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INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA - AJES
CURSO: GESTÃO ESCOLAR, COM ÊNFASE EM DIREÇÃO, COORDENAÇÃO E
SUPERVISÃO ESCOLAR.
FUNDAMENTOS E ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO INFANTIL.
MARIA ROSA DURANES
Orientador: Prof. Ilso Fernandes do Carmo
COLNIZA/2013
INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA - AJES
CURSO: GESTÃO ESCOLAR, COM ÊNFASE EM DIREÇÃO, COORDENAÇÃO E
SUPERVISÃO ESCOLAR.
FUNDAMENTOS E ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO INFANTIL.
MARIA ROSA DURANES
Orientador: Prof. Ilso Fernandes do Carmo
“Trabalho apresentado como exigência parcial para a obtenção do título de especialização em Gestão Escolar, com Ênfase em Direção, Coordenação e Supervisão Escolar.”
COLNIZA/2013
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a Deus em primeiro lugar pela saúde e oportunidade
para chegar até aqui.
A meu esposo pelo companheirismo nas horas a fio dedicadas a para
preparação deste material, pela ajuda no dia a dia.
A minha família em um modo geral pela compreensão e auxilio.
Ao professor Ilson Fernandes do Carmo que com sabedoria e dedicação me
auxiliou para chegar até aqui.
AGRADECIMENTO
Agradeço ao meu Deus por me possibilitar o tão sonho curso de pós-
graduação em Gestão Escolar.
Ao meu maravilhoso esposo por me ajudar a chegar aqui, essa conquista
também é sua, te amo.
Mãe e pai, vocês são tudo para mim, obrigada por tudo mais uma vez.
LISTA DE FIGURA
Figura 01: Ambiente disponibilizado ao lazer das crianças. ....................................31
Figura 02: sala disponibilizada ao atendimento de criança de zero a um ano e
meio.............................................................................................................................32
Figura 03: Espaço destinado lazer das crianças.......................................................32
Figura 04: Pré – escola Raio Sol...............................................................................33
Figura 05: Atividades professora Rosenir.................................................................33
RESUMO
O presente trabalho faz parte do Curso Gestão Escolar, com Ênfase em
Direção, Coordenação e Supervisão Escolar na Modalidade Pós – Graduação
oferecida pela AJES – Instituto Superior de Educação do Vale Juruena. Este estudo
tem como objetivo principal analisar, criticamente, a trajetória histórica das
instituições de atendimento à criança, bem como discutir os avanços e retrocessos
dessa modalidade educacional no Brasil. Motivados pelo interesse em descobrir a
organização e funcionamento da educação infantil, aceitamos o desafio de investigar
a história da educação infantil, investigando através de pesquisa de campo a
realidade educacional da Escola Municipal Bom Jesus com entrevista a duas
docentes com questionários pré-moldados e pesquisa qualitativa à instituição,
optamos por priorizar a opinião dos docentes e por fim analisamos todos os dados
coletados na instituição de ensino. Entendemos que este trabalho, ao priorizar o
movimento de investigar o passado, permite compreender os desafios que se coloca
na sociedade contemporânea, sobretudo no que diz respeito à ação pedagógica dos
professores que atuam junto a esse nível de ensino. Para o seu desenvolvimento,
optamos pela pesquisa bibliográfica, tomando por base o Método Histórico, por
considerar que, por meio dele, é possível conhecer a origem das primeiras
instituições de atendimento à criança na Europa e suas diferentes funções no
decorrer da história até sua propagação pelos outros continentes. É importante
mencionar que as escolas infantis no Brasil sofreram, no decorrer dos tempos,
diferentes mudanças em suas funções, as quais passaram pelo assistencialismo,
custódia e privação cultural até a função educativa. Os resultados da pesquisa
apontam que, do ponto de vista histórico, houve um avanço significativo da
legislação quando esta reconheceu a criança como cidadã, como sujeito de direitos,
inclusive o direito à educação de qualidade desde o nascimento.
Palavras-chave: História da Educação. Fontes e Fundamentos. Educação Pública. Educação Infantil.
SUMÁRIO
Introdução...................................................................................................................07
Capítulo I - A educação tradicional e suas transformações.......................................10
Capítulo II - Histórico da educação infantil ................................................................13
Capítulo III - Breve fundamento e organização da educação infantil.........................17
Capítulo IV - A qualidade na educação infantil – breve concepções de Campos,
Füllgraf& Wiggers.......................................................................................................21
Capítulo V - O desenvolvimento infantil na pré – escola considerando concepções de
mães de alunos da educação infantil Raio de Sol.....................................................23
Capítulo VI - A realidade da educação infantil na visão das professoras da Escola
Municipal Bom Jesus.................................................................................................29
Capítulo VII – A qualidade dos serviços oferecidos em duas instituições de educação
infantil na opinião da autora Maria Rosa Duranes - Creche Criança Feliz e Pré-
Escola Raio de Sol.....................................................................................................31
Conclusão...................................................................................................................35
Bibliografia..................................................................................................................38
Anexos........................................................................................................................41
INTRODUÇÃO
A educação infantil não existiria sem a presença da mulher na sociedade,
esse movimento começou na Europa, a partir da passagem do feudalismo para o
capitalismo, época que aconteceu a mudança do modo de produção doméstico para
o sistema fabril, a partir daí aconteceu a substituição das ferramentas pelas
máquinas e a substituição da força humana pela força motriz, provocando toda uma
reorganização da sociedade.
Com essas mudanças, as transformações causadas pela revolução
industrial possibilitou à mulher a introdução ao regime da fábrica e das máquinas.
Assim a mulher passou a exercer uma atividade nas fabricas e houve a enorme
necessidade de um espaço destinado ao cuidado das crianças para que as mães
possam trabalhar em tranquilidade. Essa instituição ficou conhecida como creche,
mais tarde foi incorporado na divisão destinado ao atendimento a criança a
educação infantil.
A educação infantil ao longo de sua história conquistou uma credibilidade
consideravelmente alta junto a sociedade. O Brasil tem apresentado com
democracia possibilitando a sociedade de participar do processo de instauração e
construção de uma educação acessível a todos os brasileiros. Por que uma
educação torna-se eficiente quando seus usuários diretos possam participar de suas
escolhas. É fato a educação infantil pode e deve buscar um melhoramento em todos
seus aspectos, o atendimento a criança tem sido o mais pesquisado por educadores
e o mais cobrado pela sociedade em geral.
A educação infantil representa para a sociedade muito mais que um local
destinado a guardar crianças enquanto seus pais trabalham, ela é responsável pelo
cuidado e educação de uma parte da sociedade que requer mais cuidado, a criança
necessita mais de atenção, considerando sua faixa etária zero a seis anos.
Observando sua história, a criança sua criança e responsabilidade eram
exclusivas da família, uma vez que o designo da mulher era exclusivamente para o
cuidado do lar.
A mulher era a responsável pela transmissão das normas da sociedade,
ensinamento das crenças e tradições da sociedade a qual esta inserida. Na
sociedade contemporânea por vez, com a obrigação da contribuição financeira
também por parte da mulher, trouxe à criança a oportunidade da socialização, de
frequentar uma escola, aprender diversas culturas, mediante intertextualização no
social.
Diante disso levantamos as seguintes Problematização, Como apresentou a
educação tradicional e suas transformações? História da educação infantil? A
qualidade da educação infantil nas concepções de Campos, Füllgraf & Wiggers?, O
desenvolvimento infantil nas concepções teóricas? Os desafios e as limitações na
visão dos professores da Escola Municipal Bom Jesus?
A história da educação infantil no Brasil é marcada pelo avanço no
tratamento a criança, ela era vista como um ser independente ou um adulto em
miniatura, sem tratamento especial, com o passar dos anos a criança conquistou um
espaço especial no coração da família e o cuidado encabeça a lista de prioridade. O
desenvolvimento infantil vem sendo estudado por psicólogos, doutores, educadores
e poder publico com o intuito de estudar sobre suas transformações e limitações. A
realidade das escolas de educação infantil no município apresenta de forma positiva,
as crianças que necessitam das instituições recebem um tratamento com
professores preparados e profissionais competentes.
Nosso objetivo geral é conhecer a organização e funcionamento na
educação infantil analisando seu passado e futuro.
Nossos objetivos específicos resumem em estimular o desenvolvimento das
potencialidades do educando; promover a socialização pelo enriquecimento de
experiências adaptativas; proporcionar à criança condições favoráveis para a
aquisição de conhecimentos, preparando o para prosseguimento de estudos;
estimular a formação de atitudes de aceitação e de responsabilidade, respeitando
limites; possibilitar a aquisição de hábitos necessários ao bem-estar da criança.
Delimitação da pesquisa a pré-escola e o desenvolvimento infantil.
Com o intuito de apresentar um trabalho base para as futuras gerações, que
visa a carência de informações sobre organização e funcionalidade, o presente
trabalho procura através das pesquisas bibliográficas e de campo corresponder a
essa necessidade.
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Neste trabalho escolhemos entre as ramificações da educação infantil a pré-
escola para abordar suas limitações e funcionalidade, como metodologia adotamos
a pesquisa qualitativa, com elaboração de questionários pré-moldados, definidos
durante a entrevista com duas professoras com dezoito questões para cada.
A abordagem aconteceu em dois momentos: primeiro momento -
observação da realidade escolar, suas limitações e desafios e o segundo momento –
entrevista com duas professoras que aqui identificamos com as iniciais de seus
nomes no capítulo três.
A monografia estruturou-se em três capítulos. Capítulo I - A educação
tradicional e suas transformações, Capítulo II - Histórico da educação infantil,
Capítulo III: Breve fundamento e organização da educação infantil, Capítulo IV - A
qualidade na educação infantil – breve concepções de Campos, Füllgraf& Wiggers,
Capítulo V – O desenvolvimento infantil na pré-escola, considerando concepções de
mães de aluno da escola de educação infantil: Raio de Sol, Capítulo VI: A realidade
da educação infantil na visão das professoras da Escola Municipal Bom Jesus e
Capítulo VII – A qualidade dos serviços oferecidos em duas instituições de educação
infantil na opinião da autora Maria Rosa Duranes - Creche Criança Feliz E Pré-
Escola Raio De Sol
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CAPÍTILO I – A EDUCAÇÃO TRADICIONAL E SUAS TRANSFORMAÇÕES
A educação tradicional tem suas raízes “na sociedade de classes escravista
da Idade Antiga, destinada a uma pequena minoria, a educação tradicional iniciou
seu declínio já no movimento renascentista” afirma (GADOTTI, 2000, p. 2), ainda
segundo o autor a nova educação carrega consigo pedaços dessas raízes, apesar
da extensão mudança ocorrida ao longo da historia da educação.
A educação nova, que surge de forma mais clara a partir da obra de Rousseau, desenvolveu-se nesses últimos dois séculos e trouxe consigo numerosas conquistas, sobretudo no campo das ciências da educação e das metodologias de ensino. O conceito de “aprender fazendo” de John Dewey e as técnicas Freinet, por exemplo, são aquisições definitivas na história da pedagogia. Tanto a concepção tradicional de educação quanto a nova, amplamente consolidadas, terão um lugar garantido na educação do futuro. (GADOTTI, 2000, p. 2).
No século XX, a educação segundo GADOTTI (2000, p. 2), “tornou-se
permanente e social”. É fato que a desigualdade na educação esta presente de
região para região, apresentando em cada localidade um nível de ensino, a
diferença é maior quando comparado de países e continentes. “Entretanto, há idéias
universalmente difundidas, entre elas a de que não há idade para se educar, de que
a educação se estende pela vida e que ela não é neutra.” (GADOTTI, 2000, p. 2)
“A relação entre o homem e o mundo era entendida pela educação
tradicional como uma relação estável, sem previsão de grandes transformações.”
(GOERGEN, 2001, p. 11).
Essa educação tradicional tornou se alvo constante de especialistas como
professores, escritores, psicólogos entre outros, para PIRES (1999, p. 4) “Não
queremos mais a educação tradicional autoritária, mas não desejamos a educação
moderna, de cunho espontaneísta.” Pois a educação tradicional nos remete a uma
geração onde o autoritarismo e a centralização regia a sala de aula e o regime
educacional em um todo, por outro lado a educação moderna trouxe consigo uma
liberdade para o aluno, onde acreditam que a aprendizagem esta centrada no aluno
e o professor é um mero mediador desse conhecimento.
A efetivação de uma disciplina democrática na universidade depende da democratização da sociedade, na medida em que esta assumir uma nova ética social (superar a “Lei de Gerson”), valorizar a educação e adotar uma nova política para os meios de comunicação.
Vasconcellos conclui que “os educadores devem se comprometer com o processo de transformação da realidade, alimentando um projeto comum de escola e de sociedade”, como numa orquestra. (PIRES, 1999. p. 4).
A história da educação apresentou ainda a fase da internalização da
educação onde os “educadores e políticos imaginaram uma educação
internacionalizada, confiada a uma grande organização, a UNESCO.” (GADOTTI,
2000, p. 2). Parafraseando GADOTTI (2000), partindo dos resultados nos países
altamente desenvolvidos que já haviam universalizado o ensino fundamental e
eliminado o analfabetismo.
As mudanças que ocorreram no processo educacional são notórias, e um
dos responsáveis por essa mudança é a tecnologia, ainda que a evolução das novas
tecnologias, tendo como o centro a comunicação de massa, difusão de
conhecimento não tiveram o impacto esperado por McLuhan já em 1969, afirma
GADOTTI (2000):
Na maioria das nações, mas a aprendizagem a distância, sobretudo a baseada na Internet, parece ser a grande novidade educacional neste início de novo milênio. A educação opera com a linguagem escrita e a nossa cultura atual dominante vive impregnada por uma nova linguagem, a da televisão e a da informática, particularmente a linguagem da Internet. A cultura do papel representa talvez o maior obstáculo ao uso intensivo da Internet, em particular da educação a distância com base na Internet.
Por isso, os jovens que ainda não internalizaram inteiramente essa cultura adaptam-se com mais facilidade do que os adultos ao uso do computador. Eles já estão nascendo com essa nova cultura, a cultura digital. (p. 3).
Quando o tema é tecnologia, os sistemas educacionais apresentam sem
resultados concretos o que demonstra uma grande desigualdade social, após
séculos de transformações, “Ainda trabalha-se muito com recursos tradicionais que
não têm apelo para as crianças e jovens.” (GADOTTI, 2000, p. 3).
A educação popular também deve ter seu destaque nos últimos anos, os
educadores que insistem nos métodos educação popular atuaram principalmente em
duas direções: “na educação pública popular – no espaço conquistado no interior do
Estado –; e na educação popular comunitária e na educação ambiental ou
sustentável, predominantemente nãogovernamentais.” (GADOTTI, 2000, p. 6). A
educação popular marcou por lutas contra a ditadura, apresentação de projetos
alternativos, possibilitando conquistas democráticas entre outros.
Com as conquistas democráticas, ocorreu com a educação popular uma grande fragmentação em dois sentidos: de um lado ela ganhou uma nova vitalidade no interior do Estado, diluindo-se em suas políticas públicas; e, de outro, continuou como educação não-formal, dispersando- se em milhares
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de pequenas experiências. Perdeu em unidade, ganhou em diversidade e conseguiu atravessar numerosas fronteiras. Hoje ela incorporou-se ao pensamento pedagógico universal e orienta a atuação de muitos educadores espalhados pelo mundo, como o testemunha o Fórum Paulo Freire, que se realiza de dois em dois anos, reunindo educadores de muitos países. (GADOTTI, 2000, p. 6).
Para uma boa prática a educação popular é preciso estar atenta aos anseios
da sociedade e a democratização através dos valores de solidariedade e de
reciprocidade e novas formas alternativas de produção e de consumo. Essa
tendência vem crescendo, pois possibilita a participação dos envolvidos tanto dentro
da instituição quanto fora dela representada pela sociedade.
A educação popular modelo teórico reconceituado, tem oferecido grandes
alternativas, segundo GADOTTI (2000, p. 6):
Dentre elas, está a reforma dos sistemas de escolarização pública. A vinculação da educação popular com o poder local e a economia popular abre, também, novas e inéditas possibilidades para a prática da educação.
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CAPÍTULO II - HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO INFANTIL
A educação infantil surgiu com a necessidade de um ambiente destinado ao
cuidado da criança pequena. Dividido em duas etapas, creche e pré-escola.
Inicialmente com função assistencialista, serviam para auxiliar as mulheres que
necessitavam trabalhar fora de casa e as viúvas desamparadas.
Outro elemento que contribuiu para o surgimento dessas instituições foram as iniciativas de acolhimento aos órfãos abandonados que, apesar do apoio da alta sociedade, tinham como finalidade esconder a vergonha da mãe solteira, já que as crianças “[...] eram sempre filhos de mulheres da corte, pois somente essas tinham do que se envergonhar e motivo para se descartar do filho indesejado”
Numa sociedade patriarcal, a ideia era criar uma solução para os problemas dos homens, ou seja, retirar dos mesmos a responsabilidade de assumir a paternidade. Considerando que, nessa época, não se tinha um conceito bem definido sobre as especificidades da criança, a mesma era “[...] concebida como um objeto descartável, sem valor intrínseco de ser humano” (RIZZO, 2003, p. 37, apud PASCHOAL & MACHADO, 2009, p. 5).
Com os altos níveis de “mortalidade infantil, a desnutrição generalizada e o
número significativo de acidentes domésticos” (PASCHOAL & MACHADO, 2009, p.
5) puncionou a sociedade através de religiosos, empresários e educadores, a pensar
em um ambiente destinado ao cuidado de crianças fora do ambiente familiar. Esse
período marcou pela mudança na visão social da criança, passando a ser
considerado um ser especial e carente de atenção e cuidados.
As classes baixas apresentavam se com números grandes de filhos, a
necessidade do trabalho para o sustento da família, falta de recursos para pagar
uma baba entre outros. Para as crianças que suas mães trabalham fora, a creche
tinha que ser de tempo integral; para os filhos de operárias de baixa renda, tinha que
ser gratuita ou cobrar muito pouco; ou para cuidar da criança enquanto a mãe
estava trabalhando fora de casa, tinha que zelar pela saúde, ensinar hábitos de
higiene e alimentar a criança. “A educação permanecia assunto de família. Essa
origem determinou a associação creche, criança pobre e o caráter assistencial da
creche” (DIDONET, 2001, p. 13, apud PASCHOAL & MACHADO, 2009, p. 5).
A concepção da criança, Segundo o Referencial Curricular Nacional para a
Educação Infantil - RCNEI (BRASIL,1998, p. 21),
é uma noção historicamente construída, e consequentemente vem mudando ao longo dos tempos, não se apresentando de forma homogênea, nem mesmo no interior de uma mesma sociedade e época.
A criança é como todo ser humano é um sujeito social e histórico e faz parte
de uma organização familiar que está inserida em uma sociedade, com uma
determinada cultura, momento histórico. É profundamente marcada pelo meio social
em que se desenvolve, mas também o marca. A criança tem na família biológica ou
não, um ponto de referência fundamental, apesar da multiplicidade de inter relações
social em que estabeleceu com outras instituições sociais. Durante longos anos,
BADINTER (1985), apud SALVADOR (2007), estudou a concepção de Santo
Agostinho sobre a teologia cristã, elaborou uma imagem dramática da infância, pois
a criança ao nascer já era carregada de pecado, pois herdara o pecado dos pais,
pelo pecado original.
A criança da época, segundo BADINTER (1985, p. 55), apud SALVADOR
(2007, p. 24), “era acusada dos maiores pecados e condenada segundo as normas
dos adultos.” A elas era renegada a infância e até mesmo o aleitamento materno,
pois acreditava que, ao amamentar o bebê estava "estragando-o" com mimos e que
seria muito penoso trazê-lo ao "bom caminho", e era tratado simplesmente como um
brinquedo, que servia para divertir por alguns momentos e assim que se que se
cansasse de ver suas "gracinhas" era retirado da sala.
As instituições pré-escolares, segundo KUHLMANN JR (1998), são
difundidas internacionalmente a partir da segunda metade do século XIX, como
parte de um conjunto de medidas que conformam uma nova concepção assistencial,
uma assistência científica, abarcando aspectos como a alimentação e habitação dos
trabalhadores e dos pobres. As creches para crianças de O a 3 anos não seria um
aperfeiçoamento do atendimento das casas dos expostos, recebem as crianças
abandonadas; pelo contrário, é apresentada em substituição ou oposição a estas
para que as mães não abandonem suas crianças nem se poderia considerá-las
como uma iniciativa independente das propostas de salas de asilo ou jardins de
infância(para as crianças de 4 a 6 anos).
Em 1899, segundo KUHLMANN JR (1991, p. 2), “funda-se o Instituto de
Proteção e assistência a Infância do Rio de Janeiro”, e no mesmo ano inaugura-se a
creche da Companhia de Fiação e Tecidos Corcovado (RJ), a primeira creche
brasileira para filhos de operários, de que se tem registro. Entretanto, é possível
identificar alguns momentos anteriores a essa data quando ocorrem manifestações
importantes com relação às instituições pré-escolares.
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Em 1875, segundo KUHLMANN JR (1991), é fundado o Colégio Menezes
Vieira em São Paulo, a Escola Americana em 1877, e também o jardim de Infância
da Escola Caetano de Campos, de 1896 que mesmo sendo oficial, atende aos filhos
da burguesia paulistana.
O Instituto de Proteção e Assistência à Infância do Rio de Janeiro (IPAI-R.J)
é fundado, segundo KUHLMANN JR (1991), pelo médico Artur Moncorvo Filho, em
24 de março de 1899. Em 1912 já possuía 22 filiais em todo país.
No processo histórico de constituição das instituições pré-escolares
destinados à infância pobre, segundo KUHLMANN JR (1991), o assistencialismo vai
se configurar como uma proposta educacional específica para esse setor social.
Nos países em desenvolvimento, a educação na pré-escola tem assumido
vários papéis. Segundo SOUZA (1988), apud ZAUHY e RODRIGUES (2006, 2),
“Inicialmente, o atendimento proposto às classes populares, foi o médico e sanitário,
em seguida, passou a incorporar o aspecto nutricional e social. Só mais
recentemente, concluiu uma preocupação educacional.” Essas funções
acompanhavam as profundas transformações sociais que os países em
desenvolvimento vêm enfrentando e também são influenciadas pelas descobertas
da Psicologia e da Pedagogia moderna.
A necessidade de pré-escola,apareceu historicamente como reflexo direto das grandes transformações sociais, econômicas e políticas que ocorreram na Europa França Inglaterra - a partir do século XVIII, eram as creches que surgiram como caráter assistencialista, visando afastar as crianças pobres do trabalho servil que o sistema capitalista em expansão lhes impunha, além de servirem com guardiãs de crianças órfãs e filhos de trabalhadores. (KRAMER, 1989, apud TAVARES FILHO, 2013, p. 4).
Entretanto, durante o século XIX, segundo KUHLMANN JR (1998), uma
nova função passou a ser atribuída à pré-escola, mais relacionada mais à ideia de
educação o que assistência. São criados os jardins de infância por Froebel, nas
favelas alemãs, Montessori nas favelas italianas, por Reabodef nas americanas etc.
A função dessa pré-escola era de compensar as deficiências das crianças, sua
miséria, sua pobreza, a negligências de suas famílias. Assim as origens remotas de
educação pré- escolar, se confundem mesmo com as de educação compensatória,
tão difundido nas últimas décadas. Só depois da 2a guerra mundial, nos Estados
Unidos e na Europa, que a pré-escola com função compensatória, contornos e
estratégias mais delineadas. As influências das teorias do desenvolvimento infantil e
15
da psicanálise, os estudos linguísticos e antropológicos, as pesquisas que
procuravam correlacionar linguagem e pensamento com rendimento escolar,
determinaram a elaboração da abordagem e da preocupação cultural. Reforçando
assim a crença que a pré-escola era maneira de suprir as "carências ou deficiências"
culturais, linguísticas, afetivos das crianças provenientes das classes populares.
Essas crianças eram geralmente negras e filhas de imigrantes.
As primeiras propostas de instituições pré-escolares no Brasil datam de 1899, ano em que ocorreram dois fatos que permitem considerá-lo como marco inicial: funda-se o Instituto de Proteção a Assistência à Infância do Rio de Janeiro, que posteriormente abre filiais em todo o país, e inaugura-se a creche da Companhia de Fiação e Tecidos Corcovado-RJ, a primeira creche brasileira para filhos de operários. (KULMANN JR. 1991, apud WALSH, 2013, p.2).
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CAPÍTULO III – BREVE FUNDAMENTO E ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO
INFANTIL
Este capítulo abordará a educação infantil partindo de seu fundamento e
organização, as instituições de educação infantil possuem como principal atribuição
o cuidar e educar torna se extremamente importante suas práticas porque sua faixa
etária atuante é a antecessora do ensino fundamental de seis anos. Basicamente
divide em dois grupos básicos a creche e a pré-escola. Creche (0 a 4 anos) e pré-
escola (4 a 6).
A educação infantil, um novo campo de prática social – que consiste em educar e cuidar de crianças de até 6 anos em instituições coletivas – apóia-se em três tipos de fundamentos (Spodek, 1982): na intuição, em valores e no conhecimento científico.
A intuição vem informando uma série de decisões no campo da educação infantil, estejam elas situadas no plano micro (por exemplo, ações envolvendo educadoras e crianças), ou no plano macro (por exemplo, delimitação de metas de cobertura). (ROSEMBERG, 2001, p. 1)
A década de oitenta marcou como o inicio da legislação onde assegura a
oferta da educação infantil. Segundo PASCHOAL & MACHADO (2009, p. 8),
“diferentes setores da setores da sociedade, como organizações não
governamentais, pesquisadores na área da infância, comunidade acadêmica,
população civil e outros, uniram forças com o objetivo de sensibilizar a sociedade”,
acerca dos direitos da criança a uma educação de qualidade a partir do seu
nascimento.
A criança teve seus direitos garantidos a partir da Carta Constitucional de
1988, de acordo com BITTAR (2003, p. 30), apud PASCHOAL & MACHADO, 2009,
p. 8), o esforço coletivo dos diversos segmentos visava assegurar na Constituição,
“[...] os princípios e as obrigações do Estado com as crianças”. Com isso foi
assegurado na Constituição brasileira o direito da criança à educação.
Com a aclamação popular pressionando a Assembleia Constituinte na
criação de um espaço destinado ao atendimento das crianças menores, inseriu a
creche e da pré-escola no sistema educativo. A Constituição Federal de 1988, em
seu em seu artigo 208, o inciso IV: “[...] O dever do Estado para com a educação
será efetivado mediante a garantia de oferta de creches e pré-escolas às crianças
de zero a seis anos de idade.” (BRASIL, 1988).
A Constituição representa uma importante conquista da sociedade e
apresenta como primeiro direito concedido às crianças.
A partir dos direitos adquiridos pela Constituição 1988, as crianças e os
adolescentes obtiveram através Estatuto uma lei especificamente para garantir seus
direitos. O Estatuto da Criança e do Adolescente5 – Lei 8.069/90, que, ao
regulamentar o art. 227 da Constituição Federal, inseriu as crianças no mundo dos
direitos humanos. De acordo com seu artigo 3º, a criança e o adolescente devem ter
assegurados os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, para que seja
possível, desse modo, ter acesso às oportunidades de “[...] desenvolvimento físico,
mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade.” (BRASIL,
1990).
O ECA estabeleceu um sistema de elaboração e fiscalização de políticas públicas voltadas para a infância, tentando com isso impedir desmandos, desvios de verbas e violações dos direitos das crianças. Serviu ainda como base para a construção de uma nova forma de olhar a criança: uma criança com direito de ser criança. Direito ao afeto, direito de brincar, direito de querer, direito de não querer, direito de conhecer, direito de sonhar. Isso quer dizer que são atores do próprio desenvolvimento.
Nos anos seguintes à aprovação do Estatuto da Criança e do Adolescente, entre os anos de 1994 a 1996, foi publicado pelo Ministério da Educação uma série de documentos importantes intitulados: “Política Nacional de Educação Infantil”. (PASCHOAL & MACHADO, 2009, p. 8).
O fundamento que vem da prática sistemática segundo Rosemberg (2001, p.
1) “constitui uma das principais bases para a ação em educação infantil brasileira,
haja vista o número de pessoas que atuam no campo e que não usufruíram de uma
formação profissional específica inicial ou continuada”. Esse entendimento deve
abranger professor (a) de educação infantil, quanto ao (à) técnico (a), administrador
(a), sindicalista, político (a) e, até mesmo, ao (à) assessor (a).
Para ROSEMBERG (2001, p. 1)
Outro fundamento essencial para a ação no campo da educação infantil são os valores individuais e sociais, o que se considera que sejam necessidades e experiências válidas e adequadas para crianças e adultos.
O respeito aos valores sociais e morais compreende como a base da
educação infantil, o educador deve estar preparado para mediar estes valores.
Quanto a organização respeitando as políticas educacionais afirma
KRAMER (2006, p. 7):
Para consolidar o direito e ampliar a oferta com qualidade, muitos desafios colocam-se: ausência de financiamento da educação infantil e as lutas por
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sua inclusão no FUNDEB, a organização dos sistemas municipais; a necessidade de que as políticas de educação infantil sejam articuladas com políticas sociais; a formação dos profissionais da educação infantil e os problemas relativos à carreira; as ações e pressões de agências internacionais, que têm exigido um constante alerta da parte dos movimentos sociais, em particular dos fóruns estaduais e do Movimento Interfóruns de Educação Infantil do Brasil (MIEIB); as precárias condições das creches comunitárias não transferidas para as redes municipais de educação.
KRAMER (2006), preocupada com a prática do trabalho diretamente com a
criança buscou desenvolver uma pesquisa voltada para os gestores, supervisores,
secretaria escolar, universidades e ONGs. Procurando responder questionamentos
como: KRAMER (2006, p. 8) “As formas de estruturação da educação infantil no
âmbito da educação básica e sua articulação com o ensino fundamental; a
organização escolar e da educação infantil em diferentes contextos municipais”;
Entre estes estão presentes questionamentos como “as orientações curriculares e
os critérios de qualidade; diagnósticos e/ou avaliações de políticas públicas;
avaliações de desempenho”, acrescenta KRAMER (2006, p. 8).
KRAMER (2006), expõe a preocupação com as políticas publicas municipais
e estaduais, para uma expansão da qualidade nas creches, pré-escolas e escolas,
com melhores propostas pedagógicas e formação profissional.
A preocupação com a formação de educadora de acordo com CAMPOS,
FÜLLGRAF e WIGGERS (2004, p. 15)
Diversas estratégias vêm sendo utilizadas para enfrentar esse desafio: organização de cursos supletivos para as educadoras leigas que já trabalham nas creches; substituição desses adultos por professores formados em cursos de magistério.
Cabe também ações como “utilização de duplas de adultos em cada turma
de crianças, compostas por uma professora e uma auxiliar, e assim por diante.”
(CAMPOS, FÜLLGRAF e WIGGERS,2004, p. 15).
Observaram ainda que há a maior exigência de formação para as turmas de
crianças nas faixas mais próximas de sete anos e menor exigência para as crianças
Menores. O que reforça a tese que professoras formadas têm preferência
por turmas com alunos mais avançados.
Quando falamos em fundamentos da educação infantil não podemos deixar
de falar sobre o conhecimento adquirido de pesquisas e teorias cientificas, segundo
ROSEMBERG (2001, p. 2),
19
teorias científicas formuladas no próprio campo da educação infantil ou em disciplinas correlatas: da Saúde à Psicologia, passando pela Educação, Antropologia, História, Sociologia e, nas últimas décadas, centrando-se cada vez mais na Economia.
O que distingue o conhecimento científico dos demais fundamentos da educação infantil? Com certeza não significa que tal fundamento seja neutro, apolítico ou que não se apoia na intuição. Considero que o que distingue o conhecimento científico é que, além de ultrapassar o aqui e agora do contexto de sua produção (mesmo guardando os atributos de ser sempre histórico), ele oferece uma interpretação da realidade que não é imposta mas que pode ser provada. “Provar é apresentar razões, fundamentações, evidências, elucidação; impor é afirmar ou aceitar, silenciar os questionamentos ou discordâncias. Provar é tratar o outro como pessoa capaz de ser convencido; impor é tratar o outro como uma pessoa que deve ser submetida” (Thompson, 1995, p. 411, apud ROSEMBERG, 2001, p. 2).
O conhecimento científico não é restrito a poucos, ele deve ser
compartilhado e sujeito a opinião da sociedade, assim podemos dizer que indicador
de uma comunidade científica possui diversas formas.
É provável que, ao contrário de um processo de concentração, tais condições de pluralismo serão adequadas para que a pesquisa desempenhe seu papel de acelerar o processo de aprendizagem na área de elaboração de políticas. (LAUGLO, 1997, p. 29, apud ROSEMBERG, 2001, p. 2).
20
CAPÍTULO IV – A QUALIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL – BREVE
CONCEPÇÕES DE CAMPOS, FÜLLGRAF& WIGGERS
Um dos aspectos a muitos anos analisados no Brasil é a qualidade do
serviço oferecido pela educação infantil, são estudados as instituições de ensino, os
profissionais nela atuante, os trabalhos dos gestores entre outros. A discussão sobre
a qualidade da educação infantil tem aumentado na década de 90 com a
redemocratização do país. Para melhor explanação sobre o assunto, procuramos
aborda-lo na visão de três autoras comprometidas com qualidade da educação
infantil.
Maria Malta Campos do Departamento de Pesquisas Educacionais da
Fundação Carlos Chagas, Jodete Füllgraf do Núcleo de Desenvolvimento Infantil,
Verena Wiggers, Núcleo de Desenvolvimento Infantil, Centro de Ciências da
Educação analisam através de levantamento sobre resultados de pesquisa acerca
da qualidade da educação nas instituições de educação infantil brasileiras,
divulgadas entre 1996 e 2003. Sempre procurando pesquisas de credibilidade
apresentadas em reunião científica da área, a Reunião Anual da Associação
Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação – ANPEd –, no Grupo de
Trabalho Educação da Criança de zero a seis anos.
A escolha pelas autoras aconteceu através de pesquisas sobre a qualidade
da educação infantil, observando suas contribuições literárias.
O final da década de 70 e a década de 80 foram marcados por diversas mobilizações da sociedade civil que demandavam a extensão do direito à educação para as crianças pequenas: movimentos de bairro e sindicatos nas grandes cidades lutavam por acesso a creches; grupos de profissionais e especialistas da educação mobilizavam-se no sentido de propor novas diretrizes legais; prefeituras procuravam dar resposta à demanda crescente por creches e pré-escolas, criando e/ou ampliando o atendimento.
No âmbito dos movimentos sociais, a demanda por creches era vista da perspectiva do direito da mãe trabalhadora; em outro espaço de mobilização, os movimentos pela defesa dos direitos de crianças e adolescentes lutavam principalmente pelo atendimento a crianças de famílias consideradas em situação de risco (Campos, 1999, apud CAMPOS, FÜLLGRAF, WIGGERS, 2006, p. 2).
A educação em todos os níveis de ensino, da educação infantil ao superior
apresenta uma preocupação constante a baixa qualidade do atendimento, os
problemas são encontrados desde sua funcionalidade, as creches recebem as
maiores preocupação.
Eles revelaram as precárias condições dos prédios e equipamentos, a falta de materiais pedagógicos, a baixa escolaridade e a falta de formação dos educadores, a ausência de projetos pedagógicos e as dificuldades de comunicação com as famílias. (CAMPOS, FÜLLGRAF & WIGGERS, 2006,
Projetos passaram a serem desenvolvidos em todo país, em Mato Grosso
entre 1983 e 1990 segundo SILVA (1999), apud CAMPOS, FÜLLGRAF & WIGGERS
(2006), foram desenvolvidos programas com políticas sociais voltadas para a classe
mais baixa “com o intuito de ampliar o atendimento a baixo custo, foram
desenvolvidos diversos projetos que utilizavam espaços adaptados e pessoais não
qualificados, utilizando convênios federais com entidades e municípios.” (CAMPOS,
FÜLLGRAF & WIGGERS, 2006, p. 3).p. 3).
Neste período a preocupação com a baixa qualidade da educação trouxe a
sociedade a importância da garantia de um patamar mínimo de qualidade nas
creches e pré-escolas. Com a mudança na legislação reconhecendo à importância
da educação infantil as prefeituras e outras instâncias governamentais transferiram
para o âmbito dos órgãos de educação a responsabilidade pelas redes de creche.
Segundo CAMPOS, FÜLLGRAF & WIGGERS, (2006, p. 4)
O segundo aspecto importante dessas reformas foi a exigência de formação prévia para professores e educadores de crianças pequenas, preferencialmente em nível superior, mas admitindo-se ainda o curso de magistério em nível médio.
A profissionalização dos profissionais que trabalham diretamente com as
crianças representa uma mudança consideravelmente alta, pois é através desta
formação é possível transmitir a criança um cuidado e educação já aprovada por
quem entende de criança.
A nova Constituição e a LDB determinaram que a responsabilidade pela oferta de educação infantil é dos municípios. Dessa maneira, os órgãos federais responsabilizam-se principalmente pela orientação sobre os padrões de atendimento que devem ser seguidos pelos sistemas educacionais estaduais e municipais, incluindo-se aí as escolas privadas e as instituições subvencionadas com recursos públicos.
No período entre a promulgação da nova Constituição (1988) e a aprovação da LDB (1996), o Ministério da Educação e Cultura – MEC –, reforçado inicialmente pelos compromissos assumidos internacionalmente na Conferência de Jomtien, desempenhou importante papel na formulação de diretrizes para a educação infantil, publicando documentos, promovendo estudos e debates, elaborando propostas curriculares e apoiando as mobilização da área em diversos espaços (Machado, Campos, 2004, apud CAMPOS, FÜLLGRAF, WIGGERS, 2006, p. 5).
22
CAPÍTULO V – O DESENVOLVIMENTO INFANTIL NA PRÉ-ESCOLA
CONSIDERANDO CONCEPÇÕES DE MÃES DE ALUNO DA ESCOLA DE
EDUCAÇÃO INFANTIL RAIO DE SOL
Para melhor entendimento este capitulo abordará a educação infantil em
uma visão diferente daquela relacionadas e mencionada nos artigos até aqui
apresentados, neste capítulo preocupamos com a visão da sociedade, a opinião dos
pais sobre a educação infantil, sua visão sobre a dificuldade enfrentada pelas mães
em deixar seus filhos ao cuidado da instituição, suas concepções sobre a
funcionalidade e fundamento entre outros na visão de M. R. S., R. S. O. e A. S. D.
A pré-escola é uma fase muito importante na vida da criança. É onde ela
começa a sair do aconchego de seu lar e ingressa na escola, ou seja, na sociedade.
É de grande importância o papel dos pais e do professor, que deverão ter muita
paciência, carinho e confiança.
O desenvolvimento da criança é produto de instituições sociais e sistemas educacionais, como família, escola, igreja, que ajudam a construir seu próprio pensamento e descobrir o significado da ação do outro e de sua própria ação. (VYGOTSKY, 1931, apud CARDOSO & OLIVEIRA, 2009, p. 2)
Os objetivos da pré-escola são, segundo LIMA (1999), mais amplos do que
simplesmente dar condições para que uma criança se alfabetize. Tais objetivos, os
que buscamos, serão atingidos principalmente - através de atividades lúdicas. É no
mundo do brinquedo e da brincadeira, no qual a criança pequena vive mergulhada a
maior parte do seu tempo, onde deveremos buscar a matéria prima para o trabalho
com alunos desse estágio do desenvolvimento. Através do que lhe é mais atraente -
o brincar - poderemos ajudar a criança a se desenvolver física e psicologicamente e
chegar a tal nível que a alfabetização passe a ser sentida e vivida como um jogo, um
desafio, uma brincadeira interessante e motivadora.
Pré-escola: opção na vida de qualquer criança ou só para filhos de mães
que trabalham fora?
Pré-escola: opção consciente ou falta de alternativa? Pré- escola:
amadurecimento ou sentimento de culpa?
Estamos esperando um bebê... Muitos planos são feitos, muito se imagina a
respeito dele.
No dia do parto temos nas mãos a materialização de nossos sonhos, que
agora se faz bem real. Realidade também é: somos mães e pais, finalmente.
Quantas decisões este casal agora tomado "pais" deverá tomar ao longo da
vida de um filho! E nenhuma delas será menos importante do que as outras.
_ Devo colocar meu filho na pré-escola?
Parece tão fácil decidir, mas a responsabilidade é grande, pois decidir
implica em assumir as consequências advindas deste ato. Como se desejaria poder
decidir com muita tranquilidade, sem sequer pensar:
_ Será que vai dar certo?
Nós mães depois de tomada a decisão ficamos sentindo aquele aperto no
peito, aquela culpa por deixá-lo na pré-escola, mesmo se não trabalhamos fora. Se
trabalharmos fora, então, é pior ainda. Muitas dúvidas certamente serão levantadas,
e isto é ótimo, pois mostra que estamos pensando, avaliando com cuidado a
questão.
Vivemos em um tipo de sociedade que cada vez mais oferece situações
diversas daquelas que nós pais experimentamos quando tínhamos 2 ou 3 anos.
“Por medida de segurança os portões subiram até esconder totalmente a
fachada das casas. As crianças não devem ficar sozinhas no quintal, nem brincar na
rua. O cimento ocupou o lugar da terra e da grama na qual antigamente as crianças
brincavam e rolavam, e as árvores deram lugar a arranha-céus. Além disso, a
televisão ocupa um espaço grande demais em nossas casas e em nossas vidas. O
meio social atualmente oferece menos e menos situações que permitam vivências
importantes para o posterior desenvolvimento da expressão oral e escrita fluente.
Primeiro se tem a vivência concreta para depois se passar para o papel. Nossos
filhos têm, ainda, que conviver com uma ausência cada vez maior dos pais, devido à
urgência de homens e mulheres estarem batalhando juntos pelo sustento do lar. A
mulher opta por uma atividade profissional, não mais somente com o objetivo de
realização pessoal, mas cada vez mais por necessidade. Já as dificuldades e
obstáculos que nossos filhos terão que enfrentar e superar ao longo da vida será
maiores do que os desafios que nós próprios enfrentamos. As crianças de hoje têm
mais matérias e matérias mais complexas para aprender no primeiro grau, os jovens
têm uma concorrência cada vez mais dura para conseguir uma vaga num curso
24
superior e dos adultos espera-se sociabilidade, comunicabilidade e a dose certa de
agressividade, além de muita competência, é claro, para conquistar e manter seus
empregos”. (M. R. S.)
A educação pré-escolar, pode e deve oferecer formas que atenuem e
mesmo remedeiem estas deficiências do meio em que vivemos, favorecendo, então,
um crescimento físico, emocional, social e intelectual mais harmônico de nossas
crianças.
“As atividades na pré-escola, não são regulamentadas e não possuem
currículo mínimo exigido. O mais importante, é que a pré-escola ofereça
oportunidades para a criança desenvolver a sua capacidade de pensar, falar e
conviver graças a atividades livres que permitam a criação e que gradativamente
serão mais dirigidas e estruturadas, tudo monitorado por profissionais que tenham
fundamentação teórica e grande prática” (R. S. O.)
São estas considerações que podem e devem ser feitas para respondermos
a questão proposta: devo colocá-lo na pré-escola?
No entanto, há outros pontos importantes envolvidos: “Meu filho ficará na
escola?" Será que vai chorar?”“ E eu como vou ficar sem ele por perto?”
No início da vida de um bebê, segundo WINNICOTT (2005), é extremamente
importante a presença da mãe junto ao ser que, gradativamente, a custa de uma
experiência relativamente boa de contato com a sua mãe, vai se fortalecendo para
suportar pequenas ausências. Estas ausências são inevitáveis, mas no primeiro ano
de vida, pelo menos, quanto mais pudermos estar presentes, melhor será.
Algumas mães precisam retomar às suas atividades profissionais um
período integral já nos primeiros meses de vida do bebê. Nesta fase, embora a
separação não seja fácil, segundo WINNICOTT (2005), nem para a mãe, nem para o
bebê, pode-se contar com berçários e creches que possuem um corpo de
profissionais especializados e podem recorrer a estudos que os auxiliam a acolher
com seriedade e carinho mães e bebês.
“Por volta de 2-3 anos, entretanto, acreditamos que uma criança
normalmente já adquiriu condições suficientes para poder frequentar a pré-escola e
suportar a separação. Esta separação, sendo trabalhada durante um período de
adaptação que depende de cada criança, assim como de cada mãe, pode ser
25
superada positivamente, sendo inclusive um importante passo do bebê na busca e
conquista de sua independência”. (A. S. D.)
Durante algum tempo foi preciso ser umas mãe que troca fralda e da
mamadeira, mas, gradativamente, essa mãe deve evoluir, passando a tolerar o filho
comendo desajeitadamente, jogando metade no chão e ingerindo menos do que se
fosse à mamadeira. As mudanças da mãe que atendem às novas necessidades do
filho, segundo RAPOPORT e PICCININI (2001), é que auxiliarão no crescimento
emocional da criança. Assim sendo, gradativamente o nosso bebê se toma mais
independente e com isto mais seguro, pois se vê capaz de resolver pequenas
dificuldades. Um dia chegará a que as dificuldades serão grandes.
“Se estivermos conscientes de que devemos ser acompanhantes
"relativamente boas" do crescimento dos filhos, agindo como o bom agricultor, que
protege suas plantas das intempéries, está atento ao que elas precisam a cada
momento, (grifo nosso) não apressa nem retarda seu crescimento, permitindo que
siga de acordo com seu ritmo, será mais fácil perceber qual o momento adequado
para levar nosso filho para a pré-escola. Algumas crianças ou mesmo os pais
precisam, de alguns meses a mais ou a menos que o estabelecido via de regra, mas
não há como negar que a pré-escola é, hoje em dia, uma etapa importante e
necessária na vida de qualquer criança” (M. R. S.)
“Na pré-escola, convivendo com os companheiros, a criança aprende a
compartilhar e cooperar com outros, a se esforçar para conseguir o baldinho, a
suportar esperar sua vez para tanto, ou mesmo a ceder. As crianças não têm
comportamentos tão previsíveis quanto os adultos, e assim é necessário que
busquem suas formas de funcionamento dentro de uma relação, aprendendo
também a reconhecer os outros. Na pré-escola a criança vai se desenvolvendo
fisicamente, a linguagem oral tem toda a atenção do corpo docente, aprende a ficar
sentada por alguns períodos, já tem mais claro que deve esforçar-se para ter o que
deseja, e que pode adiar um pouco a brincadeira para fazer outros deveres” (A. S.
D.)
“E assim são lançadas as bases para um melhor desempenho escolar no
primeiro grau e na vida futura. Mesmo a pré-escola não tendo como meta apenas o
desempenho acadêmico, mas, principalmente, a orientação do desenvolvimento das
crianças que recebe, ela, não cobre os buracos deixados por nós, pais. Por mais
26
tempo que uma criança fique longe de seus pais, nossa responsabilidade não
diminui nem um pouquinho. É necessário dedicar tempo para a construção do
relacionamento entre pais e filhos. Não é a quantidade de tempo o fator mais
importante, mas sim que haja algum tempo com disponibilidade interna para estar
com os filhos”. (R. S. O.)
Segundo Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI)
(BRASIL, 1998, p. 22), “Compreender, conhecer e reconhecer o jeito particular das
crianças serem e estarem no mundo é o grande desafio da educação infantil e de
seus profissionais.” Sendo assim, nós buscamos com um numero reduzido de
alunos por sala, um desenvolvimento intelectual para que nossas crianças
construam próprias e novas idéias, desenvolvendo atividades direcionadas para um
melhor desempenho.
“O Educador torna-se amigo de cada aluno, dando-lhes segurança para o
seu desenvolvimento, nessa perspectiva, as crianças constroem o conhecimento a
partir das interações que estabelecem com as outras pessoas e com o meio em que
vivem” (M. R. S).
Dentro de nosso plano pedagógico nós procuramos que nossas crianças
tenham a plena participação em brincadeiras e jogos que envolvam correr, subir,
descer, escorregar, pendurar-se, movimentar-se, dançar, etc., para ampliar
gradualmente o conhecimento e controle sobre o corpo e o movimento.
PIAGET (1995), descreveu 3 tipos de conhecimento:
Conhecimento físico - é o conhecimento das propriedades físicas dos objetos e é
derivado das ações sobre os objetos através dos órgãos dos sentidos. Ex: Forma,
tamanho, peso e quantidade etc.
Conhecimento lógico matemático - é o conhecimento construído através das
experiências e do pensamento (raciocínio) das crianças com base nas ações sobre
o objeto, Ex: conceito de numero, hipóteses etc.
Conhecimento social - é o conhecimento construído sobre coisas criadas pelas
culturas. Ex: regras, normas, leis, a moral, valores, linguagem etc..
PIAGET (1995), também discorreu sobre os fatores do desenvolvimento
cognitivo: maturação, hereditariedade, experiência ativa, intuição social, equilíbrio. A
27
interação entre fatores gera o desenvolvimento cognitivo. Considerou cada um
destes fatores e suas interações como condições necessárias para o
desenvolvimento cognitivo, mas nenhum destes sozinhos é suficiente para
assegurá-lo.
As ações da criança sobre os objetos e as interações com outras pessoas
são de importância fundamental na construção do conhecimento.
Antes do desenvolvimento das operações formais, segundo PIAGET (1995),
o conhecimento exato só pode ser adquirido a partir da experiência com objetos
significativos.
A construção do conhecimento, segundo PIAGET (1995), ocorre à medida
que, a criança tem experiência com o mundo e no mundo. A Aprendizagem é um
processo pessoal, gradual integrativo.
28
CAPÍTULO VI – A REALIDADE DA EDUCAÇÃO INFANTIL NA VISÃO DAS
PROFESSORAS DA ESCOLA MUNICIPAL BOM JESUS
O trabalho foi realizado em escola pública, (Escola Municipal Bom Jesus)
PROFESSORA ENTREVISTADA foi a Senhora C.B S de 35 anos, o qual foi feito
por meio de visitas, contato direto e observações com as crianças da faixa etária de
6 a 7 anos. Conforme questionário do (Anexo I)
E. Municipal. São atendidas diariamente 25 crianças, com idade de 6 á 14
anos. Havia 21 alunos em sala, em que foi desenvolvido o trabalho. Quanto à
formação dos professores, quase todos tem nível superior, a maioria formados em
pedagogia e não há médico ou qualquer atendimento psicológico na escola. Na
escola há espaço físico suficiente para recreação e as salas são confortáveis com ar
condicionado. Há várias pessoas responsáveis pela merenda e são servidas um
lanche em cada período. O prédio em que funciona a escola é de propriedade da
Prefeitura Municipal de Colniza. A professora tem dificuldade para ministrar o
conteúdo. São três períodos: matutino, vespertino e noturno. Observando essa sala,
fica fácil identificar as semelhanças entre o atendimento a crianças de épocas
passadas e a crianças de hoje. O sistema é o mesmo.
Há ainda pessoas que fazem parte da administração, com nível superior e
boa formação pedagógica para dirigir essa Escola.
O trabalho foi realizado em Escola Pública, (Creche. M Raio de Sol), A
PROFESSORA ENTREVISTADA foi a Senhora M.E.B D de 29 anos, o qual foi feito
por meio de visitas, contato direto e observações com as crianças da faixa etária de
4 a 5 anos. Conforme questionário do (Anexo II).
São atendidas diariamente 126 crianças, com idade de 2 á 5 anos. Havia 21
alunos em sala, em que foi desenvolvido o trabalho. Quanto à formação dos
professores, varias com formação em Pedagogia e uma está cursando faculdade de
Pedagogia e não há médico ou qualquer atendimento psicológico na instituição. Na
escola há espaço físico suficiente para recreação e as salas são pequenas. Há uma
pessoa responsável pela merenda e são servidas duas refeições. O prédio em que
funciona a escola é de propriedade da Prefeitura Municipal de Colniza. A professora
tem dificuldade para ministrar o conteúdo. Há crianças que ficam o dia inteiro e
outros que frequentam apenas meio período, ou seja, uns só no período matutino e
outras no período vespertino. Os mesmos tem hora do lanche e de recreação.
Aquelas que ficam o período integral almoçam e toma banho no local, indo embora
às 17 horas. Observando essa sala, fica fácil identificar as semelhanças entre o
atendimento a crianças de épocas passadas e a crianças de hoje. O sistema é o
mesmo; escolar. Na escola há espaço físico suficiente para recreação e as salas são
suficientes para o exercício do trabalho. Há uma pessoa responsável pela merenda
e são servidas duas refeições. A professora não tem dificuldade para ministrar o
conteúdo. Há dois períodos; matutino e vespertino.
Há ainda pessoas que fazem parte da administração, sem nível superior
porém, há muita boa vontade , aliados as dificuldades.
A pré-escola compreende crianças que estão na faixa etária de 4 à 5 anos.
Estes estabelecimentos são mantidos pelo poder público. Crianças na faixa etária de
4 à 5 anos incompletos pertencerão ao nível A e os 5 anos completos, ao nível B.
Estas pré-escolas são orientadas pela Resolução n.o 161, de 15 de janeiro de 1982
do CEED, que fixa normas para a autorização de funcionamento de escolas
maternais, jardins de infância e classes destinadas à educação pré-escolar.
É importante verificar as condições das pré-escolas de nossa cidade, suas
leis e o currículo que as amparam e que deve ser desenvolvido durante o ano letivo.
Desta forma, estando à par da situação destes locais de ensino, poderemos
escolher os melhores estabelecimentos para os nossos filhos estudarem e se
prepararem para o ingresso no ensino fundamental, tão esperado pelos pais e pelas
próprias crianças.
Proporcionar à criança condições para seu desenvolvimento global e
harmônico nos aspectos físico, social, emocional e mental respeitando seus
interesses e suas necessidades.
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CAPÍTULO VII – A QUALIDADE DOS SERVIÇOS OFERECIDOS EM DUAS
INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO INFANTIL NA OPINIÃO DA AUTORA MARIA
ROSA DURANES - CRECHE CRIANÇA FELIZ E PRÉ-ESCOLA RAIO DE SOL
É fato que a educação infantil é vista pela sociedade de uma forma especial
uma vez que ela é responsável pelo cuidar e educar de nossas crianças mais frágeis
e merece mais atenção, a faixa etária de zero a seis anos. A cidade de Colniza esta
de parabéns quando o assunto é atendimento a crianças isso é comprovado pela
credibilidade que repassam para a sociedade.
A cidade possui três creches com um atendimento a mais de quatrocentas
crianças de zero a quatro anos. Aqui escolhemos a creche criança feliz para
representar as demais, para maior credibilidade ao trabalho optamos por visitas a
instituição observando a realidade enfrentada pelos professores, alunos e pais de
alunos.
A escola possui três salas de aula, banheiro amplo para atendimento de toda
criança e um espaço destinado ao lazer, sala diretoria e cozinha que prepara uma
saborosa refeição para toda criança.
Figura 01: Ambiente destinado ao lazer da criança.
Fonte: Arquivo pessoal, 2012.
Vemos na figura número 01 o espaço disponibilizado pela creche criança
feliz ao lazer da criança, esta instituição tem como principal característica a
democracia nas suas ações. Cada profissional tem o seu valor e sua opinião é
analisada pelo conselho da escola e uma vez que a ideia é acatada ela é posta em
prática.
Para os professores quando questionados a instituição apresenta um bom
trabalho, acreditam que a principal deficiência da creche é a falta de capacitação
oferecida pelo órgão responsável a Secretaria de Educação da cidade.
Vemos na figura número 02 a sala do berçário da creche criança feliz, um
ambiente seguro, propicio ao cuidado, cada profissional tem sua responsabilidade
dividida e assim cada funcionário busca desempenha sua atividade com carinho e
responsabilidade.
Para uma instituição conquistar um respeito da sociedade é preciso que os
profissionais tenham comprometimento com suas atividades e um reconhecimento
por parte da instituição.
Figura 02: sala disponibilizada ao atendimento de criança de zero a um ano e meio.
Fonte: Arquivo pessoal, 2012.
Figura 03: Espaço destinado ao lazer das crianças.
Fonte: Arquivo pessoal.
Vemos na figura número 03 que a escola preocupa com a socialização da
criança e como sabemos que é brincando que se aprende e a escola preocupa
apostando em brinquedos educativos. Em visitas a instituição a diretora da escola
enfatiza a importância do brincar para a criança, menciona que durante a
preparação das atividades as professoras procuram sempre pela inclusão da criança
junto com o meio. A escola disponibiliza de um quadro de professores graduados e
pós - graduados, o que assegura profissionais capacitados para um melhor
32
atendimento a nossas crianças. Porem o destaque de qualidade de serviços
oferecidos não é só das creches, a pré-escola ainda que única garante as crianças
uma aprendizagem de qualidade em um ambiente adequado ao aprendizagem.
Figura 04: Pré – Escola: Raio de Sol.
Fonte: Arquivo pessoal, 2012.
Vemos na figura número 04 a pré-escola Raio de Sol, com atendimento a
aproximadamente quatrocentas crianças de cinco a seis anos. A escola é destaque
pela qualidade dos serviços prestados, bom relacionamento com a comunidade.
Com salas amplas e arejadas, ambiente propicio a aprendizagem, espaço
para lazer, boa alimentação e professores capacitados para um atendimento de
qualidade. A escola disponibiliza de recursos adquiridos do governo federal através
do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), Programa Dinheiro na Escola
(PDE), recursos oriundos da Prefeitura da cidade e adquiridos através festas
comemorativas oferecidas pela escola.
Figura 05: Atividades da professora Rosenir.
Fonte: Arquivo pessoal.
33
Vemos na figura número 05 mostra à exposição na parede da sala da
professora Rosenir, a educadora é destaque por apresentar uma boa dinâmica em
sala de aula, apresentam brinquedos, materiais pedagógicos sempre com o intuito
de mediar ao aluno um conhecimento que vai além das salas de aulas. A professora
expos seu prazer em atuar como professora da educação infantil.
A principal dificuldade enfrentada é a falta de espaço para o lazer das
crianças, uma vez que a criança na fase da pré-escola precisa estar em constante
atividade, o professor precisa estar em constantes mudanças em suas atividades.
34
CONCLUSÃO
A pré-escola ou jardim de infância nasceu com a necessidade de se ter onde
deixar as crianças para que as mães pudessem amamentar e trabalhar
tranquilamente, enquanto seus filhos recebiam cuidados necessários mais próximo
possível da mãe. Neste momento da história da sociedade, o momento vivenciado
pelas mulheres e mães era outro bem diferente, ou seja, nova organização da
sociedade e do trabalho.
Houve época, séc. XVIII, em que as mulheres se dedicavam integralmente a
seus maridos, pois os mesmos eram figuras de destaques, a eles era voltada toda
atenção, ficando a criança como estorvo, pois a mulher trabalhava ao lado do marido
ajudando-o no que fosse necessário, se a mesma se ocupasse dos filhos, perderia
tempo e teria que arrumar outro ajudante, o que seria carro. Essas crianças eram
mandadas para que as "amas- de- leite" se ocupassem de amamentar e cuidar das
mesmas ficando assim mais barato, do que contratar um novo funcionário.
Houve muitos estudos e discussões a respeito de como cuidar e educar a
criança que depende de uma creche, jardim de infância e/ou pré-escola.
Na organização do 1º Congresso Brasileiro de Proteção à Infância, ocorrido
em 1922, foram discutidos temas referentes à educação e parâmetros pedagógicos.
Seu objetivo era tratar de todos os assuntos que diretamente se referiam à criança,
nos aspectos sociais, médico, pedagógico e higiênico em geral, como
particularmente em suas relações com a família, sociedade e o estado.
No entanto, as creches foram um grande avanço para a sociedade da
época, pois as rodas dos expostos e as casas de caridade estavam se extinguindo e
as crianças não tinham com quem ficar enquanto suas mães trabalhavam.
Historicamente, tudo o que aconteceu em seguida a um novo modelo de
sociedade era pensado como uma forma para melhor atender as pessoas que
faziam parte dessa sociedade. Cada sistema, cada modelo de sociedade não
acontece por acaso e de uma hora para outra. Há a necessidade de se criar outro
assim que esse já não atende as necessidades básicas de uma sociedade que esta
em constante transformação.
Neste contexto, surgem novas idéias, novas teorias a respeito de tudo e
assim nasce também a necessidade de uma educação infantil mais voltada ao
desenvolvimento intelectual, social, cognitivo, cultural da criança, já na primeira
infância.
Durante esse trabalho, pude perceber que o atendimento a essas crianças
ainda é muito falho, foi o que ficou evidenciado na instituição onde foi realizada a
observação e realização do questionário.
No local onde foi realizada a minha entrevista, pude perceber que os
professores não estão preparados para um atendimento correto a essas crianças.
A construção de uma identidade específica do trabalho pedagógico de 4 à 5
não pode restringir-se a copia de um modelo de deixar as crianças livres sem fazer
intervenções no seu desenvolvimento. E é o que acontece nessa entidade, pois
como os professores não estão capacitados para atender a essas crianças, só há
intervenção em caso de indisciplina.
Pois a educação da primeira infância deve pautar-se principalmente, pelo
direito ao conhecimento, à reflexão, a investigação, ao aprender com o grupo, a
estabelecer relações afetivas, a agir com responsabilidade crescente em relação ao
meio a obter crescimento pessoal, a construir experiências físicas, sociais, lúdicas e
a expressá-las por meio de diferentes linguagens.
A educação infantil tem como função básica criar um espaço de interlocução
entre tradições sociais, religiosas, culturais, permitindo contemplar
democraticamente o trabalho com. As diferenças entre as crianças e não com a
construção um espaço limitado de pensar e agir de modo uniforme.
Pensadores e estudiosos em educação cada vez mais preocupados com o
desenvolvimento dessas crianças desde o seu nascimento, estão sempre em busca
de uma solução para o problema de desenvolvimento integrado do ser humano
enquanto criança, adolescente e como ser social, atuante de forma sadia e
igualitária. Todavia ainda nos dia de hoje em relação. à educação da primeira
infância, vê-se que nada, quase nada mudou . Continua-se ainda com o mesmo
cunho assistencialista e os profissionais que atendem essas crianças não estão
devidamente preparados. Muitos até estão habilitados, mas não capacitados para
36
exercerem tais funções. Não há ainda na maioria das creches formação para esses
profissionais que trabalham diretamente com crianças.
Houve sim vários avanços, vários projetos, mas muito do que foi dito, ficou
apenas no papel. Mudou-se muito, com certeza, mas falta muito ainda para que se
tenha uma educação infantil de qualidade, que atenda a todos os anseios da criança
e as suas necessidades básicas. Pois a educação infantil tem como função básica
criar um espaço homogêneo de convívio entre crianças e adultos de ambos os
sexos, de diferentes idades e etnias, um espaço de interlocução entre tradições
sociais, religiosas, culturais, permitindo contemplar democraticamente o trabalho
com as diferenças, entre as crianças e não com a construção de um espaço limitado
e pensar e agir de modo uniforme.
37
BIBLIOGRAFIA
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ANEXOS
QUESTIONÀRIO I
Local: E. M. Bom Jesus
Professora: C.B.S de 35
anos
Acadêmica: Maria Rosa Duranes.
1 - Em que sistema a instituição está integrada? R. Sistema Semec.
2 - Quantas crianças são atendidas nesta e Escola? R. Nos três períodos mais de
600 crianças
3 - Idade das crianças na pré-escola:
De 6 à 15 anos
4 - Qual a formação dos professores que atuam nas creches e na pré escola?
R. A maioria possui curso superior.
6 - Quantas crianças cursam a pré-escola por turma? R. 25 à 28 crianças
7 - Sobre o Espaço Físico:
R. Bom.
8 - Quantos pátios a escola possui? R. Um pátio grande
9 -Quantas salas de aula? R. 20 salas
11- Quantos lanches são servidas durante o dia? R. 2 lanches
12 - Existe algum atendimento médico (1° Socorros)? R. Não
13 - Quem é responsável pela merenda? R.São varias pessoas
14 - O prédio em que a escola funciona e próprio ? R. Próprio
15 - Existe algum atendimento psicológico? R.Não
16 - Possui licenciamento da Secretaria da Saúde? R. Sim
17 - Qual o regime de atendimento a essa s crianças?
R Matutino e vespertino.
18 - Existem crianças que são portadoras de necessidades especiais? R. Não
Se há, como é feito atendimento a essas crianças? Existem pessoas preparadas
para essa função?
QUESTIONÁRIO II
Local: Creche. M Raio de
Sol Professora: M.E.B D de
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Acadêmica: Maria Rosa Duranes
1- Em que sistema a instituição está integrada? R.
Não está integrada a nenhum sistema.
2 - Quantas crianças são atendidas nesta instituição?
R. 100 crianças.
3 - Idade das crianças na pré-escola:
De 5 à6 anos
4 - Qual a formação dos professores que atuam nas creches e na pré escola?
R. Muitas professoras formadas em Pedagogia e várias professoras cursando
faculdade de Pedagogia.
6 - Quantas crianças cursam a pré-escola por turma?
R. 25 crianças
7 - Sobre o Espaço Físico:
R. Há muito espaço físico.
8 - Quantos pátios a escola possui?
R. Um pátio bem espaçoso.
9 - Quantas salas de aula?
R. 8 salas
11 - Quantas refeições são servidas durante o dia?
R. 3 refeições
12- Existe algum atendimento médico (1° Socorros)? R.
Não
13 - Quem é responsável pela merenda? R.
Dona J.M.S.
14 - O prédio em que a pré-escola funciona é próprio ou alugado?
R. De propriedade da Prefeitura Municipal de Colniza.
15 - Existe algum atendimento psicológico? R.
Não
16 - Possui licenciamento da Secretaria da Saúde?
R. Sim
17 - Qual o regime de atendimento a essa s crianças?
R São atendidas em período matutino e vespertino. Dois turnos.
18 - Existem crianças que são portadoras de necessidades
especiais? R. Não
Se há, como é feito atendimento a essas
crianças? Existem pessoas preparadas para
essa função?