informativo do recid 01 - 2014

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INFORMATIVO Abril - nº 01 - 2014 A Rede de Educação Cidadã e suas motivações para o ano de 2014 C onsiderado um ano atípico, que remete a reflexões, come- morações e análises de conjuntura para compreender os di- ferentes contextos, 2014 é um ano em que o Brasil caminha para o período mais longo do regime democrático de toda a sua história. Completam-se 82 anos do voto feminino, 50 da ditadura, ano de Copa do Mundo, de eleições para os governos estaduais e federal, de Plebiscito para Reforma Política, e de 2ª conferência na qual se discute o Plano Nacional de Educação para o Brasil para os próximos 10 anos e o Sistema Nacional de Educação. Para fortalecer os sonhos e avançar na luta, o ano começa com a realização do Fórum Social Temático e o Fórum Mundial de Educa- ção, em Porto Alegre-RS, como espaços significativos onde se afir- ma que outro mundo e outra educação são possíveis e necessários; assim como unir as bandeiras de lutas e pensar agendas coletivas são alternativas para o enfrentamento e para promover a organiza- ção e participação social. É nesse contexto de sonhos e utopias fortalecidos que o Coletivo Nacional da Rede de Educação Cidadã se reuniu na cidade de Porto Alegre-RS com o objetivo de participar das atividades do Fórum Social Temático e Mundial de Educação, levando o debate sobre a Política Nacional de Educação e da Educação Popular e Direitos Humanos, assim como realizar a 1ª reunião do ano no sentido de refletir em torno dos desafios que a conjuntura nos coloca, qualifi- car o Plano de Trabalho de 2014 elaborado, em novembro de 2013, na 2ª Reunião Ampliada da Recid. Também debatemos o acompa- nhamento político e pedagógico e como qualificar os processos da Recid. O ano de 2014 e sua conjuntura apontam grandes desafios para quem desenvolve ações no campo popular e no trabalho da educa- ção popular, como é o caso da Recid, muitos deles contemplados e assumidos nos desafios estratégicos do Plano Trienal 2012-2014 da Recid, como: a) fortalecer as lutas contra os impactos do modelo neodesenvolvimentista, a partir do projeto popular para o Brasil; b) incentivar a luta de massas, se aproveitando dos conflitos já evi- denciados, para abrir a possibilidade do despertar da consciência; c) fortalecer as lutas contra o processo de exclusão sócioterritorial nos centros urbanos; d) fortalecer as organizações e lutas com es- pecial destaque para as que atingem a juventude e as mulheres; e) radicalização da democracia e f) fortalecer as ações no sentido de acumular para a construção de um projeto popular para o Brasil. Nesse sentido, a Recid destaca 3 eixos de ação que estarão ani- mando sua caminhada político/pedagógica para contribuir no for- talecimento da educação popular, do trabalho de base e da organi- zação social, como: 1) A Política Nacional de Educação Popular – o debate, a apro- priação em torno da temática deve fazer parte do cotidiano pe- dagógico de educadores/as populares nos espaços estaduais, ma- crorregionais e nacionais, através de rodas de conversa, jornadas pedagógicas e nos encontros e nas oficinas. 2) Plebiscito Popular por uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político – o tema deve ser assumido em cada estado pelos coletivos locais, fomentar o debate, dinamizar a reflexão com os grupos populares que a Recid desenvolve o trabalho de base, articular e, sobretudo, se aproximar estadual e nacionalmente dos grupos e das organizações que estão dinamizando esse debate; o papel da Recid é fortalecer o trabalho de base, a realização de de- bates, como a realização e ampliação do Plebiscito em si. 3) Sistematização – coletivamente, a Recid irá desenvolver um processo de sistematização e balanço no período de 2011 a 2014, por meio da metodologia da sistematização de experiências, com o objetivo de perceber quais as contribuições da Recid no campo pedagógico, político e da gestão compartilhada. Além desses três eixos, a Recid detalha em seu Plano de Trabalho de 2014 ações no campo da formação com o 2º Ciclo de Cirandas, ações de comunicação (reformulação do site e gestão da informa- ção, as comunicotecas e informativos), reuniões ampliadas e ações para qualificar o nosso processo de gestão ampliada. Não pode- mos esquecer que é em 2014 que nos prepararemos para o 12º Encontro Nacional, espaço no qual a Recid avalia seu Plano Trienal 2012/2014 e projeta suas ações para os próximos anos.

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Informativo da Rede de Educação Cidadã

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Page 1: Informativo do RECID 01 - 2014

INFORMATIVOAbril - nº 01 - 2014

A Rede de Educação Cidadã e suas motivações para o ano de 2014

Considerado um ano atípico, que remete a reflexões, come-morações e análises de conjuntura para compreender os di-ferentes contextos, 2014 é um ano em que o Brasil caminha

para o período mais longo do regime democrático de toda a sua história. Completam-se 82 anos do voto feminino, 50 da ditadura, ano de Copa do Mundo, de eleições para os governos estaduais e federal, de Plebiscito para Reforma Política, e de 2ª conferência na qual se discute o Plano Nacional de Educação para o Brasil para os próximos 10 anos e o Sistema Nacional de Educação.

Para fortalecer os sonhos e avançar na luta, o ano começa com a realização do Fórum Social Temático e o Fórum Mundial de Educa-ção, em Porto Alegre-RS, como espaços significativos onde se afir-ma que outro mundo e outra educação são possíveis e necessários; assim como unir as bandeiras de lutas e pensar agendas coletivas são alternativas para o enfrentamento e para promover a organiza-ção e participação social.

É nesse contexto de sonhos e utopias fortalecidos que o Coletivo Nacional da Rede de Educação Cidadã se reuniu na cidade de Porto Alegre-RS com o objetivo de participar das atividades do Fórum Social Temático e Mundial de Educação, levando o debate sobre a Política Nacional de Educação e da Educação Popular e Direitos Humanos, assim como realizar a 1ª reunião do ano no sentido de refletir em torno dos desafios que a conjuntura nos coloca, qualifi-car o Plano de Trabalho de 2014 elaborado, em novembro de 2013, na 2ª Reunião Ampliada da Recid. Também debatemos o acompa-nhamento político e pedagógico e como qualificar os processos da Recid.

O ano de 2014 e sua conjuntura apontam grandes desafios para quem desenvolve ações no campo popular e no trabalho da educa-ção popular, como é o caso da Recid, muitos deles contemplados e assumidos nos desafios estratégicos do Plano Trienal 2012-2014 da Recid, como: a) fortalecer as lutas contra os impactos do modelo neodesenvolvimentista, a partir do projeto popular para o Brasil; b) incentivar a luta de massas, se aproveitando dos conflitos já evi-denciados, para abrir a possibilidade do despertar da consciência; c) fortalecer as lutas contra o processo de exclusão sócioterritorial nos centros urbanos; d) fortalecer as organizações e lutas com es-pecial destaque para as que atingem a juventude e as mulheres; e) radicalização da democracia e f) fortalecer as ações no sentido de acumular para a construção de um projeto popular para o Brasil.

Nesse sentido, a Recid destaca 3 eixos de ação que estarão ani-mando sua caminhada político/pedagógica para contribuir no for-talecimento da educação popular, do trabalho de base e da organi-zação social, como:

1) A Política Nacional de Educação Popular – o debate, a apro-priação em torno da temática deve fazer parte do cotidiano pe-dagógico de educadores/as populares nos espaços estaduais, ma-crorregionais e nacionais, através de rodas de conversa, jornadas pedagógicas e nos encontros e nas oficinas.

2) Plebiscito Popular por uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político – o tema deve ser assumido em cada estado pelos coletivos locais, fomentar o debate, dinamizar a reflexão com os grupos populares que a Recid desenvolve o trabalho de base, articular e, sobretudo, se aproximar estadual e nacionalmente dos grupos e das organizações que estão dinamizando esse debate; o papel da Recid é fortalecer o trabalho de base, a realização de de-bates, como a realização e ampliação do Plebiscito em si.

3) Sistematização – coletivamente, a Recid irá desenvolver um processo de sistematização e balanço no período de 2011 a 2014, por meio da metodologia da sistematização de experiências, com o objetivo de perceber quais as contribuições da Recid no campo pedagógico, político e da gestão compartilhada.

Além desses três eixos, a Recid detalha em seu Plano de Trabalho de 2014 ações no campo da formação com o 2º Ciclo de Cirandas, ações de comunicação (reformulação do site e gestão da informa-ção, as comunicotecas e informativos), reuniões ampliadas e ações para qualificar o nosso processo de gestão ampliada. Não pode-mos esquecer que é em 2014 que nos prepararemos para o 12º Encontro Nacional, espaço no qual a Recid avalia seu Plano Trienal 2012/2014 e projeta suas ações para os próximos anos.

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Política Nacional de Educação Popular

Vivemos um momento ímpar em nossa história. As jornadas de junho de 2013 recolocaram em pauta a ocupação das ruas e dos espaços públicos pela po-

pulação na reivindicação de direitos e serviços públicos. Esses movimentos são uma forma de participação e de tomada de consciência do poder que pode ser construído pelo povo organizado, que não se acomoda facilmente.

Qual é o papel da educação nesses processos de mobili-zação?

A educação pode reproduzir uma postura de acomodação ou potencializar a mobilização por direitos. Mas a educa-ção não se dá somente na escola. A casa, a rua, o parque, as rede sociais, a feira, os protestos e a fila do posto de saúde também são espaços da educação. Os movimentos sociais também são. Essas práticas precisam ser reconhe-cidas e valorizadas, inclusive pelo Estado brasileiro. Para além da escola, é preciso pensar na política de educação como um todo, para construção do país que queremos.

Neste ano de 2014, a Rede de Educação Cidadã e a Se-cretaria-Geral da Presidência da República estão empenha-das na construção de uma proposta de Política Nacional de Educação Popular (PNEP). Após 10 anos da experiência de formação com o povo e a identificação dezenas de ati-vidades de educação desenvolvidas pelo Governo Federal, ficou nítida a necessidade de uma atuação mais coordena-da que fortaleça projetos como o da Recid, da Educação Popular em Saúde, da Economia Solidária, da formação em Direitos Humanos, entre outros.

Construção ColetivaEspera-se que essa política nacional seja fruto de um amplo processo de participação popular e consiga, por um lado, reconhecer o dever estatal para com as práticas de edu-cação emancipatórias existentes na sociedade sem “jogar

água no moinho da privatização da educação”; por outro, contribuir para que essas práticas e a escola se aproximem, sem perder a capacidade transformadora da educação po-pular.

Nesse sentido, foi construído coletivamente o Marco de Referência da Educação Popular para as Políticas Públicas cujo objetivo é: “promover um campo comum de reflexão e orientação de práticas coerentes com a perspectiva me-todológica proposta pela educação popular do conjunto de programas, projetos e políticas com origem, principalmen-te, na ação pública, e contemplando os diversos setores vinculados a processos educativos e formativos das políti-cas públicas do Governo Federal”. O Marco foi elaborado para contribuir no debate sobre os desafios da educação popular como política pública.

Para a Secretaria-Geral da Presidência da República, mi-nistério responsável pelas políticas de participação social e pelo diálogo entre movimentos sociais e governo, a PNEP faz parte das políticas de participação social. A educação popular é um elemento que fortalece a formação para a cidadania e permite maior participação popular na formu-lação das políticas públicas.

A Recid tem um papel essencial neste processo. A partir de seus princípios pedagógicos do planejamento participa-tivo, da gestão compartilhada e de sua capilaridade, con-segue-se chegar, com atividades de educação, em grande parte da população desconhecida do Estado e por vezes dos movimentos. O recurso público é utilizado a partir das prioridades e demandas definidas pelo público da política, de forma descentralizada e democrática, modelo coerente com os princípios da educação popular.

Como está organizada a PNEP?A proposta da PNEP está sendo organizada a partir de três eixos de ação estratégica. O primeiro eixo é o da educação popular para a participação social, que envolve as forma-ções de conselheiros e lideranças populares voltadas para a elaboração participativa de políticas públicas.

O segundo é o da aproximação da educação popular com a educação formal, que visa discutir os rumos da educação pública e tem grande preocupação com o predomínio de empresas privadas no sistema educacional e com a alfabe-tização, afinal ainda temos 14 milhões de pessoas que não sabem ler e escrever.

O terceiro eixo é o da expressão pública da educação popular, que busca fomentar e garantir recursos públicos para as atividades de formação desenvolvidas pelos movi-mentos sociais populares com vistas à garantia de direitos.

Todo esse processo ainda está em discussão e há manei-ras de participação, principalmente pela Internet, através do portal da participação social do Governo Federal no en-dereço www.participa.br/educultura.

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Encontro dos saberes na Ciranda de Educação Popular

Depois de ver que o que haviam feito era muito bom, no sétimo dia os

cerca de 80 educadores/as populares descansaram, cur-tindo o show dos Racionais e outros grupos de rap, em um passeio pela Ermida Dom Bosco e pela Torre da Cidade em Brasília. Isso depois de vi-verem seis dias intensos de formação, místicas, rodas de conversa, painéis e oficinas práticas na 4ª etapa do se-gundo ciclo da Ciranda Na-cional de Educação Popular, que aconteceu no Albergue da Juventude, de 17 a 23 de março.

A 4ª etapa da Ciranda cum-priu um ciclo que teve início em junho de 2013, com o processo de seleção dos/as educadores/as pelos esta-dos. A 2ª etapa foi realizada de 23 a 30 de agosto na Casa do Cimi, com o aprofunda-mento dos temas: formação do Estado e do povo brasi-leiro, educação e educação popular no Brasil e América Latina e metodologia da edu-cação popular e do trabalho de base. Essa Ciranda tam-bém marcou o aprendizado da Recid com processos de

educação a distância e utiliza-ção da Internet e da Platafor-ma Moodle, com trabalho de orientadores/as pedagógicos, que acompanharam a prepa-ração dos participantes.

Com o tema Comunicação e cultura popular: promovendo encontros e construindo ca-minhos, a 4ª etapa da Ciranda promoveu, no primeiro e se-gundo dias, uma forte troca e intercâmbio de diferentes ex-periências e realidades dos/as educadores populares nos Núcleos de Base (Maria Ciran-deira, Pe. Josimo, Nayá, Mar-garida Alves, Dandara, Resis-tência Popular), a partir do trabalho desenvolvido na 3ª etapa, chamada de “Tempo Comunidade”. A sistematiza-ção de experiências também foi um tema de aprofunda-mento no primeiro dia.

O terceiro dia da Ciranda contou com a presença do professor José Jorge de Car-valho, do Departamento de Antropologia da Universidade de Brasília, para falar sobre o projeto Encontro de Saberes. A grande roda de conversa trouxe a reflexão sobre o pa-pel político e pedagógico das universidades na construção

de um projeto popular para o Brasil, promovendo o en-contro e a aproximação dos mestres da cultura popular do saber acadêmico.

Na Ciranda também foi re-alizado o painel com o tema Políticas Públicas para o cam-po da cultura popular – Limi-tes e desafios, mediado por Marcelo Manzati, do Colegia-do de Culturas Populares e do Conselho Nacional de Cultu-ra, com presença de repre-sentantes do Ministério da Cultura, Secretaria-Geral da Presidência da República e da Secretaria de Cultura do GDF.

A partir do quarto dia, o foco do aprofundamento passou a ser a comunicação social e popular no Brasil. Bia Bar-bosa, do Coletivo Intervozes, falou sobre a necessidade de ampliar a diversidade e as vo-zes no espectro da comunica-ção brasileira, no aprofunda-mento sobre a representação de grupos sociais e o sistema e modelo de comunicação no Brasil na quarta Ciranda Na-cional de Educação Popular, que contou com a presença de Thiago Filgueiras, militan-te pela mídia livre.

Na Ciranda de Educação

Popular também rolou uma Roda de Conversa com orga-nizações que lutam pela de-mocratização da comunica-ção no Brasil (Fórum Nacional pela Democratização da Co-municação, Movimento Cul-tura Digital, Mídia Ninja, As-sociação Nacional de Rádios Comunitárias e o Jornal Brasil de Fato). Além do aprofunda-mento teórico e dos painéis e debates políticos, os/as edu-cadores/as participaram de oficinas práticas sobre Cultu-ra Hip Hop, Comunicação Co-munitária, Teatro do Oprimi-do, Ativismo digital e site da Recid.

Os educadores/as organi-zaram uma intervenção na quarta Ciranda Nacional de Educação Popular chaman-do a atenção para o cuidado necessário que assegure que mães e crianças tenham ga-rantias e sejam integradas, com pedagogia lúdico/criati-va, nos processos educativos. O último dia, além da avalia-ção e encaminhamentos fi-nais da Ciranda, foi dedicado ao debate sobre a Política Na-cional de Educação Popular e sobre o Plebiscito Popular por uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político.

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Encontros macrorregionais da Recid

De acordo com as dire-trizes do 1º Princípio do nosso Projeto Po-

lítico Pedagógico, que tra-ta do “Compromisso com o Projeto Popular de Nação”, nos reunimos enquanto Re-gião Macronordeste nos dias 30 de janeiro a 02 de feve-reiro de 2014, na cidade de Caxias, estado do Maranhão, para dialogar sobre o tema da Educação Popular e os Di-reitos Humanos, observando os avanços, limites e desa-fios da atualidade. O debate envolveu cerca de 50 edu-cadores/as populares dos nove estados que compõem o Nordeste.

Durante todo o encontro, a via e a luta do povo nordes-tino foi contemplada e cele-brada a partir da vivência da

nossa mística, que também contribuiu para observar os avanços, limites e aprendi-zados. Também foram des-tacados elementos como a nossa natureza, a “boniteza” da nossa poesia, das nossas canções, do nosso sentimen-to de pertença, da ternura, da afetividade, generosida-de, solidariedade e do amor que flui das relações e do jei-to de ser nordestinos.

De acordo com o debate, sob o ponto de vista distinto dos olhares dos sujeitos que protagonizaram o encontro, em diálogo com a realida-de e sob o recorte propos-to pelo tema, ampliou-se o foco sobre a conjuntura, re-afirmando algumas leituras e agregando novos elementos indispensáveis de se saber

para o enfrentamento entre os projetos em disputa.

O encontro oportunizou o aprofundamento sobre a Educação Popular e os Di-reitos Humanos, a reflexão sobre a Política Nacional de Educação Popular – PNEP (implicações da institucio-nalização, riscos e oportu-nidades diante da trajetória da Recid) e a realidade dos estados.

A Recid Nordeste aponta como desafios e perspecti-

vas para 2014 o aprofunda-mento e a massificação da proposta da PNEP, a utiliza-ção do processo Plebiscito Popular da Reforma Política e por uma constituinte ex-clusiva como importante ele-mento de unificação dos mo-vimentos populares e para o fortalecimento do traba-lho de base e a sistematiza-ção do período 2011 a 2014 como uma metodologia para potencializar o trabalho da Recid.

Macronordeste fortalece compromisso com a construção do Projeto Popular de Nação

Começamos 2014 com cor-po/mente e alma no 9º En-contro Macrorregional, de 17 a 19 de janeiro, em Porto Alegre-RS. E colocamos em movimento a primeira etapa no Plano Regional de For-mação com o tema: Projeto Popular e alternativas diante

da crise capitalista. É neces-sário dizer que em janeiro de 2012, por ocasião do Encon-tro Macrossul Lapa, no Para-ná, nos reunimos para dar os passos iniciais na direção de um Plano de Formação a par-tir da realidade e identidade da região e para desenvolver

a partir da região sul proces-sos de formação, continua-dos e integrados de educa-ção popular referenciados no Projeto Político-pedagógico da Rede de Educação Cidadã. Entendemos ser esse um dos modos de fortalecer as lutas populares e o projeto popu-lar para o Brasil.

O educadores Felipe Teixei-ra (RS) e Jairo Silva (AL) trou-xeram suas experiências e vivências na construção dos 10 anos da Recid, desde as origens da nossa identidade política e pedagógica, as mu-danças pelas quais passamos e como estamos situados na conjuntura. Dialogamos so-bre a relação entre teoria e prática, não podemos nos ater a cumprir convênios e metas, mas devemos nos questionar sobre a qualidade daquilo que fazemos. Educa-ção Popular é uma conduta

que precisa estar coerente com a prática! É preciso vi-venciar isso em todo mo-mento. Com Marcel Farah (GO), do Departamento de Educação Popular e Mobiliza-ção Cidadã, construímos uma análise de conjuntura do pe-ríodo, em que visualizamos a reascensão das mobilizações populares. Percebemos me-lhorias na qualidade de vida, mas sem reformas estrutu-rais. Chamamos a atenção para a luta pela democratiza-ção do Estado e das Políticas Públicas. Que conceito de participação trabalhamos? Não se entende participação como os fins e os meios da política (voto foi transforma-do em mercadoria). Temos que ir além dos Conselhos e das Conferências. Daí a ideia de reforma política e a im-portância do plebiscito po-pular, pois hoje vivenciamos

Encontro Macroregional SulOlá, camaradas educadores/as da Recid,

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O 9º Encontro macrorregional Norte está previsto para 24 a 27 de maio, em Macapá, articu-lado com o 7º Fórum Social da Pan-Amazônia. O encontro da Região Sudeste realiza-se em agosto, em data a ser definida.

PRÓXIMOS ENCONTROS

a democracia do capital, elei-ções orientadas pelo poder econômico.

Com muita dinâmica e sensibilização, trabalhamos com Marco Mello (RS) nos-sas opressões e superações, concepções de direitos hu-manos, a relação dos direitos humanos e nossas lutas com as políticas públicas e com a Educação Popular, “não que-remos nem precisamos da educação que a burguesia teima em nos oferecer, po-bre para os pobres, orienta-da por métodos bancários, cada vez mais mercantilizada e voltada à competitividade, ao consumismo e ao indivi-dualismo”. Fizemos estudos

de casos a partir da análise de conjuntura de três situa-ções recentes: assassinatos em presídios e ônibus (MA); “rolezinhos” nos Shoppings (SP) e protestos em relação à Copa 2014 (12 cidades).

A noite cultural iniciou com oficina de confecção de indu-mentária popular, com base afro-brasileira com o edu-cador Valdemar e na conti-nuação o educador Ronaldo interpretou e nos divertiu com o palhaço Pituimm, a noite seguiu com uma roda de samba animada.

Os estudos, debates e as vi-vências nos mostraram como podemos qualificar a meto-dologia das nossas atividades

de base e prática da educação popular, também dialogamos sobre nossa participação em relação às prioridades políti-cas do período: a articulação para o Plebiscito Popular por uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político e construção da Política Na-cional de Educação Popular (PNEP).

No terceiro dia, realizamos a transição das educadoras/es que passam a compor a Coordenação Macrossul e a Comissão Nacional. Os co-letivos estaduais tiveram tempo de reunirem-se para discutir sobre a organização e o planejamento das ativi-dades estaduais. A segunda

etapa do Plano Regional de Formação acontece em abril, em Chapecó/SC, com o tema História das ideias e lutas so-ciais no Brasil e na América Latina. Fechando o Encontro, o núcleo de comunicação sistematizou os melhores momentos num vídeo, em analogia ao curta: Dancem Macacos, Dancem de Er-nest Cline, uma crítica bem--humorada sobre a condição humana e a sociedade e até que ponto nos moldamos para estar dentro das normas comportamentais.

Abraços calorosos dos edu-cadores/as do sul e o desejo de muita saúde e disposição em 2014!

O IX Encontro Macrorregio-nal Centro-Oeste, intitulado “Ciranda do Cerrado”, ocor-reu entre os dias 24 e 28 de fevereiro/2014, em Campo Grande-MS.

“A Ciranda do Cerrado” foi um processo cuidadosamen-te pensado pela Coordena-ção Centro-Oeste (COCO) cujo objetivo foi desenvolver um processo de formação continuada, presencial e a distância, com um grupo de

educadores/as populares, tendo em vista a multiplica-ção, dinamização e qualifica-ção dos processos de forma-ção de base com os grupos acompanhados pela Recid nos estados do Centro-Oes-te, para aprofundar o estudo sobre a formação da Região, o papel da educação popu-lar, dos direitos humanos e os desafios atuais dessas práticas.

Nessa ideia, alguns temas foram centrais, como a For-mação do Povo do Cerrado e a Política Nacional de Educa-ção Popular (PNEP), que du-rante dois dias do encontro foram aprofundados com o intuito de conhecer o his-tórico do povo dessa região e ainda levantar os desa-fios apontados para a PNEP.

Numa dinâmica organizada com grupos/núcleos de base (NB’s), as/os educadores/as socializaram a fase virtual do processo e ainda viven-ciaram a etapa presencial a partir dos conteúdos traba-lhados nos coletivos estadu-ais.

Ainda durante as duas pri-meiras noites, participamos também da oficina de co-municação que juntamente com o debate posterior na plenária teve como objetivo iniciar o processo de discus-sões críticas sobre comuni-cação e a construção coletiva dos 4 vídeos da região – um por estado – que ao final do ano irão compor o DVD de experiências e princípios da Recid.

Agora, já de volta aos esta-dos, esse coletivo regional continua o processo virtual

em preparação ao próximo encontro previsto para início de agosto em Mato Grosso. A região Centro-Oeste rea-liza seus encontros macror-regionais num processo de alternância entre os estados.

Ainda dentro da “Ciranda do Cerrado”, e como parte dos processos organizativos da região, definiu-se nes-se encontro os/as novos/as integrantes da COCO (Co-ordenação Centro-Oeste) e da Comissão Nacional (CN), acolhidas/os com bastante entusiasmo e expectativa por todo coletivo regional. A última representação da CN foi feita por Paulo Mato-so e Jacqueline Chaves, e a nova composição está sob a responsabilidade de Roseni-ra Barbosa (MT) e Jefferson Acezedo (GO). Na suplência ficou Fernanda Kunzler (MS).

Macrocentro-oeste: Ciranda do Cerrado

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2014 e o Plebiscito Popular, vamos nessa?

É verdade que “em 2013, o bicho pegou”. As gi-gantescas mobilizações

de junho sacudiram o apa-rente marasmo da conjuntu-ra brasileira e sua narrativa bipolar. Muitas foram as in-terpretações que buscaram explicar porque isso aconte-ceu, mas o certo é que pe-gou todo mundo de surpre-sa, na direita e na esquerda. Também, como as pessoas saíram às ruas sem uma pau-ta clara – e a imagem que mais representou isso foi a dos cartazes individuais, do tipo “escreva aqui sua indig-nação” –, o sentido político daquelas manifestações logo virou objeto de disputa.

Desde junho de 2013, o tempo se acelerou. O confli-to de interesses e de proje-tos políticos se acirrou. En-tendermos o que se passa no Brasil desde então tornou-se uma das tarefas mais desafia-doras e importantes do mo-mento. Assim como saber-mos o que fazer diante desse quadro. Enigmático, com-plexo, é justo dizermos que o ano de 2014 é chave para o que será o próximo perío-do e, para nós da esquerda, pode ser uma oportunidade de que as coisas avancem ou pode acarretar um retroces-so. A conjuntura nos apre-senta um desafio: decifra--me ou devoro-te.

Numa tentativa de dar resposta a isso, foi que uma ampla articulação de orga-nizações populares propôs a realização do Plebiscito Po-pular por uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sis-tema Político. “Nomão!” Até

difícil de entender se agente não parar para pensar um pouco nele. Resumidamente, por agora, é uma iniciativa do nosso campo – dos movi-mentos populares, do Proje-to Popular – e sobre um tema – a reforma política – que já esteve presente em muitas de nossas atividades, antes mesmo do Plebiscito ser pro-posto.

Além disso, como foi com todas as outras propostas de Plebiscito (por exemplo, em 2000, sobre a dívida externa, e em 2002, sobre a ALCA), a coleta de votos é só uma parte do processo. O funda-mental é que ele seja um eixo de conscientização do povo brasileiro ao longo de 2014, se desdobrando em diversas atividades de educação po-pular, estando presente nas formações pedagógicas, no trabalho de base, nas ações de agitação e propaganda e nas lutas de rua das diversas organizações populares bra-sileiras.

Por essas razões, eu acredito que a iniciativa do Plebiscito Popular tenha tudo a ver com a nossa proposta enquanto Recid e nosso Projeto Polí-tico-Pedagógico. A orien-tação que veio na 1ª

Carta Circular de 2014, dis-cutida na última Reunião Ampliada Nacional, que afir-ma ser o Plebiscito uma das “linhas políticas centrais que a Recid assume em seu Plano de Trabalho 2014”, confirma que essa é uma percepção presente também entre a maioria dos/as educadores e educadoras. E mais, além da orientação debatida coleti-vamente, também na prática muitos de nós educadores/as já estamos nos envolvendo com as ações e a organização do Plebiscito nos Estados. In-clusive, estivemos muito bem representados na última ple-nária nacional, que foi no dia 15 de fevereiro em Brasília.

Penso que nosso desafio é o de contaminarmos esse am-plo movimento com nosso jeito de fazer da Recid, que acolhe todas as pessoas, in-dependentemente de onde venham; que incentiva o em-poderamento, a participa-ção, a fala, de todos e todas por igual; que persegue sem-pre o debate aberto e o con-senso, sem impor a ninguém; que mete a alegria no meio da política, mas t a m -

bém sabe sensibilizar pela mística; que resgata a diversi-dade da cultura popular bra-sileira como forma de o povo manifestar seus interesses. Também, precisamos colocar a pedagogia Freiriana no cen-tro da prática do Plebiscito, que para nós é um grande mutirão de educação popu-lar. Defender o trabalho de base e nele sermos capazes de articular uma realidade concreta com a necessidade de mudança do sistema polí-tico será uma lição prática de Paulo Freire. De todo jeito, pelo grau de envolvimento das educadoras e educado-res, pela nossa afinidade e acúmulos sobre e tema da re-forma política e também pela nossa experiência com o tra-balho de base e os processos formativos, tenho a certeza de que a contribuição da nos-sa Rede de Educação Cidadã para o Plebiscito Popular em 2014, nacionalmente e em todos os Estados do Brasil, será marcante!

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Dennis Gonçalves

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Como vamos fazer e quais os desafios do Plebiscito pela Constituinte nessa conjuntura?

Mãos à obra? Muitos debates já foram feitos sobre essa

campanha, muitas dúvidas já foram levantadas e sa-nadas nos variados espaços de diálogo sobre o Plebis-cito. Destaque para as ple-nárias nacionais que vêm acontecendo a cada dois meses – mais ou menos – e também para o Curso Na-cional de Formação de For-madores que aconteceu em Guararema em dezembro passado. Como educador popular da equipe da Recid no estado de Goiás, tive a oportunidade (assim como outros/as companheiros/as de outros estados) de par-ticipar desses momentos. Aprendemos muito e, por isso, escolhi escrever esta carta resgatando e siste-matizando um pouco desse aprendizado. Espero que tenha a função pedagógica de empoderar o conjunto das educadoras e educado-res sobre o acúmulo de de-bates que já se construíram no Plebiscito e também que esquente nosso próprio de-bate interno sobre como deve ser a participação da Recid neste momento de unidade.

A começar pelo nome: “Plebiscito Popular por uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Polí-tico”. O que isso significa? É um plebiscito porque supõe uma consulta pública, para saber se o povo brasileiro concorda ou não com uma proposta política. No caso, a pergunta é: “Você é a fa-vor de uma Constituinte Exclusiva e Soberana so-bre o Sistema Político?”.

Será uma votação, com data marcada para acon-

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tecer – entre os dias 01 a 07 de setembro de 2014. Não está muito certo ainda como vai ser o controle dos votantes, se vai ser requeri-do o RG ou o título de elei-tor. Mas a ideia é que pos-sibilite o maior número de votos possível, mantendo a credibilidade do resultado (i.e. sem dar margem para questionamentos de que uma pessoa tenha votado várias vezes, por exemplo). As urnas, devemos fazer o esforço de ter o máximo possível e, por isso, vamos ter que improvisar – por exemplo, usando caixas de sapato como urna e uma lista de papel para o con-trole. A ideia aqui é que qualquer pessoa com muita disposição e poucos recur-sos possa armar uma urna.

Dizemos que é um plebis-cito popular porque não é o Estado, e sim o povo, que está convocando o plebisci-to. Infelizmente, a Consti-tuição brasileira não permi-te iniciativas populares de plebiscito – apenas o Con-gresso Nacional tem esse poder. Isso significa que nosso plebiscito não vai ter validade jurídica imediata-mente após a votação, mas será uma baita ferramenta de pressão política.

O tema é a Constituinte Exclusiva e Soberana so-bre o Sistema Político. Uma Assembleia Constituinte é, juridicamente, o único es-paço político com capacida-de de mudar a constituição – o atual legislativo pode apenas propor alterações dentro da mesma constitui-ção, desde que não seja nas famosas cláusulas pétreas. A Assembleia Constituinte que queremos é exclusiva

porque não será formada pelos atuais deputados e senadores (afinal, se fosse por eles, tudo permanece-ria o mesmo, certo?), mas, sim, por novos represen-tantes democraticamente eleitos exclusivamente para essa tarefa. É soberana por-que não vai depender dos poderes já instituídos para funcionar e fazer valer sua proposta final. Por fim, será sobre o sistema político porque esse será o foco da mudança cons-titucional. O sistema políti-co é uma de-finição ampla, que rege a for-ma organizati-va do Estado e até a maneira com que ele se relaciona com as instituições da sociedade civil. Ou seja, estão aí in-cluídos temas como a relação entre os três poderes, a for-ma de escolha dos represen-tantes, os me-canismos de democracia di-reta, os limites da democracia representativa (até onde po-dem ir os re-presentantes sem ter que consultar o povo?), o con-trole popular sobre o Estado (inclusive do poder judiciá-rio), as regras

para concessão de imprensa e para convênio com organi-zações da sociedade civil. É muito além de uma reforma eleitoral. Cabe muita coisa, inclusive – para nossa ale-gria – financiamento públi-co de campanha, sistema diferenciado para eleição de representantes indíge-nas, termos eleições diretas para o poder judiciário, para outros órgãos e também de-mocratizar a imprensa!

Page 8: Informativo do RECID 01 - 2014

Caderno de Educação Popular e Direitos Humanos

A necessidade faz com que as pessoas se movam em prol daquilo que acreditam ou defendem como um di-reito. Esse movimentar-se é histórico, amplo e plural, demonstrando a diversidade grande dos sujeitos em luta. Isso porque uma das caracte-rísticas marcantes da vida so-cial e política é que sempre está se falando sobre direi-tos. Direito de viver, de lutar, de morar, de se alimentar, viver sem violência... de ser feliz. Portanto, falar em direi-tos é, em primeiro lugar, falar dum desejo, duma necessi-dade que temos de viver em um mundo mais justo.

Partindo desse movimen-tar-se e a partir do desejo de contribuição ao traba-lho popular realizado pelos/as educadores/as da Rede de Educação Cidadã (Recid) foi construído o Caderno de Educação Popular e Direitos Humanos, que se constitui numa coletânea de artigos e cartas que nos situam no cenário da luta pelos Direitos Humanos no Brasil. Os temas abordados têm como refe-rência o Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH) e a Plataforma DHESCA (Di-reitos Humanos, Econômi-cos, Sociais, Culturais e Am-bientais).

Tendo como base a meto-dologia da Educação Popular,

apresenta subsídios que po-dem ser acessados como fer-ramentas para qualificar as lutas pela ampliação e qua-lificação dos Direitos Huma-

nos. Por isso, além de temas conhecidos no debate dos direitos como o acesso a ter-ra, questão indígena, quilom-bola, negros/as, o caderno também aborda temáticas como aborto, tráfico de pes-soas, violência contra a mu-lher, cultura, lazer e esporte,

numa tentativa primeira de aproximar na concretude a educação popular com os di-reitos humanos.

Essa publicação faz parte

do Projeto Educação, Cidada-nia e Direitos Humanos: Co-nectando Redes e Saberes, firmado entre a Secretaria de Direitos Humanos da Presi-dência da República e o Cen-tro de Assessoria Multiprofis-sional (CAMP). Sua tiragem foi de oito mil exemplares.

Durante a realização dos Fóruns: Mundial de Direitos Humanos, realizado no mês de dezembro de 2013 em Brasília, e Social Temático, realizado no mês de janeiro de 2014 em Porto Alegre/RS, o caderno foi lançado. O intuito desses momentos foi além de divulgar o que se construiu, fazer com que as pessoas, defensoras de di-reitos, se aproximassem da educação popular na relação com os direitos humanos, visto que um é em essência o outro.

No entanto, sabe-se que nenhuma política, por mais consistente e ampla que seja, esgota a agenda popular de luta por direitos humanos. Querer um Brasil que respei-te e promova os direitos hu-manos requer uma agenda central que contemple ações que modifiquem relações e construam uma nova cultura e práticas. Isso significa co-locar em pauta um sentido de projeto de nação em que nele sejam considerados pro-tagonistas todos/as aqueles/as que historicamente tive-ram direitos desrespeitados.

Esse caderno está disponí-vel para acesso no site: www.camp.org.br. Deseja-se que esse material sirva de contri-buição para a luta e garantia dos direitos humanos no Bra-sil.

ExpEdiEntEInformativo Recid – Nº 01 – 2014Colaboraram na redação: Cris Brites, Elisiane de Fátima Jahn, Denis Gonçalves, Fernanda Kunsler, Gilson Lucena, Marcel Farah, Robson Luiz, Vera Barreto, Willian Bonfim, Fernanda Kunsler e educadores/as do Sul.Projeto gráfico e diagramação: Veraz ComunicaçãoImpressão: EvangrafProjeto: E-DHESCA, Educação, Cidadania e Direitos Humanos Conectando redes e saberes Convênio: 778677/2012.

EDUCAÇÃO POPULAR E CADERNO DE

DIREITOS HUMANOS