instituto sumarÉ capa,resumo
TRANSCRIPT
INSTITUTO SUMARÉ DE EDUCAÇÃO SUPERIOR-ISE-Ltda
FACULDADE SUMARÉ
FABIANA MELLEO DA CONCEIÇÃO DE FRANÇA
INDISCIPLINA NA EDUCAÇÃO INFANTIL: UM ESTUDO DAS INTERPRETAÇÕES DOS PROFESSORES SOBRE A PROBLEMÁTICA EM SUAS
SALAS DE AULA
SÃO PAULO
2012
FABIANA MELLO DA CONCEIÇÃO DE FRANÇA
INDISCIPLINA NA EDUCAÇÃO INFANTIL: UM ESTUDO DAS INTERPRETAÇÕES DOS PROFESSORES SOBRE A PROBLEMÁTICA EM SUAS
SALAS DE AULA
Trabalho de conclusão de curso apresentado à Faculdade Sumaré como requisito parcial a Obtenção da graduação em pedagogia.
Orientada pela Prof.ª Andréia Martins.
SÃO PAULO
2012
FABIANA MELLO DA CONEIÇAO DE FRANÇA
INDISCIPLINA NA EDUCAÇÃO INFANTIL: UM ESTUDO DAS INTERPRETAÇÕES DOS PROFESSORES SOBRE A PROBLEMÁTICA EM SUAS
SALAS DE AULA
BANCA AVALIATÓRIA
Prof._______________________________________
Prof.________________________________________
Prof.________________________________________
Trabalho de conclusão de curso aprovado em
_____/_____/______
DEDICATÓRIA
Este Trabalho é dedicado exclusivamente à Professora Doutora
Andréia Martins
AGRADECEMIMENTOS
Este trabalho é dedicado primeiramente a Deus, por ter me dado forças
continuas para realização do curdo.
A minha querida família que sempre me apoiou me motivou a nunca
desistir do curso, apesar das grandes dificuldades já superadas.
Ao meu marido Robinson e Minha filha Maria Eduarda pelo carinho e
paciência.
A minha grande amiga Psicopedagoga Rosemary de Oliveira, que sempre
motivou a nunca a desistir do curso, apesar das grandes dificuldades.
Aos meus amigos de grupo de estudos: Celeste Lima, Daniele
Domingues, Samantha Visoto, Wanderley Sousa e Zilda Camilo.
Aos meus professores do Instituto Sumaré de Educação Superior, e, em
especial a professora coordenadora e orientadora do curso de pedagogia Andréia
Martins, que em todos os momentos se disponibilizou a nos ajudar e dedicar todas
nossas dúvidas e questionamentos.
A minha orientadora Prof.ª Andréia Martins Muito Obrigada.
“Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela, tampouco, a sociedade muda”.
Paulo Freire.
RESUMO
França, Fabiana C.França. Graduação em pedagogia. Indisciplina na educação
Infantil: Um estudo das interpretações dos professores sobre a
problemática em suas salas de aula no espaço urbano São Paulo.
2012/06. TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) - Instituto Sumaré de Educação
Superior-ISES-Ltda, São Paulo, 2012.
Trata-se de uma pesquisa qualitativa sobre a indisciplina na sala de aula O
objetivo é Identificar essa problemática nas interpretações dos professores.
Para isso, foi preciso saber a historicidade de todos envolvidos nesse
contexto educacional, nas ultimas décadas a nossa sociedade vem sofrendo
uma série de inovações sociais cientifica tecnológicas e econômicas, isso
acabou provocando grandes modificações nos seus valores. Alem de todas
as mudanças que vêm ocorrendo ao longo dos últimos anos, percebemos
também a inversão de valores morais, provocando mudanças no modo de
agir das pessoas. Essas mudanças comportamentais ocorrem devidas á crise
ética que estamos vivenciando nos últimos anos. Por esse ângulo o
problema colocado é: “a indisciplina escolar, essa problemática que tem
início já na primeira fase da educação, pode estar indicando o impacto do
ingresso de um novo sujeito histórico, com outras demandas e valores
numa ordem arcaica e despreparada. Este trabalho se justifica a contribuir
com debates sobre os motivos que geram a indisciplina em sala de aula,
levando em conta a dinâmica social e educacional. Essa temática merece
nossa reflexão e uma busca de alternativas que possam minimizar os
efeitos causados pela indisciplina dentro do contexto social. Segundo
Aquino em seu texto: indisciplina na escola, ”O conceito de indisciplina,
como toda criação cultural, não é estático, uniforme, nem tampouco
universal. “Ele se relaciona com o conjunto de valores e expectativas que
variam ao longo da história, entre as diferentes culturas e numa mesma
sociedade”. (1996, p.). Para enfrentar o problema proposto, os
procedimentos adotados foram uma pesquisa investigativa em quatro
escolas sendo duas em bairro de periferia e duas em bairros nobres da
capital paulista, nas quais apliquei um questionário com dez questões, em
que buscava me apropriar do conceito dado pelas professoras a palavra
indisciplina, as entrevistadas foram doze professoras de instituições
privadas e públicas. Foi realizada uma pequena descrição das instituições as
quais foram feita a pesquisa: 1- Escola Municipal de educação Infantil EMEI
Elísio Teixeira Leite que está localizada na zona norte, SP, no bairro de
Jaraguá. 2- Escola municipal de Educação infantil EMEI Santos Dumont que
está localizada na oeste, no bairro de Perdizes. 3- Na escola particular de
Educação Infantil Fazendo Meu caminho localizado na zona Centro-Oeste -
Perdizes. 4 e ultima Escola de educação infantil, colégio Marcondes
localizada na zona oeste de SP de - Pirituba, São Paulo. Na análise dos
dados obtidos em campo, mostrou-se como a indisciplina em sala de aula
acontece por vários fatores e se constitui em um dos entreves enfrentados
pelos educadores. Foi abordado como ocorre à indisciplina no cotidiano
nessas instituições escolares e de que forma as mesmas estão lidando com
essa problemática na sala de aula, além disso, indicaremos alguns fatores
que podem aumentar a indisciplina Se por um lado ás discussão da “in-
disciplina acontecem nos espaços acadêmicos, compondo grandes debates
e produções, por outro nos espaços escolar o que temos são busca dos
“culpados” que podem ser os pais, os alunos, a organização curricular, essas
abordagens teóricas pretendem propor soluções e alternativas para sua
compreensão, analisando a indisciplina escolar sobre diferentes
abordagens. Concluiu-se que a indisciplina na educação infantil de um
modo geral, sugere inúmeras interpretações, e os resultados obtidos
dependerão muito do ato do professor, da sua postura disciplina a ser
assumida na sala de aula. Palavras- Chaves: Indisciplina na educação
infantil- Um estudo das interpretações dos professores sobre a problemática
em suas salas de aula
ABSTRACT
France, Fabiana C.França. Undergraduate teaching. Child discipline in
education: A study of the interpretations on the issue of teachers in their
classrooms in urban Sao Paulo.
2012/06. CBT (Completion of Course Work) - Institute of Higher Education
Sumaré-ISES,Inc,New,York,2012.
This is a qualitative research on indiscipline in the classroom The goal is to
identify this problem in the interpretation of teachers. For this, we need to
know the historicity of all involved in this educational context, in recent
decades our society has undergone a series of social scientific technological
innovations and economic, that has caused major changes in their values.
Besides all the changes that have occurred over the past year, we also realize
the inversion of moral values, causing changes in the way people act. These
behavioral changes will occur due ethical crisis we are experiencing in
recent years. From this perspective the problem posed is: "indiscipline at
school, this problem that begins on the first stage of education, may indicate
the impact of entry of a new historical subject, with other demands and
values in order archaic and unprepared. This work is justified to contribute to
debates about the reasons that create indiscipline in the classroom, taking
into account the social and educational. This issue deserves our reflection
and a search for alternatives that might minimize the effects caused by
indiscipline within the social context. According to Aquinas in his text:
indiscipline in school, "The concept of discipline, like all cultural creation, is
not static, uniform nor universal. "It relates to the set of values and
expectations that vary throughout history, between different cultures and in
the same society." (1996, p.). To address the proposed problem, the
procedures adopted were an investigative research in four schools and two in
the neighborhood of the periphery and two in suburbs of São Paulo, where I
applied a questionnaire with ten questions in which I sought to appropriate
the concept given by the teachers the word discipline, the interviewees were
twelve teachers from private and public institutions. We performed a brief
description of the institutions which were made for: 1 - Municipal School of
Education Child EMEI Elísio Teixeira Leite which is located in the north,
SP, in the neighborhood of Jaragua. 2 - Municipal Child Education School
EMEI Santos Dumont that is located in the west, in the neighborhood of
Partridges. 3 - In the private school kindergarten Making my way located in
the Midwest - Partridges. Fourth and last school of early childhood
education, college Marcondes located in West SP - Pirituba, Sao Paulo. In
analyzing the data obtained in the field, proved to be indiscipline in the
classroom happens by many factors and constitutes one of Entreves faced by
educators. It was addressed as it occurs in everyday indiscipline in these
schools and how they are dealing with this problem in the classroom, in
addition, indicate some factors that may increase indiscipline On the one
hand ace discussion of "in-place discipline spaces in academic debates and
writing big productions, on the other spaces in the school we are seeking the
"culprits" that can be parents, students, the curriculum, these theoretical
approaches intend to propose solutions and alternatives for your
understanding, analyzing school indiscipline on different approaches. It was
concluded that the discipline in early childhood education in general,
suggests many interpretations, and the results depend very much on the act
of the teacher, the discipline of your posture to be assumed in the classroom.
Key Words: Indiscipline in early childhood education-A study of the
interpretations on the issue of teachers in their classrooms
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO…………………………………………………………………….....10
I – A SAL DE AULA E A QUESTÃO DA INDISCIPLINA.....................................
1.1 - A disciplina na visão da escola
1.2 - A leitura e a questão indisciplina
II - LIMITES E DISCIPLINA: A IMPORTÂNCIA PARA FORMAÇÃO DO INDIVIDUO
2.1 – A discussão sobre moral
III- A INDISCIPLINA NA OPINIÃO DOS PROFESSORES
Considerações Finais
Anexo
Bibliografia
Introdução
Este trabalho pretende contribuir com o debate sobre os motivos que geram
a indisciplina em sala de aula levando em conta a dinâmica social e educacional. Os
conflitos gerados por problemas indisciplinares, nesta última década têm se agravado
constantemente, problemática essa que tem inicio já na primeira fase da iniciação
escolar, ou seja, na pré-escola.
Segundo a teoria de Vygtsky, o desenvolvimento humano, a partir das
relações sociais que a pessoa estabelece no decorrer da vida, constitui-se na base a
psicológica do sujeito. Com essa referência, o processo de ensino – aprendizagem,
também se constitui dentro de interações que vão se nos dando diversos contextos
sociais e culturais.
A sala de aula deve ser considerada um lugar privilegiado de sistematização
do conhecimento, nesse ambiente o professor seria considerado um articulador na
construção desse saber e, ao mesmo tempo, do comportamento de cada aluno.
Muitos são os problemas apontados como causadores da indisciplina
escolar, mas teríamos uma única causa? Ou ainda, quem seria o culpado por essa
indisciplina na sala de aula?
- Os pais que não estabelecem limites?
- Problemas familiares e/ou psíquicos?
- Os professores, que pela falta de planejamento ou metodologia adequada
não desperta no aluno o interesse pela aula atividade?
- O aluno desmotivado ou sem interesse pelos estudos?
- A escola que não considera a indisciplina como uma problemática, e não
cria meios para resolver essa situação?
10
Procurando respostas a essas indagações, é que me aventurei a uma pesquisa
investigativa em quatro escolas, nas quais apliquei um questionário com dez
questões, em que buscava me apropriar do conceito dado pelos os professores a
palavra indisciplina.
De acordo com a investiga cão efetuada nessas quatro escolas, sendo duas
públicas e duas particulares, notamos que a indisciplina em sala de aula acontece por
vários fatores e se constitui em um dos entreves enfrentados pelos educadores.
Neste contexto, vale à pena ressaltar que essa pesquisa sobre os problemas
de indisciplina nas salas de aula de educação infantil tem como importância,
investigar as possíveis causas que concorrerem para o acontecimento dessa
problemática.
Esta temática merece nossa reflexão e uma busca de alternativas que possam
minimizar os efeitos causados pela indisciplina dentro do contexto educacional,
problema esse que, afeta diretamente o ensino – aprendizagem, além do ser tema
central em qualquer conversa entre os profissionais da educação.
Esse trabalho será apresentado em três partes o I capitulo iremos abordar as
causas da indisciplina na sala de aula, focando nos referenciais teóricos, Guimarães,
Focault, Taille, Aquino, Araújo entre outros autores que serão citados no
desenvolvimento do trabalho, no Capitulo II falaremos sobre os limites e disciplina a
importância para formação do individuo e o Capitulo III análise dos dados da
pesquisa realizada
11
CAPITULO I
A SALA DE AULA E A QUESTÃO DA INDISCIPLINA
O objetivo desse capítulo é abordar as causas da indisciplina na sala de
aula, focando na pré- escola, com os alunos de faixa etária 04 a 06 anos.
A pesquisa bibliografia focada em autores como MICHEL FOCAUT, ÀUREA
M. GUIMARÃES E YVES DE LA TEILLE, que discutem o tema se constitui em elemento
essencial para estabelecer os pressupostos teóricos que estão direcionados os mais
variados olhares sobre o tema.
A disciplina escolar é requisito básico para o aprendizado dos alunos na
sala de aula, porém, é a indisciplina que vem crescendo a cada ano, trazendo serias
conseqüências à dinâmica das aulas, constituindo-se no principal motivo de
discussão entre vários autores e pesquisadores sendo três deles citado acima.
De acordo com Guimarães em texto vigilância punição e depredação
escolar, a sua pesquisa é baseada na obra de Michel Focault “Vigiar e punir” e dos
estudos do IDAC, Instituto de Ação Cultural. Autora descreve a similaridade entre as
teses desses autores utilizando citações dos mesmos em sua pesquisa, a escola
como espaço onde há o reforço do sistema de vigilância e punição separando os
“bons” dos “maus” alunos. Autora descreve que a escola se preocupa
aparentemente na aprendizagem de conteúdos e habilidades intelectual que nada
mais é de controlar comportamentos, com essa burocracia escolar cria indivíduos
“normatizados” habilitados à obediência de ordens, regaras e hábitos. “Os escapam
da “normatização”, são resultados de “marginais”, “maloqueiros”, “índio”,
“selvagens”, ou a “tarefa monstro” que consiste em escrever 100 ou 200 vezes o que
não deve ser feito” (1985, p.11).
GUIMARÃES (1985, p.28), ainda argumento em seu texto: Vigilância e
punição e depredação escolar: o sistema operante escolar é da gratificação - sanção
e o comportamento ficam no campo de boas maneiras e más notas, ou seja, os
bons e maus pontos a disciplina ao aprovar os atos, avalia os indivíduos “com
verdade” a penalidade que põe em execução se integra no ciclo de conhecimento
dos indivíduos. “métodos que permitem o controle minucioso das operações do
corpo, que realizam a sujeição constante de suas forças e lhe impõem uma relação
de docilidade-utilidade” é o que podemos chamar ‘as disciplinas. Autora faz cit.,
(FOCAUT, 1987, p.126). “Vigiar e Punir.
Autora também fala da escola e a realidade em seu texto vigilância e
punição e depredação escolar, a escola real que vivenciamos existem desigualdade
social e cultural, seja no o tipo de trabalho ou tipo de residência, o tempo que os
pais se dispõem em ocupar das crianças, ou seja, tratando - se de conhecimentos,
as crianças já trazem os seus conhecimentos prévios como experiências de vida,
como hábitos de linguagens valores que é rejeitada pela escola, esse histórico tão
importante pra construção do conhecimento. “Somente as crianças de classes altas
estão habituadas ás exigências da escola”. (1985, p. 46 e p. 47).
Segundo Guimarães, descreve que a escola é um mundo separado da vida
sendo que o aluno, cala, escuta,obedece é julgado; o professor sabe, ordena,
decide, anota e pune, a comunicação é artificial onde só se admite falar o bem.
“Um mundo desligado da realidade, que não tem qualquer significado, nem
qualquer utilidade imediata para os alunos”. Texto vigilância punição e depredação
escolar, (1985, p.48).
Será então por que hoje os alunos questionam, discordam, propõem
acabam sendo considerado indisciplinares?
Segundo Aurélio: falta de disciplina; desobediência, desordem; rebelião.
1.1- “A disciplina na visão da escola”
Dando continuidade a sua pesquisa GUIMARÃES em seu texto (1985, p.53)
vigilância e punição e depredação escolar, ainda se tratando de intimidação na sala
de aula, os alunos não conseguem perceber o sentido e nem do trabalho que lhe é
imposto, os alunos acaba aceitando passivamente as obrigações escolares o medo
do castigo, ou seja, acaba dependente do professor para se auto avaliar. Autora cita
a entrevista de Suzane Mollo revela isso claramente.
“– Você estuda direitinho?
- Sim, muito bem.
-Como é que você sabe?
-Pela “professora, quando ela corrige meus cadernos e escreve ‘Bom’ ou
‘Muito Bom’”. (MOLLO, p. 49).
A escola não é democrática tanto quanto a sociedade, ou seja, ela reproduz
a divisão da sociedade, com seus mecanismos de seleção, reflete á lógica da divisão.
O resultado pode ser bastante frustrante para o aluno, quanto para o professor.
Na revista Nova Escola- edição junho/julho (2005) também traz como
matéria de capa, o tema disciplina, e para o professor de psicologia de Universidade
de São Paulo, “o comportamento dos alunos em sala de aula é algo que precisa ser
ensinado e varia de acordo com atividade”. (MACEDO, 2005, p.24). Papel da escola
é ampliar os horizontes dos alunos, os professores respeitando os conhecimentos
prévios tragos pelos os mesmos, as atividades devem ser envolvente, ou seja, ter
êxito no que não era impossível, compreender coisas inexistentes ou misteriosas
impor a própria individualidade, transpondo limites. Com professor despreparado
para receber essa diversidade cultural, impactada por série de inovações, não
conseguindo fazer uma aula diferenciada envolvente, a sala de aula torna-se
anarquia; as situações de aprendizagem são prejudicadas e, muitas vezes, o
professor recorre ao autoritarismo, impondo ordem de modo desrespeitador,
através de ameaças e punições.
No Livro indisciplina na escola: alternativas teóricas e prática, Organizador
è Autor JULIO GROPPA AQUINO.
Nesse livro reúne vários autores renomados são ao todo, dez textos
inéditos, redigidos de forma concisa, mas substancial por docente, pesquisadores
da realidade brasileira, como Yves de La Taille, Leandro de Lajonquiére, Marlene
Guirado, Área Guimarães, Teresa Cristina R. Rego, Ulisses Ferreira de Araújo,
Laurezete Ferragut Passos, Jose Sergio F. de Carvalho, Sonia A. Moreira França.
Um dos textos é do autor Yves de La Taille, seu texto A indisciplina e o
sentimento de Vergonha.
O autor descreve que dessa forma, há um aumento das aptidões, da
atividade, da produtividade, e uma relação estabelecida entre a dominação e a
obediência. È o que nos mostra o psicólogo “A disciplina em sala de aula pode
equivaler á simples boa educação: possuir alguns modos de comportamento que
permitam o convívio pacífico. Pura aparência, portanto, da qual não se procuram os
motivos”. (Taille, 1996, p.10).
Para autor o aluno por medo ou conformismo, pouco importa se o mesmo
é disciplinado é desejável, a disciplina vai mais além do que citamos acima trata - se
de ensinar a criança a controlar os seus impulsos e afetos. È preciso dar autonomia
a criança para que a mesma se expresse, o professor deve criar combinados em sala
de aula para se viver bem socialmente respeitando valores e a diferenças entre si,a
educação é um problema social que não devemos tratar somente nas escolas, mas
também no cotidiano vivido pela criança, seja em seu meio social ou familiar.
Segundo Guimarães em seu livro vigilância punição e depredação escolar,
fala também dessa problemática que raiz do problema educativo está fora da
escola, à educação só será viável em larga escala, ou seja, a experiência cotidiana e
a interação social seja no trabalho, comportamento, ou na relação com outro. “Se
transformar em fonte de questionamento, de criatividade, de participação e de
conhecimento.” (1985 p 58). Mas com a sociedade sofrendo essas inovações,
inversos de valores, podemos perceber as mudanças, o comportamento dos pais se
modificando, esses pais foram punidos pelos seus pais, hoje modificaram a sua
conduta ao lidarem com seus filhos.
Finalizando, Guimarães em seu texto: vigilância punição e depredação,
(1985 p.58), argumenta que os autores afirmam que a escola não é estética nem
intocável, a forma como ela assume cada momento é sempre um resultado precário
e provisório de um movimento permanente de transformação, impulsionado por
tensões, conflitos esperanças e alternativas. “A escola muda em função das
pressões dos grupos sociais, das inovações cientificas ou das próprias necessidades
da economia, adaptando-se sempre aos novos tempos”. Autora faz cit., da Equipe IDAC
(Ibid p. 107).
Agora autora irá descrever a similaridade entre os autores como Michel
Foucat e o IDAC Instituto de Ação Cultural, em seu texto vigilância punição e
depredação, (1985 p.63 a 70). Como é a escola para esses autores?
Segundo Guimarães Focaut, considera a escola um observatório político,
um local de observação, através dessa vigilância e do conhecimento que se pode ter
um comportamento dos alunos e tendo controle de todos os sujeitos, delimitando
todos os desvios todas as habilidades dos mesmos. Argumentado ainda que a escola
as técnicas disciplinares faça com que as pessoas aceitem o poder de punir e de
serem punidas, tornando essa prática natural e legítima.
Guimarães fala que o IDAC se aproxima de Focaut quando descreve que a
escola é um mundo fechado, cuidadosamente controlado, onde papéis já pré-
determinados e os pais na grande maioria, são fiadores das normas escolares e
sócias. Enquanto os aspectos de oposição desses autores, Guimarães fala que na
realidade é mais uma diferença do enfoque do que propriamente uma oposição,
enquanto para Equipe do IDAC a escola é formar a minoria, para Focaut, cada aluno,
nível, cada momento é utilizado, extraindo-se a máxima quantidade de forças de
cada um e combinando-as num ótimo resultado. Mas um detalhe apontado por
Focaut, Autora acredita ser de grande importância para poder atingir
transformações na sociedade, principalmente na área da educação. Segundo
Focaut, “nada mudará na sociedade se os mecanismos de poder que funcionam
fora, abaixo, ao lado dos aparelhos de Estado, a nível muito mais
elementar,quotidiano, não forem modificados” MICHEL FOCAUT,(Microfísíca do
Poder,p. 131,150,160,161,181,186).
1-2 A leitura e a questão indisciplina
Considerando o que os autores como Michel Focaut, Guimarães dizem a
respeito da “disciplina”, agora podemos analisar o contrário dela, ou seja, a
indisciplina.
Dando continuidade a “disciplina”, podemos compreender outros meios
de alteração do comportamento, mas que antecedem a sua realização. Os métodos
disciplinares têm por objetivo prevenir as faltas, moldando os sujeitos e criando
técnicas que diminuam a possibilidade de ser a falta cometida. Dessa forma, há um
aumento das aptidões, da atividade. Da produtividade, e uma relação estabelecida
entre a dominação e a obediência. “Pelo contrário, significa “marcá-los”, pois dá ao
jovem a idéia de que todas as decisões têm conseqüências, só que essas serão, num
primeiro momento, analisadas não realmente sofridas”.
A instituição não sabendo impor os limites necessários, autor Araújo
(1996), em seu texto Moralidade e indisciplina: uma leitura possível a partir do
referencial piagetiano aponta uma divisão estrutural instalada em muitas
instituições escolares em relação ao enfrentamento do problema da indisciplina.
Por um lado, há a postura autoritária, em que os instrumentos de coação e de
repressão são utilizados para impor a disciplina, que atingem apenas aos alunos que
temem a autoridade, não funcionando com aqueles que não a respeitem:
“Porque os sentimentos de medo ou de afeto não estão presentes em suas relações, ignoram as ordens impostas e, pelo contrário,
quanto mais o professor se irrita e grita, por exemplo, mas podem se satisfizer internamente. Parece claro que essa forma de lidar com a indisciplina, ao mesmo tempo
em que reforça aos estados de heteronomia (por não conseguir obrigar a consciência dos sujeitos a agir
autonomamente), não traz os resultados esperados.” (ARUJO, 1996: p.p 110-11). Livro indisciplina na escola.
No outro extremo, o autor cita as instituições que pretende romper com a
postura autoritária, confundindo liberdade com permissividade:
Ao deixarem os alunos ‘livres’ para decidir tudo e fazer só o que acreditam
ser correto, reforçam estados de anomia, em que os sujeitos não são solicitados a
levar os colegas, as normas, leis e regras da sociedade em consideração. Isso não
leva a autonomia da consciência, (ARAUJO, 1996: p.113). Livro indisciplina na escola.
Porém, não podemos afirmar que a indisciplina vem da família e as
escolas estão inseridas. Podemos sim, afirmar que a falta de limites estabelecida
pela família, constitui para a indisciplina.
Guimarães (1996), em seu texto indisciplina e violência: ambigüidade dos
conflitos na escola, alerta para indisciplina própria escola, apontando que esta está
planificada para que as pessoas sejam iguais: “A homogeneização é exercida através
de mecanismos disciplinares, ou seja, de atividades que esquadrilham o tempo, o
movimento, gestos e atitudes de submissão e docilidade”. (GUIMARÂES, 1996: p.
73). Livro indisciplina na escola. Portanto, poderíamos afirmar que alguns professores
imaginam que a sua posição está segura, assim como o espaço de aprendizagem
está garantindo, quando há manutenção de ordem? Porém, voltando ao significado
das palavras disciplina e indisciplina, uma ordem conduzida através do poder, não
pode ser chamada de disciplina.
No meu entender, disciplina na sala de aula é o envolvimento do aluno
com o tema que está sendo abordado, não necessariamente através de uma
postura tranqüila. Não podemos interpretar qualquer manifestação de inquietação,
questionamento, discordância, conversa ou desatenção por parte dos alunos como
indisciplina. Tratando - se dessa problemática nas salas Rego em seu texto
indisciplina e o processo educativo análise na perspectiva Vigtskiana, descreve que a
indisciplina mobilizam professores e pais de um modo geral, preocupação
educacional, segundo autora o assunto é superficialmente debatido.Para
entendermos melhor a indisciplina e suas causas, autora nos remete a pensar não
só na complexidade sobre essa problemática, mas é marcante de ausência de
pesquisas que contribui apuro exclusivo da indisciplina e a veracidade de
interpretações que o tema encerra . “O próprio conceito de indisciplina, como toda
criação cultural, não é estático, uniforme, nem tampouco universal”. (Rego p. 83 e
p. 84).
Rego argumentando ainda em seu texto descreve que essa problemática se
relaciona a conjunto de valores que variam ao longo da história entre as diferentes
culturas em uma mesma sociedade, nas ultimas décadas a nossa sociedade vêem
sofrendo uma série de inovações e com isso provocou grandes modificações nos
seus valores, percebemos também a inversões de valores morais provocando
mudanças no modo de agir das pessoas. Conforme Rego. “nas diversas classes
sociais, nas diferentes instituições e até mesmo dentro de uma mesma camada
social ou organismo.” (Rego, p. 84). Descrevendo ainda autora fala que escolas
entendem a disciplina como qualidade, uma virtude, um objeto a ser trabalhado e
alcançado pela escola: “Como decorrência, a disciplina, ao invés de ser
compreendida como pré- requisito para o aproveitamento escolar é encarada como
resultado (ainda que não exclusivo) da pratica educativa realizada na escola. (REGO,
4996: p. 87) Livro indisciplina na escola. Podemos notar então que a escola tem um
papel fundamental em aumentar ou diminuir essa problemática, pois se partirmos
do principio que o aluno vem indisciplinado de casa pela falta de limites
estabelecidos pelos pais, é a escola que tem que rever seus métodos e conceitos
mediante essa situação, priorizando a relação existente entre escola/aluno.
Neste contexto, a temática indisciplina afeta, diariamente, os alunos, os
professores e o processo de ensino em sua totalidade, ficam perceptíveis que, para
nós, educadores atuais, o fenômeno da indisciplina apresenta-se como um novo
problema; tentamos buscar ainda que, de modo impreciso e pouco efetivo,
explicações para existência de tal manifestação. Ou seja, muitas explicações e
justificativas são eleitas por nós como verdadeiras, mas que na verdade, estamos
longe de desvendar esse mistério.
Outros professores ainda sentem a falta das práticas tirania e coercivas
da escola de outrora; outros vêem o motivo dessa problemática como reflexo da
pobreza e da violência presentes na escola, de um modo geral e outros ainda,
atribuem o comportamento sem limites do aluno, á educação recebida em casa, ou
seja, a família como principal causador dessa temática. Motivo pelo qual iremos
tratar no próximo capitulo.
CAPITULO II
LIMITES E DISCIPLINA: A IMPORTANCIA PARA FORMAÇÃO
DO INDIVIDUO
No livro Limites: três dimensões educacionais: Autor Yves de La Taille irá
tratar de assuntos que contribuem a um desenvolvimento positivo ou negativo da
escola. A preocupação com a imposição de limites na educação das crianças é uma
questão na nossa sociedade atual. Este também é um fator freqüentemente
apontado pelos professores como causador de indisciplina na sala de aula, afetando
diretamente a relação aluno/professor/escola. Essa foi à maior questão apontada
na pesquisa anteriormente realizada, notando-se que, faz-se necessário realizar um
trabalho conjunto entre pais, professores e alunos, no sentindo de discutir os
limites necessários, para poder desenvolver um processo educativo mais coerente.
Embora este não seja um problema apenas da escola pública, como
podemos notar, mas adiante, a questão dos limites, no que se refere aos pais,
também aprece é conhecida pelos professores, a prática dos pais de delegar e
cobrar da escola a imposição de limites, que em casa não conseguem resolver. Em
minha pesquisa de campo para dar início ao trabalho de conclusão de curso foram
realizadas entrevistas nas escolas públicas, todas em de SP. Escola Municipal de
Educação Infantil Elísio Teixeira Leite pública 1, Escola Municipal de Educação
Infantil, Santos Dumont pública 2, Escola de Educação Infantil Marcondes1 e Escola
de Educação Infantil Fazendo o Meu Caminho 2, foi possível observar as respostas
das professoras entrevistadas, fica óbvio que os problemas de indisciplina têm
origem na própria família das crianças, que, dominam seus pais com quereres e
direitos. Os pais, por sua vez, intimidam-se em colocar limites, curvando-se ás
vontades das crianças. Este é um quadro geral, restrito a algumas situações
observadas, nas respostas dos professores.
O psicólogo Taille (1996, p.13) em seu texto Limite: Três dimensões
educacionais. Faz uma reflexão sobre o conceito de limite. Ele aborda o tema de
três formas diferentes e complementares:
1. A primeira: pensar os limites como fronteiras a serem transpostas,
tanto para maturidade, quanto para a excelência, especialmente as virtudes morais.
2. A segunda: pensar como fronteiras a serem respeitadas, portanto, não
transpostas, questão central para moralidade.
3. A terceira os limites como fronteiras que a criança deve construir para
proteger sua intimidade e privacidade.
Nessas abordagens, o autor enfatiza tanto os aspectos de desenvolvimento
infantil, quanto á educação, mas o limite no sentido habitualmente empregado, que
interessa aos educadores em geral e que serve também para expressar uma queixa
em relação á geração infantil, é o enfatizado na segunda forma: a fronteira não
deve ser transposta, a demarcação de um domínio que não deve ser invadido.
Os “Limites” que Taille menciona acima irão tratar de transformações
pessoais, mas o autor fala que não devemos julgar-las as únicas mudanças
necessárias e nem tampouco suficientes.
Segundo Taille (1996, p 31 e p 32), em seu texto Limites: três dimensões
educacionais o como fronteiras a serem transpostas (primeira forma), na verdade
tem focado a maioria das crianças de hoje, pois elas são convidadas a permanecer
em seu mundo infantil, o que vem reforçar o seu egocentrismo, na minha visão.
“Felizmente, algumas crianças encontram dentro de si a força para seguir a sina que
é sua: crescer, ir além e até renovar o mundo com sua criatividade” O autor ainda
argumentando em seu texto citado acima (1996, 33) a escola deve adequar o ensino
aos interesses dos alunos, ou seja, uma aprendizagem significativa.
O limite apontado na segunda forma o autor ainda relatando em seu
texto citado acima (1996, p.53), que é uma imposição física ou normativa, refere-se
á educação, ao processo civilizatório e, portanto, a ausência total dessa prática
pode gerar uma crise de valores entre os pequenos. É preciso ainda saber que ações
dos homens aceitam normatizar em nome da cultura.
O autor Taille ainda argumenta em seu texto: Limites: três dimensões
educacionais (1985, p.69), relata é melhor colocar limite e não deixar o filho ou a
filha correr o risco de não concluir estudos secundários, isso não quer dizer que as
crianças não terá espaços para busca de sua autonomia. “Caso não se imponha o
limite, a liberdade dada corre o sério risco de se tornar, em vez de um belo presente,
um fardo ser carregado no futuro.
Para compreender melhor os limites, o autor Taille, em seu texto Limites:
três dimensões educacionais (1985, p.72), descrevem que não devemos colocar
sobre a criança e o adolescente todo o peso da responsabilidade da escolha deve
dar condições e guarita que possibilitam de se arrepender e volta atrás é uma
espécie de “moratória”. “Tal “moratória” significa não só o respeito pelas escolhas
dos filhos, mas generosidade: dar lhe oportunidade e tempo para realmente
poderem assumir as responsabilidades decorrentes da liberdade”. Para os
professores muitos pais não impõem limites, não apresenta padrões de conduta
necessários para viver bem em sociedade. Anda argumentado Taille em seu texto
Limites; três dimensões educacionais (1985, p.73) pais devem dar aos seus filhos a
liberdade de experimentar, mas sempre deixando claro estou aqui para conversar
sobre a sua decisão, para ajudá-lo caso não dê certo ou mudar de idéia. “E tal
atitude não significa não colocar limites.
O terceiro limite apontado por Taille, em seu texto: Limites: três dimensões
educacionais, como fronteiras que a criança deve construir para proteger sua
intimidade e privacidade, o auto nos relata que a fronteira da intimidade não pode
ser aberta mesmo que eles desejassem fazê-lo, nesse ponto, a noção de segredo,
justamente parece-me ocupar lugar de destaque no equilíbrio entre em proteger a
intimidade. “Em palavra, o segredo parece representar justamente a mobilidade
necessária à fronteira da intimidade; aquilo que afasta e aproxima aquilo que se
esconde de uns e se mostra aos os outros”. (TAILLE 185, p. 125 -126).
2.1 A discussão sobre moral
A moral também é discutida por Taille (1996) em seu texto Limites: Três
Dimensões educacionais, em se tratando de limites, garantindo que moral é um
tema universal.
Argumentando ainda em seu texto acima, ele descreve que não se devem
discutir os valores da teoria, mas devemos notar dois aspectos.
I. O sentimento de obrigatoriedade é necessário à moralidade.
II. O “sentimento de obrigatoriedade não “nasce do nada”, não é inato,
mas conseqüência de uma educação moral que” “coloca” limites. (TAILLE, p.85).
Nesse momento, paro e reflito: será que a família, que a meu ver não
coloca regras suficientes para as crianças, seria mesmo uma grande vilã na falta de
noção de limites das crianças?O autor Taille aborda esse assunto em seu texto
Limites: três dimensões educacionais. “Pais que não os coloquem falharão na
educação moral de seus filhos, tanto na fase pré- moral quanto na próxima, que
corresponde à instauração do superego”. (1996, p.87). Na dimensão intelectual
relacionada á racionalidade, a moral direcionada uma ação; é um saber fazer
através de uma competência intelectual. A moral é um objeto cultural. Portanto, a
criança só se apropria dela a partir do contato com objeto. Assim, a moral deve ser
um objeto presente no dia- a- dia dos lares e das instituições educacionais; ao
contrário do que muitas vezes ocorre, não deve ser feito presente após o
aparecimento de problemas.
Taille descreve ainda que as regras são apresentadas ás crianças através
de formulação verbal precisa, sem ambigüidade, autor cita a tória de Durkhem,
(sociólogo acha que os professores são melhores educadores que os pais)Coloquem
limites.(1996, p. 88).
Portanto, aplica-se a número limitado de situações. Há muitas situações
para as quais não temos regras.
Já os princípios também apresentados através de formulação verbal,
dizem rumo, mas ainda não apontam o como, ou seja, não instrumentalizam. Um
exemplo de princípios seria respeitar o outro. Se pensarmos na regra como um
mapa, o principio seria bússola. Segundo Taille em seu texto Limites: três dimensões
educacionais nos afrontaram com um problema: muitas vezes a moral se restringe a
regras e controle, sem se ater aos princípios, que dão a racionalidade à regra, o que
as recebe, ou seja, muitas regras e poucos princípios geram problemas.
Ainda argumentando será que a grande vilã é a escola, como o excesso de
regras e pouca fundamentação, ou seja, poucos princípios? Taille descreve em seu
texto Limites: três dimensões educacionais. ”a escola nova”, em particular aqueles
que democratizaram radicalmente as relações entre professores e alunos. “Todavia,
mesmo esses críticos da velha educação moral não dispensaram referências a
limites restritivos e à necessidade de sua presença na educação”. (1996, p. 89 e 90)
De acordo com Taille em seu texto Limites: três dimensões educacionais
têm maiores resultados quando colocamos os princípios, pois muitas regras
reforçam a heteronomia. “A moral heterônoma basea-se no respeito unilateral, ou
seja, na simetria da relação entre “súdito” e “autoridade”. Ressalta ainda uma
colocação muito importante, em relação à criança de educação infantil, trouxe a
resposta a minha investigação acima mencionada. (1996, p. 91).
O primeiro contato da criança pequena com princípios é através da regra,
ou seja, a apreensão intelectual se dá através da regra. A partir aproximadamente
da primeira série do ensino fundamental, é que a criança precisa mais dos
princípios. Assim, volto a crer que a escola de educação infantil faz seu papel
adequadamente.
Uma boa educação aponta na direção dos princípios. A boa educação é a
primeira mente de a criança ver que ela tem relações com outro, existe e merece
minha atenção, assim, digo bom dia, obrigado, desculpas, com licença....portanto,
na educação infantil é essencial.
Enquanto regras e princípios são relações de ação, os valores dizem a
respeito à relação afetiva com objeto. Valor é um investimento afetivo positivo. A
partir dos 07 anos de idade inicia-se o valor dos princípios, tornando-se
adolescência, de maior importância.
A dimensão afetiva diz respeito à vontade de agir, à motivação, ao
querer fazer. Com aproximadamente 04 anos, a criança já está desenvolvendo o
querer, não há, portanto, a necessidade do controle externo o tempo todo. Nesta
etapa, a dupla amor e mede se ligam com a questão da autoridade. A criança
respeita voluntariamente a regra, porque ela respeita a fonte de regra, ou seja, os
pais, os professores.
Segundo psicólogos Taille, em seu texto Limites: Três Dimensões
educacionais, a criança pequena precisa de figuras de autoridade, de proteção e
guia. Hoje em dia, muitos adultos não fazem o jogo da autoridade. “ Os pais
mudam de lugar: de “superiores”, para passarem a ser” iguais “. (1996, p 97).
O autor ainda argumentando em seu citado acima, outro sentimento
essencial, além da noção de autoridade, é a simpatia ou empatia; é o perceber e
comover-se com o sentimento alheio, no inverso dos 04,05 anos de idade.
“Portanto, fazer a criança perceber que os sentimentos alheios devem ser levados
em conta no campo moral é prática coerente com dos objetivos essenciais da moral,
que é a humanização das relações pessoais”. (1996, p. 98).
Taille ainda nos rela que, é mais importante ser generoso do que justo. A
criança pequena é capaz da empatia que pode desenvolver- se, contando que seja
valorizado e incentivado, ou caso contrário, pode até acabar. Portanto, a criança
precisa confiar para submeter-se aos valores morais.
Uma advertência do psicólogo é com relação ao bom modelo do
professor/ educador. A criança é mais atenta ao comportamento e menos ao
discurso. O educador tem que ser exemplo vivo daquilo que fala.
Sayão, em seu texto como educar o seu filho? Quando discute a
responsabilidade da escola frente à colocação de limites, levanta um problema
muito comum: a escola transfere sua responsabilidade para os pais, informando
que o filho está se comportando mal na escola, cobrando desses, as providencias
cabíveis, ou seja, o estabelecimento de limites em casa.
Em primeiro lugar, é importante salientar que a escola, ao agir desse modo,
assina um atestado de incompetência no que se referem ao seu trabalho,
que é o educar seus alunos para serem cidadãos, para aprender a viver em
grupo respeitar as regras de convivência no espaço púbico. E, claro, isso
enfraquece a necessária autoridade. [...] A escola precisa, e deve dar conta
do que acontece no espaço da sua responsabilidade. Se for à sala de aula ou
no pátio que o aluno se comporta de modo agressivo, inadequado,
indisciplinado, é na escola que isso deve ser resolvido. Isso significa que ela
deve ter seus princípios mecanismos de contenção dos comportamentos
que consideram indesejáveis. (SAYÂO, 2003: P 72).
Extrapolando as considerações de Sayão em seu texto como educar o seu
filho?(2003), acho necessário acrescentar que, quando se trata de crianças
pequenas, principalmente de educação infantil, a parceria família- escola é muito
importante, quando á formação moral da criança.
Portanto, quando a criança apresenta questões preocupantes de
comportamento, certamente a escola deve exercer a autoridade, estabelecendo os
limites necessários para resolver as questões, mas deve, também, informar aos pais
o que está ocorrendo no espaço escolar.
É direito de o pai saber o que se passa com seu filho na escola e, qualquer
alteração no comportamento da criança, deve ser considerada relevante; a escola e
família devem levantar juntas, as possíveis causas do desvio de comportamento da
criança.
A vida em sociedade, segundo Rego em seu texto: A indisciplina e o
processo educativo pressupõem a criação e o cumprimento de regras capazes de
nortear as relações, possibilitar o diálogo, a cooperação e a troca entre membros
deste grupo social.
A escola por sua vez, também precisa de regras e normas orientadas do seu funcionamento e da convivência entre os
diferentes elementos que nela atuam. Nesse sentido, as normas deixam de ser visitadas apenas como prescrições castradoras, e
passam a ser compreendidas como condição necessária ao convívio social. Mais do que bajulação, a internalização e a
obediência a determinadas regras pode levar o individuo a uma atitude autônoma e, como conseqüência, libertadora, já que
orienta e baliza suas relações sociais. Neste paradigma, o disciplinador é aquele que educa, oferece parâmetros e estabelece
limites. (REGO, 1996: p.83).
No capitulo final, após a análise das respostas das doze professoras
entrevistadas, notamos que a indisciplina acontece em todas as salas de aula de
educação infantil. Independente de instituição ser pública ou privada.
A maioria das respostas foi unânime em dizer que a indisciplina na sala de
aula acontece freqüentemente, e que, dos vários aspectos apresentados sobre esse
problema, o que realmente foi notado que essa problemática surge principalmente
pela falta de limites impostos pelos pais. A seguir mostraremos com mais exatidão
essas respostas, e ao final anexaremos uma cópia do questionário elaborado.
CAPITULO III
A INDISCIPLINA NA OPINIÃO DOS PROFESSORES
Nesse último capitulo, foi feita uma pesquisa qualitativa: análises dos
resultados, os questionários aplicados em 12 entrevistadas a pesquisa foi focalizada
na indisciplina na sala de aula, essa problemática que está ocorrendo em suas
instituições escolares, e como já citamos anteriormente, motivo de preocupação
em toda nossa área escolar e sociedade.
A metodologia do trabalho científico deverá anunciar através dos
questionários aplicados as interpretações dos professores sobre a indisciplina,
foram elaboradas 10perguntas, sendo sete de múltiplas escolhas e apenas três de
forma dissertativas, onde cada professor que recebeu a referido questionário teve
um prazo estipulado de três dias, para devolução do mesmo, e a partir deste,
pudemos iniciar o processo de organização das respostas. Severino, “Metodologia do
trabalho científico”. 23 ed. São Paulo: Cortez Editora, 2007.
As professoras entrevistadas foram de duas escolas de rede pública
municipal e de duas escolas particulares que lecionam para educação infantil, e, que
por motivos éticos, deixaremos de citar os nomes delas, mas a seguir citaremos os
nomes de cada uma das escolas, além da localização de cada uma para enfatizar
ainda que, essa problemática acontece em todas as regiões escolhidas,
independente do poder aquisitivo dos bairros da capital de cidade São Paulo.
Faremos uma breve descrição das escolas a qual realizamos as entrevistas
com as professoras de cada uma delas.
Na escola Municipal de Educação Infantil EMEI Elísio Teixeira Leite que está
localizada na zona Norte, no bairro do Jaraguá, CEP: 02815-040 DRE: Diretoria
Regional de Educação Pirituba, foi entrevistada três professoras, onde cada uma
delas tem mais ou menos 30alunos em suas salas. (escola pública1).
Na escola municipal de Educação infantil EMEI Santos Dumont que está
localizada na oeste, na Rua Diana, 250 no bairro das perdizes, CEP: 05019-000 DRE:
Diretoria Regional de Educação Pirituba, três professoras também foram
entrevistas, onde cada uma tem em média, 30 alunos sem suas respectivas sala de
aula. (escola pública 2).
Na escola particular de Educação Infantil Fazendo Meu caminho localizado
na zona Centro-Oeste, no bairro de Perdizes, CEP05024-000, três professoras
entrevistadas, tem entre 07 e 12 alunos em suas salas de aulas. Escola particular
1.EGÍDIO FELINIMMMMMMN,
NNNNM: DRE JARAGUA
E por último, a Escola de educação infantil, colégio Marcondes localizada na zona
oeste de SP, no bairro de Pirituba, São Paulo, CEP: 02982-000, três professoras
entrevistadas tem entre 08 e 15 alunos em suas salas de aulas. (escola particular 2).
Nessa breve descrição foi possível perceber que as instituições a qual
realizamos as entrevistas eram de birros diferenciados uma em bairro nobre e a
outra me bairro de periferia de SP, Perdizes é considerado um bairro nobre foram
entrevistadas a escola Santos Dumont é uma instituição pública a outra é uma
instituição privada, escola fazendo Meu Caminho, já no bairro de periferia, Parada
de Taipas, foram mais duas sendo uma particular e outra pública.
Foi possível notar também a diferenciação na quantidade de alunos
distribuídos nas salas de aula, entre as escolas púbicas e particulares, que
apesar dessas diferenças, a indisciplina ocorre da mesma forma.
Na primeira pergunta elaborada no questionamento, foi perguntado
se o professor tem lidado com problemas de indisciplina na sala de aula:
QUDRO 01- PROBLEMAS DE INDISCIPLINA NA SALA DE AULA
ESCOLAS Sim Não
Pública 1 03 _
Púbica 2 03 _
Particular 1 03 _
Particular 2 03 _
Fonte: autora
Como podemos verificar no 1 primeiro quadro, as
respostas das doze professoras foram unânimes, ou seja, todas
responderam que estão lidando com a os problemas de indisciplina
na sala de aula. Fato que torna a discussão sobre a indisciplina
escolar relevante nos espaços acadêmicos quanto no interior da
escola.
Se por um lado ás discussão da “in-disciplina acontecem nos
espaços acadêmicos, compondo grandes debates e produções, por outro
nos espaços escolar o que temos são busca dos “culpados” que podem ser
os pais, os alunos, a organização curricular.
Podemos dizer que na ultimas décadas a nossa sociedade vem
sofrendo uma série de inovações sociais cientifica tecnológica econômicas,
isso acabou provocando grandes modificações nos seus valores. Conforme
Aquino em seu texto indisciplina na escola. “Há muitos distúrbios
disciplinares deixaram de ser evento esporádico e particular no cotidiano das
escolas Brasileiras para se tornarem, talvez, um dos maiores obstáculos
pedagógicos dos dias atuais”. (Aquino, p. 07). Mas podemos fazer uma
ressalva que essa problemática não é vivenciada somente nas escolas entre
professores e diretores, mas também os pais e os próprios alunos, com
tempo se tornaram reféns da indisciplina, vivenciada no cotidiano de cada
um.
No quadro a seguir iremos tratar da freqüência da indisciplina na
sala de aula:
Como podemos notar
Na segunda pergunta, citamos três itens para saber se a freqüência
da indisciplina é diária, semanal ou esporádica, e as respostas foram às
seguintes:
QUDRO 02-FREQUENCIA DA INDISCIPLINA NA SALA DE AULA:
Escola Diariamente
Semanal Esporádica
Publica 1 02 01 __
Publica 2 ___ 01 02
Particular 1 03 __ __
Particular 2 03 __ __
Fonte: autora
Diante dessas respostas, podemos notar que, nas escolas públicas
a freqüência da indisciplina na sala de aula fica divida entre diária, semanal,
e esporádica, enquanto que nas particulares, a freqüência é diária, ou seja,
todos os dias as professoras enfrentam esse tipo de problema. Tais
respostas divergem e muito das questões colocadas no cotidiano das
escolas, pois temos por base que a indisciplina é coisa de escola pública.
Mas é importante fazermos uma ressalva ao que chamamos de
indisciplina na sala de aula, certos comportamentos dos alunos podem ser
condenados como indisciplinares, se não examinarmos adequadamente as suas
razões, também temos que pensarmos na idade dos alunos, principalmente quando
se trata de educação infantil, não se pode exigir que uma criança entre 04 á 05
anos, devem ficar sentados sem direito a se locomover na sala de aula.
Conforme Araújo, em seu texto Moralidade e indisciplina: uma leitura
possível a partir do referencial piagetiano aponta uma divisão estrutural instalada
em muitas instituições escolares em relação ao enfrentamento do problema da
indisciplina. Por um lado, há a postura autoritária, em que os instrumentos de
coação e de repressão são utilizados para impor a disciplina, que atingem apenas
aos alunos que temem a autoridade, não funcionando com aqueles que não a
respeitem.
“Porque os sentimentos de medo ou de afeto não estão presentes em suas relações, ignoram as ordens impostas e, pelo contrário, quanto mais
professor se irrita e grita, por exemplo, mas podem se satisfizer internamente. Parece claro que essa forma de lidar com a indisciplina, ao
mesmo tempo em que reforça aos estados de heteronomia (por não conseguir obrigar a consciência dos sujeitos a agir autonomamente), não
traz os resultados esperados.” (ARUJO, 1996: p.p 110-11). Livro indisciplina na escola.
Na terceira pergunta, questionamos se a indisciplina restringe - se a alguns
alunos ou classe toda, e as respostas também foram unânimes.
QUADRO 03- A INDISCIPLINA RESTRINGE-SE A ALGUNS ALUNOS OU A
CLASSE TODA:
Escolas: Alguns alunos Classe toda
Púbica 1 03 ___
Publica 2 03 ___
Particular 1 03 ___
Particular 2 03 ___
Fonte: autora
Mediante as estas respostas, notamos que a indisciplina de ser freqüente
na maioria das escolas, ela não restringe a sala de aula toda, e sim em alguns dos
alunos. Fato que pode ser confirmado na fala de uma das professoras entrevistadas
na escola pública 2: “ nem todos os alunos na sala de aula são indisciplinados,
porém quando esses passam dos limites, sou obrigada a aplicar o castigo a todos”.
A fala da professora acima explicita os métodos utilizados em grande parte
das escolas para a contenção de indisciplina existente nas salas de aula o que nos
remete a pensar em todas as micro penalidades existentes na escola em espaços
como a fabrica, no exército, nos hospitais que:
Guirado em seu texto Poder indisciplina: o surpreendente rumo da relação
de poder para tratar dessa problemática autora refere- se à Focaut no texto vigiar e
Punir, autora nos faz refletir a conduta da escola:
Funciona como repressora toda uma micropenalidade do tempo (atrasos ausência falta e zelo), da maneira de ser (grosseira, desobediência), dos
discursos (tagarelice insolência), do corpo (atitudes “incorretas”, gestos não conformes, sujeiras), da sexualidade (imodéstia, indecência). Ao mesmo
tempo é utilizada, a título de punição, toda uma série de processos sutis, que vão de castigo físico leve a privações ligeiras e a pequenas humilhações.
Trata-se ao mesmo tempo de tornar penalizável a fração mais tênue da conduta, e de dar uma função punitiva aos elementos aparentemente
indiferentes do aparelho disciplinar> levando ao extremo, que tudo possa servir para punir a mínima coisa; que cada indivíduo se encontre preso numa
universidade punível-punidora. (Focaut, p.65, p. 66).
A autora ainda argumenta que a disciplinarização é dar ordem ao próprio
exercício, do próprio fazer, a escola da ordem as diferenças entre os “bons e
“maus”, os classifica , rotula e depois os revela-os.
Na quarta questão, perguntaremos se a disciplina na sala de aula tem
diminuído ou aumentado durante os últimos cinco anos, que estas professores
estão lecionado, e as respostas verificaremos a seguir no quadro 4.
QUADRO 4 A INDISCIPLINA TEM AUMENTADO OU DIMINUIDO NOS
ÚTIMOS 05 ANOS:
E Escolas: Aumentado Diminuído
PPública 1 03 __
PPública 2 03 __
PParticular 1 03 __
PParticular 2 02 01
Fonte: autora
Mediante as respostas analisadas no quadro 4, podemos notar que o
problema de indisciplina tem aumentando gradativamente, nos útimos cinco anos,
em que as professoras entrevistadas estão lecionando.Fato esse que como vimos
tem afetado e muito o trabalho pedagógico ser realizado na sala de aula. Conforme
Rego em seu texto: indisciplina e o processo educativo, cada ser humano dentro de
seu contexto social e cultual pode ter um comportamento mais ou menos
indisciplinado, pois depende da sua história educativa do seu grupo social e da
época em que se insere.
Argumentando ainda Rego nos faz refletir em texto: indisciplina e o
processo educativo, como relacionar a indisciplina observada na escola à “natureza”
de cada aluno ou de cada faixa etária representa um grande equivoco. “Ninguém
“nasce” “rebelde ou indisciplinado”, já que estas características não são inatas e
nem”, todo adolescente será indisciplinado”, já que é impossível postular um
comportamento padrão e universal para estágio da vida humana”.( Rego p.96 e p.
99).A escola deve ser mediadora propor aos alunos mais do que obedecer e se
conformar com regras estabelecidas, devido ao receio de punição, a escola precisa
oportunizar aos alunos conhecer as intenções que originaram a in disciplina assim
como as conseqüências caso sejam infringidas.
Na quinta questão, acreditamos ser a mais importante, perguntamos quais
são as supostas causas da indisciplina na sala de aula, dando algumas situações tais
como:
- problemas de origem familiar;
- problemas de origem psíquica;
- falta de limites estabelecidos pelos pais;
- falta de limites estabelecidos pela escola;
- dificuldades do professor em lidar com essa situação;
- entre outras...
No quadro a seguir, indicaremos quais foram às respostas das professoras
entrevistadas:
QUADRO 5 SUPOSTAS CAUSAS DA INDISCIPLINA NA SALA DE AULA:
Escolas Origem familiar
Falta de limite (pais)
Falda de limites (escolas)
Dificuldade do professor
Outros
Púbilca1 03 03 _ _ _
Púbica2 03 03 03 _ _
Partic.1 03 03 03 03 _
Partic.2 _ 03 _
Fonte: autora
Podemos perceber nas respostas acima relatadas, que a maioria das
professoras assinalaram mais de uma resposta em se tratando das possíveis causas
da indisciplina na sala de aula. Porém, fica explicita que a principal causa dessa
problemática, de acordo com as respostas analisadas, é a falta de limites
estabelecidos pelos pais, a principal culpada, e na seqüência os problemas de
origem familiar, também são causadores dessa indisciplina. Notamos então que, de
ponto de vista da maioria dessas professoras, o fator gerador dessa temática são os
pais e a família, também em si. Ou seja, tudo que ocorre de diferente ou indiferente
na família da criança, interfere diretamente na conduta da mesma em sala de aula,
como por exemplo, se há muitas brigas em sua casa, a criança transporta
diretamente para sala, e sai brigando com os colegas da mesma forma que assiste
em casa. Diante disso, podemos citar a fala de uma das professoras da escola
particular 1.
Minha aluna Camila de 04 anos, sempre teve um comportamento normal,
porém em decorrência da separação de seus pais durante o final de
semana, transpôs para sala de aula, praticamente todas as falas da mãe na
discussão com pai, como por exemplo: ‘sai daqui’, sai de perto de mim’, ‘eu
te odeo’, ‘tira a mão de mim’,... Sem contar os inúmeros palavrões que ela
dizia, apesar de não estar acostumada a agir dessa forma
È notável que, essa problemática é freqüente em todos os níveis sociais, e,
se nas casas das famílias que moram em bairros nobres acontecem esses problemas
é obvio que nas casas das famílias de periferia a situação não é diferente, e tudo
que acontece em suas casas, principalmente na hora das brigas, as crianças levam
para sala de aula, tais como gritarias, os palavrões e as agressões. E isso interfere
principalmente no processo de ensino e aprendizagem, pois muitas vezes, o
professor não está habituado a lidar com esses problemas, e muitas vezes tomam a
decisão errada, ou seja, ao invés de ajudar esse aluno, faz com que a situação piore,
colocando-o de castigo ou até mesmo ridicularizando-o na frente de seus colegas de
sala. Segundo Rego em seu texto: A indisciplina e o processo educativo apontam
uma das possíveis causas da indisciplina: é comum a escola verem a indisciplina na
sala de aula como reflexa da pobreza e das violências presentes um modo geral na
sociedade, nos meios de comunicação especialmente na TV, se vê impotente diante
do aluno, principalmente dos que provêm de ambientes economicamente
desfavorecidos, a escola atribuem a culpa pelo “comportamento indisciplinado” do
aluno à educação recebida na família, assim o modo nuclear familiar. “Essa criança
tem uma criação familiar totalmente autoritária, está acostumada a apanhar e
receber severos castigos, por razão não conseguem viver em ambientes
democráticos”. “Se os próprios pais não sabem dar limites eu é não vou dar!”.
Segundo ponto abordado, em seu texto: A indisciplina e o processo
educativo, a escola no cotidiano escolar está relacionada aos traços de
personalidade de cada aluno: “Fulano é terrível, não tem jeito! Sicrano nasceu
rebelde, o que posso fazer?” Autora ainda argumentando descreve que os traços
comportamentais de cada aluno não poderão ser modificados já são definidos
desde o nascimento, fazem parte da natureza de cada individuo”.
No terceiro ponto abordado pela autora para justificar a indisciplina na
sala, se refere à tentativa de associar o comportamento indisciplinado de alguns
alunos como “traços inerentes” à infância e à adolescente. “Os adolescente são
revoltados de um modo geral, revoltados e questionadores, não adianta querer lutar
contra isso”; “Criança é indisciplina e desobediente por natureza, precisa ser
domada”. A autora ainda descreve quando os profissionais da educação e muitos
pais são provocados analisar as possíveis causas dessa problemática nas escolas,
muitas vezes acaba por atribuir a responsabilidade ao professor.
Rego nos remete a uma reflexão, fala das complexas relações entre o
individuo, a escola, a família e a sociedade não parecem suficientes debatidas e
aprofundadas.
Na revista Nova Escola - edição marco/abril (2012) traz também como
capa, o tema o que é indisciplina? Para os educadores como Áurea de Oliveira, do
Departamento de Educação da Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita
Filho" (UNESP), campus de Rio Claro. “Por trás desse problema - visto pelos
professores como um dos principais entraves da boa Educação -, há a falta de
conhecimento sobre o tema e de adequação das estratégias de ensino”. A escola
deve ser mediadora estabelecer uma relação professor e aluno, assim é possível
que as crianças conheçam os valores das regras e seus valores.
Na sexta questão, perguntamos qual atitude do professor mediante a essa
indisciplina, citamos alguns exemplos:
- Encaminha o aluno à coordenação da escola;
- Chama os pais para um diálogo;
- Dá alguma espécie de castigo;
- Recorre a métodos estabelecidos pela instituição;
- Ignora a situação, e continua a dar aula;
-Tenta resolver a situação através do diálogo, dinâmicas e brincadeiras com
outros alunos;
- Entre outros.
QUADRO 6 ATITUDES TOMADAS MEDIANTE A SITUAÇÃO DE INDISCIPLINA NA SALA DE AULA:
Escolas
Encaminha para a coordenação
Chama os pais
Alguma espécie de castigos Recorre a
métodos Ignora a situação
Tenta resolver a
Outros
da escola situação
Pública 1 02 02 _ _ _ 01 _
Pública 2 02
02
_
_
_ 01
01
Part.1 __ _ _ _ _ 03 _
Part.2 01 01 01 01 01 01 _
Fonte: autora
Podemos perceber nessas respostas que ainda, ainda está muito difícil lidar
com essa problemática, pois se um aluno está indisciplinado dentro de sala de aula,
não é apenas chamando os pais para um diálogo, que o problema vai ser resolvido,
com uma das professoras da escola particular 2 respondeu.
No capítulo I tratamos sobre o limite, qual o autor Taille nos remete a uma
reflexão: será que a família, que a meu ver não coloca regras suficientes para as
crianças, seria mesmo uma grande vilã na falta de noção de limites das crianças?O
autor Taille aborda esse assunto em seu texto Limites. “Pais que não os coloquem
falharão na educação moral de seus filhos, tanto na fase pré- moral quanto na
próxima, que corresponde à instauração do superego”. (1996, p.87).
O autor ainda argumentando fala que a moral é um objeto cultural,
portanto a escola não pode esperar que só a família que dê a formação moral, a
criança só irá se apropriar dela a partir do contato com objeto, sendo o mesmo
presente no dia-a-dia dos lares e das instituições educacionais.
Duas professoras, uma da rede pública e a outra particular, responderam
que a melhor situação é encaminhar o aluno indisciplinado para coordenação da
escola. Mas o que será que essa coordenação poderá contribuir para a melhoria
desse aluno? È um caso a se pensar, no capítulo II autora Guimarães em seu texto
vigilância punição e depredação escolar descreve alguns indicadores que aponta a
escola como vigilância: os efeitos do poder se multiplicam na rede de acordo com
acumulação crescendo e a entrada de novos indivíduos no campo do saber, que se
organiza um poder múltiplo, automático, anônimo, que atua sobre o indivíduo,
descrevendo ainda autora cita outro indicador que a escola tem é a existência dos
exames, ou seja, atividade que faz com que cada individuo seja comparada uns com
outros, treinando, retreinado classificado, normatizado. “É um controle
normalzante, uma vigilância que permite classificar e punir”. (1985, p36, p.37).
Atuação inadequada da instituição é outra causa de indisciplina, os
docentes podem sim contribuir para melhoria desse aluno, por isso, o trabalho não
exige só uma auto-reflexão, mas também o esforço de toda equipe.
As demais entrevistadas responderam que a melhor maneira de lidar com
essa situação na sala de aula de aula é tentar resolver através de diálogo, dinâmicas
e brincadeiras com os alunos.
O mecanismo mais adequado para o professor poder criar espaços para
tais discussões é a roda, que possibilita a todos os participantes estarem em posição
de igualdade, podendo ver e serem vistos por todos. Esses momentos de roda
devem ser sempre mediados pelo o professor e devem considerar os pontos de
vistas de todas as crianças, ou seja, todos devem ter o direito de expor o que
pensam e sentem, pois os valores morais são construídos pelas crianças através da
interação com o meio ambiente e não internalizados de fora para dentro, como
muitos acreditam que seja. A roda, como espaço de expressão e respeito mútuo,
oferece, também, a oportunidade de conquistar, ou melhor, a auto-estima das
crianças envolvidas.
Conforme o artigo publicado, fala sobre a disciplina e qual é o papel do
professor na sala de aula: Na revista Nova Escola- edição junho/julho (2005), “o
comportamento dos alunos em sala de aula é algo que precisa ser ensinado e varia
de acordo com atividade”. (MACEDO, 2005, p.24). Analisadas respostas, notamos
que a maioria optou pelo diálogo, a dinâmica e a brincadeira, é claro que esse tipo
de comportamento dos professores é valido, porém, a nosso ver, essa situação
ainda é ineficiência, pois, é importante a comunicação com os pais para que os
mesmos fiquem cientes do que está ocorrendo com o seu filho, além de um
trabalho coletivo entre a coordenação da escola, o professor e das próprias
crianças, pois esse trabalho em conjunto, será mais propicio para resolução dessa
problemática, que tanto está se falando hoje em dia.
Notaremos ainda na próxima pergunta que esse problema não está
ocorrendo apenas na sala de aula da professora entrevistada, mas em todas as salas
de aula da instituição onde ela trabalha.
QUADRO 7- A INDISCIPLINA ESTÁ ACONTECENDO EM TODAS AS SALAS DE
AULA:
Escolas: Sim Não
Público 103 __
Pública 203 __
Particular 1 03 __
Particular 2 03 __
Fonte: autora
Todas as professoras foram unânimes na respostas, ou seja, todas
conseguem perceber que essa problemática não está ocorrendo apenas na sua sala
de aula, mas em todas as salas, independente das séries. Guimarães em seu texto
Indisciplina e Violência a ambigüidade dos conflitos na escola, fala que o grande
problema talvez no fato de o professor se concentra apenas na sua posição e que
com isso, ele conseguirá eliminar os conflitos, mas a sala de aula é marcada pela as
diferenças,pois os alunos buscam de modo espontâneo e não planejado o querer
viver que, isso impede a instalação de qualquer tipo de autoritarismo. “Quanto
maior a repressão, maior a violência dos alunos em tentar garantir as forças que
assegurem sua vitalidade enquanto grupo”. (Guimarães p. 79). Livro indisciplina na
escola.
Na oitava questão, pedimos para cada uma das professoras descrevem
uma situação de indisciplina vivida em sua prática de ensino, ou seja, uma situação
que chamou mais a sua atenção, com alunos indisciplinados
A seguir, citaremos a falta de cada uma delas, separadamente,
primeiramente das escolas pública 1 e 2:
Professora da escola pública 1: na hora e que estava fazendo a chamada,
um aluno brincou (satirizou) o nome do colega, onde este não se conteve (falta de
valores) e o agrediu.
Professora da escola pública 1: tenho um aluno que não consegue parar no
lugar e por várias vezes agrediu os colegas sem motivos, porque ele é que estava
perturbado.
Professora da escola pública 2:
eu estava com a turma no pátio e um dos alunos estava brincando de luta,
e um dos tapas machucou o colega,aí começou a briga.No outro dia, o pai de uma
dessas crianças que estava brigando foi até a escola dizer que o filho dele teria que
bater em quem bateu nele, se não, quando ele chegasse em casa, ele iria apanhar.
Professora da escola pública 2: todos os anos tenho problemas de
indisciplina na minha sal de aula, onde procuro logo resolve-los com ajuda da
direção da escola.O aluno não parava sentado,não fazia as atividades, batia nos
colegas, falava palavrões e fazia gestos inadequados.
Na seqüencia citaremos a fala das professoras entrevistadas nas escolas
particulares:
Professora da particular 1: há alguns anos, presenciei quando um aluno
pediu a seu colega um lápis emprestado e obteve uma resposta negativa, então ele
agrediu o colega com socos, chutes e xingamentos.
Particular 1: estávamos numa roda de conversa em que todos estavam
participando da história, e um dos alunos do nada, começou a socar o outro sem
motivo, dispersando toda a roda. Chamei-o de lado e conversei com ele, e melhorou
um pouco.
Professora da escola particular 2: já fui ofendida moralmente, verbalmente
e fisicamente várias vezes.
Professora da escola particular 2: sempre temos alunos que não
obedecem,nos ofendem e não conhece, ou melhor, não tem limites.
Percebemos que em cada situação acima descrita, há uma problematizarão
independente de a instituição ser pública ou privada, a indisciplina sempre está
presente, e é o professor que geralmente é a vítima desses desacatos, e precisa
estar preparado para mediar a cada situação que ocorre em sua sala de aula.
Notamos também que, apesar desses alunos serem apenas crianças com
idades entre 04 e 06 anos, já consegue ter atitudes adultas, comportamentos
inadequados, ações sem fundamentos, pela faixa etária deles.
Provavelmente essa atitude da criança, está espelhada na vivência
doméstica, ou seja, é no lar que elas aprendem a se comportarem dessa maneira.
São nas atitudes dos pais que elas se espelham, e acham que agir dessa forma é a
correta. E os pais nas muitas das vezes não percebem esse tipo de comportamento
de seus filhos, acreditando que na escola que eles aprendem a ter esse
comportamento.
Para Guimarães em texto vigilância punição e depredação escolar, autora
nos faz refletir no capítulo I qual é a preocupação da escola, se preocupa
aparentemente na aprendizagem de conteúdos e habilidades intelectual que nada
mais é de controlar comportamentos, com essa burocracia escolar cria indivíduos
“normatizados” habilitados à obediência de ordens, regaras e hábitos. “Os escapam
da “normatização”, são resultados de “marginais”, “maloqueiros”, “índio”,
“selvagens”, ou a “tarefa monstro” que consiste em escrever 100 ou 200 vezes o que
não deve ser feito” (1985, p.11).
Na nona questão, é solicitado a cada professora que descreve em poucas
palavras, o que ela atende por aluno disciplinado, o qual passamos a transcrever
abaixo:
Para a primeira entrevistada na escola pública 1, o aluno disciplinado é
aquele que compreende e respeitas as regaras estabelecidas pelo grupo e pela
professora.Já a segunda professora entende que um aluno disciplinado é aquele
que consegue ter limites, sabe falar na hora, não perturba os colegas os colegas.é
uma criança que é capaz de expressar seus sentimentos sem gestos impiedosos,
que percebe a aceita as regras de convivência, seja ela individual ou em grupo.
Na escola pública 2.a primeira professora responde que um aluno
disciplinado é aquele que é participativo e respeita os colegas de escola. A segunda
nos informa que o aluno disciplinado não é aquele que fica sentadinho o tempo o
todo, fazendo tudo o que a professora manda, mas sabe a hora certa de brincar,
participar ativamente das às aulas, tem limites, e que traz de casa, uma estrutura
sólida. A última a responder, diz que o aluno disciplinado é o que apresenta
prontidão em entender o que é pedagogicamente proposto, e consegue assimilar as
situações que o desagrada, com educação, respeito e personalidade.
Partindo para as escolas particulares, a professora da escola particular 1,
nos informa que o aluno disciplinado é o que se socializa bem, brinca, tem
interesse, participa e desenvolve o que lhe é proposto.Para a segunda professora, o
aluno disciplinado é aquele que tem limites e que sabe quando é hora de parar. E,
para a última professora entrevistada, o aluno disciplinado é aquele que participa
das atividades propostas, que respeita os colegas, professores e funcionários, e que
aparentemente apresenta bom relacionamento com seus familiares.
Na escola particular 2, a primeira professora diz que alunos disciplinados
são e estão interessados em aprender, educados e respeitam a todos.Do ponto de
vista da segunda professora, aluno disciplinado é a criança que sabe se comportar
em sala, é obediente e respeita o trabalho do professor.Para última professora, o
aluno não precisa ser um aluno quieto, mas que tinha algum tipo de educação.
Ao analisarmos essas respostas podemos notar que a compreensão por um
aluno disciplinado no ponto de vista da maioria das professoras é que o aluno deve:
- seguir as regras de conduta e respeitar seu semelhante;
- mostrar - se disposto a aprender;
- ser participativo;
- corresponder às expectativas do professor;
e, principalmente
- ter limites.
A escola não é democrática quando diz os alunos disciplinados são todos
esses itens citados acima, os alunos acabam aceitando passivamente as obrigações
escolares o medo do castigo, ou seja, acaba dependente do professor para se auto
avaliar, essas crianças são submissas e quando passam a questionar com professor
passa ser interpretado no verso contrário, sendo que o papel da escola é ampliar os
horizontes dos alunos, os professores respeitando os conhecimentos prévios tragos
pelos os mesmos, as atividades devem ser envolvente.
Conforme Áurea em seu texto Indisciplina e Violência: a ambigüidade dos
conflitos na escola, fala que a escola como qualquer instituição quer que as pessoas
sejam todas iguais “quanto mais igual mais fácil de dirigir”.
Na décima e última pergunta, solicitamos as professoras entrevistadas na
escola pública 1:
Para a primeira professora questionada, aluno indisciplinado é aquele que
não compreende e não respeita as regras estabelecidas, que geralmente é agitado e
agride verbalmente ou fisicamente. Para a segunda, o aluno indisciplinado é o que
não tem limites por diversos motivos, como, falta de limites em casa que transmite
para a escola, que tem problemas de origens psíquicas, etc. Para a terceira
professora, esse aluno indisciplinado é uma criança que representa um
comportamento social e individual contrário em relação ao meio a que se faz parte
sem limites, com atitudes incoerentes e não compatíveis aos padrões
convencionais, deixando claro, desvios de condutas, gerando conflitos e situações
muitas vezes co conseqüências desagradáveis.
Na escola pública 2, a primeira professora nos informa que, o aluno
indisciplinado é aquele que não tem visão de limites, não enxerga o outro e ao
mesmo tempo tem dificuldades de lidar consigo mesmo.Para a segunda professora,
indisciplinado é aluno que não tem limites, toda hora para ele é hora de bagunçar,
não apresenta uma sociabilidade, bate em todos, não envolve com as atividades
propostas. E, para a última professora, aluno indisciplinado é quando o aluno não
deixa os colegas em paz e não participa de nenhuma atividade.
Para a primeira professora entrevistada na escola particular 1, o aluno
indisciplinado é aquele que não tem limites, acha que pode fazer o que quer e
quando quer, não obedece as regras de boa convivência, aparentemente, não tem
diálogos com os pais e famílias. Para a segunda professora, indisciplinado, é um
aluno sem limites, por onde passa desorganiza o espaço. A última professora dessa
escola descreve o aluno indisciplinado como aluno rejeitado pelo grupo, que não tem
interesse, não participa do desenvolvimento do que é proposto.
Na escola particular 2, a primeira responde que normalmente esses alunos
indisciplinado não tem limites e que não tem intenção dos pais.
Para a segunda professora, aluno indisciplinado é uma criança que não
aceita limites, ordens, e em muitos casos, tem muito agressividade, e para a terceira
professora, o aluno indisciplinado, não tem limites, não respeitam os funcionários da
escola e nem mesmo aos pais.
Quanto às respostas descritas acima, percebemos que é notório que a falta
de limites prevalece como vilão em todas as formas de indisciplina. Segundo Taille
em seu texto: Limites: três dimensões educacionais: aponta os limites o qual aborda
de forma com que refletimos sobre as nossas ações quanto professor e pais.
I. A primeira: pensar os limites como fronteiras a serem transpostas, tanto
para maturidade, quanto para a excelência, especialmente as virtudes morais.
II. A segunda: pensar como fronteiras a serem respeitadas, portanto, não
transpostas, questão central para moralidade.
III. A terceira os limites como fronteiras que a criança deve
construir para proteger sua intimidade
Taille já mencionou no capítulo I,em seu texto Limites: Três Dimensões
educacionais, a criança pequena precisa de figuras de autoridade, de proteção e guia.
Hoje em dia, muitos adultos não fazem o jogo da autoridade. ““ Os “pais mudam de
lugar: de “superiores”, para passarem a ser” “iguais”. (1996, p 97).
Ainda para essas professoras entrevistadas, o aluno indisciplinado é aquele
que vive em conflitos consigo mesmo, descontado suas frustrações nos colegas, nos
professores, nos funcionários. É aquele que não acata as ordens do professor, vive
em constantes brigas e agressões com colegas, e principalmente, voltamos a
repetir, é aquele que não tem limites. É essa falta de limites que está sendo a
principal causa da indisciplina nas salas de aula de educação infantil, conforme
podemos analisar pelas respostas das doze professoras entrevistadas.
O assunto tratado é bastante recorrente na prática diária dos professores,
pais e alunos, a indisciplina é uma problemática tanto teórica quanto prática os
autores nos remete a refletir sobre as nossas ações em quanto profissionais da
educação.
Segundo Rego em seu texto indisciplina e o processo educativo: uma
análise na perspectiva Vygostskiana, a família é entendida como o primeiro
contexto de socialização exerce uma grande influencia sobre a criança e
adolescente, atitude dos pais e suas práticas de criação interferem no
desenvolvimento individual e, conseqüentemente influencia no comportamento da
criança na escola, autora cita no seu texto Moreno e Cubero (1995), identificaram
três estilos de práticas paternas, principalmente no que se refere à forma de lidar
com a disciplina, descrevendo ainda autora nos diz que a maior parte das famílias e
suas influencias sobre o comportamento da criança.
I. Pais autoritários
II. Pais permissivos
III. Pais democráticos.
Os pais autoritários são aqueles que são pouco comunicativos e afetuosos,
são bastante rígidos, controladores e restritivos quanto ao nível de exigência da
criança.
Os pais permissivos valorizam o diálogo as opiniões das crianças são
freqüentemente solicitadas e quase sempre aceitas, mas são pais que tem uma
enorme dificuldade de exercer algum tipo de controle sobre a criança.
Os pais democráticos percebem conseguir o maior equilíbrio entre a
necessidade de controlar e3 dirigir ações infantis, de exigir seu amadurecimento e
independência, e o respeito ás necessidades capacidades e sentimentos de seus
filhos, são pais que apresentam níveis alto de comunicação e afetividade e que
normalmente estimulam as crianças para que se expressem suas opiniões sobre
determinados aspectos que as afetem. As autoras Moreno e Cubero (1995), fala da
conseqüência de cada tipo destes estilos no comportamento da criança são
bastante significativas: As crianças que recebem uma educação autoritária tendem
a manifestar obediência e organização,mas tem maior timidez , são
apreensivas,baixa estima., autora ainda argumentando fala que essa criança por
não entender as justificativas para as normas lhe impostas, tendem orientar suas
ações de modo que receberam gratificações ou evitam castigos.Já os pais
permissivos ,autora descreve que por mais alegres e dispostos por mais que
receberam uma educação autoritária, devido as poucas exigências e pouco
controle,tendem apresentar um comportamento impulsivo e imaturo, assim de
assumir responsabilidades. Os pais democráticos apresentam auto controle, auto –
estima,capacidade de iniciativa, autonomia,facilidade nos relacionamentos, tendem
mostrar os valores difundidos na sua família, parecem ser capazes de sumir
determinadas postura por seus valores fora de qualquer convenção.
Podemos dizer que a relação professor e aluno são baseados em controle
excessivo, na ameaça e na punição, ou na tolerância permissiva e espontaneísta,
provocando reações e uma dinâmica bem diferente daquela inspirada em princípios
democráticos. A escola nesse sentido, entendida como um local que possibilita uma
vivencia social diferente do grupo familiar, a escola deve oferecer universo amplo
de interações, com pessoas, ambientes, tem um relevante papel que não é suprir
carências, culturais, afetivas e sociais etc.
A instituição deve oferecer ao aluno oportunidades ele ter acesso as
informações e experiências e novos desafios que iniciam na zona desenvolvimento
proximais, ou seja, uma educação significativa, capazes de provocar transformações
e desencadear novos processos de desenvolvimento e comportamento. Para
Vygotsky, o papel do mediador do professor é de extrema importância, uma prática
baseada nestes princípios com certeza o efeito será educativo, ainda argumentando
se necessitar os alunos saberão avaliar e tomar decisões por si só:
“È necessário também que os educadores, alem de
refletirem constantemente sobre as regras presentes na escola,
(São coerentes? São justas? São necessárias? Podem ser
negociadas ou flexibilizadas?), busquem uma coerência entre a
conduta e aquela que espera dos alunos”.
Autora ainda argumentando, caso a indisciplina esteja instaurada em
determinadas praticas, suas causas, assim como possíveis soluções para esse
fenômeno, devem ser buscadas também nos fatores intra- escolares envolvendo a
instituição como o todo:
Em outras palavras, mais do esperar a transformação das famílias ou de
lamentar os traços comportamentais que cada aluno apresenta ao ingressar
na escola, é necessário que os educadores concebam estes antecedentes
como ponto de partida e principalmente, façam uma análise aprofundada e
conseqüentemente dos fatores responsáveis pela ocorrência da indisciplina
na sala de aula.(Vygotsky,1984)Livro indisciplina na sala,p.97,98,99e 100).
Concluímos que essa pesquisa qualitativa ela foi baseada nos referenciais
teóricos, autores renomados como docente, pesquisadores da realidade brasileira,
sendo psicólogo, sociólogo, filosofo e pedagogos, os mesmos oferecem múltiplas
abordagens teóricas propondo soluções alternativas para sua compreensão e
manejo, analisando a indisciplina escolar sobre diferentes abordagens, focando-lhe
maiores densidades e ao mesmo tempo complexidade do ponto de vista teórico, os
autores não foram nem um pouco espontaneismo, como geralmente é trata no dia-
a-dia, os textos dos autores trabalhados nem sempre foram coincidente, mas a todo
o momento o efeito analítico está presente em todos eles.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A indisciplina escolar tem sido um dos maiores desafios, já enfrentados
pelos educadores nos dias de hoje, mas vista de maneiras diferentes pelos
profissionais da área, como certos comportamentos de alunos podem ser
condenados como indisciplinares, mas pode não ser para outro professor, ainda
alguns estudiosos sobre o assunto acredita que são fatores que envolvem a conduta
do professor, sua prática pedagógica e até mesmos as práticas da própria escola
que podem ser excludentes. Diante da pesquisa realizada, observamos que o
conceito da indisciplina não é absolutamente claro, e não possui o mesmo sentido
par todos os professores, o que nos leva a acreditar que mais investimentos nos
estudos desde assunto se fazem necessário urgentemente, principalmente por
trazerem esta questão como um problema vivenciado em sala de aula, e por está
sendo motivo de ocorrências diárias nas instituições públicas e particulares,
iniciando-se na pré escola, e se aprofundando nas demais séries.
Notamos que, segundo as respostas da maioria das professoras
entrevistadas, a falta de limites estabelecidos pelos pais, está sendo um dos
maiores fatores para esse agravamento.
Quando algumas das professoras colocam como recurso para lidar com a
indisciplina, o diálogo com as crianças e também a participação dos pais talvez
esteja caindo no erro levantado por SAYÃO, da escola transferir a responsabilidade
á família, responsabilidade esta que cabe á escola, já que o problema está
ocorrendo no espaço social escolar. Ou seja, mesmo que essas crianças cheguem a
escola sem esses limites que tanto as professoras cobram,é na escola que elas
devem adquirir esses limites, e é o professor que tem que ser mediador desse
conceito, mas antes de impor o limite, ele tem que ensinar como ele pode ser
adquirido, pois estamos tirando de crianças de 04ª 06 anos, e principalmente nessa
faixa etária, a criança se baseia nas ações dos professores.
Assim tomando minhas primeiras indagações quanto a responsabilidade da
família na falta de noções de limites com as crianças, podemos concluir que no
espaço escolar, o responsável é o professor. No principio do ano, quando as
crianças ainda não conhecem o professor, talvez procurem reduzir a falta de limites
que vivem com a família, mas talvez estejam apenas descobrindo quais são as
regras deste novo espaço, devendo ser avaliadas e elaboradas no decorrer do ano
letivo.
Essas regras, assim como um contrato, ou seja, deverão ser registradas e
fazer parte do dia-a-dia da classe, comprometendo os próprios alunos com seu
cumprimento, buscando coletivamente soluções para os próprios os problemas que
surgem no decorrer do ano letivo.
Paralelamente a isso, desenvolver nas crianças uma postura reflexiva
também do mundo que as cerca (não somente dos acontecimentos em sala de
aula), as ajudará a enxergar os problemas sociais, mas amplos e fazer uma leitura
crítica dos meios de comunicação da massa e o de outros grupos sociais, como a
família, por exemplo, podendo no futuro, selecionar o que é bom e o que não é
bom para si.
Então podemos concluir que, a questão da indisciplina na sala de aula, de
um modo geral, sugere inúmeras interpretações, e os resultados obtidos
dependerão muito do ato do professor, da sua postura disciplina a ser assumida na
sala de aula, já que não se tem uma metodologia adequada, uma forma
estabelecida, ou uma receita pronta para esse problema, porque, conforma
podemos constatar nas respostas acima analisadas, cada caso é um caso.
É o professor que tem que trazer essas crianças problemáticas para a
realidade, dando condições para que esses alunos conheçam, construa e interiorize
valores e desenvolvam mecanismos de controle que regulem sua conduta.
ANEXOS
Questionário:
Nome:_______________________________________________________________
Escola:________________________________________________________________
Endereço da escola:______________________________________________________
Quantidade de alunos em sala de aula:_______________________________________
I. Você Tem lidado com problemas de indisciplina na sala de aula?
( ) Sim ( )Não
II. Com freqüência?
( ) diária ( )semanal ( ) esporádica ( ) outras
III. As questões de indisciplina restringem-se a alguns alunos ou a classe toda?
( )aumentado ( )diminuído
IV. As questões de indisciplina têm aumentado ou diminuído nos últimos 05 anos?( )aumentado ( ) diminuído
V. No seu entender, quais são as causas dessa indisciplina na sala de aula?
( ) problemas familiar.
( )problemas de origem psíquica.
( )falta de limites estabelecidos pelos pais.
( )falta de limite estabelecido pela escola.
( )dificuldades do professor em lidar com essa situação
( )outros:______________________________________________________________
6)Como você lida com as situações de indisciplina no dia-a-dia,na sala de aula?
( )encaminha o aluno a coordenação da escola.
( )chama os pais para um diálogo.
( )dá uma espécie de castigo.
( )recorre a métodos estabelecidos pela própria instituição.
( )ignora a situação, e continua a aula.
( )tenta resolver a situação através de diálogos, dinâmicas e brincadeiras com alunos.
( ) outros:______________________________________________________________
7)Você consegue perceber se essa problemática acontece em todas as salas de aulas?
( )sim ( )não
8)Você poderia descrever uma situação de indisciplina, vivida em sua prática de ensino?
_______________________________________________________________________
9)Descreva em poucas palavras, o que é um aluno disciplinado
______________________________________________________________________________________________________________________________________________
10) Descreva em poucas palavras, o que é um aluno indisciplinado:
BIBLIOGRAFIA:
GUIMARÃES,