. Emilio Ruiz. Trad. Fernando Scheibe. Il. Ana Miralles
oZSete orelhas. Silvinha Meirelles. Il. Tereza
Meirelles e arte de Nina Meirelles
PAndA BooKSBem bolado: a histria, a geografia, a
matemtica, as artes e as cincias por trs do futebol. Ftima Mesquita. Il. Gilberto Valadares e Junio
Futebol: arte dos ps cabea. Renata Santanna
Kunumi guarani. Wer Jeguaka Mirim. Il. Gilberto Miadeira
Lico e Leco Invenes. Aino Havukainen e Sami Toivonen. Trad. Pasi e Lilia Loman. Il.
Aino Havukainen e Sami Toivonen
Lico e Leco Profisses. Aino Havukainen e Sami Toivonen. Trad. Pasi e Lilia Loman. Il.
Aino Havukainen e Sami Toivonen
A princesa e o pescador de nuvens. Alexandre Rampazo. Il. Alexandre Rampazo
O resgate da tartaruga. Guilherme Domenichelli. Il. Vanessa Prezoto
O segredo do disco perdido: uma aventura ao som do Clube da Esquina. Caio Tozzi e Pedro Ferrarini. Il. Leandro Oliveira
Vov no gosta de gelatina. Manuel Filho. Il. Mathias Townsend
PAPiruSLivro para voar. Joo Proteti. Il. Hlio LeitesOs sete arcos de ris. Helosa Prieto. Il. Jan
Limpens
PAulinASO arquiteto das casas de sonhos. Sandra
Branco. Il. Carmen Thiago
Belelu e as palavras. Patrcio Dugnani. Il. Patrcio Dugnani
enCArTe noTCiAS 9 | SeTemBro 2014
Fundao nacional do livro inFantil e juvenil
Os dados de catalogao dos livros relacionados esto
disponveis para pesquisa no site:
http://biblioteca.fnlij.org.br:81/pergamum/biblioteca/
Belizbel. Luciano Pontes. Il. Luciano PontesBorbofante. Angela Leite de Souza. Il. Odilon
Moraes
Cada galho com seu macaco. Silvio Costta. Il. Liza Petiz
dipo Rei. Sfocles. Contado por Jos Carlos Arago. Il. Daniel Araujo
O gato. Bartolomeu Campos de Queirs. Il. Anelise Zimmermann
Maria a incorrigvel. Jlio Emlio Braz. Il. Soud
Mira Shendel: atravessura. Renata Santanna e Valquria Prates
Os msicos de Bremen. Adapt. e design Bia Villela
Novelas exemplares de Miguel de Cervantes. Rosa Navarro Duran. Trad. Eduardo Cezar Maretti. Il. Francesc Rovira
Pedro da praia. Luciana Rigueira. Il. Elisabeth Teixeira
Sapatos trocados: como o tatu ganhou suas grandes garras. Cristino Wapichana. Il. Mauricio Negro
O reizinho comilo. F. Il. F
PAuluSCausos do Sul: mentiras que so pura
verdade. Lisana Bertussi. Il. Mateus RiosLuiz lua Gonzaga estrela: o rei do baio.
Dlvia Ludvichak. Il. Simone Matias
Ubaldo VI, o urubu-rei. Alexandre Azevedo. Il. Raoni Xavier
PeiroPliSA contradio humana. Afonso Cruz. Il.
Afonso Cruz
Eu s s eu. Ana Saldanha. Il. Yara KonoFolclore de chuteiras. Alexandre de Castro
Gomes. Il. Visca
O incrvel lbum de Picolina, a pulga viajante. Laura Erber e Maria Cristaldi
Num tronco de Iroko vi a Ina cantar. Erika Balbino. Il. Alexandre Keto
A secretescrita e o desafio decifradrico. Francisco Marques Vrgula Chico dos
Bonecos. Il. Joana Resek
Simbad, o marujo. Alade Lisboa de Oliveira. Il. Angelo Abu
Rimas de l e de c. Jos Jorge Letria e Jos Santos. Il. Yara Kono
PeQuenA ZAHArOs mistrios de Mila. Flvia Lins e SilvaDirio de Pilar em Matchu Picchu. Flvia
Lins e Silva. Il. Joana Penna
O leo filsofo, Serafim e outros bichos. Marlene de Castro Correia. Il. Marina Papi
Livros. Murray McCain. Trad. Rodrigo Lacerda e Mauro Gaspar. Il. John Alcorn
Na floresta. Anthony Browne. Trad. Clarice Duque Estrada. Il. Anthony Browne
Orie. Lcia Hiratsuka. Il. Lcia HiratsukaSimb, o Marujo. Adapt. Gudule. Trad.
Ricardo Lsias. Il. Quentin Grban
O voo de Vadinho. lvaro Faleiros e Fernando Vilela
Vozes no parque. Anthony Browne. Trad. Clarice Duque Estrada. Il. Anthony Browne
1, 2, 3, estrelas! Contando na natureza. Anne-Sophie Baumann. Trad. Andr
Telles. Il. Anne-Lise Boutin
roCCo Bruxa: um feriado assombroso na floresta.
Andr Vianco. Il. Santtos
Cabelos arrepiados. Karen AciolyImplacveis. Sara Shepard. Trad. Fal
Azevedo
Jardim do pesadelo. Caitlin Kittredge. Trad. Chico Lopes
roVelle Bandolim. Leny Werneck. Il. Guto LinsBoca de drago. Flvia Lins e Silva. Il.
Mariana Massarani
Cachorro-quente na casa da gente. Marcia Kupstas. Il. Girotto & Santana
Eros e Psique: A alma apaixonada. Carlos Alberto de Carvalho. Il. Rafael Nobre
Eu contra ele nas cavernas de Minas. Joel Rufino dos Santos. Il. Samuel Casal
Um mar de gente. Ninfa Parreiras. Il. SuppaA menina que descobriu o segredo da
Bahia. Joel Rufino dos Santos. Il. Mario Bag
Um menino chamado Asterisco. Lus Pimentel. Il. Maurizio Manzo
SCiPioneO mistrio do Capiongo. Joaquim de
Almeida. Il. Joaquim de Almeida
SeGuinTe O alapo. Lisa MacMann. Trad. Alexandre
Boide
Aristteles e Dante descobrem os segredos do universo. Benjamin Alire Senz. Trad. Clemente Pereira
Contos da Seleo: O prncipe e o guarda. Kiera Cass. Trad. Cristian Clemente
Contos e lendas dos grandes enigmas da histria. Gilles Massardier. Trad. Julia da Rosa Simes. Il. Vicent Rio
A escolha. Kiera Cass. Trad. Cristian ClementeO feitio azul. Richelle Mead. Trad. Guilherme
Miranda
Fique onde est e ento corra. John Boyne. Trad. Henrique de Breia e Szolnoky
A garota certa. Ali Cronin. Trad. Rita Sussekind
Ring: A maldio dos ancestrais. Matt de La Pea. Trad. Alexandre Boide
O tesouro da Encantadora. Caroline Carlson. Trad. Ricardo Gouveia
Tormento. John Boyne. Trad. Carlos Alberto Brbaro
TordeSilHinHASAs aventuras do Capito Pirata da Barba
Verde. Cludia Neufeld. Trad. Thais Tamaoki. Il. Maisa Shigematsu
Olhe, por favor, no viu uma luzinha piscando?; Corra coelhinho, corra. Bernardo Carvalho
Wmf mArTinS fonTeSO cavalampiro. Ilan Brenman. Il. Valeria Gallo
WS ediTorMinha av tecia o livro. Pablo Morenno. Il.
Carla Furlanetto e Maria Helena Furlanetto
ZAHArAs aventuras de Robin Hood. Alexandre
Dumas. Traduo e Apresentao. Jorge
Bastos
Tarzan: o filho das selvas. Edgar Rice Burroughs. Traduo e Apresentao.
Thiago Lins. Il. Hal Foster
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