jornal da turma 7º 3 Área de projecto

5
Tens em mente O desejo de querer mudar tudo...e o medo de que tudo mude. Vives uma altura, em que as certezas são poucas. Tens o desejo de crescer, e de tornar-te independente, e de querer experimentar tudo e de mais alguma coisa! E queres sair com os amigos e irmãos todos para a farra. Mas, ser jovem também é ter responsabilidades, é assumir as asneiras e as escolhas que fazemos, Sejam quais forem. Ser jovem? Todos podem sê-lo. Pois em cada um de nós haverá sempre um “bichinho” chamado juventude. Mas, sê jovem sem estares preso nas teias da Dependência! A força de vontade de recusar faz de ti um herói porque a droga só destrói. Trabalho realizado no âmbito da disciplina de Área Projecto da turma do 7º 3 da Escola Básica 2º, 3º Ciclos de São Roque, com a colaboração dos professores Ana Alicia e Hugo Corredeira. Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos de São Roque O T i t o e m R e vi s t a Funchal, Maio 2009 Volume 1, Edição 1 “Diz-se q ue a v ida é c ur t a , mas po de-se faz e r m ui ta coisa se so ubermo s aproveitá-la.” (Go et he)

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Jornal da Turma 7º 3 Área de Projecto

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Page 1: Jornal da Turma 7º 3 Área de Projecto

Tens em mente

O desejo de querer

mudar tudo...e o medo

de que tudo mude.

Vives uma altura, em que as certezas

são poucas.

Tens o desejo de crescer,

e de tornar-te independente,

e de querer experimentar tudo

e de mais alguma coisa!

E queres sair

com os amigos e irmãos

todos para a farra.

Mas, ser jovem

também é ter responsabilidades,

é assumir as asneiras

e as escolhas que fazemos,

Sejam quais forem.

Ser jovem?

Todos podem sê-lo.

Pois em cada um de nós

haverá sempre um “bichinho” chamado juventude.

Mas, sê jovem sem estares preso nas teias da

Dependência!

A força de vontade de recusar faz de ti um herói porque a droga só destrói.

Trabalho realizado no âmbito da disciplina

de Área Projecto da turma do 7º 3 da Escola

Básica 2º, 3º Ciclos de São Roque, com a

colaboração dos professores Ana Alicia e

Hugo Corredeira.

Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos de São Roque

O Tito em Revista

Funchal, Maio 2009 Volume 1, Edição 1

“Diz-s

e que

a vida

é curt

a, mas

pode-s

e faze

r muit

a cois

a se

souber

mos a

provei

tá-la.”

(Goeth

e)

Page 2: Jornal da Turma 7º 3 Área de Projecto

P á g i n a 2

O jovem tem de saber que qual-quer tipo de droga ou álcool é capaz de viciar o seu organismo, e sair ou deixar o ‘vício’ é uma tarefa árdua, difícil e que exige muita força de von-

tade.

Drogas, álcool, violência e morte andaram sempre juntas, uma coisa leva a outra. Buscar a felicidade, o

amor e a paz é muito melhor.

Drogas: é fácil de entrar nessa mas,

difícil é sair.

Superar inseguranças, preencher vazios, situação de risco social e mesmo curiosidade são alguns dos factores que podem levar os jovens às drogas, porém sair delas é um pouco mais complicado. São inúmeros os e-xemplos de pessoas escravas das dro-gas. Um deles, famoso no mundo in-teiro, é o da cantora Amy Winehouse, que com 24 anos já tem suspeita de enfisema pulmonar e passou por clíni-cas de reabilitação para se livrar dos

vícios, o que ainda não aconteceu.

Ambiente favorável ao uso, amigos ou familiares dependentes facilitam o contacto e as primeiras ex-periências com as drogas. Depois do álcool, as drogas que as crianças e adolescen-tes com menor idade experi-mentam são o tabaco, os solventes e os medicamentos, e em seguida as drogas ilícitas, como m a r i j u a n a e c o c a í n a . Na cidade, outra droga cujo uso tem aumentado entre os jovens é o crack, por ter quase os mesmos efeitos que a

cocaína e ser mais barata.

A prevenção é a melhor solução contra as drogas, pois o tratamento de um dependente químico é longo e não é garantia de uma vida sem o uso, já que demanda vontade do próprio de-

pendente de se recuperar.

T i t o e m R e v i s t a

Índice

Editorial

“A adolescência é como uma casa em dia de mudanças: Uma desordem temporária.”

(Julius Warren)

Editorial 2

A quem atribuir a culpa 3

Drogas 4

Viver no mundo da droga 5

A visita do Dr. Nelson Carvalho 6

Opinião da psicóloga Alicia Freitas 6

As nossas opiniões 7

Nesta edição:

No passado dia 24 de Abril 7

Teste 8

Passatempos 9

P á g i n a 9

Passatempos

V o l u m e 1 , E d i ç ã o 1

E H W L S D A L C X

C B P O G H T M O O

S O T O I E E A C T

T T N C Ç R G L A A

A X M L K O Z R I B

S C H A X I X E N A

Y K O V L N B M A C

A C C G X A Y W S O

K Z A A Y S V H B Ç

U M O R R I N A T I

V I E U C C A N H U

R S A A H N O C A M

Cocaína Crack Ecstasy Heroína Maconha Morfina Tabaco Haxixe Álcool LSD

Sopa de Letras

Links: www.tu-alinhas.pt

www.drogas.pt

www.portaldasaude.pt

Curiosidades: Calão no mundo das dependências Cano = veia Cavalo=Heroína. Charrar=Fumar charros. Chamon=Haxixe. Boi=Marijuana. Branca=Cocaína. Bomba=Seringa Gulosa=Cocaína. Janado=Drogado. Neve=Cocaína. Pistola=Seringa. Passa=Fumar erva ou haxixe. Picar=Injectar droga na veia. Snow=Cocaína. Sabonete=250g de haxixe. Tranzar=Vender droga. Veneno=Droga. Heroína.

Page 3: Jornal da Turma 7º 3 Área de Projecto

P á g i n a 8 T i t o e m R e v i s t a

Teste

1-Existem mais fumadores do que não fumadores. V ou F?

2-Uma pessoa que consome um maço de cigarros por dia gasta mais de mil euros por ano. V ou F?

3-As crianças filhos de pais fumadores têm constipações, asma e tosses com maior frequência. V ou F?

4-A cerveja é uma droga. V ou F?

5-Fumar provoca bronquite e outros problemas respiratórios muito graves. V ou F?

6-O cigarro contém mais de 500 substâncias prejudiciais à saúde, 60 das quais cancerígenas. V ou F?

7 -Um duche pode ajudar a ficar sóbrio. V ou F?

8-Se comprares cannabis na rua podes ter a certeza sobre a concentração e pureza da droga. V ou F?

9-Como é consumido normalmente a cannabis?

Fumada Injectada Passada na pele.

10-Marijuana é proveniente de que parte da planta de cannabis?

Raízes Resina ou folhas secas Flores e pequenos troncos.

11-O ecstasy também é conhecido por:

“Pombas”; “Pastilha do amor”; “Pílula de felicidade “; Todas as anteriores

12-Alguns dos efeitos a curto prazo do consumo de cocaína são:

Cansaço e sonolência Euforia e ausência de fadiga A cocaína não tem efeitos a curto prazo.

13 – A mesma droga pode ter efeitos diferentes consoante a pessoa que a consome. V ou F?

14 – Fumar heroína é menos arriscado, porque não se utiliza agulhas. V ou F?

15 – Consumir ecstasy ocasionalmente não faz mal. V ou F?

Soluções: 1-Falso 2-Verdadeiro 3-Verdadeiro 4-Verdadeiro 5-Verdadeiro 6-Verdadeiro 7- Falso 8-Falso 9-Fumada 10-Folhas 11-Todas as anteriores 12-Euforia e ausência de fadiga

13 – Verdadeiro 14 – Falso 15 -Falso

De quem é o problema da toxicodependência?

Dos toxicodependentes? Dos pais?

Dos jovens? Dos professores?

Dos educadores? Dos traficantes?

O problema é sem dúvida de todos eles, de todos nós. É um problema que atravessa todas as socieda-des actuais e que infelizmente também se introdu-ziu cá na Madeira. Não é um fenómeno novo na re-gião, mas julga-se que tenha vindo a aumentar, nos últimos anos.

Actualmente, a Madeira já oferece algumas res-postas muito válidas, tanto no que diz respeito à prevenção como ao tratamento de toxi-codependência. O Projecto Vida tem tido um importante papel na coordenação, implementação e concretização em vá-rios projectos e programas.

A criação do Centro de São Tiago veio também preencher uma lacuna no que diz respeito ao tratamento destes doen-tes.

Prevenção na sociedade civil Ainda existe muito para fazer mas não espere-

mos que sejam os profissionais de saúde ou outras entidades que aprofundam a problemática, que o façam.

É nas nossas casas, nas nossas escolas, nas nos-sas instituições, nas nossas cabeças que essa pre-venção pode realmente passar e ser mais eficaz.

Como? mudando de atitudes, ouvindo, promo-vendo, tendo estilos de vida saudáveis, comunican-do, partilhando, tendo mais tempo para os filhos, para ouvir alunos e para conversar.

O que é a prevenção primária? Num contexto sociál favorável ao surgimento

dos fenómenos da toxicodependência, álcool e tam-bém tabagismo, a prevenção primária surge como uma das apostas do governo. Mas também aqui tu-do é muito complicado. Um dos locais mais privile-giados desta prevenção é o espaço da escola. Para-doxalmente é, muitas vezes no espaço circundante à escola que o jovem se inicia nos rituais da droga. Cabe também à escola desenvolver projectos que

visem ajudar os jovens a desenvolverem competên-cias sociais que lhes permitam mais tarde saber re-sistir a pressões / influências sociais.

Naturalmente a família é o núcleo de toda esta prevenção, sendo que todo o tipo de organização, tais como associações ou mesmo clubes desporti-vos, que envolvam jovens, é local privilegiado para intervir. Para que este programas tenham impacto e continuidade há que envolver a comunidade es-sencialmente profissionais de saúde e todos aque-

les que estão perto dos mais novos. A curiosidade, a pressão do grupo e o gosto pelo

risco são as principais causas que levam os jovens a estabelecerem o contacto com a droga. O começo do consumo de droga está liga-do à dependência que esta cria no consumidor. Pois este sente desejo de se dro-gar. O organismo fica de-pendente da droga e a falta desta provoca um grande

mal-estar físico e psicológico. Para conseguir o efei-to desejado o consumidor tem necessidade de au-mentar cada vez mais a quantidade de droga.

O consumo da droga provoca alterações do nível do sistema nervoso podendo modificar o modo de pensar, de sentir e de agir. Os seus efeitos variam consoante o tipo de substâncias, o estado físico e psicológico do consumidor e o contexto em que se ocasiona o consumo. A droga vai dominando e em-pobrecendo a vida.

Diariamente o toxicodependente vive situações de risco, ora por excessos de consumo como por ter determinado comportamentos, como a utilização de seringas infectadas.

A relação com a droga pode levar, em casos de grande dependência, a problemas com a justiça, devido a assaltos e outro tipo de acções ilícitas. E este acontece devido aos preços que a economia da droga a nível mundial estabelece, porque a custa da dependência de uns, enriquecem outros.

P á g i n a 3 V o l u m e 1 , E d i ç ã o 1

“A curiosidade, a pressão do

grupo e o gosto pelo risco são as

principais causas que levam os

jovens a estabelecerem o

contacto com a droga.”

A quem atribuir a culpa?

Page 4: Jornal da Turma 7º 3 Área de Projecto

P á g i n a 4 T i t o e m R e v i s t a

Drogas

Cocaína

A cocaína é originária da folha da coca. É frequentemente injectada, inalada ou tomada por via oral (sob a forma de crack). Cria uma dependência psíquica muito grande e sendo injectada, cria igualmente dependência física. Em relação aos seus efeitos, o uso habitual cria excitação, auto-confiança e irritabilidade. A sobredosagem cria uma reacção ansiosa aguda, irritabilidade, depressão, sensações paranóicas e psicose cocaínica (alucinações tácteis). A longo prazo, o seu consumo provoca: ulceração do septo oral e psicose.

Calão associado à cocaína: gulosa, branca, coca, traço.

Ecstasy

A sensação criada pelo ecstasy, de bem-estar e alegria, conjuga-se bem com o prazer procurado pelos jovens no fim-de-semana, nas discotecas e nas raves. Apresenta-se sob a forma de comprimido e, por ser uma droga recente, os seus efeitos a longo prazo não se podem determinar com rigor. No entanto, o uso e abuso desta droga pode ser mortal, principalmente quando combinado com outras drogas ou álcool.

Calão associado ao ecstasy: pastilhas, bombas, rodinhas, rodas.

Heroína

A heroína deriva da morfina e pode ser injectada, fumada e snifada. Cria grande dependência física e psíquica. O seu uso habitual alivia a dor e a ansiedade e cria euforia. A sobredosagem pode causar miose, depressão do sistema respiratório, edema pulmonar, baixa de temperatura e até a morte. A longo prazo, o seu consumo pode causar: letargia, obstipação, impotência, amenorreia, doenças físicas, por vezes grave, criminalidade e morte.

Calão associado a heroína: Brown, Burra , Castanha,

Cavalo, Pó de anjo, Poeira e Palhinha

Haxixe O haxixe é as extremidades e a resina da cannabis (folhas e flores). É frequentemente fumado ou tomado por via oral. Cria grande dependência psíquica e dependência física é nula, mas possível. O uso habitual de cannabis ou haxixe, provoca relaxamento, euforia, diminuição das inibições e aumento do apetite na fase final do efeito.

A sobredosagem cria pânico e o seu uso ao longo prazo cria debilitação, e sindrome amotivacional. Calão associado ao haxixe: Chamon

Cocaína

Ecstasy

Heroína

HaxixeHaxixeHaxixeHaxixe

Heroína

HaxixeHaxixeHaxixeHaxixe

P á g i n a 7

As nossas opiniões

Testemunho de alguns alunos:

“No início, senti-me um pouco nervoso, mas depois habituei-me e gostei muito. Depois da apresentação do trabalho, o Dr. Nelson Carvalho e a Drª Alícia Freitas esclareceram algumas dúvidas aos pais. No final, foram entregues diplomas aos

pais e filhos.”

Alexandre 6º 6

“Eu gostei muito, apesar de no início me ter sentido nervosa. Quando estava a ler senti orgulho de estar a apresentar o tra-balho. Adorei esse dia e acho que deve-mos continuar a trabalhar e a apresentar os nossos projectos aos pais para eles aprenderem connosco. Quando saí da escola, a minha irmã disse que estava orgulhosa de mim.”

Cátia 6º 6

No passado dia 24 de Abril de 2009, pelas 18h30m, a turma 6 do sexto ano apresentou um resumo dos seus traba-lhos desenvolvidos na Área Curricular não Disciplinar de Área de Projecto aos Encar-regados de Educação. Foram abordadas as temáticas da “Toxicodependência” e dos “Estilos de Vida Saudável”. Também estiveram presentes a Drª Alícia Freitas e o Dr. Nelson Carvalho do Serviço Regio-nal de Prevenção da Toxicodependência, bem como alguns professores da Turma e o Presidente do Conselho Directivo, o Professor Nuno Jardim .

V o l u m e 1 , E d i ç ã o 1

“Eu gostei muito, apesar de no início me ter sentido nervosa. Quando estava a ler senti orgulho de estar a apresentar o trabalho. “

No passado dia 24 de Abri l

Durante a intervenção do Dr. Nelson esta foi a mensagem com a qual me identifiquei mais foi: “O que importa não é experimentar mas sim saber dizer que NÃO.”

João Pinto 7º3

Esta vinda do Dr. Nélson fez-nos entender mais o que é a droga. Verificamos que é um processo longo, e que por vezes os tóxico-dependentes são obrigados a deixar a família para tentar superar este vício. O que mais nos marcou foi “…é fácil entrar, mas sair é difícil…”

Adelino Pereira e Alexandre Camacho 7º3

Na nossa opinião, gostamos muito da presença do Dr. Nelson, porque ele tirou-nos muitas dúvidas. Ficamos a saber mais coisas relacionadas com a droga e como é que o Serviço Prevenção da Toxicodependência está organizado. Falou-nos que não devíamos aceitar nada de ninguém e que nem devíamos de experimentar droga nenhuma mesmo que não seja muito pesada, porque isso pode ser o inicio para o vício.

Sara E Artur 7º3

No passado dia 8 de Junho, esteve aqui na nossa escola o Dr. Nelson Carvalho que nos falou sobre a toxicodependência e alguns problemas que esta causa. Contou-nos algumas histórias vividas por pessoas com dependência que nos fez reflectir sobre coisas que nem imaginávamos que existiam. Foi muito interessante e gostamos muito do que aprendemos.

Erica e Tânia, 7º3.

O que nós gostamos mais foi quando o Dr. Nelson disse que: “ dizer não, não é ser medricas mas sim corajoso. ” Por isso quando te sentes mais desanimado não te esqueças que o mais importante é saber que existem pessoas que gostam de ti e estão disponíveis para te ajudar, que cuides de ti próprio e te sintas o melhor pos-sível contigo mesmo.

Aliete Camacho e Jessica Barros 7º3

Page 5: Jornal da Turma 7º 3 Área de Projecto

No passado dia 8 de Junho, a nossa turma recebeu a visita do Dr. Nelson Carvalho, Coordenador do Serviço Prevenção da Toxicodependência da Madeira. O objectivo desta visita era o de conhecer este Serviço e de também o de esclarecer dúvidas que surgiram ao longo deste nosso projecto.

O Dr. Nelson explicou-nos que este serviço lida apenas com a Prevenção e não com o tratamento de toxicodepen-dentes. Fazer prevenção hoje em dia é dar formação às entidades (escolas, centros de saúde, casas do povo, paró-quias, clubes de futebol) visto que são estas que estão mais perto da população jovem e menos jovem e que podem alertar para os factores de risco e ao mesmo tempo eluci-dar sobre os factores de protecção. Antigamente fazia-se campanha pela negativa, do tipo, “ A droga mata” e está demonstrado que não resultou. Nos dias de hoje, fazer prevenção não obriga necessariamente falar da droga. Devemos ensinar às pessoas saberem viver num mundo

onde existe droga e saberem lidar com essa problemática. Fazer prevenção é convencer os jovens a terem hábitos de vida saudável, praticar desporto, fazer parte de um grupo de escuteiros etc.

Ao longo do ano o Serviço de Prevenção organiza for-mações, eventos e campanhas de rua para concretizarem o seu trabalho. No próximo dia 26 de Junho, no Dolce Vita haverá uma série de iniciativas para comemorar o Dia Mundial da Luta contra a Droga e no verão a campanha

“ Universos de Verão “ estará presente nas praias da Madeira através de grupos de voluntários que estarão prontos a esclarecerem dúvidas e que realizarão uma série de actividades lúdicas-formativas. Não faltes! Participa!

Turma 7º3

P á g i n a 6 T i t o e m R e v i s t a

Opinião da Psicóloga Alicia Freitas

A v is i ta do Dr. Nelson Carva lho

Prevenção em Meio Escolar

Porquê intervir na Escola? É na Escola que crianças e jovens passam parte substantiva do

seu dia, onde se desenvolvem interacções intra e intergeracionais, com impactos que irão perdurar longos anos a até marcar definitiva-mente a vida das pessoas. No fundo, é a instituição de socialização primária nas sociedades desenvolvidas. Os alunos estão em idades de desenvolvimento que são tanto frágeis como receptivas e, tudo o que suceder moldará as suas personalidades.

O Meio Escolar constitui uma aposta decisiva em termos de Pre-venção das Toxicodependências, não só pelo facto de todas as cri-anças passarem pelo sistema de ensino, mas também porque os resultados de numerosas investigações mostram claramente que as raízes do nosso comportamento no plano de saúde se situam na infância e adolescência.

Na escola, tal como se aprende o conteúdo curricular, inevitavel-mente aprende-se a ser e a viver. É, pois, fundamental desenvolver projectos e iniciativas de prevenção que promovam comportamentos saudáveis, libertos do consumo de substâncias psicoactivas. A inter-venção será tanto mais eficaz se permitir que as estratégias sejam desenvolvidas ao longo do tempo, de forma continuada, acompa-nhando as diferentes etapas do desenvolvimento da criança e do jovem. Neste sentido, o Serviço de Prevenção da Toxicodependên-cia tem desenvolvido Projectos desde o 1º Ciclo do Ensino Básico, visando a sua continuidade no 2º e 3º Ciclos. Mas é no ensino se-cundário que se verifica uma maior prevalência dos consumos, so-bretudo de álcool (Inquérito Nacional Em Meio Escolar – 2006 – “Consumo de Drogas e outras substâncias psicoactivas”). Justifica-se assim a pertinência do reforço da “mensagem” preventiva junto da população do ensino secundário e posteriormente no ensino su-perior.

Quais os Programas e Projectos desenvolvidos na RAM? 1º Ciclo - Projectos de Prevenção das Toxicodependências

(intervenção junto do pessoal docente e não docente, dos alunos, e dos pais/encarregados de educação).

2º e 3º Ciclos – Programa Atlante – Enfrentar o Desafio das Drogas

Secundário - Projectos e iniciativas no âmbito da Prevenção das Toxicodependências (intervenção junto do pessoal docente e não docente, dos alunos, e dos pais/encarregados de educação).

Campanha Itinerante de Sensibilização para a Prevenção das Toxicodependências (intervenção dirigida aos alunos do ensino secundário)

Superior - Projectos e iniciativas no âmbito da Prevenção das Toxicodependências (intervenção junto das Associações Académi-cas).

Alicia Freitas – Psicóloga

Instituto da Administração da Saúde e Assuntos Sociais, IP-RAM Serviço de Prevenção da Toxicodependência

Referências Bibliográficas - Inquérito Nacional Em Meio Escolar – 2006 – “Consumo de Drogas e outras substâncias psicoactivas”, Dra. Fernanda Feijão (Coordenadora do Inquérito – Instituto da Droga e da Toxicode-pendência, I.P.). - “Organização de Intervenções Preventivas, Gestão de Problemas de Saúde em Meio Escolar”, Coordenação Hilson Cunha Filho e Carina Ferreira-Borges, 2008, Coisas de Ler

Um toxicodependente conta ao Um toxicodependente conta ao Um toxicodependente conta ao Um toxicodependente conta ao Tito em RevistaTito em RevistaTito em RevistaTito em Revista como é viver no mundo da dro-como é viver no mundo da dro-como é viver no mundo da dro-como é viver no mundo da dro-ga. O entrevistado quis manter o seu anonimato mas deu o seu testemunho de ga. O entrevistado quis manter o seu anonimato mas deu o seu testemunho de ga. O entrevistado quis manter o seu anonimato mas deu o seu testemunho de ga. O entrevistado quis manter o seu anonimato mas deu o seu testemunho de forma a ajudar outros jovens a não entrarem neste mundo. Uma coisa o entre-forma a ajudar outros jovens a não entrarem neste mundo. Uma coisa o entre-forma a ajudar outros jovens a não entrarem neste mundo. Uma coisa o entre-forma a ajudar outros jovens a não entrarem neste mundo. Uma coisa o entre-vistado assumiu: “ Tenho a consciência tranquila, uma vez que nunca influenciei vistado assumiu: “ Tenho a consciência tranquila, uma vez que nunca influenciei vistado assumiu: “ Tenho a consciência tranquila, uma vez que nunca influenciei vistado assumiu: “ Tenho a consciência tranquila, uma vez que nunca influenciei ninguém a entrar neste mundo.”ninguém a entrar neste mundo.”ninguém a entrar neste mundo.”ninguém a entrar neste mundo.”

Entrevista feita por: Ana Jéssica BarrosEntrevista feita por: Ana Jéssica BarrosEntrevista feita por: Ana Jéssica BarrosEntrevista feita por: Ana Jéssica Barros

P á g i n a 5

Viver no Mundo da Droga

ao médico e nunca me diagnosticaram nada. Quantas vezes por dia consomes?Quantas vezes por dia consomes?Quantas vezes por dia consomes?Quantas vezes por dia consomes? Dependendo do dinheiro consumo 6 / 7 ve-zes por dia. Costumas vender algum “ produto “?Costumas vender algum “ produto “?Costumas vender algum “ produto “?Costumas vender algum “ produto “? Sim, quando estou com falta de dinheiro vendo a vizinhos. Já foste apanhado e/ou revistado pela polici-Já foste apanhado e/ou revistado pela polici-Já foste apanhado e/ou revistado pela polici-Já foste apanhado e/ou revistado pela polici-a?a?a?a? Sim, uma vez fui revistado numa rave em São Martinho, mas consegui esconder a tem-po. Alguma vez tentaste deixar de consumir e a Alguma vez tentaste deixar de consumir e a Alguma vez tentaste deixar de consumir e a Alguma vez tentaste deixar de consumir e a força do vício foi maior?força do vício foi maior?força do vício foi maior?força do vício foi maior?

Sim, já tentei várias vezes só que quando estava com os meus amigos a força do vicio foi muito maior. Já recorreste ao Serviço Regio-Já recorreste ao Serviço Regio-Já recorreste ao Serviço Regio-Já recorreste ao Serviço Regio-nal Prevenção de Toxicode-nal Prevenção de Toxicode-nal Prevenção de Toxicode-nal Prevenção de Toxicode-pendência ou ao Centro de São pendência ou ao Centro de São pendência ou ao Centro de São pendência ou ao Centro de São Tiago?Tiago?Tiago?Tiago? Não, mas muitos dos meus a-

migos já foram ao centro de São Tiago, mas no fim voltaram para a “vida”. Já procuraste ajuda de um profissional?Já procuraste ajuda de um profissional?Já procuraste ajuda de um profissional?Já procuraste ajuda de um profissional? Não, acho que não me vai levar a lado ne-nhum. Como é que é a relação com a tua família?Como é que é a relação com a tua família?Como é que é a relação com a tua família?Como é que é a relação com a tua família? Hoje em dia a relação com a minha família é muito boa. A tua família conhece o teu problema com a A tua família conhece o teu problema com a A tua família conhece o teu problema com a A tua família conhece o teu problema com a droga?droga?droga?droga? Sim, a minha família quando soube do meu problema expulsou-me de casa, mas com o tempo começaram a compreender a minha situação.

Idade:Idade:Idade:Idade: 19 anos Ocupação:Ocupação:Ocupação:Ocupação: Trabalhador da Construção civil Há quanto tempo consomes?Há quanto tempo consomes?Há quanto tempo consomes?Há quanto tempo consomes? Eu já consumo há cerca de 4 anos, foi quan-do saí da escola. O que é que te levou a consumir?O que é que te levou a consumir?O que é que te levou a consumir?O que é que te levou a consumir? O que me levou a consumir foi a influência dos meus amigos e os problemas com a mi-nha ex-namorada. O que costumas consumir? / Qual é a que O que costumas consumir? / Qual é a que O que costumas consumir? / Qual é a que O que costumas consumir? / Qual é a que gostas mais?gostas mais?gostas mais?gostas mais? Eu costumo consumir erva ou ganzás, de-pende do dinheiro. O que sentes quando estás “ O que sentes quando estás “ O que sentes quando estás “ O que sentes quando estás “ pedrado “?pedrado “?pedrado “?pedrado “? Sinto-me muito bem, começo a rir de tudo o que me apa-rece à frente, mas por vezes sinto-me com sono. Gostas do que sentes?Gostas do que sentes?Gostas do que sentes?Gostas do que sentes? Depende da companhia, se estiver com amigos gosto, mas se estiver so-zinho começo a atrofiar com a vida, mas não desgosto. Algum dia pensas em deixar de consumir Algum dia pensas em deixar de consumir Algum dia pensas em deixar de consumir Algum dia pensas em deixar de consumir droga?droga?droga?droga? Sim, já pensei e ainda penso, mas a droga é uma maneira de esquecer os problemas. Consegues arranjar droga com facilidade?Consegues arranjar droga com facilidade?Consegues arranjar droga com facilidade?Consegues arranjar droga com facilidade? Sim, é muito fácil apenas faço uns telefone-mas a uns amigos e arranjo. Algum dia aconteceuAlgum dia aconteceuAlgum dia aconteceuAlgum dia aconteceu----te algo de mal quando te algo de mal quando te algo de mal quando te algo de mal quando estavas a consumir?estavas a consumir?estavas a consumir?estavas a consumir? Sim, quando estava a consumir à cerca de 1 ano, quase ia sendo atropelado. Tens problemas de saúde devido à droga?Tens problemas de saúde devido à droga?Tens problemas de saúde devido à droga?Tens problemas de saúde devido à droga? Não, pelo menos que eu saiba, vou sempre

V o l u m e 1 , E d i ç ã o 1

“Eu já consumo há cerca de 4 anos, foi quando saí da escola.”