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TERRAS RARAS AVANÇAM PROJETOS PARA VIABILIZAR CADEIA PRODUTIVA TOP IN THE MINE O PRIMEIRO RANKING DE MARCAS DO SETOR MINERAL Ano X | 2015 | Nº59 | R$ 25,00 MEIO AMBIENTE DEBATE REABERTO COM TRAGÉDIA DE MARIANA (MG) TECNOLOGIA AS APLICAÇÕES DA INTERNET DAS COISAS NA MINERAÇÃO OS ALVOS DA PESQUISA MINERAL Nos 16.692 alvarás emitidos no país em 2015, a novidade é o maior interesse pelo ouro, cobre, manganês e diamante

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OS ALVOS DA PESQUISA MINERAL Saiba quem requereu alvarás de pesquisa em 2005, substância por substância, estado por estado, região por região. No total, foram 16.692 alvarás, indicando que o Governo Federal passou a liberar requerimentos protocolados em anos anteriores – que haviam sido “congelados”, até a aprovação do novo marco regulatório do setor (o que não ocorreu até hoje). Nos 16.692 alvarás emitidos no país em 2015, a novidade é o maior interesse pelo ouro, cobre, manganês e diamante

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TERRAS RARASAVANÇAM PROJETOSPARA VIABILIZARCADEIA PRODUTIVA

TOP IN THE MINEO PRIMEIRO RANKINGDE MARCAS DO SETOR MINERAL

Ano X | 2015 | Nº59 | R$ 25,00

MEIO AMBIENTEDEBATE REABERTOCOM TRAGÉDIADE MARIANA (MG)

TECNOLOGIAAS APLICAÇÕES DAINTERNET DAS COISASNA MINERAÇÃO

OS ALVOS DA PESQUISA MINERALNos 16.692 alvarás emitidos no país em 2015, anovidade é o maior interesse pelo ouro, cobre,manganês e diamante

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MEIO AMBIENTEBARRAGENSTragédia em Mariana (MG) mostra aimportância de garantir recursos paraimplementação efetiva da Política Nacional de Segurança de Barragens e do Sistema Nacional de Informaçõessobre Segurança de Barragens. Questão só ganhou prioridade oficialdepois do acidente de duas barragens da Samarco, em Mariana (MG)

Área afetada pelo rompimento de barragem no distrito de Bento Rodrigues, zona rural de Mariana, em Minas Gerais

10ARTIGOHIDROGEOLOGIAGestão estratégica e compartilhadade águas subterrãneas

TECNOLOGIAINOVAÇÃOO que a mineração pode ganhar com a “Internet das Coisas”

TOP IN THE MINECERTIFICAÇÃOPesquisa exclusiva indica as marcas mais presentes na mineração

ARTIGOTERRAS RARASBrasil ganha prioridade entrepesquisadores e empresas

MERCADOAGREGADOSA resposta dos produtores de areiae brita à queda na demanda

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DESTAQUES DA EDIÇÃO

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EDITORIAS - INTHEMINE

MINEMAIL Diretor da UFOP “bomba” no Face

MINEPROSPECÇÃO “Tracking the Trends 2016”

MINEBOOK Enciclopédia mineral – Volume 2

MINEAGENDA Direito minerário em Brasília

MINEWEB Educação mineral EUA-Brasil

MINEMARKET Design de ouro no Palácio das Artes

LEGISLAÇÃO Direitos minerários por prazo determinado?

OPERADORES A visão do pesssoal da cabine

GALERIA Metais no tanque de combustível

12 PESQUISA MINERAL

TERRAS RARASAVANÇAM PROJETOSPARA VIABILIZARCADEIA PRODUTIVA

TOP IN THE MINEO PRIMEIRO RANKINGDE MARCAS DO SETOR MINERAL

Ano X | 2015 | Nº59 | R$ 25,00

MEIO AMBIENTEDEBATE REABERTOCOM TRAGÉDIADE MARIANA (MG)

TECNOLOGIAAS APLICAÇÕES DAINTERNET DAS COISASNA MINERAÇÃO

OS ALVOS DA PESQUISA MINERALNos 16.692 alvarás emitidos no país em 2015, anovidade é o maior interesse pelo ouro, cobre,manganês e diamante

PESQUISA MINERALSaiba quem requereu alvarás de pesquisa em 2005,substância por substância, estado por estado, regiãopor região. No total, foram 16.692 alvarás, indicandoque o Governo Federal passou a liberar requerimentosprotocolados em anos anteriores – que haviam sido“congelados”, até a aprovação do novo marco regu-latório do setor (o que não ocorreu até hoje).

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A revista In The Mine - Gestão de Processos e Tecnologia para Mineração, é uma publica-ção bimestral da Facto Editorial, dirigida aosprofissionais e empresas das áreas de Mineração, Meio Ambiente e Equipamentos. Redação ePublicidade - Pereira Estéfano, 114 - cj 911/912,CEP 04144-070 - São Paulo (SP). Editor eJornalista responsável Wilson Bigarelli (MTB20.183) - [email protected]. RedaçãoTébis Oliveira (Editora de Sustentabilidade eNovos Projetos), Fernanda Mendes, HaroldoAguiar e Ricardo Gonçalves - [email protected]. Fotógrafos Betho Rocha (MG) eGildo Mendes (SP). Ilustradores Heder e MoacyrVasquez. Edição de arte Hiro Okita. Assistênciade arte Diva Maddalena. Diagramação MônicaBiasi. Tratamento de imagem Américo Freiria.Publicidade Odair Sudário (gerente comercial) -Telefones: (11) 3477-6768 e 3479-0627 - [email protected]. Circulação 10 mil exemplares

REDAÇÃOComentários, dúvidas, sugestões, críticas e informações sobre o conteúdo editorial da In The Mine e mensagens para a seção MINE MAIL - [email protected]ência:Rua Pereira Stéfano, 114, cj 911/912 São Paulo (SP) - 04144-070Tel.: (11) 3477-6768

ASSINATURAServiços de Vendas por AssinaturasTel.: (11) 3477-6768 - [email protected]

PUBLICIDADEPara anunciar na In The [email protected]. Tels: (11) 3477-6768 e 3479-0627 - Cel.: (11) 99169-6251Odair Sudário (gerente comercial)Luís Carlos Garcial (Magal) Tel.: (11) 2848-5989

LICENCIAMENTOPara licenciar o conteúdo editorial da In The Mine em qualquer mídia, ou fazer reprints das páginas da revista, o e-mail é: [email protected]. Nenhum material pode ser reproduzido de qualquer forma sem autorização por escrito.

www.inthemine.com.br M I N E M A I L

A P A L A V R A D O E D I T O R

APESAR DO PESARESVamos deixar de lado, por um momento, a tragédia em Mariana (MG) e o

descalabro político e econômico a que o país foi levado. O que sobraria, então, para o futuro damineração brasileira? Muita coisa, e o foco desta edição é justamente mostrar isso, sem mas-carar nada – mesmo porque aquelas questões que propomos esquecer (por um momento)aparecerão aqui e ali, de forma crítica, evidentemente.

Podemos começar pela matéria de capa – a consolidação dos dados de pesquisa mineral noano de 2015, trabalho inédito e exclusivo que a In The Mine realiza desde 2007 com base emdados oficiais do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). Pois bem, junto às infor-mações apresentadas de forma objetiva e graficamente palatável de “quem requereu o quê eonde”, há uma informação reveladora: os requerimentos de pesquisa continuam em queda livre,mas o MME realmente está liberando alvarás solicitados em anos anteriores que, até então,estavam condicionados à aprovação do marco legal. Se esses alvarás vão se traduzir empesquisa real é outra história. Mas, na conjuntura atual, não deixa de ser um alento.

Nesta edição, também publicamos os resultados de uma pesquisa pioneira que fizemos juntoa 337 profissionais em nível gerencial e de supervisão de 108 mineradoras do país. Com asrespostas, foi possível compor um ranking com as marcas mais relevantes em cada fase dociclo de produção. Entendemos que o Top In The Mine possa contribuir para prestigiar os bonsfornecedores e estabelecer um referencial de qualidade no mercado.

Os leitores encontrarão aqui também dois importantes artigos. O primeiro, de hidrogeologia,mostrando as vantagens de se fazer uma gestão compartilhada das águas subterrâneas, e osegundo mostrando o avanço impressionante dos projetos para aproveitamento das TerrasRaras e a implantação de toda uma cadeia produtiva no país. Vale a pena mencionar tambéma matéria sobre a Internet das Coisas (IoT) e seu potencial para aplicação na mineração. E, final-mente, um painel específico sobre as barragens e a importância de que sejam garantidos recur-sos para uma fiscalização rigorosa.

Wilson Bigarelli, [email protected]

mineeditorial

(www.inthemine.com.br)

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Leitor Envie dúvidas, críticas e sugestões para: [email protected]

inthemine | janeiro | fevereiro

PARABÉNS, MESTRE!Mais uma vez a seção mineper-sonalidade bombou na páginado facebook da In The Mine.Desta vez foi a entrevista comIssamu Endo, diretor da UFOP,publicada na edição 58.Postada em 5 de janeiro, em

menos de uma semana alcançou10.599 pessoas, com 61 curtidas e

40 compartilhamentos. Por enquanto.Confiram http://bit.ly/1kPt5w8. Dentreos comentários, vale o registro deEymar Lopes, desde formado em 1990atuando no INPE, mostrando que Endojá está compartilhando conhecimentoscom várias gerações. “Muito bom,parabéns Mestre” (Eymar Lopes).

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Posts mais clicados• Modelagem geológica 3D• Técnicos do DNPM mostram as limitações

de suas condições de trabalho• Top In The Mine’2015: o 1° ranking

de marcas da mineração brasileira• Cetem organiza seminário para alavancar

produção de terras raras• MPF promove seminário sobre riscos na mineração• ABCP recebe trabalhos para 7º Congresso de Cimento• Vale fertilizantes abre inscrições para programa de estágio

ENCICLOPÉDIA MINERALMaior compilação de minerais do Brasil, organiza-da e escrita por Daniel Atencio e Paulo CésarPereira das Neves, o segundo volume da“Enciclopédia dos Minerais do Brasil” aborda aclasse dos sulfetos e sulfossais. Utiliza a basenomenclatural de Strunz e Nickel (2001), com asdevidas atualizações de Nickel e Nichols (2009).Os autores apresentam a origem do nome, o sta-

tus, as propriedades, ocorrência e outras características dos minerais.Atencio e Neves buscam apoio e patrocínio para a publicação dospróximos volumes. ulbra.br/

RISCOS HÍDRICOSLançado pelo Conselho Empresarial Brasileiro parao Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), a publi-cação “Gerenciamento de Riscos Hídricos no Brasile o Setor Empresarial: Desafios e Oportunidades”trata da segurança hídrica relacionada a diversasatividades. O livro detalha os desafios para ogerenciamento dos riscos hídricos, além de proporprogramas de ação para o setor empresarial. cebds.org/

M I N E B O O K S

Por Ricardo Gonçalves

www.inthemine.com.br

� TENDÊNCIAS EM 2016A Deloitte lançou um estudo global chamado “Tracking theTrends 2016”, com as tendências e os desafios que as mine-radoras enfrentarão neste ano. São detalhados tópicos comoa necessidade de reposicionamento em face dos novoscenários e a desaceleração da China, além da alocação decapital, em novas tecnologias para aumentar a produtividadecom integração das informações. Confira o estudo com-pleto em www2.deloitte.com/content/dam/Deloitte/ca/Docu-ments/international-business/ca-en-ib-tracking-the-trends-2016.pdf.

� TROIA-PEDRA BRANCAO Serviço Geológico do Brasil (CPRM), por meio das divisõesde Geologia Econômica e de Geologia Básica, publicou emseu site o atual mapa geológico do Bloco Troia-Pedra Branca,localizado no centro do Ceará. O mapa é uma referência aoproduto de integração geológica-geofísica de 27 mil km². “Oprojeto foi concebido para atualizar a geologia do núcleoArqueano-Paleoproterozoico de Troia-Pedra Branca, conhe-cido na literatura técnico-científica como o Maciço de Troia”,afirma Felipe Grandjean, chefe de Projeto. O produto estádisponível para download no site do CPRM.

� RECIRCULAÇÃO A Lipari Mineração implementará um sistema de recupera-ção de água na planta de beneficiamento em sua MinaBraúna, localizada em Nordestina (BA). A tecnologia permiti-rá a recirculação de 97% da água utilizada no processo.Atualmente em fase final de construção, a primeira mina dediamantes da América Latina desenvolvida em depósito kim-berlítico será também pioneira na implantação dessa tecno-logia de baixa umidade na pilha de rejeitos. Serão processa-dos mais de 720 mtpa de kimberlito, durante os primeirosoito anos de operação como uma mina a céu aberto.

� DNPM/SP MOBILIZADOServidores do Departamento Nacional de Produção Mineraldo Estado de São Paulo (DNPM/SP) divulgaram uma cartaaberta à população criticando o sucateamento que tem ocor-rido na instituição. Dentre outros detalhes, os servidoresapresentaram o repasse da arrecadação do CFEM(Compensação Financeira pela Exploração de RecursosMinerais), menor do que definido por lei, a redução orça-mentária e a indefinição do novo marco legal, entre outrosfatores. Veja a carta na íntegra em bit.ly/1XK0rcU.

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M I N E P R O S P E C Ç Ã O

Por Ricardo Gonçalves

mineagenda

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� CASTELO DOS SONHOSAs junior companies Para Resources e TriStar Goldanunciaram formas de captação de fundos por emis-são de ações e opções de compra. As empresasbuscam captar respectivamente cerca de US$ 2,9milhões para o projeto de ouro Castelo dos Sonhos,em Tapajós, no Pará, e US$ 1,5 milhão para o proje-to de ouro e cobre Tucumã, em Carajás, no mesmoestado. Recentemente, a TriStar Gold mudou dois deseus mais importantes executivos, o CEO e o CFO. Astrocas foram feitas assim que foi concluída a emis-são privada de ações.

� PONTA DA MADEIRAO porto de Ponta da Madeira (TMPM),operado pela Vale em São Luís (MA),completou 30 anos e mantém progra-ma de expansão para se tornar o maiorterminal portuário do mundo em 2018.A demanda está assegurada com oembarque extra de 90 milhões de tone-ladas de minério de ferro do projetoS11D – praticamente dobrando a movi-mentação atual, que já lhe garante aprimeira posição no ranking nacional.

minemarket

VITÓRIA STONE FAIR16 a 19 de fevereiro de 2016,

em Serra (ES).

vitoriastonefair.com.br/site/2016/pt/home

DIREITO MINERÁRIO4 a 6 de abril de 2016, em Brasília (DF).

direitominerario.org.br/

BAUMA 201611 a 17 de abril,

em Munique, na Alemanha.

bauma.de/index-2.html

METAL MINERAÇÃO21 a 24 de junho de 2016,

em Criciúma (SC).

metalmineracao.com.br/

CONGRESSO MUNDIAL18 a 21 de outubro de 2016,

no Rio de Janeiro (RJ).

wmc2016.org.br/

M I N E A G E N D A M I N E M A R K E T

Por Ricardo Gonçalves

� INCLUSÃO PROFISSIONALCom o projeto “Juntos – Ser Diferente é Somar”,criado em 2013, a Caterpillar Brasil foi escolhidauma das 10 melhores empresas entre 169 casesavaliados no II Prêmio Melhores Empresas paraTrabalhadores com Deficiência, atribuído pelaSecretaria do Estado dos Direitos da Pessoa comDeficiência, de São Paulo. A proposta do prêmio,criado no ano passado, é dar visibilidade às boaspráticas de inclusão profissional de pessoas comdeficiência.

M I N E W E B

INTERNET DAS COISASHotsite criado pela 2S InovaçõesTecnológicas, que explica a origem e evolução da Internet das Coisas (IoT) e de que forma ela pode ser aplicada aos negócios. http://www.2s.com.br/iot/

EDUCAÇÃO MINERALA Coalizão para a Educação Mineral, dos Estados Unidos, em conjunto com aSociedade de Mineração, Metalurgia eExploração (SME), lançou um novo site onde foram disponibilizados, sem custos,exercícios e atividades destinadas a cada ano do Ensino Fundamental,http://www.mineralseducationcoalition.org/

APPs

� CONSELHO DO CETEMJosé Carlos D'Abreu, professor eméri-to do Departamento de EngenhariaQuímica e de Materiais do CentroTécnico Científico da Pontifícia Uni-versidade Católica do Rio de Janeiro(PUC-Rio), foi nomeado pelo Ministérioda Ciência, Tecnologia e Inovação(MCTI) para integrar o ConselhoTécnico-Científico do Centro Nacionalde Tecnologia Mineral (CETEM). Ocolegiado integra funções de consul-

toria e assessoria naimplantação da políti-ca de pesquisa, de-senvolvimento e inova-ção do setor mineralbrasileiro. Pelos próxi-mos dois anos, D’Abreutrabalhará com novemembros também no-meados pelo MCTI.

� DESIGN DE OUROO Palácio das Artes, em Belo Horizonte (MG), dias 3e 4 de dezembro, foi palco da cerimônia de premia-ção do AuDITIONS Brasil 2015, concurso de designde joias de ouro promovido pela AngloGold Ashanti.O evento é realizado a cada dois anos na China,Índia, África do Sul e Brasil. Criado há 15 anos naÁfrica do Sul, o AuDITIONS endossa o comprometi-mento da AngloGold Ashanti com todas as etapas dacadeia produtiva do metal e evidencia o caminho porele percorrido para além dos portões das refinarias.

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minelegislação

Neste momento em que se retoma a discussãosobre o marco regulatório da mineração, é inte-ressante observar que não há vozes que selevantem contra a introdução dos prazos deter-minados para os direitos minerários.

Mesmo reconhecendo ser uma tendência mun-dial, há ainda alguns países da América do Sulque adotam o mesmo sistema do Brasil, em que odireito minerário é vinculado à exaustão da jazida:Argentina, Chile, Bolívia e Peru (com exceção dasconcessões de substâncias não-metálicas de mine-rais de construção em zonas urbanas e de expan-são urbana, que têm prazo máximo de dez anos,renováveis). E mais alguns mundo afora.

Os argumentos contra os direitos minerários porprazo determinado são muitos:

(1) A União não depende de delimitação tempo-ral para exercer controle rígido sobre osmineradores. A legislação atual já fornecetodas as ferramentas para que a União possaexercer este controle. A União só não o exer-ce porque não dá os instrumentos (financei-ros, físicos e de pessoal) para o DNPM.

(2) O minerador não se sentiria mais pressiona-do por ter seu título minerário por prazodeterminado. O minerador se sentiria maispressionado se soubesse que há fiscalizaçãoefetiva em relação à sua atividade (mas deve-ria receber, em contrapartida, um serviço efi-ciente por parte da Administração Pública).

(3) Apenas os contratos administrativos clássicosdevem ser por prazo determinado. A conces-são de lavra não pode ser classificada comoum contrato administrativo tradicional. Trata-se de um contrato administrativo regulandouma atividade que tem características especí-ficas e, portanto, a sua regulamentação develevar em conta esta peculiaridade.

(4) A maioria dos países adota as concessões delavra por prazo determinado. Isso porquecada nova legislação que é feita copia asanteriores. Uma vez que algum país adota aconcessão por prazo determinado, serácopiado pelo seguinte que, por sua vez, tam-bém foi será copiado. Não se pode esquecerque a nova legislação mineral será aplicadano Brasil, país que tem a AdministraçãoPública vocacionada para a ineficiência(basta ver a falta de apoio da União aoDNPM). O que funciona para o Canadá nãoserve, necessariamente, para o Brasil.

A conclusão não pode ser outra: não há necessi-dade de o Brasil adotar direitos minerários porprazo determinado como regra geral. Quemviver comprovará que essa esta medida não fun-cionará.

Observando essa discussão superficial e a formacomo a mineração é tratada no Brasil, penso quenada há a fazer senão uma prece em favor dosetor citando Lucas, 23:34: Pai, perdoa-lhes, por-que não sabem o que fazem.

1 WILLIAM FREIRE é advogado formado pela UFMG. Professor de Direito Minerário em vários cursos de pós-graduação. Autorde mais de 10 livros sobre Direito Minerário e Direito Ambiental aplicado à mineração. Publicou mais de 100 artigos e pro-feriu dezenas de palestras sobre Direito Minerário, inclusive no exterior. Árbitro da CAMARB, CAMINAS e Diretor doDepartamento do Direito das Minas e Energia do Instituto dos Advogados de Minas Gerais. Fundador do IBDM — InstitutoBrasileiro de Direito Minerário.

Por WilliamFreire 1 DIREITOS POR PRAZO

DETERMINADO?Não há o que justifique e são muitos os argumentos em contrário à proposta de modificar o sistema de direitos minerários vinculados à exaustão da jazida

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minehidrogeologia

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A concentração de profissionais e pesquisadoresligados à geologia, torna a mineração um seg-mento muito fértil para o desenvolvimento detrabalhos nas áreas de hidrogeologia, principal-mente na delimitação de aquíferos e definição dofluxo hídrico subterrâneo, em função das pes-quisas geológicas. Os modelos hidrogeológicosconceituais e numéricos são mais precisos emcomparação aos trabalhos desenvolvidos emoutros segmentos, a exemplo das áreas urbanase regiões agrícolas, onde muitas vezes os poçosutilizados para abastecimento ou para irrigaçãonão possuem monitoramentos ou sequer sãooutorgados, situação esta que inibe o usuário adisponibilizar dados dos poços devido ao receiode problemas junto a fiscalização, comprometen-do estudos hidrogeológicos nestas áreas.

Apesar da excelência da mineração na geraçãode mapas e modelos hidrogeológicos, as empre-sas mineradoras, principalmente as que possuemalgum tipo de concorrência, dificilmente com-partilham seus dados para trabalhos regionais,por questões estratégicas ou por preservação desegredos industriais e/ou informações sigilosasoriundas das pesquisas minerais. Porém, éimportante ressaltar que as águas, em especial assubterrâneas, não respeitam cercas, porteiras,

ÁGUAS SUBTERRÂNEAS

Por MarcusVinicius

AndradeSilva (*)

áreas de pesquisa ou decretos de lavra. Ou seja,elas transitam livremente pelo subsolo indepen-dente das regras existentes (limites de proprie-dades privadas, poligonais do DNPM, etc...).

Recentemente foi apresentado na ConferênciaNacional de Segurança Hídrica um trabalho demapeamento e modelagem hidrogeológicadesenvolvido em parceria pela Vale Fertilizantese Anglo American, que possuem minas em ummesmo ambiente geológico (Domo Catalão I),visando uma gestão compartilhada e estratégicados recursos hídricos, principalmente as águassubterrâneas. Em alguns cenários, segundo oestudo, uma empresa poderá fazer uso das águassubterrâneas oriundas do rebaixamento da minavizinha, assim como alocar seus poços de abas-tecimento em áreas estratégicas para o rebaixa-mento da mina vizinha, de forma acordada téc-nica e juridicamente entre ambas, evitando assimtranstornos causados pela superexplotação, ondepoços de rebaixamento poderiam impactar aprodução dos poços de abastecimento, oumesmo, poços de abastecimento que venham acausar interferências entre si.

A gestão compartilhada pode ser adotada tantopor empresas agrícolas quanto pelos usuáriosdas águas em áreas urbanas, onde vizinhos (resi-dências, empresas ou órgãos públicos) poderiamligar seus poços em horários alternados e prede-terminados, mediante monitoramentos e mapea-mentos, mantendo um nível seguro da superfíciee dos volumes das águas subterrâneas e evitan-do conflitos entre vizinhos.

A gestão estratégica e compartilhada das águassubterrâneas é uma ferramenta que deve ser ado-tada por todos os segmentos da sociedade, prin-cipalmente em momentos de crise hídrica.

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(*) Engenheiro Geólogo graduado pela Escola de Minas daUFOP; Hidrogeólogo da Vale Fertilizantes; Professor deGestão Estratégica de Recursos Hídricos do InstitutoMinere, Coordenador da Câmara Técnica de Outorgas eCobrança do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Araguarie representante do IBRAM no órgão

Gestão Estratégica e Compartilhada na mineração

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Alvarás por UF (2015*)

Font

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NP

M

Bahia (3.310)

Minas Gerais (2.901)

Goiás (1.959)

São Paulo (1.576)

Rio Grande do Sul (935)

Pará (784)

Santa Catarina (635)

Paraná (560)

Mato Grosso (546)

Rio de Janeiro (486)

Ceará (477)

Paraíba (444)

Pernambuco (419)

Rio Grande do Norte (265)

Mato Grosso do Sul (256)

Rondônia (250)

Espírito Santo (230)

Tocantins (199)

Piauí (113)

Sergipe (96)

Amazonas (88)

Roraima (71)

Alagoas (39)

Maranhão (36)

Amapá (17)

(*) Até 15.12.15

minepesquisa

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NA CONTRAMÃODO MERCADO

Por Tébis Oliveira

Pela primeira vez desde 2007, os 16.692 alvarás de pesquisa mineral emitidos em 2015 superam os 13.273 requerimentos protocolados para obtenção do título

Entre 1º de janeiro e 15 de dezembro de 2015, foram emitidospelo DNPM (Departamento Nacional da Produção Mineral),16.692 alvarás de pesquisa mineral no país. O número é superiorem quase 37% aos 12.215 títulos emitidos em 2014 e em mais de23% das outorgas realizadas em 2013 (13.562 alvarás).

Por outro lado, o número de requerimentos para autorização depesquisas minerais continua a decrescer e foi de apenas 13.273processos no ano passado. Desde 2011, quando 26.069 pedidosforam protocolados nas superintendências do órgão federal, pas-sando a 20.463 em 2012, 19.110 em 2013 e 15.512 em 2014, aredução já ultrapassa o percentual de 48%.

Essa disparidade entre solicitações e autorizaçõesindica que parte dos alvarás emitidos em 2015referem-se a requerimentos protocolados emanos anteriores, em especial entre o final de 2011e o final de 2012, quando sua emissão foi sus-pensa pelo Ministério das Minas e Energia(MME), numa controversa decisão de aguardar aaprovação do novo marco regulatório do setor,que não ocorreu até hoje.

É a primeira vez, portanto, desde 2007 quandoeste levantamento foi iniciado, que se registra o

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prodígio de emitir mais alvarás de pesquisa que osrequeridos no ano. Por óbvio que não estamosdiante de uma retomada da pesquisa mineral nopaís. Outra óbvia e péssima constatação é queesse quadro dificulta a análise atual da atividade,indicando quais substâncias minerais são real-mente e ainda alvos de interesse no país, emquais regiões e por quais titulares dos alvarás.

Sobre a concessão dos títulos pelo governo fede-ral predomina o crescente desinteresse do setorem requerê-los, num ano dominado, no cenáriointernacional, pela baixa dos preços das commo-dities e pela diminuição da demanda chinesa e,no mercado interno, pela recessão econômica efuga de investidores, fatores agravados por novarevisão do projeto do Código Nacional daMineração, com sua consequente instabilidadejurídica, e pela probabilidade bastante remota desua aprovação no Congresso Nacional devido àcrise política deflagrada no último ano e alonga-da para 2016.

Substâncias Minerais

A consolidação do relatório de alvarás de pesqui-sa emitidos em 2015, fornecido pelo DNPM, reve-la a predominância, em ordem decrescente, dasseguintes substâncias minerais: Areia, Argila,Ouro, Granito, Ferro, Calcário, Cobre, Manganês,Basalto, Cascalho e Diamante (Gráfico 01). Emrelação a 2014, verifica-se a emergência do ouro,da quinta para a segunda posição, e a entrada docobre, manganês e diamante nesse ranking.

Requerimentos e Alvarás de Pesquisa MineralEvolução (2007-2015*)

30.000

25.000

20.000

15.000

10.000

5.000

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 (*)

Requerimentos de Pesquisa

Álvaras Publicados

(*) Contagem de alvarás emitidos até 15.12.15 e de requerimentos protocolados até 30.11.15

Font

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Na Região Nordeste, o Estado de Alagoas tem destaque para osalvarás de pesquisa de granito (18 títulos), argila (13), calcário (11)e areia (10). Na Bahia, predominam o ferro (1.102), granito (379),manganês (374), ouro (304), areia (281) e argila (228). No Ceará,o quartzito (121), argila (98), granito (87), areia (63) e cobre (56).No Maranhão, estão a gipsita (12), areia (10) e argila e calcário (9títulos cada). Na Paraíba, seguem o ouro (118), granito (74), areia(69), ferro (65) e argila (64). Em Pernambuco, as substâncias maistituladas foram cobre (121), ouro (101), níquel (77) e fosfato eferro (32 cada). Já no Piauí, predominam as autorizações paraareia (32), granito (18) e calcário (16). O Rio Grande do Norteconta com mais alvarás para calcário (76), granito (52), ferro (35)e areia (32). No Sergipe, os principais alvos de pesquisa são a argi-la (42), areia (34), calcário (27) e granito (22).

inthemine | janeiro | fevereiro14

Na Região Norte, o Amapá obteve mais alvarás de pesquisa paraareia (6) e ouro (3). No Amazonas, para ouro (45), ferro (14) ebauxita (11). O Pará teve mais títulos para ouro (363), cobre (85),bauxita (62), ferro (61) e diamante (42). Em Rondônia, o ouroobteve mais alvarás (75), seguido da cassiterita (55) e areia (54).Em Roraima, a maior parte dos títulos é para ouro (31) e granito(10). No Tocantins, predominam os títulos para ouro (62), ferro(57), granito (26), areia (25) e cascalho (22).

Na Região Sudeste, o Espírito Santo recebeu mais alvarás paragranito (122), argila (85) e areia (78). Em Minas Gerais, os títulosmais contemplados são para areia (615), granito (593), ferro(440), argila (400) e ouro (371). No Rio de Janeiro destacam-se aareia (179), granito (134), saibro (108) e argila (94). Em SãoPaulo, os alvarás mais numerosos são para argila (781) e areia(764), com granito (217), basalto (111), turfa (88) e diamante (68)na sequência.

No Centro-Oeste, Goiás, teve mais autorizadas as pesquisas deouro (792), areia (373), calcário (183), cobre (133) e manganês(127). Em Mato Grosso, também o ouro está em primeiro lugar(293), seguido da areia (76), calcário (70) e cascalho (55). O MatoGrosso do Sul tem areia (60), basalto (59), ferro (46) e argila (38).

No Sul, o Paraná recebeu mais alvarás para areia (239), argila(226) e basalto (71). No Rio Grande do Sul, predominam a areia(425), basalto (245), argila (198) e saibro (93). Por fim, SantaCatarina teve mais autorizações para argila (431), areia (150) esaibro (117).

Os estados com maior diversidade de substânciasminerais tituladas para pesquisa são a Bahia (68substâncias), Minas Gerais (67), São Paulo (50),Goiás e Paraíba (48 cada) e Rio Grande do Norte(46). Os de menor diversidade são Espírito Santoe Amazonas (17 substâncias), Sergipe e Rio deJaneiro (16), Amapá (15), Maranhão (14), Roraima(12) e Alagoas (9). No nível intermediário situam-se o Paraná (37 substâncias), Mato Grosso e Pará(36 cada), Rio Grande do Sul (35), Ceará (34),Tocantins (33), Santa Catarina (31), Mato Grossodo Sul, Pernambuco e Rondônia (24 cada) e Piauí(23). No total, os alvarás emitidos autorizam a pes-quisa de 114 substâncias minerais.

Títulos e Titulados

Quando se trata do maior número de alvarás emi-tidos por estado, no entanto, esse quadro semodifica (Gráfico 03). A Bahia que, nesse caso,também ocupa a primeira posição foi objeto de3.310 títulos, é seguida de Minas Gerais (2.901),Goiás (1.959) e São Paulo (1.576). Na faixa entre900 e 400 títulos estão o Rio Grande do Sul, Pará,Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso, Rio deJaneiro, Ceará, Paraíba e Pernambuco. Na sequên-cia, vem o Rio Grande do Norte, Mato Grosso doSul, Rondônia e Espírito Santo. Com menos de200 alvarás estão o Tocantins, Piauí, Sergipe,Amazonas, Roraima, Alagoas e Maranhão. OAmapá é o estado com menos alvarás de pesqui-sa (17 títulos).

Os 16.692 alvarás emitidos em 2015 autorizam arealização de 23.607 pesquisas minerais, já queum título pode autorizar a pesquisa da mesmasubstância em diversas áreas ou de substânciasdiferentes na mesma área. Por esse critério, MinasGerais, com 4.373 pesquisas autorizadas, supera aBahia, com 4.139. O Paraná, com 973 pesquisaspassa à frente de Santa Catarina (954) e do Pará(897). A Paraíba (747 pesquisas) sobe para a 9ªposição, o Espírito Santo (346) para a 14ª, Sergipe(158) para a 16ª e Maranhão (58) para a 20ª. OAmapá continua na lanterna com 25 pesquisasautorizadas.

Os alvarás foram titulados a 6.531 requerentes.Desses, 3.619 pessoas jurídicas obtiveram 11.025alvarás (55,4%). Os 5.667 alvarás restantes(44,6%) foram emitidos para 2.912 pessoas físicas(Gráfico 02).

Entre as pessoas jurídicas, a empresa com maisoutorgas é a Votorantim Metais Zinco, com 289

Substâncias com mais Alvarás (2015*)

Granito Ouro

Cobre

Argila

ManganêsCalcário Cascalho

Diamante

Ferro

Basalto

Titulares de Alvarás de Pesquisa (2015*)

55,4% Pessoa Jurídica

44,6%Pessoa Física

(*) Até 15.12.15 Font

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minepesquisa

Principais Empresas com Alvarás de Pesquisa (2015*)

Empresa / Nº de Alvarás

Votorantim Metais Zinco (289)

Mineração Maracá (172)

Brasil Empreendimentos, Pesquisas e Mineração (171)

Cia.Baiana de Pesquisa Mineral (123)

Votorantim Metais (120)

Demater DieselEmpreendimentos (119)

Votorantim Cimentos (108)

Equipav Mineração eParticipações (108)

Magnesita Refratários (94)

Mineração Fazenda Brasileiro (82)

Aro Mineração (69)

Congonhas Minérios (69)

Antolini Exportação, Importação e Mineração (67)

Vale (66)

Mineração Corcovado de Minas (65)

Jacobina Mineração e Comércio (63)

Rio Grande Mineração (62)

Mineração Santa Elina (56)

Rio de Contas Desenvolvimento Mineral (54)

Votorantim Cimentos N NE (54)

Construtora Triunfo (53)

Cabral Mineração (52)

Rio Azul Mineração (51)

Dj Granitos Eireli (51)

Substância(1)

Calcário, Chumbo, Cobre, Níquel, Ouro, Zinco, Calcário

Cobre, Níquel, Ouro

Cobre, Ferro

Barita, Chumbo, Cobre, Diamante, Ferro, Fosfato, Manganês, Ouro, Talco, Titânio, Vanádio, Zinco

Bauxita, Cobre, Níquel, Ouro

Ferro

Areia, Argila, Calcário, Caulim, Filito,Gnaisse, Granito, Laterita, Turfa,

Basalto, Calcário, Diabásio, Granito,Migmatito, Nióbio, Níquel, Ouro

Cobre, Grafita, Manganês

Cobre, Ouro

Areia

Argila, Calcário, Ferro, Fosfato, Gipsita, Turfa

Granito, Quartzito

Bauxita, Cobre, Dolomito, Ferro, Fosfato, Manganês, Níquel, Ouro

Basalto, Granito, Manganês, Mármore, Ouro, Quartzito

Areia, Granito, Manganês, Ouro

Ilmenita, Ouro, Zircônio

Ouro

Areia, Argila, Bauxita, Níquel

Argila, Calcário, Dolomito, Ferro, Fosfato, Manganês, Turfa

Argila, Basalto, Cascalho, Diabásio,Gnaisse, Granito, Saibro, Xisto

Ferro

Ouro

Feldspato, Mármore, Quartzo

Estado(1)

Bahia, Ceará, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraíba,Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Sul, Santa Catarina

Goiás

Bahia, Minas Gerais

Bahia

Ceará, Goiás, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco

Bahia

Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro,Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo

Alagoas, Bahia, Ceará, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais,Pará, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grandedo Norte, São Paulo, Tocantins

Bahia, Minas Gerais

Bahia

Rio Grande do Sul

Bahia, Ceará, Goiás, Minas Gerais, Paraíba, Paraná,Pernambuco, Sergipe

Ceará

Bahia, Goiás, Minas Gerais, Pará, Paraíba

Bahia, Ceará, Goiás, Minas Gerais, Pará

Bahia, Paraíba, Pernambuco

Amazonas, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Rio Grande do Sul,Roraima

Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Rondônia

Bahia

Bahia, Ceará, Pará, Rio Grande do Norte, Rondônia, Sergipe,Tocantins

Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, SantaCatarina, São Paulo

Bahia

Pernambuco

Bahia

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16 inthemine | janeiro | fevereiro

minepesquisa

(*) Até 15.12.15(1) Em ordem alfabética

títulos (Tabela 01). A Companhia Baiana de PesquisaMineral (CBPM) é a que conta com maior diversidade desubstâncias autorizadas (12). A Equipav Mineração eParticipações possui títulos em mais estados – 14 – e em maisregiões do Brasil: Norte, Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste. Aque mais pesquisa uma única substância em um único estadoé a Demater Diesel Empreendimentos, com ferro na Bahia.Outras focadas em uma única substância são a Aro Mineração(69 alvarás para pesquisa de areia), a Mineração Santa Elina

(56 alvarás para pesquisa de ouro), aCabral Mineração (52 alvarás para ferro) e a

Rio Azul Mineração (51 alvarás para ouro). DoGrupo Votorantim são destaques, ainda, aVotorantim Metais (120 alvarás), a VotorantimCimentos (108) e a Votorantim Cimentos N NE(54). A Vale, que já foi recordista na obtençãode alvarás de pesquisa mineral, obteve 66 títu-los em 2015.

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vezes em comparação com o aço comercial, exigindo muito

menos aço a ser produzido durante a vida útil do caminhão.

E quando a caçamba finalmente atinge o fim de sua vida útil,

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minetecnologia

inthemine | janeiro | fevereiro18

O ENCONTRO DE DOIS MUNDOS

A Internet das Coisas (IoT, do inglês Internet of Things) é umaexpressão criada por Kevin Ashton, do Instituto de Tecnologia deMassachusetts (MIT), em 1999, para descrever um sistema conec-tado entre itens do mundo físico e internet, por meio de senso-res onipresentes. “É uma conexão inteligente entre coisas, sejamelas máquinas, processos, plantações, animais, estado da nature-za. É como se pudessem falar entre si e tomar decisões. Tornaras coisas conectadas não as torna inteligentes, é necessário fazê-las interagir. E é nessa interação que a Internet das Coisas faz adiferença e se torna relevante para as cidades,os negócios e as pessoas”, diz Mirella DamasoVieira, IoT Business Development manager da2S Inovações Tecnológicas.

E essa já é uma realidade em diversos seg-mentos. “Um de nossos estudos aponta que asempresas latino-americanas investiram US$54,7 milhões em IoT em 2015. Até 2018, espe-ra-se um investimento 22% maior”, afirmaHenry Manzano, CEO para a América Latinada Tata Consultancy Services (TCS). E a mine-ração não é uma exceção a esse novo mundo.De acordo com a PricewaterhouseCoopers(PwC), o segmento mineral é o que maisinveste na Internet das Coisas, com 33% dasempresas já alocando parte de seu budget nessa tecnologia.

O interesse das mineradoras na IoT é crescente, visando as maisdiversas atividades, como a integração de todas as operações,redução de custos, segurança dos funcionários, gerenciamentoambiental, monitoramento das frotas de veículos e equipamen-tos, menores tempos de parada e um consequente aumento daprodutividade. “A contribuição se dá na melhoria do sistema degestão de manutenção e performance operacional, tanto para oprocesso quanto para supply chain”, explica Ali MohamedSaleh, Global Strategic Account Executive da Schneider Electric.

“As empresas do setor vêm cada vez mais voltando suas aten-ções a soluções relacionadas à IoT, com foco no aumento daprodutividade”, diz Alberto Abdu, gerente dedesenvolvimento de negócios para o setor demineração da Bosch Brasil. A própria Bosch,que já fornece sistemas de monitoramento demotores e cilindros hidráulicos, desenvolveatualmente “alimentadores “inteligentes”, solu-ção que integra válvulas guilhotinas, localiza-das nos silos de minérios, ao motor hidráulico

Hägglunds, para acionamento das correias trans-portadoras abaixo dos silos e do tensionadorhidráulico da correia. “O sistema permite o ajusteautomático da tensão da correia quando necessá-rio e o fechamento rápido da válvula em caso deparada por manutenção, bloqueio ou algum pro-blema no processo”, conta Abdu.

Já a Modular Mining Systems, além do computa-dor de bordo com processamento automático deinformações, que não requer interferência dooperador, e a comunicação de dados wirelessdentro da mina, oferece agora uma tecnologiapara prevenir colisões. O CAS (CollisionAvoidance System monitora e notifica os opera-dores sobre os riscos potenciais de colisões por

meio de algoritmos inteligentes depredição de rotas. “O sistemadetermina o risco de colisão combase em parâmetros como veloci-dade, direção instantânea, rotaprevista e outros fatores”, diz DaviFreire, gerente geral da ModularMining Systems do Brasil.

A IoT não é novidade para a Schneider que,há alguns anos, desenvolveu a Ethernet, parao chão de fábrica. Atualmente, nossos desta-ques são iniciativas e projetos focados emanalytics para processo e manutenção, otimi-zação de supply chain e gerenciamento de sis-

tema de tratamento de água”,comenta Saleh.

Mundialmente, a ABB possuidiversos projetos que utilizam oconceito IoT. “Estamos implan-tando em uma mineradora umasala de controle central, onde épossível gerenciar vários ativosda planta e disponibilizar essesdados a uma rede corporativa ouà Internet, que permitirá totalmobilidade e flexibilidade aoacesso às informações”, afirmaJuliana Favaro, engenheira deAplicação da ABB.

Internet das Coisas (IoT), que conecta o mundo real ao virtual, abre um leque de (quase) infinitas opções às mineradoras

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Por Ricardo Gonçalves

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inthemine | janeiro | fevereiro20

TOP IN THE MINE AS MARCAS DA MINERAÇÃO

Por Tébis Oliveira

Em pesquisa inédita no Brasil, gerentes de operação e manutençãoindicam as marcas mais presentes nas mineradoras brasileiras

Uma ampla pesquisa de opinião, realizadaentre os meses de novembro e dezembro de2015, buscou identificar as marcas maisempregadas nas diversas etapas do proces-so de produção e beneficiamento mineralno Brasil. Para tanto, foram consultados 337profissionais, incluindo gerentes e supervi-sores de mineração, operação, manutençãoe logística de 108 mineradoras de grande,médio e grande porte, a céu aberto e sub-terrâneas, nas cinco regiões do país.

O levantamento tem como objetivo reuniruma amostragem representativa do empre-go de equipamentos e processos na indús-tria nacional de mineração, das atividades-meio terceirizadas no setor e das modalida-des de pós-venda e suporte técnico maisadotados por mineradoras. Com realizaçãoanual, o trabalho poderá servir de referênciaàs empresas em projetos de expansão deminas já existentes, de implantação denovas operações ou de readequação de fro-tas, sistemas e processos. Além de se tornaruma fonte de consulta para o meio acadê-mico – professores, pesquisadores e alunosdas áreas de Geologia e Engenharia deMinas, em especial – e ferramenta de ava-liação da eficiência das políticas de marke-

ting, publicidade e comunicação das fabri-cantes e prestadoras de serviços no que serefere à inserção de seus produtos nessesegmento produtivo.

Metodologia

Para realizar a pesquisa foi elaborado umformulário, encaminhado por e-mail a cadaprofissional, com questões específicas paraas etapas de Desmonte - mecânico e comexplosivos -, Lavra – carregamento e trans-porte (equipamentos e caminhões off roade rodoviários) -, Britagem – fixa e móvel –e Beneficiamento, subdividido em Classi-ficação, Moagem e Concentração.

Na área de Contratos e Terceirização foramconsideradas as atividades de Operação deFrota - nas modalidades de terceirização dagestão ou da gestão e frota de carregamen-to e transporte – interno e externo -, eSuporte Técnico – manutenção da frotamóvel e da planta de beneficiamento.

Em outra categoria – Marca Majoritária daFrota -, os entrevistados apontaram os tiposde equipamentos predominantes na empre-sa e suas respectivas marcas, assim como a

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idade média do conjunto, que variou entrezero, caso de uma frota inteira recém adqui-rida e seis anos de operação.

O ranking Top In The Mine’2015 foi defini-do a partir da apuração quantitativa dasmarcas mais empregadas em todas as mine-radoras. Devido à condição de confidencia-lidade assumida pela revista para viabilizara pesquisa, não são divulgados os nomes evínculos profissionais dos entrevistados.

Em paralelo, através de um grupo estrutura-do em uma rede social, operadores de equi-pamentos puderam indicar os melhoresmodelos de máquinas (veja tabela), pautan-do-se por seu histórico profissional. Osmodelos apontados podem não ser os deúltima geração das marcas, mas são os pre-feridos desses operadores que participaramda enquete.

Vencedoras

Na categoria Marca Majoritária da Frota, aCaterpillar foi a marca escolhida nas linhasde caminhões off road, pás-carregadeiras,tratores de esteira e motoniveladoras. A pre-ferência por caminhões off road é divididacom a Scania, enquanto a Volvo domina ade caminhões rodoviários. As escavadeirassão Liebherr, as perfuratrizes são Atlas

Copco e os jumbos são Sandvik.

O Desmonte Mecânico vai para os tratoresde esteira Caterpillar, enquanto o desmontecom explosivos fica com a Órica. NoCarregamento de Lavra, as pás-carregadeirassão Caterpillar também e as escavadeirassão Liebherr. Já para o transporte de lavra, amarca mais considerada de caminhõesrodoviários é a da Mercedes-Benz.

Na categoria de Beneficiamento, a marcamais indicada para Britagem é a Metso, aClassificação fica com a Weir (hidrociclones)e com a Haver & Boecker (peneiras) e naMoagem, os moinhos de bolas da FLSmidth.A etapa de Concentração é dividida entre aWeir (bombas centrífugas de polpa), aFLSmidth (células de flotação e concentra-dores gravimétricos) e a Inbras-Eriez (sepa-radores magnéticos).

Para a Operação de Frota Móvel, a empre-sa mais citada é a Fagundes Construção eMineração. Na Manutenção de FrotaMóvel, a PESA (Paraná Equipamentos) é aempresa indicada por mineradoras daRegião Sul, enquanto a Sotreq prevalecenas outras quatro regiões do país. Para acategoria Manutenção de Planta deBeneficiamento foram vencedoras a Metsoe a Manserv.

TOP IN THE MINE’2015

TOP IN THE MINE OPERADORES’2015

Categoria

Marca Majoritária da Frota

Desmonte Mecânico

Desmonte com Explosivos

Carregamento de Lavra

Transporte de Lavra

Britagem

Classificação

Moagem

Concentração

Operação de Frota Móvel

Manutenção de Frota Móvel

Manutenção de Frota Móvel

Manutenção de Planta deBeneficiamento

Marca

Caterpillar

Scania

Volvo

Liebherr

Atlas Copco

Sandvik

Caterpillar

Órica

Caterpillar

Liebherr

Mercedes-Benz

Metso

Weir

Haver & Boecker

FLSmidth

Weir

FLSmidth

Inbras-Eriez

Fagundes Construção e Mineração

PESA (Paraná Equipamentos)

Sotreq

Metso

Manserv

Equipamentos

Caminhão Off RoadPá-CarregadeiraTrator de EsteiraMotoniveladora

Caminhão Off Road

Caminhão Rodoviário

Escavadeira

Perfuratriz

Jumbo

Trator de Esteira

Pá-Carregadeira

Escavadeira

Caminhão Rodoviário

Britador

Hidrociclone

Peneira

Moinho de Bolas

Bomba Centrífuga de Polpa

Célula de FlotaçãoConcentrador Gravimétrico

Separador Magnético

Região Sul

Regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste

Equipamentos

Caminhões

Desmonte

Marca

Caterpillar

Volvo

Atlas Copco

Sandvik

Mercedes-Benz

Órica

Modelo

Escavadeira 390DEscavadeira 374 DPá-Carregadeira 966HPá-Carregadeira 938HRetroescavadeira 420

Escavadeira EC360BEscavadeira EC210BLCEscavadeira EC700

Carregadeira Subterrânea S14

Britador Cônico CH660Britador Cônico CS440

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inthemine | janeiro | fevereiro24

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Em novembro de 2015, o CETEM (Centro de TecnologiaMineral) realizou o “III Seminário Brasileiro de Terras Raras”(bianual, a partir de 2011). Ainda em novembro de 2015, aAssociação Brasileira do Desenvolvimento da Indústria (ABDI)e a CBMM (Cia.Brasileira de Mineração e Metalurgia) realizaramo “Seminário de Integração da Cadeia de ETR”, em Araxá/MG.Nesse evento, a CBMM apresentou a sua usina piloto de trata-mento e obtenção de “Terras Raras” (ETR), além de estabelecercontatos com todos os agentes envolvidos na cadeia produtivadesse setor. Em setembro de 2015, foi realizado o workshop“Brasil e Alemanha de Terras Raras” em Brasília (DF). Esseseventos têm o grande papel de promover articulação pública eprivada, o desenvolvimento de tecnologias, a identificação desinergias (financeiras, operacionais, estratégicas, etc) e deapoiar a governança da cadeia produtiva de terras raras, alémde divulgar as ações e projetos.

Um outro fator a ser destacado é a importância da convergên-cia das políticas públicas e privadas visando a sua integração,obtenção de sinergias e fortalecimento da competitividade seto-rial. Nesses eventos, empresas como a Siemens avaliam a for-

EVOLUÇÃO DAS TERRAS RARAS NO BRASIL

Por Mathias Heider

mação de parcerias, a exemplo do que já fez naAustrália com a mineradora Lynas. A integraçãoda oferta e procura ao longo da cadeia produti-va, o fortalecimento do mercado interno e odesenvolvimento de modelos de financiamentosão outros pontos de destaque.

Destaca-se que o Brasil passou a ser a 2ª maiorreserva mundial de Terras Raras com a incorpo-ração de expressivas reservas em Minas Gerais(MG) e Goiás (GO) detendo, ao final de 2012,cerca de 16% do total mundial. A produção deterras raras no Brasil é da ordem de 600 tanuais, mas novos projetos irão propiciar umasubstancial elevação em termos quantitativos equalitativos. Em 2012, as importações de terrasraras no Brasil foram da ordem de US$ 36milhões e, com os novos projetos, o país se tor-nará exportador, além de vivenciar um salto dedomínio de tecnologias ao longo de toda cadeiaprodutiva.

Mathias Heider éengenheiro deminas do DNPM

Figura 1: Fluxo da Cadeia Produtiva de Terras Raras no Brasil e estado da arte (base 2013)

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janeiro | fevereiro | inthemine 25

Cadeia Produtiva de Terras Raras no Brasil

Os projetos desenvolvidos pela CBMM estãoimpactando na evolução do conhecimento asso-ciado à produção de óxidos, ligas e fabricação deimãs, conforme apresentado no III SeminárioBrasileiro de Terras Raras.

Conforme pode ser verificado na Figura 01, aseguir, a cadeia produtiva tem uma grande com-plexidade e envolve diversos riscos (financeiro,geológico, tecnológico, mercado, operacional,político e ambiental).

O objetivo é o domínio tecnológico dos processosde separação e refino dos elementos de terras rarasvisando a produção de seus óxidos, sais e metaisem estado de elevada pureza e características mor-fológicas que atendam a necessidades da indústriade ponta (setores óptico, eletro-eletrônico, infor-mática, cerâmica fina, energia e transporte).

Os eixos de atuação no desenvolvimento dacadeia produtiva de ETR no Brasil são a busca dodomínio tecnológico, o desenvolvimento de ope-ração piloto e a produção competitiva e susten-tável em escala econômica. Os estudos mercado-lógicos, identificação das empresas envolvidas,novos usos e aplicações e atração de investido-res tem um importante papel na consolidação dacadeia produtiva. O acesso a fontes de forneci-mento de matéria prima é um relevante fator decompetitividade e atração de investimentos.

Para desenvolver as Terras Raras no Brasil, cita-mos uma série de políticas públicas adotadaspara apoiar o setor:• Desenvolvimento de PD&I e RH/FINEP/

CETEM e pesquisas em universidades;• Estudos prospectivos via CGEE - Programa

ETR-BR e “roadmap estratégico”(CGEE)/Plano Brasil Maior(ABDI)/;

• Plano Nacional de Mineração (PNM’2030)/GTde coordenação/Estudos prospectivos;

• Apoio CPRM/SGB (levantamentos geológicose estudos setoriais);

• Apoio das Universidades e Centros dePesquisa (CETEM, INB, Universidades, etc);

• Articulação público-privada e apoio doBNDES (linhas de apoio e financiamento);

• Plano Nacional de Mineração e Plano BrasilMaior (MME/ABDI);

• Pesquisa na Plataforma Continental Marítima(Amazônia Azul);

Figura 2: Elevação das Cotações de ETR (% em relação cotação base em 2008)

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• Apoio à pesquisa de projetos inovadores e chamadas públi-cas para pesquisa.

O modelo de chamadas públicas (44/2010 e 76/2013) estimuloua retomada das pesquisas tecnológicas envolvendo Terras Rarase apoia a formação de recursos humanos visando agregar valor,promover e adensar o conhecimento e desenvolver a sustenta-bilidade e competitividade da cadeia produtiva desses elemen-tos no Brasil. Para exemplificar, somente na chamada 76/2013,foram enviadas 96 propostas envolvendo 47 instituições, alémde identificadas 221 linhas de pesquisa e 396 especialistas.

Cotações de Terras Raras

Após o pique das cotações em 2011, fatores como novos proje-tos, produtos substitutos, redução do crescimento da economiamundial e da China causaram a queda dos valores. Os ETR Nd,Pr, Tb, Dy e Eu são as cinco terras raras mais caras. O Lantâniotem importante aplicação em catálise no refino de petróleo e seuconsumo anual no Brasil é de 900 t. Os projetos iniciantes naprodução de terras raras devem levar em conta que o seu con-centrado tem baixíssimo valor comercial e a separação de óxidosé essencial para agregar valor e rentabilidade. É importante des-tacar que alguns elementos de terras raras tem um potencial decrescimento das cotações devido às suas aplicações, principal-mente as “terras raras pesadas”. Toda reserva de terras tem o seumix de elementos (das terras raras leves até as pesadas), queimpactam fortemente na viabilização dos projetos.

Leia a íntegra do artigo em www.inthemine.com.br

DE VOLTA AO MESMO TEMA

Por Os Editores

Tragédia da barragem da Samarco em Mariana (MG) evidencia que mineradoras, consultorias de projetos e governo precisam revisarpolíticas e práticas

O Cadastro Nacional de Barragens deMineração (CNBM), do DNPM (Departa-mento Nacional da Produção Mineral) rela-cionava, no final de 2015, 658 estruturas quepodem ser enquadradas nessa conceituação,sob denominações diversas – diques, lagos,portos, reservatórios e tanques –, além debarragens mesmo.

O levantamento foi criado pela Portaria n°416/2012 atendendo, dois anos depois, aodisposto na Lei n° 12.334/2010, que definiu aPolítica Nacional de Segurança de Barragens.Até então, o único inventário desse tipo exis-tente no Brasil era o da FEAM (FundaçãoEstadual de Meio Ambiente de Minas Gerais),iniciado em 2005. Um cadastro é nacional e ooutro é estadual. Mas as diferenças nãoparam por aí, a começar da divergência donúmero de barragens cadastradas no estado:313 para o DNPM e 450 para a FEAM, segun-do o relatório mais recente, de 2014.

As barragens de mineração são tema recor-rente em congressos, seminários, workshopse outros eventos do setor. Mas não parecemser levadas a sério, nem no âmbito dosempreendedores, nem dos formuladores eexecutores de seus projetos e muito menosno dos órgãos estaduais e federais, pelo des-

caso que dedicam a sua fiscalização. ODNPM, por exemplo, contava com apenascinco técnicos para cumprir essa missão emtodo o país.

Com o acidente ocorrido na barragem doFundão, da Samarco, em Mariana (MG), oassunto ganhou as páginas da grande impren-sa, da mídia especializada e local e de fórunsespecíficos e leigos das redes sociais. Essaindesejada exposição faz emergir do mar delama que tomou de assalto dois estados e jápode ter alcançado um santuário ambientalbaiano, as várias e mesmas questões de fundo.

Quem, senão o agente público de fiscaliza-ção, pode validar as informações prestadaspor mineradoras em um cadastro de barra-gens de mineração? Qual o método construti-vo mais adequado à implantação dessasestruturas? Como prevenir que outras 182barragens, consideradas no CNBM como dealto Dano Potencial Associado (DPA) nãoreproduzam, como bombas relógio progra-madas, a tragédia de Mariana?

Fatos

O rompimento da barragem do Fundão, daSamarco, em 5 de novembro de 2015, levou

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seus rejeitos à barragem de Santarém. Oimpacto provocou uma erosão parcial nalateral direita de Santarém e danificou odique de Selinha, uma das paredes laterais deGermano, outra barragem da mineradora. Ostrês reservatórios possuem licença ambientalconcedida pela Superintendência Regional deMeio Ambiente e Desenvolvimento Susten-tável (Supram), de Minas Gerais.

Segundo a Samarco, do volume de 55milhões m3 de rejeitos que a barragem doFundão armazenava, 32,4 milhões m3 foramliberados com seu rompimento. Desse total,85% ficaram retidos entre a barragem deSantarém e a UHE Risoleta Neves (Candon-ga), entre as cidades de Rio Doce e SantaCruz do Escalvado. Os 4,5 milhões m3 derejeitos restantes seguiram até o Rio Doce eatravés dele, chegando ao Espírito Santo,num trajeto de cerca de 600 km.

O projeto original da barragem do Fundão éde autoria do engenheiro Joaquim Pimentade Ávila, especialista em geotecnia. Segundoele, esse contrato vigorou até 2012 e, somen-te em 2014, sua empresa, de Belo Horizonte(MG), foi contratada novamente pelaSamarco para serviços de consultoria. Em2015, a Pimenta de Ávila recebeu, pelo quar-

to ano consecutivo, o 8º “Prêmio Top Engenharias” comomelhor fornecedora na categoria Minas/Mineração(Serviços) - Consultoria/Projetos Barragens e Geotecnia.

Em julho de 2015, o projeto de alteamento da barragem doFundão, da cota 920 para 940, e de drenagem complementarinterna de suas ombreiras foi apresentado na Câmara deMariana. Segundo informado pelo coordenador de constru-ção do projeto, Eduardo Moreira, da Samarco, à época, asobras, em andamento e com duração de dois anos, estavamorçadas em R$ 291,6 milhões, com cerca de R$ 5,7 milhõesde arrecadação de impostos municipais. O projeto foi elabo-rado pela VOGBR, que atestou a estabilidade da barragem noRelatório de Inspeção de Segurança Regular, exigido anual-mente pelo DNPM e concluído também em julho de 2015.

Dados

Após o acidente, que deixou um saldo de 17 mortos, 2desaparecidos e mais de 600 desabrigados, além de des-truir o subdistrito de Bento Rodrigues, atingir outras seislocalidades de Mariana e invadir o Rio Doce, a Samarcovem realizando diversas obras em seu complexo. O refor-ço do dique de Selinha foi concluído em 28 de dezembrode 2015. Na barragem de Santarém são executadas arecomposição do extravasor, a adequação da crista e aconstrução da berma de reforço, visando interromper oprogresso da erosão verificada na lateral direita da estrutu-ra. O vertedouro existente está sendo avaliado para verifi-car se cabe seu reparo ou substituição.

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MEDIDAS DE CONTINGÊNCIA

A lei Nº 12.334 que estabeleceu a Política Nacional deSegurança de Barragens – e criou o Sistema Nacional deInformações de Barragens – é de 20 de setembro de 2010.Foi preciso que ocorresse o rompimento das barragensem Mariana (MG), dia 5 de novembro de 2015, para que ospoderes instituídos no Brasil tomassem providências. Dia11 de novembro, servidores do DNPM tornam públicacarta anônima, mas bem fundamentada, em que denun-ciam as suas limitações de recursos (materiais, tecnológi-cos, financeiros e humanos) e que as atividades de fiscalização estariam sendo feitas “por amostragem”.http://bit.ly/1SIwUPF

Dia 12 de novembro, o ministro de Minas e Energia,Eduardo Braga (PMDB) veio a público para anunciar umprograma emergencial, com a contratação de auditoriasindependentes com especialidade em geotecnia parafazer, segundo ele, “um 'double check' do que temos deinformações dessas barragens e de toda a situação mine-ral do Estado” (Minas Gerais). Braga também afirmou quejá haviam sido autorizados recursos da ordem de R$ 9milhões para essa contratação.

A execução orçamentária do Governo Federal em ativida-des de fiscalização, até o mês de outubro, segundo levan-tamento do jornal O Estado de São Paulo, era de apenas13,2% do orçamento previsto. O ministro admitiu o con-tingenciamento de recursos em todo o executivo federal,mas relativizou o papel do DNPM que, afinal, está subor-dinado a ele. “A nossa fiscalização é complementar, quemautoriza as barragens é o Ministério do Meio Ambiente”,lembrou ele.

No dia 17 de novembro, foi a vez dos senadores tomarempé do assunto, criando uma comissão temporária queteria um prazo de 120 dias (descontando-se o recesso,evidentemente) para revisar a legislação que trata dasegurança de barragens (a mesma Lei 12.334/2010, pro-mulgada cinco anos antes). Fizeram visitas in loco e entre-vistaram-se com famílias atingidas, executivos daSamarco e autoridades locais. E saíram de férias.

Dia 18 de janeiro de 2016, começa o trabalho da empresade auditoria, contratada em dezembro, que vem juntar-seaos 17 técnicos da ‘força-tarefa” do DNPM, que tem

acompanhando os trabalhos de recuperaçãofeitos pela Samarco em todo esse período.

Os consultores têm até o dia 29 de abril paraavaliar as condições de segurança das 220barragens de rejeitos minerais de MinasGerais cadastradas na Política Nacional deSegurança de Barragens. Num segundomomento, o trabalho se estenderá a todasàs barragens do país (402, segundo dadosoficiais, incluindo-se as de Minas Gerais).

O objetivo é que o DNPM, com o reforço dosconsultores contratados, apresente, até ofinal de abril, um relatório com análise decada barragem, que será encaminhado atodos os responsáveis pela fiscalização,“que é compartilhada”, segundo esclareceTelton Correa, diretor-geral interino doDNPM. Assim, os órgãos licenciadores (esta-duais) respondem pela estrutura, a AgênciaNacional das Águas (ANA), pelo uso dosrecursos hídricos, e o DNPM, pelos docu-mentos apresentados pelas mineradoras(inclusive, no que diz respeito à segurança).“A empresa é responsável, e nós vamosacompanhar isso. Vamos exigir que todas asempresas tenham esse relatório em dia, quegarantam a segurança de suas barragens.Essa é a nossa obrigação”, diz Correa.

A declaração é reforçada por uma portaria (nº14, de 18 de janeiro de 2016) que dá poder aoórgão para suspender as atividades em barra-gens que não entreguem, em até 15 dias, aDeclaração de Condição de Estabilidade daBarragem, que obrigatoriamente deve serapresentada todos os anos. A regra vale paraas barragens enquadradas na Lei deBarragens. A mesma penalidade poderá seraplicada às empresas que não comprovarem,em até 15 dias, ter entregado às prefeituras eaos órgãos de defesa civil cópias físicas dosseus Planos de Ação de Emergência emBarragens de Mineração (PAEBM).

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As comunidades afetadas receberam 381milhões l de água potável e outros 20milhões l de água mineral e contam com aassistência de 85 agentes de saúde contrata-dos pela mineradora. Além do atendimentopsicossocial, prestado a 943 famílias, outras1.222 haviam recebido, até meados dejaneiro passado, cartões de auxílio financei-ro. O acesso às localidades atingidas foiintegralmente restabelecido e das sete pon-tes a serem reconstruídas, quatro encon-tram-se finalizadas. Foram resgatados 150mil peixes e 4.687 animais e realizadas maisde 13 mil análises de água do Rio Doce emais de 8 mil de água do mar no litoral doEspírito Santo.

A receita da Samarco equivale a 6,4% do PIB(Produto Interno Bruto) do Espírito Santo(ES) e a 1,5% do PIB de Minas Gerais. Aempresa pagou R$ 1,5 bilhão de impostos em2014, o equivalente a 20% da arrecadaçãoprevista com a volta da CPMF (R$ 32bilhões). Os impostos pagos pela mineradoracorrespondem a 54% da receita da cidade deMariana (R$ 20.552 milhões).

Opiniões

A investigação das causas que levaram aorompimento da barragem do Fundão aindaestá em curso. Com base no depoimento dePimenta de Ávila, a Polícia Federal indiciou opresidente e funcionários da Samarco. DaVOGBR foi indiciado o engenheiro que assi-nou o Relatório de Inspeção de SegurançaRegular. O consultor assegurou que haviaalertado a empresa, em setembro de 2014,sobre os riscos de ruptura do reservatório,decorrentes de uma trinca em um recuo quenão constava do projeto original.

A VOGBR, a quem a obra foi atribuída, emi-tiu nota de esclarecimento afirmando a res-ponsabilidade técnica da Pimenta de Ávilapelo projeto original do dique inicial da bar-ragem, do reforço desse dique e dos altea-mentos até a cota 920. A empresa assumeapenas os projetos de drenagem complemen-tar interna e o alteamento da cota 920 para940. Quanto ao Relatório de Inspeção deSegurança Regular, argumenta que sua elabo-

ração considerou “a base histórica de leitura dos instru-mentos de monitoramento geotécnico e outros documen-tos”, informações cuja “coleta e disponibilização são deresponsabilidade do proprietário da barragem”.

Especialistas em geotecnia ouvidos pela In The Mine sobcondição de anonimato, consideram que o método cons-trutivo de montante da barragem do Fundão, embora sejao mais empregado por mineradoras no Brasil por sua sim-plicidade, prazo reduzido de execução e economia de cus-tos, é o mais crítico em termos de segurança. A principalrazão é que os alteamentos da estrutura são realizadossobre rejeitos com baixa resistência ao cisalhamento e sus-cetíveis à liquefação. Outro problema do método é a difi-culdade de implantação de um sistema interno de drena-gem eficiente.

Para os técnicos, o método de jusante permite um proces-so de alteamento mais seguro, devido à compactação domaterial depositado, e a instalação dos sistemas de drena-gem interna durante a construção da barragem e em seussucessivos alteamentos. Uma terceira alternativa, que com-bina características desses dois métodos, é a de linha decentro, onde o alteamento da crista é realizado de formaque seu eixo vertical coincida com o eixo do dique inicial.A ocorrência de acidentes em barragens é atribuída a falhasno processo de construção, manutenção e monitoramentoou à combinação desses três fatores. A exceção dessa regrase daria somente diante de eventos episódicos e incontro-láveis, como terremotos ou inundações, por exemplo.Segundo os especialistas, ainda, nem uma gestão eficiente“salva” um projeto mal construído, mal operado ou malmonitorado.

O próprio Pimenta de Ávila, em palestra realizada duranteo “15° Congresso Brasileiro de Mineração”, promovidopelo IBRAM (Instituto Brasileiro de Mineração), em 2013,recomendou o emprego de tecnologias de menor risco emsubstituição à metodologia clássica de retenção de rejeitosem barragens. O consultor afirmou que “a redução do teorde umidade dos rejeitos e sua disposição com baixo graude saturação é o processo mais promissor para a reduçãode riscos a custos efetivos”. Segundo ele, ainda, o empi-lhamento drenado e o espessamento/filtragem dos rejeitosagregam as vantagens de menor potencial de dano, menorrisco, menor necessidade de monitoramento no longoprazo e maior facilidade para a aplicação da Walk AwaySolution no fechamento da barragem.

Após o acidente em Mariana, a Secretaria de MeioAmbiente (SEMAD) de Minas Gerais anunciou que o méto-do construtivo de montante será proibido no estado.

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Por Ricardo Gonçalves

Patrick Marques tem 36 anos e atua como ope-rador de máquinas há um terço de sua vida – 12anos. Sua carreira profissional mostra o conheci-mento diversificado adquirido ao longo desses12 anos, trabalhando na área de construção emineração. “Iniciei na CMO. Depois passei peloGrupo Aterpa, pelo Grupo Sobel e pelaFagundes Construção e Mineração”, contaMarques. Hoje, ele trabalha na Vale Fertilizantes,em Araxá (MG).

Em pedreiras, ele atuou por um ano, ainda peloGrupo Aterpa. A operação ficava próxima aomunicípio de Ibiá (MG), localizada no centro-oeste mineiro, a cerca de 330 km da capitalBelo Horizonte. “Em 2010, tive a minha melhoroperação com pá-carregadeira na pedreira. Tiveque operar ao lado de uma escavadeira de pro-dução, carregando caminhões”, lembra. “Erammanobras curtas, deixando o veículo mais pró-ximo ao material”.

Como grande desafio, ele recorda que, no meioda operação, notou uma rocha enorme depen-durada. “Tivemos que parar de trabalhar e espe-rar por um bulldozer Caterpillar D8T (trator de

Com uma carreira de 12 anos como operador, Patrick Marques já trabalhou em diversos ramos e defende a valorização da função

esteiras de alta capacidade) para derrubar arocha”, relata Marques. Após a execução, a ope-ração pôde ser retomada e seguiu normalmen-te. O operador afirma que na pedreira, omelhor equipamento com que ele trabalhou foia pá-carregadeira de rodas Caterpillar CAT938H,devido à agilidade para produção.

Em minas, ele destaca a pá-carregadeiraCaterpillar CAT966H, pelo alto desempenho epela comodidade. Seu sonho de operação é amáquina detentora do recorde de maior movi-mentadora de terra do mundo, de acordo como Guiness, com capacidade para 53 m³ e pesooperacional de 258 t. “Quero operar uma pá-carregadeira LeTorneau L-2350”.

Devido ao conhecimento com operações tantoem minas quanto em pedreiras, Marques apontaas diferenças básicas entre trabalhar nos locais,mostrando que ser operador numa pedreira éuma tarefa mais complexa. “Em primeiro lugar,as condições da praça depois de uma detonaçãoe os riscos de desmoronamento são bem maioresnuma pedreira. Além disso, numa mina, você tra-balha com um material mais solto.

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AJUSTANDO A OPERAÇÃOPor Haroldo Aguiar

Com a desaceleração dos mercados de construção civil e deobras de infraestrutura, o setor de mineração de agregados regis-trou uma queda no ritmo das atividades e dificilmente repetirá amarca registrada no auge do crescimento econômico, quando opaís consumia uma média de 630 milhões t/ano de agregadospara construção. Os especialistas estimam uma redução no anopassado de 30% a 40% na produção em relação a 2014, comdiversas pedreiras fechando alguns turnos de trabalho.

Algumas empresas do setor, entretanto, aproveitam essemomento para ajustar as operações e se preparam para quan-do o mercado retomar seu ritmo de crescimento. “Como nossogrupo também possui uma construtora, estamos realizandoalgumas obras de infraestrutura com recursos internos, que noscapacitarão para uma rápida expansão no futuro”, diz GilenoCosta Filho, diretor industrial da Civil Mineração, que figuraentre as três maiores produtoras de brita da RegiãoMetropolitana de Salvador.

As obras envolvem a implantação de novas instalações pararefeitório, vestiário, área de lazer e oficina mecânica, que con-tará com 12 baias para manutenção dos equipamentos de lavrae área construída de 1.000 m2, incluindo o almoxarifado. “Comisso, vamos liberar espaço para uma futura expansão da brita-gem”, explica Gileno. Além disso, a Civil está decapeando umaárea de 10 mil m2, para acesso a uma nova frente de desmon-te, com capacidade estimada de 5 milhões t de rocha, conside-rando cinco bancadas de 15 m de altura cada uma. “Trata-se deuma característica da nossa operação, pois nossa rocha é cober-

Em resposta à queda da demanda, produtores de brita investem na otimização e modernização das operações

ta por uma camada muito profunda de materialargiloso, que chega a 25 m de espessura, o querequer esse investimento”.

Com uma capacidade instalada de 120 mil t/mês,a Civil atualmente opera abaixo desse patamar.Entretanto, os investimentos realizados em umpassado recente permitem que ela mantenha oscustos sob controle, algo fundamental no atualmomento econômico. Afinal, sua linha de brita-gem, que conta com estágios primário, secundá-rio e terciário, é automatizada e um único ope-rador controla todo o serviço a partir de uma salade controle. “Ele comanda a abertura e fecha-mento da boca do britador, a velocidade das cor-reias, a frequência e amplitude da peneiras, entreoutros parâmetros”.

Os equipamentos de operação em rocha, queincluem duas escavadeiras hidráulicas e duas páscarregadeiras, contam com no máximo 4.000horas trabalhadas, o que garante sua elevada dis-ponibilidade. “Nossa filosofia é a de operar comequipamentos novos, que proporcionam altaprodutividade e baixos custos de manutenção,motivo pelo qual já nos preparamos para trocarem breve a frota de caminhões, composta porcinco unidades de veículos 6x4, com capacidadepara transportar 30 t cada”, afirma Gileno.

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Nova britagem

Outra mineradora de agregados que recente-mente concluiu um processo de expansão emodernização é a Beira Rio, de Uberaba (MG),que investiu R$ 21 milhões nesse projeto.Segundo Artur Braghetto Barilleari, sócio geren-te da pedreira, ela ainda está longe de operar aplena capacidade, que saltou para 45 mil t/mês,mas os ganhos no custo de produção são con-sideráveis. “Substituímos a planta de britagempor instalações totalmente automatizadas e tam-bém trocamos a frota que opera em desmonte ecarregamento de rocha, composta por uma per-furatriz pneumática, uma escavadeira hidráulica,duas pás carregadeiras e cinco caminhões 6x4”,diz ele.

A britagem é composta por estágios primário,secundário e terciário, mas o executivo não des-carta investimentos, em um futuro próximo,para a instalação de um britador quaternário, dotipo VSI, para a produção de areia de brita.“Esse produto tem um futuro muito promissor,pois há uma tendência da sua utilização emlugar da areia natural.” Atualmente, seu princi-pal produto é a brita 1, com o qual a Beira Rioatende principalmente as concreteiras e usinasde asfalto da região, mas ela também produzbritas 2 e 3, pedrisco, pó de pedra, brita gra-duada, bica corrida e rachão.

Artur também cita a intenção de investir emduas novas unidades de produção, nos municí-pios de Araxá e Patrocínio, em Minas Gerais.“Pelas características do nosso setor, em que oimpacto do custo de transporte sobre o produ-to requer uma proximidade dos centros consu-midores, a expansão dos negócios exige aimplantação de novas unidades”. Esse projeto,entretanto, que está orçado em R$ 20 milhões,permanece em estágio de planejamento até omercado retomar os níveis de demanda habi-tuais.

Segundo o executivo, a nova planta de britagemé totalmente controlada a partir de uma cabine,por um único operador, e o uso de peneiras deborracha proporciona melhores índices de pro-dução, evitando entupimentos na classificação.“Além disso, devido à eficiência dos equipa-mentos e a características da nossa rocha, que éum basalto friável, operamos praticamente semrealizar desmontes secundários”. Como os equi-

pamentos de carregamento são novos, ele destaca o baixocusto de manutenção, cujos serviços ficam por conta do fabri-cante.

Novos produtos

Gileno Costa Filho, da Civil Mineração, também vislumbra umaumento na demanda de areia de brita e, por esse motivo,mantém os planos da empresa para a implantação de um bri-tador VSI, para esse propósito. “O equipamento proporcionauma melhor curva granulométrica e gera um produto finalcom a qualidade necessária para a substituição da areia natu-ral”. Além disso, ele reduz a carga de finos no processo, evi-tando a geração de um filler que, apesar de ser aplicado naprodução de revestimentos cerâmicos e argamassas, ainda nãotem uma demanda firme no mercado.

O executivo destaca que, recentemente, a empresa desenvol-veu um novo produto, uma brita de 6,3 mm de diâmetro, cujaqualidade granulométrica permite sua utilização em lugar datradicional brita de 9,3 mm, com melhora significativa no traçodo concreto. “Ele otimiza o consumo de cimento e de areianatural na produção de concreto usinado e de pré-moldadose vem sendo muito solicitado por empresas desses segmen-tos”. Por esse motivo, Gileno diz que esse produto se conver-teu no carro-chefe da pedreira e é o único que ela não dispõeem estoque.

Além da implantação de um britador quaternário, os planos deexpansão da Civil contemplam uma segunda linha de brita-gem, de forma a obter maior flexibilidade na produção.Obviamente, o projeto vem sendo desenvolvido ao ritmo atualdo mercado, até que uma retomada na demanda justifique suaimplementação.

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Por: Ricardo Gonçalves

Combustíveis fosseis, como gasolina e diesel, e o pró-prio etanol e as baterias convencionais podem ficarpara trás. E qual seria a alternativa de combustível paraos carros no futuro? Nanopartículas de metais, comoferro, boro ou alumínio, em pó. É o que garantem pes-quisas conduzidas tanto na Universidade McGill, noCanadá (https://www.mcgill.ca/), quanto no Laborató-rio Nacional Oak Ridge (ORNL), no Tennessee, EstadosUnidos (https://www.ornl.gov/). Segundo os estudosparalelos, metais em pó não emitem dióxido de carbo-no, óxidos de nitrogênio, fuligem ou poeira. Por isso,podem representar combustíveis muito mais sustentá-veis do que os próprios biocombustíveis, além de per-mitirem a um veículo de tamanho médio circular cercade três vezes mais que um equivalente movido a gaso-lina. Os motores de combustão interna seriam substi-tuídos por modelos de combustão externa, utilizandocalor de uma fonte exterior para alimentar o motor.Enfim, novamente uma boa notícia para as minerado-ras, já que isso poderia representar uma corrida pormetais, substituindo a corrida pelo petróleo.

METAIS NO TANQUE

Como serão os carros do futuro? Empresas tentam adivinhar não só o design, mas também o tipo de combustível

Pesquisas conduzidas no laboratório de Combustíveis Alternativos da Universidade McGill, em Montreal, no Canadá

Visão aérea de toda a estrutura do ORNL

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