inovando e aplicando no mundo empresarial · novas formas de enxergar as pessoas criativas e como...

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CRIATIVIDADE Inovando e Aplicando no Mundo Empresarial

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CRIATIVIDADE Inovando e Aplicando no

Mundo Empresarial

SYMON HILL

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CRIATIVIDADE

3

SYMON HILL

CRIATIVIDADE Inovando e Aplicando no

Mundo Empresarial

1ª Edição São Paulo

2009

SYMON HILL

4

©2010 by Symon Hill

Hill, Symon.

Criatividade. Inovando e aplicando no mundo

empresarial– São Paulo: Ed. Clube de Autores.

ISBN: venda exclusiva em www.clubedeautores.com.br

MATERIAL DISPONÍVEL PARA DOWNLOAD

GRATUITO A TODOS OS PARTICIPANTES DAS

PALESTRAS DE SYMON HILL, ATRAVÉS DOS SITES:

www.symonhill.com.br

www.apalestra.com

www.palestrantesymonhill.wordpress.com

1. Criatividade. 2. Administração. 3. Auto-ajuda.

Editoração: Dom Design

Capa e Ilustrações Dom Design

CRIATIVIDADE

5

SYMON HILL

6

Sumário

Introdução.................................................................................................7

A Importância da Criatividade na Empresa.............................11

Os Paradigmas e a Criatividade....................................................16

Rompendo as barreiras da mente................................................25

O cérebro e a criatividade................................................................30

Estilos de criatividade.......................................................................37

Entendendo o processo criativo...................................................46

Tendo idéias em grupo......................................................................51

CRIATIVIDADE

7

Colocando as idéias em prática.....................................................55

Comunicando suas idéias.................................................................60

Uma questão de manter o foco......................................................65

Aplique a idéia aos poucos..............................................................69

Como se tornar mais criativo.........................................................73

Conclusão................................................................................................79

Contato com o Autor..........................................................................82

SYMON HILL

8

Introdução do Autor

CRIATIVIDADE. Pessoas criativas geralmente são

inovadoras e conseguem se destacar no mercado. Não raro

vemos pessoas com alto potencial criativo que aparecem como

milionários da noite para o dia. Bill Gates, por exemplo, o

criador da Microsoft, criou sua empresa a partir da garagem de

seu pai e inovou (arrisco-me a dizer que ele revolucionou) o

modo como as pessoas viviam. Gates, como ninguém soube

usar sua criatividade para alavancar a vida das pessoas e por

conseqüência, alavancou também a sua, batendo recordes de

homem mais jovem a acumular U$ 100 bilhões de dólares (ele

fez isso em um período de doze anos). Agora vamos pensar

sobre criatividade de outra forma: pense em quantos empregos

diretos e indiretos a idéia de Bill Gates gerou? Imagine a

quantidade de dinheiro que ele movimentou durante sua

CRIATIVIDADE

9

carreira. É claro que devido a sua criatividade, Gates ganhou

muito dinheiro. Em Março de 2008, uma pesquisa divulgada

na Revista Forbes, o colocou na terceira posição entre os mais

ricos do mundo (com US$ 58 bilhões de dólares), estando

atrás apenas de Warren Buffett (US$ 62 bilhões) e Carlos Slim

(com US$ 60 bilhões) respectivamente.

Não sei se, ao final deste livro, você estará em

condições de ganhar dinheiro com sua criatividade. O que

posso lhe garantir é que você aprenderá o processo da

criatividade, sua importância, vai aprender a identificar tanto o

seu perfil criativo quanto o da sua equipe e como aplicar a

criatividade para gerar inovação em seus negócios. A partir

daí, caberá a você a responsabilidade de encontrar uma

solução realmente criativa para um mercado com crescimento

exponencial. Isso sim é capaz de fazê-lo enriquecer.

Por outro lado, a mistura da criatividade e da inovação

será explicada para você claramente neste livro. Se você se

interessou por este rema posso concluir que você já leu outras

obras com este mesmo título. O que você perceberá é que trato

a criatividade como uma ferramenta do mundo moderno capaz

de facilitar a vida do homem comum. Assim, você não verá

problemas de lógica ou questões de provas para que você

desenvolva sua criatividade. Antes, colocarei a sua disposição

novas formas de enxergar as pessoas criativas e como

valorizar este talento tão admirado, mas, que só agora no

século XXI, está começado a ser valorizado nas empresas.

Esta obra será de grande ajuda para pessoas que tem a mente

como m pára-quedas. Todos sabem que um pára-quedas só

atinge sua utilidade aberto. O mesmo se dá com a mente

SYMON HILL

10

humana. Só funciona aberta. Leia esta obra com a

possibilidade de chegar a última página mais criativo, mais

inteligente. Desta forma, vendo possibilidades e não

expectativas, você começa a ser mais criativo, pois, as

possibilidades estão em todo lugar, o que não acontece com as

expectativas. Toda vez que você tem expectativas, você tem

50% de chance de acertar, o que aumenta para 50% as chances

de ficar frustrado. Ao ver o mundo como um “catálogo de

possibilidades”, você começa a enxergar oportunidades para

criar do nada.

Boa leitura!

Symon Hill

- Inverno de 2009

CRIATIVIDADE

11

SYMON HILL

12

1

A Importância da Criatividade na Empresa

DENTRO da empresa a criatividade tem presença garantida

em principalmente três situações: (Fig. 1)

(1) Para resolver um problema;

(2) Para agregar valor a um produto ou serviço;

(3) Para gerar inovação dos processos.

Em primeiro lugar, todo problema pede uma solução.

Então a criatividade tem sua utilidade encontrando soluções

criativas e inovadoras para os problemas do cotidiano. Como

já vimos no livro “Quando a Crise é Real – Vencendo num

mundo em mudanças, vulnerável e incerto” encontrar soluções

criativas é um processo, que parte de uma situação crítica.

Contudo, dentro do mundo empresarial existem muitas

CRIATIVIDADE

13

situações críticas que exigem de nós profissionais meta-

competentes, apresentarmos soluções criativas. Neste mundo

em constante mudança, se torna imprescindível que nós, como

profissionais (criativos ou não) tenhamos a habilidade de criar

oportunidades.

Uma oportunidade aparecerá em sua vida de duas

maneiras: ou disfarçada de problema, ou quando é criada por

você. No entanto, para criar oportunidades que poderão ser

usadas em seu favor, você precisa ter seu potencial criativo

bem desenvolvido.

SYMON HILL

14

Encontrar soluções nem sempre é fácil, principalmente

quando não temos noção de onde tirar idéias criativas. Durante

muitos anos a criatividade foi atribuída apenas a artistas,

músicos, inventores, pintores e outros profissionais que tem

uma habilidade de pensar no que ninguém pensou, mas, que

infelizmente acabam pobres por que não descobriram uma

forma de aplicar suas idéias. Hoje, porém, sabe-se que a

criatividade é uma programação que pode ser ensinada e

passada de um cérebro para outro. Se você acredita que pode

ser mais criativo e inovador, vá em frente! Você verá que a

criatividade está ao alcance de todos, pois, fomos feitos à

imagem de Deus.

A criatividade na empresa também tem sua função ao

agregar valor a um produto ou serviço, aumentando a utilidade

dele. Antigamente, um ferro de passar só precisava esquentar e

pronto! Atualmente, os ferros de passar têm sistema de

vaporização, spray de água, com proteção de teflon, etc. A

menos que estas idéias tenham surgido na mente de quem

inventou o ferro de passar e colocadas por escrito no registro

da patente (se é que existe no caso do ferro de passar) estas

utilidades que os ferros de passar apresentam hoje foram

criadas por alguém dentro das empresas modernas e, para isso,

eles usaram a criatividade agregando valor ao produto. Neste

aspecto, toda vez que uma solução criativa passa a ser uma

característica do produto, ou seja, a partir do momento que o

consumidor não vê mais aquela idéia criativa como diferencial

por que todo mundo tem, se faz necessário ter uma nova idéia

para agregar mais valor ao produto e, para isso, exige-se

criatividade.

CRIATIVIDADE

15

O terceiro aspecto da aplicação da criatividade na

empresa é na hora de inovar processos. Inovar é ter uma idéia

útil para melhorar algo que já existe otimizando a relação

custo-benefício, sem perder a qualidade ao final do processo.

Aliás, o conceito de inovação, vem de uma premissa que é

aumentar a qualidade do bem oferecido tornando-o mais

atrativo para o mercado. As idéias que inovam processos

surgem aparentemente do nada, como no caso de Henry Ford,

que teve a idéia da linha de montagem ao ver em um

frigorífico que os trabalhadores ficavam parados no mesmo

lugar, enquanto os bois se movimentavam pelas bancadas.

Assim, Ford teve uma idéia criativa que inovou o seu processo

de montagem de carros, aumentando grandemente sua

produção e fazendo dele um dos homens mais ricos e famosos

do seu tempo.

Estes três aspectos da criatividade mencionados aqui

podem aparecer juntos dentro de uma mesma oportunidade. Às

vezes com uma única idéia pode-se resolver um problema,

inovar um processo e agregar valor ao produto/serviço.

No entanto, ter idéias criativas e enxergar como aplicá-las

é um desafio cada vez maior. O próximo capítulo abordará

alguns bloqueios que impedem os pensamentos criativos e o

que fazer para dar um passo de gigante rumo à criatividade.

SYMON HILL

16

E o que tudo isso significa?

1. A criatividade na empresa serve a três propósitos: resolver um problema, agregar valor e inovar processos.

2. O profissional que é meta competente precisa usar seu potencial criativo para criar oportunidades que antecipem problemas.

3. A criatividade é uma programação que pode ser

ensinada e aprendida por qualquer um.

CRIATIVIDADE

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2

Os Paradigmas e a Criatividade

POUCAS PESSOAS entendem o que é um paradigma e qual a

sua influência em nosso comportamento. Os paradigmas estão

para nós humanos, assim como a água está para o peixe: um

peixe se dá conta da existência da água apenas quando sai de

dentro dela. Com relação aos paradigmas, só nos damos conta

de sua existência quando saímos dele.

Um paradigma é um modelo-padrão de pensamento,

aceito pela maioria das pessoas. Estes paradigmas são muito

úteis para se entender o funcionamento do mundo a nossa

volta, mas, não apresentam a mesma eficácia se quisermos

viver a vida sendo guiados por eles. Um paradigma, na

realidade representa um conjunto de crenças, pensamentos e

sentimentos que trazemos dentro de nossa cabeça desde a

SYMON HILL

18

infância até a idade adulta. Há pessoas que morrem sem

quebrar um paradigma sequer. Estes paradigmas são passados

de pai para filho e tem o poder de atravessar gerações, pois

estas crenças uma vez estabelecidas em nosso cérebro tendem

a se perpetuar.

Sendo assim, como os paradigmas, ou seja, nossas

crenças podem limitar a criatividade?

Para estabelecermos uma base para esse assunto,

entenda que todo ser humano nasce muito criativo. Nosso

potencial para criar coisas inesperadas e nossa coragem de

colocá-las em prática, fica evidente quando somos crianças.

No entanto, à medida que envelhecemos vamos aprendendo

certas coisas que bloqueiam a nossa criatividade. Quer um

exemplo?

Na idade escolar, logo que chega ao primeiro ano,

durante as aulas de desenho, a criança resolve (é isto mesmo: a

criança sabe o padrão, mas escolhe) pintar uma árvore com o

caule roxo, as folhas amarelas e em vez de frutos, ela desenha

notas de R$ 100 reais. Ao mostrar para a professora acha

“bonitinho”, mas, (para não perder o controle da turma) diz

para a criança que dinheiro não dá em árvore e que uma árvore

não é do jeito que ela desenhou e sim com o caule

marronzinho, a copa da árvore é verde e os frutos vermelhos.

A criança, normalmente com quatro ou cinco anos, não vai

discutir com a professora para defender sua idéia. Assim, ela

apaga seu desenho ou até mesmo o rasga e desenha outra

árvore de acordo com o paradigma vigente ensinado pela

CRIATIVIDADE

19

professora. Ao chegar o momento de ingressar na faculdade,

esta mesma criança se submete a um teste numa escola de arte

recebendo uma boa avaliação e chegando à sua casa, revela

aos pais seu desejo de estudar arte. Como resposta, os pais

dizem: “Meu filho, veja bem. Todo artista que eu conheço é

louco e acaba morrendo pobre. Por que você não estuda algo

com que poderá ter uma carreira e se sustentar pelo resto da

vida?...” Mais uma vez, a criatividade que o jovem sabe que

tem, é limitada pelo paradigma de que só se deve estudar para

trabalhar e ganhar dinheiro com aquilo. Chegando na empresa,

este jovem será “fortemente incentivado” a não ser muito

criativo, mas, a prestar mais atenção aos “caminhos já

traçados”...

No livro “Ponto de Ruptura e Transformação”, George

Land relata os resultados de testes realizados com um grupo de

1.600 jovens nos EUA. O estudo se baseou nos testes usados

pela NASA para seleção de cientistas e engenheiros

inovadores. No primeiro teste as crianças tinham entre 3 e 5

anos e 98% apresentaram alta criatividade; o mesmo grupo foi

testado aos 10 anos e este percentual caiu para 30%; aos 15

anos, somente 12% mantiveram um alto índice de criatividade.

Teste similar foi aplicado a mais de 200.000 adultos, em idade

acima de 25 anos e somente 2% se mostraram altamente

criativos.

George Land e sua colega Beth Jarman concluíram

que aprendemos a ser não-criativos. O declínio da criatividade

não é devido à idade, mas aos bloqueios mentais criados ao

longo de nossa vida. A família, a escola e as empresas têm tido

sucesso em inibir o pensamento criativo.

SYMON HILL

20

Talvez, você amigo leitor, tenha se identificado com a

situação descrita até aqui. Ou ainda, tenha achado meus

exemplos, muito simples e até mesmo manipulador. Contudo,

quantas vezes você mesmo demonstrou o desejo de fazer as

coisas de uma forma diferente e foi “podado” sob a alegação

de que aquilo que você queria fazer “não dava dinheiro”?

Quantos músicos já ouviram isso dos pais? Walt Disney foi

demitido de seu primeiro emprego sob a desculpa de “falta de

criatividade.” Você já imaginou como seria o mundo sem o

Mickey Mouse ou a Branca de Neve e todas as personagens

criadas por Walt Disney e sua equipe? Se ele tivesse aceitado

o paradigma de que ele não tinha criatividade, também teria

morrido pobre confirmando o paradigma de artista “é tudo

louco!”

O sistema educacional em todo mundo foi criado para

suprir a necessidade de formação de pessoas para a Era

Industrial. Por isso o foco das escolas em todo o mundo é ter

apenas uma resposta certa. Todas as disciplinas na grade

curricular da educação tradicional seguem os padrões da

Pedagogia, que tem como missão principal ensinar o que a

sociedade espera que uma pessoa “normal” aprenda. Não sei

se você lembra, mas, na Era Industrial os produtos precisavam

seguir um padrão, um modelo. O operário no chão da fábrica

não podia opinar em nada, então a “idéia” dele para o produto

não servia. Ele estava ali para fazer o produto de um jeito só.

A educação formal hoje pede por mudanças (que alguns

professores estão incentivando), pois, não importa qual seja a

disciplina, o foco da educação tradicional aponta para uma

única direção: o trabalho. O indivíduo precisa da educação de

nível médio para entrar na faculdade e só depois arrumar um

CRIATIVIDADE

21

emprego “decente.” Não era essa a história até um tempo

atrás? Aí, o jovem entrava na faculdade, estudava e se formava

para só depois trabalhar, mas, não era contratado por que não

tinha experiência. Hoje a conversa é um pouco diferente: não

basta entrar na faculdade e se formar. É preciso ter uma pós-

graduação. Mas esta também não serve. Agora a exigência é o

mestrado. Mas, para as vagas que antes se exigia o mestrado,

hoje se pede doutorado. O paradigma de se dedicar ao estudo

(para arrumar uma profissão que dê dinheiro e não para ter

cultura) está levando as pessoas para uma “Inflação

Acadêmica.” Assim, tem se tornado comum estudantes de

direito agredirem verbalmente suas colegas de curso que usam

mini-vestidos “rosa - choque”. Com certeza eles não fariam

isto diante do júri, por que lá no tribunal eles estariam

“trabalhando.”

Pessoas criativas não são muito incentivadas em suas

empresas. A teoria é bem diferente da prática. O que o

discurso das empresas diz, nem sempre é o que eles realmente

esperam de um funcionário que o pessoal do RH define como

sendo criativo. Na realidade, pessoas criativas, são encaradas

como distraídos, indisciplinados e irresponsáveis. Desta forma,

assim como o paradigma de se estudar para arranjar um

emprego tem envolvido as pessoas ao redor do mundo, os

paradigmas que limitam a criatividade também estão por aí

escondendo pessoas talentosíssimas, que reprimem suas idéias

para não perder a chance de se aposentar um dia.

SYMON HILL

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Como saber se um paradigma de minha infância está

limitando minha criatividade?

Para responder a esta pergunta, precisaremos recorrer

as suas lembranças. O exercício que se segue o ajudará nisso.

(Talvez seja útil que você leia o exercício até o final e

memorize a seqüência de eventos que ele narra).

Sente-se confortavelmente e comece a respirar

fundo, inspirando pelo nariz e expirando pela boca. Feche os

olhos e imagine uma tela em branco. Lentamente, veja você

mesmo nesta tela quando tinha seis anos de idade. Imagine-

se desenhando em um pedaço de papel. Aos poucos, suas

idéias vão surgindo e você começa a fazer seu desenho

favorito. Como toda criança, você deixa sua criatividade fluir e

colore as gravuras que você criou à sua maneira. Você

termina o seu desenho e corre para mostrá-lo a seu pai. Ao

ver seu desenho, o que ele disse? Agora, você mostra seu

desenho a sua mãe. O que ela falou sobre sua criação? Fixe

sua atenção à reação de cada um deles. A expressão facial, o

olhar, o tom da voz. Gravou?

Lentamente imagine cada um dos envolvidos saindo

de cena até que a tela fique em branco como no começo

deste exercício. Abra os olhos lentamente e responda as

perguntas que se seguem:

Como meu pai reagiu ao desenho que eu fiz?

_______________________________________________________

_______________________________________________________

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O que ele disse?

_______________________________________________________

_______________________________________________________

Como minha mãe reagiu quando viu minha criação?

_______________________________________________________

_______________________________________________________

Quais as palavras que ela usou para se referir ao meu desenho?

_______________________________________________________

_______________________________________________________

Suas respostas a estas perguntas revelam o que foi

ensinado a você sobre dar vazão à sua criatividade. Se as

respostas foram positivas é sinal que você foi incentivado a

permanecer criando e inventando coisas. Caso a reação de seus

familiares mais próximos foi negativa, com tom de repreensão

é muito provável que hoje, na idade adulta, você tenha

dificuldade de expressar suas idéias criativas com medo de ser

repreendido.

É claro que esta atividade é pouco para afirmar com

exatidão o que você pensa sobre criatividade. Contudo, aquilo

que você vivenciou em sua infância revelará a você as origens

de seus comportamentos atuais e por isso merece ser levado

em consideração. Assim, para que você desenvolva seu

potencial criativo é preciso romper os paradigmas que limitam

sua criatividade. O próximo capítulo tratará disso.

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E o que tudo isso significa?

1. Os paradigmas são pensamentos-padrão aceitos

pela maioria das pessoas.

2. A educação formal não nos ensina a pensar de forma criativa.

3. Minha criatividade está dentro dos limites

estabelecidos pelos paradigmas que eu sigo.

CRIATIVIDADE

25

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3

Rompendo as barreiras da mente

COMO VIMOS no capítulo anterior, um paradigma é um forte

padrão-mental que pode limitar nossa criatividade. Se

aprendemos que apenas os artistas, músicos e pintores são

criativos, mas, que a profissão deles não dá dinheiro é no

mínimo natural não querer ser criativo.

Isso foi o que lhe ensinaram na infância, e lá naquela

época, você disse para si mesmo: “Então eu quero ser pouco

criativo para poder ter dinheiro.” Só que você esqueceu que

disse isso do mesmo modo que quem lhe ensinou se esqueceu

de dizer que ser criativo não tem relação nenhuma com ter

dinheiro. Do mesmo jeito que tem rico criativo, tem rico que

não tem criatividade. Da mesma forma que tem muito pobre

CRIATIVIDADE

27

criativo tem pobre sem criatividade. Não existe correlação. É o

modo como a pessoa usa a criatividade que fará dela um

profissional bem pago ou não.

Acontece que muitas pessoas na idade adulta admiram

as pessoas criativas e querem ser como elas, por que, ao

contrário do que lhe foi ensinado, pessoas criativas acabam

sendo promovidas em menos tempo e tem melhores salários.

Para rompermos este paradigma que criatividade não dá

dinheiro vamos começar a analisar o que é criatividade e como

o cérebro processa as idéias.

Criatividade é a capacidade de criar algo novo,

original e útil para a humanidade. Esta capacidade vem de

nosso cérebro os estudos psicológicos apontam para áreas

específicas do cérebro como responsáveis por esta qualidade.

Sendo assim faz-se necessário entendermos o funcionamento

cerebral e um pouco de sua anatomia.

Nosso cérebro é composto de dois hemisférios, o lado

direito e o esquerdo. Cada um com funções específicas. O lado

direito é inconsciente e o lado esquerdo consciente. Atitudes e

comportamentos também são abrigados de forma diferente

dentro de nosso cérebro. O lado esquerdo é racional, lógico,

detalhista, analítico, preto em branco. O lado direito é

emocional, intuitivo, criativo, abrangente, colorido. Pessoas

que utilizam muito o lado esquerdo do cérebro são excelentes

para lidar com dinheiro, mas, tem dificuldade para encontrar

um par de meias na gaveta. Enxergam os detalhes, mas, não

conseguem visualizar o conjunto. Pessoas muito “cérebro

direito” são pessoas que visualizam o todo, mas, não

SYMON HILL

28

conseguem visualizar os detalhes envolvidos. O que acontece

com os criativos “pobres” é que eles usam muito o lado direito

do cérebro para ter idéias, mas, não conseguem usar o lado

esquerdo para colocar as idéias em prática.

CRIATIVIDADE

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Da mesma forma que um pássaro precisa das duas asas

para voar, nós precisamos usar os dois lados do cérebro para

ganhar alguma coisa com nossa criatividade.

Existem certas conexões entre o hemisfério esquerdo e

o direito, chamadas de corpo caloso. Quanto mais conexões

neurais em nível de corpo caloso, mais interatividade entre os

dois lados cerebrais. A criatividade, nada mais é do que usar o

cérebro por inteiro. O processo criativo passa por quatro fases

que “unem” por assim dizer, os hemisférios cerebrais. Estas

fases do processo criativo serão estudadas mais à frente.

Agora, para finalizarmos esta questão entre os paradigmas e a

criatividade resta entender uma última coisa: ter idéias é

diferente de colocá-las em prática. Estas duas coisas (criar e

aplicar) pertencem a domínios diferentes. Da mesma forma

que o cardápio do restaurante não é a comida que se come e

sim, uma representação do prato, ter uma idéia é apenas uma

representação daquilo que poderá existir a partir dela. Durante

este livro, você aprenderá as duas coisas: a ter idéias e a

colocá-las em prática.

SYMON HILL

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E o que isso tudo quer dizer?

1. Criatividade e dinheiro no bolso não têm correlação.

2. O modo como usamos a criatividade é que faz diferença em nossa vida ou não.

3. Temos dois cérebros na cabeça: o esquerdo e o

direito, cada um com funções específicas.

4. Ter idéias e aplicá-las pertence a domínios diferentes.

CRIATIVIDADE

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4

O Cérebro e a Criatividade

OS CAPÍTULOS ANTERIORES serviram ao propósito de

explicar a você o funcionamento do cérebro quando se trata de

criatividade e como nosso desenvolvimento pode ser

bloqueado ou incentivado por nossas crenças, ou seja, aquilo

em que acreditamos. Sendo assim podemos avançar um pouco

mais neste assunto, abordando agora as atividades cerebrais

utilizadas para externar seu talento criativo.

Nossa mente é tão criativa que tem quatro tipos

diferentes de criatividade à nossa disposição e é muito

importante para nós sabermos qual é o nosso “perfil criativo.”

Se você me telefonasse para perguntar como chegar a Belo

Horizonte, capital de Minas Gerais, a primeira coisa que eu

SYMON HILL

32

perguntaria a você é a sua localização atual. Vamos imaginar

que você me dissesse que está no interior de São Paulo. A

partir daí, eu teria condições de orientá-lo para chegar à capital

do meu Estado. Mas se eu lhe perguntasse onde você está

atualmente e você me respondesse que não sabe como eu

poderia ajudá-lo? A primeira coisa que precisamos saber antes

de desenvolver sua criatividade é saber o quanto criativo você

já é. No próximo capítulo, além de conhecer os quatro tipos de

criatividade, você poderá também descobrir onde você está

com relação ao potencial criativo do cérebro. Neste capítulo,

porém, veremos quais as partes do cérebro são responsáveis

pela criatividade.

A partir de 1975 começou-se a ter um entendimento

mais aprofundado do funcionamento cerebral com base nos

estudos do Dr. Roger Sperry, premio Nobel de Medicina em

1981. O Dr. Sperry foi o primeiro a entender que o cérebro

tem hemisférios distintos (direito e esquerdo) e que estes

“dois” cérebros têm funções diferentes, mas, que podem ser

usadas em conjunto, dependendo das conexões nervosas entre

um hemisfério e outro. Em termos simples, Sperry concluiu

que, as idéias percebidas pelo lado direito do cérebro de forma

intuitiva, eram comprovadas de forma lógica pela parte

esquerda do cérebro. O Dr. Lair Ribeiro, cardiologista

renomado e grande difusor da Programação Neurolingüística

aplicada à vida prática, explica este fenômeno dizendo que a

mente têm duas partes: o “pensador” (lado direito) e o

“provador” (lado esquerdo), sendo que este se encarrega em

provar o que aquele pensou.

CRIATIVIDADE

33

Outro estudioso que merece nossa consideração é o

professor Paul D. Mac Lean que desenvolveu a teoria da

divisão do “cérebro” em três partes, sendo cada uma delas

responsável por nossas funções vitais, funções afetivas e

intelectuais. De acordo com Mac Lean estas partes são:

cérebro reptiliano, sistema límbico e o neocortex ou cérebro

cortical. Estas três partes podem ser identificadas na Figura 3.

Na seqüência analisaremos cada uma destas partes e suas

funções criativas.

SYMON HILL

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Cérebro Reptiliano

Esta parte de nosso cérebro é chamada de cérebro

reptiliano por que a mesma estrutura aparece também nos

répteis, sendo responsável por nossas funções vitais ligadas ao

instinto de sobrevivência. Ainda podemos relacionar a

habilidade com dinheiro, instinto de preservação, habilidade

de realizar trabalhos manuais, resistência física e capacidade

de concretizar idéias, além da pontualidade, agilidade e boa

administração do tempo. Você é reptiliano o bastante para

viver num mundo caótico?

Sistema Límbico

Este complexo sistema encontra-se logo atrás do nariz

e bem abaixo do neocortex. Também é conhecido como

cérebro mamífero, pois esta estrutura cerebral está presente em

todos os mamíferos. No sistema límbico está localizado o

tálamo que é uma espécie de retransmissor de pulsos

sensoriais para o neocortex. Ao tálamo associamos a

afetividade. Suas funções básicas são a integração sensória e a

motora. No sistema límbico, encontramos também o

hipotálamo, responsável pelo prazer e a dor, às emoções,

fome, sede e temperatura corporal. O sistema límbico é onde

está nossa memória e possibilita a aprendizagem.

Neocortex

Cortex vem do latin que significa casca. É a camada

externa do cérebro com aproximadamente 2 e 6 milímetros de

CRIATIVIDADE

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espessura, tendo um grosso feixe de fibras nervosas ligando

um hemisfério cerebral ao outro, conhecido como corpo

caloso. Ao neocortex relacionamos a habilidade de

argumentação, agilidade verbal, clareza para discernir e

influência verbal, autocontrole, organização e precisão para

justificar idéias.

Cada uma destas partes é utilizada no processo

criativo. É claro que alistamos aqui, apenas as funções que nos

são interessantes ao tema criatividade. Nosso cérebro é

complexo demais para ser explicado por completo em apenas

três parágrafos. É importante que você saiba que para

desenvolver sua habilidade criativa, você utiliza estas três

partes do cérebro para ter uma idéia e principalmente para

concretizá-la. Quer ver como isso acontece?

Você tem uma idéia que pode revolucionar o modo

como sua empresa processa as informações recebidas via

pesquisa de mercado. Contudo, você não sabe como aplicá-la,

então, precisará buscar conhecimento específico para aplicar

sua idéia. Aí você usará seu sistema límbico, que é

responsável pela memória e aprendizado. Desta forma, você

aprenderá o suficiente e terá este conhecimento adquirido

gravado na mente. Para experimentar a idéia e criar

argumentos para ela, você precisará usar seu neocortex. Nele

estão as funções analíticas necessárias para avaliar e criar

argumentos para defender suas idéias perante um supervisor

ou investidor financeiro. Uma vez feito isso, o cérebro

reptiliano entra em ação, colocando em prática a idéia tida

inicialmente. A esta parte do cérebro, associamos a capacidade

SYMON HILL

36

de concretizar coisas, organizando bem o tempo para executar

tarefas variadas.

Mais adiante na leitura deste livro, abordaremos as

ondas cerebrais favoráveis para o surgimento de idéias. Por

enquanto, concentre-se apenas no fato de que nosso cérebro é

completo e pronto para ser usado criativamente.

E o que isso tudo quer dizer?

1. Nosso cérebro é composto por três partes principais: o cérebro reptiliano, o sistema límbico e o neocortex.

2. Para ter uma idéia e colocá-la em prática, utilizamos as três partes do cérebro.

3. Tão importante quanto saber ter idéias e aplicá-

las e saber qual é o seu potencial criativo.

CRIATIVIDADE

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38

5

Estilos de Criatividade

VOCÊ SE LEMBRA que no inicio do capítulo anterior

falamos sobre ter quatro tipos diferentes de criatividade e que

é possível identificar quais são? Pois bem, agora é o momento

de descobrir onde estamos com relação a nossa criatividade e

qual é o nosso perfil criativo. Você ficará surpreso com o nível

de precisão dos testes que você fará neste capítulo.

Ned Hermann, físico e diretor de RH da General

Eletric na década de 70 criou um novo modelo ao combinar os

trabalhos de Roger Sperry e Paul D. Mac Lean. Como seu

objetivo era estudar comportamentos mais elaborados, seu

modelo não inclui o cérebro reptiliano, contudo, o esquema do

funcionamento cerebral relacionado à criatividade proposto

CRIATIVIDADE

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por Hermann foi elaborado a partir de um questionário

respondido por milhões de pessoas.

Após analisarmos este modelo entendemos que a

criatividade é o processo de usar o cérebro por inteiro, pois em

cada fase do processo criativo se usa tanto o lado esquerdo

quanto o lado direito do cérebro, a partir das funções do

neocortex e do sistema límbico. Hermann conseguiu

identificar quatro perfis básicos de criatividade que

representam como reagimos diante de idéias criativas. Estes

perfis se manifestam na realidade com ênfase em atividades

específicas. (Fig. 4) Se, por exemplo, você tem o foco em

realizar as coisas de acordo com as regras, ou seja, se você

segue as leis estabelecidas, você provavelmente usa o lado

esquerdo do seu sistema límbico para criar, com ênfase em

fazer as coisas. A partir deste entendimento, é possível

identificar qual o seu perfil criativo, se para Compreender,

Projetar, Fazer ou Adotar idéias. Nas próximas páginas, você

encontrará um exercício muito interessante que o ajudará a

descobrir onde você está e como o seu cérebro processa as

idéias e, por conseqüência, sua criatividade.

Qual é o meu estilo de criatividade?

Provavelmente esta é a questão que está passando em

sua mente. A partir dos estudos de N. Hermann, é possível

avaliar seu perfil criativo com o uso de um questionário

simples que depende apenas de seu auto-julgamento. Após

responder as perguntas, siga as atividades propostas pelo

exercício e descubra seu perfil criativo.

SYMON HILL

40

Como proceder na realização deste exercício

1. Circule em cada casa do quadro na pág. 43, a palavra com a qual você mais se identifica ao realizar uma tarefa rotineira (como por exemplo, participar de uma reunião). Mesmo que a escolha pareça difícil, escolha as palavras pela importância dela em cada caso. Só comece a etapa dois após ter terminado a fase um.

CRIATIVIDADE

41

2. Em cada uma das linhas ímpares, conte o número de palavras que você circulou.

3. Em cada uma das colunas pares, conte o número das palavras que você circulou.

4. Transcreva os resultados para o quadro abaixo. (Quadro. 1)

5. O total dos pontos deve dar 64 pontos. Caso contrário, verifique se você circulou uma palavra em cada casa e se a soma das palavras nas linhas e colunas está correta.

SYMON HILL

42

CRIATIVIDADE

43

6. Você pode colocar os totais do quadro 1 sobre os eixos no esquema seguinte (Quadro 2). Juntando os pontos, você terá uma visão de seu perfil criativo.

SYMON HILL

44

Interpretação do teste

As indicações relativas ao seu perfil o ajudarão a

identificar as situações em que você está mais a vontade na

vida cotidiana. Não existe o “perfil certo.” Na seqüência, você

encontra uma tipologia superficial do perfil mono dominante,

ou seja, que tem uma pontuação muito alta em uma dos

quadrantes.

Ênfase em COMPREENDER

A pessoa com este perfil pesquisa antes de

compreender as coisas que a cercam. Procede diante do

esquema “hipótese-dedução”, ou seja, tem idéias de forma

lógica, a partir de fatos, estatísticas e, quando possível,

baseando-se em números. Pessoas com este perfil buscam

mais informações e se dão bem na fase de preparação de uma

idéia.

Ênfase em FAZER

A pessoa com este perfil sente-se a vontade na

organização, planificação e exame detalhado dos fatos.

Ligadas à regras e procedimentos gostam de apresentar idéias

de forma estruturada. Na fase de verificação de idéias este

perfil se desenvolve bem apresentando soluções que unem a

idéia à solução operacional, muitas vezes criando um

protótipo.

Ênfase em ADOTAR

CRIATIVIDADE

45

Este perfil age em bases afetivas. Dá mais atenção à

qualidade das relações interpessoais e fica à vontade para

coordenar um grupo sendo bom ouvinte. Vive bem dentro da

fase de incubação da idéia buscando oportunidades de

partilhar experiências, pois, com isso, as relações de troca e

empatia aumentam seu poder de liderança.

Ênfase em PROJETAR

Esta pessoa se sente à vontade para imaginar e

sintetizar, desde que possa projetar a idéia, não se preocupado

em aplicar esta idéia imediatamente. Age mais por intuição e

visualiza e conceitua a idéia, podendo ter uma visão de longo

prazo. Pessoas com este perfil participam de todas as fases do

processo criativo.

Sendo assim, você tem uma noção mais clara de seu

perfil criativo e como você o manifesta dentro da empresa que

você trabalha. Nos próximos capítulos veremos como funciona

o processo criativo em quatro fases. Até lá!

SYMON HILL

46

E o que tudo isso quer dizer?

1. Cada parte do meu cérebro é responsável por um estilo de criatividade diferente, porém, necessárias para ter idéias e concluí-las.

2. Existem quatro estilos diferentes de criatividade com ênfase em ações específicas: Compreender, Fazer, Adotar, Projetar.

CRIATIVIDADE

47

6

Entendendo o processo Criativo

ATÉ AQUI ANALISAMOS juntos como o cérebro se divide

para criar unindo o lado pensador (direito) com o lado

provador (esquerdo). Descobrimos que o sistema límbico e o

neocortéx definem nosso perfil criativo em quatro perfis que,

combinados nos dão a capacidade de criar e a competência de

ação. Agora, resta saber o que é preciso ser feito para

desencadear o processo criativo em nossas vidas.

O processo criativo tem quatro fases principais que

foram mencionadas em parte nos últimos capítulos. Estas fases

são: a Preparação, Incubação, Iluminação e Verificação. Estas

são as quatro fases do processo criativo e o mais interessante

de tudo isso é saber que cada uma destas fases passa pelos dois

hemisférios cerebrais. Com isso, nossa criatividade é mais

SYMON HILL

48

equilibrada usando os dois lados do cérebro. Lembra-se do

exemplo dos artistas que são muito criativos e acabaram

morrendo pobres? No caso deles, sua criatividade pesava mais

para o lado direito. Em termos simples, eles gastam muito

tempo incubando e iluminando uma idéia errada, do que

gastando tempo de forma equilibrada, verificando e

executando uma idéia.

Criatividade é usar o cérebro por inteiro realizando de

forma equilibrada as quatro fases do processo. Não basta

apenas ter uma idéia. É preciso “preparar” a mente buscando

informações que servirão para avaliar esta idéia. Depois disso

você guarda esta idéia, ou seja, a mantém “incubado”

deixando-a amadurecer. Depois você tem um período de

“iluminação”, que é quando você relaxa seu corpo e “esquece”

da situação e de repente, a idéia aparece! A partir deste ponto,

você começa a “verificar” se vale à pena aplicar esta idéia

analisando sua viabilidade e originalidade e se ela é ou não

eficaz. Caso contrário, você acabará colocando em prática uma

idéia errada. Resultado? Desastre, demissão, perda de

patrimônio. Grandes pessoas e empresas já quebraram por

causa de uma idéia errada colocada em prática. A única forma

de amenizar os riscos ao aplicar uma idéia é seguindo as

quatro fases do processo. Por isso vamos considerar cama uma

delas.

Preparação

É o momento em que tentamos resolver um problema

de forma lógica, tentando combinar as novas idéias com as

CRIATIVIDADE

49

idéias antigas. Buscamos “soluções mais fáceis” e nesta fase o

nível de criatividade é baixo. No entanto, é nesta fase que

definimos o problema. Isto é importante por que um problema

definido representa 50% da solução. Na fase da preparação

definir o que é o alvo do pensamento é fundamental.

Incubação

Nesta fase nossa mente combina as idéias, pensamos

de forma mais perceptiva dando valor a cada sensação. Damos

ênfase em como esta idéia afetará as relações interpessoais.

Líderes tendem a gastar mais tempo na fase de incubação,

pois, avaliam o impacto que esta idéia que acabou de surgir

terá em cada um dos membros do grupo. Existe mais

meditação nesta fase do processo.

Iluminação

A idéia “perfeita” para nós surge nesta fase do

processo criativo. Na fase de iluminação, o cérebro está

relaxado e com isso visualiza a idéia mais facilmente. Cria-se

um conceito e uma visão de longo prazo apontando para o

resultado final da aplicação da idéia. Encontra-se a solução

criativa.

Verificação

Será que esta idéia dará certo? Na fase de verificação

buscamos comprovar, avaliar se a idéia realmente pode ser

aplicada ou se não passa de um “devaneio” da mente. Esta fase

SYMON HILL

50

caracteriza uma idéia por três palavras: eficácia, originalidade

e viabilidade. A fase da verificação é responsável por aplicar a

idéia. Ao entender o funcionamento do processo criativo é

mais fácil compreender como é a utilização dos hemisférios

cerebrais para a criatividade. As fases de preparação e

verificação são de responsabilidade do lado esquerdo do

cérebro, pois, exigem raciocínio lógico. No entanto, para ter

idéias realmente criativas e inovadoras, você precisa usar o

lado direito do cérebro, intuitivo e perceptivo o bastante para

criar algo realmente inovador e original. Desta forma estamos

usando o cérebro por inteiro, tanto para ter idéias como para

aplicá-las na vida diária. No próximo capítulo, você verá como

usar a mente para verificar uma idéia e decidir a favor de sua

aplicação.

E o que isso tudo quer dizer?

1. O processo criativo tem quatro fases: Preparação, Incubação, Iluminação e Verificação.

2. O processo criativo é importante para avaliar uma idéia e poupar recursos como tempo e energia.

3. Entender e aplicar o processo criativo fará de mim um criador por inteiro, pois, estarei usando mais plenamente meu cérebro.

CRIATIVIDADE

51

SYMON HILL

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7

Tendo Idéias em Grupo

DENTRO DE UMA EMPRESA é muito comum,

encontrarmos pessoas do mesmo departamento responsáveis

por solucionar problemas de toda ordem. Desde os mais

triviais, como organizar arquivos até aos mais complexos,

como funções administrativas e decisões que referem-se a

imagem da empresa. Em cada uma destas situações, porém, é

possível ser criativo. O que nem sempre é fácil, é como

colocar esta criatividade para fora, dentro de uma equipe com

pensamentos, nível de educação e interesses diferentes. Destes

três aspectos citados, apenas o último é preocupante. Em uma

empresa onde os interesses dos colaboradores não são os

mesmos, não há projeto que se já inovador. Reuniões de

brainstorm se tornam enfadonhas e intermináveis. Pois cada

um quer uma coisa e mesmo que todos queiram ir embora,

CRIATIVIDADE

53

ninguém tem coragem de se levantar e sair. Neste caso, cabe

ao mediador da reunião despertar a atenção dos membros do

grupo e direcionar o trabalho para que se inicie a fase de

levantamento de idéias. Mas, afinal de contas, como fazer uma

reunião de brainstorm produtiva?

Acolher os membros do grupo

Aqui vai uma dica realmente importante para que haja

interação entre os membros do grupo: providencie uma forma

de identificação para os participantes. Se forem

desconhecidos, use crachás dando destaque ao modo como

eles gostam de ser chamados e evite citar cargos e profissões.

Diga aos participantes do grupo que o objetivo inicial deve ser

sentir-se a vontade entre o grupo e como toda reunião

organizada, esta também tem hora para começar e terminar. O

que mais faz uma pessoa detestar estar em um lugar é ter a

sensação que está perdendo tempo.

Apresentação individual

O mediador da reunião deve apresentar-se brevemente

e passar a palavra para cada um dos participantes. Eles por sua

vez farão uma apresentação breve de si mesmos

(aproximadamente 1 minuto) destacando o porquê estão

fazendo parte deste grupo e qual seu interesse pessoal na

realização desta tarefa.

SYMON HILL

54

Definição dos objetivos

O mediador deve explicar claramente qual o problema

precisa ser solucionado. Como já mencionado, pode ser usada

uma idéia criativa para agregar valor ao produto, inovar um

processo ou mesmo melhorar a qualidade. Enfim, qual é o

objetivo da reunião e qual o problema precisa ser solucionado.

Isso dará uma noção para os participantes do que eles

precisam fazer, ou seja, que tipo de solução precisa ser

desenvolvida.

Apresentação do método

Como você pretende extrair as idéias do grupo?

Muitos gestores entram em uma reunião de braisntorm sem

saber o que falar para motivar as pessoas a ter idéias. Um bom

método é iniciar dizendo qual é o problema a ser solucionado e

depois reforçar que o importante nesta fase é a quantidade de

idéias e não a qualidade delas. Com isso, os participantes de

posse de uma folha de papel podem anotar as idéias à medida

que elas forem surgindo e depois em grupo, colocam estas

palavras em uma única lista. Assim, cria-se uma lista maior

com centenas de palavras e a partir desta lista começa a

avaliação das idéias.

Obviamente, antes de iniciar a reunião é importante

frisar que todos no grupo devem concordar em participar e

apoiar o método. No entanto, caso alguns participantes não

entendam bem o que se propõe, o mediador da reunião deve se

esforçar para deixar claro, a importância dos participantes

CRIATIVIDADE

55

prestarem atenção ao que está sendo dito e não ficarem

pensando no que irão falar em seguida.

Reuniões de brainstorm, para serem produtivas

precisam ser organizadas e bem orientadas. Se você é o líder

da empresa escolhido para mediar uma reunião de brainstorm,

prepare-se antecipadamente e demonstre segurança para que

os colaboradores sintam-se à vontade para dar suas opiniões.

Isso tudo, significa o quê?

1. Uma reunião dentro da empresa com o objetivo de

promover uma grande quantidade de idéias, mesmo

sem qualidade, é chamada de brainstorm.

2. Uma reunião de brainstorm deve ser organizada e

bem conduzida, com hora para começar e terminar.

SYMON HILL

56

8

Colocando as idéias em prática

AGORA chegou o momento tão esperado. A hora de colocar

as idéias em prática e fazer valer tudo o que foi discutido até

aqui. Para aplicar suas idéias dentro da empresa é importante

considerar que mesmo em um ambiente que incentive a

inovação e a melhoria dos processos outras pessoas precisam

‘comprar’ suas idéias. É muito difícil fazer ‘força sozinho’.

Daí a importância de alguns ingredientes básicos que farão de

você um líder do seu projeto criativo. Esta liderança produtiva

é o que possibilitará a aplicação das suas idéias.

Em primeiro lugar é importante ter a habilidade de

transferir seu entusiasmo para outras pessoas, dando a elas a

mesma visão otimista que você tem de seu projeto. Sendo

assim é fundamental que você desenvolva a habilidade de

planejar bem sua idéia. De forma geral as pessoas têm

limitações para aproveitar as oportunidades e a partir daí

CRIATIVIDADE

57

aplicarem suas idéias. Oportunidades são coisas óbvias que

estão bem debaixo de nosso nariz, mas devido a limitações

intelectuais não enxergamos. As oportunidades podem ser

criadas por nós. Quando não a criamos ela aparece para nós

em forma de crise. Quantas pessoas que foram mandadas

embora do emprego, procuraram uma coisinha aqui outra ali,

não acharam nada, tiveram uma idéia de negócio, arriscaram e

fizeram sucesso? Muitos brasileiros abriram suas empresas

deste jeito, ou seja, saindo de uma crise e colocando em

prática uma idéia. Quando se tem uma idéia, cria-se uma

oportunidade de abrir portas, escolhendo o que queremos. As

oportunidades estão por todo lugar, pergunte a qualquer

empreendedor.

O processo de ter idéias parte de uma proposta um

tanto inovadora, que é criar do nada. Para ter idéias altamente

lucrativas que despertem nos outros o desejo de abraçá-la

junto com você é preciso ter a capacidade de inventar coisas

inusitadas. Contudo, ter idéias criativas pode ser um desafio

num mundo caótico, onde todas as pessoas que arriscam fazer

diferentes são questionadas e criticadas.

Assim como todos os outros campos da vida, para ser

criativo você precisa desenvolver alguns comportamentos

criativos. Quatro sócios de uma empresa na Inglaterra, a

“WhatIf!”, empresa especializada na implantação de idéias

inovadoras, desenvolveram um modelo muito interessante para

se ter idéias criativas e implementá-las. Eles nomearam este

modelo de “Revolução Criativa” Para isso eles criaram seis

passos ou seis comportamentos capazes de torná-lo mais

criativo:

SYMON HILL

58

1. Inovação: uma idéia criativa tem que ser

inovadora. Caso contrário é apenas uma cópia de alguma coisa

ou um melhoramento de um produto ou conceito obsoleto;

2. Estufa: habilidade de proteger e cultivar uma

idéia até que ela se mantenha firme diante de críticas das

pessoas à sua volta que não entendem bem o que você está

falando;

3. Realização: capacidade de colocar a idéia em

prática e testar os resultados, antes do momento decisivo;

4. Impulso: impulsionar para frente e, não

colocar você e sua equipe em desvantagem por uma idéia mal

pensada;

5. Sinalização: dar sinais para os outros do que

você está fazendo. Quando isso não acontece, as pessoas

desistem de segui-lo e;

6. Coragem: colocar idéias criativas em prática

exige de você coragem para mudar o rumo das coisas e ‘nadar

contra a correnteza’. Neste estágio do processo criativo, a

pessoa deixa de seguir a boiada, aceita ser criticada e muda o

rumo da sua vida.

Seguindo estes seis passos, ou melhor, desenvolvendo

estes seis comportamentos você conseguirá ter idéias criativas

que realmente façam uma diferença, contudo, não adianta ter

idéias criativas que não dão lucro e possam tirar você da crise.

CRIATIVIDADE

59

Lembre-se: dentro de uma empresa (e em qualquer área da

vida), a condição sine qua non é a lucratividade. A proposta de

uma idéia deve estar acompanhada da lucratividade, caso

contrário, ninguém o apoiará na aplicação da idéia.

E tudo isso, diz o quê?

1. A aplicação de uma idéia dificilmente será conseguida se você estiver sozinho.

2. Antes de aplicar uma idéia é preciso desenvolver certos comportamentos.

3. Existe um modelo com seis passos que realmente funciona.

4. A idéia tem que dar lucro.

SYMON HILL

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CRIATIVIDADE

61

9

Comunicando suas idéias

NO CAPÍTULO ANTERIOR vimos sobre a importância de

assumir a liderança de um projeto criativo com o objetivo de

realizá-lo. Iniciei falando a você sobre a liderança produtiva e

aqui vai uma dica importantíssima: ser um líder produtivo

capaz de colocar as idéias em prática exige além da habilidade

de transferir seu entusiasmo e visão, o poder de comunicação

capaz de gerar ação em seus liderados.

Este sem duvida é um dos capítulos mais importantes

deste livro. O que você lerá a seguir fará com que você vença

objeções às suas idéias e, por outro lado, conquiste as pessoas

certas para sua equipe de implantação. Você se surpreenderá

com as maravilhas que a comunicação pode fazer pela sua

criatividade.

SYMON HILL

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Se quiser ser um bom comunicador você tem que

entender que a sua comunicação tem o poder de criar do nada.

Mas, como é que isso possível?

Se você tem uma idéia inédita e a manifesta, você

criou do nada. Por exemplo: se uma pessoa estava parada perto

do elevador de seu prédio (não existe ação) e você olha para

ela e diz: “Por favor, pegue este material aqui e leve para o

andar de cima”, e ela entende e faz o que você pediu você

criou uma ação do nada. Antes não existia ação, após sua

comunicação, houve uma mudança no universo, pois a outra

pessoa agiu. Se você se comunica e não gera ação, você

perdeu uma oportunidade de mudar alguma coisa no mundo.

É claro que por se tratar de um processo mental, o

estímulo e a resposta são imediatos, quase instantâneos.

Estamos falando de frações de segundos entre pensar, escolher

e agir ou não de acordo com a comunicação. O detalhe é que o

bom comunicador sabe utilizar o cérebro para solicitar a seu

interlocutor o que ele quer e minimiza o tempo de resposta.

Grave a idéia principal deste parágrafo: a comunicação deve

gerar ação.

O nosso cérebro é uma poderosa máquina

comunicativa, mas, ainda não foi trabalhado para tal. Desde

bem cedo na escola, somos incentivados a dar mais

importância às competências do lado esquerdo (racional) em

detrimento do lado direito (emocional). É o caso da criança no

jardim de infância desenha uma árvore com o caule roxo, copa

amarela e no lugar de frutos ela pinta peixes. Ao mostrar para

a professora, a criança é repreendida, por que ‘não existe’

CRIATIVIDADE

63

arvore deste jeito. Daí, ela tem que apagar seu desenho e fazê-

lo de novo assim como o dos coleguinhas para ser considerada

normal e passar de ano. Desta forma, a criatividade da criança

é tolhida e isso permanece até a idade adulta. Para desenvolver

seu potencial comunicativo você tem que usar o poder do seu

inconsciente, só que não lhe ensinaram isso na escola. A boa

notícia é que é possível reverter essa situação com as técnicas

que você leu neste livro.

Quando aprendemos a ler e escrever, aprendemos as

vogais e todas as letras do alfabeto para depois formar

palavras, frases etc. Mas, veja que coisa interessante: antes de

aprender a ler e escrever, você se já se comunicava. Como?

Através de imagens, sons e sensações. O cérebro se comunica

através de imagens, sons e sensações. Dentro do útero de sua

mãe, você já ouvia o som da voz de seu pai ou de outra pessoa

mais próxima e se mexia lá dentro. Se sua mãe ingeria algum

alimento que não lhe fazia bem, você também sentia o mal

estar. Após seu nascimento, você passa a enxergar

gradativamente com seus olhos literais e o seu cérebro passa

então a processar imagens. Antes de nascer, não existia

informação nenhuma codificada no seu cérebro. Ao nascer,

você, eu e todos os indivíduos passamos a ter a linguagem

como instrumento para codificar ensinamentos em nossa

estrutura psicológica. No entanto, ao aprender a falar, ler e

escrever sua mente não deixou de se comunicar com imagens,

sons e sensações, ela apenas melhorou o processo. Assim,

você passou a se comunicar de forma mais abrangente, mas,

sem perder o modelo codificado em seu cérebro na infância.

Estudiosos no campo da neurolingüística criaram modelos

para facilitar o entendimento de como o cérebro pensa.

SYMON HILL

64

Todos nós estruturamos nossa percepção do mundo

através dos cinco sentidos (visão, audição, paladar, olfato e

tato) e assim criamos uma opinião pessoal do mundo que nos

cerca. Destes cinco sentidos externos você tem consciência,

você sabe quais são. Mas, você sabia que você tem sentidos

internos codificados em seu inconsciente? Estes são os

chamados modelos representacionais. Quando você diz: “Eu

vejo a capa daquela revista bem clara em minha mente” ou,

“Eu escuto os sons e barulhos da praia à noite” ou ainda,

“Toda vez que sinto o cheiro do seu perfume me lembro

daquele abraço”, você está se referindo aos sentidos externos.

Mas como você se refere aos seus sentidos internos, aqueles

sentidos do seu inconsciente?

Para se referir aos sentidos internos, você usa os

mesmos cinco sentidos, porém o olfato, o tato e o paladar,

você classifica como sensações, (o que neste livro

chamaremos de canal cinestésico). Ao dizer: “Eu vejo o rosto

de minha mãe em meus sonhos”, você usa o sentido da visão.

Quando diz: “me lembro bem do ronco do motor do primeiro

carro”, está usando sua audição. E ao dizer: “Naquela partida

de futebol eu me sentia tão preparado!” você se refere à

sensação de força e autoconfiança que sentiu naquele

momento. Resumindo: nosso inconsciente (lado direito do

cérebro) se comunica através de:

• Imagens (Canal Visual)

• Sons (Canal Auditivo)

• Sensações (Canal Sinestésico)

CRIATIVIDADE

65

O segredo dos bons comunicadores é saber usar estes

três canais de percepção para se relacionar com os outros. O

Comunicador Dinâmico é o indivíduo que é poliglota falando

uma língua só. Você está lendo este livro que foi escrito na

Língua Portuguesa, mas, estou me comunicando com você

também por meio de imagens (toda vez que peço para você

imaginar alguma coisa ou lhe conto uma metáfora, por

exemplo), através de sons (por que estou mexendo com seu

diálogo interno, essa conversa que você tem dentro da sua

cabeça) e através de sensações (toda vez que você se lembra

de uma situação em sua vida onde este conhecimento teria

feito a diferença). Portanto, cuide de sua comunicação para

que ela seja eficaz ao apresentar suas idéias.

E isso significa...

1. Que comunicar-se corretamente fará os outros apoiarem suas idéias.

2. E ao apresentar suas idéias use imagens sons e sensações para envolver emocionalmente as pessoas.

SYMON HILL

66

10

Uma questão de manter o foco

FAZER ACONTECER é o título de um dos meus livros onde abordo o empreendedorismo de maneira prática. Poucas

pessoas conseguem aplicar suas idéias por falta de

planejamento e acompanhamento sistemático. Uma destas razões é a má administração do tempo. Alistarei para você

algumas instruções sobre como aproveitar melhor o seu tempo

e evitar perder o foco na hora de aplicar suas idéias.

Identifique os ladrões de tempo

Focalizar o que pode ser delegado e definir o que quer

fazer são ações essenciais para administrar o tempo. Note que

os casos são os mesmos, assim como as vinte e quatro horas do dia continuaram as mesmas. O que fará a diferença é o

modo como você administrará a cada uma delas.

CRIATIVIDADE

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No entanto, durante a execução das tarefas do dia,

pode ser que tenhamos dificuldades em administrar bem o

tempo. Alisto três dicas para facilitar a administração diária do

tempo, mantendo o bem estar entre as partes:

1. Faça as coisas imediatamente

2. Retorne suas ligações o mais rápido possível 3. Informe quem o solicitou após ter concluído

4. Tome cuidado com os ladrões de tempo

Ladrões de tempo são aquelas atividades que só nos

atrasam. Nisso incluímos vários cafezinhos ao longo do dia,

bate-papo com porteiros (nada contra o porteiro, refiro-me a

conversa fiada) reuniões mal-preparadas e falta de planejamento diário, que abordaremos mais adiante no módulo

monitoramento sistemático.

É importante também, avaliar o que é essencial e o que

é acidental. Sem o devido cuidado, porém, o acúmulo de

coisas acidentais, vão se transformando em essenciais. Tudo que é acidental, precisa ser resolvido logo. Tudo que é

essencial, porém, tem efeitos mais duradouros. Por exemplo:

seu filho chega até você e lhe pede com urgência ajuda para

fazer um trabalho de ciências para amanhã, quarta-feira. Esta é uma tarefa urgente. Uma vez que o trabalho foi apresentado

dentro do prazo, podemos dizer que a ‘‘missão foi cumprida.

’’ Na quinta-feira, o trabalho já perdeu o efeito. Agora imagine que seu filho lhe pede ajuda para estudar matemática no fim de

semana para uma prova na segunda-feira de manhã. Esta é

uma tarefa importante. Se seu filho for mal naquela prova, isso pode comprometer todo o ano escolar. Esta é a diferença entre

o urgente e o importante. Identificar esta diferença ajuda você

a estabelecer as prioridades certas e administrar seu tempo de

maneira eficaz.

SYMON HILL

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Pessoas realmente eficazes começam o dia se perguntando,

não o que elas têm para fazer e sim quanto tempo eles têm

para fazer.

Foco

Perder o foco durante a implantação de uma idéia é o

que gera a fama que a maioria das pessoas que se arriscam a

aplicar suas idéias acaba adquirindo: a fama de sonhadores. Poucos jargões captam tão bem a atenção humana quanto este

que é o tema de nosso capítulo, criado pelo narrador esportivo

Galvão Bueno.

Todos nós, durante os jogos da seleção, estávamos

olhando para a TV, mas, quando o Galvão diz “Olho no

lance!”, imediatamente paramos o que estamos fazendo e

olhamos para a telona buscando focalizar a bola no meio do

campo. Veja que interessante: estávamos lá o tempo todo,

porém, não focalizamos a bola durante todo o tempo e, numa

rápida distração podemos perder o gol. O mesmo acontece

com as oportunidades de realizar coisas na vida. Mesmo

estando ali, diante das nossas metas, por uma rápida distração

podemos perder o momento ideal para concretizar nossos

sonhos, pois, diferentemente da TV, nossa vida não tem

replay... Por isso é preciso ficar de “olho no lance!” Por isso é

preciso ter foco.

Ao realizar suas idéias você precisará focalizar com

clareza em sua mente o que você quer. Mas o que exatamente devemos focalizar?

CRIATIVIDADE

69

Se por um lado, focalizar garante sucesso e realizações,

aprender a focalizar a coisa certa garante o sucesso em longo

prazo. Focalizar o que se quer é especialmente difícil para nós

que somos educados a pensar em termos de certo e errado. É

muito comum encontrar pessoas que tem desejos dos mais

variados e que na hora de estabelecer estes desejos perguntam

a si mesmas: “Mas será que isto é certo?” Na dúvida desistem.

Abrem mão da idéia por pensar que não poderão levar até o

fim e acabam desistindo. Aprender o que focalizar então é de

suma importância na busca pelo sucesso.

E o que isso quer dizer?

1. É preciso focalizar as coisas certas se quiser aplicar suas idéias.

2. Administrar o tempo é fundamental em qualquer projeto.

SYMON HILL

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11

Aplique a idéia aos poucos

A MANIFESTAÇÃO FÍSICA é o próximo componente da

nossa fórmula para a aplicação das idéias. Manifestar é tornar

real no mundo físico, aquilo que a mente criou. Esta

manifestação só pode ser concretizada se metas específicas

forem elaboradas. Existe um conceito muito interessante, um

modelo desenvolvido por mim, que chamei de Meta Poderosa.

Neste formato, abordaremos a meta, para alcançar nosso

objetivo de colocar uma idéia em prática. Peço sua atenção

para este capítulo, pois ele é fundamental para o sucesso da

implantação de uma idéia. As metas traçam o mapa que leva

até o que se quer.

CRIATIVIDADE

71

A primeira característica de uma meta é que ela deve

ser PESSOAL e intransferível. A implantação de uma idéia

deve ser encarada como se a idéia fosse sua. Assuma o

comando do seu navio. A meta também precisa ser

OBJETIVA. O que você quer? Qual o resultado que você

espera alcançar ao ver sua idéia concretizada. Este é outro

fator da meta: Uma DATA para acontecer. A diferença entre

uma idéia que não vai para a prática e a aquela que se

concretiza é o prazo para execução. Na seguida, cabe saber se

sua meta é ESPECÍFICA. Você sabe exatamente o que cada

um deve fazer para que no final sua idéia se concretize?

Especifique cada detalhe do que você quer e o seu

inconsciente providenciará conforme o desejado. Sua meta

deve ser REALISTA. Em outras palavras, dá para alcançar? O

prazo estipulado é ideal para a implantação de cada fase da

idéia? A meta deve ser OUSADA. Isso quer dizer desafiadora.

Ouse ao estabelecer suas metas com a mesma ousadia que teve

para apresentar sua idéia para a equipe. No processo de

estabelecimento de metas, lembre-se que ela deve ser

SIGNIFICATIVA. Pergunte-se: Vale à pena alcançar esta

meta? Mudará minha vida? Por último, sua meta deve ser

AMBICIOSA. Ela deve ter o poder de impulsionar sua vida

para frente fazer você crescer. Em minhas palestras sobre

Estabelecimento de Metas, as pessoas me perguntam se uma

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meta ambiciosa não é ‘perigosa’. Em primeiro lugar, é preciso

diferenciar ambição de ganância. Ambição é o desejo saudável

de crescer, melhorar. Suas idéias devem melhorar alguma

coisa no mundo. Lembre-se disso e sempre terá boas idéias.

Para concluir este poderoso entendimento sobre metas,

aqui vai a principal receita do sucesso: tenha metas por escrito.

Tudo o que é importante na vida é por escrito: sua certidão de

nascimento, de casamento, a escritura de sua casa, o

documento de seu carro, enfim, o que realmente importa na

vida é por escrito. E as suas metas, estão por escrito? Talvez

seja por que elas não são tão importantes para você...

Isso quer dizer que...

1. Sem planejar cada fase de implantação da idéia ela

não se concretiza.

2. Estabelecer metas poderosas em cada fase ajuda a

manter o foco e aplicar a idéia

3. As metas por escrito são importantes para o sucesso.

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Como se tornar mais criativo

ESTE LIVRO ficaria incompleto, do ponto de vista do autor,

se ao final de toda esta abordagem não falasse a você amigo leitos sobre a importância do desenvolvimento intelectual para

a verdadeira chave da criatividade. O processo de ter idéias

realmente inovadoras. Durante esta obra falamos sobre paradigmas, inovação, estilos de criatividade, comunicação,

dividir idéias em grupo, planejar e usar seu tempo de forma

eficaz, - enfim, seria impossível não falar da importância de

nossa capacidade de imaginar coisas. É sobre isso que falaremos agora.

Visualizando o futuro

A ferramenta mais poderosa para construção do futuro

é a visualização. Visualizar é um processo mental capaz de criar a realidade. Tudo o que existe no mundo físico foi criado

primeiro no mundo mental. A caneta que você está segurando,

a máquina que foi usada para produzir este material, a cadeira

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em que você está sentado, tudo isso antes de ser produzido,

passou primeiro na mente de alguém. Visualizar é criar no

mundo mental, para depois manifestar no mundo físico. A

visualização exerce um poder enorme, pois tem um impacto profundo em nosso cérebro. De acordo com o Dr. Walter

Doyle Staples, a imagem de um objeto formado mentalmente

cria no cérebro as mesmas representações que a percepção física real do mesmo objeto. Pesquisas indicam que as

imagens produzem os mesmos efeitos emocionais que as

entradas sensoriais. Por exemplo: imaginar uma situação triste ou feliz causa a mesma emoção que esta situação causaria na

vida real. A visualização tem duas formas principais: ativa e a

receptiva, ambas produzem resultados extraordinários! Uma

das mentes mais criativas da era moderna, Walt Disney, disse certa vez: ‘‘Se você pode imaginar você pode realizar!’’ Esta

certeza tem que estar em nossa mente. Somos capazes de

realizar nossos objetivos. Toda realidade, foi criada no mundo mental. Use seu cérebro para pensar e comece a criar seu

próprio futuro. A chave é sonhar de noite e trabalhar de dia.

Uma visualização precisa ser antecedida pelo relaxamento do corpo e da mente além do foco para manter a concentração.

Nossa energia vai para o foco de nossa atenção. Se não nos

concentramos, gastamos energia à toa e temos a sensação que

estamos perdendo tempo, patinando na vida.

Criando com a mente, concretizando com o corpo.

Quando Leonardo da Vinci pintou o famoso quadro

“Monalisa”, ele quebrou o paradigma de que os pintores só

poderiam pintar paisagens reais. Se você não sabia, na situação em que da Vinci pintou a Mona Lisa, não existia a paisagem

de fundo. Leonardo da Vinci visualizou o cenário atrás da

Signora Lisa Gherardini, inaugurando o retrato de meio corpo contra uma paisagem fantasiosa. Com isso ele provou que o

grande pintor usa as mãos apenas para concretizar o que a

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mente criou. E, por isso, não é mero artesão, mas artista de

primeiro plano.

Portanto ao visualizar suas idéias, imagine-as

concluídas. Pense em como você reagirá ao ver sua idéia

sendo aprovada pelos clientes, supervisores ou investidores.

Imagine apenas o sucesso da idéia e ele virá com certeza!

Quando você visualiza seu sucesso sente-se mais

autoconfiante em realção a realização de seus projetos. Com isso fica mais fácil correr riscos calculados. Arriscar não é o

mesmo que precipitar. Compreender esta diferença é

fundamental para arriscar em qualquer campo da vida. Até aqui, percebemos a importância de persistir em busca do

objetivo, estabelecer metas para alcançá-lo e principalmente

saber escolher o que se quer de verdade. Infelizmente a

maioria das pessoas se esquece de avaliar os riscos de obter o que querem, de pesar os prós e contras antes de abandonar a

situação atual e iniciar este caminho que exige qualidades

especiais, comportamentos específicos. Alguns se iludem achando que tudo será muito fácil por terem estabelecidos

metas, mas, acabam se perdendo no caminho Neste capítulo,

analisaremos a questão dos riscos e como decidir se

avançaremos ou não.

Riscos estão por todo lado. Outro ponto muito

interessante na análise de riscos é entender o que é analisar riscos. Em primeiro lugar, você precisa desenvolver a

habilidade de enxergar o conjunto e o detalhe. Se você anda a

pé, precisa ver alguns metros a frente. Se dirigir um carro, você precisa enxergar algumas quadras à sua frente. Agora, se

você está pilotando um avião, precisará enxergar algumas

milhas na sua frente! Quando mais rápido você se locomove,

maior deve ser a sua habilidade de antecipar o futuro. Responda para você mesmo: com relação a minha vida, estou

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andando de avião, de carro, ou estou a pé? Em outras palavras,

o quanto você sabe sobre sua situação atual para decidir iniciar

uma nova fase em sua vida? Em segundo lugar, analisar riscos,

não significa que você deixará de arriscar. Só tem resultados aquele que arrisca. Porém, analise de riscos deve ser feita

como uma medida preventiva. O que você deve fazer para

analisar os riscos de forma equilibrada? Três coisas:

• Avaliar alternativas e calcular os riscos

deliberadamente. • Agir para reduzir os riscos ou controlar os

resultados.

• Coloca-se em situações que implicam desafios

ou riscos moderados.

Depois de toda esta consideração sobre alguns riscos inerentes

ao viver, analisaremos um conceito muito interessante: a vulnerabilidade.

Vulnerabilidade

Tudo que você estudou neste livro o preparou para o

desafio de colocá-lo em prática. Pessoas criativas com freqüência se tornam vulneráveis as tendências do mercado

pela falta de habilidade de raciocínio lógico. Conheço pessoas

que querem ter a própria empresa, mas não aceitam o desafio de trabalhar muito. A propósito, quem trabalha mais, o

colaborador que dedica oito horas por dia ao trabalho, ou o

patrão que chega cedo e não tem hora para encerrar seu

expediente pensando em todos os detalhes do negócio muitas vezes até altas horas da noite? Costuma-se dizer que ‘querer é

poder.’ Não conheço quem é o dono desta frase, mas sei que

ele não estava à par de todos os fatos. Existem pessoas que querem muitas coisas e por não aceitar os desafios para

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alcançá-las, continuam querendo. Se realizar através dos riscos

é ter plena certeza de que, mesmo com as dificuldades

inerentes daquilo que você quer, é possível vencer, se

enfrentar o desafio e se superar. Todo desafio vencido traz consigo crescimento. Desafie seus limites para crescer na vida.

Um trapezista no circo, ao soltar o trapézio para pegar o outro,

passa por um momento de vulnerabilidade. Ele viu que o outro trapézio estava vindo, por isso decidiu ficar vulnerável à

queda, até o outro trapézio chegar. A capacidade de arriscar

torna o trapezista um grande astro do circo. Desenvolva também a habilidade de arriscar e você perceberá que suas

realizações aumentarão e você se tornará um astro criativo!

Isso tudo significa que

1. Quando você visualiza, seu cérebro não sabe se aconteceu de verdade ou não, e por isso, assume o objeto da imaginação como real.

2. A visualização aumenta sua autoconfiança e as suas chances de sucesso ao implantar suas idéias.

3. Quem não se arrisca a colocar as idéias em prática, nunca saberá se elas dariam certo.

4. Pessoas criativas precisam aprender a conviver com a vulnerabilidade.

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Conclusão

CHEGAMOS ao final de mais uma empreitada literária. Este

livro foi preparado para aumentar seu potencial criativo e

espero que tenha alcançado seu propósito. Muitos dos

participantes dos meus seminários perguntam-me como é

possível aplicar a criatividade. Este livro traz um verdadeiro

modelo de como desenvolver a criatividade e o melhor: como

aplicar estas idéias para ganhar dinheiro. Releia este material

quantas vezes for preciso. Faça dele um ‘caderno de estudos’ e

principalmente leve estes estudos para o campo da ação. A

metodologia que você precisa está em suas mãos, mas, ela não

terá seu alcance pleno se você não utilizar este conhecimento.

Refaça os testes. Repita os exercícios de visualização. Não

tenha medo de aplicar o que aprendeu se isso lhe apresentar

períodos de vulnerabilidade. Arrisque. Só faz a diferença

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quem realmente ousa. Provavelmente você já viu a gravura

abaixo. Ela faz parte de um exercício.

Este exercício deve ser realizado por unir os nove pontos com

apenas quatro retas sem tirar a caneta do papel. Como? Tente

fazer.

Antes de prosseguir a leitura veja o exercício

resolvido na próxima página.

A maioria das pessoas argumenta: “Ah! Mas não pode sair do quadrado!” Mas, que quadrado? Ninguém disse que existe um

quadrado. Isso é mais um paradigma criado pelo meio em que

você vive e que pode estar minando sua criatividade. No entanto, quando você usa sua criatividade e ousa agir, você

encontra soluções para os seus problemas, para os problemas

da empresa, para os problemas do bairro, da cidade e por aí a

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fora. Você se destaca mais no mercado e se torna referência.

Tudo isso acontecerá em sua vida pelo fato de ser criativo e

ousar colocar em prática.

Pense nisso, seja criativo e ousado o bastante para aplicar suas

idéias. Na vida existem muito menos ‘quadrados’ do que

imaginamos. Ouse fazer e o poder lhe será dado!

Sucesso e prosperidade!

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Contato com o autor

Symon Hill é empresário, palestrante motivacional especializado em

autodesenvolvimento e escritor. Completou em 2011, 18 anos de

experiência em vendas e atendimento a clientes.

Master Practitioner em PNL participou também de importantes

treinamentos na área comercial, entre eles o EMPRETEC, Seminário

para Empreendedores promovido pela ONU em 33 países e ministrado

no Brasil pelo SEBRAE. Iniciou sua carreira como palestrante em 2004

motivando integrantes de um grupo de teatro. De lá para cá tem ajudado

as pessoas a viver com mais dignidade, autoconfiança e visão de futuro.

Para contratação de Cursos, Palestras e Seminários com o Palestrante

Symon Hill enviem um e-mail para [email protected]. Seu site é

www.apalestra.com Contato por telefone através do (35) 8886-2679.