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Projeto SEBO em mais uma edição: uma maravilha para quem gosta de literatura - pág. 12 Alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) debatem a questão indígena e o problema da concentração da terra no Brasil - pág. 8 Projeto O Dia Diferente: alunos dos 9 os anos contagiam a Escola com descontração - pág. 3 Venha se deliciar com textos literários produzidos por nossos alunos - pág. 5-7 Jornal ESEBA em Notícia 18ª edição - novembro/2010 Escola de Educação Básica da UFU Rua Adutora São Pedro, 40 - Aparecida - Uberlândia/MG - Fone: 34 3218-2905 VISITE NOSSO SITE: www.eseba.ufu.br

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Projeto SEBO em mais uma edição: uma maravilha para quem gosta de literatura - pág. 12

Alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) debatem a questão indígena e o problema da concentração da terra no Brasil - pág. 8

Projeto O Dia Diferente: alunos dos 9os anos contagiam a Escola com descontração - pág. 3

Venha se deliciar com textos literários produzidos por nossos alunos - pág. 5-7

Jornal ESEBA em Notícia18ª edição - novembro/2010

Escola de Educação Básica da UFURua Adutora São Pedro, 40 - Aparecida - Uberlândia/MG - Fone: 34 3218-2905

VISITE NOSSO SITE: www.eseba.ufu.br

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Jornal ESEBA em Notícia - 2

Nesta edição, o Jornal ESEBA em Notícia revela acontecimentos e trabalhos advindos da perspicácia de uma Escola comprometida com o ensino de qualidade. Por meio da divulgação dos trabalhos escolares aqui expostos, buscam-se a valorização e o incentivo à educação e à cultura.

O conteúdo desta edição é fruto do incentivo dado pelos professores aos alunos e do dinamismo e da capacidade destes, que se portam de maneira questionadora diante das informações que lhe são apresentadas. Dessa forma, observa-se que os estudantes não apenas aprendem teorias mas, sim, aprendem a pensar. Os professores atuam como insti-gadores da dimensão crítica observada nos trabalhos aqui publicados.

A aquisição do conhecimento é o mais importante passo na formação do sujeito em qualquer esfera social. Por isso, a busca por novos rumos dentro da qual i f icação educacional t r i lha os caminhos do ensino na ESEBA, da Educação Infantil à Educação de Jovens e Adultos.

Diante disso, a ESEBA se posi-ciona como uma instituição educacional voltada para a preparação e a busca pelo conhecimento, no sentido de proporcionar aos discentes o direito de serem agentes transformadores da sociedade. É a ESEBA contribuindo para o sucesso da educação em Uberlândia.

EDITORIAL

No Jornal ESEBA em Notícia, 17ª edição / dezembro de 2009, seção de humor, a piada “Uma loira e um bebê” expressa preconceito em relação às loiras. Eu acho que as loiras não são burras e a piada expressa isso. Uma piada tem que ser de humor e não expressar nenhum tipo de preconceito.

Gabriel Lopes Campos

O Jornal ESEBA em Notícia, 17ª edição, divulga várias atividades que são desenvolvidas durante o ano na Escola, tais como: esportes, músicas, melodias, paródias, poemas, apresentações culturais, o homem-livro e diversas outras atividades. Na minha opinião, deveria divulgar também assuntos que acontecem fora da Escola.

Tayná Durvan Fernandes

Na 17ª edição do Jornal ESEBA em Notícia, gostei muito da matéria sobre o SEBO, na página três. O homem-livro foi uma ótima ideia e também um estímulo para os alunos participarem do evento.

Eu e minha família achamos que, na próxima edição do Jornal, deve ter alguma matéria sobre as novidades que estão acontecendo no mundo e também sobre o meio ambiente.

O Jornal ESEBA em Notícia ficou muito bom, as partes de esportes e humor ficaram ótimas. Todos devem ler esse jornal.

Pedro Bacelar

Gostei da seção “4 livros que você não pode deixar de ler”, da 17ª edição do Jornal ESEBA em Notícia. A coluna é interessante, e quero aproveitar para fazer uma recomendação de leitura: “A cidade do sol” de Khaled Hosseini (Editora Nova Fronteira, 368 páginas, tradução de Maria Helena Rouanet).

A história se passa no Afeganistão, onde duas mulheres se casam com o mesmo homem. Juntas, precisam enfrentar um marido cruel e o regime fundamentalista do Talibã. Em um país sem liberdade, a única arma dessas mulheres é a força da amizade. Fica a sugestão.

Pedro Henrique Neiva Baldez

ExpedienteReitor: Prof. Alfredo Júlio Fernandes NetoVice-reitor: Prof. Darizon Alves de AndradeDireção ESEBA: Profª. Elizabet Rezende de FariaAssessores: Profª. Denise D. C. Rizotto e Prof. Leandro RezendeOrganizadores do Jornal: Profª. Giuliana Ribeiro CarvalhoProf. Málter Dias RamosProfª. Vilma Aparecida GomesConselho Editorial:Álvaro Tavares Latado, 6º CAna Beatriz Oliveira, 9º BFelipe Bessa Alves, 6º CJoão Victor Freitas, 6º CLaura Bolaños Almeida, 6ºCMariana Comassio Chueiri, 6º CMatheus Adan Jager Santos, 9ºBRafaela Vilela Oliveira, 9º BDiagramador: Rogério Ângelo - ILEEL-UFU/ESEBATiragem: 750 exemplares

CARTA DO LEITOR

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Jornal ESEBA em Notícia - 3

Projeto O Dia Diferente

O Dia Diferente é realizado na ESEBA, com programação prévia, pelos alunos dos nonos anos, uma vez por mês. Essa programação foi elaborada pelos alunos da comissão de formatura, que selecionaram os seguintes temas: profissão; brega; tribos urbanas; copa do mundo; se nada der certo eu viro...; troca de sexo; criança; super-herói; halloween; pijama.

Os alunos chegam à Escola já vestidos com trajes de acordo com o tema escolhido. As roupas sempre chamam atenção de todos e causam descontração. O encontro acontece na hora do recreio, quando os alunos dos nonos anos se reúnem na quadra para tirarem fotos ao som de músicas relacionadas ao tema.

Uberlândia: terra fértil

Nascido há 57 anos em Uberlândia, setor urbano, pude observar algumas mudanças geográficas naturais e artificiais, sendo que essas últimas têm sido de forma mais acentuada, pela intervenção humana.

A mudança que mais marcou minha vida foi a construção da galeria na avenida Rondon Pacheco, mudança essa que considero a de maior destaque em toda a história de nossa cidade.

A observação que faço é muito simples e de fácil compreensão. A questão das enchentes que quase sempre causam transtornos seria fácil de resolver se, em vez de asfalto, adotássemos a implantação de calçamento em toda a cidade.

O rio Uberabinha e a cachoeira de Sucupira são, sem dúvida, os maiores destaques de nossa região. Outrora vítima de poluição, o Uberabinha, hoje, encontra-se despoluído graças à mobilização da comunidade: estudantes, operários, empresas, enfim, da população que tem consciência de que o meio ambiente é fundamental para nossa subsistência.

Uberlândia possui um relevo em forma de “W”. A atividade econômica baseia-se na indústria e no setor atacadista, que traz como destaque uma das maiores

empresas da América Latina, o grupo Martins.

No campo cultural, destaca-se a construção do teatro municipal, que será entregue à população em breve.

As manifestações religiosas ficam por conta das festas de Congado, que foram as precursoras dessa grande cidade.

Este texto foi elaborado pelo aluno Jaildes Rufino Borges da 6ª série EJA (Educação de Jovens e Adultos), sob orientação da Profª. Sandra Moreira Arantes (Geografia). O objetivo dessa produção de texto foi retratar as percepções socioambientais de um espaço de sua vivência ao longo do tempo.

Jaildes Rufino Borges - 6ª série EJA

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Jornal ESEBA em Notícia - 4

A Rádio ESEBA Ativa iniciou suas atividades em 2007, tendo como integrantes alunos do 2º e 3º ciclos coordenada pela área de História. Naquele ano, eram exibidos três programas semanais, Recreio musical, Descobrindo talentos e Artista em destaque.

Hoje, o projeto é coordenado pela área de Filosofia, composta pelos professores Caroline Mendes de Carvalho, Luciana Xavier de Castro e Rones Aureliano de Sousa, mas conta com a colaboração de professores de outras áreas: Ana Paula Silva (Educação Física), Alessandra Mara de Assis e Leila Maris Alves Ferreira (Língua Estrangeira).

O programa Recreio musical vai ao ar semanalmente, exibido ao vivo, todas as sextas-feiras, no anfiteatro da Escola. Os professores, mediante escala, e os alunos do projeto se reúnem para elaborarem os programas. Em cada semana é feita a escolha de um tema específico; em seguida, os alunos providenciam músicas que abordam o tema escolhido. Os temas são os mais variados possíveis, como a chegada da primavera, independência do Brasil, dia do estudante, músicas românticas, temas de filmes, rock anos 70 e 80, entrando nas baladas, dentre outros.

Um dos principais objetivos do projeto é promover e consolidar um espaço para a comunicação, o entretenimento, o debate e as várias expressões artísticas e culturais, propiciando a ampliação do universo cultural do aluno. A Rádio não pretende adotar as diretrizes de uma emissora comercial, mas busca debater seus princípios e objetivos, privilegiando o caráter educativo e alternativo. Todavia, percebeu-se uma demanda, por parte dos alunos, de expandirmos nossos horizontes para além daquilo que julgamos esteticamente aceitável. Dessa forma, foram incluídas na programação músicas do universo do aluno, que fazem parte de sua

vivência, porém, sem deixar de lhe apresentar composições que lhe possibilitem ir além daquilo que é difundido pelos meios de comunicação.

A Rádio também abre espaço para divulgação dos demais projetos institucionais, como, por exemplo, o programa exibido no último dia 22 de outubro, Especial eleições estudantis 2010, coordenado pelo professor Getúlio Ribeiro, da área de História, que contou com o apoio da equipe Rádio ESEBA Ativa. Os eventos realizados pela Escola também são divulgados durante a progra-mação.

Muitos são os planos para o futuro da Rádio: a montagem do estúdio para gravação dos programas, a volta do Descobrindo talentos, a parceria com a Rádio Universitária, e, acima de tudo, o constante aprimoramento desse trabalho. Por isso, convidamos toda a comunidade ESEBA para prestigiar nossa programação semanal, dar sugestão de temas e fazer parte da nossa equipe de trabalho.

Profª. Ms. Luciana Xavier de CastroCoordenação Geral Rádio ESEBA Ativa

Rádio ESEBA Ativa

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É ter saúde, estar com meus amigos, minha família. É, cada dia, acordar e se sentir renovada, brincar, comemorar datas festivas. Ter um lar, olhar fotos, relembrar pessoas, sentir saudade, aquela que bate no peito como um vento em um dia nublado com gotinhas de água caindo sobre o chão. Mas o principal é ver minha família feliz e dar a eles todo o meu amor. Isadora Marques Leonel (6ºA)

Para mim, ter felicidade é gostar de alguém ou ganhar uma coisa que você queria e alguém te deu. É se divertir com suas amigas, com sua família e com seu animal. Felicidade é ter um sentimento ou se preocupar com alguém e depois ter felicidade com a pessoa que você se preocupou aquele tempo todo. E depois você tem uma felicidade de rever essa pessoa com quem se preocupava bastante. É quando você gosta de alguma pessoa e fala para ela que você gosta dela e tem a felicidade de ver esta pessoa todo dia.

Dayane Alves França (6º B)

Felicidade para mim é ser feliz, mas ser feliz no melhor sentido possível, ou seja, poder se expressar apropriadamente e do jeito que quiser. Não ter medo de prestar suas habilidades, não só para si mesmo como por um todo, para bem influenciar cada pessoa para um bom caminho. Dar esperanças e acreditar em si mesmo. Álvaro Tavares Latado (6º C)

Felicidade para mim é viver com a alegria que os outros te passam. É ter amizade, amor e paz. É pedir desculpas e ao mesmo tempo obrigado.Felicidade é viver tranquilo sem mágoas e ressentimentos.Felicidade é carinho, afeto.Felicidade é estudar, pois são os estudos que te farão um bom profissional, que terá felicidade.Felicidade é não mentir e ser feliz falando a verdade.Felicidade é aceitar o outro mesmo não gostando dele.Felicidade é não ter preconceito!Felicidade é ser jovem, sem medo de ser feliz.Felicidade é estar com a família e com os amigos.Felicidade é não se chatear com pequenas coisas, tentar olhar o lado melhor dos outros e não olhar só os defeitos.Felicidade é não ser egoísta! E sim caridoso.Felicidade é não humilhar, e sim aplaudir.Felicidade é não se drogar e ter saúde.Felicidade é não viver em falsidade.Felicidade é rir, ter humor e não se estressar.Felicidade é ser feliz... Assim como eu sou!

Marks Marques Cruvinel Júnior (6º C)

Jornal ESEBA em Notícia - 5

A partir da proposta de produção de texto para criar um personagem esdrúxulo, desenvol-vida pela Profª. Walleska na 6ª série EJA, Magda Lúcia, compôs A Menina-avestruz. Apreciem!

A Menina-avestruzA tarde prometia. Os preparativos eram

cheios de charme. Criar uma atmosfera colorida e alegre era tarefa para a mãe de Laura, que preparava a decoração e as brincadeiras de seu delicioso aniversário.

Laura era conhecida como Menina-avestruz. Era assim que o pessoal do bairro, onde ela morava com sua mãe, a chamava. Ela era uma menina tímida, que vivia vermelha. Tudo estava sempre de “cabeça-para-baixo”. Quando ela não sabia responder perguntas na escola... nossa... as bochechas ficavam fervendo feito uma fogueira de São João!

A Menina-avestruz achava que o único remédio era abrir um buraco no fundo do quintal e enterrar sua cabeça. Foi aí que sua mãe resolveu ter a atitude de interagir a filha com as crianças do bairro onde moravam.

Não deu outra: fez uma festa maravilhosa. Laura foi se soltando aos poucos com a criançada alegre e feliz e nem se lembrou que era uma menina tímida, que se comportava como um avestruz.

TRABALHANDO A CRIATIVIDADE

FELICIDADE ...

Confiram abaixo textos produzidos por alunos da Profª. Neli, após terem lido trechos da história de Esmeralda, “uma menina de rua” que considera sua maior felicidade poder

tomar um banho de chuveiro.

Magda Lúcia Tomé - 6ª série EJA

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CRIANÇA

Como é bom ser criança!Não ter que se preocuparBrincar, balançarCorrer e pular...

Curtir a vida como ela éSer inocenteArrancar o denteE acreditar em fada de dente.

Ter medo de monstrosMedo de levar broncaE acreditar em voar, em príncipes e princesas.

E brincar de corre cutiaTodo diaDe noite e de dia...

Pollyane Machado - 9º C

Jornal ESEBA em Notícia - 6

Espaço

A FELICIDADEUm sentimento que é inexplicávelDe vez em quando fácil de sentirE sem pedir licença ou permissãoEntra no nosso frágil coração.

Que mesmo sem qualquer motivaçãoSempre se consegue o que mais desejoTransformar aquele grande rancorEm um lindíssimo e mágico amor.

A felicidade é bala perdidaNo coração daqueles que se amamSentimento que é buscado por todos.

A felicidade é um mar de alegrias É um sentimento que nos contagia Felicidade, uma bela canção.

Lorena Carolina Curtt - 9º C

SONETO DO AMOR

Quando eu estava nessa faculdadeAlgo bem mágico me aconteceuUma garota bela apareceuSei que ela também tinha a mesma idade.

Nós estamos juntos na atualidadeA melhor coisa é o sorriso seuAdmito sim que ele me enlouqueceuIsto sim é que é amor de verdade.

Eu te amo muito mesmo meu amorE só por você sinto essa paixãoMeu amor, eu sempre amarei você.

Só por você sinto esse forte ardorVocê está, sim, no meu coraçãoFaria tudo para não te perder.

Gabryel Rodrigues Pessoa - 9º A

A LEBRE E A TARTARUGA

A tartaruga estava nadando, quando a lebre a convidou para uma corrida. A lebre convidou toda a floresta e disse: “Eu vou ganhar”.

E a tartaruga disse: “Você é quem pensa”.A lebre saiu na frente e a tartaruga só no passinho. A lebre olhou

para trás e como não viu a tartaruga, começou a descansar debaixo de uma árvore, ali perto.

A tartaruga conseguiu ultrapassá-la. A lebre acordou, bateu numa pedra e caiu no chão. A lebre foi correndo, mas estava cansada. A tartaruga correu, correu, chegou ao final e venceu.

Houve uma festa por dois dias e a lebre pediu desculpas.Moral: Nunca duvide de alguém!

Gaspar dos Reis Ribeiro Júnior - 4º A

A POESIA

A poesia é tudo aquiloQue você pode ser ou não ser.É brincar com as palavrasÉ brincar de aprender.

A poesia sempre fica novaComo os ventos que sopram as rosas.A poesia é dançar, é mudarAs palavras de lugar.

Poesia é você fazerA palavra se esconderE se divertir, é quererFazer o outro sorrir.

Vinícius Vieira - 5º C

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VIDA E MORTE

Sei que vou morrer um dia,Sei que este dia vai chegar.Mais cedo ou mais tarde,Sei que a morte vai me encontrar.

Por hora quero ela bem distante,Quero a vida ofegante,Quero a paz contagiante,Quero tudo de que sou amante.

Que a vida seja belaTodos nós esperamos...Cheia de sonhos e promessasPra cada um de nós.

Vamos imaginar o sonho beloO sonho de menino carenteSonhar que a vida é radianteÉ o que todos nela esperam.

Francisca Pereira Neta - 8ª EJA

POEMA POESIA

Não sei se poema tem rimaMas sempre tem um temaPoesia parece que tem uma Pequena melodia.

Para termos um poemaPrecisamos muito de um tema Pode ser concreto ou abstratoDesde que se torne um fato.

A poesia nos encanta com graçaAté parece criança na praçaCom beleza e leveza nosPreenche com profunda firmeza.

Às vezes poema, às vezes poesia Às vezes letra, às vezes melodiaÀs vezes escrever, às vezes lerSempre acreditar e sempre crescer.

Samuel Lopes D. Machado - 5º C!

Jornal ESEBA em Notícia - 7

Literário

PERDÃO PÓS-MORTE

Desculpa se não te fiz felizDesculpa se não te amei de verdadeDesculpa por não ter te compreendidoDesculpa...

Desculpa por não ter te respeitadoDesculpa por não ter te ouvidoDesculpa por não ter te desculpado

Na verdade...Desculpa por ter existido na sua vida!

Ana Carolina F. Teodoro - 7ª EJA

A PASSAGEM

A morte é uma passagemQue nos leva para outra dimensãoA morte é um descansoPara o nosso corpo já cansado

A morte é uma certezaPara uma incerteza que é a nossa vida

A morte eleva o espíritoA morte é a morteMesmo depois da morte

Siomara A. M. Felipe - 7ª EJA

Os textos poéticos “A Passagem”, “Perdão Pós-Morte” e “Vida e Morte” foram produzidos nas oficinas do projeto Literatura e Interartes, proposto pelos estagiários de Prática de Ensino da Profª. Noemi Campos Freitas – ILLEL/ UFU, em parceria com a Área de Língua Portuguesa, com alunos do 7º e 8º anos da Educação de Jovens e Adultos. As oficinas foram coordenadas pelos estagiários e pela Profª. Maria Auxiliadora Cunha Grossi. O objetivo do projeto foi promover a produção de textos poéticos em diálogo com as outras linguagens: a música, a pintura, a ilustração, o teatro.

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Jornal ESEBA em Notícia - 8

História VerdeSerá que conhecemos a nossa história? Como

nos identificar, já que somos um misto de gente de

várias origens? O fato chamado ”descobrimento” do

Brasil leva-nos a refletir sobre quem somos, pois

nossa história nos é tirada a cada dia. Para que isso

não aconteça, é preciso nos interessarmos pelas

nossas origens, nossa cultura e história. Este é um

direito de cada um de nós.

É por isso que queremos falar da visão que

temos dos nossos índios, se é que podemos dizer

assim, pois são nossos irmãos de pátria e não nossa

propriedade; são brasileiros natos. Estes, sim, são

muito mais verdes do que amarelos. Não amarelaram

na história nem em sua cultura, esta que tentaram

arrancar-lhes desde o “descobrimento do Brasil”,

poderíamos dizer das Américas, por que não? Já que

de ponta a ponta deste vasto continente houve

massacre de um povo bravo e valoroso, valor que

nunca será compreendido pelos gananciosos que até

hoje intentam contra esse povo.

Os índios sempre souberam que nunca

houve descobrimento, aliás, as terras eram deles. No

entanto, sentem-se enganados desde a “descoberta” e

não conseguem enxergar outra coisa a não ser

injustiça; uma injustiça explícita é a não demarcação

das terras que até os dias de hoje é reivindicada pelos

índios. Enquanto isso, muitos insistem em comemorar

uma descoberta que nunca houve, pois o que houve

de fato foi uma invasão. Graças ao esforço de vários

historiadores, esta visão de descoberta tem mudado e,

por respeito aos povos indígenas, colocamos aspas na

palavra “descobrimento”.

Tentando “tapar o sol com a peneira”, no

governo Vargas foi criado o SPI (Serviço de Proteção

ao Índio), um serviço que era para proteger os

indígenas e talvez até para reparar erros cometidos em

épocas anteriores a de Vargas.

Alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) debatem a questão indígena e o problema da

concentração da terra no Brasil

A questão indígena em foco nas aulas de História da 6ª série EJA

No primeiro semestre deste ano, sob a orientação da professora Leide Alvarenga Turini, alunos da 5ª série da Educação de Jovens e Adultos debateram, nas aulas de História, a questão indígena no Brasil atual. O debate realizou-se a partir da projeção de vídeos de curta duração, cujo título geral era “Índios no Brasil”, e das reflexões propostas pela professora. O debate focalizou, entre outros aspectos, a visão que os não índios possuem a respeito dos índios, como os í n d i o s v e e m a v e r s ã o o fi c i a l d o “descobrimento do Brasi l” , ações realizadas pelos indígenas, na atualidade, para a preservação de suas culturas e histórias, dentre outras questões. Na culminância das discussões realizadas em sala de aula, os alunos produziram textos expondo suas conclusões a respeito do assunto.

Confira o texto produzido por um aluno da turma:

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Jornal ESEBA em Notícia - 9

Porém, esse órgão foi tão cruel quanto os

jesuítas que vieram em missão evangelista e se

tornaram um dos grandes carrascos dos povos

indígenas, tirando deles a cultura, costumes e

linguagem e ao mesmo tempo impondo o costume,

cultura e linguagem dos europeus.

Como podemos perceber, a visão que temos

dos povos indígenas é muito aquém da que

deveríamos ter e é algo que se deveria começar a

aprender em casa. Assim como os indígenas

ensinam suas tradições a seus filhos desde muito

cedo, também deveríamos esclarecer e ensinar a

nossos filhos a verdadeira história da nossa nação, e

não somente esperarmos pelo aprendizado escolar e

pelos órgãos educadores.

Por meio de relatos e depoimentos em

vídeos, apresentados nas aulas de História,

pudemos ver e ouvir muitos absurdos relacionados

à cultura indígena. Muitas pessoas tratam os índios

como se eles não fossem seres humanos; outros

dizem que os índios são preguiçosos; muitos só

aceitam o índio nas cidades se eles deixarem de ser

índios. Isso resulta em um conflito mental para

alguns índios que vivem nas cidades, pois eles, por

medo ou vergonha do preconceito sofrido por parte

de pessoas que ignoram ou desconhecem nossa

história, algumas vezes, negam que são índios para

serem aceitos pelos não índios. Se não bastasse

isso, muitas reservas estão sendo invadidas pelas

drogas e bebidas. Isso resulta em um triste fato:

povos indígenas saem de suas reservas e vão

mendigar pelas cidades, aos arredores de onde

vivem. A este problema, chamamos de nova

invasão, tão assustadora e exterminadora como a de

500 anos atrás.

A visão dos indígenas sobre tudo isso nunca

mudou. Eles se sentem enganados e injustiçados

desde a “descoberta” e esse fato tem levado vários

índios para a sala de aula em busca de

conhecimento de leis para se organizarem e terem

voz junto às autoridades e governo. Com isso, eles

têm conseguido reconquistar aquilo que sempre foi

de direito deles, não só a terra, linguagens e cultura,

mas também a dignidade. Hoje, vários povos

indígenas construíram escolas em suas aldeias para

ensinar e resgatar as línguas que foram perdidas em

séculos passados, devido à aculturação imposta

pelos portugueses, e isso tem mudado muito o

modo de viver nas tribos e aldeias do nosso país.

Muitos, erroneamente, afirmam que os

povos indígenas estão diminuindo, mas essa

informação é contestada pelas organizações

indígenas que afirmam que hoje eles são mais de

500.000, número esse bem diferente da década de

80, quando eram pouco mais de 300.000. Agora

compreendemos um pouco mais dessa história. O

índio deixou de ser notícia de televisão ou

personagem de arco e flecha. Já nos sentimos como

eles, mais Verdes do que Amarelos.

Silésio Trajano - 6ª série EJA

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Jornal ESEBA em Notícia - 10

Uma distribuição injusta

No Brasil, um país tão rico em terras, a

estrutura fundiária é distribuída de forma bem

injusta. Embora o número de proprietários

que possuem propriedades com mais de 1000

hectares seja bem menor do que aqueles que

possuem propriedades com menos de 10

hectares, a maior parte das terras brasileiras

pertence a eles. Ou seja, há uma concentração

das terras nas mãos de uma minoria, enquanto

a maioria possui pouca ou nenhuma terra,

como é o caso de muitos trabalhadores rurais.

Além disso, aqueles que possuem muitas

terras, nem sempre as usam para a agricultura

ou para a prática da pecuária, são terras

improdutivas.

Essa distribuição vem sendo mal feita

desde a época da colonização do país.

Podemos afirmar isso analisando dados

estatísticos que nos informam que essa má

d i s t r i b u i ç ã o a c o n t e c e d e s d e q u e o s

portugueses chegaram aqui e nada mudou ao

longo dos anos. O IBGE (Instituto Brasileiro

de Geografia e Estatística) mostra, em gráficos

sobre a estrutura fundiária no Brasil, que há

mais áreas improdutivas que produtivas, e isso

é injusto para um país com tantas terras. O

índice de Gini, que é um modo de medir a

desigualdade de distribuição de renda ou de

um recurso como a terra, por exemplo, varia

entre 0 e 1, sendo que a proximidade ao índice

0 significa maior igualdade e ao índice 1

representa maior desigualdade. Assim, nos

países onde há maior igualdade na questão da

distribuição da terra, os índices estão

próximos de 0 e distantes de 1. No Brasil, o

índice de Gini, no período de 1940 a 1980, era

em torno de 0,8; no período entre 1985 e

2006, variou de 0,85 a 0,87. Ou seja, sempre

houve má distribuição de terras em nosso país.

Se analisarmos essa situação, veremos

que é possível mudar. Para isso, contamos

com o trabalho dos nossos governantes.

Porém, não devemos “cruzar os braços” e

esperar que eles ajam por si sós. Nós, como

cidadãos conscientes de nossos deveres e

direitos, temos a obrigação de cobrá-los e

fiscalizar se estão cumprindo o que prometem

nas campanhas políticas. A resolução dessa

situação depende

de todos, para

que possamos

g a r a n t i r a o s

t r a b a l h a d o r e s

rurais o acesso à

terra e ajudar no

crescimento de

nosso país.Maria Aparecida Nascimento

7ª série EJA

Em debate: A questão da terra no Brasil

Também no primeiro semestre deste ano, os alunos da 6ª série discutiram, nas aulas de História, a questão fundiária no Brasil. A partir do estudo de textos e da análise de gráficos e outros dados estatísticos, os discentes concluíram que há grande concentração da terra no Brasil. Confira as conclusões de uma aluna da turma sobre o problema:

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Jornal ESEBA em Notícia - 11

PENSANDO SOBRE A MORTE, REFLETINDO SOBRE A VIDA

“Você conhece alguma escola em que se fale sobre a morte com os alunos?”,

questiona o Professor, Filósofo e Teólogo Rubem Alves, para quem um dos males causados pelo modelo educacional vigente é exatamente o fato de a educação fazer-nos esquecer da morte. Na ESEBA, essa discussão

acontece. O professor da área de Filosofia Weiny César propôs a seus alunos o tema da morte como conteúdo de estudo.

O propósito maior em se trabalhar esse tema se deu, sobretudo, por dois motivos,

segundo ele: “Primeiro, por se tratar de um tema que é tão fundamenta l quanto f r e q u e n t e m e n t e é e s q u e c i d o o u intencionalmente ignorado. Afinal, por que a morte, um acontecimento tão crucial em nossas

vidas e uma das poucas certezas absolutas que temos, é tão pouco refletida por nós? Medo? Negação? Indiferença? Alienação? Segundo, porque além de ser um conteúdo de vasta reflexão filosófica, isto é, vários Filósofos se

dedicaram e se dedicam ao estudo do tema, o fenômeno da morte é, talvez, o que melhor explica o fenômeno da vida; em outras palavras, ‘Só quem ensinasse os homens a morrer, os ensinaria a viver’, conforme disse o

Filósofo Michel de Montaigne (1533-1592)”. Desse modo, pensando sobre a morte, reflete-se sobre a vida e é exatamente isso o que mostram as frases do aluno Matheus Naves do 9° A e o texto produzido pela aluna

do 9º B, Sara Valadão. Confiram:

“A morte é um começo para explorar o curto tempo... Sua

função na natureza (da morte) é apenas um fim que deixa muitos novos começos” (Matheus Naves).

“Descubra quem você é e seja de

propósito” (Sara Valadão)

Refletindo sobre a frase “Descubra quem você é e seja de propósito”, ligamos isso diretamente ao tema morte. Não damos valor a ela nem pensamos que um dia ela vai nos

atingir, mas, antes de tudo, durante nossa vida, temos que ser nós mesmos e saber quem somos. Pensamos que é simples e fácil, porém, de todos os problemas de nossa vida, esse é o mais complicado. Como dizia Charles Chaplin,

“A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termina sem aplausos”. O objetivo da morte é ser um fechamento

de sucesso da nossa vida, mas, infelizmente, o que fazemos aqui nem sempre permite que esse “fim” seja bonito e admirado. Então, como podemos fechar nossa vida “com chave de ouro”, se durante essa trajetória não formos

capazes de ser nós mesmos e agir por conta própria, de maneira que possa fazer bem não só pra mim, mas também para o meu próximo? Afinal, tentamos ser iguais às outras pessoas, agindo como elas agem, independente da

consequência que será cobrada no nosso fim, que é a morte, mesmo sabendo que ela é o começo de uma vida eterna!

Aulas de Filosofia na ESEBA abordam o tema morte como conteúdo de estudo

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Jornal ESEBA em Notícia - 12

No último sábado do mês de setembro, dia 25, o Projeto

SEBO realizou mais uma edição. Na oportunidade, a

coordenação do Projeto Integrar ofereceu um delicioso café

da manhã aos convidados. O evento reuniu um variado

acervo de livros, revistas, enciclopédias. Os visitantes ainda

tiveram a oportunidade de assistir a apresentações artísticas

que contaram com a participação de alunos, do professor de

Língua Portuguesa, Juliano Garcia, e do grupo de dança R49

– convidado da coordenação do Projeto Integrar. Vale

ressaltar que a comunidade ESEBA teve a oportunidade de

assistir a uma coreografia desse grupo, Quando o Palco é a

Rua, sob coordenação de Luiz Ricardo Jardins Gabiroba,

premiada no último Festival de Dança do Triângulo.

PROJETO SEBO

Projeto Integrar, você já ouviu falar?Este projeto acontece na ESEBA desde 2006. Nosso principal

objetivo é estreitar as relações entre a Escola e os familiares de nossos alunos. No início, as reuniões eram realizadas com pais e/ou responsáveis pelos discentes da 4ª série e, a cada ano, ampliávamos um ano de ensino. Em 2010, foram desenvolvidas atividades envolvendo os pais de alunos do 6º ao 9º ano.

Nossa proposta não está centrada apenas em conversar sobre o desempenho cognitivo dos alunos, mas em compreender melhor as relações estabelecidas entre os discentes, profissionais do ensino e pais e/ou responsáveis e desenvolver estratégias de aproximação entre a comunidade escolar.

Para tanto, as pessoas envolvidas em nossos encontros elegem um tema que consideram importante para o grupo. A partir desse tema, promovemos diferentes atividades, discutimos com outros profissionais, fazemos leituras relevantes e interessantes, que nos esclarecem e fortalecem diante do assunto abordado. Nesses momentos, a comunidade também é convidada a participar.

Todos os anos, organizamos uma atividade diversificada para reunirmos profissionais da ESEBA, alunos e seus familiares. Em 2010, essa atividade culminou no Projeto OficinAÇÃO. Além disso, na festa junina trabalhamos na barraca do churrasquinho e participamos do Projeto SEBO, promovendo o Café Cultural.

No Projeto OficinAÇÃO, foram propostas atividades diversificadas coordenadas por nossos alunos e seus familiares, por profissionais da ESEBA, alunos do Instituto de Química e profissionais autônomos da comunidade. Desenvolvemos oficinas nas quais os inscritos poderiam dançar (salão ou dança de rua), conhecer e praticar “badminton”, a arte de fazer crochê sem usar agulhas, confeccionar flores e fuxicos, explorar a arte de elaborar um “fanzine”, desenhar, representar e construir diferentes objetos usando papel reciclado. As atividades foram muito agradáveis para aqueles que puderam participar conosco.