jornal da associação nacional de bombeiros profissionais

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Jornal da Associação Nacional de Bombeiros Profissionais Instituição de Utilidade Pública Diretor: Filomena Barros Nº.218 - ano 23 Abril/Maio de 2021 Publicação Bimestral Preço: €0,50 (iva incluído) Alt Risco Estatuto Profissional Estatuto Profissional de Bombeiro de Bombeiro e Açores e Açores “ultrapassam” Continente “ultrapassam” Continente Madeira Madeira

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Jornal da Associação Nacional de Bombeiros Profissionais Instituição de Utilidade PúblicaDiretor: Filomena Barros Nº.218 - ano 23 Abril/Maio de 2021 Publicação Bimestral Preço: €0,50 (iva incluído)

Alt RiscoEstatuto Profissional Estatuto Profissional de Bombeiro de Bombeiro

e Açores e Açores “ultrapassam” Continente“ultrapassam” Continente

MadeiraMadeira

Alto Risco Abril/Maio de 2021

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ficha técnica Alto RiscoJornal da Associação Nacional dos Bombeiros Profissionais

Instituição de Utilidade Pública cupão de assinatura

DiretorFilomena Barros

Diretor-AdjuntoSérgio Rui Carvalho

RedaçãoCátia GodinhoPaulo Parracho

FotografiaGab. Audiovisual ANBP

Estatuto Editorial em:www.altorisco.pt

GrafismoJoão B. Gonçalves

PaginaçãoJoão B. Gonçalves

PublicidadeGabinete de Comunicação

ImpressãoGráfica Funchalense

Propriedade/EditorAssociação Nacional de Bombeiros ProfissionaisNIPC: 502586 630

Morada do Proprietário, Editor e RedaçãoAv. D. Carlos I, 89, r/c 1200 LisboaTel.: 21 394 20 80

Tiragem25 000 exemplaresregisto n.º 117 011

Nome:

Morada:

Código Postal:Profissão:Telefone: Tlm.: Email:

Assinatura Anual do Jornal Alto Risco: 8 euros | Despesas de envio: 2 euros | Total: 10 eurosEnviar Cheque ou Vale de Correio para:Associação Nacional de Bombeiros Profissionais - Av. Dom Carlos I, 89, r/c - 1200 Lisboa

Consulte o nosso site em www.anbp.pt e o

nosso Facebook

Este jornal está escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico

Foto

AN

BP

Por Fernando Curto, Presidente da ANBP

Menos

Mais

Posto de VigiaPosto de Vigia

Canais de diálogoD

esde a sua cria-ção, a ANBP e o SNBP procuram criar canais de diálogo com a tu-

tela, com as autarquias, com os corpos de bombeiros, com as empresas…e com a população.

as pessoas e os seus bens.Ao longo dos 30 anos da

ANBP, já tivemos muitos avan-ços e recuos nesses canais de diálogo. E disso fomos dando conta nas reuniões com os associados e também nas edições do Alto Risco.

E nesta edição quero sublin-har as reuniões e matérias que continuamos a tratar, a acom-panhar e a apresentar, apesar de estarmos ainda em contexto de pandemia. O trabalho não parou, da nossa parte.

Sublinho, sobretudo, os contactos com o MAI, em par-ticular com a Secretária de Es-tado da Administração Interna, Patrícia Gaspar, com quem te-mos continuado a discutir as-suntos relativos ao setor, no âmbito dos bombeiros e pro-teção civil.

Sublinho também o “avan-ço” que Açores e Madeira dão ao Continente, no que diz res-

Porque dessa forma todos saí-mos a ganhar!

Da nossa parte, esses canais servem para apresentar, nego-ciar, discutir e fechar assuntos, projetos e propostas que defen-dem os bombeiros profissionais e, através deles, salvaguardam

peito ao Estatuto Profissional do Bombeiro. Nas duas Regiões Autónomas há um forte com-promisso político e partidário para concretizar o Estatuto, em breve. No Continente, esta é (como sabemos…) uma ma-téria que leva anos e anos de debate, de propostas, de algu-mas promessas, de avanços e muitos recuos. Mas não desis-timos!

Se nos lembrarmos o que lutámos pela nossa represen-tatividade na ANEPC…! Dos tempos em que nem a tutela nem o Serviço Nacional de Bombeiros davam ouvidos à ANBP ou ao SNBP…! Do que tivemos de fazer para afirmar a nossa importância e o nosso papel no sector…!

Temos já muito trabalho feito e provas dadas. Mas não podemos baixar os braços. Es-tamos e estaremos cá.. para quem nos quiser ouvir!

A Câmara Municipal do Porto defendem a revisão do Esatuto dos Bombeiros Profissionais, no dia 31 de maio. O objetivo era dar um tratamento uniforme todas as corporações, conforme também de-fendem ANBP/SNBP. O executivo pediu ainda que fosse definido o regime jurídico para o trabalho su-plementar e para a organização do horário de trabalho.

A Região do Algarve vai voltar a ter uma delegação do CODU – Cen-tro de Orientação de Doentes Urgen-tes do Algarve. A construção das instalações arrancou a 28 de maio, num investimento de 1,8 mi-lhões de euros.

A exposição a situações traumáti-cas pode influir na saúde mental dos bombeiros. Este é um dos dados prévios do estudo que está a ser rea-lizado por investigadores na Univer-sidade de Coimbra.

Os Bombeiros Sapadores de Lis-boa, que participaram há um ano do DECIF2020, ainda não receberam a respetiva remuneração. A situação foi apontada por ANBP/SNBP, no fi-nal de maio, em comunicado.

ANBP/SNBP têm vindo a alertar para o uso abusivo da disponibili-dade permanente por parte de algu-mas autarquias para que não sejam pagas horas extra.

Dep. Legal n.º 68 848/93

editorial

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Abril/Maio de 2021 Alto Risco

Por Sérgio Rui Carvalho, Presidente do SNBP

“Neste sindicato, nada é fácil. Nada foi fácil. O futuro também não vai ser fácil”

A luta sindical, ao longo da história, nunca foi fácil e nem será, no fu-turo. A luta sindi-

cal não é para os fracos, nem pode ser tratada ao sabor das marés. É uma luta contínua, por um projeto, sempre com o objetivo da garantir os direitos e liberdades dos trabalhadores e melhores condições de tra-balho.

Os novos tempos são de luta, como sempre foram. Não me lembro de nenhum mo-mento em que não houvesse problemas e necessidades ur-gentes de implementar medi-das para melhoria no sector.

Nesta missão e nesta luta que temos diariamente no movimento sindical, não nos podemos perder em faitdivers, situações empoladas e que em nada dignificam, muitas vezes, o sector, e que servem apenas para dividir a classe, tirar for-ça à luta e apenas para alguns ficarem de fora a apreciarem “o prato”. Como sempre, es-petadores atentos da desinfor-mação e que até se “babam” com a desunião que ao longo dos anos vai havendo em todo o setor.

Enquanto nós defendemos que “a união faz a força” e que o setor deve estar unido e forte para conseguir combater as desigualdades nesta profissão,

outros tudo têm feito, ao longo dos anos, para que tudo con-tinue na mesma e assim vão garantindo o modelo de bom-beiros e proteção civil que não dá resposta às necessidades dos seus principais interveni-entes. São todos estes milhares de operacionais que sustentam esta máquina.Desde carreiras que há anos necessitam de ser revistas, e que pouco ou nada mudam; desde novas carreiras que são criadas e que em vez

final esperado, mas que, se não tivéssemos lutado e tentado mudar, então bem piores es-tavamos neste momento.

Os próximos tempos vão ser de muito trabalho e nin-guém pode estar à espera de facilidades ou de vitórias garantidas. Neste momento, olhando friamente para todo o setor, verificamos claramente que muitas das medidas que estão a ser adoptadas em nada têm a ver com falta de dinhei-

de melhorarem a situação de quem lá presta serviço, ainda pioram as suas condições, chegando mesmo, uma grande parte do sector, que nem ca-rreira tem, podem ser tudo…bombeiro profissional, com carreira, é que não!

Temos de continuar a fazer um trabalho de luta, não de-sistindo, nunca, deste projeto, sabendo que ao longo dos anos nem tudo foi perfeito, nem to-das as lutas tiveram o resultado

ro, mas sim como opções téc-nico-operacionais para o setor e muitas delas erradas e preju-diciais para os trabalhadores.

Não pensem é que eles têm a faca e o queijo na mão, que vão fazer de nós o que quiserem e que nos vão calar em relação às injustiças que estão a acontecer. Somos um Sindicato que nasceu, cresceu e continua a crescer na luta e tudo aquilo que conseguimos, até hoje, foi tirado a ferros e nada foi fácil.

Não subestimem a nossa vontade de vencer nem a in-tensidade com que lutamos ou podemos vir a ter que lu-tar. Em todos os anos da nossa existência, houve períodos de negociação, discussão, de luta, de greves, vigílias, entre out-ros aspectos da vida sindical. Mas ao longo de todos esses períodos, quer com vitórias, quer com derrotas, uma coisa nunca nos tiraram nem vão ti-rar: a dignidade do nosso sin-dicato e o espírito de missão com que todos se envolvem na defesa da classe.

Neste sindicato, nada é fácil. Nada foi fácil. Logica-mente, o futuro também não vai ser fácil.

Estaremos sempre, orgu-lhosamente, na frente de todas as lutas sindicais para a me-lhoria do setor e das condições laborais de todos.

sindicato

Alto Risco Abril/Maio de 2021

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Operadores de comunicações da ANEPC em debate no Parlamento

atrícia Gaspar participou numa audição parlamentar so-bre o processo de integração na função pública dos profi-ssionais de comunicações de emergência da Autoridade Nacional de Emergência e Pro-teção Civil (ANEPC), a reque-rimento do PSD - conjunta com a Comissão de Adminis-tração Pública, Modernização Administrativa, Descentraliza-ção e Poder Local.

A responsável pela tutela da Proteção Civil foi questionada pelo social-democrata Duarte Marques, que defendeu uma carreira específica para esta

específica, como defendem a Associação Nacional de Bom-beiros Profissionais (ANBP) e o Sindicato Nacional de Bom-beiros Profissionais (SNBP).

O deputado do PSD Du-arte Marques considerou in-justo que o Governo pretenda integrar estes operacionais na carreira de assistente técnico, destacando a importância e a especificidade da missão que desempenham. “Não são meros telefonistas da função pública”, disse, recordando que o Governo tinha prometi-do, há dois anos, que estes pro-fissionais iam ser integrados na carreira de bombeiro sapador.

Em resposta, a secretária de Estado da Administração Interna afirmou que “esta função tem de ser valorizada e dignificada”, sustentando que “no limite este trabalho pode fazer a diferença entre o sucesso ou o insucesso num determinada operação ou até mesmo entre a vida e a morte”.

função, prometendo “ajudar o Ministério da Administração Interna a impor esta solução (carreira específica para es-tes operadores) às Finanças.”. “Para quê esta birra?”, ques-tionou Duarte Marques. “Se estes operadores fossem ape-nas assistentes técnicos, as tragédias em Portugal teriam sido muito maiores”, afirmou.

Por seu lado, Patrícia Gas-par repetiu que esta “foi a melhor solução para resolver um problema com mais de 20 anos, para criar estabilidade, sem perdas salariais e sem prejuízo profissional”.

Estes cerca de 300 opera-dores, alguns deles a trabalhar com vínculos precários há mais de 20 anos, vão ser integrados na função pública no âmbito do PREVPAP (programa de regularização extraordinária dos vínculos precários na Administração Pública), mas como Assistentes Técnicos e não ao abrigo de uma carreira

Para Patrícia Gaspar, os opera-dores desempenham “uma missão, muitas vezes discreta, mas absolutamente funda-mental”.

A secretária de Estado sublinhou que inicialmente a solução passava pela integra-ção dos operadores na carreira de bombeiro sapador, mas esta “não reuniu o apoio com a área governativa das Finanças”.

Questões relacionadas com aumento substancial de alguns ordenados, reformas e nomea-ções para os lugares de chefia foram as questões apresenta-das pelas Finanças para não se conseguir a integração dos operadores na carreira de bom-beiro sapador, admitiu Patrícia Gaspar.

“A solução que já foi aprovada passa pela inte-gração deste operadores nos quadros de pessoal da Auto-ridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) na carreira de assistência técnico, implementando o pagamento do suplemento salarial a todos aqueles que por via desta inte-gração e de posterior recon-stituição da carreira possam então sofrer perdas salariais”, disse.

Segundo Patrícia Gaspar, vai ser pago este suplemento remuneratório a um total 201 operadores, estando assim ga-rantida a compensação pelas perdas salariais. A secretária de Estado afirmou que há tam-bém 36 operadores com um aumento salarial entre os 50 e os 100 euros ao serem integra-dos na função pública.

“O processo que está neste momento a ser implementado é justo, enquadra todos os trabalhadores numa solução clara, transparente, num vín-culo tranquilo e estável para o seu futuro”, disse, acres-centando que “é um processo que vai permitir valorizar o tempo de serviço, a formação adquirida e fica claramente re-solvido um processo que tem mais de 20 anos”.

Também o secretário de Es-tado da Administração Pública afirmou que estes trabalha-dores vão manter a remunera-ção que aufeririam em situa-ção irregular e “não vão sofrer qualquer decréscimo remuner-atório”.

A integração nos quadros da ANEPC dos operadores de telecomunicações das salas de emergência foi aprovada no Conselho de Ministro de 4 de março.

P

notícias

A secretária de Estado da Admi-

nistração Interna, Patrícia Gaspar,

admitiu , a 7 de abril que a integração

dos Operadores de Comunicações de

Emergência na AN-EPC como Assistentes

Técnicos teve em conta questões orça-mentais, mas garan-

tiu que a opção foi tomada em consenso

entre as pastas da Administração In-terna, Finanças e

Administração Pública.

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Abril/Maio de 2021 Alto Risco

Incêndios: Governo garante dispositivo de

combate com ‘maior número de sempre’

de operacionais

m comunicado, o Ministério tutelado por Eduardo Cabrita avançou que o DECIR 2021 contará “com o maior número de sempre de meios envolvi-dos, em todas as fases de em-penhamento”.

O presidente da ANBP, Fer-nando Curto, considera que o reforço de meios vai preencher algumas falhas, reconhecendo que vai haver uma “melhor res-posta, um reforço na primeira intervenção, um reforço dos comando operacionais, haverá uma organização do combate mais célere, que permita que os incêndios não sejam contínuos”.

servação da Natureza e das Florestas - ICNF (232), num to-tal de 7.393 elementos.

Na componente de vigilân-cia e ataque inicial, o DECIR integra um total de 4.665 ele-mentos divididos pelo Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente da GNR (1.952), a Polícia de Segurança Pública (338), os Sapadores Florestais (1.807), o Corpo Nacional de Agentes Florestais (203), os Vigilantes da Natureza (89) e as Equipas de Gestão de Fogos Rurais (36) do ICNF, a Afocelca (240).

O MAI refere igualmente que 190 elementos das Forças Armadas vão prestar também apoio nessas duas componen-tes, enquanto agentes de pro-teção civil.

De acordo com o MAI, os técnicos do ICNF, da ANEPC, dos Gabinetes Técnicos Flo-restais, os especialistas e a Bol-sa de Peritos da Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais, as Equipas de Análise

Segundo o Ministério da Administração Interna (MAI), o dispositivo terrestre contará com 12.058 elementos, 2.795 equipas e 2.656 viaturas du-rante o período de maior em-penhamento, entre 01 de julho e 30 de setembro, denominado Nível IV.

Em 2020, o número de opera-cionais que estiveram envolvi-dos no combate aos incêndios entre julho e setembro cifrou-se nos 11.825, significando que este ano há um aumento de cerca 2%.

O MAI precisa também que nos meses mais críticos em incêndios rurais vão estar en-volvidos na componente de combate e ataque inicial efeti-vos dos corpos de bombeiros (5.777), da Força Especial de Proteção Civil da Autoridade Nacional de Emergência e Pro-teção Civil - ANEPC (240), da Unidade de Emergência de Pro-teção e Socorro da GNR (1.144) e das Brigadas de Sapadores Florestais do Instituto da Con-

e Uso do Fogo e o Núcleo de Apoio à Decisão Operacional da Força Especial de Proteção Civil asseguram o apoio espe-cializado ao processo de de-cisão, na pré-supressão e na supressão de incêndios rurais.

Em relação ao dispositivo aéreo, o DECIR 2021 contará com 14 meios aéreos em per-manência, que aumentam para 37 aparelhos entre 15 a 31 de maio, passando a contar na ca-pacidade máxima, entre 01 de junho e 15 de outubro, com 60 meios.

Quarenta e um meios aére-os estarão disponíveis entre 16 e 31 de outubro.

O primeiro reforço de meios no âmbito do DECIR acontece a 15 de maio, num ano em que está a ser marcado por um grande número de incêndios nos primeiros meses de 2021.

Dados do ICNF indicam que até abril deflagraram 2.030 in-cêndios rurais, que provocaram 7.995 hectares de área ardida, 82% dos quais em matos.

Comparando estes números com os dados de abril de 2020, os incêndios mais do que tripli-caram este ano e a área ardida é cerca de nove vezes mais.

Na reunião da Comissão Nacional de Proteção Civil, pre-sidida pelo ministro da Admin-istração Interna, foi também aprovada, pela primeira vez, a Diretiva Integrada de Deteção e Vigilância de Incêndios Rurais (DIVDIR).

Segundo o MAI, esta Di-retiva visa estabelecer me-canismos de coordenação en-tre as entidades do Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais e outras instituições envolvidas nas operações de vigilância e deteção de incên-dios rurais, “de forma a garan-tir a otimização do emprego operacional dos sistemas de vigilância móvel, videovigilân-cia florestal, de vigilância aérea e da Rede Nacional de Postos de Vigia”.

Foi ainda aprovado o Dis-positivo Integrado de Resposta a Acidentes com Aeronaves, que tem por finalidade contri-buir para o reforço dos proces-sos de interação entre o Centro de Coordenação de Busca e Sal-vamento de Lisboa e a Estru-tura Auxiliar de Busca e Salva-mento, e ainda sistematizar os procedimentos a desenvolver pelas forças e serviços com res-ponsabilidades na área da pro-teção e socorro, em resposta a acidentes resultantes da queda de aeronaves.

notícias

O dispositivo de combate a incêndios rurais vai contar este

ano “com o maior número de sempre” de operacionais en-

volvidos, estando pre-vistos para os meses mais críticos 12.058

elementos, anunciou no dia 21 de abril o

Ministério da Administração In-

terna. Um anúncio que surgiu depois da

aprovação do Dis-positivo de Combate aos Incêndios Rurais

(DECIR) 2021, por unanimidade, na

reunião da Comissão Nacional de Proteção

Civil, que decorreu por videoconferência.

E

Alto Risco Abril/Maio de 2021

6

figueira da foz

Organizações de bombeiros reclamam investimento nos Sapadores da Figueira da Foz

Associação Nacional de Bom-beiros Profissionais (ANBP) e o Sindicato Nacional de Bom-beiros Profissionais (SNBP) reclamaram a 2 de junho, junto à Câmara Municipal da Figuei-ra da Foz, um reforço do inves-timento no corpo de Bombeiros Sapadores da cidade.

Em comunicado, ANBP/SNBP apelam à autarquia da Figueira da Foz para que “olhe para a sua Companhia de Bombeiros Sapadores com a estratégia e a vontade política necessárias ao reforço do in-vestimento”, tanto ao nível do recrutamento como da aqui-sição de meios materiais.

Em causa, acrescentam,

gurança dos bombeiros”.Os Bombeiros Sapadores da

Figueira da Foz debatem-se com a “falta de meios materiais, os quais são indispensáveis não só para a intervenção adequada no teatro de operações, mas sobre-tudo na proteção e segurança dos próprios bombeiros”.

“O equipamento de pro-teção individual (EPI) obsoleto e desgastado, nomeadamente o de combate em incêndios florestais”, a que se juntam “peças faciais (máscaras) já com mais de 20 anos de uso, utilizadas no combate em in-cêndios urbanos e industriais” são exemplos da falta de inves-timento.

A ANBP e o SNBP alertam ainda para a “necessidade de um veículo escada para o combate em incêndios urbanos e indus-triais, tal como se constatou no passado dia 28 de abril, no in-cêndio urbano em oficinas, ten-do sido solicitados veículos esca-das a corporações de concelhos vizinhos” da Figueira da Foz.

está a necessidade de “me-lhorar as condições em que os operacionais desempenham a sua missão de salvar vidas e bens” neste município do dis-trito de Coimbra, cuja Câmara é presidida por Carlos Monteiro.

A ANBP e o SNBP defendem “uma política, por parte da Câ-mara Municipal, que consagre a valorização da corporação e dos seus profissionais, dando-lhes os meios indispensáveis ao exercício da sua missão, para um melhor socorro aos ci-dadãos”.

“A Companhia (…) debate-se há vários anos com a falta de efetivos, dispondo atualmente de apenas 32 bombeiros, com média de idades superior a 40 anos”, referem.

ANBP/SNBP pretendem que a autarquia “desenvolva todo o processo concursal para a aber-tura de uma nova recruta”, a fim de “evitar saídas para ocorrên-cias de socorro com guarnições de viaturas incompletas que comprometem o socorro e a se-

A

COMUNICADO

A Companhia de Bombeiros Sapadores da Figueira da Foz debate-se há vários anos com a falta de efetivos, dispondo atualmente de apenas 32 bom-beiros, com média de idades superior a 40 anos.

Para evitar saídas para ocorrências de socorro com guarnições de viaturas incom-pletas que comprometem o so-corro e a segurança dos bom-beiros, a ANBP/SNBP exigem, assim, que a Câmara Municipal da Figueira da Foz desenvolva todo o processo concursal para a abertura de uma nova recru-ta.

Para além da falta de bom-beiros, a Companhia debate-se com a falta de meios materiais, os quais são indispensáveis não só para a intervenção ade-quada no teatro de operações, mas sobretudo na proteção e segurança dos próprios bom-beiros:

- Existência de equipamen-to de proteção individual (EPI) obsoleto e desgastado, nome-adamente, o de combate em In-cêndios Florestais, bem como peças faciais (vulgo “másca-

ras”) já com mais de 20 anos de uso, utilizadas no combate em incêndios Urbanos e Indus-triais, são exemplos da falta de investimento na corporação.

- Ausência e necessidade de Veículo Escada para o combate em Incêndios Urbanos e Indus-triais, tal como se constatou no passado dia 28 de abril no incêndio urbano em oficinas, tendo sido solicitado veículos escadas a corporações de con-celhos vizinhos.

A ANBP/SNBP lançam, uma vez mais, o repto à Câ-mara Municipal da Figueira da Foz para que olhe para a sua Companhia de Bombeiros Sa-padores com a estratégia e a vontade política necessárias ao reforço do investimento na mesma, quer a nível de recrutamento, quer ao nível dos meios materiais, de modo a salvaguardar e a melhorar as condições em que os seus operacionais desempenham a sua missão de salvar vidas e bens.

Em prol da segurança e so-corro dos cidadãos!

Figueira da Foz, 2 de junho de 2021

A Associação Nacional de Bombeiros Prof-issionais (ANBP) e o Sindicato Nacional de Bombeiros Profissionais (SNBP) acompan-ham, com grande preocupação, a situação nos Bombeiros Sapadores da Figueira da Foz, resultante da falta de investimento e de uma política, por parte da Câmara Municipal, que consagre a valorização da corporação e dos seus profissionais, dando-lhes os meios indis-pensáveis ao exercício da sua missão, para um melhor socorro aos cidadãos.

ANBP/SNBP apontam lacuna no investimento na Companhia de Bombeiros Sapadores da

Figueira da Foz

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Abril/Maio de 2021 Alto Risco

Estatuto do Bombeiro: SNBP vai ser ouvido

A Comissão de Política Geral da Assembleia Legislativa dos Açores delibe-rou, por pro-

posta do PSD/Açores, proceder

a audições sobre a criação do fu-turo Estatuto do Bombeiro, ou-vindo representantes dos bom-beiros e respetivas corporações.

No âmbito da apreciação de um projeto de resolução apre-sentado pelos grupos parlamen-

cas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas e o Sindicato Nacio-nal de Bombeiros Profissionais.

A Comissão de Política Geral vai igualmente ouvir a Federa-ção dos Bombeiros da Região Autónoma dos Açores, repre-sentantes das corporações que não são associadas da Federa-ção e o Governo Regional.

As audições foram propostas pelo grupo parlamentar do PSD/Açores e mereceram a aprovação de todos os partidos com assento na Comissão de Política Geral da Assembleia Legislativa.

Na apresentação da iniciati-va, o deputado social-democra-ta Carlos Ferreira reiterou o “serviço de inestimável valor que os bombeiros prestam a cada uma das nossas ilhas e o seu contributo para a segurança e bem-estar das populações”.

“Na presente legislatura, um dos maiores desafios que se coloca aos órgãos de governo próprio da Região na área da proteção civil é a consagração

tares do PSD, CDS e PPM com vista à criação do Estatuto do Bombeiro dos Açores, os depu-tados vão ouvir o Sindicato dos Trabalhadores da Administra-ção Pública, Sindicato dos Tra-balhadores em Funções Públi-

madeira

do Estatuto do Bombeiro dos Açores”, explicou.

Segundo o texto da iniciativa, o futuro Estatuto do Bombeiro deverá contemplar, entre outras matérias, a “abordagem à na-tureza distinta, mas complemen-tar, dos bombeiros voluntários assalariados e dos bombeiros voluntários não remunerados”.

No diploma é igualmente proposto que o Estatuto venha a incluir “medidas específicas no âmbito da higiene, segurança e saúde no trabalho, nomeada-mente o acesso a apoio psicológi-co gratuito, além de medidas de incentivo ao vo-luntariado nos corpos de bombeiros da Região”.

“As audições propostas pelo PSD/Açores deverão trazer ain-da contributos adicionais para o debate e reflexão, numa matéria tão relevante como o Estatuto do Bombeiro, sempre com a perspe-tiva de valorizar os soldados da paz açorianos, num quadro de equilíbrio e responsabilidade”, concluiu Carlos Ferreira.

Estatuto Profissional abordado nas comemorações do Dia do Bombeiro na Madeira

O Estatuto Profi-ssional do Bom-beiro foi um dos temas aborda-dos por respon-sáveis políticos

nos arquipélagos da Madeira e dos Açores no âmbito do Dia Internacional do Bombeiro, ce-

lebrado a 4 de maio.Nos Açores, o deputado do

grupo parlamentar do CDS-PP, Pedro Pinto, afirmou, durante uma reunião com a direção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Praia da Vitória, que o Estatuto do Bombeiro Profissional dos

sendo necessário ir mais além e analisar a questão de um ponto de vista estrutural, isto é, siste-matizar que serviços prestam os Bombeiros nos Açores”.

Também na Região Autóno-ma da Madeira, o Estatuto Pro-fissional esteve na ordem do dia. O Secretário Regional da Saúde e

Açores deverá estar concluído dentro de um ano.

“Está em análise no Parla-mento Açoreano um projeto de autoria dos partidos da coligação que visa elaborar um Estatuto do Bombeiro nos Açores”, salientan-do que “importa dignificar a ca-rreira e a atividade do Bombeiro,

Proteção Civil, Pedro Ramos, as-segurou ,nas comemorações do Dia Internacional do Bombeiro, que “continuamos a trabalhar conjuntamente para que possa sair em breve um diploma que acrescente algo mais para além do que já foi conseguido ao nível do pagamento de electricidade”.

açores

u Pedro Ramos, Secretáriuo Regional da Saúde da Região Autónoma da Madeira

Alto Risco Abril/Maio de 2021

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notícias

Sapadores do Funchal contam com nova ambulância e novos equipamentos de socorro

Presidente da Câmara Munici-pal do Funchal, Miguel Silva Gouveia, esteve a 6 de maio no Quartel dos Bombeiros Sapadores do Funchal (BSF), para a apresentação da nova

ambulância adaptada à oro-grafia do concelho e que foi adquirida pelo Município para ficar ao serviço dos BSF.

Entre os novos equipamen-tos apresentados conta-se tam-bém uma maca de transporte de contaminados BIOBAG, que se destina a ser usada, entre outros, em cenários de crise pandémica.

Miguel Silva Gouveia adi-antou que este investimento recorreu a fundos do Orça-mento Municipal , no valor de 90 mil euros.

A nova ambulância dos sa-padores do Funchal é de um modelo de Tração Total 4x4, adaptada à orografia do con-celho, segundo o autarca.

Está equipada com monitor de sinai vitais, desfibrilhador automático externo, sistema de Maca acoplada ao pavi-mento, Sistema de ancoragem da Incubadora Transportável do Hospital Dr. Nélio Men-donça, capacetes e suportes para EPI, Sistema de Comuni-cações TETRA SIRESP e ponto a ponto.

oO Plano Operacional de Combate a Incêndios Florestais

(POCIF) da Madeira deste ano vai vigorar entre 15 de junho e 31 de dezembro, anunciou o Governo Regional.

Segundo uma nota distribuída pelo gabinete do secretário da Saúde e Proteção Civil, este plano tem, entre outros objeti-vos considerados principais, “garantir a permanente seguran-ça dos cidadãos, a salvaguarda dos seus bens do património e do ambiente aquando da ocorrência de incêndios rurais e florestais”.

No documento são também estabelecidas as regras para “coordenar a intervenção dos vários agentes de proteção civil nas operações de combate aos incêndios”.

Outro ponto que consta deste plano é a criação de um con-junto de Equipas de Combate a Incêndios Florestais (ECIF) e de Equipas Logísticas de Apoio ao Combate de Incêndios Ru-rais/Florestais (ELAC) nos Corpos de Bombeiros com o obje-tivo de reforçar o dispositivo em prontidão durante o período em que vigorar o POCIF 2021.

Breves

O município de Seia, em parceria com as três corporações de bombeiros do concelho (Seia, Loriga e São Romão) cele-brou a 16 de maio, no quartel dos Bombeiros Voluntários de Loriga, o Dia Municipal do Bombeiro.

O programa incluiu, entre outros momentos, uma hom-enagem aos bombeiros voluntários, com a deposição de uma coroa de flores no Monumento ao Bombeiro e uma sessão solene.

Segundo a autarquia, a homenagem municipal aos bom-beiros do concelho surgiu em 2017 e pretende “afirmar o pa-pel desempenhado pelas várias corporações na sociedade e aproximar a população aos bombeiros”.

Seia comemorou Dia Municipal do Bombeiro

O Governo da Madeira abriu um “procedimento excecio-nal” para a contratação de um meio aéreo de combate a incên-dios florestais, para operar no arquipélago entre 15 de julho e 14 de novembro, pelo preço base de 695 mil euros.

O executivo regional refere que o procedimento irá permitir a consulta a três empresas concorrentes, com vista a dotar a região de um helicóptero de combate a incêndios florestais e resgate e salvamento em terra, a partir do dia 15 de junho, data de início do Plano Operacional de Combate a Incêndios Florestais (POCIF 2021).

“Foi igualmente aprovado, no Conselho de Governo, a abertura de um novo procedimento internacional que garan-tirá a permanência de um meio aéreo (helicóptero médio) para ‘multi-mission’ nos próximos três anos, com início a 15 de novembro de 2021 e término a 14 de junho de 2022”, escla-rece o executivo.

Este contrato comporta a possibilidade de duas renova-ções, pelo período de um ano cada, com o preço base global de 4,3 milhões de euros.

Madeira contrata meio aéreo por 695 mil euros

Plano de Combate da Madeira vigora entre 15 de junho e 31 de dezembro

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Abril/Maio de 2021 Alto Risco

notícias

Tribunal de Contas conclui que faltam concretizar medidas aprovadas em 2017 depois dos incêndios

O Tribunal de Contas con-sidera que faltam concretizar medidas aprovadas sobre os in-cêndios de 2017.

As medidas de prevenção e combate aos incêndios rurais decididas após os grandes fo-gos de 2017 “ainda não foram completamente concretizadas”, existindo várias áreas que care-cem de aperfeiçoamento.

São estes os resultados de uma auditoria ao Dispositivo Es-pecial de Combates a Incêndios Rurais (DECIR) e que visou ex-aminar o grau de execução das medidas da reforma do sistema de prevenção e combate aos incêndios rurais decididas pelo Governo em outubro de 2017.

O Tribunal de Contas (TdC) concluiu que esta reforma “não se encontra integralmente con-cretizada”, que “está atrasada nalgumas vertentes impor-tantes”, embora tenham sido realizadas uma boa parte das medidas definidas e tenha havi-do reforço dos meios humanos, terrestres e aéreos afetos ao combate a incêndios e melho-rias no respetivo planeamento e coordenação.

Não foram também “total-mente alcançados os objetivos relacionados com os sistemas de informação e comunicação, reforço dos meios aéreos e com a aquisição de alguns equipa-mentos sobretudo por razões de natureza orçamental”, sus-tentando que “as medidas rela-tivas à intervenção no território, em termos de gestão da floresta, da vegetação e dos combustíveis encontram-se num nível de exe-cução reduzido”.

O Tribunal observou que o planeamento e a execução do

combate aos incêndios melho-raram, mas carecem de uma visão mais integrada e de me-lhorias de desempenho no te-rreno, designadamente quanto à homogeneidade territorial do posicionamento estratégico.

Para o TdC, o DECIR as-senta numa multiplicidade de sistemas de informação, “sem uniformização de conteúdos e acarretando a dispersão da in-formação” e os mecanismos de avaliação “não estão suficiente-mente institucionalizados”.

Os juízes alertam igual-mente para a não existência de um sistema que apure os custos da prevenção e combate aos in-cêndios, de modo a quantificar, em cada ano, os encargos asso-ciados à prevenção e combate, ao DECIR e a cada incêndio.

O relatório frisa também que os bombeiros são a principal força que sustenta o DECIR e a sua participação aumentou, mas, em termos de evolução, a Guarda Nacional Republicana foi a entidade que mais reforçou o seu papel.

Os juízes do Tribunal de Con-tas consideram que a capacitação dos meios humanos de combate aos incêndios deve ser aprofun-dada e é necessário “mais esfor-ços” na área da formação.

Sobre o Sistema Integrado das Redes de Emergência e Se-gurança de Portugal (SIRESP), o relatório refere que esta rede satisfaz atualmente as princi-pais necessidades de comunica-ção de emergência, mas alerta para o aproximar do termo do contrato vigente, antevendo--se “alterações no modelo tec-nológico e de gestão que urge definir”.

Governo cria 60 novas EIPS. ANBP/SNBP pede “enquadramento profissional”

governo decidiu constituir 60 novas Equipas de Intervenção Permanente (EIPS). O proto-colo foi celebrado entre a Auto-ridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, Câmaras Mu-nicipais e Associações Humani-tárias de Bombeiros Voluntári-os, no dia 30 de abril.

O objetivo, de acordo com nota informativa do MAI, é “melhorar a eficiência da pro-teção civil e as condições de prevenção e socorro”.

Numa reação à criação des-tas novas equipas, a Associação Nacional de Bombeiros Profis-sionais e o Sindicato Nacional

de Bombeiros Profi-ssionais ref-erem que a criação das EIPS tem sido reivindicação antiga destas duas estruturas. Lembram, no entanto, que “é necessário criar regulamentos, valorizar estes profi-ssionais e enquadrá-los profi-ssionalmente”.

Recorde-se que as EIPS são financiadas pelo governo central e local, através da AN-EPC e das autarquias, e pelas Associações Humanitárias de Bombeiros. Sobre esta “in-definição”, ANBP/SNBP alerta que “estamos perante os no-vos precários do Estado”, sa-lientando, por isso, a neces-sidade de “regularizar a sua situação profissional”.

As EIP são equipas de bom-beiros profissionais que se destinam ao cumprimento de missões no âmbito da Proteção Civil.

Para ANBP/SNBP, todas as corporações de bombeiros “de-veriam ter EIPS para garantirem o serviço 24 sobre 24 horas”.

Amadora é um dos concelhos com uma nova EIPO concelho da Amadora é

um dos concelhos que vai in-tegrar uma nova EIP. De acordo com informação divulgada pela Câmara Municipal da Amado-ra, esta equipa de 5 elementos “terá como missão exclusiva assegurar, em permanência, serviços de socorro à popula-ção”.

A mesma nota explica como se processa o funcionamento desta equipa: A” autarquia comparticipa o corpo de bom-beiros nos custos decorrentes da remuneração dos elementos que integram a equipa, atri-buindo-lhe uma verba mensal correspondente a 50 por cento dos custos mensais resultantes dos vencimentos, subsídios de férias e de Natal e respetivos encargos do pessoal contrata-do, cabendo à ANEPC suportar os restantes 50 por cento dos encargos”.

o

D.R

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Alto Risco Abril/Maio de 2021

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ANEPC celebrou 14 anos

ANEPC celebrou, a 6 de abril, 14 anos, na sede, em Carnaxide.

Na cerimónia foi feita uma homenagem a todos os que perderam a vida ao serviço da Proteção Civil. Foi apresentado o trabalho desenvolvido pela Autoridade Nacional no âmbito da Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia.

Durante a cerimónia, foram impostas condecorações com vista a distinguir feitos dignos de público reconhecimento, quer no âmbito das atividades operacionais, quer em funções de apoio e suporte.

Foi feita a entrega da meda-lha de Mérito de Proteção Civil (a título póstumo) à família do piloto Jorge Manuel Santana Jardim, falecido em combate no incêndio de Ourense e con-cedida pelo Governo do Reino de Espanha por despacho do Ministro do Interior Espanhol, Fernando Grande-Marlaska Gómez.

A cerimónia foi presidida

pelo Ministro da Administra-ção Interna, Eduardo Cabrita, acompanhado pela Secretária de Estado da Administração Interna, Patrícia Gaspar, e pelo Presidente da ANEPC, Duarte da Costa.

A Autoridade Nacional foi criada a 1 de abril de 2007 “com a missão de planear, co-ordenar e executar a política de proteção civil, designada-mente na prevenção e reação a acidentes graves e catástro-fes, de proteção e socorro das populações e de superin-tendência da atividade dos Bombeiros”, conforme designa nota informativa da ANEPC.

A

117 anos dos Bombeiros Municipais da Lousã

Os Bombeiros Municipais da Lousã assinalaram no dia 2 de maio os 117 anos de actividade com a estreia de três novas via-turas que entraram ao serviço

da corporação: uma viatura de combate a incêndios florestais, uma ambulância INEM e uma ambulância de transporte de doentes.

aniversários

Foto

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M.L

ousã

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Abril/Maio de 2021 Alto Risco

viana

Fase crítica de fogos com 475 bombeiros

e um helicóptero no Alto Minho

a apresentação do Plano Opera-cional Distrital no âmbito Dis-positivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR)2021, que decorreu no passado dia 13 de maio, em Paredes de Coura, o presidente da Comissão Distrital de Proteção Civil de Viana do Castelo, Miguel Alves, adiantou que o dispositivo previsto para o nível IV, que decorre entre 01 de julho e 30 de setembro, contará com 103 equipas, compostas por 475 operacionais das diferentes valências da proteção civil.

Entre elas, 17 equipas de combate (ECIN), oito equipas logísticas (ELAC), 25 recursos técnicos terrestres e 101 recur-sos humanos que vão atuar nos 162 mil hectares de floresta que se estendem pelos 2.250 quilómetros quadrados dos 10 concelhos do distrito de Viana do Castelo, onde, de acordo com o Censos de 2011, residem 240.133 habitantes.

Em termos de meios aéreos a região volta a contar, pelo se-gundo ano consecutivo, apenas com um helicóptero de ataque inicial. Desde 2010 e até 2019,

o distrito de Viana do Castelo dispunha de dois helicópteros ligeiros, sediados no Centro de Meios Aéreos de Arcos de Valdevez.

Para Miguel Alves, entre os principais “receios” para este ano, está a existência de apenas um meio aéreo em permanência na região. “É um tema que pre-cisa de resolução rápida”, disse, admitindo ainda o “número reduzido de bombeiros” dis-poníveis no distrito de Viana do Castelo.

“Somos o 4.º distrito com mais ocorrências em todo o país e o 18.º em número de bombeiros. Isto quer dizer que o nosso distrito é aquele que apresenta, em todo o país, o maior número de ocorrências por bombeiro”, realçou. Apon-tou ainda como outro “mau indício” e existência de “muito combustível no monte”.

As 12 corporações exis-tentes na região integram 690 bombeiros, sendo que apenas 65 são sapadores (de Viana do Castelo). As 11 corporações de voluntários dispõem de um to-tal de 662 elementos, dos quais 223 são profissionais, o que re-presenta 32% do efetivo.

Além da capital do Alto Min-ho, também Caminha possui duas corporações de bombeiros voluntários, uma situada na sede do concelho e a outra em Vila Praia de Âncora.

NOs dez concelhos do

distrito de Viana do Castelo vão con-tar com o apoio de 475 operacionais,

distribuídos por 103 equipas, e com um meio aéreo em per-manência na fase

crítica dos incêndios florestais.

Presidente da República defende profissionalização dos bombeiros

O Presidente da Re-pública defendeu, em Caminha, a profissionalização dos atuais corpos

de bombeiros voluntários. A opinião foi partilhada durante uma deslocação de Marcelo Re-belo de Sousa a uma ação de prevenção de fogos florestais levada a cabo pelo Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, em Caminha, na se-quência do mote deixado pelo presidente da Câmara Munici-pal de Caminha.

Miguel Silva lembrou que “o distrito de Viana do Castelo ´o quarto no país com o maior

número de fogos florestais, mas é o 18º no número de bom-beiros. Na correlação entre o número de bombeiros, somos o distrito do país que tem o maior grau de dificuldade”, citado pelo Diário do Minho.

O autarca defendeu a cria-ção de uma “carreira profi-ssionlizante na proteção civil em bombeiros, seja em sistema misto, inicialmente, ou não”.

Uma situação que contou com a concordância do Presi-dente da República, que lem-brou que faltava, no entanto, saber “qual o esquema” a ado-tar, sublinhando a importância da profissionalização.

ANBP/SNBP reuniram no MAI com Patrícia Gaspar

A Associação Nacional de Bombeiros Profissionais e o Sin-dicato Nacional de Bombeiros Profissionais reuniram-se no dia 26 de maio com a Secretária de Estado da Administração Inter-

na, Patrícia Gaspar. Esta reunião surge na se-

quência de outras que têm oco-rrido. Foram abordados assuntos relativos ao sector, no âmbito dos bombeiros e proteção civil.

notícias

u Da esquerda para a direita, Filipe Bimba, Fernando Curto, Pedro Guerra, Gonçalo Godinho e Sérgio Carvalho.

Alto Risco Abril/Maio de 2021

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Um total de nove ‘drones’ (aero-

naves não tripu-ladas - UAS) e

cerca de 30 mili-tares vão dedicar--se à vigilância e deteção de fogos florestais na pró-

xima época de incêndios, entre

01 de junho e 15 de outubro.

dos à monitorização de diques de barragens e também explo-rações pedreiras.

Além deste género de missões, os aparelhos podem servir para vigiar também a orla costeira ou auxiliar no processo de cadastro de pro-priedades (terrenos florestais, por exemplo) e até fazer parte de ações de fiscalização, desde prevenção ao tráfico de droga ou à imigração ilegal.

As bases dedicadas de Lousã, Macedo de Cavaleiros e Beja vão estar completamente operacionais até 28 de junho, ainda segundo o CCOM.

Cada sistema UAS é com-posto, além da equipa hu-mana, normalmente por dois aparelhos, e a infraestrutura de comando e controlo e as seis antenas fixas espalhadas pelo território, existindo ainda uma móvel, instalada numa viatura.

Incêndios: Forças Armadas com nove ‘drones’ e 30 militares dedicados a partir de agosto

lém do aumento de aparelhos face a 2020, a novidade prende-se com a integração de elemen-tos da Marinha e do Exército nas equipas que operam estes sistemas UA - até aqui um ex-clusivo da Força Aérea, com o objetivo de aumentar valências e ganhar eficácia nas opera-ções, segundo o Chefe do Esta-do-Maior do Comando Conjun-to para as Operações Militares (CCOM), o tenente-general Mar-co Serronha.

Aquele responsável e o sub-chefe do Estado-Maior do CCOM, instalado em Oeiras,

o almirante Nobre de Sousa, apresentaram a edificação e emprego dos ‘drones’ para 2021 - no Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR) e no Dispositivo Inte-grado de Vigilância e Deteção de Incêndios Rurais, ambos da responsabilidade da Autori-dade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), sendo o primeiro coordenado pela Guarda Nacional Republicana (GNR).

Os seis UAS em ação no ano passado detetaram um total de 62 fogos florestais, num total de 97 missões e 395 horas de voo, em 2020, a partir de três bases no continente (Mirande-la, Lousã e Beja).

No ano passado, os ‘drones’ realizaram ainda três missões de apoio ao Ministério do Am-biente e da Ação Climática, seis horas e meia de voos destina-

Os Ogassa, fabricados pela empresa portuguesa UAvision, da região de Torres Vedras, têm um modelo 42N (descola-gem convencional) e um mo-delo VN (descolagem vertical), custando cerca de 300 mil eu-ros a unidade

A sua autonomia de voo varia entre seis a nove horas, conforme o sistema de desco-lagem, com um consumo de combustível de 1,5 litros/hora.

Estes ‘drones’ podem atin-gir a altitude máxima de 3 quilómetros e têm uma veloci-dade de cruzeiro de 100 km/h, estando equipados com sen-sores eletro-óticos e de raios infravermelhos. Podem operar também à noite.

Seis ‘drones’ da Força Aéreadetetaram 62 fogos em 97 missões em 2020Seis ‘drones’ (aeronaves não

triupuladas - UAS) da Força Aérea detetaram 62 fogos flo-restais, num total de 97 missões e 395 horas de voo em 2020, a partir de três bases no conti-nente (Mirandela, Lousã e Beja).

Os dados foram apresenta-dos pelo Chefe do Estado-Maior do Comando Conjunto para as Operações Militares, o tenente-general Marco Serronha, e o sub-chefe daquela estrutura de comando, em Oeiras, o almi-rante Nobre de Sousa.

As equipas específicas destes sistemas UAS (cinco mi-litares cada), cujos meios serão incrementados até 2022, vão progressivamente integrar ele-mentos dos outros dois ramos das Forças Armadas (Marinha e Exército) para uma operação mais abrangente e com mais valências.

No ano passado, os ‘drones’ realizaram ainda três missões de apoio ao Ministério do Am-biente e da Ação Climática: seis horas e meia de voos destina-dos à monitorização de diques de barragens e também a ex-plorações pedreiras.

Neste momento, Portugal tem à disposição seis aeronaves deste tipo, os Ogassa, quatro do modelo 42N (descolagem convencional) e dois do mo-delo VN (descolagem vertical), fabricados pela empresa portu-guesa UAvision, da região de Torres Vedras.

Cada aparelho custa cerca de 300 mil euros e a sua auto-nomia de voo varia entre seis a nove horas, com um consumo de combustível de 1,5 litros/hora.

coimbra

A

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Abril/Maio de 2021 Alto Risco

gaia

Vítima de covid-19 aos 68 anos, Carlos Vieira é evocado no percurso instalado na avenida Heróis

de Angola, tanto pelo exemplo desportivo como humano, ex-plicou o presidente da Câmara de Leiria.

“A sua dimensão humana foi tal que a sua memória perdu-rará de forma permanente en-tre nós”, disse Gonçalo Lopes, lembrando que a vida do ciclis-ta-bombeiro foi marcada por “dificuldades que nunca foram obstáculos para travar esta ver-dadeira força da natureza, que tantas alegrias” ofereceu à ci-dade “com os seus feitos e con-quistas”.

Carlos Vieira ganhou fama em 1983, ao bater o recorde do mundo de resistência em bici-cleta: durante 191 horas pedal-ou sem parar, perfazendo quase três mil quilómetros no antigo

Estádio Municipal de Leiria.Em 1990 fixou novo recorde

do Guinness de resistência em bicicleta, mas sobre rolos, mar-ca realizada em New Jersey, nos Estados Unidos da América.

Novamente em Leiria, em 2014, pedalou 15 horas e 14 minutos sobre rolos em cima de um carro de bombeiros e garantiu novo recorde em 2018, guiando a bicicleta durante oito horas apenas com uma mão.

Antes dessa carreira dedi-cada à resistência, competiu em estrada por vários clubes, entre os quais o Sporting Clube de Portugal.

Natural de Leiria, Carlos Vieira foi bombeiro durante cerca de 30 anos nos Bombeiros Municipais de Leiria - atual-mente Bombeiros Sapadores - corporação em que ingressou em 1978, sendo esta uma cau-sa que sempre defendeu com grande fervor.

Leiria inaugura ciclovia em memória do bombeiro ciclista Carlos VieiraUma ciclovia no centro de Leiria recebeu o nome de Carlos Vieira, forma do município homenagear o ciclista-bombeiro que ao longo da carreira somou vários recordes mundiais e que morreu em dezembro de 2020, vítima de Covid-19. Carlos Vieira foi bombeiro profis-sional nos Municipais de Leiria, hoje Sapa-dores, durante 30 anos.

notícias

Sapadores de Gaia celebraram 182 anos com nova centralA

Companhia Bom-beiros Sapadores de Gaia celebrou, a 4 de maio, 182 anos de existên-

cia. Na cerimónia foi apresen-tado o Sistema Integrado de Gestão de Emergência (SIGE) e do Centro de Coordenação Operacional Municipal, que em dia de festa, entrou oficial-mente em funcionamento.

O SIGE funciona durante 24 horas, em articulação com as seis corporações de bom-beiros voluntários do concel-ho e com a Polícia Municipal. Ao longo de oito ecrãs, será possível acompanhar as ocor-rências em tempo real, o que permitirá uma ação mais rápi-da entre o alerta e a chegada dos meios.

O SIGE possibilita, tam-

bém, a emissão de avisos à população, nomeadamente no caso de intempéries e risco de incêndios.

Estes equipaments resul-tam de um investimento de 380 mil euros, financiado a 60% pelo POSEUR (Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recur-sos) e a 40% pela Câmara Municipal de Gaia.

u A cerimónia contou com a presença do presidente da Câmara Municipal de Gaia, Vitor Rodrigues.

Alto Risco Abril/Maio de 2021

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Pedrógão Grande: comandantes apontam falha de meios no dia do incêndio

Bombeiro com 100 anos regressa a “casa” para celebrar os 626 anos do RSB

Regimento Sapadores Bom-beiros de Lisboa vestiu-se de gala para assinalar 626 anos de existência, no dia 19 de maio. É o mais antigo corpo de bom-beiros do país e o único que foi elevado a Regimento.

No Dia da Unidade a cerimónia realizou-se em con-texto COVID19, no Quartel-Sede, com a presença de alguns (poucos) convidados. Presente esteve também o vereador da proteção civil da Câmara Mu-nicipal de Lisboa, Miguel Gou-veia, recebido por um pelotão de 29 operacionais.

“Foi um ano de reconhe-cimento da vossa atitude e do

espírito de corpo”, destacando a importância do papel desem-penhado pelo RSB no processo de vacinação, em Lisboa.

“O RSB está na linha da frente no combate à COVID19. O Regi-mento adapta-se e treina-se”.

Uma referência também feita pelo comandante do RSB, Tenente- Coronel Tiago Lopes, que realçou “ o apoio à cam-panha de vacinação” e o papel importante desempenhado na descontaminação de edifícios.

O comandante realçou, no seu discurso, o investimento que tem vindo a ser feito para equipar o RSB, mencionando os três novos Veículos Urbanos de Combate a Incêndios e os 900 equipamentos de proteção individual.

A cerimónia contou com a homenagem aos bombeiros falecidos no cumprimento das suas funções com a colocação de uma palma de flores, junto a uma placa evocativa.

“Quando havia grandes inundações ninguém dormia, não íamos à folga, ficávamos no quartel porque fazíamos falta”. “Agora não”, continua. “Isto agora é uma categoria”.

Ainda assim, salienta a boa organização dos serviços, na altura. “Eram cinco compan-hias e aqui era a do reforço. Essas companhias tinham a sede e a estação”.

Sobre os tempos que pa-ssou a trabalhar no Regimento Sapadores Bombeiros de Lis-boa, “foi aqui que passei a minha mocidade”, começou por dizer. “Na altura, éramos uns 700 a concorrer. Ficaram

Aniversário do RSB com convidado especialAs cerimónias das comemo-

rações dos 626 anos do Regi-mento Sapadores Bombeiros de Lisboa tiveram um convidado especial. Antonio Guerra, de 100 anos, assistiu com entu-siasmo a mais um aniversário da instituição que integrou em 1942, então com 22 anos.

Com o símbolo do RSB na lapela, começou por desfiar memórias dos tempos em que o RSB era Batalhão.

“Para mim, no tempo que eu passei aqui, foi tudo bom”, adianta, realçando, no entan-to, que na altura da guerra, ele e os “companheiros” apan-haram “coisas difíceis” na al-tura da guerra. “Havia falta de tudo, e depois era altura de guerra. Não havia recursos”.

Além da II Guerra Mun-dial, António Guerra fala das inundações como outra das grandes dificuldades da altura.

36. Eu era o 12!”, revela, so-rrindo. “Tive um ano de in-strução”, salientando que a seleção, já na altura, era ri-gorosa.

“Os Comandantes eram muito rigorosos, faziam mui-tas perguntas. Na altura era-mos uns 700 a concorrer. Ficá-mos 36. Eu fiquei o número 12”, diz com orgulho.

E por lá ficou, por 22 anos, até querer sair, porque “tinha outras ambições”.

“Lembro me que fui ter com o comandante Viana a dizer que me ia embora. E o coman-dante dizia-me que eu ia ser promovido. Mas fui embora”.

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Abril/Maio de 2021 Alto Risco

Os Bombeiros da Malveira, no concelho de Mafra, inaugu-raram a 15 de maio as obras de remodelação e ampliação do seu quartel, um investimento de 1,3 milhões de euros.

“Com quase 50 anos, o quartel necessitava de uma inter-venção para o adaptarmos às atuais necessidades, uma vez que a resposta operacional passou a ser maior com o aumento de população no concelho”, justificou Ricardo Cardoso, vice-presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Volun-tários da Malveira, em declarações à agência Lusa.

Com as obras, a associação quis melhorar as condições operacionais e dar mais conforto e comodidade aos bombeiros em todo o quartel, aumentando a área das camaratas e dos balneários masculino e feminino.

Por outro lado, a empreitada permitiu “duplicar a capaci-dade de estacionamento” no interior do edifício, registando-se uma frota atual de 25 veículos.

O investimento de 1,3 milhões, para o qual a associação teve de recorrer à banca, foi financiado em cerca de 500 mil euros por fundos comunitários e em 150 mil euros pelo mu-nicípio de Mafra, no distrito de Lisboa.

O corpo de bombeiros é constituído por 80 efetivos, dos quais metade são profissionais e outra metade são voluntários.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afir-mou a 11 de maio que Portugal melhorou muito em matéria de incêndios florestais depois da tragédia de 2017, mas sublinhou que a prevenção tem de ser a palavra de ordem.

Em Caminha, onde visitou uma ação de limpeza de uma faixa de proteção à aldeia de Venade, Marcelo disse que “não há comparação” com o panorama de 2017.

“Melhorou-se em várias coisas”, referiu, aludindo, desig-nadamente, à criação de uma entidade encarregada de planear uma intervenção à escala global, a novas estruturas, à admis-são de mais pessoal e a “passos importantes” em matérias de GNR e Sapadores. “Está a dar-se passos, que devem ser acelerados, nos bombeiros voluntários”, acrescentou, sublin-hando ainda que as populações perceberam a importância da prevenção.

“A ideia é prevenir, prevenir, prevenir”, defendeu.

Os Bombeiros Voluntários de Valença receberam novos eq-uipamentos para intervenção em contenção de derrames de matérias perigosas, ao abrigo de uma candidatura da Câmara ao programa A.R.I.E.M. + Assistência Recíproca Inter-regional em Emergências e Riscos Transfronteiriços.

“Os bombeiros de Valença estão já formados para poder at-uar e dar resposta nestas situações. Valença, atravessada pela A3, pelas linhas de caminhos-de-ferro, com os polos industri-ais, é uma das principais fronteiras terrestres de Portugal para a circulação de mercadorias. Há muito tempo que se sentia a necessidade destes equipamentos”, sustenta o município.

Entre os novos meios destacam-se equipamentos de proteção individual para os operacionais, absorventes, filtros, sistemas de contenção, detetores e materiais hidrofóbicos, entre outros.

BrevesBombeiros da Malveira inauguram requalificação do quartel

PR diz que “não há comparação” com 2017 em matéria de incêndios florestais

Bombeiros de Valença recebem equipamentos para contenção de derrames

Acordo nos Bombeiros de Carnaxide consagra subsídio de risco mais elevado do país

partir de agora, a AHBV Car-naxide assume o pagamento de um Subsídio de Risco aos seus Bombeiros no valor de 7% do seu vencimento, o que constitui o valor mais elevado praticado em todo o país. En-tre outros aspetos, o acordo celebrado e assinado no passa-do dia 13 de Abril em cerimó-nia realizada nas instalações da corporação, contempla aumen-tos salariais no valor de 2% para o ano em curso.

Para a vice-presidente da direção da AHBV Carnaxide, Inês Sanches, “este acordo é o resultado de muito trabalho e reflexão”, acrescentando que o documento contempla “muitos dos objetivos dos bombeiros enquanto funcionários”. “Es-pero que este acordo seja um documento base que faça no-tar o respeito que esta direção tem pelos seus bombeiros, pelo bem comum e pelos direitos dos seus trabalhadores”.

Já o Presidente do SNBP, Sérgio Carvalho, destacou o valor do subsídio de risco que a partir de agora vai beneficiar os profissionais daquela Asso-ciação Humanitária: São sete por cento sobre o salário base, o que “não sendo ainda o ideal é, por agora, o valor mais alto em todo o país”. “Nenhuma as-sociação humanitária paga um subsídio de risco com este va-lor. Temos muitas corporações que nem reconhecem o direito dos bombeiros ao subsídio de risco e outras que pagam va-lores irrisórios”.

Para Sérgio Carvalho, o acor-do celebrado com os Bombeiros de Carnaxide permite, assim, criar bases de negociação e ser-vir de exemplo para outras cor-porações e entidades, de forma que também o possam aplicar”.

O Presidente do SNBP des-tacou ainda que o documento assinado prevê já os aumentos salariais para o ano em curso e para os anos seguintes, mas lembrou que a ANBP e o SNBP só conseguem intervir nas associações humanitárias atra-vés da celebração de acordos como este, uma vez que tudo o que tem a ver com “carreiras, salários, reformas e o próprio financiamento das associações” cabe ao Governo e à Liga.

AO Sindicato

Nacional dos Bombeiros Profi-ssionais (SNBP) assinou a reno-

vação do Acordo de Empresa com

a Associação Hu-manitária dos Bombeiros Vo-

luntários de Car-naxide, naquele que é mais um

momento histórico para os profissio-nais daquela cor-

poração.

ae carnaxide

Alto Risco Abril/Maio de 2021

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À semelhança do que o projeto Zé

Baril, mascote da ANBP, já fez em

escolas de todo o país em eventos

destinados às cri-anças, a campan-ha “Raposa Cha-ma” é mais uma

forma de sensi-bilizar e educar

essa faixa etária para os comporta-mentos de risco de

incêndio.

Campanha sensibiliza para comportamentos de risco na floresta

iniciativa da Agência Integrada para a Gestão de Fogos Rurais (AGIF) pretende chegar a um pú-blico mais jovem através de vári-os materiais pedagógicos com uma linguagem mais apelativa para as crianças, com a expecta-tiva de que elas se transformem em agentes de mudança na so-ciedade e incentivem a sua rede de contactos a alterarem com-portamentos de risco.

Desde 2019 que existe o pro-grama “Portugal Chama”, mas o projeto “Raposa Chama” foi agora criado para “chegar a um público mais específico” e “co-municar os comportamentos de risco de incêndio de uma forma mais facilmente assimilável”, revela Mário Monteiro, da di-reção da AGIF.

“Para as crianças entre os cin-co e os 12 anos sentimos neces-sidade de ter um formato mais apelativo, porque a linguagem é

outra. Por outro lado, sabemos que são elas que a longo prazo vão mudar o país e as crianças podem ser vigilantes, fontes de alerta e de consciencialização”, salientou Mário Monteiro.

A mensagem é a mesma, “mas com outro formato”, por-menorizou o representante da AGIF, que já distribuiu os mate-riais pelos estabelecimentos de ensino e espera que “as escolas e os professores sejam agentes dinamizadores da campanha”.

A primeira abordagem é através da Banda da Floresta, quatro mascotes, cada uma com características diferentes, que gravou a música rap “Com o Fogo Não se Brinca”. O vídeo vai ser visto nas escolas e pretende-se que “promova a discussão e a reflexão sobre o tema”, enfati-zou o dirigente da AGIF.

“Esperamos que eles aga-rrem estas mensagens que es-tão nas músicas”, acrescentou Mário Monteiro.

A Raposa Chama é uma das personagens, cumpridora de to-das as regras e sensível aos cui-dados a ter para evitar o risco de incêndio, em contraponto com McGarra, com quem tem de ar-gumentar.

A iniciativa contempla “ou-tros materiais pedagógicos” e formação de professores, ´work-shops`, passatempos, teatros in-fantis e outras atividades, mas o responsável da AGIF informou que “as ações de maior proximi-dade ainda não foram lançadas”, por quererem envolver outras entidades, como as câmaras municipais, juntas de freguesia, sapadores florestais ou corpora-ções de bombeiros.

Mário Monteiro referiu que “as principais causas dos incên-dios têm que ver com o uso do fogo em dias críticos” e com “ati-tudes negligentes”.

Alertar para os cuidados a ter com queimadas ou fogueiras, com a utilização de máquinas agrícolas em dias de muito calor, mas também ensinar a gerir a vegetação ao redor das comu-nidades ou incentivar a que se conheçam as rotas de evacuação e para onde se deve ir, em caso de incêndio, são algumas das mensagens a transmitir.

O dirigente da AGIF men-cionou o desejo de “a campanha permanecer no tempo” e o ma-terial produzido no seu âmbito “vir a incorporar os conteúdos pedagógicos da escola” e ser introduzido nos manuais esco-lares.

“Mais do que uma cam-panha, é uma medida a prazo e que desejamos que seja estrutu-rante”, realçou Mário Monteiro, que espera ver assim transmiti-dos valores relacionados com a floresta e com o seu valor e do espaço rural.

O responsável da AGIF desta-cou ter sido diminuído em cerca de 40%, desde o início da última década, o número de incêndios diários, em dias de risco, para as cerca de 50 incidências atuais.

“Enquanto não mudarmos o território, a única maneira que temos de diminuir a probabi-lidade de termos grandes incên-dios é diminuirmos o número de ignições nesses dias mais críticos, e todas as faixas etárias devem ser convocadas para este desígnio”, defendeu Mário Mon-teiro.

A

A Autoridade Nacional de Segu-rança Rodoviária (ANSR) lançou,

a 17 de maio, a campanha de

sensibilização ‘Compromisso 30

- Ruas Com Vida’, que visa reduzir em pelo menos 50% o número de mortos e de feridos em con-

sequência de aci-dentes em Lisboa.

ANSR lança campanha para diminuir atropelamentos

Num comuni-cado, a ANSR realça que a campanha é feita em par-ceria com a

Câmara Municipal de Lisboa (CML), a Companhia Carris de Ferro de Lisboa (CARRIS) e a Polícia Municipal de Lisboa (PML) e insere-se na 6.ª Se-mana Mundial da Segurança Rodoviária, da Organização das Nações Unidas (ONU).

A campanha tem como ob-jetivo sensibilizar e envolver os cidadãos para a importância e os benefícios de se redesenha-rem e adaptarem as ruas urba-nas para que os limites de velo-cidade sejam de 30 quilómetros por hora.

“O excesso de velocidade é um dos principais problemas da segurança rodoviária, au-mentando o risco de acidente e gravidade do mesmo. A ve-locidade é fator chave em 30% dos acidentes mortais”, refere a ANSR, adiantando que a cam-panha tem por lema “Ruas para a Vida: Porquê #love30?” e assi-nala o início da 2.ª Década de Ação da Segurança Rodoviária.

Em 2020, indica-se no doc-umento, registaram-se 3.528 atropelamentos, que provo-caram 59 mortes, 290 feridos graves e 3.441 feridos ligeiros.

Lisboa manteve-se como o distrito com maior sinistrali-dade rodoviária, tendo regis-tado 12 óbitos.

“Para alertar os condutores para a importância de redu-zirem a velocidade a que cir-culam, em particular nas zonas com presença de peões, mas também para sensibilizar os peões para o cuidado de verem e serem vistos, a campanha congrega 14 ações de sensibi-lização em vários locais da ci-dade de Lisboa”, acrescenta a ANSR.

“A velocidade a que os veículos circulam é especia-lmente determinante para a gravidade das lesões dos utentes vulneráveis, como os peões e os ciclistas”, alerta a instituição.

Dados do European Safety Council (ETSC), citados pela ANSR, indicam que, numa colisão entre um veículo e um peão, a probabilidade de o transeunte sobreviver é de 90% se o veículo circular a 30 quiló-metros por hora, descendo para 20% se a velocidade for de 59 quilómetros/hora.

“Com uma preocupação par-tilhada em reduzir o número de atropelamentos em Lisboa, a Câmara Municipal de Lisboa, a CARRIS e a Polícia Municipal de Lisboa associaram-se à ANSR, mostrando que os acidentes não são uma fatalidade e as suas consequências mais graves podem ser evitadas através da adoção de comportamentos seguros na estrada, quer por parte dos condutores, quer por parte dos peões. Só com o en-volvimento de toda a sociedade será possível diminuir a sinis-tralidade rodoviária em Portu-gal até ao único número acei-tável de vítimas mortais nas estradas: Zero!”, termina.

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Abril/Maio de 2021 Alto Risco

comunicados das reuniões com C.M.Porto

notícia

Secretariado Regional de Lisboa de ANBP/SNBP reuniram com PAN

ANBP/SNBP reuniu no dia 10 de maio com mais um partido com assento na As-sembleia Municipal de Lisboa. Desta vez, com o PAN (Partido das Pessoas, dos Animais e da Natureza).

Esta foi mais uma das reu-niões que estão a ser feitas com os grupos políticos representa-dos na Assembleia Municipl de Lisboa , tendo já reunido com

as bancadas do Partido Co-munista Português (PCP) e do partido Ecologista “Os Verdes” (PEV).

Em análise estiveram, uma vez mais, problemas relaciona-dos com o Regimento Sapadores Bombeiros de Lisboa, nomeada-mente : COVId19 e o processo de vacinação; ingresso e recru-tamento; promoções; formação e instalações do Regimento Sa-

padores Bombeiros de Lisboa.A este propósito, foi abor-

dada, na reunião, a existência de uma petição pública em que se apela a que as instalações do RSB na Avenida D. Carlos I sejam o local do futuro Museu dos Bombeiros e de um quartel operacional para a segurança da população.

https://peticaopublica.com/?pi=MuseuBombeiroQuartel

Alto Risco Abril/Maio de 2021

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