influÊncia de janelas falsas no bem-estar...
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo
Virgínia Luiza Severino Albertini Ferreira
INFLUÊNCIA DE JANELAS FALSAS NO BEM-ESTAR
DE USUÁRIOS EFETIVOS DE AMBIENTES
ENCLAUSURADOS
CAMPINAS
2017
Virgínia Luiza Severino Albertini Ferreira
INFLUÊNCIA DE JANELAS FALSAS NO BEM-ESTAR
DE USUÁRIOS EFETIVOS DE AMBIENTES
ENCLAUSURADOS
Dissertação de Mestrado
apresentada a Faculdade de
Engenharia Civil, Arquitetura e
Urbanismo da Unicamp, para
obtenção do título de Mestra em
Arquitetura, Tecnologia e Cidade, na
área de Arquitetura Tecnologia e
Cidade.
Orientador: Prof. Dr. Paulo Sergio Scarazzato
ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE À VERSÃO FINAL DA
DISSERTAÇÃO DEFENDIDA PELA ALUNA VIRGÍNIA LUIZA
SEVERINO ALBERTINI FERREIRA E ORIENTADA PELO
PROF. DR. PAULO SERGIO SCARAZZATO.
CAMPINAS
2017
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL, ARQUITETURA E
URBANISMO
INFLUÊNCIA DE JANELAS FALSAS NO BEM-ESTAR DE USUÁRIOS EFETIVOS DE AMBIENTES
ENCLAUSURADOS
Virgínia Luiza Severino Albertini Ferreira
Dissertação de Mestrado aprovada pela Banca Examinadora, constituída por:
Prof. Dr. Paulo Sergio Scarazzato Presidente e Orientador/ Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e
Urbanismo Universidade Estadual de Campinas
Profa. Dra. Núbia Bernardi Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo
Universidade Estadual de Campinas
Profa. Dra. Claudia Cotrim Pezzuto Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Pontifícia Universidade Católica de Campinas
A Ata da defesa com as respectivas assinaturas dos membros encontra-se no processo de vida acadêmica do aluno.
Campinas, 25 de agosto de 2017.
"Um pintor deve começar cada tela com
uma lavagem de preto, porque
Todas as coisas na natureza são escuras,
exceto quando expostas pela luz ".
Leonardo da Vinci
AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Dr. Paulo Sérgio Scarazzato, orientador deste trabalho, pela confiança e apoio em todas as etapas da pesquisa.
Aos meus filhos Matheus e Isabella por saberem me esperar em todos os momentos preciosos de nosso convívio em que parecia eu estar ausente, pelo carinho e por acreditarem que conseguiria vencer meu desafio.
Às minhas amigas Jéssica, Maíra e Fernanda, pela amizade sincera e pelo apoio, dicas correções explicações que muito contribuíram para o desenvolvimento da pesquisa.
Ao meu parceiro Marcelo pelo incentivo, presença e paciência.
RESUMO
Além de prover os interiores dos edifícios de iluminação natural, as janelas também
podem cumprir outras funções e uma delas, que tem merecido a atenção de
pesquisadores, é a de permitir contato com o meio externo, seja pela visualização da
paisagem exterior ou, no caso de envidraçados translúcidos, pela possibilidade de
se perceber se ainda é dia lá fora, em função da luz emanada das janelas para o
ambiente interior. A presente pesquisa foi desenvolvida em edifício de atenção à
saúde, tipologia onde há grande ocorrência de ambientes confinados e seu objetivo
foi avaliar o grau de satisfação de trabalhadores em tais ambientes, tanto em sua
configuração original como após a instalação de uma janela falsa, que é uma caixa
provida de fonte de luz elétrica, procurando imitar uma janela real. O método
utilizado se valeu de medições das condições de iluminação no local, imagens de
fotografias decompostas em cores falsas, de questionários que procuraram
averiguar a satisfação do usuário com a iluminação de um ambiente desprovido de
janela. Para a análise dos resultados, os questionários aplicados, antes e depois da
instalação da janela falsa, foram compilados estatisticamente e os resultados
separados em Impressão geral dos usuários sobre o ambiente, impressão sobre o
ambiente luminoso no local de trabalho, impressão sobre seu bem-estar relacionado
à iluminação e impressão sobre a visão para o exterior. Concluiu-se que com a
instalação da janela falsa a percepção dos funcionários sobre o ambiente de
trabalho melhorou. A pesquisa pretendeu contribuir para a melhoria da qualidade do
ambiente de trabalho enclausurado bem como formar uma base para
desdobramentos futuros no trato da questão.
Palavras-Chave: Janelas falsas, ambientes confinados, conforto visual, saúde.
ABSTRACT
In addition to providing the interiors of the buildings with natural lighting, the windows
can also fulfill other functions and one of them, which has deserved the attention of
researchers, is to allow contact with the external environment, either by visualizing
the exterior landscape or, in the case of translucent glazing, for the possibility of
perceiving whether it is still day out, depending on the light emanating from the
windows to the interior environment. The present research was developed in a health
care building, a typology where there is a large occurrence of confined environments
and the objective was to evaluate the degree of satisfaction of workers in such
environments both in their original configuration and after the installation of a false
window, which is a box provided with electric light source, trying to imitate a real one.
The method used was based on measurements of the on-site lighting conditions,
images of false color decomposed photographs, software data collection through
questionnaires that sought to ascertain user satisfaction with the lighting of a
windowless environment. For the analysis of the results, the questionnaires applied
before and after the installation of the false window were compiled statistically and
the results separated into General impression of the users on the environment,
impression of the bright environment in the workplace, impression of their welfare
related to lighting and impression of the outside view. It was concluded that with the
installation of the false window improved the perception of employees about the work
environment. The research aimed to contribute to the improvement of the quality of
the enclosed work environment as well as to form a basis for future developments in
the treatment of the issue.
Key words: False windows, confined environments, visual comfort, health
LISTA DE FIGURAS
Figura 2. 1- Sensibilidade visual x comprimento de onda no claro e escuro ....................................... 21
Figura 2. 2 Sensibilidade visual x comprimento de onda no claro e escuro ........................................ 22
Figura 2. 3– Distribuição espectral da luz natural, da lâmpada fluorescente, halógena e led : .......... 22
Figura 2. 4 O fator de alerta em função da iluminância e do componente indireto ............................. 25
Figura 2. 5- Núcleo supraquiasmático e glândula pinel ....................................................................... 28
Figura 2. 6- Salão da Biblioteca Laurenciana ...................................................................................... 35
Figura 2. 7- Vestíbulo ........................................................................................................................... 36
Figura 2. 8- Pintura parietal da sala de jantar, fazenda Resgate, Bananal, São Paulo ....................... 37
Figura 2. 9- Croqui de Le Corbusier sobre “Os 5 pontos da nova arquitetura” (1929). Lado esquerdo, a
nova arquitetura, lado direto, a antiga arquitetura ................................................................................ 37
Figura 2. 10 Igreja de Ronchamp (Ronchamp, 1950-1955) Le Corbusier ........................................... 38
Figura 3. 1- Fonte luminosa
Figura 3. 2- Paisagem na caixa ........................................................................................................... 41
Figura 3. 3- Caixa de luz ..................................................................................................................... 42
Figura 3. 4–Escala de temperatura de cores ....................................................................................... 42
Figura 3. 5-Dados fotométricos das lâmpadas .................................................................................... 43
Figura 3. 6- Três Forquilhas, R.S., BR ................................................................................................. 43
Figura 3. 7- Hospital e Maternidade Galileo .......................................................................................... 44
Figura 3. 8- Hospital e Maternidade Galileo ......................................................................................... 44
Figura 3. 9- Localização da central de material esterilizado ................................................................ 45
Figura 3. 10- Central de Material Esterilizado- foto1 ............................................................................ 46
Figura 3. 11 - Central de Material Esterilizado- foto2 ........................................................................... 46
Figura 3. 12-Planta da Central de Material Esterilizado ...................................................................... 47
Figura 3. 13– Corte A - Central de Material Esterilizado ..................................................................... 47
Figura 3. 14- Distribuição de luminárias da Central de Material Esterilizado ...................................... 48
Figura 3. 15– Localização em planta da janela falsa ........................................................................... 49
Figura 3. 16– Corte A da localização da janela na sala ....................................................................... 49
Figura4. 1- Quadro para calibração da câmera em escala de cinza com tempos de exposição de -2 a
+2 EV .................................................................................................................................................... 58
Figura4. 2 - Curva de resposta da câmera Nikon D3200 obtida pelo WebHDR Home ........................ 59
Figura4. 3 - Cenas capturadas com tempos de exposição de -2, -1, 0, +1, +2 EV ............................ 60
Figura4. 4- Imagem HDR gerada pelo software Picturenaut ............................................................... 60
Figura4. 5- Análise em cores falsas e valores de luminâncias (cd/m²) através do software RadDisplay
............................................................................................................................................................... 61
Figura4. 6- Medições com luxímetro Minolta T-10, no plano de trabalho ............................................ 62
Figura4. 7 - Medições com Luminancímetro LS-110 Minolta, na altura do plano de trabalho ............ 63
Figura4. 8- Modelagem da sala do CME no software DialuxEvo ........................................................ 64
Figura4. 9- Níveis de iluminância na sala do CME no software DialuxEvo em lux ............................. 64
Figura4. 10 - Respostas sobre a impressão geral do ambiente antes e depois da colocação da janela
falsa ...................................................................................................................................................... 66
Figura4. 11 - Percentual de respostas sobre a melhor qualidade do ambiente antes e depois da
colocação da janela falsa ..................................................................................................................... 67
Figura4. 12 Respostas sobre a pior qualidade do ambiente antes e depois da colocação da janela
falsa ...................................................................................................................................................... 68
Figura4. 13- Impressão dos funcionários sobre a qualidade de luz no ambiente antes e após a
colocação da janela falsa ..................................................................................................................... 69
Figura4. 14- Impressão dos funcionários sobre a quantidade de iluminação para realizar tarefas antes
e após a colocação da janela falsa ...................................................................................................... 70
Figura4. 15- Impressão dos funcionários quanto a uniformidade da iluminação no plano de trabalho
antes e após a colocação da janela falsa ............................................................................................ 71
Figura4. 16- Impressão dos funcionários sobre como é a iluminação para se sentir bem fisicamente
antes e após a colocação da janela falsa ............................................................................................ 72
Figura4. 17 - Impressão dos funcionários sobre como é a iluminação para se sentir motivado a
trabalhar antes e após a colocação da janela falsa ............................................................................. 73
Figura4. 18- Impressão dos funcionários sobre como é a iluminação para se sentir alegre no espaço
antes e após a colocação da janela falsa ............................................................................................ 74
Figura4. 19- Impressão dos funcionários sobre como vê a possibilidade de contato visual com o
exterior antes e após a colocação da janela falsa ............................................................................... 75
Figura4. 20- Impressão dos funcionários sobre como vê a possibilidade de se orientar em relação ao
tempo antes e após a colocação da janela falsa ................................................................................. 76
Figura4. 21- Impressão dos funcionários sobre como vê a presença de uma janela antes e após a
colocação da janela falsa ..................................................................................................................... 77
Figura4. 22– Localização da janela na sala ......................................................................................... 78
Figura4. 23– Corte A - localização da janela na sala ........................................................................... 78
Figura4. 24- Medições com luxímetro Minolta T-10, no plano de trabalho com a janela apagada ..... 79
Figura4. 25- Medições com luxímetro Minolta T-10, no plano de trabalho com a janela acesa ......... 79
Figura4. 26- Medições com Luminancímetro LS-110 Minolta, no plano de trabalho com a janela
apagada ................................................................................................................................................ 80
Figura4. 27- Medições com Luminancímetro LS-110 Minolta, no plano de trabalho com a janela acesa
............................................................................................................................................................... 80
Figura4. 28-Cenas capturadas com janela apagada com tempos de exposição de -2, -1, 0, +1, +2 EV
............................................................................................................................................................... 81
Figura4. 29- Cenas capturadas com janela acesa com tempos de exposição de -2, -1, 0, +1, +2 EV
............................................................................................................................................................... 82
Figura4. 30- Imagem HDR da sala com a janela apagada, gerada pelo software Picturenaut ........... 82
Figura4. 31- Imagem HDR da sala com a janela acesa, gerada pelo software Picturenaut ............... 83
Figura4. 32 – Imagem vendo a janela falsa acesa vista lateralmente ................................................. 83
Figura4. 33- Análise em cores falsas e valores de luminâncias (cd/m²) com a janela apagada, através
do software RadDisplay ....................................................................................................................... 84
Figura4. 34- Análise em cores falsas e valores de luminâncias (cd/m²) com a janela acesa, através do
software RadDisplay ............................................................................................................................ 84
Figura4. 35– Resultado do Inventário de Beck .................................................................................... 86
LISTA DE TABELAS
Tabela 2. 1- Comprimento de onda e frequência das cores ................................................................. 29
Tabela 3. 1- Iluminância na área do entorno em relação à tarefa FONTE: NBR 8995 /2013-1 ......... 51
Tabela 3. 2- Fatores determinantes de Iluminância adequada ............................................................. 52
Tabela 4. 1– Perfil dos trabalhadores ................................................................................................... 65
Tabela 4. 2 – Impressão sobre o ambiente ........................................................................................... 66
Tabela 4. 3– Impressão sobre melhor e pior qualidade do ambiente ................................................... 67
Tabela 4. 4 – Domínios e facetas do WHOQOL-bref............................................................................ 87
Tabela 4. 5 – Resultado das médias dos escores das questões .......................................................... 88
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AV Acuidade visual
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
CEE Commission of the European Communities
CF Cores falsas
CIE Comissão Internacional de Iluminação (Comission Internationale de l'Eclairage)
CME Central de Material Esterelizado
HDR Imagem de Grande Alcance Dinâmico (High Dynamic Range )
IR Infravermelho
LED Light emitter diode
LAN Luz noturna (light at night)
MLT Melatonina
NBR Norma Brasileira
NSQ Núcleo supraquiasmático
OMS Organização Mundial de Saúde
UCO Unidade Coroniana
UGR Controle de ofuscamento
UTI Unidades de terapia intensiva
UV Ultravioleta
VNLS Virtual natural lighting solutions
WHOQOL-BREF World Health Organization Quality of Life -reduzido
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 17
OBJETIVOS ............................................................................................................. 20
Objetivo Geral ....................................................................................................... 20
Objetivos Secundários .......................................................................................... 20
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................. 21
2.1 A Luz................................................................................................................ 21
2.1.1 Iluminação e comportamento ........................................................................ 23
2.2 Luz e saúde ..................................................................................................... 26
2.2.2 O ciclo circadiano e a variação da luz........................................................... 28
2.2.3 Conforto Visual ............................................................................................. 30
2.2.4 A iluminação através da janela: aspectos psicológicos e fisiológicos ........... 31
2.3 Visão através da janela e a recuperação de pacientes ................................... 32
2.4 A janela e a janela falsa na arquitetura ............................................................ 34
2.5 Janelas Virtuais– virtual natural lighting solutions (VNLS) ............................... 38
3. MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................... 41
3.1 A pesquisa contempla quatro etapas principais: .............................................. 41
3.2 As janelas falsas .............................................................................................. 41
3.2.1 A luz da caixa e o modelo paisagem ............................................................ 42
3.2.2 O ambiente selecionado ............................................................................... 43
3.2.3 Levantamento físico do ambiente selecionado ............................................. 45
3.3 Visitas e medições ........................................................................................... 49
3.3.1 Recomendações mínimas de iluminação segunda a Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT) ...................................................................................... 50
3.4. Questionários .................................................................................................. 52
3.4.1 Inclusão ........................................................................................................ 53
3.4.2 Instrumentos ................................................................................................. 53
3.4.3 Questionário de dados de identificação dos sujeitos da amostra ................. 53
3.4.4 Termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) .................................... 54
3.4.5 Inventário de depressão de Beck – Beck Depression Inventary (BDI) ......... 54
3.4.6 Instrumento de avaliação de qualidade de vida the World Health
Organization Quality of Life – WHOQOL-BREF ..................................................... 54
3.4.6 Cartela de teste Snelling para teste de desempenho visual e visibilidade da
tarefa. .................................................................................................................... 55
3.4.7 Questionário de avaliação da iluminação no ambiente de trabalho .............. 55
3.5 Diagnóstico ...................................................................................................... 56
4. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE RESULTADOS ............................................ 57
4.1 Medições no ambiente selecionado ................................................................. 57
4.1.2 Levantamento Iconográfico ........................................................................... 57
4.1.3 Levantamento com luxímetro e luminancímetro ........................................... 61
4.1.4 Software DialuxEvo....................................................................................... 63
4.2 Perfil dos trabalhadores .................................................................................. 65
4.2.1 Satisfação com as condições de iluminação do ambiente de trabalho ......... 65
4.2.2 Impressão do ambiente luminoso no local de trabalho ................................. 68
4.2.3 Impressão do seu bem-estar relacionado à iluminação ................................ 71
4.2.4 Reação a possibilidade de visão para o exterior .......................................... 74
4.4 Medições no ambiente selecionado após colocação da janela ....................... 77
4.4.1 Levantamento Iconográfico após a colocação da janela falsa ...................... 80
4.5 Resultados do Inventário de Beck e WHOQOL-BREF .................................... 85
4.6 Considerações finais........................................................................................ 88
5. Conclusão .......................................................................................................... 89
5.1 Limitações da pesquisa ................................................................................... 92
5.2 Estudos futuros ................................................................................................ 92
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 93
APÊNDICES ............................................................................................................. 99
ANEXOS ................................................................................................................. 104
17
1. INTRODUÇÃO
Pesquisas têm demonstrado que a iluminação natural contribui positivamente para o
bem-estar e melhor desempenho dos ocupantes dos edifícios, com inegáveis
benefícios à sua saúde física e mental (BOYCE; HUNTER; HOWLETT, 2003;
BOUBEKRI, 2008; VEITCH; GALASIU, 2012). Contudo, é relativamente comum a
existência de ambientes confinados em edifícios de distintas tipologias, que são
utilizados como postos de trabalho, onde os ocupantes são privados dos benefícios
proporcionados pelo contato com o exterior através da presença de janelas.
Pesquisas sobre os impactos da janela sobre o bem-estar do usuário foram feitas na
Grã-Bretanha e Norte da Europa (WILSON, 1972; KEEP, JAMES, INMAN, 1980;
BOUBEKRI, 2008). Há, portanto, que se verificarem seus efeitos em outras latitudes,
tanto para janelas reais como para janelas falsas.
Uma vez que a visão através da janela traz conforto visual são pertinentes
indagações sobre que tipo de vista seria mais indicada. Ulrich, Simons, Losito (1991)
afirmam que, janelas com paisagens ligadas à natureza geram menos stress que as
paisagens urbanas. Portanto é de senso comum que as janelas além de desejáveis,
são necessárias.
Há estudos que caracterizam a função e o papel das janelas em diversas épocas da
história da arquitetura, mas poucos as relacionam com a saúde do usuário do
espaço (JORGE, 1995). A utilização da luz natural através de janelas em edificações
pode ser justificada por inúmeras razões, entre elas a qualidade da luz e a
possibilidade de contato com o exterior, a conservação de energia e redução de
gastos dentre outros.
“A antiga definição de uma janela como sendo abertura numa fachada cega já não é
fortemente aplicável. Inovações como as fachadas de pele de vidro totalmente
envidraçadas vêm desafiar o âmbito desta definição” (ALBERTINI, SCARAZZATO,
2015).
18
Para a arquitetura, a janela é a abertura para luz, que é uma forma de construção
espacial. (JORGE, 1995). A iluminação natural é uma das principais funções das
janelas. A distribuição da luz no espaço é determinada pela janela.
Nem sempre é possível a existência da janela, desejável e benéfica em muitos
casos, por diversos motivos. Ao longo da história da arquitetura há várias situações
onde janelas falsas foram utilizadas. No barroco a presença destas janelas
compunham fachadas dando simetria a elas. No renascimento esta janela dava ritmo
à fachada (ALBERTINI, SCARAZZATO, 2015).
Nos EUA, muitas unidades de terapia intensiva (UTI) possuem janelas falsas, pois,
pesquisas descobriram que pacientes em UTI, sem vista para o exterior
permanecem mais tempo internados da UTI do que pacientes que podem ver o
exterior através de uma janela (ULRICH, 1984; BILEY, 1996). Em muitos estados, é
obrigatório ter janelas acessíveis de pontos de vista de todos os leitos da UTI e,
quando isso não é possível, são instaladas janelas falsas controlados por
computador, que simulam a passagem do dia, onde a iluminação surge no início do
dia e o sol se põe no final da tarde. Cada uma destas janelas virtuais custa por volta
de R$ 28.495,801 mas, como o custo financeiro de um paciente na cama de UTI é
alto, o investimento inicial é recuperado em pouco tempo (BILEY, 1996).
As janelas têm várias funções no projeto, mas as principais são fornecer visão para
o exterior e prover com luz natural o interior dos espaços, transformando e tornando
muitas vezes o ambiente agradável. Mesmo que não seja possível a inserção de
janelas para a entrada de luz natural no ambiente, é de grande importância a
presença de janelas falsas (ULRICH, 1984; BILEY, 1996). Janelas falsas são caixas
providas de fontes de luz elétrica, que procuram imitar janelas reais.
Na atualidade janelas falsas foram desenvolvidas no laboratório da Philips Research
at the High Tech na cidade de Eindhoven, na Holanda. Elas foram concebidas ao
abrigo de um projeto para desenvolvimento denominado Virtual Natural Lighting
Solutions (VNLS) destinado a determinar a influencia das condições de iluminação
no interior e conforto visual. Essa solução inovadora representa a tentativa de trazer
a luz natural com todas as suas qualidades para o espaço interior.
1 Cotação do dólar em 17/07/2017 referente a EUA = 9.000,00 dólares,R$ 28.495,80 reais, Brasil
19
A presente pesquisa destina-se a verificar se a presença de janela falsa altera o
bem-estar do usuário de ambientes enclausurados, se há satisfação e preferência
de funcionários que trabalham em ambientes enclausurados em relação ao tipo de
paisagem vista da janela e qual a contribuição da janela falsa na quantidade e
distribuição da iluminação.
Uma janela falsa foi instalada em uma sala enclausurada em ambiente hospitalar.
Foram feitas medições no espaço físico, medições pontuais de iluminância e de
luminância. Também foram feitos registros fotográficos e simulações
computacionais. As fotografias dos espaços foram processadas em imagem HDR
(High Dynamic Range) para a decomposição das imagens em cores falsas através
de um programa computacional para correlacionar as cores em valores de
luminâncias no ambiente todo. A maquete eletrônica dos espaços, feita no programa
DialuxEvo (2010), gerou cores falsas com valores de iluminâncias no ambiente todo.
Estes procedimentos foram adotados para compreender a luz em pontos específicos
da área de trabalho e no espaço como um todo, podendo fazer uma comparação do
espaço antes e depois da inserção da janela falsa.
Questionários foram aplicados para verificar a impressão geral dos usuários sobre o
ambiente, impressão sobre o ambiente luminoso no local de trabalho e impressão
sobre a visão para o exterior.
20
OBJETIVOS
Objetivo Geral
O objetivo geral da pesquisa é verificar se a presença da janela falsa altera o bem-
estar do usuário de ambientes enclausurados.
Objetivos Secundários
Verificar a possível contribuição da janela falsa na quantidade e distribuição da
iluminação artificial.
21
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 A Luz
A Luz é uma forma de energia que faz parte do espectro eletromagnético, que excita
o nosso sistema neurovisual que nos permite ver. A luz transmite-se à distância
através do espaço as ondas luminosas propagam-se em todas as direções do
espaço (comprimento, largura e altura). Luz visível é aquela que é detectada pelo
olho humano; consiste de comprimentos de onda na banda de aproximadamente
380 nm a 780 nm (figura 2.1).
Figura 2. 1- Sensibilidade visual x comprimento de onda no claro e escuro FONTE: TIMÓTEO,2011
Ondas próximas e abaixo dos 380 nm estão os raios ultravioletas (UV), com efeitos
bactericidas, mas prejudiciais à saúde. E próximos e acima dos 780 nm encontram-
se os raios infravermelhos (IR), que causam aquecimento.
Como sabemos a luz produz uma impressão de claridade nos olhos. No entanto, a
sensibilidade dos olhos varia com cada cor e é máxima à radiação amarelo/verde
que se situa no meio do espectro da luz visível. Nos extremos dos espectros visíveis,
cores violeta e vermelho, a sensibilidade diminui até que a radiação deixa de
impressionar os olhos (figura 2.2).
22
Figura 2. 2 Sensibilidade visual x comprimento de onda no claro e escuro FONTE: TIMÓTEO,2011
A luz natural possui um equilibrado espectro de cores com seu pico de energia entre
o azul e o verde (figura 2.3) o olho humano tem melhor desempenho quando recebe
o espectro completo fornecido pela luz. O espectro das lâmpadas fluorescentes se
concentra na porção amarelo-verde para obter maior número de lúmens por watt.
Este espectro desbalanceado leva um mau funcionamento do olho (EDWARDS;
TORCELLINI, 2002).
Figura 2. 3– Distribuição espectral da luz natural, da lâmpada fluorescente, halógena e led FONTE: Iluminet, 2015
23
Boyce (2003) afirma que a resposta do sistema visual humano à percepção sensorial
da luz, está relacionada com o estímulo recebido aliado a três fatores. O primeiro
depende do estado de adaptação visual, como o brilho da luz do farol de dia em
relação ao mesmo farol visto a noite. O segundo é o estímulo visual de um objeto
visto em diferentes fundos, e o terceiro é a nossa experiência anterior sobre a
luminosidade do ambiente que determina nossa suposição de como a luz é no
objeto.
2.1.1 Iluminação e comportamento
A portaria n.º 987/93, de 6 de outubro, que estabelece as prescrições mínimas de
segurança e saúde nos locais de trabalho, prevê uma área mínima por trabalhador
de 1,80m² por pessoa descontando-se móveis e equipamentos. Esta premissa
determina que o espaço pessoal seja a distância e a orientação das relações
interpessoais.
A importância desta portaria se confirma pela teoria “Affliaitive-Conflict” (GIFFORD,
1977), segundo a qual é possível acomodar comportamentos formais e informais, e
mesmo a aproximação de usuários do espaço através da distribuição do mobiliário e
da iluminação, do uso das cores e da criação de nicho.
Na evolução das teorias do espaço, o taylorismo, cujo principal objetivo era
proporcionar uma condição ótima de trabalho para gerar maior produtividade,
possibilitou a criação de estruturas modernas conhecidas como "open-plan offices”
(CASSANO, 2008).
Hall (1981), afirma que o meio ambiente arquitetônico e urbano é o resumo de
experiências humanas acumuladas que se padronizaram. Ele criou o termo
proxemia para se referir às observações dos ajustes das distancias determinada
pelo comportamento do individuo no espaço e como ele se relaciona com os demais.
Hall menciona quatro distâncias: a íntima, a pessoal, a social e a pública.
O Espaço Pessoal de acordo com Gifford (1997) pode ser previsto, quando se
conhecem as características dos indivíduos e como eles relacionam para determinar
seus espaços. Essas relações podem se caracterizar através de amplidão, nichos,
mobiliário, barreiras visuais e acústicas, distâncias interpessoais, iluminação,
24
desníveis de piso e forro, materiais de acabamento, vista exterior (BARROS et al.,
2005).
A teoria Affiliative-Conflict (GIFFORD, 1997) afirma que o que torna o ambiente
confortável é o equilíbrio entre o afastamento e a aproximação ajustando as
distâncias. Iluminação abundante, cor clara dos materiais de acabamento, pé direito
alto ou inexistência de cobertura e fechamentos laterais remetem à sensação de
amplidão. Ao mesmo tempo, o ambiente amplo pode se tornar intimista pela
possibilidade de formação de nichos, através de mobiliário ou barreiras que não
comprometam a sensação de amplidão (BARROS et al.,2005).
Hall (1981) cita que os alemães sentem o espaço como extensão do ego e
trabalham com portas fechadas, já os americanos acreditam que podem trabalhar
com as portas abertas, pois podem trabalhar sob os olhares de outras pessoas
simplesmente baixando a voz para não incomoda-las.
O escritório tradicional proporciona maior privacidade enquanto que nos "open-plan"
os dirigentes podem ter maior controle sobre o trabalhador e sobre o ambiente
controlando iluminação, ventilação, gerando desconforto entre os funcionários
(MELO, 1991).
A sensação de confinamento pode ser gerada pela quantidade de mobiliário e
equipamento, sendo muito incômoda quando resulta em uma situação de “crowding”
ou aglomeração desagradável. Cuidados também devem ser tomados para evitar
pouca iluminação ou ofuscamento, devendo privilegiar sistemas individualizados
(SANTOS, 2008).
Um experimento feito expondo à luz brilhante, acima de 1000lux, 48 pessoas
diariamente por 19 minutos em 20 dias entre inverno e verão. Os níveis de luz
ambiente foram gravados por um Actiwatch-light medindo os níveis de luz a cada 2
minutos. A interação social foi feita através de conversa pessoal ou via telefone
durante 5 minutos a cada exposição e foram preenchidos formulários que
pontuavam os participantes em que refletiam a frequência em que brigavam, eram
agradáveis ou eram dominantes ou submissos. Independente da estação a
exposição foi associada a comportamentos menos briguentos e mais agradáveis e
melhora de humor (ROT; MOSKOWITZ; YOUNG, 2006)
25
Fleischer (2001) investigou por experiências de campo e de laboratório os efeitos no
bem-estar, na motivação e estimulação de trabalhadores em diferentes distribuições
e cores da luz. Na pesquisa foram utilizadas luminárias com distribuição de luz direta
e indireta, e o resultado mostrou que o prazer aumenta e a atenção (estado de
alerta) melhora com a iluminância, com o aumento do componente direto e com
cores de luz natural (figura 2.4).
Figura 2. 4 O fator de alerta em função da iluminância e do componente indireto FONTE: Adaptado de Fleischer et al., 2001
Boyce (2006) realizou dois estudos de simulação de campo em que 181
participantes com experiência em digitação trabalharam por um dia em um escritório
coletivo. Uma segunda sessão foi feita com 45 dos participantes. O trabalho
realizado consistia em tarefas dominadas por seus componentes visuais, cognitivos
e de julgamento. Esses dois experimentos foram realizados para determinar até que
ponto diferentes níveis de qualidade de iluminação podem afetar a saúde, o bem-
estar e o desempenho das tarefas dos trabalhadores de escritório.
O primeiro estudo possuía quatro condições de distribuição de luminárias; uma série
regular de luminárias parabólicas com luz indireta, luminárias diretas e indiretas sem
controle, luminárias de mesa diretas e indiretas com dimerização e luminárias diretas
e indiretas com dimerização sobre a área de trabalho. O segundo estudo possuía
somente duas condições; uma série de luminárias prismáticas e luminárias
suspensas, ambas sem dimerização.
26
Em ambos os casos, os sistemas de iluminação totalmente diretos, foram
considerados confortáveis por aproximadamente 70% dos participantes, sendo
possível satisfazer mais pessoas. Os projetos de iluminação direta / indiretos
suspensos foram classificados como confortáveis em 85% e 81%, respectivamente.
O controle de atenuação, do sistema de iluminação direta / indireta suspensa, foi
considerado confortável por 91%. A prática de iluminação atual pode satisfazer
muitos, mas a adoção de sistemas diretos / indiretos suspensos e o controle dos
indivíduos sobre a iluminação de suas estações de trabalho provavelmente
ampliarão o grupo de ocupantes satisfeitos.
2.2 Luz e saúde
A luz influencia a saúde humana com suas características de iluminância, o
espectro, a cor correlata à sua distribuição da luz no espaço, a direcionalidade, a
duração de exposição e a variação. A saúde também é afetada através de
contrastes de claro e escuro através do dia e da noite formando a história da luz
pessoal que é afetada também pela localização geográfica (MARTAU, 2014).
Algumas pesquisas ressaltam o impacto fisiológico que a iluminação natural tem
sobre o ser humano, tais como, a influencia da luz natural sobre o metabolismo da
serotonina, acarretando melhora de humor (VEITCH; CHRISTOFFERSEN;
GALASSIU,2013) ou a fadiga ocular ocasionada pelo falta do espectro da luz natural
e pela falta de visão para o exterior para o olho focar diferentes distâncias
(EDWARDS; TORCELLINI, 2002)
Até o ano de 2002 acreditava-se que somente bastonetes e cones fossem os
responsáveis pela recepção da luz nos olhos dos mamíferos. Berson (2002)
detectou o terceiro fotorreceptor ocular.
O ciclo circadiano, que é um ciclo biológico de cerca de um dia é responsável por
alterações de temperatura corporal, nível hormonal, sono, desempenho cognitivo e
inúmeras outras variáveis fisiológicas que apresentam tais oscilações diárias
(BERSON,2003). A sincronia se dá pela variação da luz.
O fotorreceptor descoberto por Berson não está relacionado à visão, mas associado
por um processo bioquímico a um foto pigmento chamado melanopsina, que,
controla a controla a glândula pineal (localizada no cérebro) para produzir um
27
importante hormônio chamado melatonina, que controla muitas funções biológicas
(MARTAU, 2009).
Entre as várias ações da melatonina destacam-se a imunomodulatória, anti-
inflamatória, antitumoral, antioxidante e cronobiológica. Das funções citadas, a
melhor demonstrada é a cronobiológica. A glândula pineal controla, através da
melatonina, os ritmos circadianos (NETO; CASTRO, 2008).
O ser humano é uma espécie fototrópica, adaptada para exercer suas atividades na
fase clara do ciclo claro/escuro e repousar na fase escura. O desenvolvimento de
nosso sistema visual e nossa dependência da informação luminosa nos caracteriza
como espécie diurna (MARTINEZ; LENZ; MENNA-BARRETO, 2008).
O período principal de do ser humano situa-se, portanto, na fase escura, mas podem
ocorrer outros momentos de repouso ao longo do dia. O sistema que controla os
comportamentos relacionados ao sono é complexo e conta com diversos elementos
(MARTINEZ; LENZ; MENNA-BARRETO, 2007).
O centro que rege a cronobiologia dos mamíferos é o núcleo supraquiasmático
(NSQ) do hipotálamo (figura 2.5). Localizada junto ao nervo óptico, essa área do
hipotálamo recebe conexões da retina que informam o sistema sobre a existência de
luz. A melatonina é secretada pela glândula pineal, obedecendo a estímulo do NSQ
na ausência de luz, traduzindo a informação fótica em estímulo químico a todas as
células. A exposição à luz interage com o NSQ e pode alterar os ciclos do relógio
biológico (MARTINEZ, LENZ, MENNA-BARRETO, 2008). Luz intensa no final da
tarde atrasa o relógio. Luz intensa no início da manhã adianta este relógio.
28
Figura 2. 5- Núcleo supraquiasmático e glândula pinel FONTE: Adaptado de BSIP/UIG, 2015
São cinco os princípios de uma iluminação saudável (CIE, 2004):
1. A dose de luz natural diária recebida por pessoas em países industrializados pode
ser demasiadamente baixa. É recomendável, portanto, maior contato com aquela
fonte de luz.
2. Luz saudável está ligada à escuridão saudável.
3. Luz de ação biológica deve ser rica em regiões do espectro para a qual o sistema
não visual é mais sensível.
4. A consideração importante na determinação da dose de luz é a luz recebida nos
olhos, diretamente a partir da fonte de luz refletida e as superfícies circundantes.
5. O tempo de exposição à luz influencia e determina os efeitos da dose recebida.
2.2.2 O ciclo circadiano e a variação da luz
O relógio circadiano depende de noites escuras que permitam a produção da
melatonina (MLT) principalmente entre 2:00 AM e 4:00 AM e dias claros para que
possamos reiniciar um novo ciclo(PAULEY,2004).
Nosso relógio circadiano depende que tenhamos noites escuras nos expondo menos
a luz noturna (LAN). Medidas preventivas com práticas diárias de iluminação
saudável podem ser tomadas para garantir uma dose saudável de vitamina D e
29
garantir um ciclo saudável para produção de melatonina, como quinze minutos de
exposição à luz solar diariamente e a noite, devemos dormir na escuridão
(PAULEY,2004).
Com o surgimento da luz elétrica, em 1879, mudamos nosso comportamento e
passamos há ficar mais tempo em ambientes fechados. As lâmpadas
incandescentes inicialmente eram fracas e sua luz amarela não afetava
significativamente o ciclo circadiano. Com a evolução da lâmpada as luzes noturnas
ficaram mais eficientes e brilhantes, porém, emitem mais comprimentos de onda azul
(PAULEY, 2004).
Por outro lado, a exposição em demasia à iluminação artificial, que possui uma
distribuição espectral muito distante da luz natural pode provocar uma reação
metabólica no homem equivalente a uma má nutrição (BAKER; FANCHIOTTI;
STEEMERS, 1993). Há evidências que as luzes brancas ou azuis suprimem mais a
produção de melatonina que a vermelha e a amarela, produção esta que regulam o
humor, o sono e o ritmo de atividade (ANCOLI et al. ,2003).
Dois espectros de ação identificaram que os comprimentos de onda entre 446 a 477
nm são os que mais suprimem a produção de melatonina em seres humanos
(BRAINARD et al., 2001; THAPAN et al., 2001) (tabela 2.3). Os dados de ambos os
estudos compartilharam muitas semelhanças e sugeriram que o novo fotopigmento à
base de retinaldeído da vitamina A foi o principal responsável por este efeito.
Tabela 2. 1- Comprimento de onda e frequência das cores
FONTE: Luis F.M. Timóteo, 2004
Karl Schulmeister et al.(2002), concluiu após uma pesquisa de um modelo teórico de
espectro de ação, que a exposição a luz vermelha monocromática em 100lux numa
30
sala de estar levaria 403 horas para suprimir a MLT em 50%; uma vela, sessenta e
seis minutos; uma lâmpada incandescente de 60 watts, trinta e nove minutos, uma
lâmpada fluorescente luz do dia, quinze minutos e uma lâmpada light emitter diode
(LED) treze minutos.
A luz azul monocromática possui um comprimento de onda mais potente para alterar
o ciclo circadiano aumentando o estado de alerta em seres humanos (LOCKLEY et
al., 2003; CAJOCHEN et al., 2005; PAULEY, 2004).
Há a hipótese de que a supressão da melatonina (MLT) pela exposição à luz à noite
(LAN) pode ser uma das razões para ter aumentado as taxas de câncer de mama e
colo retal (PAULEY, 2004).
2.2.3 Conforto Visual
Sendo o conforto um sistema de valores resultados de uma combinação de
comodidade e expressividade do ambiente, um dos sentidos que estabelecem esta
comunicação é a visão que é a medida do envolvimento racional com o mundo
processando imagens que tenham algum significado para a sobrevivência
dependendo da luz para ter intimidade e repouso (SCHIMID, 2005).
Boyce (2003) afirma que conforto visual é a falta de desconforto visual. Percepções
de conforto estão relacionadas com sentimentos de bem-estar e estética que mudam
com o tempo.
Heschong (2002) afirma que as sensações de conforto querem acústico, querem
luminosos, ficam retidas na memória do usuário e faz parte do seu repertório de
experiências acumuladas. Estas sensações podem ser associadas posteriormente a
reações de apego ou desprezo ao lugar.
Quase todo ambiente construído é criado para abrigar alguma forma de atividade
humana. Para executar praticamente qualquer tarefa, se engajar com sucesso em
qualquer atividade, é preciso definir tipos de informação visual.
O conforto ambiental é determinado por decisões projetuais como orientação,
materiais construtivos, proteção solar de aberturas dentre outros (CUNHA, 2006).
Segundo Lam (1977), flexibilidade e qualidade, e não pura quantidade são os
fundamentos de um bom ambiente luminoso. A proposta da qualidade da iluminação
31
é mais relevante que os aspectos quantitativos, devendo o primeiro ser a orientação
primeira do projeto e o outro por ser menos relevante ser a última etapa do projeto.
O uso da iluminação artificial direta sobre as pessoas aumenta a excitação que, em
longo prazo, pode criar rejeição ou redução subjetiva do bem-estar devendo,
portanto criar cenários que possam alternar a ativação e o efeito relaxante,
garantindo assim o bem-estar do usuário (FLEISCHER, S.; KRUEGER, H. ;
SCHIERZ, C,2001).
Boubekri (2008) afirma que a qualidade espectral da luz é a principal característica
da boa iluminação uma vez que as condições da iluminação produzem efeitos
positivos no desempenho de tarefas cognitivas e comportamentos sociais. Diferentes
tipos de iluminação podem ocasionar diferentes humores nas pessoas
consequentemente afetando as tomadas de decisões das pessoas.
2.2.4 A iluminação através da janela: aspectos psicológicos e fisiológicos
“A luz natural recebida através de uma janela, devido à sua variabilidade, possui a
característica de produzir uma ambiência inesperada, seja pela distribuição da luz no
espaço, seja pela vista proporcionada através da janela, e, portanto, pode ter certa
influência no estado de humor das pessoas, afetando indiretamente a produtividade
das mesmas” (ALBERTINI, SCARAZZATO, 2015).
Segundo Collins, a primeira grande revisão sobre como as pessoas reagem ás
janelas foi feita na década de 70 em resposta à tendência de conservação de
energia em projetos (1975, apud FARLEY, VEITCH, 2001). Os avanços nos
domínios da iluminação artificial e da ventilação mecânica fez-se com que se
pensasse em uma redução substancial no tamanho da janela para reduzir o excesso
de consumo de energia.
Entretanto Collins (1975) descobriu que as janelas oferecem ás pessoas mais que
fonte de luz e ar. Em sua revisão em 1988 ela descobriu que a visão para fora
fornecendo o conhecimento da hora do dia alivia os sentimentos de claustrofobia e
monotonia (FARLEY, VEITCH, 2001).
As pessoas valorizam a visão através da janela e se sentem incomodadas em
ambientes sem janelas. (FARLEY, VEITCH, 2001).
32
A visualização da tarefa através da entrada de luz natural pela janela está entre os
sistemas visuais. A janela também favorece um efeito desestressante por meio da
visão através dela seja para uma vista natural seja para uma vista artificial. É pelo
sistema não visual que há a variação do ritmo circadiano feito através da exposição
à luz solar (VEITCH, CHRISTOFFERSEN, GALASIU, 2013).
A luz natural recebida através de uma janela, devido à sua variabilidade, possui a
característica de produzir uma ambiência inesperada, seja pela distribuição da luz no
espaço, seja pela vista proporcionada através da janela, e, portanto, pode ter certa
influência no estado de humor das pessoas, afetando indiretamente a produtividade
das mesmas (BOUBEKRI, 2008).
Existem três caminhos dos quais a radiação eletromagnética próxima ao ultravioleta
(UV) influencia a saúde humana e o bem estar. São processos oculares visuais e
não visuais mediados através da retina e da pele, incluindo processos térmicos.
O processo visual é quando a luz é admitida através da janela e ela contribui para a
aparência do espaço, o conforto visual e a restauração do estresse. O sistema não
visual é a regulagem do sistema circadiano, a alteração do humor e alerta e a
transferência do calor alterando os efeitos térmicos (VEITCH, CHRISTOFFERSEN,
GALASIU, 2013).
A luz estimula a visão e mostra que o ambiente revelado afetando o humor, a saúde
e a cognição. Descobertas neurológicas e biológicas de processos não visuais
estimulados pela luz são processos comportamentais, portanto, psicológicos, tanto
quanto fisiológicos (KORT; VEITCH, 2014).
2.3 Visão através da janela e a recuperação de pacientes
Desde 1975 pesquisas sobre os efeitos das janelas e de suas respectivas vistas
foram guiadas pelas teorias psicológicas relevantes como a Teoria da Restauração
da Atenção (KAPLAN, KAPLAN, 1989) e Teoria Psicoevolucionária (ULRICH et al.,
1991). Esta tendência se solidificou através da psicologia ambiental (VEITCH,
CHRSTOFFEREN, GALASIU, 2013).
O homem tem uma predisposição para reagir positivamente e prestar atenção para
comédia ou riso, rostos humanos sorrindo, música, animais de companhia e
natureza tais como árvores, flores e água (ULRICH, 1999, ULRICH et al., 1991).
33
Quando pessoas sofrem estresse ou ansiedade, expô-las a cenas da natureza
melhora rapidamente o humor e provoca benefícios nas alterações fisiológicas, tais
como redução de pressão e frequência cardíaca (ULRICH et al.,1991).
A percepção sensorial da luz afeta o estado emocional. Ulrich (1984) afirma que
pacientes hospitalizados se recuperam mais rápido, quando têm vista de uma janela
real ou falsa. Em uma de suas pesquisas, estudou pacientes internados com
características semelhantes de sexo, idade, tipo de intervenção, em dois tipos
diferentes de quarto. No primeiro, a vista através da janela era para uma parede, no
segundo a vista era para um belo jardim. A pesquisa concluiu que os pacientes
internados com vista para a natureza tiveram alta mais rápido, tomaram menos
analgésicos e tiveram menos complicações pós-operatórias.
Ulrich (1981) investigou a recuperação de 46 pacientes entre 20 e 69 anos,
internados em recuperação de cirurgia do trato urinário em um hospital da
Pensilvania entre 1 de maio e 20 de outubro de 1972 a 1981. Os pacientes foram
distribuídos de maneira que um membro de cada par tivesse uma visão das árvores
enquanto que o outro só tivesse visão de uma parede de tijolos. Os critérios de
correspondência foram sexo, idade, fumante ou não fumante, obesos ou dentro de
limites de peso normais, natureza geral de hospitalização. Os registros mostraram
que pacientes com visão de janela para as árvores passaram menos tempo no
hospital do que aqueles com vista para a parede de tijolos, sendo, 7,96 dias em
comparação com 8,70 dias por paciente. A enfermagem fez anotações desde a data
da cirurgia até o sétimo dia de internação e registrou também que os pacientes com
vista para a paisagem tiveram recuperação mais rápida, tomaram menos
analgésicos e tiveram menos complicações pós-operatórias.
Em outra pesquisa com pacientes em recuperação de cirurgia cardíaca em unidade
de terapia intensiva (UTI) foi usada uma imagem abstrata para investigar se a
exposição à imagem melhora os resultados de recuperação em comparação a
pacientes sem imagem. Houve melhora nos pacientes expostos à imagem (ULRICH,
LUNDEN, ELTINGE, 1993).
Outros estudos comparando diferentes tipos de arte concluíram que pacientes
preferem uma arte realista que retrata ambientes com árvores ou recursos hídricos
34
(CARPMAN, GRANT, 1993; ULRICH, 1991). A arte abstrata e imagens provocantes
desagradam os pacientes (ULRICH, 1991,1999).
A memória dos pacientes também é afetada pela presença de janela em UTI,
conforme concluiu uma pesquisa entre novembro de 1975 e abril de 1979 em
pacientes de UTI, em Norfolk e Norwich Hospital Freedom Fields Hospital, Plymouth.
A unidade de Norwich não possuía janelas e a de Plymouth possuía janela com
vidro translúcido. Os pacientes da UTI sem janelas perdiam a orientação do dia da
semana e da hora do dia, tinham insônia e não se lembravam da admissão na
unidade, já os pacientes expostos a uma janela translúcida tinham melhores
resultados em todos os aspectos (KEEP, JAMES, IN MAN,1980).
É importante reconhecer que os benefícios associados às vistas se estendem ao
pessoal de saúde, como médicos e pessoal de enfermagem exibindo níveis mais
baixos de estresse e maior desempenho em espaços iluminados naturalmente e
com vistas de janelas (ULRICH, 2001).
2.4 A janela e a janela falsa na arquitetura
Janela, derivada do latim Januella, o diminutivo de Janua, de porta de entrada.
Na civilização egípcia as construções continham aberturas horizontais bastante
estreitas, localizadas junto ao teto, por onde a luz e o ar entravam apenas para
iluminar o centro, sendo perfeitamente coerentes com as técnicas construtivas do
período. (PINTO et al.,2001)
Na cultura grega a janela era de tamanho reduzido e quase inexistente. Nas
construções de uso coletivo as janelas eram discretas e cumpriam as funções de
ventilar e iluminar (SILVA, 2008).
Na arquitetura romana, com suas paredes estruturais e espessas as janelas eram
executadas com refinamento até nas construções mais simples. Em Nimes, França
tem um exemplo de janela falsa que é um nicho perfurado na parede.
O interior dos templos passou a ter mais importância e a iluminação do mesmo
passa a ter um caráter simbólico como no Panteão em Roma, 121dc Este edifício
caracteriza a produção romana quanto à técnica construtiva (SILVA, 2008).
35
A iluminação advinda através de um óculo, vazado na cúpula. As paredes ao redor
são fechadas para o exterior e para o interior possuem nichos escavados na
espessura da parede, representando janelas falsas coroadas por frontões. Desta
forma invoca um diálogo entre o mundo exterior e o interior remetendo a soberania
do divino (SILVA, 2008).
As habitações eram diferenciadas em três composições e o que as distinguia era a
abertura dos vãos. A janela na construção, caracterizava a classe social a que seu
morador pertencia. Eram elas, a domus, as vilas e a insula. A domus era térrea ou
em dois pavimentos onde a parte mais próxima à rua se destinava ao comércio e a
parte mais interna à habitação. As vilas eram habitações rurais ou suburbanas e a
insula era um imóvel de habitação coletiva, suas aberturas eram viradas para o
exterior e a fachada era perfurada por numerosas janelas (CAIO, 2011).
Donato Bramante em 1502 no tempietto no claustro de san Pietro em Montorio,
Roma, remete a um diálogo entre o ser e seu criador através da dicotomia entre as
janelas falsas caracterizadas pelos os nichos e as janelas reais (JORGE, 1995).
No Barroco a janela veio compor as fachadas fazendo com que o uso das janelas
falsas dessem simetria às mesmas. Observa-se a sua intervenção na Biblioteca
Laurenciana em Florença, em 1524,(figura 2.6) tanto na organização da biblioteca
como no vestíbulo de acesso. Miguel Ângelo introduziu a luz de maneira sensível
com a disposição das janelas falsas e verdadeiras na fachada (SILVA, 2008) (figura
2.7).
Figura 2. 6- Salão da Biblioteca Laurenciana FONTE: Biblioteca Medicea Laurenziana, 2015
36
Figura 2. 7- Vestíbulo FONTE: Biblioteca Medicea Laurenziana, 2015
No Brasil império era imitado o comportamento europeu quando o barroco e o
rococó eram adotados como estilo a ser seguido. Os barões do café eram
desagradados pelas paisagens vistas por suas janelas então faziam janelas falsas
com paisagens rurais europeias (MORAES, 2005).
Já na fazenda Resgate em Bananal, SP, em meados da década de 1850, a sede foi
reconstruída, cujos interiores foram logo decorados com pinturas parietais
(MARQUESE, 2010).
Na parede da sala de jantar oposta a das janelas que se abrem para o pátio interno,
cujas costas eram voltadas para o campo destaca-se a pintura parietal com a técnica
engano de olhar, perspectiva linear e ilusão do tridimensional cujo tema da
paisagem é um cafezal (MARQUESE, 2010) (figura 2.8).
37
Figura 2. 8- Pintura parietal da sala de jantar, fazenda Resgate, Bananal, São Paulo FONTE: Reinaldo Funes Monzote, 2010
Le Corbusier em 1926, elabora os “5 pontos da arquitetura” que viram paradigmas
do Movimento Moderno dentre eles a janela em fita (figura 2.9). O uso de elementos
lineares aliados às possibilidades construtivas, permitindo maior contato com o
mundo exterior (CHING, 2013) (figura 2.10).
Figura 2. 9- Croqui de Le Corbusier sobre “Os 5 pontos da nova arquitetura” (1929). Lado esquerdo, a nova arquitetura, lado direto, a antiga arquitetura FONTE: Le Corbusier, 1929
38
Figura 2. 10 Igreja de Ronchamp (Ronchamp, 1950-1955) Le Corbusier FONTE: Rory Hyde, 2003
“A cobertura foi posta sobre paredes que são absurdas, mas praticamente grossas. Dentro delas, entretanto estão as colunas do concreto reforçado. O telhado descansará nestas colunas, mas não tocará na parede. Uma fenda horizontal de luz com dez centímetros de altura surpreenderá.” (figura 2.5)
Corbusier
Na América, Frank Lloyd Whright em 1894 com sua casa da pradaria busca integrar
elementos naturais na arquitetura teorizando em seu manifesto In The Cause of
Architecture que as aberturas devem ser parte integrantes da estrutura e formar, se
possível, seu ornamento natural (GELMINI, 2011).
2.5 Janelas Virtuais– virtual natural lighting solutions (VNLS)
A luz ausente ou insuficiente no ambiente, aliada a ausência de aberturas em muitos
locais não permitindo a luz diurna penetrar, somando-se ao grande numero de
pessoas com trabalho noturno, levam à exigência de uma solução inovadora que
pode trazer luz natural com suas qualidades para o espaço interior (MANGKUTO et
al., 2014).
Este panorama levou a criação de soluções de iluminação, virtual natural lighting
solutions (VNLS), que são sistemas que podem fornecer iluminação, bem como uma
visão exterior realista com propriedades comparáveis às de janelas reais e
claraboias. Existem dois tipos de VNLS, a de primeira e a de segunda geração. A
VNLS de primeira geração foi executada por vários pesquisadores em estudos
similares (MANGKUTO et al. , 2014).
39
O objetivo do primeiro estudo foi identificar possíveis alterações no desempenho
removendo o fator visão para o exterior, mas mantendo condições de iluminação
parecidas com a original verificando o desempenho desde a luz natural à artificial.
Outro objetivo foi verificar se na situação da falta de visão para o exterior se a luz do
dia poderia ser substituída por uma fonte de luz artificial sem efeito prejudicial ao
desempenho.
A pesquisa analisou o comportamento de trabalhadores de escritório em 2 dias
diferentes num espaço de tempo curto. No primeiro dia, em um primeiro momento,
havia uma janela com uma paisagem e luz natural adentrando o ambiente. Em um
segundo momento a janela foi bloqueada com material translúcido, e a luz natural
penetrava. No segundo dia foi analisado o comportamento dos trabalhadores ainda
com a janela bloqueada e a luz natural entrando e depois com luz artificial
penetrando (VRIES et al., 2009).
O resultado inicial do estudo descrito implicou que uma visão parcialmente
bloqueada e a utilização de Iluminação artificial em lugar da luz do dia, aumentou o
desempenho, contudo, uma análise mais aprofundada da situação sugere que
possíveis parâmetros, poderiam ter influenciado esses resultados, tais como a hora
do dia e a duração do experimento (VRIES et al., 2009).
Stefani et al. (2012), usaram uma unidade de céu virtual, composto de 34.560 diodos
emissores de luz (LED) atrás de um difusor, Barrisol, com uma imagem estática e
duas dinâmicas em seu experimento.
O teto luminoso LED exibindo nuvens em movimento em um escritório tanto
melhorou o bem-estar como o cansaço no fim do dia. Os sentimentos positivos
foram melhores sob as nuvens em movimento comparado às nuvens estáticas. Os
participantes que fizeram o trabalho criativo preferiram as nuvens em movimento
sobre a luz estática, enquanto os participantes que faziam trabalho concentrado
preferiam a luz estática (STEFANI et al., 2012).
Em um ambiente de escritório real, os efeitos medidos da luz dinâmica são
relativamente pequenos observando seus efeitos sobre a sensibilidade ao brilho. Foi
observado um grupo de pessoas trabalhando em computador. Os resultados
mostraram que a luminância e o tamanho da janela teve o mesmo efeito
40
estatisticamente significativo sobre o brilho quando os sujeitos mais sensíveis ao
brilho tinham maior risco de serem perturbados olhando direto para a fonte de brilho
(RODRIGUEZ; PATTINI, 2014).
Nos casos acima não houve a preocupação em utilizar luz artificial com
características próximas à luz natural. Xena (1999); Fontoynont (2011) e Loenen et
al. (2007), tentaram reproduzir em seus experimentos utilizando lâmpadas
fluorescentes em gradiente de cores do amanhecer, da tarde e do anoitecer. Porém
características como elementos do solo e do horizonte, limite de tamanho da janela e
falta de eficiência energética, fizeram alavancar a VNLS de segunda geração.
A segunda geração de VNLS foi executada no ExperienceLab of Philips Research at
the High Tech Campus in Eindhoven, The Netherlands. O protótipo foi feito com
lâmpadas LED cujas características são de vida longa, alta eficiência, flexibilidade e
possibilidade de controle individual de cor. Oito luminárias Philips Origami BPG762
foram utilizadas na construção do protótipo. Cada luminária possuía quatro
pequenas lâmpadas LED de 108 LUXEON RGB que podem exibir cores em
vermelho, verde e azul. A ideia era de estas unidades representarem pixels atrás de
um painel translucido (MANGKUTO; et al., 2014).
No experimento usaram um programa computacional para transformar uma imagem
de paisagem em pixels e através desta, com as lâmpadas LED reproduziram as
cores da cena e a linha do horizonte que era a uma altura aproximada dos olhos de
pessoas sentadas, ou seja, 1,20m. O protótipo media 0,90x1,20m (LxH)e ficava a
0,93 do chão.
Avaliaram a janela em sete posições diferentes, numa sala de testes de
6,80x3,60x2,70m (LxPxH) para verificar os efeitos de uniformidade e conforto
através de medições de iluminância. Este estudo baseia-se numa combinação de
medição, modelagem computacional e simulação de VNLS, porém não leva em
conta a percepção do usuário. Este protótipo tem a intenção de validar o modelo
computacional para avaliar o desenvolvimento de projeto de VNLS em salas que
necessitem (MANGKUTO; et al., 2014).
41
3. MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 A pesquisa contempla quatro etapas principais:
1. Construção de janela falsa, com a presença de imagem estática que procura
imitar janelas reais.
2. Visitas e medições em ambiente hospitalar para análise das características
físicas do mesmo, bem como para medições das iluminâncias e luminâncias.
3. Aplicações de questionários aos usuários efetivos, dos ambientes
enclausurados, antes e depois da instalação das janelas falsas. Por usuários
efetivos, entendem-se aqueles que permanecem por tempo prolongado no
ambiente, ou seja, funcionários.
4. Diagnóstico. É uma análise dos resultados dos questionários e medições. Os
questionários visam avaliar a satisfação com o ambiente luminoso. As medições
fornecem dados para avaliações quantitativas e qualitativas
3.2 As janelas falsas
As janelas falsas podem ser de três tipos: a) janela contendo uma fonte luminosa
(figura 3.1) atrás de um vidro translúcido que produzirá uma luz difusa: b) back light
com uma cena estática (fotografia) urbana ou paisagem da natureza, (figura 3.2); c)
idem à do tipo b, só que com paisagem dinâmica (filme).
A presente pesquisa se refere à janela b, ou seja, back light com uma cena estática
de paisagem da natureza (figura 3.2).
Figura 3. 1- Fonte luminosa Fonte: autora Figura 3. 2- Paisagem na caixa FONTE: autora
42
3.2.1 A luz da caixa e o modelo paisagem
A janela instalada (figura 3.3), é uma caixa de 90cm x 70cm x 8,5cm (LxHxP) com
seis lâmpadas fluorescentes T8 em seu interior com temperatura de cor de
4000k(figura 3.4 e 3.5), índice de reprodução de cor ≥ a 80(figura 3.5).
Figura 3. 3- Caixa de luz FONTE: autora
Figura 3. 4–Escala de temperatura de cores FONTE: OSRAM
43
Figura 3. 5-Dados fotométricos das lâmpadas FONTE: OSRAM catálogo lâmpadas fluorescentes tubulares
A paisagem selecionada foi uma paisagem rural com proporções de terra e de céu, é
uma paisagem de Três Forquilhas, R.S., BR, de Paulo R. S. Menezes a (figura 3.6)
impressa em um vidro translúcido (figura 3.2). o tema foi escolhido por ter sido
demonstrado na revisão bibliográfica ser o que mais agrada e desestressa as
pessoas. Esta paisagem foi selecionada através de uma enquete feita com cinco
arquitetos, dentre três paisagens gratuitas, que representava melhor uma paisagem
para o descanso do olhar.
Figura 3. 6- Três Forquilhas, R.S., BR FONTE: Paulo R. S. Menezes
3.2.2 O ambiente selecionado
Hospital e Maternidade Galileo
44
Localização; Av. Dr. Alfredo Zacharias, 1816 - Tel.: 19 2115.2000 Valinhos-SP
A infraestrutura do Hospital é um diferencial. São 100 leitos, Centro Cirúrgico
equipado para atender todos os tipos de intervenção, UTI Adulto, Laboratório
completo, Centro Radiológico de última geração e serviços de alta complexidade em
Hemodinâmica e Cirurgia. Contando com uma área construída de 7.500 m2.
Com um quadro de 300 funcionários que se distribuem em suas diversas áreas de
atuação (figura 3.7).
Figura 3. 7- Hospital e Maternidade Galileo FONTE: HMG GALILEO
O Projeto:
O projeto foi executado pelo arquiteto Guedes Pinto que para o pavimento térreo
usou a ideia de uma asa e para as alas de internação nos dois andares superiores
fez uso do formato em cruz (figura 3.8)
Figura 3. 8- Hospital e Maternidade Galileo FONTE: HMG GALILEO
45
Desta maneira pode ser visto em planta toda área de apoio, serviços, exames,
instalações centro cirúrgico, cozinha recepções ficam no térreo. Os dois andares
superiores ficam as alas de internação e UTIs. Com o avanço tecnológico e novas
necessidades iniciaram as reformas que ocorrem anualmente.
3.2.3 Levantamento físico do ambiente selecionado
O local onde é feita a pesquisa fica localizado no térreo próximo ao Centro cirúrgico
(figura 3.9); é uma central de material esterilizado (figura 3.10, figura 3.11 e figura
3.12 e figura 3.13). Neste local é feito a desinfecção dos materiais que serão
utilizados no centro Cirúrgico.
Figura 3. 9- Localização da central de material esterilizado FONTE: autora
46
Quando concebido, por ter um pé direito alto, a luz natural entrava por um vidro,
mas com as reformas esse vidro perdeu a função. Como pode ser visto na figura
3.10, a autoclave, é um equipamento de barreira, tem uma porta voltada para a sala
em questão, onde é colocado o material para desinfecção. O material sai por outra
porta do mesmo equipamento na sala oposta já esterilizado.
Figura 3. 10- Central de Material Esterilizado- foto1 FONTE: autora
Figura 3. 11 - Central de Material Esterilizado- foto2 FONTE: autora
47
Figura 3. 12-Planta da Central de Material Esterilizado FONTE: autora
Figura 3. 13– Corte A - Central de Material Esterilizado FONTE: autora
A distribuição das luminárias é linear centralizada, provida de duas lâmpadas
fluorescentes T8 de 32w com 1,20 de comprimento. Em cima da mesa principal de
48
trabalho pende uma luminária acrílica com uma lâmpada fluorescente compacta
espiral 45w (figura 3.14)
Figura 3. 14- Distribuição de luminárias da Central de Material Esterilizado FONTE: autora
A escolha da localização da janela falsa foi justificada por ser esta a única parede
livre. A janela foi fixada na parede que permite uma visão lateral do funcionário em
relação a ela, girando levemente a cabeça (figura 3.15). Foi fixada a 1,90 de altura
no meio da parede entre a porta e a parede lateral (figura 3.16).
49
Figura 3. 15– Localização em planta da janela falsa FONTE: autora
Figura 3. 16– Corte A da localização da janela na sala FONTE: autora
3.3 Visitas e medições
Através de visitas ao ambiente hospitalar levantaram-se os principais aspectos do
ambiente (materiais das superfícies, cores, lâmpadas e luminárias - tipo, quantidade,
50
potência, manutenção, estratégia de iluminação e distribuição da luz) e na planta,
registrar dimensões, layout, e distribuição de luminárias.
O levantamento iconográfico foi feito através de tomadas fotográficas para geração
de imagens de Grande Alcance Dinâmico (High Dynamic Range - HDR). HDR é uma
técnica para imagens digitais cuja função é compensar as limitações dos
equipamentos fotográficos ou seja, de captura e de exibição, com o objetivo de obter
muito mais detalhes da cena, não perdendo assim informações das luzes e das
sombras. Através da técnica de imagens HDR é possível aferir as luminâncias ponto
a ponto e ainda analisar a distribuição da luz no espaço. As imagens foram tomadas
com uma câmera fotográfica Nikon D3200, sobre um tripé, para assegurar
alinhamento das imagens.
Os equipamentos utilizados, exceto a máquina fotográfica, foram calibrados em
laboratório.
As medições de iluminâncias foram feitas com um luxímetro Minolta modelo T-10 em
pontos específicos no plano de trabalho.
As luminâncias foram registradas com um luminancímetro LS-110 Minolta. Este
aparelho determina a intensidade luminosa de qualquer tipo de fonte de luz.
Também foram feitas simulações com o software DIALuxEvo (2010) que nos fornece
dados para avaliações quantitativas e qualitativas. As avaliações quantitativas são
obtidas através dos valores iluminâncias gerados pelos cálculos efetuados pelo
software, com base nas informações de entrada que são fornecidas.
3.3.1 Recomendações mínimas de iluminação segunda a Associação Brasileira
de Normas Técnicas (ABNT)
A Norma NBR 8995-1 é direcionada para ambientes de trabalho internos. Apresenta
novos critérios e requisitos qualitativos ao projeto, tais como controle de
ofuscamento (nível de UGR), índice de reprodução da cor (RA), iluminação de
tarefas e critérios quantitativos, como o atendimento aos níveis de iluminância.
Exemplifica as áreas de tarefas e o entorno imediato para a elaboração do projeto e
a verificação de iluminância necessária para cada ambiente, fala sobre os critérios
de cálculos para elaboração de um projeto e como tratar com as variações do
51
ofuscamento. Apresenta tabelas para as mais diversas situações a que
correspondem cada ambiente.
Estabelece iluminâncias no entorno imediato relacionado com a iluminância de tarefa
para que não haja contraste muito grande levando a esforço visual (tabela 3.1). Tabela
Tabela 3. 1- Iluminância na área do entorno em relação à tarefa FONTE: NBR 8995 /2013-1
FONTE: NBR 8995 /2013-1
Apresenta requisitos de iluminação recomendados para diversos ambientes e
atividades. Na tabela 3.2 a primeira coluna se refere ao ambiente, a segunda coluna
estabelece a iluminância que deve ser mantida no plano de tarefa, a terceira coluna
indica o limite para o índice de ofuscamento unificado (UGLR), a coluna quatro
estabelece o índice de reprodução de cor mínimo e a coluna cinco são observações.
A tabela referida, abaixo demonstrada, apresenta a parte que se refere à área
médica.
52
Tabela 3. 2- Fatores determinantes de Iluminância adequada
FONTE: NBR 5413/1992
A extinta NBR 5413/1992 orientava para a sala de esterilização um valor de
iluminância média de 500lux e superior de 750lux e não abaixo de 300lux. A NBR
8995/2013-1 indica 300lux.
3.4. Questionários
Pela sua natureza, o projeto está cadastrado e aprovado na Plataforma Brasil, base
unificada criada pelo Governo Federal do Brasil, e submetida ao Comitê de Ética em
Pesquisa da Unicamp, CAAE: 47862115.9.0000.5404 onde foram aprovados os
questionários executados na pesquisa (Anexo D).
Foram aplicados questionários validados pela área médica junto aos usuários
efetivos dos ambientes enclausurados, antes e depois da instalação das janelas
falsas, visa aferir os níveis de ansiedade, estresse e depressão.
Também foram aplicados questionários destinados a avaliar a percepção do usuário
do seu ambiente de trabalho. São perguntas sobre a impressão geral dos usuários
53
sobre o ambiente, impressão sobre o ambiente luminoso no local de trabalho e
impressão sobre a visão para o exterior.
Os questionários referentes à qualidade de vida e inventário de depressão foram
feitos fora do horário de trabalho e na escolha do horário da preferencia do
respondente para diminuir o tempo da avaliação no local de trabalho.
Os questionários que avaliam a impressão do usuário no ambiente de trabalho foram
feito durante o expediente sendo dividido em três blocos de funcionários. Dois
funcionários da manhã que entram às 6:00hs e saem às 12:00hs e têm 15 minutos
de intervalo, responderam aos questionários todos ao mesmo tempo às 9:00hs da
manhã. Três funcionários da tarde que entram às 12:00hs e saem às 18:00hs e têm
15 minutos de intervalo, responderam aos questionários todos ao mesmo tempo às
15:00hs da tarde. Dois funcionários da noite que trabalham 12hs seguidas entrando
às 6:00hs da tarde e saindo às 6:00hs da manhã, responderam as 20:00hs.
A aplicação dos questionários foi feita pela pesquisadora. A análise das respostas foi
feita pela empresa de consultoria estatística Estat Júnior, onde foram gerados
resultados gráficos para afirmar as conclusões obtidas.
3.4.1 Inclusão
Todos os sete funcionários que trabalham nesta área foram solicitados a responder
os questionários. Seriam excluídos posteriormente somente os que tivessem
dependência química, doenças crônicas ou cirurgia ou tivesse déficit visual,
características que poderiam provocar sintomas depressivos, porém, nenhum destes
casos foi detectado.
3.4.2 Instrumentos
Todos os instrumentos utilizados para mensurar os fatores ou desfechos já estão
adaptados e/ou validados para o português do Brasil. Os questionários e formulários
de levantamentos foram impressos: questionário de satisfação; dados de
identificação; e Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os instrumentos são
descritos a seguir.
3.4.3 Questionário de dados de identificação dos sujeitos da amostra
Consiste em um questionário com perguntas referentes ao perfil social do sujeito e
dados sobre o histórico de saúde (Apêndice A), no qual é possível registrar o uso de
54
medicamentos, drogas ilícitas, doenças crônicas ou cirurgia. Esses dados são
importantes para verificar se há algum fator que possa provocar sintomas
depressivos. Em caso positivo, o sujeito será excluído.
3.4.4 Termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE)
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) é a autorização do sujeito para
participar do estudo. Foi assinado pelo sujeito, pela pesquisadora e por uma
testemunha. Por isso, a autora sempre esteve presente no momento de sua
assinatura, até para que as devidas explicações sobre a pesquisa sejam oferecidas
aos sujeitos da forma mais completa (Apêndice B)
O TCLE utilizado neste estudo foi aprovado pela Plataforma Brasil e comitê de ética
da Unicamp, CAAE: 47862115.9.0000.5404(Anexo D).
3.4.5 Inventário de depressão de Beck – Beck Depression Inventary (BDI)
Inventário de Depressão de Beck (GORENSTEIN, 2002) é uma escala que avalia,
principalmente, aspectos cognitivos relacionados à depressão (Anexo A).
Apresentava 21 itens, cada um variando de zero (neutro) a três (grau máximo de
severidade). O escore total varia de 0 a 63. A depressão pode ser classificada
conforme segue: ausência de transtorno de humor, de 1 a 10; transtorno de humor
moderado, de 11 a 16; transtorno depressivo clínico, de 17 a 20; depressão
moderada, de 21 a 30; depressão grave, de 31 a 40; e depressão severa, acima de
40.
3.4.6 Instrumento de avaliação de qualidade de vida the World Health
Organization Quality of Life – WHOQOL-BREF
Adaptado e validado para o português, Mezzich (2003), o módulo WHOQOL-BREF é
constituído de 26 perguntas (sendo a pergunta numero 1 e 2 sobre a qualidade de
vida geral), as respostas seguem uma escala de Likert (de 1 a 5, quanto maior a
pontuação melhor a qualidade de vida). Fora essas duas questões (1 e 2), o
instrumento tem 24 facetas as quais compõem 4 domínios que são: físico,
psicológico, relações sociais e meio ambiente.(Anexo B)
As respostas são transportadas para uma tabela (PEDROSO; el al., 2010) onde são
imputados valores aos domínios e os resultados tabulados de 0 a 100%. Quanto
maior a porcentagem maior a qualidade de vida.
55
3.4.6 Cartela de teste Snelling para teste de desempenho visual e visibilidade
da tarefa.
A cartela de Snellen, também conhecida como optótico de Snellen ou escala
optométrica de Snellen, é um diagrama utilizado para avaliar a acuidade visual de
uma pessoa. A tabela recebe seu nome em homenagem ao oftalmologista holandês
Herman Snellen, que a desenvolveu em 1862.
Acuidade visual (AV) é uma característica do olho de reconhecer dois pontos muito
próximos.
A AV é determinada pela menor imagem retiniana percebida pelo indivíduo. Sua
medida é dada pela relação entre o tamanho do menor objeto visualizado e a
distância entre observador e objeto. A diminuição da acuidade visual causa
importante déficit funcional (anexo C).
3.4.7 Questionário de avaliação da iluminação no ambiente de trabalho
Este questionário, no pré-teste, foi elaborado a partir de outro questionário já
aplicado por Martau (2009) em ambientes enclausurados para tipologia arquitetônica
distinta e foi adaptado para a tipologia hospitalar. Inicialmente foi elaborado a partir
de estudos de Bean e Bell (1992), Boyce e Eklund (1995), Veitch e Newsham
(1995), Veitch et al.. (2005) e Veitch (2001), com adaptações de roteiro proposto
pela Commission Internationale de l’Éclairage (CIE, 1972, 1986) para avaliação da
iluminação em ambientes existentes de escritórios, com ajustes em função do tipo
de tarefa visual existente em espaços hospitalares.
O pré-teste foi feito com funcionários na parte da manhã durante seu expediente e
no local do seu trabalho. Quatro pessoas realizaram a pesquisa. O horário de
trabalho dos funcionários da parte da manhã é das 6:00hs às 12:00hs com 15
minutos de intervalo trabalhando todos os dias da semana com uma folga a cada 7
dias. O pré-teste foi feito às 10:00hs da manhã. Após o pré-teste foi identificado que
o questionário era muito longo fazendo com que muitas perguntas não fossem
respondidas.
O questionário referente ao ambiente de trabalho e suas características foi refeito
passando a ter 12 perguntas no método de escala Likert dividido em 4 blocos de
variáveis; 3 perguntas sobre a impressão geral dos usuários sobre o ambiente, 3
56
perguntas sobre a impressão do ambiente luminosos no local de trabalho, 3
perguntas sobre seu bem-estar relacionado à iluminação e 3 perguntas sobre a
impressão da visão para o exterior (apêndice C).
A escala gráfica tipo Likert utilizada, com cinco níveis, emite um grau de
concordância para as perguntas verificando a satisfação relacionada à luminosidade
do ambiente de trabalho. A avaliação é feita pela frequência das respostas positivas
e negativas em relação à iluminação.
3.5 Diagnóstico
Os questionários tabulados antes e depois da instalação das janelas falsas visam
saber a preferência geral dos usuários sobre o ambiente de trabalho, avaliar a
satisfação com o ambiente luminoso e sua impressão da visão para o exterior.
Os dados obtidos permitem verificar se há alteração significativa no bem-estar, de
trabalhadores alocados em ambientes confinados sem contato visual com o exterior
durante o trabalho, com a presença da janela falsa.
As simulações geradas pelo DIALuxEvo (2010) fornece dados para avaliações
quantitativas e qualitativas. As avaliações quantitativas são obtidas através dos
valores iluminâncias gerados pelos cálculos efetuados pelo software, com base nas
informações de entrada que são fornecidas. Já as avaliações qualitativas permitem a
compreensão da distribuição da luz no espaço através da geração de imagens em
cores falsas. Estes procedimentos foram adotados para compreender a luz no
espaço, podendo fazer uma comparação do espaço antes e depois da inserção da
janela falsa.
57
4. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE RESULTADOS
4.1 Medições no ambiente selecionado
Foram feitas três tipos de medições no ambiente. A primeira foi feitas com máquina
fotográfica Nikon D3200 fixada em tripé e em seguida gerada imagens High Dynamic
Range (HDR) e os resultados foram compilados e analisados no software
Picturenaut e RadDisplay e obtidos imagens falsas. A segunda foi feita com um
luxímetro mod T-10 Minolta e com um Luminancimetro LS-110 Minolta em vários
pontos das mesas de trabalho. A terceira medição foi feita com o software
DialuxEvo(2010).
Estas medições tem o intuito de poder fazer os estudos de comparação com as
alterações de iluminação com maior precisão de resultados em projeto.
4.1.2 Levantamento Iconográfico
O uso de imagens digitais HDR compostas a partir de fotos digitais é uma
ferramenta para levantamento de distribuição de luminâncias. A câmara foi acoplada
a um tripé. A câmera foi calibrada, capturando imagens de um quadro com pontos
em diferentes escalas de cinza. Estas imagens cobriram cinco diferentes tipos de
valor de exposição (EV), de -2 a + 2, com intervalos de 1,0 (figura 4.1).
58
Figura4. 1- Quadro para calibração da câmera em escala de cinza com tempos de exposição de -2 a +2 EV FONTE: autora
De posse das fotografias foi necessário realizar o processamento de compilação
para obter uma única imagem com um alcance maior de EV. Para isso, foi
necessário o uso de algoritmos que calculem a curva de resposta da câmera, ou a
maneira como esta entende a luz.
Esta tomada de fotografias foi processada no websoftware WebHDR Home
(JACOBS,2010) e foi então obtida a curva de resposta da câmera utilizada (figura
4.2). As curvas polinomiais propostas por Mitsunaga e Nayar (1999) são usadas
para cada canal de cor, em vez de uma tabela logarítmica em função da intensidade
luminosa dos pixels.
59
Figura4. 2 - Curva de resposta da câmera Nikon D3200 obtida pelo WebHDR Home
Após este procedimento, partiu-se para a tomada de imagens HDR na sala do CME.
A câmera foi acoplada ao tripé e as cenas foram fotografadas com a resolução de
3MP (6016x4000) e tiveram seus ajustes de ISO e foco travados no menu da
câmera. Os intervalos de valor de exposição (EV) adotados foram os mesmos
utilizados para a calibração da câmera (figura 4.3).
60
Figura4. 3 - Cenas capturadas com tempos de exposição de -2, -1, 0, +1, +2 EV FONTE: autora
Posteriormente essas cinco imagens foram compiladas no software Picturenaut
(2010) para a composição de uma única imagem HDR (figura 4.4) e, em seguida,
essa imagem HDR foi processada no software RadDisplay (2010) para a geração de
sua correspondente em cores falsas (CF) (figura 4.5) e analisada a luminância em
alguns pontos escolhidos.
Figura4. 4- Imagem HDR gerada pelo software Picturenaut FONTE: autora
61
Figura4. 5- Análise em cores falsas e valores de luminâncias (cd/m²) através do software RadDisplay FONTE:
autora
4.1.3 Levantamento com luxímetro e luminancímetro
O luxímetro, foi utilizado para medir a intensidade de luz através de um sensor,
dessa forma é possível que seja determinado a grandeza da iluminância (lux) do
local averiguado.
Foram feitas medições com um aparelho Minolta modelo T-10 em pontos específicos
no plano de trabalho.
Para fazer a medição do ambiente foram considerados diversos aspectos que são
descritos na norma NBR 15215.
Quanto à exposição do aparelho, no momento da medição não teve sombras sobre
o sensor; quanto à posição do sensor, O sensor ficou paralelo à superfície do plano
de trabalho; a medição do ambiente foi executada em vários pontos (figura 4.6).
62
Figura4. 6- Medições com luxímetro Minolta T-10, no plano de trabalho FONTE: autora
As medições com o luxímetro antes da colocação da janela falsa variam entre 333lux
a 418 lux (figura 4.6). A diferença da variação de lux na mesa é de 85lux.
O luminancímetro, LS-110 Minolta, foi o equipamentos utilizado para a medição da
luminância, que é a intensidade luminosa emitida ou refletida por uma fonte de luz
numa dada direção, por metro quadrado (cd/m2) ou Foot Lamberts (fl)(figura 4.7).
Este aparelho determina a intensidade luminosa de qualquer tipo de fonte de luz
(lâmpadas de tungsténio ou fluorescentes, écrans de televisão, projetores, vídeo,
LEDs, etc) assim como qualquer superfície refletora.
63
Figura4. 7 - Medições com Luminancímetro LS-110 Minolta, na altura do plano de trabalho FONTE: autora
As medições com o luminancímetro antes da colocação da janela falsa varia entre
2.76cd/m² (figura 4.7). A diferença da variação luminosidade na mesa é de duas
velas acesas.
4.1.4 Software DialuxEvo
A modelagem (figura 4.8) e simulação da iluminação permitiu confirmar as medições
realizadas. Para esta pesquisa, as simulações computacionais foram realizadas
através do software DialuxEvo (2010).
DIALuxEvo (2010), validado em conformidade com a norma CIE 171:2006 “Test
Cases to Assess the Accuracy of Lighting Computer Programs”, a fim de obter uma
análise detalhada das condições de iluminação da CME(figura 4.9).
64
Figura4. 8- Modelagem da sala do CME no software DialuxEvo FONTE: autora
Figura4. 9- Níveis de iluminância na sala do CME no software DialuxEvo em lux FONTE: autora
Nesta imagem de CF vemos que a variação na altura da mesa de trabalho, que
neste caso é de 1,10m a variação das iluminâncias é entre 256 a 330 lux.
65
4.2 Perfil dos trabalhadores
O perfil dos trabalhadores é em maioria mulheres com escolaridade nível técnico e o
deslocamento (tabela 4.1).
Tabela 4. 1– Perfil dos trabalhadores
Sexo
(mulheres/homens) 6/1
Estado civil
solteiros 4 casados 2 separados 1 viuvos
Nivel de escolaridade
superior 1 técnico 6
Meio de transporte
carro 6 Transporte público 1 FONTE: autora
A maioria dos trabalhadores são mulheres com nível técnico de escolaridade.
Na área trabalham sete funcionários e todos concordaram em participar da pesquisa.
Um dos participantes se recusou a responder todas as questões e um participante
não respondeu as questões antes da colocação da janela falsa.
4.2.1 Satisfação com as condições de iluminação do ambiente de trabalho
As questões foram feitas antes e após a colocação da janela.
As três primeiras perguntas do questionário da avaliação da iluminação no ambiente
de trabalho (apêndice C) se referem à impressão geral que o trabalhador tem do
ambiente.
66
A primeira pergunta pretendia averiguar a impressão geral do funcionário em relação
ao ambiente (tabela 4.2). A segunda e a terceira perguntas questionavam a melhor
qualidade e a pior qualidade deste local, respectivamente (tabela 4.3).
Tabela 4. 2 – Impressão sobre o ambiente
Quatro trabalhadores que responderam a pergunta sobre a impressão do ambiente
de trabalho antes da colocação da janela falsa, disseram que consideravam
agradável o ambiente de trabalho. Dois dos seis, responderam que eram
indiferentes.
Comparando as respostas antes e depois da colocação da janela falsa (figura 4.10),
nota-se que as respostas de impressões gerais do ambiente de trabalho são as
mesmas atribuindo ao fato deste critério ser amplo.
Figura4. 10 - Respostas sobre a impressão geral do ambiente antes e depois da colocação da janela falsa FONTE: Estat Júnior
Impressão geral do ambiente Antes da janela Após a janela Muito desagradável Desagradável Indiferente 2 2 Agradável 4 5 Muito agradável
FONTE: autora
67
Tabela 4. 3– Impressão sobre melhor e pior qualidade do ambiente
Antes da janela
Antes da janela
Após a janela Após a janela
melhor qualidade
pior qualidade
melhor qualidade
pior qualidade
Dimensão do espaço
2
2
2 3
Iluminação 1 2 2 Temperatura 1 Falta de visão para o exterior
1
Mobiliário 1 1 FONTE: autora
O levantamento estatístico desconsiderou as respostas de dois indivíduos por serem
considerados com respostas incompletas.
A qualidade iluminação teve um voto que se manteve e um voto a mais após a
colocação da janela falsa, indicando positivamente (tabela 4.3).
Comparando as respostas sobre a melhor qualidade do ambiente de trabalho após a
colocação da janela falsa a iluminação teve um aumento de resposta positiva (figura
4.11).
Figura4. 11 - Percentual de respostas sobre a melhor qualidade do ambiente antes e depois da colocação da janela falsa FONTE: Estat Júnior
68
Na pergunta sobre a pior qualidade foi descartada a resposta incompleta de um
participante. O quesito iluminação deixou de aparecer nas respostas. Após a
instalação da janela falsa (figura 4.12).
Figura4. 12 Respostas sobre a pior qualidade do ambiente antes e depois da colocação da janela falsa FONTE: Estat Júnior
4.2.2 Impressão do ambiente luminoso no local de trabalho
As questões foram feitas antes e após a colocação da janela.
As perguntas para esta avaliação foram; como é a qualidade da luz neste ambiente
(figura 4.13), a quantidade de iluminação para executar as tarefas (figura 4.14) a
uniformidade da iluminação no plano de trabalho (figura 4.15). O funcionário poderia
responder uma das cinco alternativas; muito ruim, ruim, indiferente, bom e muito
bom.
Dois trabalhadores que responderam a pergunta sobre a qualidade da luz no
ambiente de trabalho antes da colocação da janela falsa, disseram ser ruim, dois
disseram ser bom um foi indiferente e um respondeu ser muito ruim.
Quatro trabalhadores que responderam a pergunta sobre a qualidade da luz no
ambiente de trabalho após a colocação da janela falsa, disseram ser bom, dois
disseram ser ruim (figura 4.13).
Comparando as respostas sobre a qualidade da luz no ambiente de trabalho após a
colocação da janela falsa a opção bom teve um aumento (figura 4.13) e o quesito
muito ruim desaparece após à colocação da janela falsa.
69
Figura4. 13- Impressão dos funcionários sobre a qualidade de luz no ambiente antes e após a colocação da janela falsa FONTE: Estat Júnior
Dois trabalhadores que responderam a pergunta sobre a quantidade de luz para
realizar tarefas no ambiente de trabalho antes da colocação da janela falsa disseram
ser bom, dois disseram ser ruim e dois disseram ser indiferente.
Cinco trabalhadores que responderam a pergunta sobre a quantidade de luz para
realizar tarefas no ambiente de trabalho após a colocação da janela falsa, disseram
ser bom, um disse ser muito bom (figura 4.14).
Comparando as respostas sobre a quantidade de luz para realizar tarefas no
ambiente de trabalho após a colocação da janela falsa a opção bom teve um
aumento significativo (figura 4.14), não aparecendo mais as opções ruim e
indiferente.
70
Figura4. 14- Impressão dos funcionários sobre a quantidade de iluminação para realizar tarefas antes e após a colocação da janela falsa FONTE: Estat Júnior
Três trabalhadores que responderam a pergunta sobre a uniformidade da iluminação
no plano de trabalho antes da colocação da janela falsa, disseram ser ruim, dois
disseram ser indiferente e um disse ser bom.
Cinco trabalhadores que responderam a pergunta sobre a uniformidade da
iluminação no plano de trabalho após a colocação da janela falsa, disseram ser bom,
um disse ser ruim (figura 4.15).
Comparando as respostas sobre a uniformidade da iluminação no plano de trabalho
após a colocação da janela falsa a opção bom teve um aumento nas respostas
(figura 4.15), diminuindo a opção ruim.
De maneira geral houve um aumento de respostas positivas relacionadas à
iluminação após a colocação da janela falsa.
71
Figura4. 15- Impressão dos funcionários quanto a uniformidade da iluminação no plano de trabalho antes e após a colocação da janela falsa FONTE: Estat Júnior
4.2.3 Impressão do seu bem-estar relacionado à iluminação
As questões foram feitas antes e após a colocação da janela.
As perguntas para avaliar este quesito foram; a iluminação neste espaço para se
sentir bem fisicamente (figura 4.16), a iluminação para se sentir motivado a trabalhar
(figura 4.17), a iluminação no espaço para se sentir alegre (figura 4.18). O
funcionário poderia responder uma de cinco alternativas; muito ruim, ruim,
indiferente, bom e muito bom.
Três trabalhadores que responderam a pergunta sobre como é a iluminação no
espaço para se sentir bem fisicamente antes da colocação da janela falsa, disseram
ser ruim e três disseram ser indiferente.
Quatro trabalhadores que responderam a pergunta sobre como é a iluminação no
espaço para se sentir bem fisicamente após a colocação da janela falsa, disseram
ser bom, um disse ser ruim e um disse ser indiferente (figura 4.16).
Comparando as respostas sobre a como é a iluminação no espaço para se sentir
bem fisicamente após a colocação da janela falsa a opção bom teve um aumento
nas respostas (figura 4.16), diminuindo as opções ruim e indiferente.
72
Figura4. 16- Impressão dos funcionários sobre como é a iluminação para se sentir bem fisicamente antes e após a colocação da janela falsa FONTE: Estat Júnior
Três trabalhadores que responderam a pergunta sobre como é a iluminação para se
sentir motivado a trabalhar antes da colocação da janela falsa, disseram ser
indiferente, dois disseram ser ruim e um disse ser bom.
Seis trabalhadores que responderam a pergunta sobre como é a iluminação para se
sentir motivado a trabalhar após a colocação da janela falsa, disseram ser bom
(figura 4.17).
Comparando as respostas sobre a como é a iluminação para se sentir motivado a
trabalhar após a colocação da janela falsa a opção bom representou 100% das
respostas (figura 4.17).
73
Figura4. 17 - Impressão dos funcionários sobre como é a iluminação para se sentir motivado a trabalhar antes e após a colocação da janela falsa FONTE: Estat Júnior
Cinco trabalhadores que responderam a pergunta sobre como é a iluminação no
espaço para se sentir alegre antes da colocação da janela falsa, disseram ser
indiferente.
Três trabalhadores que responderam a pergunta sobre como é a iluminação no
espaço para se sentir alegre após a colocação da janela falsa, disseram ser bom,
dois disseram ser indiferente (figura 4.18).
Comparando as respostas sobre a como é a iluminação no espaço para se sentir
alegre após a colocação da janela falsa a opção bom representou 60% das
respostas (figura 4.18).
74
Figura4. 18- Impressão dos funcionários sobre como é a iluminação para se sentir alegre no espaço antes e após a colocação da janela falsa FONTE: Estat Júnior
4.2.4 Reação a possibilidade de visão para o exterior
As questões foram feitas antes e após a colocação da janela.
As perguntas para avaliar este quesito foram; a possibilidade de contato visual com
o exterior (figura 4.19), a possibilidade de orientação com relação ao tempo (dia e
noite) (figura 4.20), a presença de uma janela na sala (figura 4.21). O funcionário
poderia responder uma de cinco alternativas sendo; muito desagradável,
desagradável, indiferente, agradável e muito agradável.
Três trabalhadores que responderam a pergunta sobre como vê a possibilidade de
contato visual com o exterior antes da colocação da janela falsa, disseram ser
agradável, dois disseram ser indiferente e um disse ser muito agradável.
Três trabalhadores que responderam a pergunta sobre vê a possibilidade de contato
visual com o exterior após a colocação da janela falsa, disseram ser agradável, dois
disseram ser muito agradável e um disse ser indiferente (figura 4.19).
Comparando as respostas sobre a como vê a possibilidade de contato visual com o
exterior após a colocação da janela falsa a opção agradável e muito agradável
representaram a maioria das respostas (figura 4.19).
75
Figura4. 19- Impressão dos funcionários sobre como vê a possibilidade de contato visual com o exterior antes e após a colocação da janela falsa FONTE: Estat Júnior
Dois trabalhadores que responderam a pergunta sobre como vê a possibilidade de
poder saber se é dia ou noite antes da colocação da janela falsa, disseram ser
indiferente, dois disseram ser agradável e um disse ser muito agradável.
Três trabalhadores que responderam a pergunta sobre vê a possibilidade de poder
saber se é dia ou noite após a colocação da janela falsa, disseram ser agradável e
dois disseram ser muito agradável (figura 4.20).
Comparando as respostas sobre a como vê a possibilidade de poder saber se é dia
ou noite após a colocação da janela falsa a opção agradável e muito agradável
representaram o total das respostas(figura 4.20).
76
Figura4. 20- Impressão dos funcionários sobre como vê a possibilidade de se orientar em relação ao tempo antes e após a colocação da janela falsa FONTE: Estat Júnior
Quatro trabalhadores que responderam a pergunta sobre como seria a presença de
uma janela na sala antes da colocação da janela falsa, disseram ser indiferente, dois
disseram ser agradável.
Três trabalhadores que responderam a pergunta sobre como vê a presença da
janela falsa na sala após a colocação da janela falsa, disseram ser agradável e um
disse ser muito agradável e dois disseram ser indiferente (figura 4.21).
Comparando as respostas sobre como vê a presença da janela falsa na sala metade
dos trabalhadores se mostraram indiferentes antes da colocação da janela falsa
mudaram de ideia após a colocação da mesma (figura 4.21).
77
Figura4. 21- Impressão dos funcionários sobre como vê a presença de uma janela antes e após a colocação da janela falsa FONTE: Estat Júnior
4.4 Medições no ambiente selecionado após colocação da janela
Após a colocação da janela foram refeitas três tipos de medições no ambiente. A
primeira foi feita com máquina fotográfica Nikon D3200 fixada em tripé com a janela
apagada e com a janela acesa. Foram geradas imagens High Dynamic Range
(HDR) e os resultados foram compilados e analisados no software Picturenaut e
RadDisplay e obtidos imagens falsas. A segunda foi feita com um luxímetro mod T-
10 Minolta e a terceira com um Luminancimetro LS-110 Minolta em vários pontos
das mesas de trabalho.
Os pontos de medição foram escolhidos de acordo com a movimentação de trabalho
das funcionárias.
78
Figura4. 22– Localização da janela na sala FONTE: autora
Figura4. 23– Corte A - localização da janela na sala FONTE: autora
As medições com o luxímetro com a janela falsa apagada variam entre 199,9lux a
211,3 lux (figura 4.24). As medições com a janela acesa variam entre 296lux a
326lux(figura 4.25) nos mesmos pontos de medição na mesa de trabalho. A
diferença da variação de lux do primeiro ponto entre a janela falsa apagada e janela
falsa acesa é de 96,10lux. No segundo ponto a variação é de 115lux.
79
A Norma NBR 8995-1 orienta para a sala de esterilização um valor de iluminância de
300lux, valor este atingido somente nos pontos 1 e 2 demonstrado na figura 4.25. Os
demais valores seriam considerados dentro da norma para as áreas de entorno à
área de tarefa.
Figura4. 24- Medições com luxímetro Minolta T-10, no plano de trabalho com a janela apagada FONTE: autora
Figura4. 25- Medições com luxímetro Minolta T-10, no plano de trabalho com a janela acesa FONTE: autora
80
As medições com o luminancímetro com a janela falsa apagada variam entre
60.43cd/m² e 26.7cd/m²(figura 4.26). As medições com a janela acesa varia entre
75.84cd/m² a 42.86cd/m² nos mesmos pontos (figura 4.27). No primeiro ponto tem
uma variação de 15.41cd/m². No segundo ponto tem uma variação de 16.16cd/m².
Valores menores que uma lâmpada incandescente de 40w acesa, não reproduzindo
qualquer ofuscamento.
Figura4. 26- Medições com Luminancímetro LS-110 Minolta, no plano de trabalho com a janela apagada FONTE: autora
Figura4. 27- Medições com Luminancímetro LS-110 Minolta, no plano de trabalho com a janela acesa FONTE: autora
4.4.1 Levantamento Iconográfico após a colocação da janela falsa
Após a colocação da janela falsa, foi feito novo levantamento de imagens digitais
HDR compostas a partir de fotos digitais para o levantamento de distribuição de
luminancias. A câmara foi acoplada a um tripé. Estas imagens cobriram cinco
diferentes tipos de valor de exposição (EV), de -2 a + 2, com intervalos de 1,0. Foi
tirado fotos com a janela falsa apagada (figura 4.28) e com a janela falsa acesa
(figura 4.29).
81
Figura4. 28-Cenas capturadas com janela apagada com tempos de exposição de -2, -1, 0, +1, +2 EV FONTE: autora
82
Figura4. 29- Cenas capturadas com janela acesa com tempos de exposição de -2, -1, 0, +1, +2 EV FONTE: autora
Foi gerado uma imagem HDR através dos softwares Picturenaut (2010) para a
janela falsa apagada (figura 4.30) e para a janela falsa acesa (figura 4.31) e, em
seguida, essa imagem HDR foi processada no software RadDisplay (2010) para a
geração de sua correspondente em CF para a janela falsa apagada (figura 4.33) e
para a janela falsa acesa(figura 4.34). Nota-se que na figura 4.31 a paisagem não é
vista pelo fato de ser uma fonte geradora de luz e ter sido fotografado de frente a
ela. Na figura 4.32 vemos a paisagem com a janela falsa acesa.
Figura4. 30- Imagem HDR da sala com a janela apagada, gerada pelo software Picturenaut FONTE: autora
83
Figura4. 31- Imagem HDR da sala com a janela acesa, gerada pelo software Picturenaut FONTE: autora
Figura4. 32 – Imagem vendo a janela falsa acesa vista lateralmente FONTE: a autora
84
Figura4. 33- Análise em cores falsas e valores de luminâncias (cd/m²) com a janela apagada, através do software RadDisplay FONTE: autora
Figura4. 34- Análise em cores falsas e valores de luminâncias (cd/m²) com a janela acesa, através do software RadDisplay FONTE: autora
Avaliando as imagens de cores falsas, nota-se que as luminâncias na área de
trabalho variam de 26 a 72 cd/m², não havendo muita diferença de valores entre as
85
CF da janela falsa apagada ou acesa, não havendo ofuscamento. No ponto um com
a janela apagada o valor é de 74.66 cd/m² e no mesmo ponto com a janela acesa é
de 76.80 cd/m². No ponto cinco da CF com a janela falsa apagada é de 37.73cd/m² e
no ponto 6 correspondente a janela falsa acesa é de 42.79 cd/m².
Na área correspondente ao céu na janela falsa temos valores por volta de 324cd/m²
podendo aventar a possibilidade de causar certo desconforto se ficar olhando
fixamente para esta região por muito tempo, porém, o luminancímetro alinhado na
altura dos olhos do trabalhador na mesa apontado para a janela falsa acusou
45,11cd/m².
4.5 Resultados do Inventário de Beck e WHOQOL-BREF
O inventário de Depressão de Beck é uma escala que avalia aspectos cognitivos
relacionados à depressão (Anexo A). Apresenta 21 itens, cada um variando de zero
(neutro) a três (grau máximo de severidade). O escore total varia de 0 a 63. A
depressão pode ser classificada conforme segue: ausência de transtorno de humor,
de 1 a 10; transtorno de humor moderado, de 11 a 16; transtorno depressivo clínico,
de 17 a 20; depressão moderada, de 21 a 30; depressão grave, de 31 a 40; e
depressão severa, acima de 40.
A aplicação do Inventário de Beck foi realizado com os 7 participantes da pesquisa,
porém somente 3 responderam de maneira válida para ser computada na pesquisa.
O resultado apresentado indica que somente um participante apresentou um
transtorno moderado (figura 4.35)
86
Figura4. 35– Resultado do Inventário de Beck FONTE: A autora
A Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu saúde como um completo estado de
bem-estar físico, mental e social e não meramente a ausência de doença.
Um dos assuntos fundamentais em avaliação de qualidade de vida é determinar o
que é importante para o indivíduo. As medidas de qualidade de vida podem fornecer
informações sobre aspectos pessoais e sociais.
A aplicação do questionário tem por finalidade conhecer os valores dos
trabalhadores para avaliar se o grupo é motivado e satisfeito, entendendo que este
estado reflete diretamente sobre a pesquisa.
A aplicação do questionário WHOQOL-bref foi realizada com os sete participantes
da pesquisa, porém somente três responderam de maneira válida para ser
computada na pesquisa.
O WHOQOL-bref é composto por quatro domínios: Físico, Psicológico, Relações
Sociais e Meio-Ambiente, como mostra a tabela 4.4.
2
1
00,5
11,5
22,5
Transtorno de humor
87
Tabela 4. 4 – Domínios e facetas do WHOQOL-bref
FONTE: adaptado de The WHOQOL Group (1998)
As respostas foram transportadas para uma tabela (PEDROSO; el al., 2010 ).
Os resultados foram tabulados em % de 0 a 100 quanto maior a porcentagem (mais
perto de 100%) melhor a qualidade de vida.
Pode-se observar que as participantes do estudo apresentaram boas médias em
todos os domínios (físico, social, psicológico e ambiental) (figura 4.5).
88
Tabela 4. 5 – Resultado das médias dos escores das questões
FONTE: Autora, 2017
4.6 Considerações finais
A complexidade do edifício hospitalar aliado a uma alteração constante das
necessidades e equipamentos faz com que ele esteja em constante alteração em
suas instalações acabando muitas vezes com sua integração com o entorno
constituindo ambientes sem janelas com iluminação artificial em demasia e
ventilação forçada por equipamentos.
Através da revisão bibliográfica certifica-se que a iluminação é um importante fator a
ser considerado nos edifícios como promotor de saúde e que a iluminação deve ser
resolvida em projeto ainda.
A medição e a simulação para a iluminação artificial permitiram concluir que há
ineficiência da iluminação nas áreas de trabalho. Como medida de correção de tal
deficiência poderia ser acrescentada luminárias pontuais nas áreas de trabalho
próximo ao computador mantendo assim a iluminação geral agradável.
Portanto, o projeto de iluminação não implica em simplesmente escolher um sistema
e adotá-lo. O projeto requer estudos e sua metodologia deve contar com a
comunicação entre equipes multidisciplinares, a fim de que haja integração entre os
89
diferentes sistemas (iluminação, estrutural, mecânico, etc.), o ambiente interno, sua
ocupação, os fluxos e indicações dos mesmos e o entorno.
A colocação da janela na sala não pôde ficar na linha da visão dos trabalhadores,
pois, não havia parede vazia a esta altura, a linha do horizonte da paisagem em
relação aos olhos do trabalhador está 71 cm acima (figura 4.23). O melhor seria que
a linha do horizonte ficasse a 1,42m do piso uma vez que os trabalhadores
trabalham em pé.
5. Conclusão
A relevância da pesquisa foi concebida pela necessidade de melhorar a qualidade
de trabalho de ambiente enclausurado. Ao se projetar edifícios que contemplem
salas enclausuradas deve ser levado em conta o tipo de ocupação e as
possibilidades visuais para amenizar o estresse gerado pelo confinamento.
Através da revisão bibliográfica, pôde-se constatar a importância da presença da
janela, ao longo da história, para o ser humano. Ora é usada como meio de trazer a
luz natural para o interior e ora é usada por motivos estéticos, porém faz parte de um
repertório de experiências acumuladas.
O tipo de lâmpadas utilizado na janela falsa foi do tipo da primeira geração VNLS,
como experimentos citados na bibliografia, acrescentando a estes a sensação que o
usuário tem com a alteração do ambiente luminoso. Como este espectro das
lâmpadas não se aproxima ao da luz natural, pode não significar melhora física do
usuário, pois, esta pesquisa não mediu fisicamente este atributo.
Como citado por Fleischer (2001) existe uma motivação de trabalhadores quando
estimulados através da iluminação, demonstrada pelas respostas dos questionários,
com a melhora na impressão do ambiente luminoso.
Através da metodologia utilizada foi realizada uma medição como experimento num
ambiente enclausurado visando entender se a presença da janela falsa alterava o
bem-estar do usuário.
Os questionários que avaliam qualidade de vida e transtorno de humor indicaram
que os trabalhadores, respondentes, possuem uma boa qualidade de vida e não
possuem distúrbios de transtorno de humor.
90
O levantamento estatístico considerou como população do experimento os
funcionários submetidos a todo o processo de instalação da janela falsa naquele
ambiente de trabalho. Uma vez que são conhecidas as respostas dos questionários
de todos esses funcionários, as respostas configuram um censo estatístico (e não
uma amostra). Censo seria o levantamento de informações de interesse sobre todos
os elementos da sua população. Então, foi usado de estatística descritiva para
apresentar as informações levantadas.
Através deste levantamento pode-se afirmar que houve melhora no bem-estar, pois
as respostas obtidas através dos questionários antes e após a colocação da janela
falsa concluem que:
A impressão geral sobre o ambiente ser agradável se manteve antes e após a
colocação da janela falsa
A impressão sobre a melhor qualidade do ambiente teve na iluminação um
aumento nas respostas em relação aos demais itens após a colocação da
janela falsa, chamando a atenção positivamente dos funcionários para a
questão da luz no ambiente.
No quesito pior qualidade no ambiente de trabalho, após a colocação da
janela falsa, a iluminação não aparece mais nas respostas.
Com relação à impressão dos trabalhadores em relação ao ambiente luminoso no
local de trabalho pode-se afirmar que:
No quesito qualidade da luz no ambiente, a opção de bom teve um acréscimo
de 50% após a colocação da janela falsa.
No quesito quantidade de iluminação para executar tarefas, a opção bom teve
um acréscimo de duas vezes e meia, após a colocação da janela falsa.
No quesito uniformidade da iluminação no plano de trabalho, a opção bom foi
a escolha de cinco entre seis entrevistados, após a colocação da janela falsa.
Pode-se concluir, pois, que houve uma sensação de melhora do ambiente luminoso
após a colocação da janela falsa.
Na relação entre bem-estar e iluminação pode-se afirmar que:
91
No quesito iluminação no ambiente para se sentir bem fisicamente, a opção
bom representou 66% das respostas após a colocação da janela falsa, que
anteriormente não apareceu nas respostas
No quesito iluminação no ambiente para se sentir motivado a trabalhar, a
opção bom representou 100% das respostas após a colocação da janela falsa
No quesito iluminação no ambiente para se sentir alegre, a opção bom
aparece em três de cinco respostas após a colocação da janela falsa
Pode-se concluir que houve uma sensação de melhora do bem-estar relacionado a
iluminação após a colocação da janela falsa.
Na impressão dos trabalhadores em relação a visão para o exterior pode afirmar
que:
No quesito possibilidade de contato visual com o exterior, as opções
agradável e muito agradável totalizam 66% das respostas após a colocação
da janela falsa.
No quesito possibilidade de se orientar em relação ao tempo, as opções
agradável e muito agradável totalizam 100% das respostas após a colocação
da janela falsa.
No quesito a sensação da presença da janela falsa no ambiente, as opções
agradável, muito agradável representaram 66% das respostas.
Após o levantamento estatístico das respostas, pode-se concluir que há um anseio
pela existência de uma janela no ambiente e que a janela falsa melhorou a
percepção dos funcionários sobre o ambiente de trabalho nos diversos critérios de
comparação dos questionários.
Sobre o objetivo da possível contribuição da janela falsa na quantidade e distribuição
da iluminação pode-se afirmar que:
Através das medições com o luxímetro e com o luminancímetro, não houve
acréscimo substancial nas medições entre antes e depois da colocação da
janela falsa, porém em dois pontos de medição com luxímetro foi atingido o
valor de 300 lux estabelecido na norma NBR 8995-1para iluminação de tarefa
neste ambiente de trabalho.
92
Avaliando as cores falsas nas imagens HDR geradas pelo software
RadDisplay,
nota-se que as luminâncias na área de trabalho variam entre 2cd/m² a
5cd/m², mostrando não haver alteração nos valores de luminância, mantendo
o mesmo padrão de distribuição de luz no ambiente.
Sendo assim a contribuição da janela falsa no aumento de quantidade da iluminação
teve um aumento pequeno, porém, positivo para a sala, pois foi atingido em dois
pontos da área de trabalho os 300lux necessários para a execução da tarefa. Já a
distribuição da iluminação não foi alterada, na posição que foi colocada a janela, não
atingindo este objetivo.
5.1 Limitações da pesquisa
No presente estudo, por limitações do espaço físico, não foi possível a alternância
da janela falsa de posições em várias paredes e alterar a altura, como foi notado ser
importante na revisão bibliográfica.
Devido à amostragem ser muito pequena houve certo desconforto da parte dos
trabalhadores em responder todas as questões colocando seu nome nos
questionários.
Como o ambiente escolhido se localiza numa área de acesso restrito não foi possível
concluir a pesquisa em outra central de material, para fazer comparações de
resultados.
5.2 Estudos futuros
Os resultados encontrados sugerem a necessidade de dimerização e temporização
da fonte luminosa da janela falsa uma vez que se aproximaria mais do padrão da luz
natural. Poderia também ser estudada a utilização de lâmpadas mais próximas ao
espectro da luz natural para comparar com os resultados desta dissertação.
No presente estudo não foi possível avaliar se há alteração no ciclo circadiano dos
trabalhadores através da medição de melatonina, como demonstrado na revisão
bibliográfica. O ideal seria realizar medições dos níveis de melatonina antes e após a
instalação da janela falsa.
93
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APÊNDICES
100
101
102
103
104
ANEXOS
105
106
107
108
109
ANEXO C – CARTELA DE SNELLEN
110
ANEXO D – PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP
111
112
113
114
115
116