interpretaÇÃo e elaboraÇÃo de anÁlise estatÍstica juliano ricardo resende zootecnista monitor...
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INTERPRETAÇÃO E ELABORAÇÃO DE ANÁLISE
ESTATÍSTICA
JULIANO RICARDO RESENDE
ZOOTECNISTA
MONITOR DE PASTAGEM DE 2001 A 2004
O que é e para que serve a análise estatística
A estatística é um ramo da matemática que permite obter
conclusões a partir de dados observados e nos métodos
científicos para coleta, organização, resumo, apresentação,
análise e interpretação dos dados amostrais.
Em um trabalho de pesquisa, avaliou-se o efeito de diferentes vermífugos em bovinos, cujos resultados foram:
TRATAMENTOS MÉDIAS
PRODUTO 1 183,14
PRODUTO 2 186,90
TESTEMUNHO 187,33
PRODUTO 3 188,38
PRODUTO 4 188,57
PRODUTO 5 190,85
PRODUTO 6 193,80
PRODUTO 7 193,80O QUE VOCÊ CONCLUI COM ESSES RESULTADOS?
Em um trabalho de pesquisa, avaliou-se o efeito de diferentes vermífugos em bovinos, cujos resultados foram:
NÃO HOUVE DIFERENÇA SIGNIFICATIVA ENTRE
OS TRATAMENTOS AVALIADOS
TRATAMENTOS MÉDIAS RESULTADO DO TESTE
PRODUTO 1 183,14 a
PRODUTO 2 186,90 a
TESTEMUNHO 187,33 a
PRODUTO 3 188,38 a
PRODUTO 4 188,57 a
PRODUTO 5 190,85 a
PRODUTO 6 193,80 a
PRODUTO 7 193,80 a
Médias seguidas de mesma letra não diferem pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade
Como analisar uma pesquisa e saber se os dados são ou não consistentes:
RESUMO – Relata parte de cada tópico do trabalho
INTRODUÇÃO – Apresentar um rápido histórico do tema, evidenciando o problema que foi pesquisado. Terminar a seção apresentando os objetivos do trabalho
MATERIAL E MÉTODOS – Apresentar a metodologia empregada na pesquisa
RESULTADOS E DISCUSSÃO – Destacar os principais resultados, comparando com outros trabalhos semelhantes
CONCLUSÕES – Apresentar as principais conclusões (em frases curtas)
Como analisar um trabalho e saber se os dados são ou não consistentes:
MATERIAL E MÉTODOS – Apresentar a metodologia empregada na pesquisa.
Nesta seção você consegue perceber se o trabalho teve ou não algum furo na metodologia, e com isso determinar a
confiabilidade dos resultados apresentados.
Trabalho avaliando o efeito de diferentes vermífugos:
MATERIAL E MÉTODOS
Furos:
* Este trabalho foi desenvolvido na área experimental x, no período de janeiro de 2003 a março de 2003 (3 meses).
* Durante a avaliação, houve um ataque de lagarta na área dos tratamentos 1, 2 e 4, porém após três dias foi feito o controle.
* Cada tratamento recebeu 3 animais zebuinos (repetições) com idade de 8 a 12 meses.
CONCLUSÃO
Não houve diferença significativa entre os tratamentos avaliados
Trabalho avaliando o efeito de diferentes vermífugos:
MATERIAL E MÉTODOS
Consistência na metodologia:
* Este trabalho foi desenvolvido na área experimental x, no período de janeiro de 2003 a janeiro de 2004 (1 ano), com um período anterior de 30 dias para adaptação dos animais.
* Cada tratamento recebeu 10 animais zebuinos com idade de 8 a 9 meses, peso variando de 210 a 220 kg, distribuidos por sorteio em cada tratamento.
CONCLUSÃO
Não houve diferença significativa entre os tratamentos avaliados.
Para que serve a repetição
Um tratamento deve aparecer mais de uma vez no experimento (em mais de uma parcela). Repetição 1 Repetição 2 Tratamento 1 Repetição 3 Repetição 4 Repetição 5
Funções:
1 – Fornecer estimativa do erro experimental
2 – Diminuir o erro experimental
3 – Reduz o erro padrão da média do tratamento
Para que serve a repetição
Existe um consenso geral que na experimentação, cada tratamento deve ter no mínimo três repetições.O experimento deve ter no mínimo 20 parcelas com 10 GL do resíduo.
R1 R2 R3
R1 R2 R3
R1 R2 R3
Experimento com 3 tratamentos, 3 repetições e 9 parcelas experimentais
Quadro de análise de variância
Experimento:
Avaliar o efeito da época dentro de dois anos na capacidade de suporte de uma pastagem:
Anos: 2004 e 2005Épocas: Primavera, Verão, Outono, InvernoRepetições: três meses para cada estação
Observações: 2 x 4 x 3 = 24 (> 20)GLTotal = Número de observações – 1 (24-1 = 23)GL resíduo = GL total – GL ano (23 – 1 = 22) (> 10)
Como apresentar uma tabela contendo os resultados de sua pesquisa:
TRATAMENTOS MÉDIAS RESULTADO DO TESTE
PRODUTO 1 183,14 a
PRODUTO 2 186,90 a
TESTEMUNHO 187,33 a
PRODUTO 3 188,38 a
PRODUTO 4 188,57 a
PRODUTO 5 190,85 a
PRODUTO 6 193,80 a
PRODUTO 7 193,80 a
CV (%) 45,0
Médias seguidas de mesma letra não diferem pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade
Tabela 1 – Efeito do uso de diferentes vermífugos no desempenho animal, medido em ganho de peso (kg)
Para que serve o Coeficiente de Variação (CV)
Indica a precisão do experimento ou o desvio médio em relação a média. Quanto menor for o CV, mais preciso será os resultados do experimento.
A variação ocorre por duas razões:
1 – Em função da variação dos próprios animais (genética)
2 – Em função da falta de uniformidade na condução do experimento (diferença de luz, temperatura, erro na distribuição, pastagem, etc.)
Uma alternativa para validar o resultado de um experimento cujo CV foi alto (12%) é através da comparação com outro experimento.
Para que serve o coeficiente de variação (CV)
NOTE QUE O CV ESTÁ BAIXO, O QUE DEMONSTRA CONSISTENCIA NOS RESULTADOS
30,5 cOBS: A letra “A” deve ser atribuída ao maior resultado 31,6 b 33,7 a
PRIMÍPARAS PLURÍPARAS
TRATAMENTOS PESO AO PESO À PESO AO PESO À
NASCER DESMAMA NASCER DESMAMA
MINERAL 1 33,41 A 159,35 B 32,82 B 168,21 A
MINERAL 2 32,59 B 168,74 A 33,96 A 163,95 A
CV (%) 8,45 14,29 8,11 12,77
Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
CV = Coeficiente de variação
Para que serve o coeficiente de variação (CV)
NOTE QUE O CV ESTÁ ALTO, O QUE DEMONSTRA INCONSISTENCIA NOS RESULTADOS.SUGERE-SE QUE ESTE TRABALHO SEJA COMPARADO A OUTRO
Tratamentos Médias Resultados do teste ---------------------------------------------------------------------------------------MOMBAÇA 5.31 b TANZANIA 6.91 a ---------------------------------------------------------------------------------------CV (%) – 25,1
Para que serve a repetição
------------------------------------------------------------------------------------------------------------- TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA-------------------------------------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc-------------------------------------------------------------------------------------------------------------ANO 1 15.36 15.36 6.165 0.0211erro 22 54.81 2.491-------------------------------------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 23 70.17-------------------------------------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 25.81Média geral: 6.116 Número de observações: 24-------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Para validar um experimento, vimos:
1 – As médias precisam ser comparadas por algum teste estatístico.
2 – Não pode apresentar furos de metodologia
3 – Não pode apresentar alto CV
4 – Deve apresentar mais de três repetições por tratamento
5 – Deve ter no mínimo 20 parcelas experimentais
6 – O GL resíduo deve ser maior que 10
7 – O resultado deve ser comparado com outros trabalhos
Programas para análise estatística
Existem vários programas que fazem análise estatística, porém
vamos trabalhar com o SISVAR. Este programa é de autoria de
Prof. Dr. Daniel Furtado Ferreira, Departamento de Ciências
Exatas, Universidade Federal de Lavras (UFLA), Lavras, MG.
Caixa Postal 37, CEP: 37200-000. E-mail: [email protected].
Exemplo 1:
Vamos avaliar o efeito do uso de seis vermífugos em bovinos na região semi-árida
Resultado de campo
N. Brinco TRATAMENTO 1 Peso Inicial Peso Final Diferença
103 Repetição 1 324 522 198
58 Repetição 2 296 516 220
49 Repetição 3 318 514 196
158 Repetição 4 298 514 216
96 Repetição 5 274 508 234
141 Repetição 6 332 506 174
56 Repetição 7 294 502 208
99 Repetição 8 308 498 190
59 Repetição 9 270 496 226
89 Repetição 10 306 496 190
Resultado de campo
N. Brinco TRATAMENTO 2 Peso Inicial Peso Final Diferença
93 Repetição 1 310 540 230
67 Repetição 2 332 516 184
137 Repetição 3 296 502 206
154 Repetição 4 294 498 204
105 Repetição 5 302 492 190
143 Repetição 6 306 490 184
66 Repetição 7 326 488 162
20 Repetição 8 304 482 178
122 Repetição 9 282 478 196
77 Repetição 10 286 474 188
Resultado de campo
N. Brinco TRATAMENTO 3 Peso Inicial Peso Final Diferença
70 Repetição 1 298 522 224
50 Repetição 2 302 510 208
153 Repetição 3 300 510 210
21 Repetição 4 294 504 210
26 Repetição 5 284 502 218
157 Repetição 6 308 502 194
40 Repetição 7 310 498 188
23 Repetição 8 292 496 204
92 Repetição 9 322 496 174
5 Repetição 10 266 494 228
Resultado de campo
N. Brinco TRATAMENTO 4 Peso Inicial Peso Final Diferença
144 Repetição 1 310 532 222
147 Repetição 2 328 512 184
24 Repetição 3 300 508 208
160 Repetição 4 320 500 180
107 Repetição 5 298 488 190
118 Repetição 6 304 486 182
134 Repetição 7 294 478 184
108 Repetição 8 282 468 186
152 Repetição 9 278 466 188
44 Repetição 10 294 464 170
Resultado de campo
N. Brinco TRATAMENTO 5 Peso Inicial Peso Final Diferença
29 Repetição 1 314 548 234
53 Repetição 2 328 526 198
88 Repetição 3 290 516 226
86 Repetição 4 302 504 202
121 Repetição 5 320 500 180
73 Repetição 6 300 494 194
145 Repetição 7 308 480 172
94 Repetição 8 322 476 154
111 Repetição 9 298 476 178
19 Repetição 10 272 474 202
Resultado de campo
N. Brinco TRATAMENTO 6 Peso Inicial Peso Final Diferença
119 Repetição 1 320 542 222
139 Repetição 2 330 512 182
71 Repetição 3 302 508 206
126 Repetição 4 286 492 206
142 Repetição 5 276 492 216
63 Repetição 6 318 490 172
97 Repetição 7 294 490 196
10 Repetição 8 282 488 206
18 Repetição 9 282 488 206
43 Repetição 10 296 488 192
Exemplo 2:
Vamos avaliar o efeito da estação do ano sobre a taxa de acúmulo de forragem durante dois anos de avaliação
ANO ESTAÇÃO REPETIÇÃO GP
2004 PRIMAVERA 1 97,0
2004 PRIMAVERA 2 107,4
2004 PRIMAVERA 3 113,6
2004 VERÃO 1 96,8
2004 VERÃO 2 104,0
2004 VERÃO 3 96,6
2004 OUTONO 1 105,5
2004 OUTONO 2 89,4
2004 OUTONO 3 65,5
2004 INVERNO 1 57,7
2004 INVERNO 2 66,7
2004 INVERNO 3 71,4
Resultado de campo
Exemplo 1:
Vamos avaliar o efeito da estação do ano sobre a taxa de acúmulo de forragem durante dois anos de avaliação
ANO ESTAÇÃO REPETIÇÃO GP
2005 PRIMAVERA 1 100,1
2005 PRIMAVERA 2 95,3
2005 PRIMAVERA 3 105,5
2005 VERÃO 1 89,5
2005 VERÃO 2 71,5
2005 VERÃO 3 67,7
2005 OUTONO 1 90,3
2005 OUTONO 2 86,2
2005 OUTONO 3 43,8
2005 INVERNO 1 42,8
2005 INVERNO 2 38,9
2005 INVERNO 3 61,1
Resultado de campo
OBRIGADO
ALGUMAS BIBLIOGRAFIAS:
Estatística aplicada à experimentação animal – Sampaio, 1998
Curso de estatística experimental – Pimentel Gomes, 2000
Caderno da matéria estatística experimental ministrada na FAZU