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JORNAL DA USOA – Universidade Sénior de Oliveira de Azeméis
02
EDITORIAL
Mais um “Zamacol” surge e desta vez, o número oito…
O segundo período termina e é hora de fazermos um balanço! O ano
2017 começou com uma onda formidável de solidariedade, com o
“Cantar dos Reis” e “As Janeiras”, durante todo o mês de janeiro. Foi
um esforço enorme dos elementos que constituem os grupos musicais
“Cavaquinhos” e “Tuna” da nossa Universidade Sénior, mas que valeu a
pena, pois o alento e carinho que distribuíram pelas várias Instituições
que visitaram, tiveram uma resposta e reciprocidade muito calorosa, por
parte dos dirigentes e utentes destas mesmas Instituições…
Também durante o mês de janeiro, realizou-se o “III Encontro de
Cantares de Janeiras”, com a participação da nossa USOA e de quatro
Universidades Seniores convidadas: Ovar, Arouca, Albergaria-a-Velha e
Gafanha da Nazaré. Esta atividade foi orientada e dinamizada pelo
nosso estimado colaborador, João Carlos Guimarães, cuja experiência e
dedicação muito contribuíram para o sucesso conseguido.
A USOA tem realizado importantes eventos, com a ajuda e colaboração
de muitos! A sua Força emerge da União e da Diversidade…
Só se reiniciaram as sessões de Psicologia em janeiro, por
impossibilidade da Dra. Tânia Patinha, no início do ano letivo, mas a
satisfação da professora e dos alunos promete compensação do tempo
perdido, com muita animação e dinamismo.
Tivemos também um primeiro “Serão Musical”, com o grupo quarteto
saxofone “INFINITSAX”. Esperamos que seja para continuar, com
outros grupos, sempre com animação, alegria e são convívio.
O Carnaval, com a animação dos grupos da casa “TUNA”,
”CAVAQUINHOS” e “MADRIGAIS”, na Estalagem S. Miguel, reuniu a
USOA e mais uma vez mostrou e demonstrou cooperação, criatividade
e divertimento.
As palestras sobre Urbanismo, orientadas pelo Sr. Arquiteto Gomes
Fernandes, às quintas-feiras, enriqueceram o nosso espólio cultural e
deram azo a conversas alargadas e animadas, sobre as cidades e a
cidadania. A USOA agradece a disponibilidade e o carinho
demonstrados pelo distinto orador oliveirense.
Em março, mais uma saída cultural à cidade de Braga, com a visita ao
Convento de Tibães, à velha Sé, ao Palácio do Raio, para ver ou rever
lugares ou pedaços da nossa história, do nosso património cultural, e
preencher a nossa vida com um pedacinho mais de saber!...
Ainda este período, já próximo do final, conforme o previsto no Plano de
Atividades, uma viagem ao Sul de Espanha – Sevilha, Estepona, Málaga
e Córdova. Um circuito interessante para ampliarmos os nossos
horizontes, para contactarmos com outras culturas, outras gentes, algo
diferentes mas sempre entusiasmantes.
Para o final do ano, já estão abertas inscrições para o passeio aos
Açores, com visitas em S. Miguel, Terceira e S. Jorge. O programa está
já publicitado, com organização pormenorizada e de qualidade.
Esperamos e desejamos que venha a ser do agrado de todos os que
quiserem e puderem participar.
E, vamos ter mais uns dias de descanso na USOA – Férias da
Páscoa!
Feliz Páscoa, com saúde, alegria e as iguarias desta época festiva!...
Saudações da,
Direção
Ficha Técnica
Propriedade
USOA – Universidade Sénior
de Oliveira de Azeméis
Sede: Travessa Soares de
Basto Nº 11
3720 – 519 OLIVEIRA DE
AZEMÉIS
Telef. 256 673 081
Telem.916 915 385
E-mail –
Grafismo e Layout Caima Press – Edições
R. Prof. Elisa Castro Costa
137 – 1º Dtº
3720 – 274 Oliveira de
Azeméis
Coordenação Manuel Lima
Tavares Ribeiro
Redação
e Colaboradores
Direção da USOA, António
Sampaio, Carminda Oliveira,
Eulália Barbosa, António
Marques, Manuel Lima, Ana
Garcia, Margarida Câmara,
Tavares Ribeiro
Tiragem 400 exemplares
Periodicidade Trimestral
Distribuição Gratuita
03
Eça de Queirós e a sua atualidade
Eça de Queirós,
exímio escritor do
século 19 (1845-
1900), merece
sempre ser
lembrado pela
atualidade de
temas, pelo
humor e
singularidade e
beleza de
expressão escrita.
Foi, por ventura, o maior crítico dos escritores portugueses com realismo e intervenção
em múltiplas áreas do saber, dos comportamentos e das políticas conservadoras do país. Na
área da “língua Genuína de cada povo”, fez um apelo à sua aprendizagem com segurança e
pureza; na área da “Civilização” é relevante a oposição cidade – campo, contemplada na
obra “A Cidade e as Serras”; na “Solidariedade Humana”, critica o egoísmo vigente e apela à
ajuda tão necessária na sociedade em que vive; na “Política”, faz referência à nova palavra
“Verborreia” para classificar a eloquência S. Bental; no “Servilismo”, critica o homem por
abdicar do direito de pensar e de preferir submeter-se às autoridades; no “Patriotismo”, com
base na liberdade já adquirida, define o que deverá ser e fazer todo o que ama a sua Pátria,
para combater o imobilismo reinante; no “Governo”, critica a falta de iniciativa da grande
massa dos Portugueses que tem o dever de tornar o país mais próspero, vivo, forte e digno
da independência nacional; na “Emigração”, faz referência aos que abandonam o país,
justificando que o que instiga o povo a emigrar é a procura do pão que falta na sua terra; no
“Cristianismo”, onde encontra “contradições, inverosimilhança e névoa”, afirma ser
necessário a vinda de um outro Cristo e que o catolicismo se limita à prática de ritos e não
ao “cumprimento moral da lei moral”; na “Instrução”, num Portugal ignorante e obscurantista,
diz que é imperativo nacional prestar atenção à Educação para atenuar muitos males da
sociedade.
Eis algumas observações de interesse que Eça de Queirós, a sós ou em parceria com
Ramalho Ortigão nas “Farpas”, procurou fazer e que justificam a sua atualidade.
JORNAL DA USOA – Universidade Sénior de Oliveira de Azeméis
Por: Manuel Lima Eça de Queirós com dois filhos mais velhos: José e Maria
Eça de Queirós no grupo “OS VENCIDOS DA VIDA”.
04
A Língua Portuguesa e
a Identidade Nacional
No mês em que se comemora o Dia
Internacional da Língua Materna (21 de
fevereiro), julgamos pertinente refletir sobre
a temática da Língua Portuguesa e o seu
papel no combate ao retrocesso.
Em várias áreas do saber constatamos que
os “Pontapés na Gramática” são frequentes
em todas as classes sociais, quer na
oralidade, quer na expressão escrita, por
várias razões, entre as quais salientamos a
invasão de estrangeirismos e os problemas
criados pelo Novo Acordo Ortográfico.
Na Universidade Sénior, nunca é tarde para
tentarmos combater os atentados à Língua
Portuguesa, que nos define como povo e
que, na prática de outras, poderá levar-nos a
perder a nossa identidade nacional.
Fernando Pessoa dizia: “A minha Pátria é a
Língua Portuguesa”.
Não ignoramos que a boa prática e pureza
da nossa Língua se reflete no sucesso de
outras disciplinas e de outras áreas do
saber, quer na sua interpretação, quer nas
construções frásicas.
Vejamos dois exemplos:
1. – Na frase “A mãe da Clarinda
tem fobia das limpezas” deverá dizer-
se mania das limpezas, que significa “desejo
excessivo e não “fobia” que significa “medo
ou aversão patológica.
2. – Na frase “Os meteorologistas prevêm
o tempo” deverá dizer-se “preveem”, do
verbo prever, que tem a sua base no verbo
ver, na terceira pessoa do plural do presente
do indicativo, sem acento circunflexo,
segundo o “Novo Acordo Ortográfico”.
Amar é viver!
Amar é sorrir!
Amar é sofrer!
Amar… existir!
Existência é vida,
Sofrendo, sorrindo!
Amo-te, querida,
Com um Amor infindo!
Sofrer é viver!
Viver é sorrir!
Sofrer é amar!
Amar… existir!
O Sorriso é vida!
Sofrer… existência!
Amo-te, querida!
Sem ti, é demência!
“Filosofando” eu
Sobre o Amor, insisto:
Quem amou… viveu!
Amo… logo existo!
“Amo… logo existo!”
JORNAL DA USOA – Universidade Sénior de Oliveira de Azeméis
A. P. Sampaio/96
Por: Manuel Lima
JORNAL DA USOA – Universidade Sénior de Oliveira de Azeméis
05
100 Anos de Vida Literária de
Ferreira de Castro Dia dos
Namorados
Catorze de fevereiro
Dia dos namorados,
Mima-se o companheiro
Festejam os apaixonados.
Também é conhecido
Como dia de S.Valentim,
Retratando como sucedido
Uma paixão sem fim.
Na sociedade atual
O dia ainda persiste,
Será tema concensual
Observando o que existe?
O que outrora era paixão
Deixou de o ser talvez,
Basta ligar a televisão
E é o que tu vês.
Não há regra sem exceção
Diz o velho ditado.
O amor vira submissão
E está tudo estragado.
A vida vira inferno
Lá se foi a ilusão,
As juras de amor eterno
Deixaram de ter razão.
Os prazeres da sociedade
São uns dos culpados,
Pois cedo a mocidade
Por ela são enganados.
Acabo a minha reflexão
Não fazendo juízo geral,
Pois há muita paixão
Entre muitos casais, afinal!
Eulália Barbosa
Em Ossela o rio amaina,
Continuando o seu lastro.
Aí começou sua faina
O escritor Ferreira de Castro.
Aos doze anos no Salgueiro
Ainda moço de tenra idade
Embarca para o estrangeiro
Em busca de felicidade.
No Brasil foi lutador
Procurando melhor saída,
Trabalhando com ardor,
Mas escritor é que fez vida.
Escreveu obras grandiosas
Como “A Selva” e “Os
Emigrantes”,
Que se tornaram famosas,
Em países bem distantes.
Por alguns foi desprezado,
Que o queriam ver pelintra.
E escolheu ser sepultado
Em recôndito em Sintra.
António Marques
JORNAL DA USOA – Universidade Sénior de Oliveira de Azeméis
06
Por: Manuel Lima
O Grupo de Cavaquinhos a Cantar as Janeiras
“Esta Noite não se Dorme”, “Que Noite Tão
Bela”, “Os Reis a Passar”, “Oh Anjos Cantai
Comigo”, “Boas-Festas, Boas-Festas”, eis
as melodias que encantaram quantos as
puderam ouvir, sentir e viver o cristianismo
autêntico independentemente do credo
religioso de cada um.
O “Lar de Santa Teresinha” e “Fundação
Manuel Brandão” em Cucujães, a
“Comissão de Melhoramentos de Azeméis”,
a “Santa Casa da Misericórdia de Oliveira
de Azeméis”, o “Centro de Convívio de
Palmaz”, a “Comissão de Melhoramentos
do Pró-Outeiro”, a “CERCIAZ”, o Lar de S.
Miguel”, o “Centro Social e Cultural de
Pindelo”, a “Câmara Municipal de Oliveira
de Azeméis” e a “USOA” foram as
Instituições contempladas no concelho.
Nos concelhos vizinhos, o Grupo esteve
presente na “ACAIS” S. João Da Madeira,
na “Quinta do Resende” em Pardilhó, na
“Santa Casa da Misericórdia de Estarreja”,
na “Universidade Sénior de Estarreja”, no
“Solar das Camélias” em Telhadela, na
Como tem sido habitual ao longo dos anos de existência, o Grupo de Cavaquinhos da
USOA, mais uma vez, programou o cantar das janeiras, em várias instituições
concelhias e noutras autarquias limítrofes.
Foram momentos de júbilo, não só para os componentes do Grupo, mas para todos
aqueles que nas Instituições puderam ouvir e entoar canções tão melodiosas a
celebrar o período natalício.
“Cediara” em Ribeira de Fráguas,
Albergaria-a-Velha, no “I Encontro de
Janeiras” da Universidade Sénior de Vale
de Cambra.
De realçar a participação do Grupo no “III
Encontro de Cantares das Janeiras
Seniores em Terras de La Salette”,
realizado no Auditório da Junta de
Freguesia de Oliveira de Azeméis.
Em conclusão, o Grupo de Cavaquinhos
está de parabéns pela disponibilidade,
empenho e prestígio que mais uma vez
deu à nossa Universidade.
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07
Janeiras e Reis pela Tuna
Por: Carminda Tavares Oliveira
Chegou Janeiro, assim designado em honra do Deus Jano, deus dos portões,
do começo, do céu luminoso e das origens. Com ele, impreterivelmente não
podiam faltar as Janeiras e os Reis.
A nossa Tuna, pela mão do imparável e
paciente maestro, Serafim Cabral, cumpriu
com muito agrado essa tradição, apesar
das nada agradáveis condições climáticas
que se faziam sentir.
E foi ver-nos num incansável corrupio de
Lar em Lar. Todas as portas se nos
abriram e lá dentro animava-nos o calor
humano traduzido em palmas, sorrisos e
por vezes no cantarolar dos utentes para
quem tocávamos e cantávamos, sempre
dando o nosso melhor.
Momentos houve em que fomos brindados
com a chegada dos mais pequeninos,
também utentes de alguns lares e centros
de dia. Claro que, de imediato
improvisámos repertório infantil adequado
ao momento. Foi fan…tás…ti…co!...
Cantámos para eles e com eles
aprendemos belas canções, sim, porque
também eles já sabem cantar as Janeiras
e louvar o Deus Menino, cantando. Tão
lindos!... Tão bom este convívio e partilha
entre “avós” e “netos”!...
Obrigada a todos.
À Câmara Municipal que, como habitualmente,
escancarou as portas aos Grupos da Universidade
Sénior e nos acolheu e ouviu com grande satisfação
fazendo-nos sentir que está connosco, o nosso bem-
haja.
Partilha, palavra rara
No código dos saberes.
Cada vez fica mais cara
No processo dos haveres.
António Marques
(Quadra premiada com 2ª Menção Honrosa no concurso de Quadras Populares da
USOA, no ano de 2016)
JORNAL DA USOA – Universidade Sénior de Oliveira de Azeméis
Que bem que soube cantar e ouvir cantar as Janeiras em Oliveira de Azeméis!...
Mantendo viva a memória dos cantares tradicionais de Boas-Festas, no passado dia
20 de janeiro de 2017 realizou-se, pela 3ª vez, o Encontro de Cantares das Janeiras
Seniores em Terras de La Salette, organizado pela USOA (Universidade Sénior de
Oliveira de Azeméis).
Este grandioso e já tradicional espetáculo teve lugar no auditório da União de Juntas
das Freguesias de Oliveira de Azeméis, Santiago de Riba-Ul, Ul, Macinhata da Seixa e
Madaíl.
A abertura coube ao Grupo Coral anfitrião, que fulgurosa e orgulhosamente entoou o
Hino da Universidade.
Cantares das Janeiras em Terras de La Salette
III ENCONTRO
Um a um passaram pelo palco os quatro
grupos que vieram até nós (Grupo de
Cavaquinhos da Academia Sénior de
Arouca, Grupo Coral da Universidade
Sénior de Albergaria-a-Velha, Grupo de
Cavaquinhos do Instituto Sénior de Ovar
e Grupo de Cavaquinhos da
Universidade Sénior “Prior Sardo” da
Gafanha da Nazaré), bem como a Tuna
Usoa (Tuna da Universidade Sénior de
Oliveira de Azeméis) e o Grupo de
Cavaquinhos da Universidade Sénior de
Oliveira de Azeméis que encerrou o
encontro.
Todos abrilhantaram aquela noite que se
queria fosse de partilha, de
confraternização, de tradição e
sobretudo de louvor ao Deus Menino,
outrora adorado pelos Reis Magos.
Cantaram-se Reis e Janeiras e cada
pedacinho de tradição apresentada fez
parte da manta que ali se teceu e
aqueceu os corações naquela noite tão
fria.
Por: Carminda Oliveira
A este momento seguiu-se a entrega de
lembranças e um lanche/convívio, numa
pequena sala contígua ao auditório, um
espaço “apertadinho” (culpa da falha
irreparável de energia elétrica na
Estalagem de S. Miguel, à última hora).
Arranjada à pressa com a pronta
colaboração de muita(o)s briosas(o)s
alunos, aí se partilhou o que de mais
genuíno a terra tem. Porque gostamos
de receber bem, a situação foi um pouco
constrangedora mas houve total
compreensão e ficou bem patente que
não há azar nem imprevisto que
atrapalhe os seniores.
Missão cumprida.
Parabéns à Direção e um abraço cordial,
a todos quantos tornaram possível o
sucesso deste evento.
08
JORNAL DA USOA – Universidade Sénior de Oliveira de Azeméis
09
Ninguém deixou de pintar por falta de jeito…
Mas por falta de vontade!
Ana Garcia
Pintura B
Não imaginas, querida avó, como gostava de entrar na tua casa e deparar-me com o teu sorriso aberto.
Subia, ligeira, as escadas que conduziam à tua cozinha e levava o cheiro das flores do teu jardim, depois
de ter depenicado as uvas ainda mal coloridas que pendiam da latada e olhado de longe o galo feroz que
guardava a tua capoeira, sempre pronto a bicar-me se me aproximasse da cerca. Tinha-lhe respeito,
àquele galo imponente que todos os anos prometias matar para a festa do Santo Cristo, mas que acabou
por morrer de velhice.
Logo que me vias perguntavas se tinha fome e, quando era inverno, se estava molhada da chuva ou se
tinha frio. Aquela tua solicitude, que eu achava tão natural que nem dava conta, fazia-me feliz, sentindo a
leveza da vida e das coisas.
E o chapéu de palhinha que me ofereceste pelo aniversário?... Era tão bonito que até de noite eu queria
usá-lo. Dormia com ele ao lado da minha cabeceira... E se já na altura o achava magnífico, que dizer agora,
quando a dimensão do tempo que dele me afasta ajuda a mitificá-lo como o chapéu mais bonito que os
meus olhos alguma vez viram.
Ao lembrar tudo isso parece que mergulho num abismo profundo onde a vida é efémera e precária. As
lágrimas assomam aos meus olhos como se derretessem um sentimento de nostalgia e saudade que nem
mil palavras conseguem descrever.
Mas sabes, avozinha querida, nem imaginas como me encontro agora! Tenho cabelos brancos e rugas na
cara, tal como tu tinhas naquela época. Subo as escadas devagar, porque tenho medo de cair. E tenho
filhos e netos. Tudo como tu tinhas. Mas tenho ainda mais: imagina que, nesta idade, frequento uma
Universidade – a USOA! Claro que não sabes o que é, mas eu digo-te. Olha, é um sítio onde me distraio,
convivo, passeio, divirto-me e também aprendo muitas coisas interessantes. Não podiam ter inventado
coisa melhor para arrancar esta rapaziada mais velha da inércia da lareira, da sensação de inutilidade, da
nostalgia e da solidão. O meu sonho era ver-te cá, ser tua colega… Aí onde te encontras não haverá uma
coisa parecida? Deve haver… e ainda melhor!
Até breve, avó!...
Margarida Câmara
Carta para a minha avó
JORNAL DA USOA – Universidade Sénior de Oliveira de Azeméis
10
Encontro de Janeiras e Tradições
Por tradição, no Carnaval, há uma sobremesa que é confecionada da seguinte maneira:
Aproveita-se a água de ter cozido as carnes (frango, porco, vaca, chouriço, etc.), à qual se
adiciona açúcar e canela (mexe-se tudo muito bem).
Então, começa-se por preparar uma taça de ir ao forno onde se dispõe, no fundo, folhas de
hortelã, pão e assim sucessivamente.
Por fim, rega-se com a água, à qual se misturou o açúcar e a canela. Vai ao forno a alourar.
In TRADIÇÕES do concelho de Oliveira de Azeméis
Tavares Ribeiro e discentes da História Local da USOA
Cavaquinhos da USOA Tuna da USOA
Num evento de reencontro com a cultura popular, a cidade oliveirense
viveu ambiente de grande envolvência, animando as ruas do centro
histórico, pelas associações culturais do município, com a realização do
Encontro de Janeiras, que foi transmitido através da RTP.
Sopa Seca
JORNAL DA USOA – Universidade Sénior de Oliveira de Azeméis
11
Serão Musical com o INFINITSAX
Na noite de 17 deste mês, a Universidade Sénior de Oliveira de Azeméis organizou o
seu 1º Serão Musical, no edifico II da instituição sénior.
Foi uma noite diferente marcada pela atuação do quarteto de saxofones “INFINITSAX”,
que deixou todos encantados na “viagem” através da recordação e audição de
algumas músicas intemporais.
O INFINITSAX 4 TET nasceu em 2016, na
sequência de um grupo de amigos apaixonados
pela música e pelo saxofone, que decidiram
avançar com este novo projeto.
Preparou-se, então, uma longa lista de temas
para quarteto de saxofones, com músicas de
diversos autores, com arranjos para quarteto de
saxofones.
Em dezembro 2016, o INFINITAX 4 TET efetuou
os seus primeiros concertos e as reações foram
bastante positivas por parte das pessoas que
tiveram o prazer de escutar.
Desde então, tem sido convidado para diversos
eventos, como por exemplo, Restaurante Harpa,
Restaurante Oxalá, Universidade Sénior de
Oliveira de Azeméis, entre outros.
A harmonia e temas das suas músicas
transmitem tranquilidade e em alguns
momentos até nos conseguem transportar no
tempo, com temas que atravessam gerações,
gerando um ambiente nostálgico.
Este quarteto é composto por; Saxofone
Soprano (Carlos Silva), Saxofone Alto (André
Barros), Saxofone Tenor (Alexandre Gomes) e
Saxofone Barítono (Sérgio Pinho).
Estes músicos são os responsáveis pela
Melodia de Sons com harmonia e sons
inconfundíveis.
O INFINITSAX 4 TET está a trabalhar
afincadamente neste projeto, por forma a
proporcionar a quem os ouve, um maior leque
de temas em vários estilos, como jazz, clássico,
pop, entre outros.
Melodia de Sons
As nossas palavras também se podem traduzir
como se de uma estrutura musical se tratasse.
O ritmo da nossa vida é orientado pelas batidas
do nosso coração, que se alteram conforme os
momentos e as emoções que vivemos a cada
momento...
Umas vezes mais lento, saboreando a vida em
toda a sua plenitude, outras vezes num ritmo
mais andante.
E outros momentos com algumas suspensões...
O único aspeto diferente desta estrutura musical
é o facto de cada um de nós sermos o Maestro
da nossa própria melodia.
(Sérgio Pinho)
Um pouco antecipado, porque os seniores têm pressa de viver, e p’ra brincar ao
Carnaval não há idades, no dia 24 de fevereiro de 2017, tivemos uma ótima tarde de
folia, de convívio e de diversão.
CARNAVAL Tarde de Folia
Por: Carminda Oliveira
Mais de não sei quantos… (p’raí ou
mais…) foliões seniores viveram
momentos de grande animação.
A festa foi animada por três Grupos da
USOA (Grupo de Cavaquinhos, Tuna e
Madrigais) e ainda por música gravada,
para que todos convivessem em
simultâneo.
Houve muita música, muitos disfarces,
muitas fantasias de carnaval, muita
comida e bebida, sim… porque os
seniores da USOA foram generosos,
como referiu a nossa Diretora,
visivelmente satisfeita, na hora dos
agradecimentos.
Salpicado de múltiplas cores e com um
permanente movimento de dança
(caprichada ou inventada), quanta vida
ganhou o salão da Estalagem de S.
Miguel!...
Do latim “Carnis levale”, Carnaval
significa o adeus à carne. Pois é!... Não
esqueçam que depois dos dias gordos
que terminam na terça-feira, dia de
Carnaval, vem o período de jejum e
abstinência. Uns cumprirão…, outros
não…, mas quero crer que todos,
mesmo todos, se continuarão a esforçar
para saciar a sua alegria de viver.