inclusão - deficiências

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Deficiências mais comuns na escola As deficiências no contexto educacional Analisar e compreender o que afeta o educando é fundamental antes de definir as estratégias e metodologias mais eficientes para estimular o aprendizado destes. Todo educador deve estar preparado para enfrentar uma série de dificuldades que permeiam o contexto educacional, principalmente quando as ações são direcionadas a educação inclusiva. 1. Deficiência Física: Pode-se conceituar a Deficiência Física como "diferentes condições motoras que acometem as pessoas comprometendo a mobilidade, a coordenação motora geral e da fala, em consequência de lesões neurológicas, neuromusculares, ortopédicas, ou más formações congênitas ou adquiridas" (MEC, 2004). 1.1. Como lidar com a deficiência física na escola? Adequar à estrutura do prédio da escola, como rampas, elevadores (quando necessário), corrimões e banheiros adaptados atendem às crianças com diferentes dificuldades de locomoção. 2. Deficiência auditiva Deficiência auditiva pode ser definida como “[...] a diferença existente entre a desempenho do indivíduo e a habilidade normal para a detecção sonora de acordo com padrões estabelecidos pela American National Standards Institute” (ANSI - 1989). A deficiência auditiva moderada é a incapacidade de ouvir sons com intensidade menor que 50 decibéis e costuma ser compensada com a ajuda de aparelhos e acompanhamento

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Síntese das principais deficiências encontradas nas escolas.

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Page 1: Inclusão - Deficiências

Deficiências mais comuns na escola

As deficiências no contexto educacional

Analisar e compreender o que afeta o educando é fundamental antes de definir as estratégias e metodologias mais eficientes para estimular o aprendizado destes. Todo educador deve estar preparado para enfrentar uma série de dificuldades que permeiam o contexto educacional, principalmente quando as ações são direcionadas a educação inclusiva.

1. Deficiência Física:

Pode-se conceituar a Deficiência Física como

"diferentes condições motoras que acometem as pessoas comprometendo a mobilidade, a coordenação motora geral e da fala, em consequência de lesões neurológicas, neuromusculares, ortopédicas, ou más formações congênitas ou adquiridas" (MEC, 2004).

1.1. Como lidar com a deficiência física na escola?

Adequar à estrutura do prédio da escola, como rampas, elevadores (quando necessário), corrimões e banheiros adaptados atendem às crianças com diferentes dificuldades de locomoção.

2. Deficiência auditiva

Deficiência auditiva pode ser definida como

“[...] a diferença existente entre a desempenho do indivíduo e a habilidade normal para a detecção sonora de acordo com padrões estabelecidos pela American National Standards Institute” (ANSI - 1989).

A deficiência auditiva moderada é a incapacidade de ouvir sons com intensidade menor que 50 decibéis e costuma ser compensada com a ajuda de aparelhos e acompanhamento terapêutico. Perdas auditivas acima desses níveis são consideradas casos de surdez total.

2.1. Como lidar com a deficiência auditiva na escola?

Toda escola regular com alunos com deficiência auditiva tem o direito de receber um intérprete de Libras e material de apoio para as salas de Atendimento Educacional Especializado (AEE). É importante que professores da escola solicitem treinamento para aprender libras ou peçam o acompanhamento de um intérprete em sala. Isso garante a inclusão mais efetiva dos alunos. Trazê-lo para as primeiras carteiras

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e falar com clareza, evitando cobrir a boca ou virar de costas para a turma, para permitir a leitura labial no caso dos alunos que sabem fazê-lo.

3. Deficiência Visual:

É o comprometimento parcial (de 40 a 60%) ou total da visão. Não são deficientes visuais pessoas com doenças como miopia, astigmatismo ou hipermetropia, que podem ser corrigidas com o uso de lentes ou em cirurgias. Segundo critérios estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) os diferentes graus de deficiência visual podem ser classificados em:- Baixa visão (leve, moderada ou profunda): compensada com o uso de lentes de aumento, lupas, telescópios, com o auxílio de bengalas e de treinamentos de orientação.- Próximo à cegueira: quando a pessoa ainda é capaz de distinguir luz e sombra, mas já emprega o sistema braile para ler e escrever, utiliza recursos de voz para acessar programas de computador, locomove-se com a bengala e precisa de treinamentos de orientação e de mobilidade.- Cegueira: quando não existe qualquer percepção de luz. O sistema braile, a bengala e os treinamentos de orientação e de mobilidade, nesse caso, são fundamentais.

3.1. Como lidar com a deficiência visual na escola?

Conscientizar os pais e responsáveis que sobre os exames de acuidade visual das crianças sempre que notarem comportamentos relacionados a dificuldades de leitura, dores de cabeça ou vista cansada durante as aulas.Sempre compartilhar a organização dos objetos da sala de aula com o aluno, a fim de facilitar o acesso e a mobilidade. MArter os objetos sempre no mesmo lugar e na mesma ordem, comunique alterações previamente e sinalize os objetos para que sejam facilmente reconhecidos.

O aluno cego tem direito a usar materiais adaptados, como livros didáticos transcritos para o braile ou a reglete para escrever durante as aulas.

4. Surdo-Cegueira:

A pessoa surdo-cega é "aquela que tem uma perda substancial da visão e da audição, de tal forma que a combinação das duas deficiências cause extrema dificuldade na conquista de metas educacionais.

4.1. Como lidar com a surdo-cegueira na escola?

A escola deve contar com o atendimento educacional especializado (AEE) é primordial para a inclusão, para melhorar da qualidade de vida da pessoa surdo-cega e para a orientação dos educadores. Uma das alternativas de comunicação para os surdo-cegos pós-simbólicos consiste no sistema Tadoma, também conhecido como "Braille Tátil". Nessa técnica a pessoa utiliza as mãos para sentir os movimentos da boca, do maxilar e a vibração da garganta do falante, e assim consegue interpretar o que é dito.

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5. Síndrome de Asperger:

A Síndrome de Asperger é um Transtorno Global do Desenvolvimento (TGD), resultante de uma desordem genética, e que apresenta muitas semelhanças com relação ao autismo. Na infância, essas crianças apresentam déficits no desenvolvimento motor e podem ter dificuldades para segurar o lápis para escrever. Estruturam seu pensamento de forma bastante concreta e não conseguem interpretar metáforas e ironias - o que interfere no processo de comunicação. Ao contrário do que ocorre no autismo, contudo, crianças com Asperger não apresentam grandes atrasos no desenvolvimento da fala e nem sofrem com comprometimento cognitivo grave.

5.1. Como lidar com a Síndrome de Asperger na escola?

As recomendações para os educadores são semelhantes às do autismo. Respeitar o tempo de aprendizagem do aluno e estimular a comunicação com os colegas são essenciais. Conversar com ele de maneira clara e objetiva e apresentar as atividades visualmente, para evitar ruídos na compreensão do que deve ser feito.

6. Síndrome de Williams

Desde o primeiro ano de vida, essas crianças costumam irritar-se com facilidade - boa parte tem hipersensibilidade auditiva - e demonstram dificuldades para se alimentar. Problemas motores e falta de equilíbrio também são comuns - demora para começar a andar, incapacidade para cortar papel, amarrar os sapatos ou andar de bicicleta, por exemplo. Por outro lado, há um grande interesse por música, boa memória auditiva e muita facilidade na comunicação. Pessoas com essa síndrome sorriem com frequência, utilizam gestos e mantêm o contato visual para comunicar-se.

6.1. Como lidar com a Síndrome de Williams na escola?

A sociabilidade não é um problema para crianças com Síndrome de Williams. Mas é preciso tomar cuidado com a ansiedade desses alunos. Geralmente eles se preocupam demais com determinados assuntos. Atividades com música atraem a atenção dessas crianças, tanto pela sensibilidade auditiva, quanto pela boa memória.

7. Síndrome de Rett

A Síndrome de Rett é uma doença neurológica provocada por uma mutação genética que atinge, na maioria dos casos, crianças do sexo feminino. Caracteriza-se pela perda progressiva de funções neurológicas e motoras após meses de desenvolvimento aparentemente normal - em geral, até os 18 meses de vida. É comum que a criança com Síndrome de Rett fique "molinha" e apresente desaceleração do crescimento. Distúrbios respiratórios e do sono também são comuns, especialmente entre os 2 e os 4 anos de idade.

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7.1. Como lidar com essas crianças na escola?

É preciso criar estratégias para que as meninas com Síndrome de Rett possam aprender. O principal é estabelecer sistemas de comunicação que ajudem a criança - como placas com desenhos e palavras, para que ela possa indicar o que deseja. A escola deve ser um espaço acessível, já que muitas crianças com essa síndrome necessitam de equipamentos para caminhar.

8. Paralisia cerebral

A paralisia cerebral é uma lesão cerebral que acontece, em geral, quando falta oxigênio no cérebro do bebê durante a gestação, no parto ou até dois anos após o nascimento.

A principal característica é a espasticidade, um desequilíbrio na contenção muscular que causa tensão e inclui dificuldades de força e equilíbrio. Em outras palavras, a lesão provoca alterações no tônus muscular e o comprometimento da coordenação motora. Em alguns casos, há também problemas na fala, na visão e na audição.

8.1. Como lidar com a paralisia cerebral na escola?

Adaptar os espaços da escola para permitir o acesso de uma cadeira de rodas, por exemplo. Usar canetas e lápis mais grossos, envoltos em espuma e presos com elástico para facilitar o controle do aluno. Os papeis são fixados em pranchetas para dar firmeza e as folhas avulsas, nesse caso, são mais recomendáveis que os cadernos. O professor deve escrever com letras grandes e pedir para que o aluno com paralisia cerebral sente-se na frente, se possível, com uma carteira inclinada, que dá mobilidade e facilita à escrita.

O professor pode preparar cartões com desenhos ou fotos de pessoas e objetos significativos para o aluno, como os pais, os colegas, o professor, o time de futebol, diferentes comidas, o abecedário e palavras-chave, como "sim", "não", "sede", "banheiro", "entrar", "sair" etc. Assim, para indicar o que quer ou o que sente, o aluno aponta para as figuras.

9. Autismo

O autismo, também chamado de Transtorno do Espectro Autista, é um Transtorno Global do Desenvolvimento (TGD) que tem influência genética e é causado por defeitos em partes do cérebro, como o cerebelo, por exemplo.

Caracteriza-se por dificuldades significativas na comunicação e na interação social, além de alterações de comportamento, expressas principalmente na repetição de movimentos, como balançar o corpo, rodar uma caneta, apegar-se a objetos ou enfileirá-los de maneira estereotipada. Todas essas alterações costumam aparecer antes mesmo dos 3 anos de idade, em sua maioria, em crianças do sexo masculino.

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9.1. Como lidar com o Autismo na escola?

Para minimizar essa dificuldade de convívio social, vale criar situações de interação entre os educandos e o educador. Respeitar o limite da criança autista, ser claro nos enunciados, ampliar o tempo para que ele realize as atividades propostas e sempre comunicar mudanças na rotina antecipadamente.

10. Síndrome de Down

Trata-se de uma deficiência caracterizada pelo funcionamento intelectual inferior à média, que se manifesta antes dos 18 anos. Além do déficit cognitivo e da dificuldade de comunicação, a pessoa com Síndrome de Down apresenta redução do tônus muscular, cientificamente chamada de hipotonia. 

10.1 . Como lidar com a Síndrome de Down na escola?

A primeira regra para a inclusão de crianças com Down é a repetição das orientações em sala de aula para que o estudante possa compreendê-las. A linguagem verbal, por sua vez, deve ser simples. Uma dificuldade de quem tem a síndrome, em geral, é cumprir regras. Mantenha as atividades no nível das capacidades da criança, com desafios gradativos. Isso aumenta o sucesso na realização dos trabalhos. Planeje pausas entre as atividades. O esforço para desenvolver atividades que envolvam funções cognitivas é muito grande.

Referências Bibliográficas

BRASIL. Educação Infantil: Saberes e Práticas da Inclusão. Brasília: MEC/SEESP, 2002.

Inclusão e Deficiências na Escola.

Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/inclusao/guia-de-flexibilizacao/o-que-sao-as-deficiencias-e-como-lidar-com-cada-uma-delas.shtml. Acesso em 16/11/14.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Saberes e práticas da inclusão: dificuldades de comunicação e sinalização: deficiência física. Brasília: MEC, 2004.