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1 UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO Escola Politécnica de Pernambuco Coordenação Setorial de Pós-graduação e Pesquisa CAROLINE MARIA DE MOURA REALIZAÇÃO DE ORÇAMENTO DE OBRAS DE CONSTRUÇÃO CIVIL DE UMA EMPRESA AEROPORTUÁRIA

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UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCOEscola Politécnica de Pernambuco

Coordenação Setorial de Pós-graduação e Pesquisa

CAROLINE MARIA DE MOURA

REALIZAÇÃO DE ORÇAMENTO DE OBRAS DE CONSTRUÇÃO CIVIL DE UMA EMPRESA AEROPORTUÁRIA

Recife, PE2011

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UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCOEscola Politécnica de Pernambuco

Coordenação Setorial de Pós-graduação e Pesquisa

CAROLINE MARIA DE MOURA

REALIZAÇÃO DE ORÇAMENTO DE OBRAS DE CONSTRUÇÃO CIVIL DE UMA EMPRESA AEROPORTUÁRIA

Monografia apresentada do Curso de Pós-Graduação de Gestão da Qualidade e Produtividade daEscola Politécnica de Pernambuco da Universidade de Pernambuco,como parte dos requisitos necessários para aobtenção do grau de lato sensu.Orientador: Prof. Ms. Zeferino Jorge Colaço Ramos

Recife, PE2011

3

CAROLINE MARIA DE MOURA

REALIZAÇÃO DE ORÇAMENTO DE OBRAS DE CONSTRUÇÃO CIVIL DE UMA EMPRESA AEROPORTUÁRIA

BANCA EXAMINADORA:

Orientador:

______________________________Prof. Ms. Zeferino Jorge Colaço Ramos.Universidade de Pernambuco.

Examinadores:

___________________________________Professor(a) examinador(a)Universidade de Pernambuco.

___________________________________Professor(a) examinador(a)Universidade de Pernambuco.

Recife. PE2011

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por todos os dias da minha, por sua graça infinita

e pela presente conclusão desse projeto.

Agradeço a meus pais Aluízio Luís de Moura e Elizabeth Maria de

Moura, bem como irmãos Cefas Luís de Moura e Clésio Luís de

Moura pelo sempre constante apoio aos meus estudos e carreira

profissional.

Agradeço ao professor orientador Zeferino Colaço pelo apoio e

orientação desse projeto.

Agradeço ao gerente Robson Perciano da Regional Nordeste da

INFRAERO, pela disponibilidade de informações.

5

Resumo da Monografia apresentada ao curso de Pós-graduação de Gestão da Qualidade e Produtividade da Escola Politécnica de Pernambuco

REALIZAÇÃO DE ORÇAMENTO DE OBRAS DE CONSTRUÇÃO CIVIL DE UMA EMPRESA AEROPORTUÁRIA

Caroline Maria de Moura

Orientador: Zeferino Jorge Colaço Ramos

Número de páginas: 48

A qualidade pode ser definida na área administrativa como eficiência e eficácia e no campo econômico como rentabilidade e produtividade. Para que haja a execução da qualidade total, numa empresa pública ou privada, é de fundamental importância a realização de planejamento de atividades. A elaboração de um perfeito orçamento constitui uma importante ferramenta de planejamento, por tanto de qualidade total. A qualidade satisfatória produz os objetivos: satisfatória utilização dos recursos e alta produtividade. A Qualidade insatisfatória significa a má utilização dos recursos, implicando em desperdícios de material, equipamentos e tempo de equipamento. Na atual situação de competitividade em mercados nacionais e internacionais, o controle dos custos na administração de uma empresa é imprescindível para sua sobrevivência, daí a importância da implantação de um perfeito gerenciamento de um setor de orçamento.

Área de concentração: Pesquisa Orçamentária

Palavra chave: Qualidade Total, Planejamento, Competitividade, Orçamento

6

Abstract of Dissertation presented to UPE

REALIZATION OF THE BUDGET OF CONSTRUCTION WORKS OF NA AIRPORT COMPANY

Caroline Maria de Moura

Supervisor: Zeferino Colaço

Number of pages: 48

Abstract

Quality can be defined as in administrative efficiency and effectiveness in the economic field as profitability and productivity. To have the implementation of total quality in a public or private company, is of fundamental importance to carry out planning activities. The development of a perfect budget constitutes an important planning tool for both total quality. Produces satisfactory quality objectives: satisfactory utilization of resources and high productivity. The poor quality means the misuse of resources, resulting in waste of material, equipment and weather equipment. In the current situation of competitiveness in national and international markets, the cost control in managing a company is essential to its survival, hence the importance of deploying a perfect management of a sector budget.

Area of concentration: Reaserch budget

Keywordes: Total Quality, Plannig, Competitiveness, Budget

SUMÁRIO

7

RESUMO _________________________________________________ 5

ABSTRACT _______________________________________________ 6

1 - INTRODUÇÃO ___________________________________________ 10

1.1Considerações __________________________________________ 11

1.2 Justificativa ____________________________________________ 11

1.3 Objetivo _______________________________________________ 12

1.3.1 Objetivo geral __________________________________________ 12

1.3.2 Objetivos Específicos ____________________________________ 12

2 - METODOLOGIA _________________________________________ 13

3 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ________________________________ 14

3.1 Conceitos de gestão da qualidade e produtividade ____________ 14

3.1.1 Qualidade total _________________________________________14

3.1.1.1 Conceitos da qualidade total _____________________________ 14

3.1.1.2 Os quatro pilares da qualidade total _______________________ 15

3.1.1.3 Produtividade _________________________________________ 15

3.2 Conceitos de orçamento __________________________________ 16

3.2.1 Definição de orçamento __________________________________ 16

3.2.2. Análise de custo _______________________________________ 17

3.2.3 Classificação de custos __________________________________ 18

3.2.3.1 Classificação quanto ao grau de média ____________________ 18

3.2.3.2 Classificação quanto ao volume de produção ________________ 18

3.2.4 Importância da realização de orçamento para a qualidade total ___ 18

4 - RESULTADOS DE PESQUISA SOBRE A FORMULAÇÃO DE ORÇAMENTO DE OBRA CIVIL AEROPORTUÁRIA _______________ 20

4.1 Conceitos elementares ___________________________________ 20

8

4.2 Metodologia a ser adotada ________________________________ 21

4.2.1 Composição de custos ___________________________________ 22

4.2.1.1 Equipamentos ________________________________________ 22

4.2.1.2 Mão-de-obra _________________________________________ 23

4.2.1.3 Materiais e subempreteiros ______________________________ 23

4.2.1.4 Transportes __________________________________________ 23

4.2.1.5 Cálculo de custo unitário direto ___________________________ 23

4.2.1.6 Cálculo de BDI ________________________________________ 24

4.2.1.7 Cálculo do custo unitário total ou do preço de venda do serviço _ 24

4.2.1.8 Exemplo de composição unitária __________________________ 24

4.2.1 Custos diretos __________________________________________ 26

4.2.2 Encargos sociais _______________________________________ 28

4.2.3 Custo indireto __________________________________________ 29

4.2.4 O LDI- Lucro e despesas indiretas ou BDI- Bonificação (ou BENEFÍCIOS) e Despesas Indiretas _____________________________ 30

4.2.5 Preço de venda ________________________________________ 31

4.3 Principais etapas de execução a serem observadas de um orçamento ________________________________________________ 31

4.3.1 Análises iniciais ________________________________________ 31

4.3.2 Levantamento de quantitativos e formação de preço____________ 32

4.3.3 Definição de composição analítica de custo de serviços____________________________________________________33

4.3.3.1 Planejamento das composições de custos __________________ 34

4.3.3.2 Aspectos importantes __________________________________ 35

4.3.4. Definição dos encargos sociais e trabalhistas _________________ 35

4.3.5 Determinação de custos diretos ____________________________ 36

4.3.6 Pesquisa de preços e condições de fornecimento ______________ 36

9

4.3.7 Formação de despesas indiretas ___________________________ 37

4.3.8 Finalização orçamentária _________________________________ 37

4.3.8.1 Definição de lucro e lucratividade _________________________ 37

4.3.8.2 Cálculo de BDI ________________________________________ 37

4.3.9 Desfecho de orçamento __________________________________ 38

4.4 Requisitos para elaboração de uma obra aeroportuária ________ 38

4.4.1 Caracterização do ambiente estudado _______________________ 38

5 - ESTUDO DE CASO- ORÇAMENTO DAS REFORMAS EMERGENCIAIS DOS TERMINAIS DE CARGAS I E II DA EMPRESA PÚBLICA INFRAERO ________________________________________ 43

5.1 Características do estudo de caso _________________________ 43

5.1.1 Objetivo das reformas emergenciais dos terminais de cargas I e II _ 43

5.1.2 Especificações da obra das reformas emergenciais nos terminais de cargas I e II ________________________________________________ 43

5.1.3 Prazo de execução da obra das reformas emergenciais nos terminais de cargas I e II ____________________________________________ 46

5.1.4 Cronograma da obra das reformas emergenciais nos terminais emergenciais de cargas I e II _________________________________ 46

5.2 Elaboração de orçamento das obras reformas nos terminais de cargas I e II _______________________________________________ 47

5.2.1 Execução de primeira etapa ______________________________ 47

5.2.2 Execução de segunda etapa ______________________________ 48

5.2.3 Execução de terceira etapa _______________________________ 50

5.2.4 Execução de quarta etapa ________________________________ 52

6 – CONSIDERAÇÕES FINAIS ________________________________ 53

8 - ANEXOS _______________________________________________ 55

REFERÊNCIA _____________________________________________ 56

1 - INTRODUÇÃO

10

O presente trabalho tem o objetivo de apresentar a metodologia básica para

elaboração de orçamento de obras de construção civil aeroportuária, através

do fornecimento de base conceitual e matemática pesquisados em fontes

bibliográficas, bem como o estudo de caso de uma empresa pública

aeroportuária. O orçamento de uma empresa constitui uma estratégia

financeira de sua administração, a qual estabelece objetivos e metas, contendo

valores em moeda, para a realização de uma perfeita gestão. O estudo do

orçamento, segundo alguns autores, inicia-se na década de 1920. A

administração organizacional vem tendo saltos de qualidade desde a

Revolução Industrial no século XIX. Esta evolução na administração favoreceu

o desenvolvimento de várias técnicas na elaboração dos orçamentos, partindo

do orçamento básico.

1.1 Considerações Preliminares

11

O item 4.1 (Requisitos Gerais) da NBR ISO 9001(ABNT, 2008) diz a que a

organização deve assegurar a disponibilidade de recursos e informações

necessárias para apoiar a operação e monitoramento de processos de um

Sistema de Gestão de Qualidade. O orçamento é portanto uma indispensável

ferramenta para a implantação e manutenção de Qualidade, uma vez que o

mesmo constitui uma das ferramentas de planejamento. Dicionário Aurélio

(1993) descreve a palavra qualidade como um substantivo feminino que dentre

outros sinônimos significa a propriedade, o atributo ou a condição das coisas

ou das pessoas que as distingue das outras e lhes determina a natureza;

superioridade, excelência de algo, etc. Para a realização de qualidade em

qualquer tipo de organização (empresa, institucional, etc) tudo deve ser

planejado, medido e garantido; o que custa dinheiro. O orçamento de uma obra

tem enfoques diferentes para a construtora, para o projetista, para órgão

contratante dos serviços e ainda, para a entidade auditora, daí a necessidade

do orçamento de uma construção ser elaborado de maneira clara , objetiva e

transparente. Também é notória a mudança na condução do controle externo

da execução física, financeira e fiscal das obras públicas, através da

fiscalização da Contraladoria Geral da União, do Ministério Público Federal e

dos Estados, do Tribunal de Contas da União e dos Estados, bem como da

efetiva utilização de instrumentos jurídicos a exemplo da Lei de Licitações e

Contratos (Lei 8.666 de 21 de junho de 1993) e da Lei de Responsabilidade

Fiscal (Lei Complementar nº 101 de 4 maio de 2000), promovendo a

transparência no uso do erário público.

1.2 Justificativa

Na atual situação de competitividade em mercados nacionais e internacionais,

a qualidade, além de preço e prazo de fornecimento, tem uma influência

decisiva sobre a venda de produtos (bens e serviços) no mercado. A garantia

desta qualidade através da implantação de um sistema de gerenciamento da

qualidade, por um lado gera custos, que precisam ser administrados através de

várias ferramentas entre essas estão o orçamento. Em conseqüência da

12

existência deste custo de qualidade cresce a demanda por orçamentos, para

os mais diversos fins, desta forma o Projeto Final de Curso visa contribuir com

todas as categorias interessadas no orçamento no âmbito da Qualidade Total.

1.3 Objetivo

1.3.1 Objetivo Geral

Estudar o Processo Comercial adotado numa empresa pública, no que diz

respeito a elaboração orçamentária de um equipamento público, enquadrado

no sub-setor da construção pesada no segmento de obras aeroportuárias,

mediante um estudo de caso.

1.3.2 Objetivos Específicos

● Conhecer as boas práticas para formulação de um orçamento de uma obra

aeroportuária;

Descrever as rotinas das principais etapas a serem observadas na

estruturação de um orçamento;

● Identificar os insumos necessários à formação da composição do preço de

custo de cada serviço a ser executado;

● Conhecer a documentação de referência necessária para realização de uma

obra aeroportuária.

● Exemplificar os objetivos descritos anteriormente de forma sucinta através de

um estudo de caso que constitue o orçamento das reformas dos terminais de

cargas I e II da INFRAERO (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária)

2 - METODOLOGIA:

13

A metodologia adotada para a obtenção desses objetivos foi o seguinte

planejamento seqüenciado:

a) Inicialmente pesquisaram-se fontes bibliográficas sobre orçamento como

livros, normas e consultas a Internet, como por exemplo: Como preparar

orçamentos de Obras, autor Aldo Dórea; Orçamento na Construção

Civil, Maçahico Tisaka, Total Quality Control,Falconi Campos; NBR ISO

9001 (ABNT, 2008);

b) A seguir, realizou-se o estudo sobre conceitos de orçamento e

qualidade total como definições de custos diretos e indiretos, BDI, ciclo

PDCA e etc;

c) Coletaram-se do setor de trabalho todas as informações necessárias

para elaboração de um orçamento de obra aeroportuária: requisitos

básicos para a realização do mesmo, os insumos necessários à

formação da composição do preço de custo, descrição das etapas

principais da estrutura orçamentária e documentação de referência e

necessária para licitação. A fonte dessas informações foram Normas

Internas e procedimentos da empresa.

d) Realizou-se a síntese das informações mencionadas anteriormente de

forma seqüenciada e objetiva .

e) Realizou-se uma pesquisa de procura ,no ambiente de trabalho, de um

processo orçamentário que constituísse um estudo de caso que

seguisse o padrão das atividades elaboradas no setor de forma sucinta.

f) Em relação a estratégia para atendimento do quarto objetivo como uma

empresa pública deverá realizar o orçamento de obras de construção

civil foi realizado o estudo de caso conforme exibido no presente

trabalho .

g) Estruturou-se o estudo de caso segundo os objetivos específicos

anteriormente citados no tópico 1.3.2, realizando-se a conclusão do

referido trabalho.

3 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

14

3.1 Conceitos de gestão da qualidade e produtividade

Os conceitos descritos visam alcançar o objetivo de análise das boas práticas

para formulação de uma obra aeroportuária.

3.1.1 Qualidade Total

3.1.1.1 Conceitos de Qualidade Total

Na atualidade, o produto ou serviço para ter qualidade precisa atender às

expectativas do cliente, as quais consistem em atendimento às especificações

técnicas, prazo, pontualidade, condições de pagamento, atendimento pré e

pós-venda, flexibilidade e etc. Conclui-se portanto que o conceito de qualidade

evoluiu para a visão de Satisfação do Cliente. O significado da palavra

Qualidade segundo Deming, Juran e Crosby, os chamados gurus da qualidade

total são:

1) Deming- um previsível grau de uniformização, a baixo custo, adequado

ao mercado consumidor

2) Juran- adequado ao uso

3) Crosby- de acordo com os requisitos

O termo Qualidade Total é o estado ótimo de eficiência e eficácia na ação de

todos os elementos que constituem a existência da empresa. A eficácia está

ligada ao processo, é mensurável, é de curto prazo. A eficácia depende do

ambiente, está ligada ao objetivo, é de longo prazo. A Qualidade Total tem

como um dos princípios produzir e fornecer produtos/serviços que atendem os

as necessidades dos clientes, garantindo a sobrevivência através do lucro

contínuo (produtividade); gerenciando a empresa ao longo do processo e não

p/ resultados (prevenção).

A Gestão da Qualidade Total consiste numa estratégia de administração

orientada a criar consciência de qualidade em todos os processos

15

organizacionais. É referida como total, uma vez que seu objetivo é a implicação

não só de todas as escalações de uma organização, mas também de

organização estendida, ou seja, seus fornecedores, distribuidores e demais

parceiros de negócios.

3.1.1.2 Os Quatro Pilares da Qualidade Total

Segundo Falconi, uma empresa sobrevive seguindo os pilares que compõem

o gerenciamento da Qualidade Total ( QCAMS- Qualidade , Custo,

Atendimento, Moral e Segura). Um produto ou serviço de qualidade é aquele

que atende perfeitamente de forma confiável (sem defeito, com segurança), de

forma acessível (baixo custo) no tempo certo, no prazo certo. Executar a

sobrevivência de uma empresa é manter uma equipe de pessoas que que seja

capaz de projetar um produto que tenha as características acima descritas e

conquiste a preferência do consumidor a um custo inferior ao de seu

concorrente.

3.1.1.3 Produtividade

A qualidade é a característica inerente do produto ou do serviço, enquanto que

a produtividade é a eficácia do uso dos recursos para produzir esse produto ou

processar esse produto ou esse serviço. Uma empresa só se torna competitiva

quando se apóia em todas as ações, sobre pilares firmes de qualidade e

produtividade. Sem produtividade os custos ficam elevados, os prazos de

atendimento prejudicados, dando origem a preços e/ou prazos que não atraem

o consumidor, contribuindo também para perda de negócios. A produtividade

realiza a comparação de entrada (INPUT) com a saída (OUTPUT), ou seja,

compara o quanto se gasta para executar a produção de um determinado

produto versus seu preço de venda, independente da aceitação ou não daquele

produto pelo mercado consumidor, ou seja concluímos a equação:

Produtividade = OUTPUT/INPUT. Segundo Falconi (1997), substituindo-se, na

equação anterior, OUTPUT por VALOR PRODUZIDO E INPUT por VALOR

16

CONSUMIDO poderemos visualizar a produtividade como Taxa de Valor

Agregado:

PRODUTIVIDADE = VALOR PRODUZIDO/VALOR CONSUMIDO = Taxa de

valor agregado.

3.2 Conceitos de Orçamento

Os conceitos descritos visam alcançar o objetivo de análise das boas práticas

para formulação de uma obra aeroportuária.

3.2.1 Definição de orçamento

Realizar orçamento, segundo Ávila (2003), é quantificar insumos, mão-de-

obra, ou equipamentos necessários à realização de uma obra ou serviço bem

como os respectivos custos e o tempo de duração dos mesmos. A estimativa

dos custos e o conseqüente estabelecimento do preço de vendas torna-se

uma atividade de previsão. O exercício orçamentário envolve a identificação,

descrição, quantificação, análise e valorização de uma grande série de itens,

requerendo, portanto, perícia técnica. O orçamento deve ser elaborado antes

da realização do produto, muito estudo realístico e detalhado deve ser feito

para que o custo total executado seja pouco diferente em relação ao custo total

planejado. O orçamento pode ser observado sob duas óticas: como processo e

como produto.

Quando o orçamento é visto como processo quando seu objetivo é definir

planos empresariais em termos de custo, onde participam na elaboração e se

compromete com sua realização todo a gerencia da empresa. Além disso, um

orçamento bem elaborado permite planejamento futuro empresarial .

Quando o orçamento é visto como produto, a empresa visa definir o preço de

um produto ou serviço executado pela a mesma.

A administração de Custos empresariais envolve as seguintes etapas:

Planejamento dos recursos – tem por objetivo determinar quais os recursos

(pessoas, equipamentos e materiais) e em que quantidade devem ser

utilizados para executar as atividades do projeto;

17

Estimativa de custo – desenvolver uma aproximação os custos dos recursos

necessários para executar as atividades do projeto;

Elaboração do orçamento propriamente dito- constitue a determinação do custo

total do serviço ou produto.

Controle de custos e análise do progresso físico – objetiva controlar as

mudanças no orçamento do projeto e acompanhar a evolução do progresso

financeiro, isto é monitorar o previsto x realizado do empreendimento.

3.2.2 Análise de Custo

Custo significa os gastos que a organização apresenta com o objetivo de

colocar o seu produto pronto para ser fabricado ou comercializado. No caso de

construção civil torna-se necessária a a visualização de todos os custos

envolvidos com a obra em estudo, do ponto de vista empresarial. O interesse

do empresário é atingir o menor custo possível sobre todos os custos

envolvidos no projeto, a fim de que, sua empresa sobreviva a um mercado

cada vez mais competitivo. A magnitude destes custos depende da natureza,

tamanho e da localização das obras bem como da qualidade da organização

gerencial que a executa, entre outras considerações. A palavra “custo” é o

termo genérico utilizado para referir-se qualquer gasto, seja ou não monetário,

aplicado na produção de um bem ou serviço. Pode-se definir também custo

como sendo um esforço econômico despendido na consecução de um produto.

O orçamento deve apresentar as seguintes metas empresariais:

Transformar-se em um documento um documento contratual, o qual serve

de base para a empresa executora, que vai ser utilizada como uma das

ferramentas para planejamento e controle financeiro da empresa executora;

Realização de análise de viabilidade econômica dos recursos a serem

empregados;

Fornecimento de um banco de dados próprio com credibilidade para a

empresa executora do projeto. O orçamento de um projeto baseia-se na

previsão de ocorrências de atividades futuras que geram custos.

3.2.3 Classificação dos custos

18

Os custos podem ser classificados quanto à facilidade ou de identificação com

o produto, ao grau de média e em função do volume de produção ou da

quantidade produzida.

3.2.3.1 Classificação Quanto ao Grau de Média

Quanto ao grau de média o custo pode ser classificado em custo total e custo

unitário.

Custo Total é o valor consumido para executar um conjunto de unidades do

produto.

Exemplo: custo de um edifício com 20 unidades residenciais e custo de um

conjunto de habitações de interesse social.

Custo Unitário é o valor consumido para fabricar/executar uma unidade de

produto. É obtido pela divisão do custo total pelo número de unidade do

produto.

Exemplo: custo de um apartamento ou custo de uma unidade residencial.

3.2.3.2 Classificação Quanto ao Volume de Produção

Quanto ao volume de produção aos custos poder ser fixos, variáveis:

A)Custos Fixos são custos que tendem a manter-se constantes para uma dada

faixa de volume de produção. São os custos que não se alteram com

alternância de bens ou serviço.

B) Custos Variáveis são custos e despesas cujo produto em unidade

monetárias variam na proporção direta das alternâncias de atividades.

3.2.4 Importância da realização de Orçamento para a Qualidade Total

A abordagem baseada no valor define qualidade em termos de preço aceitável

do produto, sendo um produto de qualidade o que oferece um desempenho a

um custo aceitável. O objetivo maior de um Sistema de Custos da Qualidade é

garantir a fabricação de produtos que satisfaçam aos clientes a um mínimo

custo, contribuindo assim para maximizar os lucros da empresa. A qualidade

19

contribui para a segurança do negócio, estabilização da posição de mercado e

para o melhoramento da posição inicial visando futuros desafios. De fato, a

realização dos níveis de qualidade, prefixados, não ocorrem acidentalmente:

tudo deve ser planejado, medido e garantido; o que custa dinheiro, além de

envolver muitas áreas funcionais na empresa (marketing, projetos,

suprimentos, produção, assistência técnica, dentre outras). Torna-se de

fundamental importância a realização de orçamento do produto ou serviço que

irá ser comprado pela empresa para a sua sobrevivência no mercado. No caso

de empresa pública para a realização de tal compra, realiza-se o processo de

licitação.

4 - RESULTADOS DE PESQUISA SOBRE A FORMULAÇÃO DE

ORÇAMENTO DE OBRA CIVIL AEROPORTUÁRIA

4.1 Conceitos elementares

20

Os conceitos descritos visam alcançar o objetivo de análise das boas práticas

para formulação de uma obra aeroportuária.O orçamento classifica-se quanto

ao nível de precisão e detalhamento em: estimativa de custo e analítico . A

diferença básica entre eles reside na margem de erro do resultado final. A

orçamentação por estimativa de custo é realizada através da comparação de

um histórico de projetos, sendo realizada uma estimativa e a margem de erro

no resultado final pode ser significativa pela ausência de definições do

empreendimento. A orçamentação detalhada ou analítica é realizada após o

desenvolvimento dos projetos sendo, deste modo, mais próxima à realidade, ou

seja, sujeita a uma margem de erro menor. A seguir, vamos para a definição de

alguns conceitos importantes para o estudo de orçamento:

A) Orçamento por estimativa de custos oferece uma grandeza do custo do

empreendimento, baseado em arquivos de projetos similares, utilizando-se

indicadores. Em obras de edificações, um indicador bastante usado é o custo

do metro quadrado construído. Muitas são referências desse indicador,

constituindo o mais usado o custo unitário básico (CUB). Porém as

construtoras podem criar seus próprios indicadores, o que torna o seu

orçamento com uma margem de erro menor. Custo Unitário Básico da

Construção Civil (CUB) representa o custo da construção, por m2, de cada um

dos padrões de imóvel estabelecidos. Os Sindicatos da Industria da

Construção estaduais a calculam e divulgam mensalmente os custos unitários

da construção na sua base territorial, referente a diversos padrões de

construção. A NBR 12.721 define os critérios de coleta, cálculo, insumos

representativos e os seus pesos de acordo com os padrões de construção

(baixo, normal e alto), que levam em conta as condições de acabamento, a

qualidade do material empregado e os equipamentos existentes. O CUB de

cada projeto-padrão é calculado aplicando-se aos coeficientes constantes dos

quadros da NBR 12721 (Lotes básicos ) os preços unitários dos insumos

(material e mão-de-obra) ali relacionados. Esses preços são resultantes de

pesquisa mensal feita pelos sindicatos ( batizados de SINDUSCON na maioria

dos Estados ) junto ao grande número de construtores, que mensalmente

informam os valores calculados. Quanto à mão-de-obra, é aplicado um

21

percentual correspondente aos encargos trabalhistas e previdenciários,

decorrentes da legislação trabalhista.

B) Orçamento analítico ou detalhado é considerado o modo mais detalhado e

com maior precisão de realização de custo da obra. O processo de

quantificação detalhada consiste na utilização de insumos e no método de

custo unitário. O método de custo unitário baseia-se inicialmente no

desdobramento do produto em conjuntos ou partes que seja o resultado de

serviços específicos, realizando-se a partir de composições de custos e

criteriosa pesquisa de preços dos insumos. O orçamento analítico utiliza-se de

uma composição de custos unitários para cada serviço da obra, quantificando a

mão-de-obra, material e equipamento, os quais são gastos na execução do

serviço da obra. São computados os custos diretos e despesas indiretas na

realização desse tipo de orçamento.

4.2 Metodologia a ser adotada

O orçamento das construções ou dos serviços de engenharia civil é igual a

soma do custo direto, do custo indireto e do resultado estimado do contrato

(lucro previsto). A soma do custo indireto e do resultado geram o percentual de

BDI- Benefício e Despesas Indiretas (este termo originou-se do inglês Budge

Diference Income, quando se divide esta adição pelo custo total direto da obra.

O orçamento analítico é realizado através do somatório total das composições

dos custos unitários que demonstram todos os serviços, os quais descrevem

o projeto executivo licitado. Antes de se iniciar as atividades deve-se analisar

as especificações de projeto. Nas especificações técnicas devem estar

contidas todos os serviços existentes no projeto, devem ser claras e objetivas

da mesma forma, a medição e pagamento de cada serviço para garantir ao

construtor totais condições de elaborar seu preço unitário com base neste

documento. A seguir, serão conceituados itens que compõem a execução

orçamentária:

4.2.1 Composição de custos

22

A descrição de composição de custos constitui alcançar o objetivo de

identificar os insumos necessários à formação da composição do preço de

cada serviço a ser executado. Constitui o somatório dos custos ocorridos para

a realização de um serviço ou atividade, individualizado por insumo e de

acordo com certos requisitos pré-estabelecidos. A composição expõe todos os

insumos que entram na execução do serviço, com suas respectivas

quantidades, e seus custos unitários e totais. Custo unitário de serviço é a

soma das despesas efetuadas e calculadas pelo construtor para a sua

execução, distribuídas pelos diferentes elementos constituintes, por unidade de

produção, obedecendo as especificações estabelecidas para os serviços no

projeto e/ou especificações. O cálculo de custos unitários de um serviço requer

o conhecimento de sua própria composição. Não há normas técnicas que

definam os modelos de composição de custo, por isso, quem assume essa

responsabilidade são os editais de licitações. Os insumos necessários a

formação de uma composição de preço de custo de cada serviço a ser

executado são:

4.2.1.1 Equipamentos

O tipo de equipamento, imprescindível para as atividades operacionais utilizado

na obra depende de tecnologia da mesma.

Citamos como exemplo de equipamentos empregados em obras de construção

civil: elevadores, gruas, galeotas, escavadeiras, tratores e etc. o custo de

equipamento é adotado por hora de trabalho. O custo total horário do

equipamento é formado pela soma do custo produtivo mais o improdutivo.

Onde temos as seguintes operações segundo o livro Engenharia de Custos de

Paulo, Vilela Dias:

A – custo produtivo = D (valor da depreciação) + MAT (valor dos materiais) +

MO (valor da mão-de-obra).

B – custo improdutivo = D (valor da depreciação) + MO (valor da mão-de-obra).

4.2.1.2 Mão-de-obra

23

O custo desse item é formado pelos salários base dos trabalhadores, somado

com os encargos sociais e a soma de outras despesas com os mesmos, como

por exemplo; EPI (equipamento de proteção individual), alimentação e etc.

4.2.1.3 Materiais

O custo de materiais depende das especificações e quantidades. São

representados por suas unidades e medidas, as quais podem ser em volume,

em áreas, em cumprimentos, em pesos, em sacos, etc.

4.2.1.4 Transportes

A ocorrência de o valor monetário do transporte ser consideravelmente

pequeno, ou quando a natureza do transporte ser identificada como geral,

então pode-se considerá-lo de forma global incluído no custo indireto. O

transporte comercial dos materiais, isto, é do fornecedor ao canteiro de obras,

deverá estar incluído nos preços adotados para estes. Por isso, torna-se

necessário conhecer o material a transportar, a distância de transporte

distribuída por cada tipo de superfície de rolamento e o volume ou peso de

cada material por unidade de serviço.

4.2.1.5 Cálculo do custo unitário direto

Depois da elaboração de toadas as composições e da realização das demais

etapas necessárias ao efetivo cálculo, pesquisa de mercado, determinação do

custo horário de equipamentos, é que se deve proceder ao cálculo de custo

unitário direto por serviço e total da obra, que corresponde ao produto dos

custos unitários diretos pelas respectivas quantidades. O custo unitário direto

corresponde a soma dos itens de custo unitário (mão-de-obra e equipamento),

matérias e transportes.

4.2.1.6 Cálculo do BDI (Benefícios e Despesas Indiretas)

24

A bonificação é transferida para a composição de custo unitário direto como um

percentual deste. Este percentual corresponde a razão entre o ( custo indireto

total + lucro) e o custo direto total da obra.

4.2.1.7 Cálculo do custo unitário total ou do preço de venda do serviço

O custo unitário total, que corresponde ao preço final ou de venda, exige o

conhecimento do custo direto total da obra. Este é calculado em etapa posterior

do orçamento e é definido como sendo a soma dos valores do custo direto do

serviço e do BDI.

4.2.1.8 Exemplo de composição unitária

Composição do custo unitário de serviço:

Execução de execução de coberta com telha de fibrocimento 6 mm-(2,44m x

1,10m), com argamassa de 1:4:

Unidade: M2 Data: mar/

211

Equipament

os:

Betoneira

320l

Quant. Coeficien

te

Produtiv

o

Coeficiente

Improdutivo

Custo

horário

Produtivo

Custo

horário

Improduti

vo

Custo

horári

o

0,46 0 60,00 0 27,60

Transporte

Caminhão

6,00m3

1,00 0 95,00 0 95,00

25

Mão-de-

obra

Unid

h

consumo Custo horário Custo

total

pedreiro h 0,46 7,08 3,25

servente h 0,46 3,54 1,63

Materiais uni consumo Custo unitário Custo

total

cimento kg 5,35 0,44 2,35

areia L 0,0057 58,63 0,334

Tijolos(10x

20x20)

unid 2,14 0,4 0,86

Telha

fibrociment

o

M2 1,00 18,18 18,18

Custo

total

149,204

BDI 30%

Custo

44,76

Custo total Custo

total+BDI

R$ 193,964

Tabela de autoria própria.

4.2.1 Custos diretos

Corresponde aos custos operacionais e de infra-estrutura importantes para

transformação do produto final da obra de construção civil bem como os

materiais e equipamentos que formam a mesma, caracterizam-se esses custos

por mão-de-obra e logística (canteiro de obra, transporte, materiais e

equipamentos) bem como outros custos.

26

Em resumo obtemos o custo direto total da obra realizando-se o somatório do

produto quantitativo multiplicado pelo custo unitário na planilha orçamentária.

Por exemplo; para o caso de manutenção da coberta os insumos diretos são as

horas empregados de servente, betoneira e dos materiais em função do traço

exigido (mão do traço exigido (m3 de areia, kg de cimento e aditivo). Citamos

os seguintes itens que constituem custos diretos:

A) Mobilização e Desmobilização de pessoal e equipamentos;

Esse custo é formado pelas atividades operacionais de transporte de todos os

itens ( pessoal e equipamentos ) até o local da obra e fazer retorná-los até o

local de origem. Calcula-se o custo da mobilização e desmobilização de

equipamentos em função da localização da obra, isto é, deve ser traçada a

rota a ser percorrida pelo transporte e identificada a distancia de transporte.

Também consideram-se nesse percurso os gastos relacionados às dificuldades

em remover cada máquina . Onde temos as seguinte equações: Custo de

Mob/Desmob. De Equipamentos = Custo horário de transporte em carreta

própria x quantidade de horas necessárias ao transporte das máquinas. Custo

da Mobilização/Desmobilização de Pessoal = quantidade de funcionários x

preço do deslocamento de cada funcionário. A mobilização e desmobilização

de pessoal consistem na mesma sistemática do custo de mobilização. Em

resumo temos as seguintes equações que descrevem esses custos:

Custo de Mob/Desmob. de equipamentos= Custo horário de transporte em

carreta própria x quantidade de horas necessárias ao transporte das máquinas

Custo de Mob/Desmob. de pessoas = Custo horário de transporte em carreta

própria x quantidade de horas necessárias ao transporte de pessoas

“A mobilização e desmobilização são constituídas pelo conjunto de

providências e operações que o Executor dos serviços tem que efetivar a fim

de levar seus recursos, em pessoal e equipamento, até o local da obra e,

inversamente, para fazê-los retornar ao seu ponto de origem, ao término dos

trabalhos. (em DNIT- Sicro 2 Manual de Custos Rodoviário- Volume 1-

Metodologia e Conceitos pag 10.2003)

27

B) Instalação Provisória da Obra

É um componente do custo direto necessário para a construção da obra e

compreende as seguintes instalações dimensionadas de acordo com o seu

porte:

Preparação do terreno para instalação do canteiro

Cerca ou muro de proteção e guarita de controle de entrada do canteiro

Construção do escritório técnico e administrativo da obra constituídos por

sala do engenheiro responsável, sala de reunião, sala do assistente

administrativo, sala dos engenheiros, sala de pessoal e recrutamento, sala

da fiscalização, etc.

Sala de enfermaria, almoxarifado, carpintaria, oficina de ferragens, etc.

Vestiários, sanitários, cozinha e refeitório

Custos com mobiliário

Oficina de manutenção de veículos e equipamentos

Alojamento para os empregados

Guaritas

Placas da obra.

Implantação das unidades industriais (britador, central de concreto, canteiro

de pré-moldados e etc)

C) Administração Local

Constituem-se os custos indiretamente ligados a realização da obra, não são

mensuráveis diretamente através da produtividade da mão-de-obra e

equipamentos Define-se Administração Local como sendo os custos relativos à

administração do Canteiro de Obras. São as despesas para manutenção das

equipes técnica e administrativa e da infra-estrutura necessárias para execução

da obra. Constitui um componente do custo direto necessário para compor os

custos em relação a manutenção e operação das instalações provisórias

construídas, como também com a locação e/ou aquisição de equipamentos

pesados, necessários para a execução da obra ou serviço de engenharia.

28

Entre as despesas que normalmente são colocadas nesse item, encontram-se:

gastos relativos a pessoal (engenheiros, mestres, encarregados, almoxarifes,

vigias, pessoal de recursos humanos e demais mãos-de-obra não computada

nas planilhas de custos unitários dos serviços) e despesas administrativas

(contas de telefone, luz e água, cópias, aluguéis), dentre outros.Será adotada a

planilha, semelhante à Planilha de Quantidade da obra, onde constarão todos

os itens de custo que lhe são pertinentes. Normalmente anexada à proposta de

preços.

4.2.2 Encargos sociais

São os impostos instituídos pela legislação e pelas convenções do trabalho, os

quais se somam o salário base que o empregado tem direito. A legislação de

encargos sociais muda, por isso o orçamentista deve estar atualizando-se

constantemente; segundo Aldo Dórea Mattos os encargos sociais dividem-se

em dois tipos;

Encargos em sentido estrito: despesas trabalhistas previstas em lei para

o empregador.

Encargos em sentido amplo: toda despesa trabalhista, sendo contratual

ou despesas diversas como alimentação e etc.

Os encargos sociais no sentido estrito podem ser horistas, os trabalhadores

são pagos em horas trabalhadas, ou mensalistas, quando esses são pagos por

mês de trabalho, dependendo da forma de contratação do empregador

4.2.3 Custo indireto

Constituem-se os custos indiretamente ligados a execução da obra, não são

mensuráveis diretamente através da produtividade da mão-de-obra e

equipamento. Custos indiretos não são constituintes dos serviços de campo

(concretagem, forma , ferragem, revestimento, etc), sendo porém um

percentual desses. Tornam-se as despesas realizadas pelas atividades da

construtora. São subseqüentes ao projeto já quantificado. Denominam-se as

despesas indiretas: administração central, tributos federais (PIS/COFINS,

29

CPMF), tributos municipais (ISS), seguros, riscos e garantias. Citamos como

exemplo os seguintes itens que constituem as despesas indiretas :

A) Administração Central

Constituem os gastos da sede da construtora. Esses custos são caracterizados

pela administração e manutenção da construtora como por exemplo: despesas

com pessoal, atividades contábil, jurídica, financeira compras, aluguel de

imóveis, veículos, água, esgoto telefone. Essas despesas devem ser tiradas

pelos contratos das obras. Geralmente as construtoras adotam a administração

central como a razão entre o custo da sede e o faturamento mensal.

B) Constitui aos tributos que são emitidos sobre nota fiscal de serviços

ISS - Imposto sobre Serviços de qualquer natureza que tem como

características a competência municipal, a alíquota varia de4 município

para município. Esse é um imposto que serve como instrumento de

atração de empresas e negócios para aqueles municípios que

estabelecem alíquotas baixas

CONFINS - é a contribuição para financiamento da seguridade social

que tem a competência federal, a base de cálculo é o faturamento. Esse

imposto se destina a seguridade social, atividade implementada pelo 5S

(SESC, SESI, SENAC, SENAI e SEBRAI)

PIS - foi instituído com o objetivo de financiar o pagamento de seguro

desemprego e do abono para os trabalhadores que ganham até dois

salários mínimos (14º salário) Outra parte dos valores arrecadados é

utilizada pelo Governo Federal para financiar programas de

desenvolvimento econômico.

C) Taxa de risco do empreendimento

30

O seu valor depende do nível de confiança, de detalhamento do nível do

projeto básico e executivo, racionalização de execução das etapas de

construção da obra e etc.

4.2.4 O LDI - Lucro e Despesas Indiretas ou BDI - Bonificação (ou Benefícios) e

Despesas Indiretas pode ser definido como:

“O resultado de uma operação matemática para indicar a margem que é

cobrada do cliente incluindo todos os custos indiretos, tributos, etc. e

logicamente sua remuneração pela realização de um empreendimento.” -

Instituto de Engenharia

Constitui a soma do custo indireto mais o lucro do construtor (materiais, mão-

de-obra, equipamentos), eleva-o ao seu valor final, ou seja, ao preço de venda.

Geralmente cada empresa tem o seu BDI e ele pode ser distinto de obra para

obra. É importante notar que, quanto maior o número de obras e/ou serviços, o

valor do BDI pode ser reduzido, uma vez que alguns custos indiretos serão

diluídos proporcionalmente ao numero de contratos, aumentando-se a

competitividade da empresa. Recomenda-se um bom conhecimento do seu

próprio BDI e do custo direto de cada obra/serviço, pois, mantida a mesma

tecnologia, atuando na mesma região, não há grande variação no custo direto

das empresas que nela atuam.

4.2.5 Preço de venda

O preço de venda é a soma do custo direto mais o BDI. Por isso, para o

cálculo do preço de venda é necessário inicialmente levantar todos os custos

diretos envolvidos. Torna-se necessário entender como é feita a composição

dos preços para a venda de um serviço de execução na construção civil, onde

entram não somente os materiais a serem utilizados, como também mão-de-

obra necessária para execução e todas as demais despesas com

administração, fiscalização, impostos, taxas, ferramentas e, evidentemente, o

lucro esperado pelo prestador de serviços. O valor do lucro do construtor

depende também da lei da oferta e procura, ou seja, quanto maior a oferta

31

menor o lucro que o mesmo pode ter. Devido a alta competitividade no

mercado imobiliário o construtor deve enxugar seus custos (direto + indireto) ao

máximo. Segue-se a seguinte equação para cálculo do preço de venda:

PV = CD (1+LDI), onde PV = Preço de Venda e CD = Custo Direto

4.3 – Principais etapas de execução a serem observadas de um orçamento

Escrever as principais fases de realização de um processo orçamentário visa

alcançar o objetivo de descrever as rotinas das principais etapas a serem

observadas na estruturação de um orçamento. Torna-se imprescindível na

elaboração de um orçamento de uma obra aeroportuária a realização das

seguintes etapas:

4.3.1 Análises Iniciais

O entendimento do projeto deve ser a primeira etapa da execução do

orçamento, para que não haja equívocos e a ação de refazer o trabalho. Torna-

se uma atitude racional do projetista que o mesmo conheça as especificações

técnicas dos produtos oferecidos pelo mercado, pois tal atitude facilita as

cotações. Após o recebimento dos documentos oriundos do órgão licitante

(Edital de Licitações e/ou Memorial Descritivo) se faz um estudo detalhado

deste material, para determinação do tipo de serviço a ser executado, bem

como, sua localização, especificações técnicas, forma de medição e

pagamento, etc. Entende-se ser impossível elaborar qualquer orçamento, sem

a realização da visita técnica ao local de realização dos serviços. A análise

inicial deve ter as seguintes atividades:

a) Leitura e interpretação do projeto e especificações técnicas

Todo orçamento baseia-se num projeto, seja ele básico ou executivo. A

consistência É o projeto que norteia a elaboração do orçamento. É a partir do

projeto onde serão identificados os serviços constantes da obra com suas

respectivas quantidades, o grau de interferência entre eles, a dificuldade

32

relativa de realização das tarefas, etc. As especificações técnicas são

documentos de texto que trazem informações de natureza mais qualitativa que

quantitativa.

b) Leitura e interpretação do edital

O edital é o documento que rege a licitação. Ele traz as regras do projeto,

trazendo informações como: prazo da obra, critérios de medição,

documentação requerida, regime de preços ( unitário, global, por

administração), seguros exigidos, etc.

c) Visita técnica

A visita serve para tirar dúvidas, levantar dados importantes, tirar fotos, avaliar

o estado das vias de acesso e verificar a disponibilidade de matérias,

equipamentos e mão-de-obra na região . O levantamento de dados da visita é

facilitado utilizando-se formulários.

4.3.2 Levantamento de Quantitativos e Formação de Preços

Com todos os projetos executivos em mãos caberá efetuar o levantamento

desses serviços a serem realizados, e ainda, suas quantidades quando a

empreitada for por preço global. Após a análise dos projetos, especificações

técnicas e plantas construtivas é feito o levantamento das quantidades. O

conhecimento dos serviços necessários à realização da obra dará condições

de estabelecer a lista dos custos unitários que deverão ser compostos para a

formação do orçamento. O levantamento deverá ser realizado após análise

minuciosa do edital, do contrato e do projeto. Seja preço global, seja unitário, a

necessidade dos projetos é imprescindível, na elaboração, o projeto executivo

retrata a real visão do orçamento em questão. O processo de levantamento

das quantidades de cada material deve sempre deixar uma memória de

cálculo fácil de ser manipulada, a fim de que as contas possam ser conferidas

por outra pessoa e que uma mudança de características ou dimensões do

33

projeto não acarrete um segundo levantamento completo. Em vista disso, são

normalmente usados formulários padronizados por cada empresa.

Normalmente a empresa possui um banco de dados contendo composições

com índices de consumo obtidos a partir do controle de obras assemelhadas

executadas anteriormente, levantadas por apropriações em campo. Com todos

os projetos executivos em mãos caberá efetuar o levantamento dos serviços a

serem realizados, e ainda, suas quantidades quando a empreitada for por

preço global. Após a analise dos projetos, especificações técnicas e plantas

construtivas é feito o levantamento das quantidades. O conhecimento dos

serviços necessários à realização da obra dará condições de estabelecer a lista

dos custos unitários que deverão ser compostos para a formação do

orçamento. Esta atividade deverá ser realizada após analise minuciosa do

edital, do contrato e do projeto. Seja preço global, seja unitários, as

necessidades dos projetos é imprescindível, na elaboração do orçamento, o

projeto executivo retrata a real visão do orçamento em questão.

4.3.3 Definições de composição analítica de custos de serviços

Segundo Dias (2001), entende-se como custo unitário de serviço o somatório

das despesas efetuadas e calculadas pelo construtor e sua execução,

distribuídas pelos diferentes elementos constituintes, por unidade de produção,

obedecendo as especificações estabelecidas para os serviços no projeto e/ou

especificações. Não existem normas técnicas que definem os modelos de

composição de custo, portanto, quem assume essa responsabilidade são os

Editais de Licitações.

4.3.3.1 Planejamento das Composições de Custos

A composição de custos de um determinado serviço de construção é a soma

de todos os insumos, ou seja, materiais, mão-de-obra e meios de produção que

atuam diretamente nesta atividade. Nos orçamentos as composições de

serviços são apresentadas sob a forma de composições de custos, onde cada

um de seus insumos apresenta um índice de consumo por unidade de serviço,

34

que multiplica pelo respectivo custo unitário resulta no valor unitário do insumo

para a execução da unidade daquele serviço.

As composições de custos foram desenvolvidas no sentido de facilitar e agilizar

o trabalho do orçamentista. As composições permitem calcular todas as

quantidades e custos dos insumos componentes de uma atividade, apenas

com base no levantamento das quantidades do serviço em projeto e nos

preços unitários dos insumos.

Para que essas composições possam espelhar a realidade e permitir um

planejamento de custos adequado, é necessária a adoção de composições que

se enquadrem à realidade do processo construtivo relativa a determinada

atividade.

As composições de custos adotados pelo mercado da construção são obtidas

por:

Apropriações de serviços feitas pelo empreendedor em diversas obras;

Revistas técnicas especializadas;

Livros técnicos sobre composição de custo;

Cadastro de composições de empresas de consultoria especializada em

planejamento e gerenciamento de construção;

Composições de fabricantes e fornecedores de materiais e empresas

especializadas prestadoras de serviços de construção.

4.3.3.2 Aspectos Importantes

Para uma adequada montagem das composições de custo das atividades de

construção civil pesada o profissional responsável pela sua elaboração deve

levar em conta os seguintes aspectos:

Conhecimento profundo do processo executivo da atividade. Isto ocorre através

da experiência profissional responsável pela sua elaboração que deve levar em

conta os seguintes aspectos:

O título da composição deve apresentar uma descriminação clara e detalhada

da atividade e sua respectiva unidade de medida, enfatizando considerações

importantes sobre o processo construtivo e suas características, medidas,

traços, espessura e etc.;

35

A relação completa dos materiais, ferramentas e equipamentos que compões o

serviço, a sua unidade de medida e o consumo unitário em relação à unidade

desta atividade devem ser mencionadas claramente, bem como as

considerações de perdas de materiais.

A relação completa de mão-de-obra direta empregada, sua unidade de

apropriação e a respectiva produtividade. É importante enfocar quais os

serviços que compõem a atividade (transporte horizontal, transporte vertical,

preparo de materiais, aplicação dos materiais). Deve-se destacar a taxa de

encargos sociais considerada para efeito do calculo do custo total da mão-de-

obra. Informações claras do processo de levantamento das quantidades e dos

critérios de medição adotadas para as obtenções dos índices de consumo e

produtividade da atividade apropriada. Abaixo são ressaltados os elementos

que compõem uma composição de preços, citando cada um desses, de forma

clara e objetiva.

4.3.4 Definição dos Encargos sociais e trabalhistas

Consiste na definição do percentual de encargos sociais e trabalhistas a ser

aplicado à mão-de-obra. Envolve os diversos impostos que incidem sobre a

hora trabalhada e os benefícios a que têm direito os trabalhadores e que são

pagos pelo empregador.

4.3.5 Determinação dos custos diretos

Os custos diretos, descritos anteriormente, são ligados diretamente aos

serviços de campo. A unidade básica é a composição de custos, os quais

podem ser unitários, ou seja, referenciados a uma unidade de serviço ( quando

ele é mensurável- ex: kg de armação, m3 de concreto).

4.3.6 Pesquisa de Preços e Condições de Fornecimento

A partir de uma relação completa dos insumos básicos do orçamento, faz-se a

pesquisa de preços e as condições de fornecimento dos diferentes itens de

36

custo da obra. Se levará em conta além do custo intrínseco de cada insumo ou

serviço especializado, as condições de pagamento (à vista/a prazo), o local de

disponibilidade do material (CIF/FOB), o tipo de transporte e os impostos

(ICMS, IPI, etc.) é de fundamental importância de um cadastro cariado de

fornecedores, de forma a se ter uma amostragem do mercado. O conhecimento

das quantidades e da relação de especificação do material certamente influirá

no nível dos preços. Quanto maior a amostragem, maior a possibilidade de

melhores ofertas. Um bom cadastro de fornecedores é o primeiro passo para

uma boa cotação. A concordância de um antecipado compromisso de

fornecimento poderá render um bom desconto. A pesquisa de similaridade

deverá ser feita de forma a manter a qualidade, pois a relação (custo/beneficio)

poderá não ser a melhor. Todo um trabalho de otimização das quantidades e

estudos alternativos do projeto poderá ser prejudicado por uma má cotação.

De forma geral, nesta etapa serão definidos os valores do insumos básicos,

mão-de-obra, materiais, equipamentos, sub-contratados e transportes, de

acordo com o estabelecido nos demais itens deste trabalho. No caso do

insumo mão-de-obra, o mesmo Serpa é definido através da consulta do

dissídio trabalhista referente ao sindicato da região onde serão executado os

serviços, contudo, quando a obra engloba mais um município, será definido o

que irá prevalecer dentre todos.

4.3.7 Formação das Despesas Indiretas

Consiste na determinação dos insumos considerados como indiretos, mesmo

quando discriminados na planilha de orçamento, necessários ao perfeito

acompanhamento da execução dos serviços.

Estes itens de custo são, dentre outros:

Administração Central do Escritório;

Despesas Financeiras;

Impostos incidentes sobre o Faturamento.

4.3.8 Finalização orçamentária

37

4.3.8.1 Definição de lucro e lucratividade

O lucro conceitua-se, do ponto de vista contábil, como diferença entre receitas

e despesas, sendo portanto um valor absoluto. Por isso, o lucro por si só não

diz muito. Se alguém, aufere, por exemplo, um lucro de R$ 100.000,00 em um

contrato, o valor absoluto não quer dizer muito. Se tal lucro foi obtido em um

contrato de R$ 500.000,00, sua representatividade é muito maior do que se em

um contrato R$ 2.000.000,00. A medida da relatividade ocorre pela

lucratividade que é a relação entre o lucro e a receita, expresso em percentual.

4.3.8.2 Cálculo do BDI

Em caso, de planilhas de concorrências as propostas são baseadas nos

serviços nelas listados, o construtor precisa diluir sobre esses itens todo custo

que não aparece explicitado. Sobre o custo direto é necessário aplicar um fator

que represente o custo direto e o lucro, além dos impostos incidentes. Este

fator de majoração é o BDI- Benefícios e Despesas Indiretas.

4.3.9 Desfecho do orçamento

A finalização do orçamento ocorre com a determinação do preço de venda.

Como foi dito anteriormente preço de venda é a soma do custo direto mais o

BDI. Para isso é necessário entender como é feita a composição dos preços

para a venda de um serviço de execução na construção civil, onde não

somente os materiais a serem utilizados, como também a mão-de-obra.

4.4 Requisitos para a elaboração de uma obra aeroportuária

O assunto descrito visa alcançar o objetivo de conhecer a documentação de

referência necessária para realização de uma obra aeroportuária.

4.4.1 Caracterização do ambiente estudado

38

O ambiente do setor de orçamento da empresa pública brasileira INFRAERO

(Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária), localizada na Av.

Marechal Mascarenhas de Morais, Nº 6211, Recife, PE. Esse referido setor

realiza orçamento de obras de construção civil dos aeroportos dos seguintes

Estados do Nordeste:Pernambuco, Ceará, Sergipe, Rio Grande do Norte,

Alagoas e Paraíba. Uma equipe na área de engenharia segue as diretrizes das

seguintes normas internas para execução de suas atividades orçamentárias:

A. Manual de procedimentos ( Estimativa de Preços)- MP-6.01 (LCT)

B. NI- 14.09 EGA_25.11.2010

C. IP 233/DA/DE/2008

D. Lei 8.666 de Licitações e Contratos

A) Manual de procedimentos ( Estimativa de Preços)- MP-6.01 (LCT)

Esse manual relata que se deve elaborar a identificação dos preços

unitários de cada um dos itens, podendo as informações para

concretização de pesquisa de preços serem obtidos por meio dos

seguintes fontes:

Atos de registro de preços

Acordo, dissídio, convenção coletiva e trabalho

Banco de dados oficiais, a exemplo do Sistema Nacional de

Custos e Índices da Construção Civil – Sinapi e Sistema de

Custos de rodovias- Sicro-mercado ( consulta a fornecedores.

Cotação de mercado (Consulta a fornecedores)

B) NI- 14.09 EGA_25.11.2010

Essa norma tem por finalidade estabelecer diretrizes e disciplinar as

atividades de classificação e numeração dos documentos de

estudos, planejamento e projetos de engenharia, com base em

codificação de documentos técnicos, para fins de controle e arquivo.

C) A norma interna da INFRAERO IP 233/DA/DE/2008 tem a finalidade

de:

39

C1) Buscar harmonia de uma metodologia de composição de preços de obras

e serviços de engenharia, com o objetivo de tornar uniforme os critérios de

cálculo das taxas de Encargos Sociais e BDI.

C2) Buscar a padronização de planilhas referenciais das licitações de

obras/serviços de engenharia.

Deste modo, a padronização e descriminação das composições de Encargos

Sociais e BDI nas licitações de obras e serviços de engenharia no âmbito da

INFRAERO, além de suprir a deficiência de normas técnicas sobre essas

questões, permitirá a avaliação da exeqüibilidade das propostas quanto ao

atendimento da LEI nº 8.666/93, a verificação de incidência do Tributos,

Despesas Fiscais e Contribuições, evitando questionamentos e insegurança

administrativa no processo das licitações, além da avaliação sobre a

pertinência de eventuais alegações de desequilíbrio econômico-financeiro, os

quais ocorrem durante a execução dos contratos. Os Encargos Sociais seguem

a legislação nacional existente

Os Encargos sociais seguem a legislação nacional existente e são

classificados em:

Grupo “A”-Custos Previdenciários sobre a folha de pagamento

Grupo “B”- Aprovisionamentos

Grupo “C”- Custos que não incidem sobre ele os encargos do Grupo A

Grupo “D”- Encargos referentes à incidência sobre outros encargos

Encargos Sociais do Grupo A sobre o Grupo B

Encargos Sociais do Grupo A sobre Aviso Prévio Indenizado

D) Determinação da Lei 8666

D.1) Conceito de Licitação

Trata-se de um procedimento administrativo formal, realizado sob regime de

direito público, que antecede à celebração do contrato administrativo, pelo qual

o órgão público seleciona com quem contratar, definindo as condições de

direito e de fato que regularão essa relação jurídica. Toda licitação, segundo

Meirelles (1999) conduz a um contrato que objetiva a um serviço, uma obra,

40

uma compra ou uma alienação de interesse público. A própria Lei nº 8.666, de

21 de junho de 1993, em seu art. 3º, caput, conceitua licitação:

“A licitação destina-se a garantir a observância do princípio a observância do

princípio constitucional da isonomia e a selecionar a proposta mais vantajosa

para a Administração e será julgada em estrita conformidade com os princípios

básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da

publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento

convocatório, do julgamento e dos que lhes são correlatos.”

D2) Modalidades de Licitação

No seu artigo 22 da Lei nº 8.666/93, legislação que rege a matéria, estabelece

cinco modalidades de licitação:concorrência, tomada de preços, convite,

concurso e leilão. Segue a descrição abaixo dessas modalidades:

D.2.1) Concorrências

A concorrência é estabelecida para grande obras (prédios da administração

publica, barragens, pontes) . Contratos mais expressivos de fornecimento

(merenda escolar, medicamentos, coleta de lixo) e aquisição de equipamentos

(aparelhos hospitalares, gerador, radar). A concorrência é a modalidade que

coloca mais exigências para a habilitação das empresas concorrentes. Tem

prazos maiores para apresentação de proposta. Torna-se obrigatória quando

se trata de alienação de imóveis da administração, assim como nas licitações

internacionais que são aquelas que convocam também participantes

estrangeiros, geralmente quando ha escassez de fornecedores brasileiros,

também ocorrendo quando os recurso pra o contrato vem de organismos

financeiros internacionais.

D.2.2) Tomada de preços

Somente podem participar as empresas as quais se cadastraram no órgão

contratante (ou em algum sistema centralizado do Governo) ou que atendam

41

as condições exigidas no cadastramento até três dias antes da data de receber

as propostas. Através do cadastramento se reduziu a papelada analisada pelo

órgão licitante, agilizando o processo já que basta verificar o certificado do

registro cadastral para comprovar a habilitação jurídica qualificando técnicos,

qualificação econômico-financeira e regularidade fiscal da empresa.

D.2.3)Concurso

Destina-se quando ocorre a necessidade de algum trabalho intelectual –

técnico artístico ou científico. O valor pago ao vencedor do concurso é fixado

de antemão pelo órgão. O julgamento é realizado por uma comissão julgadora,

que avalia a adequação à administração publica os conceitos estabelecidos,

parâmetros estéticos e funcionais, a aplicabilidade. São exemplos de objeto de

concurso: a escolha do projeto arquitetônico para uma praça, um parecer de

um jurista para utilização numa demanda judicial e a criação de uma marca ou

embalagem.

D.2.3) Pregão

Surgiu para agilizar a compra de bens e serviços ordinários para a

administração publica. São bens e serviços comuns, que podem ser

plenamente específicos em edital. Devido a agilidade e a economia

administrativa, o pregão acontece com prazos reduzidos e com as ofertas

dadas em sessão publicas, na qual também se jugam eventuais recursos

interpostos pelos participantes. A disputa na hora entre os proponentes tem a

grande vantagem de tornar barato os bens e serviços para o órgão comprador.

O critério de julgamento é sempre o menor preço. No pregão eletrônico, os

proponentes submetem seus preços pela internet, tornando-se visíveis para

todos os concorrentes. São exemplos de objeto de pregão: cartuchos de

impressora, aparelhos de fax, estantes para escolas e passagens aéreas.

D.3.3) Leilão

42

Ocorre quando a administração publica deseja vender produtos que não lhe

são mais servidos. O vencedor é aquele que der o maior lance .São exemplos

de objetos de pregão: bens apreendidos pela Fazendo Pública e bens

penhorados.

5 – ESTUDO DE CASO

5.1 Estudo de Caso- orçamento das reformas dos terminais de cargas I e

II da empresa pública INFRAERO

A Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária, localizada na Av.

Marechal Mascarenhas de Morais, Nº 6211, Recife, PE realizou reformas

emergenciais nos Tecas (Terminais de cargas) I e II do Aeroporto Internacional

do Recife/Guararapes-Gilberto Freyre, Recife/PE, objeto de licitação pública

pautada na lei 8.666/93. O Estudo de Caso dessa presente monografia

consistiu no orçamento dessas reformas citadas anteriormente onde está

incluso a mão-de-obra, matérias, equipamentos e todos os impostos

necessários para execução das reformas referidas anteriormente. O Estudo de

Caso consiste tem a seguinte descrição:

5.1.1 Objetivo das reformas emergenciais dos terminais de cargas I e II

As obras de reformas emergenciais dos Terminais de Cargas tem como

principal objetivo aumentar a eficiência e eficácia operacional dos mesmos. O

TECA (Terminal de cargas) tem a função de ser o local onde ocorrem

atividades que possibilitam recebimento (paletização) e descarga

(despaletização) das cargas tanto ar quanto no lado terra. O TECA também

tem a função de armazenamento, embora com o menor tempo possível, de

cargas. Estão presentes no TECA as autoridades que tem como função

principal justamente esta etapa final: prover o desembaraço e a documentação

das cargas aéreas, em especial as cargas importadas. Receita Federal, Policia

Federal, Ministério da Saúde e o Ministério da Agricultura devem trabalhar em

43

uníssono com as autoridades Aeroportuárias, empresas aéreas e agentes de

carga [utilizando o Maximo as modernas ferramentas da telemática.

5.1.2 Especificações das reformas dos terminais de carga I e II

Denomina-se contratada a empresa executora da obra. A responsabilidade da

contratada é integral para a obra nos termos do Código Civil Brasileiro, não

implicando em diminuição da referida responsabilidade, a presença da

fiscalização da INFRAERO. Durante 5(cinco) anos após o recebimento

definitivo dos serviços e obras, a contratada responderá por sua qualidade e

segurança em conformidade com o artigo 618 do Código Civil Brasileiro,

devendo efetuar a reparação de quaisquer falhas, vícios, defeitos ou

imperfeições que se apresentem nesse período, independentemente de

qualquer pagamento do contrato. A contratada foi responsável pela

observância das leis, decretos, regulamentos, portarias e normas federais,

estaduais e municipal direta e indiretamente aplicáveis ao objeto do contrato,

inclusive por suas subcontratadas e fornecedores.

A contratada sob pretexto algum pode argumentar desconhecimento do local

onde irá implantar a referida obra, devendo a mesma visitar o local da

obra/serviço, antes da apresentação de suas propostas. Todas as condições

locais deverão ser adequadamente observadas, devendo ainda ser

pesquisados e levantados todos os elementos, quantitativos, etc. que possam

influenciar no desenvolvimento dos trabalhos, de modo que não serão

atendidas solicitações durante os serviços sob o argumento de falta de

conhecimento das condições de trabalho ou de dados do projeto. Para facilitar

o controle da fiscalização, a contratada manterá na obra um conjunto de todos

os projetos, especificações técnicas e demais documentos relacionados com a

mesma. Todas as licenças, multas, impostos e selagens serão a cargo da

contratada, bem como as referentes a outras despesas financeiras que incidam

ou venham a incidir sobre a obra ou serviços.Fica a cargo da contratada

providenciar junto ao CREA as Anotações de Responsabilidade Técnica –

ART’s referentes ao objeto do contrato e especialidades pertinentes, nos

termos da Lei nº 6496/77, assim como obter junto à Prefeitura Municipal o

44

alvará de construção e, se necessários, o alvará de demolição, na forma das

disposições em vigor. A contratada deverá manter no recinto das

obras/serviços um livro denominado “Diário de Obra”, onde serão registrados o

andamento dos serviços e os fatos relativos às reclamações da fiscalização. Os

registros deverão ser feitos pela contratada de forma manual ou por meio

eletrônico e receberão o visto da contratada e da fiscalização . Ao final dos

serviços, todo o projeto executivo deverá ser reapresentado com as devidas

atualizações do levantamento As Built. Ao conjunto dos desenhos dos projetos

executivos será acrescentada a representação gráfica de cada parte dos

elementos da obra executada, usando-se critérios técnicos de representação,

onde se demonstra todo o contrastes existente entre as medidas encontradas

na ora, e aquelas referentes aos seus detalhes constantes no projeto

executivo, que dizem respeito a sua localização, dimensionamento e

configuração geométrica, onde estas duas situações ficam sobrepostas no

mesmo desenho, sendo cada uma identificada pôr traços diferenciados. Desta

forma todas as diferenças de medidas verificadas ficam ressaltadas e

proporcionam de imediato á Fiscalização uma visualização bastante clara e

concisa do que está sendo exposto, permitindo-lhes identificar o que está de

acordo e tudo o que está em desacordo com o projeto. Juntamente com os

desenhos de verificação serão apresentados, também, os detalhes da obra

executada, em conjunto com outros elementos que os cercam, mostrando-se

como obra foi concluída, tomando-se como base o levantamento de todos os

contornos de seus detalhes acabados e as medidas das faces destes

contornos, as medidas dos afastamentos das faces de sua estrutura e o

dimensionamento interno no projeto executivo que não foram alterados, os que

foram alterados e os novos.Estes desenhos entregues no final da obra, na

mesma escala do projeto executivo constituirão sua revisão final,

representando o levantamento como construído (As Built).O carimbo de todas

as pranchas deverá ser ajustado para a condição de As Built, sendo reservado

um campo pata a indicação e assinatura do responsável técnico pelo

levantamento. Deverão ser entregues para a Fiscalização as Anotações de

Responsabilidade Técnica – ART dos autores da As Built. Os materiais os

empregados nos serviços devem ser de primeira qualidade e de acordo com

45

as especificações da ABNT, sendo expressamente vedado o uso de material

improvisado em substituições ao especificado, assim como, não se admitirá a

adaptação de peças, seja por corte ou por outro processo, a fim de usá-las em

substituições a peças recomendadas e de dimensões adequadas.Os

recipientes utilizados no armazenamento, mistura e aplicação das tintas

deverão estar limpos e livres de qualquer material estranho ou resíduo. Todas

as tintas serão rigorosamente misturadas dentro das latas e periodicamente

mexidas com uma espátula limpa, antes e durante a aplicação, a fim de obter

uma mistura densa e uniforme e evitar a sedimentação dos pigmentos e

componentes mais densos. As estruturas metalizas a serem pintadas, serão

feitas em esmalte sintético Coral ou equivalente técnico, no mínimo duas

demãos, sobre fundo anti-corrosivo, previamente aplicado sobre as superfícies

metálicas.

5.1.3 Prazo de execução

A cidade sede da fiscalização é Recife-PE. A contratada deverá diluir nos

preços da sua proposta todos os custos oriundos de deslocamentos para a

realização das reuniões de trabalho na sede da ficalização. O prazo total

contratual será de 180 (duzentos e duzentos e dez dias) dias, sendo 90

(noventa) dias consecutivos, para o término dos serviços, a serem contados a

partir de emissão de ordem de serviço inicial. Concluída cada etapa constante

do cronograma físico-financeiro, a fiscalização terá 05 (cinco) dias úteis, após

formalmente comunicado pela contratada, para a conferência da mediação,

compatibilizando-a com os dados da “Planilha de Serviços e Preços”

constantes de sua proposta, bem como da documentação hábil de cobrança.

Somente serão pagos serviços efetivamente executados e materiais

efetivamente aplicados, após a liberação da mediação pela Fiscalização. Os

valores referentes aos serviços que forem rejeitados, relativos a uma

mediação, serão retidos e somente serão pagos após a contratada refazê-los.

5.1.4 Cronograma físico-financeiro

46

A representação gráfica da sequência das etapas de execução dos serviços na

unidade de tempo com os seus respectivos valores monetários denomina-se de

cronograma físico-financeiro. O cronogrma-físico financeiro que vai em anexo

representa a obra de reforma do terminal dos terminais de cargas I e II.

5.2 Elaboração de orçamento de reformas emergenciais nos TECAS I e II

(terminais de cargas)

A técnica orçamentária envolve a identificação , descrição, quantificação,

análise e valorização de uma grande série de itens, requerendo, portanto,

atenção e habilidade técnica. A elaboração orçamentária inicia-se com um

prévio planejamento do setor em específico. Após o recebimento dos projetos

se faz um estudo deste material para melhor detalhamento da PSQ (planilha

de quantidade de serviços), realização de cronograma físico-financeiro, escolha

das composições apropriadas. Bem como definir os custos relativos a

dimensionamento de canteiro (escritório, almoxarifado, alojamento, refeitório,

sanitários e etc), refeições, EPI – Equipamentos de Proteção Individual e EPC

– Equipamentos de Proteção Coletiva, ferramentas, manuais entre outras. A

seguir, tem-se três etapas principais de execução de orçamento, no ambiente

pesquisado, referente a PSQ (planilha de quantidade de serviço) que vai em

anexo:

5.2.1 Execução da primeira etapa

Realizar a leitura de todos os itens da PSQ (planilha de serviço e quantidades)

com o objetivo de realizar separadamente uma lista de insumo formada por

materiais ou equipamentos que se encontram no SINAPI (Sistema Nacional de

Pesquisa de Custos e Índices para a Construção Civil) ou SICRO (Sistema de

Custos Rodoviários) e outra por materiais ou equipamentos que não estão

nesses órgãos públicos. Adota-se diretamente o valor do insumo encontrado

no SINAPI, colocando-se seu código e anexando-se a cópia que comprove a

origem do preço. Se o insumo não se encontrar no SINAPI, porém estiver em

47

outra tabela de acordo com órgão ou entidade da administração pública federal

(SICRO/DNIT, etc), colocando-se seu código e anexa-se cópia que mostre o

seu preço. Caso o insumo não se encontre no SINAPI nem em outra tabela de

referência de acordo com órgão ou entidade da administração pública federal

(SICRO/DNIT,ETC), para estes casos, pode ser adotado preço de revistas

especializadas (Construção e mercado, etc) e/ou cotação de mercado com o

mínimo de 03 (três) cotações, colocando-se o menor valor, anexando-se as

cópias que mostrem a origem do preço.

5.2.2 Execução da segunda etapa

Inicialmente, calcula-se o custo direto. Por isso, procura-se no SINAPI as

composições correspondentes aos serviços listados na PSQ. A unidade básica

dos custos diretos é a composição de custos unitária, a qual contém os

insumos do serviço com seus respectivos índices (quantidade de cada insumo

pedida para a realização de uma unidade de serviço). Os insumos constituem

os itens: material, mão-de-obra e equipamento. A determinação da composição

de custo unitária segue a seguinte sequência de etapas:

1) Colocar diretamente na PSQ (Planilha de serviços e quantidades) a

composição que se encontra no SINAPI. Caso o serviço da

composição precise ser adaptado, então realiza-se a adaptação

necessária anexando a cópia da composição.

2) Colocar na PSQ (Planilha de serviços e quantidades) a composição,

que não se encontra no SINAPI, de outra tabela de referência

formalmente aprovada por órgão ou entidade da administração

pública federal (SICRO/DNIT). Caso a composição precise ser

alterada, então anexa-se a justificativa da mesma na PSQ (Planilha

de serviço e quantidade).

3) Caso a composição não exista no SINAPI, nem em outro órgão da

formal da administração pública, porém existe em outras publicações

técnicas, deve-se então adotar as composições dessas últimas.

48

4) Formar uma composição própria, caso não exista uma composição

no SINAPI, outra tabela de referência formalmente aprovada por

órgão ou entidade da administração pública federal (SICRO/DNIT),

em outras tabelas de publicação técnica.

No valor da mão-de-obra já está o custo da hora-base do trabalhador acrescida

dos encargos sociais, os quais devem ser estabelecidos conforme

estabelecido na IP nº 233/DA/DE/2008 para o custo de horista ou mensalista

de cada trabalhador, conforme unidade determinada. Os Encargos sociais

podem ser mensalistas ou horistas, segundo descreve as planilhas:

Composição analítica do valor máximo da taxa de encargos sociais e obrigações

trabalhistas dos trabalhadores horistas

Grupo % em relação ao custo direto CD

A Despesas indiretas 4,97%

1 Administração central 4%

2 Riscos 0,97%

Grupo % em relação ao custo direto CD

B Garantia e lucro 9,4%

3 Seguro de risco de engenharia 0,6%

4 Garantia 0,21%

5 Lucro Bruto 8%

6 Despesas financeiras 0,59

Grupo C Impostos 8,15%

7 ISS 3,5%

8 PIS 1,65%

9 Cofins 3%

Composição analítica do valor máximo da taxa de encargos sociais e obrigações

trabalhistas dos trabalhadores mensalistas

49

Grupo % em relação ao custo direto CD

A Grupo A 36,8%

1 INSS 20%

2 Sesi 1,5%

3 SENAC 1,00%

4 INCRA 0,2%

5 Salário Educação 2,5%

6 FGTS 8,00%

7 Seguro Acidente/INSS 3,00%

B Grupo B 20,99%

1 Férias 8,33%

2 Abono Constitucional 2,78%

3 Auxílio de Férias 1,67%

4 Aviso prévio trabalhado 1,55%

C Grupo C 5,71%

1 Aviso prévio indenizado 1,71%

2 Indenização de FGTS 4,00%

D Incidência dos encargos do grupo A sobre

os itens do grupo B

7,72%

Total do quarto grupo 7,72%

D Grupo E

Incidência do Grupo A sobre o item 14 do

Grupo C

0,63%

Valor máximo dos encargos sociais e

trabalhistas

71,85%

5.2.3 Execução da terceira etapa

Através do cronograma físico-financeiro estabelece-se a equipe necessária

para os serviços que constituem a parte I da PSQ (Planilha de serviços e

quantidades) referente ao item 1 (um): serviços auxiliares e administrativos.

Os serviços auxiliares e administrativos são formados pelos subitens:

50

a) Mobilização de pessoal, máquinas e equipamentos que são constituídos

dos itens:

Transporte, carga e descarga de materiais para a montagem do canteiro de

obra.

Montagem de equipamento fixos de obra.

Transporte, hospedagem, alimentação e despesas diversas do pessoal

próprio ou contratada para a preparação da infraestrutura operacional de

obras

Aluguel horário de equipamentos especiais para carga e descarga de

matérias.

b) Administração local que é constituída dos seguintes itens:

Chefia da obra – engenheiro responsável;

Administração do contrato;

Engenharia e Planejamento;

Segurança do trabalho;

Produção – mestre de obra e encarregados;

Administração da obra – pessoal do escritório

Seguros pertinentes;

Vigilância pertinente;

Vigilância contratada;

Encargos complementares – vale transporte e vale alimentação

c) Operação e Manutenção do Canteiro de obras que são constituídos dos

seguintes itens:

Preparação do terreno para instalação do canteiro

Cerca ou muro de proteção e guarita de controle de entrada do canteiro

Construção do escritório técnico e administrativo da obra constituídos

por sala do engenheiro responsável, sala de reunião, sala do assistente

51

administrativo, sala dos engenheiros, sala de pessoal e recrutamento,

sala da fiscalização, etc.

Sala de enfermaria, almoxarifado, carpintaria, oficina de ferragens, etc.

Vestiários, sanitários, cozinha e refeitório

Custos com mobiliário

Oficina de manutenção de veículos e equipamentos

Alojamento para os empregados

Guaritas

Placas da obra.

d) Desmobilização de pessoal, máquinas e equipamentos que são

constituídos dos seguintes itens:

Transporte, carga e descarga de materiais para a desmontagem do

canteiro de obras. Desmontagem de equipamento fixos de obra.

Aluguel horário de equipamentos especiais para carga e descarga de

matérias.

5.2.4 Execução da quarta etapa

Somam-se todas as partes (I, II, III e IV) da PSQ (Planilha de Serviços e

Quantidades) e acrescenta-se o percentual do BDI (25,03%) segundo a IP

233/DA/DE/2008.

52

6 - CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conforme dito anteriormente segundo Falconi, uma empresa sobrevive

seguindo os pilares que compõem o gerenciamento da Qualidade Total

( QCAMS- Qualidade , Custo, Atendimento, Moral e Segura). Um produto ou

serviço de qualidade é aquele que oferece o mesmo sem defeito, com

segurança, a baixo custo, no prazo certo, com perfeito atendimento, etc. Torna-

se importante atingir o menor custo em todas as fases de produção para que o

produto ou serviço chegue ao consumidor final a um baixo preço. A elaboração

de um perfeito orçamento constitue uma importante ferramenta de

planejamento para alcançar e manter o custo requerido pelo cliente.

A realização de um orçamento bem elaborado requer conhecimento técnico, de

mercado, de mão-de-obra, bem como da legislação trabalhista tributária e

fiscal. A execução de um processo orçamentário de uma empresa pública está

submetido a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), a qual determina que o

SINAPI deve ser utilizado para formulação de orçamentos constituídos de

dinheiro público. Nesse mercado competitivo atual, exige-se um conhecimento

adequado de como calcular o orçamento ou os honorários, caso contrário

pode-se perder o cliente. Em termos de planejamento estratégico, orçamento

mal elaborado não permite a execução de metas empresariais em termos de

custo. No caso em especial de orçamento de empresa pública, se o mesmo

não for bem elaborado e não mostrar a real situação da obra e do mercado,

corre-se o risco de acontecerem as seguintes situações i que podem acarretar

prejuízos ao erário público: baixas qualidade dos serviços, atrasos ou

53

paralisações de obra, aditivos contratuais, recursos e ações judiciais.Em

referência a INFRAERO, a elaboração de orçamentos segue as medidas

estabelecidas pelas seguintes normas internas citadas anteriormente: manual

de procedimentos ( Estimativa de Preços)- MP-6.01 (LCT); NI- 14.09

EGA_25.11.2010; IP 233/DA/DE/2008; Lei 8.666 de Licitações e Contratos. O

conteúdo quatro (resultado da pesquisa sobre a formulação de orçamento de

obra civil aeroportuária) e o cinco (estudo de caso: orçamento para orçamento

para reforma emergencial dos TECAS, terminais de carga, do Aeroporto

Internacional de Recife/Guararapes-Gilberto Freyre, Recife /PE) referiram-se a

execução de um processo orçamentário de uma obra civil aeroportuária,

descartando orçamentos referente a projetos e trabalhos de consultoria. Em

resumo utiliza-se o orçamento como uma das ferramentas para definição de

metas empresariais em termos de desempenho de custo. A orçamentação

permite a realização de projeções futuras dos exercícios financeiros de uma

empresa pública ou privada. Em um mercado altamente competitivo a gerencia

deve atingir o menor custo em todas as fazes de produção empresarial desde o

projeto até a execução. O orçamento é uma ferramenta de instrumento de

planejamento, portanto de funcionamento de qualidade total, imprescindível

para o funcionamento de uma empresa pública ou privada.

54

ANEXOS

8.1 Anexo I- Fotos panorâmicas dos terminais de cargas I e II na data de

03/03/2011

8.2 Cronograma físico-financeiro do orçamento das reformas dos terminais de

cargas I e II

8.3 Planilha de serviços e quantitativos (PSQ).

55

REFERÊNCIAIS

ANTHONY, Robert N, GOVINDAJARAN, Vijai. Sistemas de Controle

Gerencial. São Paulo, SP: Editora Atlas, 2002.

DIAS, Paulo Roberto Vilela. Engenharia de custos: metodologia de orçamentação

para obras civis. 4º Ed. – Curitiba, PR: Copiare, 2001.

FALCONI, Campos, V. TQC – Total Quality Control. Belo Horizonte: FCO, Brasil

1992.

FALCONI, Campos, V. Gerenciamento da Rotina. Belo Horizonte: FCO, Brasil 1992.

GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira. 7 Ed. São

Paulo, SP: Harbra 1997.

HORGREN, Charles T. Contabilidade de custos. 9ª Ed. Rio de Janeiro, RJ:

Editora LTC, 2000.

MATTOS, Aldo Dórea; Como preparar orçamento de Obras. São Paulo, SP:

Editora PINI, 2006.

_______ NBR ISO 9001: Informação e documentação: citações em

documento: apresentação. Rio de Janeiro, 2008.

PEREZ JR, José Hernandez, OLIVEIRA, Luiz Martins, COSTA, Rogério

Guedes. Gestão Estratégica de Custos. 1ª Ed. São Paulo, SP: Editora Atlas,

1999.

56

TISAKANA, Maçahico. Orçamento na Construção Civil. São Paulo, SP:

Editora PINI, 2006.

ANEXO I- FOTOS PANORÂMICAS DOS TERMINAIS DE CARGAS I E II

INFRAERO – TECA I RECIFE

INFRAERO – TECA II RECIFE

57

INFRAERO – TECA II RECIFE