informação e gestão : a experiência da coordenação de epidemiologia e informação da sms-são...
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Informação e gestão: a experiência da Coordenação de
Epidemiologia e Informação da SMS-São Paulo (CEInfo)
Marcos Drumond Junior
Assessor Técnico da Coordenação de Epidemiologia e Informação - CEInfo
Contexto onde se insere a CEInfo na perspectiva da produção de informação para a condução e aprimoramento do SUS
•O conceito de informação, sua articulação com a epidemiologia e o uso de um modelo amplo e articulado para produzir informação e conhecimento
• As etapas do processo de trabalho da produção da informação
• A cidade de São Paulo: dimensão, complexidade e gestão
SIMAPAC
CARTÃO SUSCNES
SIAB
HOSPUBREM
SIH
SIAHIPERDIA
SISPRENATAL
SINAN
SINASC
SISAEDES
SIVISA
API
SIVVA
SISVAT
SIGA
RCMG
EPI-TB
Epidemiologia é a ousadia assumida no projeto CEInfo desde seus primeiros passos
Esta opção gera alguns incômodos
- Para intervenção nos serviços de saúde
- Com base numa política de saúde
- Epidemiologia discute distribuição de agravos no espaço, no tempo, segundo características de pessoas ou grupos sociais, suas causas, a população sujeita aos agravos e suas características.
- É portanto uma disciplina essencial para o trabalho no dia a dia, no cotidiano das equipes
- Não apenas pelo conhecimento macro que fornece, mas especialmente pelo micro, no entendimento da singularidade da relação das equipes e usuários
Epidemiologia é o conhecimento do processo saúde-doença no coletivo
Epidemiologia no sistema de saúde
Articulação com clínica e biologia
Articulação com a administração e planejamento/políticas públicas
Informação
Diagnóstico, monitoramento, avaliação
Núcleo de saberes conceitos e métodos
Vigilância e controle de doenças
Condução das ações e gestão
Bases e normas técnicas
Produção de conhecimento para ação
Suspeito e caso: ações (infecciosas)
Não é uma prática
(DCNT e externas)
Epidemiologia como tecnologia tem inserção dupla:
é um conjunto de conceitos e método de apreensão do coletivo bem estruturados
contribui com uma certa forma de “olhar” para a realidade ou um certo jeito de fazer as coisas, um certo enfoque.
Mas o que vem a ser isto?
Epidemiologia como tecnologia leveRelação com uma certa forma de abordar a clínica na relação singular profissional-usuário: enfoque de risco ou avaliação com critérios de risco, acolhimento, projeto terapêutico singular, etc
Relação com uma forma de planejar e fazer gestão: orientada nas necessidades da população, na promoção da equidade, na democratização do acesso, etc
Relação com uma visão crítica no trato da informação visando qualidade de dados, adequação de indicadores e métodos, instrumentos de coleta, etc
Necessidades
Demanda
Ofertas
Problemas
Procura
Respostas(recursos organizados)
Um esquema para ampliar formas de olhar para a informação
Oferta
DemandaNecessidades
Demanda atendida
Sistemas de informação
SIM, SINASC, SINAN, TBWEB,SIAB, Cadastros Sociais, Censos, Inquéritos, RCBP
SIA, SIH, CIH, API, SISPN, SIAB, APAC, HIPERDIA
CNES, RH, OF, ESTOQUE
O
DN
U
PesquisaISA-Capital
Informação em Saúde com enfoque epidemiológico visa aproximação com
os princípios e diretrizes do SUS
A saúde é um direito de todos e dever do estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem a redução do risco de doenças e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação que integram uma rede regionalizada e hierarquizada organizada de acordo com as diretrizes de descentralização, atendimento integral e participação da comunidade
Inspiração
Princípios e diretrizes do SUS (para a informação, sua abrangência e organização)
Universalidade, integralidade, equidade /
descentralização, regionalização, hierarquização /
participação social, democratização
Usos da informação em Saúde
Conhecer a realidade: diagnóstico
Acompanhar o que está acontecendo: monitoramento
Saber se o que foi feito foi bom: avaliação
Nunca tivemos tanta informação e nunca estivemos tão insatisfeitos com a informação que temos.
Melhoramos, somos outros, não nos contentamos com pouco.
Paradoxo
Grande parte destas informações estão disponíveis nos sistemas de informação existentes.
Dados são acessíveis com facilidade pela internet, intranet, publicações diversas.
A Coordenação de Epidemiologia e Informação (CEInfo)
Missão
"Promover a produção e o uso da informação voltada para a gestão de
políticas públicas de saúde e melhoria das condições de saúde para a população da
cidade de São Paulo"
Perspectivas / Processo de trabalho
Base de dados
Produção da informação Comunicação
Dado Informação Conhecimento
Conhecimento em diferentes perspectivas
A) Instrumentos de gestão do SUS nacional
Pacto e Plano Municipal de SaúdeMetodologia para estabelecimento de
metasOrientação para escolha de indicadores
Cálculos e preenchimento
Monitoramento do PactoTrimestral. Valor alcançado, esperado e % de
desvio da meta
B) Etapa do processo de planejamento e gestão
Diagnóstico: Diagnóstico Mínimo, Índice de Necessidade em Saúde (Índice-Saúde), Perfil Dinâmico da Saúde em São Paulo, Índice de Acessibilidade e Índice de Utilização Efetiva
de Serviços de Saúde
Monitoramento: Pacto de Saúde, Painel de Monitoramento, da Estratégia Saúde da
Família e da Qualidade das Bases de Dados
Avaliação: em discussão suscitada pelo PM
INS - Índice de Necessidades em Saúde
Índice de Acessibilidade e Índice de Utilização Efetiva de Serviços de Saúde
Complementar a visão territorial fornecida pelo Índice de Necessidades em Saúde
Deslocamentos, forma de deslocamentos, meio utilizado (vias de transporte disponíveis)
Uso efetivo dos serviços de diversos tipos: ambulatoriais, hospitalares, especializados, urgência, etc
Junção INS com IUESS mediado pelo IA permitiria uma síntese necessidades x demanda x oferta
Índice de Acessibilidade aos Serviços de SaúdeTempo médio de deslocamento, origem residência, motivo saúde, modo coletivo.
Fonte: Pesquisa OD 2007
Grajaú
Índice de Utilização Efetiva
de serviços de Saúde.
Consultas básicas, de urgência em
clínica básica, de urgência, de
especialidades e internações
cirurgicas, clínicas e obstétricas
Grajaú
C) Modelos e metodologias de análise
Espaço: o sistema de informações geográficas como ferramenta de gestão
Tempo: a análise temporal e o monitoramento como ferramenta de
gestão
Cobertura Populacional da Estratégia de Saúde da Família segundo Distrito Administrativo, MSP, jan.2010.
Socorro
Cid.Dutra
Grajaú
Fluxo de mães residentes nos distritos de Socorro, Cidade Dutra e Grajaú para o local de ocorrência de partos, MSP, 2009.
Grajaú
MSP - Áreas de Abrangência (AAs) das Unidades Básicas de Saúde (UBS)
Detalhe parcial das AAs da STS Itaim Paulista
ÓBITOS PRECOCES POR DIABETES, HIPERTENSÃO E AVC , MSP, 2007
Mapa de pontos e Mapa de Kernel dos óbitos precoces (menores de 60 anos) por Diabetes, Hipertensão e AVC. MSP, 2007.
Monitoramento da ESF
Acompanhamento dos contratos de
parceirasAplicativo com
emissão de sinais
Contexto de criação do Painel de Monitoramento da SMS-SP
Retomada do SUS na cidade de São Paulo: dimensão e complexidade da cidade e da política de saúde e grande número de sistemas de informação criados-necessidade de foco
Desenvolvimento da capacidade diagnóstica, instrumentos e métodosInsuficiência:-o que fazer depois do diagnóstico?
O Painel de Monitoramento
Desenvolvimento do projeto considerou que temos bons instrumentos para
produzir conhecimento da realidade e estabelecer pontos de partida para
processos de planejamento e gestão, no entanto carecemos de instrumentos que
acompanhem se as ações que desenvolvemos estão surtindo os efeitos
esperados e se não, quais aspectos devem ser modificados para retomar a
rota e/ou alcançar os objetivos pretendidos
Os 10 anos do processo de construção
do Painel de Monitoramento da SMS
1) Surgimento da necessidade
2) Construção conceitual e metodológica
3) Escolha dos eixos e indicadores
4) Implantação, operação e interlocução
nos diversos níveis da SMS-São Paulo
5) Validação e categorização dos
indicadores
6) Aprimoramento da metodologia de
análise com modelagem, desempenho e
previsão
7) Construção do aplicativo facilitando
acesso, automatizando a análise e
melhorando interface
Painel de Monitoramento: conceitos e critérios
Painel matriz composta por indicadores escolhidos para
acompanhar prioridades da SMS-São Paulo segundo nível do sistema de saúde
Os indicadores são selecionados envolvendo a coordenação e os interlocutores regionais do
projeto junto aos técnicos das áreas envolvidas e gestores
Aspectos considerados nas escolhasAbrangência das prioridades
Pequeno númeroCapacidade de síntese e validade
OportunidadeDisponibilidade do dado no nível do sistema
Governabilidade do gestor no nível do sistema
Painel de Monitoramento: conceitos e critérios
A matriz permite várias entradas, pois os indicadores são categorizados pelos aspectos:
linha de cuidado, grau de controle do gestor, momento do processo saúde-doença, abordagem
avaliativa, governabilidade do gestor no nível, disponibilidade do indicador no nível do sistema, eixo (área institucional) e evento do sistema de
informação de origem.
Monitoramento: elaboração e análise de mensurações rotineiras
visando detectar mudanças no ambiente, no estado de saúde e no desempenho do serviço de
saúde ou de profissionais de saúde
Prioridades (aspectos)
Municipal Regional STS Local
P1 IM1 IR1
P1 IM2 IR2 ID1
P1 ID2 IL1
P2 IM3 IR3 ID3
P2 IL2
... ... ... ... ...
Px IMx IRx IDx ILx
Matriz: Prioridades e Níveis do SUS São Paulo
Priorida Municipal
Regional STS SubPr
Local
P1 IM1 IR1
P1 IM2 IR2 ID1
P1 ID2 IL1
P2 IM3 IR3 ID3
P2 IL2
... ... ... ... ...
Px IMx IRx IDx ILx
O que é o Painel de Monitoramento
Ferramenta de gestão que permite o acompanhamento contínuo e oportuno da
atuação da SMS-São Paulo sobre as prioridades da política de saúde municipal operado por meio de um pequeno número de indicadores disponíveis que informam
sobre os problemas e as ações para enfrentá-los em cada nível do sistema onde o gestor tem governabilidade para manter
ou fazer mudar as situações captadas
Características essenciais para uso do novo Painel de Monitoramento
1) Agilidade e atualização permanente: dados de fevereiro de 2011 disponíveis
2) Supervisão em cada nível do sistema: coordenação, interlocução e manutenção
3) Agenda de capacitações definida
Metodologia de análise de série temporal desenvolvida para o Painel de Monitoramento da SMS-São Paulo e saídas (contornos)
Análise da dimensão do numerador do indicador na
série temporal
Holt-Winters Aditivo
Teste de tendência
Teste de sazonalidade
Ponderação da equação de Holt-Winters Aditivo
Série ajustada, grau de ajuste da
modelagem e previsão
Cálculo de média e desvio-padrão (dp)
Média móvel Simples Centrada
Limites com 1, 2 e 3 dp para cada lado da
média
Sinais mensais segundo faixa
Desempenho: Síntese dos últimos 7 meses, destacando meses
envolvidos na emissão
Análise do número de meses existentes na
série temporal
36 meses ou +
24 meses ou +
suficiente insuficiente
6 meses ou +
Gráfico
Leitura do gráfico do Painel de Monitoramento
Aplicativo disponível em Intranet Prodam e acessado pelo Internet Explorer: tela
inicial
Tela de definição de relatórios do aplicativo.
Relatório 1: séries históricas com valores
Relatório 2: sinais mensais e desempenhos para o município com
seleção de indicadores
O desempenho
Os desempenhos são destacados com base na direção, intensidade e coerência
dos desvios
Tipos-atenção
-alerta-crítico -estável
-bom-melhoria
-excelência -acima ou abaixo da média
-em ascensão ou queda -inversão de tendência prévia
Relatório de sinais mensais e desempenhos do município com seleção apenas de resultados
satisfatórios
Relatório de sinais mensais e desempenhos por Coordenação Regional com seleção apenas de
acionadores
Relatório de sinais mensais e desempenhos de uma Unidade Básica de Saúde - completo
Relatório de sinais mensais e desempenhos de dois Hospitais Municipais - completo
Relatório 3: gráfico com média e limites de 1, 2 e 3 desvios-padrão, sazonalidade, tendência, série modelada, previsão e
emissão de desempenho
Exemplo com tendência e sazonalidade significativas e
desempenho satisfatório
Teste de sazonalidade significativo
Teste de tendência significativo
Padrões atípicosSete pontos consecutivos em ascensão ou queda
Padrões atípicos: Inversão de tendência prévia
Exemplo com desempenho “A Conferir”
Exemplo anterior após controle de pontos aberrantes
Discussão
O novo Painel de Monitoramento ousa ao emitir avisos (“julgamentos de valor?”)
com base em desempenhos
No entanto o aviso é o limite do Painel
O que fazer com o aviso depende da ação humana
Desafio presente Ir do monitoramento à avaliação.
Mas antes, devemos responder:
Queremos mudar? Sabemos onde queremos chegar? Sabemos como? Estamos prontos para negociar e
construir consensos?Estamos abertos para discutir os
problemas?
D) Qualidade da base de dados
-O PRO-AIM: um modelo nacional / causas naturais, causas externas, serviço de
verificação de óbitos
-O selo SINASC: uma forma criativa de “gestão da informação de serviços
privados”
-Sistema de Monitoramento das bases de dados do SUS (SIM, SINASC, SIA, SIAB, APAC, SIH, REM, SISPRENATAL, CNES)
Sistema de Monitoramento e Avaliação da Qualidade das Bases de dados do SUS (SMAQBD-
SUS)
SMAQBD-SUS: Sistemas e Indicadores
Respostas às lacunas
-Registro de Câncer de Base Populacinal: convênio com a FSP-USP
Base no Tabnet
-ISA-Capital: inquéritos realizados em 2003 e 2008
-Anomalias congênitas: parceria com a UNIFESP-Centro de Genética
-População SUS: Polis, atualizado em 2009
Proposta de qualificação com o uso da informação na administração financeira de rh
Prêmio de Produtividade de Desempenho – PPDDecreto 52.109, de 31.01.11 - Regulamentação
Avaliação de Desempenho Institucional do Setor Saúde
20% da proporção total do PPD → aferição anual
Avaliação de Desempenho institucional Específico
Avaliação de Desempenho Individual
30% da proporção total do PPD → aferição mensal
50% da proporção total do PPD → aferição trimestral
Avaliação de Desempenho Institucional do Setor Saúde
% de alcance das metas do Pacto pela Saúde
Avaliação de Desempenho institucional Específico
Avaliação de Desempenho Individual
Unidades hospitalares → taxa de ocupação de leitos instalados
Unidades ambulatoriais de saúde → captação precoce das gestantes
Todas as unidades → média Indicador + BD + RT / 3BDamb: SIA, SIAB, SISPRENATAL, SI/PNI, PRC, CNESBdhosp: SIA, SIH, REM, SISPRENATAL, CNESRT: Meta alcançada do Resultado de Trabalho
Divulgação/comunicação
-Página na WEB
-Tabnet: bases disponíveis (População, mortalidade, nascidos vivos, produção
ambulatorial, produção hospitalar, AIDS, imunização, câncer) e projetos especiais (padronizador de faixa etária, mortalidade
infantil, causas múltiplas de morte)
-Tabwin rede: todas as bases incluindo antes e após tabela unificada e antes e após envio a
SES/MS
Publicações
Boletim CEInfo em dados
Boletim CEInfo Análise
Boletim Eletrônico CEInfo
Boletim ISA-Capital CEInfo e série temática
PUBLICAÇÕES
Capacitações
Operativastabwin e gerenciamento do SINASC, Painel de Monitoramento Módulo Básico parte 1
Analíticastabwin, tabwin-geo, análise de dados do SUS, Painel de Monitoramento Módulo Básico parte 2, Módulo Avançado 1 e 2,
usos e potencialidades da informação para gestão
Planejamento estratégico (Macrodiretrizes)
1-Promover o desenvolvimento institucional: prática sistemática de PE; Gestão Documental e aprimoramento
da Gestão do Cotidiano
2-Investir em atividades de Educação Permanente
3-Promover a melhoria dos processos de produção da informação em saúde
4-Promover e qualificar a divulgação, difusão e comunicação dos produtos da CEInfo
5-Ampliar e diversificar produtos analíticos para subsidiar a gestão das Políticas de Saúde na SMS/SP
Projetos Carro-Chefe
Sistema de Monitoramento da Qualidade das Bases de Dados do SUS
Perfil Dinâmico da Saúde na Cidade de São Paulo
Enfim,são muitos avanços e muitos desafios
Mas o fundamental é considerar que só se faz uso transformador da informação se construirmos a cultura de que ela seja uma ferramenta essencial
de gestão no cotidiano
E que o maior bem do sistema de saúde está na vocação dos seus profissionais que devem ser estimulados por se sentir protagonistas deste
processo essencialmente ético que é a responsabilidade de cuidar do sofrimento humano