jornal da sbd - edição especial centenário 2011

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Page 1: Jornal da SBD - Edição especial Centenário 2011
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Page 3: Jornal da SBD - Edição especial Centenário 2011

Edição especial 1

Jornal da SBD 100 anos de história

O ano de 2012 já tem garantido seu lugar na história na SBD por seu cen-

tenário, comemorado por nós com muita alegria e orgulho. Queremos

que nos próximos anos a SBD se torne ainda mais forte para continuar

mostrando essa evolução ao Brasil e ao mundo. É com espírito de união e de integra-

ção entre nossos dermatologistas, parceiros, e funcionários que essa entidade secular

vem acompanhando o crescimento do país, tornando-se não só indispensável para a

comunidade como referência e exemplo entre as sociedades médicas.

O percurso em direção ao futuro da SBD é auspicioso. Um futuro em que o for-

talecimento de ações que visam à valorização do dermatologista é fundamental. Para

este ano, nosso foco continua no investimento nessas ações, com todos os esforços

centrados na excelência dos eventos e das campanhas oferecidos. Os desa os são

inúmeros, e por isso mesmo nos impulsionam todos os dias para que possamos ultra-

passar as expectativas e manter a SBD como uma das sociedades mais respeitadas na

área de saúde do Brasil.

Nas próximas páginas, você confere alguns passos que formaram nossa trajetória,

fruto do esforço, da dedicação e da competência dos mais de 6.500 associados da

Sociedade Brasileira de Dermatologia.

Parabéns, e que venham mais 100 anos!

Bogdana Victória Kadunc

Presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia

Construindo o amanhã

Palavra da presidenteSumá

rio

1 Construindo o amanhã2 2012: um ano para a história3 Visitando o passado6 Alguns trabalhos históricos7 Sociedade atual e atuante 2001/201113 Compromisso com a responsabilidade social17 De como os Congressos da SBD entraram para a história19 Formação dermatológica de excelência21 A integração da tecnologia na área médica22 Anais Brasileiros de Dermatologia23 Surgical and Cosmetic Dermatology24 Novas publicações25 Visão estrangeira26 Perspectivas & desa os - Tribuna livre

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Page 4: Jornal da SBD - Edição especial Centenário 2011

2 Edição especial

Jornal da SBD 100 anos de história

2012: um ano para a história

Editorial

A m de marcar o aniversário de 100 anos da SBD, o jornal reuniu de seu

acervo dados, fotos, entrevistas e depoimentos de dermatologistas que -

zeram e fazem história na Sociedade e fora dela. Buscamos em nossos ar-

quivos textos signi cativos que remontam a trajetória da dermatologia brasileira e da

SBD no decorrer de dez décadas. Para uma pesquisa mais ampla, também recorremos

a alguns livros que nos ajudaram a construir os textos que compõem esta publicação.

É com satisfação que compartilhamos com nosso leitor todas essas preciosidades.

Com assuntos que vão desde os primórdios de nossa Sociedade Brasileira de Derma-

tologia, passando pelas ações que impulsionaram seu progresso, até os desa os atuais,

o resultado é uma edição que faz um apanhado de sabedoria e talento.

Nossa Sociedade tem crescido em tamanho e diversidade durante este último sé-

culo. Hoje, já somos mais de 6 mil associados. Todas as conquistas da entidade cente-

nária também são o resultado do trabalho de seus funcionários. Não podemos deixar

de reconhecer a importância da participação deles em muitos momentos marcantes.

Que esta edição especial que agora você tem em mãos seja uma forma de fo-

mentar o orgulho de fazer parte da evolução de nossa entidade. Isso exposto, resta-

-nos desejar uma boa leitura, com votos de que o ano que se inicia seja de muitas

realizações!

Parabéns, Sociedade Brasileira de Dermatologia!

Paulo R. Cunha

Coordenador médico do Jornal da SBD

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Edição especial 3

Jornal da SBD 100 anos de história

Visitando o passado

Adermatologia no Brasil teve início como especialidade entre o nal do século XIX e o começo do

XX. No dia 4 de fevereiro de 1912, um grupo de 18 médicos idealistas fundou a SBD. A sessão inaugural ocorreu no Pa-vilhão Miguel Couto, da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro, um hos-pital criado em 1582, tendo seu estatuto registrado no dia seguinte, data em que se comemora, desde 2000, o Dia do Dermatologista.

Fernando Terra, professor e chefe do Serviço de Dermatologia da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, que hoje per-tence à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), foi o primeiro presidente da SBD, cargo que exerceu durante 13 anos (1912-1925). Foi Terra quem criou em 1912 o Boletim da SBD, cujo obje-tivo era divulgar os casos e as discussões das reuniões clínicas da época, com ên-fase para as doenças infecciosas, como a sí lis e a hanseníase. Ele fora publicado até os anos 1920. No primeiro ano de atividade, a SBD contava com 81 sócios efetivos, sendo 52 do Rio de Janeiro. A primeira reunião cientí ca ocorreu em 1o de março de 1912, no An teatro Fer-nando Terra, sediado na 19a Enfermaria da Santa Casa. Foi em an teatros da San-ta Casa, primeiro no do Pavilhão Miguel Couto e depois no do São Miguel, que se realizaram de 1912 até 1992 as reuniões que ajudariam a formar e aperfeiçoar vá-rias gerações de dermatologista de todo o país.

Naquela época, a escola francesa – e também a alemã e a austríaca – in uen-ciaram de maneira intensa a formação da dermatologia em nosso país. Os médicos brasileiros viajavam para a Europa a m de aprimorar seus conhecimentos sobre problemas cutâneos e aprender as me-lhores maneiras de tratar as doenças de pele. No retorno ao Brasil, transferiam o aprendizado e essas novas práticas para nossa realidade.

Em 1920, com a criação do De-partamento Nacional de Saúde Pública, por Carlos Chagas, foi instituída a Ins-petoria de Pro laxia da Lepra e Do-enças Venéreas, primeiro órgão federal destinado à campanha contra a hanse-níase. Na época, o secretário-geral da SBD e também um dos criadores da entidade, Eduardo Rabello, ocupava o cargo de inspetor geral da lepra e ela-borou a primeira legislação brasileira da hanseníase e das doenças venéreas. Ra-bello deu ainda contribuições originais nas áreas de leishmaniose tegumentar, hanseníase e sarcoidose.

Criada em janeiro de 1925 com o título Annaes Brasileiros de Dermatologia e Syphilographia, a revista Anais Brasileiros de Dermatologia (ABD) é uma das pu-blicações mais prestigiadas e respeitadas em todo o meio cientí co. Os artigos do primeiro número versaram sobre acantose nigricante, leishmaniose, bou-ba, pên go e cistos epidérmicos, sarco-matose múltipla hemorrágica de Kaposi, xeroderma pigmentoso, o bismuto na terapêutica da sí lis e a história da sí -lis no Brasil. Além de presidente da SBD, Eduardo Rabello era redator-chefe da publicação. Na entidade, sua gestão du-rou 15 anos ininterruptos, ocupando a presidência de 1925 a 1940.

Considerada a maior e mais comple-ta da especialidade na América Latina, a Biblioteca Professor Francisco Eduardo Rabello da SBD tem em seu acervo li-vros raros e únicos datados do século XVIII. São ali abrigadas preciosidades totalizando mais de três mil publicações. Inaugurada em 1933, em um dos pré-dios do Hospital da Santa Casa de Mi-sericórida do Rio de Janeiro, onde ainda funciona um Serviço de Dermatologia, e transferida em 1994 para o prédio em que a Sociedade está localizada hoje (Av. Rio Branco, Rio de Janeiro), a biblioteca tem como principal objetivo subsidiar as atividades de ensino e pesquisa, tornan-do o acesso cada vez mais fácil, ágil e se-

19201925

Primeira capa do Boletim

da SBD

Eduardo Rabello

Fernando Terra

Pavilhão Miguel Couto, da Santa Casa

Primeira Reunião Anual dos Dermatos-si lógrafos Brasileiros

19121944

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4 Edição especial

Jornal da SBD 100 anos de história

guro. Para atender às solicitações vindas de todo o Brasil ela conta com a parceria da Bireme e do Sistema Scad (Serviço Cooperativo de Acesso a Documentos).

Entre 1930 e 1940, perto da Segun-da Guerra Mundial, os dermatologistas americanos passaram a exercer forte in uência na cultura brasileira e, em se-guida, a dermatologia inglesa. Em 1944, na presidência de João Ramos-e-Silva, foi instituída a Primeira Reunião Anual dos Dermatossi lógrafos Brasileiros, cujo principal tema foi a leishmaniose e à qual compareceram cerca de 40 participan-tes. Em 1969, considerando o enorme número de participantes e seus temas, essas reuniões passaram a ser designadas Congressos Brasileiros de Dermatologia, e seu prosseguimento se deu nos anos subsequentes, sem qualquer interrupção.

A mudança do nome lepra para han-seníase, proposta por diversos autores na década de 1960, buscou afastar as fantasias e os preconceitos sobre a moléstia, além de favorecer a educação para a saúde. No Brasil, a substituição do termo “lepra”por “hanseníase” foi proposta em 1967 pelo médico e pesquisador Abrahão Rotberg (1912-2006).

No cinquentenário da SBD, em 1962, sob a presidência de Rubem Da-vid Azulay, a Sociedade foi reestruturada para tornar-se realmente nacional. Para isso, foram criadas as sociedades regio-nais a liadas à SBD, e estabeleceu-se que a presidência da entidade deveria ser exercida, desde então, pelo presidente da Reunião Anual ocorrida em outros estados. No mesmo ano, Ramos-e-Silva foi eleito para o International Commit-tee of Dermatology, da International Le-ague of Dermatological Societies, sendo o primeiro brasileiro a ter assento nesse tão importante órgão. Depois dele, obti-veram o mesmo feito Padilha-Gonçalves, em 1967, Sebastião Sampaio, em 1982, e Márcia Ramos-e-Silva, em 2000.

Outra decisão marcante tomada pela SBD no nal de 1962, e que só veio a ser

implementada pela administração de João Ramos-e-Silva, em 1965, foi a retomada da denominação Sociedade Brasileira de Dermatologia, que fora alterada por 37 anos, isto é, desde 1925. Ainda na década de 1960 foi suprimido o termo si logra a, e a publicação o cial da entidade passou a se chamar Anais Brasileiros de Dermatologia.

Em outubro de 1967, a SBD criou o Certi cado de Especialista em Dermato-logia, em convênio com a Associação Mé-dica Brasileira (AMB). A prova foi realizada pela primeira vez em Juiz de Fora, no Ser-viço do Professor Antônio Carlos Pereira Filho, em paralelo aos trabalhos do 24o

Congresso Brasileiro de Dermatologia. O objetivo era, e continua sendo, melho-rar a qualidade dos pro ssionais médicos. A primeira banca examinadora foi consti-tuída pelos professores Clóvis Bopp, Ru-bem David Azulay, Ruy Noronha Miranda, Sebastião Sampaio e Tancredo Furtado. Desde então, todos têm que passar pelo concurso para conquistar o Certi cado de Especialista e se tornar dermatologis-ta. Este ano, a sociedade vai realizar a 46a

edição, em março, na cidade de São Paulo. Em 1971, sob a presidência de Clóvis

Bopp, por proposta de René Garrido Ne-ves, foi conferida à SBD a função de zelar pelos interesses éticos, sociais e econômi-cos dos dermatologistas. Na década de 1980, ela se situava entre as cinco maio-res entidades dermatológicas do mundo, com 1.200 sócios efetivos. Em 1984, al-guns os associados começaram a liar-se à Academia Americana de Dermatologia (AAD). Cerca de dez dermatologistas brasileiros, entre eles Sebastião Sampaio, Belliboni, Fernando Augusto Almeida e Paulo Cunha, participaram do Congresso Anual da AAD, em Las Vegas, em 1986, reforçando a presença brasileira em solo estrangeiro. Vinte e cinco anos depois, o Congresso da AAD de New Orleans (2011) registrou a ida de 600 dermatolo-gistas do nosso país, dando provas de que a participação de médicos do nosso país tem crescido a cada edição.

19621971

Primeira capa do boletim, que passa a passa a ser chamado de Anais Brasileiros de Dermatologia (década de 1960)

Primeiro Exame de Título de Especialista em Dermatologia (TED)

Clóvis Bopp

Rubem David Azulay

René Garrido

1967Visitando o passado

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Edição especial 5

Jornal da SBD 100 anos de história

Além da penicilina, sulfona e o corti-coide, drogas consideradas mais antigas, a isotretinoína (para o tratamento da acne, iniciada no Brasil em 1982), revo-lucionaram a dermatologia.

Realizada pela SBD-RJ, a primeira cam-panha de prevenção ao câncer da pele foi idealizada e lançada em 1987, por Jarbas Porto. Na década seguinte, ela seria insti-tucionalizada pela SBD em todo o territó-rio nacional. Presidente da SBD na gestão 1987/1988, René Garrido Neves adquiriu a primeira sede própria da Sociedade Bra-sileira de Dermatologia fora da Santa Casa, em 1988. Dez anos depois, foram criados os Departamentos da SBD como grupos de estudo.

O dermatologista Sebastião Sampaio foi um dos fundadores da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica, em 1988, durante a 11a Reunião Anual dos Dermatologistas Latino-americanos do Cone Sul (Radla). No encontro, ministrou--se pela primeira vez um curso de cirur-gia dermatológica, dividido em uma parte teórica sobre as indicações e técnicas de cirurgia dermatológica e uma parte prá-tica de cirurgia em pele de porco. Além de Sampaio, são considerados precurso-res da cirurgia dermatológica no Brasil, os médicos Luiz Henrique Camargo Pascho-al, Ival Peres Rosa, Carlos Machado, Bog-dana Kadunc e Cássio Villaça. No mesmo ano foi realizada a 1a Reunião de Cirurgia Dermatológica, promovida pela SBD-SP, sob a presidência de Maurício Alchorne. A coordenação cou sob responsabilidade de Ival Peres Rosa, então chefe do Serviço do Hospital do Servidor Público de São Paulo.

Em novembro de 1995, na gestão de Sarita Martins, ressurgiu o boletim Notícias SBD, criado em 1989 na então gestão de Luiz Henrique Paschoal para ser o veículo de comunicação dos associados, na época 3.700. Em setembro de 1996, a SBD lançou o jornal Dermatologia Atual, em substituição ao boletim, tendo como coordenadora editorial a dermatologista Clarisse Zaitz. Seis meses depois, em março de 1997, o

nome do veículo fora alterado para Jornal da SBD, que, desde então, cumpre a função de levar para todos os associados o que de mais importante acontece na Socieda-de e na dermatologia nacional e interna-cional. Sua tiragem é de 6.000 exemplares. Acompanhando os avanços da tecnologia e a expansão do uxo de informações que a cada dia tem transformado ainda mais as pessoas e seus hábitos, o jornal celebra 15 anos de existência em 2012 com seu acervo digitalizado para leitura desde 2002.

Sob a presidência de Fernando Almei-da (2001/2002), a SBD comemorou 90 anos de existência congregando o total de 4.751 especialistas. Os anos 1997 e 1998foram marcados por profundas transfor-mações em busca de uma mentalidade mais globalizada. Fortaleceu-se o espírito associativo com a criação de grupos de tra-balho e Departamentos, que mantiveram as subespecialidades emergentes atreladas à dermatologia. As Regionais passaram a participar mais ativamente, reunindo-se com a direção central duas vezes por ano, por ocasião das reuniões do Conselho De-liberativo, juntamente com as comissões que também tiveram fortalecido seu papel na gestão da Sociedade. Os Serviços Cre-denciados ganharam espaço, reunindo-se uma vez por ano com a direção da SBD para discutir as questões por eles relacio-nadas. Também foi criado o Programa de Educação Médica Continuada em Derma-tologia (EMC-D), que até hoje é um dos principais serviços prestados ao associado.

Em 2003, a AMB, o Conselho Regional de Medicina (CFM) e a Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM) reconhe-ceram a cirurgia dermatológica como área de atuação da dermatologia, assim como a cosmiatria. Atualmente, a SBD e os derma-tologistas brasileiros têm colaborado com a especialidade no âmbito nacional e mundial com estudos originais, em especial na área das doenças infectocontagiosas e tropicais. A dermatologia brasileira continua dando importante contribuição à ciência e ao de-senvolvimento da dermatologia mundial.

20021987

Comemoração dos 90 anos da SBD

15 anos de JSBD

Primeira edição do JSBD (1997)

Jarbas Porto

Visitando o passado

* Este texto foi elaborado com base nas seguintes obras e registros históricos disponíveis na biblioteca da instituição: 1) História da dermatologia no Brasil (2001), pesquisado e escrito por Glauco Carneiro e idealizado e coordenado por Paulo R. Cunha; 2) História da dermatologia Latino-americana (2007), ca-pítulo 6, artigo “Dermatologia e dermatologistas no Brasil” de autoria de Paulo R. Cunha; além do texto de autoria de Márcia Ramos-e-Silva intitulado “A Sociedade Brasileira de Dermatologia”, publicado no Jornal da SBD edição março/abril de 2002 e de pesquisas nos sites da Sociedade Brasileira de Der-matologia (www.sbd.org.br) e da Sociedade Brasi-leira de Cirurgia Dermatológica (www.sbcd.org.br).

2012

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6 Edição especial

Jornal da SBD 100 anos de história

1908 Os trabalhos de Adolfo Lutz (1908) e Alfonso Splendore (1912) indicam, em São Paulo, a doença da mucosa bucal, hoje denominada paracoccidioidomicose.

1911 Marco importante na terapia da leishmaniose, é introduzido por Gaspar Vianna o tratamento com antimônio (tártaro emético).

1927 É da lavra de João Ramos-e-Silva, ao longo dos dez anos seguintes, no Rio de Janeiro, material sobre temas como a pinta, o componente micótico da perifoliculite abscedente, a hipodermite do lúpus eritematoso, que introduz o conceito de leishma-nides e ceratodermia marginal traumática. O prurigo pós-escabiótico na forma regio-nal (escroto) de hiperplasia neural, tendo como terapêutica a talidomida, pertence a seu vasto campo cientí co.

1951 Marion B. Sulzberg publica os primeiros estudos do uso de corticoide na dermatologia (AMA Arch Dermatol. Syphilol 1951;64:573-579).

1953 Jarbas Porto publica trabalho usando ta durex para diagnosticar a ptiríase (J. Invest. Dermatol. 1953;21:231). Oswaldo Costa descreve pioneiramente a acrocera-toelastoidose.

1954 – Rubem David Azulay demonstra que a vacinação oral com BCG protege ratos contra a lepra murina.

1957 Ceratodermia marginada palmar é descrita por Ramos-e-Silva.

1959 Anfotericida B é prescrita pela primeira vez para o tratamento da blastomi-cose sul-americana por Sampaio e Lacaz.

1963 Opromolla publica os primeiros resultados com rifampicina na lepra lepro-matosa. (Revista Brasileira de Leprologia, 1963; 31:346-355).

1968 Zamith e Cardoso descrevem a atro a maculosa hereditária (Medicina Cutânea, 1968; 3:15-16).

1972 Padilha Gonçalves descreve Traumatic anserine folliculosis (J. Dermatol. 1972;6:365-369).

1979 Publicação do primeiro trabalho usando ácido 13 cis-retinoico na acne, mais tarde lançado no mercado como Accutane, hoje terapia de primeira escolha para a acne grave (N Engl J. Med. 1979:300:329-333).

1981 Luis Carlos Cucé e cols. introduzem o uso de cetoconazol para o tratamento da paracoccioidomicose (Rev. Inst. Méd. Trop. São Paulo 23 [2]:82-85, março-abril de 1981).

2006 Muscardin e colaboradores (International Journal Dermatology, julho de 2006) propõem que a associação de tumores grânulo-celulares múltiplos cutâneos com alte-rações cardiovasculares e esqueléticas seja denominada síndrome de Bakos, em home-nagem ao dermatologista brasileiro Lúcio Bakos, que sugeriu sua existência em 1993.

Alguns trabalhos históricos Pesquisa elaborada por Paulo R. Cunha

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Edição especial 7

Jornal da SBD 100 anos de história

O dermatologista Fernando Augusto de Almeida presidiu a entidade entre se-tembro de 2001 a setembro de 2002(época do nonagésimo aniversário de fundação da SBD). Com uma administra-ção simples e e ciente, Almeida atingiu as seguintes metas em seu mandato: otimi-zação da estrutura administrativa e nan-ceira da SBD Nacional; fortalecimento da entidade médica e das Regionais median-te integração do calendário das reuniões cientí cas, permitindo o resgate do equi-líbrio nanceiro da instituição; manuten-ção da interação entre SBD, CFM e AMB

dando continuidade às ações de direto-rias anteriores; lançamento do Projeto Pró-Memória, coordenado e elaborado por Paulo R. Cunha, e cuja nalidade era a preservação da história da dermatologia brasileira por meio de livros, documentos e fotogra as. A edição do livro História da dermatologia no Brasil (2002), reúne infor-mações e imagens que documentam o cotidiano da SBD em 90 anos, sendo um grande trabalho e, também, um belo pre-sente para a Sociedade e seus associados que até hoje não param de se transfor-mar e evoluir.

PresidenteFernando Augusto de Almeida (SP)

Vice-presidenteMárcio Santos Rutowitsch (RJ)

Secretária-geralMaria de Lourdes Viegas (RJ)

TesoureiraBeatriz Moritz Trope (RJ)

1o SecretárioPaulo R. Cunha (SP)

2o SecretárioFrancisco Macedo Paschoal (SP)

Diretora de BibliotecaTania Ferreira Cestari (RS)

2001/2002Gestão

Com cerca de 6.500 associados, a Sociedade Brasileira de Derma-tologia é a segunda* associação

de especialidades mais antiga do país e a única reconhecida o cialmente pela Associação Médica Brasileira (AMB) e pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). Grandiosa, a SBD também im-pressiona nos números. Atualmente, está presente em 23 estados brasileiros por intermédio de suas 24 Regionais, 21 Departamentos, além de 73 Servi-

ços Credenciados à instituição. Na ce-lebração de seus 90 anos, a entidade possuía 4.753 sócios, 23 Regionais, 23 Departamentos e 59 Serviços Creden-ciados, evidenciando seu crescimento com o passar dos anos.

Em um século de vida, a SBD é re-conhecida pela força de sua produção cientí ca e pelo reconhecimento e res-peito do próprio trabalho no exterior, cumprindo a tarefa que lhe foi conferi-da quando nasceu: tornar-se referência

no desenvolvimento de estudos der-matológicos e representante máxima dos dermatologistas no país. Isso exi-ge permanente trabalho de qualidade para que a entidade continue a ocupar esse lugar dentro da medicina brasileira.

Enumeramos, a seguir, alguns pro-jetos e ações instituídos em benefício do associado, a partir de 2001, fruto de um longo processo de mudanças, que incluiu o engajamento e a dedicação de diversas diretorias.

Sociedade atual e atuante 2001/2011

* A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) foi fundada em julho de 1910, dois anos antes da SBD.

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8 Edição especial

Jornal da SBD 100 anos de história

2003/20042GestãoPresidente

Márcio Santos Rutowitsch (RJ)

Vice-presidenteSérgio Talarico Filho (SP)

Secretário-geralJosé Ramon Varela Blanco (RJ)

TesoureiroCelso Tavares Sodré (RJ)

1o Secretário

Samuel Henrique Mandelbaum (SP)

2a SecretáriaLúcia Helena Fávaro Arruda (SP)

Diretora de BibliotecaIvonise Follador Oliveira (BA)

A gestão de Márcio Rutowitsch (2003/2004) foi a primeira a ter man-dato de dois anos de duração. O principal foco enfatizado por ele durante a campa-nha para a disputa da presidência da SBD, em 2001, era “Sócio forte igual a Regional forte e igual a Sociedade forte”, cujo ob-jetivo seria a luta pela defesa pro ssional do especialista com maior participação dos associados. Seu trabalho incluiu a ins-tituição de uma rede computadorizada que permitiu a ligação permanente entre a SBD e as Regionais; incrementou o Pro-grama Nacional de Controle do Câncer da Pele (PNCCP) e as demais ações so-ciais e comunitárias inerentes à especia-lidade; fortaleceu a participação da SBD junto aos órgãos de defesa pro ssional, na

AMB, CFM e na Agência Nacional de Vigi-lância Sanitária (Anvisa); promoveu a dis-cussão com jovens dermatologistas de as-suntos relativos ao mercado de trabalho em diversas Regionais (na época foram visitadas 16 das 23 existentes); divulgou dados do Per l do Dermatologista, por meio de vídeo apresentado no 58o Con-gresso da SBD, em Vitória, e que começou nas duas gestões anteriores (Bernardo Gontijo 2000/2001 e Fernando Augus-to de Almeida 2001/2002); criou o Selo de Certi cação de Produtos e Serviços, projeto iniciado na gestão anterior, como nova fonte de recursos e que ajudou a SBD por alguns anos; instituiu o estande da SBD em congressos brasileiros, algo que hoje é uma tradição.

Sociedade atual e atuante 2001/2011

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Edição especial 9

Jornal da SBD 100 anos de história

PresidenteSinésio Talhari (AM)

Vice-presidenteGerson Oliveira Penna (DF)

Secretário-geralCelso Tavares Sodré (RJ)

TesoureiroAbdiel Figueira Lima (RJ)

1a SecretáriaAndréa Machado C. Ramos (MG)

2o SecretárioHeitor de Sá Gonçalves (CE) Diretor de BibliotecaPaulo R. Cunha (SP)

Os dermatologistas Sinésio Talhari e Gerson Penna detalharam por meio de um relatório de gestão (distribuído aos associados ao término de suas di-reções) uma lista das ações postas em prática durante administração do biênio 2005/2006. Citamos aqui, algumas metas fundamentais propostas e atingi-das: integração da SBD junto aos órgãos representativos da categoria médica e entidades governamentais e não gover-namentais, com interface com a der-matologia, como Anvisa, ministérios da Saúde e da Ciência e Tecnologia, CFM, AMB, Fiocruz, Abrasco, Inca e Unesco; intercâmbio da SBD com as seguintes entidades internacionais: Academia Ame-ricana de Dermatologia (AAD), Colégio Ibero-latino-americano de Dermatologia (Cilad), Academia Europeia de Derma-tologia e Venereologia (EADV) e Liga Internacional das Sociedades de Der-matologia (ILDS); elaboração do Censo

Dermatológico, que apontou as doenças mais prevalentes da especialidade no país; o apoio da Rede Globo, Unesco, Ministério da Educação e Ministério da Saúde, na Campanha de Valorização do Dermatologista (CVD) que teve início com a Dermatologia Solidária, durante o Congresso de Brasília (2005); estabe-leceu-se também parceria no projeto Amigos da Escola, da Rede Globo, para uma campanha de educação dermatoló-gica por meio de voluntários cadastrados no Congresso e no site da SBD. Ao todo, 27 mil escolas participaram do projeto; criação do Portal de Periódicos SBD/EBSCO, para acesso de textos completos dos periódicos assinados pela Biblioteca da SBD, bem como a reforma e amplia-ção da área física da biblioteca e de seu conteúdo. Sob direção de Paulo R. Cunha, a biblioteca disponibilizou aos associados 29 periódicos online, ação pioneira e que hoje foi ampliada com o portal Rima.

2005/2006GestãoSociedade atual e atuante 2001/2011

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Page 12: Jornal da SBD - Edição especial Centenário 2011

10 Edição especial

Jornal da SBD 100 anos de história

Algumas ações importantes promo-vidas para a melhoria da especialidade e que bene ciaram os associados na gestão de Alice Alchorne em 2007 e 2008 são: duas reuniões do Conselho Deliberativo discutiram a certi cação em áreas de atuação (cosmiatria e cirur-gia dermatológica) havendo consenso de que essas áreas são inerentes à formação do dermatologista e que por isso não seria necessária outra certi cação além do Título de Especialista em Dermatolo-gia (TED) da SBD; a realização do TED Especial em 2008, que certi cou cerca de 200 dermatologistas; a aquisição de equipamentos e a construção de sala es-

pecializada para a realização de eventos de Teledermatologia na própria sede da SBD; melhorias na parte física da biblio-teca, além da recuperação e catalogação das inúmeras obras raras; representação em inúmeros eventos das Regionais e outras entidades cientí cas e gover-namentais com a presença constante da diretoria em reuniões e eventos da AMB e da inscrição da SBD na Associa-ção Brasileira de Ensino Médico (Abem); aquisição em dezembro de 2007 de um conjunto no mesmo prédio da sede da SBD e inauguração da reforma completa dos dois andares da entidade em dezem-bro de 2008.

2007/20082Gestão Presidente

Alice Avelar Alchorne (SP)

Vice-presidenteOmar Lupi da Rosa Santos (RJ)

Secretária-geral

Ryssia Alvarez Florião (RJ)

TesoureiraCláudia Pires Amaral Maia (RJ)

1a Secretária

Célia Luiza Petersen V. Kalil (RS)

2º SecretárioJosemir Belo dos Santos (PE)

Diretora de Biblioteca

Izelda Maria Carvalho Costa (DF)

Sociedade atual e atuante 2001/2011

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Edição especial 11

Jornal da SBD 100 anos de história

A criação do sócio eletrônico; a reno-vação da Campanha Nacional de Preven-ção ao Câncer da Pele com a instituição do Tour de Prevenção que rodou o Sul o Nor-deste e o interior do país; a reestruturação e organização da campanha para a obten-ção do certi cado do Guinness Book; a in-dexação dos Anais Brasileiros de Dermatolo-gia no Medline; o lançamento da Surgical & Cosmetic Dermatology, revista voltada para a cirurgia dermatológica, laser e cosmiatria; o lançamento do livro o cial sobre condu-ta e tratamentos rotineiros Rotinas de diagnóstico e tratamento coordenado por Omar Lupi, Josemir Belo e Paulo R. Cunha; a internacionalização da dermatologia com

implementação do Projeto Residentes; a criação do even-to que enfoca a dermatologia terapêuti-ca, o Teraderm; a reformulação do portal da SBD e a criação do site para o sócio; a elaboração do DermaBrasil, projeto que avaliou a frequência de consulta ao derma-tologista, como complemento do censo dermatológico realizado na gestão de Si-nésio Talhari; a reforma do estatuto e dos regimentos, além de votação eletrônica nas reuniões de conselho foram algumas ações realizadas na gestão de Omar Lupi, em 2009 e 2010.

PresidenteOmar Lupi da Rosa Santos (RJ)

Vice-presidenteBogdana Victória Kadunc (SP)

Secretária-geral Maria de Lourdes Viegas (RJ)

TesoureiraMaria Fernanda Reis Gavazzoni Dias (RJ)

1a SecretáriaCélia Luiza Petersen Kalil (RS)

2º SecretárioEmerson de Andrade Lima (PE)

Diretor de BibliotecaRicardo Romiti (SP)

2009/2010GestãoSociedade atual e atuante 2001/2011

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12 Edição especial

Jornal da SBD 100 anos de história

A valorização do dermatologista e a defesa pro ssional são os principais fun-damentos da atual gestão (2011/2012), capitaneada por Bogdana Kadunc. Com o objetivo de agregar associados para entrar nessa luta, a diretoria tem propos-to trabalho conjunto e integrado com todos os Departamentos, Regionais e Serviços Credenciados, visando ao for-talecimento nacional da dermatologia. Outras ações são: a ampla reforma nos Departamentos da SBD a m de ofe-recer mais oportunidades de participa-ção aos interessados em aprofundar o conhecimento em áreas especí cas da dermatologia; o lançamento do Boletim Eletrônico (e-news dermatológico) de periodicidade quinzenal englobando um resumo das participações da SBD junto a instituições de política médica do país,

notícias gerais de interesse do dermato-logista e atualização cientí ca fornecida pelos departamentos; a reformulação do layout do site médico; a criação do per l médico e da Fan Page da SBD no Face-book; o lançamento da revista Sensatez, voltada para a comunidade; a elaboração de um projeto de divulgação da espe-cialidade para futuros médicos em várias faculdades do Brasil elaborado pela vice--presidente Sarita Martins; o estreitamen-to das relações com sociedades médicas, como a Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD), Sociedade Bra-sileira de Cirurgia Plástica (SBCP), além das esferas governamentais, educacionais e educativas na área de saúde, como a AMB, o CFM, os ministérios da Educação e da Saúde, a CNRM, a Anvisa, entre ou-tros órgãos.

2011/20122Gestão Presidente

Bogdana Victória Kadunc (SP)

Vice-presidente Sarita Maria Martins

Bezerra (PE)

Secretário-geral Leandra D’ Orsi Metsavaht (RJ)

Tesoureiro Carlos Baptista Barcaui (RJ)

1a Secretária Eliandre Costa Palermo (SP)

2a SecretáriaLuciana S. Rabello de Oliveira (PE)

Diretora de Biblioteca Denise Steiner (SP)

Sociedade atual e atuante 2001/2011

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Page 15: Jornal da SBD - Edição especial Centenário 2011

Edição especial 13

Jornal da SBD 100 anos de história

Jan / Fev 2002

Representar os sóciosda Sociedade Brasi -leira de Derma to -logia (SBD) junto à

Dire to ria é a prin ci pal fun -ção do Dr. Abdiel FigueiraLima, ombuds man da atualges tão da ins ti tui ção. Dúvi -das sobre o esta tu to da enti -da de, recla ma ções e quei -xas sobre pro ce di men tosmédi cos e ações pro mo vi -das pela Sociedade pode rãoser fei tas ao ombuds manpor carta ou Internet. Asobser va ções dos mem brosda SBD fei tas a Lima serãoleva das ao conhe ci men to dapre si dên cia.

- Não toma rei deci sões,mas tira rei dúvi das e enca -mi nha rei suges tões e recla -ma ções à Diretoria visan doaumen tar a efi cá cia e efi -ciên cia da SBD junto aos sócios – ana li sa Lima. Ototal entro sa men to entre osmem bros e a Diretoria é oobje ti vo do novo ombuds -man, que há sete anos tempar ti ci pa do ati va men te dasações da SBD por inter mé -dio de car gos admi nis tra ti -vos exer ci dos na Regio naldo Rio de Janeiro.

Dr. Abdiel afir ma aindaque as crí ti cas cons tru ti vas,

i l õ

Abdiel colo ca-se ainda àdis po si ção dos sócios todasas quin tas-fei ras, de 18h às19h, on line em um chat viaInternet. A par ti ci pa ção nochat é res trin gi da a sócios eé feita aces san do o site daSBD, www.sbd.org.br, e cli -can do na pági na Ombu dsman.

- No chat tiro as dúvi dasdos par ti ci pan tes e pro mo voum deba te sobre as suges -tões e crí ti cas apre sen ta das.Mas quem não pode dis porde tempo livre no momen todo papo on line, pode dei -xar ali obser va ções com ume-mail de con ta to, poisaces so dia ria men te o link,que tam bém fun cio na comoum fórum – com ple ta Lima.

O Dr Abdiel FigueiraLima exer ce com dedi ca çãototal o cargo de ombuds -man, basean do-se em expe -riên cias vivi das duran te ossete anos de envol vi men tocom a SBD para infor marsobre o meca nis mo de fun -cio na men to das atri bui çõesda enti da de e escla re cerdúvi das sobre as inter pre ta -ções do Estatuto.

O con vi te para o cargofoi feito no dia da posse doDr. Fernando Augusto deAlmeida como Presidented SBD 19 d t

A arte de saber ouvir

OInstituto Nacionaldo Câncer (INCA)e a SociedadeBrasi leira de

Derma to logia estão exe cu tan -do em par ce ria um Projetoque visa trans mi tir conhe ci -men tos so bre Proteção Solar eCâncer da Pele.

Este Projeto terá comopúbli co alvo os pro fes so resdas Escolas de Ensino Escolardo Primeiro e SegundoGraus. Uma vez que este jamde posse des ses conhe ci -men tos, irão trans mi tí-lospara os seus alu nos.

As infor ma ções sobreProteção Solar e Câncer daPele serão pas sa das aos pro -fes so res, por você cole gader ma to lo gis ta. Sua cola bo -ra ção é muito impor tan te.Você rece be rá um jogo desli des com todas as ins tru -ções para con ta to e desen -vol vi men to do pro gra ma.

Porque você cole ga der -ma to lo gis ta deve rá cola bo rar?

Esta é uma ini cia ti va em con -jun to da sua Socie da de como INCA-MS, que busca umamaior par ti ci pa ção social emprol da popu la ção do nossopaís. Com isto você irá mar -car sen si vel men te o seucampo de atua ção como der -ma to lo gis ta na região ondevocê resi de e/ou tra ba lha.

A títu lo de infor ma ção omate rial que você irá rece berpode rá ser uti li za do parapales tras, em outros seto res ouagre mia ções de sua cida de.

Lembre-se que sua cola -bo ra ção será muito impor -tan te, não só para for ta le cer -mos cada vez mais a nossaSBD, como para você comoder ma to lo gis ta e cida dãobra si lei ro.

Se você esti ver dis po ní -vel para par ti ci par doPrograma, e dis pos to a cola -bo rar com a ini cia ti va, devol -va por e-mail à SBD (even [email protected]) ou pelo cor -reio, com os dados abai xo.

Programa de ProteçãoSolar nas EscolasPro gra ma Nacio nal deCon tro le do Cân cer daPele INCA & SBD

NOME

Compromisso com a responsabilidade social

O comprometimento com a po-pulação do país amplia-se no conjunto de incontáveis ativida-

des educativas e de conscientização vol-tadas para a saúde da pele promovidas pela Sociedade Brasileira de Dermato-logia. Essas ações, tais como as campa-nhas de prevenção ao câncer da pele, de psoríase, além dos cursos promovidos pelos departamentos da SBD, dos proje-

tos sociais realizados em congressos bra-sileiros, entre outros, reúnem, anualmen-te, público estimado em 150 mil pessoas. Esse número certamente distingue a SBD no cenário nacional e internacional, e colabora de maneira contínua para a valorização da especialidade.

Citamos a seguir, alguns projetos que exempli cam a vocação da SBD de atuar de forma concreta nas demandas sociais.

20012006

2009

Em 2001, na gestão de Fernando Almeida, foram colocados em prática os projetos “Saber Saúde” em parceria com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), “Dermatologia Comunitária” e, com a Abrinq, “Dermatologista Jovem”, de apoio e incentivo ao jovem pesquisador. As ações tiveram boa repercussão e são importantes na história da entidade.

Colocado em prática em 2006, o projeto “Dermatologia Básica na Ama-zônia” reuniu um grupo de dermato-logistas, residentes e professores para realizar atendimento básico em derma-tologia em áreas rurais de comunida-des ribeirinhas do município de Coari. A ação, desenvolvida pela SBD em par-ceria com a Fundação de Medicina Tropi-cal do Amazonas, a Liga Internacional das Sociedades de Dermatologia (ILDS) e a Federação Internacional de Dermatolo-gia (IFD), teve participação fundamental do dermatologista Paulo R. Cunha.

O “DermAção”, implementado em 2009, na diretoria de Omar Lupi, divul-gou e apoiou ações solidárias, educacio-nais e locais das Regionais e dos Serviços Credenciados. Ao longo de dois anos, a entidade reconheceu diversas ações solidárias como política fundamental, ao se aproximar da população do país e conquistar o reconhecimento como entidade brasileira parceira da sociedade em ações sociais, de interesse público e educação em dermatologia.

Em 2011, na atual gestão de Bogda-na Kadunc, foi a vez de os moradores da Ilha dos Lençóis, no Maranhão, no Nor-te do país, serem bene ciados com um programa de assistência dermatológica. Segundo Paulo R. Cunha, um dos coor-denadores do trabalho, o projeto social colabora para uma mudança signi cativa na vida da população da ilha, especial-mente os albinos, que não têm acesso a tratamento básico de saúde, e mostra um caminho novo para a melhoria de vida daquelas pessoas.

Além desse signi cativo trabalho, a SBD lançou no nal do ano, o programa “Pró-Albino”, que tem como nalidade evitar e tratar os efeitos da radiação so-lar na pele dos albinos brasileiros. Co-ordenado por Marcus Maia, o projeto previu a criação de um site, que disponi-biliza um sistema de cadastramento e de acompanhamento dos pacientes para o uso dos Serviços Credenciados da SBD.

A entidade também deu continuida-de ao “Salve Sua Pele”, projeto da Re-gional de Santa Catarina e de autoria de Nilton Nasser, voltado para crianças do pré-escolar à quarta série do ensino fundamental das redes escolares munici-pais, estadual e particular. Seu objetivo é divulgar a importância do uso do ltro solar desde a infância.

2011

Dermatologia Básica e Ambiental na Amazônia

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14 Edição especial

Jornal da SBD 100 anos de história

A SBD procura aliar competência e espírito solidário em benefício de seus associados e da população brasileira. Sua relação é direta e bastante estreita com o público leigo, junto ao qual desenvolve importante trabalho por meio de cam-panhas de alerta e educação, em especial a Campanha de Detecção e Prevenção do Câncer da Pele, idealizada em 1987, por Jarbas Porto, e por ele coordena-da, no Rio de Janeiro, no ano seguinte. A Campanha Nacional de Prevenção ao Câncer da Pele (CNPCP) é parte do Programa Nacional de Controle do Cân-cer da Pele (PNCCP) desenvolvido pela entidade desde 1999.

Todas as diretorias procuram pensar novas maneiras de divulgar a campanha para chamar a atenção de maior número de pacientes. A CNPCP, nos moldes como hoje se realiza, é fruto de evolução que se vem processando ao longo dos últimos 13 anos. Atualmente, a ação nacional assiste a cerca de 40 mil pessoas a cada ano. No início, os atendimentos cavam na casa dos 17 mil, como você verá a seguir.

Registro de algumas campanhas...

Em 1999, foram atendidas 17 mil pessoas em 105 postos distribuídos pelos Serviços Credenciados da SBD, tendo 8,3% delas apresentado câncer da pele. No ano seguinte, a campanha contou com a participação da professo-ra Ruth Cardoso, presidente da Comuni-dade Solidária. Na ocasião, ela enviou um vídeo à SBD com a seguinte mensagem: “Essa iniciativa é da maior relevância so-cial e está necessitando do apoio de to-dos para que se possa substituir o medo do câncer pela conscientização da pos-sibilidade da prevenção.” O coordena-dor nacional da campanha, Marcus Maia, destacou que os resultados alcançados na ação deixam todos felizes, especial-mente pela mentalidade que se implanta no meio. “A interação entre residentes, acadêmicos de medicina e professores, dedicando um dia de suas vidas a essa nobre causa, indica-nos que muito mais podemos fazer.”

Compromisso com a responsabilidade social

Campanha Nacional de Prevenção ao Câncer da Pele (CNPCP)

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Page 17: Jornal da SBD - Edição especial Centenário 2011

Edição especial 15

Jornal da SBD 100 anos de história

Compromisso com a responsabilidade social

2001/20022003/2004

2005/2006

2007/2008

2009/2010

Na gestão de Fernando Almeida (2001/2002) a CNPCP teve ação con-junta com o Inca e as Organizações Glo-bo. Nos anos seguintes (2003/2004), Marcio Rutowitsch ampliou a campanha nacional atraindo a parceria de outras instituições, como a Abrinq, a Sony Music e o Grupamento Marítimo do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro. Em 2003, a campanha registrou um de seus maio-res atendimentos: 38.500 pessoas. Pro s-sionais do Programa de Saúde da Família (PFS) foram inseridos na campanha de 2005. Médicos generalistas e enfermei-ros receberam uma cartilha com fotos

de diferentes cânceres da pele, diagnós-ticos distintos e textos simples para seu treinamento. Em 2006, outros estados também receberam ações similares.

Além do atendimento pontual, a Sociedade desenvolve ações comple-mentares cuja nalidade é despertar na população a consciência dos riscos da exposição solar, como o Tour de Pre-venção, que orientou e atendeu, desde 2009, ano de sua criação, quase 10 mil pessoas em um caminhão-consultório que rodou várias regiões do Brasil, desde o Nordeste até o Sul.

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16 Edição especial

Jornal da SBD 100 anos de história

Ações como “Pescadores do Brasil”, criada há 12 anos pelo professor adjunto da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp e médico colaborador do Hospi-tal Vital Brazil, do Instituto Butantan, em São Paulo, Vidal Haddad Jr., têm sido ins-tituídas em vários congressos brasileiros da SBD. Segundo os resultados do pro-jeto de Vidal, há grande incidência de aci-dentes por animais marinhos em banhis-tas e pescadores. Causados por ferrões, dentes, espículas de nadadeiras e outras estruturas vulnerantes, na verdade, são considerados acidentes de trabalho que podem ser prevenidos. No entanto, nada havia sido feito até o início do projeto apresentado por ele.

O método foi instituído em várias colônias de pescadores marinhos nos estados de São Paulo, Santa Catarina, Ceará, Pará e Paraná, além de diversas colônias uviais nos estados de São Pau-lo, Mato Grosso do Sul, Tocantins e co-lônias na vizinhança de Belém, no Pará. Com a implantação permanente dessa iniciativa, algumas colônias contempladas chegaram a erradicar os acidentes, e cer-ca de 60 comunidades foram contempla-

das com o projeto e visitas da equipe.Para auxílio didático, o autor conta

com alunos dos cursos de medicina e ciências biológicas da Unesp e de vários órgãos fomentadores.

Patrocinados pela SBD Nacional e Regional São Paulo, foram impressos folhetos de orientação para pescadores marinhos; histórias em quadrinhos edu-cativas sobre acidentes, nanciadas pelo 63o Congresso Brasileiro de Dermato-logia, realizado no Ceará (para pesca-dores marinhos), e pelo 64o Congresso Brasileiro de Dermatologia, no Pará, para pescadores uviais da Amazônia, foram entregues às comunidades com palestras e discussões sobre o problema quando da realização dos Congressos. No 65o Congresso Brasileiro de Dermatologia, no Rio de Janeiro, foram realizadas ati-vidades com os pescadores de Niterói, utilizando folhetos impressos. Adicional-mente, um folheto sobre as águas-vivas potencialmente perigosas das regiões Sudeste e Sul foi impresso pelo 66o Con-gresso Brasileiro de Dermatologia reali-zado em Santa Catarina, em 2011.

Psoríase

A Campanha Nacional de Psoríase tem apenas seis anos. Realizada pela pri-meira vez em 2006, sob a presidência de Sinésio Talhari e por proposta de Paulo R. Cunha, a ação educativa tem procu-rado conscientizar a população sobre a

doença, que não tem cura, mas que tam-bém não é contagiosa. Todos os anos, sempre no mês de outubro, são desen-volvidas diversas atividades informativas. Hoje, a campanha está sob o comando da dermatologista carioca Cláudia Maia.

SBD apoia ações sociais em congressos brasileiros

Compromisso com a responsabilidade social

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Edição especial 17

Jornal da SBD 100 anos de história

As 66 edições de congressos brasi-leiros, o maior evento de dermato-logia do país, exerceram grande in-

uência no espírito associativo da SBD que com o tempo passou a realizar encontros menores (regionais, estaduais e municipais) a m de expandir as inovações, os conheci-mentos e os aperfeiçoamentos adquiridos durante o encontro nacional. Escolhemos alguns para retratar neste espaço:

Em 1966, ocorre em Belém, longe do circuito dos grandes eventos, o 23o

Congresso Brasileiro de Dermatologia, um desa o que foi respondido com su-cesso pela presença de 90 especialistas de todo o Brasil, como Rubem Azulay, Sebastião Sampaio, Ruy Noronha, João Gontijo, Demétrio Peryassu, e de outras regiões da América Latina, como Amado Saul, do México, e Borelli, da Venezuela. “Na apresentação dos casos ao vivo, despertaram curiosidade a doença de Jorge Lobo, cromomicose, leishmaniose nodular disseminada e dois casos de ti-nea imbricata, trazidos por nós da aldeia indígena Gorotire, no Rio Xingu. Na ocasião, o Prof. Borelli quase curou os índios de tanto colher material das es-camas dispostas em forma de arabescos. ‘Uma linda imagem’ na opinião de todos. Eles foram devidamente tratados com a griseofulvina! Os congressos de derma-tologia em Belém, em 2005, sob a presi-dência de Arival de Brito, e em 2009, de Mário Miranda repetiram o sucesso”, re-corda-se o sócio fundador da SBD-Pará e ex-professor de dermatologia da Uni-versidade Federal do Pará (UFPA) e da Universidade do Estado do Pará (UEPA) Ubirajara Imbiriba Salgado.

Um avanço em matéria de organiza-ção foi observado no 29o Congresso da SBD de 1972, em Niterói. Rubem David Azulay, presidente do encontro, apresen-tou prestação de contas, e a partir daí, a iniciativa se institucionalizou, decidindo--se ainda que qualquer lucro eventual seria dividido em duas parcelas iguais

– uma para a Seção local e outra para a entidade Nacional. Outra importan-te medida foi con ar a organização do Congresso à Seção estadual, cujo presi-dente, no mesmo ano, se elegeria para a direção superior da SBD. No nal dos anos 90, as duas responsabilidades esta-riam separadas.

Sob a presidência de João Gontijo, Po-ços de Caldas (MG), sediou o evento na-cional em 1979, sendo uns dos congres-sos que mais trouxe estrangeiros para o país, tais como: o dermatologista cubano Orlando Canizares, na época professor da Universidade de Miami (EUA); os ameri-canos Samuel Moschella, professor asso-ciado da Universidade Harvard e Richard Winkelmann, da Mayo Clinic; e o médico argentine Jorge Abula a.

O Congresso Brasileiro de 1987, ocorrido em Goiânia, marcou positiva-mente a SBD. Sua programação cientí ca sofreu várias modi cações em relação aos eventos anteriores. Sob presidência de Divino Rassi, o encontro se desta-cou pela imediata criação das comissões, em especial a cientí ca. “Nossa primei-ra reunião analisou os programas cien-tí cos dos últimos anos da Academia Americana de Dermatologia, do Con-gresso Mundial de Dermatologia, do Congresso Ibero-latino-americano de Dermatologia e outros. Após exaustiva análise, surgiu o nosso programa total-mente modi cado em relação aos an-teriores, formato que se mantém até os dias atuais”, declarou Rassi, lembran-do o sucesso da realização da primeira jornada para o jovem dermatologista. Segundo o médico, o ponto alto do en-contro cientí co foi a apresentação do conteúdo dos melhores trabalhos do 11o Congresso Ibero-latino-americano de Dermatologia, realizado em Madri, na Espanha, e do 17o Congresso Mundial de Dermatologia, em Berlim, na Alemanha, e pela primeira vez a sessão “O que há de novo”, coordenada pelo saudoso Profes-sor Sebastião Sampaio.

De como os Congressos da SBD entraram para a história

19661987

Capa do programa cientí co

Sessão do Conselho Deliberativo da SBD a bordo de navio da ENASA, na baía de Guajará, durante o 23o Congresso Brasileiro de Dermatologia, em Belém do Pará, 1966. Na foto, Tancredo Furtado, João Gontijo, Domingos Silva, Sebastião Sampaio e Ubirajara Salgado, com outros dermatologistas. Fonte: Arquivo de Arival de Brito

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18 Edição especial

Jornal da SBD 100 anos de história

De como os Congressos da SBD entraram para a história

2012200

1200

9

Congresso no centenário

No ano do centésimo aniversário da SBD, as preparações para o 67o Con-gresso Brasileiro de Dermatologia, que ocorrerá de 1o a 4 de setembro, no Rio de Janeiro, indicam que o evento será um dos maiores destaques em 2012. “Pre-tendemos dar continuidade à tradição de excelência já conhecida nos congressos anteriores. O Congresso dos 100 anos da SBD é um grande acontecimento, e para mim está sendo uma grande honra presidi-lo. Nossa comissão possui cola-boradores de todo o Brasil, todos mui-to empenhados em contribuir para que esse seja um excelente evento”, a rma

Márcia Ramos-e-Silva, presidente da edi-ção. Para isso, a Comissão Organizadora tem-se esmerado em preparar farta e variada programação, que abordará os principais temas de nossa especialidade, a m de atender a todos os interesses.

O encontro também vai homenage-ar, em parceria com a diretoria da SBD, especialistas de todos os estados brasi-leiros que se destacaram nos primórdios da dermatologia no Brasil. Os patronos do Congresso são os professores João Ramos-e-Silva e Glyne Leite Rocha, gu-ras muito importantes na dermatologia do Rio de Janeiro e na brasileira.

Participaram do evento 1.387 con-gressistas. O alto número de inscrições foi resposta à intensa divulgação pré--congresso e ao envio do programa cientí co, com bastante antecedência, aos associados da SBD e Serviços Cre-denciados pelo Brasil.

Na gestão de Jesus Santamaria (1992/1993), um dos presidentes mais jovens que passaram pela entidade, o Congresso Brasileiro de Dermatologia que costumava ocorrer no eixo Minas, Rio de Janeiro, São Paulo, passou a ser realizado nas macrorregiões, dando oportunidade para outros estados o acolherem.

O 53o Congresso Brasileiro, em 1998, por exemplo, realizado em Blumenau (SC), registrou a presença de 2.186 der-matologistas, constituindo-se na época o maior evento da especialidade promovi-do pela SBD. Presidido por Nilton Nasser, foi ainda a primeira grande oportunidade para os congressistas somarem créditos no Programa de Educação Médica Con-tinuada (EMC-D), implementado na ges-tão de Clarisse Zaitz (1997/1998).

Muito bem comentado também foi o Congresso Brasileiro de 1996, em Recife, sob presidência de Sarita Martins.

O 56o Congresso, realizado em 2001, em Goiânia, inovaria com a pro-gramação homenageando o “Ano Mun-dial do Voluntário” com a atividade “Der-matologia Comunitária”. Cerca de 150 dermatologistas se reuniram no Hospital das Clínicas de Goiânia, onde dedicaram uma hora de atendimento gratuito à po-pulação carente da cidade. A iniciativa contou com grande adesão de voluntá-rios médicos e o apoio das secretarias Estadual e Municipal, e da Universidade Federal de Goiás (UFG). Comandou o encontro a dermatologista Lia Cândida Miranda, a primeira mulher a ocupar o cargo de presidente da SBD-GO.

Mais de 2.000 pessoas participaram do 64o Congresso em Belém, Pará, em 2009. Presidido por Mário Miranda, o evento foi pautado pela organização, modernidade e excelente nível cientí co. “O que se viu concretizar foi o melhor cenário e que ainda ultrapassou seus li-mites. A satisfação é grande, pois a de-dicação foi total. Recebi muitos elogios e quero compartilhá-los com todas as equipes que nos ajudaram, com a SBD Nacional e, em especial, com todo o povo do Pará”, a rmou então Mário Mi-randa em entrevista ao JSBD.

O ex-presidente da SBD (2000/2001), Bernardo Gontijo, ao lado da presidente do

56o Congresso da SBD, Lia Cândida Miranda, e do ex-presidente da SBD (2001/2002),

Fernando Almeida

O ex-presidente da SBD (2009/2010), Omar Lupi, com o presidente do Congresso

de Belém, Mário Miranda

Comissão Cientí ca do Congresso de 100 anos da SBD

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Edição especial 19

Jornal da SBD 100 anos de história

Formação dermatológica de excelência

“É importante ressaltar que os pro- ssionais médicos formados nos Serviços Credenciados da Sociedade Brasileira de Dermatologia estão mais habilitados a exercer a especialidade. Eles são treina-dos, na sua maioria, por professores uni-versitários do curso de medicina, saindo com conhecimentos cientí cos em der-matologia clínica, cirúrgica e cosmiátrica. Além disso, a carga horária dos forman-dos nos serviços, de 1.960 horas anuais distribuídas em três anos, é superior à carga horária dos cursos oferecidos por serviços e instituições não credenciados.”

Josemir Belo, chefe do Serviço de Der-matologia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)

O Serviço de Dermatologia da Uni-versidade Federal de Pernambuco está vinculado ao curso médico da Faculda-de de Medicina, localizado no Hospital das Clínicas do Centro de Ciências da Saúde. A residência médica é creden-ciada pelo MEC e pela SBD, desde 1988, tendo formado até 2011, 79 re-sidentes e especializandos. O Serviço é credenciado para oferecer cinco vagas anualmente.

“Acredito que serviços que tenham preocupação e tradição de pesquisa auxi-liam na formação de um pro ssional mais crítico, mais observador, com motivação

a se agregar a serviços universitários após o término da residência e com capacita-ção para aplicar princípios cientí cos em sua vida prática, por exemplo, princípios da medicina baseada em evidências. Não por acaso Botucatu é um dos serviços que, com maior frequência, recebe prê-mios nos congressos, consequência da motivação e da estrutura para desenvol-ver projetos e atenção à documentação.”

Silvio Alencar Marques, professor titu-lar da Faculdade de Medicina de Botu-catu/Unesp

A Faculdade de Medicina de Botu-catu foi criada em 1963 como Instituto Isolado de Ensino Superior do Estado de São Paulo. Em 1967, criou-se o Ser-viço de Dermatologia, e, em 1970, ini-ciou-se a residência em dermatologia, a primeira do interior do Estado de São Paulo. Inicialmente, o serviço oferecia três vagas para a residência, passan-do para quatro na década de 1980 e para seis na seguinte e, desde então, disponibiliza seis vagas a cada ano. O Serviço não oferece vaga de especia-lização, e as vagas para estágio são de curta duração e apenas para colegas que cumprem residência ou especiali-zação em Serviço Credenciado da SBD. Desde sua criação, a dermatologia de Botucatu já formou 179 residentes, a absoluta maioria clinicando no próprio estado.

Os 73 Serviços Credenciados da SBD que cuidam da demanda dos dermato-logistas mais bem-formados de nosso país re etem o excelente nível da es-pecialidade por meio de amplo atendimento a pacientes de todo o país com

doenças de pele. Anualmente, são disponibilizadas cerca de 300 vagas de residência e/ou estágio em regime de residência. Neste espaço realçamos quão importante é um Serviço Credenciado de qualidade para o futuro dermatologista. Leia abaixo a opinião de três especialistas que zeram história na dermatologia do Brasil.

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Jornal da SBD 100 anos de história

“A residência é uma modalidade de pós-graduação e o recém-formado em medicina enfrenta competição cada vez maior por vaga na Residência Médica em Dermatologia (RMD). Essa realida-de tem levado à criação de novas resi-dências em instituições de ensino ou à solicitação de aumento do número de vagas nas já existentes. Considero a re-sidência uma importantíssima etapa para formação de pro ssional com domínio de conhecimento e cujo treinamento na prática clinicocirúrgica é indispensável para a resolução das patologias derma-tológicas. Concordo com outras mani-festações que apontam RMD com um duplo papel na formação dos médicos: complementar o processo de gradu-ação e oferecer a especialização como possibilidade de inserção no mercado de trabalho. Finalmente, destaco a im-portância do professor/preceptor como fundamental no processo educacional durante o período da residência médica.”

Arival de Brito, chefe do Serviço da Universidade Federal do Pará (UFPA)

O Serviço de Dermatologia da UFPA (SDUFPA) pertence à UFPA e funciona na Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará (FSCMP). Trata-se de hospital geral e de ensino com 367 leitos ativos, criado pela Irmandade da Misericórdia em 1619, que se manteve como entidade lantrópica até 1990, quando foi transformada em Fundação Pública Estadual. A residência em der-matologia foi criada no mesmo ano e são oferecidas anualmente duas vagas de ingresso a partir de prova pública de seleção. Mais de 40 residentes fo-ram formados desde o início de suas atividades.

Formação dermatológica de excelência

Oportunidade para residentes

Nos últimos quatro anos, a SBD tem investido em projetos de internacionali-zação destinados a jovens dermatologis-tas, por meio de parcerias com grandes centros médicos no exterior e com a Academia Americana de Dermatologia (AAD). O Projeto Residentes, da SBD/RoC, é o maior exemplo. Criado em 2009, oferece a residentes, pós-gradu-andos e especializandos do terceiro ano dos serviços credenciados da SBD, prê-mios e bolsas de estudos de aperfeiço-amento no exterior mediante concurso de artigos cientí cos.

Os estudantes também estão tendo a chance de participar do Meeting da

AAD por meio do convênio com a Bolsa Fide (Foundation for International Der-matological Education). A parceria com a SBD está em seu quarto ano consecu-tivo. Em 2010, a SBD realizou uma série de concursos cientí cos premiando 21 jovens dermatologistas com bolsas para participar da 22a edição do Congresso Mundial, Seul. Duas bolsas foram divulga-das durante o Summer Meeting of Der-matology Brazil, em Salvador.

A SBD prevê o aumento gradual dos incentivos no envio de residentes de seus Serviços Credenciados para está-gios no exterior e também para trazer alunos estrangeiros.

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Jornal da SBD 100 anos de história

A integração da tecnologia na área médica

Se momentos memoráveis do passa-do merecem ser recordados, com mais razão não podem ser esque-

cidos. Vários projetos desenvolvidos pe-las 57 diretorias que estiveram à frente da SBD (além da atual) ao longo de um século foram grande legado para a der-matologia brasileira. Algumas ações mais signi cativas surgiram nos últimos anos, impulsionadas, sobretudo, pelo assom-broso avanço tecnológico vivenciado em

todo o planeta. O acesso fácil à infor-mação cientí ca e a comunicação rápida têm provocado profundas mudanças em todas as dimensões da vida, colaboran-do para modi car o mundo. Os esforços da entidade para atender às demandas dos seus associados para novas formas de comunicação just in time e interação mais intensa na era digital constituem priorida-de. Hoje, é fácil saber o que se passa no dia a dia da especialidade e na Sociedade.

Para car apenas em três exemplos, foram criadas pelo Departamento de Comunicação da SBD, entre 2009 e 2011, as páginas da entidade na rede so-cial Facebook, no microblog Twitter e no site de vídeos YouTube. Nos dois primei-ros espaços, um conteúdo de mensagens é postado regularmente para o associado

que quer compartilhar informações e se manter informado sobre o que acontece na entidade. A elaboração desses canais dá sentido de comunidade à instituição e oferece conteúdos especiais e úteis que permitem ao associado, bem como ao público em geral, aproximação ainda maior com a SBD.

Outra iniciativa de impacto instituída foi a total reformulação do portal da SBD, no ano de 2010, que passou a ter o site público como principal entrada para o pú-blico em geral, dando à dermatologia mais visibilidade e mostrando sua importância no contexto médico. Seu layout moderno e simples ganhou citação em várias mídias impressas. Entre 2007 e 2010, passaram

pelo site da entidade 798.717 visitantes. A troca de informações da área médi-ca entre pro ssionais de saúde e com a comunidade leiga tem se intensi cado. No ano passado, o portal médico pas-sou por reestruturação a m de permitir leitura mais fácil e organizada por parte do associado.

Os programas “Questão de Pele” (2009) e o “Pele em Sintonia” (2010), veiculados na televisão e no rádio, res-pectivamente, também foram conside-rados formas inovadoras encontradas pela SBD para divulgar de forma ética a dermatologia e ressaltar a importância do dermatologista como o único pro s-sional apto a tratar pele, cabelos e unhas. Com a revitalização do EMC-D os asso-ciados estão tendo acesso a uma série de palestras online de atualização.

Além da implementação de palestras valendo pontos na Comissão Nacional de Acreditação (CNA) da AMB, por meio do Departamento de Telemedicina da SBD, outro passo importante na his-tória da SBD foi a lmagem de eventos importantes, como o Teraderm, dando a oportunidade aos médicos de assistir, por meio do portal de vídeos, às três edições do evento com seus conteúdos integrais.

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Jornal da SBD 100 anos de história

Anais Brasileiros de Dermatologia

Oinício deste século foi assina-lado por grandes feitos dos Anais Brasileiros de Dermatolo-

gia, um dos veículos o ciais de traba-lhos cientí cos realizados no país na especialidade. O principal deles veio em 2009, sob a presidência de Omar Lupi, quando a publicação obteve a indexação na Medline* após 38 anos de esforços empregados por diversas gestões editoriais. Na época, os ABD completavam 84 anos. A atual equipe editorial, coordenada por Izelda Costa e que tem como editores associados Renan Rangel Bonamigo, Vitor Silva dos Reis e Andrelou Fralete Ayres (este úl-timo assumindo o cargo em 2011) es-tava à frente dos ABD no ano de sua indexação.

O trabalho do grupo é constante-mente auxiliado pela equipe editorial, re-visores e pareceristas e visa aprimorar o trabalho que vinha sendo feito por seus antecessores. Outras novidades foram colocadas em prática a partir de 2010, tais como:

* Os artigos publicados poderão ser acessados gratuitamente pelo PubMed, serviço da Bi-blioteca Nacional de Medicina, dos Estados Unidos, e principal fonte de consultas bibliográ- cas na área médica. Os títulos incluídos na base de dados são selecionados de acordo com critérios internacionais rígidos, que atestam a qualidade editorial e cientí ca da publicação.

• a submissão eletrônica dos artigos;• o modelo bilíngue no site da SBD;• a versão na íntegra em português disponível no site da entidade e o lançamento da versão e-book;• além do inglês como língua o cial (o periódico passou a receber ar- tigos originais na língua inglesa com o objetivo de aumentar as possi- bilidades de trocas de informações cientí cas entre autores brasileiros e estrangeiros).

No entanto, no editorial do suplemen-to dos ABD em comemoração ao cente-nário da entidade, distribuído no começo do ano aos associados, Izelda Costa reve-la que a revista impressa em português será mantida. “Para isso, ajustamos para que somente a versão eletrônica, na lín-gua inglesa, fosse a indexada no Pubmed/Medline. Consequentemente, a submissão eletrônica permanecerá como se encon-tra atualmente, ou seja, nos idiomas inglês e português para os autores nacionais.”

início deste século foi assina-b i ã l ô i d ti

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Jornal da SBD 100 anos de história

Surgical & Cosmetic Dermatology

De especialidade com carac-terísticas fundamentalmente clínicas e morfológicas, a der-

matologia se transformou, nas últimas duas décadas, em especialidade clínica e cirúrgica cada vez mais dinâmica e que privilegia o espírito investigató-rio. No entanto, ainda era lacuna na literatura um veículo em que derma-tologistas brasileiros, sul-americanos, e de outras países de língua portuguesa pudessem expor sua rica experiência na condução dos procedimentos ci-rúrgicos e cosmiátricos.

A partir de 2009, esse panorama mudou com o lançamento da Surgical & Cosmetic Dermatology (S&CD), na gestão de Omar Lupi (2009/2010). Desde en-tão, a publicação que tem os apoios cien-tí cos da Sociedade Brasileira de Cirur-gia Dermatológica (SBCD) e do Colégio Ibero-latino-americano de Dermatologia (Cilad) oferece conteúdo cientí co con-sistente e de boa qualidade, característi-cas essenciais para toda publicação que almeja ser indexada – dos iniciais nove artigos em 48 páginas, a revista cresceu substancialmente, chegando a 18 artigos distribuídos em 118 páginas. E tal fato ocorreu mais rápido do que se pensa-va: em cerca de dois anos de trabalho, a Surgical, que hoje é comandada pela presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia, Bogdana Kadunc, conse-

guiu sua primeira indexação: na base de dados Lilacs, uma das mais importantes da América Latina. “Resultado de um dedicado trabalho conjunto que envolve editores, assistentes editoriais, revisores e, principalmente, autores que cederam suas publicações para uma revista jovem e que ainda não havia sido indexada”, apontou na época Bogdana Kadunc.

A S&CD ganhou alma. Seis meses depois, foi agraciada com outra indexa-ção, dessa vez na base Scopus. Periodi-cidade, pontualidade e regularidade de no mínimo 60 artigos por ano, revisão por pares, versão eletrônica completa em português e inglês, versão impres-sa com título e resumo em português e inglês são algumas das exigências impostas pelas bases de dados para a indexação de revistas cientí cas e que foram cumpridos à risca pela Surgical & Cosmetic Dermatology. “Há muito tempo o dermatologista de nosso país tem-se destacado internacionalmente tanto na cirurgia como na cosmiatria. Esse mo-mento vivido pela especialidade, com o lançamento da S&CD, coroa nosso grande avanço técnico e cientí co. Agra-decemos aos dermatologistas mais ex-perientes, aos jovens e aos que atuam nos Serviços Credenciados da SBD ou em suas clínicas particulares”, salientou Bogdana Kadunc.

Novas seções

O primeiro número de 2011 veio com novo corpo editorial, com variada distribuição de autores e edi-tores oriundos de diferentes regiões e Serviços Credenciados do país. Novas seções foram criadas, como a “Novas técnicas”, em substituição a “Pérolas cirúrgicas”; “Como eu faço”, seguindo as tendências modernas da medicina baseada em evidências; “Comunicações”, em que resultados preliminares de novos achados de interesse para a cirurgia dermatoló-gica, cosmiatria ou oncologia cutâ-nea, entre outros, são abordados por meio de pequenos relatos; “Derma-toscopia aplicada” que traz imagens dermatoscópicas aplicadas à cirurgia dermatológica e cosmiatria, além da sessão “Cartas”.

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Jornal da SBD 100 anos de história

Lançado em 2010, o primeiro livro o cial sobre conduta e tratamen-tos rotineiros das principais doen-

ças dermatológicas foi um dos grandes projetos implementados pela entidade. Chancelada pela SBD e coordenada por Omar Lupi, Paulo R. Cunha e Jo-semir Belo, a obra reúne os maiores expoentes da especialidade de todo o país em cada área e é voltada para o aprimoramento pro ssional e a prática

cotidiana. As Regionais e os Serviços Credenciados da SBD receberam a pu-blicação, que também foi disponibilizada na versão eletrônica para a leitura em smartphones e e-readers. Com aborda-gem ampla, o Rotinas contempla as três vertentes da dermatologia: a clínica, a cirúrgica e a cosmiátrica, desenvolvida com competência pelos dermatologis-tas brasileiros.

Com o lançamento de uma re-vista voltada para a população brasileira, a SBD consolida seu

objetivo de difundir informações de ex-celência em dermatologia para o públi-co leigo e de estreitar a relação entre dermatologistas e pacientes. Nas pági-nas de Sensatez, publicação lançada em 2011 e cuja periodicidade é semestral, os leitores encontram reportagens, ar-tigos e entrevistas sobre a dermatologia clínica, cirúrgica, estética, as doenças de

pele e suas causas, sintomas, prevenção e tratamentos. Também reúne assuntos relacionados à qualidade de vida, lazer, cultura, meio ambiente e cotidiano. Seus exemplares são distribuídos aos cerca de 6.500 associados no Brasil, que foram orientados a disponibilizar a revista para seus pacientes na sala de espera. Todos os membros da diretoria 2011/2012 participam ativamente da elaboração de artigos e matérias. A dermatologista Luciana Rabello é a atual editora-chefe.

Outras publicações

Rotinas de diagnóstico e tratamento

Sensatez

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Edição especial 25

Jornal da SBD 100 anos de história

Visão estrangeira

Não é de hoje que o presidente do Cilad, Carlos Fernando Gat-ti, vive estreita relação com o

Brasil e com nossos médicos dermato-logistas. Sua memória ca ainda mais viva quando ele relembra a década de 1980, época em que realizou um treinamento em dermatologia infecciosa no Departa-mento de Dermatologia do Prof. Sam-paio, no Hospital das Clínicas da Faculda-de de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).

“Venho frequentemente ao Brasil participar de inúmeros eventos cientí- cos. Sempre encontro motivos para admirar a excelência na dermatologia brasileira, que tem cada vez mais parti-cipação no cenário internacional com jovens entusiastas e guras médicas des-tacadas e reconhecidas. Tenho profunda amizade com muitos colegas brasileiros e agradeço seu constante carinho. Os 100 anos de uma instituição são o re-

exo do trabalho contínuo e do esforço de muitos dermatologistas ao longo da história. Todas as guras da dermatologia brasileira, as recordadas e as esquecidas merecem ser homenageadas por ter sido partícipes da criação da SBD, que é uma das sociedades mais importantes do universo dermatológico. É um grande orgulho ter sido nomeado sócio hono-rário da SBD em 2010”, frisa Gatti que atualmente integra a seleta lista dos 55 membros estrangeiros da instituição.

Diante da declaração, a presidente da SBD, Bogdana Kadunc endossa: “Hoje podemos nos orgulhar de fazer parte do seleto rol das grandes sociedades médi-cas mundiais. Nosso patamar de inserção internacional é signi cativo, e a vocação à internacionalização estava indicada des-de a criação da instituição, com a inesti-mável colaboração de professores e mé-dicos estrangeiros que vieram ensinar e pesquisar a dermatologia do nosso país.”

Carlos Gatti (o terceiro da esq. para a dir. da última la) com Sebastião Sampaio (ao seu lado), Luís Carlos Cucé (o quarto da esq. para a dir. na segunda la) e residentes do Departamento de Dermatologia do Hospital das Clínicas, em São Paulo (1982)

Promovi-do pela SBD N a c i o n a l em 2010, na época sob o comando

de Omar Lupi, o Summer Meeting of Dermatology in Brazil teve marcante importância para entidade por ter sido o primeiro evento internacional ocor-rido em solo brasileiro. “O programa cientí co mostrou os desa os no diag-nóstico e os tratamentos mais recentes das doenças de pele trazidos por notá-veis dermatologistas estrangeiros”, disse o presidente do evento Paulo R. Cunha

ao Jornal da SBD. O encontro, ocorrido em dezembro, em Salvador, ganhou re-percussão internacional no volume 50 do International Journal of Dermatology (revista de investigação dermatológica de grande impacto mundial) contribuin-do para projetar positivamente a SBD no exterior. O texto, de autoria do pro-fessor titular de dermatologia da Facul-dade de Medicina da Universidade de Nova Jersey (EUA), Robert Schwartz, um dos palestrantes do Summer Mee-ting of Dermatology, destacou algumas aulas proferidas por grandes nomes da área.

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Jornal da SBD 100 anos de história

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A SBD acumulou vitórias e êxitos que enchem de orgulho todos os que por e para ela trabalham.

Se voltarmos o olhar para o presente, nosso maior orgulho é o fato de sermos a segunda maior sociedade dermatológi-ca do mundo. E as perspectivas para os próximos anos? De que forma a SBD se apresentará no ano em que completar um século e meio de existência? A enti-dade vem promovendo desde já discus-sões que visam delinear os cenários pro-

jetados para a construção de seu futuro e seus possíveis posicionamentos. Nas próximas décadas, a entidade terá de en-frentar desa os importantes e comple-xos. Convidamos os médicos Oswaldo Del ni Filho, Fernando Augusto Almeida, Márcia Ramos-e-Silva, Márcio Rutowits-ch, Maurício Martins, Alberto Cox Car-doso, Ival Peres Rosa, e Bogdana Victória Kadunc para compartilhar suas visões de futuro.

Oswaldo Del ni Gestão estratégica: “A SBD co-

memora seu centenário dentro do céle-re século 21 que está voando nas asas da tecnologia e da informação, rumo a um futuro em que conhecimento, compe-tência e quali cação não poderão mais ser negligenciados, sob risco da exclusão. Além do planejamento, é essencial que se tenha gestão estratégica e tempo para se dedicar às inúmeras questões da entidade. Em relação à SBD, as coisas não são diferentes, pelo contrário, são bem complexas para aqueles que altruistica-mente assumem tal responsabilidade. Felizmente, observamos que desde sua fundação os quadros diretivos que por ela passaram, e que nela estão, enfrenta-ram e enfrentam muitas di culdades, mas com seriedade e competência mantive-ram-na hígida e forte, de forma a atra-vessar e acompanhar toda essa grande transformação socioeconômico-político--cultural que ocorreu e vem ocorrendo ao largo de sua trajetória.”

Economia: “É desa o constante captá-los e administrar toda a economia e o patrimônio da Sociedade, ou mais, organizar congressos para mais de 5.000 participantes, fato inimaginável quando da 1a Reunião Anual Cientí ca da SBD, no Rio de Janeiro, na década de 1940.”

Anais Brasileiros de Derma-tologia: “Desde que foram lançados, em 1925, seus editores vêm travando grandes batalhas e, ultimamente, obten-do grandes vitórias no que tange a sua indexação e valorização de seu fator de impacto (atualmente B2). Recentemente, acompanhamos o corajoso desa o e a polêmica gerada para torná-los uma pu-blicação em língua inglesa, com o intuito de aumentar a difusão e referências dos trabalhos de nossos pesquisadores, ad-quirindo, assim, maior inclusão e prestígio no meio cientí co internacional, além de consequente ascensão no fator de im-pacto. Essa é uma grande responsabilida-de e uma luta contínua.”

Cosmiatria: “Não permitir que a hipertro a da cosmiatria seja descaracte-rizada como ato médico dermatológico, cabendo à SBD, como já o vem fazendo, manter a especialidade coesa em torno de todos os setores que disserem res-peito a seu órgão de especialidade, que é a pele. Também estamos testemunhan-do grande desvalorização do trabalho médico, que tem entre outras causas a pletora de mão de obra proporcionada pelas mais de 200 faculdades de medi-cina existentes e dos vários novos cur-sos sendo autorizados ou aguardando autorização. Como consequência nega-tiva, temos a não existência de vagas de residência para todos, e sabemos que a

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Jornal da SBD 100 anos de história

Desa os & perspectivas – Tribuna livre

dermatologia é uma das especialidades mais procuradas. Aquele que não con-segue sucesso em um Serviço Creden-ciado, muitas vezes passa a exercer a especialidade sem a devida quali cação. Esse é um grande problema e desa o que tende se agravar no futuro, pois ainda não se visualiza nenhuma solução por parte das autoridades responsáveis. Compete à SBD, sem corporativismos, posicionar-se na defesa ética de seus princípios, valorizando a especialidade e seus especialistas.”

Campanhas para a popu-lação: “No mundo globalizado em que vivemos, todos anseiam por uma inclusão. Esse fenômeno sociológico não pode ser ignorado. A SBD já age nesse setor com a Campanha Nacio-nal de Prevenção ao Câncer da Pele (CNPCP), o Dia Mundial da Psoríase, o Programa Pró-Albino etc. É necessário buscar novos projetos e implementar os existentes, tornando, se possível, a inclusão uma via de mão dupla, a SBD se inserindo na sociedade e a socieda-de se inserindo na SBD.”

Jovens dermatologistas: “O desa o mais importante, ou o desa o dos desa os, é motivar e preparar as futuras gerações gestoras para se com-prometerem de forma séria, dedicada e competente na preservação e no de-senvolvimento dos propósitos dignos e éticos, que até agora legitimam essa “senhora centenária” como a represen-tante maior da dermatologia brasileira.”

Fernando Augusto Almei-da, ex-presidente da SBD, gestão 2002/2003: “A terapia celular é a es-perança para medicina regenerativa. O conceito das células-tronco está direta-mente associado às células embrioná-rias – considero opção mais adequada a expressão ‘células progenitoras plu-ripotentes’. Penso serem de extrema

importância o conhecimento médico cientí co e o estímulo para que novos jovens líderes exerçam suas ações na dermatologia. Acredito que ninguém pode compreender o presente e olhar para o futuro se não estiver atualizado. E na medicina, mais do que em qual-quer outra pro ssão, a atualização não é somente necessária, mas obrigatória.”

Márcia Ramos-e-Silva, presi-dente do 67o Congresso da Sociedade Brasileira de Dermatologia: “Durante um século de existência, nossa SBD trabalhou de forma intensa e incansável para melhorar a trajetória histórica da associação, desempenhando um papel importante na solidi cação dos conhe-cimentos adquiridos, em especial, nas reuniões anuais que contribuem cien-ti camente para o desenvolvimento da dermatologia. É muito importante a ida dos associados da SBD a nossos congressos e a dos não associados tam-bém, já que frequentando os encontros e com a oportunidade de aprimorar seus conhecimentos, os não associados podem perceber a importância da So-ciedade e, assim, pensar em fazer parte dela por meio do Exame de Título de Especialista (TED). Nessa jornada para o futuro, a SBD continuará trilhando seu caminho em direção a seu segundo século de existência, sempre nortean-do, scalizando, cuidando e aprimoran-do a especialidade.”

Márcio Rutowitsch, ex-pre-sidente da SBD, gestão 2003/2004: “Nossa Sociedade com 100 anos de existência chegará aos 150 dependen-do de nossas ações. Devemos buscar criatividade, inventividade e ousadia. A SBD deverá manter e buscar sem-pre a excelência de seus pares, como, aliás, vem realizando ao longo de sua existência. Ela tem a obrigação de ser a mais proveitosa para seus associados, razão de sua existência. Deverá posi-

cionar-se sempre no sentido de fazer com que o sócio tenha cada vez mais orgulho de sua Sociedade de especiali-dade. Os desa os virão, como é natu-ral na vida, mas os enfrentaremos com grande respaldo cientí co, com força moral e enorme grandeza transmitida por aqueles que nos antecederam e deixaram um grande legado, para que nossa Sociedade Brasileira de Derma-tologia complete seu primeiro centená-rio e muitos outros.”

Mauricio Martins: “Como em outras áreas da medicina, também a dermatologia vem sentindo nas últimas décadas o impacto dos avanços cientí- cos alavancados pela rápida evolução tecnológica. Recentemente, o Labora-tório de Biologia Molecular Europeu (Heidelberg, Alemanha) desenvolveu a microscopia a laser 3D, que permite observar a atividade molecular em cé-lula viva e em tempo real. Na sequência, anunciou-se a Microscopia Fotoacústica e, atualmente, a pesquisa em biologia ganha a quarta dimensão, aparelho de-senvolvido pelo Instituto de Tecnologia da Califórnia (Nature Technology). A comunidade cientí ca debate temas como a e cácia e a segurança das na-nopartículas em sua distribuição pelo organismo, o papel dos fosfolipídeos funcionais na hidratação e restauração da barreira cutânea, assim como se de-senvolvem medicamentos que atuam em nos ajustes do sistema imune, en-tre outras novas terapias. Atualmente, esse é o maior desa o de nossa espe-cialidade: exige do pro ssional estudo e atualizações constantes, e, de nossa So-ciedade, posicionamentos ágeis e claros a respeito das inovações tecnológicas.”

Alberto Cox Cardoso, ex--presidente da SBD, gestão 1998/1999: “Os dirigentes da SBD têm sido pessoas com comportamento ético e moral irrepreensível, trabalhando em

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Jornal da SBD 100 anos de história

prol da entidade e não usando-a em benefício próprio. A diretoria deve con-tinuar dando a assistência aos associados para mantê-los atualizados, lutar junto aos órgãos de classe por remuneração justa para todos, defender o ensino de qualidade, trabalhando para que os cursos caça-níqueis de graduação e de pós-graduação sejam fechados, e mos-trando aos sócios que deles não devem participar. O Exame do TED deve conti-nuar sendo rigoroso, pois isso protege a sociedade dos maus médicos.”

Ival Peres Rosa, ex-presidente da SBCD, gestão 1991/1992: “A derma-tologia atual e a futura vai ser invadida, e isso em decorrência de dois motivos principais. Primeiro, por alguns fabrican-tes de equipamentos para uso na der-matologia estética que visam apenas ao lucro, vendem ou alugam os aparelhos e drogas injetáveis para quem pagar. Em um futuro muito próximo, estarão ao alcance de todas as pessoas, sendo vendidos em supermercados. Elas com-prarão aparelhos similares aos dos mé-dicos e os terão em casa, como se tem escova de dentes. Segundo, porque a dermatologia estética tem interface muito estreita com pro ssionais de ou-tras áreas não médicas, e já sentimos isso com a propaganda que eles fazem. Colocam faixas nas ruas prometendo o uso de aparelhos e a colocação de substâncias de uso exclusivos dos mé-dicos.

A luta que a dermatologia tem para impedir o surgimento de uma especiali-

dade, a dermatologia estética, e seu re-conhecimento pela AMB ao longo dos anos, será como uma guerra perdida. Resumindo, o futuro de todas especia-lidades médicas dependerá fundamen-talmente dos avanços tecnológicos. Es-ses, sim, ditarão o surgimento de novas especialidades e subespecialidades ou seu desaparecimento. Não mais a clíni-ca e a área anatômica, como foi durante muitos anos. Dentro de uma especiali-dade, como a dermatologia, um achado fez desaparecer uma subespecialidade. A descoberta da penicilina diminuiu a importância da sí lis. Por esse motivo, a si logra a foi retirada do nome da clínica, cando somente clínica derma-tológica. Em alguns lugares, trocaram a sí lis pela cirurgia, cando com o nome de dermatologia clínica e cirúrgica. Mas sentimos no momento atual que a ge-nética entrou para car.

Como diziam muitos colegas na déca-da de 1960, a dermatologia é uma espe-cialidade de porão, porque não ocupava os melhores espaços nos hospitais e tam-bém não era valorizada pela sociedade nem pela medicina. Quando alguém que se formava e dizia para família que que-ria ser um dermatologista os pais diziam: ‘Mas você estudou durante tanto tempo, porque não faz uma especialidade mais importante?’ Se você pertencesse a essa época e só acordasse agora, veria uma mudança extraordinária e descobriria que a dermatologia é a especialidade do momento. A mais procurada da medici-na, portanto o exame mais difícil para se entrar na residência médica. Onde tem

riqueza tem interesse. O exemplo mais óbvio é a corrida do ouro. Para esse local se dirigem desde peritos em mineração até pro ssionais liberais que não têm a mínima experiência no assunto. É o que está ocorrendo com a dermatologia no momento e acontecerá no futuro. Uma invasão, tipo corrida do ouro, em que mé-dicos de outras especialidades, médicos sem residência médica e leigos invadirão nossa especialidade. Porque atualmente criaram aqui no Brasil uma especialida-de não reconhecida pela AMB. Nessa especialidade, os médicos dizem ‘sou es-pecialista em coisas que o convênio não paga. Pagou, eu estou fora’.”

Bogdana Victória Kadunc, presidente da SBD: “A Sociedade Bra-sileira de Dermatologia do futuro deve consolidar suas características como entidade guardiã da assistência médica à população brasileira, função em que a troca com suas Regionais, organizações locais e autênticas delegadas da enti-dade, deve ser a maior possível. Essa união fortalece a SBD e in uencia ca-minhos que estão por vir. A diversidade de pensamentos aliada à gestão institu-cional forte e dinâmica só faz agregar valor, induzindo a transformações posi-tivas. Alia-se a isso o fortalecimento das relações da SBD com seus Serviços Credenciados, despertando nos jovens residentes as vocações que ajudarão na escolha da atuação nas três áreas que constituem a dermatologia (clínica, cos-miátrica e cirúrgica) e na construção de seus projetos de vida.”

Desa os & perspectivas – Tribuna livre

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