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Isadora Duncan
Oficina de Artes Estudos Artísticos
Joaquim Pinheiro
Isadora Duncan Angela Isadora Duncan era a segunda dos quatro filhos do poeta Joseph Charles e da
pianista e professora de música Dora Gray Duncan. Nasceu em 1978, em São Francisco,
e viveu uma infância atípica para os padrões da época. Filha de pais divorciados, ela, a
irmã e os dois irmãos, foram criados na pobreza pela sua mãe solteira, e além de
receberem a educação formal, a mãe fazia questão de dar-lhes desde cedo, aulas
particulares de literatura, poesia, música e artes plásticas. Quando ela tinha ainda
quatro anos, começou a frequentar aulas de balé clássico. Na adolescência
apresentava-se acompanhada dos três irmãos ao som do piano da sua mãe. Desde
cedo ela mostrava ter um temperamento transgressor, que a leva a abandonar as
convenções do balé da época. As técnicas convencionais do balé clássico e romântico
eram extremamente rígidas. Pedia a utilização do espaço geométrico do palco de
maneira axial simétrica, durante as apresentações, o homem era sempre o líder e
condutor dos movimentos, auxiliando também as mulheres, que deveriam preservar
uma dança discreta, e o andar suave.
Aos 11 anos, a jovem Isadora já apresentava uma sensibilidade muito particular,
desenvolvendo uma maneira própria de dança. Nessa idade começou também a dar
aulas da sua nova técnica, considerando antiquadas as técnicas clássicas e as sapatilhas
de ponta, além de serem incómodas e deformarem o corpo feminino
Isadora tornou-se assim, iniciadora do balé moderno, possuindo uma atitude
transgressora e espírito livre que se tornaria um símbolo para o feminismo, causando
deste modo polémica ao ignorar todas as técnicas do balé clássico. A sua dança foi
inspirada pelas figuras das dançarinas nos vasos gregos encontrados, segundo algumas
fontes, no Museu do Louvre. Contudo, já outras fontes informam que tais vasos foram
vistos pela bailarina no museu britânico.
A sua dança era algo completamente diferente do usual, com movimentos
improvisados, inspirados, também, nos movimentos da natureza: vento, plantas, entre
outros. Os seus cabelos soltos e os seus pés descalços faziam também parte da
personalidade profissional da dançarina. Vestia-se com roupas leves, tal qual as das
figuras dos vasos gregos, tendo um cenário simples, composto apenas por uma cortina
azul, que visava reforçar a importância da expressividade do dançarino sem recorrer a
subterfúgios que ela considerava artificiais e “vazios”.
Outro ponto forte na dança de Isadora é que ela utilizava músicas até então tidas
apenas como para apreciação auditiva. Dançava ao som de Chopin e Wagner e a
expressividade pessoal e improvisação estavam sempre presentes no seu estilo.
Durante o desenvolvimento da sua carreira, caminhava cada vez mais, para um estilo
pessoal único. Visando realçar a emoção do dançarino, valorizou os movimentos
espontâneos, mas não ausentes de técnica. Para aperfeiçoar seu balé, entregou-se a
estudos aprofundados sobre a origem da dança e suas diversas expressões em
diferentes culturas. Tais estudos resultaram numa série de textos e ensaios teóricos
sobre a dança, o papel da cultura e a vinculação com seu trabalho.
Isadora tinha personalidade forte e não se rendia às tradições. Não era avezada ao
casamento, tendo casado três vezes, fazendo-o apenas, porque tinha a possibilidade
de separar-se, caso fosse necessário. O seu primeiro marido foi o designer teatral
Gordon Graig, do qual se separou, assim como se separou do milionário parisiense
Eugene Singer (responsável pelas máquinas Singer conhecidas no mundo). Isadora teve
um filho de cada relacionamento.
Em 1898 Isadora foi para Londres em busca
do reconhecimento profissional. Lá
consolidou a sua fama, após fazer a sua
primeira apresentação em Paris , em 1902.
Em 1908 escreve The Dance.
Em 1913, um acidente tira a vida dos seus
dois filhos, Deirdre e Patrik, e da sua
governanta, que morrem afogados quando o
carro em que estavam caiu dentro do rio
Sena. Devido a este acontecimento, Isadora
passa alguns anos sem se apresentar. No
ano de 1916 ela vai para o Brasil apresenta-
se no Teatro Municipal, no Rio de Janeiro,
estando já nesta época com 38 anos de
idade. Em 1920 vai para Moscou. Casa-se
com o poeta soviético Serguei Iessienin, de quem se separa dois anos depois. Lessienin
suicida-se em 1925. Após este acontecimento Isadora vai para a França e passa os seus
últimos anos em Nice. Em 1927 escreve uma auto-biografia intitulada de My Life e
morre no mesmo ano, em 14 de Setembro. Em 1928 são editados seus artigos
póstumos em The Art of the Dance.
Isadora morre a 14 de Setembro de 1927, aos 49 anos, num acidente de automóvel,
quando a sua echarpe ficou presa a uma das rodas, estrangulando-a. Durante anos
uma amiga disse que as suas últimas palavras antes de entrar no carro conduzido por
um jovem, foram: "Adeus, amigos! Vou para a glória.", tendo anos depois rectificado
que eram "Adeus amigos. Vou para o amor". A verdadeira intenção da amiga era que
Isadora fosse recordada com uma frase mais elegante que aquela que realmente
proferiu.
Aclamada como iniciadora do balé moderno e um espírito vivo da dança, discriminada
pela postura independente e revolucionária, inspirou poetas e artistas e é ainda hoje
um ícone de sua época.
Em homenagem à bailarina, foi criada em 1979, a Isadora Duncan Dance Foundation,
em Nova Iorque. Os arquivos pessoais de Isadora Duncan estão actualmente no Lincoln
Center, também em Nova Iorque.
Cena trágica da morte de Isadora Duncan no filme interpretado por Vanessa Redgrave
"Está de luto a graça do mundo! Isadora Duncan (...) desapareceu com as linhas
predestinadas do seu corpo e o abençoado condão de sua arte" - Revista da Semana,
Rio, 1927.