inovação e empreendedorismo na universidade

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ÍNDICEAPRESENTAÇÃOInovação e empreendedorismo de base universitáriaJosé Mendes, Presidente do CE da CiencInvest

A - SEMINÁRIO EMPREENDEDORISMO NA UNIVERSIDADE

A.1 ABERTURA

A.1.1. O papel do capital de risco no apoio à prova de conceitoC. Braga da Costa, Presidente do CA da CiencInvest

A.1.2. Apresentação do inquérito CiencInvest P. Osswald, CiencInvest A.1.3. Comercialização de projectos Tech-Based/Medium GrowthPedro Vilarinho, Director do ACT, COTEC

A.2. PAINÉIS

A.2.1. Empreendedorismo @ Universidade de Aveiro Carlos Pascoal Neto, U. Aveiro

A.2.2. Empreendedorismo na Universidade Católica Portuguesa - PortoEduardo L. Cardoso, UCP - Porto

A.2.3. Ecossistema Universidade - EconomiaF. Seabra Santos, U. Coimbra

A.2.4. Programa de apoio à criação de Spin-offs da Universidade do MinhoJosé Mendes, U. Minho

A.2.5. Empreendedorismo na NovaManuel Carrondo, U. Nova A.2.6. Estímulo e apoios na incubação: UPTEC – Parque de Ciência e Tecnologia da Univ. do PortoEmídio Gomes, U. Porto

A.2.7. A universidade e as empresas: algumas notas sobre estágios e empreendedorismo Vítor Gonçalves, U. Técnica

A.3 COMENTADORES

A.3.1. Reflexões para o empreendedorismo tecnológicoJosé Epifânio da Franca

A.3.2. O empreendedorismo tecnológico e a internacionalizaçãoJorge Brás

B - PROBLEMAS E ESTRATÉGIAS DE ESTÍMULO DO EMPREENDEDORISMO B.1.1. Cultura

B.1.2. Modelos

B.1.3. Instrumentos

B.1.4. Indicadores

B.2.1. RelatórioDaniel Bessa, COTEC C - ANEXOS

Universidade de AveiroUniversidade Católica Portuguesa - PortoUniversidade de CoimbraUniversidade de LisboaUniversidade do MinhoUniversidade Nova de LisboaUniversidade do PortoUniversidade Técnica de Lisboa

D - NOTA DE ENCERRAMENTO

D.1.1. Sonhar, arriscar e aprender. Um caminho para o empreendedorismo na universidadeManuel Laranja, Assessor do Secretário de Estado da Energia e da Inovação

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INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO DE BASE UNIVERSITÁRIA

APRESENTAÇÃO

A parceria entre ensino superior e agentes da eco‑nomia, nomeadamente as empresas, deve elevar ‑se ao estatuto de desígnio. Neste contexto, é crítico que as Universidades percebam e assumam as suas responsabilidades, dinamizando processos de criação de empresas de base tecnológica e de transferência de conhecimento. Observa ‑se, hoje, a este respeito, desenvolvimentos muito encorajadores que demons‑tram uma alteração de paradigma nas instituições universitárias, sobretudo ao nível das mentalidades dos docentes e investigadores.

Na perspectiva do ensino superior, identificam ‑se três vectores principais de actuação: as iniciativas de formação e sensibilização para a inovação e o empreendedorismo, o estímulo directo ao empreendedorismo e as parcerias Universidade‑Empresa para a I&D.

Quanto à formação e sensibilização para a inovação e empreendedorismo, as Universidades procuram in‑troduzir nos seus cursos competências tributárias de um espírito inovador e empreendedor, normal mente através de acções de formação, concursos, semi‑nários e conferências sobre a matéria. Todavia, falta

uma dinâmica nacional mais sistemática. É prioritário garantir um programa de formação extra ‑curricular que garanta a todos os estudantes universitários, sem excepção, o contacto com pelo menos um de três tópicos: criatividade, inovação e empreendedorismo. O envolvimento de actores do universo empresarial é, para este efeito, imprescindível.

O estímulo directo ao empreendedorismo expressa ‑se no apoio das Universidades à criação de empresas por parte de estudantes, às quais se podem associar docentes ou investigadores. As principais Academias mantêm unidades de interface que auxiliam em diferentes momentos e necessidades, a saber: a montante da criação da empresa, no patenteamento e licenciamento de tecnologias, no estudo de mercados ou na preparação de planos de negócios; na geração da empresa, identificando fontes de financiamento, atribuindo o estatuto de spin-off ou apoiando na incubação; na afirmação da empresa, sendo parceira em processos de I&D e de upgrade tecnológico e apoiando na internacionalização. Neste processo, regista ‑se a participação de outras entidades como a CiencInvest, a COTEC e os agentes do capital de risco.

A revolução operada no ensino superior português nos últimos trinta anos resultou numa clara melhoria das estatísticas associadas ao conhecimento, sobretudo na ciência e tecnologia. A conversão desse activo em riqueza está, todavia, aquém do desejável. Esta ideia de partida pode ser reescrita do seguinte modo: em matéria de inovação e empreendedorismo de base universitária, os resultados intermédios – número de investigadores, investimento em I&D, crescimento do número de patentes, etc. – são bem mais expressivos do que os resultados finais, quer avaliados à escala da empresa quer à escala do impacto na economia regional ou nacional.

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Às Universidades compete assumir, sem reservas, a função do fomento da inovação e do empreendedoris‑mo. Os enunciados existem, reveladores da sensibilida‑de para a temática; a acção também, porventura ainda incipiente. O que falta então? Direi: uma visão, missão e objectivos explícitos. Explícitos e mensuráveis.

José F. G. MendesPresidente do Conselho Estratégico da CiencInvest

APRESENTAÇÃO

Constata ‑se, porém, um expressivo afastamento dos académicos, decorrente de alguma indefinição no enquadramento da sua participação em empresas spin -off. Neste contexto, a criação de um quadro regulamentar coerente para as empresas spin -off universitárias seria um estímulo crítico para este envolvimento na causa empresarial e, por maioria de razão, para a transformação do conhecimento em riqueza. Para além do estabelecimento de regras e requisitos para a criação de spin -off universitárias, o quadro regulamentar deveria ainda endereçar medidas de incentivo.

Por último, as parcerias Universidade‑Empresa para a I&D assentam tipicamente em projectos autónomos resultantes de contactos e trabalho conjunto entre docentes e empresas. O número e dimensão destes projectos têm evoluído muito favoravelmente, o que leva a crer que a aproximação entre estes dois actores é já uma realidade.

Os programas de incentivo centrais do Governo, da Agência de Inovação e da Fundação para a Ciência e Tecnologia têm actuado como catalisadores nesta dinâmica, induzindo processos de inovação muito interessantes no seio das empresas. Este modelo de relação entre as Empresas e as Universidades tem virtuosidades e continuará a existir, mas carece de procedimentos mais sistemáticos.

É ainda frequente encontrar empresas que pretendem iniciar processos de inovação e que não sabem como e onde encontrar o apoio ou parceiros adequados. A criação de plataformas de intermediação, orienta‑das para a facilitação do encontro entre necessidades das empresas e competências das Universidades, pode aqui representar um papel decisivo. Estas pla‑taformas podem tendencialmente assumir alguma especialização – por exemplo, dirigidas a PME ou cen‑tradas num determinado sector – e integrar mesmo várias Universidades.

O conhecimento, só por si, não gera automaticamen‑te riqueza. O Estado tem investido, e bem, no ensino superior e nas empresas, mas deve também mostrar ambição na criação de plataformas de rentabilização que rompam com os círculos restritos, ocasionalmente viciosos, de académicos e empresários.

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O Conselho Estratégico da CiencInvest organizou no dia 24 de Maio de 2010 o Seminário Empreendedorismo na Universidade, dirigido a todos os que, na Universidade, tratam das questões ligadas ao Empreendedorismo e à transferência de conhecimento. O Seminário teve lugar no Instituto Superior de Agronomia, sendo anfitrião a Universidade Técnica de Lisboa.

Entendeu -se este Seminário como a oportunidade para divulgar a experiência das 8 Universidades presentes no Conselho Estratégico da CiencInvest, através de dados estatísticos e da apresentação de experiências relevantes para o tema do Empreendedorismo. Neste bloco apresentam -se as intervenções no Seminário.

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A. SEMINÁRIO CIENCINVEST

24 MAIO 2010

Auditório da Lagoa Branca, Instituto Superior de Agronomia, Lisboa

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13h00‑14h30Intervalo para Almoço

14h30‑16h10 Painel Empreendedorismo na Universidade (cont.)Experiência de iniciativas e modelos, análise de um caso de sucessoJosé Mendes (Vice‑Reitor, U. Minho) e Miguel Abreu (Sketchpixel)António Rendas (Reitor, U. Nova de Lisboa) e Manuel Carrondo (GenIBET)Emídio Gomes (Pró‑Reitor, U. Porto) e António Silva (Nonius)Vítor Gonçalves (Vice‑Reitor, U. Técnica de Lisboa) e Luís Caldas de Oliveira (IST‑UTL)Comentadores: Jorge Brás e José Guerreiro de Sousa

16h10‑16h30Intervalo com Mostra de Informação sobre Empreendedorismo nas Universidades

16h30‑17h15Mesa Redonda: Boas práticas de estímulo do empreendedorismo nas Universidades José Mendes (Presidente, Conselho Estratégico da CiencInvest) António Rendas (Presidente, Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas) Pedro Vilarinho (ACT COTEC)Moderador: Francisco Ferreira da Silva (Director, Diário Económico)

17h15‑17h30EncerramentoManuel Laranja, em representação do Senhor Secretário de Estado da Energia e da InovaçãoLuís Filipe Costa, Presidente do IAPMEIFernando Ramôa Ribeiro (Reitor, U. Técnica de Lisboa)

9h30 – 10h00Recepção dos Participantes

10h00‑10h30Abertura Manuel Heitor, Secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino SuperiorCarlos Noéme (Presidente, Instituto Superior de Agronomia)Vítor Gonçalves (Vice‑Reitor, U. Técnica de Lisboa)José Mendes (Presidente, Conselho Estratégico da CiencInvest) Mª Clara Braga da Costa (Presidente, Conselho de Administração da CiencInvest)

10h30‑10h45Apresentação do Inquérito CiencInvest sobre Protecção da Propriedade Industrial e Empreendedorismo nas Universidades Paulo Osswald (CiencInvest)

10h45‑11h00Aspectos críticos na avaliação de projectos Tech-Based/Medium GrowthPedro Vilarinho (ACT COTEC)

11h00‑11h20Intervalo com Mostra de Informação sobre Empreendedorismo nas Universidades

11h20‑13h00 Painel Empreendedorismo na Universidade Experiência de iniciativas e modelos, análise de um caso de sucesso Carlos Pascoal Neto (Vice‑Reitor, U. Aveiro) e José Alberto Fonseca (Micro I/O)Eduardo Luís Cardoso (UCP‑Porto) e João Seabra (Jump Willy)Fernando Seabra Santos (Reitor, U. Coimbra) e Sérgio Simões (Bluepharma)José Pinto Paixão (FC, U. Lisboa) e Marta Ribeiro (M Gate)Comentadores: José Epifânio da Franca, José C. Albuquerque e Sousa

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O papel dO capital de riscO nO apOiO à prOva de cOnceitO

A.1.1

Os fundos de capital de risco tradicionais estão especialmente vocacionados para o investimento em empresas que já provaram constituir uma oportunidade de negócio afastando ‑se de investimentos na fase ainda muito próxima da “bancada da investigação”, onde o projecto ainda emergente (pré ‑semente) carece da realização de prova de conceito quer de mercado quer tecnológica que constituirão as bases fundamentadas do plano de negócios a ser apresentado a investidores, numa primeira ronda “business angels” ou fundos de capital de risco especializados em “start -ups”.

Em Portugal, foi efectuado ao longo da última década um enorme esforço de investimento em investigação científica, que neste momento já ronda os 1.5% do PIB aproximando ‑se da média europeia na componente pública, em programas de fomento de empreendedorismo qualificado e na dotação de meios financeiros nomeadamente às sociedades de capital de risco, que promovam o investimento em novas empresas especialmente nas de base tecnológica. No entanto existe ainda um deficit no financiamento da já atrás mencionada fase da prova de conceito que é fundamental para a maximização do esforço dispendido na investigação, valorizando o conhecimento e trazendo para o mercado novas oportunidades de negócio.

Da constatação da realidade que em Portugal existe já potencial de investigação mas, somente uma parte residual do mesmo tem sido transformado em valor económico, a Inovcapital, (como sociedade de capital de risco de referência do Ministério da Economia e Inovação, que tem na sua missão o contribuir para o crescimento sustentado da economia nacional através da promoção do empreendedorismo e da participação proactiva no capital de empresas e na valorização de projectos inovadores que visem o incremento da competitividade e internacionalização das empresas portuguesas), considerou da maior importância a constituição de um fundo de capital de risco, pré ‑semente, de âmbito nacional, exclusivamente orientado para o investimento em projectos, de base tecnológica com alto e médio potencial de crescimento, na fase de prova de conceito, oriundos do Sistema Científico e Tecnológico Nacional. Pretende ‑se a valorização económica da investigação científica, transformando ‑a em novas empresas e licenciamentos.

Constituiu ‑se em Julho de 2009, o FCR InovCapital ACTec, com a subscrição inicial de 4.100.000€, dos 7.500.000€ de capital pretendidos. Pelas características muito particulares deste Fundo os primeiros subscritores foram entidades que consideram o empreendedorismo e o fomento da inovação como sua missão. Assim, participam a Caixa Capital, a Ciencinvest, o Banco BPI, a ES Venture,

A Inovação é o motor do crescimento económico. Os pólos de investigação científica, espe-cialmente os das instituições de ensino superior, desempenham um papel fundamental na capacidade de inovação de qualquer país, no entanto são confrontados com uma carência quer de meios financeiros quer humanos para a orientação dessa investigação científica às necessidades do mercado, tornando -a em valor comercial.

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a InovCapital, e a Fundação Calouste Gulbenkian. Em paralelo apresentou ‑se e foi aprovada uma candidatura aos fundos para capital de risco ao abrigo do actual quadro comunitário. No conjunto destes dois fundos pretende ‑se colocar à disposição do mercado o montante de 12.000.000€, verba única e nunca antes existente para o financiamento desta fase decisiva e tão precoce da valorização do conhecimento e essencial para atingir uma escala de sustentabilidade.

Apenas um destaque ao papel de relevo que a Ciencinvest teve na montagem desta operação, não só pela subscrição de um milhão de euros como por ter tomado a decisão de prescindir do seu póprio papel directo de investidor e acelerador de comercialização de tecnologia, permitindo a alavancagem de fundos e a racionalização de meios. Com a dinamização do seu Conselho Estratégico, onde para além das quatro universidades accionistas (Minho, Porto, Aveiro e Católica), a Flad e a Inovcapital, são membros convidados as Universidades de Coimbra, Lisboa, Técnica de Lisboa e a Nova, bem como a Cotec, conseguiu ‑se um orgão aglutinador dos interesses da comunidade científica, financeira e empresarial.

A InovCapital como sociedade gestora considerou, no entanto, que a especificidade deste tipo de investimentos, obriga a sólidas e inequívocas competências de recursos humanos necessárias para a operacionalização deste Fundo, minimizando os riscos e garantindo o retorno aos participantes, promotores e à sociedade. Nesse sentido, contratou a prestação de serviços ao ACT COTEC entidade especializada em comercialização de tecnologia oriunda da COTEC, com origem no programa COHITEC. O ACT, efectuará o escrutínio e valorização dos projectos.

Os objectivos do FCR InovCapital ACTec, são a criação anual media estimada de 4 empresas ou licenciamentos de base tecnologica e elevado potencial de crescimento e 16 a 20 empresas de médio potencial de crescimento. Estes resultados serão fruto da análise aprofundada de 70 “invention disclosures” (20 alta tecnologia, 50 média‑alta tecnologia). Estas novas empresas e/ou licenciamentos serão vendidos a investidores institucionais (fundos de capital risco e outros), prontos para serem inseridas na economia, com uma enorme probabilidade de sucesso e tendo proporcionado aos promotores (investigadores e SCTN), bem como ao FCR InovCapital ACT uma justa

valorização do conhecimento gerado. O FCR ACTec tomará participações nas empresas entre 25% a 50%, investindo no máximo até 300.000€ e 100.000€, durante 2 e 3 anos, respectivamente em projectos de alto e médio potencial de crescimento.

Com a criação deste novo fundo de capital de risco específico para o investimento na fase de prova de conceito considera ‑se que, para além de se suprir uma falha de mercado, se está a criar valor: 1) para a Sociedade através da valorização do investimento realizado em I&D, reforçando o empreendedorismo qualificado, contribuindo para a mudança de paradigma do desenvolvimento económico nacional; 2) para os Investidores, ao subscreverem um fundo, gerido e operacionalizado por equipas com “provas dadas” (InovCapital e COTEC‑COHITEC) nesta área específica; 3) para as Instituições do SCTN com a geração de receitas futuras através da valorização dos direitos de propriedade intelectual, de que são detentores e para finalizar para os Investigadores, com o reconhecimento e a valorização económica e social do conhecimento gerado nas suas actividades de investigação.

Com a concretização deste projecto, consideramos que contribuímos de uma forma realista e concreta para o empreendedorismo qualificado português, ao rentabilizarmos recursos e criarmos “deal -flow” donde resultarão oportunidades para os outros fundos de capital de risco e financiamento bancário, com a entrega de projectos de base tecnológica devidamente escrutinados e com planos de negócios “chave na mão”, para a criação de bases sustentadas para a inovação sistemática e a competitividade das nossas empresas e a produção de bens e serviços transaccionáveis que a economia portuguesa tanto carece.

Clara Braga da CostaPresidente do Conselho de Administração da CiencInvest

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APRESENTAÇÃO DO INqUÉRITO CIENCINVEST SOBRE PROTECÇÃO DA PROPRIEDADE INDUSTRIAL E EMPREENDEDORISMO NAS UNIVERSIDADES

A.1.2

O inquérito foi dirigido às oito Universidades repre‑sentadas no Conselho Estratégico da CiencInvest. Os dados relevados referem ‑se exclusivamente às respostas obtidas. Duas notas prévias à submissão de patentes como indicador da inovação tecnológica:

1 ‑ A primeira nota é a da banalização das patentes: em 2006 foram submetidas 1,76 M patentes, das quais 450.000 nos EUA e o outro tanto no Japão, e vigoravam 6,1 M patentes.

2 ‑ A segunda é a dos custos que lhes estão associados: A patente, enquanto troféu, tem um custo simbólico; mas em termos de utilidade económica, que é o indicador aqui relevante, tem custos insustentáveis se descurado o retorno. Para uma família de patentes baseada numa mesma invenção, e para um conjunto de 5 grandes mercados, o custo global acumulado pode atingir os 66.000€ em cinco anos. A propriedade de uma patente é extremamente volátil, sofre uma erosão muito rápida e tem uma curva de custos muito acentuada. A instituição de I&DT tem na realidade mais uma opção do que uma posse, e tem um prazo muito curto para a exercer.

• Este prazo curto geralmente não se compadece com uma análise casuística do potencial económico por

parte da própria instituição. Idealmente, neste período escasso devia ser encontrada uma equipa credível (os “promotores”) que desenvolva e execute um plano de negócios (nem que este consista unicamente no licenciamento directo) para a tecnologia que está a pensar patentear. Daí a interligação dos temas de hoje e que foram abordados neste inquérito;

• uma parte dos promotores têm de ser tecnólogos, porque são os únicos que vão perceber quais as aplica‑ções potenciais e os limites da tecnologia e das tecno‑logias concorrentes, mas têm de alargar a equipa para incluir competências de gestão e de marketing;

• os promotores devem ter formação/sensibilidade prévia para este quadro do empreendedorismo tecnológico (porque não vão ter tempo para o adquirir depois de submetido o trabalho científico);

• a forma de geração dessa equipa deve ter flexibilidade suficiente para acomodar projectos de vida diferentes;

• a Universidade tem de decidir rapidamente sobre questões de impacto a longo prazo: a quem entrega a tecnologia para desenvolvimento, como salvaguarda a aplicação correcta do conhecimento, como e de que forma toma parte num eventual sucesso; guiando ‑se

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A extensão internacional ocorre em média para 37% dos pedidos nacionais. Esta fracção corresponde a uma selecção natural que pode decorrer da inviabilidade da patente, da falta de significância económica, ou também da falta de uma equipa que estruture nela um plano de negócios viável.

Parte significativa dos pedidos de extensão internacional é feita por conta e risco das Universidades, uma vez que só 29%, na melhor das hipóteses, estará escudada por um contrato de licenciamento.

Passando a um âmbito mais alargado do empreendedorismo existente e potencial:

O número de contratos de prestação de serviços efectuados engloba naturalmente projectos do 7º Programa Quadro e do QREN, mas pode ser entendido como indicador do potencial de mercado para o conhecimento gerado e portanto também potencial de criação de empresas que poderíamos classificar de Tech -Based/Medium Growth.

desejavelmente por um quadro de referência (comono mês passado proposto pelo The Carolina ExpressLicense Agreement, da Noth Carolina State Universitye da Ewing Marion Kauffman Foundation) e nãoestudando e negociando caso a caso.

O inquérito CiencInvest procurou avaliar a prossecução de uma patente através dos seguintes indicadores: nº de novos pedidos de patentes, nº de novas concessões de patente, nº de novos pedidos de extensão internacional, nº acumulado de patentes com 4 anos de manutenção e nº de novos contratos de cedência de direitos sobre patentes.

Os resultados confirmam a evolução positiva que já se conhecia na submissão de pedidos de patentes (abstraindo da concessão de patentes, um indicador importante mas para o qual esta série é demasiado curta e que ronda os 2/3 em termos acumulados).

Pedidos PT

Concessões PT

Extensões int.

Contratos prest. serviços

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Os dados relativos ao empreendedorismo referem ‑ ‑se apenas a 5 Universidades e são escassos; referem ‑se a empresas baseadas em tecnologia proprietária, potencialmente High-Tech/High-Growth, segundo a nomenclatura do ACT. Entre as empresas criadas, uma percentagem reduzida, cerca de 1/4 em termos acumulados, tem capital de terceiros, isto é, exterior aos promotores e à Universidade, sendo argumentável que as restantes estarão mal capitalizadas e que os planos de negócios tenham sofrido escrutínio reduzido.

O inquérito procurava ainda avaliar o sucesso dos projectos através da obtenção de resultados positivos ou de uma transacção com lucro para a Universidade, o que ainda assim se terá verificado em 10% dos casos, no prazo de 5 anos.

Um último indicador relevante é o da criação de empresas com origem na Universidade mas sem Propriedade Intelectual proprietária; aquilo que se poderia considerar o actual universo das potenciais empresas Tech-Based/Medium Growth, segundo a nomenclatura do ACT. Em 2009 ultrapassou ‑se o limiar das 60 empresas, em apenas 5 universidades.

Resumindo, alguns dados a reter:

• 37% dos pedidos de patente em Portugal prosseguem para PCT ou outra extensão internacional,

• embora dessas só 3 em cada 10 com base num licenciamento;

• 60% das empresas propostas acabam por ser constituídas,

• embora dessas apenas um quarto capte capital de terceiros para o efeito;

• há um potencial grande de conhecimento com aplicação económica, evidenciado por meio milhar de contratos de prestação de serviços;

• 60 empresas tech-based/medium-growth são criadas anualmente.

Paulo OsswaldConsultor, CiencInvest, SA

Nota: Agradeço os comentários de uma leitura crítica pela Prof. Maria Amélia Martins Loução, da Universidade de Lisboa, ao texto desta comunicação e ao de análise dos dados, na secção B.

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COMERCIALIzAÇÃO DE PROjECTOS tech-based/ medium-growth

A.1.3

As áreas de apoio disponibilizadas pelo ACT incluem:

• Formação num ambiente multidisciplinar.

• Aconselhamento na área da propriedade intelectual.

• Acesso a financiamento.

• Desenvolvimento da prova ‑de ‑conceito tecnológico.

• Market intelligence.

• Aconselhamento em aspectos regulamentares de mercado específicos.

• Desenvolvimento de planos de negócios.

• Licenciamento de tecnologias.

Para a prossecução dos objectivos do ACT a sua equipa executará um conjunto de processos, nomeadamente:

scaNNiNg: procura de tecnologias que podem gerar produtos ou serviços com potencial comercial.

screeNiNg: avaliação do potencial comercial dos produtos ou serviços gerados a partir das tecnologias identificadas.

PROVA DE CONCEITO: desenvolvimento da prova de conceito (tecnológico e de negócios) das tecnologias com potencial comercial.

PLANO DE NEGÓCIOS: desenvolvimento de um modelo e de um plano de negócios para os projectos com potencial comercial.

SAÍDA: atracção de investidores para o financiamento dos projectos.

Para a implementação destes processos foi definido um conjunto de acções diferenciadas para os projectos de base tecnológica com elevado potencial de crescimento (high-tech/high-growth) ou com médio potencial de crescimento (tech-based/medium-growth), que seguidamente se apresentam.

COHiTEC: acção de formação com o objectivo de avaliar o potencial comercial de projectos high-tech/high--growth propostos por investigadores.

O ACT – Acelerador de Comercialização de Tecnologias – é uma iniciativa da COTEC que tem por objectivo transformar conhecimento em valor económico, apoiando, para tal, (i) a criação de empresas de base tecnológica de médio e elevado potencial de crescimento e (ii) o licenciamento de tecnologias. O ACT apoiará os promotores de projectos de base tecnológica (i) disponibilizando serviços específicos para a valorização dos projectos e (ii) facilitando o acesso a financiamentos para as diferentes fases do processo de comercialização.

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act to eXPLore: ferramenta online de apoio aos promotores de projectos tech-based/medium-growth na avaliação do potencial comercial dos projectos por eles propostos.

act to ProVe: apoio aos promotores na fase de desenvolvimento de prova de conceito tecnológico.

act to eNhaNce: apoio aos promotores na fase de desenvolvimento do plano de negócios.

act to add VaLue: apoio aos promotores na procura de investidores ou de licenciadores.

Pedro VilarinhoDirector do ACT, Cotec

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EMPREENDEDORISMO @ UNIVERSIDADE DE AVEIRO

A.2.1

A Universidade de Aveiro, através da sua unidade de transferência de tecnologia (UATEC) promove e fomenta o empreendedorismo, e em particular o de base tecnológica, utilizando vários mecanismos e actividades que visam atingir públicos distintos, nomeadamente cursos e acções de formação para investigadores empreendedores, o laboratório de empreendedorismo para os alunos e docentes que queiram empreender as suas ideias, o Erasmus For Young Entrepreneurs para promover a mobilidade de empreendedores e empresários, a participação em plataformas regionais para promover o empreendedorismo na sociedade em geral, a promoção de concursos de ideias temáticos e generalistas para a comunidade académica aveirense, bem como a leccionação de empreendedorismo nos 2º e 3º ciclos para os alunos de mestrado e doutoramento.

Uma das actividades de promoção do empreendedo‑rismo é o curso de empreendedorismo de base tecno‑lógica (CEBT). O CEBT é realizado pela Universidade de Aveiro em parceria com a Universidade de Coimbra, Universidade da Beira Interior e Centro Empresarial do Centro e foi recentemente distinguido com o 2º lugar na categoria «Promoção do Empreendedorismo» da fase portuguesa dos Prémios Europeus de Inicia‑tiva Empresarial. O CEBT utiliza as ideias/tecnologias geradas no seio das unidades de investigação, que são propriedade da Universidade, e analisa o poten‑cial mercado assim como a sua viabilidade económica através da realização de um plano de negócios. O objectivo final é analisar se uma boa ideia/tecnologia pode ser uma boa oportunidade de negócio. A elaboração do plano de negócios, para além de ser um instrumento necessário para angariar capital, é fundamental para verificar se estão reunidas todas as condições para se iniciar o processo de constituição de uma nova empresa (Spin-off). São formadas equipas multidisciplinares envolvendo elementos dos labo‑ratórios de investigação, do departamento de gestão e economia, bem como de outras entidades do meio empresarial e da sociedade em geral. Este curso, que vai arrancar com a sua 5ª edição, no 4º trimestre de 2010, já foi frequentado por mais de 450 formandos,

tendo sido elaborados cerca de 70 conceitos de negó‑cio e constituídas 7 empresas. Constatado o sucesso deste projecto, a nossa próxima etapa será levar o curso para outros países, apostando na sua interna‑cionalização, nomeadamente, em Espanha.

Também na formação empreendedora prestamos apoio à comunidade académica, nomeadamente os nossos alunos e professores que pretendem empreender as suas próprias ideias. O LabE ‑ Laboratório de Empreendedorismo presta todo o apoio à elaboração do plano de negócios dos nossos empreendedores assim como a procura de financiamento. A metodologia de trabalho utilizada no LabE, é denominada por Graduate Programme, e assenta na parceria estabelecida com a Junior Achievement Portugal e o Millennium BCP.

Paralelamente, o apoio ao empreendedorismo que a UA promove a nível nacional e internacional assenta no Programa Erasmus For Young Entrepreneurs que é financiado pela Comissão Europeia e operado em 21 Estados‑Membros da UE e por 105 organizações intermediárias com intervenção ao nível do apoio às empresas. A Universidade de Aveiro, através da UATEC, é uma das parceiras desta iniciativa, actuando

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como entidade dinamizadora que visa estabelecer estágios de média duração, até 6 meses, para empreendedores nacionais em empresas estrangeiras já estabelecidas, assim como para as empresas nacionais é oferecida a oportunidade de acolher um empreendedor estrangeiro por igual período.

Quando os projectos possuem maturidade para dar origem a uma empresa, a UATEC facilita o acesso a programas de financiamento para a criação das Spin--offs, assim como a interacção com as sociedades de capital de risco, business angels e fundos públicos de capital semente.

Para o efeito, a UATEC representa a Universidade de Aveiro na Plataforma FINICIA Aveiro – Viseu. Esta plataforma analisa e avalia as candidaturas de empreendedores que pretendem obter apoios financeiros para a elaboração de um plano de negócios assim como aqueles que necessitam de capital de risco para a criação duma empresa.

A UATEC apoia o empreendedor em todo o processo até à constituição da empresa. O apoio é dado desde a detecção da ideia passando pelo estudo de mercado, plano de negócios e angariação de financiamento. Se a actividade principal da futura empresa assenta em propriedade industrial detida pela Universidade de Aveiro então possivelmente a UA irá também participar no capital social da Spin-off através de uma empresa sua denominada por Grupunave (pela conversão de capital financeiro em capital social) ou então pela própria Fundação Universidade de Aveiro (pela conversão de capital intelectual em capital social). Esta participação não pretende ser uma mera operação de investimento (financeiro/intelectual) mas acima de tudo é uma demonstração clara e evidente de que a UA apoia e incentiva os seus membros a empreender. Não menos importante é o apoio dado ao empreendedorismo pelas nossas incubadoras participadas pela UA (Biocant, WRC, AIBAP, SANJOTEC e IEUA).

Carlos Pascoal NetoVice‑Reitor, Universidade de Aveiro

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EMPREENDEDORISMO NA UNIVERSIDADE CATÓLICA PORTUGUESA - PORTO

A.2.2

A Universidade Católica Portuguesa, no Centro Regional do Porto, consolidou os seus recursos de apoio ao empreendedorismo à disposição das suas várias Unidades de Ensino e Centros de Investigação localizados no Campus da Foz e no Campus da Asprela. A UCP.Porto tem procurado promover o empreendedorismo de forma transversal e interdiscipli-nar, a toda a comunidade interna, de forma a se poder afirmar como uma Universidade Empreendedora.

FORMAÇÃO E SENSIBILIzAÇÃO PARA O EMPREENDEDORISMO

A promoção do empreendedorismo tem sido encarada como envolvendo uma mudança cultural pelo que um conjunto diverso de iniciativas têm estado a ser desenvolvidas, das quais destacamos:

1- Divulgação de “Percursos de Empreendedorismo” baseados em histórias de vida profissional de ex‑‑alunos de diversos cursos superiores.

2- Projecto PIC ‑ Portfólio Individual de Competências, que identifica necessidades de competências e apresenta soluções em domínios que são convergentes para uma capacidade individual de empreendedorismo, como sejam a autonomia, o trabalho em equipa, o pensamento crítico, a comunicação, entre outros.

3- Planos de Negócio em disciplinas de projecto recorrendo progressivamente à interdisciplinaridade como forma de acrescentar valor ao processo de pensar e planear um negócio em vários sectores de actividade.

4- Apoio individual a Ideias de Negócio de alunos, docentes e investigadores no contexto da articulação da Universidade com uma Incubadora de Empresas.

5- Organização mensal de Workshops de Promoção do Empreendedorismo em torno de temáticas relevantes para o lançamento ou desenvolvimento de negócios.

MODELOS DE ESTÍMULO AO EMPREENDEDORISMO

Os vectores de promoção temática do empreendedorismo, articulados com as competências e capacidades da UCP‑Porto, são as seguintes:

• BioSpin: indústrias biotecnológicas

• ArtSpin: indústrias criativas • SocialSpin: economia social • GesSpin: carácter transversal

As principais bases para o estímulo ao empreendedorismo incluem:

1- Infraestruturas e Recursos da UCP.Porto à disposição da promoção do empreendedorismo:

• Incubadora: com serviço de acompanhamento dos projectos (em instalações próprias desde 2009).

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• Centros de Investigação: Biotecnologia – CBQF – LAE; Artes Digitais – CITAR; Economia e Gestão ‑ CEGE; Educação e Desenvolvimento – CEDH; entre outros. • Secretariado de Missão para a Transferência de Conhecimento e de Tecnologia reportando ao Presidente do Centro Regional do Porto da UCP. 2- Política de Propriedade Intelectual (PI): • PI detida pela UCP, com partilha de benefícios futuros com os inventores • Orientação para uma avaliação externa da tecnologia (envolvimento da COTEC, de Investidores, …) • Política de disponibilidade para o Licenciamento de Tecnologia aos empreendedores, contra royalties 3- Contratos de Investigação com Empresas Incubadas 4- Princípios de funcionamento da incubadora de empresas:

• Condições para Pré ‑Incubação (em open-space) • Condições para Incubação (duração limitada) • Acesso a Laboratórios por Contratualização • Modelo de Apoio Personalizado

5- O estímulo ao empreendedorismo pretende--se que seja articulado com Iniciativas Nacionais e Regionais como sejam o Cluster das Indústrias Criativas, o Cluster dos Vinhos do Douro, o Pólo Agro-alimentar: Portugal Foods, o Projecto Porto Social/Porto Cidade Solidária, as Redes de Inovação transversais ou sectoriais (Real, Inovar, …), …

APOIO EM I&DT E GESTÃO A INICIATIVAS DE EMPREENDEDORISMO

Os vectores orientadores da abordagem de apoio a projectos de empreendedorismo compreendem:

• Personalização: as novas empresas partem das Pessoas

• Conhecimento: são potenciadas pelos Saberes • Colaboração: desenvolvem ‑se Colaborativamente

• Interdisciplinaridade: exigem múltiplas Competências

O apoio inclui coaching complementado por Mentores em áreas específicas e procura ‑se promover Equipas Empreendedoras Multidisciplinares. A incubadora mantém uma oferta anual de Estágios nas Empresas Incubadas. Procura ‑se uma articulação com Entidades Externas para Avaliação e Valorização de Tecnologias e Projectos: COTEC, UTEN Portugal, Business Angels, entre outros.

MAXIMIzAR RESULTADOS

A experiência tem permitido identificar desafios e oportunidades que poderão oferecer condições para se maximizar resultados em termos do Empreendedo‑rismo com base na Universidade, como sejam:

• Articulação Interna

• Articulação com Iniciativas Nacionais e Regionais

• Cooperação para a Avaliação e Valorização de Tecnologias e Projectos

• Cooperação com Parques de Ciência e Tecnologia

Eduardo Luís CardosoSec. Missão para a Transferência de Conhecimento e Tecnologia, Universidade Católica Portuguesa ‑ Porto

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ecOssistema Universidade-ecOnOmia

A.2.3

A intervenção centra -se na apresentação do Programa Estratégico “INOVC”, apresentando os principais resultados conseguidos na região na passada década no que respeita ao apoio ao empreendedorismo e inovação e, alicerçada nas boas práticas da Região, a Universidade de Coimbra apresenta um ambicioso plano que visa montar um Ecossistema de Inovação abrangente, inclusivo e envolvente, que visa contribuir de forma decisiva para colocar a Região Centro de Portugal na lista das 100 Regiões mais inovadoras da Europa em 2017.

Após uma análise das oportunidades de melhoria na região na área da inovação e empreendedorismo, bem como das melhores práticas internacionais relacionadas com esta temática, é traçado um ambicioso plano de desenvolvimento plurianual que, de forma resumida, se poderá sintetizar nos seguintes objectivos estratégicos:

• Investir na promoção e estímulo nas fases iniciais do pipeline da inovação, procurando retirar o maior bene‑fício em termos de valorização do potencial inerente aos resultados da investigação realizada nos exce‑lentes centros e unidades de IDT da região, enquanto base de alimentação dos caudais de inovação;

• Aumentar a capacidade de criação de empresas, de apoio ao seu crescimento e da sua afirmação no mercado global, através do estabelecimento de um contexto que possibilite o crescimento das empresas geradas na fase pós ‑incubação; • Criar melhores condições para a internacionalização e a captação e fixação de investimento nacional e Investimento Directo Estrangeiro estruturantes; • Criar um modelo de tripla hélice a operar em rede, assente numa efectiva articulação com os sistemas de inovação regional, nacional e internacional, estimulando e criando as condições para o reforço de dinâmicas colaborativas de acordo com a abordagem open innovation;

• Assumir uma gestão profissional da rede de inovação, orientada para resultados, envolvente, com monitorização periódica de Indicadores Chave de Desempenho (KPI’s) face a objectivos definidos; • Reforçar o modo sistémico e a natureza integradora de gestão de todo o ecossistema de inovação que a presente programa visa estabelecer.

De acordo com a experiência vivida na última década pelos parceiros do Programa Estratégico INOVC, bem como da análise das boas práticas nacionais e internacionais existentes neste domínio, o conceito subjacente a este Programa Estratégico, atendendo aos correspondentes objectivos centrais, alicerça ‑se assim na afirmação de um verdadeiro ecossistema de inovação, que conjuga e gere diferentes agentes, valências e actividades, integrando os Estabelecimentos de Ensino Superior da Região, Incubadoras de Empresas de Base Tecnológica e Parques de Ciência e Tecnologia, visando reforçar o posicionamento da Região Centro de Portugal em matéria de inovação no contexto nacional e europeu.

Para consubstanciar os objectivos acima referidos, o Programa Estratégico aposta na consolidação de um ecossistema que tem como espinha dorsal o eixo Coimbra‑Leiria e se estende às estruturas e equipamentos situados num raio de 30 minutos de distância face a estas cidades, mas que depois se projecta para a região, o país e o mundo. Incidirá em quatro áreas temáticas preferenciais para os projectos materiais do programa: as Ciências da Vida (Saúde

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e Biotecnologia); a Energia (enquanto domínio emergente a nível de transferência de tecnologia, associado a novas realidades); as TICE – Tecnologias de Informação e Comunicação e Electrónica; e as Indústrias Criativas, apostando numa estratégia de desenvolvimento multipolar, consolidando as dinâmicas de sucesso de estruturas já existentes no terreno.

O investimento a realizar de 49,5 Milhões de Euros, correspondente a um volume de financiamento FEDER de 23,5 M€ e a uma taxa de comparticipação de 47,42%, correspondendo na sua grande maioria à construção de 7 projectos infra ‑estruturais, essenciais à prossecução do bom desempenho que a região tem protagonizado, complementado por um conjunto de 3 projectos imateriais, indissociáveis da obra física, e que asseguram o coração, coesão, dinâmica e o sistema de alimentação, monitorização e gestão do Programa Estratégico INOVC.

O leque de iniciativas apresentado cobre na totalidade as oportunidades de melhoria identificadas e possibilita a criação de verdadeiras dinâmicas de parceria e funcionamento em rede, ganhando dimensão e tirando partido de competências complementares, alimentadas pelo conjunto integrado de iniciativas imateriais transversais e através de modelo sistémico de gestão do ecossistema de inovação.

O Programa INOVC integra um conjunto de 10 parceiros nucleares, desdobra ‑se e ramifica‑‑se por toda a região centro abraçando um leque de 95 parceiros complementares que contribuem para e beneficiam do sucesso do presente projecto. Através desta estratégia de complementaridade, com benefícios mútuos, envolvendo estruturas locais e regionais de natureza muito diversa (centros e unidades de investigação autónomas, agentes económicos e financeiros, empresas, autarquias, Universidade de Coimbra, Institutos Politécnicos, Associações Comerciais), pretende ‑se maximizar o retorno do investimento que agora é realizado e, simultaneamente, assegurar o alinhamento de todas as partes interessadas com a estratégia ora delineada. A dinamização do ecossistema de inovação subjacente, bem como a gestão do próprio projecto, garantem

a articulação e monitorização de todos estes esforços, e interactuará, subsidiariamente e numa terceira linha, entre estes e as iniciativas de índole nacional e internacional relevantes.

Através de um modelo de governação e gestão do projecto profissional e bem definido, prevê ‑se que o Programa Estratégico INOVC venha a criar um retorno de médio‑longo prazo que possibilitará à região posicionar ‑se como uma das mais dinâmicas a nível nacional e uma referência internacional ao nível da inovação, como se poderá constatar a partir da evolução previsional do quadro de indicadores seguidamente apresentado.

Os parceiros do Programa INOVC e a equipa de recursos humanos que os integram deram já mostras de elevado profissionalismo e competência na implementação e gestão de projectos desta natureza. A título exemplificativo, é público o sucesso do recente investimento na duplicação da capacidade instalada para instalação e arranque de empresas que foi efectuada na incubadora do Instituto Pedro Nunes que, aquando da sua inauguração, tinha já cerca de 80% do espaço disponível ocupado por empresas de base tecnológica. Sucesso idêntico teve a inauguração da Incubadora D. Dinis que, 8 meses após o início das suas actividades, registava já 50% da ocupação do espaço destinado a empresas. A total ocupação do espaço para empresas na área de biotecnologia criado nas instalações do Biocant, num espaço de 3 anos após a sua construção, é outro dos exemplos de boa performance a salientar.

A Região Centro conta já com inúmeros projectos de referência nacional e internacional de sucesso, que têm resultado numa mais valia inestimável, contribuindo de forma clara para posicionar a Região Centro como a segunda mais inovadora de Portugal. Tem agora à sua frente uma nova oportunidade de dar continuidade a esta mudança, com um salto qualitativo significativo e marcante. Este é o sentimento dos protagonistas dessa mudança, e que por via dela ambicionam agora contribuir para posicionar a Região Centro no “Top 100” da União Europeia no contexto da inovação.

Fernando Seabra SantosReitor, Universidade de Coimbra

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IGNIÇÃO

Nº de Invention Disclosures

NA

* TABELA 1Indicadores e objectivos do Ecossistema de Inovação do Programa Estratégico “INOV•UC”

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prOgrama de apOiO à criaçãO de Spin-offS da Universidade dO minhO

A.2.4

No âmbito da sua política de valorização do conhecimento, a Universidade do Minho incentiva o lançamento de projectos empresariais (i.e. “spin-offs”) que tenham por objec-tivo a valorização do conhecimento resultante das suas actividades de Investigação & Desenvolvimento. Para este efeito, a Universidade do Minho lançou em 2005 o “Programa de Apoio à Criação de Spin-offs”, no âmbito do qual dezenas de empresas inovadoras têm sido criadas nas áreas da Engenharia, Ciências Naturais, Ciências da Saúde, Ciências Económicas e Ciências Sociais e Humanas.

O estatuto spin-off é concedido pela Reitoria da Universidade do Minho a projectos que visem criar empresas aptas a valorizar resultados de investigação gerados no decurso de actividades científicas conduzidas por docentes, investigadores, alunos ou ex ‑alunos da Universidade.

Os projectos admitidos ao Programa podem usar a marca “Spin-off da Universidade do Minho”:

Esta marca representa a transferência de saberes gerados no seio da Universidade do Minho através do exercício de uma actividade económica com elevado potencial de crescimento. Espera ‑se que o uso da marca confira às empresas prestígio e reputação de empresa inovadora. Os spin-offs devem observar um código de conduta relativo ao uso da marca.

Os critérios para atribuição do estatuto spin-off são os seguintes:

• demonstração de que o projecto empresarial utiliza co‑nhecimento inovador produzido na Universidade do Minho;

• evidência do carácter inovador da futura empresa em termos científicos e de mercado;

• demonstração de que o perfil dos promotores se adequa aos objectivos da empresa; • estabelecimento de um contrato de licença de utilização de know-know com a Universidade do Minho.

Para além do acesso a equipamentos, laboratórios e outros espaços da Universidade, os promotores dos spin-offs podem contar com um alargado conjunto de apoios que inclui acesso a mentorização científica,

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apoio à ideação, desenvolvimento do plano de negócios, aconselhamento em Propriedade Intelectual, formação em gestão empresarial e networking com potenciais investidores (públicos e privados).

A criação e desenvolvimento dos spin-offs passa por três fases distintas:

• Campus Company (fase de pré ‑incubação): visa a validação da tecnologia e do modelo de negócio. Nesta fase, o spin-off mantém ainda o seu estatuto de projecto.

• Spin-Out (fase de incubação): pressupõe a constituição jurídica da empresa pelos promotores do spin-off. Esta fase tem por actividade principal o desenvolvimento e industrialização da tecnologia (produto ou serviço). • Start-Up: nesta fase o spin-off terá de desenvolver o seu negócio para responder às necessidades do mercado em termos de produção, vendas, marketing e gestão. Terá que possuir meios e recursos para a sua auto‑suficiência, podendo continuar a usufruir de relações privilegiadas com a Universidade do Minho.

Vários actores regionais têm sido envolvidos no Programa com o objectivo de permitir aos empreendedores a obtenção de diversos serviços necessários ao estabelecimento e desenvolvimento dos seus projectos (ex. informação, aconselhamento, formação, incubação, consultoria, financiamento, etc.). Essas organizações incluem incubadoras de empresas, associações empresariais, empresas de capital de risco, clubes de business angels, bancos e agências estatais.

Paralelamente ao Programa, e através da acção do seu interface TecMinho, várias actividades têm sido implementadas para promover uma cultura empreendedora na academia e apoiar de forma personalizada o lançamento de projectos empresariais de base tecnológica e conhecimento intensivo. Entre essas actividades incluem ‑se o Gabinete de Apoio ao Empreendedorismo (Start); o Laboratório de Ideias de Negócio (IdeaLab); cursos de formação em empreendedorismo; concursos de ideias de negócio; e aulas abertas, conferências, seminários e feiras de empreendedorismo.

O programa de criação de spin-offs da Universidade do Minho tem contribuído para gerar um impacto positivo na cultura e na mentalidade da Universidade e da Região, ao estimular o espírito empreendedor junto da população qualificada, ao consolidar projectos empresariais capazes de absorver as inovações geradas pelo sistema científico e tecnológico, ao ajudar a criar negócios de elevado valor acrescentado e ao fixar mão‑de‑obra altamente qualificada.

José MendesVice‑Reitor, Universidade do Minho

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empreendedOrismO na nOva

A.2.5

A Nova pretende, através da actuação conjunta do Gabinete de Empreendedorismo e das Unidades Orgânicas, a criação e desenvolvimento de um Ecossistema Empreendedor dentro da Universidade, através do envolvimento das seguintes entidades:

O Conselho de Empreendedorismo e o Pro-Reitor para o Empreendedorismo garantem o envolvimento das Unidades Orgânicas e o elo de ligação à Equipa Reitoral, reforçando a aposta da Nova nesta área.

A actuação do Gabinete de Empreendedorismo assenta nas seguintes áreas: • Formação em Empreendedorismo

• Promoção da Cultura de Empreendedorismo

FORMAçãO EM EMPREENDEDORISMO

Seleccionámos como representativa nesta área de actividade a Cadeira de Mestrado “Creating and Managing Entrepreneurial Ventures”, cuja primeira edição decorreu no ano lectivo 2009/2010 e foi oferecida a todos os alunos da Nova: • Cadeira dirigida a alunos de Mestrado de 2º ciclo de todas as unidades orgânicas da Nova

• Dedicada à temática do Empreendedorismo:

• Foram leccionadas 39 horas em 13 sessões • Estiveram envolvidos 8 docentes de 4 Unidades

Orgânicas

• Alunos provenientes de 4 Unidades Orgânicas

ECOSSISTEMAEMPREENDEDOR

ANTIGOS ALUNOS

DOCENTES & INVESTIGADORES

ALUNOS

ASSOCIAÇÕES NACIONAIS &

INTERNACIONAIS

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Tendo por base um conjunto de alunos com perfis muito distintos, esta Cadeira proporciona aos participantes uma experiência multi cultural e promove a partilha de várias áreas de conhecimento, visto que os alunos têm obrigatoriamente de trabalhar em equipas multidisciplinares.

A primeira edição desta Cadeira teve resultados francamente positivos, que se reflectiram em muito boas avaliações por parte dos alunos, que destacaram: • A importância do trabalho em equipa multidisciplinar • A importância de ter docentes de unidades orgânicas diferentes • A relevância da temática abordada • A oportunidade de conhecer outros campus da Nova

PROMOÇÃO CULTURA EMPREENDEDORISMO

Nesta área a Nova destaca o NOVA IDEA COMPETITION - uma iniciativa anual do Gabinete de Empreendedorismo da Reitoria da Nova que pretende proporcionar aos alunos uma experiência de aprendizagem integrada:

Esta iniciativa decorre ao longo de todo o ano lectivo e terminou no dia 21 de Maio a segunda edição do concurso, que engloba as seguintes etapas:

A primeira edição do concurso (2009/2010) contou com a participação de 80 alunos de 5 Unidades Orgânicas. Na edição de 2010/2011 participaram 65 alunos de 7 Unidades Orgânicas.

O Júri do Concurso conta com a participação de profissionais com experiência relevante nesta área:

• Dr. João Bourbon – Administrador da ASK Capital

• Prof. João Gonçalves – Docente FCSH e Administrador da SDO Consultores

• Eng. Jorge Portugal da Rocha – Consultor da Área da Inovação

• Prof. Manuel Carrondo – Docente ITQB e CSO GenIBET Biopharmaceuticals

• Prof. Paulo Soares de Pinho – Pro Reitor UNL e Administrador Sonae Capital

• Dr. Paulo Vila Luz – Director Marketing Particulares Banco BPI

• Dr. Pedro Guerreiro – Director Jornal de Negócios

• Prof. Virgílio da Cruz Machado – Docente da FCT

Manuel CarrondoDocente, Universidade Nova de Lisboa; Promotor

As equipas concorrentes apresentam um sumário executivo com breve descrição da sua ideia de negócio

Todos os participantes na iniciativa têm oportunidade de participar em Seminários sobre temas relevantes na área do Empreendimento

Os Sumários Executivos Alargados entregues pelas equipas permitem ao Júri a selecção das 10 Equipas Semi‑Finalistas

As 10 Equipas Semi‑Finalistas submetem os seus Planos de Negócio e o Júri selecciona as 5 Equipas Finalistas.

As 5 Equipas Finalistas apresentam o seu Elevator Pitch e o Júri escolhe os vencedores

CANDIDATURAS

DESENVOLVIMENTO DAS EQUIPAS

SUMÁRIOS EXECUTIVOS ALARGADOS

PLANOS DE NEGÓCIO

ELEVATOR PITCH

ESTIMULAR A CULTURA EMPREENDEDORA ENTRE OS ALUNOS DA NOVA

PROMOVER A MULTIDISCIPLINARIDADE E O CRUZAMENTO DE CULTURAS

REFORÇAR A FORMAÇÃO DE EMPREENDEDORISMO NA NOVA

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estímUlO e apOiOs na incUbaçãO: Uptec – parqUe de ciência e tecnOlOgia da Universidade dO pOrtO

A.2.6

A valorização social e económica do conhecimento apresenta -se como uma das linhas de acção a que a Universidade do Porto vem concedendo maior atenção.

inovadoras em fases precoces do seu desenvolvimento, determinou uma muito rápida expansão do Parque, que presentemente compreende: • As instalações, consideradas provisórias, em 5 pavilhões pré ‑fabricados, na Rua do Actor Ferreira da Silva n.º 100 (a nascente da Faculdade de Economia, junto da auto ‑estrada A3), com uma área total de construção de 1987 m2; • O Centro de Incubação, recentemente concluído, com uma área construída total aproximada de 5600 m2, localizado no ‘Campus’ da Asprela, a norte da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto e a nascente da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica; • Uma área de 840 m2 na Rua do Campo Alegre, no edifício em que está instalado o Departamento de Ciência de Computadores da Faculdade de Ciências; • O Pólo das Indústrias Criativas (P.Inc), na Praça do Coronel Pacheco, vizinho das instalações em que presen‑temente funcionam a Faculdade de Direito e a área de Jornalismo e Ciências da Comunicação da Universidade, com cerca de 2000 m2, disponibilizados pela reabilitação do edifício que alojou o Departamento de Minas da Facul‑dade de Engenharia e de um edifício anexo;

Inserem ‑se nesse âmbito iniciativas como:

• O aprofundamento e consolidação da formação em empreendedorismo e inovação;

• A possibilidade de instalação num ambiente de vizinhança das faculdades, centros e institutos de investigação e desenvolvimento da Universidade de empresas emergentes de base tecnológica e o apoio ao seu desenvolvimento; • A criação e instalação, no mesmo ambiente, de centros de inovação com a participação de empresas, a instalação de departamentos de inovação das próprias empresas, e ainda a instalação de empresas inovadoras.

A formalização do Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto (UPTEC), em Setembro de 2006, antecipada da aquisição, em Junho do mesmo ano, de um conjunto de pavilhões pré ‑fabricados que haviam alojado o estaleiro da construção da 1.ª fase do Metro do Porto, permitiu que, em Fevereiro do ano seguinte, se tivesse iniciado a instalação de projectos empresariais no ‘Campus’ da Asprela (Pólo 2 da Universidade do Porto).

A sempre crescente procura de espaços disponibilizados pelo UPTEC e do apoio que presta, como estrutura facilitadora da criação, consolidação e internacionalização de empresas e outras iniciativas

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• O Pólo do Mar, junto do Molhe Norte do Porto de Leixões, presentemente ocupando um pequeno edifício com 350 m2, aproximadamente.

Em Junho de 2010, o Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto não dispõe praticamente de instalações que permitam ampliar a sua oferta, numa altura em que tem contratos e contratos promessa de alojamento de mais de seis dezenas de empresas e iniciativas inovadoras, e faculta, por intermédio dos seus utentes, a concretização de cerca de 588 postos de trabalho directos (ver documento anexo com caracterização das empresas em 2009).

Ao actual Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) foram candidatados e aprovados três projectos de financiamento de infra estruturas, os quais permitirão, a curto – médio prazo, um aumento significativo da área infra estrutural essencial para a perpetuação de crescimento sustentado do projecto.

São eles:

• No Pólo da Asprela, a construção do Edifício Central com cerca de 11600 m2 destinados à instalação de empresas e outras iniciativas na área do empreendedorismo e 6700 m2 de estacionamento e do Centro de Inovação com 1830 m2 de área de construção, destinadas, como a própria denominação indica, a iniciativas na área da inovação com a participação de empresas este último com a totalidade dos respectivos espaços já comprometida; • No Pólo do Mar, a construção de uma Incubadora, mediante a reabilitação do antigo “Edifício da Sanidade” do Porto de Leixões, a que corresponde uma intervenção com uma área de construção de 1962 m2; • No Pólo das Indústrias Criativas, a recuperação dos edifícios atrás referidos que já se encontra concluída.

Emídio GomesPró‑Reitor, Universidade do Porto

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a Universidade e as empresas: algUmas nOtas sObre estágiOs e empreendedOrismO

A.2.7

O mundo globalizou -se nas últimas quatro décadas, sendo evidente um deslocamento do centro económico para países do Oriente, com perda de poder relativo da Europa no conjunto das regiões e das nações. A concorrência é agora global e nessa “luta” emergem novos países como a China, a Índia ou o Brasil, os quais ganham quotas de mercado a nível mundial e conseguem fazer chegar a toda a parte os seus produtos e serviços a preços muito mais baixos.

A economia portuguesa está cada vez mais sujeita a níveis de concorrência que implicam o desenvolvimento permanente de novas capacidades de afirmação das suas empresas.

O acréscimo da qualificação média e dos níveis de motivação e empenhamento dos recursos humanos torna ‑se também um elemento extremamente relevante quer para o aumento da produtividade quer para a qualidade, e o valor acrescentado das produções das empresas. A concepção de estratégias, o planeamento e a liderança são também factores que permitem a afirmação dos valores diferenciadores e das capacidades que distinguirão as empresas nos respectivos mercados onde actuam.

Há assim, por conseguinte, um conjunto variado e complexo de instrumentos e factores que nos tempos modernos são indispensáveis para que as empresas possam obter bons resultados e criarem valor nos meandros da competição global.

As Universidades na Europa e nos Estados Unidos são os centros principais de criação, transmissão e disseminação do conhecimento científico. Têm no seu seio capacidades incomparáveis de investigação, muitas delas concentradas em centros de excelência internacional, que são ou podem vir a ser usados

pelas empresas como meios de concepção, produção ou comercialização de novos produtos e serviços tecnologicamente evoluídos e inovadores.

Por isso mesmo, as relações permanentes e estreitas entre as Universidades e as empresas nacionais podem ser um incomparável meio de fazer avançar a qualidade, a inovação e a valia das produções das empresas.

A proximidade e a intimidade entre as organizações empresariais e as Universidades deve merecer das entidades públicas um conjunto de incentivos e políticas direccionadas para favorecer o aparecimento permanente de novos laços institucionais, vincadamente flexíveis e que permitam retirar o máximo partido do trabalho conjunto entre os recursos humanos qualificados de que esses dois tipos de instituições dispõem.

As Universidades podem utilizar os estágios curriculares e profissionais nos seus cursos de formação graduada para darem aos estudantes a possibilidade de se familiarizarem com os ambientes empresariais, ao mesmo tempo que lhes dispensem o conveniente apoio de retaguarda ou tutorial que possibilite a esses alunos o melhor desempenho no conjunto de tarefas e desafios com que são

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confrontados naqueles espaços de formação‑acção. Estes estágios devem também obedecer a planos bem definidos que comportem compromissos mútuos sobre um conjunto de objectivos a concretizar pelos estudantes, baseados nos meios que as empresas facultem e nos apoios de tutoria/aconselhamento que docentes seleccionados da Universidade possam em permanência disponibilizar àqueles formandos.

Por outro lado, deve ficar claro desde o início qual a área de trabalho e o conjunto de tarefas em que cada estagiário vai ser inserido no seio da respectiva empresa, para que a partir desse enquadramento possam ser projectados de forma devida e mutuamente reconhecida os objectivos que cada estagiário deve alcançar. Só desta forma se pode esperar que do estágio de cada estudante universitário resultem benefícios óbvios para a sua formação, capacidade de realização, e para a empresa o valor acrescentado resultante dos novos conhecimentos, capacidade de iniciativa ou mesmo inovação/criatividade que os estudantes estagiários possam trazer para as actividades das empresas.

Uma das lacunas tradicionais da nossa sociedade e em particular nas nossas Universidades tem sido o fraco incentivo que é dado aos estudantes universitários para encararem com naturalidade e empenho a possibilidade de se tornarem empresários. O empreendedorismo universitário tem infelizmente ainda uma reduzida expressão entre nós. Razão que é mais do que suficiente para que seja feito um grande e concertado esforço de motivação do espírito empreendedor no seio das comunidades universitárias.

Pode, por isso, justificar ‑se que as Universidades imponham a obrigatoriedade de frequência de disciplinas de empreendedorismo a muitos dos seus estudantes, tendo em conta o tipo de curso frequentado. Ou que, também, sejam criados “Centros de Empreendedorismo” que tenham como atribuições actividades de promoção do espírito empreendedor no seio de toda a comunidade universitária, nesta incluindo naturalmente também os professores.

As Universidades podem assim desenvolver novas acções e iniciativas, muitas delas pouco dispendiosas, que permitam aumentar significativamente a sua insubstituível contribuição para tornar as empresas nacionais mais qualificadas, dinâmicas, e com os

conhecimentos assimilados internamente que as tornem mais competitivas e inovadoras.

Há, assim, no momento presente que é marcado por uma crise económica e social, uma oportunidade para aprofundar as relações entre as Universidades e as empresas: usar os estágios curriculares e profissionais para melhorar o nível e a intimidade das relações entre as instituições universitárias e as empresas, e fazer a devida e necessária disseminação do empreendedorismo no seio das respectivas comunidades universitárias.

Tudo isto resultará numa mudança das relações tradicionais das Universidades com as empresas em Portugal e terá inúmeras vantagens e significativo valor económico para o país, traduzível em novos produtos e serviços, novos projectos empresariais e novas ligações institucionais mais eficazes entre aqueles dois tipos de instituições.

Vítor GonçalvesVice‑Reitor, Universidade Técnica de Lisboa

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reflexões para O empreendedOrismO tecnOlógicO

A.3.1

Considero que o Empreendedorismo Tecnológico deveria ser encarado como uma Missão de Emergência Nacional para que, no espaço de 10‑20 anos, se possam resolver com sucesso alguns dos problemas mais estruturantes com que o país se vê hoje confrontado, nomeadamente: 1- requalificação, modernização e globalização do tecido económico nacional; 2- reequilíbrio da balança comercial nacional alicerçada na produção de bens e serviços transaccionáveis para mercados globais; 3- realinhamento da produção de conhecimento científico e tecnológico, e empregabilidade de jovens detentores desse conhecimento, e o tecido empresarial nacional; 4- atractividade de investimento directo estrangeiro sobre capital humano altamente qualificado e posicionado em segmentos de alto valor acrescentado em cadeias de valor de mercados globais.

A ser aceite a necessidade imperiosa de dar corpo a essa Missão de Emergência Nacional, deveria ser (1) pensado, (2) definido, (3) objectivado, (4) quantificado e (5) activado um Plano Nacional de Empreendedorismo e Incubação Tecnológica que coordenasse esforços, recursos financeiros e humanos, agentes, agências e infraestruturas, todos orientados para servir o interesse nacional.

Deixo aqui o registo de alguns comentários, questões e ideias do que julgo deverem ser objectivos de interesse nacional na promoção do empreendedorismo tecnológico em Portugal.

qUE MODELO DE EMPREENDEDORISMO?

1- Modelo Centrífugo e Generalista?...

a. Que pode conduzir à modernização local, regional ou mesmo nacional de processos, serviços e até equipamentos; b. Em que os objectivos podem ser de incremento de eficiência, melhoria da qualidade e práticas profissionais, racionalização de recursos; c. Que normalmente se baseia em capacidades de operação, manutenção e gestão;

d. Que mantem fortes dependências tecnológicas do exterior. 2- … ou Modelo Centrípeto e Especializado? a. Que promove desenvolvimento económico global, diversifica o tecido económico nacional e o faz alinhar por indústrias e mercados globais e aproveita janelas de oportunidade no Mundo; b. Em que as prioridades assentam em capital humano e talentos reconhecidos internacionalmente, se baseia em conhecimento transaccionável no Mundo e em que a ideia de “Designed By” é mais importante do que “Made In”; c. Em que a Inovação e o Empreendedorismo Tecnológico devem ser as forças locomotoras para a globalização e competitividade;

d. Que pode/deve ser fonte de atracção de investimento directo estrangeiro.

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qUE FONTES DE EMPREENDEDORISMO?

1- Jovens Licenciados? Apenas como possível excepção, nunca como regra, uma vez que não detêm o nível de conhecimento especializado e/ou avançado em que se deve basear o modelo de empreendedorismo centrípeto e especializado. 2- Profissionais da Indústria? É a fonte de empreendedorismo mais comum onde o empreendedorismo tecnológico é comum. Aliado a um conhecimento tecnológico relevante, tem a grande vantagem do conhecimento de indústrias, mercados e cadeias de valor mundiais. O problema em Portugal, hélas, é que não existe a indústria, nem a “global awareness”, de onde podem sair esses empreendedores. As grandes empresas nacionais de bens e serviços não transaccionáveis podiam fazê ‑lo, mas não creio que o façam… Uma notável excepção é o Grupo Sonae…

3- Sistema Científico e Tecnológico nacional? É o maior repositório de conhecimento tecnologicamente evoluído de que o país dispõe, e aquele que deveria assumir a Missão Nacional, mas falta ‑lhe (1) a cultura/vontade/motivação para o empreendedorismo e (2) a capacidade/sensibilidade/interesse para alinhar o conhecimento científico com as oportunidades de desenvolvimento empresarial mundial. Deixemos viver as excepções e criemos condições para que mais apareçam, mas o problema continua a ser o de criar a massa crítica que produza a regra e não a excepção.

qUE OBjECTIVOS?

Pensado no prazo de 10‑20 anos, é imperioso definir e quantificar objectivos que sirvam o inte‑resse nacional. Número de empregos qualificados criados? Facturação per capita? Contribuição para a balança comercial?

Os objectivos poderão ser definidos por aquilo que o país terá capacidade de fazer, ou por aquilo que o país necessita que seja feito. É minha convicção que apenas o segundo caso poderá servir verdadeiramente objectivos nacionais e, para isso, ter ‑se ‑ão que identificar (1) necessidades e (2) acções urgentes que eliminem as insuficiências.

Como mero exercício de quantificação de objectivos‑resultados‑necessidades, deixo o seguinte registo de algo que uma política nacional de fomento do empreendedorismo tecnológico deveria poder conseguir no prazo de 10 anos:

1- 100 empresas de base tecnológica, a actuar interna‑cionalmente em mercados globais (seria fundamental definir domínios, sobretudo tendo em conta possíveis “factores competitivos” e “interesses estratégicos” nacio‑nais, mas não me atrevo a exercitar sobre isto); 2- 100 quadros qualificados, em média, por empresa; necessidade de 10.000 quadros altamente qualificados em 10 anos; se o país demora 5‑10 anos a produzi ‑los, onde ir buscá ‑los e que política actuante e efectiva para o conseguir? Importar? Criar “hubs” nacionais em geografias estratégicas?

3- 10 milhões de euros, em média, de facturação por empresa; contribuição de 1.000 milhões de euros para a exportação; é muito? é pouco? Sobretudo, é preciso saber o que o país precisa e a que velocidade precisa de o conseguir. 4- financiamento por capital de risco de 10 milhões de euros, em média, por empresa; necessidade de 1.000 milhões de euros de capital de risco em 10 anos; só nacional? e se não chegar, como é que se atrai o internacional? 5- “screening” de 400 projectos empresariais, com uma taxa de sucesso de 25%; mobilização de 2.000 empreendedores em fase de arranque; “seed financing” de 100.000 euros, em média, por projecto; necessidade de “seed financing” de 40 milhões de euros.

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CONHECER O MUNDO

De entre todos os aspectos que são normalmente considerados na “seed phase” dos projectos de empreendedorismo tecnológico (protótipos, patentes, etc.), há um que é frequentemente ignorado e que considero absolutamente essencial – conhecer o mundo. Na Universidade, pode ‑se conhecer o mundo científico, mas não se conhece o mundo empresarial e, sem esse, dificilmente haverá empreendedorismo tecnológico global…

Durante 1‑2 anos, os promotores de um projecto deveriam viajar pelo mundo (eventos, feiras, contactos pessoais, etc.) para identificar (1) potenciais clientes, (2) potenciais parceiros, (3) potenciais fornecedores, (4) conhecer o que o mercado quer ou pode vir a querer e perceber o que eles podem ou poderão vir a oferecer. O que se pretende é identificar as portas de entrada no mundo e nos seus mercados e reacções do tipo “you have an interest knowledge that we could use”, “you have an interesting product idea… if you build it, I would consider buying it from you”, etc. são essenciais para credibilizar o projecto e dar confiança aos seus promotores. Quanto custa? Com 20.000 euros por ano, durante 1 ou 2 anos, garante ‑se a campanha mundial necessária para dar asas aos projectos… Outros fazem ‑no e com sucesso…

ENSINO OU CULTURA?

A realidade do ensino em Portugal, sobretudo do Ensino Superior, não é exactamente o paradigma de uma cultura de fomento do empreendedorismo… Não acredito, por isso, que “ensinar empreendedorismo” venha a fomentar a cultura empreendedora…

A criação de Clubes de Empreendedorismo universitários poderá ser uma solução se, para tal, se juntarem vários ingredientes fundamentais, dos quais salientaria os seguintes: 1- mais eficiência na gestão do tempo académico, para libertar mais espaço e tempo para uma activida‑de paralela, mas absolutamente fundamental para a formação de uma cultura de empreendedorismo;

2- formação de uma comunidade nacional de empreendedores (rede e tecnologias de suporte à rede, eventos, etc.); 3- “infiltração” do espaço universitário (não académico) por empreendedores nacionais e sobretudo internacionais;

4- participação de conhecedores de indústrias e mercados mundiais, capazes de promover alinhamento do conhecimento às necessidades e oportunidades de mercados, de promover parcerias, de identificar cadeias de valor e como nelas se posicionar, etc..

REPENSAR O CONCEITO DE INCUBAÇÃO

O conceito de incubação que existe é generalista e fornece apoio e serviços generalistas. O apoio à incubação carece também de (1) infraestuturas tecnológicas especializadas e (2) funções especializadas de negócio, sobretudo ao nível de “strategic networking”, “strategic marketing” e “product marketing”. A especialização destes apoios só poderá ser abordada a nível nacional e através da criação de “espaços e redes de incubação” especializadas. Para indústrias novas que serão criadas, o acesso a know--how internacional é absolutamente essencial.

José Epifânio da FrancaDocente Universitário; Fundador, CEO e Chairman da Chipidea

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O empreendedOrismO tecnOlógicO e a internaciOnalizaçãO

A.3.2

• Há uma grande evolução neste tema (Empreendedorismo na Universidade). Há alguns anos atrás não se discutia empreendedorismo na Universidade, e hoje em dia vêem ‑se várias iniciativas ligadas ao assunto, o que é de louvar. • Estamos a discutir bastante “o como” fazer, mas, como referido no painel da manhã pelo Professor Epifânio da Franca, falta ‑nos definir “o quê”. Qual a nossa aspiração? Onde pretendemos chegar? Que objectivos temos? Parece ‑me haver oportunidade de algum trabalho na definição de objectivos. A definição de objectivos é muito importante pois influência comportamentos e decisões, e consequentemente resultados. • Foram referidas várias áreas em que as universidades estão a aportar valor neste assunto. Falou ‑se de instalações, mentoring científico, investigação conjunta entre académicos e pessoas do meio empresarial, etc.. Considerando que o tema internacionalização é um tema absolutamente crítico na agenda do empreendedorismo, identifico uma oportunidade de contributo das universidades no tema empreendedorismo relacionada com o tópico “networking internacional”. Gostaria de ver as universidades capitalizarem mais as relações que certamente têm com outras universidades noutros países para facilitarem o processo de internacionalização de empresas. Os empreendedores lucrarão bastante se lhe forem facilitados contactos relevantes noutros países para a sua agenda de internalização.

• Na linha do ponto anterior, uma agenda de internacionalização muitas vezes requer sócios estrangeiros. A abertura para se considerarem sócios estrangeiros na agenda do empreendedor é absolutamente crítica, e os empreendedores devem ter sempre uma atitude de partilha, não só com os sócios e colaboradores em Portugal, mas também no estrangeiro. Devem usar os contactos que consigam atrair para o seu projecto para complementar os “skills” em falta na sua equipa, sejam “skills” de gestão, de gestão de imagem, internacionalização, etc.

O empreendedor deve ter presente que 100% de 10 é menor do que 10% de 1000. Assim, se conseguirmos atrair pessoas para o projecto que contribuam para aumentar o valor do projecto de 10 para 1000, os accionistas não devem ter problemas em diluir a sua participação na empresa e dar espaço a outros que ajudem no crescimento e valorização do projecto. • Neste tema é necessário sincronizar agendas. É normal, num processo de desenvolvimento e crescimento de uma empresa a dada altura levantarem ‑se fundos, muitas vezes usando‑‑se capitais de risco. Em projectos que envolvem universidades, empreendedores e capitais de risco, é fundamental sincronizarem ‑se agendas de forma explícita e sem complexos. Levanto este ponto pois será normal encontrarmos ritmos e agendas diferentes (VC espera saída num espaço temporal de 3 a 5 anos com alto incremento na valorização da empresa, universidade tende a previligiar aspectos de investigação e distinção pela mesma, com menor

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agressividade comercial, e o empreendedor muitas das vezes fica algures no meio entre a capital de risco e universidade. Se as expectativas não estiverem síncronas, será preferível haver menos interlocutores. • Gostei muito de ouvir a Nonius levantar um conjunto de aspectos muito interessantes: • A vontade dos promotores em criar um empresa

• Investiram dinheiro do prémio que receberam na formação dos promotores • A experiência de fazerem o seu plano a 5 anos ‑ 450k€, 8 pessoas, e a experiência de reverem os 450k€ para 700k€ assim que uma capital de risco entrou no projecto. • A necessidade dos promotores investirem do seu próprio capital, e a consciência de que tinham de arriscar numa lógica de ganhar ou morrer. • A consciência da importância das vendas, o reconhecimento dos promotores de que não sabiam o sufiente de vendas e de assumirem a necessidade de se formarem em vendas, considerando ‑se hoje “licenciados” em vendas. • Por fim, identifico uma questão que já me apareceu pela frente várias vezes: o “gap” entre a aspiração que se define entre plano de negócios a partir de Portugal e e outro a partir dos USA. Em Portugal pensamos crescer para 500k€ 700k€, 1M€, e nos USA pensa ‑se logo à partida em 5M€, 20M€, 50M€... • Este último aspecto leva ‑nos novamente ao ponto da definição de objectivos e aspiração, a partir dos quais nos permitirmos avaliar se os esforços a fazer se justificam ou não (se a aspiração for pequena podemos não conseguir impacto nem retornos nas nossas iniciativas).

Jorge BrásManaging Partner e co‑Fundador da Pathena; co ‑Fundador da Enabler

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PROBLEMAS

E ESTRATÉGIAS

DE ESTÍMULO DO

EMPREENDEDORISMO

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INSTRUMENTOScompreende os instrumentos para a prática do empreendedorismo, incluindo as unidades de transferência de tecnologia e de valorização da propriedade intelectual, os veículos para participações directas e indirectas em spin-offs e start-ups, em incubadoras de empresas, as parcerias com entidades externas para realização de programas e eventos de empreendedorismo e os programas sistematizados de estímulo e acompanhamento do empreendedorismo (coaching, geração de ideias, desenvolvimento de propostas de valor/planos de negócio, financiamento, incubação, aceleração…)

RESULTADOScompreende indicadores de eficácia e eficiência

NESTE BLOCO É APRESENTADA UMA ANÁLISE DAS ESTATÍSTICAS DISPONIBILIzADAS NO SEMINÁRIO EMPREENDEDORISMO NA UNIVERSIDADE, TRATADAS SEGUNDO OS qUATRO GRANDES TEMAS

CULTURAcompreende todas as acções e iniciativas que visam criar uma cultura empreendedora na Universidade; inclui iniciativas de formação, integradas nos curricula e autónomas, e iniciativas de sensibilização, incluindo eventos e programas de contacto com a realidade empresarial e empreendedora

MODELOScompreende as conceptualizações do posicionamento da Universidade relativamente às questões do empreendedorismo e da transferência de tecnologia, traduzidas nos regulamentos de contratos de I&DT e licenciamento de tecnologia, regulamentos de propriedade intelectual, regulamentos de spin-off, estatuto do empreendedor e articulação com o estatuto da carreira docente, condições de utilização de equipamento laboratorial, bem como participação em definição de modelos

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cUltUra

B.1.1

EVOLUÇÃO DA PERCEPÇÃO DO EMPREENDEDORISMO

A nível de estratégia na Universidade, o empreendedorismo está associado à inovação e à transferência de conhecimento. Na maior parte dos casos, as questões de empreendedorismo estão confiadas a um Vice‑Reitor ou Pró‑Reitor, ou ainda a uma unidade na dependência directa da Reitoria1.

As questões do empreendedorismo, enquanto disciplina autónoma, são recentes. As primeiras referências a edições de eventos de sensibilização e formação para o empreendedorismo são de 2006. Não é consensual a integração de disciplinas de empreendedorismo de modo sistematizado nos curricula (algumas universidades não referem qualquer exemplo disso). Estamos pois perante um espaço de tempo muito curto e de uma experiência não generalizada para se poder falar numa cultura de empreendedorismo.

Aparentemente, o empreendedorismo foi inicialmente percepcionado como um factor colateral da inovação e da promoção e defesa da propriedade intelectual, enquanto objectivos de política governamental, alinhados com os interesses das instituições. Mais recentemente, em alguns casos parece verificar‑se uma evolução no sentido de o empreendedorismo se tornar um objectivo próprio das instituições, enquanto competência integrante dos planos curriculares, complementar à oferta da formação tradicional que capacita para exercer competências técnicas por conta de outrem.

Do mesmo modo, a propriedade intelectual parece ter sido essencialmente percepcionada como uma oportunidade perdida de receitas. Mais recentemente, algumas práticas apontam para que a inovação seja percepcionada não tanto como um instrumento originador de propriedade intelectual, mas como uma ferramenta curricular que garante competências mais abrangentes para saídas profissionais aos alunos das instituições.

1 As competências a nível de empreendedorismo nas Universidades representadas no Conselho Estratégico estão confiadas, segundo a informação disponibilizada nos portais:U. Aveiro: Vice‑Reitor, cujas competências incluem a inovação e transferência de tecnologiaU. Católica Portuguesa ‑ CRPorto: Secretariado de Missão para Transferência de Conhecimento e de Tecnologia, reportando ao Presidente da UCP – PortoU. Coimbra: Vice‑Reitor, cujas competências incluem actividades de transferência de saberU. Lisboa: UL Inovar ‑ Unidade de Transferência de Conhecimento da Universidade de LisboaU. Minho: Vice‑Reitor, cujas competências incluem InovaçãoU. Nova de Lisboa: Pró‑Reitor para o EmpreendedorismoU. Porto: Vice‑Reitor, cujas competências incluem Investigação, Desenvolvimento e Inovação e Pró‑ReitorU. Técnica de Lisboa: competências detidas a nível das escolas, enquanto unidades autónomas, mas também a nível da Reitoria, concretamente da OTIC

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TRANSMISSÃO DA CULTURA DE EMPREENDEDORISMO

Distinguem‑se diferentes vias de abordagem do fenómeno do empreendedorismo: algumas universidades deixam que todo o contacto dos alunos com as questões de empreendedorismo aconteçam através de iniciativas pontuais e opcionais; outras introduziram disciplinas em todos os ciclos (com especial ênfase nos mais avançados), tornando esse contacto obrigatório.

Todas as Universidades têm acções de formação específicas, opcionais. Merecem destaque acções que acentuam as equipas mistas, com elementos oriundos de faculdades diferentes (diversidade de competências formais) e as que referem explicitamente formação nos soft skills convergentes com o empreendedorismo. A maioria das instituições desenvolveu programas próprios de formação em empreendedorismo de base tecnológica, mas há também opções por recorrer sistematicamente a entidades que oferecem programas especializados.

São diversificados os eventos de sensibilização para o empreendedorismo, nomeadamente concursos de ideias, feiras, dias abertos, conferências. A estes eventos acrescem os prémios nacionais ou regionais promovidos por outras entidades frequentemente com o concurso e divulgação das Universidades.

Numa fase inicial de sensibilização urgente para um fenómeno, até então tratado com pouco relevo, esta profusão de eventos e das ofertas associadas justifica‑se para atingir mais rapidamente um maior número de docentes e discentes: Está‑se ainda numa fase de procura de eficácia, em que importa ensaiar vários modelos em várias ocasiões. Mas, passados 5 anos de introdução da temática, importa passar para uma fase de procura de eficiência, coordenando esforços e focando a atenção e ambição dos potenciais empreendedores nos resultados finais do êxito empresarial e menos nos resultados transitórios da participação em concursos, do prémio alcançado.

COMPATIBILIzAÇÃO DA CULTURA DE EMPREENDEDORISMO

O facto de, em alguns casos, as actividades à volta do empreendedorismo terem sido compatibilizadas com os modelos de carreira académica e até explicitamente valorizadas neles, abre perspectivas novas ao empreendedorismo enquanto cultura universitária.

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INICIATIVAS 2 DE FORMAÇÃO INTEGRADAS NOS CURRICULA

UA • 1º Ciclo - “Empreendedorismo” e “Gestão de Projectos Empreendedores”; • 2º Ciclo - “Bioempreendedorismo” e “Empreendedorismo para ERASMUS”; • 3º Ciclo - “Inovação e Empreendedorismo”.

UCP • Opção Empreendedorismo na Disciplina de Projecto; Projecto interdisciplinar PIC (2006) – portfólio individual de competências (um conjunto de competências é convergente com o empreendedorismo)

UC • Disciplinas facultativas na área de inovação e empreendedo‑rismo em licenciaturas e mestrados. Alguns programas douto‑rais têm, na fase lectiva, sessões sobre esta mesma temática

UL • Inovação e Transferência de Tecnologias (Licenciatura em Física e Mestrado Integrado em Engª Biomédica e Biofísica) desde 2007/08 com um total de 63 alunos inscritos; • Inovação e Transferência de Tecnologias (Mestrado em Química Tecnológica) desde 2007/08 com um total de 22 alunos; • Transferência de Tecnologia e Conhecimento (Mestrado em Microbiologia Aplicada), desde 2008/09 com um total de 95 alunos; • Gestão e Planeamento (Mestrado em Engª Informática e Mestrado em Química), desde 2007/08 com um total de 27 alunos; • “UL Empreender - Interdisciplinary Entrepreneurship Programme for Master’s and PhD Students”, curso equivalente a 3 ECTS, estudantes de mestrado e doutoramento, 24 horas presenciais, incluindo formação personalizada (coaching) e trabalho autónomo.

UM • Aulas Abertas. Realizadas desde 2006, permitem anualmente que mais do que 500 alunos dos 1º, 2º e 3º ciclos estejam em contacto directo com empresários e especialistas em empreendedorismo.

UNL • Creating and Managing Entrepreneurial Ventures • Cadeira dirigida a alunos de Mestrado de 2º ciclo de todas as unidades orgânicas da UNL que aborda a temática do empreendedorismo. Ano Lectivo 2009‑2010: 1ª Edição

UTL • 1º Ciclo - Empreendedorismo, Inovação e Transferência de Tecnologia; Empreendedorismo; Gestão da Inovação • 2º Ciclo - Empreendedorismo de Base Tecnológica; Desen‑volvimento de Produto e Empreendedorismo; Empreendedo‑rismo; Economia da Inovação e do Conhecimento; Gestão da Tecnologia e da Inovação; Aspectos Internacionais da Tecnolo‑gia e da Inovação; Inovação e Empreendedorismo • 3º Ciclo - Empreendedorismo, Inovação e Transferência de Tecnologia; Gestão da Inovação; Globalização Económica e Comércio Internacional

2 A listagem não pretende ser exaustiva nem comparativa, mas apenas salientar diversidade de iniciativas.

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INICIATIVAS 3 DE FORMAÇÃO AUTÓNOMAS (INCL. CONCURSOS COM COACHING)

UA • CEBT - Curso de Empreendedorismo de Base Tecnológica (início 2006, periodicidade anual, 457 participantes, 71 planos negócios, 7 spin-offs) • LabE - Laboratório de Empreendedorismo (início 2009, periodi‑cidade anual, 59 participantes, 15 planos negócios, 1 start-up)

UCP • Percursos de Empreendedorismo: apresentação de percur‑sos de empreendedores em várias áreas de Ensino: trimestral • Workshops mensais de “Promoção do Empreendedorismo”

UC • Curso de Empreendedorismo de Base Tecnológica (2010 - 5 ª edição), (500 alunos; 60 propostas de valor de base tecnológi‑ca que deram origem a várias empresas spin-off e start-up)

UL • Formação e workshops em gestão, empreendedorismo e outros temas, oferecidos às empresas alojadas no ICAT • Programa VPE@UL (Valorização do Potencial Empreendedor da Universidade de Lisboa) financiado pela AdI e pela FLAD com 64 participantes (2006) • Summer School “A walk on the wild side of knowledge transfer 2009” • “Disseminating IP Knowledge in Universities Roving Workshop 2009” (parceria INPI e Instituto Europeu de Patentes)

UM • Curso de Formação em Empreendedorismo Tecnológico que acolhe anualmente 16 formandos e o Curso de Empreendedorismo Feminino que envolve anualmente 15 empreendedoras. • Projecto Integrado de Empreendedorismo e Inovação (PIEI, desde 2007): equipas multidisciplinares de cerca 40 alunos dos Mestrados Integrados em Engenharia Industrial, Engenharia de Polímeros, Engenharia Mecânica e Engenharia Electrónica, tendo em vista a produção de um produto inovador e a análise do seu potencial comercial. • Laboratório de Ideias de Negócio (IdeaLab, desde 2009): apoia o planeamento e a implementação de 30 ideias de negócio inovadoras em cada ano lectivo.

UNL • Techpreneur: Programa de formação intensivo em empreendedorismo, permite desenvolver aptidões na área do empreendedorismo e explorar o potencial de mercado de soluções/produtos inovadores, com um foco em tecno‑‑empreendedorismo e em questões de transferência de tecnologia, desde 2008/9. • Semana Aberta sobre Propriedade Industrial (colaboração com INPI): seminário dedicado à propriedade industrial dedicado a todos os elementos da UNL, desde 2008/9. • E-Day ‑ Dia do Empreendedorismo: dedicado ao tema do Empreendedorismo, envolvendo a comunidade local e os alunos das unidades orgânicas da UNL em actividades relacionadas com o Empreendedorismo.

UP • MIETE - Mestrado em Inovação e Empreendedorismo Tecnológico, promovido pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, Faculdade de Economia da Universidade do Porto e ESAD Escola Superior de Artes e Design de Matosinhos (4ª Edição) • Curso de Empreendedorismo da Universidade do Porto - 5º Edição ‑ Pareceria entre a EGP – UP SGPS e o Gabinete de Transferência de Tecnologia da UPORTO. • Projectos Lidera: projectos multidisciplinares liderados por estudantes, com vista a desenvolverem capacidades de identificação, avaliação e formulação de problemas, após observação e análise crítica da realidade, de comunicação e de trabalho em grupo multidisciplinar, de gestão de recursos humanos, financeiros, naturais e outros, de fazer a aplicação prática

UTL • Workshop Como criar um negócio na Área das Ciências Veterinárias (FMV) • Workshop EDEP – Empreendedorismo, Design e Engenharia de Produtos (IST) • CEBCT - Curso de Empreendedorismo de Base Científica e Tecnológica (Reitoria) • Pós-graduação em Economia e Gestão da Propriedade Industrial (ISEG) • Pós-graduação em Business Entrepreneurship (ISEG) • Mestrado em Economia e Gestão de Ciência, Tecnologia e Inovação (ISEG) • Doutoramento em Mudança Tecnológica e Empreendedorismo (IST) • Doutoramento em Líderes para Indústrias Tecnológicas (IST)

3 A listagem não pretende ser exaustiva nem comparativa, mas apenas salientar diversidade de iniciativas.

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UNL• Nova Idea Competition: Concurso Interno de Planos de Negócio da UNL com equipas compostas por elementos de várias unidades orgânicas (desde 2008/9)• START – Prémio Nacional de Empreendedorismo: co-‑organização com o BPI e a OPTIMUS: concurso em várias fases, desde a entrega de sumários executivos até à apresentação dos melhores projectos numa conferência com empresários e investidores. • MEET MIT: Sessão que promove o encontro informal entre diferentes culturas estudantis dos dois lados do Atlântico.

UP• Concurso de ideias de negócio iUP25k, atribuindo 25 mil euros e 6 meses de incubação na UPTEC aos 3 projectos vencedores. • Concursos, workshops e demonstrações públicas de start--ups e tecnologias como o BEST DaysonTechnology’10 - dot.bestporto.org ‑ e a conferência Talks 2.0: Erros e Sucessos na Criação de Empresas Tecnológicas ‑ www.talk20.com. • Clube de Empreendedorismo da Universidade de Porto: Semana de Promoção da Inovação e do Empreendedorismo da Universidade do Porto ‑ http://www.spie.up.pt/

UTL• Concurso de Ideias – Criatividade Empreendedora (Reitoria); • Vector-e (IST); • Dia Aberto aos Professores e Alunos do Ensino Secundário – “Gestão, Inovação, Empreendedorismo” (ISEG)

INICIATIVAS 4 DE DIVULGAÇÃO E SENSIBILIzAÇÃO PARA O EMPREENDEDORISMO(INCL. CONCURSOS SEM FORMAçãO/COACHING, FEIRAS, DIAS ABERTOS, CONFERêNCIAS)

UA• Dia Aberto do Empreendedorismo (desde 2010, mensal) • Concursos: Incuba-te (desde 2008, anual); Empreende + (desde 2010, anual); I2P (desde 2010, anual); • Feiras Nacionais e Internacionais de Tecnologias (desde 2006, anual); Encontros para a Competitividade (desde 2009, anual); Aveiro ‑ Ecosistema Empreendedor (desde 2010, anual)

UCP• Concurso Empreendedorismo Social UCP.Porto

UC• Concursos: Concurso de ideias de negócio Arrisca Coimbra; co‑organização dos prémios Bluepharma/Universidade de Coimbra, Lena Business e BES Inovação• Sessões de apresentação de tecnologia: co -organização do Ineo-Weekend e pitch sessions no evento Switch, (anual). • Conferências: mais de 20 conferências, workshops e acções de sensibilização anuais relacionadas com Propriedade intelectual, Inovação, transferência de conhecimento e empreendedorismo.

UL• Dias Abertos de Propriedade Industrial, sobre protecção de in‑venções e sua exploração por via empresarial (parceria com INPI) • Sessões com empresas convidadas na Faculdade de Farmácia, IMM, FCUL e outras • Conferência “FIEL2008 - Fórum de Inovação e Empreendedorismo da Universidade de Lisboa”• Integração da 1ª Bolsa Virtual de Emprego e Empreendedorismo 2010

UM• Concurso de Ideias de Negócio SpinUM (desde 2008), premeia anualmente as melhores ideias de negócio geradas na Universidade do Minho. • Empreenda Minho (desde 2007, anual): conferência e feira de empreendedorismo em que participam centenas de participantes.

4 A listagem não pretende ser exaustiva nem comparativa, mas apenas salientar diversidade de iniciativas.

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mOdelOs

PROPRIEDADE INDUSTRIAL

Todas as instituições têm um regulamento de propriedade intelectual (em vigor ou em estudo). Quase todas têm um Gabinete de Apoio à Propriedade Intelectual. Os modelos de propriedade intelectual acentuam o conceito legal da propriedade, tradicionalmente objecto de práticas que tendem a considerar a propriedade como perene e compatível com exaustivos processos de avaliação e afirmação.

Os custos muito significativos da protecção eficaz da propriedade industrial, bem como o ritmo da evolução tecnológica, que em poucos anos torna obsoletas certas inovações, provocam, porém, em termos práticos uma rapidíssima erosão da propriedade industrial. A noção de propriedade industrial não é, pois, exequível sem um modelo associado de valorização dessa propriedade, que deve incluir uma análise especializada da via de valorização e a execução dessa valorização. De um modo geral faltam esses modelos de valorização de propriedade intelectual.

Não foram explicitados modelos de indução do empreendedorismo baseado no estado da arte e não apenas na inovação exclusiva e patenteável. Possivelmente a Universidade pode considerar que não é um stakeholder desse tipo de empreendedorismo, que seria da exclusiva responsabilidade e iniciativa dos promotores, já que a Universidade não tem um interesse directo a defender (como o da propriedade intelectual).

Se, porém, se confirmar a opção pelo empreendedorismo como uma competência elementar dos curricula, é provável que apareçam modelos que procurem valorizar uma ligação umbilical aos empreendedores que procuram aplicar o estado da arte e evoluir a partir dele. Essa ligação terá vantagens óbvias para a Universidade, não apenas nos projectos de I&DT (em que frequentemente já participa com start -ups), mas sobretudo numa ligação de longo prazo a um núcleo de empresas com maior sensibilidade para todas as questões da interface Universidade/Empresa.

Foi conceptualizado pelo menos um programa que procura fomentar o empreendedorismo a partir do conhecimento disponível numa perspectiva menos focada na propriedade e mais no potencial da futura ligação privilegiada a empresas surgidas da universidade.

INCUBADORAS

Quase todas as instituições dispõem de uma ou mais incubadoras, frequentemente em colaboração com outras entidades. Quase todas têm um regulamento de spin -offs (embora a maioria das empresas surgidas nos pareçam de facto start -ups e só raras vezes spin -offs; deve também ser feita distinção entre empresas que prosseguem pela competente via empresarial um fornecimento de serviços/produtos à comunidade (seja ela pública ou privada) iniciado por uma unidade de I&DT, das que prosseguem essencialmente uma via de captação de fundos de I&DT para projectos de desenvolvimento que se dispensam do crivo da utilidade económica.)

Embora algumas instituições refiram que têm falta de espaço de incubação, não é mensurável até que ponto está assegurada uma progressão dos custos desse espaço com a evolução da start -up, aproximando ‑os gradualmente do mercado. Ou seja, é possível que as start -up fiquem mais tempo numa incubadora do que o período que competia à Universidade apoiar o projecto, enquanto entidade facilitadora do empreendedorismo.

B.1.2

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OUTRAS qUESTõES

Foi já referido que, em alguns casos, as actividades à volta do empreendedorismo foram compatibilizadas com os modelos de carreira académica e até neles explicitamente valorizadas.

Note ‑se que o próprio modelo das bolsas de pós ‑doutoramento, indexado à pessoa e actividade do investigador e não à instituição, tende a compatibilizar actividades de I&DT com empreendedorismo, através da orientação dos seus objectivos para os de um projecto de start -up e a transferência dos seus resultados para a mesma. Não foram explicitados modelos de integração dos potenciais fenómenos de migração dos bolseiros post -doc das Universidades para as start -ups.

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CONCEPTUALIzAÇõES DO POSICIONAMENTO DA UNIVERSIDADE 5

RELATIVAMENTE ÀS QUESTõES DO EMPREENDEDORISMO E DO LICENCIAMENTO DE TECNOLOGIA

UA • Regulamento de Direitos de Propriedade Industrial e Programas de Computador; • Regulamento de Prestação de serviços, de Investigação e Desenvolvimento por contrato e de Transferência de Tecnologia e Conhecimento; • Regulamento de Empresas Incubadas • Programa de Transferência de Tecnologia da UA (2010): ex ‑alunos empreendam com tecnologias desenvolvidas na UA.

UCP • Política de Propriedade Intelectual da UCP; avaliação externa da tecnologia (COTEC, Investidores); contratos de licenciamento de tecnologia aos empreendedores; • Contratos de Investigação com Empresas Incubadas; • Condições para Pré -Incubação (em open-space); Condições para Incubação (duração limitada); Acesso a Laboratórios por Contratualização; Modelo de Apoio Personalizado

UC • Regulamento de Propriedade Intelectual da Universidade de Coimbra • Actividades de I&DT ponderadas na avaliação anual do desempenho da actividade docente • INOV.C (com IPN, IPN Incubadora Coimbra i-Parque, Institutos Politécnicos de Coimbra e Leiria, Incubadora D. Dinis, Biocant, Mor Energy e OBITEC): estratégia de desenvolvimento da inovação na região, desde a geração de ideias, desenvolvimento de propostas de valor e planos de negócio, incubação, aceleração e a maturação de empresas.

UL • Regulamento de Propriedade Intelectual da Universidade de Lisboa • Projecto de Regulamento do Estatuto da Carreira Docente Universitária na Universidade de Lisboa (contempla a transferência de conhecimento como critério a ponderar no currículo dos investigadores e docentes promotores) • São facilitados e enquadrados por protocolos os estágios e doutoramentos em empresa em diversas áreas.

UM • Programa de Apoio à Criação de Spin-offs (desde 2005): projectos empresariais que explorem comercialmente resultados de I&D; proporciona mentorização científica, uso de laboratórios e apoio ao planeamento dos negócios; o estatuto “Spin-off da Universidade do Minho”, atribuído de acordo com um guião de procedimentos específico, foi já atribuído a 42 projectos de base tecnológica e conhecimento avançado. • Regulamento da Propriedade Intelectual (desde 2001; revisto em 2005) • Apoio legal à elaboração de contratos de I&DT e de Inovação com a Indústria (desde 2004, cerca de 30 serviços/ano) • Apoio na elaboração de candidaturas a programas de I&DT e Inovação dotados de financiamento público: desde 2007, auxílio é prestado a cerca de 50 projectos por ano liderados por investigadores e spin-offs.

UNL • Regulamento de PI da UNL

UP • Regulamentos/condições de spin-off; de incubação; de start--ups; de licenciamento de tecnologia; Regulamento e marca Spin-off UPORTO; • Regulamento da Propriedade Intelectual (59 patentes); • Condições de utilização de equipamento laboratorial

UTL • Regulamento de Protecção da Propriedade Intelectual da UTL (aguarda aprovação) • Regulamento de Protecção da Propriedade Intelectual, de criação de Spin-offs/Start-ups do Instituto Superior de Agronomia (em revisão) • Regulamento de Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia do Instituto Superior Técnico (em revisão) • Protocolo com a incubadora de empresas do Taguspark para start-ups com origem no IST; empresas no INOVISA com origem na UTL: Cooking.Lab, Prosense, NYZTech, Techsuber, UAVision; empresas no Taguspark com origem na UTL: NWC network concept, PETsys, Maeil Consultores

5 A listagem não pretende ser exaustiva nem comparativa, mas apenas salientar diversidade de iniciativas.

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instrUmentOs

GESTÃO DOS MODELOS DE EMPREENDEDORISMO

As Universidades dispõem, de um modo geral, de instrumentos variados e com complexidades variadas, paraexecução dos conceitos desenvolvidos. Todas as instituições têm pelo menos uma unidade orgânica que acompanha as questões do empreendedorismo. Frequentemente, essa unidade está associada aos GAPI, plataformas FINICIA e outras iniciativas de origem governamental. Uma vez que os objectivos dessas iniciativas nem sempre são idênticos, embora desejavelmente convergentes, obedecem a regras de funcionamento e reporte diferentes, que podem dificultar a gestão das unidades.

GESTÃO DA PROPRIEDADE INDUSTRIAL

A gestão de propriedade industrial, enquadrada como património público, levanta igualmente problemas diversos, nomeadamente quanto à sua alienação. Pelas razões atrás apontadas da sua rapidíssima erosão, seria útil encontrar um enquadramento específico para esta realidade.Por outro lado, as limitações legais à participação em projectos empresariais como accionista, bem como as dificuldades na gestão dessa participação, apontam para uma valorização exclusiva da propriedade industrial contra licenciamento através de royalties. Esta via coloca problemas óbvios de estimativa de taxas adequadas, de indexações adequadas, de fiscalização adequada e ainda de salvaguarda de que os direitos cedidos quase sempre em exclusividade não são geridos com inépcia.

Algumas instituições promoveram interfaces que lhes permitem deter posições accionistas, transferindo o ónus de estimar taxas, indexações, fiscalização e salvaguarda de direitos de uma análise prévia e necessariamente não dispondo dos dados todos para um acompanhamento que será eficaz em função de acordos parassociais cuidadosos.

Faltam instrumentos de licenciamento de tecnologia que permitam uma análise em tempo útil e objectiva de uma proposta de valorização.6

UMA ALTERNATIVA PARA VALORIzAÇÃO DE PROPRIEDADE INTELECTUAL

A análise sistematizada das vias de valorização de uma tecnologia proprietária requer uma colaboração estreita e intensa entre as competências tecnológicas específicas da área em questão com as de gestão e de marketing (podendo aqui entender ‑se ainda conhecimento científico muito específico, como por ex. no caso de uma aplicação clínica). Por outro lado, para ser efectiva, a análise tem de ser seguida de execução por uma equipa que necessita das mesmas competências formais.

As equipas nas duas fases apenas poderão divergir nas competências transversais, uma vez que na segunda fase, para além das competências de análise são necessárias as de execução. Nada impede porém que se trate do mesmo grupo, havendo toda a vantagem em aproveitar para a execução o conhecimento específico da tecnologia, da indústria e do mercado, adquirido na fase de análise.

6 Note -se, neste contexto, o recém -editado (Abril 2010) manual da Ewing Marion Kauffman Foundation: FACILITATING THE COMMERCIALIZATION OF UNIVERSITY: THE CAROLINA EXPRESS LICENSE AGREEMENT.

B.1.3

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As competências de análise não estarão, na maioria dos casos, disponíveis numa unidade orgânica de uma universidade. A execução, por natureza, não tem cabimento em tal unidade.

Uma hipótese de promover este processo e garantir uma análise de valorização adequada é fomentar grupos de trabalho de candidatos a promotores das 3 áreas de competências, para articulação de ideias de negócio, sendo a tecnologia adjudicada à ideia vencedora, por um júri com competências empresariais e possivelmente incluindo um processo de leilão. Tal implica programas que contemplem:

• formação e identificação prévia dos candidatos a empreendedores (especialmente nas competências de gestão e marketing) de modo a constituir uma bolsa de candidatos oriundos dos 3 ciclos e do pessoal docente; • comunicação atempada da inovação tecnológica e início dos processos de valorização o mais cedo possível e sempre antes da publicação;

• constituição dos grupos de trabalho, por metodologias adequadas e que considerem o papel diferenciado dos elementos que desenvolveram ou dominam a tecnologia em questão; • valorização dos processos de estruturação e apresentação da ideia de negócio em termos curriculares; • definição dos critérios de avaliação das ideias concorrentes; • articulação de modelos para a execução dos planos de negócio pelos grupos vencedores e apresentação a entidades financiadoras.

COACHING

Várias instituições referem a oferta de coaching, quer numa fase preliminar de formulação de ideias de negócio para apresentação a concursos, quer numa de estruturação do plano de negócio e ainda na sua execução já em incubação.

Não são especificados os modelos de coaching, nomeadamente quanto ao regime nem se o coach tem experiência empresarial actual.

Estão também contemplados, em vários casos, a consultoria científica e técnica em aspectos complementares ao negócio, embora aparentemente sempre sob regime pro‑bono e possivelmente pouco coordenada e eficaz.

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INCUBADORAS 7

UA • IEUA, Biocant, WRC, AIBAP, Sanjotec, InovGaia

UCP • Incubadora: com serviço de acompanhamento dos projectos (instalações próprias desde 2009)

UL • O ICAT, no Campus da FCUL acolhe a criação e crescimento de empresas de base tecnológica. • O IMM acolhe em regime de incubação e concedendo condições de utilização de equipamento laboratorial um conjunto de empresas spin-off da área de biotecnologia.

UM • Parque de Ciência e Tecnologia Avepark (desde 2008) • Engloba o Spinpark – Centro de Incubação de Base Tecnológica destinado a receber até 30 spin‑offs tecnológicos.

UP • UPTEC - Parque de Ciência e Tecnologia da UP (desde 2006): criação, apoio e facilitação de start-ups e spin-offs associadas a Universidade do Porto; dividido em 4 pólos (Tecnologia, Industrias Criativas, Mar e Ciências), tendo cerca de 57 projectos/empresas associadas e mais de 400 empregos gerados. • Prémio da Cotec para melhor projecto Empreendedorismo 2007. • Responsável pela gestão do programa de empreendedorismo da Universidade do Porto.

UTL • Incubadora do Taguspark

7 A listagem não pretende ser exaustiva nem comparativa, mas apenas salientar diversidade de iniciativas.

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UNIDADES ORGâNICAS LIGADAS AO EMPREENDEDORISMO 8

UA• UATEC• Plataforma FINICIA Aveiro - Viseu (início 2008, trimestral) • Programa de Apoio à realização de I&D nas Spin-offs da UA (a iniciar em 2010)

UCP•Secretariado de Missão para Transferência de Conhecimento e de Tecnologia reportando ao Presidente do CR do Porto da UCP•SpinLogic (Promoção do Empreendedorismo): desenvolvi‑mento de competências, estímulo de uma cultura empreen‑dedora, apoio a projectos empresariais de base universitária, promoção de percursos empreendedores e compromisso com o desenvolvimento da sociedade; inclui BioSpin: indústrias biotecnológicas, GesSpin: carácter transversal, SocialSpin: economia social, ArtSpin: indústrias criativas

UC•DITS – Divisão de Inovação e Transferências do Saber

UL• UL Inovar, Unidade de Transferência de Conhecimento da UL, interface na negociação de contratos de licenciamento de tecnologia, relação estruturada entre a UL e empresas ou seus promotores.

UM• TecMinho• Gabinete de Apoio ao Empreendedorismo (Start) (desde 2007): presta informação sobre apoios disponíveis para empreendedo‑res e orienta os primeiros passos rumo à criação de um negócio próprio; recebe anualmente mais de 100 empreendedores. • Plataforma FINICIA do Minho: desde 2006, cerca de 6 planos de negócio para novas spin-off são financiados por ano. • Ainda na TecMinho: Acesso gratuito a bases de dados de patentes e de estudos de mercado (desde 2001): cerca de 35 utilizadores por ano; apoio no estabelecimento de contactos com incubadoras de empresas, associações empresariais, capitalistas de risco, business angels e agências estatais. • GAPI (desde 2001): aconselhamento em matéria de Proprie‑dade Intelectual e Industrial: cerca de 150 solicitações por ano.

UNL• Gabinete de Empreendedorismo da UNL

UP• UPIN

UTL• OTIC|UTL – Oficina de Transferência de Tecnologia e de Conhecimento da Universidade Técnica de Lisboa • INOVISA – Associação para a Inovação e o Desenvolvimento Empresarial • GALTEC – Gabinete de Apoio ao Licenciamento de Tecnologia •ADFMH – Associação para o Desenvolvimento da Faculdade de Motricidade Humana

8 A listagem não pretende ser exaustiva nem comparativa, mas apenas salientar diversidade de iniciativas.

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COACHING 9

UA• Start@UA - Coaching de projectos empreendedores (início 2009, mensal) Estudos de Mercado, Planos de Negócios, Planos de Marketing e Financiamento • MentorTec - Programa de Apoio e de Mentoring a Spin-offs da UA (a iniciar em 2010)

UCP• Promoção de Equipas Empreendedoras Multidisciplinares; Coaching complementado Mentores em áreas específicas; Oferta Anual de Estágios nas Empresas Incubadas

PARCERIAS COM ENTIDADES EXTERNAS10

UA• Programa de Apoio à realização de Prova de Conceito: CiencInvest, ACT da COTEC e Eixo Zero do FINICIA (2010)

UCP• Cluster Indústrias Criativas; Cluster dos Vinhos do Douro; Pólo Agro‑alimentar: Portugal Foods; Projecto Porto Social / Porto Cidade Solidária; Rede REAL de Inovação (Agro – Alimentar) • Participação em Concursos Nacionais (1 Prémio Sectorial BES Inovação 2009,…) • Articulação com Entidades Externas para Avaliação e Valorização de Tecnologias e Projectos: COTEC (1 projecto novo por ano; vários projectos em diferentes fases); UTEN Portugal; Business Angels; …

UL• Coaching na estruturação de projectos, candidatos ou não a concursos de empreendedorismo (ex: primeiro lugar no concurso I2P Portugal 2010 obtido pela equipa M‑Gate) • Apoio a equipas integrando programa cohitec e outros.

UP• Rede de Mentores, (parceria UPTEC e a EGP-UPBS para a disponibilização de coaching especializado as empresas incubadas na UPTEC); • UPIN TEAMS visa mobilizar recursos humanos altamente especializados, no sentido de reforçar o processo de transferência de tecnologia, via licenciamento tecnológico e/ou criação de spin-offs.

UCL• Colaboração activa com os programas COhiTEC (COTEC Portugal) e VECTORe (IN+_IST) (2004-..). • Integração da Plataforma Lx INOV

UNL• Participação na Rede UTEN, que tem como objectivo desenvolver e reforçar competências em transferência de tecnologia, bem como facilitar o acesso de projectos empresariais de base tecnológica a mercados emergentes • Contratos de I&D efectuados com várias empresas com vista à valorização da PI da UNL • Contactos efectuados com diversas empresas com base em Acordos NDA • 4 Contratos de Licenciamento de Tecnologia já efectuados • Participação na Plataforma FINICIA • Participação em diversas iniciativas promovidas pela COTEC (Cohitec, Idea 2 Product)

9 A listagem não pretende ser exaustiva nem comparativa, mas apenas salientar diversidade de iniciativas.

10A listagem não pretende ser exaustiva nem comparativa, mas apenas salientar diversidade de iniciativas.

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indicadOres

Nos vários subtemas dos posters apresentados no Seminário, várias universidades incluíram já alguns indicadores de resultados indirectos, tais como nº de participantes em eventos, nº de sessões realizadas, nº de patentes submetidas, obtidas e mantidas, nº planos de negócios submetidos, nº de empresas formadas, etc.Apresenta ‑se seguidamente uma listagem de indicadores possíveis para os diversos estádios de transferência de conhecimento para o mercado, salvaguardando ‑se que nem todos os estádios são obrigatórios ou ocorrem numa sequência obrigatória para o conhecimento gerado e transmitido na Universidade seja transferido para a Economia:

A) PROPRIEDADE INDUSTRIAL• Patentes submetidas: Portugal • Patentes concedidas: Portugal• Patentes submetidas: Europeia/EUA/Japão/Alemanha/Reino Unido/França/Outros• Patentes concedidas: Europeia/EUA/Japão/Alemanha/Reino Unido/França/Outros• Patentes mantidas há mais de 5 anos: Europeia/EUA/Japão/Alemanha/Reino Unido/França/Outros• Patentes licenciadas: Portugal• Patentes licenciadas: Europeia/EUA/Japão/Alemanha/Reino Unido/França/Outros• Licenças de patentes: Portugal• Licenças de patentes: Europeia/EUA/Japão/Alemanha/Reino Unido/França/Outros• Patentes vendidas: Portugal• Patentes vendidas: Europeia/EUA/Japão/Alemanha/Reino Unido/França/Outros• Receitas brutas de contratos de venda de patentes• Receitas brutas de contratos de licenciamento de patentes

B) TRANSFERêNCIA DE TECNOLOGIA NÃO PROPRIETÁRIA• Contratos de transferência de tecnologia para empresa• Receitas brutas de contratos de transferência de tecnologia para empresa

C) EMPREENDEDORISMO• Projectos de criação de empresa apresentados• Empresas criadas• Empresas a 31 de Dezembro• Empregados a 31 de Dezembro• Empregados com formação C1/C2/C3 a 31 de Dezembro• Capitais próprios das empresas a 31 de Dezembro• Volume anual total de vendas• Volume anual de vendas para exportação• Valor Acrescentado Bruto anual• Massa salarial anual• Nº empresas transaccionadas com mais valias• Volume anual total de vendas por empresa • Volume anual de vendas para exportação por empresa • Valor Acrescentado Bruto anual por empresa

• Massa salarial anual por empresa • Volume anual total de vendas por empregado • Volume anual de vendas para exportação por empregado • Valor Acrescentado Bruto anual por empregado • Massa salarial anual por empregado

B.1.4

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relatóriO

B.2.1

O Seminário “Empreendedorismo na Universidade” constituiu uma primeira tentativa da CIENCINVEST de trazer a um “terreno comum” as experiências de promoção do empreendedorismo destas oito Universidades. Foi antecedido de algum trabalho prévio, contribuindo para a criação de uma base comum em matéria de linguagem e de conceitos, e de reporte de resultados, tendo ‑se pedido a cada Universidade:

• a resposta a um inquérito sobre “Propriedade Industrial, Transferência de Tecnologia e Empreendedorismo de Base Tecnológica”;

• a elaboração de um poster em que, de forma sintética, expusesse as suas realizações em matéria de Fomento do Empreendedorismo, divididas em “Iniciativas de Formação e Sensibilização para o Empreendedorismo”, “Modelos de Estímulo do Empreendedorismo” e “Apoio em I&DT e Gestão a Iniciativas de Empreendedorismo”;

• apresentação de um case study (preferencialmente um caso de sucesso) que fosse suficientemente demonstrativo das virtualidades do modelo de fomento do empreendedorismo adoptado pela Universidade.

Na realização deste trabalho prévio, e na preparação do Seminário, a CIENCINVEST contou com a colaboração dos Gabinetes de Transferência de Tecnologia (com este ou com outro nome) existentes nas oito Universidades

Não pretendendo ser “juiz em causa própria”, a iniciativa revestiu ‑se de assinalável sucesso. O Seminário realizou‑‑se, talvez mais virado “para dentro” (para os mais directamente envolvidos na sua realização) do que “para fora” (para um público alargado, curioso em saber o que fazem as Universidades portuguesas em matéria de pro‑moção do empreendedorismo). O inquérito foi respondido e as respostas devidamente tratadas; os posters foram elaborados e exibidos; todas as Universidades trouxeram os seus case studies. Houve ainda oportunidade para tratar um reduzido número de temas horizontais e para uma mesa‑redonda final em que se procurou confrontar as práticas evidenciadas, com o objectivo de se identifica‑rem as “melhores práticas” ou, pelo menos, um conjunto de “boas práticas”.

O objectivo deste documento é, como se afirmou, proceder a uma primeira avaliação dos resultados não tanto do Seminário, em si, como das práticas e dos processos que o mesmo se propôs retratar e pôr em confronto – com o objectivo de, desta forma, contribuir para a melhoria do trabalho que vem a ser realizado pelas Universidades portuguesas e pelos stakeholders com elas mais directamente relacionados no objectivo de Fomento do Empreendedorismo. Constituindo uma oportunidade para celebrar o trabalho já efectuado,

O documento que temos em presença propõe -se efectuar uma primeira avaliação dos resultados evidenciados pelo Seminário “Empreendedorismo na Universidade” realizado pela CIENCINVEST na Universidade Técnica de Lisboa no dia 24 de Maio de 2010.

Participam da CIENCINVEST oito das maiores e mais reputadas Universidades Portuguesas: Universidade de Aveiro, Universidade de Coimbra, Universidade Católica Portuguesa (esta apenas no que respeita ao seu Centro Regional do Porto), Universidade de Lisboa, Universidade do Minho, Universidade Nova de Lisboa, Universidade do Porto e Universidade Técnica de Lisboa.

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e os resultados já conseguidos, revestir ‑se ‑á de um efeito útil tanto maior quanto mais se revelar capaz de identificar aspectos menos bem resolvidos, oferecendo outros tantos caminhos de progresso e de melhoria para o futuro.

De forma geral, podemos afirmar que as Universidades portuguesas (pelo menos as oito envolvidas neste exercício) estão definitivamente conquistadas para a ideia da importância da promoção do empreendedorismo na sua prática quotidiana. Fazem ‑no através de múltiplas acções de formação e de sensibilização, contribuindo sobretudo para a criação de uma cultura, e de um conjunto de outras formas de actuação, com conteúdos mais especializados. Fazem ‑no também, quase todas, através de algum tipo de intervenção em matéria de criação de infra ‑estruturas de incubação ou de valorização da propriedade intelectual gerada na Universidade. Os posters apresentados são, a este respeito, inteiramente esclarecedores.Como seria de esperar, porque é próprio da cultura universitária, as acções de formação, de sensibilização e de aculturação fazem ‑se de forma extremamente diversificada e fragmentada, com toda a certeza com níveis e alcances também eles muito diversificados. Não se vê mal nenhum nesta multiplicação e diversificação de esforços, provavelmente concordante com uma enorme diversificação dos “públicos alvo”: Escolas e cursos diferentes (mais e menos tecnológicos), graus de ensino menos e mais avançados (desde primeiros ciclos de licenciaturas a programas de doutoramento), estatutos diferentes (alunos, docentes, investigadores), experiências, sensibilidades e contextos diferentes, etc.

Se a multiplicação, a diversidade e a descentralização das iniciativas em matéria de formação e de sensibilização não oferece reparo, bem pelo contrário, talvez encontremos um “caminho de progresso” na possibilidade, diríamos, na necessidade de as Universidades pensarem mais estrategicamente a função de “Fomento do Empreendedorismo” (se, como é evidente, quiserem ou pelo menos aceitarem dar ‑lhe esse estatuto de “relevância estratégica”).

Nesse caso, julgamos que se revestiria de toda a vantagem (em linha com o que é recomendado por qualquer manual de boas práticas em matéria de planeamento estratégico):

• definir a função (missão, objectivos), no âmbito da missão e dos objectivos da Universidade; • identificar quem é o titular da função, ao mais alto nível da organização; • pedir ‑lhe um modelo conceptual para a função (para além, naturalmente, das iniciativas de formação, sen‑sibilização e aculturação, que poderá ou não integrar na sua “formulação da função” em sentido estrito); • pedir ‑lhe um plano de acção, capaz de se transformar numa sucessão de planos de actividades e de orçamentos anuais; • pedir ‑lhe um scorecard em que inscreva, da forma mais precisa e mais detalhada possível, as variáveis que reconhece como objectivos susceptíveis de quantificação e os resultados que se propõe alcançar em relação a cada uma destas variáveis; • pedir ‑lhe que defina as forças com que conta para a execução da sua função e a cadeia de comando a que essas forças se encontrarão submetidas.

O apelo ao “bê ‑á‑bá” do planeamento estratégico pode parecer estranho, para não dizer inusitado, neste ponto do nosso “Relatório”. Foi ‑nos sugerido, no entanto, pelo que julgamos os pontos mais fracos do trabalho que nos cumpre avaliar: • deixando de lado a já reconhecidamente saudável multiplicação e diversidade de iniciativas de formação e de sensibilização para o empreendedorismo, a evidên‑cia recolhida sugere, no mínimo, a existência do mesmo elevado grau de fragmentação em aspectos em que seria de esperar maior “sintonia” ou “alinhamento”;

• é o caso da dificuldade em separar “modelos de estímu‑lo ao empreendedorismo” e acções de “apoio em I&DT e gestão a iniciativas de empreendedorismo”, sugerindo falta de alinhamento das entidades que responderam ao inquérito em aspectos basilares das suas actividades;

• é o caso da extrema dificuldade ou mesmo inibição em reportar resultados, que, numa cultura de exigên‑cia, não poderão deixar de ser segmentados em resulta‑dos “intermédios” (throuputs na linguagem adoptada pelo EIS – European Innovation Scoreboard) e resultados “finais” (outputs, de novo na linguagem do EIS);

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• a dificuldade em reconhecer que a importância dos resultados crescerá à medida que caminhamos de montante para jusante no que poderíamos designar de “cadeia de valor do empreendedorismo universitário”: se é importante o número de acções de formação rea‑lizadas, o número de estudantes que as frequentaram, ou o número de ideias de negócios e de “planos de negócio” (o que quer que isto queira dizer) daí resul‑tantes, parece mais importante o número de empresas efectivamente criadas, o valor dos capitais próprios e dos investimentos realizados por estas empresas, o valor das suas vendas e o crescimento deste valor, sobretudo em mercados globais, o número de postos de trabalho criados e a qualificação destes postos de trabalho, medida, por exemplo, pelo respectivo salário médio ou valor acrescentado por trabalhador; • a compreensão da cadeia de valor do empreendedo‑rismo universitário” ajudaria a fazer a diferença clara entre meios, resultados intercalares e resultados finais; obrigaria a compreender que os meios (qual‑quer que seja a sua natureza) são importantes mas que, enquanto não se transformam em resultados, não passam de “cash -out”; obrigaria a segmentar en‑tre resultados intercalares e resultados finais, suge‑rindo que não se pusesse na evidência dos primeiros o grau de entusiasmo que parece melhor reservar para os segundos.

Numa altura em que tanto se progrediu em matéria de formação e de sensibilização, num registo que pode‑ríamos dizer sobretudo “quantitativo”, e “extensivo”, a margem de progresso que parece mais “à mão”, e mais necessário implementar, é a que respeita aos aspectos mais “qualitativos” e ao grau de exigência que se torna necessário impor ao trabalho a realizar – tocando a actividade de todas as entidades que, dentro da cada Universidade, têm algum tipo de responsabili‑dade na função de “Fomento do Empreendedorismo”.

Por isso pensamos numa acção de formação em “pla‑neamento estratégico” que, devidamente executada, não poderia deixar de integrar todos estes elementos de reflexão e de organização do trabalho, trazendo até eles desde os primeiros responsáveis pela função dentro de cada Universidade (ao mais alto nível, numa acção de alinhamento acelerado, em tempo compatível com a multiplicidade das obrigações destes responsá‑veis) aos colaboradores dos gabinetes de transferência

de tecnologia ou unidades similares das mesmas Uni‑versidades (numa ou em várias acções de formação, de tempo mais prolongado).

Como em qualquer outro esforço de upgrade, parece conveniente a realização de um trabalho prévio de benchmark e de identificação de melhores práticas e processos de trabalho. Parece também conveniente re‑colher o sentimento, a opinião e os possíveis contribu‑tos de entidades que, de formas diferentes, se relacio‑nam com o sistema universitário português (ou com as Universidades portuguesas) em matéria de fomento do empreendedorismo: para além da CIENCINVEST, pelo menos a COTEC, o IAPMEI (através do Finicia), o INPI e a UTEN, para referir apenas as citadas nos posters apresentados pelas Universidades, a que nos permi‑tiríamos acrescentar as entidades com intervenção especializada no financiamento do empreendedorismo, sobretudo das suas fases mais a montante (Inovcapital e sociedades gestoras de fundos de investimento que operam em Portugal).

Daniel BessaDirector‑Geral da COTEC

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ANEXOS - POSTERS

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UNIVERSIDADE DE AVEIRO

INICIATIVAS DE FORMAÇÃO E SENSIBILIzAÇÃO PARA O EMPREENDEDORISMO

Leccionação de Empreendedorismo:1º ciclo – “Empreendedorismo” e “Gestão de Projectos Empreendedores”;2º ciclo – “Bioempreendedorismo” e “Empreendedorismo para ERASMUS”;3º ciclo – “Inovação e Empreendedorismo”.

Formação de Empreendedorismo:CEBT – Curso de Empreendedorismo de Base Tecnológica(início 2006, periodicidade anual, 457 participantes, 71 planos negócios, 7 spin-offs)LabE – Laboratório de Empreendedorismo(início de 2009, periodicidade anual, 59 participantes, 15 planos negócio, 1 start-up)

Promoção da Cultura Empreendedora:Dia Aberto do Empreendedorismo (início 2010, periodicidade mensal)Plataforma FINICIA Aveiro – Viseu (início 2008, periodicidade trimestral)

Business Development:Start@UA – Coaching de projectos empreendedores (início 2009, periodicidade mensal)Estudos de Mercado, Planos de Negócios, Planos de Marketing e Financiamento

Concursos de Empreendedorismo:Incuba-te (início 2008, periodicidade anual)Empreende + (início 2010, periodicidade anual)

Mobilidade de Empreendedores:Erasmus for Young Entrepreneurs (inicio 2008, periodicidade trimestral)

Promoção dos Projectos Empreendedores:Feiras Nacionais e Internacionais de Tecnologias (início 2006, periodicidade anual)

Conferência de Empreendedorismo:Encontros para a competitividade (início 2009, periodicidade anual)

MODELOS DE ESTÍMULO AO EMPREENDEDORISMO

Regulamentos da Universidade de Aveiro:Direitos de Propriedade Industrial e Programas de Computador; Prestação de serviços, de Investigação e Desenvolvimento por contrato e de Transferência de Tecnologia e Conhecimento; Empresas Incubadas

Participação no Capital Social das Spin-offs:Grupunave – Holding da Universidade de AveiroCapital Financeiro vs Capital Social (1997)Capital Intelectual vs Capital Social (a iniciar em 2010)

Incubadoras Participadas pela Unversidade de Aveiro: IEUA, Biocant, WRC, AIBAP, Sanjotec, InovGaia

Licenciamento de tecnologias:Programa de Transferência de tecnologia da Universidade de Aveiro (a iniciar em 2010)

APOIO EM I&DT E GESTÃO A INICIATIVAS DE EMPREENDEDORISMO

Programa de Apoio à realização de prova de Conceito: CiencInvest, ACTec da COTEC e Eixo Zero do FINICIA (a iniciar em 2010)

Programa de Apoio à realização de I&DT nas Spin-offs da UA (a iniciar em 2010)

MentorTec – Programa de Apoio e de Mentoring a Spin-offs da UA (a iniciar em 2010)

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INICIATIVAS DE FORMAÇÃO E SENSIBILIzAÇÃO PARA O EMPREENDEDORISMO

SpinLogic:Promoção do Empreendedorismo: desenvolvimento de competências, estímulo de uma cultura empreendedora, apoio a projectos empresariais de base universitária, promoção de percursos empreendedores dos alunos e compromisso com o desenvolvimento da sociedade. A UCP como Universidade Empreendedora.BioSpin: indústrias biotecnológicasGeoSpin: carácter transversalSocialSpin: economia socialArtSpin: indústrias criativas

Iniciativas curriculares:- Opção Empreendedorismo na Disciplina de Projecto; Projecto Interdisciplinar PIC – porfólio individual de competências (um conjunto de competências é convergente com o empreendedorismo...): iniciado em 2006.

Iniciativas extracurriculares:- Percursos de Empreendedorismo: apresentação de percur-sos de empreendedores em várias áreas de Ensino: trimestral - Workshops mensais de “Promoção de Empreendedorismo”

Infraestruturas e Recursos da UCP.Porto:- Incubadora: com serviço de acompanhamento dos projectos (instalações próprias desde 2009); Centros de Insvestigação: Biotecnologia – CBQF – LAE; Artes Digitais – CITAR; Economia e Gestão – CEGE; Educação e Desenvolvimento – CEDH;...

Articulação com iniciativas nacionais e regionais:- Cluster Indústrias Criativas; Cluster de Vinhos do Douro; Pólo Agro-Alimentar: Portugal Foods; Projecto Porto Social/Porto Cidade Solidária; Rede REAL de Inovação (Agro – Alimentar)

Concursos Capital Semente:- Concurso Empreendedorismo Social UCP.Porto- Participação em Concursos Nacionais (1 Prémio Sectorial BES Inovação 2009,...)

MODELOS DE ESTÍMULO AO EMPREENDEDORISMO Política de Propriedade Intelectual (PI):- PI da UCP, com incentivo aos investigadores; Avaliação exter-na da tecnologia (COTEC, Investidores,...); Contratos de Licen-ciamento de Tecnologia aos empreendedores, contra royalties

Contrato de Investigação com Empresas Incubadas

Incubadora:- Condições para Pré-Incubação (em open-space); Condição para Incubação (duração limitada); Acesso a Laboratórios por Contratualização; Modelo de Apoio Personalizado

APOIO EM I&DT E GESTÃO A INICIATIVAS DE EMPREENDEDORISMO

Promoção de Equipas Empreendedoras Multidisciplinares; Coaching complementado Mentores em áreas específicas; Oferta Anual de Estágios nas Empresas Incubadas; Acesso aos Centros de Investigação de forma contratualizada;

Articulação com Entidades para Avaliação e Valorização de Tecnologias e Projectos: COTEC (1 projecto novo por ano; vários projectos em diferentes fases); UTEN Portugal; Business Angels;...

Secretariado de Missão para transferência de Conhecimento e de Tecnologia reportando ao Presidente do CR do Porto da UCP.

UNIVERSIDADE CATÓLICAPORTUGUESA - PORTO

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UNIVERSIDADEDE COIMBRA

INICIATIVAS DE FORMAÇÃO E SENSIBILIzAÇÃO PARA O EMPREENDEDORISMO

A Universidade de Coimbra organiza ou co-organiza numerosos eventos de estímulo ao empreendedorismo e inovação ao longo do ano, dirigido a públicos alvos diferentes:

Disciplinas facultativas em licenciaturas e mestrados: muitos dos programas de licenciatura e mestrado na Universidade integram nos seus currículos disciplinas na área da inovação e empreendedorismo. Alguns programas doutorais, têm, na fase lectiva, sessões sobre esta mesma temática.

Cursos e seminários complementares: a UC organiza todos os anos o Curso de Empreendedorismo de Base Tecnológica que completará, este ano de 2010, a sua 6ª edição, tendo contribuido para formar já mais de 500 alunos e promovido mais de 60 propostas de valor de base tecnológica que deram origem a várias empresas spin-off e start-up.

Concursos: Anualmente a Universidade organiza, em conjunto com vários parceiros o concurso de ideias de negócio Arrisca Coimbra e co-organiza variados prémios como o Prémio bluepharma/Universidade de Coimbra, Lena Business ou BES Inovação, onde tem sido distinguido recorrentemente nos últimos anos.

Sessões de apresentação de tecnologia: a Universidade co--organiza em conjunto com um leque de parceiros, eventos de apresentação de tecnologias/propostas de valor, como o Ineo-Weekend, ou as pitch sessions no evento Switch, ambos realizados anualmente.

Conferências: durante o ano são promovidas na Universidade mais de 20 conferências, workshops e acções de sensibilização variadas relacionadas com Propriedade intelectual, Inovação, transferência de conhecimento e empreendedorismo.

MODELOS DE ESTÍMULO AO EMPREENDEDORISMO

A Universidade de Coimbra lidera presentemente um projecto com um conjunto de 9 parceiros nucleares (IPN, IPN Incubadora Coimbra i-Parque, Institutos Politécnicos de Coimbra e Leiria, Incubadora D.Dinis, Biocant, Mor Energy e OBITEC – Parque Tecnológico de Óbidos) que visa alinhar uma estratégia conjunta para o desenvolvimento da inovação na região de influência dos parceiros.

Este projecto, designado Porgrama Estratégico INOV.C, visa contribuir um ecossistema regional de estímulo à inovação e empreendedorismo usando um modelo de tripla hélice e alinhando uma estratégia comum com um plano de actividades e objectivos bem definidos: contribuir para colocar a Região Centro de Portugal como uma das 100 regiões mais inovadoras da Europa em 2017.

O projecto assegura o fio condutor de todo o pipeline de inovação e empreendedorismo na região, desde a geração de ideias, desenvolvimento de propostas de valor e planos de negócio, incubação, aceleração e a maturação de empresas e para todas as fases assegurando estímulos em todas as fases e etapas do processo.

APOIO EM I&DT E GESTÃO A INICIATIVAS DE EMPREENDEDORISMO

Existem numerosas actividades de estímulo ao I&DT que são promovidas através de projectos colaborativos Universidade/Empresa com o envolvimento directo de estudantes e professores.

Este envolvimento é promovido e estimulado não apenas através da disponibilização de serviços de apoio específicos na Universidade (através da Divisão de Inovação e Transferências do Saber) mas igualmente pelo Regulamento de Propriedade Intelectual da Universidade de Coimbra e a valorização da PI. A realização de actividades desta natureza é ponderada na avaliação anual do desempenho da actividade docente.

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UNIVERSIDADEDE LISBOA

INICIATIVAS DE FORMAÇÃO E SENSIBILIzAÇÃO PARA O EMPREENDEDORISMO

A “UL Empreender” – Interdisciplinary Entrepreneurship Pro-gramme for Master’s and PhD Students”, curso equivalente a 3 ECTS, destinado a estudantes de mestrado e doutora-mento, com a duração de 24 horas presenciais, incluindo ain-da formação presonalizada (coaching) e trabalho autónomo.

Formação e workshops em gestão, empreendedorismo e outros temas, oferecidos às empresas alojadas no ICAT.Dias Abertos de Propriedade Industrial, sobre protecção de invenções e sua exploração por via empresarial (parceria com INPI).

Sessões com empresas convidadas na Faculdade de Farmácia, IMM, FCUL e outras.

Coaching na estruturação de projectos, candidatos ou não a concursos de empreendedorismo (ex.: primeiro lugar no concurso I2P Portugal 2010 obtido pela equipa M-Gate).

Apoio a equipas integrando programa cohitec e outros.

Conferência “FIEL2008 – Forúm de Inovação e Empreendedorismo da Universidade de Lisboa”

Summer School “A walk on the wild side of knowledge transfer 2009”

“Disseminating IP Knowledge in Universities Roving “

Workshop 2009” (parceria INPI e Instituto Europeu de Patentes)

Integração da 1ª Bolsa Virtual de Emprego e Empreendedorismo 2010

Unidades Curriculares incluídas em planos de estudo:• Inovação e Transferência de Tecnologias (Licenciatura em Física e Mestrado Integrado em Engª Biomédica e Biofísica) desde 2007/08 com um total de 63 alunos inscritos;• Inovação e Transferência de Tecnologias (Mestrado em Química Tecnológica) desde 2007/08 com um total de 22 alunos;• Transferência de Tecnologia e Conhecimento (Mestrado em Microbiologia Aplicada), desde 2008/09 com um total de 95 alunos;• Gestão e Planeamento (Mestrado em Engª Informática e Mestrado em Química), desde 2007/08 com um total de 27 alunos;• Programa VPE@UL (Valorizaçáo do Potencial Empreendedor da Universidade de Lisboa) financiado pela Adl e pela FLAD com 64 participantes (2006);• Colaboração activa com os programas COhiTEC (COTEC Portugal) e VECTORe (IN+_ist) (2004-...);• Integração da Plataforma Lx INOV.

MODELOS DE ESTÍMULO AO EMPREENDEDORISMO

O Regulamento de Propriedade Intelectual da Universidade de Lisboa prevê a possibilidade de os inventores adquirirem uma licença sobre tecnologias tituladas pela Universidade, conduzindo à criação das chamadas empresas spin-off. Esta é a primeira via de valorização social e económica das invenções que é explorada.

O Edificio ICAT, no Campus da D~Faculdade de Ciências da Univesidade de Lisboa acolhe a criação e crescimento

de empresas, integrando neste momento um diversificado número de empresas de base tecnológica.

O IMM acolhe em regime de incubação e concedendo condições de utilização de equipamento laboratorial um conjunto de empresas spin-off da área de biotecnologia.

A UL Inovar, Unidade de Transferência de Conhecimento da UL, actua como interface na negociação de contratos de licenciamento de tecnologia, procurando facultar uma relação estruturada entre a UL e empresas ou seus promotores.

APOIO EM I&DT E GESTÃO A INICIATIVAS DE EMPREENDEDORISMO

O Projecto de Regulamento do Estatuto de Carreira Docente Universitária na Universidade de Lisboa contempla a transferência de conhecimento como critério a ponderar no currículo dos investigadores e docentes promotores. São facilitados e enquadrados por protocolos os estágios e doutoramentos em empresa em diversas áreas.

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UNIVERSIDADE DO MINHO

INICIATIVAS DE FORMAÇÃO E SENSIBILIzAÇÃO PARA O EMPREENDEDORISMO

Laboratório de ideias de Negócio (IdeaLab). Criado em 2009, apoia o planeamento e a implementação de 30 ideias de negócio inovadoras em cada ano lectivo.

Concurso de Ideias de Negócio (SpinUM). Lançado em 2008, premeia anualmente as melhores ideias de negócio geradas na Universidade do Minho.

Cursos de formação em empreendedorismo, nomeadamente o Curso de Formação em Empreendedorismo Tecnológico que acolhe anualmente a 16 formandos e o Curso de Empreendedo-rismo Feminino que envolve anulamente 15 empreendedores.

Empreenda Minho. Organizado anulamente desde 2007, é um grande evento de sensibilização para o empreendedorismo constituído por uma conferência e uma feira de empreende-dorismo em que participam centenas de participantes.

Aulas Abertas. Realizadas desde 2006, permitem anualmente que mais do que 500 alunos dos 1º. 2º e 3º ciclo estejam em contacto directo com empresários e especialistas em empreendedorismo.

Projecto integrado de Empreendedorismo e Inovação (PIEI). Criado em 2007, envolve anualmente em equipas multidisciplinares cerca de 40 alunos dos Mestrados Integrados em Engenharia Industrial, Engenharia de Plímeros, Engenharia Mecânica e Engenharia Electrónica tendo em vista a produção de um produto inovador e a nálise do seu potencial comercial.

MODELOS DE ESTÍMULO AO EMPREENDEDORISMO

Programa de Apoio à Criação de Spin-offs. Estabelecido em 2005, suporta o lançamento de projectos empresariais que explorem comercialmente resultados de I&D. Proporciona mentorização científica, uso de laboratórios e apoio ao planeamento dos negócios. O estatuto “Spin-off da Universidade do Minho”, atribuído de acordo com um guião de procedimentos específico, foi já atribuido a 42 projectos de base tecnologica e conhecimento avançado.

Gabinete de Apoio ao Empreendedorismo (Start). Aberto em 2007, presta informação sobre apoios disponíveis para empreendedores e orienta os primeiros passos rumo à criação de um negócio próprio, recebendo anualmente mais de 100 empreendedores.

Parque de Ciência e Tecnologia (Avepark). Inaugurado em 2008, a Avepark acolhe empresas de base tecnológica e conhecimento intensivo. Engloba o Spinpark – Centro de Incubação de Base Tecnológica destinado a receber até 30 spin-offs tecnológicos.

Regulamento da Propriedade Intelectual. Estabelecido em 2001 e significativamente alterado em 2005, estabelece as regras e os procedimentos relativos à protecção e valorização da propriedade industrial da Universidade do Minho, procurando fomentar a transferência de resultados de I&D para as empresas.

APOIO EM I&DT E GESTÃO A INICIATIVAS DE EMPREENDEDORISMO

Financiamento de planos de negócios (Plataforma FINICIA do Minho): desde 2006, cerca de 6 planos de negócio para novas empresas spin-off sao financiadas por ano.

Apoio legal à elaboração de contratos de I&D e de Inovação com a Indústria: desde 2004, cerca de 30 serviços por ano.

Apoio na elaboração de candidaturas a programas de I&D e Inovação dotados de financiamento público: desde 2007, auxilio é prestado a cerca de 50 projectos por ano liderados por investigadores e spin-offs.

Acesso gratuito a bases de dados de patentes e de estudos de mercado: desde 2001 este serviço conta com cerca de 35 utilizadores por ano.

Desde 2005, é concedido apoio aos empreendedores tendo em vista o estabelecimento de contactos com incubaloreas de empresas, associações empresariais, capitalistas de risco, business angels e agências estatais.

Aconselhamento em matéria de Propriedade Intelectual Industrial (GAPI): desde 2001, este serviço responde a cerca de 150 solicitações por ano,

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UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA

INICIATIVAS DE FORMAÇÃO E SENSIBILIzAÇÃO PARA O EMPREENDEDORISMO

Iniciativas de Formação para o Empreendedorismo

1. TechpreneurPrograma de formação intensivo em empreendedorismo dirigido a quem deseja desenvolver aptidões na área do empreendedorismo ou explorar o potencial de mercado de determinadas soluções/produtos inovadores, com um foco em tecno-empreendedorismo e em questão de transferência de tecnologia. Ano lectivo 2008—2009: 1ª Edição.

2. Creating and Managing Entrepreneurial VenturesCadeira dirigida alunos de Mestrado de 2º ciclo de todas as unidades orgânicas da UNL que aborda a temática do empreendedorismo. Ano lectivo 2009-2010: 1ª Edição.

3. Semana Aberta sobre Propriedade IndustrialEm colaboração com o INPI, foi realizado um seminário dedicado a todos os elementos da UNL. Ano lectivo 2008-2009: 1ª Edição.

Iniciativas de Sensibilização para o Empreendedorismo

1. E-Day – Dia do EmpreendedorismoDia dedicado ao tema do Empreendedorismo que tem como objectivo envolver a comunidade local e os alunos das unidades orgânicas da UNL em actividades relacionadas com o Empreendedorismo.

2.Nova Idea CompetitionConcurso Interno de Planos de Negócio da UNL pretende promover a cultura empreendedora dentro da universidade e estimular o trabalho multidisciplinar, através da constituição de equipas compostas por elementos de várias unidades orgânicas.Ano Lectivo 2008-2009 – 1ª Edição: Dez 2008 a Mai 2009Ano Lectivo 2009-2010 – 2ª Edição: Dez 2009 a Mai 2010

3. START – Prémio Nacional de EmpreendedorismoEste prémio já com várias edições, sendo o Banco BPI e a OPTIMUS os parceiros actuais da UNL neste iniciativa. O concurso tem várias fases, desde a entrega de sumários executivos até à apresentação dos melhores projectos numa conferência com empresários e investigadores.

4. MEET MITSessão que promove o encontro informal entre diferentes culturas estudantis dos dois lados do Atlântico.

MODELOS DE ESTÍMULO AO EMPREENDEDORISMO

Regulamento de PI da UNL.

Participação na Rede UTEN, que tem como objectivo desenvolver e reforçar competências em transferência de tecnologia, bem como facilitar o acesso de projectos empresariais de base tecnológica a mercados emergentes.

Contratos de I&D efectuados com várias empresas com vista à valorização da PI da UNL.

Contactos efectuados com diversas empresas com base de Acordos NDA.

4 Contratos de Licenciamento de Tecnologia já efectuados.

Participação na Plataforma FINICIA.

Participação em diversas iniciativas promovidas pela COTEC (Cohitec, Idea 2 Product).

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UNIVERSIDADE DO PORTO

INICIATIVAS DE FORMAÇÃO E SENSIBILIzAÇÃO PARA O EMPREENDEDORISMO

MIETE – Mestrado em Inovação e Empreendedorismo Tecnológico, promovido pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, Faculdade da Economia da Faculdade do Porto e ESAD Escola Superior de Artes e Design de Matosinhos (4ª Edição)

Curso de Empreendedorismo da Universidade do Porto – 5ª Edição – Parceria entre a EGP – US SGPS e o Gabinete de Transferência de Tecnologia da Uporto.

Projectos LIDERA

A Universidade do Porto, através do seu gabinete de transferência de tecnologia e o seu clube de empreendedores, organizou recentemente o concurso de ideias de negócio iUP25K • www.iup25k.up.pt/, tendo atribuido 25 mil euros e 6 meses de incubação da UPTEC em prémios aos 3 projectos vencedores.

Muitos núcleos académicos das entidades orgânicas associadas a Universidade do Porto, promovem também umas série de concursos, workshops e demonstrações públicas de start-ups e tecnologias. Bons exemplos disto são o evento BEST DaysonTecnology’10 – dot.bestporto.org – e a conferência Talks 2.0: Erros e Sucessos de Empresas Tecnológicas • www.talk20.com

O Clube de Empreendedorismo da Universidade do Porto, organiza anualmente a Semana de romoção da Inovação e do Empreendedorismo da Universidade do Porto • www.spie.up.pt - um evento vocacionado para a promoção das temáticas ligadas ao empreendedorismo e a inovação dentro do meio académico.

A Universidade também promove diversos programas de coaching como:

O Programa Rede de Mentores, que consiste numa parceria entre a UPTEC e a EGP-UPBS para a disponibilização de coaching especializado as empresas incubadas na UPTEC; O programa UPIN TEAMS visa mobilizar recursos humanos altamente especializados, no sentido de reforçar o processo de transferência de tecnologia, via licenciamento tecnológico e/ou criação de spin-offs.

MODELOS DE ESTÍMULO AO EMPREENDEDORISMO

Regulamentos/condições de spin-off; incubação; start-ups; licenciamento de tecnologia; Regulamento e marca Spin-off UPORTO; Regulamento da Propriedade Intelectual; 59 patentes;

Condição de utilização de equipamento laboratorialA Universidade do Porto, possui 14 faculdades e uma escola de gestão e mais de 68 Unidades de Investigação, que estão disponíveis para uso e cooperação das start-ups e spin-offs associados a Universidade.

APOIO EM I&DT E GESTÃO A INICIATIVAS DE EMPREENDEDORISMO

A Universidade do Porto possui desde o ano de 2006, o UPTEC – Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto que se dedica à criação, apoio e facilitação de start-up e spin-offs associadas a Universidade do Porto.

Está dividida em 4 pólos (Tecnologia, Industrias Criativas, Mar e Ciências), tendo cerca de 57 projectos/empresas associadas e mais de 400 empregos gerados. Prémio da Cotec para melhor projecto Empreendedorismo 2007.

É, desde este momento, a entidade responsável pela gestão do programa de empreendedorismo da Universidade do Porto.

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UNIVERSIDADE TÉCNICA DE LISBOA

INICIATIVAS DE FORMAÇÃO E SENSIBILIzAÇÃO PARA O EMPREENDEDORISMO

Unidades Curriculares1º Ciclo – Empreendedorismo, Inovação e Transferência de Tecnologia; Empreendedorismo; Gestão da Inovação2º Ciclo – Empreendedorismo de Base Tecnológica; Desen-volvimento de Produto e Empreendedorismo; Empreende-dorismo; Economia de Inovação e do Conhecimento; Gestão da Tecnologia e da Inovação; Aspectos Internacionais da Tecnologia e da Inovação; Inovação e Empreendedorismo3º Ciclo – Empreendedorismo; Inovação e transferência de Tecnologia; Gestão da Inovação; Globalização Económica e Comércio Internacional

Formação em EmpreendedorismoWorkshop Como criar um negócio na Área das Ciências Veterinárias (FMV)Workshop EDEP – Empreendedorismo, Design e Engenharia de Produtos (IST)CEBCT – Curso de Empreendedorismo de Base Científica e Tecnológica (Reitoria)

Pós-graduação em Economia e Gestão da Propriedade Industrial (ISEG)Pós-graduação em Business Entrepreneurship (ISEG)Mestrado em Economia e Gestão de Ciência, Tecnologia e Inovação (ISEG)Doutoramento em Mudança Tecnológica e Empreendedorismo (IST)Doutoramento em Líderes para Indústrias Tecnológicas (IST)

Promoção de EmpreendedorismoConcurso de Ideias - Criatividade Empreendedora (Reitoria)Vector-e (IST);Dia Aberto aos Professores e Alunos do Ensino Secundário – “Gestão, Inovação, Empreendedorismo” (ISEG)

Estruturas de ApoioOTIC l UTL – Oficina de Transferência de Tecnologia e de Conhecimento da Universidade Técnica de LisboaINOVISA – Associação para a Inovação e o Desenvolvimento EmpresarialGALTEC – Gabinete de Apoio ao Licenciamento de TecnologiaADFMH – Associação para o Desenvolvimento da Faculdade de Motricidade HumanaIncubadora do Taguspark

MODELOS DE ESTÍMULO AO EMPREENDEDORISMO

RegulamentosRegulamento de Protecção da Propriedade Intelectual da Universidade Técnica de Lisboa (aguarda aprovação)Regulamento de Protecção da Propriedade Intelectual, de criação de Spin-offs/Start-ups do Instituto Superior de Agronomia (em revisão)Regulamento de Propriedade Intelectual e Transferência de tecnologia do Instituto Superior Técnico (em revisão)

IncubaçãoProtocolo com a incubadora de empresas do Taguspark para start-ups com origem no IST.

Empresas no INOVISA com origem na Universidade Técnica de LisboaCooking.Lab; Prosense, Lda; NYZTech, Lda; Techsuler; UAVision;

Empresas no TagusPark com origem na Universidade Técnica de LisboaNWC network concept; PETsys; Maeil Consultores

APOIO EM I&DT E GESTÃO A INICIATIVAS DE EMPREENDEDORISMO

Estágios de alunos – Estágios IAESTE

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NOTA DE

ENCERRAMENTO

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sOnhar, arriscar e aprender. Um caminhO para O empreendedOrismO na Universidade.

D.1.1

Como se sabe, Portugal é dos países da Europa com maior vontade de empreender. Os últimos dados do Eurobarómetro para o Empreendedorismo revelam que 62% dos Portugueses gostariam de trabalhar por conta própria, enquanto a média europeia se situa nos 45%. Contudo, a aversão ao risco e o medo de fracas‑sar são os factores apontados como principais causas que impedem que essa vontade de empreender se traduza em iniciativas concretas.

Torna‑se por isso necessário promover a associação entre empreendorismo e ensino a todos os níveis, em especial nas universidades. No mundo global de hoje não há empregos, há apenas trabalho. E o trabalho já não se resume a uma função pré‑definida e rotineira, pelo que é hoje essencial saber identificar problemas e resolvê‑los de forma criativa e eficiente. É portanto necessário que através do empreendorismo se formem pessoas com competências para definir e redefinir as suas próprias tarefas e funções. Ser empreendedor não é, portanto, ser capaz de criar novos negócios. É ser capaz de ter ideias, descobrir e desenvolver novas oportunidades em organizações já existentes; e fazê‑lo no contexto actual onde mercados e tecnologias estão em constante mudança.

Sobretudo nas últimas décadas o empreendedorismo crescentemente aparecido como corolário de oportunidades científica e tecnológicas incubadas nas universidades. São hoje símbolos de sucesso novos negócios incubados nas universidades como a Altitude Software (Carlos Quintas), a Chipidea (Epifâneo Franca), a Ydreams (António Câmara), a Critical Software (João Carreira , Gonçalo Quadros e Dimantino Costa), a STAB Vida (Orfeu Flores), a Novabase (José Afonso) e muitas outras.

Mas é preciso mais. É preciso aumentar o número de casos de sucesso.

Por isso mesmo as Universidades têm de fazer uma forte aposta no empreendedorismo, entendido como um conjunto de comportamentos e actividades que se pretende incutir em alunos e docentes de forma a que estes possam detectar oportunidades de negócio e “engendrar” operações adequadas à sua exploração. Não se trata de uma tarefa fácil. De facto, a grande maioria das novas iniciativas empresariais falha porque houve má avaliação de oportunidade, insuficiente capacidade de gestão ou insuficiente variedade de experiências e conhecimentos.

Será que dentro de cada um de nós há um Empreendedor por descobrir? É certo que o empreendedorismo está associado a condições genéticas herdadas, como por exemplo o gosto pela aprendizagem permanente, a curiosidade, a persistência, a ousadia e a tolerância ao risco. Mas na prática, mesmo quando a herança genética não é favorável, pode-se melhorar muito apostando na formação em empreendedorismo e portanto as universidades podem ter aqui um papel importante.

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Ao nível do primeiro ciclo de Bolonha há ainda que contar com a reduzida experiência de vida e com a pouca maturidade de grande parte dos alunos, que condiciona a adopção de uma atitude individual favo‑rável ao empreendedorismo de oportunidade. Acres‑cente‑se ainda que, em geral, a percepção dos alunos é a de que tudo se resume à elaboração de um Plano de Negócios e que este pode ser facilmente desen‑volvido, com base num dos múltiplos “softwares” ou “templates” disponíveis na Internet. Há, portanto, que evitar que o ensino do empreendedorismo se transforme numa proliferação de planos de negócio que pouco diferem uns dos outros e que têm pouca relação com oportunidades reais nos mercados. No novo contexto de Bolonha o desafio é desenvolver nos alunos a criatividade e as competências que lhes permitam identificar oportunidades que possam ser exploradas com sucesso.

Na verdade só quando uma ideia oportuna se transfor‑ma em conceitos e modelos de negócio viáveis é que o empreendedor se deve assumir como empresário.

Seja como for, o ensino superior e a prática do empreendedorismo são, por excelência, o domínio do aprender‑fazendo. O contexto pode estimular e induzir atitudes mais favoráveis ao risco, diminuindo o medo de fracassar, mas é ao nível do indivíduo e das pequenas equipas de empreendedores, que é preciso sonhar, arriscar e aprender.

Manuel LaranjaAssessor do Secretário de Estado da Energia e da Inovação

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PROPRIEDADE E EDIÇÃO

CiencInvest

COORDENAÇÃO EDITORIAL

José F. Mendes

FOTOGRAFIA

Alfredo Cunha

DESIGN GRÁFICO E PRÉ-IMPRESSÃO

Bmais Comunicação

IMPRESSÃO E ACABAMENTOS

Multitema

TIRAGEM

120 exemplares

ISBN

978-989-20-2220-8

A CiencInvest, SA tem por missão a valorização e transferência de tecnologia, investindo numa fase precoce em projectos de prova de conceito e de criação de empresas. É um dos subscritores de referência do Fundo de Capital de Risco Inovcapital Acelerador de Comercialização de Tecnologias, FCR Inovcapital ACTec. A CiencInvest é participada por:

O Conselho Estratégico da CiencInvest é um orgão de reflexão sobre a temática da valorização e transferência de tecnologia e reune representantes da Cotec, Fundação Luso-Americana, Inovcapital, Universidade de Aveiro, Universidade Católica Portuguesa – Porto, Universidade de Coimbra, Universidade de Lisboa, Universidade do Minho, Universidade Nova de Lisboa, Universidade do Porto e Universidade Técnica de Lisboa.

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